2 - Marketing Imob

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Apostila de marketing imobiliario

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    SUMRIO

    APRESENTAO ................................................................................................ 5

    INTRODUO ..................................................................................................... 6

    1. COMO TUDO COMEOU ................................................................................ 7 1.1 - O Nascimento .......................................................................................... 8 1.2 - Conceitos, Definies. .......................................................................... 11 1.3 - Tradues .............................................................................................. 13

    2. CONHECIMENTO DO CONSUMIDOR ........................................................... 15 2.1 - Os Segmentos Na Intermediao Imobiliria ...................................... 20 2.2 Segmentao Do Cliente Potencial ..................................................... 21 2.4 Processo De Compra ............................................................................ 27

    3. MARKETING, COMO FUNCIONA .................................................................. 30 3.1 - A Estrutura ............................................................................................. 31 3.2 - Os Setores ............................................................................................. 33 3.3 A Abordagem Atravs Dos Bens ........................................................... 36 3.4 - Os Agentes Do Mercado Imobilirio ..................................................... 38 3.5 - As Variveis .......................................................................................... 39 3.6 O Ambiente De Marketing .................................................................... 39 4. O COMPOSTO MERCADOLGICO .............................................................. 43 4.1 Os Sistemas Integrados ....................................................................... 44 4.2 O Primeiro P, De Produto ..................................................................... 46 4.2.1 - A Pesquisa ........................................................................................ 46 4.2.2 O Estudo Do Produto ........................................................................ 55 4.2.3 - Ciclo De Vida Do Produto .................................................................. 58 4.2.4 Desenvolvimento De Produto ........................................................... 59 4.3 P, De Preo: Um Componente Perigoso .............................................. 62 4.4 O P De Praa Ou Ponto Mas Que So Canais ............................... 67 4.5 Promoo O Quarto P ....................................................................... 71 4.5.1 Objetivos Da Comunicao De Marketing ......................................... 73

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    4.5.2 A Promoo, Propriamente Dita .............................................................. 77

    5. ESTRATGIA EM MARKETING ..................................................................... 79 5.1 Estratgias, S Com Planejamento ..................................................... 83

    BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 90

    QUESTES PARA EXERCCIOS: ..................................................................... 92

    GABARITO ...................................................................................................... 101

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    APRESENTAO

    Quanto instado a preparar o presente trabalho, veio-me lembrana as circunstncias que me conduziram a publicar meu primeiro livro destinado ao mercado imobilirio, no ano de 1997.

    Eram muito parecidas com as do momento atual, exceto quanto disposio das lideranas classistas em tornar materiais os sonhos que permeavam suas percepes quanto ao futuro.

    Asociedadejdemandavapormaisconhecimentoeprofissionalismodepartedosprofissionaisdaintermediaoimobiliria.Aimagemdacategoriamantinha-searranhadapublicamente h tempos. O embate para separar o joio do trigo era e dirio e crescente. Meu sentimento sempre foi o de que ns prprios quem construmos nossa reputao tambm quando negativa (sic). Realmente, faltava-nos a formao de natureza escolar.

    Esta a principal diferena destes para aqueles tempos: alm da implantao dos cursos superiores de Gesto Imobiliria em dezenas de Instituies de Ensino Superior, aintroduodosexamesdeproficinciaparahabilitaodenovosCorretoresdeImveiscompletaresteciclodematerializarametasemprepresentedavalorizaoprofissional,asupriroscrescentesnveisdeexignciadasociedadebrasileira.

    H seis anos, quando publiquei o primeiro Marketing Pessoal Imobilirio, imaginando queolivropoderiasomarnaelevaoprofissionaldoscolegas,recomendavaquebuscassemaprimoramento pessoal, que aprendessem todo dia, acessassem informaes, andassem nafrente,lessem,estudassem,afiassemsuacuriosidade,agissem.

    Penso ter sido bom o resultado, porque aproximadamente 5.000 exemplares foram vendidos, estimulando a publicao dos dois outros que se seguiram. Os fatos atuais testemunhameavalizamaconveninciaderepetiroconselho.

    CorretoresdeImveisecandidatosaestaprofissoprecisamterdefinitivoqueasmudanas continuam, so velozes e nos surpreendem seguidamente. Para alcanar a felicidade, alm das conquistas materiais e harmonia espiritual, preciso a auto-realizao pelo conhecimento. Que despertem, mesmo movidos pela necessidade, para o prazer e o crescimento que a leitura e o estudo proporcionam.

    Creiam, a sabedoria dos livros plataforma para a felicidade pessoal.

    Nelson Eduardo Pereira da Costa

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    INTRODUO

    Esta apostila oferece ao leitor uma abordagem fundamentalmente genrica a respeito de Marketing, apropriando a linguagem para o mercado imobilirio.

    Foram introduzidos exemplos e expresses comuns nesse meio, com o propsito de facilitaroentendimentoeencaminharreflexesbaseadasemfatosfamiliares.

    Como no poderia deixar de ser, foram includas partes dos livros publicados pelo autor, desde seu primeiro trabalho. Apesar do esforo e de atualizaes aqui inseridas, importanteressalvarqueoslivrostmmaiorvolumedecontedo,conseqentementedeinformaes.Peloaproveitamento,valeanunciarqueosdoisltimosMarketingPessoale Marketing Imobilirio foram publicados em 2000, pela AB Editora, da cidade de Goinia (www.abeditora.com.br).

    Na Bibliografia, o leitor encontrar as obras consultadas para fundamentar estaapostila. Como destaque, oportuno realar que Philip Kotler e Alexandre Las Casas foram osautoresdemaiorpresenanestecontedo.

    Nas pginas seguintes, sero encontrados cinco captulos. O primeiro deles traz o histrico do surgimento do Marketing no mundo, acrescentado de algumas curiosidades parainstigarreflexo.

    O conhecimento do consumidor o contedo do segundo captulo, reunindoindicaes para segmentao e comportamento do principal objeto de qualquer estudo: o consumidor, chamado de tantos nomes em nosso Pas: cliente, contribuinte, usurio, paciente, estudante, interessado, prospect ...

    Abordamos como funciona o Marketing no terceiro captulo, transitando pela estrutura, setores, bens, agentes do mercado imobilirio, variveis e ambiente. Apresentao objetiva para compor o entendimento para compreender sinteticamente o processo como um sistema.

    O estudo do composto mercadolgico, no captulo quatro, detalha os componentes Produto, Preo, Praa e Promoo, com rpida passagem pelos sistemas dos 4 As e dos 3 Ps 3 Cs. A opo neste trabalho foi pelo tratamento do formato tradicional, mais conhecido e indicativo para mais pesquisa queles que se interessarem pelo assunto.

    Finalmente,oleitorencontrarnoquintoeltimocaptuloumestudosobreEstratgias em Marketing, para encaminhar seus exerccios tanto para a vida empresarial quantoprofissionalindividual.

    * As ilustraes so de autoria do artista mato-grossense Marcelo C. Brito

    http://www.abeditora.com.br

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    1COMO TUDO COMEOU

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    A LEI DA PERCEPO:

    O marketing no uma batalha de

    produtos, uma batalha de percepes

    All Ries, Jack Trout

    1.1 - O NASCIMENTO

    Paraesteestudo,consideremostrsmomentos,conformeavisodeautoresque

    tratam desse assunto:

    1.

    muitosvemocomeodomarketingnosconfinsdotempo,quandoohomemprocurou

    realizar as trocas, que foram as primeiras intenes comerciais. Portanto, o gerador das

    necessidadesdecomercializaoque,nofundo,formamasuaessncia;

    2.

    outros preferem colocar o surgimento do marketing com a publicao, em 1776, da

    obra A Riqueza das Naes, escrita por Adam Smith, considerada como ponto de partida

    daeconomiamoderna;

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    3.

    e muitos aliam o nascimento do marketing ao surgimento da Revoluo Industrial

    ocorridanaInglaterranosfinsdosculoXVIII,ocasioapartirdaqualsevomarketing

    comodecorrnciadocapitalismomodernonascidodarevoluonastcnicasdeproduo.

    Os progressos tcnicos na agricultura, o desenvolvimento dos meios de transporte, o

    crescimentodemogrfico,amquinaavapor,asinveneseinovaes,especialmenteno

    setor da metalurgia, foram elementos fundamentais no aparecimento do marketing.

    CURIOSIDADES

    Na cronologia do aparecimento do marketing, conhea estes fatos curiosos:

    em 1523 utilizada, pela 1 vez, a palavra VENDEDOR - e o Brasil s

    tinha 23 anos.

    em1652sepublica,pelaprimeiravez,umanncio.Pelojornalingls

    Mercuries, sobre venda de caf.

    em1812,funda-senaInglaterraaprimeiraagnciapublicitriadomundo.

    a Reynold and Son.

    somenteem1849,osE.U.A.criamsuaprimeiraagnciadepropaganda:aVolneyB.

    Palmer.

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    Figura I.2 O dia das mes surgiu em 1908

    MasnosculoXXquerealmenteocorreaestruturaodomarketing,quandose

    definecomoumatcnicaderivadadacinciadaadministrao.Conheaalgumasdatas

    importantes:

    em 1908, Ana Jarvis lana o Dia das Mes

    em 1912, surge na Califrnia, a Alpha-Beta, uma cadeia de lojas de auto-

    servio

    em1914,oPresidenteWilson(EUA)oficializaoDiadasMes

    em 1915, conhece-se o primeiro curso sob o titulo Marketing, na Harvard Business

    em1916,surgealojadepreonico

    em 1918, a Weingarten inicia estudos para a instalao de supermercados.

    No Texas.

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    em 1921, Paul Ivy publica Principles of Marketing

    De l para c, muita coisa aconteceu. Pesquisas mnimas acrescentaro abundante

    quantidade de invenes e inovaes em produtos e servios. Simples lembranas nos

    traro memria o advento dos shopping-centers, o avio a jato, a televiso, o rdio, a

    mquinafotogrfica,oscomputadores,ostelefonescelulares,aeducaodistncia,o

    negcio do marketing de rede, as franquias. E nem mencionamos as invenes de alta

    tecnologia, inclusive as destinadas a usos militares. Pois o marketing permeou todas essas

    mudanas e est presente em todas as atividades.

    1.2 - CONCEITOS, DEFINIES.

    SegundoRobertoSimes,somaisdemilasdefiniesjcoletadas.Amaisdifundida

    da autoria de Phillipe Kotler, tido como um dos papasdo marketing no mundo: Marketing

    oconjuntodeatividadeshumanasquetmporobjetivoafacilidadeearealizaodas

    trocas

    Porm,maisdetalhadaadefinioapresentadapelaAssociaoNacionalLombarda:

    Marketing o conjunto de atividades que, partindo do estudo constante do consumidor e

    dastendnciasdomercado,chegadefinioefabricaodoprodutoouservio,sua

    composio,distribuioeatutilizaofinal,procurandocompatibilizarosinteressesdo

    consumidor e da empresa

    Marcos Cobra, clebre autor brasileiro, em sua obra Administrao de Vendas,

    simplificatotalmenteaconceituao,partindodopressupostodequetodooprocessode

    marketing orientado para a venda e depende da qualidade do desempenho das vendas.

    Diz que Marketing um modo de sentir e tratar o mercado

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    Finalmente,parabuscaroseuespritocrtico,propomosmaisumadefinio,quese

    contrape s j citadas e a praticamente todas as demais conhecidas.

