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Observatório da Profissão e da Empregabilidade (OPE) 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da Ordem dos Nutricionistas Relatório Preliminar Setembro 2019

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Observatório da Profissão e da Empregabilidade (OPE)

2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros

da

Ordem dos Nutricionistas

Relatório Preliminar

Setembro 2019

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Índice

Índice de Gráficos .......................................................................................................................... 4

1. Enquadramento......................................................................................................................... 1

2. Metodologia .............................................................................................................................. 2

3. Caracterização do Universo de Membros da Ordem dos Nutricionistas e da Amostra Obtida 5

4. Descrição dos Resultados ........................................................................................................ 12

4.1. Evolução do perfil académico .............................................................................................. 12

4.2. Situação profissional no emprego atual ............................................................................... 17

4.2.1. Situação de emprego ........................................................................................................ 17

4.2.2. Desemprego ...................................................................................................................... 18

4.2.3. Volume de trabalho ........................................................................................................... 21

4.2.4. Multiemprego ................................................................................................................... 23

4.2.5. Setor de atividade ............................................................................................................. 26

4.2.6. Remuneração .................................................................................................................... 29

5. Conclusões preliminares ......................................................................................................... 32

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Fluxograma de organização do Questionário do Estudo ............................................................. 4

Gráfico 2. Distribuição dos membros da Ordem dos Nutricionistas por situação da inscrição, comparação

entre universo e amostra. ............................................................................................................................ 6

Gráfico 3. Distribuição etária do universo de membros da Ordem dos Nutricionistas e amostra obtida. .. 6

Gráfico 4. Distribuição do universo de membros da Ordem e amostra obtida por género. ........................ 7

Gráfico 5. Pirâmide etária dos membros da Ordem dos Nutricionistas, 2019. ............................................ 7

Gráfico 6. Perfil académico dos inquiridos, 2015 e 2019. ............................................................................ 8

Gráfico 10. Distribuição dos inquiridos por anos decorridos desde a conclusão da formação inicial, 2019.

...................................................................................................................................................................... 9

Gráfico 12. País de residência dos membros da Ordem dos Nutricionistas, 2019. ...................................... 9

Gráfico 13. Distribuição da amostra por região de residência, 2015 e 2019. ............................................ 10

Gráfico 14. Distribuição dos inquiridos por área de atuação profissional .................................................. 10

Gráfico 15. Distribuição dos inquiridos por área de atuação profissional [Categorização 2015], 2015 e

2019. ........................................................................................................................................................... 11

Gráfico 16. Diplomados em Ciências da Nutrição, Dietética e Dietética e Nutrição, 2003-2017 (DGEEC). 12

Gráfico 17. Percentagem de diplomados inscritos na Ordem dos Nutricionistas, 2003-2017 [DGEEC; ON].

.................................................................................................................................................................... 13

Gráfico 19. Percentagem de membros com Mestrado ou Doutoramento, por sexo, 2015 e 2019. ......... 14

Gráfico 20. Percentagem de membros com Mestrado ou Doutoramento, por região, 2015 e 2019. ....... 14

Gráfico 21. Percentagem de membros com Mestrado ou Doutoramento, área de atuação, 2015 e 2019.

.................................................................................................................................................................... 15

Gráfico 23. Percentagem de membros com formação complementar não conferente de grau, por sexo,

2015 e 2019. ............................................................................................................................................... 15

Gráfico 24. Percentagem de membros com formação complementar não conferente de grau, por região,

2015 e 2019. ............................................................................................................................................... 16

Gráfico 25. Percentagem de inquiridos que obtiveram o grau de Mestre até cinco anos após a conclusão

do primeiro ciclo. ........................................................................................................................................ 16

Gráfico 26. Taxa de desemprego dos licenciados, Portugal, 1998-2019. ................................................... 18

Gráfico 27. Taxa de desemprego por sexo, 2015 e 2019. .......................................................................... 19

Gráfico 28. Taxa de desemprego, anos decorridos após conclusão da formação inicial, 2015 e 2019...... 19

Gráfico 29. Taxa de desemprego por região, 2015 e 2019. ........................................................................ 20

Gráfico 30. Taxa de desemprego por nível de formação, 2015 e 2019. ..................................................... 20

Gráfico 31. Percentagem de inquiridos com volume de trabalho inferior a 25 horas semanais por nível de

formação, 2015 e 2019. .............................................................................................................................. 21

Gráfico 32. Percentagem de inquiridos com volume de trabalho inferior a 25 horas semanais por área de

atuação, 2015 e 2019. ................................................................................................................................ 21

Gráfico 33. Percentagem de inquiridos com volume de trabalho inferior a 25 horas semanais por região,

2015 e 2019. ............................................................................................................................................... 22

Gráfico 34. Incidência de multiemprego por região, 2015 e 2019. ............................................................ 23

Gráfico 35. Incidência de multiemprego por área de atuação, 2015 e 2019. ............................................ 23

Gráfico 36. Incidência de multiemprego por sexo, 2015 e 2019. ............................................................... 24

Gráfico 37. Incidência de multiemprego por nível de formação, 2015 e 2019. ......................................... 24

Gráfico 38. Incidência de multiemprego por anos decorridos após conclusão da formação inicial, 2015 e

2019. ........................................................................................................................................................... 25

Gráfico 39. Setor de atividade dos inquiridos por região, 2019 ................................................................. 26

Gráfico 40. Setor de atividade dos inquiridos por sexo, 2019 .................................................................... 26

Gráfico 41. Setor de atividade dos inquiridos por área de atividade, 2019 ............................................... 27

Gráfico 42. Setor de atividade por nível de formação, 2019. ..................................................................... 27

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Gráfico 43. Setor de atividade por anos decorridos após conclusão da licenciatura, 2019. ...................... 28

Gráfico 44. Remuneração bruta mensal média dos licenciados, Portugal, 2007-2017 [INE] ..................... 29

Gráfico 45. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por região, 2015 e 2019 ........................... 29

Gráfico 46. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por área de atuação, 2015 e 2019 ........... 30

Gráfico 47. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por sexo, 2015 e 2019 .............................. 30

Gráfico 48. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por nível de formação, 2015 e 2019 ........ 31

Gráfico 49. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por número de anos decorridos após

conclusão da formação inicial, 2015 e 2019............................................................................................... 31

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1. ENQUADRAMENTO

A realização do 1º Estudo do Percurso Académico e Socioprofissional dos Membros da Ordem

dos Nutricionistas em 2015 permitiu a caracterização dos Nutricionistas portugueses em

diversas dimensões respeitantes ao seu percurso académico, situação de emprego e carreira

profissional. O trabalho esteve ao cargo do Centro de Investigação em Políticas do Ensino

Superior (CIPES), baseado nas Universidades do Porto e de Aveiro.

