2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

104
2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU Prefeitura Municipal abril 2007 – exercício 2008

Transcript of 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

Page 1: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU

Prefeitura Municipal abril 2007 – exercício 2008

Page 2: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 2 de 104

FOLHA DE ROSTO

Page 3: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 3 de 104

APRESENTAÇÃO

Dando continuidade ao conjunto de ações em prol da preservação do patrimônio cultural de Paraguaçu, este

trabalho apresenta a Segunda Etapa do Inventário de Proteção do Acervo Cultural do Município. O objeto

de análise nesta fase consiste nas áreas lindeiras ao principal núcleo de formação inicial da cidade, contando

com importantes ruas como Barão do Rio Branco e Dr. João Pinheiro, e os bairros à noroeste do centro,

conforme previsto no cronograma de atividades reelaborado e aprovado no ano de 2006, Exercício 2007.

Foram selecionadas as edificações de maior referência urbana e histórica para a região, levando em conta seu

valor arquitetônico e sua direta relação com a identidade da população, assim como o acervo urbanístico e

arquivístico.

O presente estudo faz parte da parceria que vem sendo realizada em conjunto pela Prefeitura Municipal de

Paraguaçu - representada pela Secretaria de Educação e Cultura - pelo Conselho Municipal de Patrimônio

Cultural e pelo grupo Memória Arquitetura. Cópias deste material encontram-se disponíveis na sede do

Conselho Municipal e no IEPHA/MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas

Gerais).

Page 4: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 4 de 104

Page 5: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 5 de 104

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO_____________________________________________________________________________ 7 2. CRONOGRAMA ___________________________________________________________________________ 8 2.1. Cronograma de inventário __________________________________________________________________ 8 2.2. Representação das seções __________________________________________________________________ 12 3. CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO E METODOLOGIA ________________________________________ 13 3.1. Critérios de Identificação da Seção B _________________________________________________________ 13 3.2. Metodologia______________________________________________________________________________ 15 4. PATRIMÔNIO PROTEGIDO _______________________________________________________________ 16 4.1. Bens Tombados ___________________________________________________________________________ 16 4.2. Bens Inventariados em 2007 ________________________________________________________________ 17 4.3. Bens Inventariados em 2006 ________________________________________________________________ 18 5. CARTOGRAFIA ___________________________________________________________________________ 23 6. FICHAS___________________________________________________________________________________ 24 6.1. Acervo Religioso __________________________________________________________________________ 24 6.2. Acervo Urbano ___________________________________________________________________________ 32 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________________________________ 102 8. EQUIPE TÉCNICA ________________________________________________________________________ 104

Page 6: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 6 de 104

Page 7: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 7 de 104

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta a segunda etapa do cronograma do Inventário de Proteção do Acervo Cultural de

Paraguaçu, sendo um importante documento que compõe um conjunto de ações para a preservação do

patrimônio do município. Percorrendo gradativamente todas as áreas do distrito sede e da região rural, neste

momento serão arquivados os principais bens arquitetônicos localizados no centro urbano consolidado e nos

bairros lindeiros em crescimento, que seguem no sentido noroeste. Foram selecionadas edificações de valor

arquitetônico e histórico, que já são reconhecidas pela população e agora protegidas pela ferramenta do

inventário.

A primeira parte deste documento apresenta o cronograma de atividades atualizado, com a demarcação das

ações já cumpridas e daquelas à executar. Para facilitar a visualização de cada área descrita no cronograma,

foi incluído um mapa com a representação cartográfica das seções. Em seguida, foi apresentada a

metodologia de trabalho e os critérios de identificação da seção analisada adotados para a realização da

pesquisa, além de uma listagem atualizada do patrimônio tombado e inventariado. Todos os bens da Seção

B, elegidos para compor este inventário, foram localizados em um mapa cartográfico da planta cadastral do

município.

Seguindo o mapa, estão organizadas as fichas de inventário do acervo urbano, que possuem informações

legais da edificação – propriedade, responsabilidade; do contexto urbano onde está inserida – descrição do

entorno, época de ocupação; descrição arquitetônica do bem – estilo, sistema construtivo, distribuição

interna; histórico do bem – construtor e projetista, primeiros proprietários, usos, intervenções; análise do

estado de conservação e medidas para proteção do bem; além de registro fotográfico.

Ao longo dos anos, o processo do Inventário poderá e, naturalmente, sofrerá alterações na metodologia,

readequação do cronograma e definição de prioridades à medida que se fizerem necessários. Sua eficiência

legitima-se justamente quando consegue cumprir os objetivos programados considerando e acompanhando

a dinâmica da vida da cidade.

Page 8: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 8 de 104

2. CRONOGRAMA 2.1. Cronograma de inventário

2005 2006 2007 2008 2009

Setores/categorias 1º

trim

estr

e

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

Definição da equipe técnica

Levantamento de bases cartográficas

Levantamento arquivístico, bibliográficas e iconográfico

Reconhecimento do território e pesquisa de campo

Definição de áreas a serem inventariadas

Ficha de informações do município

Mapa do município com localização das áreas

Elaboração do informe histórico e aspectos naturais

SEÇÃO A – Distrito sede – núcleo de formação inicial Praças Oswaldo Costa e João Eustáquio e Rua Ferreira Prado

Listagem dos bens a serem inventariados

Planta cadastral com a localização de bens a serem inventariados

Levantamento de campo e entrevistas

Ficha de informações do município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de Patrimônio Arqueológico N Ã O P O S S U I

Fichas de Sítios Espeleológicos N Ã O P O S S U I

Fichas de Sítios Naturais de interesse cultural N Ã O P O S S U I

Revisão das Fichas

Arquivamento

cronograma cumprido cronograma a executar

Page 9: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 9 de 104

2005 2006 2007 2008 2009

Setores/categorias

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

SEÇÃO B – Distrito sede: área adjacente ao centro e bairros lindeiros a norte

Listagem dos bens a serem inventariados

Planta cadastral com a localização de bens a serem inventariados

Levantamento de campo e entrevistas

Ficha de informações do município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de Patrimônio Arqueológico N Ã O P O S S U I

Fichas de Sítios Espeleológicos N Ã O P O S S U I

Fichas de Sítios Naturais de interesse cultural N Ã O P O S S U I

Revisão das Fichas

Arquivamento

SEÇÃO C – Distrito sede: área adjacente ao centro e bairro lindeiros a sul

Listagem dos bens a serem inventariados

Planta cadastral com a localização de bens a serem inventariados

Levantamento de campo e entrevistas

Ficha de informações do município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de Patrimônio Arqueológico N Ã O P O S S U I

Fichas de Sítios Espeleológicos N Ã O P O S S U I

Fichas de Sítios Naturais de interesse cultural N Ã O P O S S U I

Revisão das Fichas

Arquivamento

cronograma cumprido cronograma a executar

Page 10: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 10 de 104

2009 2010 2011 2012 2013

Setores/categorias

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

SEÇÃO D – Distrito de Guaipava Listagem dos bens a serem

inventariados

Planta cadastral com a localização de bens a serem inventariados

Levantamento de campo e entrevistas

Ficha de informações do município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de Patrimônio Arqueológico

Fichas de Sítios Espeleológicos

Fichas de Sítios Naturais de interesse cultural

Revisão das Fichas

Arquivamento

SEÇÃO E – Bairros rurais: região sul Listagem dos bens a serem

inventariados

Planta cadastral com a localização de bens a serem inventariados

Levantamento de campo e entrevistas

Ficha de informações do município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de Patrimônio Arqueológico

Fichas de Sítios Espeleológicos

Fichas de Sítios Naturais de interesse cultural

Revisão das Fichas

Arquivamento

cronograma cumprido cronograma a executar

Page 11: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 11 de 104

2009 2010 2011 2012 2013

Setores/categorias

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

3º tr

imes

tre

4º tr

imes

tre

1º tr

imes

tre

2º tr

imes

tre

SEÇÃO F – Bairros rurais: região norte Listagem dos bens a serem

inventariados

Planta cadastral com a localização de bens a serem inventariados

Levantamento de campo e entrevistas

Ficha de informações do município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de Patrimônio Arqueológico

Fichas de Sítios Espeleológicos

Fichas de Sítios Naturais de interesse cultural

Revisão das Fichas

Arquivamento

Finalização Fichamento dos bens tombados não

inventariados anteriormente

Atualização de fichas elaboradas há mais de 5 anos

Preenchimento de Ficha de Inf. Gerais do Município(ficha síntese)

Elaboração das recomendações de proteção das áreas e bens invent.

Divulgação e disponibilização do inventário

cronograma cumprido cronograma a executar

Page 12: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 12 de 104

2.2. Representação das seções De acordo com a revisão das áreas a serem inventariadas, aprovada e reapresentada no Inventário do ano de

2006, Exercício 2007, o município foi dividido em seis seções representadas através das ilustrações a seguir:

Seção A – Distrito sede: núcleo de formação inicial; Seção B – Distrito sede: área adjacente ao centro e bairros

lindeiros a norte; Seção C – Distrito sede: área adjacente ao centro e bairros lindeiros a sul; Seção D – Distrito

de Guaipava; Seção E – Bairros rurais: região sul e Seção F - Bairros rurais: região norte.

Distrito sede Sem escala

MAPAS DAS SEÇÕES

LEGENDA:

Seção A

Seção B

Seção C

Seção D

Seção E

Seção F

Município de Paraguaçu Sem escala

Page 13: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 13 de 104

3. CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO E METODOLOGIA

3.1. Critérios de Identificação da Seção B As divisões do município em seções foram estabelecidas de acordo com as áreas de relevância, apresentadas

no Plano de Inventário de Paraguaçu, realizado em 2005, com a ratificação feita no Inventário apresentado em

2006. Para a definição das áreas a serem inventariadas, os critérios de identificação utilizados apontam

aspectos históricos e processo de ocupação do município. Foram identificadas as regiões primeiramente

habitadas e com uma maior centralização de edificações e espaços capazes de revelar as origens de sua

população.

Seguindo o cronograma, a 2ª etapa do Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Paraguaçu analisa a

Seção B, que consiste na área adjacente ao principal núcleo da primeira ocupação da cidade, e os bairros

lindeiros ao centro que crescem em direção norte/noroeste. Os bens inventariados foram selecionados devido

à suas características tipológicas, estilísticas e históricas, assim como foi considerada a importância e os

valores atribuídos pelos moradores, que têm nessas edificações a concretização de um modo de viver e morar

ao longo de duas trajetórias.

A Seção B é delimitada pelas ruas

Aureliano Prado, Floriano Peixoto,

Eustáquio Júnior, José Camilo da Costa,

a BR 491, a rua Adolfo Mendes e os

limites do bairro Nova Paraguaçu,

passando pela rua Higino Rodrigues

Araújo, nos limites do bairro Colina de

São Marcos e do Loteamento Jardim

Costa do Sol, seguindo pela rua Nico

Prado nos limites dos bairros Jardim

Bela Vista e Novo Horizonte, até

encontrar a rua Justino Juvêncio, a rua

Prefeito José F. Schimidt e finalmente

fechando na avenida Professora Maria

do Carmo Prado. Além dos bairros

citados, foi estudada parte do Jardim

Olímpia, e os bairros Vila Santo Antônio

e Vila Operária. Distrito sede Sem escala

SEÇÃO B

Page 14: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 14 de 104

Assim como na Seção A, analisada na primeira etapa do inventário, também possui a característica de

abrigar as principais edificações remanescentes da ocupação original do município, principalmente no

entorno da Praça João Eustáquio da Costa, que foi o antigo centro do arraial. A partir da praça

configuraram-se importantes ruas, como a Ferreira Prado, Barão do Rio Branco e Dr. João Pinheiro, sendo

que as duas últimas foram contempladas nesta seção. Também a região lindeira à Praça Oswaldo Costa foi

agora analisada, como as ruas Tiradentes, Aureliano Prado, Paula Dias e avenida Gonçalves Dias. Os bairros

localizados mais distantes do centro são de formação muito recente, e possuem poucos bens de relevância.

Os bens inventariados formam um arquivo de grande diversidade tipológica, que compreende desde os

casarões neocoloniais, passando pelos ecléticos, art-decó, seguindo até os modernistas e contemporâneos,

além daqueles que sofreram diversas influências estilísticas. Eles se concentram nas ruas Barão do Rio

Branco e Dr. João Pinheiro, sendo que a maioria das casas está em bom estado de conservação e manteve

suas características originais preservadas. São construções, em sua maioria, térreas com porão formado na

declividade da topografia da rua, com esquadrias em madeira com vedação de vidro em folhas de abrir, e

fachadas ornadas com elementos característicos de cada estilo, geralmente cobertas por telhas planas e

coroadas por guarda-pós de madeira ou argamassa. Internamente possuem pisos e forros tabuados, e é onde

encontram-se as intervenções mais significativas. As edificações mais antigas são aquelas localizadas na Rua

Barão do Rio Branco números 99 e 147, e na Rua Dr. João Pinheiro número 09, área lindeira à Praça Oswaldo

Costa e Praça João Eustáquio da Costa, respectivamente. As casas de maior requinte ornamental e esmero na

sua construção são as de número 145 e 164 da Rua Dr. João Pinheiro.

A Rua Aureliano Prado possui exemplares das mais diversas características, como a eclética com

manifestações neocolonial de número 405, a eclética de número 281 e a modernista localizada mais afastada

da área central, de número 505. A evolução dos modos de morar impressa nessas obras é de fundamental

importância para a história da ocupação urbana dos paraguaçuenses. Outro exemplar de arquitetura

moderna está presente na Avenida Gonçalves Dias, em uma obra de referência urbana e de lazer para a

população: o Ideal Clube. Sendo o mais tradicional de Paraguaçu, ele foi concluído em 1974, marcando a

chegada da arquitetura moderna na cidade.

O Bairro Jardim Bela Vista abriga interessantes estruturas arquitetônicas, dignas de inventário. São duas

pequenas capelas localizadas no jardim de casas residenciais, sendo, portanto, de uso particular. Era comum

a construção de altares e oratórios dentro das casas no período barroco, porém neste caso as capelas são

diferenciadas pela privilegiada localização e imponência de suas simples volumetrias. Por fim, um símbolo

da cidade foi registrado na Vila Santo Antônio: a Biquinha. Originalmente apenas um olho d'água, acabou

por se tornar um local de grande utilidade pública, inserida em uma bela praça com bancos de descanso e

quiosque.

Page 15: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 15 de 104

Configuraram-se assim os 19 bens culturais mais significativos encontrados na Seção B, delimitada para esta

segunda etapa de trabalho. Vale ressaltar que não foram encontradas fontes arquivísticas nesta seção.

3.2. Metodologia Dando prosseguimento às análises da área central do distrito sede, feitas na 1ª Etapa do Inventário de

Proteção do Acervo Cultural de Paraguaçu, a 2ª etapa parte agora para o rastreamento minucioso da Seção

B, que configura a área lindeira da primeira ocupação do município e os bairros mais recentes à

norte/noroeste do centro. Além da pesquisa feita através de fontes bibliográficas, cartográficas, documentais

e iconográficas sobre a história e evolução urbana de Paraguaçu, foi considerada a história oral e o

reconhecimento da população acerca dos bens que possuem maior valor na seção. Também o Conselho do

Patrimônio Cultural de Paraguaçu contribuiu para que fossem listadas as edificações aqui analisadas,

certificando a contribuição desses bens para a memória e história dos paraguaçuenses. As pesquisas gerais,

feitas desde o Plano de Inventário em 2005, foram agora aprofundadas, tendo como foco principal os bens

inventariados em 2007.

O trabalho in loco foi realizado fazendo-se a escolha das estruturas arquitetônicas mais relevantes dentre as

selecionadas, através de uma análise da paisagem urbana em que estão inseridas, dos aspectos compositivos

e estruturais dos bens, da conservação das características originais, do estado de conservação da edificação

em geral e da história de cada uma, contando com as intervenções sofridas ao longo do tempo. Um arquivo

fotográfico foi feito para compor as informações iconográficas de cada edificação, eternizando assim sua

imagem no atual contexto em que se insere. Finalizando o trabalho em campo, foram feitas pesquisas em

documentos do cartório e aplicadas entrevistas com moradores e vizinhos mais antigos, para completar os

dados referentes aos bens. Todas essas informações foram registradas em fichas, seguindo o modelo

presente na Deliberação Normativa do Conselho Curador do IEPHA/MG para o exercício de 2008.

Já em gabinete, as fichas foram organizadas, digitalizadas e formatadas, compondo-se de textos históricos e

analíticos acerca do bem, dados de sua modificação e conservação ao longo de sua existência, e arquivo

iconográfico. Após revisão e correção de todo o documento, foram feitas as cópias impressas coloridas,

encaminhadas ao IEPHA para avaliação e arquivamento junto aos documentos do município, e à sede do

Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Paraguaçu, objetivando disponibilizar as informações para

conhecimento da população.

Page 16: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 16 de 104

4. PATRIMÔNIO PROTEGIDO

4.1. Bens Tombados

denominação categoria ano do tombamento fotografia

Capela do Leva-Tapas

Av. Antônio Labeca, esq. com

Rua José Ronaldo Leite

bem imóvel 2002

Fazenda Ribeirão

Zona Rural – Bairro Ribeirão bem imóvel 2003

Teatro Municipal

Donato Leite Andrade

Praça Oswaldo Costa nº 203

bem imóvel 2004

Residência

Rua Ferreira Prado nº 72 bem imóvel 2004

Praça Oswaldo Costa conjunto

paisagístico 2005

Oratório do Museu Alferes

Belisário bem móvel 2006

Page 17: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 17 de 104

Edificação sede da Antiga

Prefeitura Municipal

Rua Ferreira Prado nº 138

bem imóvel 2006

Residência

Rua José Camilo da Costa nº 62 bem imóvel 2007

Capela Leite bem imóvel 2007

4.2. Bens Inventariados em 2007

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS

01 Capela - Rua 13 de Maio nº133 02 Capela - Rua 13 de Maio nº195 03 Rua Barão do Rio Branco nº39 04 Rua Barão do Rio Branco nº99 05 Rua Barão do Rio Branco nº107 06 Rua Barão do Rio Branco nº147 07 Rua Aureliano Prado nº281 08 Rua Aureliano Prado nº405 09 Rua Aureliano Prado nº505 10 Ideal Clube -Avenida Gonçalves Leite nº86 11 Rua Tiradentes nº90 12 Casa Paroquial - Rua Paula Dias nº29 13 Rua Dr. João Pinheiro nº09 14 Rua Dr. João Pinheiro nº14 15 Rua Dr. João Pinheiro nº111 16 Rua Dr. João Pinheiro nº145 17 Rua Dr. João Pinheiro nº164 18 Câmara Municipal - Rua José Bueno nº20

ESTRUTURAS URBANÍSTICAS

01 Biquinha - Rua Ferraz Leite

FONTES ARQUIVÍSTICAS

Não foram encontradas

Page 18: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 18 de 104

4.3. Bens Inventariados em 2006 4.3.1. Estruturas Arquitetônicas

denominação endereço ano do

inventário fotografia

01 Igreja Matriz Nossa

Senhora do Carmo Praça Oswaldo Costa, s/nº 2006

02 Igreja Nossa Senhora da

Aparecida

Praça João Eustáquio

da Costa s/nº 2006

03 Residência e Posto de

Abastecimento Rua Doutor João Pinheiro, 06 2006

04

Sul Mineira materiais de

construção, Escritório de

advocacia e Residência.

Rua Ferreira Prado, 01-07 2006

05 Residência e Bar José Vitor Rua Ferreira Prado, 25 2006

06 Residência Rua Ferreira Prado, 45 2006

07 Imóvel vazio Rua Ferreira Prado, 55 2006

08 Residência Rua Ferreira Prado, 72 2006

09 Imóvel vazio Rua Ferreira Prado, 81 2006

10 Residência Rua Ferreira Prado 87 2006

Page 19: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 19 de 104

denominação endereço ano do inventário fotografia

11 Antiga Prefeitura

Municipal Rua Ferreira Prado, 138 2006

12 Residência Rua Ferreira Prado, 141 2006

13 Residência Rua Ferreira Prado, 212 2006

14 Garagem Rua Ferreira Prado, nº 219/ sn

/245 2006

15 Residência Rua Ferreira Prado, 230 2006

16 Imóvel vazio Rua Ferreira Prado, 257 2006

17 Residência e Eunice L.R.

Faria – Cirurgiã Dentista Rua Ferreira Prado, 262 2006

18 Imóvel vazio Rua Ferreira Prado, 282 2006

19 Residência Rua Ferreira Prado 365/365A 2006

20 Residência Rua Ferreira Prado, 413 2006

21 Depósito Rua Ferreira Prado 426 2006

Page 20: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 20 de 104

denominação endereço ano do inventário fotografia

22 Residência Praça João Eustáquio da Costa,

137 2006

23 Depósito e escritório

particular Praça João Eustáquio, 139 2006

24 Museu Alferes Belisário Praça João Eustáquio da Costa,

173 2006

25 Fundação Daud Gantus

Nasser Praça João Eustáquio da Costa,

201 2006

26

Resid., Agência Campos,

Nova Era, Ótica Visual e

Caramelada Sorvetes

Rua Paula Dias, 05 2006

27 Residência e Toque

Especial Presentes

Rua Prefeito Nestor Eustáquio,

13/23 2006

28 Courama Modas e COML

Juruninha Praça Oswaldo Costa, 42 2006

29 Residência e Terra Blue Praça Oswaldo Costa, 58/62 2006

30 3 Bits Informática e

Açougue da Praça Praça Oswaldo Costa, 74 2006

31 Residência, Bazar Etc e tal,

Farmácia Central Praça Oswaldo Costa, 120 / 126 2006

32 Residência Praça Oswaldo Costa, 144 2006

Page 21: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 21 de 104

denominação endereço ano do inventário fotografia

33 Imóvel vazio Praça Oswaldo Costa, 151 2006

34 Residência e Escritório de

Arquitetura Praça Oswaldo Costa, 166 2006

35 Residência Praça Oswaldo Costa, 192 2006

36 Teatro Municipal Donato

Leite Andrade Praça Oswaldo Costa, 203 2006

37 Hotel Paraguaçu Praça Oswaldo Costa, 211-217 2006

38 Residência Praça Oswaldo Costa, 272 2006

39 Residência Praça Oswaldo Costa, 314 2006

4.3.2. Estruturas Urbanísticas

denominação endereço ano do

inventário fotografia

01 Praça Oswaldo Costa Praça Oswaldo Costa 2006

02 Praça João Eustáquio

da Costa Praça João Eustáquio da Costa 2006

Page 22: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 22 de 104

4.3.3. Acervo Arquivístico

denominação endereço ano do inventário fotografia

01 Arquivo Eclesiástico da

Paróq. de N. S. do Carmo Praça Oswaldo Costa s/nº -

Centro 2006

02 Arquivo do Jornal

“O Paraguassu”

Praça João Eustáquio da Costa,

173 – Centro 2006

03 Arquivo da Prefeitura

Municipal Rua Ferreira Prado, 138– Centro 2006

04 Arquivo do Jornal

“A Voz da Cidade”

Praça João Eustáquio da Costa,

173 – Centro 2006

05 Arquivo do Museu Alferes

Belisário

Praça João Eustáquio da Costa,

173 – Centro 2006

Page 23: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 23 de 104

5. Cartografia

Mapa de localização dos Bens Inventariados Escala: 1 / 5.000

Page 24: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 24 de 104

6. FICHAS 6.1. Acervo Religioso

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 01/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Capela

4. Endereço:

Rua 13 de Maio, 133

5. Propriedade:

Particular – Maria Conceição da Ávila

6. Responsável:

Maria Conceição da Ávila

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Culto

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua 13 de maio

Fachada Principal e lateral esquerda

Implantação da capela

Vista Frontal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 25: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 25 de 104

11. Histórico:

A capela situada à rua 13 de maio número 133 no município de Paraguaçu integra um conjunto de cinco peças edificadas por Antenor Porfírio dos Santos no transcurso de seus 98 anos de vida. Nasceu seu Antenor no ano de 1888 em Carmo do Rio Claro, mas ainda moço “(…) fixou residência no Carmo da Escaramuça e se casou com Mariana Hipólita dos Santos (neta de Francisco dos Santos). Enviúvo-se contraiu núpcias com Ana Angélica de Jesus (que era viúva) depois com Maria das Dores de Oliveira (era de Elói Mendes).”1

Seu Antenorzinho, como era chamado por seus amigos, era devoto de São Sebastião e de Nossa Senhora do Carmo e foi a esses santos protetores que dedicou esse pequeno espaço de devoção particular.