    Tanto polemizou, que os autores All Ries e Jack Trout transformaram seu livro Marketing

    deGuerraemumdosmaioresbest-sellersnognero.DizemqueMarketingguerra

    Quanto a esse conceito (marketing guerra),

    propomosenfoc-locomoMarketingdeConcorrncia,queentendemosrepresentara

    verdadeiraessnciadoentendimentodosautoresamericanos.

    Alm disso, e apesar da selvageria nas competies comerciais, a palavra guerra

    lembra atrocidades, batalhas sangrentas, perda de pessoas queridas, e certamente provoca

    nimosedefiniesdotipovaletudo,qualquercoisaparaganhar,paravendermais,

    comoqueabsolutamentenoconcordamos.Aquestodecriatividade, intelignciae

    competio.

    No contestamos e, ao contrrio, vemos como necessidade de atualizao, a posio

    deAllRieseJackTroutquandodefendemqueomarketingnecessitadeumanovafilosofia,

    porque a atual nos leva crena de que esta cincia est apenas relacionada com a

    satisfao das necessidades e desejos dos consumidores.

    Issosignificaque,tradicionalmente,todoopessoaldemarketingtemsidoorientado

    para o cliente, o que j uma profunda alterao, uma vez que na dcada de 1920 todo o

    processosevoltavaparaaproduo.LembradoapogeudeHenryFord?Vocpodetera

    cor que quiser, desde que seja preta E assim eram os carros Ford.

    AllRieseJackTroutafirmamqueoReiClienteestmortoequeaturmadomarketing

    estvendendoumcadverparaascpulasdasempresas.NorastrodaSegundaGuerra

    Mundial, as empresas lderes voltaram-se para os clientes. O especialista de marketing era

    o encarregado de tudo e o primeiro-ministro era a pesquisa de mercado.

    Hoje, toda empresa voltada para o cliente. Todas sabem o que os clientes desejam.

    No mnimo, pensam que sabem.

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    aqueentraapolmicapropostapelosautoresdeMarketingdeGuerra:parater

    sucesso hoje em dia, uma empresa precisa ser orientada para a concorrncia. Devem

    procurar seus pontos fracos e lanar contra eles o seu ataque de marketing. Essa viso

    provoca outra profunda alterao. E j vem sendo praticada por muitas grandes empresas

    multinacionais.

    s buscar na memria as campanhas da Pepsi Cola, em confronto com a Coca

    Cola, da cerveja Skol (redonda, as outras so quadradas) das empresas de telefonia, das

    emissoras de televiso, das montadoras de automveis e outras.

    porissoqueseafirmaquenosplanosdemarketingdofuturomuitomaispginas

    serodedicadasconcorrnciaqueaosclientes.

    Marketingdeciso,ondeaconcorrnciaoinimigo.Oobjetivovenc-la.

    1.3 - TRADUES

    OtermoMARKETINGintraduzveldeformasintticaparaoportugus.umvocbulo

    inglsdeaceitaointernacional,quesofretentativasdetraduoemmuitopoucospases.

    Apenas para seu registro, citaremos alguns esforos que possibilitam melhor

    compreenso.

    o vocbulo Mercadologia foi introduzido em 1947 por lvaro Porto Moitinho, na sua

    obraCinciadaAdministrao.Em1962,foiutilizadopelaFundaoGetulioVargas,em

    seu Glossrio de Mercadologia.

    o termo Comercializao foi primeiramente utilizado em 1955.(Dicionrio da

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    Propaganda)

    Mercadizao, conotando a submisso do produto ao mercado, surgiu em 1962, no

    citado Glossrio de Mercadologia, da Fundao Getulio Vargas

    Na obra A Funo de Marketing, publicada em 1964 sob autoria do Management

    Center do Brasil, tem-se uma nova verso do vocbulo marketing: Mercadagem

    Na lngua espanhola, em 1969, no livro Distribuio e Venda (Karl E. Ettinger)

    conheceu-se o termo Mercadotecnia

    E em Portugal surgiu mais um equivalente de marketing: Mercatstica

    Figura I.3.1 Em Portugal, nome singular

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    CONHECIMENTO DO CONSUMIDOR

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    LEI DA MENTE:

    melhor ser o primeiro na

    mente que o primeiro no mercado

    All Ries, Jack Trout

    Quaisquer sejam as abordagens e enfoques utilizados nas publicaes sobre

    Marketing, haver unanimidade atualmente: tudo h de ser feito para o consumidor.

    Assim sendo, so indispensveis o estudo do seu comportamento e dos processos

    que o conduzem ao consumo, s suas escolhas, motivaes e recompensas.

    Se o consumidor j procede seguidas alteraes de comportamento, por resultado

    das constantes mudanas a que est submetido, a aplicao do conceito de marketing

    pelas empresas exige conhecimento a respeito de sua evoluo.

    Tudoinfluenciaseusdesejos,alterasuasnecessidades,reconstroemseussonhos,

    crenas,atitudesehbitossofremrepetidasmodificaes.

    Quando se trata de mercado imobilirio, devemos ter em mente que se opera com

    produtos (tangveis) e servios (intangveis). Se cuidamos de imvel, estamos operando

    comproduto;secuidamosdaintermediaodevendadeumimvel,estamosoperando

    com servios.

    Ocompradorouvendedordeumbemimvel,porconseqncia,estarrecebendo

    produto e servio. Suas reaes frente a um e outro seguem, geralmente, os mesmos

    parmetros, isto , sucedem-se etapas para a compra do que deseja >

    NecessidadesInformaesAvaliaoDecisoPs-compra

    O consumidor constata sua necessidade, para atender um desejo.

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    Vai ao mercado buscar informaes acerca do que pretende adquirir.

    Consulta todas as fontes possveis, avaliando as ofertas disponveis.

    Sofrevariadasinfluncias,mastomaadecisoeefetuaacompra.

    Figura II.1 preciso resolver o enigma

    O produto ou servio adquirido permanece em contnua avaliao no processo da

    ps-compra. quando ocorre o dimensionamento de sua satisfao e as respostas aos

    nveis de recompensa que esperava pelo bem adquirido.

    Dada essa premissa, importante observar e compreender as diferenas entre

    fornecer produtos e servios. Bom comeo examinar o quadro a seguir.

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    Quadro II.1 Diferenas e semelhanas entre bens e servios

    Classificao Semelhanas Diferenas

    DESENVOLVIMENTO

    DE PRODUTOS E

    SERVIOS

    a)Desenvolvimento de

    produtos e servios:

    * incentivos

    * fonte de idias

    b) Estratgias de produtos

    e servios

    Marca

    Embalagem

    Garantia e poltica de

    servios

    Maior penetrao no

    mercado

    Mercado como fonte

    Programa de Marketing

    Marca e marca registrada

    No tem

    No tem

    No tem

    No tem

    Patente no disponvel

    para a maioria dos servios

    No tem

    Servios no tm

    embalagem

    Leis de garantia no so

    aplicadas

    ESFORO DE VENDAS

    Propaganda

    Promoo de vendas

    Vendas

    d) Diferenciao de

    produtos

    Objetivos, instituies e

    mdias usadas

    Uso do material

    promocional impresso, uso de

    cupons

    Uso de tcnicas de vendas,

    deconcursoseprmios

    Diferenciao de

    srvios usados em paralelo

    diferenciao de produtos

    No tem

    Servios no so

    geralmenteexpostosemvitrines;

    no possvel amostragem em

    alguns servios

    Demonstraes no so

    possveis em servios

    No tem

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    PREO

    Bases para preo

    Administrao de preos

    Valor percebido e custos

    Princpios de variao de

    preos

    No tem

    Servios geralmente no

    usam descontos

    Fonte: Las Casas (2000), adaptado de JUDD, R.C. Similarities or diferences in

    produtcts and services. Journal of Retailing, New Uork, p.3, inverno 1968.

    Os comentrios de LAS CASAS (2000) a respeito deste quadro devem conduzir

    o leitor reflexo: se estamos registrando exatamente o processo de mudanas que

    vivenciamos pelo mundo, natural divergir de propostas colocada h algum tempo, como

    o presente caso.

    Integralmente, Alexandre Las Casas diz que observa-se, no quadro, que muitas

    das colocaes apresentadas no correspondem realidade do setor. Por exemplo: Judd

    afirmaqueserviosnotmembalagem.Nonenhumanovidadequeaembalagemdo

    servio foge ao convencional, mas existe.

    O escritrio de uma organizao prestadora de servios, a aparncia de seus

    vendedoreseaeficinciaedesempenhodefatoresembalamosserviosdamesmaforma

    que o orelho pode embalar servios de comunicao. Portanto, os servios podem ser

    embalados desde que adaptados s suas necessidades de embalagem, como o de qualquer

    outro produto.

    Os procedimentos j no duram para sempre, rompimentos acontecem facilmente,

    as incgnitas se sucedem. Para todos os ramos de negcios, o comportamento do

    consumidor representa realmente uma sucesso de enigmas A questo, por isso, instiga os

    esforos por adivinhar e prever o seu comportamento.

    Para fazer isso, devemos considerar dois pontos:

    asegmentaodomercadoe,naconseqncia,docliente-alvo.Comochegarato

    destino? Que caminhos percorrer, que recursos utilizar?

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    no conhecimento de como se comportam os seres humanos e quem sejam os clientes,

    comofuncionamasetapasdecompra,quaistendnciasocupamsuamente.Conhecendo

    o processo de compra, pode-se interferir na tomada de deciso.

    Figura II.2 - Segmentar caminho para o sucesso

    2.1 - OS SEGMENTOS NA INTERMEDIAO IMOBILIRIA

    Naturalmente, os profissionais e empresas sero tanto mais eficientes quanto

    melhor tenham selecionado os mercados onde iro atuar. Esse marketing (de mercados-

    alvo) dispensa ateno segmentao de mercado, mercado-alvo e posicionamento de

    mercado.

    Segundo Kotler (2000), os mercados podem ser separados em quatro nveis:

    segmentos, nichos, reas locais e individuais, segundo os conceitos:

    Segmentosdemercadosograndesgruposidentificveisemummercado.

    Umnichoumgrupomaisestreitamentedefinido.

    reaslocaiscompreendem-sereasdevenda,bairros,lojasespecficas.

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    No segmento individual, cada cliente toma mais iniciativa no desenvolvimento de

    produtos e marcas.

    Pois, quanto ao espao do mercado imobilirio, podemos estabelecer segmentos

    paraatuaoprofissional,conformeaseguinteproposio:

    * dos negcios de terceiros (imveis novos e usados, isolados ou grupos)

    * da administrao de imveis (locao)

    * dos negcios rurais (stios, fazendas)

    * dos loteamentos (incorporaes, colonizao, assentamentos)* dos lanamentos (incorporaes de empreendimentos residenciais, comerciais, industriais e

    no residenciais)* das avaliaes e opinies de valor* fundos de investimentos e outros tipos de aplicao em imveis

    Essa segmentao ainda propicia sub-segmentaes, a se ver, por exemplo, o

    caso dos Lanamentos, que se apresentam sob diversas alternativas de oferta:

    financiadospeloSFH(SistemaFinanceirodaHabitao),peloSFI(SistemaFinanceiro

    Imobilirio),peloSBPE(SistemaBrasileirodePoupanaeEmprstimo),financiadoscom

    recursosdoExterioreauto-financiados:apreofechado,apreodecusto,emcooperativas,

    etc.