Este trabalho desencadeou a implementação do Observatório da Profissão e da

Empregabilidade da Ordem dos Nutricionistas (OPE), encetando ações no sentido da

construção de instrumentos de monitorização que possibilitem a caracterização dos membros

e as tendências da profissão.

A definição de indicadores de caracterização robustos e de aquisição parcialmente

automatizada, com recolha através da página eletrónica da Ordem dos Nutricionistas, assume-

se como fundamental para a prestação de melhor informação aos diferentes agentes que

beneficiem desta, como os membros, o público e entidades públicas e privadas, contribuindo

para a construção de decisões baseadas em evidência.

A Ordem dos Nutricionistas colaborou assim com o CIPES na construção dos indicadores de

caracterização, designadamente na aproximação das particularidades da evolução dos

nutricionistas em Portugal a mecanismos de caracterização usados em contextos mais

abrangentes, com o objetivo de possibilitar a integração da informação compilada em bases de

dados que permitam comparações sistematizadas a nível nacional e internacional.

O ano de 2019 marca a conclusão do processo de construção de indicadores para

implementação e recolha automática, levando igualmente à disseminação de um segundo

questionário desenhado para recolha dos mesmos. Desta forma, cumpre-se igualmente a meta

de replicação do estudo a cada cinco anos, período considerado adequado para deteção de

transformações e tendências na profissão.

Este relatório preliminar inclui secção metodológica e secção com análise da amostra e sua

comparação com o universo de membros da Ordem dos Nutricionistas, para avaliação da sua

representatividade. As variáveis de caracterização usadas na secção de descrição de resultados

serão igualmente pontos de caracterização dos membros da Ordem dos Nutricionistas.

A secção onde se descrevem os resultados encontra-se organizada em subsecções referentes à

Evolução do Perfil Académico, Situação no Emprego Atual, Desemprego, Volume de Trabalho,

Multiemprego, Setor de Atividade e Remunerações.

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2. METODOLOGIA

A recolha de dados foi efetuada através de um questionário disseminado via email e de forma

anonimizada por todos os membros inscritos na Ordem dos Nutricionistas em maio de 2019. A

gestão de contactos e recolha e organização de dados foi prosseguida pelo Observatório da

Profissão e da Empregabilidade da Ordem dos Nutricionistas, utilizando os instrumentos de

recolha desenvolvidos pelo CIPES para o desenvolvimento da plataforma automatizada do

OPE.

A forma de recolha implementada foi replicada a partir do estudo de 2015, com o envio de

três comunicações para os membros da Ordem dos Nutricionistas, entre 13 de maio e 4 de

junho de 2019. A monitorização da receção das mensagens e resposta ao questionário foi

efetuada na plataforma do questionário. Após encerramento do período de respostas, os

dados foram exportados de forma anonimizada para tratamento estatístico.

A taxa de resposta foi de 46,7% e, embora inferior à obtida em 2015 (taxa global de resposta

de 53,7%), é um número relevante, tendo em conta que o número de membros da Ordem dos

Nutricionistas cresceu cerca de 1,7 vezes entre 2015 e 2019 (de 2601 para 4360), e que resulta

numa amostra adequada, com uma margem de erro de 2% para um intervalo de confiança de

95%.

Tabela 1. Taxa de resposta ao Inquérito por tipo de estatuto perante a Ordem dos Nutricionistas.

Global

Efetivos

Estagiários Ativos Suspensos

Taxa de resposta 46,7 47,1 26,8 59,1

Membros que responderam

2034 1760 80 194

Membros da Ordem dos Nutricionistas

4360 3733 299 328

As taxas de resposta segmentadas revelam uma adesão superior dos membros estagiários,

verificada igualmente em 2015, ainda que em amplitude muito menor. No caso dos efetivos,

optou-se por separar os membros com inscrição ativa dos membros com inscrição suspensa,

por se tratar de um grupo que pretendemos caracterizar de forma diferenciada.

Os dados constantes na tabela 1 referem-se à totalidade das respostas obtidas no

questionário, sem distinguir os membros que terminaram o seu preenchimento dos que não

completaram todas as respostas, tendo em conta que os desvios são pouco significativos,

optando-se, como em 2015, por maximizar a informação descritiva para cada parâmetro

analisado. O questionário utilizado em 2019 foi organizado na perspetiva de replicar a

estrutura da plataforma automatizada de recolha de dados estatísticos, servindo igualmente

como primeiro ponto de dados comparativo para recolhas futuras, preservando algumas

dimensões analisadas em 2015, para estabelecimento da progressão de indicadores-chave.

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Existem, por isso, algumas diferenças na agregação de variáveis, designadamente na área de

atuação dos membros, tendo em conta a implementação do processo de especialidades, que

levou igualmente à sua reorganização nos formulários de inscrição – projeto de estágio – para

harmonizar as áreas de atuação com base regulamentar, permitindo igualmente a deteção de

áreas ou locais de exercício profissional emergentes ou altamente diferenciadas através da

possibilidade de seleção e descrição de outras áreas em que os membros considerem exercer

funções. A categorização dos locais de exercício profissional foi também normalizada tendo em

conta o CAE Rev.3, para comparação de dados com outras fontes.

A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao

questionário de 2015 prendem-se com a caracterização separada dos membros efetivos e

estagiários, uma vez que os últimos se encontram numa situação particular no seu percurso

profissional, que apresenta dimensões de caracterização próprias. No que respeita aos

membros efetivos, também a caracterização dos membros com inscrição ativa ou suspensa é

separada, para atender às especificidades de cada um dos grupos de profissionais. Ainda foi

introduzida a dimensão “Empregado noutro setor de atividade”, para avaliação dos membros

que possam estar em situação de emprego, mas que não consideram exercer atividade

profissional como nutricionista.

A restruturação do questionário permite a caracterização demográfica, formativa e dos

parâmetros globais de emprego nas perguntas iniciais, que contêm os indicadores-chave de

interesse público para a caracterização descritiva dos profissionais; a última parte do

questionário refere-se à autoavaliação que os membros fazem das suas competências

profissionais e integração na atividade profissional, bem como a avaliação das perceções

relativamente às áreas de atuação mais relevantes no que diz respeito a dimensões como as

oportunidades de emprego e crescimento. Esta metodologia maximiza a representatividade

nos indicadores de interesse público, para garantir a publicação regular de dados acerca da

profissão.

Sempre que as variáveis de caracterização o permitem, são apresentados concomitantemente

resultados de 2015, para melhor perceção de tendências.

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Gráfico 1. Fluxograma de organização do Questionário do Estudo

Dados Pessoais

Avaliação da evolução da profissão

Informação formação pós-graduada

Formação 1º Ciclo

Formação pós-graduada?

