2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

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Reiki Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação , pesquisa Os kanji rei e ki significam "espírito " e "energia "; desse modo, reiki pode ser traduzido como "energia espiritual". Reiki (霊霊 ? / ˈ r e ɪ k / ) é uma prática espiritual , 1 enquadrada no vitalismo . O reiki foi criado em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui e tem por base a crença de que existe uma hipotética energia vital universal "Ki", a versão japonesa do Qi (ou "c'hi"), manipulável através da imposição das mãos. 2 3 Através desta técnica, os praticantes acreditam ser possível canalizar a energia universal (i.e., reiki) em forma de Ki (japonês: ki) a fim de restabelecer um suposto equilíbrio natural, não só espiritual, mas também emocional e físico. O conceito do Ki no qual se baseia o reiki é especulativo, não existem quaisquer evidências científicas da sua existência. É uma prática que não é reconhecida pela comunidade científica com ensaios clínicos aleatórios e controlados a confirmar a sua ineficácia no tratamento de quaisquer doenças. 4 5 6 7 8 Tal e qual como outras terapias placebo, o reiki traz bem-estar aos doentes mas pode privá- los de terapias realmente efetivas. 9 Em 2011 foi publicado o resultado de um ensaio clinico controlado, com dupla ocultação e aleatoriedade, envolvendo 189 pessoas a receber

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ReikiOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

Os kanji rei e ki significam "espírito" e "energia"; desse modo, reiki pode ser traduzido como "energia espiritual".

Reiki (霊気? / ̍ r e ɪ k iː / ) é uma prática espiritual,1 enquadrada no vitalismo. O reiki foi criado em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui e tem por base a crença de que existe uma hipotética energia vital universal "Ki", a versão japonesa do Qi (ou "c'hi"), manipulável através da imposição das mãos.2 3 Através desta técnica, os praticantes acreditam ser possível canalizar a energia universal (i.e., reiki) em forma de Ki (japonês: ki) a fim de restabelecer um suposto equilíbrio natural, não só espiritual, mas também emocional e físico.

O conceito do Ki no qual se baseia o reiki é especulativo, não existem quaisquer evidências científicas da sua existência. É uma prática que não é reconhecida pela comunidade científica com ensaios clínicos aleatórios e controlados a confirmar a sua ineficácia no tratamento de quaisquer doenças.4 5 6 7 8 Tal e qual como outras terapias placebo, o reiki traz bem-estar aos doentes mas pode privá-los de terapias realmente efetivas.9 Em 2011 foi publicado o resultado de um ensaio clinico controlado, com dupla ocultação e aleatoriedade, envolvendo 189 pessoas a receber tratamento num centro de quimioterapia, concluiu-se que o Reiki não era melhor que a terapia placebo.7 6 Em 2008 um ensaio clínico aleatório controlado concluiu que “a evidência é insuficiente para sugerir que o reiki é um tratamento efetivo para qualquer problema de saúde. Portanto o reiki continua por provar.”4 A Sociedade de Cancro Americana10 e o Centro para a Medicina Complementar e Alternativa11 dos Estados Unidos também descobriram que não existe nenhuma evidência científica que sustentem a ideia de que o reiki é efetivo como tratamento para quaisquer doenças.

Índice

1 História

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o 1.1 Derivação do nome

o 1.2 Origens

2 Os cinco princípios do Reiki

3 Ensinamentos

4 Formação

5 Método

6 Eficácia, ciência e a OMS

7 Referências

8 Bibliografia

9 Ver também

10 Ligações externas

História

Derivação do nome

Mikao Usui 臼井甕男 (1865–1926)

Chujiro Hayashi 林 忠次郎 (1880 - 1940)

O palvra reiki é um estrangeirismo do japonês reiki (霊気, que significa "atmosfera misteriosa"), que deriva do chinês 'língqì (靈氣, "influencia sobrenatural"), a primeira utilização de que há registo na língua inglesa data de 1975.12 Em vez da normal transliteração, alguns autores de língua inglesa pseudo-traduziram reiki como "energia vital universal".13

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Reiki escreve-se normalmente como 霊気 em shinjitai kanji ou como レイキ no silabário katakana. É composto pelas palavras rei (霊: "espírito, milagroso, divino") e 'ki (気; qi: "gás, energia vital, sopro de vida, consciência").14 O ki (mais conhecido por qi ou ch'i chinês) no reiki é entendido pelo significado "energia espiritual; energia vital; força vital".15 Algumas traduções equivalentes dos dicionários de Japonês-Inglês são: "sensação de mistério",16 e "uma atmosfera etére (que prevalece nos recintos sagrados de um santuário); (sentido, sentimento) uma presença espiritual (divina)."17 Para além da pronunciação sino-japonesa habitual do reiki, os caracteres kanji 霊気 têm uma leitura japonesa alternativa, nomeadamente ryōge, significando "demónio; fantasma" (especificamente possessão espiritual).18

Origens

O sistema do Reiki foi desenvolvido por Mikao Usui(臼井甕男) em 1922 enquanto praticava Isyu Guo, um treino budista de 21 dias organizado no Monte Kurama 19 Não se sabe quais eram as actividades exigidas a Usui durante o treino, contudo envolviam muito provavelmente meditação, jejum, cânticos e orações.20 21 Alega-se que através de uma revelação mística, Usui ganhou conhecimento e poder espiritual que podia aplicar a outros e que ele apelidou de Reiki e que dizia entrar pelo seu corpo através do seu Chacra Coroa.20 Em abril de 1922, Usui mudou-se para Tokio onde fundou o Usui Reiki Ryōhō Gakkai ("臼 井 靈 氣 療 法 學 會 " em old style characters, que significa "Sociedade do Método de Energia Espiritual Terapêutica de Usui") para assim continuar alegadamente a tratar pessoas com o Reiki.20 22

De acordo com as inscrições no seu túmulo,23 Usui ensinou o seu sistema de Reiki a mais de 2000 pessoas durante a sua vida e dezesseis dos seus alunos continuaram o seu treino para chegar ao terceiro nível.23 24

Enquanto ensinava Reiki em Fukuyama (福山市, Fukuyama-shi), Usui sofreu um enfarte e morreu a 9 de março de 1926.23

Os cinco princípios do Reiki

Usui era um admirador dos trabalhos literários do Imperador Meiji (明治天皇 Meiji tennō). Enquanto desenvolvia o sistema do Reiki, Usui condensou alguns dos trabalhos do imperador num conjunto de princípios éticos (chamados de "Conceitos" 概念 Gainen), que mais tarde se tornaram os Cinco Preceitos do Reiki (五戒 Gokai, significa "Os Cinco Mandamentos", dos ensinamentos do Budismo contra o assassinato, roubo, má conduta sexual, mentira e intemperança). Para muitos praticantes e professores do Reiki é habitual obedecerem estes cinco preceitos ou princípios.25

Kanji

招福の秘法,萬病の霊薬.

今日丈けは:

怒るな,

Rōmaji

Shōfuku no hihō,Manbyō no reiyaku.

Kyō dake wa:

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心配すな,感謝して,業をはけめ,人に親切に.

朝夕合掌して心に念じ,口に唱へよ.

心身改善.臼井霊氣療法.

肇祖,臼井甕男.

Okoru na,Shinpai su na,Kansha shite,Gyō wo hakeme,Hito ni shinsetsu ni.

Asayū gasshō shite kokoro ni nenji,Kuchi ni tonae yo.

Shinshin kaizen.Usui Reiki Ryōhō.

Chōso,Usui Mikao.

O texto que contém os cinco conceitos de Mikao Usui (A escrita japonesa é lida de cima para baixo, da direita para a esquerda).

Português

A arte secreta de convidar a felicidade,A remédio milagroso para todas as doenças.

Só por hoje:

Não se zangue,Não se preocupe,Seja grato,Trabalhe com diligência,Seja gentil para as pessoas.

Todas as manhãs e à noite, junte as mãos em meditação e ore com o seu coração.Afirme na sua mente e cante com a boca.

Para a melhoria da mente e do corpo.Usui Reiki Ryōhō.

O fundador,Mikao Usui.

Ensinamentos

Meridianos.

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Os ensinamentos do Reiki alegam que este é inesgotável26 27 e pode ser usado para produzir um efeito de cura.28 Os praticantes alegam que qualquer pessoa pode aceder a esta "energia"29 por intermédio de um processo de "sintonização" realizado por um mestre de Reiki.30 O Reiki é descrito pelos seus seguidores como uma terapia holística que traz não só cura espiritual, mas também física, mental e emocional.31 A crença é que a "energia" flui através das mãos do emissor para qualquer sítio que estas sejam colocadas.32 Para além desta noção acredita-se que esta "energia" é "inteligente",33 o que significa que o Reiki sabe para onde deve dirigir-se para a efectuar a cura, mesmo que as mãos não estejam colocadas no local exacto.

Formação

O ensino do Reiki fora do Japão está dividido normalmente em três níveis34 ou graus. O Reiki tradicional japonês foi ensinado intensamente sob a orientação de Usui, com reuniões semanais de meditação onde o Reiki era aplicado e usado para monitorizar o corpo para obter diagnósticos energéticos,35 esta prática é conhecida no Japão como Byosen-hō. O Reiki japonês é um tratamento intuitivo e focado, em comparação, por seu lado, o tratamento do Reiki Ocidental pretende tratar geralmente todo o corpo em vez de áreas específicas.

Método

Aplicação de Reiki.

A alegada cura através do método Usui Reiki Ryōhō, em vez medicamentos, usa o olhar, o sopro, o toque e batidas ligeiras.36 Segundo Frank Arjava Petter, Usui tocava nas partes doentes do corpo, massajava-as e dava-lhes batidas ligeiras, acariciava-as, soprava-lhes, fixava-lhes o olhar durante dois ou três minutos e fornecia-lhes "energia"37

e usava uma técnica de cura através da imposição das mãos. É através desta técnica que o utilizadores do reiki acreditam que estão a transferir a energia universal (reiki)ki, através das palmas da mão, e desta pensam estar a colocar em funcionamento um hipotético sistema auto-curativo.38

Eficácia, ciência e a OMS

Apesar de variados relatos pessoais sobre sua eficácia, a reiki não é reconhecida pela medicina e pela ciência. Os estudos sérios realizados para investigar seus efeitos em grandes números de pacientes e com grupos controle, concluiram que as evidências são

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insuficientes para sugerir que reiki é eficiente para o tratamento de qualquer condição ou doença em humanos.4 8 Contudo, O professor Ricardo Monezi, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, possui estudo bastante criticado sobre o assunto, em que afirma ter comprovado a eficácia do Reiki em camundongos.39

Em Abril de 2008 foi publicada uma carta de Edzard Ernst (primeiro professor de Medicina Alternativa no mundo) pedindo que a Fundação do Príncipe do País de Gales para a Saúde Integrada retirasse de circulação dois guias que promoviam "medicina alternativa", visto que continham afirmações imprecisas, inclusive a de que reiki poderia ser usado para tratar doenças físicas, mentais e emocionais, visto que não existem evidências para isso. 40 .

Há uma divulgação errada em sites e blogs de que a reiki é reconhecida como terapia alternativa complementar pela OMS (Organização Mundial de Saúde). A OMS nunca reconheceu reiki oficialmente, como relatado pelo próprio mestre de reiki que divulgou o suposto reconhecimento 41 .

Referências

1. ↑ Lübeck, Petter, e Rand (2001). Capítulo 14, página 108 à 110; Ellyard (2004). Página 79; McKenzie (1998). Páginas 19, 42 e 52; Lübeck (1996). Página 22; Boräng (1997). Página 57; Veltheim e Veltheim (1995). Página 72

2. ↑ Associação Brasileira de Reiki. Página visitada em 30 de janeiro de 2013.

3. ↑ BRCP Divisions & Practises [Institute For Complementary And Natural Medicine (ICNM)]. Institute for Complementary and Natural Medicine. Página visitada em 2 de janeiro de 2011.

4. ↑ a b c (2008) "Effects of Reiki in clinical practice: a systematic review of randomized clinical trials". International Journal of Clinical Practice 62 (6): 947–54. DOI:10.1111/j.1742-1241.2008.01729.x. PMID 18410352. Página visitada em 2 de maio de 2008.

5. ↑ The Status of Reiki Research. nccam.nih.gov. Página visitada em 30 de janeiro de 2013.

6. ↑ a b Reiki Doesn’t Work Either. neurologicablog (17 de outubro de 2011).

7. ↑ a b Investigation of standard care versus sham Reiki placebo versus actual Reiki therapy to enhance comfort and well-being in a chemotherapy infusion center. (maio de 2011). Página visitada em 30 de janeiro de 2012.

8. ↑ a b Campelo, Felipe (15 de março de 2012). Quando a superstição consegue se passar por ciência: o Reiki. www.bulevoador.com.br. Página visitada em 3 de fevereiro de 2013.

9. ↑ "Giving placebos such as reiki to cancer patients does more harm than good".

10. ↑ Título não preenchido, favor adicionar. Página visitada em 18 de outubro de 2011.

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11. ↑ Energy Medicine: An Overview. Arquivado do original em 11 de novembro de 2008. Página visitada em 18 de outubro de 2011.

12. ↑ The San Mateo Times, 2 May 1975, 32/1.

13. ↑ Lübeck, Petter, e Rand (2001). Página 302; McKenzie (1998). Página 18; Shuffrey (1998). Página 1.

14. ↑ Jack Halpern, New Japanese-English Character Dictionary (新漢英字典), Kenkyūsha, 1990, NTC reimpressão, 1993. Ki é também definido como"… espiritos; sentimentos, estado de espírito; temperamento, disposição, natureza, caráter; capacidade de fazer algo, intenção, vontade; cuidado, atenção precaução".

15. ↑ Derivação do nome: Lübeck, Petter e Rand (2001). Capítulo 6)

16. ↑ M. Spahn e W. Hadamidtzy (1989), Japanese Character Dictionary With Compound Lookup via Any Kanji, Nichigai.

17. ↑ T. Watanabe, E., R. Skrzypczak, e P. Snowden (2003). Kenkyūsha's New Japanese-English Dictionary.

18. ↑ Morohashi Tetsuji, 1960, Dai Kan-Wa jiten 大漢和辞典, Taishukan; Todo Akiyasu, 1978, Kan-Wa Daijiten 漢和大字典, Gakken. Os dois dicionários definem ryōge como mononoke もののけ, que significa "fantasma; demónio; espírito maligno" que possui pessoas. Ryō 霊 significa "espírito maligno que possui um ser humano", J. H. Haig 1997.

19. ↑ RAND, William L.. Reiki: The Healing Touch, First and Second Degree Manual. Expandida e revista ed. Michigan, USA: Vision Publications, 1998. p. I-13. ISBN 1-886785-03-1

20. ↑ a b c RAND, William L.. Reiki: The Healing Touch, First and Second Degree Manual. Expandida e revista ed. Michigan, USA: Vision Publications, 1998. p. I-14. ISBN 1-886785-03-1

21. ↑ Usui's 21 day retreat: (Lübeck, Petter, and Rand (2001). Página 14);What is the History of Reiki?

22. ↑ Fundação do Usui Reiki Ryōhō Gakkai: (Lübeck, Petter, e Rand (2001). Página 14)

23. ↑ a b c Inscrições do memorial de Usui

24. ↑ Número de pessoas ensinadas por Usui: (Lübeck, Petter, e Rand (2001). Página 16)

25. ↑ QUEST, Penelope. Living the Reiki Way. Londres: Piatkus, 2008. 17–18 p. ISBN 0-7499-2832-8

26. ↑ Reiki inesgotável. McKenzie (1998). Página 18; Boräng (1997). Página 9

27. ↑ Reiki as universal life force energy: Lübeck, Petter, and Rand (2001). Página 62; McKenzie (1998). Página 18; Ellyard (2004). Página 75; Lübeck (1994).

