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Sobral, ano 4, v.1, n. 7, JUL/DEZ 2015, p. 26-41. ISSN: 2317-2649

2. ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO

À MATERIAL BIOLÓGICO EM ENFERMAGEM:

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS REGISTROS

DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO

TRABALHADOR, SOBRAL – CE

ACCIDENTS AT WORK WITH EXPOSURE TO BIOLOGICAL MATERIAL IN NURSING:

EPIDEMIOLOGICAL ANALYSIS OF THE REFERENCE CENTER RECORDS IN OCCUPATIONAL HEALTH,

SOBRAL - CE

RESUMO

O estudo tem como objetivo realizar análise

epidemiológica dos acidentes com exposição a material

biológico, ocorridos com os profissionais de

enfermagem no período de 2010 a 2014, registrados no

banco de dados no Sistema Nacional de Agravos de

Notificação (SINAN NET) do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do município de Sobral – CE.

A amostra foi composta por 464 casos de profissionais de enfermagem. Verificou-se predominância do

sexo feminino (86,0%) entre os acidentados e (77,0%) dos acidentados encontravam-se na faixa etária

entre 20 e 39 anos. Os auxiliares de enfermagem foram acometidos em (50,0%) dos episódios.O sangue

(81,7%) foi o material biológico ao qual os trabalhadores foram expostos com maior frequência no

momento do acidente. Entre os fatores relacionados à ocorrência de acidentes de trabalho, destacam-se

o uso inadequado ou resistência no uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Em virtude disso,

os profissionais da saúde devem preocupar-se com o autocuidado, adotando medidas de biossegurança

apropriadas para a realização de suas atividades diárias e, dessa forma, prevenir a ocorrência dos

acidentes.

Palavras-Chave: Acidentes de Trabalho, Riscos Ocupacionais, Prevenção de Acidentes.

ELIZARBIOCARNEIRO DE OLIVEIRA

- INTA

[email protected]

AntoniaEliana de Araújo Aragão

mailto:[email protected]


ABSTRACT

The study aims to conduct epidemiological analysis of accidents involving exposure to biological material,

occurred with nursing professionals in the period 2010 to 2014, recorded in the database in the National

Notifiable Diseases System (SINAN NET) Reference Center Health Sobral municipal worker - CE. The

sample consisted of 464 cases of nursing professionals. There was a predominance of females (86.0%)

and among injured (77.0%) of the victims were in the age group between 20 and 39 years. Nursing

assistants were affected in (50.0%) of the episodes. The blood (81.7%) was the biological material to which

workers were exposed more frequently when the accident occurred. Among the factors related to the

occurrence of accidents at work, stand out from the misuse or resistance in Personal Protective

Equipment use (EPI). As a result, healthcare professionals should worry about self-care, adopting

appropriate biosecurity measures to carry out their daily activities and thus prevent the occurrence of

accidents.

Keywords: Work Accident, Occupational Risk, Accident Prevention.

INTRODUÇÃO

O acidente de trabalho é definido como todo incidente que ocorre durante o exercício da

profissão, provocando lesões corporais ou alterações funcionais que possam levar à morte, à perda ou à

diminuição passageira ou definitiva da produtividade do trabalhador no desempenho de suas funções

profissionais (BRASIL, 1999).

A exposição dos trabalhadores de saúde à material biológico é uma prática vivenciada no dia-a-

dia de trabalho. Tem sido uma realidade muito discutida nos últimos decênios, mas ainda existe uma

grande subnotificação de acidentes relacionados a exposição a material biológico entre os trabalhadores

de saúde (ELLI et al, 2007).

No Brasil, os acidentes de trabalho com exposição a material biológico são de notificação

compulsória, sendo sua obrigatoriedade na rede de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) e

na saúde suplementar, sendo esta expandida com a universalização da Rede Nacional de Atenção Integral

à Saúde do Trabalhador (RENAST) por meio, principalmente de unidades sentinelas como os Centros de

Referência de Saúde do Trabalhador (CEREST), como demanda Política Nacional de Saúde do Trabalhador

e da Trabalhadora (BRASIL, 2012a).