Estado da inscrição?

Caracterização global emprego

Módulo membros suspensos

Módulo membros estagiários

Exerceu funções de Nutricionista?

Em quantos locais exerce atividade

profissional atualmente?

Está inscrito na Ordem como:

Situação atual de

emprego?

Módulo outro setor de atividade Módulo desemprego

Módulo exercício atividade anterior como Nutricionista Avaliação de competências

face ao(s) emprego(s) atual(is)

Caracterização entidade(s) empregadora(s)

Sim

Não

Membro

Membro Efetivo

Ativa

Suspensa

Empregado Outro setor atividade

Empregado Nutricionista Desempregado

Sim

Não

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3. CARACTERIZAÇÃO DO UNIVERSO DE MEMBROS DA ORDEM DOS NUTRICIONISTAS E DA AMOSTRA OBTIDA

Esta secção tem como objetivos a caracterização global dos inquiridos no conjunto das

dimensões de caracterização a usar ao longo do estudo, e aferir os desvios que possam existir

entre as distribuições do universo e da amostra obtida nas variáveis de caracterização

utilizadas no estudo.

No que diz respeito ao ano de término da formação inicial para inscrição na Ordem dos

Nutricionistas, para além dos grupos previstos em 2015, foi definida uma nova variável de

caracterização, que categoriza o ano de término face aos anos decorridos deste a obtenção do

título e o ano atual. Pretende-se, assim, obter uma perspetiva de evolução baseada nos anos

de integração no mercado de trabalho, para comparações mais normalizadas entre os

resultados de 2015 e 2019.

Tabela 2. Variáveis de caracterização utilizadas na descrição dos resultados do estudo

Variável de Caracterização Categorias

Estatuto perante a Ordem Efetivo / Estagiário

Ano de Conclusão da Formação Inicial Até 1998 / 1999-2008 / 2009-12 / 2013-14 / 2015-19

Anos decorridos desde Conclusão da Formação Inicial

Mais de 15 / 5-15 / 2-4 / Menos de 2

Processo de Bolonha Pré-Bolonha / Pós-Bolonha

Ciclo de Ensino Superior Licenciatura (1º Ciclo) / Licenciatura + Formação Pós-graduada / Mestrado (2º Ciclo) / Doutoramento (3º Ciclo)

Sexo Feminino / Masculino

Região de Residência Norte / Porto / Centro / Lisboa / Alentejo / Algarve / Açores / Madeira

Área de Atividade Alimentação Coletiva e Restauração / Nutrição Clínica / Nutrição Comunitária e Saúde Pública / Outra

A categorização pelo estatuto perante a Ordem segue igualmente a definida em 2015, ainda

que se disponham de dados específicos relativamente aos membros efetivos com inscrição

suspensa; desta forma é possível fazer comparações entre os dois estudos mais aproximadas.

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Gráfico 2. Distribuição dos membros da Ordem dos Nutricionistas por situação da inscrição, comparação entre

universo e amostra.

A comparação da distribuição da amostra com o universo dos membros da Ordem dos

Nutricionistas por tipo de inscrição assemelha-se à obtida no cálculo das taxas de resposta ao

inquérito, com menor representatividade dos membros efetivos com inscrição suspensa e

maior no caso dos membros estagiários.

No que concerne à distribuição etária, as diferenças entre amostra e universo são igualmente

pequenas. Destaca-se, à semelhança dos resultados de 2015, o elevado número de membros

com idade inferior a 40 anos, correspondendo a quase 80% do universo. Na amostra obtida, os

desvios com maior relevância são a menor proporção de inquiridos com idades entre os 30-39

anos e a maior proporção de inquiridos com idade menor que 30 anos, que são consistentes

com os resultados obtidos na distribuição por tipo de inscrição, já que os membros estagiários

são, em regra, mais novos.

Gráfico 3. Distribuição etária do universo de membros da Ordem dos Nutricionistas e amostra obtida.

86,5

3,99,5

85,6

6,9 7,5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Ativos Suspensos

Membros efetivos Membros estagiários

%

Amostra Universo

41,8

36,4

14,0

6,6

1,1

40,538,9

13,6

5,9

1,1

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

<30 30-39 40-49 50-59 ≥60

%

Amostra Universo

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A profissão de Nutricionista continua a registar uma assimetria forte na distribuição por sexo,

com preponderância de respondentes do sexo feminino, verificada no universo de membros e

na amostra obtida. Também nesta dimensão as diferenças são mínimas entre o universo e a

amostra, reforçando a sua representatividade.

Gráfico 4. Distribuição do universo de membros da Ordem e amostra obtida por género.

As diferenças nas idades de homens e mulheres verificadas em 2015, que revelavam que os

primeiros eram comparativamente mais velhos esbateram-se em 2019. A proporção de

homens e mulheres em cada faixa etária é relativamente semelhante, não existindo diferenças

superiores a 2% entre grupos etários dos diferentes géneros.

Gráfico 5. Pirâmide etária dos membros da Ordem dos Nutricionistas, 2019.

91,3

8,7

89,9

10,1

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Feminino Masculino

%

Amostra Universo

10,1

2,9

3,8

2,2

0,8

0,3

89,9

37,6

35,1

11,4

5,1

0,8

100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 20,0

Total

<30

30-39

40-49

50-59

≥60

%

Feminino Masculino

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No que concerne ao perfil académico dos inquiridos, destaca-se a reduzida percentagem de

membros doutorados, igualmente registada em 2015. Registam-se ligeiros aumentos das

proporções de membros com formação pós-graduada, no âmbito de mestrado ou formação

não conferente de grau, definida em ambos os inquéritos como “Formação pós-graduada não

conferente de grau, com duração igual ou superior a 3 meses a tempo inteiro (ou

aproximadamente 120 horas de formação não contínua) ”, acompanhados da redução de

membros sem formação adicional à licenciatura.

Gráfico 6. Perfil académico dos inquiridos, 2015 e 2019.

A distribuição dos inquiridos por ano de conclusão da formação inicial e por número de anos

decorridos até à atualidade revela o crescimento da profissão. A proporção reduzida dos

membros com menos de 2 anos decorridos desde a conclusão da formação inicial, que inclui os

membros diplomados em 2018 e 2019 reflete não só a menor amplitude dos grupos, como

também o facto de a mediana entre o término da Licenciatura e o início do estágio ser de 185

dias1. É igualmente de relevar a reduzida proporção de membros que concluíram a formação

inicial há mais de 15 anos, resultado consistente com o número de diplomados, apresentado

em capítulo posterior.