Page 8: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

Página 13; Boräng (1997). Página 8

28. ↑ McKenzie (1998). Página 18; Lübeck, Petter, and Rand (2001). Pages 14 and 68; Veltheim and Veltheim (1995). Página 30; Ellyard (2004). Página 27

29. ↑ Anyone can be attuned to Reiki: (Lübeck, Petter, and Rand (2001). Página 8); (Veltheim and Veltheim (1995). Página 35); (Ellyard (2004). Página 77)

30. ↑ Access is by means of attunement: (Ellyard (2004). Página 27 and 31); (Lübeck, Petter, and Rand (2001). Página 22); (McKenzie (1998). Pages 18 and 19); (Gollagher (1998). Página 26); (Boräng (1997). Página 12)

31. ↑ Reiki is holistic, bringing healing on physical, mental, emotional and spiritual levels: (Baginski and Sharamon (1988). Página 35); (Gollagher (1998). Página 44); (Boräng (1997). Página 10); (McKenzie (1998). Página 81)

32. ↑ Reiki activates or enhances natural healing: (McKenzie (1998). Página 18); (Veltheim and Veltheim (1995). Pages 78 and 93); (Gollagher (1998). Página 24)

33. ↑ Reiki is "intelligent": (Ellyard (2004). Pages 28 and 29); (Boräng (1997). Página 10)

34. ↑ Reiki is taught in 3 levels: (McKenzie (1998). Página 54); (Veltheim and Veltheim (1995). Página 117); (Petter (1997). Página 38)

35. ↑ USUI, Dr. Mikao; Frank Arjava Petter. The Original Reiki Handbook of Dr. Mikao Usui: The Traditional Usui Reiki Ryoho Treatment Positions and Numerous Reiki Techniques for Health and Well-being. [S.l.: s.n.], 200. p. 7. ISBN 0-914955-57-8

36. ↑ USUI, Dr. Mikao; Frank Arjava Petter. The Original Reiki Handbook of Dr. Mikao Usui: The Traditional Usui Reiki Ryoho Treatment Positions and Numerous Reiki Techniques for Health and Well-being. [S.l.: s.n.], 200. p. 25. ISBN 0-914955-57-8

37. ↑ USUI, Dr. Mikao; Frank Arjava Petter. The Original Reiki Handbook of Dr. Mikao Usui: The Traditional Usui Reiki Ryoho Treatment Positions and Numerous Reiki Techniques for Health and Well-being. [S.l.: s.n.], 200. p. 22. ISBN 0-914955-57-8

38. ↑ Reiki flows through hands: (McKenzie (1998). Página 18); (Ellyard (2004). Página 27); (Boräng (1997). Página 9); (Veltheim and Veltheim (1995). Página 33)

39. ↑ Projeto Luz: Projeto Luz: Dissertação de Mestrado - Prof. Ricardo Monezi - Comprova a eficácia em camundongos projetoluz.pontodeluz.net (2012). Página visitada em 3 de dezembro de {{{3}}}.

40. ↑ The Times (online), 17.04.2008: Prince of Wales's guide to alternative medicine ‘inaccurate’, página visitada em 7 de Setembro de 2011

41. ↑ OMS nunca reconheceu o reiki oficialmente.

Page 9: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

Bibliografia

BENOR, Daniel J. (M.D.). Spiritual Healing: Scientific Validation of a Healing Revolution. [S.l.]: Vision Publications (MI), 2000. ISBN 1-886785-11-2

LÜBECK, Walter; Petter, Frank Arjava;Rand, William Lee. The Spirit of Reiki: The Complete Handbook of the Reiki System from Tradition to the Present. [S.l.]: Lotus Press, 2001. 304 p. ISBN 978-0914955672

VELTHEIM, John; VELTHEIM, Esther. Reiki - Metaphysics, Science and Philosophy. [S.l.]: Parama, 1995. ISBN 9780964594401

USUI, Mikao; PETTER, Frank Arjava. Original Reiki Handbook of Dr. Mikao Usui. [S.l.]: Lotus Press, 2003. ISBN 9780914955573

PETTER, Frank Arjava. The Hayashi Reiki Manual: Traditional Healing Techniques of the Western Reiki System. [S.l.]: Lotus Press. ISBN 9788178222103

Ver também

Imposição de mãos Imposição das mãos

Chacras

Mikao Usui

Ligações externas

Reiki Pesquisa na USP que comprova a eficácia em camundongos

Trabalho de Pós-graduação sobre a técnica

O Reiki, a TVI e outros tratamentos complementares

(em inglês) Reiki Treatment and Hand Positions

(em inglês) Reiki: Esoteric therapy or quantum interaction?

(em inglês) Reiki healing: No matter nor energy. Just being.

(em inglês) Research from the National Center for Complementary and Alternative Medicine.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Reiki

Budismo

Page 10: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

(Redirecionado de Budista)

Ir para: navegação, pesquisa

A grande estátua do Buda Amitaba, em Kamakura, Japão.

Budismo (páli/sânscrito: बौ�द्ध धर्म� Buddha Dharma) é uma religião 1 e filosofia 1 2 não-teísta 1 , abrangendo uma variedade de tradições, crenças e práticas, baseadas nos ensinamentos atribuídos a Siddhartha Gautama, mais conhecido como Buda (páli/sânscrito: "O Iluminado"). Buda viveu e desenvolveu seus ensinamentos no nordeste do subcontinente indiano, entre os séculos VI e IV a. C.3 .

Ele é reconhecido pelos adeptos como um mestre iluminado que compartilhou suas ideias para ajudar os seres sencientes a alcançar o fim do sofrimento (ou Dukkha), alcançando o Nirvana (páli: Nibbana) e escapando do que é visto como um ciclo de sofrimento do renascimento.4

Os ensinamentos de Buda Shakyamuni chegaram ao Tibete pela primeira vez no século V. Foi somente a partir do século VII, no entanto, quando o Rei Trisong Deutsen convidou da Índia o monge e erudito Shantarakshita e o Mestre Guru Padmasambava para construírem o Monastério de Samye, que o budismo firmemente se estabeleceu no país das neves. Durante a primeira fase de propagação do Darma no Tibete, surgiu a escola mais antiga do Budismo Tibetano, conhecida como Nyingma, palavra tibetana que significa “antigo”. As quatro escolas; posteriormente, após um período em que um dos reis tentou dizimar o budismo do país, houve um novo fluxo de mestres indianos e novas traduções de textos sagrados. Com isso formaram-se novas linhagens de práticas. Quatro escolas principais foram estabelecidas e são conhecidas até hoje: Nyingma, Kagyu, Sakya, Gelupa. Através dos séculos, os ensinamentos de Buda Shakyamuni

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foram transmitidos de professor a aluno por meio das diferentes linhagens de práticas existentes nas quatro escolas principais. A pureza dos métodos se manteve porque os detentores dessas linhagens alcançaram realização e maestria das instruções recebidas.

Mesmo o budismo sendo uma prática muito popular na Ásia, os dois ramos são encontrados em todo o mundo. Várias fontes colocam o número de budistas no mundo entre 230 milhões e 500 milhões, tornando-o a quinta maior religião do mundo 5 6 .

As escolas budistas variam sobre a natureza exata do caminho da libertação, a importância e canonicidade de vários ensinamentos e, especialmente, suas práticas7 8 . Entretanto, as bases das tradições e práticas são as Três Joias: O Buda (como seu mestre), o Dharma (ensinamentos baseados nas leis do universo) e a Sangha (a comunidade budista)9 . Encontrar refúgio espiritual nas Três Joias ou Três Tesouros é, em geral, o que distingue um budista de um não-budista.10 Outras práticas podem incluir a renúncia convencional de vida secular para se tornar um monge (sânsc.; pāli: Bhikkhu) ou monja (sânsc.; pāli: Bhikkhuni).

Índice

1 A vida de Buda 2 Conceitos budistas

o 2.1 A vida e o mundo

2.1.1 Carma: lei de causa e efeito

2.1.2 Renascimento

2.1.3 O ciclo de samsara

o 2.2 Sofrimento: causas e soluções

2.2.1 As Quatro Nobres Verdades

2.2.2 O Nobre Caminho Óctuplo

2.2.3 Caminho do Meio

o 2.3 A forma como as coisas são

2.3.1 Impermanência, sofrimento e não-eu

2.3.2 Originação dependente

2.3.3 Vazio

2.3.4 Especulações contra a existência direta na epistemologia budista

3 Escolas

4 Nirvana

5 Origens

Page 12: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

6 Cosmologia

7 Escrituras

8 Difusão do budismo

o 8.1 Índia

o 8.2 Sri Lanka e Sudeste da Ásia

o 8.3 China

o 8.4 Coreia e Japão

o 8.5 Tibete

o 8.6 Budismo gnóstico

9 Bibliografia

o 9.1 Notas

o 9.2 Referências

10 Ver também

11 Ligações externas

A vida de Buda

Ver artigo principal: Siddhartha Gautama

Gautama com seus cinco companheiros, que, mais tarde, compuseram a primeira Sangha (comunidade monástica budista). Pintura da parede de um templo no Laos.

[Expandir]

Parte de uma série sobre

Budismo

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De acordo com a narrativa convencional, o Buda nasceu em Lumbini (hoje, patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por volta do ano 566 a. C. e cresceu em Capilvasto 11 : ambos, atuais localidades nepalesas 12 13 . Logo após o nascimento de Siddhartha, um astrólogo visitou o pai do jovem príncipe, Suddhodana, e profetizou que Siddhartha iria se tornar um grande rei e que renunciaria ao mundo material para se tornar um homem santo, se ele, por ventura, visse a vida fora das paredes do palácio.

O rei Suddhodana estava determinado a ver o seu filho se tornar um rei, impedindo, assim, que ele saísse do palácio. Mas, aos 29 anos, apesar dos esforços de seu pai, Siddhartha se aventurou por além do palácio diversas vezes. Em uma série de encontros (em locais conhecidos pela cultura budista como "quatro pontos"14 ), ele soube do sofrimento das pessoas comuns, encontrando um homem velho, um outro doente, um cadáver e, finalmente, um ascético sadhu, aparentemente contente e em paz com o mundo. Essas experiências levaram Gautama, eventualmente, a abandonar a vida material e ir em busca de uma vida espiritual.

Siddhartha Gautama fez uma primeira tentativa, experimentando a ascese e quase morreu de fome ao longo do processo. Mas, depois de aceitar leite e arroz de uma menina da vila, ele mudou sua abordagem. Concluiu que as práticas ascéticas extremas, como o jejum prolongado, respiração sem pressa e a exposição à dor trouxeram poucos benefícios, espiritualmente falando. Deduziu, então, que as práticas eram prejudiciais aos praticantes15 . Ele abandonou o ascetismo, concentrando-se na meditação anapanasati, através da qual descobriu o que hoje os budistas chamam de "caminho do meio": um caminho que não passa pela luxúria e pelos prazeres sensuais, mas que também não passa pelas práticas de mortificação do corpo16 .

Quando tinha 35 anos de idade, Siddhartha sentou-se embaixo de uma figueira-dos-pagodes (Ficus religiosa)17 18 hoje conhecida como árvore de Bodhi 16 , localizada em Bodh Gaya, na Índia e prometeu não sair dali até conseguir atingir a iluminação espiritual19 20 21 .

A lenda diz que Siddhartha conheceu a dúvida sobre o sucesso de seus objetivos ao ser confrontado por um demônio chamado Mara, que simboliza o mundo das aparências e muitas vezes é representado por uma cobra naja. Ainda segundo a lenda, Mara teria oferecido o nirvana à Sidarta, contudo ele teria percebido que isso o levaria a se distanciar do mundo e o impediria de transmitir seus ensinamentos adiante. Assim, por volta dos quarenta anos, Sidarta se transformou no Buda, o Iluminado, atraindo um grupo de seguidores e instituiu uma ordem monástica. A partir de então, passaria seus dias ensinando o darma, viajando por toda a parte nordeste do subcontinente indiano. Ele sempre enfatizou que não era um deus e que a capacidade de se tornar um buda pertencia ao ser humano. Faleceu aos oitenta anos de idade, em 483 a. C., em Kushinagar, na Índia.

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Os estudiosos se contradizem em relação às afirmações sobre a história e os fatos da vida de Buda. A maioria aceita que ele viveu, ensinou e fundou uma ordem monástica, mas não aceita de forma consistente os detalhes de sua biografia. Segundo o escritor Michael Carrithers, em seu livro O Buda, o esboço de uma vida tem que ser verdadeiro: o nascimento, a maturidade, a renúncia, a busca, o despertar e a libertação, o ensino e a morte22 .

Ao escrever uma biografia sobre Buda, Karen Armstrong disse: "É obviamente difícil, portanto, escrever uma biografia de Buda, atendendo aos critérios modernos, porque temos muito pouca informação que pode ser considerada 'histórica'... mas podemos estar razoavelmente confiantes, pois Siddhartta Gautama realmente existiu e os seus discípulos preservam a sua memória, sua vida e seus ensinamentos"23 .

Conceitos budistas

A vida e o mundo

Carma: lei de causa e efeito

Ver artigo principal: Carma no budismo

Tradicional thangka do budismo tibetano alusivo à "Roda da Vida", com seus seis reinos.

Carma (do sânscrito कर्म�, transl. karmam, e em pali, kamma, "ação"). No budismo é a força de samsara sobre alguém. Boas ações (páli: kusala), e/ou ações ruins (páli: akisala) geram "sementes" na mente24 , que virão a aflorar nesta vida ou em um renascimento subsequente 25 . Com o objetivo de cultivar as ações positivas, o sila é um conceito importante do budismo, geralmente, traduzido como "virtude", "boa conduta", "moral" e "preceito".

No budismo, o carma se refere especificamente a essas ações (do corpo, fala e mente) que brotam da intenção mental (páli:cetana)26 e que geram consequências (frutos) e/ou

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resultados (vipaka). Cada vez que uma pessoa age, há alguma qualidade de intenção em sua mente e essa intenção muitas vezes não é demonstrada pelo seu exterior, mas está em seu interior e este determinará os efeitos dela decorrentes.

No budismo Teravada, não pode haver salvação divina ou perdão de um carma, uma vez que é um processo puramente impessoal que faz parte do Universo. Outras escolas, como a Maaiana, porém, têm opiniões diferentes. Por exemplo, os textos dos sutras (como o Sutra do Lótus, Sutra de Angulimala e Sutra do Nirvana) afirmam que, recitando ou simplesmente ouvindo seus textos, as pessoas podem expurgar grandes carmas negativos. Da mesma forma, outras escolas, Vajrayana por exemplo, incentivam a prática dos mantras como meio de cortar um carma negativo27 .

Renascimento

Ver artigo principal: Renascimento

Renascimento se refere a um processo pelo qual os seres passam por uma sucessão de vidas como uma das muitas formas possíveis de senciência. Entretanto, o budismo, natural da Índia, rejeita conceitos de "autoestima" permanente ou "mente imutável", eterna, como é chamada no cristianismo e até mesmo no hinduísmo, pois, no budismo, existe a doutrina do anatta, sobre a inexistência de um "eu" permanente e imutável.

De acordo com o budismo, o renascimento em existências subsequentes deve antes ser entendido como uma continuação dinâmica, um constante processo de mudança - "originação dependente" (sânscrito: pratītya-samutpāda) - determinado pelas leis de causa e efeito (carma), em vez da noção de um ser encarnado ou transmigrado de uma existência para outra.

Cada renascimento ocorre dentro de um dos seis reinos, de acordo com os nossos reinos de desejos, podendo variar de acordo com as escolas28 29 30 :

1. seres dos infernos : aqueles que vivem em um dos muitos infernos;2. preta : o reino de seres que padecem de necessidades sem alívio, sofrimento,

remorsos, fome, sede, nudez, miséria, sintomas de doenças, entre outros;30

3. animais : um espaço de divisão com os humanos, mas considerado como outra vida;

4. deva : comparado ao paraíso;30

5. semideuses : variavelmente traduzido como "divindades humildes", demônios, titãs e antideuses; não é reconhecido pelas escolas Teravada e Maaiana;

6. seres humanos : um dos reinos de renascimento, em que é possível atingir o nirvana.

O renascimento em alguns dos céus mais altos, conhecido como o mundo de Śuddhāvāsa (moradas puras), pode ser alcançado apenas por pessoas com enorme realização espiritual, conhecidos como não-regressistas (sânscrito: anāgāmis). Já o renascimento no reino sem forma (sânscrito: arupa-dhatu) pode ser alcançando apenas por aqueles que podem meditar sobre o arupajhanas, o maior objeto de meditação.

De acordo com o budismo praticado no leste asiático e o budismo tibetano, há um estado intermediário (o bardo) entre uma vida e a próxima. A posição Teravada

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ortodoxa rejeita esse conceito, no entanto existem passagens no Samyutta Nikaya do Cânone Páli (coleção de textos em que a tradição Teravada é baseada) que parecem dar apoio à ideia de que o Buda ensinou que existe um estado intermediário entre esta vida e a próxima.