    2.2 SEGMENTAO DO CLIENTE POTENCIAL

    Como derivao direta da segmentao de mercado, devemos continuar a busca

    de decifrar o enigma pela segmentao do cliente-alvo. Organizar um banco de dados a

    respeito um bom comeo. A pessoa jurdica ou fsica administrar melhor sua carteira de

    clientes, maximizando resultados se, pelo menos, seguir a segmentao clssica:

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    Segmentaogeogrfica:

    Divideomercadoempartesgeogrficas,comoregies,clima,estados,

    municpios, densidade, zona. A empresa pode atuar em uma, em alguma ou em todas as

    reas delimitadas.

    Segmentaopsicogrfica

    Osconsumidoressoclassificadosedivididosemdiferentesgrupos,

    a partir de suas personalidades, estilos de vida, status, expresso social, valores, crenas

    determinantes de atitudes e comportamento.

    Segmentaodemogrfica

    Diviso do mercado em variveis bsicas, como idade, sexo,

    ocupao, instruo, tamanho da famlia, religio, rendimentos, raa, nacionalidade. o

    tipo de segmentao muito utilizada, dada a facilidade destas variveis serem localizadas

    emedidas,almdequefreqentementeestoassociadassnecessidadesedesejosdos

    consumidores.

    Segmentao por ramo de atividade

    umavarivelespecfica,parafacilitarabordagens,tambmfacilmente

    localizvel.Classificaporprofisseseocupao (Industriais,comerciantes,profissionais

    liberais,agropecuaristas,servidorespblicos,professores,etc).

    Entenda-se por segmentao de clientes um grupo de pessoas com caractersticas

    comuns como consumidores.

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    2.3 - COMPORTAMENTO DO COMPRADOR

    Em relao ao comportamento do consumidor, algumas ponderaes colocaremos

    comoindicativosparaoacompanhamentonaevoluodeseushbitos,fatoresainfluenciar

    suas atitudes nas decises de compra.

    Anteriormente, mencionamos a Teoria de Maslow como uma das bases para a

    compreenso das atitudes humanas. oportuno examinar a proposta daquele psicanalista,

    quenosdemonstraahierarquiadasnecessidadesdohomem,emformadedependncias

    quedefinemseucomportamento.

    Apesar de criticada at hoje por no contar com pesquisas que provem sua validade,

    o fato que seu enunciado apresenta uma espcie de lgica do cotidiano, batendo em

    nossa frente diariamente. E isso pode ajudar os profissionais de marketing de muitas

    maneiras.

    Comodissemos,Maslowestabeleceuqueasprimeirasnecessidades (fisiolgicas)

    dominam o comportamento da pessoa at que sejam satisfeitas, em seguida a segunda

    (segurana)torna-sepreponderanteatquesejasatisfeita,enestaordemataltima.

    Pirmide de Necessidades de Maslow

    Necessidades de auto-realizao (auto-satisfao,

    compreenso, organizao do sistema de valores)

    Necessidades de estima (status, respeito, auto-estima,

    relevncia, domnio, reputao, prestgio)

    Necessidadesderelacionamento(amizade,amor,filiao,

    associao, aceitao pelo meio e sentimento de importncia)

    Necessidadesdesegurana(sobrevivnciafsicaefinanceira)

    Necessidadesfisiolgicas(fome,sede,abrigo,descanso,sexo,ar)

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    Como motivao que conduz s atitudes, outras formas de refletir sobre isso admitir as

    Necessidades Utilitrias, aquelas que relacionam s funes bsicas e benefcios materiais, situao que leva as pessoas a serem mais racionais em suas escolhas.

    e as Necessidades Hednicas, relacionadas ao desejo de prazer e auto-expresso. Pessoasinfluenciadasporessasnecessidadestendemadecidiremocionalmente.

    Se na dcada de 1970, a ambio comercial era satisfazer as necessidades dos consumidores, na de 1980 passou a ser tambm antecipar tais necessidades, na de 1990 passamos a falar em surpreender e encantar e agora, na de 2000, pensamos em interao. Marketing um a um e o de relacionamento so as grandes chamadas.

    Para fazer isso,vocprecisaconhecerquemecomosecomportamaspessoas

    quefazemouviroafazernegcioscomvoc.Algunspontos,resumidamente,podemserlevantados desde j.

    O consumidor quer: Reforo em sua prpria auto-estima Quer ser surpreendido, encantado e ouvido Quer ser reconhecido como importante Espera comprometimento com ele Receber informaes reais e honestas sempre

    Mas isso mesmo o que ele quer?

    Figura II.4.1 Conhecer o cliente pode gerar empatia

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    Na inteno de decifrar o enigma, bom observar que todos acreditam saber o que

    ele quer, como pensa, o que exige. Jack Trout vem dizendo h tempos que somente haver

    espao para o marketing de guerra, onde os concorrentes que sero atacados, j que

    todos conhecem as expectativas, necessidades e desejos dos consumidores.

    Com os produtos e servios a cada dia se parecendo mais, com preos iguais, prazos

    iguais,somentevenceroqueganhardaconcorrnciapordiferenciaiseparadizerisso

    vai ter de atacar.

    Segundo KOTLER (2000), os clientes compraro da empresa que, segundo a

    percepo deles, oferecer o maior valor. Explica que o valor entregue ao cliente a diferena

    entre o valor total para o cliente e o custo total para o cliente.

    Significaqueovalortotalparaoclienteoconjuntodebenefciosqueosclientes

    esperam de um determinado servio.

    O custo total para o cliente o conjunto de custos em que os consumidores esperam

    incorrer para avaliar, obter, utilizar e descartar um servio.

    Ora, o resumo dessa premissa est clara na idia de recompensa, aquilo que os

    consumidores esperam alcanar em troca de seus recursos (tempo, dinheiro e esforo).

    a entrega desse seu conjunto pelo servio contratado que lhe dar a dimenso para avaliar

    e sentir-se satisfeito ou decepcionado.

    A empresa L.L. Bean, Inc., citada por Kotler em seu livro Administrao de Marketing

    (10 ed, Prentice Hall, 2000), para motivar seus funcionrios e atender bem os clientes,

    instalou em sua sede um cartaz com os seguintes dizeres:

    Um cliente a pessoa mais importante do mundo neste escritrio... quer ele se

    comunique pessoalmente ou por carta.

    Um Cliente no depende de ns ... ns dependemos dele.

    UmClientenointerrompenossotrabalho...afinalidadedele.Noestamosfazendo

    umfavoraoservi-lo...eleestnosfazendoumfavordando-nosaoportunidadedefaz-lo.

    Um Cliente no algum com quem discutir ou debater. Ningum jamais venceu uma

    discusso com um Cliente.

  • 26

    Um Cliente uma pessoa que nos traz seus desejos. nossa obrigao lidar com eles de maneira lucrativa para ele e para ns.

    Na mesma publicao, Philip Kotler acrescenta o reconhecimento que as empresas demonstram em suas atitudes para satisfazer e reter clientes. Os fatos listados bem delineiamaconveninciadessaimportncia:

    A aquisio de novos clientes pode custar at cinco vezes mais dos que os custos envolvidos em satisfazer e reter clientes existentes. Ela requer o emprego de um grande esforo para induzir clientes satisfeitos a deixar de contratar seus fornecedores atuais.

    As empresas perdem em mdia 10% dos seus clientes a cada ano.Uma reduo de 5% no ndice de abandono de clientes pode aumentar os lucros de

    25 a 85 por cento, dependendo do setor.A taxa de lucro por cliente tende a aumentar ao longo do tempo de vida do cliente

    retido.

    No mercado imobilirio, considerando-se que as transaes, com um mesmo cliente, tem pouca repetio, vale administrar o relacionamento para indicaes e vendas futuras ao seu grupo de relaes.

    Figura II.4.2 Encantar e surpreender: chaves para vendas futuras

  • 27

    Para conhecer os consumidores h vrios mtodos disponveis no mercado, alm

    da teoria de Maslow e das Necessidades Utilitrias e Hednicas. H livros, softwares,

    treinamentos, teses e livros na Internet, tambm muitos disponveis para administrar

    relacionamento com seus clientes.

    Ocupe-se nesta pesquisa, porque fundamental para o sucesso dos seus negcios

    eprogressonacarreiraprofissional.

    2.4 PROCESSO DE COMPRA

    O processo de compra pelo consumidor inclui cinco etapas bsicas:

    Reconhecimento da necessidade(A necessidade vem de estmulos internos ou externos. O impulso para suprir essa

    necessidade a motivao, a fora que leva as pessoas a agirem. A Pirmide de Maslow

    timo instrumento para compreender esse processo)

    Busca de informaes(Identificada a necessidade, o consumidor busca informaes sobre os melhores

    modos de satisfaze-la. Faz isso acionando fontes internas as suas prprias, armazenadas

    em sua memria -, fontes de grupos consultas a outras pessoas -, fontes de marketing

    efeitos de aes de propaganda, intermedirios -, fontes pblicas de domnio e

    conhecimento coletivo, principalmente veiculadas na mdia e fontes de experimentao

    degustao, uso por tempo certo, test-drive.

    Avaliao das alternativas(os consumidores procuram optar pela alternativa que lhes signifiquemaior valor,

    conforme suas escalas de necessidades)

    Deciso de compra (a deciso normalmente acontece depois do consumidor considerar os atributos

    caractersticas do produto que se relacionam s suas necessidades -, os atributos marcantes

  • 28

    que ocupam o topo da mente quando o produto mencionado -, a imagem da marca a

    percepo do consumidor para o produto e as funes utilitrias variao da satisfao

    do consumidor com os nveis dos atributos e o produto ideal que determina a utilidade

    dos atributos).

    Avaliao ps-compraSendoverdadequeasatisfaodoconsumidoreovalorporelerecebidoinfluenciam

    suas prprias decises de compras futuras e as de outras pessoas, esta uma fase que

    merece ateno dobrada.

    Quando se trata de aquisio de grande valor, comum uma espcie de depresso

    ps-parto,quandoacontecemasdvidassobresetomouounoadecisocorreta.Esta

    a parte do relacionamento entre quem vende e quem compra que mais carece da presena

    de apoio do vendedor. preciso auxiliar na aprovao institucional ao negcio realizado.

    Comprar um imvel de qualquer preo sempre uma deciso difcil e importante.

    Chega a ser indispensvel que os produtores e intermedirios ofeream esse apoio ps-

    venda, em nome de uma possvel lealdade e indicao de novos consumidores.

    Toda ateno pouca, porque enquanto esse processo ocorre, os consumidores

    sofremvriasinfluncias.precisotratardosclientescomosecuidadebenspreciosos,

    estar perto dele quando decidir comprar.

  • 29

    Figura II.4.1.1 Para fechar o negcio, preciso cuidar dos clientes

    Enquantosuamenteprocessaacompra,elesofrevriasinfluncias.

    Observe:

    Influnciassociais:decultura,desubculturas,declassessociais,degruposde

    refernciaedafamlia.

    Influnciasdemarketing:doproduto,dopreo,dadistribuio,dapropaganda,do

    atendimento.