1 Gabinete de Estágios da Ordem dos Nutricionistas, dados questionários Avaliação do Estágio, 2013-2017; não publicados.

58

2117

4

53,1

23,619,5

3,8

0

10

20

30

40

50

60

70

Licenciatura Licenciatura +Formação

Mestrado Doutoramento

%

2015 2019

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Gráfico 7. Distribuição dos inquiridos por anos decorridos desde a conclusão da formação inicial, 2019.

Para além do número reduzido de membros da Ordem dos Nutricionistas que completaram a

sua formação de base fora de Portugal, também a maior parte declara residir em Portugal,

registando-se 3% dos membros com residência no estrangeiro. Destes, dois terços residem em

países da União Europeia/Espaço Económico Europeu, correspondendo a 2% do total de

membros.

Gráfico 8. País de residência dos membros da Ordem dos Nutricionistas, 2019.

O relatório de 2015 não contemplava a segmentação regional para residentes fora de Portugal,

pelo que para análise comparativa entre os dois pontos de dados, as proporções de membros

residentes nas diferentes Unidades Territoriais (NUTS II) foram ajustadas para corresponderem

ao total de membros residentes em Portugal, não se verificando diferenças face a 2015. A

separação dos centros urbanos de Lisboa e Porto será utilizada aquando da categorização dos

indicadores a analisar, à semelhança da metodologia seguida em 2015.

15,1

52,6

24,3

8,0

0

10

20

30

40

50

60

Mais de 15 5 - 15 2 - 4 Menos de 2

%

97%

2% 1%

Portugal UE/EEE Fora UE/EEE

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Gráfico 9. Distribuição da amostra por região de residência, 2015 e 2019.

A área de atuação dos membros da Ordem dos Nutricionistas é a última dimensão considerada

para caracterização dos membros. A evolução regulamentar no que diz respeito a esta

matéria, designadamente a publicação do Regulamento Geral de Especialidades Profissionais

da Ordem dos Nutricionistas, veio acompanhada da procura de uma sistematização mais

harmonizada das áreas de atuação dos membros. Ainda que o quotidiano do exercício

profissional dos Nutricionistas se faça do cruzamento entre diversas áreas e saberes, e uma

proporção significativa de membros da Ordem dos Nutricionistas mantenham empregos com

foco em áreas diferenciadas em diversos locais de atuação, foi solicitado aos inquiridos que

indicassem para cada local de trabalho a área preponderante – que ocupa a maior parte do

tempo – incluindo a opção de indicar “Outra área de atividade”, para avaliar não só áreas

potencialmente emergentes, como para aferir a perceção dos membros face à sua própria

atuação profissional. No caso de membros com mais de um local de trabalho, foi considerada

nesta caracterização global a área de atuação indicada no emprego principal.

Gráfico 10. Distribuição dos inquiridos por área de atuação profissional

3,9 4,7

15,1

32,1

39,1

2,6 2,5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Alentejo Algarve Centro Lisboa Norte RA Açores RAMadeira

%

2015 2019

61,518,9

10,3

9,3

Nutrição Clínica

Alimentação Coletiva eRestauração

Nutrição Comunitária e SaúdePública

Outra

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A Nutrição Clínica permanece como a área de atuação com maior proporção de membros em

exercício profissional, ganhando maior proporção em 2019 face a 2015. O aumento da

proporção de áreas de atividade classificadas como “Outra” pelos inquiridos é relativo,

principalmente, à indicação de “Nutrição Desportiva” como área de atividade profissional,

refletindo a perceção que os membros têm da sua diferenciação face às áreas de atuação

tradicionais.

Gráfico 11. Distribuição dos inquiridos por área de atuação profissional [Categorização 2015], 2015 e 2019.

Na próxima secção utilizaremos estas variáveis de caracterização como instrumento na análise

dos percursos formativos e profissionais dos membros da Ordem dos Nutricionistas. Sempre

que possível, à semelhança do que foi apresentado nesta secção, procuraremos estabelecer

comparações entre o estudo de 2015 e o atual trabalho, para analisar a progressão dos

profissionais em 5 anos.

19

52

11

4 4

10

18,9

61,5

10,3

3,2 1,94,2

0

10

20

30

40

50

60

70

AlimentaçãoColetiva e

Restauração

Nutrição Clínica NutriçãoComunitária eSaúde Pública

InvestigaçãoCientífica e Ensino

em Nutrição

Tecnologia,Inovação eMarketingAlimentar

Outra

%

2015 2019

Page 17: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

12

4. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS

Nesta secção serão descritas algumas dimensões consideradas prioritárias para caracterização

do perfil académico e de emprego dos membros da Ordem dos Nutricionistas. Na secção 4.1

abordar-se-á a caracterização formativa e na secção 4.2 a caracterização da situação de

emprego atual, contribuindo para a análise dos indicadores-chave respeitantes a esta

dimensão e sua alteração entre 2015 e 2019.

4.1. EVOLUÇÃO DO PERFIL ACADÉMICO

A apresentação de dados de contexto reveste-se de particular importância para a

interpretação dos resultados obtidos neste estudo, tendo em conta a forte influência de

fatores conjunturais nas diversas dimensões de caracterização dos inquiridos, que são, como já

descrito, muito jovens.

O número de diplomados em Ciências da Nutrição, Dietética e Dietética e Nutrição registou

forte crescimento entre os anos de 2007 e 2014. Os anos de 2009 e 2010 são atípicos, pois no

primeiro registou-se um aumento do número de diplomados influenciado pela implementação

do Processo de Bolonha numa IES, com a graduação de duas turmas que ingressaram em anos

diferentes; no caso do segundo, deve-se ao início dos processos de obtenção de equivalência a

licenciatura em Ciências da Nutrição de IES que conferia grau académico aproximado, tendo

implementado o título académico habilitante concomitantemente ao Processo de Bolonha.

Gráfico 12. Diplomados em Ciências da Nutrição, Dietética e Dietética e Nutrição, 2003-2017 (DGEEC).

O crescimento do número de diplomados ou estas situações atípicas não parecem, contudo,

afetar a percentagem de diplomados que se inscrevem na Ordem dos Nutricionistas, que é de

91,2% dos diplomados entre 2003 e 2017.

A conclusão de graus académicos pós-graduados enriquece o perfil de competências de um

profissional, acrescentando valor e reforçando a adaptação a um mercado de trabalho em

aceleração e progressivamente mas competitivo. Desenvolvendo-se a profissão e os

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

n

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13

nutricionistas sempre na área da Saúde, ainda que se valorize a capacidade de os profissionais

terem competências transversais, o rápido desenvolvimento e alteração do estado da arte de

uma determinada matéria ou área de conhecimento obriga ao estudo continuado, criando

condições para a especialização.

