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7/30/2019 20 - Assassina Sombria http://slidepdf.com/reader/full/20-assassina-sombria 1/221 Traduzido e Revisado por Romance com Tema Sobrenatural : http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18008059  1 Christine Feehan Dark Gold Série Sombria Livro 20 Este Livro faz parte, da união de pessoas que gostam da leitura e o repasse, sem fins lucrativos, de fãs para fãs. A comercialização deste produto é estritamente proibida.

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Traduzido e Revisado por Romance com Tema Sobrenatural:http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18008059  

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Christine Feehan 

Dark GoldSérie Sombria 

Livro 20

Este Livro faz parte, da união de pessoas que gostam daleitura e o repasse,sem fins lucrativos, de fãs para fãs. Acomercialização deste produto éestritamente proibida.

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O MagoO mago segue adiante enquanto o portal do inferno se fecha.Os relâmpagos se lançam à sua primeira ordem.Espirais de energia saem das pontas de seus dedos,Um feitiço se forma em seus lábios.

Alto e escuro, elegantemente esbelto,Seus olhos prateados queimam como brasas acesas.Um poder, uma presença que não se pode explicar,Uma compulsão que não abandona o cérebro.

Uma expectativa, um anseio que queima como fogo,Ser querido e tomado com inflamado desejo.O mago segue adiante, abrindo seus braços,A vítima vem silenciosamente, vencida por seu encanto.

As fagulhas da paixão explodem em chamas.Enquanto o mago drena lá do fundo o sangue do coração,Consumindo tudo, não deixando nenhum resto,A vítima se esvai em indizível dor.

O mago, tendo tomado corpo e alma,Agora abandona o corpo quebrado para buscar um inteiro.O padrão está estabelecido, o resultado é sempre o mesmo,O mago precisa de sangue do coração para se tornar inteiro e permanecer.

Resumo:

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Um rumor persiste no mundo dos vampiros sobre um assassino sombrio, uma mulher que viajacom uma alcatéia de lobos e assassina qualquer vampiro que atravesse seu caminho.

Misteriosa, esquiva e impossível matar. É uma caçadora que provoca terror nos coraçõesdos vampiros.Ivory Malinov é essa mulher. Traída por sua própria gente, por sua família e por todos que amava.Ela caça durante a noite com sua alcatéia e tenta se manter a raia. Por mais de cem anos não temfalado ou estado com nenhuma pessoa, a não ser com seus irmãos, os lobos. De regresso a suaguarida ela encontra um corpo... O aroma de um homem... É como descobre seu companheiro. Asentença de toda mulher Cárpato.

É Razvan. Famoso como um criminoso odiado, detestado, temido e odiado por todos osCárpatos. É também um Caçador de Dragões, um Dragonseeker, da mais pura e antiga linhagemdos Cárpatos. Mantido prisioneiro por quase toda sua vida por seu avô, o inimigo mais implacáveldos Cárpatos, ele está buscando o amanhecer para terminar sua existência.

Capítulo I

O redemoinho de névoa velou as montanhas e se arrastou no profundobosque, trespassando camadas de brancura através das árvores carregadas deneve. Profundas depressões cheias de neve ocultavam a vida sob a camada decristais de gelo e entre as bordas da corrente. Os arbustos e os campos devegetação se elevavam como estátuas, congeladas no tempo. A neve dava aomundo um molde azulado. O bosque, onde pendiam pedaços de gelo e acorrenteza estava congelado em formas estranhas. Parecia um misterioso eestranho mundo.

Limpo, frio e revigorante, o céu da noite brilhava de forma iluminadacom estrelas e uma lua cheia resplandecente orvalhava de luz prateada o solocongelado. As sombras silenciosas escorriam pelas árvores e os arbustoscobertos de gelo, movendo com absoluta cautela. As grandes patas deixavamrastros na neve, uns bons quinze centímetros de diâmetro, uma só fila, o rastroserpenteava entre as árvores e a espessa vegetação.

Embora parecessem em boa forma, fortes e com músculos de açocurvando sob a pele grossa, os lobos tinham fome e necessitavam de alimento

para manter a alcatéia viva através do longo e brutal inverno. O alfa se deteve,repentinamente ficando muito quieto, farejando o rastro ao seu redor elevantando o nariz para farejar o vento. Os outros se detiveram, só fantasmas,sombras silenciosas que se abriram em leque imediatamente. O alfa seadiantou, permanecendo a favor do vento enquanto os outros se abaixaram,esperando.

Uma jarda mais longe, um grande pedaço de carne crua jazia no atalho.Fresca, o aroma vagava tentadoramente pelo ar, para o lobo. Cauteloso, ele

rodeou-a, utilizando o nariz para detectar o perigo potencial. Não farejandonada exceto a carne, com a saliva caindo e o ventre vazio, se aproximou outravez, entrando a favor do vento, se orientando para o grande pedaço do salvadoralimento. Aproximou-se três vezes e se retirou, mas não se apresentounenhuma insinuação de perigo. Aproximou-se uma quarta e algo deslizou sobreseu pescoço.

O alfa saltou para trás e o arame apertou. Quanto mais lutava, mais o

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arame lhe cortava, estrangulando o ar dos pulmões e abrindo a carne. A alcatéiao rodeou e sua companheira se apressou a lhe ajudar. Ela começou a lutarquando outro arame lhe apanhou pelo pescoço, quase a fazendo cair.

Por um momento houve uma quietude, quebrada somente pelo fôlegoofegante dos dois lobos presos. Um galho seco estalou. A alcatéia girou e sedissolveu em uma rajada fugindo para as sombras, de volta à grossa coberturadas árvores. Os arbustos se afastaram e uma mulher deu um passo na clareira.Estava vestida com botas negras de inverno, calça negra baixa nos quadris, um

colete preto sem mangas que lhe deixava o estômago a descoberto e tinha doisconjuntos de presilhas de aço lhe percorrendo a metade disso. As seis presilhaseram brilhantes, quase decorativas, com diminutas cruzes embutidas nas peçasquadradas de prata.

O abundante cabelo negro azulado descia além da cintura, preso atrás emuma grossa trança. O longo abrigo com capuz que usava era feito do que pareciaser a pele de um só lobo prateado, lhe caía completamente até os tornozelos.Carregava em uma das mãos um crossbow, uma arma medieval. Um arco com a

aparência de um rifle, com flechas acopladas na coronha, que acionada por umgatilho, as projeta, também usada para dardos. Carregava uma espada em umlado do quadril e uma faca na outra mão. As flechas estavam em um bornalsobre o ombro e no interior da longa pele de lobo havia pequenos laços quecontinham várias armas de lâminas afiadas. Um coldre descia com fileiras deflechas de pontas diminutas, plainas e afiadas. Albergava uma pistola em seuquadril.

Ela se deteve por um momento, inspecionando a cena.

- Fiquem quietos. – Ela silvou, com irritação e autoridade em sua voz suave.Ambos os lobos deixaram de lutar instantaneamente ante a ordem, esperando.Os corpos tremiam batendo os flancos e as cabeças baixaram para aliviar aterrível pressão ao redor de suas gargantas. A mulher se moveu com fluídicagraça, se deslizando sobre a superfície, mais que afundando na casca de gelo.Estudou as armadilhas, um monte delas, mostrando desgosto nos escuros olhos.- Eles já fizeram isto antes. – Ela disse. – Já lhe mostrei isso, mas estava muitoávido buscando uma comida fácil. Deveria te deixar morrer aqui em agonia. -

Mesmo enquanto repreendia os lobos, ela retirou uma torquês de dentro dapele de lobo e cortou os arames, liberando-os. Afundou os dedos nos pelos,sobre os profundos cortes em suas gargantas e sujeitou a mão sobre osmesmos, cantando brandamente. Uma luz branca ardeu sob sua mão,resplandecendo através da pele dos lobos.- Isto deve lhes fazer sentir melhor. – Ela disse. O carinho se arrastava em seutom enquanto coçava as orelhas dos dois lobos.

O alfa grunhiu uma advertência e sua companheira mostrou os dentes,

ambos afastando a cara da mulher. Ela sorriu.- Cheiro-o. É impossível não cheirar o nauseabundo mau cheiro do vampiro.

Virando a cabeça olhou por cima do ombro, o alto e poderoso macho queemergiu do tronco torcido e nodoso de um grande abeto. O tronco estavaaberto, quase partido em dois, enegrecido e descascado, as agulhas nosmembros estendidos murchavam enquanto a árvore expulsava à criaturavenenosa de suas profundezas. Os pedaços de gelo choveram como pequenas

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lanças enquanto os galhos tiritavam e se sacudiam, tremendo pelo contato comuma criatura tão asquerosa.

A mulher se levantou elegantemente, voltando-se para encarar seuinimigo fazendo gestos aos lobos para que se fundissem com o bosque.- Vejo que recorreste ao costume espalhar armadilhas para conseguir sustentoestes dias, Cristofor. É tão lento e nauseabundo que não pode atrair a umhumano para usá-lo como alimento?- Assassina! - A voz do vampiro parecia oxidada, como se suas cordas vocais

fossem raramente utilizadas. - Sabia que se atraísse sua alcatéia para mim,apareceria.

A sobrancelha dela se elevou.- Um bonito convite então, Cristofor. Recordo-te dos antigos dias quando eraum jovem, ainda considerado bonito. Deixei-te sozinho por consideração aosvelhos tempos, mas vejo que deseja a doce liberação da morte. Bem, velhoamigo, que assim seja.- Eles dizem que não podem te matar. - Disse Cristofor. - A lenda que obceca a

todos os vampiros. Nossos líderes dizem que a deixemos sozinha.- Seus líderes? Uniste-se então. Juntaste-se contra o príncipe e sua gente? Porque buscas a morte quando tem um plano para governar todos os países? Omundo? – Ela sorriu brandamente. - Parece-me que isso é um desejo tolo, emuito trabalho. Nos velhos tempos, nós vivíamos simplesmente. Esses eram diasfelizes. Não os recorda?

Cristofor estudou o rosto perfeito.- Disseram-me que você foi reconstruída, uma tira de carne de cada vez, mas o

rosto e o corpo são como eram nos velhos tempos.Ela encolheu os ombros, se negando a permitir as imagens dos anos

escuros, do sofrimento e a dor, verdadeira agonia, quando seu corpo serecusava a morrer e jazia profundamente na terra, despojado de carne e abertoaos abundantes insetos que se arrastavam na terra. Manteve o rosto sereno,sorrindo, mas por dentro estava quieta, enroscada, preparada para explodir aação.- Por que não se une a nós? Tem mais raciocínio que qualquer outro para odiar o

príncipe.- E me unir aos que me traíram e me mutilaram? Acredito que não. Empreendoa guerra onde se deve. – Ela dobrou os dedos dentro das rodeadas luvas finas. -Realmente não deveria ter tocado meus lobos, Cristofor. Deixaste-me poucaescolha.- Quero seu segredo. Dê-me ele e te permitirei viver.