O ciclo de samsara

Ver artigo principal: Samsara

Samsara é o ciclo das existências nas quais reinam o sofrimento e a frustração engendrados pela ignorância e pelos conflitos emocionais que dela resultam31 . O samsara compreende os três mundos superiores (deva, semideuses e seres humanos) e os três inferiores (seres dos infernos, preta e animais), julgados não por um valor, mas em função da intensidade de sofrimento32 .

Os budistas acreditam, em sua maioria, no samsara. Este, por sua vez, é regido pelas leis do carma: a boa conduta produzirá bom carma e a má alma produzirá carma maléfico. Assim como os hindus, os budistas interpretam o samsara não-esclarecido como um estado de sofrimento. Só nos libertaremos do samsara se atingirmos o estado total de aceitação, visto que nós sofremos por desejar coisas passageiras, e alcançarmos o nirvana ou a salvação33 .

Sofrimento: causas e soluções

As Quatro Nobres Verdades

Ver artigo principal: Quatro Nobres Verdades

De acordo com o Cânone Páli, As Quatro Nobres Verdades foram os primeiros ensinamentos deixados pelo Buda depois de atingir o nirvana34 . Algumas vezes, são consideradas como a essência dos ensinamentos do Buda e são apresentadas na forma de um diagnóstico médico35 :

1. a vida como a conhecemos é finalmente levada ao sofrimento e/ou mal-estar (dukkha), de uma forma ou outra;

2. o sofrimento é causado pelo desejo (trishna). Isso é, muitas vezes, expressado como um engano agarrado a um certo sentimento de existência, a individualidade, ou para coisas ou fenômenos que consideramos causadores da felicidade e infelicidade. O desejo também tem seu aspecto negativo;

3. o sofrimento acaba quando termina o desejo. Isso é conseguido através da eliminação da ilusão (maya), assim alcançamos um estado de libertação do iluminado (bodhi);

4. esse estado é conquistado através dos caminhos ensinados pelo Buda.

Esse método é descrito por alguns acadêmicos ocidentais e ensinado como uma introdução ao budismo por alguns professores contemporâneos do Maaiana, como por exemplo o Dalai Lama 36 .

De acordo com outras interpretações de mestres budistas e eruditos, e recentemente reconhecidas por alguns estudiosos ocidentais não-budistas, as "verdades" não

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representam meras declarações e/ou indicações, entretanto estas podem ser agrupadas em dois grupos 37 :

1. o sofrimento e as causas do sofrimento;2. a cessação do sofrimento e os caminhos para a libertação.

Assim, a Enciclopédia Macmillan de Budismo simplifica As Quatro Nobres Verdades, deixando-as da seguinte maneira:

1. "A Verdade Nobre Que Está Sofrendo";2. "A Verdade Nobre Que É O Surgimento do Sofrimento";

3. "A Verdade Nobre Que É O Fim do Sofrimento";

4. "A Verdade Nobre Que Produz o Caminho para o Fim do Sofrimento".

A compreensão tradicional do Teravada sobre As Quatro Nobres Verdades é que estas são um ensino avançado para aqueles que estão "prontos"38 . A posição Maaiana é que eles são ensinamentos prejudiciais para as pessoas que ainda não estão prontas para ensinar26 . No Extremo Oriente, os ensinamentos são pouco conhecidos39 .

O Nobre Caminho Óctuplo

Ver artigo principal: Nobre Caminho Óctuplo

O Dharmachakra representando o Nobre Caminho Óctuplo.

O Nobre Caminho Óctuplo - A Quarta Nobre Verdade do Buda - é o caminho para a o fim do sofrimento (dukkha). Tem oito seções, cada uma começando com a palavra samyak (que em sânscrito significa "corretamente" e "devidamente"), e são apresentadas em três grupos:

prajna : é a sabedoria que purifica a mente, permitindo-lhe atingir uma visão espiritual da natureza de todas as coisas. Engloba:

1. dṛṣṭi (ditthi): ver a realidade como ela é, não apenas como parece ser;

2. saṃkalpa (sankappa): a intenção de renúncia, de liberdade e inocuidade.

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sila : é a ética ou moral, a abstenção de atos nocivos. Engloba:

3. vāc vāc (vāca): falando de uma maneira verdadeira e não-ofensiva;

4. karman (kammanta): agir de uma maneira não-prejudicial;

5. ājīvana (ājīva): o meio de vida deve seguir os preceitos citados anteriormente40 .

samadhi : é a disciplina mental necessária para desenvolver o domínio sobre a própria mente. Isso é feito através de práticas, engloba:

6. vyāyāma vyāyāma (vāyāma): fazer um esforço para melhorar;

7. smṛti (sati): ver as coisas como elas estão com a consciência clara da realidade presente dentro de si mesmo, sem desejo ou aversão;

8. samādhi (samādhi): meditar ou concentrar-se de maneira correta.

A prática do Caminho Óctuplo é compreendida de duas maneiras: desenvolvimento simultâneo dos oito itens paralelamente, ou como uma série progressiva pela qual o praticante se move, ao conquistar um estágio. Contudo, os quatro nikāyas principais e o Caminho Óctuplo, geralmente, não são ensinados para leigos e são pouco conhecidos no Extremo Oriente39 .

Os oito itens do caminho normalmente são apresentados em três divisões (ou treinamentos elevados), como mostrado abaixo:

Divisão ItemSânscrito,

PaliDescrição

Sabedoria(Sânscrito: prajna,Pāli: paññā)

1. Visão corretasamyag dṛṣṭi,

sammā ditthi

Enxergar a realidade como ela é, não como ela parece ser

2. Intenção correta

samyag saṃkalpa,

sammā sankappa

Intenção de renúncia, libertação e inofensividade

Conduta Ética(Sânscrito: sila,Pāli: sīla)

3. Fala corretasamyag vāc,sammā vāca

Falar de forma verdadeira e não agressiva

4. Ação correta

samyag karman,sammā kammanta

Agir de forma não agressiva

5. Viver corretamente

samyag ājīvana,

Viver de forma não agressiva

Page 19: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

sammā ājīva

Concentração(Sânscrito e Pāli: samadhi)

6. Esforço correto

samyag vyāyāma,sammā vāyāma

Se esforçar para melhorar

7. Atenção correta

samyag smṛti,sammā sati

Estar atento para enxergar as coisas com a consciência clara;estar consciente da realidade presente dentro de si mesmo, sem qualquer desejo ou aversão

8. Concentração correta

samyag samādhi,sammā samādhi

Correta meditação e concentração, como os primeiros quatro jhanas

Caminho do Meio

Ver artigo principal: Caminho do Meio

Um importante princípio orientador da prática budista é o Caminho do Meio, que se diz ter sido descoberto pelo Buda, antes de sua iluminação. O Caminho do Meio tem várias definições:

1. a prática de não-extremismo: um caminho de moderação e distância entre a autoindulgência e a morte;

2. o meio-termo entre determinadas visões metafísicas;

3. uma explicação do nirvana (perfeita iluminação), um estado no qual fica claro que todas as dualidades aparentes no mundo são ilusórias;

4. outros termos para o sunyata, a última natureza de todos os fenômenos (na escola Maaiana).

A forma como as coisas são

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Debate entre monges do Sera Monastery, no Tibet.

Estudiosos budistas têm produzido uma quantidade notável de teorias intelectuais, filosóficas e conceitos de visão do mundo (por exemplo: filosofia budista, abhidharma e a realidade no budismo). Algumas escolas do budismo desencorajam estudos doutrinários, algumas os consideram como essenciais, pelo menos para algumas pessoas em algumas fases do budismo.

Nos primeiros ensinamentos budistas, de certa forma, compartilhado por todas as escolas existentes, o conceito de libertação (nirvana) está intimamente ligado com a correta compreensão de como a mente lida com o estresse. Ao termos conhecimento sobre o apego, um sentimento de desapego é gerado e se é liberado do sofrimento (dukkha) e do ciclo de renascimento (samsara). Para esse efeito, o Buda recomendou ver as coisas através das três marcas da existência.

Impermanência, sofrimento e não-eu

Ver artigo principal: Três Marcas da Existência

Anicca é uma das três marcas da existência. O termo exprime o conceito budista de que todas as coisas são compostas ou fenômenos condicionados, sendo estes, inconstantes, instáveis e impermanentes. Tudo o que podemos experimentar através dos nossos sentidos é composto de peças e sua existência depende de condições externas. Tudo está em fluxo constante e, assim, as condições e coisas em si estão mudando constantemente. As coisas estão vindo constantemente a ser e deixar de ser. Como nada dura, não há nenhuma natureza inerente ou fixada em qualquer objeto ou experiência.

Segundo a doutrina da impermanência, a vida humana incorpora esse fluxo no processo de envelhecimento, no ciclo de renascimento e em qualquer existência de perda. A doutrina afirma ainda que, pelo fato de as coisas serem impermanentes, o apego a elas é inútil e leva ao sofrimento (dukkha).

Page 21: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

Dukkha ou sofrimento (pāli दुक्ख; sanskrit दु�ख duḥkha) é um dos conceitos centrais do budismo. A palavra pode ser traduzida de diversas maneiras, incluindo sofrimento, dor, insatisfação, tristeza, angústia, ansiedade, desconforto, estresse, infelicidade e frustração, por exemplo. Apesar disso, dukkha é traduzido, muitas vezes, como "sofrimento", o seu significado filosófico é mais semelhante a "inquietação", como na condição de ser perturbado41 . Devido a isso, algumas literaturas preferem não traduzir o verbete, como é o caso do inglês, com o objetivo de englobar em uma palavra todos os significados42 43 44 .

Anatta, ou anatman, refere-se à noção da inexistência de um "eu". Após uma análise cuidadosa, verifica-se que nenhum fenômeno é realmente "eu" ou "meu", estes conceitos são, na realidade, construídos pela mente. O nikayas, no anatta, não é entendido como uma afirmação metafísica, mas como uma aproximação para ganhar sofrimento. O Buda rejeitou ambos os conceitos, afirmando que eles nos ligam ao sofrimento.

Originação dependente

Ver artigo principal: Originação Dependente

A doutrina do pratītyasamutpāda é uma parte importante da metafísica budista. Ela afirma que os fenômenos surgem juntos em uma teia interdependente de causa e efeito. É variavelmente traduzida como "orientação dependente", "gênese condicionada", "co-dependente decorrentes" ou "emergência".

O conceito mais conhecido e aplicado do pratītyasamutpāda é o regime dos Doze Nidānas (do páli: nidāna, que significa "provocar", "fundação", "fonte" e "origem"), que explicam a continuação do ciclo de sofrimento e renascimento em detalhe. Os Doze Nidānas descreve uma relação entre as características subsequentes, cada uma dando origem ao nível seguinte:

1. Avidyā: ignorância (especificamente espiritual)26 45

2. Saṃskāras: formações45 ;

3. Vijñāna: consciência26 45 ;

4. Nāmarūpa: nome e forma (refere-se à mente e ao corpo)26 45 ;

5. Ṣaḍāyatana: suas bases do sentidos (olhos, nariz, ouvidos, língua, corpo e mente)45 ;

6. Sparśa: contato (traduzido, também, como "impressão" ou "estimulo" por um objeto)45 ;

7. Vedanā: sensação, traduzida como algo "desagradável", "agradável" ou neutro45 ;

8. Tṛṣṇā: sede, mas, no budismo, refere-se ao desejo45 ;

9. Upādāna: apego ou apreensão45 ;

10. Bhava: ser (existência) ou se tornar (no Teravada possui dois significados: o carma, que produz uma nova existência, e a existência em si)26 45 ;

11. Jāti: nascimento (entendido como ponto de partida)26 45 ;

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12. Jarāmaraṇa: velhice e morte, também traduzida, através do śokaparidevaduḥkhadaurmanasyopāyāsa, como tristeza, lamentação, dor e miséria.45 .

Vazio

Ver artigo principal: Sunyata

O budismo Maaiana foi fundado baseado nas teorias de Nagarjuna, provavelmente o estudioso mais influente dentro das tradições da escola budista. A principal contribuição do filósofo budista foi a exposição sistemática do conceito de sunyata, ou "vazio", comprovada amplamente nos sutras, como Prajnaparamita, importantíssimos na época.

O conceito de "vazio" reúne as outras principais doutrinas budistas, particularmente a anatta e a pratītyasamutpāda (orientação dependente), para refutar a metafísica da Sarvastivada e Sautrāntika (não extintas da escola Maaiana). Para Nagarjuna, não são apenas os seres sencientes que estão vazios de atman; todos os fenômenos (dharmas) são, sem qualquer svabhava (literalmente "própria natureza" ou "autonatureza") e, portanto, sem qualquer essência fundamental, pois eles são vazios de ser independentes, assim, as teorias heterodoxas de Svabhava, circuladas na época, foram desmentidas com base nas demais doutrinas budistas.

Os pensamentos de Nagarjuna são conhecidos como Madhyamaka. Alguns dos escritos atribuídos a Nagarjuna fazem referências explícitas aos textos de Maaiana, mas sua filosofia foi argumentada dentro dos "parênteses" estabelecidos pela ágama. Ele pode ter chegado à sua posição a partir de um desejo de alcançar uma exegese coerente da doutrina do Buda, tal como o Canon. Aos olhos de Naharjuna, o Buda não era apenas um precursor, mas o próprio fundador do sistema Madhyamaka46 .

Os ensinamentos sarvastivada, que foram criticados por Nagarjuna, foram reescritos por estudiosos como Vasubandhu e Asanga e foram, posteriormente, adaptados para a prática do Yoga (sânscrito: Yogacara). Enquanto a escola Madhyamaka declarou que afirmar a existência ou a inexistência de qualquer coisa, em última análise, era inadequado, contudo, alguns expoentes da Yogacara afirmaram que a mente, e só a mente, é real (doutrina conhecida como consciência). Entretanto, nem todos dentro do Yogacara consideram essa afirmação; Vasubandhu e Asanga, em particular, são um exemplo47 .

Além do vazio, a escola Maaiana, muitas vezes, dá ênfase nas noções de discernimento espiritual pleno (prajnaparamita) e na natureza búdica (tathagatagarbha, que significa "embrião budista"). De acordo com o sutras de tathagatagarbha, o Buda revelou a realidade da imortal natureza budista, que se diz ser inerente a todos os seres vivos e permite que todos eles, eventualmente, atinjam a iluminação completa, ou seja, tornando-se Budas.

Especulações contra a existência direta na epistemologia budista

A distinção entre o budismo e outras escolas filosóficas indianas é uma questão da justificação da epistemologia. Apesar de todas as escolas de lógica indiana reconhecerem vários conjuntos das justificativas válidas para o conhecimento (pramana), o budismo, por sua vez, reconhece um conjunto menor do que os outros.

Page 23: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

Todos aceitam a percepção e a inferência, por exemplo, mas, algumas escolas budistas não.

De acordo com as escrituras, durante a sua vida, o Buda permaneceu em silêncio quando questionado sobre as várias questões metafísicas. São perguntas como: se o universo é eterno ou não (ou se é finito ou infinito), se há unidade ou separação do corpo e do atman, a inexistência completa de uma pessoa depois do nirvana, entre outros. Uma explicação para esse silêncio é que tais questões atrapalham a atividade prática para o bodhi nb 1 e trazem o perigo de substituir a experiência de libertação através da compreensão conceitual da doutrina ou pela fé religiosa.

Escolas

Ver artigo principal: Budismo inicial

A sangha original, após a realização de um concílio no século IV a.C, dividiu-se em duas escolas de pensamento: Mahasanghika e Sthaviravada. Desses dois troncos, a única escola remanescente é a Theravada.48 Os três veículos principais são: Escolas Antigas, Escolas Mahayana e Escolas Vajrayana.49

Escolas Antigas: Ch'eng-shih, Chu-she, Jôjitsu, Kusha, Lü-tsung, Mahasanghika, Pudgalavada, Ritsu, Sarvastivada, Sautrantika, Sthaviravada, Theravada e Vaibhashika;49

Escolas Mahayana : Ch'an, Ching-t'u, Chittamatra, Fa-hsiang, Hossô, Hua-yen, Ji-shû, Jnanavada, Jôdo, Jôdo Shin, Kegon, Madhyamaka, Madhyamika, Nichiren, Nieh-p'an, San-lun, Sanron, Tathagatagarbha, Ti-lun, Won, Yogachara, Yün-chi e Zen;49

Escolas Vajrayana : Nyingma, Gelug, Sakya, Jonang, Kadam, Kagyü, Mi-tsung, Shingon, Tendai e T'ien-t'ai.49

Nirvana

1. É a meta do budismo.2. É o apagar do fogo das paixões e a extinção do ego.