As informações cartoriais não conseguem dar conta do ano de edificação da residência que se situa em terreno contíguo à capela. A única informação que chega é que Antenor Porfírio dos Santos Teria adquirido a casa de morada e seu terreno a partir do espólio de Ana Cândida de Jesus em data não identificada. É bastante provável que a casa tenha sido edificada logo nos primeiros anos do século XX e que essa primeira transação que a envolveu tenha ocorrido por volta de 1915. A segunda transação que se tem notícia é em 24 de outubro de 1951 e seu Antenorzinho, no registro cartorial, transmite o bem a José Luiz Vigato, agricultor local conhecido como Bepe Vigato. Aqui é com certeza que se afirma que já nesse momento a capela estava erguida e Bepe Vigato ao comprar a casa, compra também a pequena capela.

Não é encontrada nenhuma outra referência da transferência de propriedade. A única observação, mesmo assim sem data e registro, é que 240 m2 do lote – que totalizava 1000 m2 aproximadamente – foram vendidos a Anísio Pereira, contudo esse terreno não envolve a capela e nem a casa. Maria Conceição Ávila é quem herdou o imóvel após o falecimento de seu esposo Bepe Vigato (em 1991). Porém dada sua idade avançada, quem cuida do bem são seus filhos Giovani e Maria Aparecida Silva.

De acordo com entrevistas realizadas no local, a capela passou por poucas intervenções, como a troca do piso por ardósia e a instalação de um spot de iluminação na fachada. O que pode ser facilmente notado através de antigas fotografias apresentadas é a alteração da pintura externa, ocorrida já a bastante tempo.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se em uma área adjacente ao centro de Paraguaçu, no Bairro Jardim Bela Vista, próximo à Ferreira Prado e a Barão do Rio Branco, duas das ruas mais antigas do município. A Rua 13 de Maio é uma via larga e em declive, pavimentada por paralelepípedos em todo o seu percurso, com largura para quatro carros e de mão dupla. É um importante acesso aos bairros periféricos da cidade, tendo muito tráfego de veículos leves e pesados, e mediano movimento de pedestres. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo. Em frente ao bem há uma pequena praça triangular, com bancos de descanso, muita arborização e piso gramado, formada pelo encontro de três importantes logradouros: as ruas 13 de Maio, Chico Tindim e Ferreira Prado.

Há edificações térreas – maioria – e de até dois pavimentos, com a predominância do uso residencial. Implantam-se em lotes com declive, o que possibilita o surgimento de um porão devido a diferença de nível entre a casa e a rua. Grande parte apresenta afastamentos laterais, abrigando os acessos, alinhadas ao passeio. A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados na calçada e arborização de médio porte, sendo mais presente nos quintais das casas e na praça supracitada.

1 RAMOS, Benício. Antenorzinho – Um grande coração. Matinada, ago/1997, P. 11.

Uma das festas na residência de seu Antenor, na rua 13 de maio, no final da rua Ferreira Prado. Fonte: PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu – MG, 2004. (CD-ROM)

Page 26: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 26 de 104

13. Descrição:

A capela localiza-se no quintal da casa de número 133 da Rua 13 de Maio, recuada do gradil de fechamento frontal do lote – ocupado por jardim -, porém alinhada a outro muro de proteção do terreno. De volumetria simples, está acima do nível da rua, destacando-se pela originalidade de se situar em uma área particular.

Seu acesso se dá por meio do portão metálico no gradil, de onde uma escadaria cimentada conduz à porta de entrada, presente na fachada principal. Fabricada em madeira, possui verga reta, estando o vão em uma moldura saliente finalizada por um arco ogival na porção superior. Complementando o frontispício, um spot de iluminação centralizado foi instalado posteriormente para facilitar a visualização durante à noite. No coroamento, platibanda escalonada com uma cruz em madeira pintada de azul na parte mais alta. As fachadas laterais e posterior não possuem vãos, sendo planos lisos com beiral em guarda-pó de madeira. O revestimento de todas as paredes é em reboco com argamassa pintada de branco, com exceção da porta, a cruz e o guarda-pó recebendo pintura azul. Com planta retangular, o bem possui piso em ardósia, contendo ainda algumas poucas cadeiras para os fiéis e uma imagem de São Sebastião. O sistema estrutural é autoportante de tijolos, coberto por telhado em duas águas, com cumeeira perpendicular à rua, e manto de telhas cerâmicas planas.

14. Intervenções:

Das poucas intervenções sofridas pela capela pode-se destacar a substituição do piso por ardósia e a instalação na fachada de um spot de iluminação, além da pintura das paredes externas, conforme análise de fotografias antigas.

15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

Os problemas presentes na edificação resumem-se a manchas de umidade nas fachadas, além de pintura desgastada com trincas. 17. Fatores de degradação:

O imóvel tem sido degradado por fatores como intempéries, falta de manutenção constante e mau uso, o que é observado no aparente abandono em que se encontra a capela. 18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Reparação das fachadas danificadas por meio de aplicação de nova camada pictórica; Deve-se inspecionar constantemente as telhas, a fim de evitar goteiras e infiltrações, principalmente nos

períodos chuvosos; Providenciar tratamento e limpeza de elementos com presença de mofo e umidade; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. AVILA, Maria Conceição. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996.

Page 27: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 27 de 104

Livro de Registros Imobiliários. Livro 3G, Matrícula 4617, Fl. 53. Paraguaçu, 24/10/1951. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) PRADO, Oscar. Os Vigato. A Voz, 10/10/1981, P. 7. RAMOS, Benício. Antenorzinho – Um grande coração. Matinada, ago/1997, P. 11.

20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 28: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 28 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 02/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Capela

4. Endereço:

Rua 13 de Maio, 195

5. Propriedade:

Particular – Teodolino Andrade Dias

6. Responsável:

Teodolino Andrade Dias

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Vago

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua 13 de Maio

Fachada principal e lateral esquerda

Implantação da capela

Detalhe da fachada lateral esquerda FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 29: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 29 de 104

11. Histórico:

A casa situada no terreno onde se encontra a capela foi construída durante a década de 1920. O primeiro proprietário registrado em cartório foi José Gomes, carpinteiro local, que, em 05 de novembro de 1929, transferiu a residência para a posse do lavrador Antenor Porfírio dos Santos. A data da efetivação da transferência é 05 de novembro de 1929 e o logradouro era então intitulado rua Boa Esperança. A casa foi construída, provavelmente, imediatamente antes de um difícil período pelo qual atravessou Paraguaçu, uma vez que as quedas do preço de café e a Crise de 1929 atingiram a produção cafeicultora local, abalando fortemente a economia da cidade. Certamente essa crise econômica repercutiu na expansão urbana, com uma relativa contração da expansão urbanística de rendas mais elevadas.

Antenor Porfírio dos Santos, ou Antenorzinho como carinhosamente o chamavam,

“(...) era festeiro, católico, alegre e muito caridoso. Em janeiro, no dia 20, fazia a festa de São Sebastião; em 16 de julho a de Nossa Senhora do Carmo e em agosto a de Nossa Senhora do Rosário. Nestas festas trazia ternos de congados, havia fartura de comes e bebes, muita alegria e participação do povo (ele dançava cateretê, cantava, tocava viola muito bem).”2

Religioso que era, Antenor construiu, ao todo cinco pequenas capelas espalhadas em diferentes propriedades em Paraguaçu. A capelinha situada à rua 13 de maio número 195 é dedicada a um dos santos da devoção de seu Antenor: São Sebastião. Esse santo encontra grande repercussão no meio rural uma vez que é padroeiro dos fazendeiros e agricultores, por isso é comum encontrar pequenas obras e oferendas diversas a ele dedicadas no interior. Por ter sido um costume de seu Antenorzinho construir capelas em suas propriedades, é com considerável segurança que se apresenta a data de sua edificação entre os anos de 1929 e 1935. Mesmo sendo um ano difícil para a agricultura local, Antenor preferiu se manter firme aos seus princípios religiosos e honrar seu santo protetor.

A casa que acompanha a capela continuou como posse da família Porfírio até os anos oitenta, quando, em 11 de julho de 1980, os herdeiros de Porfírio venderam o bem ao agricultor Otaviano de Paula Santos. De acordo com informações cartoriais, o valor da transação foi de CR$ 118.000,00 – e nesse valor está incluído também o direito de propriedade da pequena capela.

Em março de 1983, vende sua residência para Olinto Maciel Dias, pela quantia de CR$1.762.800,00. Olinto permaneceu como dono da edificação até o ano de 1996, quando em 23 de março a vende a Teodolino Andrade Dias. Desde então não houve mais transações com o imóvel, entretanto atualmente a casa se encontra vazia, sem uso domiciliar ou comercial. A pequena capela também encontra-se fechada e nela não é celebrada nenhum tipo de ofício ou festejo religioso, contrastando com seus dias de glória onde seu Antenorzinho comemorava os dias de São Sebastião e de Nossa Senhora do Carmo.

Não foi conseguida nenhuma fonte que pudesse indicar possíveis reformas que porventura tenham ocorrido na capela. Contudo, é possível supor que durante todo o tempo de sua existência tenha esta passado somente por pinturas externas uma vez que mantém seu caráter de ser um reduzido espaço de devoção particular, familiar, como todas as capelas edificadas pelo seu Antenorzinho.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se em uma área adjacente ao centro de Paraguaçu, no Bairro Jardim Bela Vista, próximo à Ferreira Prado e a Barão do Rio Branco, duas das ruas mais antigas do município. A Rua 13 de Maio é uma via larga e em declive, pavimentada por paralelepípedos em todo o seu percurso, com largura para quatro carros e de mão dupla. É um importante acesso aos bairros periféricos da cidade, tendo muito tráfego de veículos leves e pesados, e mediano movimento de pedestres. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo. Em frente ao bem há uma

2 RAMOS, Benício Souza. Antenorzinho – Um grande coração. Matinada, Ago/1997, P.11.

Page 30: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 30 de 104

pequena praça triangular, com bancos de descanso, muita arborização e piso gramado, formada pelo encontro de três importantes logradouros: as ruas 13 de Maio, Chico Tindim e Ferreira Prado.

Há edificações térreas – maioria – e de até dois pavimentos, com a predominância do uso residencial. Implantam-se em lotes com declive, o que possibilita o surgimento de um porão devido a diferença de nível entre a casa e a rua. Grande parte apresenta afastamentos laterais, abrigando os acessos, alinhadas ao passeio. A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados na calçada e arborização de médio porte, sendo mais presente nos quintais das casas e na praça supracitada.

13. Descrição:

A capela localiza-se no quintal da casa de número 195 da Rua 13 de Maio, recuada do gradil de fechamento frontal do lote, porém alinhada a outro muro de proteção do terreno. De volumetria simples, está acima do nível da rua, destacando-se pela originalidade de se situar em uma área particular. Implanta-se com a face principal voltada para a fachada lateral esquerda da casa e paralelamente à via, diferentemente da capela vizinha. Seu acesso se dá por meio do portão metálico no gradil, de onde uma escadaria conduz à entrada da templo.

Na fachada principal há uma porta de madeira almofadada e de verga reta, com veneziana na porção superior, encimada por um arco ogival que faz o arremate da moldura saliente do vão. No coroamento, platibanda escalonada com uma cruz em madeira na parte mais alta. Toda a platibanda, a porta e as quinas do frontispício são emolduradas por um largo friso em argamassa. O revestimento é feito até meia parede por chapisco pintado de verde, e o restante pintado de bege com os frisos brancos. A fachada lateral esquerda é marcada pela janela em basculante de metal com vidro, emoldurada pelo mesmo friso em massa. As outras fachadas não possuem vãos, sendo planos lisos com beiral em guarda-pó de madeira. Como revestimento, reboco com argamassa pintada de bege, com os frisos em pintura branca. De planta retangular, o bem possui piso em cimentado vermelho, não havendo nenhum mobiliário. O sistema estrutural é autoportante de tijolos, coberto por telhado em duas águas, com cumeeira paralela à rua, e manto de telhas cerâmicas planas.

14. Intervenções:

Não foi conseguida nenhuma fonte que pudesse indicar possíveis reformas que porventura tenham ocorrido na capela. Contudo, é possível supor que durante todo o tempo de sua existência tenha esta passado somente por pinturas externas e medidas de conservação como troca de telhas quebradas e desalinhadas do manto. 15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

Os maiores problemas na conservação da capela se referem às manchas de umidade no encontro das paredes externas com o piso e na platibanda, além do desgaste na pintura e de trincas nas paredes. No entanto o bem mantém sua integridade estrutural. 17. Fatores de degradação:

O principal fator de degradação é causado pela desocupação do bem e pela falta de manutenção constante. Além disso, o imóvel tem sido deteriorado por fatores como intempéries e desgaste natural dos materiais.

Page 31: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 31 de 104

18. Medidas de Conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Reparação das fachadas danificadas por meio de aplicação de nova camada pictórica; Deve-se inspecionar constantemente as telhas, a fim de evitar goteiras e infiltrações, principalmente nos

períodos chuvosos; Providenciar tratamento e limpeza de elementos com apodrecimento ou presença de mofo e umidade; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. DIAS, Teodolino Andrade. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3B, Matrícula 57, Fl. 85/86. Paraguaçu, 05/11/1929. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2B, Matrícula 900, Fl. 300. Paraguaçu, 22/08/77. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) RAMOS, Benício Souza. Antenorzinho – Um grande coração. Matinada, ago/1997, P. 11. 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 32: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 32 de 104

6.2. Acervo Urbano

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 03/18

1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Depósito

4. Endereço:

Rua Barão do Rio Branco, 39

5. Propriedade:

Particular - Marcos José D. Barbosa

6. Responsável:

Marcos José D. Barbosa

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Depósito

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Detalhe da platibanda

Fachada frontal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Rua Barão do Rio Branco

Fachada frontal e lateral direita

Page 33: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 33 de 104

11. Histórico:

O primeiro registro encontrado junto ao Cartório de Registro de Imóveis de Paraguaçu, trata da transferência da propriedade para Marta Maria Prado Campos. Marta Maria é o nome da terceira filha mulher de João Evangelista Campos Júnior e seu espólio deixou o bem para ela – um motivo para tal acontecimento pode ter sido o fato desta ser a única filha que ainda não estava casada quando ele faleceu. Contudo, o próximo registro verificado é em 1980 quando se notam três registros em seqüência, provavelmente servindo para acertar a condição que se mantêm até hoje.

O primeiro, lavrado em 08 de outubro de 1980, remete ao espólio de Marta Maria Prado Campos que transfere a propriedade para Maurílio Campos (farmacêutico), Múcio Prado Campos (funcionário público) e Marcelo Prado Campos (religioso). O segundo, datando de 12 de outubro de 1980, trata da compra das partes de Múcio Prado Campos e Marcelo Prado Campos por Maurílio Campos adquirindo assim a totalidade do bem. Por fim, o terceiro registro foi ratificado em 24 de outubro de 1980 e versa a respeito do espólio de Maurílio Campos. Neste último registro, o espólio deixa para Mariza Mara Campos, Mauro José Campos e Marco Elízio Campos um terço tanto da casa quanto da farmácia existente no terreno. Deste ponto em diante chega-se à condição atual do imóvel com somente mais uma alteração: os senhores Mauro e Marco venderam suas partes da farmácia a Marcos José Dias Barbosa fazendo com que esse atualmente possua 2/3 deste.

A construção da edificação deve datar do período compreendido entre 1935 e 1940. Isso por que somente a partir de 1935 Paraguaçu começa a se recuperar da crise advinda da Crise de 1929 que se abateu sobre o mundo de forma generalizada. Uma data inferior a esta é inviabilizada uma vez que no fim do primeiro ciclo de crescimento da cidade – que chegou até o fim da década de 1920 – pode-se observar que o senhor João Evangelista Campos Júnior levantava outro bem localizado à rua Ferreira Prado. Foram poucas as alterações significativas no bem e que guardaram registro na memória dos atuais proprietários. O que é relatado é que a principal intervenção foi a supressão de um dos vãos de acesso na fachada frontal da casa, ocorrida quando o imóvel não mais possuía o uso comercial. Esse uso – o comercial - se prolongou até a década de 80 quando então faleceu o senhor Maurílio Campos que era o farmacêutico responsável pelo estabelecimento. Afora esta intervenção, sabe-se somente de medidas de conservação sofridas pela edificação.

12. Análise de entorno:

O imóvel está localizado à Rua Barão do Rio Branco, uma das primeiras da cidade, onde ainda podem ser encontrados vários exemplares remanescentes da época de ocupação do núcleo urbano. São casas de relevância arquitetônica e histórica, datadas do fim do século XIX e início do século XX, e que mantiveram suas características originais, apesar de já se perceber um processo de substituição desses imóveis, a partir da construção de edifícios com feições mais contemporâneas, inclusive com o surgimento de prédios de três pavimentos. O entorno imediato apresenta edificações de volumetria térrea, sendo os lotes do lado ímpar em declive e par em aclive, provocando um aumento considerável de suas altimetrias. A maioria possui afastamento frontal com muro ou grade fazendo o fechamento do lote. O uso residencial é predominante.

A rua é plana e larga, com tráfego normal de pedestres e veículos, mesmo sendo uma ligação entre as ruas de maior movimento da cidade (a Rua Dr. João Pinheiro e Rua Presidente Getúlio Vargas). A via de circulação é pavimentada por paralelepípedo, tem largura para três carros e é de mão dupla. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

Não há presença de arborização, porém a região é provida de infra-estrutura urbana básica, com iluminação pública em postes situados nas calçadas do lado ímpar da rua. O logradouro está próximo de dois dos mais importantes marcos de Paraguaçu: a Igreja Nossa Senhora Aparecida, implantada na Praça João Eustáquio da Costa, e a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, situada na Praça Oswaldo Costa, ampla, muito arborizada e assiduamente freqüentada pelos moradores da região.

Page 34: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 34 de 104

13. Descrição:

A construção térrea possui características estilísticas-formais do art-decó, dispostas em uma simples volumetria. Encontra-se implantada em terreno plano vedado por muro alto em alvenaria pintada de branco, com afastamento lateral direito e posterior, porém alinhada nos limites frontal e esquerdo. Os afastamentos são ocupados por quintal ajardinados, com pouca vegetação de baixo porte, acessados por uma porta de madeira na lateral direita. A fachada principal é composta por duas porções: a da esquerda que foi modificada com a supressão de um vão, e a da direita, com a conservação de elementos originais da casa. Essa distinção também é nitidamente feita pelos frisos em alto relevo presentes na platibanda: na porção esquerda eles são verticais e mais largos, na direita são horizontais e estritos. Abaixo dos frisos localiza-se uma marquize, nas duas porções, porém só exerce função no lado onde ainda há as duas portas de acesso, que são de madeira almofadada, com uma folha de abrir pintada de azul, em verga reta. Dois degraus, revestidos com cimentado liso pintado de vermelho, cobrem a diferença de nível entre a rua e a casa, e dão acesso ao seu interior. A marcação vertical do frontispício se faz pelos cunhais ressaltados nas quinas das fachadas frontal e laterais, e no centro, demarcando as duas porções.

As fachadas laterais e posterior não possuem ornamentos, estando presente somente as janelas tipo basculante com esquadria metálica com vidro, dispostas em intervalos iguais. No coroamento, cobertura em quatro águas, cumeeira perpendicular à rua, com telhas cerâmicas planas, que são escondidas pela platibanda na fachada frontal e possuem beiral simples com cachorrada nas fechadas laterais e posterior.

O partido retangular dispõe de um amplo ambiente para depósito, o qual antigamente foi usado como comércio, em piso de cimentado liso pintado de vermelho e forro com lambri de madeira. A edificação foi erguida em sistema construtivo autoportante com vedações em alvenaria de tijolos, de acordo com fontes pesquisadas. Nos fundos do lote há um quintal com piso natural, porém sem utilização e aparentemente abandonado.

14. Intervenções:

A principal intervenção foi a supressão de um dos vãos de acesso na fachada frontal da casa, ocorrida quando o bem não mais possuía o uso comercial, posteriormente à década de oitenta. Ao longo dos anos, sabe-se que o bem sofreu apenas medidas de conservação como troca de telhas quebradas, pinturas internas e externas, etc. 15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação encontra-se em bom estado de conservação, apresentando somente sujidades em sua fachada e marcas de umidade no embasamento. 17. Fatores de degradação:

As intempéries e o mau uso são os principais fatores de degradação do imóvel, juntamente à falta de uma manutenção mais constante. Um poste de luz locado à sua frente e a fiação elétrica prejudica uma melhor visualização do bem.

18. Medidas de Conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de se evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Providenciar tratamento e limpeza de elementos com a manifestação de mofo e infestação de cupim; Imunização de todo madeiramento; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

Page 35: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 35 de 104

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. 1911-2001: Paraguaçu, 90 anos. Paraguaçu/MG: 2001. Autor Desconhecido. Notícia de Falecimento. Paraguassú, 30/06/1946, P. 4. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. BARBOSA, Marcos José D. Paraguaçu, 08 mai. 2005. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2E, Matrícula 2052, Fl. 292. Paraguaçu, 08/10/1980. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3F, Matrícula 3540-3543, Fl. 157/158. Paraguaçu. PRADO, Guilherme L.: Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD- ROM) 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 36: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 36 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 04/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Residência

4. Endereço:

Rua Barão do Rio Branco, 99

5. Propriedade:

Particular - Maria Cândida de Brito Prado

6. Responsável:

Maria Cândida de Brito Prado

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Residencial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Barão do Rio Branco

Detalhe do cunhal, sobreverga e cimalha

Porta principal, na fachada lateral direita

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 37: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 37 de 104

11. Histórico: O bem foi construído antes de 1917, muito provavelmente entre os anos de 1910 e 1915. Desta feita se inserindo em um primeiro movimento de urbanização de Paraguaçu que começou antes da emancipação local – na virada do século XIX para o XX – e se prolongou até a primeira grande crise econômica do município ocorrida em 1929. A data de 1917 apontada acima é extraída dos registros imobiliários da cidade e versa a respeito da transferência deste imóvel para Maria Cândida de Souza Dias, que o herdara por espólio após o falecimento de seu esposo e então proprietário Astolpho Pio de Souza Dias.

Dona Maria Cândida permanece até o ano de 1933 como proprietária quando então foi transferida para Lino de Souza Dias e sua esposa Laura de Souza Dias, e a Mariana de Souza Dias e seu esposo José Vicente de Brito no dia 16 de agosto deste ano. Os dados escassos tornam obscuro o período compreendido entre 1933 e 1971. Em 1971 se observa a propriedade mudando novamente de mãos passando a compor as posses de Maria Cândida de Brito Prado e seu esposo José Pereira Prado. O transmitente do bem é o espólio de Mariana de Souza Dias. Cabe aqui inferir o que provavelmente ocorreu: Mariana de Souza Dias e seu esposo devem ter recebido de Lino e Laura de Souza Dias as bênçãos para morar no local e posteriormente a posse de fato da casa. Mariana – ao falecer depois de seu esposo – deixou o bem para sua filha e esposo em 1971. No final do ano de 2002, em novembro, está registrado uma averbação de outra casa no terreno edificada em separado da original e possuindo uma área de 227,8 m2, avaliada então em R$42.344,00.