Ela sorriu então, um formoso sorriso, com dentes pequenos e brancoscomo pérolas. Os lábios eram vermelhos e cheios, uma excitante e sexy curva

que convidava a compartilhar seu humor. Inclinou a cabeça para um lado,movendo o olhar por seu rosto e estudando-o com cuidado.- Não fazia a menor idéia de que tinha ficado tão tolo, Cristo. – Ela chamou-lhepelo nome que usava quando eram crianças. Quando brincavam juntos. Antes.Quando o mundo estava bem. - Sou uma assassina de vampiros. Você meconvocou com suas armadilhas. – Ela ondeou uma mão, depreciativa. – Acreditaque deveria estar intimidada por você?

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Ele sorriu. Um sorriso malicioso e perverso.- Converteste-se em uma arrogante, Assassina. E descuidada. Não teve a menoridéia de que a armadilha era para você e não para seus preciosos lobos. Não temmais escolha que me dar o que desejo, ou morrerá esta noite.

Ivory encolheu os esbeltos ombros e o casaco prateado onduloumovendo-se como se estivesse vivo. Em um momento fluía frouxamente aoredor de seus tornozelos e no seguinte foi se assentando sobre a pele até seistatuagens de lobos ferozes adornarem seu corpo, da parte baixa das costas ao

pescoço e se envolvendo em volta de cada braço, como mangas.- Que assim seja. – Ela disse brandamente, com os olhos nos dele.

Girando, tirou a espada com uma mão e correu para ele subindo sobreuma pedra coberta pela neve para lançar seu corpo no ar. Sentiu a mordida deuma armadilha oculta, e interiormente amaldiçoou enquanto a corda se fechavaao redor de seu pescoço. Já estava se dissolvendo, mas o sangue salpicouatravés da neve com brilhantes gotas carmesins.

Cristofor riu e se inclinou para pegar um punhado de neve e lamber as

pequenas gotas, saboreando o sabor de puro sangue Cárpato.Não somente puro. A assassina era Ivory Malinov, de uma das possíveis linhagens maisfortes dos Cárpatos. Ele seguiu o arco de sangue, e observou-a tomar forma a poucosmetros dele. Mais perto da linha de árvores. E a satisfação o fez cacarejar.Ivory o saudou com dois dedos, tocou a fina linha que lhe corria pelo pescoço e colocouo dedo na boca, sugando o sangue.— Um bom ponto. Não vi chegar isso e terei que me desculpar com meus lobos por lhesadvertir. Mas Cristo, se você acha que seu companheiro daí de trás no bosque vai teajudar depois de matar minha alcatéia de lobos, está se subestimando gravemente.

Ela correu para frente outra vez, com a mão baixa atraindo e atirando as pequenaspontas de flecha lançando-as com uma força tremenda, para que se enterrassemprofundamente no corpo do vampiro, em uma linha reta do ventre até o pescoço. Ovampiro rugiu e tentou mudar. As pernas desapareceram fundindo-se no névoa. Acabeça formou voltas e desapareceu. A névoa vagou das árvores em uma tentativa delhe ajudar a se ocultar, coagulando-se ao redor de seu corpo, formando um véu grosso.O torso permaneceu com a linha reta do ventre ao pescoço, expondo o coração.Ela cravou a espada profundamente, com todo o peso do corpo, a força e o ímpeto dacarreira conduzindo a lâmina sobre o coração. O vampiro gritou horrivelmente. Osangue como ácido verteu do ferimento crepitando sobre a espada e salpicando atravésda neve. O metal deveria ter sido corroído, mas a camada que a assassina utilizava aprotegeu, e assim como evitou que essa parte do corpo mudasse. Ela virou o corpo emum jogo como uma volta de bailarina, com a espada sobre a cabeça, ainda presa dentrodo peito para cortar um buraco circular ao redor do coração.Ivory retirou a espada e colocou sua mão profundamente.—Mostrei-te meu segredo. – Ela lhe sussurrou. - Leve isso ao túmulo. – Ela retirou ocoração e o lançou longe, levantando os braços para chamar uma espada de relâmpago.O dentado raio incinerou o coração e logo saltou ao corpo, queimando-o limpamente.—Encontre a paz, Cristofor. – Ela sussurrou e abaixou a cabeça, inclinando-se sobre aespada. As lágrimas brilharam brevemente por seu perdido amigo de infância.Tantos havia ido. Nada restava da vida que uma vez tinha conhecido. Ela respirou fundoatraindo a noite alenta e fria, para limpar sua espada e todo o rastro do sangue dovampiro da neve. Recuperou as oito pequenas pontas de flechas e deslizou-as nos bolsosem sua capa, antes de estender os braços para a pele prateada. As tatuagens semoveram, surgindo, deslizando uma vez mais sobre seu corpo, em forma de um casaco.

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Permitiu que a peça prateada se assentasse sobre seu corpo lentamente antes derecolher suas armas. Imediatamente pareceu desaparecer misturando-secontinuamente com as camadas de névoa branca.Ivory se moveu em silêncio, sentindo a energia hostil que irradiava de sua alcatéia.Estavam sendo atacados e sua parede de amparo estava se debilitando. Havia jogado oescudo em torno deles apressadamente, quando farejou o segundo predador. Nãoestava tão ansioso pela matança, e se tivesse permanecido a favor do vento,possivelmente teria conseguido matar sua alcatéia de lobos selvagens. Ela não poderiavoltar a usar as flechas com ele. O sangue ácido do vampiro já teria corroído a maior

parte da camada. Tinha muito pouco tempo para matar seu inimigo, uma vez queenterrava as pequenas cunhas mortais no corpo do vampiro antes que o sangue ácidocorroesse a camada e permitisse seu inimigo mudar.Ziguezagueando entre as árvores, a assassina permaneceu sobre o solo, tomando aforma de um lobo. Com sua pelagem prateada seria difícil distingui-la dos outros lobosna área, enquanto se deslizava entre as árvores para o segundo vampiro. Escondeu-seatrás de uma árvore caída estudando o homem que lançava bolas de fogo nos lobos.Havia encurralado-os a margem da água onde o gelo era fino e perigoso. Ela podia vergretas espalhando-se pelo escudo que tinha jogado, onde o vampiro golpeava

continuamente.Ela respirou fundo e soltou o ar permitindo encontrar seu lugar interior onde haviacalma. Onde havia resolução. Levantou-se e correu para o vampiro, disparando o arco.Outra vez, seu objetivo foi o tronco. Segurou-o enquanto ele girava. Uma flecha ocortou pela parte inferior das costas. A segunda falhou por completo. Ele lançou-lheuma bola de fogo e Ivory deu um salto mortal, permitindo que passasse sobre suacabeça. Então ficou em pé e ainda correndo, sempre avançando, lhe disparou outraflecha.O vampiro uivou de raiva. O som se cortou bruscamente quando uma flecha entrouprofundamente em sua garganta. Os lobos se lançaram contra a parede, frenéticos parair a sua ajuda, mas ela sabia que o vampiro simplesmente os destruiria. Por outro lado…  A assassina encolheu os ombros desfazendo-se desta vez da pele prateada de lobo. Opesado casaco aterrissou na neve, esparso. A pele ondeava como se estivesse viva. Ocapuz se estirou e se alargou, cada manga fez o mesmo, se movendo com vida enquantoo corpo do casaco formava três formas separadas para fundir-se com as do capuz e asmangas. Ivory não esperou que seus companheiros mudassem para suas formasnormais. Rolou através da neve e elevou-se sobre um joelho disparando mais duas

flechas revestidas no peito do vampiro, enquanto ele estava distraído com os seis lobosnascentes.O vampiro silvou. Seus olhos resplandeceram ardentes, com ódio. Tentou mudar, mas sósuas pernas, o ventre e a cabeça tomaram a forma de uma besta semi armada deixandoo coração exposto. Ele se deu conta de que estava preso, mas era completamenteconsciente da pequena flecha que diminuía sua força em suas costas, enquanto o metalera destruído por seu sangue ácido. Ele voltou-se enviando para o alto um jorro de neve,reunindo o vento ao redor dele e lançando-o para fora, criando uma tempestade deneve instantânea quando esta foi atraída ao seu círculo e lançada ao redor dele.

Era impossível ver o vampiro no centro da tormenta, mas os lobos saltaram através doredemoinho de neve gelada. Guiados pelo aroma para atacar, romperam-lhe as pernase os braços. O alfa foi para sua garganta em um esforço de derrubá-lo. A assassina osseguiu no círculo, com a faca na mão, lançando-se no combate frenético. Um dos lobosgrunhiu e logo chiou quando o vampiro lhe rasgou os flancos com as garras curvadas elançou o corpo a ela.Ivory deixou cair o arco cair e segurou ao lobo quando ele se estrelou contra seu peito

 jogando-a para trás. A tempestade de neve cortou sua face sem misericórdia, rompeu-

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lhe a pele exposta enquanto ela se abaixava, com o lobo sobre si. Ela colocou o corpoprateado do alfa de um lado, tão brandamente como foi possível e se arrastou parafrente rapidamente, cobrindo o solo nevado como uma serpente, recolhendo o arco ecarregando-o enquanto escorregava para diante.Disparando rapidamente, ela golpeou-o três vezes mais, saltando sobre seus pés jádiante dele e introduzindo a faca profundamente. A mão, envolta em um punho seguiu-a enquanto a lâmina cortava osso e nervos em um esforço para chegar ao coração.O vampiro gritou, com o sangue esguichando pela boca. Golpeou o punho no peito dela,tentando chegar também ao seu coração, golpeando a dupla fila de fivelas. Rugindo, ele

retirou a mão. A marca de queimadura era evidente na carne de seus dedos. Asimpressões das diminutas cruzes tecidas em prata e benzidas com água benta haviamqueimado a carne quase até o osso.O vampiro rugiu lhe golpeando na garganta apesar dos lobos que pendiam de seusbraços. As unhas lhe arranharam o pescoço e o ombro furando a carne com violência,enquanto lutava abruptamente. O macho alfa lhe golpeou no torso com toda a força

 jogando-o para trás e longe de Ivory, antes que as garras envenenadas pudessem lheperfurar a jugular.Ivory se lançou sobre ele, lhe esmurrando com seu punho e alcançando o coração,