Gráfico 13. Percentagem de diplomados inscritos na Ordem dos Nutricionistas, 2003-2017 [DGEEC; ON]. 2

Contudo, a proporção de membros da Ordem dos Nutricionistas que conclui mestrados ou

doutoramentos é reduzindo, não ultrapassando os 25%, ainda que se registe tendência para a

valorização da progressão académica por parte dos profissionais, principalmente os mais

jovens.

Quando se analisa esta dimensão face às diferentes variáveis caracterizadoras, verifica-se que

os inquiridos do sexo masculino apresentam maior proporção de mestres e doutorados. As

regiões onde a proporção é superior à global são os centros urbanos de Lisboa e Porto, que

pode ser explicado pela maior oferta aí existente, que facilita a opção pela progressão de

estudos, por acarretar menos esforço económico e dispêndio de tempo passado em

deslocações às IES.

2 Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência; Diplomados do Ensino Superior; Base de Dados compilada a partir de ficheiros disponíveis na

ligação disponível em http://www.dgeec.mec.pt/np4/EstatDiplomados/ e base de dados de membros da Ordem dos Nutricionistas, acedida a 25 de setembro de 2019.

global 91,2%

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14

Gráfico 14. Percentagem de membros com Mestrado ou Doutoramento, por sexo, 2015 e 2019.

Destaca-se igualmente a Região Autónoma dos Açores, que apresenta elevado crescimento

face a 2015, embora situando-se abaixo da proporção global. O Alentejo foi a única região

onde se registou diminuição da proporção de membros com mestrado e doutoramento

quando se comparam os resultados de 2015 e 2019.

Gráfico 15. Percentagem de membros com Mestrado ou Doutoramento, por região, 2015 e 2019.

No que concerne às áreas de atuação, não é surpreendente que a percentagem mais elevada

de membros com mestrado ou doutoramento se verifique nos inquiridos que exercem funções

no âmbito da investigação e Ensino Superior em Nutrição, uma vez que a progressão

académica nas carreiras deste setor requer a obtenção de graus académicos pós-graduados.

Destaca-se ainda a área da Alimentação Coletiva e Restauração, com crescimento acentuado

face aos resultados obtidos em 2015, sendo um indicador de desenvolvimento de

competências dos Nutricionistas neste contexto de atuação profissional.

Contudo, a generalidade das proporções é baixa, o que revela que existe ainda potencial para

o desenvolvimento da profissão através da progressão académica, para garantir melhores

21,0 21,0 20,4

23,3 23,0

26,7

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Total Feminino Masculino

2015 2019

21,0

12,7

24,9

15,0

24,4

20,0

5,6

9,4

13,5

23,3

17,6

29,0

18,6

24,9

15,113,1

20,7

15,4

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

Total Norte Porto Centro Lisboa Alentejo Algarve RA Açores RAMadeira

2015 2019

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15

perfis de competências específicas, que, a longo prazo, aparentam também resultar em

melhor empregabilidade e remunerações mais elevadas.

Gráfico 16. Percentagem de membros com Mestrado ou Doutoramento, área de atuação, 2015 e 2019.

A formação pós-graduada não conferente de grau, definida em ambos os estudos como

“Formação pós-graduada não conferente de grau, com duração igual ou superior a 3 meses a

tempo inteiro (ou aproximadamente 120 horas de formação não contínua)“, continua a ser

relevante para os inquiridos.

Gráfico 17. Percentagem de membros com formação complementar não conferente de grau, por sexo, 2015 e 2019.

21,0

10,9

21,8

27,7

84,6

12,5 14,3

23,3 21,4 23,1

30,0

88,2

40,0

28,9

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Total AlimentaçãoColetiva e

Restauração

NutriçãoClínica

NutriçãoComunitária

e SaúdePública

Investigaçãoe Ensino em

Nutrição

Tecnologia eMarketingAlimentar

Outra

2015 2019

42,2 41,2

51,1

31,8 31,634,0

0

10

20

30

40

50

60

Total Feminino Masculino

2015 2019

Page 21: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

16

A proporção de inquiridos que concluiu formação com estas características é superior aos

membros com mestrado e doutoramento, mesmo com o decréscimo registado quando se

comparam com os valores obtidos em 2015.

As distribuições pelas diferentes variáveis de caracterização não registam diferenças face às

distribuições registadas em 2015, sendo de assinalar a menos proporção global e naquelas

quando se comparam os dois pontos de dados.

Gráfico 18. Percentagem de membros com formação complementar não conferente de grau, por região, 2015 e 2019.

A diferenciação académica tem vindo a ser mais pronunciada entre os membros mais jovens;

em 2015 registou-se maior proporção de membros que concluíram o mestrado nos cinco anos

após conclusão da formação inicial quanto mais recente era o ano de conclusão da

licenciatura. Esta tendência repete-se neste trabalho. Para melhor comparação entre os

grupos, definiu-se como variável de caracterização o número de anos decorridos entre o ano

de conclusão da formação inicial e o ano de recolha dos dados (2014 e 2019). No presente

estudo, registaram-se, globalmente, maiores proporções de membros com esta característica,

com inflexão mais pronunciada nos mais jovens, que pode revelar maior disponibilidade para

prosseguimento de estudos pós-graduados, possivelmente pela perceção de valor do

investimento para ganhos futuros.

Gráfico 19. Percentagem de inquiridos que obtiveram o grau de Mestre até cinco anos após a conclusão do primeiro ciclo.

42,2

33,1

41,1 40,6

49,2

44

31,5

40,6

32,431,827,8

32,1 30,8

36,031,4

17,2

27,6

34,6

0

10

20

30

40

50

60

Total Norte Porto Centro Lisboa Alentejo Algarve RA Açores RAMadeira

2015 2019

4,113,1

21,424,3

42,2

91,7

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Mais de 15 5 - 15 2 - 4

%

2015 2019

Page 22: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

17

4.2. SITUAÇÃO PROFISSIONAL NO EMPREGO ATUAL

4.2.1. SITUAÇÃO DE EMPREGO

As variáveis de segmentação da situação de emprego sofreram alterações face a 2015, por ter

sido sentida a necessidade de aprofundar esta dimensão por parte do OPE.

A maioria dos inquiridos declara estar empregado como Nutricionista, seguido de emprego

noutro setor de atividade. Uma análise meramente exploratória às atividades e locais de

exercício profissional dos membros que declararam esta situação de emprego noutro setor de

actividade, revelou que, embora se tratem de atividades que se enquadrem no espetro de

atuação do Nutricionista, como a Gestão da Qualidade Alimentar ou a Investigação e Ensino

em Nutrição, os inquiridos não consideram que o sejam. Esta particularidade indica que a

reflexão e sedimentação das competências e áreas de atuação basilares dos Nutricionistas

devem ser promovidas e continuarem como parte integrante das preocupações da Ordem dos

Nutricionistas, a par da evolução das áreas profissionais emergentes e da certificação de

competências no âmbito de processos de especialização.