José Pereira Prado, ao falecer em 2003 deixa então o imóvel para sua esposa Maria Cândida de Brito Prado e seu filho Jéferson Brito Prado divididos à razão de 61,03% para a viúva e 38,97% para o filho. O registro desta última mudança de donos é datado de 23 de outubro de 2003.

Para além da construção de uma nova edificação no terreno já citada e atualmente sede da família, o bem passou por outras intervenções. Segundo a senhora Maria Cândida de Brito Prado, por volta do início da década de 1930 foram acrescentados dois cômodos à residência que deu uma forma de “U” ao local substituindo o padrão em “L” original. Na década de 1960 foi trocado o piso da sala de jantar e algumas janelas de madeira foram substituídas por similares de metal. A última intervenção sofrida foi a retirada da varanda de acesso principal em 2002 no mesmo movimento de obras que tomou lugar no terreno.

12. Análise de entorno:

O imóvel está localizado à Rua Barão do Rio Branco, uma das primeiras da cidade, onde ainda podem ser encontrados vários exemplares remanescentes da época de ocupação do núcleo urbano. São casas de relevância arquitetônica e histórica, datadas do fim do século XIX e início do século XX, e que mantiveram suas características originais, apesar de já se perceber um processo de substituição desses imóveis, a partir da construção de edifícios com feições mais contemporâneas, inclusive com o surgimento de prédios de três pavimentos. O entorno imediato apresenta edificações de volumetria térrea, sendo os lotes do lado ímpar em declive e par em aclive, provocando um aumento considerável de suas altimetrias. A maioria possui afastamento frontal com muro ou grade fazendo o fechamento do lote. O uso residencial é predominante.

A rua é plana e larga, com tráfego normal de pedestres e veículos, mesmo sendo uma ligação entre as ruas de maior movimento da cidade (a Rua Dr. João Pinheiro e Rua Presidente Getúlio Vargas). A via de circulação é pavimentada por paralelepípedo, tem largura para três carros e é de mão dupla. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

Não há presença de arborização, porém a região é provida de infra-estrutura urbana básica, com iluminação pública em postes situados nas calçadas do lado ímpar da rua. O logradouro está próximo de dois dos mais importantes marcos de Paraguaçu: a Igreja Nossa Senhora Aparecida, implantada na Praça João Eustáquio da Costa, e a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, situada na Praça Oswaldo Costa, ampla, muito arborizada e assiduamente freqüentada pelos moradores da região.

Page 38: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 38 de 104

13. Descrição:

Edificação térrea é uma das mais antigas da cidade, apresentando características do estilo eclético em sua composição. Com partido arquitetônico em “U”, encontra-se implantada no alinhamento frontal do lote, em terreno com pequeno declive cercado por muro em alvenaria. O afastamento lateral direito, acrescido do lote vizinho, foi ocupado pela recente residência onde mora a proprietária; e o lateral esquerdo é usado como garagem descoberta. O acesso ao interior do bem é feito somente através da nova construção, pelo portão de entrada no lado direito.

A fachada principal é marcada pelos seis vãos de janelas, todas com vergas retas, de guilhotina com caixilho de madeira com vidro na parte externa, e duas folhas de abrir toda em madeira internamente. Estão dispostas em intervalos iguais, dando ritmo ao sóbrio frontispício. No embasamento, pintura em amarelo escuro no chapiscado, diferenciando-se do restante do plano, que possui revestimento em reboco com argamassa pintada de amarelo claro, e branco nos frisos dos ornamentos. Cunhais ressaltados com tinta branca, com molduramento em frisos verticais e horizontais em alto relevo. As janelas possuem o mesmo acabamento, com moldura em massa pintada de branco, e uma sobreverga com frisos horizontais. Como coroamento, telhado em telhas cerâmicas planas, com beiral em cimalha de massa e cumeeira paralela à via.

As fachadas laterais não possuem o mesmo requinte da principal, revelando nenhum ornamento, somente as janelas com esquadria semelhante às outras, dispostas de acordo com a distribuição interna dos quartos. A lateral direita abriga a porta de acesso ao interior da casa, que era antecedida por um alpendre, retirado há três anos quando se ergueu a edificação vizinha. A fachada posterior encontra-se totalmente modificada, com a marca das reformas feitas ao longo dos anos impressa em seu plano. Nela há um porão, criado em função da declividade do terreno. O imóvel foi erguido sobre alicerce em alvenaria de tijolos maciços, sob barrotes de madeira roliça, com esteios de madeira e vedação em adobe.

O partido arquitetônico original em “L” foi acrescido no início da década de 30, se tornando um “U”, contando com mais dois quartos. A distribuição interna é feita a partir de uma ante-sala e um sala, que levam aos quartos na lateral da planta e à uma grande cozinha, na parte posterior. Todo o piso é em tabuado de madeira, sendo nas áreas molhadas cerâmica. Alguns ambientes conservaram o forro original em tábua de madeira, porém em dois quartos e uma sala o forro é em eucatex. Internamente, a casa não está em bom estado de conservação, principalmente por estar desabitada, uma vez que há três anos a família se mudou para a nova construção ao lado. Possui forro com ataque de microorganismos e infiltração de água de chuva, pintura desgastada, madeiramento com cupim e umidade. Porém, a proprietária faz questão de manter a fachada como original, na melhor conservação possível. Nos fundos do lote há um quintal com piso natural utilizado como jardim, horta e pomar, contando ainda com árvores de médio porte.

14. Intervenções:

Segundo a proprietária, foi feito um acréscimo no início da década de 30 nos fundos da edificação, transformando a planta original em “L” para “U”, com a construção de mais dois quartos. Na década de 1960 foi trocado o piso na sala de jantar e algumas janelas de madeira substituídas por metálicas. Há três anos, ao ser concluída as obras da nova edificação onde a proprietária reside atualmente, foi retirada a varanda de acesso principal do bem inventariado.

15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

O imóvel mantém íntegro suas funções estruturais, embora internamente apresente problemas nos revestimentos das paredes e forros, como goteiras, manchas de umidade, pinturas desgastadas, ataque de microorganismos e manifestação de cupim no madeiramento, podendo comprometer a estrutura futuramente. Externamente, telhas quebradas e desalinhadas do manto da cobertura. Já a fachada principal está em ótimo estado de conservação.

Page 39: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 39 de 104

17. Fatores de degradação:

Os principais fatores de degradação são a própria desocupação do imóvel, a ação das intempéries e de insetos xilófagos nos madeiramentos, aliado à falta de manutenção constante, sobretudo internamente, contribuindo para o aceleramento da deterioração dos elementos físicos, estruturais e estéticos. 18. Medidas de Conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, substituindo as danificadas, a fim de se evitar

goteiras e infiltrações, principalmente nos períodos chuvosos; Imunizar todo madeiramento, com análise do forro existente; Aplicar nova camada pictórica nas paredes internas; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3C, Matrícula 717, Fl. 73/74. Paraguaçu, 16/08/1933. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3L, Matrícula 11164, Fl. 50. Paraguaçu, 02/06/1969. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3L, Matrícula 11970, Fl. 200. Paraguaçu, 25/10/1971. Livro de Registros Imobiliários. Matrícula 9603. Paraguaçu, 11/11/2002. Livro de Registros Imobiliários. Matrícula 9603, R-2-9.603, Prot. 32.458. Paraguaçu, 23/10/2003. PRADO, Maria Cândida. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 40: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 40 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 05/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Residência

4. Endereço:

Rua Barão do Rio Branco, 107

5. Propriedade:

Particular - Maria Milza Alvarenga Prado

6. Responsável:

Maria Milza Alvarenga Prado

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Residencial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Fachada principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Vista com a garagem na lateral direita

Fachada frontal do anexo

Rua Barão do Rio Branco

Page 41: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 41 de 104

11. Histórico:

O histórico do bem presentemente inventariado começa com o casamento de Maria Milza Alvarenga Prado e Esdras Olinto Prado. Em 1932, quando da ocasião da união destes ilustres filhos de Paraguaçu, o sogro da senhora Maria Milza – o senhor José Cristiano – doou ao recém formado casal uma parte de um terreno seu para que estes fundassem uma casa que lhes servisse de morada. Para projetar a obra foi solicitado os serviços de um parente da família, o engenheiro José Prado, que então morava em Belo Horizonte. Este atendeu prontamente ao chamado e compôs uma bela edificação inspirado nos traços que então compunham o topo das tendências da época. A residência desenhada destacou-se das demais existentes em Paraguaçu e em pouco tempo despertou a admiração de todo o povo.

Aproximadamente cinco anos após seu feitio, final da década de 1930, surgiu para o Dr. Esdras Prado – médico por formação – a necessidade de ter um consultório que pudesse atender seus pacientes que cresciam cada vez mais em número. Desta feita, sua própria esposa tomou para si a responsabilidade de elaborar o desenho deste imóvel integrado ao terreno a ser construído. E eis que já no início da década de 1940 o Dr. Esdras já atendia em seu novo consultório. O tempo seguiu seu curso e em 1975 o Dr. Esdras veio a falecer e o consultório foi sublocado para usos comerciais, o que se observa até os dias atuais com somente uma alteração: hoje em dia ele não é sublocado; é antes ocupado por uma loja de tipo pet-shop que tem como dono um sobrinho do Dr. Esdras, o Sr. Túlio Esdras Rodrigues Alvarenga que mora com a tia.

Os registros imobiliários indicam para o fato que a propriedade não foi transferida para o Dr. Esdras e para a Sra. Maria Milza logo quando da doação, sendo o primeiro dado encontrado bem tardio se comparado à data de construção da residência. A notação é de 09 de setembro de 1971 e trata da aquisição deste por Maria Milza Alvarenga Prado e Esdras Olinto do Prado por meio de uso capião, a sentença foi proferida em 27 de agosto de 1971 pelo juiz Dr. Vicente de Souza. Muito provavelmente isso apenas aponta para uma iniciativa de regularização da situação do registro do imóvel. Após o falecimento do Dr. Esdras, o terreno e as edificações passam às mãos de Maria Milza Alvarenga Prado em definitivo a partir de 21 de setembro de 1977 assim se mantêm até os dias presentes.

O bem passou por algumas intervenções efetuadas no ano de sua construção, em 1932. Não satisfeita com algumas características do projeto original, Milza retirou um corredor na parte frontal da planta, integrando-o à sala de visitas, e ergueu um banheiro ao lado da cozinha. Posteriormente somente foram efetuadas medidas de conservação.

12. Análise de entorno:

O imóvel está localizado à Rua Barão do Rio Branco, uma das primeiras da cidade, onde ainda podem ser encontrados vários exemplares remanescentes da época de ocupação do núcleo urbano. São casas de relevância arquitetônica e histórica, datadas do fim do século XIX e início do século XX, e que mantiveram suas características originais, apesar de já se perceber um processo de substituição desses imóveis, a partir da construção de edifícios com feições mais contemporâneas, inclusive com o surgimento de prédios de três pavimentos. O entorno imediato apresenta edificações de volumetria térrea, sendo os lotes do lado ímpar em declive e par em aclive, provocando um aumento considerável de suas altimetrias. A maioria possui afastamento frontal com muro ou grade fazendo o fechamento do lote. O uso residencial é predominante.

A rua é plana e larga, com tráfego normal de pedestres e veículos, mesmo sendo uma ligação entre as ruas de maior movimento da cidade (a Rua Dr. João Pinheiro e Rua Presidente Getúlio Vargas). A via de circulação é pavimentada por paralelepípedo, tem largura para três carros e é de mão dupla. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

Não há presença de arborização, porém a região é provida de infra-estrutura urbana básica, com iluminação pública em postes situados nas calçadas do lado ímpar da rua. O logradouro está próximo de dois dos mais importantes marcos de Paraguaçu: a Igreja Nossa Senhora Aparecida, implantada na Praça João Eustáquio da Costa, e a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, situada na Praça Oswaldo Costa, ampla, muito arborizada e assiduamente freqüentada pelos moradores da região.

Page 42: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 42 de 104

13. Descrição:

A casa térrea da década de 1930 se destaca das demais do entorno por sua arquitetura difrenciada, influenciada pelas construções em Belo Horizonte naquela época. Com partido arquiteônico em “T”, implanta-se no centro do lote, com afastamentos em todos os lados, cercado por muro de alvenaria. O afasamento frontal é ocupado por um belo jardim, florido com rosas e coberto por gramíneas. O afastamento lateral direito abriga o volume da garagem, separado da casa. Já no afastamento lateral esquedo, há uma casa de menor dimensão, seguindo as feições da principal, onde funciona um “pet-shop” e veterinária. Possui planta retangular, com um cômodo na entrada destinado à loja e nos fundos a clínica veterinária e o banheiro. O piso é em ladrilho hidráulico, e o forro em ripas de madeira.

A edificação principal possui fachada frontal simétrica, tendo o alpendre como eixo central, com cobertura em três águas feita pelo prolongamento da cobetura principal, em telhas cerâmicas planas. Dois pilares de alvenaria aparente marcam a entrada do imóvel. Três degraus cobrem a diferença de nível entre a rua e a varanda, revestidos por cerâmica bege, assim como todo o piso.

Há três vãos ritmando os cheios e vazados: duas janelas e uma porta, todos com vergas retas. As janelas são de abrir e contém quatro folhas, duas externas de vidro com caixilho de madeira, e duas internas somente de madeira. Abaixo delas, jadineiras sustentadas por mão fracesa de cimento. Ainda na parte superior da janela, bandeira fixa também com caixilho de madeira e vidro, propiciando mais luz ao ambiente interno. A porta é de duas folhas de abrir, com madeira almofadada e vidro. O embasamento é revestido por pedras retangulares. Linhas horizontais em tijolinhos aparentes cortam horizontalmente todo o plano da fachada, o primeiro passando pelo peitoril, o segundo mais acima, contornando a verga, e o terceiro fazendo o arremate da parede com o beiral. A fachada é revestida com reboco e argamassa pintada de branco, com exceção da parede ao redor da porta de entrada, que possui azulejo com desenhos azuis.

As duas fachadas laterais seguem os mesmos acabamentos da frontal. Na fachada posterior está a porta de acesso ao quintal por meio de uma escadaria cimentada. No quintal, de terra batida e em nível mais baixo que a casa, pode-se encontrar plantação de verduras e frutas e árvores de médio e grande porte. Coroando toda a volumetria, telhado de múltiplas águas em telhas cerâmicas planas, cumeeira paralela a rua, e com beiral simples em guarda-pó de madeira.

Internamente, a planta se distribui ao redor da sala de visitas e da sala de jantar, que se tornam a principal circulação entre os quartos. Nos fundos localizam-se a cozinha e a área de serviços. Todo o piso é em tabuado, com exceção das áreas molhadas, que recebem cerâmica preta. O forro é tabuado de madeira pintada de branco, emoldurado com cimalha em madeira. O revestimento das paredes internas é feito por reboco com argamassa, com cores diferenciadas em cada cômodo. Ornamentando o barrado superior das paredes dos quartos e salas, pinturas com motivos florais, sendo que em três cômodos eles permanecem como o original e em ótimo estado de conservação.

Barrado pintado na sala de jantar

Barrado pintado no quarto do sobrinho FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Barrado pintado no quarto de hóspedes

Page 43: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 43 de 104

14. Intervenções:

As mudanças sofridas pela casa foram feitas no ano de sua construção, em 1932. Não satisfeita com algumas características do projeto original, a proprietária retirou um corredor na parte da entrada frontal da planta, integrando-o à sala de visitas; e construiu um banheiro ao lado da cozinha. Não houve mais intervenções na edificação desde então, salvo medidas de conservação como troca de telhas quebradas e pinturas.

15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação não possui aspectos de degradação que comprometam a sua estrutura, embora apresente problemas físicos e estéticos, como desgastes na pintura. 17. Fatores de degradação:

Um dos únicos de fatores de degradação do imóvel tem sido causado pela própria ação do tempo, uma vez que a proprietária Milza faz questão de preservar e manter em ótimo estado todas as características originais.

18. Medidas de Conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Revestir as fachadas com tintas apropriadas à ação das intempéries; Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de se evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes: ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3L, Matrícula 11922, Fl. 190. Paraguaçu, 09/09/1971. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2C, Matrícula 934, Fl. 34. Paraguaçu, 21/09/1977. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) PRADO, Milza. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes.

20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 44: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 44 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 06/18

1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Depósito

4. Endereço:

Rua Barão do Rio Branco, 147

5. Propriedade:

Particular – José Luis Pedro Filho

6. Responsável:

José Luis Pedro Filho

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Depósito

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Barão do Rio Branco

Fachada frontal e lateral esquerda

Detalhe da cimalha, cunhal e sobreverga

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 45: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 45 de 104

11. Histórico:

A edificação situada a altura do número 147 na rua Barão do Rio Branco não guardou maiores registros a respeito de sua fundação. A primeira anotação cartorial encontrada fala acerca da aquisição do bem por parte de Maria Amélia Ribeiro do Prado aos 16 dias de setembro de 1971. A transferência advinha então do espólio de Hércules Otaviano do Prado, seu esposo, e o valor declarado foi o de CR$ 55.126,32.

É bastante provável que a casa tenha sido pelo senhor Hércules Otaviano do Prado construída e idealizada. Quanto ao período de sua elevação, o mais acertado seria dizer que esta pertence ao segundo grande momento de crescimento urbano observado na história do município, ou seja, entre os anos de 1940 e 1955 aproximadamente. É neste período que, uma vez superada a crise que se abateu na cidade em decorrência do Crash da bolsa de 1929. Ainda que diste o registro do período provável de sua construção algo em torno de 25 anos, crê-se que essa distância é bastante razoável uma vez que possivelmente o imóvel foi edificado para abrigar uma família que então se formava, desde sua fundação até o fim da primeira geração desta.

Passando adiante, treze anos após o primeiro registro, encontra-se novamente referência ao bem que já estava em posse de outra pessoa: o casal José Murilo Leite (aposentado) e Maria de Lourdes Prado Leite; só resta supor que a senhora Maria de Lourdes Prado Leite era filha do casal Maria Amélia e Hércules Otaviano do Prado e que o herdou após o passamento de sua mãe. Maria de Lourdes e José Murilo Leite vendem a propriedade a Renato de Oliveira (comerciante) no dia 26 de abril de 1984 pelo valor de CR$ 3.000.000,00.

José Luiz Pedro Filho (comerciante), atual proprietário, o adquire oficialmente aos sete dias de junho de 1988. O valor declarado da transação comercial é o de Cz$ 450.000,00 e os transmitentes são o senhor Renato de Oliveira e sua esposa Vânia Silva de Oliveira. Em todos os registros, é somente neste último que se pode encontrar a referência à sua área: 473,55m2.

Por todos esses anos, poucas foram as intervenções ocorridas. De acordo com a entrevistada, Maximília Caprani Morais Souza, o proprietário da casa, seu genro José Luiz Pedro Filho, trocou o engradamento do telhado há aproximadamente três anos. Desde então tem servido como depósito.

12. Análise de entorno:

O imóvel está localizado à Rua Barão do Rio Branco, uma das primeiras da cidade, onde ainda podem ser encontrados vários exemplares remanescentes da época de ocupação do núcleo urbano. São casas de relevância arquitetônica e histórica, datadas do fim do século XIX e início do século XX, e que mantiveram suas características originais, apesar de já se perceber um processo de substituição desses imóveis, a partir da construção de edifícios com feições mais contemporâneas, inclusive com o surgimento de prédios de três pavimentos. O entorno imediato apresenta edificações de um ou dois pavimentos, sendo os lotes do lado ímpar em declive e par em aclive, provocando um aumento considerável de suas altimetrias. A maioria possui afastamento frontal com muro ou grade fazendo o fechamento do lote, apesar da existência de alguns casos implantados no alinhamento do terreno. O uso residencial é predominante.

A rua é plana e larga, com tráfego normal de pedestres e veículos, mesmo sendo uma ligação entre as ruas de maior movimento da cidade (a Rua Dr. João Pinheiro e Rua Presidente Getúlio Vargas). A Rua José Bueno (continuação da Rua Governador Valadares), termina em frente à casa, e se torna um eixo visual de quem se posiciona na praça da Matriz e arredores. A via de circulação é pavimentada por paralelepípedo, tem largura para três carros e é de mão dupla. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

Não há presença de arborização, porém a região é provida de infra-estrutura urbana básica, com iluminação pública em postes situados nas calçadas do lado ímpar da rua. O logradouro está próximo de dois dos mais importantes marcos de Paraguaçu: a Igreja Nossa Senhora Aparecida, implantada na Praça João Eustáquio da Costa, e a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, situada na Praça Oswaldo Costa, ampla, muito arborizada e assiduamente freqüentada pelos moradores da região.

Page 46: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 46 de 104

13. Descrição:

Imóvel térreo de feições ecléticas, implantado em terreno profundo e em declive. De partido arquitetônico retangular, mantém as características originais da época de sua construção, originalmente para ter uso comercial. O fechamento frontal do terreno se faz pela própria edificação, alinhada ao passeio, e que conta ainda com afastamentos laterais, abrigando corredores cimentados de condução a um quintal arborizado com piso natural, na porção posterior. O restante do lote é vedado por muro em alvenaria.

A fachada principal, influenciada por elementos ecléticos, é marcada pelos quatro vãos de portas, todas com vergas retas, de duas folhas de abrir em madeira pintada de verde, com bandeira fixa na parte superior, em caixilho de madeira e vidro translúcido. Estão dispostas em intervalos iguais, dando ritmo ao frontispício. Os ornamentos em frisos verticais e horizontais se destacam pela pintura em verde escuro, sendo que o restante do plano possui revestimento em reboco com argamassa pintada de branco. Cunhais ressaltados com molduramento em frisos verticais e horizontais em alto relevo enquadram a fachada. As portas possuem o mesmo acabamento, com moldura em massa pintada de verde escuro, e uma sobreverga com frisos horizontais. Coroando a edificação, um telhado em quatro águas de telhas cerâmicas planas, com beiral em cimalha de massa e cumeeira perpendicular a via.

As fachadas laterais possuem o mesmo requinte da principal, sendo que na direita há duas janelas e na esquerda três. Na fachada posterior, porta de acesso ao quintal, com escada em cimento para cobrir a declividade do terreno, possibilitando a criação de um porão nesta parte da planta. O bem foi erguido em cima de alicerce em alvenaria de tijolos maciços, sob barrotes de madeira roliça, com esteios de madeira e vedação em adobe.

O partido se apresenta somente como um grande ambiente, atualmente usado como depósito. Todo o piso é em tabuado de madeira, e forro em ripas de madeira. A casa encontra-se em bom estado de conservação, porém a pouca utilização pode ser um fator de degradação ao longo do tempo.

14. Intervenções:

De acordo com a entrevistada, Maximília Caprani Morais Souza, uma das únicas intervenções ocorridas foi feita pelo proprietário da casa, seu genro José Luiz Pedro Filho, que trocou o engradamento do telhado há aproximadamente três anos.

15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação não possui aspectos de degradação que comprometam a sua estrutura, embora apresente problemas físicos e estéticos, como desgastes na pintura. 17. Fatores de degradação:

O imóvel tem sido degradado principalmente pelo desgaste natural provocado pelas ações do tempo, pela falta de manutenção constante e pelo uso inadequado, como depósito.