ignorando o ácido que vertia sobre as luvas recobertas e começava a lhe queimarrapidamente. O vampiro a golpeou e a rasgou, mas os lobos o sujeitaram enquanto elaextraía o pulsante coração negro, lançava-o longe e levantava a mão para o céu.O relâmpago ziguezagueou, golpeou e estalou contra o coração sacudindo o solo. Oslobos saltaram fora de seu caminho e o raio de energia limpa saltou para o corpo,incinerando o vampiro e limpando suas flechas. Com cansaço, Ivory banhou suas luvasna luz e então se acomodou na neve, sentando-se por um momento. Deixando-se baixara cabeça, lutando por ar quando seus pulmões ardiam com a necessidade.Um dos lobos lhe lambeu os ferimentos em um esforço de curá-la. Ela ofereceu-lhe umpequeno sorriso e colocou os dedos nos pelos da fêmea alfa, esfregando a face na suavepelagem em busca de consolo. Estes lobos, salvos da morte há muitos anos atrás, maisdos que recordava, eram seus únicos companheiros… Sua família. Eram sua verdadeiraalcatéia e ela não devia lealdade a ninguém mais, exceto a eles.—Vem aqui, Rajá. - Ela disse ao macho grande. – Deixe-me olhar seus ferimentos.Ainda preso atrás do escudo que ela havia criado para proteger do vampiro a alcatéianatural de lobos, o alfa rugiu um desafio. Rajá o ignorou como tinham feito a tantooutros no passar dos anos. A alcatéia natural vivera e morrera. O ciclo da natureza. E ele

tinha aprendido que tais rivalidades insignificantes não lhe tocavam. Enviou ao alfanatural um olhar de puro desdém e se arrastou para Ivory, deitando-se ao seu lado paraque ela pudesse inspecionar seus ferimentos. Ela o tinha curado inumeráveis vezes aopassar dos anos, assim como suas irmãs e irmãos curavam os ferimentos da assassina.Sua saliva continha os agentes curativos.Ela raspou a neve e o solo congelado. Cavou fundo até que encontrou boa terra.Misturando sua saliva a ela, empapou os ferimentos e logo o abraçou.—Obrigado, irmão. Como tantas vezes antes, você me salvou a vida.Ele a acariciou com o nariz e esperou pacientemente enquanto ela inspecionava cada

um deles. A fêmea mais forte, Ayame, que devia seu nome a princesa demônio lobo,abraçou-se perto dele inspecionando os ferimentos e passando a língua sobre os outrosarranhões que havia recebido. Seus companheiros de ninhada formavam o resto daalcatéia. Blaez, o segundo lobo no comando; Farkas, o último macho, Rikki e Gynger, asduas fêmeas menores, se amontoaram contra Ivory, pressionando apertadamente seucorpo açoitado e machucado em um esforço de ajudá-la.Os machos da ninhada, nascidos de pais diferentes eram muito diferentes com seusgrossos pelos prateados em uma brilhante queda de pelagem luxuosa, maior que o

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normal, inclusive as duas fêmeas menores. Todos tinham os olhos azuis de seus dias delobinho, quando Ivory tinha rastreado o sangue e morte de volta a guarida, encontrandoos corpos mutilados da alcatéia natural de lobos. Mesmo então, já haviam se convertidoem um açoite para os vampiros. Um sussurro. O inicio da lenda. Haviam lhe procuradopara destruí-la. Como não a encontraram haviam matado e mutilado os corpos doslobos da alcatéia natural, aos quais ela tinha devotado amizade.Havia encontrado os filhotinhos morrendo, com seus corpos quebrados retorcendo-sepelo solo empapado de sangue tentando encontrar suas mães. Não pôde suportarperder sua única família, seu único contato com o calor e o carinho e lhes alimentou

com seu sangue, de puro desespero em mantê-los vivos. Sangue Cárpato. Quente ecurativo. Havia permanecido na guarida com eles, afastada da luz do dia e quasemorrendo de fome. Forçada outra vez pelo desespero, a tomar pequenas quantidadesde sangue deles para se manter viva. Não se tinha dado conta de que estava fazendointercâmbios de sangue, até que o maior e mais dominante dos lobinhos, experimentoua mudança.Os lobinhos haviam retido os olhos azuis enquanto cresciam, pois o sangue Cárpato davaa capacidade de mudar. Sua habilidade para se comunicar com Ivory lhes tinha salvado,dando-lhes a função psíquica mental necessária para sobreviver à conversão. Como

Ivory haviam sido feridos milhares de vezes na batalha, mas durante o último séculotinham aprendido a derrubar exitosamente um vampiro, os sete trabalhando como umaequipe.Ela jazia na neve recuperando o fôlego, permitindo que seu corpo absorvesse a dor deseus ferimentos. A do pescoço pulsava e ardia e ela sabia que tinha que limpá-laimediatamente. Era insensível ao frio, como todos os Cárpatos. Sua raça era tão velhacomo o tempo. Quase imortal, como tinha averiguado, para seu horror, quando o filhodo príncipe a tinha entregado aos vampiros para seu próprio benefício. Nunca tinhaconhecido tal agonia, tal batalha interminável profundamente na terra, enquanto osanos passavam e seu corpo se negava a morrer.Deve ter feito algum som, embora ela não se ouvisse. Ela pensou que seu grito erasilencioso, mas os lobos chegaram mais perto tentando consolá-la e a alcatéia natural,atrás do escudo fez seu o grito. Olhando o céu noturno, ela deixou que seus lobos aapaziguassem. Seu amor e devoção era um bálsamo sempre que pensava muito arespeito de sua vida anterior. O tempo se submergia para frente. Este momento do diaera um inimigo, tanto como o vampiro. Tinha que se apressar a chegar a sua guarida eainda havia muito que fazer antes da alvorada.

Ivory pressionou os dedos sobre os olhos ardentes e forçou seu corpo a se mover.Primeiro afastou o veneno das lesões na carne, onde as garras venenosas do vampiro atinham esmagado. Os vampiros que haviam se juntado usavam diminutos parasitasparecidos com vermes, para identificar uns aos outros e esses parasitas infectavamqualquer ferimento. Tinha que expulsá-los por seus poros rapidamente, antes quepudessem levar cabo e requerer uma cura maior em profundidade. Outra vez baixou orelâmpago para matá-los antes de misturar terra e saliva para cobrir os própriosferimentos.—Preparados? — Ela perguntou a sua família, recolhendo as armas e empurrando as

flechas utilizadas de volta ao bornal. Nunca deixava nem uma arma ou flecha para trás,cuidadosa de que sua fórmula não caísse nas mãos dos vampiros e nem pior ainda, nasde Xavier, seu inimigo mortal.Ivory estendeu os braços e a alcatéia saltou formando o longo abrigo no ar enquantomudavam, cobrindo seu corpo, o capuz sobre a cabeça e a pele fluindo e envolvendo-acom calor e carinho. Nunca estava sozinha quando viajava com a alcatéia. Nãoimportava aonde fosse, quantos dias ou semanas viajasse, eles viajavam com ela,evitando que se tornasse louca. Havia aprendido a estar sozinha e tinha a cautela

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natural do lobo com os estranhos. Não tinha amigos. Só inimigos. E estava cômodaassim.Atravessando a passos a neve, ela ondeou a mão e permitiu que o escudo sedesintegrasse. A alcatéia natural de lobos logo a envolveu, ziguezagueando entre suaspernas e farejando seu casaco e botas, saudando-a como um membro. O alfa marcoucada arbusto e árvore na vizinhança para cobrir as marcas de aroma de Rajá. Ivoryelevou os olhos ante o desdobramento de dominação.—Os machos são iguais em todo mundo. Não importa a espécie. – Ela disse em voz altae comprovou os lobos um por um, assegurando-se de que o vampiro não tivesse

prejudicado nenhum deles.—Bem. Vou alimentar-lhes antes de alvorada. Tenho que viajar e a noite estádesvanecendo. – Ela disse a alcatéia. Segurando o focinho do alfa, ela fitou seus olhos. -Encontre e conduza uma presa para mim e a derrubarei para você. Vá depressa. Nãotenho muito tempo.Embora falasse com sua própria alcatéia todo o tempo e eles a compreendiam era maisfácil transmitir a ordem em imagens, que em palavras, a uma alcatéia selvagem. Elaadicionou um sentido de urgência ao mesmo tempo. Precisava começar a viagem devolta a sua guarida. Usualmente voaria. Cada uma de suas armas era feita de algo

natural que podia mudar com ela, para transportar seu arsenal a longas distancias. Masprimeiro tinha que ajudar a alcatéia a encontrar alimento. Não queria perdê-los duranteo inverno e outra tormenta estava chegando.A alcatéia se fundiu uma vez mais desvanecendo no bosque, para procurar uma presa.Ela pegou o arco do ombro e começou a caminhar através da terra virgem em direção asua casa. Só faria uns poucos quilômetros antes que a alcatéia atirasse algo em seucaminho, mas estaria muito mais perto de casa e da segurança.Compreendia pouco sobre o estilo de vida moderno. Havia ficado enterrada sob o solodurante tanto tempo, que o mundo estava irreconhecível quando se elevou. Haviaaprendido com o tempo, que o filho do príncipe Vlad, Mikhail, lhe tinha substituídocomo governante dos Cárpatos e seu segundo homem no comando, como sempre eraum Daratrazanoff. Sabia pouco mais deles, mas mesmo o mundo Cárpato havia mudadodrasticamente.Havia poucos de sua espécie, a raça estava se aproximando da extinção. E quem sabia?Possivelmente era para melhor. Talvez seu tempo já tivesse passado. Tão poucasmulheres e crianças haviam nascido durante os últimos séculos, que a raça estava quaseaniquilada. Ela já não era parte desse mundo, mais do que o era do mundo moderno

humano de hoje em dia. Sabia um pouco de tecnologia pelos livros que lia, e não tinha oconceito de como seria viver em uma casa ou em uma aldeia, povoado ou que Deus aproibisse, uma cidade.Apressou seus passos e outra vez olhou para o céu. Daria a alcatéia tinha outros vinteminutos para brincar antes de voar. Fosse como fosse, ela estava tentando a sorte. Nãoqueria ser apanhada fora, à luz da alvorada. Tinha passado tanto de sua vida sob asuperfície, que não tinha desenvolvido a resistência ao sol como muitos de sua classehaviam feito, capazes de permanecer fora nas horas mornas da manhã. No momentoem que o sol começava a subir, ela podia sentir a queimadura.

É obvio. Talvez tivesse algo a ver por que sua pele levava muito tempo para se renovar.Fora raspada de seu corpo até que não era nada mais que ossos e uma massa. Às vezes,quando despertava, ainda sentia as laminas atravessando ossos e órgãos enquanto acortavam em pedaços pequenos e a dispersavam pela pradaria, abandonada para sercomida pelos lobos. Recordou o som de risada áspera enquanto eles levavam a cabo asordens dadas por seu pior inimigo… Xavier.O vento começou a aumentar em força e escuras nuvens vagaram sobre sua cabeça,anunciando a tormenta que chegava. Procurou o refúgio das árvores e se protegeu

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semicerrando os olhos para procurar à alcatéia de lobos. Haviam descoberto uma gama,magra e consumida pelo inverno, coxeando um pouco por causa de um ferimento emseu corpo velho. Perseguindo-a, a alcatéia se alternou correndo para Ivory.

Ela sussurrou brandamente pedindo o perdão da gama, explicando a necessidadede alimentar os lobos, enquanto levantava a arma e esperava. Os minutos passaram. Ogelo se gretou com um forte rangido perturbando o silêncio. Duros fôlegos explodiramde seus pulmões em um rápido jorro de ar enquanto o veado abria caminho entre asárvores e corria pelo chão gelado.