    Influnciassituacionais:doambiente fsico,social,do tempo,dascondiesdo

    momento, de notcias alarmantes.

  • 30

    3

    MARKETING, COMO FUNCIONA

  • 31

    LEI DA IMPREVISIBILIDADE:

    Sem prever os planos do concorrente,

    impossvel prever o futuro.

    All Ries, Jack Trout

    3.1 - A ESTRUTURA

    A estrutura do marketing abrange o servio a partir do momento em que ele simples

    idia at a sua concluso.

    No momento em que surge como para verificar o que aconteceria se o servio

    fosse realmente criado e lanado ao interesse do cliente (mercado-consumidor), estar se

    iniciando o processo do marketing.

    comum, jnaamostragem,seconcluirpeloabandonoemdefinitivo,doprojeto

    deumnovoservio,casoavaliaesprviasidentifiquemriscodeinviabilizao,porquea

    simples possibilidade do servio vir a existir, como dito, j provoca o primeiro sintoma em

    marketing: o estudo da viabilidade, que a coleta e processamento de dados (culturais,

    comerciais, econmicos e jurdico-mercadolgicos)

    Transporteessaconsideraoparaomercadoondevocatuaepergunteseconhece

    algumcasodeofertadeserviosimobiliriosqueapsaverificaodaviabilidade,tenha

    sido abandonado?

    Por exemplo, a utilizao de um novo material estrutural na construo de edifcios,

    o aproveitamento de um terreno isolado, um conceito indito de construes agrupadas,

    um empreendimento voltado seletivamente a certa classe social, sexual, raa ou renda, etc

    Surge aqui a primeira misso do homem de marketing: PESQUISAR, interrogar o

    cliente e ver se ele deseja ou no determinado servio.

  • 32

    Em relao ao marketing, a funo da Pesquisa conhecer os elementos que

    provocam as variaes mercadolgicas, o que se consegue atravs do levantamento de

    dados para juntar subsdios sobre as seguintes reas:

    ____________________________

    O marketing trata de servios e produtos. Esta apostila, destinada ao mercado da

    intermediaoimobiliria,farasrefernciascomoServios.

    1.oservioemsi;

    2.afilosofiadeoferta;

    3.aaudinciapublicitriaeoseventospromocionais(comunicao);

    4.oprocessamentodadistribuio(canais);

    5. as condies do mercado consumidor (clientes).

    QualquerprojetodePesquisaserclassificadoemumadasseguintesformas:

    1. exploratrias - quando no existem hipteses a serem testadas

    2. descritivas - visa uma descrio completa e real da situao

    3. experimentais - para descobrir as relaes de causa e efeito

    Antes, como j vimos, o marketing se orientava para a produo: ningum perguntava

    o que o consumidor queria. O fabricante criava e lanava seus produtos, iniciando o ciclo

    de presses: dele sobre o distribuidor, deste sobre o atacadista, a sobre o varejista e,

    finalmente,sobreoconsumidorfinal.

    O produto era imposto ao consumidor, que, acuado e sem opes, terminava

    comprando.

    CICLO DE PRESSES DO PRODUTO SBRE O CONSUMIDOR

    fabricante > distribuidor > atacadista > varejista > consumidor

    No mercado imobilirio, essa presso funcionava assim (em alguns setores, ainda

  • 33

    funciona):

    Construtora > Imobiliria > Corretor de Imveis > Consumidor

    Lembra-sedostemposdoBNH,nosltimosanosdaprpriaCEF,quantoaosseus

    enfoques para aprovao de grandes empreendimentos habitacionais em reas distantes,

    desestruturadas, por altos preos?

    As construtoras criavam e fabricavam, com recursos principalmente do FGTS,

    grandes conjuntos, sem rvores, sem rea de lazer, sem infra-estrutura de servios, todas

    as unidades iguaizinhas, e os impunham aos consumidores.

    Atualmente, os PAR Programa de Arrendamento da CEF transformaram os conjuntos

    em condomnios fechados, com infra-estrutura e lazer. Os preos pagos s Construtoras

    sofrem delimitaes. a compreenso de que, quanto mais atendimento e satisfao

    proporcionaremaocliente,maioraadimplnciaevalorizaodesuapropriedade.

    3.2 - OS SETORES

    O produto (imvel) em muitos casos, j desapareceu do campo comercial, isto , nem

    se vende mais. Foi fabricado e entregue. O marketing, no entanto, continua ativo em seu

    benefcio,comserviosdemanuteno,conservao,assistnciatcnicaesustentao

    das garantias, auxiliando a vitalidade e mantendo o prestgio do fabricante/prestador de

    servios.(o agente imobilirio, no nosso caso, consideradas pessoas fsicas e jurdicas).

    Deondeseconcluiqueseisreasdoconsistnciaefetivaaocomplexodemarketing

    e, nelas, localizam-se algumas subdivises:

  • 34

    1.GernciadeProdutos(naindstriaenaprestaodeserviosimobilirios,

    sobvriosttulos):atuasobrepreos,inclusiveverificaodeconcorrncia,marca

    identificao/denominao),embalagem(programaovisual,fotos,perspectivas)e

    imagemmerchandising(comonasnovelas,infiltrando-senamente);

    2. Pesquisa: mantendo investigao permanente de mercado, servindo de

    termmetroatudoquantoocorraequediretaouindiretamentepossainfluir

    sobreoproduto(imveleaprestaodeserviosagregadosoudependentes);

    3.ComunicaoSocial(Propaganda/Publicidade,RelaesPblicase

    Jornalismo):atuandoatravsdecampanhasousimplesanncios

    especficos,institucionais,promocionaiserelacionamentocomomercado.

    4. Canais (Distribuio): anlise dos canais para a comercializao, manuteno em

    dia dos dados sobre estoques, transportes, entregas e desembaraos.

    5.Clientes(Relacionamento):saberquemso,comosecomportam,classific-los

    consoantesuarecncia,freqnciaefaturamento,dispordessesdadose

    administr-los adequadamente ferramenta indispensvel para compor o

    complexo do marketing.

    6. Vendas: incluindo zoneamento, controles, recrutamento, seleo, treinamento,

    motivao, avaliao e estimativas.

  • 35

    Figura II.2.1 Os setores devem funcionar harmoniosamente

    Obviamente,estasreastmdeagirsincronizadasesintonizadasumasnasoutras.

    Quando no se intercomunicam adequadamente, o produto (por exemplo, o lanamento

    imobilirio) tende marginalizao, ocasionando perda de prestgio, desfigurao de

    imagem e at o aviltamento do seu preo. (para as pessoas fsicas, seus honorrios

    profissionais).

    A incluso do estudo da Comunicao Social, ao invs de somente a publicidade e a

    propaganda e Clientes iniciativa do autor, que prope o que se poderia interpretar como

    um novo sistema integrado.

    Fundamentalmente, nos dias de hoje, as empresas dividem sua organizao em

    quatrodepartamentosativos:industrial,financeiro,administrativoedemarketing.

    Para as empresas de intermediao imobiliria e para o agente, pessoa fsica,

    excetuando-se o industrial, os demais departamentos devem existir mesmo sob outras

    denominaes.

  • 36

    3.3 A ABORDAGEM ATRAVS DOS BENS

    Astcnicasdeabordagemdemarketingsoderivadasbasicamentedaclassificao

    de bens de consumo, industriais e de servios.

    So tangveis (bens de consumo e industriais) e intangveis (de servios).

    Os bens de consumo esto disponveis no mercado para serem comercializados a

    pessoas fsicas, visando satisfazer necessidades e desejos. So destrutveis pelo uso. So

    especialmente voltados para o varejo.

    Industriais so os bens produzidos para venda a organizaes e que servem para

    produzir outros bens tangveis ou intangveis e podem ou no ser destrudos pelo uso.

    Bens de servios so bens econmicos decorrentes da prestao de servios, a

    serem comercializados a pessoas fsicas ou organizaes. A produo e a destruio so

    praticamente simultneas.

    Podemos considerar como Bens de Consumo:

    bensdeconvenincia(duradouros,dealtarotao.Fsforos,palitos,etc)

    bensdeusoinfreqenteoucomparveis(adquiridossomenteapscomparaode

    preos, qualidade, garantia. Como exemplo, sapatos, valises, bolsas, etc)

    bensdeusoespecial(paraosquaisosconsumidorestmespecialprefernciaese

    esforamparaadquiri-los.Livros,discos,fitas,

    Como Bens Industriais, podemos elencar:

    bens de instalaes,

    bens de equipamento acessrio,

    bens de matrias-primas,

    bens de componentes,

    bens de suprimentos.

    Bens de Servios so, por exemplo:

  • 37

    de artes e ofcios,

    bancriosefinanceiros,

    de comunicao,

    de intermediao imobiliria,

    hotelaria e alimentao,

    mdicos,

    de propaganda e publicidade.

    A escolha dos bens de servios, pelos consumidores, acontece principalmente em

    decorrnciadetradio,prestgio(reputao)doprestador.Essasescolhasnormalmente

    soorientadasporinflunciasdeterceiroseexperinciasanteriores.

    A abordagem de marketing coloca a atividade imobiliria tanto como Bens Industriais

    quanto como Bens de Servios.

    A fabricao, o imvel Bem Industrial

    A intermediao para a venda do imvel Bem de servio

    Figura III.3.1 O imvel um bem industrial

  • 38

    Figura III.3.2 Proporcionar a moradia, pela intermediao, prestao de servios

    3.4 - OS AGENTES DO MERCADO IMOBILIRIO

    Como estamos tratando de Marketing Imobilirio, devemos examinar quais so os

    agentesprincipaisnessemercado,lembrandoquenosepodeidentificaraintermediao

    como sendo o prprio mercado imobilirio, sendo esta apenas um dos seus segmentos.

    Assim, operam nesse ramo da economia, entre outros, os:

    Agentesfinanceiros,

    Proprietrios de imveis,

    Incorporadores,

    Construtores,

    Profissionaisliberais(ondeseincluemosCorretoresdeImveis),

    Imobilirias,

    Clientes.

  • 39

    3.5 - AS VARIVEIS

    TodoplanejamentodeMarketingestar influenciadoporcircunstnciaspossveise

    impossveis de serem controladas. So as Variveis Controlveis e Incontrolveis, e que

    constituemoprprioAmbientedaEmpresa(oudoprofissionalindependente)

    Asvariveisnadamaissodoqueasinflunciasqueaatividadeexerceesofre,as

    quaisprovocamsignificativasalteraesnomercadoemqueoperam.

    VARIVEIS

    CONTROLADAS

    VARIVEIS

    INCONTROLVEIS

    Controladasporvocou

    pela empresa

    No controladas por

    vocoupelaempresa

    o composto de marketing:

    Produto, Preo, Distribuio

    (Ponto), Promoo.

    Legislao vigente

    Aspectos culturais, scio-

    econmicos, climticos, sociais e

    religiosos, etc

    Est claro que estas variveis (controlveis e incontrolveis) interferem no processo

    de compra e venda, porque impactam desde o planejamento at o ps-entrega do imvel

    vendido, uma vez que toda variao atinge o consumidor.

    3.6 O AMBIENTE DE MARKETING

    absolutamente impossvel a elaborao de qualquer plano, estratgia ou

    ttica de marketing sem a considerao de seu ambiente, que devemos entender como

    sendo:

    Macroambiente,ondedevemosanalisarossegmentosdemogrficos,socioculturais,

    polticas, legais, econmicos e outras foras que afetam o microambiente da organizao.