3. É não necessitar mais reencarnar.

4. É o que todo budista procura por toda vida, a paz absoluta.

5. É o que faz do homem comum um Buda.

6. É a iluminação.

7. É a extrema paz.

Origens

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A estátua do Tian Tan Buda, monastério Po Lin na ilha de Lantau, Hong Kong.

O budismo formou-se no nordeste da Índia, entre o século VI a.C. e o século IV a.C.. Este período corresponde a uma fase de alterações sociais, políticas e econômicas nessa região do mundo. A antiga religiosidade bramânica, centrada no sacrifício de animais, era questionada por vários grupos religiosos, que geralmente orbitavam em torno de um mestre.

Um desses mestres religiosos, como visto acima com mais detalhes, foi Siddhartha Gautama, o Buda, cuja vida a maioria dos acadêmicos ocidentais e indianos situa entre 563 a.C. e 483 a.C., embora os acadêmicos japoneses considerem mais provável as datas 448 a.C. a 368 a.C.. Siddhartha nasceu na povoação de Kapilavastu, que se julga ser a aldeia indiana de Piprahwa, situada perto da fronteira indo-nepalesa. Pertencia à casta guerreira (ksatriya).

Várias lendas posteriores afirmam que Siddhartha viveu no luxo, tendo o seu pai se esforçado por evitar que o seu filho entrasse em contato com os aspectos desagradáveis da vida. Por volta dos 29 anos, o jovem Siddhartha decidiu abandonar a sua vida, renunciando a todos os bens materiais e adotando a vida de um renunciante. Praticou o ioga (numa forma que não é a mesma que é hoje seguida nos países ocidentais) e seguiu práticas ascéticas extremas, mas acabou por abandoná-las, vendo que não conseguia obter nada delas. Segundo a tradição, ao fim de uma meditação sentado debaixo de uma figueira, descobriu a solução para a libertação do ciclo das existências e das mortes que o atormentava.

Pouco depois, decidiu retomar a sua vida errante. Chegou a um bosque perto de Benares, onde pronunciou um discurso religioso diante de cinco jovens, que convencidos pelos seus ensinamentos, se tornaram os seus primeiros discípulos e com quem formou a primeira comunidade monástica (sangha). O Buda dedicou, então, o resto da sua vida (talvez trinta ou cinquenta anos) a pregar a sua doutrina através de um método oral, não tendo deixado quaisquer escritos.

Cosmologia

Ver artigo principal: Cosmologia budista

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A cosmologia budista considera que o Universo é composto por vários sistemas mundiais, sendo que cada um desses possui um ciclo de nascimento, desenvolvimento e declínio que dura bilhões de anos. Num sistema mundial existem seis reinos, que por sua vez incluem vários níveis, num total de trinta e um.

O reino dos infernos situa-se na parte inferior. A concepção do inferno budista é diferente da concepção cristã, na medida em que o inferno não é um lugar de permanência eterna nem o renascimento nesse local é o resultado de um castigo divino; os seres que habitam no inferno libertam-se dele assim que o mau karma que os conduziu ali se esgota. Por outro lado, o budismo considera que existem não apenas infernos quentes, mas também infernos frios.

Acima do reino dos infernos pelo lado esquerdo, encontra-se o reino animal, o único dos vários reinos perceptível aos humanos e onde vivem as várias espécies. Acima do reino dos infernos pelo lado direito, encontra-se o mundo dos espíritos ávidos ou fantasmas (preta). Os seres que nele vivem sentem constantemente sede ou fome, sem nunca terem essas necessidades saciadas. A arte budista representa os habitantes desse reino como tendo um estômago do tamanho de uma montanha e uma boca minúscula.

O reino seguinte é o dos Asura (termo traduzido como "Titãs" ou dos antideuses). Os seus habitantes ali nasceram em resultado de acções positivas realizadas com um sentimento de inveja e competição e vivem em guerra constante com os deuses.

O quinto reino é o dos seres humanos. É considerado como um reino de nascimento desejável, mas ao mesmo tempo difícil. A vida enquanto humano é vista como uma via intermédia nessa cosmologia, sendo caracterizada pela alternância das alegrias e dos sofrimentos, o que de acordo com a perspectiva budista favorece a tomada de consciência sobre a condição samsárica.

O último reino é o dos deuses (deva) e é composto por vários níveis ou residências. Nos níveis mais próximos do reino humano, vivem seres que, devido à prática de boas acções, levam uma acção harmoniosa. Os níveis situados entre o vigésimo terceiro e o vigésimo sétimo são denominados como "Residências Puras", sendo habitadas por seres que se encontram perto de atingir a iluminação e não voltarão a renascer como humanos.

Escrituras

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Edição do Cânone Pali.

Buda não deixou nada escrito. De acordo com a tradição budista, ainda no próprio ano em que o Buda faleceu teria sido realizado um concílio na cidade de Rajaghra, onde discípulos do Buda recitaram os ensinamentos perante uma assembleia de monges que os transmitiram de forma oral aos seus discípulos. Porém, a historicidade desse concílio é alvo de debate: para alguns esse relato não passa de uma forma de legitimação posterior da autenticidade das escrituras.

Por volta do século I d.C., os ensinamentos do Buda começaram a ser escritos. Um dos primeiros lugares onde se escreveram esses ensinamentos foi no Sri Lanka, onde se constituiu o denominado Cânone Pali. O Cânone Pali é considerado pela tradição Theravada como contendo os textos que se aproximam mais dos ensinamentos do Buda. Não existem, contudo, no budismo um livro sagrado como a Bíblia ou o Alcorão, que seja igual para todos os crentes; para além do Cânone Pali, existem outros cânones budistas, como o chinês e o tibetano.

O cânone budista divide-se em três grupos de textos, denominado "Triplo Cesto de Flores" (tipitaka em pali e tripitaka em sânscrito):

1. Sutra Pitaka: agrupa os discursos do Buda tais como teriam sido recitados por Ananda no primeiro concílio. Divide-se por sua vez em vários subgrupos;

2. Vinaya Pitaka: reúne o conjunto de regras que os monges budistas devem seguir e cuja transgressão é alvo de uma penitência. Contém textos que mostram como surgiu determinada regra monástica e fórmulas rituais usadas, por exemplo, na ordenação. Estas regras teriam sido relatadas no primeiro concílio por Upali;

3. Abhidharma Pitaka: trata do aspecto filosófico e psicológico contido nos ensinamentos do Buda, incluindo listas de termos técnicos.

Quando se verificou a ascensão do budismo Mahayana, essa tradição alegou que o Buda ensinou outras doutrinas que permaneceram ocultas até que o mundo estivesse pronto para recebê-las; dessa forma a tradição Mahayana inclui outros textos que não se encontram no Theravada.

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Difusão do budismo

Índia

Porcentagem de budistas por país.

A partir do seu local de nascimento no nordeste indiano, o budismo espalhou-se para outras partes do norte e para o centro da Índia. Durante o reinado do imperador mauria Asoka, que se converteu ao budismo e que governou uma área semelhante à da Índia contemporânea (com excepção do sul), essa religião consolidou-se. Após ter conquistado a região de Kalinga pela força, Asoka decidiu que a partir de então governaria com base nos preceitos budistas. O imperador ordenou a construção de hospedarias para os viajantes e que fosse proporcionado tratamento médico não só aos humanos, mas também aos animais. O rei aboliu também a tortura e provavelmente a pena de morte. A caça, desporto tradicional dos reis, foi substituída pela peregrinação a locais budistas. Apesar de ter favorecido o budismo, Asoka revelou-se também tolerante para com o hinduísmo e o jainismo.

Asoka pretendeu também divulgar o budismo pelo mundo, como revelam os seus éditos. Segundo estes, foram enviados emissários com destino à Síria, Egipto e Macedónia (embora não se saiba se chegaram aos seus destinos) e para o oriente, para um terra de nome Suvarnabhumi (Terra do Ouro) que não se conseguiu identificar com segurança.

O império mauria chegou ao fim em finais do século II a.C.. A Índia foi então dominada pelas dinastia locais dos Sunga (c.185-173 a.C.) e dos Kanva (c.73-25 a.C.), que perseguiram o budismo, embora este conseguisse prevalecer. Perto do início da era actual, o noroeste da Índia foi invadido pelos citas, que formariam a dinastia dos Kuchans. Um dos mais importantes reis desta dinastia, Kanishka (c. 127-147), foi um grande proselitista do budismo.

Durante a era da dinastia Gupta (320-540), os monarcas favorecem o budismo, mas também o hinduísmo. Em meados do século VI, os Hunos Brancos, oriundos da Ásia Central, invadem o noroeste da Índia, provocando a destruição de inúmeros mosteiros budistas. A partir de 750, a dinastia Pala governou no nordeste da Índia até ao século XII, apoiando os grandes centros monásticos budistas, entre os quais o de Nalanda. Contudo, a partir do século XII, o budismo entra num declínio definitivo devido a

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vários factores. Entre estes, encontravam-se o revivalismo hindu, que se manifestou com figuras como Adi Shankara e pelas invasões dos muçulmanos dos séculos XII e XIII.

Embora o budismo tenha passado por uma verdadeira renovação a partir de 1959, ano em que o Dalai Lama escolhe o exílio, ele parece quase ausente da Índia, a ponto de termos, muitas vezes, de seguir turistas estrangeiros para localizar os lugares santos de antigamente. Nesse percurso, ao longo dos séculos, o budismo suscitou desvios, heresias, seitas.50

Sri Lanka e Sudeste da Ásia

Wat Mahathat, Sukhothai, Tailândia.

A tradição cingalesa atribui a introdução do budismo no Sri Lanka ao monge Mahinda, filho de Asoka, que teria chegado à ilha em meados do século III a.C., acompanhado por outros missionários. Esse grupo teria convertido ao budismo o rei Devanampiya Tissa e grande parte da nobreza local. O rei ordenou a construção do Mahavihara ("Grande Mosteiro" em pali) na então capital do Sri Lanka, Anuradhapura. O Mahavihara foi o grande centro do budismo Theravada na ilha nos séculos seguintes.

Foi no Sri Lanka que, por volta do ano 80 a.C., se redigiu o Cânone Pali, a colectânea mais antiga de textos que reflectem os ensinamentos do Buda. No século V d.C., chegou à ilha o monge Buddhaghosa que foi responsável por coligir e editar os primeiros comentários feitos ao Cânone, traduzindo-os para o pali.

Na Tailândia, o budismo lançou raízes no século VII nos reinos de Dvaravati (no sul, na região de Banguecoque) e de Haripunjaya (no norte, na região de Lamphun), ambos reinos da etnia Mon. No século XII, o povo Tai, que chegou ao território vindo do sudoeste da China, adoptou o budismo Theravada como a sua religião.

A presença do budismo na península Malaia está atestada desde o século IV, assim como nas ilhas de Java e Sumatra. Nessas regiões, verificou-se um sincretismo entre o budismo Mahayana e o xivaísmo, que está ainda hoje presente em locais como a ilha de Bali. Entre o século VII e o século IX, a dinastia budista dos Xailendra governou partes

Page 29: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

da Indonésia e a península Malaia, tendo sido responsável pela construção de Borobudur, uma enorme stupa que é o maior monumento existente no hemisfério sul. O islamismo chegou à Indonésia no século XIV, trazido pelos mercadores, acabando por substituir o budismo como religião dominante. Actualmente o budismo é principalmente praticado pela comunidade chinesa da região.

China

Ver artigo principal: Budismo na China

Pintura nas grutas de Bezeklik, oeste da China, retratando monges budistas.

A tradição atribui a introdução do budismo na China ao imperador Ming de Han (25-220 d.C.), o segundo imperador da dinastia Han do leste. Este imperador teve um sonho no qual viu um ser voador dourado, interpretado por seus conselheiros como uma visão do Buda. O imperador enviou emissários a outros países, a oeste da China, para obter informações sobre a doutrina de Buda.

Escrituas budistas teriam sido trazidas à China, nas costas de cavalos brancos, por Dharmarakṣa e Kaśyapa Mātaṅga, dois grandes monges indianos. Então o imperador ordenou a construção do primeiro templo budista da China, o monastério Baima, na atual cidade de Luoyang, província de Henan. Os monges levaram para a China 42 sutras, contendo 600.000 palavras em sânscrito.

Independentemente da tradição, o budismo só se espalhou na China nos séculos V e VI com o apoio da dinastia Wei e Tang. Durante este período estabelecem-se na China escolas budistas de origem indiana ao mesmo tempo em que se desenvolvem escolas próprias chinesas.

Coreia e Japão

Ver artigo principal: Budismo no Japão

Page 30: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

Kanji japonês para "Zen".

O budismo entrou na Coreia no século IV. Nesta altura, a Coreia não era um território unificado, encontrando-se dividida em três reinos rivais: o reino de Koguryo no norte, o reino de Paekche no sudoeste e o reino de Silla no sudeste. Estes três reinos reconheceriam o budismo como uma religião oficial, tendo sido o primeiro a fazê-lo Paekche (384), seguindo-se o Koguryo (392) e Silla (528). Em 668, o reino de Silla unificou a Coreia sob o seu poder e o budismo conheceu uma era de desenvolvimento. Foi nesse período que viveu o monge Wonhyo Daisa (617-686), que tentou promover um budismo do qual fizessem parte elementos de todas as seitas. No século VIII, foi difundido na Coreia o budismo da escola chinesa Chan, denominado son (ou seon)em coreano e que se tornou a escola dominante. O budismo continuou a florescer durante a era Koryo (935-1392), até que a dinastia Li (1392-1910) favoreceu o confucionismo.

A partir da Coreia e da China, o Budismo foi introduzido no Japão em meados do século VI. Em 593, o príncipe Shotoku declarou-o como religião do Estado, mas o budismo foi até à Idade Média um movimento ligado à corte e à aristocracia sem larga adesão popular (os missionários coreanos tinham apresentado à corte japonesa o budismo como elemento de protecção nacional). Durante a era Nara (710-794)-Héian (794-1185), várias seitas de expressão chinesa começaram a implantar-se no Japão. São deste último período a escola Shingon e Tendai (Tien Tai). Durante a era Kamakura (1185-1333), o budismo populariza-se finalmente com as escolas Terra Pura, Nichiren e Zen (Chan)nas suas principais vertentes chinesas das escolas Rinzai (Linji) e Soto (Caodong).

Tibete

Page 31: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

Deus lamaísta da fortuna.

No Tibete, o budismo propagou-se em dois momentos diferentes. O rei Srong-brtsan-sgam-po (Songtsen Gampo, c.627-c.650), influenciado pelas suas duas esposas budistas, decidiu mandar chamar ao Tibete monges indianos para ali difundirem a religião. Durante o reinado de Khri-srong-lde-btsan (Trisong Deutsen), construiu-se o primeiro mosteiro budista tibetano e em 747 chegou ao território o notável iogue indiano Padmasambhava, que organizou o budismo tibetano e fundou a escola hoje conhecida como Nyingma (ou "escola da tradição antiga", em relação às posteriores escolas estabelecidas por outros professores). Contudo, uma reacção hostil da religião indígena, o Bon, levaria ao declínio do budismo nos dois séculos seguintes.

O budismo seria reintroduzido no Tibete a partir do século XI, com a ajuda do monge indiano Atisa, que chegou ao território em 1042. Com o passar do tempo, formaram-se quatro escolas: Sakyapa, Kagyupa, Nyingmapa e Gelugpa. Em 1578, membros desta última escola converteram o mongol Altan Khan à sua doutrina. Alta Khan criou o título de Dalai Lama, que concedeu ao líder da escola Gelugpa. Em 1641, com ajuda dos mongóis, o quinto Dalai Lama derrotou o último príncipe tibetano e tornou-se o líder temporal do Tibete. Os seguintes dalai lamas foram na prática os governantes do Tibete até à invasão chinesa. O quinto dalai lama criou o cargo de Panchen-lama, que reside no mosteiro de T-shi-lhum-po e que foi visto como uma encarnação do Amitabha.