Atrás dele, um lobo correu sobre as patas grandes. Movia-se silencioso, mortal e

faminto, através da extensão de gelo. Rodeando-os, a alcatéia entrou de vários ângulos,mantendo o gamo correndo diretamente para Ivory. Haviam caçado desta maneira maisde uma vez, trazendo a presa a ela em momentos desesperados.

Ivory esperou até que teve um disparo mortal, não querendo que o gamosofresse antes de liberar a flecha e derrubar ao animal. Antes que o alfa pudesse seaproximar do cadáver, grunhindo aos outros para que esperassem que ele estivessecheio, ela correu e recuperou a flecha, se afastando rapidamente, não querendo utilizarenergia para controlar a uma faminta alcatéia quando havia um banquete diante deeles.

Aumentando a velocidade até correr, Ivory saltou ao céu, mudando. Os lobosdeslizaram sobre sua pele até se converter em ferozes tatuagens enquanto passavamcomo um raio pelas nuvens com ela. Ela sempre sentia a alegria de viajar desta maneira,como se uma carga fosse levantada de seus ombros cada vez que se elevava no ar.Nuvens escuras ajudaram a aliviar o efeito da luz em sua pele enquanto ela se moviarapidamente para sua casa. Talvez fosse o que lhe fazia se sentir menos carregadaquando voltava para casa, onde se sentia a salvo e segura.

Nunca tinha aprendido a relaxar e a tranqüilizar sobre a terra onde seus inimigospodiam vir até ela de qualquer direção. Mantinha em segredo sua guarida, sem deixarrastros perto da entrada, assim ninguém tinha a oportunidade de rastreá-la. Seu sistemaextraordinário de advertência e proteção não seria detectado, disso estava segura. Aentrada não estava protegida com um feitiço, então se um Cárpato ou um vampiroencontrasse sua guarida, não saberiam se ali estava ou se existia. Tinha aprendidomuitos anos atrás que seus inimigos encontravam mais cômodos os níveis no subsolo.

A dez milhas de sua guarida ela baixou, aterrissando ainda correndo, roçando asuperfície, com os braços estendidos para que seus lobos pudessem caçar. Todosnecessitavam de sangue e com os sete espalhados topariam com um caçador ou uma

cabana. Se não, ela entraria na aldeia mais próxima e traria bastante para sustentar àalcatéia. Era muito cuidadosa em não caçar perto de casa. Não a menos que tivesseabsolutamente que caçar.

Enquanto se deslizava entre as árvores e a montanha se elevava alta ao longe,ela encontrou rastros. Um errante madrugador possivelmente que saia para conseguirmadeira ou caçar. Abaixou-se e tocou os rastros na neve. Eram de um homem grande.Isso sempre era bom. E estava sozinho. Era ainda melhor. A fome a roia agora que sepermitia ser consciente dela. Ivory correu atrás dos rastros seguindo o macho enquantoele avançava entre as árvores.

O bosque se abriu em uma clareira onde se assentava uma pequena cabanaprivada, uma corrente seccionava a pradaria que a rodeava. Usualmente a cabanaestava vazia, mas os rastros se dirigiam pela neve, para dentro. Um rastro fino defumaça começou a flutuar pela chaminé, lhe dizendo que ele acabava de chegar àcabana de caça e tinha acendido o fogo.Ivory jogou a cabeça atrás e uivou, chamando a sua alcatéia. Esperou margem daclareira e o homem deu um passo fora com o rifle nas mãos observando ao redor do

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bosque circundante. A chamada solitária havia lhe assustado e ele esperou, dividindo aárea ao redor da casa.Ivory se elevou ao céu outra vez movendo-se com o vento, parte da névoa que iarodeando a casa. Parou em cima de sua presa no teto, enquanto ele estudava o bosquee então soltou com uma pequena maldição e entrou. Ela viu as sombras revoando entreas árvores e lhes fez gestos. A alcatéia se abaixou, em espera.A fresta sob a porta da cabana era o bastante larga para que a névoa fluísse e Ivoryentrou na sala, quente agora pelo fogo. Formada somente por um quarto, com umapequena lareira e uma aquecedora cozinha, a cabana tinha os mais nus dos serviços.

Mesmo em tempos modernos, o mais pobre dos aldeãos possuía poucos adornos.Observou o homem, do menor canto do quarto, enquanto ele vertia água em umapanela e a colocava no fogo para que fervesse.Atravessando o cômodo, ela se materializou quase diante dele, deslizando entre ele e ofogo, com sua mente já lhe alcançando para acalmá-lo e lhe tornar mais acessível. Osolhos dele se abriram desmesuradamente e logo se mostraram frágeis. Ivory o dirigiu auma cadeira onde pôde sentá-lo. Ela era alta, bem mais que muitas mulheres nasaldeias, um presente de sua herança Cárpato, mas esta montanha de homem era aindamais. Encontrou a pulsação a um lado do pescoço e cravou os dentes profundamente.

O sabor era delicioso. Sangue quente fluindo, as células se enchendo eexplodindo de vida. Às vezes esquecia quão bom era se presentear com o fato real. Osangue animal podia sustentar a vida, mas a verdadeira força e energia vinham doshumanos. Saboreou cada gota, apreciando o sangue vivificador. Agradecia ao homem,embora ele nunca se recordaria de ter doado. Plantou-lhe um sonho, ligeiramenteerótico, cheio de prazer, não desejando que a experiência fosse desagradável para ele.

Passou a língua através das aberturas gêmeas de perfuração, para fechar asmesmas e apagar toda a evidência de que ela esteve ali. Conseguiu-lhe um copo de águae o apertou contra a boca, lhe ordenando beber e logo pôs outro ao seu lado e lhecobriu com um lençol para manter seu corpo quente, antes de sair.

A alcatéia a encontrou no mais fundo do bosque, rodeando-a no momento emque ela a chamou. O macho alfa veio primeiro, se inclinando contra seu joelho enquantoela se ajoelhava e lhe oferecia a mão. O sangue fluiu. Ele lambeu o corte de suaesquerda enquanto a fêmea se alimentava da mão direita. Alimentou os seis lobos eentão se sentou por um momento na neve, se recuperando. Tinha tomado muito dolenhador, embora tivesse tomado cuidado em que ele ainda pudesse se movimentar,não querendo que corresse o risco de morrer de frio antes que se recuperasse, e ela

estava um pouco drenada depois do combate com os vampiros e logo alimentando aalcatéia.Ficou em pé lentamente e estirou os braços, esperando que os lobos

voltassem a mudar em tatuagens cobrindo sua pele. Quando se uniram com ela sentiuum pouco mais revitalizada, os lobos lhe davam sua energia. Outra vez correu e saltouao céu, mudando no ar, dando asas ao seu corpo enquanto voava sobre o bosquevoltando para casa.

As nuvens eram pesadas e cheias e pequenas rajadas de vento sopravam nanévoa, apagando o sol nascente. As montanhas se elevaram diante dela, altas e cobertas

de neve, ocultando o calor e um lar sob as camadas de pedras. Encontrou-se sorrindo.Estamos em casa. Ela enviou à alcatéia. Quase. Tinha que explorar antes de baixar.Comprovar em busca de estranhos na área.

Sentiu os lobos se estirar com cada um de seus sentidos, igual ela fazia, nuncadando por certo a segurança. Era como havia conseguido permanecer viva por tantosanos. Sem confiar em nada e não falando com ninguém a menos que estivesse longe desua morada. Sem deixar nenhum rastro. Nenhum rastro. A Assassina aparecia e entãodesaparecia.

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Fez seu caminho em círculos apertados, mais e mais perto de sua guarida etodo o tempo esquadrinhando em busca de espaços em branco que possivelmenteindicasse a presença de um vampiro, ou a interrupção de energia que significava que ummago poderia estar na área. A fumaça e o ruído possivelmente fossem de humanos. OsCárpatos eram mais difíceis, mas tinha um sexto sentido a respeito deles e podia seocultar se sentisse a cercania de um deles.

Quando começou sua espiral descida, um incômodo curvou seu corpo e o doslobos. Embaixo, através das camadas de névoa captou vislumbres de algo escuro imóvelna neve. A neve começava a cair acrescentando a sua perca de visão, e soube pela

sensação de ardor que se arrastava sobre sua pele, que o sol tinha começado a subir.Cada instinto lhe dizia que aumentasse a velocidade e fosse para sua guarida antes queo sol rompesse sobre a montanha, mas algo mais velho e muito mais profundo lhedissuadiu.

Não podia girar longe do corpo estendido sobre a neve, já sendo coberto com onovo pó que caía. Ou köd belső . Que a escuridão o tome. Amaldiçoou com as antigas

 juras dos Cárpatos, que teria assustado seus cinco irmãos nos velhos, quando ela era suaprotegida e adorada irmã menor, ela colocou os pés na neve e abriu os braços parapermitir que sua alcatéia descesse de um salto.Os lobos se aproximaram do cadáver com cansaço, rodeando-o em silêncio. O homemnão se moveu. Sua roupa estava rasgada, expondo parte do tórax e o ventre extenuadosaos brilhantes olhos famintos. Rajá se moveu dois passos somente, enquanto os outroslobos continuavam rodeando o corpo. O alfa feminino, Ayame, deu um passo atrás domacho, Rajá girou e lhe grunhiu. Ayame saltou para trás e se voltou despindo os dentesao seu companheiro.Ivory deu um passo cauteloso mais perto, enquanto Rajá começou a cheirar o homemimóvel, que uma vez havia sido um macho poderoso. Não havia duvida a respeito disso.

Era mais alto que o humano médio em vários centímetros. O cabelo era comprido eespesso, raiado de fios cinza estava frouxo e despenteado. Sangue e terra estavamaderidos nas grossas mechas, embaraçados e em alguns lugares. Ela se inclinou sobreRajá para conseguir observar mais de perto e algo dentro dela mudou. Ofegando, elaafastou-se para trás bruscamente, com seu corpo se voltando realmente, se preparadopara fugir.Ele possuía os ossos fortes de um macho Cárpato, um nariz aristocrático e reto.Profundas linhas de sofrimento marcavam o rosto uma vez formoso. Mas o querealmente chamou sua atenção e a aterrorizou foi à marca de nascimento que aparecia

através de sua camisa rasgada e fina. Ela podia ver o dragão no quadril. Não era umatatuagem. Ele tinha nascido com essa marca.Caçador de Dragões. O ar saiu de seus pulmões em um fôlego comprido. Ao redor dela aneve continuou caindo e o mundo se tornou branco. Todo som emudeceu. Ela podiaouvir o batimento do coração, muito rápido e a adrenalina bombeando por seu corpo. Osangue rugindo em seus ouvidos.Rajá lhe deu um golpezinho na perna, indicando que deixassem o corpo onde estava. Elarespirou, embora os pulmões mal pudessem fazer entrar o ar. Seu corpo realmentetremeu. Ela se voltou assinalando aos lobos que o deixassem, mas seus pés se negaram

a lhe obedecer. Ela não podia dar um só passo. O homem com o rosto destroçado, como corpo muito magro e apenas pulsante lhe atava a ele.Levantou o rosto para os céus permitindo que a neve lhe cobrisse a face como umamáscara branca. - Porque agora? – Ela perguntou suavemente. Uma súplica. Umaoração. – Porque me pede isso agora? No pensa que já tomaste tanto de mim? – ela secalou esperando uma resposta. Talvez um golpe de relâmpago. Alguma coisa. O quefosse. Seu rogo sussurrado encontrou o silencio implacável.