É de notar igualmente o registo, ainda que em proporções mínimas, de membros aposentados,

que pode antecipar mudanças na dinâmica do mercado de trabalho e integração de

profissionais mais jovens em setores e locais de atuação com menores níveis de contratação,

como o setor público, designadamente o Serviço Nacional de Saúde.

5,1

2,02

75,56

17,24

0,05

Desempregado Estudante Empregado - Nutricionista Empregado - Outro setor de atividade Aposentado

Page 23: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

18

4.2.2. DESEMPREGO

A análise ao desemprego requer a sua contextualização na conjuntura global do país. As taxas

de desemprego dos licenciados registaram um pico em 2013, com tendência decrescente até

ao 2º trimestre de 2019.

Estão destacados no gráfico 26 os pontos correspondentes aos momentos de recolha de

dados, para melhor comparação com o contexto nacional em que os Nutricionistas estão

inseridos.

Gráfico 20. Taxa de desemprego dos licenciados, Portugal, 1998-20193.

No estudo de 2015, a taxa de desemprego registada foi de 18,4%, correspondente a cerca de

duas vezes a taxa de desemprego dos licenciados registada em 2014, ano de recolha dos

dados. Em 2019, a taxa situa-se nos 5,1%, um pouco acima do valor nacional, mas em menor

amplitude.

Não se registam diferenças entre sexo, contrariamente ao registado em 2015, em que se

verificava taxa superior nas mulheres.

O tempo decorrido desde a formação inicial, intimamente relacionado com a idade, apresenta

o mesmo padrão que em 2015: membros licenciados há menos tempo apresentam taxas de

desemprego mais elevadas, que tendem a reduzir-se com a integração no mercado de

trabalho com o passar do tempo.

3 PORDATA, População desempregada: total e por nível de escolaridade completo, disponível em https://www.pordata.pt/Portugal/Popula%c3%a7%c3%a3o+desempregada+total+e+por+n%c3%advel+de+escolaridade+completo+-53 [Consultado a 26/09/2019]

9,2

4,4

0

2

4

6

8

10

12

14

%

Page 24: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

19

Gráfico 21. Taxa de desemprego por sexo, 2015 e 2019.

A região mais afetada pelo desemprego é a Madeira, que registava em 2015 a taxa mais baixa,

resultando na exceção de crescimento face aos resultados de 2015.

Gráfico 22. Taxa de desemprego, anos decorridos após conclusão da formação inicial, 2015 e 2019.

Também acima da taxa global encontramos a Região Autónoma dos Açores e o Porto; se o

último se situa em situação semelhante face à taxa global relativamente aos dados de 2015, os

inquiridos residentes nos Açores aumentaram a taxa de desemprego face à taxa global quando

comparados com o ponto de dados anterior.

18,4 19,0

12,8

5,1 5,2 4,5

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

Total Feminino Masculino

2015 2019

18,4

1,9

6,3

25,8

38,3

5,1

1,13,4

10,3

30,0

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Total Mais de 15 5 - 15 2 - 4 Menos de 2

2015 2019

Page 25: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

20

Gráfico 23. Taxa de desemprego por região, 2015 e 2019.

O nível de formação assume nesta dimensão particular relevância pois aparenta uma

tendência para menor afetação pelo desemprego quanto mais elevado é o grau académico;

face a 2015, a diferença entre o mestrado e a formação pós-graduada não conferente de grau

inverteu-se, mas será necessária avaliação das diferenças para aferir o seu significado

estatístico.

Gráfico 24. Taxa de desemprego por nível de formação, 2015 e 2019.

18,4

23,8

14,5

18,2

21,6

15,6

13,6

10,3

8,3

5,1 5,34,6

3,8

7,7

3,01,2

7,89,1

0

5

10

15

20

25

Total Norte Centro Lisboa Porto Alentejo Algarve RA Açores RAMadeira

2015 2019

18,4

21,2

13,1

18,2

4,95,16,9

2,53,3

0,00

5

10

15

20

25

Total Licenciatura Licenciatura +Formação

Mestrado Doutoramento

2015 2019

Page 26: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

21

4.2.3. VOLUME DE TRABALHO

Se o desemprego é um indicador-chave na caracterização de grupos profissionais, deve

igualmente ser dada atenção ao volume de trabalho, para deteção de situações de

subemprego, que estão associadas a vínculos precários e menores remunerações.

Gráfico 25. Percentagem de inquiridos com volume de trabalho inferior a 25 horas semanais por nível de formação, 2015 e 2019.

Regista-se aumento da proporção de membros com menos de 25 horas semanais de trabalho

face a 2015, exceção feita aos membros doutorados. Também nesta dimensão, os inquiridos

com formação pós-graduada aparentam ter menor proporção de elementos que exercem

menos de 25 horas semanais.

Gráfico 26. Percentagem de inquiridos com volume de trabalho inferior a 25 horas semanais por área de atuação, 2015 e 2019.

6,85,9

8,68,0

2,7

11,4

13,4

9,4

10,7

0,00

2

4

6

8

10

12

14

16

Total Licenciatura Licenciatura +Formação

Mestrado Doutoramento

2015 2019

6,86,1

7,3

4,6

16,2

3,4

5,2

11,4

7,0

11,1

7,3

5,9

0,0

15,6

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

Total AlimentaçãoColetiva e

Restauração

NutriçãoClínica

NutriçãoComunitária eSaúde Pública

Investigação eEnsino emNutrição

Tecnologia eMarketingAlimentar

Outra

%

2015 2019

Page 27: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

22

A nível regional, foi no Alentejo que se registou maior crescimento face a 2015, com as

diferenças menos pronunciadas a verificar-se nas Regiões Autónomas.

Gráfico 27. Percentagem de inquiridos com volume de trabalho inferior a 25 horas semanais por região, 2015 e 2019.

6,86,3 6,4 6,8 7,0

3,2

8,6

4,0

11,111,410,8

11,7 11,6 11,610,7

13,6

5,4

11,8

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

Total Norte Porto Centro Lisboa Alentejo Algarve RA Açores RA Madeira

2015 2019

Page 28: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

23

4.2.4. MULTIEMPREGO

O exercício profissional em mais do que um local sempre foi percecionado entre os

nutricionistas, sendo confirmado com a realização do 1º Estudo do Percurso Socioprofissional

dos Membros da Ordem dos Nutricionistas. A incidência de multiemprego mantêm-se como

característica em 2019, apresentando inclusivamente crescimento de 35 para 49% dos

inquiridos.

Gráfico 28. Incidência de multiemprego por região, 2015 e 2019.

A nível regional, o Porto, Algarve e Região Autónoma da Medira contrariam a tendência global,

com decréscimo da incidência de multiemprego quando comparada com os dados de 2015.