Budismo gnóstico

No ocidente, graças ao trabalho do VM Samael Aun Weor, ressurgiu o antigo conhecimento gnóstico. Em suas obras, o Mestre cita que a religião do futuro será conformada pelo melhor do conhecimento sagrado do Oriente e o melhor do Ocidente.

Bibliografia

Page 32: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

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BAREAU, André - O Buda: Vida e Ensinamentos. Lisboa: Editorial Presença, 1997. ISBN 972-23-2205-2.

KEOWN, Damien - O Budismo. Lisboa: Temas e Debates, 2002. ISBN 972-759-426-3

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Notas

1. ↑ Majjhima Nikaya (Thanissaro, 1997). Para uma leitura mais profunda sobre o contexto, veja Thanissaro (2004). Em inglês.

Referências

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49. ↑ a b c d Escolas e países buddhistas (em Português). Sangha. Dharmanet. Página visitada em 12 de Dezembro de 2010.

50. ↑ Índia: O livro - Budismo

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Budista

HinduísmoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

Page 40: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

Brama, uma das principais divindades do hinduísmo.

O hinduísmo é uma tradição religiosa 1 que se originou no subcontinente indiano. Frequentemente é chamado de Sanātana Dharma (सना�तना धर्म�) por seus praticantes, frase em sânscrito que significa "a eterna (perpétua) dharma (lei)"2

Num sentido mais abrangente, o hinduísmo engloba o bramanismo, a crença na "Alma Universal", Brâman; num sentido mais específico, o termo se refere ao mundo cultural e religioso, ordenado por castas, da Índia pós-budista.De acordo com o livro História das Grandes religiões "o hinduísmo é um estado de espírito, uma atitude mental dentro de seu quadro peculiar, socialmente dividido, teologicamente sem crença, desprovido de veneração em conjunto e de formalidades eclesiásticas ou de congregação: e ainda substitui o nacionalismo"3 Entre as suas raízes está a religião védica da Idade do Ferro na Índia e, como tal, o hinduísmo é citado frequentemente como a "religião mais antiga",4 a "mais antiga tradição viva"5 ou a "mais antiga das principais tradições existentes".6 7 8 É formado por diferentes tradições e composto por diversos tipos, e não possui um fundador.9 Estes tipos, sub-tradições e denominações, quando somadas, fazem do hinduísmo a terceira maior religião, depois do cristianismo e do islamismo, com aproximadamente um bilhão de fiéis, dos quais cerca de 905 milhões vivem na Índia e no Nepal.10 Outros países com populações significativas de hinduístas são Bangladesh, Sri Lanka, Paquistão, Malásia, Singapura, ilhas Maurício, Fiji, Suriname, Guiana, Trinidad e Tobago, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos.

O vasto corpo de escrituras do hinduísmo se divide em shruti ("revelado") e smriti ("lembrado"). Estas escrituras discutem a teologia, filosofia e a mitologia hinduísta, e fornecem informações sobre a prática do dharma (vida religiosa). Entre estes textos os Vedas e os Upanixades possuem a primazia na autoridade, importância e antiguidade. Outras escrituras importantes são os Tantras, os Ágamas, sectários, e os Puranas (AFI: [Purāṇas]), além dos épicos Maabárata (AFI: [Mahābhārata]) e Ramáiana (AFI: [Rāmāyaṇa]). O Bagavadguitá (AFI: [Bhagavad Gītā]), um tratado do Maabárata,

Page 41: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

narrado pelo deus Críxena (Krishna), costuma ser definido como um sumário dos ensinamentos espirituais dos Vedas.11

Os hindus acreditam num espírito supremo cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistos como meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes, e realizar a verdadeira natureza de seu Ser.

A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos avatares (manifestações corporais) da divindade suprema, Brâman. Particular destaque é dado à Trimurti - uma trindade constituída por Brama (Brahma), Xiva (Shiva) e Vixnu (Vishnu). Tradicionalmente o culto direto aos membros da Trimurti é relativamente raro - em vez disso, costumam-se cultuar avatares mais específicos e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por exemplo Críxena (Krishna), avatar de Vixnu e personagem central do Bagavadguitá.

Os hindus cultuam cerca de 330 mil divindades diferentes.12

Templo hinduísta em Mysore, Índia.

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Índice

1 Etimologia 2 Divisões

3 Definições

4 Crenças

o 4.1 Conceito de Deus

Page 42: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

o 4.2 Devas e avatares

o 4.3 Karma e samsara

o 4.4 Objetivos da vida humana

o 4.5 Ioga

5 Práticas

o 5.1 Rituais

o 5.2 Peregrinação e festivais

6 Escrituras

o 6.1 Shruti

6.1.1 Vedas

6.1.2 Upanixades

o 6.2 Smritis

6.2.1 Puranas

6.2.2 Ramayana e Mahabarata

6.2.3 Bhagavad Gita

6.2.4 As Leis de Manu

7 História

o 7.1 Origens históricas e aspectos sociais

o 7.2 Distribuição geográfica atual

8 Filosofia hindu: as seis escolas védicas

o 8.1 Nyaya

o 8.2 Vaisheshika

o 8.3 Samkhya

o 8.4 Purva Mimamsa

o 8.5 Ioga

o 8.6 Uttara Mimamsa ou Vedanta

8.6.1 Puro monismo: Advaita Vedanta

8.6.2 Monismo qualificado: Vishistadvaita Vedanta

8.6.3 Dualismo: Dvaita Vedanta

Page 43: 2. Budismo, Hinduísmo, Reiki

9 Filosofia hindu: as escolas não védicas

10 Culturas alternativas de adoração

o 10.1 As escolas Bhakti

o 10.2 Tantrismo

11 Temas e simbolismos importantes no hinduísmo

o 11.1 Ahimsa e as vacas

o 11.2 Formas de adoração: murtis e mantras

o 11.3 Mantra

12 Referências

13 Bibliografia

14 Ligações externas

15 Ver também

Etimologia

Hindū é o nome em persa do rio Indo, encontrado pela primeira vez na palavra Hindu (həndu) do persa antigo, correspondente ao sânscrito védico Sindhu.13 O Rigveda chama a terra dos indo-arianos como Sapta Sindhu (a terra dos sete rios no noroeste da Ásia Meridional, um deles o Indo), que corresponde ao Hapta Həndu no Avesta (Vendidad or Videvdad, 1.18), escritura sagrada do zoroastrianismo. O termo foi utilizado para designar aqueles que viviam no subcontinente indiano, ou para além do "Sindhu".14

O termo persa (persa médio Hindūk, persa moderno Hindū) entrou na Índia pelo Sultanato de Délhi e aparece nos textos do sul da Índia, bem como da Caxemira, a partir de 1323 d.C,15 e a partir daí é cada vez mais utilizado, especialmente durante o Raj britânico. Desde o fim do século XVIII a palavra passou a ser usada no Ocidente como um termo que abrange a maioria das tradições religiosas, espirituais e culturais do subcontinente, com a exceção do sikhismo, budismo e jainismo, religiões distintas.16

Divisões

O hinduísmo pode ser subdividido em diversas correntes principais. Dos seis darshanas ou divisões históricas originais, apenas duas escolas, a vedanta e a ioga, sobrevivem. As principais divisões do hinduísmo hoje em dia são o vixnuísmo, o xivaísmo, o smartismo e shaktismo. A imensa maioria dos hindus atuais podem ser categorizados sob um destes quatro grupos, embora ainda existam outros, cujas denominações e filiações variam imensamente.

Alguns estudiosos dividem as correntes do hinduísmo moderno em seus "tipos":17

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Hinduísmo popular , baseado nas tradições locais e nos cultos das divindades tutelares, praticado em nível mais localizado;

Hinduísmo dármico ou "moral diária", baseado na noção de carma, na astrologia, nas normas de sociedade como o sistema de castas, os costumes de casamentos.

Hinduísmo vedanta, especialmente o Advaita (smartismo), baseado nos Upanixades e nos Puranas;

Bhakti , ou "devocionalismo", especialmente o vixnuísmo;

Hinduísmo bramânico védico, tal como é praticado pelos brâmanes tradicionalistas, especialmente os shrautins;

Hinduísmo iogue, baseado especialmente nos Yoga Sutras de Patandjáli. Com os principais templos Hoysaleswara e Khajuraho.

Definições

O hinduísmo não tem um "sistema unificado de crenças, codificado numa declaração de fé ou um credo",18 mas sim é um termo abrangente, que engloba a pluralidade de fenômenos religiosos que se originaram e são baseados nas tradições vêdicas.19 20 21 22

Hindu é originalmente um termo persa, em uso desde os tempos do Sultanato Délhi, e que se referia a qualquer tradição nativa da Índia, em contraste com o islã. Hindu é usado no inglês no sentido de "pagão indiano" desde o século XVII,23 porém a noção do hinduísmo como uma tradição religiosa identificável, qualificando uma das religiões do mundo, surgiu apenas durante o século XIX.

A característica da tolerância compreensiva às diferenças de credo e a abertura dogmática do hinduísmo o torna difícil de ser definido como uma religião de acordo com o conceito ocidental tradicional.24 Embora o hinduísmo seja um conceito prático claro para a maior parte de seus seguidores,[carece de fontes] muitos manifestam algum tipo de problema ao tentar chegar a uma definição do termo, principalmente devido à ampla gama de tradições e ideias incorporadas ou cobertas por ele.18 Embora seja descrito como uma religião, o hinduísmo costuma ser definido com mais frequência como uma 'tradição religiosa'.1 É descrito como a mais antiga das religiões mundiais, e mais diversa em tradições religiosas.5 25 26 27

A maior parte das tradições hindus reverenciam um corpo de literatura sagrada ou religiosa, os Vedas, embora existem exceções; algumas tradições religiosas acreditam que certos rituais específicos sejam essenciais para a salvação, mas diversos pontos de vista sobre o assunto podem coexistir. Algumas filosofias hindus postulam uma ontologia teística da criação, sustento e destruição do universo, enquanto outros hindus são ateus. O hinduísmo por vezes é caracterizado pela crença na reencarnação (samsara), determinada pela lei do karma (karma), e que a salvação é a liberdade deste ciclo de sucessivos nascimentos e mortes; outras religiões da região, no entanto, como o budismo e o jainismo, também acreditam nisto, mesmo estando fora do escopo do hinduísmo.18 O hinduísmo é visto como a mais complexa de todas as religiões históricas vivas do mundo,28 porém a despeito desta complexidade é não apenas numericamente a

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maior delas, como também a mais antiga tradição em existência na Terra, com raízes que se estendem até a pré-história.29

Uma definição do hinduísmo dada pelo primeiro vice-presidente da Índia, o reputado teólogo Sarvepalli Radhakrishnan, diz que ele não é "apenas uma fé", mas que, por estar ele próprio relacionado à união da razão e intuição, não pode ser definido, apenas experimentado.30 De maneira similar, alguns acadêmicos sugerem que o hinduísmo pode ser visto como uma categoria com seus limites pouco definidos, e não uma entidade rígida e bem-definida. Algumas formas de expressão religiosa são centrais ao hinduísmo, enquanto outras não são tão centrais, porém ainda enquadram-se dentro da categoria; com base nisto desenvolveram-se algumas teorias acerca da definição do hinduísmo, como a 'teoria dos protótipos'.31

Os problemas com uma única definição do que realmente se quer dizer pelo termo 'hinduísmo' frequentemente são atribuídas ao fato de que o hinduísmo não tem um fundador histórico único ou comum. O hinduísmo ou, como alguns dizem, 'hinduísmos', não tem um sistema único de salvação, e apresenta diferentes metas de acordo com a seita ou denominação. As formas da religião vêdica são vistos não como uma alternativa ao hinduísmo, mas como a sua forma mais antiga, e praticamente não há justificativa para as divisões estabelecidas pela maior parte dos acadêmicos ocidentais entre o vedismo, o bramanismo e o próprio hinduísmo.32

Uma possível definição de hinduísmo é ainda mais complicada pelo uso frequente do termo "fé" como sinônimo para "religião".18 Alguns acadêmicos33 e diversos praticantes se referem ao hinduísmo com uma definição nativa, como 'Sanātana Dharma', uma frase em sânscrito que significa "a eterna lei" ou "eterno caminho".2 34

Crenças

Escultura no templo de Hoysaleswara representando a Trimurti: Brahma, Shiva e Vishnu.

O hinduísmo é uma corrente religiosa que evoluiu organicamente através dum grande território marcado por uma diversidade étnica e cultural significativa. Esta corrente evoluiu tanto através da inovação interior quanto pela assimilação de tradições ou cultos externos ao próprio hinduísmo. O resultado foi uma variedade enorme de tradições religiosas, que vai de cultos pequenos e pouco sofisticados os principais movimentos da religião, que contam com milhões de aderentes espalhados por todo o subcontinente indiano e outras regiões do mundo. A identificação do hinduísmo como uma religião

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independente, separada do budismo e do jainismo, depende muitas vezes da afirmação dos próprios fiéis de que ela o é.35

Temas proeminentes nas (porém não restritos às) crenças hinduístas incluem o darma (dharma, ética hindu), samsara (samsāra, o contínuo ciclo do nascimento, morte e renascimento), carma (karma, ação e consequente reação), mocsa (moksha, libertação do samsara), e as diversas iogas (caminhos ou práticas).

Conceito de Deus

Ver artigo principal: Deus no hinduísmo

O hinduísmo é um sistema diversificado de pensamento, com crenças que abrangem o monoteísmo, politeísmo,36 panenteísmo, panteísmo, monismo e ateísmo, e o seu conceito de Deus é complexo, e está vinculado a cada uma das suas tradições e filosofias. Por vezes é tido como uma religião henoteísta (isto é, que envolve a devoção a um único deus, embora aceite a existência de outros), porém o termo é visto, da mesma maneira que os outros, como uma generalização excessiva.37

A maior parte dos hindus acredita que o espírito ou a alma - o "eu" verdadeiro de cada pessoa, chamado de ātman — é eterno.38 De acordo com as teologias monistas/panteístas do hinduísmo (tais como a escola Advaita Vedanta), este Atman não pode ser distinguido, em última instância, do Brâman, o espírito supremo; estas escolas são, portanto, chamadas de não-dualistas.39 A meta da vida, de acordo com a escola Advaita, é chegar à conclusão que o seu ātman é idêntico ao Brâman, a alma suprema.40 Os Upanixades afirmam que quem que tome consciência do ātman como o âmago de si próprio estabelece uma identidade com Brâman, atingindo assim o moksha ("liberação" ou "liberdade").38 41

Escolas dualísticas (Ver Dvaita e Bhakti) compreendem Brâman como um Ser Supremo que possui personalidade, e o/a veneram como Vishnu, Brahma, shiva ou Shakti, dependendo da seita. O ātman é dependente de Deus, enquanto o moksha depende do amor a Deus e da graça de Deus.42 Quando Deus é visto como um ser supremo pessoal (em lugar do princípio infinito), Deus é chamado de Ishvara ("O Senhor"43 ), Bhagavan ("O Auspicioso"43 ) ou Parameshwara ("O Senhor Supremo"43 ).39 As interpretações de Ishvara variam, no entanto, da não-crença no Ishvara dos seguidores do Mimamsakas, até a sua identificação com Brâman, pelo Advaita.39 Na maior parte das tradições do vishnuísmo Deus é Vishnu, e o texto das escrituras desta denominação identifica este Ser como Krishna, por vezes chamado de svayam bhagavan. Também existem escolas, como o Samkhya, que têm tendências ateias.44

Devas e avatares

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Críxena (à esquerda), a oitava encarnação (avatar) de Vishnu, ou svaym bhagavan, com sua consorte, Rada - venerada como Radha Krishna em diversas tradições. Pintura tradicional do século XVII.

As escrituras hindus se referem a entidades celestiais chamadas devas (ou devī, na sua forma feminina; devatā é usado como sinônimo de Deva em hindi), "os brilhantes", que pode ser traduzido como "deuses" ou "seres celestiais".45 Os devas são uma parte integrante da cultura hindu, e foram retratados na sua arte, arquitetura, e através de ícones, e histórias mitológicas sobre eles foram relatadas nas escrituras da religião, particularmente na poesia épica indiana e nos Puranas. Frequentemente são, no entanto, dissociados de Ishvara, um deus pessoal supremo que muitos hindus veneram de uma forma particular, como seu i ṣṭ a devatā , ou "ideal escolhido".46 47 A escolha é uma questão de preferência individual48 e tradições regionais e familiares.48

Os épicos hindus e os Puranas relatam diversos episódios da descida de Deus à Terra em sua forma corpórea para restaurar o dharma da sociedade e guiar os humanos ao moksha. Tal encarnação é chamada de avatar. Os avatares mais são os de Vishnu, e incluem Rama (protagonista do Ramáyana) e Krishna (figura central do épico Mahabárata).