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Rajá deu uma série de choramingos. Vá irmãzinha. Deixe-o. Ele obviamente te incomoda.Parta antes que o sol fique alto. Pela primeira vez em centenas de anos, ela havia se esquecido do sol. Esquecera-se dasegurança. Tudo o que sabia. Tudo o que havia aprendido. Tudo desaparecera por causadeste homem. Queria ir. Precisava ir embora, mas tudo nela era atraído pelo homem.Päläfertiilam. Companheiro. Seu companheiro... A maldição de todas as mulheresCárpatos.

Capítulo 2

Ivory se agachou ao lado do homem caído e deslizou os dedos sobre sua face eao redor do pescoço, para sentir a pulsação. Era desnecessário. Seu coração havia seralentizado para acompanhar o batimento do coração impossivelmente lento dele.Afastou a neve de sua face e começou um minucioso exame de seus ferimentos. O corpoestava marcado com cicatrizes quase tão feias como as suas, se ela permitisse quealguém a visse. A pele estava gelada. Cada Cárpato aprendia desde criança a controlar atemperatura de seus corpos, mas ele estava gelado.

Irmãzinha! - A reclamação de Rajá terminou em um grunhido de advertência. - Osol está subindo.

Se não o levasse, ele morreria ali em campo aberto. O coração gaguejouquando olhou seu rosto. Essa tinha sido sua intenção. Pelas cicatrizes velhas e frescasnos tornozelos e mãos, podia dizer que tinha sido acorrentado. As correntes revestidascom sangue de vampiro, lhe queimando a carne cada vez que se movia. Conhecia umhomem que utilizava esse método de encarceramento: Xavier, o grande mago. OCaçador de Dragões tinha escapado do cativeiro e em vez de se dirigir a uma das aldeiasem busca de ajuda havia entrado no interior do bosque, avançando para o lado maisremoto da montanha onde o sol lhe poderia reclamar.

A alcatéia se movimentou inquieta, lançando olhares aos céus. A neve começavaa cair com mais força, revestindo as peles prateadas. Amaldiçoando, Ivory se voltou paraele, ajeitando-o para sentá-lo em uma posição onde pudesse lhe levantar.

Ele abriu os olhos de repente. Tempestuosos buracos escuros de sofrimento, dedeterminação e de resolução. Era um homem forjado nos fogos do inferno, um homemque tinha sofrido uma agonia intolerável e convertido sua mente em pedra. Não poderialhe manipular. Ela podia ver e sentir isso como se sua energia a envolvesse.

- Deixe-me. - Sua voz deu uma ordem ronca.Ela sentiu o empurrão mental por trás da brusca ordem e apressadamenteimpediu a compulsão. A coerção telepática afetou seus lobos; podia vê-los se retirando eondeou a mão para retê-los. Só seu longo e muito apertado vínculo com a alcatéia osreteve com ela sob a força da compulsão, e lhe disse muito a respeito do homem.Apesar de estar fraco, meio morto de fome e abatido era incrivelmente forte… eperigoso.

Não ia abrir a boca. Sacudiu a cabeça em silêncio e tentou levantá-lo. O Caçadorde Dragões se tornou para trás e colocou a mão em seu braço com surpreendente

gentileza. Ela sentiu a sacudida de eletricidade e seu corpo formigou, com oconhecimento repentino forçando o ar a sair de seus pulmões em uma forte rajada.- Não compreende. - Ele disse. - Está em terrível perigo em ficar tão perto de mim.Tenho inimigos poderosos e podem lhe alcançar através de mim.

Outra vez sentiu a compulsão de advertência em sua voz. Ele irradiava pureza,verdade. Desejava que o deixasse sabendo que era uma sentença de morte. Não só umasentença de morte, mas também morreria em uma agonia absoluta, uma polegada lentade cada vez. Amaldiçoou outra vez. Não tinha mais escolha que falar e ele saberia a

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verdade. Sua espécie tinha um só companheiro. Um somente. Eles poderiam vagar emtodo o mundo durante séculos de vida e a menos que se conectasse com a pessoa, a quecompartilhava a outra metade de sua alma, não seriam companheiros de verdade.

Se falasse, ele saberia. Veria em cores e sentiria emoções, não só lembranças.Saberia. Talvez já soubesse que ela era sua outra metade. Sabia que não tinha escolha.Lutaria contra ela, trataria de forçá-la a deixá-lo e ele tinha que saber que ela não podia.Que era virtualmente impossível fazer tal coisa por mais que talvez quisesse. Ivorysacudiu lentamente a cabeça.O Caçador de Dragões levantou a mão e soube que estava a ponto de falar.

Ela falou primeiro.- Não posso e acredito que sabe o por que. Se não quiser que minha alcatéia e eusoframos a queimadura do sol, deve cooperar.

Ela viu a surpresa em sua face. O corpo dele estremeceu realmente como seexplodisse e apertou os olhos com força durante o que pareceu uma quantidadeinterminável de tempo, como se as cores e emoções devolvidas fossem muito fortes,muito deslumbrantes para processá-los. Na verdade, não parecia dar as boas-vindas àsnotícias mais do que ela o fazia, mas tinha plena consciência que ele sentia o mesmopuxão para ela, como ela para ele. Quando ele abriu os olhos, a cor formava

redemoinhos neles. Escuros, quase negros, logo se misturava a um profundo verdeesmeralda antes de tornar de um negro azulado. Ele piscou e o efeito desapareceu.Respirou. Deixou-o sair.- Meu inimigo mortal é Xavier, o grande mago. Pode possuir meu corpo à vontade efreqüentemente o faz, deslizando dentro e fora de mim e cometendo crimes horrorosose vis contra todos os povos: magos, humanos e Cárpatos por igual. Não podepermanecer perto de mim. Ele está fraco atualmente, por que não alcançou meu corpoe o forçou a voltar. Esta é minha única oportunidade de escapar.

Ivory sentou sobre os calcanhares e fitou atentamente os escuros e destroçadosolhos. Ele dizia a verdade. Xavier. Ele tinha posto em marcha coisas que nunca poderiamser desfeitas. Tinha ordenado aos vampiros cortar seu corpo em pedaços. Era ummonstro incomparável como o mundo nunca havia conhecido, e não lhe podia permitirrecuperar o poder.- Seu inimigo é meu maior inimigo. – Ela disse. Possuía muitos.- Deixe-me. Oculte-se. Se eu morrer aqui, ele não poderá me usar para ferir ninguémmais.

- Irmãzinha! Saia deste lugar. Nos leve para casa. - Desta vez Rajá despiu os

dentes, com sua voz exigente.- Irmã. - O resto da alcatéia recolheu o grito desesperado.Ivory sentia o ardor começar por seu pescoço e os braços nus. Apesar da

espessa neve que caía ao seu redor, ela era sensível, ou possivelmente era um temorque havia desenvolvido com o passar dos anos. Pouco importava.- Como ele lhe possuiu?- Eu lhe dei uma abertura. - Seu olhar sustentou cativo o dela enquanto confessava. -Havia uma mulher jovem maga que eu gostava. Naquele momento, sem meuconhecimento, Xavier lidava com experiências e maneiras de possuir um corpo. Usou o

meu para engravidar a mulher. Desejava um fornecimento de sangue e pensava que terfilhos o faria para ele. Sou seu neto.

Ivory levantou os braços para permitir que a alcatéia se unisse a sua pele.Agradecidos de que ela estivesse afinal preparando-se para ir embora, a os lobostomaram seus lugares de um em um, lhe cobrindo as costas e os braços como se fossemtinta sobre sua pele e não criaturas imortais. Ela não afastou os olhos de seucompanheiro, não mudou sua expressão embora por dentro pudesse se ouvir gritando.- A jovem mulher teve minha filha. Uma menina bastante formosa. Era assombrosa e

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talentosa. Todos nós fomos retidos prisioneiros. Minhas tias, a mãe de minha filha, apequena e formosa Lara e eu. Não queria que ele matasse Lara como finalmente fezcom sua mãe. Eu lhe disse que faria o que preciso fosse.

Ela ofegou com incredulidade.- O grande mago? Comercializou sua alma? Com o grande mago? – Ivory se sentiu umpouco idiota se repetindo, mas quem fazia isso? Quem seria?- Naquele momento, eu tinha sido torturado severamente. Ele havia deixado que ocadáver da mãe da Lara apodrecesse diante de nós, e eu não podia suportar que Larafosse torturada. Na verdade, não pensava claramente. – ele sacudiu a cabeça. – Já não

posso recordar os fatos exatamente. O tempo os turvou para mim. Mas não podeconfiar em mim. Ele pode tomar este corpo a qualquer momento e me forçar a fazercoisas inexprimíveis a quem amo. Traí a todos os que alguma vez significaram algo paramim.- E ainda assim lutou contra ele. Ainda luta.- Sou o filho de meu pai. Xavier o matou também e tentou de possuir minha irmã. Nãolhe permitiria tê-la. Comercializei minha vida pela dela e logo minha alma por minhafilha. Não tenho nada para você.

Os olhos penetrantes nunca abandonaram sua face. Nem uma vez, e se havia

dor ou remorso nessa confissão, ela não viu ou a ouviu. Ele havia comercializado suavida e estava disposto a morrer neste dia, enquanto o sol subia, para proteger os outros.Inclusive ela.- Ele não pode te ter. – Ela disse. - Sinto muito, mas se o que diz é verdade, então eu nãotenho escolha exceto te deixar inconsciente para que não conheça o caminho de minhaguarida.

Pela primeira vez a expressão dele trocou.- Não me pode levar para lá, mulher. Eu a proíbo. – Ele levantou as mãos e ela sentiu ocomeço do feitiço que estava lançando, para forçar sua conformidade.

Ela foi mais rápida. Com as palmas das mãos para fora, ela quebrantou o feitiçoaté que pequenas faíscas se chocaram entre eles. Sussurrou brandamente e ele piscou elutou por um momento, mas morto de fome e fraco, sua cabeça deitou para um lado eseus olhos se fecharam.