Page 47: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 47 de 104

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Aplicar nova camada pictórica nas fachadas externas; Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de se evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2I, Matrícula 3082, Fl. 281. Paraguaçu, 26/04/1984. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3L, Matrícula 11929, Fl. 192. Paraguaçu, 16/09/1971. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) SOUZA, Maximília Caprani Morais Paraguaçu, 09 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 48: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 48 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 07/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Imobiliária Helô Imóveis

4. Endereço:

Rua Aureliano Prado, 281

5. Propriedade:

Particular – Magali Nogueira Alvarenga

6. Responsável:

Heloisa Helena Silva Marques

7. Situação de ocupação:

Alugada

8. Uso atual:

Comercial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Aureliano Prado

Detalhe do cunhal e platibanda

Letreiro com indicação da imobiliária

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 49: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 49 de 104

11. Histórico:

O primeiro proprietário do bem foi o senhor Daniel da Costa e Silva. Esse ilustre membro da comunidade paraguaçuense na verdade é originário de Machado tendo nascido em 1881. Contudo, ainda jovem veio como professor para a cidade de Paraguaçu e nela estabeleceu morada até sua morte em 1966, aos 85 anos de idade. Casou-se com Custódia Augusta da Costa logo no final da década de 1910 e provavelmente nesta época mandou construir a edificação da rua Aureliano Prado.

Ernesto José Ribeiro a adquiriu posteriormente – infelizmente não foi relatada a data dessa transação – e manteve o seu uso residencial. Essa forma de utilização estendeu-se até o ano de 1937 quando então o médico Dr. Aureliano Teixeira Almeida Nogueira em 31 de agosto daquele ano toma posse do bem e passou a usá-lo como seu consultório. Até o ano de falecimento do Dr. Aureliano (1961) sua família morou ao lado da propriedade e o consultório funcionou a pleno vapor. Sua morte entretanto modificou esse quadro e a viúva Mariana Prado Nogueira volta a usufruir da propriedade mudando ela e os filhos para o número 281 e retomando a ocupação residencial da edificação.

Falecendo a Dona Mariana Prado Nogueira em 1972, Magali Nogueira Alvarenga e seu esposo Cyro Alvarenga herdam o imóvel e o alugam para médicos que novamente ocuparam o local com consultórios particulares.

Cyro Alvarenga faleceu em 1980 e a propriedade passou ser oficialmente de Magali sua esposa e seus filhos Aureliano, Maria Inês, João Pedro, Maria Antonieta e José Flávio. O uso comercial da propriedade é mantido até os dias atuais, não mais como consultórios, mas sim uma imobiliária.

No que diz respeito às intervenções sofridas pela propriedade é relatado que assim que o médico Aureliano Teixeira de Almeida Nogueira comprou a casa foi feita uma reforma na fachada, sem se saber maiores detalhes de tais modificações. Há seis anos a planta foi modificada pela separação do ambiente de entrada em duas salas. Finalmente em 2003, a atual responsável pela Imobiliária trocou o piso, as janelas e as portas externas, e pintou a fachada da forma como está atualmente. 12. Análise de entorno:

O bem se localiza à Rua Aureliano Prado, logradouro pavimentado por paralelepípedos em todo o seu percurso, com largura para três carros e de mão dupla. Apresenta intenso movimento de pedestres e de veículos leves e pesados, devido sua articulação com a Rua Doutor João Pinheiro, a Avenida Pereira da Silva e a Rua Presidente Getúlio Vargas, que fazem a entrada e saída da cidade. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

Há edifícios térreos – maioria – e de até três pavimentos. Os terrenos predominantes são planos, com os lotes ligeiramente em declive no lado ímpar e em aclive no par, cujas edificações implantam-se no mesmo nível da rua. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como casas alinhadas ao passeio e acessos frontais. O uso comercial prevalece na quadra em questão, sendo um prolongamento do comércio já estabelecido no quarteirão de baixo, na Praça Oswaldo Costa, onde se insere a Igreja Matriz. A tendência à substituição de uso, de residencial para comercial, provém desse fato, ao aumentar a demanda de serviços diferenciados na região. Nota-se também a inicialização de um adensamento vertical, - com imóveis de dois a três pavimentos-, para sanar a mesma demanda.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados nas calçadas do lado ímpar; porém não há arborização, o que prejudica o conforto ambiental. Os pontos de referência mais notáveis no entorno imediato são a Prefeitura e a Rodoviária, assim como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo e a Praça Oswaldo Costa.

13. Descrição:

Edificação de volumetria térrea, implantada em terreno plano, cujo fechamento é feito pela própria casa no alinhamento do passeio e por muros em alvenaria. Não há afastamento lateral direito, e o esquerdo foi

Page 50: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 50 de 104

ocupado por uma garagem. O afastamento posterior foi reduzido, hoje comportando uma área cimentada e inutilizada pela pequena dimensão. Essa redução do terreno se deve na ocasião do casamento da senhora Magali, filha do proprietário Dr. Aureliano, que recebeu de seu pai uma casa que foi construída nos fundos do lote, local que teve sua expansão horizontal quase até o limite do imóvel aqui inventariado. Este, construído no começo do século XX, apresenta sistema construtivo autoportante de tijolo e partido retangular simples ocupando toda a profundidade do lote.

A fachada principal, em estilo eclético, é composta por duas portas de acesso ao interior, sendo a da esquerda o dobro de largura da direita. As portas são de vidro blindex, em substituição as originais de madeira retiradas há aproximadamente seis anos. No seu emolduramento, frisos de argamassa em alto relevo, contornando desde a base até as vergas retas. Como coroamento, cimalha arrematada por platibanda reta, com arco abatido no alinhamento da porta de menor extensão. Nesta porção direita da platibanda há três coruchéis, com desenhos em motivos de conchas. Toda fachada é revestida por reboco com argamassa pintada de laranja, e os ornamentos em azul, assim como o chapiscado no embasamento. Dois falsos pilares e o nome da imobiliária também foram pintados de azul, com o primeiro proporcionando certa verticalidade ao frontispício. Alguns elementos impedem a visualização completa da casa como os toldos azuis, instalados acima das portas. Outro elemento dispensável é a placa publicitária perpendicular, em formato de estrela de cinco pontas, que se fixa por uma longa barra de ferro chumbada na platibanda.

Já as fachadas laterais são mais simplificadas, pintadas de branco e com beiral em cimalha. As janelas originais em madeira foram trocadas por basculantes em metal e vidro. A volumetria é coberta por telhado em quatro águas com cumeeira perpendicular à rua e manto de telhas cerâmicas planas.

Sua divisão interna é bem simples: duas salas de acesso ao público, na parte frontal da planta; outra sala e copa nos fundos; e dois banheiros. Todo o piso é em cerâmica, com exceção da sala nos fundos que manteve o piso original em ladrilho hidráulico. O forro é em lambri e foi colocado em 2003, junto do novo piso.

14. Intervenções:

Assim que o médico Aureliano Teixeira de Almeida Nogueira comprou a casa, em aproximadamente 1930, foi feita uma reforma na fachada, sem no entanto se saber maiores detalhes. Há seis anos a planta foi modificada pela separação do ambiente de entrada em duas salas. Finalmente, em 2003, a atual responsável pela Imobiliária trocou o piso – ladrilho hidráulico por cerâmica-, o forro – tabuado or lambri-, o madeiramento das janelas e das portas externas, e pintou a fachada da forma como está atualmente. 15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação mantém íntegra suas funções estruturais, embora suas funções estéticas estejam comprometidas pelas inúmeras intervenções que agridem a composição original do imóvel.

17. Fatores de degradação:

O principal fator de degradação é a constante alteração de uso do bem, acarretando diversas modificações para se adaptar às novas necessidades. O aumento da intensidade do tráfego na Rua Aureliano Prado, que já é significativo, poderá causar vibração na edificação e abalar suas estruturas.

Page 51: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 51 de 104

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Manutenção e substituição das telhas e calhas deterioradas, a fim de evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado. Evitar publicidade, informativos, objetos e equipamentos com permanência constante que possam

interferir na composição estética do bem.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. ALVARENGA, Magali Nogueira. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. Autor Desconhecido. Morreu o médico dos pobres! A Voz, 15/10/1961, P. 1. Autor Desconhecido. Daniel da Costa e Silva. A Voz, 06/11/1966, P. 1. Autor Desconhecido. Falecimento. A Voz, 26/04/1980, P. 1. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. GONÇALVES, José Vitor. Painel Artístico. Matinada, Ago/1997, P. 10. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3D, Matrícula 1317, Fl. 101. Paraguaçu, 31/08/1937. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3J, Matrícula 8243, Fl. 68. Paraguaçu, 06/09/1962. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3N, Matrícula 12598, Fl. 20. Paraguaçu, 20/11/1972. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2D, Matrícula 1578, Fl. 101. Paraguaçu, 14/05/1982. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) PRADO, Noêmia. Ernesto José Ribeiro. A Voz, 14/09/1991, P. 2. 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novmbro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 52: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 52 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 08/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Depósito da Comercial São Pedro Ltda

4. Endereço:

Rua Aureliano Prado, 405

5. Propriedade:

Particular – Comercial São Pedro Ltda

6. Responsável:

Elcio Baptista

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Depósito

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Aureliano Prado

Fachada principal

Fachada principal e lateral direita

Fachada Principal e lateral esquerda FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 53: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 53 de 104

11. Histórico:

A história do presente bem começa com a família Castilho e sua descendência em Paraguaçu. O primeiro registro disponível desta família nestas terras é de 1836 e trata-se de um assento de batismo de Ana, filha de Manoel Romualdo de Castilhos e Escolástica Maria de São José. Deste ponto, seguem-se diversos registros de batismo até que por fim se chega ao primeiro proprietário da casa: José Pedro de Castilho Júnior. Como pode ser notado, o “s” ao final do sobrenome perdeu-se ao longo do tempo, mas a linhagem permaneceu a mesma.

José Pedro de Castilho Júnior, filho de José Pedro de Castilho Júnior e Emília Francisca Maia casou-se em 1929 com Lina de Carvalho. Como não há dados precisos que informem a respeito da data de construção do imóvel, cabe somente inferir que possivelmente foi edificado por volta da segunda metade da década de 20 como parte dos preparativos para a união do casal.

Seja como for, em 1959 é encontrado o primeiro registro cartorial que confirma a transferência deste a Lina de Carvalho, Maria José de Carvalho, Maria Margarida Castilho e Eolo Castilho. A área descrita é a de 391 m2 e o valor nominal era então o de Cr$ 5.500,00.

Transcorreram vários anos até que seja por fim realizado um novo registro imobiliário. Em agosto de 2003 uma série de ajustes foi feita sendo que ao final são declarados como proprietários: Maria Margarida de Castilho Senna, Ricardo de Castilho Senna Rodrigo de Castilho Senna, Patrícia Senna Leite Correa e Carlos Frederico Leite Correa. Neste mesmo registro Maria Margarida aparece como detentora de 50% do bem e todos os outros detêm juntos os outros 50%.

O Comercial São Pedro, na figura do senhor Hélcio Baptista, o adquiriu em setembro de 2003, o que sugere que o ajuste do registro feito no mês anterior se deu motivado por uma negociação em andamento. O valor declarado para a transação foi o de R$ 84.895,00. É neste momento em que o uso da casa é modificado. Até 2003 era estritamente residencial, porém quando a adquire o Comercial São Pedro passa a ser usada comercialmente, funcionando como um depósito para o Supermercado Bikinha que funciona à rua Presidente Vargas.

O bem somente sofreu intervenções pontuais como medidas de conservação, seja pela troca de telhas quebradas ou aplicação de camadas pictóricas ao longo dos anos, preservando seu estilo e distribuição interna, o que explica seu regular estado de conservação.

12. Análise de entorno:

O bem se localiza à Rua Aureliano Prado, logradouro pavimentado por paralelepípedos em todo o seu percurso, com largura para três carros e de mão dupla. Apresenta intenso movimento de pedestres e de veículos leves e pesados, devido sua articulação com a Rua Doutor João Pinheiro, a Avenida Pereira da Silva e a Rua Presidente Getúlio Vargas, que fazem a entrada e saída da cidade. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

A maioria das edificações é de dois pavimentos, apesar de se poder encontrar térreas e de até três pavimentos. O uso comercial é predominante, sendo um prolongamento do comércio já estabelecido no quarteirão de baixo, na Praça Oswaldo Costa, onde se insere a Igreja Matriz. A tendência à substituição de uso, de residencial para comercial, provém desse fato, ao aumentar a demanda de serviços diferenciados na região. Nota-se também a inicialização de um adensamento vertical, - com imóveis de dois a três pavimentos-, para sanar a mesma demanda. Os terrenos predominantes são planos, com os lotes

Foto aérea de Paraguaçu de 1945 com destaque para a casa edificada à rua Aureliano Prado, 405. Fonte: PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu – MG, 2004. (CD-ROM)

Page 54: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 54 de 104

ligeiramente em declive no lado ímpar e em aclive no par, cujas edificações implantam-se no mesmo nível da rua. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como casas alinhadas ao passeio e acessos frontais.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados nas calçadas do lado ímpar; porém não há arborização, o que prejudica o conforto ambiental. Os pontos de referência mais notáveis no entorno imediato são a Prefeitura e a Rodoviária, assim como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo e a Praça Oswaldo Costa.

13. Descrição:

A edificação em estilo eclético e partido arquitetônico em “L” está implantada em lote de pequena declividade, no alinhamento do passeio e acima do nível da rua. Apresenta afastamentos laterais e posterior, sendo o último ocupado por quintal em piso de terra batida, com um barracão para depósito. O acesso é feito pela lateral esquerda, por meio de um portão metálico de duas folhas de abrir. Na direita, portão também metálico de ligação para os fundos do lote, vedado por muro em alvenaria. O sistema construtivo é estrutura autoportante de tijolos.

A fachada principal é enquadrada por cunhais pouco salientes e no seu embasamento, chapiscado. É composta ainda por quatro janelas, cujas esquadrias são em madeira, com sistema de abertura do tipo guilhotina externamente, e de abrir, com duas folhas internamente, demarcadas por sobrevergas em alto relevo. Todo o revestimento é em reboco com argamassa pintada de branco, exceto no enquadramento das janelas e nas folhas de abrir da esquadria, em azul.

As fachadas laterais possuem os mesmos acabamentos da frontal, porém a da direita é menos extensa, com somente duas janelas. Já a lateral esquerda contém três vãos: a porta de acesso ladeada por duas janelas. Uma escada com cinco degraus encaminha até a porta, que se encontra acima do nível da rua. Esta fachada é prolongada por um volume mais baixo, aparentemente construído posteriormente, mas que, no entanto, possui janelas com as mesmas características das originais. Todo o volume principal é coberto por telhado de quatro águas, com a cumeeira paralela à rua e manto de telhas cerâmicas planas. O beiral é em guarda-pó de madeira e com cimalha, em todas as fachadas.

O interior do imóvel é distribuído a partir da sala central contornada pelos quartos, na parte frontal da planta, e o setor de serviços na parte posterior. São cinco quartos, com piso em taco, e a sala com piso em tábuas, e o forro de todos ambientes em tabuado de madeira. A cozinha e o banheiro possuem piso em cerâmica vermelha e telhas vã. Todos os cômodos estão vazios, servindo somente para abrigar o estoque de produtos do Supermercado Biquinha, da Comercial São Pedro Ltda. Esse fato contribui para acelerar a degradação do bem, que não é submetido à manutenções constantes.

14. Intervenções:

O bem somente sofreu intervenções pontuais como medidas de conservação, seja pela troca de telhas quebradas ou aplicação de camadas pictóricas ao longo dos anos, preservando seu estilo e distribuição interna. 15. Estado de conservação:

Regular.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação encontra-se em regular estado de conservação principalmente por estar vazia, sendo utilizada somente como depósito. Sua pintura externa apresenta escurecimento causado por umidade na base, e desgaste. Há trincas, rachaduras e vidros quebrados na fachada.

Page 55: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 55 de 104

17. Fatores de degradação:

O imóvel vem sendo degradado por fatores como mau uso, intempéries e principalmente pela falta de manutenção periódica. O aumento da intensidade do tráfego na Rua Aureliano Prado, que já é significativo, poderá causar vibração na edificação e abalar suas estruturas.

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Refazer o reboco e aplicar nova camada pictórica interna e externamente; Substituição dos vidros quebrados; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias; Vistoria por técnico especializado de trincas e rachaduras existentes.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Autor Desconhecido. Bikinha completa 25 anos de atividades. A Voz, 09/10/1999, P. 6. Autor Desconhecido. Supermercado Bikinha. A Voz, 20/10/1974, P. 1. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. BUTTROS, Sílvia R. Prado Mendes. Família Castilho. Cidadão, 24/12/2001, P. 2. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3H, Matrícula 6800, Fl. 281. Paraguaçu, 06/08/1959. Livro de Registros Imobiliários. Matrícula 9764. Paraguaçu, 05/08/2003. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 56: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 56 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 09/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Residência

4. Endereço:

Rua Aureliano Prado, 505

5. Propriedade:

Particular – Milza Dias de Paiva

6. Responsável:

Milza Dias de Paiva

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Residencial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Aureliano Prado

Detalhe da varanda FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/06

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Detalhe da varanda

Page 57: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 57 de 104

11. Histórico:

A antiga Carmo da Escaramuça, na virada dos séculos XIX para o XX, experimentava um período de desenvolvimento do centro urbano iniciado na última década do século XIX. As famílias mais abastadas da zona agricultora procuravam, cada vez mais, lugares para estabelecer suas moradas próximas à região principal que então se fundamentava. Destinavam-se normalmente aos arredores da praça João Eustáquio da Costa onde se situava a Igreja da Matriz, contudo não eram todos que se fixavam nas ruas Ferreira Prado e Barão do Rio Branco. Alguns buscavam áreas um pouco distante que lhes remetessem, talvez, à calma que não poderia ser encontrada no centro urbano.

É exatamente nesse ponto que se encontra o senhor Quintino Pereira da Fonseca. Primeiro proprietário do lote situado à rua Aureliano Prado 505 e também incentivador da construção da primeira edificação. Sendo agricultor e tendo se casado em 1887 com a senhora Mariana Thereza Rocha é bem razoável se pensar que ele acompanhou a tendência que vigorava e alguns anos após seu casamento tenha procurado erigir uma morada no seio da urbe que se elevava.

O primeiro registro encontrado no Cartório de Registro de Imóveis de Paraguaçu confirma a propriedade inicial de Quintino Pereira da Fonseca e fala da primeira transferência da propriedade. O filho do senhor Quintino adquire de sua mãe, a senhora Mariana, em 30 de julho de 1942. Após permanecer 13 anos com o imóvel, Alfredo Fonseca e sua esposa Áurea Estella vendem este à irmã de Alfredo, a senhora Maria Theresa da Fonseca, e a seu esposo Pedro Inácio de Paiva Tavares em 1955.

Pedro Inácio de Paiva Tavares, nascido em 1887, era fazendeiro na região e, segundo relatos, era também figura de importante expressão social à época. Quando da compra do imóvel, demole a antiga casa para levantar os novos aposentos de sua família, a atual edificação existente, finalizada nos fins da década de 50. Casado com Maria Theresa Fonseca, permaneceu na residência da rua Aureliano Prado até a sua morte em 1972, 17 anos portanto. Maria Theresa ao que parece foi nomeada como proprietária, contudo já em 1974 é encontrado uma nova alteração de propriedade que passa o bem às mãos de Salustiano Fonseca de Paiva. Filho de Pedro Inácio e Maria Theresa.

O último proprietário, a senhora Milza Dias de Paiva, o recebeu do espólio de Salustiano Fonseca de Paiva em 1988. Segundo pôde ser apreciado em campo, nenhuma intervenção significativa que alterasse os traçados originais da obra foram registrados desde que foi erigida. Ao que se chega, os últimos proprietários do bem em questão realizaram apenas pequenos ajustes que almejavam a sua manutenção.

12. Análise de entorno:

O imóvel se localiza à Rua Aureliano Prado, logradouro pavimentado por paralelepípedos em todo o seu percurso, com largura para três carros e de mão dupla. Neste ponto, apresenta moderado movimento de pedestres e de carros leves, estando mais afastado do ponto onde se tem maior tráfego e comércio. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo. A maioria das edificações é térrea, havendo algumas de dois pavimentos. O uso residencial é predominante, porém nota-se o início de um comércio que se estende desde o início da rua, com loja de material de construção, calçados, entre outros, principalmente pela proximidade da Praça Oswaldo Costa e da Igreja Matriz. A tendência à substituição de uso, de residencial para comercial, provém desse fato, ao aumentar a demanda de serviços diferenciados na região. Nota-se também a inicialização de um adensamento vertical, - com imóveis de dois a três pavimentos-, para sanar a mesma demanda. Os terrenos predominantes são planos, com os lotes ligeiramente em declive no lado ímpar e em aclive no par, cujas edificações implantam-se no mesmo nível da rua. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como casas alinhadas ao passeio ou com afastamento frontal, fechadas com gradil. A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados nas calçadas do lado ímpar; porém não há arborização, o que prejudica o conforto ambiental. Os pontos de referências mais notáveis no entorno imediato são a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo e a Praça Oswaldo Costa.

Page 58: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 58 de 104

13. Descrição:

A edificação, com características estilísticas-formais modernistas, está implantada em lote plano, no mesmo nível da Rua Aureliano Prado, com afastamento em todos os lados. O lateral direito abriga a garagem coberta por laje plana e com portão metálico pintado de verde escuro. Já o esquerdo há um jardim composto por bananeiras, gramíneas e plantas de baixo e médio porte, com o percurso feito por piso cimentado. No afastamento frontal, jardim com poucas plantas, em meio a caminhos também cimentados. Há quintal no afastamento posterior, com arborização de baixo porte e plantações de verduras e frutas. O fechamento do terreno é feito por gradil metálico também pintado de verde escuro e muro baixo em pedras São Tomé na porção frontal e muro em alvenaria no restante.

A fachada principal é marcada por vários elementos característicos do início do modernismo como telhado borboleta, cobogós e esbeltos pilares de canos metálicos no alpendre. Uma laje plana se estende por todo frontispício, cobrindo até a garagem. Na extremidade esquerda, ela se dobra e continua abaixo da janela, finalizando nos cobogós do alpendre, destacando esses dois elementos de vedação. Por meio desse alpendre se acessa a casa, através de uma porta de madeira pintada de branco. Há ainda uma janela de correr com esquadria metálica e vidro com grade de proteção, semelhante à janela do plano emoldurado pela continuação da laje. O piso é em cerâmica vermelha e bege, em desenhos retangulares. Uma jardineira faz o papel de guarda-corpo da varanda, onde se apóiam os pilares pintados de verde. Acima da laje, frisos verticais em baixo relevo seguem até o beiral, coroado com guarda-pó em argamassa. Toda a fachada é revestida com reboco e argamassa pintada de amarelo, com exceção da laje, do cobogó e dos frisos que são pintados de branco.

As fachadas laterais e posterior recebem revestimento semelhante à frontal, porém com menos detalhes. O telhado que cobre a volumetria possui manto em telhas cerâmicas planas. O sistema construtivo é em alvenaria de tijolo, com cimento armado.

No interior, a planta se distribui ao redor de uma sala na parte frontal, com o setor íntimo no centro e de serviços na parte de trás. Os pisos são em tabuado com exceção das áreas molhadas em cerâmica. O quintal tem piso permeável, gramado, com os caminhos em cimentado.