Karma e samsara

Ver artigo principal: Karma

Karma pode ser traduzido literalmente como "ação", "obra" ou "feito"49 e pode ser descrito como a "lei moral de causa e efeito".50 De acordo com os Upanixades um indivíduo, conhecido como o jiva-atma, desenvolve samskaras (impressões) a partir das ações, sejam elas físicas ou mentais. O linga sharira, um corpo mais sutil que o físico, porém menos sutil que a alma, armazena as impressões, e lhes carrega à vida seguinte, estabelecendo uma trajetória única para o indivíduo.51 Assim, o conceito de um carma infalível, neutro e universal, relaciona-se intrinsecamente à reencarnação, assim como à personalidade, característica e família de cada um. O carma une os conceitos de livre-arbítrio e destino.

O ciclo de ação, reação, nascimento, morte e renascimento é um contínuo, chamado de samsara. A noção de reencarnação e carma é uma premissa forte do pensamento hindu. O Bagavadguitá afirma que:

“ Assim como uma pessoa veste roupas novas e joga fora as roupas antigas e rasgadas, uma alma encarnada entra em novos corpos materiais, abandonando os antigos. (B.G. 2:22)52 ”

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A samsara dá prazeres efêmeros, que levam as pessoas a desejarem o renascimento para gozar dos prazeres de um corpo perecível. No entanto, acredita-se que escapar do mundo da samsara através do moksha assegura felicidade e paz duradouras.53 54 Acredita-se que depois de diversas reencarnações um atman eventualmente procura a união com o espírito cósmico (Brâman/Paramatman).

A meta final da vida, referida como moksha, nirvana ou samādhi, é compreendida de diversas maneiras diferentes: como uma realização da união de alguém com Deus; como a realização da relação eterna de alguém com Deus; realização da unidade de toda a existência; abnegação total e conhecimento perfeito do próprio Eu; como o alcance de uma paz mental perfeita; e como o desprendimento dos desejos mundanos. Tal realização libera o indivíduo da samsara e termina com o ciclo de renascimentos.55 56

A conceitualização do moksha difere entre as várias escolas de pensamento hindu. O Advaita Vedanta, por exemplo, sustenta que após alcançar o moksha um atman não mais identifica a si próprio como um indivíduo, mas sim como sendo idêntico a Brâman em todos os aspectos. Os seguidores das escolas Dvaita (dualísticas) se identificam como parte de Brâman, e, após atingir o moksha, esperam passar a eternidade num loka (céu),57 na companhia de sua forma escolhida de Ishvara. Assim, diz-se os seguidores do Dvaita desejam "provar o açúcar", enquanto os seguidores do Advaita querem "se tornar açúcar".58

Objetivos da vida humana

Ver artigo principal: Purusharthas

O pensamento hindu clássico aceita os seguintes objetivos da vida humana, conhecidos como os puruṣārthas ou "quatro objetivos da vida": dharma "retidão", "ethikos", artha "sustento", "riqueza", kāma "prazer sensual", mok ṣ a "liberação", "liberdade" [do samsara]".59 60

No Hinduísmo, acredita-se que todos os homens seguem o kama e o artha, mas brevemente, com maturidade, eles aprendem a controlar estes desejos com o dharma, ou a harmonia moral presente em toda a natureza. O objetivo maior seria o infinito, cujo resultado é a absoluta felicidade, moksha, ou liberação (também conhecida como mukti, samadhi, nirvana, etc.) do samsara, o ciclo da vida, morte, e da existência dual.

Ioga

Ver artigo principal: Ioga

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Estátua de Xiva em meditação yogue.

Qualquer que seja a maneira na qual o hindu defina a meta de sua vida, existem diversos métodos (yôgas) que os sábios ensinaram para se atingir aquela meta. Textos dedicados ao ioga incluem o Bagavadgitá (Bhagavad Gita), os Yôga Sutras, o Hatha Yôga Pradipika, a Gheranda Samhita, entre outros, e, como sua base filosófico-histórica, os Upanixades. Os caminhos que um indivíduo pode seguir para atingir a meta espiritual da vida (moksha ou samadhi) incluem, entre outros:

Bhakti Yoga (o caminho do amor e da devoção) Karma Yoga (o caminho da ação correta)

Raja Yoga (o caminho da meditação)

Jnana Yoga (o caminho da sabedoria)61

Raja Yoga (o caminho da união real)

Um indivíduo pode preferir um ou alguns iogas sobre os outros, de acordo com a sua inclinação e entendimento. Algumas escolas devocionais ensinam que o bhakti é, para a maior parte das pessoas, a único caminho prático para se alcançar a perfeição espiritual, com base em sua crença de que o mundo atualmente estaria no Kali Yuga (uma das quatro épocas que formam o ciclo Yuga).62 A prática de um yoga não exclui as outras, e muitos estudiosos acreditam que os diferentes yogas se misturam naturalmente e auxiliam na prática das outros yogas. Por exemplo, acredita-se que a prática da Jñana Yoga inevitavelmente leve ao amor puro (a meta do bacti-ioga), e vice-versa.63 Alguém que pratica a meditação profunda (como no raja-ioga) deve incorporar os princípios centrais do karma-ioga, do jnana-ioga e do bacti-ioga, seja direta ou indiretamente.61 64

Práticas

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A cerimônia visarjan do Senhor Ganexa, durante o festival Chaturthi.

As práticas hinduístas geralmente envolvem a procura da consciência de Deus, e por vezes também a procura de bençãos dos devas. Assim, o hinduísmo desenvolveu muitas destas práticas como forma de ajudar o indivíduo a pensar na divindade em meio à vida cotidiana. Os hindus podem praticar a pūjā (culto ou veneração)43 tanto em casa como num templo. Em seus próprios lares os hindus frequentemente costumam criar um altar, com ícones dedicados às suas formas escolhidas de Deus. Os templos costumam ser dedicados a uma divindade primária e às divindades subordinadas que lhe são associadas, embora alguns templos sejam dedicados a mais de uma divindade. A visita a templos não é obrigatória,65 e muitos os visitam apenas durante os festivais religiosos. Os hindus realizam seu culto através dos murtis, ícones; o ícone serve como uma ligação tangível entre o fiel e Deus.66 A imagem costuma ser considerada uma manifestação de Deus, já que Ele é imanente. O Padma Purana afirma que o mūrti não deve ser visto como apenas pedra ou madeira, mas sim como uma forma manifesta da Divindade.67 Algumas seitas hindus, como o Ārya Samāj, não acreditam em venerar Deus através de ícones.

O hinduísmo possui um sistema desenvolvido de simbolismo e iconografia para representar o sagrado na arte, arquitetura, literatura e em seu culto. Estes símbolos ganham seu significado das escrituras, mitologia ou tradições culturais. A sílaba Om (que representa o Parabrahman) e o sinal da suástica (que simboliza auspiciosidade) acabaram passando a representar o próprio hinduísmo, enquanto outros símbolos, como a tilaka, identificam um seguidor da fé. O hinduísmo ainda apresenta diversos símbolos que são costumeiramente associados a divindades específicas, como o lótus, chakra e veena.

Os mantras são invocações, louvores e orações que, através de seu significado, som e estilo de canto, ajudam um devoto a focar a sua mente nos pensamentos sagrados ou exprimir devoção a Deus ou às divindades. Muitos devotos realizam abluções matinais às margens de um rio sagrado, enquanto cantam o Gayatri Mantra ou os mantras Mahamrityunjaya. O poema épico Maabárata exalta o japa (canto ritualístico) como o maior dever durante o Kali Yuga (que os hindus acreditam ser a era presente), e muitos adotam o japa como sua prática espiritual primordial.[carece de fontes]

Rituais

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Tradicionais diyas e outros itens usados em orações durante uma cerimônia de casamento hindu.

A imensa maioria dos hindus praticam rituais religiosos diariamente,68 porém a observância destes rituais varia enormemente de acordo com as regiões, cidades ou aldeias e indivíduos. A maior parte dos hindus segue estes rituais religiosos em seus lares.69 Os hindus mais devotos também executam tarefas diárias, como venerar durante a alvorada, depois de se banhar (normalmente num santuário familiar, num ritual que também envolve o acendimento de uma lâmpada e a colocação de oferendas de alimentos diante de imagens das divindades), recitar os escritos religiosos, cantar hinos devocionais, meditar, cantar mantras, entre outros.69 Um fator de destaque nos rituais religiosos é a divisão entre o puro e o impuro (ou poluído). Atos religiosos pressupõem algum grau de impureza ou poluição para o seu praticamente, que devem ser anulados ou neutralizados antes ou durante o decorrer do ritual. A purificação, feita geralmente com água, é portanto um aspecto típico da maior parte dos atos religiosos do hinduísmo.69 Outras características incluem a crença na eficácia do sacrifício e do conceito de mérito, ganho através da realização da caridade ou de bons atos, que acumulam com o tempo e reduzem o sofrimento no próximo mundo.69 Os ritos védicos da oblação pelo fogo (yajna) são atualmente apenas práticas ocasionais, embora sejam altamente reverenciadas na teoria. Nas cerimônias de casamentos e funerais hindus, no entanto, o yajña e o entoamento de mantras védicos ainda são a norma.70 Os rituais, upacharas, mudam com o tempo; por exemplo, nas últimas centenas de anos alguns rituais, como as danças sagradas e as oferendas musicais nos tradicionais conjuntos de Upacharas Sodasa, recomendados pelo Agama Shastra, foram substituídos por oferendas de arroz e doces.

Ocasiões como nascimentos, casamentos e mortes envolvem o que são frequentemente conjuntos elaborados de costumes religiosos. No hinduísmo, os rituais que tratam do ciclo da vida incluem o Annaprashan (a primeira ingestão de comida sólida por um bebê), Upanayanam ("cerimônia do fio sagrado" pela qual passam as crianças de castas elevadas em sua iniciação na educação formal) e Shraadh (ritual de conceder banquetes em nome dos falecidos).71 72 Para a maior parte das pessoas na Índia, o noivado de um jovem casal e a data e hora exatas do casamento são questões decididas pelos pais, em

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consultas com astrólogos.71 Na morte, a cremação, que é considerada obrigatória para todos, com a exceção de sanyasis, hijra e crianças abaixo de cinco anos,[carece de fontes] costuma ser executada envolvendo-se o corpo em algum tecido e queimando-o sobre uma pira.

Peregrinação e festivais

Ver artigo principal: Festivais hindus

Diwali, o festival das luzes, é o festival principal do hinduísmo. Aqui são mostradas as tradicionais Diyas, que frequentemente são acesas durante o Diwali.

A peregrinação não é obrigatória no hinduísmo, embora muitos de seus seguidores as realizem. Os hindus reconhecem diversas cidades sagradas na Índia, incluindo Allahabad, Haridwar, Varanasi e Vrindavan. Entre as cidades que possuem templos famosos está Puri, que abriga um dos principais templos vixnuísta de Jagannath e a comemoração de Rath Yatra; Tirumala - Tirupati, lar do Templo Tirumala Venkateswara; e Katra, onde se localiza o templo de Vaishno Devi. Os quatro locais sagrados de Puri, Rameswaram, Dwarka e Badrinath (ou, alternativamente, as cidades de Badrinath, Kedarnath, Gangotri e Yamunotri, no Himalaia) compõem o circuito de peregrinação de Char Dham (quatro moradas). O Kumbh Mela (o "festival das jarras") é uma das peregrinações hindus mais sagradas, realizada a cada quatro anos; a localização é alternada entre Allahabad, Haridwar, Nashik e Ujjain. Outro importante grupo de peregrinações são os Shakti Peethas, onde a Deusa Mãe é cultuada, da qual as duas principais são Kalighat e Kamakhya.

O hinduísmo apresenta diversos festivais ao longo do ano. O calendário hindu costuma prescrever estas datas. Estes festivais tipicamente celebram eventos da mitologia hindu, e coincidem muitas vezes com as mudanças de estação. Existem festivais que são celebrados principalmente por seitas específicas ou em certas regiões do Subcontinente Indiano. Alguns dos festivais mais importantes são o Maha Shivaratri, Holi, Ram Navami, Krishna Janmastami, Ganesh Chaturthi, Dussera e Durga Puja, além do Diwali.

Escrituras

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O Rig Veda é um dos mais antigos textos religiosos. Este manuscrito do Rig Veda em particular esta no alfabeto devanágari.

O hinduísmo baseia-se no "tesouro acumulado de leis espirituais descobertas por diferentes pessoas em diferentes tempos."73 74 As escrituras foram transmitidas oralmente, na forma de versos - para auxiliar na sua memorização, muitos séculos antes de serem escritos.75 Ao longo dos séculos diversos sábios refinaram estes ensinamentos e expandiram o cânone. Na crença hindu pós-védica e moderna a maior parte das escrituras não costuma ser interpretadas literalmente; dá-se mais importância aos significados éticos e metafóricos derivados deles.76 A maior parte dos textos sagrados está em sânscrito, e os textos se dividem em duas classes: Shruti e Smriti.

Shruti

Ver artigo principal: Śruti

Shruti (lit: "aquilo que é ouvido")77 refere-se primordialmente aos Vedas, que compõem o mais antigo registro das escrituras hindus. Enquanto muitos hindus veneram os Vedas como verdades eternas reveladas aos antigos sábios (Ṛṣ i s ),74 alguns devotos não associam a criação deles com qualquer divindade ou pessoa, acreditando serem leis do mundo espiritual, que existiriam mesmo se não tivessem sido reveladas aos sábios.73 78 79

Os hindus acreditam que, como as verdades espirituais dos Vedas são eternas, eles estão sendo expressos continuamente, de diferentes maneiras.80

Vedas

Ver artigo principal: Vedas

Os Vedas são os textos mais antigos do hinduísmo, e também influenciaram o budismo, o jainismo e o sikhismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Juntamente com o Livro dos Mortos, com o Enuma Elish, I Ching e o Avesta, eles estão entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, eles também oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga. Enquanto a maioria dos hindus provavelmente nunca leram os Vedas, a reverência por mais uma noção abstrata de conhecimento (Veda significa "conhecimento" em sânscrito) está profundamente impregnada no coração daqueles que seguem o Veda Dharma.

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Existem quatro Vedas: Rig Veda, Sama Veda, Yajur Veda, Atharva Veda. O Rig Veda é o primeiro e mais importante deles.81 Cada Veda se divide em quatro partes: a primeira, o Veda propriamente dito, é o Sa ṃ hitā , que contém mantras sagrados. As outras três partes formam um conjunto em três camadas de comentários, costumeiramente em prosa, tidos como feitos numa data um pouco posterior ao Saṃhitā. São os Brâmanas (Brāhmaṇas), Āra ṇ yakas e os Upanixades. As primeiras duas partes foram chamadas posteriormente de Karmakāṇḍa (parte ritualística), enquanto as últimas duas formam a Jñānakāṇḍa (parte do conhecimento).82 Embora os Vedas tenham como foco os rituais, os Upanixades se concentram numa abordagem espiritual e em ensinamentos filosóficos, discutindo Brâman e a reencarnação.76 83 84

Upanixades

Ver artigo principal: Upanixades

Os Upanixades são denominados Vedanta, porque eles contêm uma exposição da essência espiritual dos Vedas. Entretanto é importante observar que os Upanixades são textos e Vedanta é uma filosofia. A palavra Upanishad significa "sentar-se próximo ou perto", pois os estudantes costumavam sentar-se no solo, próximos a seus mestres.

Os Upanixades organizaram mais precisamente a doutrina védica de auto-realização, yoga, e meditação, karma e reencarnação, que eram veladas no simbolismo da antiga religião de mistérios. Os mais antigos Upanixades são geralmente associados a um Veda em particular, através da exposição de uma brâmana ou Aranyaka, enquanto os mais recentes não.