Ivory não vacilou, uma vez que se decidira. Jogou no Caçador de Dragões sobre oombro e saltou para ao céu, competindo com o sol enquanto este se elevava sobre ospicos mais altos. Passou como um raio através da neve, esquadrinhando os atalhos quese dirigiam às montanhas em busca de rastros de humanos caçadores de vampiros, raros

agora, mas ainda uma ameaça para sua raça. Deixou sair seus dons, procurando sinaisdos não mortos que podiam ter se protegido perto de sua guarida, ou de um caçadorperdido, um dos machos Cárpatos dos quais tomava cuidado em ocultar sua existência.Na metade do vôo, se encontrou revirando os olhos. Para que tinha servido, se quandotropeçou com seu companheiro caído na neve, tão magro e cansado, tão abatido pelafome e sofrendo, se não pôde ser o bastante desumana para deixá-lo ali?— O jelä peje terád, päläfertiilam. — O sol te queima, companheiro. – Ela falou em vozalta.Nunca havia lhe ocorrido que se encontraria em tal apuro. Um macho. Estava levando

um macho completamente molhado para sua casa. Seu refúgio. Deveria ter ter dito,terád keje. Queime-se. E ter terminado com ele. Mas não, ela tinha que ser uma fêmeaidiota e levar o maldito homem para casa com ela.Dirigiu-se para a clareira entre as duas colunas altas e elevadas de pedra que se erguiamcomo chifres em cima da montanha. A pedra parecia sólida e ninguém, em todos osanos que estava residindo ali, jamais tinha encontrado a fenda na pedra esquerda, queia até o interior ao redor da base, onde a torre se encontrava com o pico da montanha.Levou-lhe um momento desabilitar seu complicado sistema mineralógico de segurança,

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para poder passar com o macho. Soprou brandamente no vento, revolvendo a neve emuma mini-tempestade, cobrindo suas gotas enquanto entrava em forma de névoa,vertendo-se como névoa na fenda e avançando para baixo, pelo interior da montanha.Passou as camadas de pedra e cavernas de cristal e gelo, todo o tempo usando apequena fenda que descia para o ponto mais profundo sob o solo. Moveu-seconstantemente mais abaixo até que o calor começou a esquentá-la e a pressão em seucorpo aumentou. Sempre levava alguns momentos para se ajustar à profundidade, mascom o passar dos anos seu corpo havia se adaptado. Se o Caçador de Dragões havia sidomantido preso por Xavier, então tinha estivera escondido nas cavernas de gelo onde

Xavier governava e seu corpo estaria um pouco aclimado às profundezas.Continuou descendo, passando pelas cavernas onde habitavam os morcegos e inclusivemais embaixo, além das profundezas das cavernas de gelo, onde nenhum Cárpato haviadormido, que ela soubesse. Havia encontrado terra rica e uma caverna escavada. Aolongo dos séculos havia ampliado suas dependências até incluir vários quartos. Haviatrazido livros e armazenando-os nas estantes do chão até o teto, que havia criado.Recriou conscientemente cada livro de feitiços que havia estudado quando freqüentou aescola de Xavier, no tempo em que ele era considerado um amigo do povo Cárpato.Seus móveis se adaptavam a ela e as velas eram feitas com as melhores fragrâncias

curativas e minerais que podia encontrar. Ao ampliar sua guarida havia encontrado umpequeno fluxo de água, e embora tivesse tomado quase setenta e cinco anos haviaescavado uma concha natural na pedra sólida e formado uma piscina para ela mesma.Adorava sua piscina. A água fria e limpa que sempre fluía e caía em cascata pelo solo atéa seguinte camada de pedra embaixo.Uma vez em sua guarida, ela reprogramou seu extraordinário sistema de alarme com aspedras que não só se acumulavam caindo pela fenda, mas também lhe proporcionavamluz sob a longínqua superfície. Encolheu os ombros liberando os lobos no momento emque esteve dentro de sua casa, permitindo que eles tomassem suas formas naturais,enquanto ela andava a passos longos pelos quartos exteriores. Havia o salão onde oslobos gostavam de se aconchegar enquanto ela lia, pintava ou tocava seu instrumento, elogo os quartos onde fazia seu trabalho com os metais, construindo suas armas, antes dedescer a escada que levava ao último quarto onde todos dormiam.Um violino estava em uma caixa contra uma parede de sua câmara; situado perto daprofunda concha de rocha que ela havia enchido da terra mais rica. Deixou o Caçador deDragões na terra rejuvenescedora e o estudou um momento. Ele lutava. Lutava contra ofeitiço do sono. Teve a sensação de que ele não estava tão profundamente adormecido

como ela havia pensado, mas tudo o que realmente importava era que ele não tinhavisto a localização de sua guarida.Respirando fundo, ela deixou suas armas e inverteu o feitiço. O Caçador de Dragões,apesar de sua condição de fome e debilitado, se levantou da terra, com os olhos sempiedade, zangados. Ela saiu longe dele, aterrissando sobre o traseiro. Teve que inclinar acabeça para olhá-lo.— O que você fez, mulher? — Ele rugiu.Antes que ela pudesse responder, Rajá entrou no quarto e se lançou na garganta dointruso. Foi para cima dele com os dentes nus.

— Não! — Ordenou Ivory.O Caçador de Dragões segurou o lobo imenso pelo pescoço. A força do ataque oconduziu de volta à cama de terra. Ela viu que as mãos o seguraram como uma forca. Olobo lutou instintivamente em busca de ar.- Irmãozinho, ele não é um inimigo. É meu companheiro.  – Ela mostrou os dentes ao loboe ele ficou quieto, submisso nas mãos do Caçador de Dragões.— Deixe-o ir. — Ordenou Ivory. - Faça-o agora ou me vingarei.

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O Caçador de Dragões levantou a sobrancelha. Suas mãos permaneceram firmes aoredor do pescoço do lobo.— Tenta me ameaçar com danos corporais? Duvido que haja muito que possa fazer quenão tenha sido feito. E se deseja me matar, esse é meu desejo, então não acredito quesirva ao seu propósito me intimidar.Ela cuspiu outra maldição.— Veridet peje. Que seu sangue queime!Ele soltou o lobo um pouco cautelosamente, mantendo seu olhar fixo no grande alfa enão em Ivory, o que só serviu para irritá-la mais, como se ele pensasse que o animal era

mais ameaça para ele, que ela.— Meu sangue ardeu em muitas ocasiões, avio päläfertiilam. Minha companheira.Ela deixou sair o ar de seus pulmões com um sussurro.— Jamais diga “minha companheira”. Não sou tua. Não pertenço a ninguém. Não confioem ninguém, muito menos no neto de Xavier e ainda por cima um Caçador de Dragões.— Ela insuflou cada grama de desprezo e repugnância que podia em sua voz.Antes que ele pudesse responder, Ivory mudou sua atenção a Rajá que captando seuhumor, mostrava os dentes outra vez. Os grunhidos baixos de advertência retumbavamem sua garganta.

- Irmãozinho, eu não tenho paciência agora para lidar com dois machos e seus egos. Vácom sua companheira que apaziguará seus nervos e me deixe tratar com este... Este... -Não havia palavra suficiente má para descrevê-lo.O lobo enviou ao Caçador de Dragões um último olhar de advertência e logo saiusaltando da câmara, deixando-os a sós.Ivory retrocedeu pelo chão até colocar espaço entre ela e o Caçador de Dragões.Apertou as costas contra a parede, lutando para manter sua serenidade.— Passaram-se séculos desde que estive sozinha em um quarto com outra pessoa. — Elaconfessou. - Não estou segura do que se faz.— Poderia começar me dizendo seu nome.Ele não sorriu. Não a fitou como se a lua subisse e ficasse com ela, como oscompanheiros tinham fama de fazer. Nem discutiu que lhe pertencia enquanto cadacélula do corpo dela gritava que era verdade.Ivory umedeceu os lábios.— Sou Ivory Malinov, irmã dos cinco Cárpatos que levantaram um exército e umarebelião de vampiros. Irmã dos aliados de Xavier. — Ela respirou fundo. - E esta não éminha forma verdadeira.

— Sou Razvan, neto de Rhiannon e Xavier. Sou um provedor de morte e tortura paratodos que se atrevem a se aproximar de mim, especialmente esses pelos que mais mepreocupo. Nunca te reclamarei. Então não se preocupe, Ivory. Vou deixá-la tão logopossa fazê-lo. — Ele inclinou a cabeça de um lado e estudou seu corpo perfeito. - Tememe mostrar sua forma verdadeira?Ivory levantou o queixo.— Não temo nada, Caçador de Dragões. Muito menos a você.— Posso ver. — Ele disse. Um débil sarcasmo deslizou em seu tom. - Embora na verdadedevesse me temer. Não a mim: a Xavier. Ele pode me encontrar em qualquer lugar que

esteja. Deve acreditar-me nisto.— Acredito. Estudei com Xavier há muitos anos. Muitos mais do que quero recordar.Conheço-o bem… Muito bem. — Zangou-o de algum jeito. — Razvan fez uma declaração.Ela percebeu que mal podia respirar nos limites próximos do quarto, com a fome doCaçador de Dragões golpeando-a. Talvez não fosse somente sua fome. Talvez fosse amaneira em que seus olhos se moviam sobre ela com uma insinuação de posse, o

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intenso olhar de interesse de um macho. Ninguém a tinha olhado assim desde o filhomais velho do príncipe e isso não havia resultado boa coisa.A pele lhe doía. E os ossos. Ela tinha esquecido essa dor ou pelo menos lhe haviaempurrado tão atrás das lembranças, que era débil e apagada. Agora, sentindo como elea olhava fazendo perguntas, seu corpo recordou a sensação dos agudos objetoscortando ossos e tecidos.— Ivory. — Ele incitou com sua voz agradável — O que fez para lhe zangar?Ela se escorou contra a parede, levantou os joelhos e passou os braços ao redor daspernas tornando-se bem menor.

— Quis estudar na escola do Xavier e aprender com ele. Meus irmãos e cinco de seusamigos me criaram. Dez guerreiros fortes que me consentiam cada capricho. Aprendicomo lutar, mas nunca me permitiram usar meu conhecimento. Eu podia fazer coisasque nenhuma outra mulher podia fazer, mas queriam que me sentasse em casa eesperasse um companheiro que me proporcionasse segurança. — Ela sacudiu a cabeça,recordando a frustração de ter um cérebro ativo desesperado pelo conhecimento, dequalquer tipo, e se chocando contra um muro quando seus irmãos se negaram a lhepermitir qualquer liberdade. Esfregou o queixo nos joelhos.— Naquela época Vlad Dubrinsky era o príncipe. — Ela estava-lhe dando uma explicação

muito complicada, vagando em vez de torná-la curta e sucinta. Apertou os dedos sobreos olhos. — Acredito que passou tanto tempo desde que mantive uma conversa comalguém, exceto com minha alcatéia, que esqueci como conversar. – Ela esfregou a mãopela coxa.O olhar de Razvan saltou para mão e se atrasou ali, reconhecendo o sinal dos nervos. Elaera selvagem como sua alcatéia e estava inquieta com sua presença. Não porque elerepresentasse perigo e nem porque fosse seu companheiro, mas simplesmente porqueela era intrinsecamente cautelosa com todos.— Fique tranquila, Ivory. — Ele disse brandamente, calmamente, como se tivesse quedomesticar um animal selvagem excitado. — Não procuro nada de você. Não acreditoque Xavier cace meu corpo tão logo. Ele se tornou fraco e velho sem sangue Cárpato doqual se alimentar. Precisará encontrar sua força antes que possa me golpear. Laraescapou de sua prisão primeiro e depois minhas tias. Então, no momento está a salvo,mas nunca me dê às costas. Considere me matar.Ela ignorou sua última declaração.— Como escapou?— Xavier tirou meu corpo das cavernas de gelo quando sua fortaleza foi destruída.