  • 40

    NoMicroambiente, deveremos avaliar as influncias que afetem o planejamento

    de marketing da organizao em seu ambiente prximo, tais como fornecedores, clientes,

    intermedirios,pblicos-alvo,suaspolticas,objetivosemisso.

    Ao se iniciar qualquer estudo para desenvolvimento de planos de marketing, o incio

    se dar pela Anlise Ambiental, mtodo que permite rastrear mudanas externas que

    podem afetar o mercado. Pretende-se, com essa medida, diminuir o impacto de variveis

    incontrolveis, porm previsveis, para reduzir riscos nas aes mercadolgicas.

    Essa anlise conduzir ao conhecimento de fatos ou fatores que possam levar a

    oportunidades ou ameaas organizao. Deve responder questes possveis de previso

    em cada uma das reas do macro e do microambiente.

    Nesse estudo, sero observados o Ambiente Econmico, no qual se analisaro os

    dados da economia em geral, incluindo ritmos e ciclos de negcios e padres de renda e

    de gastos dos consumidores.

    Nos negcios, devem ser considerados os ciclos de prosperidade, de inflao,

    recesso e recuperao. Na renda do consumidor, o estudo abranger sua renda bruta

    (total de renda auferida em certo perodo), sua renda disponvel (o que sobra depois do

    pagamento dos impostos) e sua renda discricionria (o que realmente sobra depois de

    descontadas as despesas essenciais e os impostos).

    Os estudos quanto ao Ambiente Poltico e Legal observaro as leis, regulamentaes

    e presses polticas. H obviamente uma submisso das estratgias de marketing ao

    conjunto de regras que permeiam todas as atividades. Os limites impostos costumam mudar

    constantemente, motivo pelo qual as empresas devem realizar suas anlises tambm

    a curtos perodos. Basta o governo renunciar cobrana da CPMF, por exemplo, para

    provocarenormealteraonosplanosfinanceirosdemilharesdeempresas.Sehouver

    modificaolegal,haverenormeinflunciaemprodutosvinculadosnormaalterada.

    Quanto ao Ambiente Social, rea que se compe das pessoas e seus valores,

    crenas e comportamentos, devemos aceitar que muitas mudanas ocorridas por alteraes

    dehbitoseatitudesprovocaramnovosdesafios,alavancandonovasoportunidadesde

    mercado e promovendo mais criao de bens e produtos.

  • 41

    Comoexemplo,aescaladadaviolnciaurbanaforaimplantaodecondomnios

    fechados. Se antes os sistemas de segurana que usavam eram de simples operao,

    hoje se optam por sistemas complexos e de alta tecnologia. Por causa dessa alterao no

    comportamentosocialmaisviolnciaplanejarnovosprodutos residenciaisemesmo

    comerciaispassouasignificarnovosdesafiosenovasoportunidadesdenegcios.

    No Brasil, as novelas so elementos que renovam esteretipos, criam e reiniciam

    comportamentos em todas as faixas etrias. Silogismos e fantasias caem rapidamente na

    boca do povo. At denominaes de empreendimentos imobilirias copiam designaes

    usadas e repetidas em novelas.

    Planoscompletosdemarketinglevaroemcontaaspectosdemogrficos,adiversidade

    eheterogeneidadedapopulao,tendnciasglobaisendicesderesponsabilidadesociale

    causas ticas.

    Ser impossvel qualquer empreendedor imaginar um produto imobilirio sem analisar

    o Ambiente Natural, ultimamente se permeando em quantidade crescente de leis, normas

    e conscientizao. Medir os recursos naturais disponveis, os efeitos do empreendimento

    nomeioambienteedestenaimplantaodoempreendimentosoprovidnciasexigidas

    desde o princpio. Se a populao tem o desejo de proteger o ambiente, as autoridades

    usamseupoderparagarantiraofuturoosrecursosdehoje,porqusepretenderiainiciar

    qualquer atividade sem levar isso em conta?

    Apesar de bvio, ainda acontecem em demasia tentativas de frustrar nossas leis

    ambientais. prestar ateno ao noticirio por curto perodo e pronto, constataremos

    agresses desnecessrias e criminosas, que no ocorreriam se a prvia anlise do ambiente

    natural e adoo de medidas de harmonizao fossem adotadas.

    O prprio nascimento domarketing conseqncia das invenes e inovaes,

    resultadodapesquisaedoconhecimentocientfico.Nessecontexto,tambmserdifcila

    elaborao de planos de marketing sem a devida anlise do Ambiente Tecnolgico, dada

    sua caracterstica de proporcionar solues agregadoras de valores a quaisquer produtos.

    Sistemas de segurana, j mencionados, so expresso de avanos tecnolgicos,

    assim como novos sistemas construtivos, novas mdias na publicidade e propaganda de

  • 42

    empreendimentos, novas interpretaes legais, avanos na informtica e na telemtica,

    crescimento vertiginoso das operaes por Internet.

    Qualquer organizao estar ameaada pela tecnologia se no acompanhar seus

    avanos ou manter-se margem das novas solues.

    Imagine o leitor as construtoras que insistem em construir por mtodos antigos,

    com altos custos em mo de obra e prticas de sobre faturamento em seus preos.

    Atualmente,oscontratanteseosagentesfinanceirostmdefinidoquantopagaro

    por esses produtos, ou seja, conhecem quanto poderia custar, sabem que margem de lucro

    querem pagar e impem seu preo. A concluso simples: ou as construtoras desenvolvem

    tecnologia prpria ou aproveitam as disponveis para produzirem com a qualidade exigida,

    custos menores e margens conforme o mercado oferece.

    E que dizer do Ambiente Competitivo? Na mesma linha de raciocnio, ser bem

    sucedida a organizao que conseguir oferecer vantagem competitiva, isto , aquele produto

    ouserviocomcaractersticabemaogostodofregus.Asoutras,quenoconseguirem

    essa condio, restam o mesmo caminho das ausentes no processo tecnolgico: a

    sucumbncia.

    Por isso, analisar a concorrncia, prever suas aes de futuro, agir no tempo

    certo, atender o mercado com atributos que este valorize, so tambm aspectos de muita

    importncia em qualquer plano mercadolgico.

  • 43

    4

    O COMPOSTO MERCADOLGICO

  • 44

    LEI DA PERSPECTIVA:

    Os efeitos do marketing ocorrem

    por um perodo prolongado.

    All Ries, Jack Trout

    4.1 OS SISTEMAS INTEGRADOS

    Usualmente,doissistemasintegradosdefinemointer-relacionamentodoselementos

    de marketing com o meio ambiente. So eles:

    os 4 Ps, de E. Jerome McCarthy, onde o marketing-mix (ou composto de marketing)

    apresentado em quatro funes bsicas:

    PRODUTO (inclui Pesquisa)

    PREO

    PONTO (ou Distribuio, ou Praa)

    PROMOO (ou Publicidade)

    Raimar Richers desenvolveu seu sistema descrevendo, alm do composto

    mercadolgico, a interao da empresa com o meio ambiente e avalia os resultados

    operacionais da adoo do conceito de marketing em funo dos objetivos da empresa.

    Ele utiliza...

    Os 4 As, assim apresentados:

    ANLISE identifica as foras vigentes no mercado e suas interaes com a

    empresa. Utiliza a pesquisa de mercado e o sistema de informao em marketing.

    ADAPTAO a adequao dos produtos ou servios da empresa ao meio ambiente

  • 45

    identificadoatravsdaAnlise.

    ATIVAO que tem como elemento chave a Distribuio, a Logstica, a Venda

    Pessoal e o Composto de Comunicao.

    AVALIAO o controle dos resultados do esforo de marketing. Essa funo

    tambm chamada Auditoria de Marketing.

    Este autor, como anteriormente citado, prope a aplicao do composto mercadolgico

    segundo o seguinte sistema:

    * os 3 Ps 3 Cs, que se apresenta conforme as seguintes funes:

    PESQUISA, a ser aplicada antes da tomada de quaisquer decises acerca do produto

    e seu preo.Dever ser utilizada tambmpara previamente se definirem osCanais, a

    Comunicao e a administrao dos Clientes.

    PRODUTO, em qualquer segmento da atividade econmica, para qualquer tipo de

    pblico,sejafabricadoparaentregaouencomendadoparafabricar.Comobemmaterialou

    servio.

    PREO, ao qual se deve agregar o conceito de valor, elevando seu posicionamento

    frenteconcorrncia,jexistenteoupresumidamenteaexistir.

    CANAIS, a se interpretar como Distribuio, os caminhos a serem percorridos para

    queoprodutoalcanceopblicoaoqualsedestina.Sejammeiosmateriaisouvirtuais,

    essa funo estabelecer como o produto ser oferecido, entregue e acompanhado no

    ps-venda.

    COMUNICAO SOCIAL, considerando todos seus campos de ao (Publicidade,

    Propaganda, Relaes Pblicas e Jornalismo), com foco na introduo, manuteno e

    elevao do produto no mercado que o consumir.

    CLIENTES, no sentido de apropriar com a devida importncia esse componente.

    Apesar de citado como sendo o foco de todo plano de marketing, o fato que poucos o

  • 46

    incluem como funo a ser observada desde a simples idia at o ps-venda. O cliente, to

    pesquisado, tem muitas faces, de comportamentos instveis que tanto podem assegurar

    xito duradouro, curto ou simplesmente o fracasso. Ao se decidir pelo pblico-alvo,

    necessrio imediatamente pesquisar exaustivamente os comportamentos provveis e se

    definiremosprocessospelosquaisseroadministradasasrelaesdosfornecedorescom

    este banco de dados, individualmente.

    Neste estudo, a opo abordada ser a tradicional dos 4 Ps

    4.2 O PRIMEIRO P, DE PRODUTO

    No sistema tratado neste trabalho, optamos pelos 4 Ps. Assim sendo, examinaremos

    o primeiro P, de Produto, onde inclumos o estudo tambm da Pesquisa.

    4.2.1 - A PESQUISA

    A estrutura do marketing abrange o bem ou servio a partir

    do momento em que ele simples idia at a sua concluso.

    Nomomentoemquesurgircomosimples idiaparaverificaroqueaconteceriase

    o produto ou servio fosse realmente criado e lanado ao interesse do cliente (mercado-

    consumidor), estar se iniciando o processo do marketing.

    comum,jnaamostragem,seconcluirporabandonaremdefinitivoprojetodeum

    novoprodutoouservio,casoavaliaesprviasidentifiquemgranderiscodeinviabilizao,

    porque a simples possibilidade do produto ou servio vir a existir, como dito, j provoca o

  • 47

    primeiro sintoma em marketing: o estudo da viabilidade, que a coleta e processamento de

    dados (culturais, comerciais, econmicos e jurdico-mercadolgicos)

    Surge aqui a primeira misso do homem de marketing: PESQUISAR, interrogar o

    cliente (lembra? Fornecedores, compradores, vendedores, pessoal, etc) e ver se ele deseja

    ou no determinado produto ou servio.

    Em relao ao marketing, a funo da Pesquisa conhecer fatos, conhecimentos e

    obter informaes sobre elementos que facilitem as tomadas de deciso acerca de produtos

    e servios.