Gráfico 29. Incidência de multiemprego por área de atuação, 2015 e 2019.

A área de atuação que apresenta incidência de multiemprego mais elevada é a Nutrição

Clínica, devido ao tipo de atividade habitualmente prosseguida nesta área, que inclui o

exercício profissional em diferentes locais, levando os membros a deslocarem-se. Contraria a

tendência global a área de Investigação e Ensino em Nutrição.

35 34 36 3732

29

53

32

42

49

55

31

58

44

64

48 47

38

0

10

20

30

40

50

60

70

Total Norte Porto Centro Lisboa Alentejo Algarve RA Açores RA Madeira

%

2015 2019

35

28

34 3431 31

35

49

39

46

40

21

40 40

0

10

20

30

40

50

60

Total AlimentaçãoColetiva e

Restauração

Nutrição Clínica NutriçãoComunitária eSaúde Pública

Investigação eEnsino emNutrição

Tecnologia eMarketingAlimentar

Outra

%

2015 2019

Page 29: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

24

No que concerne ao sexo, os inquiridos masculinos apresentam maior incidência, embora com

menor diferença para os do sexo feminino relativamente aos dados de 2015.

O nível de formação revela aumento da incidência de multiemprego nos inquiridos sem

formação pós-graduada e nos inquiridos com doutoramento, que em 2015 registaram valores

abaixo da taxa global.

Gráfico 30. Incidência de multiemprego por sexo, 2015 e 2019.

A tendência para menor incidência de multiemprego quanto mais recente é a conclusão da

licenciatura mantém-se em 2019, com exceção dos inquiridos que concluíram a formação de

base há mais de 15 anos, apresentavam incidência inferior aos dois grupos posteriores, e que

em 2019 apresentam o valor mais elevado.

Gráfico 31. Incidência de multiemprego por nível de formação, 2015 e 2019.

Estes dados, ainda que aparentem contradição, revelam que o perfil de emprego dos membros

da Ordem dos Nutricionistas está em mudança, com o aumento do número de locais de

exercício profissional, merecendo caracterização adicional desta dimensão face ao grau de

diferenciação de funções, locais de exercício profissional e remuneração.

É de relevar que o aumento do multiemprego pode também resultar da opção dos membros

na diversificação de atividades profissionais, seja para melhorar os níveis remuneratórios, seja

por outras motivações.

35 34

42

49 4853

0

10

20

30

40

50

60

Total Feminino Masculino

%

2015 2019

35

28

40

52

29

4946

4951 51

0

10

20

30

40

50

60

Total Licenciatura Licenciatura +Formação

Mestrado Doutoramento

%

2015 2019

Page 30: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

25

Gráfico 32. Incidência de multiemprego por anos decorridos após conclusão da formação inicial, 2015 e 2019.

35 34

43

33

19

49

55

49

44

33

0

10

20

30

40

50

60

Total Mais de 15 5 - 15 2 - 4 Menos de 2

%

2015 2019

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26

4.2.5. SETOR DE ATIVIDADE

A profissão de nutricionista é exercida predominantemente no setor privado, com algumas

exceções em determinados segmentos. A integração dos profissionais em entidades do setor

social é ainda de escassa relevância, peses embora a necessidade que estas instituições têm,

seja para gestão de serviços de refeições, acompanhamento clínico ou educação alimentar. A

Resolução da Assembleia da República n.º 253/2018, de 9 de agosto deu dimensão pública ao

problema. Ainda que não fosse expectável que este diploma tivesse influência neste inquérito,

é um ponto de partida para a monitorização da integração dos nutricionistas nestas

instituições, que representam ainda 7,5% dos locais de emprego principais dos inquiridos. É no

Norte que se regista a proporção mais elevada de inquiridos a exercer em instituições deste

setor, apesar de ser no Porto que se regista a mais reduzida.

A nível regional, verifica-se nas regiões autónomas maior proporção de inquiridos a exercer no

setor público. A região mais aproximada à distribuição global é o Alentejo.

Gráfico 33. Setor de atividade dos inquiridos por região, 2019

Gráfico 34. Setor de atividade dos inquiridos por sexo, 2019

30,5 30,7 28,1 28,9 27,4 26,337,7

58,1 54,2

61,953,6

68,860,7 66,7 65,8

54,7

32,3 41,7

7,515,7

3,110,4 5,9 7,9 7,5 9,7 4,2

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Total Norte Porto Centro Lisboa Alentejo Algarve RA Açores RA Madeira

Público Privado Social/3ºSetor

30,5 30,136,3

61,9 62,456,3

7,5 7,5 7,5

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Total Feminino Masculino

Público Privado Social/3ºSetor

Page 32: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

27

Os inquiridos do sexo masculino registam maior proporção de profissionais a exercer no setor

público, particularidade que merece análise posterior no que diz respeito ao tipo de entidade

empregadora.

A análise por área de atuação revela que é na Investigação e Ensino em Nutrição onde se

regista proporção mais elevada de inquiridos a exercer no setor público, seguida da nutrição

Comunitária e Saúde Pública. No extremo oposto está a Tecnologia e Marketing Alimentar,

onde a totalidade dos inquiridos exerce no setor privado.

Gráfico 35. Setor de atividade dos inquiridos por área de atividade, 2019

Merece destaque a Alimentação Coletiva por apresentar a proporção mais elevada de

inquiridos a exercer no setor social, situação expectável, tendo em conta que a contratação de

nutricionistas por estas instituições visa suprir, em primeira instância, a gestão de serviço de

refeições.

Gráfico 36. Setor de atividade por nível de formação, 2019.

30,5

14,4

29,8

62,7

73,5

0,0

13,3

61,9

64,7

66,7

25,5

26,5

100,082,2

7,5

20,9

3,511,8

0,0 0,04,4

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Total AlimentaçãoColetiva e

Restauração

Nutrição Clínica NutriçãoComunitária eSaúde Pública

Investigação eEnsino emNutrição

Tecnologia eMarketingAlimentar

Outra

Público Privado Social/3ºSetor

30,5 25,9 25,139,5

70,5

61,9 65,3 67,5

54,5

29,5

7,5 8,8 7,4 6,0 0,0

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Total Licenciatura Licenciatura +Formação

Mestrado Doutoramento

Público Privado Social/3ºSetor

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28

A ausência de inquiridos em exercício no setor público, ponto mais recente da tendência

decrescente da relevância deste setor quanto mais recente é a conclusão da formação de base

reflete o baixo número de admissões pelo setor público, designadamente o Serviço Nacional

de Saúde, entidade empregadora da grande parte dos membros mais velhos que exercem

neste setor de atividade.

Gráfico 37. Setor de atividade por anos decorridos após conclusão da licenciatura, 2019.