Agora necessita de sangue para sobreviver e ser forte. — Ele fitou o corpo cansado emachucado com um breve sorriso, sem sentido de humor — Ele usou meu sangue atéque restou pouco. Acredito que tinha em mente me matar, mas quando minhas tiasfugiram, ele precisou de meu sangue para se manter vivo. Está decidido a ganhar aimortalidade. Como pode ver, a pouco de mim, e ele se debilitou tentando construir suanova fortaleza.Ivory respirou fundo e deixou o ar sair. Ele podia ver que ela lutava consigo mesma,antes de fazer a oferta.— Precisa se alimentar.

Sua voz era baixa, trêmula, e o coração de Razvan pulou dentro do peito. Havia passadomuito tempo desde que outra pessoa lhe tinha devotado uma bondade.— Agradeço-te a oferta, mas devo decliná-la com pesar. Tomei suficiente sangue dosdeveria ter protegido e não tomarei o seu.Ela franziu a testa.— Posso sentir sua fome.— Eu sei. Não posso controlar as necessidades que se espalham pelos fechados limitesdeste quarto. Sinto sinceramente te causar angústia.

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Ele não queria que ela sentisse a fome que se arrastava por seu corpo. Cada célulagritava por sustento. Podia cheirar seu sangue, rico, quente e fluindo por suas veias,chamando-o. Mal podia pensar, pois estava com os dentes já se alongando e a salivaaumentando na boca. O batimento do coração dela se igualava com o irregular pulsardele, e isso o preocupava.Sabia pouco de companheiros, e a última coisa que queria era sentir emoção verdadeira.Já era suficiente mal recordar como era amar e sentir remorso pelas coisas vis que haviafeito, ainda que sob compulsão de outro, mas tinha carregado tudo isso em sua mente ecoração e tinha tornado real outra vez. Onde antes estivera intumescido durante

centenas de anos, agora cada ato era terrível e brutal. A violação das mulheres, o ato dese alimentar de seus próprios filhos e apunhalar sua tia. A traição de todas e cada umadas pessoas que amava e pelas quais se preocupava. Tudo isso estava diante dele lheenchendo de aversão e desprezo.Sua alma era negra. As emoções vertiam sobre ele com as lembranças. Sua amada irmã.Tinha lutado para salvá-la, mas no final havia lhe traído. Suas tias... Tinha tentadoduramente salvá-las, mas Xavier havia controlado seu corpo e fora ele que cravara a facano peito de sua tia. Não podia respirar. Não podia encontrar ar para arrastar a seuspulmões.

Sua garganta parecia estar em carne viva e ele se estrangulou, fechando os olhos,tentando excluir a culpa e o horror de suas ações. Pouco importava que ele não tivessetido controle, o fato em si mesmo era uma culpa terrível. Ou que não tivesse sido obastante forte para parar Xavier. Lutar contra ele a cada centímetro do caminho nãotinha sido suficiente, e agora esta estranha, esta mulher, trazia todos esses detalheshorrorosos, vívidos e repugnantes a sua mente e marcava sua irredimível alma.— Razvan. — Sua voz era suave. Agradável. — Olhe-me.Ele não podia se mover. Não podia fitá-la. Não, não a ela. A ele mesmo. Amaldiçoou aresistência de seu corpo à morte. Como poderia encarar alguém depois dos crimesterríveis que havia cometido? A bílis subiu e ele se afogou nela. Um sabor amargo emetálico. Enxugou a face e sua mão manchou de sangue.Sentiu o cheiro dela, embora ela não fizesse barulho quando se aproximou. Tãosilenciosa como seus mortais lobos. Sacudiu a cabeça.— Permaneça longe. Não se aproxime muito.Porque a fome tornava-o selvagem, enquanto a culpa o deixava meio louco. Agora nãoera Xavier que temia. Era ele mesmo. Sabia o quê, inclusive o melhor que sua classepodia fazer quando estava morto de fome, e ele estava longe de ser o melhor. Era

amaldiçoado, maldito inclusive, ardiloso E... Faminto. Muito faminto.Ivory se arrastou para ele.— Precisa te alimentar. Alimento minha alcatéia frequentemente. É sinceramente depouca importância. Só tome o sangue de meu pulso.Podia vê-la entre os dedos agora, diante dele, com a preocupação estampada em seurosto, embora fosse o bastante esperta para recear. Não confiava nele. Estava ali emseus olhos. Uma unha se alongou afiada e ela alcançou seu pulso.Razvan lhe segurou a mão, a rajada de temor e adrenalina combinaram para lhe darforça quando realmente tinha pouca.

— Não! Não o farei. — O pensamento o adoecia. A oferta evocou uma visão de umaboca glutona rasgando um pequeno pulso. Estrangulou-se outra vez e virou-se paralonge dela. Como se diz a alguém que é amaldiçoado? Sacudiu a cabeça.— Tem que me levar à superfície e deixar que vá.— Por que não se alimenta? Talvez se me disser...Ele não contou. Mostrou. Ela tinha que ver e saber o monstro que havia levado a suaguarida. Apoderou-se de sua mente, fluindo nela, empurrando as lembranças em suacabeça, forçando-a a olhar quando rasgou o pequeno pulso de uma menina assustada

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enquanto ela rogava, permitindo ver à mãe de sua filha apodrecer enquanto ele gritava,lutava e chorava sangue, furioso com o monstro que o encarcerava. A fez olharenquanto traía sua irmã gêmea, Natalya, e quando cravou a faca no peito de um dragãotentando desesperadamente de ajudar sua filha a escapar.Ela empalideceu, mas não saiu de sua mente. Ele a sentiu se mover em seu interior,alerta, a seu modo natural, mas absorvendo suas lembranças. Lendo sua vida. E ele aalimentou, com centenas de anos com Xavier, observando-o torturar e matar. Xaviertinha utilizado seu corpo para cometer atos horrendos uma e outra vez, para se envolvercom mulheres psíquicas escolhidas, tomando posse dele lentamente, e então mais

tarde, usando-o como um boneco para cometer seus malvados atos. Ela deveria terretrocedido, deveria ter afundado o punho em seu peito e extraído seu coração alimesmo, mas permaneceu olhando tudo sem temor. Com calma. Sem mostrar nada deseus próprios pensamentos.Depois de um momento, ele foi consciente que estava chorando em seu interior, pelosanos de tortura e dor. Pela arrogância de um jovem que pensou que poderia derrotarsem ajuda, um inimigo que tinha evitado guerreiros e mentes mais velhas e experientesque a dele. Deu-se conta de que estava deitado com a cabeça em seu colo, que sua mãolhe acariciava o cabelo e que o sangue das lágrimas lhe manchavam suas coxas.

— Vê o que sou? — Ele perguntou. Era uma súplica. Tinha passado os últimos vinte anosplanejando fugir. Planejando permitir que o sol limpasse sua alma, para correr o risco navida depois da morte. Mas ali estava ela, a única mulher que podia lhe deter, e senegava a lhe deixar partir. Se ele tivesse força teria lutado para sair, mas não podia searriscar a feri-la, e com sua mente tão destroçada e seu corpo tão fraco, duvidava quepudesse alcançar a superfície sem uma batalha maior entre eles.— Vejo mais do que pensa. Esqueceste Razvan, que tive minhas próprias experiênciascom Xavier. — Os dedos lhe acariciaram o cabelo e começaram a fazer pequenoscírculos sobre as têmporas. — E você revelou muito mais de Xavier e seus feitiços, doque sabe.Ele não gostou da especulação em sua voz, mas nas mãos dela havia magia, mantendo aangústia de lado, junto com a dor física.— Não pode vencê-lo. Acredite-me. Tentei durante séculos e sempre falhei. — Deveriater se afastado dela, mas descobriu que não podia. As mãos dela induziam magia portodo seu corpo. Quanto tempo tinha passado desde que alguém o havia tocado com talgentileza?— Eu tampouco. — Ela respondeu. – Eu conhecia Rhiannon e seu companheiro. E

quando Xavier lançou um feitiço sobre mim e me arrastou ao fundo do bosque, contou-me seu plano para matar o companheiro dela e forçá-la a procriar com ele. Já tinha tudopronto. É obvio que acreditei que os Cárpatos o derrotariam; éramos muito fortes.Ela se deteve. Sua voz havia se tornado tranquila, mais baixa, quase um murmúrio.Sentia as suaves notas deslizando-se dentro dele, acariciando as dolorosas lembranças,empurrando-as para trás brandamente. Tudo a respeito de Ivory parecia suave, liso epacífico.— Ninguém derrota Xavier.Ela se inclinou sobre ele e lhe sussurrou na orelha.

— Porque ele tem ajuda. Sempre tem ajuda. Em cada lembrança que me mostrou, ummago menor encontrou primeiro a plataforma para o feitiço que lançou. Quando metomou, e logo mais tarde tomou o companheiro de Rhiannon e o assassinou, não foiXavier quem cometeu o assassinato verdadeiro, embora tenha ouvido que levou ocrédito. Foi Draven, o filho mais velho do Príncipe Vlad. Ele traiu nossa gente com Xavier.Ele entregou o companheiro de Rhiannon, morto, às mãos de Xavier.Razvan tentou se mover, mas seus membros estavam pesados. Sentia a mente divagarum pouco enquanto ela construía portas, depois as empurrava branda e lentamente

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para que fechassem e prendessem a dor e a culpa onde não pudesse alcançá-lo. De umaem uma, as lembranças de sua derrota e seus crimes foram bloqueadas lentamente atéque sua mente pôde aceitar, de longe, os séculos de fracasso, de tortura e de auto-repulsão. Sua voz era a coisa mais formosa que ele tinha ouvido e se concentrou nela.Nessa melodia suave e doce que pareceu levá-lo a algum lugar, muito longe dabrutalidade absoluta de sua existência.— Lembro de Draven. É uma lembrança antiga. Um homem assassino e traiçoeiro queenviava jovens mulheres magas para Xavier, em troca de sua informação. Desapareceuum dia e Xavier ficou furioso, lançando maldições vis em cima de Gregori Daratrazanoff 

semanas depois. Presumi que Gregori, finalmente tinha averiguado sua traição e haviaadministrado justiça. – Tentou abrir os olhos para fitá-la, mas suas pálpebras estavammuito pesadas e ele não quis incomodar os dedos calmantes. - Por que Draven mataria ocompanheiro de Rhiannon? — Ele se afogou um pouco com o nome de sua avó. Tinha aslembranças de seu pai sobre ela. A mulher de voz suave da qual Xavier tinha sealimentado até que seus filhos se tornassem grandes para tomar seu lugar.— Draven estava obcecado por mim. Eu não era sua verdadeira companheira, mas eleme desejava. Possuía a doença que alguns de nossos machos têm. Por estar na linha desucessão para ser o príncipe, acreditava que devia ter qualquer mulher que desejasse.