14. Intervenções:

A edificação, segundo a entrevistada, mantém as características originais de sua construção, tendo sofrido apenas intervenções pontuais ao longo dos anos como medidas de conservação. 15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

O imóvel encontra-se muito bem conservado, apresentando somente escurecimento na laje externa, causado pela umidade de águas de chuva.

17. Fatores de degradação:

A degradação da edificação é causada por intempéries e pelo desgaste natural dos materiais, além de ser agravada pela falta de manutenção constante.

Page 59: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 59 de 104

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, substituindo as danificadas, a fim de evitar

goteiras e infiltrações, principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Aplicar pintura impermeável na laje externa; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Autor Desconhecido. Faleceu Pedro Inácio P. Tavares. A Voz, 21/05/1972, P. 1. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. BRANDÃO, Nely. Pedro Inácio P. Tavares. A Voz, 04/07/1943, P. 3. BUTTROS, Silvia R. Prado Mendes. Família Fonseca. A Voz, 30/08/2003, P. 1. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3E, Matrícula 2332, Fl. 120. Paraguaçu, 30/07/1942. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3G, Matrícula 5530, Fl. 278. Paraguaçu, 28/07/1955. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3O, Matrícula 13627, Fl. 160. Paraguaçu, 23/10/1974. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2N, Matrícula 4395, Fl. 222. Paraguaçu, 04/05/1988. PAIVA, Milza Dias. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 60: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 60 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 10/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Ideal Clube

4. Endereço:

Avenida Gonçalves Leite, 86

5. Propriedade:

Particular – Cotistas do Ideal Clube

6. Responsável:

Ângela Silva santos (Presidente)

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Clube / Lazer

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Avenida Gonçalves Leite

Salão principal

Área externa, piscinas e banheiros ao fundo

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 61: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 61 de 104

11. Histórico:

A sede atual do Ideal Clube foi fundada em 02 de agosto de 1975 a partir de uma iniciativa que começou no início da década de 1960 e só quinze anos depois pode ser concluída. O clube sempre foi palco de grandes eventos sociais da cidade e espaço de sociabilidade por excelência da fina flor de Paraguaçu. Em suas duas sedes anteriores essa característica também era observada, ou seja, trazer o melhor aos paraguaçuenses tão estimados pela diretoria do clube. Tamanho sucesso que sempre encontrou só poderia resultar em uma demanda cada vez maior por um espaço que abrigasse mais e mais filhos desta terra. E é pensando assim que em 1965 o então presidente Dario Borim, e o tesoureiro Hélio Newton Fonsêca Rodrigues formalizam junto ao Cartório de Registro de Imóveis de Paraguaçu a compra de quatro terrenos que totalizavam juntos uma área de 3.300 m2. Os transmitentes foram: Antônio Alves Pereira e sua esposa Maria Aparecida Selicani; Guilhermina Fonsêca Prado e cônjuge; Salustiano Fonsêca Paiva e sua esposa Milza Dias de Paiva; José Honório Pereira e sua esposa Maria Tereza de Jesus; e por fim Wagner Brandão Bueno e sua esposa Emereciana Prado Bueno.

Consultando os registros imobiliários, não é encontrado referência a construções que porventura existiam na área comprada pelo Ideal Clube. Nem os artigos de jornais da época fazem referência a alguma demolição ocorrida na área onde este ia ser fundado. Resta portanto crer que a área estava disponível não tendo sido destruída nenhuma habitação ou comércio para que fosse erguida a nova sede do clube.

Segundo o jornal A Voz de 11 de abril de 1962, já neste ano estava lançada a pedra fundamental do edifício que constitui a sede do Ideal Clube de Paraguaçu e as expectativas eram de que ainda em 1963 o clube fosse

Vista da implantação do Ideal Clube FOTO: http://www.idealclube.com.br

Área de Recreação FOTO: http://www.idealclube.com.br

Primeira sede do Ideal Clube, 1915 FONTE: Arquivo do Ideal Clube

Segunda sede do Ideal Clube, 1939 FONTE: Arquivo do Ideal Clube

Page 62: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 62 de 104

inaugurado. Contudo, de acordo com a senhora Ângela Silva Santos – atual presidente do clube – essas expectativas foram frustradas uma vez que a sede foi inaugurada aos dois dias de agosto de 1975.

A história da cidade está contata através desta instituição, fundada em 16 de maio de 1915. Como presidentes, além do já citado senhor Dario Borim, os senhores Pedro Leite (fundador do clube), Cristiano Otoni do Prado e diversos outros ilustres nomes que somente abrilhantam seu passado. O Ideal Clube é o guardião vivo da memória paraguaçuense, sendo quase possível toca-la quando caminhamos em seus vãos. Intervenções sofridas pelo bem foram poucas, duas para ser exato. Ocorreram há cerca de 10 anos e consistiram na alteração do piso da sede que era de cerâmica por um de mármore branco e o forro substituído por eucatex.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se à Avenida Gonçalves Leite, logradouro que se inicia na Praça Oswaldo Costa, onde está inserida a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, exatamente os maiores pontos de referência urbana de Paraguaçu, além de conter várias casas de grande valor arquitetônico e histórico dispostas no entorno da praça.

A via é larga e plana no sentido longitudinal, sendo que transversalmente há uma grande diferença de nível entre as duas pistas existentes. Um espaçoso canteiro central as separa, com bancos de descanso, arborização, lixeiras e escadas, formando uma verdadeira praça alongada, em ótimo estado de conservação. A pavimentação da avenida é feita por paralelepípedos em todo o seu percurso, e permite estacionamento paralelo no lado das edificações. Os passeios possuem 150cm de largura, e são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo. Apresenta razoável movimento de pedestres e de carros leves e pesados, apesar de ser uma das vias mais largas da cidade, com quatro faixas de tráfego.

Há edificações térreas – maioria – e de até dois pavimentos. O uso residencial é predominante; no início da rua, próximo a praça, destaque para o uso comercial e de serviços, contando com loja de eletrodomésticos, lanchonete, eletrônica e o Ginásio Poliesportivo. A maioria das casas implantadas tem afastamentos frontais e laterais, e muro de alvenaria com grade metálica fazendo o fechamento do terreno. Os lotes - em aclive do lado par e declive no lado ímpar – são acessados centralmente.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados nas duas calçadas e arborização de médio porte somente no canteiro central, oferecendo mais conforto para quem ali descansa.

13. Descrição:

O imóvel, de partido retangular, tem dois pavimentos e encontra-se implantado em terreno de grande aclive, recuado do limite da calçada e com afastamentos laterais. O fechamento do lote é feito por muro baixo revestido de pedras São Tomé irregulares e gradil metálico pintado de preto na porção frontal e muros em alvenaria no restante. O afastamento direito é ocupado por um jardim gramado e florido; já o esquerdo abriga a principal entrada para o clube através de uma rampa natural, além de guarita para o porteiro separado do volume principal. Neste lado está também o ingresso à secretaria no pavimento térreo, de atendimento ao público. Na parte posterior localiza-se a área de lazer disposta em dois patamares conectados por escadaria, contando com piscinas, lanchonetes em quiosques, quadras de futebol, peteca e vôlei, parquinho para crianças, e ainda banheiros, sala de musculação e sala de professores. As volumetrias presentes nessa área foram construídas posteriormente, no decorrer das demandas de crescimento do clube. São em alvenaria de tijolos furados, com cobertura em telhas metálicas, e pintadas de azul e amarelo. Todo o piso da parte externa é em pedras São Tomé retangulares, intercalado por partes gramadas delimitadas. Por aqui pode-se acessar o Ginásio Poliesportivo, apesar de sua entrada prioritária ser pela Rua José Cristiano. Forte referência urbana, o Ginásio é assiduamente usado pela população paraguaçuense, não somente nas práticas esportivas, mas também como palco de eventos sociais, como shows, festas de formatura, entre outros.

O volume principal do clube, construído em concreto armado e estrutura metálica, destaca-se em meio ao

Page 63: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 63 de 104

entorno, com sua grandiosidade e imponência. A face frontal apresenta, no segundo piso, oito grandes vãos de portas de correr de metal com vidro ocupando quase todo o frontispício, permeadas por dois blocos que avançam no alinhamento da sacada. Esta com guarda corpo metálico percorre toda a fachada seguindo a abertura das portas. Sobre estas, uma vedação em metal aumenta o aspecto horizontalizado da edificação, encimada por bandeiras fixas também metálicas e com vidro no arremate da parte superior, em encontro de uma comprida viga pintada de amarelo. No primeiro pavimento, apenas um vão de porta centralizado, de onde sai um toldo azul protegendo o caminho até o passeio. No revestimento, reboco com argamassa pintada de azul, e na porção inferior, parede revestida de pedras São Tomé irregulares. Como cobertura, telhado metálico em uma água, com pouca inclinação.

No térreo, além da secretaria, encontra-se o hall de entrada para o segundo pavimento, através de uma porta conduzindo internamente à escadaria de madeira. É onde se localiza o salão de festas, bar, banheiros, sala da diretoria e sala de vídeo. O piso é em mármore branco, com exceção do salão principal, em taco de madeira. A laje possui forro de eucatex a fim de se obter uma melhor acústica.

14. Intervenções:

Poucas intervenções ocorreram no imóvel. Há aproximadamente 10 anos o piso, que era em cerâmica, foi trocado por mármore branco, e o forro substituído por eucatex. 15. Estado de conservação:

Excelente.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação não possui aspectos de degradação que comprometam físicos, estruturais e compositivos, principalmente por ter sido recentemente reformada, o que sanou os problemas existentes anteriormente.

17. Fatores de degradação:

O imóvel possivelmente será degradado por fatores como intempéries, mau uso e falta de manutenção dos elementos estruturais e compositivos.

18. Medidas de Conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de se evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Autor Desconhecido. Ideal Club: Nova Sede. A Voz, 1/07/1962, P. 4. Autor Desconhecido. Ideal Club: Pedra Fundamental. A Voz, 4/11/1962, P. 3. SCHIASSI, Silvânio. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3C, Matrícula 676, Fl. 66. Paraguaçu, 08/05/1933. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3D, Matrícula 1150, Fl. 64. Paraguaçu, 01/09/1936. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3E, Matrícula 2177, Fl. 83. Paraguaçu, 08/01/1942. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3F, Matrícula 2844, Fl. 25. Paraguaçu, 14/07/1944.

Page 64: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 64 de 104

Livro de Registros Imobiliários. Livro 3G, Matrícula 4884, Fl. 116. Paraguaçu, 02/02/1953. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3H, Matrícula 5678, Fl. 10. Paraguaçu, 02/12/1955 Livro de Registros Imobiliários. Livro 3I, Matrícula 7077, Fl. 47. Paraguaçu, 05/05/1960. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3J, Matrícula 8576, Fl. 147. Paraguaçu, 25/03/1963. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3J, Matrícula 8604, Fl. 155. Paraguaçu, 15/04/1963. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3J, Matrícula 8690, Fl. 178. Paraguaçu, 18/06/1963. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3K, Matrícula 9326, Fl. 14. Paraguaçu, 29/10/1964. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3K, Matrícula 9535, Fl. 53. Paraguaçu, 17/03/1965. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) ________. A Trajetória do Ideal Clube – Parte I. A Voz, 23/2/2002, P 7. ________. A Trajetória do Ideal Clube – Parte II. A Voz, 9/3/2002, P 7. ________. A Trajetória do Ideal Clube – Parte III. A Voz, 23/3/2002, P 7. ________. A Trajetória do Ideal Clube – Parte IV. A Voz, 6/4/2002, P 7. ________. A Trajetória do Ideal Clube – Parte V. A Voz, 20/4/2002, P 7. 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 65: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 65 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 11/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Imóvel vazio

4. Endereço:

Rua Tiradentes, 90

5. Propriedade:

Particular – Paulo Sirino

6. Responsável:

Paulo Sirino

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Vago

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

R. Barão do Rio Branco esquina com Tiradentes

Detalhe das portas e janelas

Esquadria das janelas

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 66: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 66 de 104

11. Histórico:

O bem situado à rua Tiradentes número 90 foi construído pouco depois da virada que trouxe o século XX, provavelmente entre os anos de 1903 e 1908 ou pelo menos neles foi observado seu início. Essa margem se deve ao fato de que os primeiros proprietários, o casal José Purifico Gonçalves e Maria do Carmo Thomé, se uniram em matrimônio em 1905 o que torna viável se pensar a respeito do planejamento da união a longo prazo e daí o recuo da data de construção. Esse período provável de edificação insere-o em um movimento de crescimento do povoado local que culminou com a emancipação do local em 1911.

Para além da interpretação dos dados que são apresentados têm-se os registros de cartório que guiam pela história dos proprietários do imóvel. O registro inaugural data de 21 de julho de 1958 e trata da sua transferência aos filhos do casal Maria e José dividindo-o em partes iguais. Assim sendo, Maria Gonçalves, José Gonçalves filho, Otília Gonçalves, Otacílio Gonçalves, Íris Gonçalves (e seu cônjuge Agnaldo Salles) e Benedita Gonçalves herdam a edificação avaliada então em CR$ 7.000,00.

Maria Gonçalves e seu marido, o senhor Pedro Nogueira, ao que os dados indicam conseguiram reunir todas as partes do bem de forma que em 26 de janeiro de 1959 pode ser observado no registro de imóveis a venda a Bernardino da Silva Passos e Iramaia Luiz do Prado. Iramaia e sua esposa, dona Guilhermina Fonseca Prado, vendem a casa em 30 de outubro de 1961 pelo valor de CR$ 150.000,00 a Dontato Leite Andrade, funcionário público local.

O senhor Donato Leite Andrade ao falecer deixa através de seu espólio a morada para Irene Ribeiro Andrade, Jefferson Ribeiro Andrade, Lílian Ribeiro Andrade, Abílio Eustáquio de Andrade, Delson José Ribeiro Andrade, Wilson Ribeiro Andrade e Donato Leite Andrade Júnior. Todos esses filhos juntos, em 08 de agosto de 1971 vendem a casa a Geraldo Dias (serventuário de justiça). O senhor Geraldo transmite em partilha de bens a Siema Dias em 2001 e João Camilo Órfão (agricultor) a adquire em 03 de outubro de 2003. João Camilo Órfão hipotecou a casa junto ao Bradesco ainda em 2003 e baixa essa hipoteca em 02 de maio de 2006. Interessante ressaltar que, além do uso residencial, vários foram os usos no porão voltado para Rua Barão do Rio Branco: sapataria, banca de jornal, bar e loja de roupas.

Quanto a intervenções, a planta que originalmente era em “L”, se transformou em retangular com a ampliação da área de cozinha e de serviços, ocupando o afastamento posterior. No piso foi colocada ardósia e no forro madeira. Não se têm informações de quando ocorreram as intervenções. Como a residência é composta por dois pavimentos, cabe ressaltar que o andar inferior, voltado para rua Barão do Rio Branco, já possuiu uso de sapataria, banca de jornal, bar e loja de roupas.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se à esquina da Rua Tiradentes com Barão do Rio Branco, local de tranqüila movimentação, apesar de estar próximo ao intenso tráfego de veículos e pedestres da Praça Oswaldo Costa. Ambas são pavimentadas por paralelepípedos em todo o seu percurso, com largura para três carros e de mão dupla, permitindo estacionamento paralelo nos dois lados. Os passeios têm 150cm de largura e são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

Há edificações térreas – maioria – e de até dois pavimentos. O uso residencial é predominante em meio aos diversos estilos arquitetônicos dispersos. A maior parte está localizada acima do nível da rua, alinhada à calçada ou com afastamento frontal e gradil metálico fazendo o fechamento. Os lotes são em declive com o caimento na direção da Rua Barão do Rio Branco.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados nas calçadas de ambos os lados; não há arborização na área pública, sendo encontrada somente nos quintais dos terrenos. Ao longo da Rua Barão do Rio Branco nota-se a preservação das edificações antigas, reforçando seu caráter histórico, embora já se perceba um processo de substituição desses imóveis, a partir da construção de edifícios com feições mais contemporâneas; já na continuação da Rua Tiradentes chega-se à Praça Oswaldo Costa onde está a Igreja Matriz, marcos referenciais de extrema importância para a cidade, assim como o casario de grande valor arquitetônico e histórico disposto no entorno da praça.

Page 67: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 67 de 104

13. Descrição:

A construção de dois pavimentos é uma das mais antigas da cidade, possuindo características ecléticas em sua composição, embora tenha sofrido algumas intervenções descaracterizantes ao longo dos anos. Com partido arquitetônico retangular, encontra-se implantada no alinhamento das duas vias para as quais está voltada, em terreno em declive no sentido da Rua Tiradentes, acarretando o surgimento de um porão alto na face da Rua Barão do Rio Branco.

O acesso principal ao bem é feito pela Tiradentes, antecedido por um alpendre na lateral direita, com guarda-corpo em balaustrada, piso em cerâmica e telha vã. Esta fachada é marcada por uma porta no porão, de madeira pintada de azul, e quatro janelas no piso superior, de guilhotina com caixilho de madeira e vidro na parte externa, e duas folhas de abrir toda em madeira internamente. Peças de madeira pintadas de azul fazem a moldura nas janelas e arrematam as vergas retas. Já a fachada voltada para Rua Barão do Rio Branco possui quatro portas na parte inferior, com duas folhas de madeira pintadas de azul, e no mesmo alinhamento, quatro janelas na porção superior, semelhantes às outras, a não ser pela inserção de sobrevergas em massa. Coroando a volumetria, telhado em telhas cerâmicas curvas, com peito de pombo nas quinas e beiral com guarda-pó de madeira. A edificação foi erguida em sistema estrutural autoportante de tijolo maciço, revestida com pedra ardósia irregular no porão. A fachada posterior encontra-se totalmente modificada, devido ao acréscimo ocorrido anteriormente, com janelas de correr em metal e vidro e cobertura em telhas de amianto. O fechamento do terreno é feito pela própria edificação e por muros em alvenaria.

O partido arquitetônico atual é retangular, modificando o original em “L”, com a ampliação da área de cozinha e serviços, ocupando o afastamento posterior. Nesses cômodos, no fundo da planta, o piso é em ardósia e teto laje. Uma sala central distribui os quartos ao redor, na parte frontal da planta. Todo o piso é em tabuado de madeira, assim como o forro. Atualmente a casa está vazia, e será demolida pelo proprietário.

14. Intervenções:

A planta que originalmente era em “L”, se transformou em retangular com a ampliação da área de cozinha e de serviços, ocupando o afastamento posterior. No piso colocaram ardósia e no teto, laje. Não se têm informações de quando ocorreu a intervenção na casa. O porão, voltado para Rua Barão do Rio Branco, já possuiu uso de sapataria, banca de jornal, bar e loja de roupas.

15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

Embora o imóvel se encontre bem conservado, algumas problemas de conservação podem ser citados, como desgastes na pintura, infiltrações, goteiras, pequenas trincas e ataques de microorganismos. O fato da casa estar vazia e não receber manutenção constante tente a agravar .

17. Fatores de degradação:

Os principais fatores de degradação do imóvel são as intempéries e o desgaste natural do tempo, agravados pela falta de uso e manutenção constante.

Page 68: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 68 de 104

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas e substituir peças deterioradas e desalinhadas, a

fim de evitar goteiras e infiltrações, principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Providenciar tratamento e limpeza de elementos com apodrecimento ou presença de mofo e infestação

de cupim; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado.

19. Referências documentais:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2, Matrícula 9112. Paraguaçu, 05/09/2001. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3L, Matrícula 11886, Fl. 182. Paraguaçu, 08/08/1971. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3L, Matrícula 11809, Fl. 165. Paraguaçu, 14/05/1971. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3I, Matrícula 7806, Fl. 247. Paraguaçu, 30/10/1961. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3H, Matrícula 6661, Fl. 246. Paraguaçu, 26/01/1959. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3H, Matrícula 6536, Fl. 217. Paraguaçu, 21/07/1958. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente: Paraguaçu/MG, 2005. (CD-ROM) SIRINO, Paulo. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. 20. Informações e fontes:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 69: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 69 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 12/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Casa Paroquial

4. Endereço:

Rua Paula Dias, 29

5. Propriedade:

Eclesiástica – Mitra Diocesana de Guaxupé

6. Responsável:

Padre Pedro Meloni Neto

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Casa Paroquial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Paula Dias

Detalhe da sacada no andar superior

Detalhe da parte na lateral direita FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Fachada Principal

Page 70: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 70 de 104

11. Histórico:

João Evangelista Campos Júnior aos vinte dias de abril de 1933 adquiriu o imóvel de Francisco Luiz de Prado Olívia Augusto Prado. Entretanto o primeiro proprietário foi, provavelmente, José Christiano de Prado, grande personalidade local. O senhor João Evangelista – ou seu Jota como era conhecido o farmacêutico – vendeu este bem à Mitra Diocesana de Guaxupé em 07/05/1944, pela quantia de CR$8.000,00. O vigário Monsenhor Jose Panucci pediu a demolição da antiga edificação, para que fosse construída a Casa Paroquial, visando, dessa forma, facilitar a administração dos assuntos religiosos da cidade.

O construtor, cujo nome era José Maria, residia na cidade de Machado. Essa edificação alterou o entorno local, pois até então a principal referência das circunvizinhanças era o cemitério, que nesse período acabou sendo transferido. No ano de 1948 a casa foi inaugurada, tendo ocorrido uma festa entre os membros da comunidade católica de Paraguaçu. Foi necessária a angariação de recursos para que a obra pudesse ser executada até o final. Em um artigo do jornal O Paraguassu, é possível encontrar o seguinte relato a respeito da inauguração da Casa Paroquial:

(…)Comparecimento de sacerdotes dos municípios visinhos. Discursos. Crisma.

Foi solenemente inaugurada ontem a casa paroquial de Paraguassú, construída pelo revmo. Cônego José Antonio Panucci, com recursos fornecidos pelo povo. O ato foi honrado com a presença do exmo. Sr. D. Hugo Bressane de Araújo, ilustre e digno bispo Diocesano, diversos sacerdotes desta região, autoridades e povo de Paraguassú.

Proferiu o discurso oficial, de saudação ao eminente Prelado, que pela primeira vez nos distingue com a sua visita, depois que regressou da Europa, o sr. Cristiano Otoni do Prado, antigo prefeito deste município.

(…) A casa Paroquial

A casa paroquial de Paraguassú é justamente classificada como a melhor da Diocese. A obra foi executada pelo hábil construtor sr. José Maria, coadjuvado por uma equipe de técnicos de primeira ordem, desta cidade e de Machado. Todo o material empregado no edifício foi rigorosamente selecionado:- o madeiramento é de óleo, cedro e peroba; a alvenaria é de tijolos de primeira qualidade, sendo as paredes amarradas com três cintas de cimento armado; os forros são de estuque e o piso é assoalhado de tacos e tijolos São Caetano, sendo os do segundo pavimento assentados sobre laje de cimento armado. O material sanitário, de distribuição de água e de eletricidade é dos melhores do mercado.

A planta baixa do edifício foi executada com rara felicidade, não existindo cômodos escuros e mal ventilados. Alem de muitos quartos e salas, o prédio tem um excelente apartamento destinado ao sr. Bispo da diocese, e um amplo salão para as obras dos tabernáculos. No fundo do edifício a lavanderia, dispensa, cocheira e outras dependências. Em outra edição daremos por menores da visita de D. Hugo e da festa de inauguração da casa Paroquial.Em nome do povo, damos as boas vindas a todos os convidados e especialmente aos revmos. Sacerdotes, desta e da diocese de Campanha, que estão nos honrando com a sua visita.3

Segundo tradição local, o padre Antonio Picinini, embora tenha sido um dos executores desse projeto, teve relutância em morar na residência, devido ao seu tamanho, considerado pelo religioso como grande.