A implantação dos CERESTs surge para intervir de forma integrada e articulada em todos os níveis

de gestão e de gerenciamento do sistema como a área de planejamento e de regionalização, os pólos de

educação permanente, as atenções básicas, ambulatorial, hospitalar, e a vigilância em saúde e ambiental.

Com isso, os CERESTs são retaguardas técnicas e difusoras de ações e ideias de vigilância em saúde de

caráter sanitário de base epidemiológica (BRAGA JR., 2004).

O CEREST deve ser compreendido como pólo irradiador, no âmbito de um determinado território,

da cultura especializada na relação processo trabalho/saúde/doença, assumindo a função de suporte

técnico e científico deste campo de conhecimento. Sua atividade só faz sentido se articulada aos demais

serviços da rede do SUS, orientando-os e fornecendo retaguarda nas suas práticas, para que os agravos a

saúde relacionados ao trabalho possam ser atendidos em todos os níveis de atenção do SUS, de forma

integral e hierarquizada (BRASIL, 2004).

Segundo Julio; Filardi; Marziale (2014) os acidentes de trabalho com exposição a material

biológico são frequentes entre os trabalhadores da saúde no mundo inteiro devido às peculiaridades dos

procedimentos realizados no cuidado a saúde das pessoas e as condições em que o trabalho é executado.

Entre os diversos patógenos passíveis de serem adquiridos na ocasião dos acidentes destacam-se os vírus

da imunodeficiência humana (HIV) e os vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV), que possuem maior

significância epidemiológica no contexto dos acidentes ocupacionais com materiais biológicos.

Sabe-se que o profissional da saúde em sua rotina de trabalho manuseia materiais

potencialmente infectantes, contaminados com material biológico: sangue e fluidos orgânicos

potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal,

pericárdico e amniótico), fluidos orgânicos potencialmente não-infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e

saliva), exceto se contaminado com sangue. Por este motivo, deve estar atento na realização das tarefas

e no cumprimento das precauções padrão, que estão relacionadas aos cuidados utilizados para a atenção

a todos os pacientes, independente do diagnóstico, incluindo a higienização das mãos, o uso dos

equipamentos de proteção individual (EPI) e o descarte adequado do lixo perfurocortante (LIMA;

OLIVEIRA; RODRIGUES, 2011).

De acordo com Valim et al (2014) nos serviços de saúde, os profissionais mais expostos a este

risco são aqueles envolvidos na atenção direta aos pacientes. Este grupo é composto principalmente pelas

equipes de enfermagem, em virtude do contato direto e frequente com sangue e secreções.

Vieira; Padilha (2008) corroboram ao afirmarem que os acidentes ocupacionais podem acometer

todos os profissionais de saúde, porém a equipe de Enfermagem está em constante risco visto que suas

atividades envolvem o contato com sangue e outros fluidos corpóreos, além da manipulação rotineira de

materiais perfurocortantes. Dessa forma, os agentes biológicos são considerados os principais geradores


de insalubridade e periculosidade aos trabalhadores de enfermagem em decorrência do contato

permanente que tem com os pacientes.

Em uma assistência contínua, os profissionais de enfermagem desempenham o seu papel de

cuidar durante vinte e quatro horas por dia, representando o maior grupo prestador de assistência

ininterrupta ao paciente, sendo responsável por cerca de 60% da execução de procedimentos de saúde,

estando constantemente em contato direto com o doente ao realizar diversas ações, entre as quais se

incluem os procedimentos invasivos, principais fatores de risco para a ocorrência de um acidente

ocupacional por necessitarem do manuseio de materiais biológicos (OLIVEIRAet al, 2009).

Diante do exposto e com o intuito de fomentar o debate sobre a exposição dos profissionais de

enfermagem a material biológico, considera-se relevante explorar o tema com vistas a contribuir para a

produção científica. Desta forma, o estudo tem como objetivo realizar análise epidemiológica dos

acidentes com exposição a material biológico, ocorridos com os profissionais de enfermagem no período

de 2010 a 2014, registrados no banco de dados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN

NET) do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do município de Sobral – CE.

MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo documental retrospectivo com uma abordagem quantitativa, realizado no

Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) do município de Sobral – Ceará, através de

consulta ao banco de dados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN NET) do referido

Centro.