    Na verdade, todos ns realizamos pesquisas o tempo todo, em todas as tarefas que

    cumprimos,noprprioexercciodeviver.Quantasvezesnummesmodiavocpergunta

    coisas s pessoas pretendendo auxiliar nos seus processos de decidir ou fazer alguma

    coisa? Como se comporta qualquer pessoa num supermercado, um aluno quando estuda,

    o motorista quando dirige, o engenheiro quando constri?

    A pesquisa de mercado, no entanto, s funcionar se houver fundamentao e

    execuoplanejadaounemsercompreendida.Nomercadoimobilirio,essaprovidncia

    preliminar deveria ser realmente a primeira das tarefas, vez que em regra qualquer proposta

    nesse mercado de alto valor.

    Optar por construir um novo condomnio em algum lugar de qualquer cidade, somente

    porque conseguiu comprar o terreno a um preo atraente, atalho para fracasso no

    mnimo, assuno de um grande risco de prejuzo.

    Se pesquisar, o empreendedor poder descobrir que a economia na compra do terreno

    seriamuitomaislucroseaplicadonamesmaobra,emoutrolocal,demaiorprefernciae

    aceitaodoseupblico-alvo?

    Quantasvezesvoc jouviuodiagnsticode casacertano lugarerrado?Ouo

    contrrio?Oprincipalmotivosempreaausnciadapesquisa.Ora,paraprodutosinclusive

    de pequeno valor, a utilizao de pesquisa pode encurtar o tempo da produo ou da venda.

    Porque pesquisa de mercado no tem de ser somente para empreendimentos, antes de

  • 48

    serem construdos ou depois, para efeito de ajustes.

    Mesmo uma nica residncia ou imvel comercial, contratado para intermediao

    devenda,carecedepesquisas.Identificaropblico-alvo,buscandoencontrarosclientes

    potenciaiseverificarpreosnaregiosoprocedimentosquepodemcaracterizarbreve

    pesquisa de mercado.

    Figura IV.2.1.1 Em Marketing, Pesquisa fundamental

    Acrediteoleitor,casonotenhavivncianisso,queosresultadosseromelhoresse

    critrios de mtodos de pesquisa forem utilizados.

    NocursodeGestoouCincias Imobilirias,porexemplo,adisciplinaMtodose

    Tcnicas de Pesquisa tem importncia fundamental j no primeiro semestre. Os professores

    sabem disso e reforam o aprendizado nessa matria.

    Assim sendo, saibamos que qualquer projeto de Pesquisa ser classificado,

    metodologicamente, em uma das seguintes formas:

    1. exploratrias - quando no existem hipteses a serem testadas

    2. descritivas - visa uma descrio completa e real da situao

    3. experimentais - para descobrir as relaes de causa e efeito

    Antes, o marketing se orientava para a produo: ningum perguntava o que o

    consumidor queria. O fabricante criava e lanava seus produtos, iniciando o ciclo de presses:

    delesobreodistribuidor,destesobreoatacadista,asobreovarejistae,finalmente,sobre

    o consumidor final. O produto era imposto ao consumidor que, acuado e sem opes,

  • 49

    terminava comprando.

    CICLO DE PRESSES DO PRODUTO SBRE O CONSUMIDOR

    fabricante > distribuidor > atacadista > varejista > consumidor,

    quevoctambmpodeverassim

    Empreendedor (Incorporador) > Construtor > Intermedirio (Imobiliria) > Cliente

    Lembra-sedostemposdoBNH,nosltimosanosdaprpriaCEF,quantoaosseus

    enfoques para aprovao de grandes empreendimentos habitacionais em reas distantes,

    desestruturadas, por altos preos? As construtoras criavam e fabricavam, com recursos

    principalmente do FGTS, grandes conjuntos, sem rvores, sem rea de lazer, sem infra-

    estrutura de servios, todas as unidades iguaizinhas, e os impunham aos consumidores.

    Tentar esse tipo de ao hoje em dia o mesmo que convidar o fracasso para o

    negcio. Somando tal produto, de baixa aceitao, com a desconfiana do pblico em

    relaoafinanciamentos,aprobabilidadedeinsucessomuitogrande.

    Sob a viso atual do enfoque de marketing, claro que se deve abandonar o

    pressionamento do produtor sobre o consumidor. Somente a pesquisa prvia indicar o

    caminho a percorrer. E apenas como fator de diminuio do risco, uma vez que apenas a

    pesquisanopodegarantiroxito.Encaminhaatomadadadeciso,masnadagarante..

    Compreenda o leitor que toda a estrutura do marketing movimentada nesta primeira

    tarefa, ocasionando um processo orgnico de conscientizao.

    Todavia, antes do profissional optar pela forma da pesquisa, dever observar as

    informaes disponveis, a partir da clareza de seus objetivos. Quais sero os problemas-

    chave que deseja investigar? Os dados a serem coletados devero servir para que tipo de

    anlise, pretendendo qual objetivo?

    fundamental dispor de um Sistema de Informaes de Marketing SIM, cuja

    estrutura deve ser contnua para promover a interao das pessoas, equipamentos e

  • 50

    procedimentosparajuntar,classificar,avaliaredistribuirinformaespertinentes,oportunas

    e precisas para o uso de tomadores de deciso de marketing para melhorar o planejamento,

    a execuo e o controle.

    No mercado imobilirio, comum que essa estrutura esteja representada pelas

    entidades de classe (Sinduscons, Secovis, Crecis, Sindimveis, CBIC, etc), que funcionam

    disponibilizando principalmente informaes a respeito do mercado e da poltica para seus

    associados.

    Para essas entidades ou quaisquer empresas que mantenham estruturas para

    alimentar um SIM, seus dados viro de:

    fontes internas (registros e estatsticas de vendas, relatrios de atendimento, negcios

    conhecidosdaconcorrncia,dadoscontbeis,oramentosexecutados,etc)

    fontes externas (rgos do governo, veculos de comunicao, associaes de

    classe, estudos especializados, institutos profissionais de pesquisa, consultorias, entre

    outras). A Internet, atualmente, reveste-se de campe nesse processo de informaes

    para pesquisa, dada sua velocidade e dimenso de informaes. Para qualquer empresa,

    acessar a rede global deve ser atividade rotineira e indispensvel.

    Paraa realizaodapesquisa,observaremosasetapasde Identificaroproblema,

    definirobjetivos,optarpelotipoepelametodologia,trabalhosdecampo,tabular,analisare

    recomendar opes mercadolgicas.

    Identificar o problema (de forma ampla, distinguindo entre problemas primrios

    e problemas secundrios). Nesta etapa, se decidem os objetivos da pesquisa, os quais

    definiroaformaaserutilizada(exploratria,descritivaouexperimental,sendopossvel

    utilizar mais de uma no mesmo projeto), tipos de pesquisa e a metodologia a ser empregada.

    Objetivos:serprimrio(bsico)aquelequebuscarresponderdvidaesolucionar

    oproblemaidentificado.Secundriosserotodososobjetivosdecorrentesdashipteses

    possveis, isto , os dados levantados e as informaes que conduziro a cumprir o objetivo

    primrio.

    Exemplos

  • 51

    Objetivo Primrio: avaliar a percepo a respeito de certa marca ou produto indito

    juntosclassesAeB,profissionaisliberais,nafaixaetriade30a45anos,casados,sexo

    masculino.

    Objetivos Secundrios:

    completaraidentificaodeperfildosclientescadastradospelaempresainteressada;

    verificarprefernciaporregiesdacidade;

    identificardisponibilidadederecursosimediatos;

    avaliar a percepo em relao a produtos similares existentes, da empresa interessada

    edaconcorrncia;

    identificar mensagens, apelos de motivao que atraiam e mobilizem o grupo

    pesquisado.

    Tipos de Pesquisas:

    Existem vrias designaes para tipos de pesquisa. Os ajustes acompanham a

    identificaodoproblemaeosobjetivospropostos.Porexemplo,podemossugerir:

    Pesquisa de consumo

    Pesquisa de viabilidade

    Pesquisa de produtos

    Pesquisa de comportamento do pessoal interno

    Pesquisa de vendas e mercado

    Pesquisadecomportamentoetendnciasdesegmentodemercado

    Pesquisa de propaganda

    Metodologia:

    A escolha correta do mtodo implica no aproveitamento dos pontos-chave da

    confiabilidade(probabilidadedeosdadosseremrealmenteaproveitados)evalidade(mede

    o que deve ser medido, sem disperses). preciso no confundir pesquisas de natureza

    cientficacomasdemarketing.Naquelasenasdecinciassociaisemgeral,osmtodos

    sofreroinflunciaselimitaesdiferentesdasqueexaminamosnestelivro,assimcomo

    as variaes nos fenmenos complexos, qualidade dos instrumentos, restries temporais

  • 52

    e objetividade utilizam bases e operaes de equipamentos e humanas muito diferentes.

    O leitor interessado em melhor detalhamento deve consultar obras apropriadas que

    tratam de mtodos e pesquisas cientficas e de pesquisas de marketing, onde poder

    estabelecer claramente as diferenas.

    Mtodos dos Estudos

    Estudos exploratrios: busca o contato inicial, para melhor conhecimento, com a

    situao sob pesquisa. Normalmente informais, criativos e versteis, levantam hipteses

    aseremconfirmadas.Baseiam-seemdados jexistentes(secundrios).Costumasero

    primeiro passo para se determinar uma oportunidade de mercado, a partir de informaes

    sobreoutrosprodutos,concorrncia,segmento,tendnciasdecomportamento,etc.

    Estudosdescritivos:pretendemrelacionareconfirmarashiptesesjlevantadasna

    definiodoproblema.Respondeaosquesitosdequemconsome,oqu,quanto,quando,

    por qu, onde, como.Esse sistema3Qs1POC serveparamuitas aplicaesem

    marketing, administrao, economia, planejamento. Tais estudos sero qualitativos ou

    quantitativos, formalizando-se atravs dos

    Estudo Descritivo Estatstico (pesquisa quantitativa), que buscar responder s

    questes que envolvam respostas de quanto, usando mdias e percentuais das respostas

    conseguidas.

    Estudo Descritivo de Caso (pesquisa qualitativa), onde se procura compreender

    as relaes de consumo de forma profunda, para descobrir a segunda verdade ou as

    verdadesocultas.Nesta forma,respondem-seaosquesitosdoquem,oque,quando,

    porqu,ondeecomo.

    Estudos Experimentais, tambm entendidos como Causais, procuram descobrir as

    relaes de causa e efeito entre variveis e hipteses em estudo de forma real, prtica.

    So usados normalmente em testes de mercado(para avaliar potencial de demanda e

    variveis de comportamento em relao ao produto) e nas pesquisas contnuas (em lojas

    ouresidnciasapartirdeamostrasrepresentativas,emintervalosdetempo).

    Mtodo da Coleta de Dados:

    mtodo para determinar como se dar a coleta e insero dos

    dados no projeto de pesquisa. Usa-se a observao (para

  • 53

    levantarpreliminaressobreastendnciasecomportamentodoconsumo),oinqurito(

    a obteno dos dados pelo contato direto com o entrevistado, na forma pessoal, por telefone

    oucorrespondncia)eomtodointerativo(ondeoentrevistadorespondediretamentepor

    equipamento apropriado, usualmente computadores, s empresas que estejam efetuando

    a pesquisa).