De qualquer forma, é importante ressaltar que desde a sua inauguração o imóvel tem sido utilizado como sede da casa paroquial. Sobre as intervenções, sabe-se que há aproximadamente 15 anos atrás, a casa sofreu

3 Autor Desconhecido. Casa Paroquial Inauguração. O Paraguassu, 03/10/1948, P. 1.

Page 71: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 71 de 104

uma reforma, com alterações na fachada, uma vez que a entrada centralizada passa para a lateral da varanda, assim como a troca de pisos e forro, o telhado reparado e substituição da fiação elétrica e encanamento. Em 2005, interior e exterior foram pintados.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se à Rua Paula Dias, no seu trecho mais próximo ao centro da cidade, a um quarteirão da Praça Oswaldo Costa, um dos marcos referenciais históricos e arquitetônicos de Paraguaçu juntamente com a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo. Nesta parte o tráfego de pedestres é intenso, assim como o de veículos leves e pesados. É uma via de mão única e mais estreita, sendo uma opção para os motoristas que vêm pela Rua Dr. João Pinheiro para se chegar à praça. Pavimentada por paralelepípedos em todo o seu percurso, permite estacionamento paralelo nos dois lados. Os passeios têm largura de 150cm e são revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

A maior parte das edificações é de dois pavimentos, prevalecendo o uso comercial e de serviços, com a presença de muitos consultórios odontológicos, médicos, bares, farmácias, entre outros. Ao longo desse logradouro, afastando-se do centro, o uso passa a ser predominantemente residencial, e o movimento de pedestres e veículos diminui. Praticamente todos os prédios estão no alinhamento do passeio, com afastamentos laterais abrigando os acessos, que também ocorrem frontalmente. Os lotes são planos, e as casas implantadas no mesmo nível da rua.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública em postes situados nas calçadas do lado ímpar da rua; sinalização de trânsito; porém sem arborização, prejudicando o conforto urbano.

13. Descrição:

O imóvel com elementos ecléticos e do art-decó, implanta-se no alinhamento da rua, e se destaca pela fachada ornada com profusão de detalhes. Não há afastamento lateral direito, somente o esquerdo com um corredor de condução à área de serviços. No afastamento posterior há um grande quintal, com plantação de verduras, frutas, ervas, flores e árvores de médio porte; e uma pequena edificação com fogão à lenha, lavanderia e quarto de empregados. O fechamento do lote se dá pela própria edificação e por muro em alvenaria.

A fachada principal apresenta-se assimétrica devido à existência, na parte direita, de três vãos no segundo piso e da garagem no primeiro pavimento. Esta é vedada por um portão de madeira em calha, com quatro folhas de abrir e detalhe em alto relevo, com losangos na porção superior. Acima, no segundo pavimento, o ambiente do quarto avança sobre o plano inferior, criando um falso sustentamento feito por mãos francesas curvilíneas. Três janelas, em guilhotina de madeira e vidro, posicionam-se no alinhamento do portão da garagem. Como ornamento, frisos em baixo relevo verticais e horizontais ressaltados pela pintura diferenciada, em branco e vermelho. Já no resto da face frontal verifica-se uma simetria, tendo como eixo central o vão do alpendre, emoldurado por frisos. A base é revestida por pedra São Tomé irregular, diferenciando-se do restante feito por reboco com argamassa pintada em tom rosado. O alpendre tem guarda-corpo em cobogó, com piso cerâmico vermelho e teto em laje. Uma escada lateral cobre a diferença de nível entre a rua e a casa, levando ao seu interior. Ladeando o alpendre, duas janelas de abrir com veneziana em madeira, externamente, e guilhotina internamente. Possuem peitoril avançado em massa e sobrevergas com telhas cerâmicas curvas.

No andar superior, outras duas janelas localizam-se alinhadas às de baixo, porém aqui, ao lado de uma sacada que se projeta além do plano da fachada. Assim como a sacada já mencionada, possui falsas mãos francesas curvas, com guarda-corpo em alvenaria decorado com os frisos em baixo relevo, e no centro um desenho em argamassa representando a Coroa de Nossa Senhora do Carmo, com as iniciais “AM” de Ave Maria. Para se chegar à ela, porta centralizada, com duas folhas de abrir em madeira e vidro, e em cada lado, uma janela de guilhotina, externamente, e duas folhas de abrir internamente. No frontão, triângulo em cerâmica vermelha, coroado por um beiral em duas águas, com telhas cerâmicas curvas e cumeeira perpendicular à rua. A fachada possui platibanda escalonada arrematada também por telhas cerâmicas

Page 72: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 72 de 104

curvas, escondendo o telhado de múltiplas águas em telhas cerâmicas planas.

Internamente, os cômodos se distribuem ao redor da escada de acesso ao segundo pavimento, centralizada na planta retangular. Na parte direita do primeiro pavimento há uma grande sala de estar, sala de jantar, cozinha e despensa. No outro lado, banheiros, sala de estar e um depósito. No andar superior, sete quartos, uma sala e dois banheiros. O piso é em taco de madeira, sendo que nas áreas molhadas em cerâmica vermelha. Toda edificação possui laje, e em alguns cômodos ela é coberta por forro em PVC; com sistema construtivo composto por pilares de concreto e paredes em alvenaria de tijolos, e sua estrutura autônoma.

14. Intervenções:

Há aproximadamente 15 anos a casa sofreu uma reforma em vários aspectos: a entrada que era centralizada na fachada foi modificada para a lateral da varanda, aumentando o espaço útil da mesma; o piso da varanda foi substituído por cerâmica vermelha; trocou-se o forro de madeira por PVC e toda a fiação elétrica e encanamentos; reparou o telhado. Em 2005 a casa foi toda pintada, interna e externamente.

15. Estado de conservação:

Excelente.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação não apresenta problemas que prejudiquem sua integridade física, estrutural e compositiva, com seus elementos desempenhando satisfatoriamente suas funções.

17. Fatores de degradação:

Possivelmente o imóvel será degradado por fatores como intempéries, mau uso ou por falta de manutenção constante. O aumento da intensidade do tráfego na Rua Paula Dias, próxima à Praça Oswaldo Costa, que já é significativo, poderá causar vibração na edificação e abalar suas estruturas.

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Supervisionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias;

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Autor Desconhecido. Paraguaçu terá sua Casa Paroquial. O Paraguassu, 23/01/1944, P. 3. Autor Desconhecido. Casa Paroquial. O Paraguassu, 24/09/1944, P. 4. Autor Desconhecido. Será construída a Casa Paroquial. O Paraguassu, 15/12/1946, P. 4. Autor Desconhecido. Casa Paroquial construída este ano. O Paraguassu, 20/04/1947, P. 4. Autor Desconhecido. Visita às obras. O Paraguassu, 16/05/1948, P. 1. Autor Desconhecido. Casa Paroquial. O Paraguassu, 30/05/1948, P. 1. Autor Desconhecido. Casa Paroquial inauguração. O Paraguassu, 03/10/1948, P. 1. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3B, Matrícula 57, Fl. 85/86. Paraguaçu, 05/11/1929.

Page 73: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 73 de 104

Livro de Registros Imobiliários. Livro 2B, Matrícula 900, Fl. 300. Paraguaçu, 22/08/77. MELONI, Pedro. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 74: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 74 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 13/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Residência

4. Endereço:

Rua Dr. João Pinheiro, 09

5. Propriedade:

Particular – Maria Auxiliadora Bueno Ferreira

6. Responsável:

Lázaro Ferreira de Castilho

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Residencial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Dr. João Pinheiro

Fachada voltada para Rua Barão do Rio Branco

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 75: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 75 de 104

11. Histórico:

O morador mais antigo de que se tem referência, de acordo com entrevistas realizadas, era conhecido pelo nome de Manequinha mas nada além desse apelido foi guardado até os dias atuais. O imóvel – cuja construção data do 1º quartel do século XX – se insere no primeiro impulso que fez crescer o então florescente centro urbano de Paraguaçu. Este bem passou por intervenções ao longo dos anos e na década de 1930 houve troca de telhas curvas por planas. Já nos anos oitenta ocorreu substituição de piso da copa e cozinha, com aplicação de ladrilhos hidráulico, além da troca do forro no interior da casa adaptando-a às novas tendências.

De acordo com informações colhidas em cartório foi possível esboçar o histórico dos proprietários da edificação. Na década de 1910, através de permuta, João Pedro Mendes do Prado e esposa (Guilhermina Mendes Prado) adquirem o imóvel de Aureliano Luiz do Prado. Contudo, essa data indicada nos registros de cartório está errada uma vez que o senhor Aureliano nasceu em Paraguaçu em 1916 na fazenda Espírito Santo. O mais provável é que essa transação tenha realmente acontecido mas somente cerca de duas décadas depois, ou seja, entre a segunda metade da década de 1930 e os primeiros anos da década de 1940, pois em 1942 o senhor Aureliano casou-se com a senhora Clara Sólia e motivado pelo casamento pode ter tido o impulso de mudar de propriedade. Mas se a data está incorreta, as transações provavelmente ocorreram e observa-se que em outubro de 1954, João Pedro e Guilhermina a venderam ao agricultor Odilon Prado.

Odilon Prado, em 11 de setembro de 1990, pela quantia de CR$ 900.00,00, passou o bem para Lazaro Ferreira de Carvalho, que manteve – conjuntamente à sua esposa Arminda Bueno Ferreira – a posse da morada por catorze anos até que aos nove dias de setembro de 2004 esse a transmite através de venda à senhora Maria Auxiliadora Bueno Ferreira. Maria Auxiliadora detém a propriedade até os dias atuais e a ela dedica o uso residencial.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se à esquina da Rua Dr. João Pinheiro e Rua Barão do Rio Branco. A primeira é um logradouro que se inicia na Avenida Pereira da Silva e se estende até próximo à rodoviária, não sendo de grande comprimento, porém de intenso tráfego de pedestres, veículos leves e, principalmente, pesados. É uma importante via de entrada e saída da cidade, além de ser trajeto dos ônibus rodoviários. Já a segunda é uma das vias mais antigas da cidade, e abriga edificações remanescentes das primeiras ocupações do município. As duas são pavimentadas por paralelepípedos e de mão dupla com estacionamento paralelo nos dois lados e passeios revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

A maior parte das edificações é térrea, com porão alto formado pela topografia acidentada. Na Rua Dr. João Pinheiro o uso residencial é predominante; já próximo a rodoviária, destaque para o uso comercial e de serviços. Quanto à Barão do Rio Branco, prevalece o uso residencial. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como edificações alinhadas ao passeio e entradas frontais.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados na calçada, sinalização de trânsito, e praticamente não há arborização. Um importante ponto de referência no entorno é a Praça João Eustáquio da Costa, onde se insere a Igreja Nossa Senhora Aparecida, uma das mais importantes da região. A praça é um dos poucos lugares que possui uma confortável arborização, e é assiduamente freqüentada pelos moradores vizinhos.

13. Descrição:

A edificação com características estilísticas do período eclético está implantada em terreno de esquina em aclive no sentido da Rua Dr. João Pinheiro, alinhada ao passeio, e acima do nível da rua. De partido arquitetônico retangular, não possui afastamentos laterais, somente o posterior que abriga um quintal em piso natural e poucas árvores de baixo porte. O fechamento do lote é feito pela própria edificação e por muro em alvenaria.

O sistema construtivo é ressaltado nas paredes externas através do enquadramento exposto de madeira

Page 76: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 76 de 104

feito pelos esteios e madres sobre alicerce em pedra e adobe. A fachada de acesso principal, na Rua Dr. João Pinheiro, é marcada por seis vãos, sendo cinco janelas e uma porta, dispostos em intervalos iguais. As janelas possuem vedação em guilhotina de madeira e vidro na parte externa e duas folhas de abrir em madeira na parte interna. Já a porta é em uma folha de madeira em calha e bandeira fixa, com grade metálica e vidro, na parte superior.

Já a face voltada para a Barão do Rio Branco tem menor extensão, apresentando porão alto em função do caimento da rua. São seis os vãos: três no porão, sendo duas portas com duas folhas de abrir com veneziana de madeira e vidro, e uma janela basculante; e três janelas no andar superior, semelhantes às da outra fachada, seguindo o alinhamento dos vãos de baixo. Toda a volumetria possui embasamento revestido por chapiscado modulado em retângulos, aparentando pedras sobrepostas, pintado em amarelo. O restante é chapiscado e pintado em tom ocre, com o enquadramento e as esquadrias em madeira pintada de branco. Coroando, um telhado em quatro águas com telhas cerâmicas planas, com cumeeira paralela à Rua Dr. João Pinheiro e beiral em guarda-pó de madeira.

Internamente, a planta se organiza ao redor de uma sala central, antecedida por um corredor que vem da porta de entrada. Ladeando a sala, há quatro quartos, posicionados na porção frontal, e a cozinha e copa na área posterior. O porão, sob os três quartos, é utilizado como depósito e tem acesso direto pela Rua Barão do Rio Branco. No forro, tabuado de madeira e o piso em tabuado de madeira, com exceção na copa, cozinha e banheiros, cujo antigo cimentado foi substituído por ladrilho hidráulico.

14. Intervenções:

Há aproximadamente 70 anos, na década de 30, as telhas, que eram em cerâmica curva, foram trocadas por cerâmica plana. Já em 1980, Lázaro substituiu o piso da copa e cozinha, que era em cimentado, por ladrilho hidráulico, e trocou o forro de madeira por outro com moldura, também em madeira. 15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação apresenta o embasamento manchado por umidade e desgaste na pintura. Algumas trincas e rachaduras têm aparecido nas paredes devido ao intenso tráfego de veículos pesados na Rua Dr. João Pinheiro. 17. Fatores de degradação:

O imóvel tem sido degradado principalmente pelas intempéries e falta de uma manutenção constante. O intenso tráfego de veículos pesados na Rua Dr. João Pinheiro tem provocado o aparecimento de trincas e rachaduras, devido à movimentação de suas estruturas

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Analisar o percurso de veículos pesados na região, e a estabilidade das vias por onde eles passam; Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Providenciar tratamento e limpeza de elementos com apodrecimento ou presença de mofo e infestação

de cupim; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

Page 77: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 77 de 104

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Autor Desconhecido. Aureliano Luiz do Prado. A Voz, 08/11/1997, P. 7. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. CASTILHO, Lázaro Ferreira de. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3G, Matrícula 5317, Fl. 227. Paraguaçu, 12/10/1954. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2Q, Matrícula R-1-1596, Fl. 183. Paraguaçu, 11/09/1990. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2, Matrícula 10390. Paraguaçu, 09/11/2004. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM). VASCONCELLOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte: UFMG, 1979.

20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 78: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 78 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 14/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Residência

4. Endereço:

Rua Dr. João Pinheiro, 14

5. Propriedade:

Particular – Edvard Eustáquio de Andrade

6. Responsável:

Edvard Eustáquio de Andrade

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Residencial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Fachada voltada para Rua Barão do R. Branco

Alpendre de entrada

Fachada principal, voltada para Rua Dr. João Pinheiro FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 79: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 79 de 104

11. Histórico:

O fazendeiro Alfredo Leite da Silva aos dezessete dias de janeiro de 1928, representante de José Monteiro da Silva Leite na condição de seu procurador, comprava de Alfredo de Oliveira Leite e Olívia Eustáchio de Andrade, o imóvel localizado na Rua Dr. João Pinheiro, n. 14. O valor declarado em registro para o negócio foi de 15:000$000.

Edvard Eustáquio de Andrade, em 1950, o comprou de Alfredo Leite. Sr. Edvard passou a residir nessa propriedade e, no andar inferior voltado para a Rua Rio branco, instalou uma agência do Banco do Brasil, da qual foi gerente.

Paraguaçu já pôde contar com vários bancos, que sempre tiveram uma importância salutar para a vida econômica da cidade. Foram essas instituições financeiras que possibilitaram a expansão e consolidação da indústria cafeeira, que sempre dependeu de empréstimos no período de entre-safras. O primeiro banco implantado na cidade foi o Banco Paraguaçu, inaugurado em 1919, mas que acabou falido em começos da década de 1940.

A instituição gerida por Edvard Eustáquio de Andrade, contudo, esteve associada a um novo momento de prosperidade do município, quando os efeitos negativos da crise cafeeira da primeira metade do século XX já estavam completamente sanados. Somente em 1971 é que Edvard se aposenta de sua posição junto à instituição financeira, conforme é noticiado pelo jornal A Voz:

Deixou a gerência do Banco Comércio e indústria de Minas Gerais, após 30 anos de bons serviços prestados, o sr Edvard Eustáquio de Andrade. Aposentou-se, entretanto continuará à frente de sua indústria e da Empresa Telefônica, da qual é diretor. Mesmo com deficiência da vista, Edvard é um dos homens de maior atividade em nosso município. Vereador por diversas legislaturas, inclusive agora, esta sempre na crista de todos os acontecimentos.4

Edvard Eustáquio, em 05 de setembro de 2005, doou o bem para Norton Andrade, médico clínico geral residente em Belo Horizonte, porém manteve o direito de usufruto vitalício da casa.

Segundo consta a edificação não sofreu intervenções, salvo medidas pontuais de conservação, como pintura e troca de talhas quebradas, mantendo suas características originais de construção.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se à esquina da Rua Dr. João Pinheiro e Rua Barão do Rio Branco. A primeira é um logradouro que se inicia na Avenida Pereira da Silva e se estende até próximo à rodoviária, não sendo de grande comprimento, porém de intenso tráfego de pedestres, veículos leves e, principalmente, pesados. É uma importante via de entrada e saída da cidade, além de ser trajeto dos ônibus rodoviários. Já a segunda é uma das vias mais antigas da cidade, e abriga edificações remanescentes das primeiras ocupações do município. As duas são pavimentadas por paralelepípedos e de mão dupla com estacionamento paralelo nos dois lados e passeios revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

A maior parte das edificações é térrea, com porão alto formado pela topografia acidentada. Na Rua Dr. João Pinheiro o uso residencial é predominante; já próximo a rodoviária, destaque para o uso comercial e de serviços. Quanto à Barão do Rio Branco, prevalece o uso residencial. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como edificações alinhadas ao passeio e entradas frontais.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados na calçada, sinalização de trânsito, e praticamente não há arborização. Um importante ponto de referência no entorno é

4 Autor Desconhecido. Edvard deixa o Bancomércio. A Voz, 04/04/1971, P. 1.

Page 80: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 80 de 104

a Praça João Eustáquio da Costa, onde se insere a Igreja Nossa Senhora Aparecida, uma das mais importantes da região. A praça é um dos poucos lugares que possui uma confortável arborização, e é assiduamente freqüentada pelos moradores vizinhos.

13. Descrição:

A construção, composta por dois pavimentos, sendo um deles porão alto, apresenta características ecléticas na composição de suas fachadas. Encontra-se implantada em terreno de esquina em aclive, afastada frontalmente na Rua Dr. João Pinheiro, com muro em cantaria e alvenaria em balaustrada fazendo o fechamento; e alinhada à calçada na Rua Barão do Rio Branco. Os afastamentos laterais e posterior são ocupados por jardins bem cuidados e árvores frutíferas. O lote é vedado pela própria edificação e por muros em alvenaria.

A face para a Rua Dr. João Pinheiro é assimétrica e seu acesso principal é feito através de um corredor de condução até a porta. São cinco os vãos: quatro com vergas em arco pleno, voltados para um alpendre coberto; e uma janela no plano recuado da fachada, em verga reta, com peitoril em argamassa ressaltada e sobreverga em telhas curvas. Os vãos em arcos plenos não possuem esquadrias, somente uma grade metálica fazendo a proteção. Já a janela em verga reta é de abrir com duas folhas com veneziana, também protegida por grade. Um telhado independente cobre o alpendre, em duas águas com telhas cerâmicas curvas. No restante da edificação o coroamento é feito em múltiplas águas coberto pelas mesmas telhas, com beiral em guarda-pó em massa.

Na fachada da Rua Barão do Rio Branco, vários vãos com características diferenciadas estão dispostos em intervalos alternados proporcionando movimento na distribuição dos cheios e vazados. No porão são cinco: duas portas, sendo uma em verga com arco pleno, composta por uma folha de abrir metálica e vidro opaco; e outra de veículos, com verga reta, metálica de enrolar. Os outros três vãos são janelas em arco pleno, com basculante metálico e vidro. O piso superior possui seis vãos de janelas com vergas retas, sobrevergas em telha curva e vedação em duas folhas de abrir com veneziana na parte externa e na interna, guilhotina com madeira e vidro. Na porção esquerda, duas janelas são coroadas por um frontão, encimadas por três seteiras circulares para ventilação interna do sótão. Abaixo das janelas, ornamentos em massa em alto relevo, no formato de ondas. Toda a volumetria possui a base revestida com pedras, os planos em reboco com argamassa pintada de branco, e as esquadrias em azul. O sistema construtivo é em estrutura autônoma de concreto, e vedação em tijolo.

Apresenta partido em “U”, formando um pátio interno com quintal e área de serviços. A planta se distribui com os quartos posicionados nas laterais, voltados para a rua; a área social centralizada, e a cozinha nos fundos. Internamente tetos em laje em todos os cômodos; e pisos em taco nos quartos e sala, e cerâmica sextavada vermelha nos banheiros e cozinha.

14. Intervenções:

Segundo consta a edificação não sofreu intervenções, salvo medidas pontuais de conservação, como pintura e troca de talhas quebradas, mantendo suas características originais de construção. 15. Estado de conservação:

Excelente. 16. Análise do estado de conservação:

A edificação não apresenta problemas que prejudiquem sua integridade física, estrutural e compositiva, com seus elementos desempenhando satisfatoriamente suas funções.

17. Fatores de degradação:

O imóvel poderá ser degradado por fatores como intempéries, mau uso ou por falta de manutenção. A grande intensidade do tráfego na Rua Dr. João Pinheiro poderá causar vibração na edificação e abalar suas estruturas.

Page 81: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 81 de 104

18. Medidas de Conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de se evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Autor Desconhecido. Edvard deixa o Bancomércio. A Voz, 04/04/1971, P. 1. Autor Desconhecido. Dr. Norton Andrade. A Voz, 24/11/1979, P. 7. ANDRADE, Edvard Eustáquio de. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3B, Matrícula 1009, Fl. 41/42. Paraguaçu, 17/01/1928. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3F, Matrícula 4234, Fl. 281. Paraguaçu, 15/04/1950. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2R, Matrícula 5446, Fl. 146. Paraguaçu, 07/11/1991. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2, Matrícula 5446. Paraguaçu, 01/09/2005. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM). 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 82: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 82 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 15/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Residência

4. Endereço:

Rua Dr.João Pinheiro, 111

5. Propriedade:

Particular - Ana Cândida Leite Alvarenga

6. Responsável:

Ana Cândida Leite Alvarenga

7. Situação de ocupação:

Particular

8. Uso atual:

Residencial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Dr. João Pinheiro

Fachada principal e voltada para Rua Paula Dias

Fachada Principal, voltada para Rua Dr. João Pinheiro FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 83: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 83 de 104

11. Histórico:

Um dos primeiros proprietários do bem foi o senhor José Camilo da Costa, Ilustre em Paraguaçu. O jornal A Voz discorrendo a respeito desse cidadão aponta que ele era

“Um grande amigo de sua cidade, a então vila do Carmo da Escaramuça, José Camilo da Costa, paraguassuense nato, filho de José Camilo da Costa e D. Purcina Maria de Jesus, foi, sem dúvida, uma pessoa de muitas qualidades, grande capacidade de trabalho, e muita visão. Dos muitos serviços para a coletividade e entre vários: o primeiro cinema de Paraguassú de sociedade com o sr. Alfredo Luiz Ferreira Prado, o serviço telefônico para a cidade de Varginha, a estrada de Machado Pontalete, chamada estrada do Doin, a Cia. Sul Mineira de Eletricidade - valeram-lhe a admiração e o reconhecimento de seus conterrâneos (…)”5

Contudo, antes de 1933, Pedro Leite do Prado e Maria Leite do Prado, ambos lavradores, compraram o imóvel e em 33 o venderam ao fazendeiro João Pedro Mendes do Prado. O valor declarado para a transação foi o de 6:000$000 e o registro foi realizado aos quatro dias de agosto daquele ano.