O CEREST é responsável por dar apoio matricial para o desenvolvimento das ações de saúde do

trabalhador na Atenção Primária à Saúde (APS), nos serviços especializados e de urgência e emergência,

bem como na promoção e vigilância nos diversos pontos da Rede de Atenção à Saúde (BRASIL, 2012a).

O Ceará possui nove CEREST, sendo um estadual e sete com abrangência regional, localizados em

Fortaleza, Sobral, Horizonte, Juazeiro do Norte, Tianguá, Quixeramobim, Aracati e Limoeiro do Norte. O

CEREST de Sobral, a partir da lógica organizativa da rede de atenção Estadual, abrange 47 municípios da

Macrorregião da Saúde de Sobral, pertencentes às Microrregiões da Saúde de Acaraú, Camocim, Crateús

e Sobral, totalizando um 1.299.780 habitantes (IBGE, 2014). Tem por função dar subsídio técnico nas

ações do Sistema Único de Saúde (SUS), sejam elas de prevenção e vigilância de riscos, doenças e agravos,


ou então, de promoção da saúde, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos trabalhadores urbanos e

rurais (BRASIL, 2012a).

A amostra foi composta por 464 casos de profissionais de enfermagem dos 47 municípios de

abrangência do CEREST de Sobral no período de 2010 a 2014, as quais foram vítimas de acidente de

trabalho com exposição a material biológico, que tiveram os acidentes registrados no Sistema Nacional

de Agravos de Notificação (SINAN).

A coleta de dados ocorreu no mês de fevereiro de 2015. Para isso, foram identificadas as

características sociodemográficas, ocupação,o material orgânico envolvido, uso de equipamento de

proteção individual (EPI). Para a análise e discussão dos resultados, os dados foram processados e

tabulados no Tabwin, e posteriormente em planilhas do Microsoft Excel 2010. A discussão dos resultados

foi efetuada com base na literatura pertinente à luz do referencial teórico acerca da saúde do trabalhador.

Convém salientar que o estudo foi realizado em consonância com a Resolução 466, de 12 de

dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, que dispõe sobre as investigações que envolvem

seres humanos e assegura que seus direitos sejam protegidos e está pautada em quatro princípios éticos:

a autonomia, a beneficência, não-maleficência e justiça (BRASIL, 2012b).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Entre os anos de 2010 a 2014,houveram 464 registros no Sistema Nacional de Agravos de

Notificação (SINAN NET), de casos de profissionais de enfermagem vítimas de acidente de trabalho com

exposição a material biológico dos 47 municípios de abrangência do CEREST.

A seguir, na Tabela 1 estão descritas as informações sócio-demográficas dos profissionais de

enfermagem que sofreram algum tipo de acidente de trabalho com exposição à material biológico.

Verificou-se predominância do sexo feminino (86,0%) entre os acidentados. Historicamente, a

enfermagem é caracterizada como uma profissão quase exclusivamente feminina, representada por

mulheres com o desejo e a habilidade de cuidar, prevenir e promover a saúde do ser humano. Segundo

estimativas, 87,3% dos profissionais de enfermagem são mulheres (COFEN, 2011a).

Verificou-se que a maior parte dos trabalhadores acidentados (77,0%) encontrava-se na faixa

etáriaentre 20 e 39 anos. Este resultado está em concordância com os estudos que encontraram, 40% e

69,4%, para a população compreendida entre 20 e 40 anos (SILVA et al, 2009; CAETANO et al, 2006). A

predominância de acidentes na faixa etária de 21 a 30 anos pode estar relacionada a presença de


estudantes e profissionais jovens, pela inexperiência destes, já que, geralmente, encontram-se em início

de carreira, apresentando, muitas vezes, insegurança na realização das técnicas.

Observou-se que (73.0%) dos profissionais de enfermagem exerciam o trabalho registrado.

Segundo a NR 7 estabelece que o empregador deve custear o atendimento médico, a solicitação de

exames laboratoriais, a imunização do trabalhador e principalmente toda a assistência após a ocorrência

de acidente relacionado à exposição a material biológico (BRASIL, 1998). Além disso, a OIT (2002) também

define que o empregador deve prever medidas para atuar frente a situações de urgência e emergência,

proporcionando primeiros auxílios sem custo ao empregado.