30,5

64,9

26,614,1

0,0

61,9

31,4

65,078,2

50,0

7,5 3,8 8,5 7,6

50,0

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Total Mais de 15 5 - 15 2 - 4 Menos de 2

Público Privado Social/3ºSetor

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29

4.2.6. REMUNERAÇÃO

A análise da remuneração dos inquiridos requer, à semelhança da metodologia seguida para o

desemprego, uma análise prévia da conjuntura global do país, que se justifica pelos dados

apresentados: o decréscimo das remunerações brutas mensais médias dos licenciados registou

forte decréscimo entre 2010 e 2015, estabilizando até 2017.

Na globalidade dos inquiridos, registou-se decréscimo da remuneração bruta mensal média,

com diferenças na sua amplitude conforme os segmentos da amostra.

Gráfico 38. Remuneração bruta mensal média dos licenciados, Portugal, 2007-2017 [INE]

As remunerações mais elevadas registam-se no Porto e Lisboa, à semelhança de 2015. As

quebras mais acentuadas são na Região Autónoma da Madeira, Norte e Centro.

Gráfico 39. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por região, 2015 e 2019

1656,07

1670,921672,99

1674,41

1646,66

1621,58

1593,42

1567,301549,88 1545,981547,17

1450,00

1500,00

1550,00

1600,00

1650,00

1700,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

1283

1042

13811179 1369

10921066

1129

1309

0

500

1000

1500

2000

2500

Total Norte Porto Centro Lisboa Alentejo Algarve RA Açores RA Madeira

2015 2019

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30

As remunerações mais baixas registam-se na área da Alimentação Coletiva e Restauração,

resultado de níveis mais baixos de salários previstos para os nutricionistas nos Acordos

Coletivos de trabalho dos operadores do setor. Os inquiridos que exercem na área da

Investigação e Ensino e Nutrição são os que apresentam remunerações mais elevadas,

situação igualmente expectável, já que a maioria exerce no setor público, setor onde as

remunerações da carreira de docente de Ensino Superior são mais elevadas.

Gráfico 40. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por área de atuação, 2015 e 2019

As diferenças entre sexos são agora menos notáveis, mas os inquiridos do sexo masculino

continuam a registar remuneração mais elevada que as mulheres. Esta diferença merece

análise mais aprofundada, para aferir outros fatores que para ela contribuam, como o nível de

formação, locais de atividade profissional, ano de conclusão da licenciatura, bem como o

número de horas de trabalho.

Gráfico 41. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por sexo, 2015 e 2019

Ao nível do grau académico, é notória a elevada diferença dos doutorados face aos restantes

inquiridos, justificada pelo tipo de carreira prosseguida, conforme já explicitado

anteriormente.

12831099

1273 1276

2939

1672

1181

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Total AlimentaçãoColetiva e

Restauração

Nutrição Clínica NutriçãoComunitária eSaúde Pública

Investigação eEnsino emNutrição

Tecnologia eMarketingAlimentar

Outra

2015 2019

1283 12641475

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Total Feminino Masculino

2015 2019

Page 36: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

31

Gráfico 42. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por nível de formação, 2015 e 2019

A entrada no mercado de trabalho é habitualmente acompanhada de remunerações mais

baixas que inquiridos com mais anos de atividade profissional, característica que não é

exclusiva dos membros da Ordem dos Nutricionistas. Verifica-se que as distribuições por

tempo decorrido após a conclusão da formação inicial são semelhantes, pese embora a

diminuição global da remuneração bruta mensal média em todos os grupos.

Gráfico 43. Remuneração bruta mensal média dos inquiridos por número de anos decorridos após conclusão da formação inicial, 2015 e 2019

12831117

1356 1293

2962

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Total Licenciatura Licenciatura +Formação

Mestrado Doutoramento

2015 2019

1283

1970

1259

901950

0

500

1000

1500

2000

2500

Total Mais de 15 5 - 15 2 - 4 Menos de 2

2015 2019

Page 37: 2º Estudo do Percurso Socioprofissional dos Membros da ... · A estrutura do questionário é apresentada no Gráfico 1. As principais alterações face ao questionário de 2015

32

5. CONCLUSÕES PRELIMINARES

Estes resultados lançam algumas pistas para a caracterização dos nutricionistas em Portugal, e

eventuais alterações no perfil académico e profissional:

Nota-se o crescimento do número de diplomados nas licenciaturas que dão acesso à Ordem

dos Nutricionistas; a percentagem de diplomados inscritos na Ordem dos Nutricionistas situa-

se nos 91%, registando-se igualmente taxas de crescimento anuais de cerca de 2-3%;

Os nutricionistas apresentam forte assimetria na distribuição por género, sendo cerca de 90%

do sexo feminino;

Os centros urbanos de Lisboa e Porto concentram 71,2% dos membros;

A média de idades dos membros situa-se nos 33,5 anos, face aos 31,5 anos registados em

2015; ainda assim, a distribuição por faixas etárias revela que 40,5% dos membros têm idade

inferior a 30 anos e 78,5% inferior a 40;

Os membros com formação pós-graduada são cerca de 47%. A percentagem de mestres situa-

se nos 19,5% e de doutorados nos 3,8%, revelando baixa progressão na procura de formação

académica após a licenciatura;

A obtenção do grau de mestre nos primeiros cinco anos após conclusão da licenciatura é cada

vez mais relevante, principalmente nos membros mais jovens, com taxas de conclusão na

ordem dos 90%;

A área de atuação predominante é a Nutrição Clínica, que concentra 61% dos membros,

ganhando relevância face a 2015, em que se registaram 52% dos membros em exercício nesta

área;

O desemprego acompanhou a tendência nacional, situando-se em 2019 nos 5,1%, ainda acima

da taxa nacional de desemprego dos licenciados (4,4%), mas com redução acentuada face ao

cenário de 2015, em que a taxa se situava nos 18,4% (sendo o total nacional de licenciados

desempregados de 9,2%);

Os membros com formação pós-graduada são menos afetados pelo desemprego, que se

relaciona igualmente com os anos decorridos após conclusão da licenciatura, reduzindo

progressivamente com o avançar dos anos no mercado de trabalho;

Registam-se cerca de 11% dos membros com volume de trabalho inferior a 25 horas semanais,

com mais expressão nos membros sem formação pós-graduada;

A incidência de multiemprego mantêm-se relevante, com cerca de 49% dos membros a

registarem mais do que um emprego, com maior expressão nos membros que concluíram a

licenciatura há mais de 15 anos, reduzindo até aos mais jovens;

As remunerações brutas médias registam diminuição face a 2015, em linha com os resultados

nacionais; são os membros com níveis de formação mais elevados que apresentam

remunerações mais elevadas, com menos perda de rendimentos.

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