    Trabalhos de campo:

    Para operao do projeto em campo, necessrio que todos os formulrios, volume

    e tipos de amostragem, tcnicas, clculos, pr-testes dos formulrios j tenham sido

    examinados e aprovados.

    Como qualquer projeto, o de pesquisa tambm funciona como se fosse um jogo de

    engrenagens,carecendoquetodasasetapasseinterajamesecompletemnaseqncia

    programada. A execuo dos trabalhos de campo, por isso, assumem papel tambm

    fundamental nos resultados que sero encontrados.

    A seleo dos entrevistadores e supervisores, o adequado treinamento com mtodos de

    aferio do entendimento e check-up dirio na recepo do material coletado, remunerao

    compatvel e promoo da auto-estima do grupo so passos indispensveis diminuio

    de erros nesta fase.

    fcil imaginar as conseqncias de uma coleta de dados com equvocos por

    indisposioou influnciadosentrevistadoresnas respostas.Poderhaver induoem

    erro e comprometer todo o trabalho, causando possveis prejuzos aos contratantes da

    pesquisa.

    bem verdade que as margens de variao consideradas minimizam a possibilidade.

    Contudo, o excesso de zelo nesta fase salutar, pois onde est envolvida a maior

    quantidade de pessoas, eventualmente descomprometidas com o todo e sob contrato

    temporrio.

    Tabulao e Anlise dos dados:

    Estaaprimeiraetapadafasefinaldoprojeto,ondeseorganizameseexpressam,

  • 54

    de forma padronizada e codificada, as respostas obtidas nas entrevistas. Alguns

    autoresseparam,pordefinies,as fasesdaCodificaodadeTabulao.Noentanto,

    resumidamente, a meta da maneira de apresentao facilitar a anlise dos dados. Quanto

    mais lgica, completa e simples na linguagem, mais fcil a interpretao.

    A informtica a principal ferramenta nesse processo. Dispondo-se dos softwares

    adequados, o resultado ser rpido, com mnimas margens de erro e variaes.

    Tecnicamente, so vrios os conceitos passveis de aplicao para se tabularem

    essas respostas: tabulao simples, de respostas mltiplas, de perguntas com ordem

    depreferncia, abertas, fechadas, entreoutros, so frmulasadotadaspelasempresas

    especializadas.

    Anlise dos dados:

    oespaoondesedescrevemtodososfatosesedestacamosmarcantes,ainflurem

    naconclusofinal.

    otextofundamentadonasrespostassentrevistasevoltadoaosobjetivosdefinidos

    no projeto da pesquisa.

    Deverespondersprincipaisdvidasdoscontratantesehabilita-losatomardecises

    que minimizem seus riscos

    Recomendao ao cliente:

    Encerrado o relatrio, a empresa de pesquisa o entregar aos interessados,

    acrescentado de sugestes para indicar-lhes caminhos e alternativas para melhor proveito

    do conhecimento que se adquiriu com a realizao da pesquisa.

    No mercado imobilirio, particularmente do interior do Brasil, comum que

    empreendedores iniciem projetos com recursos prprios ou de terceiros apenas lastreados

    eminformaesverbais,trocadasemconversasrpidascomprofissionaisdosegmentoda

  • 55

    intermediao.

    Felizmente, na maioria das vezes tem dado certo, vez que os empresrios imobilirios

    ecorretoresdeimveis,porsuavivnciadiriaeexperinciaprtica,costumamtransmitir

    exatamente os fatos de negcios realizados e seus sentimentos pessoais, empricos porm

    valiosos.

    Apesar dessa maioria de acerto, o autor recomenda a contratao de pesquisa

    profissional.Umnicoempreendimentoequivocado,quedemoremuitotempodeoperao

    produo e vendas, poder causar prejuzos de longo tempo para recuperao. Realmente,

    no vale a pena.

    muitomaissimplesinteligenteetranqilominimizarosriscosdofracassorecorrendo-

    se a informaes fundamentadas. At porque os custos desse contrato no devem ser vistos

    como despesas, porque se trata efetivamente de investimento no provvel empreendimento,

    a ser reembolsado pelo cliente, quando adquirir o produto.

    PESQUISA INFORMAO ESTRATGICA

    E COMO TAL DEVE SER TRATADA.

    4.2.2 O ESTUDO DO PRODUTO

    Quando se pensa em produto, pode vir nossa mente as lembranas de

    objetos embalados, em cores, com marcas que nos atraem, embalagens personalizadas. A

    diferena para o produto no mercado imobilirio que devemos pensar em imveis e estes

    notmomesmotipodeapresentao,ouseja,asformasdeatraireseduziroclienteem

    potencial no utilizam as mesmas ferramentas.

    Embalagens, marcas, cheiro, cores, tudo compe o processo de atrao do interesse

    do cliente-alvo. Forma sua identidade, o meio de ser reconhecido dentre outros. Como

  • 56

    fazer para produtos imobilirios?

    Primeiramente,identifiquemosquaispodemserosprodutosimobilirios.

    Como tangveis, encontraremos os imveis construdos, aqueles que podemos ver,

    pegar, sentir, usar. So os condomnios (edifcios, trreos, comerciais, rurais, lazer), casas

    e sobrados individuais, prdios comerciais, terrenos, chcaras, fazendas, propriedades de

    produo.

    Para cada produto, ainda poderemos encontrar variaes. Como exemplo, tomemos

    o segmento residencial, onde encontraremos casas trreas, assobradadas ou edifcios,

    individuaisouemcondomnios,financiadaspelosSistemasFinanceirosdaHabitaoou

    Imobilirio, por Consrcios de Imveis ou produzidas e/ou adquiridas com recursos prprios.

    Tambmpoderamos,sobvisoampla,classificarmateriaisdeconstruo,peasde

    decorao e similares como produtos imobilirios, sendo estes no entanto normalmente

    vistos como produtos comerciais.

    Como intangveis, consideremos os consrcios, os Fundos de Investimentos e os

    serviosprpriosdaatividade,definalidades

    Iniciais, entendidas como as de criao de projetos de construo, de equipamentos

    eoutrosnecessriosproduodoimvel;

    Meio, aquelas atividades relacionadas compra e venda, permuta, locao e cesso

    de imveis, assim como as de transmisso, registros, publicitrias, etc (por exemplo,

    imobilirias,corretoresdeimveis,cartrios,agncias,Internet)

    Finais, as de natureza produtiva, que do forma e situao ao bem imvel, as atividades

    pertinentesprpriaedificao.

    No estudo do marketing, convm exame de forma genrica, para efeito de apropriao

    conformeaparticularidadedoprodutodeinteresse.Assim,primeiramentesedeveclassific-

    los conforme sua destinao.

  • 57

    Produtosdeconsumosodestinadosavendaparaconsumidoresfinais(nomercado

    imobilirio, aqui inclumos os Servios)

    Produtos industriais so destinados a venda para organizaes

    Taisprodutosaindaserotratadoscomobensdurveis(usopormaisdetrsanos)e

    bens no-durveis.

    Os consumidores, quando tomam suas decises de compra, so levados a

    Produtos de convenincia, comprados repetidamente, com aplicao de tempo e

    esforo mnimos. Os preos costumam ser de baixo valor. Deciso rotineira.

    Produtos de especialidade, exclusivos em alguns de seus aspectos e atributos,

    geralmente de alto preo e comprados poucas vezes. Imveis podem ser colocados nessa

    categoria. Deciso ponderada, alto envolvimento pessoal, procura de muitas informaes,

    grande investimento de tempo.

    Produtos no procurados, aqueles os quais os consumidores talvez nem saibam

    de sua existncia, nem so pode eles procurados. Consumidos quando provocados e

    instigados em suas necessidades. Por exemplo, assinatura de uma TV a cabo, oferta de

    umfiltroespecialparaguapotvel,seguroresidencialindito.

    Produtos de compra comparada, decididos pela compra depois de longo perodo

    de investigao de alternativas, normalmente com uso de bastante tempo e resultado de

    esforo do consumidor. Deciso ponderada, bastante tempo investido, preos moderados.

  • 58

    4.2.3 - CICLO DE VIDA DO PRODUTO

    Todo produto viver determinado Ciclo de Vida (CVP), caracterizado por estgios

    quedefinemoseuhistriconomercado.Soasfasesde

    Introduo: esta primeira fase costuma impor altos custos. Vendas comeam tmidas e

    crescem com o decorrer do processo. A adequada aplicao das ferramentas de produo,

    canais de distribuio e comunicao de marketing, depois do produto pronto para o

    mercado, ser a responsvel pelo sucesso ou fracasso do novo produto.

    Acurvadevendasdeveserascendente.Nesseperodoidentifica-seeconstri-sea

    demanda primria, onde o consumo se d como um todo. Para o mercado imobilirio,

    uma fase de alto risco, pois quando pode se dar a relao dos custos altos com baixas

    vendas, isto , o agente produtor precisa dispor de recursos para suportar essa fase.

    Alguns decidem por preo alto (qualquer valor um pouquinho alm daquilo que o

    mercadoestariadispostoapagar)esedefrontamcomdificuldadesdevendasjnoincio

    da vida do produto imobilirio.

    Crescimento: As vendas acontecero rapidamente, lastreadas principalmente em

    depoimentos de satisfao dos compradores. Ocorre a construo da demanda secundria

    (demanda pela marca, melhora da prpria imagem). Alguns baixam preos nessa fase, seja

    para manter ou corrigir o ritmo das vendas.

    Maturidade:Estafasesecaracterizaquandooprodutopodeserclassificadocomoj

    conhecido no mercado, com suas vendas atingindo determinado ritmo que se repete.

    Como os interessados j adquiriram ou se informaram sobre o produto, diminuindo

    ogrupodeinteressados,asvendassemantmporumperodoetendemadiminuirem

    seguida. O custo para atrair novos clientes aumenta.

    Declnio:Trminodeestoques,reaodaconcorrncia,finaldoimpacto,desmotivao

    interna, erros de produto, lanamento ou estratgias de vendas, vrios fatores positivos e

    negativos conduzem o produto fase do declnio.

  • 59

    Se ainda restarem, por exemplo num empreendimento imobilirio, unidades construdas

    venda, ser momento de rever as tticas empregadas, avaliar preos, caractersticas do

    produto,abordagensepblico-alvo.

    4.2.4 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

    Todo novo produto obedece procedimentos para sua criao ou fabricao. o

    processodedesenvolvimentodenovosprodutos.Naseqncia:

    Gerao de idias: todos os novos produtos comeam como idias. Essa fase um

    processo contnuo que pode reunir dados de vrias fontes, sistematizando as propostas,

    sempre voltadas para atender os desejos e necessidades dos clientes.

    Triagemoufiltragemdasidias:Apropostanessafase,comodizadenominao,

    mesmoadefiltrarasidias,separandoasquepareammelhoresparaacontinuidadedo

    processoereservandoasoutras,eventualmenteparaprximasexperincias.

    Desenvolvimento do conceito e teste: a transformao das idias em conceitos de

    produtos,definidossobongulodeinteressedosconsumidores.umafasedepesquisa,

    onde se investiga junto ao mercado se o novo produto atenderia desejos e satisfaria

    necessidades.