Formando o coração da Vedanta (Final dos Vedas), eles contêm a técnica de adoração aos deuses védicos e capturam a essência do dito do Rig Veda "A Verdade é Uma". Eles colocam a filosofia hindu separada e acolhendo uma única e transcendente força imanente e inata na alma de cada ser humano, identificando o microcosmo e o macrocosmo como Um. Podemos dizer que enquanto o hinduísmo primitivo é fundamentado nos quatro Vedas, o Hinduísmo Clássico, a Ioga e Vedanta, e correntes tântricas do Bhakti foram modelados com base nos Upanixades.

Smritis

Ver artigo principal: Smriti

O Naradeya Purana descreve a mecânica do universo; neste retrato vê-se Vishnu, com sua consorte, Lakshmi, descansando em Shesha Nag. Narada e Brama também aparecem.

Textos hindus além dos shrutis são chamados coletivamente de smritis ("memória"). Os mais célebres dentre os smritis são os poemas épicos, que consistem do Maabárata

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(Mahābhārata) e do Ramáiana (Rāmāyaṇa). O Bagavadguitá (Bhagavad Gītā), parte integral do Maabárata, e um dos mais populares textos sacros do hinduísmo, contém ensinamentos filosóficos de Krishna, uma encarnação de Vishnu, narradas ao príncipe Arjuna às vésperas de uma grande guerra. O Bhagavad Gītā, narrado por Krishna, é descrito como a essência dos Vedas.85 O Gītā, no entanto, por vezes também chamado de Gitopanishad ("Guitopanixade"), costuma ser categorizado com maior frequência entre os shrutis, por ter um conteúdo de natureza upanixádica.86 Os smritis também incluem os Puranas (Purāṇas), que ilustram ideias hindus através de narrativas vívidas. Também existem textos de natureza sectária, como o Devi Mahatmya (Devī Mahātmya), os Tantras, os Yoga Sutras, Tirumantiram, Shiva Sutras e Agamas (Āgamas). Um texto mais controverso, o Manusmriti, é o livro de leis que epitomiza os códigos sociais do sistema de castas.[carece de fontes]

Puranas

Ver artigo principal: Puranas

Os Puranas são considerados smriti; ensinamentos não escritos passados oralmente de uma geração a outra. Eles são distintos dos shrutis ou ensinamentos em escritos tradicionais. Existem um total de 18 Puranas maiores, todos escritos em forma de versos. Acredita-se que estes textos foram escritos muito anteriormente ao Ramayana e ao Mahabarata. Acredita-se que o mais antigo Purana provém de cerca de 300 a.C., e os mais recentes de 1300-1400 d.C. Apesar de terem sido compostos em diferentes períodos, todos os Puranas parecem ter sido revisados. Tal pode ser notado quando se observa que todos eles comentam que o número de Puranas é 18. Os Puranas variam muito: o Skanda Purana é o mais longo com 81 000versos, enquanto o Brahma Purana e o Vamana Purana são os mais curtos com 10 000 versos cada. O número total de versos em todos os 18 Puranas é 400 000.

Ramayana e Mahabarata

Ver artigo principal: Ramayana e Ramayana

O Ramayana e o Mahabarata são os livros épicos nacionais da Índia. São provavelmente os poemas mais longos escritos em todo o mundo. A obra conta a história de um príncipe, Rama de Ayodhya, cuja esposa Sita é abduzida pelo demônio Rāvana, rei de Lanka.

O Mahabarata é atribuído ao sábio Vyasa, e foi escrito no período entre 540 e 300 a.C.. A obra, que conta a lenda dos báratas, uma das tribos arianas, discute o tri-varga ou as três metas da vida humana: kama ou desfrute sensorial, artha ou desenvolvimento econômico e dharma a religiosidade mundana que se resume em códigos de conduta moral e ritual.

O Ramayana é atribuído ao poeta Valmiki, e foi escrito no primeiro século d.C., apesar de ser baseado em tradições orais que datam de seis ou sete séculos a.C.

Bhagavad Gita

Ver artigo principal: Bhagavad Gita

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A Bhagavad Gita (Bagavadguitá em português) é considerado parte do Maabárata (escrito em 400 ou 300 a.C.), é um texto central do hinduísmo, um diálogo filosófico entre o deus Krishna e o guerreiro Arjuna. Este é um dos mais populares e acessíveis textos do hinduísmo, e é de essencial importância para a religião. O Gita discute altruísmo, dever, devoção, meditação, integrando diferentes partes da filosofia hindu.

As Leis de Manu

Manu é o homem lendário, o "Adão" dos hindus. As leis de Manu, ou Manusmriti, são uma coleção de textos atribuídos a ele.

História

Ver artigo principal: História do hinduísmo

O monte Kailash, no Tibete, é tido como a morada espiritual de Shiva.

A mais antiga evidência de uma religião pré-histórica na Índia data do fim do Neolítico, no período harapano inicial (5500-2600 a.C.).76 87 As crenças e práticas do período pré-clássico (1500-500 a.C.) são chamadas coletivamente de "religião histórica védica". O hinduísmo moderno cresceu a partir dos Vedas, dos quais o mais antigo é o Rig Veda, que data de 1700-1100 a.C..88 Os Vedas centralizam o culto em divindades como Indra, Varuna e Agni, e no ritual do soma. Sacrifícios de fogo eram realizados, chamados de yagna (yajña), e entoavam mantras védicos, porém não construíam templos nem ícones.[carece de fontes] As tradições védicas mais antigas mostram fortes semelhanças com o zoroastrianismo e outras religiões indo-europeias.89

Os principais épicos em sânscrito, o Ramáiana e o Maabárata, foram compilados durante um período extenso que abrangeu os últimos séculos antes de Cristo, e os primeiros da Era Comum, e contêm histórias mitológicas sobre os governantes e as guerras da antiga Índia, intercaladas com tratados religiosos e filosóficos. Os Puranas posteriores recontam histórias sobre os devas e devis, suas interações com os humanos e suas batalhas contra demônios (rakshasas).

Origens históricas e aspectos sociais

Pouco é conhecido sobre a origem do hinduísmo, já que a sua existência antecede os registros históricos. É dito que o Hinduísmo deriva das crenças dos arianos, que residiam nos continentes sub-indianos, ('nobres' seguidores dos Vedas), dravidianos, e harapanos. Alguns dizem que o hinduísmo nasceu com o budismo e o jainismo, mas Heinrich Zimmer e outros indólogos afirmam que o jainismo é muito anterior ao hinduísmo, e que o budismo deriva deste e do Sankhya que em consequência afetaram o

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desenvolvimento de sua religião mãe. Diversas são as ideias sobre as origens dos Vedas e a compreensão se os arianos eram ou não nativos ou estrangeiros na Índia. A existência do Hinduísmo data de 4000 a 6000 mil anos a.C..

Historicamente, a palavra hindu antecede o hinduísmo como religião; o termo é de origem persa e primeiramente referia-se ao povo que residia no outro lado (do ponto de vista persa) do Sindhu ou rio Indo. Foi utilizado para expressar não somente a etnicidade mas a religião védica desde o século XV e XVI, por personalidades como Guru Nanak (fundador do sikhismo). Durante o Império Britânico, a utilização do termo tornou-se comum, e eventualmente, a religião dos hindus védicos foi denominada "hinduísmo". Na verdade, foi meramente uma nova vestimenta para uma cultura que vinha prosperando desde a mais remota Antiguidade.

Distribuição geográfica atual

A Índia, a Maurícia, e o Nepal, assim como a ilha indonésia de Bali têm como religião predominante o hinduísmo; importantes minorias hindus existem em Bangladesh (11 milhões), Myanmar (7,1 milhões), Sri Lanka (2.5 milhões), Estados Unidos (2,5 milhões), Paquistão (4,3 milhões), África do Sul (1,2 milhões), Reino Unido (1,5 milhões), Malásia (1,1 milhões), Canadá (1 milhão), Ilhas Fiji (500 mil), Trinidad e Tobago (500 mil), Guiana (400 mil), Países Baixos (400 mil), Singapura (300 mil) e Suriname (200 mil).

Filosofia hindu: as seis escolas védicas

As seis escolas filosóficas ortodoxas hindus (Astika, que aceitam a autoridade dos Vedas) são Nyaya, Vaisheshika, Sankhya, Yoga, Purva Mimamsa (também denominada Mimamsa) e Uttara Mimamsa (também denominada Vedanta). As escolas não-védicas são denominadas Nastika, ou heterodoxas, e referem-se ao budismo, jainismo e Lokayata. As escolas que continuam a influenciar o hinduísmo hoje são Purva Mimamsa, Yoga, e Vedanta.

Nyaya

Ver artigo principal: Nyaya

A escola Nyaya é de importância ímpar no desenvolvimento da filosofia indiana devido ao seu papel na construção de um sistema lógico e analítico, do qual nasceu todo o resto da filosofia lógica indiana, além de influenciar o desenvolvimento paralelo em diversas outras áreas do pensamento.

O Nyaya foi fundado por Aksapada Gautama, conhecido como Aksapada ("o de olhos fixos nos pés"), que escreveu o texto de maior importância dessa escola, o Nyaya Sutra, por volta do século II a.C.

Inicialmente vista com suspeita pelo clero hindu, passou logo depois a ser promovido por este como ferramenta de debate contra os heterodoxos (materialistas, budistas e jainistas). A escola teve seu prestígio incrementado, e o seu sistema passou a ser visto como um dos meios para se levar à salvação.

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Vaisheshika

Ver artigo principal: Vaisheshika

A escola Vaisheshika representa uma linha de pensamento intimamente associada com a da Nyaya, e originalmente proposta pelo sábio Kanada (ou Kana-bhuk'", literalmente, comedor de átomos), em torno do século II aC.

Basicamente, a Vaisheshika expressa uma forma de atomismo e postula que todos os objetos do universo físico são redutíveis a um número finito de átomos.

Samkhya

Ver artigo principal: Sankhya

A filosofia Sámkhya é anterior ao bramanismo, filosofia que deu origem ao hinduísmo, como coloca o indólogo Heinrich Zimmer em seu clássico Filosofias da Índia. Patandjali, monge do sul da Índia, onde até hoje a tradição tamil preserva elementos das filosofias pré-védicas, tinha formação no sistema Saámkhya-yoga, indissociável. O Sámkhya foi compilado bem antes de Patandjali (que viveu no século II a.C., por Kapila, que viveu pouco tempo antes de Buda. Uma diferença importante entre o Sámkhya e o bramanismo é que o primeiro é dualista, e o segundo monista, mas ambos vêem o espírito, ou Deus, como imanente e transcendente ao mesmo tempo.

Inicialmente vista com suspeita pelo clero hindu, passou logo depois a ser promovido por este como ferramenta de debate contra os heterodoxos (materialistas, budistas e jainistas). A escola teve seu prestígio incrementado, e o seu sistema passou a ser visto como um dos meios para se levar à salvação.

A diferença mais significante do Sámkhya é que a escola de yoga não somente incorpora o conceito do Ishvara (ou "Deus pessoal") numa visão do mundo metafísica mas também sustenta Ishvara como um ideal sobre o qual meditar. A razão é que Ishvara é o único aspecto de purusha (do infinito Terreno Divino) que não foi mesclado com prakrti (forças criativas temporárias). Também utiliza as terminologias Brahman/Atman e conceitos profundos dos Upanixades, adotando uma visão vedântica monista. A realização do objetivo do ioga é conhecido como moksha ou samadhi. E como nos Upanixades, busca o despertar ou a compreensão de Atman como sendo nada mais que o infinito brâmane, através da (mente) ética, (corpo) físico e meditação (alma), o único alvo de suas práticas é a "verdade suprema".

Purva Mimamsa

Ver artigo principal: Purva Mimamsa

A escola Purva Mimamsa (ou "investigação anterior") estabeleceu as bases para a formulação de regras de interpretação dos Vedas. O principal questionamento da Purva Mimamsa se refere à natureza das lei naturais (ou dharma). Segundo esta linha de pensamento, a natureza do dharma não é acessível à razão ou observação, e deve ser inferida a partir da autoridade da revelação contida nos Vedas. Este método empírico e

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eminentemente sensível de aplicação religiosa é a chave para Sanatana Dharma e foi especialmente desenvolvido por racionalistas como Sankaracharya e Swami Vivekananda.

A Purva Mimamsa, sendo fortemente ligada à exegese textual dos Vedas, deu origem ao estudo da filologia, ou da filosofia linguagem na Índia. A introdução da noção de shabda ("discurso") como unidade indivisível de som e significado é devido ao sábio Bhartrhari (século VII).

Ioga

Ver artigo principal: Ioga

O sistema do ioga é geralmente considerado como tendo surgido a partir da filosofia Sankhya. Entretanto o ioga referido aqui, é especialmente o raja-ioga (Raja Yoga, ou união através da meditação). E é baseada em um texto (que exerceu grande influência) de Patandjali intitulado Yoga Sutras, e é essencialmente uma compilação e sistematização da filosofia do Ioga meditacional. Os Upanixades e o Bhagavad Gita também são textos indispensáveis ao estudo da ioga.

Uttara Mimamsa ou Vedanta

Ver artigo principal: Vedanta

A escola Uttara Mimamsa (ou "investigação posterior"), também conhecida como Vedanta, é talvez a pedra angular dos movimentos do hinduísmo, e certamente foi responsável por uma nova onda de investigação filosófica e meditativa, renovação da fé, e reformas culturais. A maior parte da atual filosofia hindu está relacionada a mudanças que foram influenciadas pelo pensamento vedanta, o qual é focalizado na meditação, moralidade e centralização no Eu uno, ao invés de rituais ou distinções sociais como as castas. Primeiramente associada com os Upanixades e seus comentários por Badarayana, e Vedanta Sutra, o pensamento vedanta dividiu-se em três grupos, descritos a seguir.

Puro monismo: Advaita Vedanta

Advaita literalmente significa "não dois"; isto é o que referimos como monoteístico, ou sistema não-dualístico, que enfatiza a unidade. Seu consolidador foi Shankaracharya (788-820). Shankara expôs suas teorias baseadas amplamente nos ensinamentos dos Upanixades e de seu guru Gaudapada. Através da análise da consciência experimental, ele expôs a natureza relativa do mundo e estabeleceu a realidade não dual ou Brahman no qual Atman (a alma individual) ou Brahman (a realidade última) são absolutamente identificadas. Não é meramente uma filosofia, mas um sistema consciente de éticas aplicadas e meditação, direcionadas a obténção da paz e compreensão da verdade. Sankaracharya acusou as castas e rituais como tolos, e em sua própria maneira carismática, suplicou aos verdadeiros devotos a meditarem no amor de Deus e alcançarem a verdade.

Monismo qualificado: Vishistadvaita Vedanta

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Ramanuja (1040 - 1137) foi o principal proponente do conceito de Sriman Narayana como Brahman o supremo. Ele ensinou que a realidade última possui três aspectos: Ishvara (Vixnu), cit ("alma") e acit ("matéria"). Vixnu é a única realidade independente, enquanto alma e material são dependentes de Deus para sua existência. Devido a esta qualificação da realidade última, o sistema de Ramanuja é conhecido como não dualístico.

Dualismo: Dvaita Vedanta

Madhva (1199 - 1278) identificou deus com Vishnu, mas a sua visão da realidade era puramente dualista, pois ele compreendeu uma diferenciação fundamental entre o Deus supremo e a alma individual, e o sistema consequentemente foi denominado Dvaita (dualístico) Vedanta.

Filosofia hindu: as escolas não védicas

As principais escolas não-védicas ou heterodoxas (Nastika) do pensamento hindu são o budismo, o jainismo e Lokayata (ou Carvaka).

Culturas alternativas de adoração

As escolas Bhakti

A escola devocional Bhakti tem seu nome derivado do termo hindu que evoca a ideia de "amor prazeroso, abnegado e estupefante de Deus como Pai, Mãe, Filho Amados", ou qualquer outra forma de relacionamento que encontre apelo no coração do devoto. A filosofia de Bhakti procura usufruto pleno da divindade universal através da forma pessoal, o que explica a proliferação de tantas divindades na Índia, frequentemente refletindo as inclinações particulares de pequenas áreas ou grupos de pessoas. Vista como uma forma de Ioga ou união, ele preconiza a necessidade de se dissolver o ego em Deus, na medida em que a consciência do corpo e a mente limitada, como individualidade, seriam fatores contrários à realização espiritual. Essencialmente, é Deus que promove toda mudança, que é a fonte de todos os trabalhos, que a idade através do amor e da luz. 'Sins' e mal - fazendo da devoto são mencionado cair embora da sua próprio acorde , o entusiasta enrugar limitedness já transcendido , através do amor de Deus. Os movimentos Bhakti rejuvenesceram o Hinduísmo ao longo da sua intensa expressão de fé e receptividade às necessidades emocionais e filosóficas da Índia. Pode-se dizer corretamente que influenciaram a maior onda de mudança em orações e rituais hindus desde tempos remotos.