A OIT (2002) responsabiliza os empregadores quanto à capacitação dos trabalhadores, indicando

que ela deve ser contínua e sem custo, e recomenda que a educação em saúde seja transmitida de forma

clara, objetiva e de fácil acesso aos profissionais de saúde. A NR 32 exige a capacitação dos trabalhadores

antes do início das atividades e de forma continuada (BRASIL, 2008).

No Brasil, os profissionais de enfermagem são divididos em três categorias: enfermeiros, técnicos

e auxiliares de enfermagem. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem, os técnicos de enfermagem

são a maioria entre esses profissionais (40,4%), seguidos pelos auxiliares de enfermagem (40,1%) e

enfermeiros (18,7%) (COFEN, 2011b).

Identificamos que os auxiliares de enfermagem foram acometidos em (50,0%) dos episódios, fato

que pode ser explicado por estes profissionais prestarem assistência direta ao paciente e realizarem

procedimentos que utilizam materiais perfuro cortantes. Na literatura, outros estudos identificam os

auxiliares de enfermagem como a categoria que mais foi acometida, com percentuais de 52% e 48% dos

acidentes, respectivamente(BÁLSAMO; FELLI, 2006; NISHIDE; BENATI; ALEXANDRE. 2004).

Verificou-se que o sangue (81,7%) foi o material biológico ao qual os trabalhadores foram

expostos com maior frequência no momento do acidente. Este achado é condizente com a frequência

encontrada pelo estudo de Votuporanga-SP, de 98,0%, por sua vez repartida em proporções de 73,7%

para um hospital filantrópico de grande porte (DIAS; MACHADO; SANTOS, 2012).

Resultados semelhantes foram obtidos no estudo de Toledo Junior et al (1999), realizado na

faculdade de medicina da UFMG, o qual evidenciou que 81,2% dos acidentes de trabalho observados

envolveram sangue. Dessa forma, pode se atribuir este resultado ao fato de o sangue estar presente,

principalmente, durante os procedimentos complexos, em que, geralmente, existem os maiores riscos

para exposição ocupacional. Além disso, supõe-se que, quando há envolvimento de sangue, existe uma

maior preocupação do profissional exposto em registrar o acidente do que nos casos em que estão

envolvidos outros tipos de fluidos corpóreos.


Dessa forma, o risco ocupacional é diretamente proporcional ao perigo envolvido durante o

trabalho e inversamente proporcional à utilização das medidas preventivas (BRASIL, 2006).

Entre os fatores relacionados à ocorrência de acidentes de trabalho, destacam-se o uso

inadequado ou resistência no uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), a sobrecarga de trabalho,

a autoconfiança, o descuido próprio, a falta de capacitação e medidas de prevenção insuficientes e o

número inadequado de caixas coletoras para perfuro cortantes (BARROS et al, 2006). O uso de EPIs pelos

trabalhadores é também definido em várias recomendações da OIT (1981), nas quais é mencionada a

importância do uso desses equipamentos para a proteção do trabalhador, definindo que para prevenir os

acidentes, é necessário o uso apropriado de barreiras, como luvas e óculos de proteção.

Não foi possível verificar, nesse estudo, os motivos pelos quais em 25,0% dos acidentes analisados

os profissionais não utilizaram as luvas, mas, evidencia-se a necessidade de ações de incentivo ao uso de

todos os equipamentos de proteção individual indicados para os procedimentos. O uso de luvas confere

algum efeito de proteção aos acidentes. Vários são os fatores que interferem na gravidade da exposição

como o tamanho da agulha e a profundidade de penetração que estão diretamente associadas com o

volume de transferência sanguínea, além da titulação viral do sangue fonte. O material das luvas pode

reduzir cerca de 46% a 86% do volume de sangue transferido, contribuindo para redução de riscos (MAST;

WOOLWINE; GERBERDING; 1993).

Embora haja uma consciência entre os trabalhadores acerca do risco biológico envolvido em suas

atividades, há baixa adesão às medidas de proteção. Muitos profissionais sabem da importância do uso

de EPI, porém não os utilizam com a devida frequência na sua prática laboral devido ao manejo rápido no

atendimento, à pressa e à própria falta de hábito de usar EPI, principalmente nos atendimentos de

urgência e emergência (MAFRA et al, 2008). Essa contradição acena para a necessidade do

desenvolvimento de estratégias visando à adoção de práticas mais seguras e redução dos fatores de risco

e vulnerabilidade que atingem os profissionais de saúde nos diferentes contextos de atuação.