Dispondo dessas datas das transações comerciais, fica possível inferir que a casa provavelmente foi edificada durante o primeiro quartel do século XX. Desta feita, acompanha uma fase de crescimento urbano que trouxe muitos louros à sua população e que culminou com a emancipação deste centro urbano em 1911. Esta fase só findou com a Crise de 1929 que se abateu sobre a economia mundial de forma generalizada.

Por 59 anos a edificação não observa nenhuma modificação com relação a seu proprietário. Somente em 29 de julho de 1992, após falecimento do senhor João Pedro, seu espólio é aberto e dividido entre os herdeiros. Os filhos do casal, que juntos herdaram metade da propriedade, abrem mão desta e doam para a sua mãe Maria da Glória Leite Prado constituindo-a a única proprietária. O valor declarado então é o de CR$ 700.000,00. Em 29/01/1993, a proprietária a doou para Ana Cândida Leite Alvarenga e Aureliano Nogueira Alvarenga, mas conservou o usufruto vitalício do bem que então foi avaliado em CR$ 53.000.000,00.

Não foram encontradas informações sobre uso público ou comercial do imóvel; de fato, pelas informações levantadas é legítimo supor que seu uso sempre foi o residencial.

A morada sofreu uma intervenção em sua fachada, em 2002, com a retirada da porta principal, deslocada para a lateral esquerda da fachada voltada para a rua Dr. João Pinheiro, e a construção de uma garagem nessa mesma lateral. Da antiga entrada, permanece somente uma bandeira com caixilho de madeira e vidro entre os vãos de janelas.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se à esquina da Rua Dr. João Pinheiro e Rua Paula Dias, no seu trecho mais próximo ao centro da cidade, a um quarteirão da Praça Oswaldo Costa, um dos marcos referenciais históricos e arquitetônicos de Paraguaçu juntamente com a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo. Nesta parte da Paula Dias o tráfego de pedestres é intenso, assim como o de veículos leves e pesados. É uma via de mão única e mais estreita, sendo uma opção para os motoristas que vêm pela Rua Dr. João Pinheiro para se chegar à praça. Já a Dr. João Pinheiro é um logradouro que se inicia na Avenida Pereira da Silva e se estende até próximo à rodoviária, não sendo de grande comprimento, porém de intenso tráfego de pedestres, veículos leves e, principalmente, pesados. É uma importante via de entrada e saída da cidade, além de ser trajeto dos ônibus rodoviários. As duas são pavimentadas por paralelepípedos e com estacionamento paralelo nos dois lados, com passeios revestidos por placas de cimento decorado em alto

5 Autor Desconhecido. José Camilo da Costa. A Voz, 30/08/1961, s/p.

Page 84: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 84 de 104

relevo.

A maior parte das edificações é térrea, com porão alto formado pela topografia acidentada. Na Rua Dr. João Pinheiro o uso residencial prevalece; já próximo à rodoviária, destaque para o comércio e os serviços. A Rua Paula Dias também possui uso comercial e de serviços próximo à praça, com a presença de muitos consultórios odontológicos, médicos, bares, farmácias. Ao longo dela, afastando-se do centro, o uso passa a ser predominantemente residencial, e o movimento de pedestres e veículos diminui. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como edificações alinhadas ao passeio e entradas frontais.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados na calçada, sinalização de trânsito, e praticamente não há arborização. Um importante ponto de referência no entorno é a Praça João Eustáquio da Costa, onde se insere a Igreja Nossa Senhora Aparecida, uma das mais importantes da região. A praça é um dos poucos lugares que possui uma confortável arborização, e é assiduamente freqüentada pelos moradores vizinhos.

13. Descrição:

A edificação de partido arquitetônico retangular e com características ecléticas e neocoloniais, está implantada em terreno de esquina em aclive, alinhada ao passeio, e acima do nível da rua. Considerando a face voltada para a Rua Dr. João Pinheiro como principal, possui afastamento lateral esquerdo, por onde se acessa o imóvel, além de abrigar uma garagem coberta; e posterior, com um quintal em piso natural e poucas árvores frutíferas de baixo porte. O fechamento do lote é feito por muros em alvenaria e pela própria edificação.

A fachada da Rua Dr. João Pinheiro é marcada por cinco vãos de janelas dispostos em intervalos iguais. Quatro delas possuem vergas retas, emolduradas em madeira, e vedação em guilhotina de madeira e vidro, externamente, e duas folhas de abrir também em madeira, na porção interna. O outro vão é remanescente da antiga porta de acesso ao bem: uma bandeira fixa com caixilho de madeira e vidro, posicionada na parte superior do então vão da porta e alinhada às vergas retas das outras janelas. A supressão desse vão ocorreu a aproximadamente quatro anos, quando a atual proprietária modificou a entrada da casa para a lateral esquerda da fachada, junto à uma garagem construída posteriormente. Para cobri-la foi instalado um telhado de uma água rente à parede da casa, e um portão em grade metálica como vedação.

Já o frontispício na Paula Dias é em menor extensão, apresentando porão em função do caimento da rua. Nela há três vãos de janelas seguindo a mesma vedação da outra fachada. No porão, nota-se a presença de três pequenas seteiras para melhorar a ventilação interna.

Toda a volumetria possui embasamento revestido por chapiscado pintado de amarelo. O restante é rebocado com argamassa pintada em bege, com exceção das esquadrias, cunhais e uma faixa horizontal que passa no meio das janelas, pintados de branco. Coroando, um telhado em quatro águas com telhas cerâmicas planas, com cumeeira paralela à Rua Dr. João Pinheiro e beiral em guarda-pó de madeira. O sistema construtivo é autônomo de madeira, com vedação em adobe e alicerce em pedra.

Internamente, o ingresso é feito a partir de um corredor, que distribui os quartos localizados na parte frontal da planta, a sala na lateral, e a cozinha e copa na porção posterior. O porão, utilizado como depósito, fica sob três quartos, e é acessado pela fachada posterior. Todo o piso é em cerâmica, com forro em tábuas de madeira.

14. Intervenções:

A principal intervenção foi a supressão da porta principal de acesso em 2002, que localizava-se centralizada na fachada da rua Dr. João Pinheiro, e a criação de uma garagem coberta, no afastamento lateral esquerdo. Assim, desde essa mudança, a entrada principal se faz pela garagem. Da antiga entrada, permanece somente uma bandeira com caixilho de madeira e vidro entre os vãos de janelas. 15. Estado de conservação:

Excelente.

Page 85: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 85 de 104

16. Análise do estado de conservação:

A edificação não apresenta problemas que prejudiquem sua integridade física, estrutural e compositiva, com seus elementos desempenhando satisfatoriamente suas funções.

17. Fatores de degradação:

O imóvel poderá ser degradado por fatores como intempéries, mau uso ou por falta de manutenção. A grande intensidade do tráfego na Rua Dr. João Pinheiro poderá causar vibração na edificação e abalar suas estruturas.

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias;

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. ALVARENGA, Ana Cândida Leite. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. Autor Desconhecido. José Camilo da Costa. A Voz, 30/08/1961, s/p. AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3B, Matrícula 437, Fl. 18. Paraguaçu, 13/10/1930. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3C, Matrícula 713, Fl. 73. Paraguaçu, 04/08/1933. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2S, Matrícula 5582, Fl. 27. Paraguaçu, 29/07/1992. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM). VASCONCELLOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte: UFMG, 1979. 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 86: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 86 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 16/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Residência

4. Endereço:

Rua Dr. João Pinheiro, 145

5. Propriedade:

Particular – Magali Nogueira Alvarenga

6. Responsável:

Magali Nogueira Alvarenga

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Residencial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Dr. João Pinheiro

Detalhe da fachada

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 87: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 87 de 104

11. Histórico:

O primeiro proprietário do imóvel foi Francisco José dos Santos, um marceneiro, que, possivelmente, ergueu a casa na década de 1920. Esse período de construção insere o bem em uma fase de crescimento do centro urbano de Paraguaçu que recentemente (1911) havia sido emancipado.

Transcorridos alguns anos do provável ano de sua edificação, em 25 de junho de 1930, a propriedade foi vendida pelo valor de 3:000$000 para Eugenio Fattini, cuja profissão era de pintor. Em 1935, o barbeiro José Batista Leite comprou a residência pelo mesmo valor e passados apenas quatro anos, em 10 de março de 1939, a vendeu para o lavrador Francisco de Paula pelos mesmos três mil réis.

Francisco de Paula, em 08 de junho de 1951, vende a casa para Anicio de Araújo, pela quantia de Cr$ 40.000,00. A década de 1950 foi, para a cidade de Paraguaçu, um período de prosperidade material, pois o preço do café voltou a se normalizar; nesse mesmo período houve um crescimento urbano. Nos anos cinqüenta, a companhia telefônica começou a funcionar na cidade, assim como outros serviços e organizações. Todas essas alterações afetaram o valor dos imóveis na área urbana. Portanto, sua venda nesse período se centra nessas relações de propriedades então estabelecidas pelo incremento nas transações imobiliárias.

Em 23 de outubro de 1953, Anicio a vende para o comerciante Sebastião Moraes. Com seu falecimento na década de 1980, seu espólio foi dividido entre os herdeiros, sendo que 6/8 coube a Ney Andrade, 1/8 a Magali Nogueira Alvarenga e 1/8 para Edvard Eustáquio de Andrade. Depois de algumas transações comerciais entre os herdeiros, Magali Alvarenga se tornou a única proprietária.

Na década de 1980, algumas mudanças foram feitas, mas sem mudar a configuração arquitetônica do bem edificado. O banheiro foi dividido em dois, com aplicação de ladrilhos hidráulicos em seu piso. A cozinha recebeu o mesmo revestimento e, na parte externa, houve um acréscimo com a construção de uma área de serviço, além da substituição do forro por laje. Depois dessas alterações não foram registradas mais intervenções, salvo pelo exterior da casa, pintado em 2006.

12. Análise de entorno:

O imóvel localiza-se à Rua Dr. João Pinheiro, logradouro que se inicia na Avenida Pereira da Silva e se estende até próximo à rodoviária, não sendo de grande comprimento, porém de intenso tráfego de pedestres, veículos leves e, principalmente, pesados. É uma importante via de entrada e saída da cidade, além de ser trajeto dos ônibus rodoviários. Pavimentada por paralelepípedos e de mão dupla com estacionamento paralelo nos dois lados e passeios com largura de 150cm revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

A maior parte das edificações é térrea, com porão alto formado pela topografia acidentada. O uso residencial é predominante; já próximo à rodoviária, destaque para o uso comercial e de serviços. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como edificações alinhadas ao passeio e entradas frontais.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados nas calçadas dos dois lados; sinalização de trânsito; e praticamente não há arborização, somente àquela presente nos quintais e jardins das casas. A Prefeitura Municipal e a Rodoviária constituem-se como os principais pontos referenciais no entorno imediato, sendo um dos maiores pólos de movimentação de pedestres e veículos.

Page 88: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 88 de 104

13. Descrição:

A construção eclética térrea implanta-se em terreno em aclive, acima do nível da rua, com um pequeno porão formado pela diferença de nível existente. Apresenta afastamento frontal, ocupado por jardim florido; afastamento lateral direito com jardineiras e caminhos em cimentado, e esquerdo, abrigando o volume da garagem; e por fim, o posterior, onde encontra–se um quintal com horta e vegetação de baixo porte, e um cômodo para depósito e o atelier de pintura da proprietária. O fechamento do lote é feito por muro de cantaria escalonado, com grade metálica, e em alvenaria no restante. O portão de entrada de pedestres e veículos é o mesmo, também em grade metálica com duas folhas de abrir.

A fachada principal é assimétrica e de destaque em toda rua, devido à sua ornamentação e conservação impecável. Um alpendre percorre quase toda sua extensão, avançando sobre o plano da fachada. É coberto por um telhado em três águas, com telhas cerâmicas curvas, teto em laje e piso em cerâmica vermelha. Os vãos são vazados em vergas retas e quinas curvas, centralizados por uma coluna torsa e guarda-corpos feitos por jardineiras altas, com gerânios vermelhos. No interior do alpendre há três vãos, com vergas retas e emolduradas em madeira: a porta de acesso ao interior, em madeira com duas folhas de abrir com veneziana; um vão sem abertura, somente com caixilho de madeira e vidro para proporcionar iluminação interna; e uma janela, com duas folhas também de madeira com veneziana, externamente, e guilhotina com caixilho de madeira e vidro, internamente. No lado direito desta fachada, o plano recuado abriga uma outra janela, como a descrita anteriormente, com peitoril e sobreverga em massa ressaltada, encimada por um elemento decorativo em alto relevo de argamassa, com barras de ferro completando sua composição. No coroamento, platibanda alternada, com frisos em alto relevo, além de volutas, retângulos, e detalhes em ferro. Já os frontispícios laterais e posterior são mais simplificados e coroados por beiral com guarda-pó em massa.

O embasamento do imóvel é em cantaria, e no porão, vão para dar iluminação ao interior. O revestimento de toda volumetria é em reboco com argamassa pintada de verde claro, e as esquadrias e frisos em alto relevo de branco. A cobertura é feita com telhado de múltiplas águas, com manta de telhas cerâmicas curvas. A estrutura é autoportante de tijolo maciço, sobre alicerce em pedras.

Internamente, o partido recortado abriga o setor social na parte frontal da planta, o íntimo na lateral, e o de serviços na porção posterior. Na planta original havia somente um banheiro, dividido em dois posteriormente, sendo um deles acoplado a um dos quartos. O piso das áreas secas é em taco de madeira, e nas áreas molhadas em lajotas. O forro em tábuas de madeira, com moldura rebaixada.

14. Intervenções:

Na década de 1980 o banheiro foi dividido em dois, com a aplicação de ladrilho hidráulico em seu piso e no da cozinha; construiu-se uma área de serviços na parte posterior do lote; a madeira trançada do forro foi substituída por laje. Em março de 2006 todo o exterior da casa foi pintado.

15. Estado de conservação:

Excelente.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação não apresenta problemas que prejudiquem sua integridade física, estrutural e compositiva, com seus elementos desempenhando satisfatoriamente suas funções. É uma constante preocupação da proprietária em manter as características originais da casa em ótimo estado de conservação. 17. Fatores de degradação:

O imóvel poderá ser degradado por fatores como intempéries, mau uso ou por falta de manutenção. A grande intensidade do tráfego na Rua Dr. João Pinheiro, poderá causar vibração na edificação e abalar suas estruturas.

Page 89: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 89 de 104

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, com substituição das peças deterioradas, a fim

de evitar goteiras e infiltrações, principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Providenciar tratamento e limpeza de elementos com apodrecimento ou presença de mofo e infestação

de cupim; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. ALVARENGA, Magali Nogueira. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3B, Matrícula 146, Fl. 106. Paraguaçu, 25/06/1930. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3D, Matrícula 1038, Fl. 41. Paraguaçu, 06/11/1935. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3D, Matrícula 1578, Fl. 159. Paraguaçu, 10/03/1939. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3G, Matrícula 4514, Fl. 31. Paraguaçu, 08/06/1951. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3G, Matrícula 5053, Fl. 166. Paraguaçu, 23/10/1953. Livro de Registros Imobiliários. Matrícula 2M-165. Paraguaçu, 25/07/1988. PRADO, Guilherme L. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM) 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 90: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 90 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 17/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Residência

4. Endereço:

Rua Dr. João Pinheiro, 164

5. Propriedade:

Particular – Airton Ramos da Silva

6. Responsável:

Airton Ramos da Silva

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Residencial

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Rua Dr. João Pinheiro

Fachada posterior

Detalhe da varanda

Fachada Principal FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 91: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 91 de 104

11. Histórico:

O atual proprietário do imóvel, Airton Ramos da Silva, é empresário e o adquiriu em 19 de abril de 2002, pela quantia de R$ 63.382,00. Os vendedores foram Dirce Muoio Borim, Maria Rosa Muoio Borim, professora, casada com Vatinho Bueno, comerciante, e Vilma Muoio Borim.

Esses quatros proprietário negociaram o espólio de Paris Muoio, que faleceu, aos 91 anos de idade, no ano de 1999. Este era um industrial que, em 1947, comprou a casa de José Monteiro da Silva Leite e Sabina Horta Prado Leite. José Monteiro. O senhor José Monteiro foi figura conhecida por ter sido apaziguador de conflitos na cidade uma vez que, de acordo com a biografia escrita por Guilherme Prado:

“Devido a sua personalidade calma e conciliadora, foi convidado voltar [a Paraguaçu], para ocupar o cargo de Prefeito, durante o conturbado período que antecedeu a disputa política, entre Peludos e Pelados. Ficou na Prefeitura apenas entre os meses de junho de 1935 até agosto de 1936. Foi ele o primeiro a se preocupar com a possível perda do nome Paraguassu de nossa cidade para a cidade paulista de mesmo nome. Com esta preocupação, realizou, em 1935, uma consulta popular para escolha de um novo nome. Em seu curto mandato, no meio de uma apaixonada luta política, conseguiu cuidar bem das obras públicas.”6

Contudo, ele voltou a Goiás logo em 1936 e por lá faleceu em 1952. José Monteiro da Silva Leite por sua vez, havia comprado o bem de Alfredo de Oliveira Leite e Olívia G. de Andrade na data de 5 de julho de 1925. Alfredo de Oliveira nos é apresentado pelo jornal A Voz, como sendo:

“(…) Homem franco Inteligente dinâmico, quando Presidente do Conselho Distrital doou o direito à água para abastecimento da cidade, pondo também a disposição da Administração Pública as pedreiras da sua Fazenda da Serra.(…)”7

Essa é a referência mais antiga que se tem do imóvel, a sua arquitetura indica que sua edificação ocorreu nas primeiras décadas do século XX. O atual proprietário não soube falar sobre a ocorrência de intervenções, salvo medidas de conservação como aplicação de pintura e troca de telhas quebradas; também não foi capaz de informar sobre possíveis usos públicos ou comerciais.

As décadas de 1910 e 1920 foram épocas de alterações no cenário citadino de Paraguaçu. Foi nesse período que ocorreu a introdução dos primeiros carros na cidade, como também a chegada dos primeiros aparelhos de rádio. A rodovia que liga Paraguaçu a Eloi Mendes foi construída em 1926.

Embora os preços do café não estivessem em crise, havia um otimismo quanto ao futuro da cidade. Somente a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929, que alterou esse contexto de amenidades, já que o município sofreu impactos da crise. Foi nesse contexto, marcado pela consolidação do centro urbano do município que a casa situada na Rua João Pinheiro, n. 164, foi construída. Um registro que ainda permanece da “Belle Epoque” de Paraguaçu.

12. Análise de entorno:

O bem localiza-se à esquina da Rua Aureliano Prado e Rua Dr. João Pinheiro. A primeira apresenta intensa circulação de pedestres e de carros leves e pesados, por ser uma via de ligação entre os mais importantes e movimentados pontos do centro de Paraguaçu. Já a segunda, inicia-se na Avenida Pereira da Silva e se estende até próximo à rodoviária, não sendo de grande comprimento, porém de grande tráfego de pedestres, veículos leves e, principalmente, pesados. É uma importante via de entrada e saída da cidade, além de ser trajeto dos ônibus rodoviários. As duas são pavimentadas por paralelepípedos e de mão dupla

6 JOSÉ MONTEIRO DA SILVA. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu – MG, 2004. (CD-ROM). 7 ANDRADE, João Eustáquio. Alfredo de Oliveira Leite. 30/08/1961, s/p.

Page 92: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 92 de 104

com estacionamento paralelo nos dois lados e passeios com largura de 150cm revestidos por placas de cimento decorado.

Na Rua Dr. João Pinheiro o uso residencial é predominante; já próximo à rodoviária, destaque para o comércio e os serviços. A maior parte dos imóveis é térreo, com porão alto formado pela topografia acidentada. A Rua Aureliano Prado possui terrenos em sua maioria planos, com os lotes ligeiramente em declive no lado ímpar e em aclive no par, cujas edificações implantam-se no mesmo nível da rua. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como edificações alinhadas ao passeio e entradas frontais. O uso comercial prevalece, sendo um prolongamento do comércio já estabelecido no quarteirão de baixo, na Praça Oswaldo Costa, onde se insere a Igreja Matriz. A tendência à substituição de uso, de residencial para comercial, provém desse fato, ao aumentar a demanda de serviços diferenciados na região. Nota-se também a inicialização de um adensamento vertical, - com imóveis de dois a três pavimentos-, para sanar a mesma demanda.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados na calçada; sinalização de trânsito; e praticamente não há arborização, somente àquela presente nos quintais e jardins das casas. A Prefeitura Municipal e a Rodoviária constituem-se como os principais pontos referenciais no entorno imediato, sendo um dos maiores pólos de movimentação de pedestres e veículos.

13. Descrição:

A edificação, com características ecléticas, possui um pavimento, e situa-se em terreno de esquina em declive no sentido da Rua Dr. João Pinheiro, o que acarretou o surgimento de um porão localizado na parte de maior diferença de nível entre a rua e a casa. Implanta-se com afastamentos frontal, lateral direito e posterior, estando os primeiros ocupados por jardim com plantas de baixo porte, em jardineiras marcadas no piso cimentado. O fechamento do lote é feito em muro baixo de alvenaria alteado, seguindo a topografia das ruas, e por muro alto em alvenaria no restante.

O partido arquitetônico em “L” possibilitou a criação de um alpendre de entrada à casa em forma curvilínea. Quatro colunas tornas fazem a sustentação do telhado independente, composto por sete águas em telhas cerâmicas planas, acompanhando o formato curvo. O guarda-corpo é formado por jardineiras em alvenaria, com desenhos em friso e círculos em alto relevo, feitos de argamassa. No piso, cerâmica vermelha, e no teto, laje. A parede interna possui três vãos, sendo duas janelas em basculante de metal com vidro ladeando a porta, em duas folhas de abrir de madeira almofadada e vidro.

A face voltada para a Rua Aureliano Prado apresenta dois vãos de janelas, com duas folhas em madeira com veneziana, externamente, e internamente, em guilhotina com caixilho de madeira e vidro. As vergas são retas, moldura pintada de branco e o peitoril em frisos de massa em alto relevo. Centralizado na fachada, ornamento em forma oval, também em massa em alto relevo, com fissuras em losangos. A cobertura nesta parte possui cumeeira perpendicular à rua. Já na fachada da Rua Dr. João Pinheiro são sete os vãos. O primeiro pavimento se assemelha à outra fachada, porém sem o ornamento oval, e na cobertura, cumeeira paralela à via. No porão, quatro janelas basculantes em metal e vidro, e uma porta metálica de enrolar, todos com vergas retas e emoldurados por frisos brancos. A fachada posterior possui os mesmos acabamentos, com uma porta de acesso ao quintal.