    Anlise comercial, ou dos negcios: nessa fase sero analisados todos os dados

    disponveisdemercado,daconcorrncia,dademanda,dasfinanas.Algumaspremissas

    otimistas se desmoronam nessa etapa do processo de desenvolvimento do produto.

    A anlise deve ser meticulosa e rigorosa, pois disso depender o sucesso. Os

    profissionais envolvidos devero elaborar previses de vendas e custos sob diferentes

    premissas estratgicas. Daqui sair o veredicto: continuar ou abandonar a idia de se criar

    ou fabricar o produto.

  • 60

    Desenvolvimento do produto: O parecer favorvel da fase anterior inicia os

    procedimentos para a criao do novo produto. Projetos, desenhos, oramento, localizao,

    documentao,todososelementossoreunidosefinalizadosnestafase.

    Teste de mercado: Considerando a particularidade do mercado imobilirio, tomemos

    o teste de mercado, que um teste de marketing, como algo preliminar ainda em desenho

    e imagens, como se fosse complementao da fase de desenvolvimento de conceitos

    e testes, uma vez que normalmente o produto imobilirio no apresenta prottipos para

    avaliao pelo mercado, salvo as excees pelas empresas que praticam marketing

    permanentemente.

    Procedimentos como testes de marketing padro, controlado ou simulado no so

    usuaisparaimveis.Algunsempreendedores,noentanto,vmseutilizandodeprottipos

    construdos no prprio local da obra, oferecidos visitao, porm j em processo de

    comercializao,isto,compraticamentetodasasdecisesdecontinuidadedaedificao

    j tomadas. Abandonariam a execuo somente em caso extremo.

    Desenvolvimento da estratgia de marketing: Todos os procedimentos at aqui so

    parte de uma estratgia de marketing. Nesta fase, dado que o produto j est em fabricao,

    momento de se elaborar o plano de sua introduo no mercado, compreendendo a poltica

    de preos, os canais de sua distribuio, a comunicao de marketing, comercializao e

    ps-vendas (administrao dos clientes).

    Comercializao: Aqui termina a fase do desenvolvimento do novo produto e se inicia

    adoproduto jexistente,mesmoqueaindaemfasedeconstruo,nocasoespecfico

    do mercado imobilirio. Trata-se de uma fase delicada, responsvel pelo ritmo de entrada

    das receitas, portanto pela continuidade de obras e de retorno de investimentos ou de

    pagamento de emprstimos, quando os recursos so tomados de terceiros.

    Grande comprometimento dos empreendedores j ocorreu, a exposio de sua marca

    (reputao, prestgio, posio) est escancarada, muito dinheiro est sendo investido, tudo

    tem de dar certo. fundamental a deciso correta para as parcerias na intermediao e na

    divulgao, assim como das tcnicas e verbas disponibilizadas.

    Sabendo isso tudo, pesquisando e tomando cuidados, afinal porque produtos

  • 61

    imobilirios novos fracassam?

    Todas as respostas guardaro grande semelhana com os efeitos tambm dos

    outrosmercados.Errosnodesenvolvimentodosconceitosedosprodutos,nadefiniode

    preos, na comercializao e na divulgao sero sempre apontados como os causadores.

    Paralanamentosimobilirios,ningumdeveriaterqualquerdvidadequeosriscos

    diminuem a partir da escolha do local, o primeiro grande fator de sucesso. muito difcil

    consertar, nas vendas, o conceito de que o imvel (produto) est certo, mas no lugar errado.

    Custa muito e pode acabar realmente em prejuzo.

    Oerrovindodadefiniodepreosecondiesdenegociao,porordemdeganncia

    ou m informao, tem sido grande responsvel pelo fracasso de lanamentos. Outra vez

    um difcil conceito a superar: o imvel bom, est bem localizado, mas no vale tudo isso.

    tosimplesousodepolticagradualdepreos,quenemsejustificariaesseerro.

    Mas acontece comumente.

    Erro quanto ao produto outro fator a provocar fracasso. Nem sempre o que deu

    certo para algum dar certo para outro. Os empreendedores imobilirios copiam demais

    e pesquisam de menos. Basta parecer que todos querem condomnios fechados para

    sarem lanando os seus prprios. Deveriam antes desenvolver todo o processo para

    novos produtos, diminuindo seus riscos prprios e os de prejuzo institucional para todo o

    mercado.

    Masafinal,porquerealmentefracassam?

    Todas as respostas pontuais sucumbiro ante a certeza de que simplesmente porque

    no tiveram a capacidade de adequar os produtos aos desejos, necessidades e condies

    dos clientes.

    Alm de todas estas consideraes, ser bom prestar ateno nas tendncias,

    algumas j muito claras no mercado imobilirio. Quanto a produtos, especificamente,

    podemos alinhar:

  • 62

    GrandesinovaesnaConstruo;

    Maisharmoniaentreoprojeto,oambienteeovalordoimvel;

    Mudanas radicais nos sistemas construtivos, em especial na produo, processos

    eltricos,hidrulicos,materiaisdeacabamento;

    reasdeservioscompartilhadasentrecondminosevizinhos;

    Revoluonosistemaatualdevendadeimveis;

    Concorrnciasinternacionaisnaconstruoenaintermediao,chegandoaoBrasil

    comnovastecnologias;

    A Internet como ferramenta de prestao de servios imobilirios, agilizando certides,

    facilitandobancosdedados,apressandoacomunicao;

    Em outras palavras, estar no mercado bem mais que simplesmente manter uma

    porta aberta ou um telefone ligado.

    A lista a seguir indica alguns dos mais conhecidos produtos imobilirios:

    Consrcios,

    Fundos de Investimentos,

    Condomnios (edifcios, trreos, comerciais, rurais, lazer),

    Terrenos,

    Chcaras,

    Fazendas,

    Propriedades de produo,

    Condomnios (edifcios, trreos, comerciais, rurais, lazer),

    Imveis residenciais e comerciais avulsos, (PRONTOS E A CONSTRUIR - COM OU

    SEM FINANCIAMENTO).

    4.3 P, DE PREO: UM COMPONENTE PERIGOSO

    No composto de Marketing, o componente Preo pode ser tratado como elemento

    perigoso, apesar de relativamente fcil para correo de rumos, funcionando mesmo como

    ferramenta para sintonizar a oferta conforme o desejo dos consumidores.

  • 63

    Podemos conceituar com simplicidade o elemento Preo: quanto o consumidor est

    disposto a pagar pelo bem ou servio que est adquirindo. Preo uma forma de expressar

    monetariamente o valor do produto. a quantidade de dinheiro, bens ou servios que deve

    ser utilizado para a troca pela propriedade ou uso de algum produto.

    Na formulao de planos de vendas, todos sabemos da importncia que se atribui

    a preos. Tanto, que o estrategista Michael Porter diz que, para o sucesso, deveramos

    recorrer somente s estratgias de Preo e Diferenciao, resumindo conforme os pontos:

    PREO:

    OqueimportaocontroledoCUSTO.Opreofinalbaixo.

    O cliente paga sempre pelo Menor Preo.

    A Marca tem pouca importncia.

    DIFERENCIAO:

    O importante so os benefcios agregados e diferenciais no produto ou servio. O

    valor percebido.

    O cliente paga por essa diferenciao.

    A marca importante.

    Com a venda de produtos e de servios pela Internet, alguns custos de intermediao

    sero substitudos, alterando os formatos que adotamos usualmente para as vendas no

    mercado imobilirio.

    Por exemplo, perfeitamente possvel a utilizao da rede mundial para a venda

    de quotas de consrcio de imveis. Como esta ainda no uma tarefa de intermediao

    exclusiva dos Corretores de Imveis, alguma empresa poder simplesmente recorrer a

    funcionriosparabuscarassinaturasouutilizarmeioseletrnicosdeconfirmaodas

    propostas.

    Tanto poder estar adotando estratgia de preos quanto de diferenciao.

    A determinao do preo deveria estar sempre vinculada poltica da empresa para

    suaposionomercado,servindoparaacompanharaconcorrnciaousubordinando-os

    diferenas de atributos dos produtos. Dever estar sempre respondendo aos objetivos da

  • 64

    empresa, que podemos demonstrar na seguinte composio:

    * Segmentao e posicionamento do produto, Vendas e lucros, Competitividade,

    SobrevivnciaeResponsabilidadesocial.

    Alm da determinao da poltica interna, a obedecer todo um processo mercadolgico,

    vinculadoprpriaessnciaestratgicadaempresaedeseusplanosdeposicionamento,

    oPreoseguealgunsparmetrosindicadoresdesuadefinio:

    O custo: compe-se de todos os insumos utilizados na formulao do produto. Custos

    com pesquisa, processo de desenvolvimento, matrias-primas, fabricao, mo-de-obra,

    encargos, marca, publicidade, propaganda, promoo, comercializao, at pagamentos a

    ttulodeurgnciaesimilares,maisinvestimentosdoprodutoreminstalaes,equipamentos,

    nussobrecapital,retornodesejado,depreciao,enfimtudoquedevaincidirnabuscado

    lucro. Nessa formulao devem ser levados em conta tambm os objetivos da empresa

    quanto a lucros, participao no mercado e relao preo-qualidade-imagem.

    Aconcorrnciaopontodecomparao.Determinarpreosdesconsiderandoaese

    reaesdaconcorrnciaaumentaroriscodefracasso.Porisso,deveobservaroimpacto

    dos prprios preos para produtos similares aos j existentes no mercado e atentar para

    novos lanamentos que possam vir a concorrer.

    Na tomada de deciso pelo comprador, um dos passos que ele utiliza o de comparar

    asalternativas:opreodaconcorrncianopodesermuitomelhorqueoseu,segundosua

    constatao.

    O consumidor: Qualquer seja o preo, o consumidor vai comparar com outros. E no

    comprar o produto se pensar que a oferta no vale o seu dinheiro. preciso que lhe

    parea justo, isto , os benefcios a serem conquistados com a aquisio ou uso valem o

    que est pagando?

    Costumamrecorreraopreodereferncia(usadoparacompararospreosdeprodutos

    similares)paraencaminharsuadeciso.Aausnciadepesquisaanterioraencaminhara

    demanda pode levar a empresa a lanar produto por preo que o consumidor pode no

    aceitar.

    No mercado imobilirio, j citamos, expressamente delicada a operao de realinhar

    preos depois de produtos prontos com vendas j realizadas.

    Elemento de valor: Alm da quantidade de dinheiro em si, o consumidor tambm

  • 65

    vai considerar os valores agregados: status, prestgio, marca, conceitos de qualidade,

    durabilidade, auto-estima, os fatores psicolgicos intrnsecos nos produtos.

    A prpria percepo, ressaltando que em marketing as batalhas no so de produtos,

    sodepercepes(afirmaodeJackTrouteAllRies).Ovalorparcialagregadoaopreo

    se expande pelo valor total atribudo aos benefcios do produto. Quanto maior a satisfao

    obtida pelo produto escolhido, maior o preo que o consumidor estar disposto a pagar.

    Opreo influenciavendas, lucrosealteraasvariveiscomasquaisaempresase

    posiciona.Algunsautoresafirmamnoexistirpreocarooubarato,massomentemaiorou

    menor interesse, alcanado pelo cumprimento dos desejos e satisfao proporcionados.

    Principalmente na oferta de imveis, os clientes compradores atribuem muito mais

    importncia ao que entendem como Valor (localizao, estrutura de lazer, acabamento,