CONCLUSÃO

Os Acidentes de trabalho com exposição a material biológico são considerados preocupantes

devido ao risco de adoecimento dos trabalhadores da área da saúde, podendo acarretar prejuízos às

instituições, em razão dos custos trabalhistas e previdenciários implicados. Os acidentes podem levar à

interrupção das atividades laborais e até representar um evento traumático (tanto físico quanto

psicológico), em função da espera dos resultados de exames sorológicos e da possibilidade de soro

conversão para o acidentado e seus colegas, igualmente sujeitos aos mesmos riscos.

É necessário recomendar propostas de intervenções nos serviços de saúde, para a minimização

dos riscos biológicos existentes; a partir da necessidade de fazer cumprir a legislação vigente refletida em

transformação na prática, incluindo reestruturação organizacional, que requer mudanças radicais em

ambiente, no que diz respeito a recursos humanos e de espaço físico, bem como no comportamento dos

trabalhadores e de supervisores, envolvidos na dinâmica do trabalho.

Com base no exposto, percebe-se a importância de se alertar os profissionais de saúde para

desenvolverem atitudes e comportamentos que visem o estabelecimento e a observação das normas de

biossegurança dentro do ambiente de trabalho.

Para tanto, é necessário ter conhecimento a respeito da realidade da instituição no que tange aos

riscos específicos década unidade de trabalho, à frequência e ao tipo de acidentes, além dos processos

envolvidos no que diz respeito à notificação do acidente, ao acompanhamento do acidentado e ao uso

das profilaxias pelo trabalhador.


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TABELAS E ILUSTRAÇÕES

Tabela 1 Descrição dos dados sóciodemográficos dos acidentes com exposição à material biológico

entre profissionais de enfermagem. Sobral, Ceará, Brasil, 2010 a 2014.

Categorias N %

Sexo

Feminino 399 86,0

Masculino 65 14,0

Total 464 100,0

Faixa Etária (anos)

< 20 38 8,0

20 - 39 355 77,0

40 - 59 71 15,0

Total 464 100,0

Situação no Mercado de Trabalho

Empregado registrado 339 73,0

Servidor Público Estatutário 39 8,0

Cooperativado 3 1,0

Empregado não registrado 20 4,0

Trabalho Temporário 21 5,0

Servidor Público Celetista

Outros

Total

12

30

464

3,0

6,0

100,0


Fonte: Sobral. Secretaria da Saúde. Centro de Referência em Saúde do

Trabalhador (CEREST). Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN),

2015.



2015.

Tabela 2 Distribuição do tipo exposição a material orgânico por profissionais de enfermagem. Sobral,

Ceará, Brasil, 2010 a 2014.

Material Orgânico N %

Sangue 379 81,7

Fluído com sangue 23 5,0

Líquido pleural 4 1,0

Soro/plasma 3 0,6

Outros 17 3,7

Ign/Branco 38 8,0

Total 464 100,0

ENFERMEIRO12%

TECNICO DE ENFERMAGEM

38%

AUXILIAR DE ENFERMAGEM

50%

Gráfico 1 Distribuição dos acidentes de trabalho comexposição a material biológico entre os profissionais deenfermagem, segundo a categoria. Sobral, Ceará, Brasil,2010 a 2014.


Fonte: Sobral. Secretaria da Saúde. Centro de Referência em

Saúde do Trabalhador (CEREST). Sistema Nacional de Agravos de

Notificação (SINAN), 2015.

Tabela 03 Distribuição dos acidentes de trabalho com exposição a material biológico entre os profissionais

de enfermagem, segundo o uso de Equipamento de Proteção Individual no momento do acidente. Sobral,

Ceará, Brasil, 2010 a 2014.

Uso de EPI no

momento do

acidente

Equipamento de Proteção Individual

Uso de luvas Uso de máscaras Uso de avental Uso de óculos

Sim 337 274 88 23

Não 115 174 352 400

Ign/branco 12 16 24 41



2015.

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