A mais popular forma de expressão de amor a Deus na tradição hindu é através do puja, ou ritual de devoção, frequentemente utilizando o auxílio de murti (estátua) juntamente com canções ou recitação de orações meditacionais em forma de mantras. Canções devocionais denominadas bhajan (escritas primeiramente nos séculos XIV-XVII), kirtan (elogio), e arti (uma forma filtrada do ritual de fogo Védico) são algumas vezes cantados juntamente com a realização do puja. Este sistema orgânico de devoção tenta auxiliar o indivíduo a conectar-se com Deus através de meios simbólicos. Entretanto, é dito que bhakta, através de uma crescente conexão com Deus, é eventualmente capaz de

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evitar todas as formas externas e é inteiramente imerso na bênção do indiferenciado amor a Verdade.

Tantrismo

A palavra tantra significa "tratado" ou "série continua", e é aplicada a uma variedade de trabalhos místicos, ocultos, médicos e científicos bem como aqueles que agora nos consideramos como "tântricos". A maioria dos tantras foram escritos no final da Idade Média e surgiram da cosmologia hindu.

Temas e simbolismos importantes no hinduísmo

Ahimsa e as vacas

É vital uma nota sobre o elemento ahimsa no hinduísmo para compreender a sociedade que se formou à volta de alguns dos seus princípios. Enquanto o jainismo, à medida que era praticado, era certamente uma grande influência sobre a sociedade indiana - que dizer da sua exortação do veganismo e da não-violência como ahimsa - o termo primeiro apareceu nos Upanixades. Assim, uma influência internamente enraizada e externamente motivada levou ao desenvolvimento de uma grande quantidade de hindus que acabaram por abraçar o vegetarianismo numa tentativa de respeitar formas superiores de vida, restringindo a sua dieta a plantas e vegetais. Cerca de 30% da população hindu actual, especialmente em comunidades ortodoxas no sul da Índia, em alguns estados do norte como o Guzerate e em vários enclaves brâmanes à volta do subcontinente, é vegetariana. Portanto, enquanto o vegetarianismo não é um dogma, é recomendado como sendo um estilo de vida sátvico (purificador).

Os hindus abstêm-se predominantemente de carne, e alguns até vão tão longe quanto evitar produtos de pele. Isto acontece provavelmente porque o largamente pastoral povo Védico e as subsequentes gerações de hindus ao longo dos séculos dependiam tanto da vaca para todo o tipo de produtos lácteos, aragem dos campos e combustível para fertilizante, que o seu estatuto de "cuidadora" espontânea da humanidade cresceu ao ponto de ser identificada como uma figura quase maternal. Assim, enquanto a maioria dos hindus não adora a vaca, e as instruções escriturais contra o consumo de carne surgiram muito depois dos Vedas terem sido escritos, esta ainda ocupa um lugar de honra na sociedade hindu. Diz-se que Krishna é tanto Govinda (pastor de vacas) como Gopala (protector de vacas), e que o assistente de Xiva é Nandi, o touro. Com a força no vegetarianismo (que é habitualmente seguido em dias religiosos ou ocasiões especiais até por hindus comedores de carne) e a natureza sagrada da vaca, não admira que a maior parte das cidades santas e áreas na Índia tenham uma proibição sobre a venda de produtos de carne e haja um movimento entre os Hindus para banir a matança de vacas não só em regiões específicas como em toda a Índia.

Formas de adoração: murtis e mantras

Contrário a crença popular, o hinduísmo prático não é politeístico nem estritamente monoteístico. A variedade de deuses e avatares que são adorados pelos hindus são compreendidos como diferentes formas da Verdade Única, algumas vezes vistos como

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mais do que um mero Deus e um último terreno Divino (Brahman), relacionado mas não limitado ao monismo, ou um princípio monoteístico como Vixnu ou Xiva.

Acreditando na origem única como sem forma (nirguna brahman, sem atributos) ou como um Deus pessoal (saguna Brahman, com atributos), os Hindus compreendem que a verdade única pode ser vista de forma variada por pessoas diferentes. O Hinduísmo encoraja seus devotos a descreverem e desenvolverem um relacionamento pessoal com sua deidade pessoal escolhida (ishta devata) na forma de Deus ou Deusa.

Enquanto alguns censos sustentam que os adoradores de uma forma ou outra de Vishnu (conhecido como Vaishnavs) são 80% dos Hindus e aqueles de Shiva (chamados Shaivaites) e Shakti compõem o restante dos 20%, tais estatísticas provavelmente são enganadoras. A maioria dos Hindus adora muitos deuses como expressões variadas do mesmo prisma da Verdade. Entre os mais populares estão Vishnu (como Krishna ou Rama), Shiva, Devi (a Mãe de muitas deidades femininas, como Lakshmi, Sarasvati, Kali e Durga), Ganesha, Skanda e Hanuman.

A adoração das deidades é geralmente expressa através de fotografias ou imagens (murti) que são ditas não serem o próprio Deus mas condutos para a consciência dos devotos, marcas para a alma humana que significam a inefável e ilimitada natureza do amor e grandiosidade de Deus. Eles são símbolos do princípio maior, representado mas nunca presumido ser o conceito da própria entidade. Consequentemente, a maneira hindu de adoração de imagens as toma apenas como símbolos da divindade, opostos à idolatria, geralmente imposta (erroneamente) aos hindus.

Mantra

Recitação e mantras originaram-se no hinduísmo e são técnicas fundamentais praticadas até os dias de hoje. Muito da chamada Mantra Yoga, é realizada através de japa ("repetições"). Dizem que os mantras, através de seus significados, sons e recitação melódica, auxiliam o sadhaka (aquele que prática) na obtenção de concentração durante a meditação. Eles também são utilizados como uma expressão de amor a deidade, uma outra faceta da Bhakti Yoga necessária para a compreensão de murti. Frequentemente eles oferecem coragem em momentos difíceis e são utilizados para a obtenção de auxílio ou para 'invocar' a força espiritual interior. As ultimas palavras de Mahatma Gandhi enquanto morria foi um mantra ao Senhor Rama: "Hey Ram!"

O mais representativo de todos os mantras Hindu é o famoso Gayatri Mantra:

ॐ भू�भू��वस्व: | तत� सविवत�व�रे�ण्यर्म� | भूर्गो� दे�वस्य ध�र्मवि | धिधय" य" ना: प्रचो"देय�त�Aum bhūrbhuvasvah | tat savitūrvareṇyam | bhargo devasya dhīmahi | dhiyo yo naha pracodayāt

Significa, literalmente: "Om! Terra, Universo, Galáxias (invocação aos três mundos). Que nós alcancemos a excelente glória de Savitr, o Deus. Que ele estimule os nossos pensamentos/meditações."

O mantra Gayatri é considerado o mais universal, o mais importante (maha mantra) de todos os mantras hindus, e invoca o Brâman universal como um princípio de conhecimento e iluminação do sol primordial, mas somente em seu aspecto feminino.

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Muitos hindus até os dias de hoje, seguindo uma tradição que permanece viva por pelo menos 5.000 anos, realizam abluções matinais às margens do rio sagrado (especialmente do rio Ganges. Conhecido como um mantra sagrado, é reverenciado como sendo a forma mais condensada do "Conhecimento Divino" (Veda). E governado pelo princípio, Ma ("Mãe") Gayatri, também conhecido como Veda Mata ("mãe dos Vedas") e intimamente associado à deusa do aprendizado e iluminação, Sarasvati.

O maior objetivo da religião védica é alcançar moksha, ou liberação, através da constante dedicação a Satya (Verdade) e uma eventual realização de Atman (Alma Universal). Não importa se atingido através de meditação ou puro amor, este objetivo universal é alcançado por todos. Deve ser observado que o Hinduísmo é uma fé prática, e é incorporado em cada aspecto da vida. Acredita igualmente no temporal e no infinito, e somente encoraja perspectivas destes principios. Os grandes rishis (sábios, considerados espécies de santos hindus) e também denominados como samsárico (aquele que vive no samsara, i.e. plano temporal ou terrestre) aquele que segue um meio de vida honesto e amável (dhármico) é um jivanmukta (alma vivente liberta). As verdades fundamentais do hinduísmo são melhores compreendidas na frase dos Upanixades, Tat Twam Asi (Assim És Tu), e na última aspiração como segue:

Aum Asato ma sad gamaya, tamaso ma jyotir gamaya, mrityor ma aamritaam gamaya"Aum Conduza-me da ignorância para a verdade, das trevas para a luz, da morte para a imortalidade."

Referências

1. ↑ a b O hinduísmo é definido de diversas maneiras, como "religião", "grupo de crenças e práticas religiosas", "tradição religiosa" etc. O tópico é discutido em Establishing the boundaries, de Gavin Flood (2003), pgs. 1-17.

2. ↑ a b The Concise Oxford Dictionary of World Religions. ed. John Bowker. Oxford University Press, 2000; o uso moderno do termo remonta aos movimentos de reforma do hinduísmo do fim do século XIX (J. Zavos, Defending Hindu Tradition: Sanatana Dharma as a Symbol of Orthodoxy in Colonial India, Religion (Academic Press), Volume 31, Número 2, abril de 2001, pgs. 109-123; ver também R. D. Baird, "Swami Bhaktivedanta and the Encounter with Religions," Modern Indian Responses to Religious Pluralism, editado por Harold Coward, State University of New York Press, 1987); pode ser traduzido também, de maneira menos literal, como "caminho eterno" (Teachings of the Hindu Mystics. Boulder: Shambhala, 2001. p. xiii p. ISBN 1-57062-449-6). Ver também René Guénon, Introduction to the Study of the Hindu Doctrines (1921 ed.), Sophia Perennis, ISBN 0-900588-74-8, parte III, capítulo 5 "The Law of Manu", p. 146. Sobre o significado da palavra "Dharma", ver também Guénon, Studies in Hinduism, Sophia Perennis, ISBN 0-900588-69-3, cap. 5, p. 45

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11. ↑ O Gita Dhyanam é um poema curto tradicional, encontrado às vezes como preâmbulo das edições do Bhagavad Gita. O verso 4 se refere a todos os Upanixades como vacas, e ao Gita como o leite retirado delas. (Chidbhavananda 1997, pp. 67–74)

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que era um hindu, ou indiano, isto é, um pagão.") e sir T. Roe, em Voy. E. Ind. P. della Valle's Trav. E. Ind. 374 (1665) The Inhabitants in general of Indostan were all anciently Gentiles, called in general Hindoes. ("Geralmente os habitantes do Indostão eram todos gentis desde os tempos antigos, e chamados em geral de hindus.")

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45. ↑ Para uma tradução de deva na sua forma singular como "uma divindade, deus", e em sua forma plural como "os deuses" ou "os celestiais e brilhantes", ver: Monier-Williams 2001, p. 492. Na realidade existem diferentes escalões entre os devas; os mais importantes são os mahadevas imortais, como Xiva, Vixnu, etc.; logo a seguir vêm os devas de segundo escalão, como Ganexa, descritos como seus descendentes: eles "nasceram" e seu "tempo de vida" é um tanto limitado (no Movimento Hare Krishna a palavra é traduzida como "semideuses", embora este termo também possa se referir a outros ambientes celestiais, como gandharvas; ver: Vedic cosmology. Vedic Knowledge Online. VEDA - Bhaktivedanta Book Trust. Página visitada em 25-6-2007.). Para uma tradução de devatā como "divindade", ver: Monier-Williams 2001, p. 495.

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56. ↑ Bhaskarananda 1994, pp. 79–86

57. ↑ Os conceitos cristãos de Céu e Inferno não podem ser traduzidos diretamente para o hinduísmo; reinos espirituais como o Vaikunta (residência de Vishnu) ou loka são as analogias mais próximas a um eterno Reino de Deus.

58. ↑ Nikhilananda 1992

59. ↑ como discutido no Maabárata (Mahābhārata) 12.161; Bilimoria et al. (eds.), Indian Ethics: Classical Traditions and Contemporary Challenges (2007), p. 103; ver também Werner 1994, Bhaskarananda 1994, p. 7

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61. ↑ a b Bhaskarananda 1994

62. ↑ Ver, por exemplo, a tradução do Bagavadguitá 11.54: "My dear Arjuna, only by undivided devotional service can I be understood as I am, standing before you, and can thus be seen directly. Only in this way can you enter into the mysteries of My understanding.", Bhaktivedanta 1997, ch. 11.54 ("Meu caro Arjuna, apenas através do serviço devocional pleno posso ser compreendido como sou, diante de você, e assim ser visto diretamente. Apenas desta maneira você poderá entrar nos mistérios da Minha compreensão.")

63. ↑ "One who knows that the position reached by means of analytical study can also be attained by devotional service, and who therefore sees analytical study and devotional service to be on the same level, sees things as they are.", Bhaktivedanta 1997, ch. 5.5. ("Aquele que sabe que a posição alcançada através do estudo analítico também pode ser atingido pelo serviço devocional, e que portanto vê o estudo analítico e o serviço devocional no mesmo patamar, vê as coisas como elas são.")

64. ↑ Monier-Williams 1974, p. 116

65. ↑ Bhaskarananda 1994, p. 157

66. ↑ Bhaskarananda 1994, p. 137

67. ↑ arcye viṣṇau śīlā-dhīr. . . narakī saḥ.

68. ↑ Religious Life. Religions of India. Global Peace Works. Página visitada em 19-4-2007.

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72. ↑ Shraddha. Banglapedia. Sociedade Asiática de Bangladesh. Página visitada em 20-4-2007.

73. ↑ a b Vivekananda 1987, pp. 6–7 Vol I

74. ↑ a b Vivekananda 1987, pp. 118–120 Vol III

75. ↑ Sargeant & Chapple 1984, p. 3

76. ↑ a b c Nikhilananda 1990, pp. 3–8

77. ↑ Ver, por exemplo, René Guénon Man and His Becoming According to the Vedanta (1925 ed.), Sophia Perennis, ISBN 0-900588-62-4, chapter 1, "General remarks on the Vedanta, p.7.

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78. ↑ Obs.: Nyaya-Vaisheshika acredita que os Vedas foram criados por Deus, e não são eternos.

79. ↑ Harshananda, Swami(1989), escrito(a) em Mylapore,'(2ª ed.), Sri Ramakrishna Math, ISBN 81-7120-121-0

80. ↑ Vivekananda 1987, p. 374 Vol II

81. ↑ O Rig Veda não apenas é o mais antigo dos Vedas, mas também um dos textos indo-europeus mais antigos.

82. ↑ Swami Shivananda's mission. Página visitada em 25-6-2007.

83. ↑ Werner 1994, p. 166

84. ↑ Monier-Williams 1974, pp. 25–41

85. ↑ Sarvopaniṣado gāvo, etc. (Gītā Māhātmya 6). Gītā Dhyānam, citado em Introduction to Bhagavad-gītā As It Is.

86. ↑ Coburn, Thomas B. Scripture" in India: Towards a Typology of the Word in Hindu Life, Journal of the American Academy of Religion, Vol. 52, No. 3 (setembro de 1984), pp. 435-459

87. ↑ "Hindu History", BBC.

88. ↑ Oberlies T. Die Religion des Rgveda, Viena 1998. p. 158

89. ↑ A divindade rigvédica Dyaus, tida como pai dos outros deuses, está relacionada, linguisticamente - é um cognato - com Zeus, pai dos deuses na mitologia grega, Jove (Iovis), rei dos deuses na mitologia romana, e Tiu/Ziu na mitologia germânica. [1], cf. inglês 'Tues-day', "terça-feira". Outras divindades védicas também apresentam cognatos com outras encontradas nas mitologias dos povos que falavam o indo-europeu; ver religião proto-indo-europeia.

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Ligações externas

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Rigveda - Britannica Concise Encyclopedia (em inglês) "Hinduism", Microsoft Encarta Online (em inglês)

Ver também

Síntese das religiões orientais Ramana Maharshi

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