A volumetria é revestida por chapiscado no embasamento e reboco texturizado no resto da parede, todos pintados de amarelo claro. Os detalhes em alto relevo, assim com as esquadrias, de branco. A cobertura é feita por telhado em múltiplas águas, com telhas cerâmicas planas. O beiral é simples com cachorrada, e no alpendre, guarda-pó em argamassa. A estrutura é autoportante de alvenaria. A planta se distribui ao redor da área social central, sendo que em um dos lados do “L” localizam-se os quartos, e no outro, a cozinha e copa. Forro e piso em tabuado de madeira, exceto na cozinha e banheiros, com o piso em cerâmica.

14. Intervenções:

O atual proprietário não soube falar sobre a ocorrência de intervenções, salvo medidas de conservação como aplicação de pintura e troca de telhas quebradas ao longo dos anos; também não foi capaz de

Page 93: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 93 de 104

informar sobre possíveis usos públicos ou comerciais.

15. Estado de conservação:

Excelente.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação não apresenta problemas que prejudiquem sua integridade física, estrutural e compositiva, com seus elementos desempenhando satisfatoriamente suas funções.

17. Fatores de degradação:

O imóvel poderá ser degradado por fatores como intempéries, mau uso ou por falta de manutenção. A grande intensidade do tráfego na Rua Dr. João Pinheiro, poderá causar vibração na edificação e abalar suas estruturas.

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de se evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Providenciar tratamento e limpeza de elementos com apodrecimento ou presença de mofo e infestação

de cupim; Manutenção periódica de elementos desgastados; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. ANDRADE, João Eustáquio. Alfredo de Oliveira Leite. 30/08/1961, s/p. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3A, Matrícula 777, Fl. 134/135. Paraguaçu, 25/06/1925. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3F, Matrícula 3721, Fl. 189. Paraguaçu, 13/08/1947. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2, Matrícula 8401. Paraguaçu, 19/04/2002. PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM). SILVA, Airton Ramos da. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 94: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 94 de 104

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS 18/18 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Câmara Municipal

4. Endereço:

Rua José Bueno, 20

5. Propriedade:

Pública – Prefeitura Municipal de Paraguaçu

6. Responsável:

Wander Tavares dos Santos

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Institucional

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Auditório FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Fachada Principal

Detalhe da platibanda

Rua José Bueno

Page 95: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 95 de 104

11. Histórico:

Nesse imóvel é onde se encontra a atual Câmara Municipal de Paraguaçu, desde 31 de dezembro de 2004. A Câmara já funcionou em outros edifícios, como no prédio tombado situado na Rua Ferreira Prado, que também já abrigou prefeitura. A organização dessa instituição data dos anos de 1911-1912, época da emancipação municipal.

Entretanto a edificação já teve outros usos. Até o ano de 1932 funcionou como teatro e cinema. Também foi sede do Democrata Clube e Danceteria Castelo. É interessante o fato que esse bem sempre esteve associado ao entretenimento, à diversão da população local, e agora tenha sido apropriado pelo poder público. Em sua faceta de centro da instituição política, marcou a ruptura em sua forma de uso; deixou de ser um espaço de lazer para tornar-se um centro de poder e decisões.

Os primeiros proprietários registrados em cartório são José Camilo da Costa e Alzira de Carvalho Costa que, em 20 de fevereiro 1932, o venderam a Pedro Leite do Prado, fazendeiro local. Este, por sua vez, transmitiu o direito de propriedade do imóvel para a sociedade do Democrata Clube, em 25 de fevereiro de 1933, recebendo em troca a quantia de 5:000$000. Nesta época Pedro Leite do Prado residia em Fama e provavelmente impulsionado pela distância de sua cidade natal é que desfez de sua propriedade, transcorrido pouco tempo de sua compra.

Em 11 de março de 2003 o Democrata Clube vende a propriedade para a administração municipal. A área total da propriedade é de 561,14 m2, sendo a área edificada um total de 419,61m2. Ao longo dos anos, pequenas modificações para adaptação dos novos usos foram sendo executadas. Para abrigar a Câmara, foi colocado carpete em todo o salão, além disso, foram acrescidas salas aos fundos, com retirada da antiga lanchonete e bar do clube.

12. Análise de entorno:

O bem localiza-se à Rua José Bueno, continuação das ruas Prefeito Nestor Eustáquio e Governador Valadares, vias estas de intensa movimentação da região central. De pequena extensão, e em declive, finaliza-se perpendicularmente à Rua Barão do Rio Branco, uma das primeiras da cidade, onde ainda podem ser encontrados vários exemplares remanescentes da época de ocupação do núcleo urbano. Possui grande tráfego de pedestres e de veículos, sendo pavimentada por paralelepípedos e de mão única, com a mão de direção no sentido para a Praça Oswaldo Costa. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são de 150cm de largura, revestidos por placas de cimento decorado em alto relevo.

Há edificações térreas – maioria – e de até dois pavimentos. O uso comercial e de serviços predomina, principalmente nos imóveis próximos à praça, o que tem provocado um constante processo de renovação urbana. Antigas edificações se mesclam aos novos edifícios com feições mais contemporâneas. Afastamentos laterais abrigando os acessos são comuns, assim como casas alinhadas ao passeio e entradas frontais.

A região é provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados na calçada e pouca arborização, presente somente na praça. As referências urbanas e simbólicas mais marcantes no entorno são a Igreja da Matriz e a Praça Oswaldo Costa.

Foto aérea de Paraguaçu em 1945 com destaque para o Democrata clube, edificado onde hoje se encontra a Câmara Municipal. Fonte: PRADO, Guilherme. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu – MG, 2004. (CD-ROM).

Page 96: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 96 de 104

13. Descrição:

A edificação, com feições art déco, possui dois pavimentos, e está implantada em terreno em declive, ocupando todo o lote. Há somente afastamento lateral esquerdo, que abriga um acesso independente, com uma grande porta de madeira almofadada pintada de branco, e internamente rampa para deficientes físicos.

A fachada frontal, alinhada ao passeio, é marcada por quatro vãos de vergas retas: no térreo, uma porta, com duas folhas de abrir em madeira almofadada, ladeada por duas janelas vedadas por duas folhas de abrir com veneziana em madeira e vidro. Já no pavimento superior há somente uma janela em bandeira fixa, com caixilho de madeira e vidro, apenas para iluminação do ambiente interno. Nas laterais do plano da fachada há frisos verticais em alto relevo, que seguem da base ressaltada até a platibanda. Também há frisos retangulares acompanhando as sobrevergas no primeiro pavimento, e no vão do andar superior, emolduramento escalonado complementando os ornamentos. A platibanda alteada esconde o telhado de duas águas, em telhas cerâmicas curvas, com cumeeira perpendicular à rua. Dois elementos foram acrescidos ao imóvel quando a Câmara a ocupou: um toldo fixo metálico sobre os vãos inferiores, e o letreiro “Câmara Municipal”, acima dele. Toda a volumetria é revestida em reboco com argamassa pintada de amarelo claro, e os ornamentos em alto relevo e as esquadrias, em branco. O sistema construtivo é em alvenaria autoportante de tijolos, com alguns pilares em concreto.

Internamente o bem possui poucas divisões, pois o principal ambiente é um grande auditório, antecedido por um pequeno hall de entrada, onde fica a secretária para atendimento ao público. Nos fundos da planta localizam-se os banheiros, a copa, secretaria e sala do jurídico, e no segundo andar, as salas de reuniões, dos vereadores e assessoria de imprensa. O auditório é carpetado, com piso inclinado para melhor visualização do palco, e o forro em laje. Os outros ambientes possuem piso cerâmico com forro de gesso, projetado posteriormente.

14. Intervenções:

A casa já abrigou vários usos, o que fez com que sempre sofresse modificações. Até 1932 foi teatro e cinema, depois foi sede do Democrata Clube, posteriormente Danceteria Castelo e atualmente a Câmara Municipal, inaugurada em 31 de dezembro de 2004. Para abrigar a Câmara, foi instalado carpete em todo o salão, e acrescidas salas nos fundos da planta, onde funcionava a lanchonete e bar do clube e da danceteria.

15. Estado de conservação:

Excelente.

16. Análise do estado de conservação:

A edificação foi reformada há pouco tempo, mais especificamente em 2004 para abrigar a Câmara Municipal, solucionando todos os problemas anteriormente existentes.

17. Fatores de degradação:

O imóvel possivelmente será degradado por fatores como intempéries, mau uso ou por falta de manutenção periódica.

18. Medidas de conservação:

A edificação deve ser submetida à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da construção: Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas, a fim de evitar goteiras e infiltrações,

principalmente nos períodos chuvosos; Imunização de todo madeiramento; Não substituir qualquer elemento de composição e/ou estrutural sem antes a avaliação de um técnico

especializado; Inspecionar constantemente as áreas de risco e os ambientes para verificação de curtos e focos de

Page 97: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 97 de 104

incêndio; Não realizar ligações elétricas improvisadas e, quando necessário, consultar um técnico especializado; Realizar manutenção periódica das instalações hidráulico-sanitárias.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3C, Matrícula 437, Fl. 18. Paraguaçu, 20/02/1932. Livro de Registros Imobiliários. Livro 3C, Matrícula 648, Fl. 60. Paraguaçu, 25/02/1933. Livro de Registros Imobiliários. Livro 2, Matrícula 9659. Paraguaçu, 11/02/2003. OLIVEIRA, Roseli Alves de. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes. PRADO, Guilherme L. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM). 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 98: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 98 de 104

ESTRUTURAS URBANÍSTICAS 01/01 1. Município:

Paraguaçu

2. Distrito:

Sede

3. Designação:

Biquinha

4. Endereço:

Rua Ferraz Leite

5. Propriedade:

Pública – Prefeitura Municipal de Paraguaçu

6. Responsável:

Prefeitura Municipal de Paraguaçu

7. Situação de ocupação:

Própria

8. Uso atual:

Lazer

9. Proteção legal existente:

Nenhuma

10. Proteção legal proposta:

Inventário

Vista geral

Vista quiosque e bica

Banco de descanso

Vista frontal da biquinha FOTOS: Brana Carvalhaes, maio/2006

Page 99: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 99 de 104

11. Histórico:

A região na qual se localiza a biquinha sempre foi uma área de encontro de lavadeiras, um espaço no qual as camadas mais simples da comunidade usava como repasto para lazer, atraídos pela qualidade das águas que ali jorravam. Muito dessa água era levada para suas residências por meio de potes e talhas, utilizada para beber, cozinhar e higiene pessoal. “Durante muito tempo o local continuou com as mesmas características: um ponto onde brotava uma corrente de água límpida, clara e transparente, ladeado por pedras e pequenos arbustos. Era apenas um olho d'água que fluía naturalmente...”8

Com a grande procura daquele reduzido olho d'água, sentiu-se a necessidade de ampliar sua vazão. Foi então que Sr. Tristão de Brito adaptou um cano, formando uma pequena bica que passou a ser conhecida como “Biquinha”.

Paraguaçu Notícias, um jornal que circulou na cidade homônima entre os anos de 1986 e 1987, há um excerto que fala sobre a importância da biquinha no contexto da cidade:

“Diz a lenda que ‘Quem bebe de sua água, volta sempre’ que jamais esquece de nossa cidade. O projeto que foi idealizado, pelo Sr. Élvio Nasser e projetado pelo engenheiro Dr. Geraldo Augusto Machado Filho, consta de uma estrada com um portão de ferro e grade ornamental dando visibilidade exterior e interior, um muro todo em balaústre, resguardando a área do Ribeirão, alegrando o ambiente e dando-lhe um ar pitoresco.

Todos que passam por lá já expressam o seu contentamento ao ver a obra que está sendo concluída. No centro haverá um chafariz que proporcionará a retirada de água de uma maneira mais cômoda e agradável, em meio a um jardim que dará beleza e charme. O local onde se encontram instalados os tanques para lavagem de roupas foi remodelado e construído um caramanchão com cobertura de telhas paulistinhas.”9

Em outro excerto seu valor é reafirmado:

A "biquinha" serviu, também, como fonte de inspiração para vários sambas-enredo dos carnavais de Paraguaçu. Os blocos sempre muito animados apareciam na avenida, trazendo nas suas fantasias, emblemas relacionados ao tema biquinha. No ano de 1978, quando duas famílias se uniram, em uma brincadeira, nasceu o bloco "Unidos da Bikinha", fundado por Darcy Gavioli, Baiano e Jair.10

Os limites de pedra em volta da área foram feitos pelo prefeito Gantu Nascer; mas somente em 2003 que ela foi reformada, pelo atual prefeito do município, interrompendo um longo período no qual essa área era utilizada somente como pasto para cavalos. Elaborou-se o calçamento por todo o lote formando caminhos entre as áreas ajardinadas, gramadas e arborizadas, também implantadas, juntamente com a troca das telhas e do madeiramento do telhado do quiosque já existente, além da instalação de bancos em toda a área. O marco retangular presente no centro da praça foi feito em homenagem à Vicente Gerônimo, atropelado no local há 25 anos.

Vista da biquinha até 2003 FOTO: Informativo Municipal – Paraguaçu/MG. Ago/2003

Page 100: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 100 de 104

O processo de higienização pelo qual passou a bica é próprio da tradição urbanística brasileira que optar por embelezar os espaços, mas segrega as camadas mais humildes de seu usufruto. Muitas formas de sociabilidade que existiam em volta da bica foram perdidas, como, por exemplo, a própria presença das lavadeiras.

Atualmente o bem encontra-se interditado uma vez que uma tubulação de esgoto próxima contamina a água que outrora era potável, mas ao que pode ser constatado em entrevistas, os moradores próximos estão se mobilizando para conseguir junto à prefeitura a reutilização deste ilustre patrimônio municipal.

12. Análise de entorno:

O bem se localiza à Rua Ferraz Leite, em sua cota mais baixa, próximo à ponte sobre o Córrego da Bomba. Via larga, pavimentada por blocos sextavados de concreto pré-moldado e de mão dupla. Permite estacionamento paralelo nos dois lados e os passeios são revestidos por cimentado. Embora esteja afastada do centro de Paraguaçu, apresenta razoável movimento de pedestres e de carros leves e pesados devido sua articulação com os bairros periféricos.

Todas as edificações de seu entorno imediato são residências térreas, construídas nos últimos trinta anos. Implantam-se no centro do lote, com afastamentos em todos os lados e o fechamento do terreno é feito por muros de alvenaria. É uma região pouco adensada, possibilitando áreas de cultivo de alimentos como milho, banana, entre outros. No entanto ainda não se verifica uma tendência de adensamento evidente.

É provida de infra-estrutura urbana básica; iluminação pública com os postes situados na calçada e arborização de médio porte, oferecendo pouco sombreamento nas vias. As maiores porções verdes estão presentes ao longo do Córrego da Bomba que percorre na parte posterior do lote.

13. Descrição:

A Biquinha está situada em um largo onde foi construída uma praça de lazer e descanso. Os caminhos a serem percorridos são em cimentado, e o restante gramado, com jardim de plantas baixas e mudas recentes. Ainda não há árvores de grande porte, o que prejudica o conforto ambiental na falta de sombreamento. O mobiliário urbano consta de bancos em estrutura de cimento com assento e encosto de madeira, lixeiras para coleta seletiva, poste de iluminação e um quiosque, com planta circular e cobertura em telhado de cinco águas sustentado por colunas circulares, sem nenhum tipo de vedação. Há um marco localizado no centro da praça, feito em concreto e sem nenhuma inscrição, construído em homenagem ao cidadão Vicente Jerônimo, atropelado no local.

A praça implanta-se em terreno de topografia em suave declive, na direção do seu interior. A biquinha posiciona-se no fundo do terreno, em um local que recebe água de vários pontos. Seu ambiente foi projetado em “L”, com aproximadamente 22m2. A parede principal por onde jorra a água é arrematada por um arco abatido e revestida por pedra, assim como o muro baixo ao seu redor. A água esguichada deposita em uma área de nível mais baixo, com três degraus fazendo seu acesso. Todo o piso é em cimentado, e em alguns pontos próximo à bica, há o crescimento de vegetação rasteira.

14. Intervenções:

A biquinha foi urbanizada em 2006 pelo atual prefeito de Paraguaçu, o Sr. Evandro Barbosa Bueno. Foi feito o calçamento por todo o lote formando caminhos entre as áreas ajardinadas, gramadas e arborizadas, também implantadas, juntamente com a troca das telhas e do madeiramento do telhado do quiosque já existente, além da instalação de bancos em toda a área. O marco retangular presente no centro da praça foi feito em homenagem à Vicente Gerônimo, atropelado no local há 25 anos. Nessa mesma época interditou-se a saída de água da bica uma vez que uma tubulação de esgoto próxima contamina a água que outrora era potável, mas ao que pode ser constatado em entrevistas, os moradores próximos estão se mobilizando para conseguir junto à prefeitura a reutilização deste ilustre patrimônio municipal.

Page 101: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 101 de 104

15. Estado de conservação:

Bom.

16. Análise do estado de conservação:

Embora a água que jorra da fonte esteja contaminada, a área onde a Biquinha se encontra apresenta-se em bom estado de conservação, com os jardins bens cuidados, apesar dos bancos revelarem certo desgaste natural assim como os revestimentos no quiosque. Nota-se ainda a presença de lixo entulhado.

17. Fatores de degradação:

A Biquinha e a estrutura da praça onde se insere vêm sendo degradados por fatores como intempéries e falta de manutenção adequada. A falta de uma maior vigilância possibilita a invasão de desabrigados, proporcionando degradações a toda ambiência.

18. Medidas de conservação:

A Biquinha e a praça devem ser submetidas à manutenção e vistoria permanentes de maneira a impedir o surgimento ou agravamento de problemas que possam afetar a integridade da estrutura urbana: Maior vigilância a fim de se evitar ações de vândalos; Deve-se inspecionar constantemente as telhas e calhas do quiosque, a fim de evitar goteiras e

infiltrações, principalmente nos períodos chuvosos; Manutenção os jardins através de podas e adubamento regulares; Tratamento da água de saída da bica e das tabulações de esgoto próximas.

19. Referências e fontes:

ACADEMIA Paraguaçuense de Letras. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002. Autor Desconhecido. Biquinha. Paraguaçu Notícias, 01/08/1987, P. 4. PIMENTA, Rosa Maria de Araújo Dias. Paraguaçu, 07 nov. 2006. Entrevista concedida a Alexandre Borim. PRADO, Guilherme L. Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG, 2004. (CD-ROM). 20. Informações complementares:

---

21. Ficha técnica:

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastramento Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura data: dezembro de 2006.

Page 102: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 102 de 104

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

ACADEMIA PARAGUAÇUENSE DE LETRAS. 1911-2001: Paraguaçu, 90 anos. Paraguaçu/MG: 2001.

___________. A Educação em Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2004.

___________. Logradouros Públicos de Paraguaçu. Paraguaçu/MG: 2002.

ARAÚJO, Itamar Rodrigues. Breve Histórico do Município de Paraguaçu – MG, 2002.

AVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo. Barroco Mineiro Glossário de arquitetura e

ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1996.

BENJAMIN, Walter. Rua de Mão Única. In: Grandes Cientistas Sociais. São Paulo, 1985.

OLIVEIRA, Carlos Felipe de. Ruínas da Cidade. Belo Horizonte: UFMG, 2002. (in mimeo).

PARAGUAÇU (MG). Prefeitura Municipal.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGUAÇU. Plano Diretor do Município de Paraguaçu. Projeto de Lei

Complementar nº 005/2005.

PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1981.

VASCONCELLOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte: UFMG, 1979.

FONTES DOCUMENTAIS:

CARTÓRIO de Registros de Imóveis, Rua Marcos Maciel Dias, 108 – Centro, Paraguaçu/MG.

COLEÇÃO Livros de Despacho da Cúria Diocesana de Guaxupé; fl. 99, liv. 30, 30/05/1929.

JORNAL “A Voz”. Acervo particular.

JORNAL “O Paraguassu”. Acervo particular.

JORNAL “Cidadão”. Acervo particular.

LEI Municipal 022 de 25 de outubro de 1948.

MUSEU ALFERES BELIZÁRIO. Acervo particular.

PREFEITURA Municipal de Paraguaçu. Arquivos.

FONTES ELETRÔNICAS:

http://www.idealclube.com.br/pag1_frame.htm/

http://www.paraguassuturismo.hpg.ig.com.br/

Page 103: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 103 de 104

http://www.paraguatur.hpg.ig.com.br/

PRADO, Guilherme. CD-ROM: Paraguaçu: sua história, sua gente. Paraguaçu/MG: 2004.

FONTES ORAIS:

ALVARENGA, Ana Cândida Leite. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e

Carlos E. Gomes.

ALVARENGA, Magali Nogueira. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos

E. Gomes.

ANDRADE, Edvard Eustáquio de. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e

Carlos E. Gomes.

AVILA, Maria Conceição. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E.

Gomes.

BARBOSA, Marcos José D. Paraguaçu, 08 mai. 2005. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E.

Gomes.

CASTILHO, Lázaro Ferreira de. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos

E. Gomes.

DIAS, Teodolino Andrade. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E.

Gomes.

MELONI, Pedro. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes.

OLIVEIRA, Roseli Alves de. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E.

Gomes.

PAIVA, Milza Dias. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes.

PEREIRA, Maria de Lourdes. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E.

Gomes.

PIMENTA, Rosa Maria de Araújo Dias. Paraguaçu, 07 nov. 2006. Entrevista concedida a Alexandre Borim.

PRADO, Maria Cândida. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E.

Gomes.

PRADO, Milza. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes.

RAMOS, Benício. Antenorzinho – Um grande coração. Matinada, ago/1997, P. 11.

SILVA, Airton Ramos da. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E.

Gomes.

SIRINO, Paulo. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes.

SOUZA, Maximília Caprani Morais Paraguaçu, 09 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e

Carlos E. Gomes.

SCHIASSI, Silvânio. Paraguaçu, 07 mai. 2006. Entrevista concedida a Brana Carvalhaes e Carlos E. Gomes.

Page 104: 2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE …

P R E F . M U N . D E P A R A G U A Ç U Rua Dr. João Pinheiro 220 I Centro (35) 3267 – 1155 I CEP: 37120-000

2ª ETAPA DO INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE PARAGUAÇU 2007

Página 104 de 104

8. EQUIPE TÉCNICA

PREFEITURA DE PARAGUAÇU - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Secretária: Eliza Helena Silva Dias

Rua Ferreira Prado, nº138, Centro | Paraguaçu / MG | cep. 37120.000

Tel.: (35) 3267.1664 | e-mail: educaçã[email protected]

COLBORADORES: representantes do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Paraguaçu

MEMÓRIA ARQUITETURA LTDA

Rua Grão Pará, 85 / 1301 Santa Efigênia | Belo Horizonte / MG | cep 30.150-340

Tel.: (31) 3241.5594 | e-mail: [email protected]

Equipe técnica

arquitetos urbanistas (responsáveis técnicos) historiadores Alexandre Borim Hilário Figueiredo

Joseana Costa Carlos E. Gomes Patrícia Pereira

Viviane Corrado

estagiários arquiteta urbanista Mariana Rabelo (arquitetura e urbanismo) Brana Carvalhaes

Sofia Cunha (arquitetura e urbanismo)

Levantamento: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) Cirene Marques (Presidente do Conselho) | Itamar R. Araújo (Chefe Cadastro Incra) data: maio a junho de 2006. Elaboração: Alexandre Borim (arquiteto) | Carlos E. Gomes (historiador) | Brana Carvalhaes (arquiteta) data: junho a novembro de 2006. Revisão: Memória Arquitetura

data: dezembro de 2006.

Paraguaçu, dezembro de 2006

Brana Carvalhaes Carlos E. Gomes Alexandre Borim

Eliza Helena Cirene Marques

O grupo Memória Arquitetura agradece a gentileza da comunicação de possíveis falhas e/ou omissões verificadas neste documento.