Meus irmãos se negaram quando eu disse que sabia que não era sua companheira.Quando foram para a batalha, o Príncipe Vlad me enviou à escola de Xavier. Creio quepara me manter longe de Draven.— Então Draven comprou Xavier com o corpo do companheiro de Rhiannon. — Razvanfez soar como uma declaração.Sua mente parecia em paz, vagando com a carícia dos dedos e a suave melodia de suavoz. Pouco importava se o assunto que estavam discutindo era aborrecido, sua mentepodia processá-lo sem temor ou culpa ou sem as emoções entristecedoras que setinham vertido sobre ele com o som de sua voz. Agora, sua mente aceitavasimplesmente e no momento estava em paz. Não queria que terminasse jamais.Imaginou que o momento devia ser próximo ao céu, um refúgio onde nada mau podiaacontecer, nem sequer em um breve ínterim.— Sim, mas Draven não contava com o fato de que tive dez guerreiros fortes quepassaram toda a vida me ensinando a lutar na batalha. Meus cinco irmãos e os irmãosDa Cruz. — Ivory esfregou mechas de cabelo entre os dedos e então se moveu, só o maisleve dos movimentos, virando-se para que a cabeça estivesse para cima, perto da dela.As pálpebras de Razvan revoaram. Abriu um pouco os olhos e a fitou. Ficou sem ar

fitando a mulher em sobre ele. A face era ainda a de um anjo, com a pele perfeita epura, mas agora podia ver as cicatrizes. Cicatrizes terríveis que começavam na gargantae percorriam seu corpo como se ela tivesse sido reconstruída com um arame de anzol.— Ele te fez isto? — soltou as palavras com assombro, sabendo que os Cárpatos nãotinham cicatrizes. Não geralmente, mas seu corpo estava coberto de linhas, desfiguradoem um conjunto de fragmentos de pele costurados juntos, quase ao azar.— Draven não gostou que uma mulher derrotasse o poderoso e valente príncipe, se seusplanos com Xavier tinham êxito. Não pôde resistir a se gabar, a me dizer como ia matar opróprio pai, porque nunca lhe ocorreu que eu podia lutar e derrotá-lo em batalha.

Estava furioso.Sua voz soou muito fraca, uma canção longínqua de paz e calor apesar do conto geladoque narrava. Ele se encontrou tentando como podia, que não poderia experimentar ohorror de suas palavras, a extensão da traição de Draven Dubrinsky não só a seu povomas também ao próprio pai. Xavier era o próprio diabo, um monstro incomparável, masDraven havia procurado deliberadamente uma aliança com ele.— Fui capturada por quatro vampiros quando voltava para minha gente. — ContinuouIvory mudando de posição outra vez, lhe embalando a cabeça.

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Seu corpo estava quente e suave e tão desinteressado contra o dele. Ela cheirava abosque, a terras virgens, profundas, verdes e secretas. Havia um toque de neve,longínquo e irresistível, uma princesa de gelo que não se rendia a ninguém, sequer seentregava a si mesma ou a ele. Era uma fantasia. Fazia muito que havia esquecido asfantasias e seus pensamentos rebeldes não encaixavam no meio dessa narração deacontecimentos tão traumáticos de sua vida. Tudo parecia um sonho, mas ele tinhadeixado de sonhar, sabendo que Xavier extraía informação de sua irmã quando elesonhava. Não tinha sido capaz de parar com eles e salvar Natalya de tal castigo. Sabiaque havia sido atacada por Xavier, mas por quatro vampiros? Quatro?

Lutou para se levantar tentando ir em ajuda a sua irmã.A voz monótona o apaziguou.— Não a Natalya, Caçador de Dragões. Os vampiros atacaram a mim. Xavier desejava amorte mais horrenda que podia imaginar para alguém como eu. Fez com que mecortassem a cabeça e então me cortaram em pedaços, depois me dispersaram atravésde um campo para que os lobos pudessem me comer. Deveriam ter incinerado meucoração. Não tinha o desejo de morrer. Não quando necessitava ver Draven e Xavierlonge desta terra.Por um momento o horror e a agonia do que ela tinha suportado estava em sua mente,

e na dele e então, antes que Razvan pudesse assimilar e processar o que ela havia lhecontado, desapareceu substituído uma vez mais pelo toque calmante dos dedos queacariciavam sua testa e sua voz sussurrante e sedutora.- Está muito faminto, Caçador de Dragões. Tem estado morto de fome durante muitotempo e mantido sem sua verdadeira força. Ofereço-te vida. Força. Uma oportunidadede se unir a mim para derrotar o próprio diabo. Só tem que tomar o que te é dadolivremente. Se, quando estiver com plena potência escolhe ir embora te tirarei daqui eserá livre de procurar seu próprio caminho.O pensamento de se afastar dela doeu em algum lugar de sua alma quebrada. Ela erasua companheira; uma vez encontrada, simplesmente não poderia abandoná-la. Massoube, franzindo o cenho, que havia uma razão pela qual ele não devia pronunciar aspalavras que os uniriam.Ela esfregou brandamente as linhas entre seus olhos. - Fique em paz. Está a salvo aqui.Ele sacudiu a cabeça. Um gesto difícil fazê-lo. Mais que tudo desejava o toque dos dedosmágicos e o calor de seu corpo depois de ter sentido frio durante tantos séculos. Haviavivido nas cavernas de gelo com tão pouco sangue para viver, com Xavier decidido aevitar que tivesse força, que havia esquecido tudo sobre calor ou bondade. Não queria

destruir a ilusão de alguém que se preocupava o bastante por ele, para lhe emprestarajuda sem nada em troca.Não era verdade, é obvio. Ele tinha aprendido essa lição dolorosa ao longo dos séculos.Não podia confiar em ninguém, muito menos nele mesmo, mas a ilusão podia sustentá-lo quando seu corpo faminto e sua mente destroçada não funcionavam maisapropriadamente.Ela se inclinou mais perto. O peito dela roçou seu rosto fazendo com que seu corpo seapertasse estranhamente em reação. - Ouça o batimento de meu coração. Combine seuritmo com o meu.

Ele podia ouvir o coração dela, constante como uma baliza. Um sinal para queencontrasse o caminho de casa.Ivory examinou sua face destroçada e seu coração se contraiu dolorosamente. Ela nãotinha sentido compaixão por outro em séculos. Tinha tomado cuidado de evitar asarmadilhas e perigos da emoção. Seus amados irmãos a tinham traído. Sua própriafamília. Nunca esqueceria como lhes tinha procurado, arrastando-se fora da terra, com acarne apenas intacta, lutando cada polegada do caminho de volta para casa, só para

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descobrir que os séculos haviam se passado e seus irmãos haviam se unido aos que atinham cortado em pequenos pedaços e a tinham deixado para os lobos famintos.Ao ouvir Razvan confessar a traição a sua própria irmã e tias, de sua filha, pensou em lheajudar a encontrar a alvorada, mesmo significando condenar-se. Mas uma vez dentro desua mente, se deu conta de tudo o que ele fez durante os séculos de luta, para protegertodos ao seu redor de um monstro. E ele tinha resistido apesar da tortura, da fome.Apesar de tudo o que ela jamais poderia imaginar.De alguma maneira se assustava ao pensar como seriam sua vontade e determinaçãoquando tivesse toda sua força. Nunca, nem uma vez durante o tempo que Xavier deixou-

o cativo, ele teve toda sua força. Era jovem quando Xavier o pegou, e mesmo então,como um mero menino havia protegido sua irmã. Não se considerava bom com feitiços,sua irmã era de longe uma maga bem melhor, mas ele era um macho Cárpato por todaparte. Forte, protetor e impávido na luta, sem importar quão fraco estivesse.- Ouça o sangue correndo por minhas veias. Flui como a maré, como a seiva nas árvores.O néctar da vida fluindo para você. Pode sentir o cheiro? Sente seu corpo gritando pelavida? Ela traçou uma linha através do seio, uma de muitas linhas, mas desta saiu um pouco debrilhante sangue vermelho. Mudando de posição outra vez, apertou-lhe a boca contra

ela. Houve um batimento do coração. Dois. Tudo nela se imobilizou. Veri olen elid. Osangue é a vida. Saasz hän ku andam szabadon. Tome o que ofereço livremente. Elecolocou cada grama de compulsão que possuía, em seu suave pedido.Sentiu-o se revolver. A língua lambeu o corte cru e o ventre se apertou. Os dentescravaram profundamente. Uma mordida. Uma ardente dor que deu passo a uma rajadade calor.Acariciou-lhe o cabelo e começou a cantar o Cântico de cura Cárpato. Sua voz subiu,suave e melodiosa, enchendo a câmara com o presente rico da canção.- Kunasz, nélkül sivdobbanás, nélkül fesztelen löyly. — Deita como se dormisse, sem osbatimento de coração, sem fôlego.- Ot élidamet andam szabadon élidadé. — Ofereço livremente minha vida por sua vida.O jelä sielam jorem ot ainamet és soe ot élidadet. — Meu espírito de luz esquece meucorpo e entra no teu.- O jelä sielam pukta kinn minden szelemeket belso. — Meu espírito de luz põe a corrertodos os espíritos sombrios de seu interior.- Pajnak o susu hanyet és o nyelv nyálamet sielametsívadabat. — Pressiono a terra denossa pátria e a saliva de minha língua em seu coração.

- Vii, o verim soe o verid andam. — No final dou-te meu sangue, por seu sangue.Cansada, Ivory fechou os olhos. Não se atreveu a dar mais sangue do que podia. Umasessão curativa e uma alimentação não seriam suficientes. Uma semana, um mês... Otempo não importava, mas o curaria. Por ora havia feito tudo o que podia fazer.- Encontre a paz, Caçador de Dragões.Pressionando a mão sobre sua boca sussurrou-lhe que parasse antes de colocá-lo nacamada profunda e rica de sua cama. Chamou sua alcatéia e fez gestos para quetomassem seus lugares ao redor de seu companheiro, reclamando ou não, e se apertouperto dele antes de permitir que a terra negra os inundasse. Os amparos ao redor da

câmara eram os mais fortes que conhecia.Capítulo 3

Capítulo 3

A procura para Razvan havia sido intensa durante as três semanas passadas. Ivory seabaixou sob a costa nevada, levantando-se somente o suficiente para estudar o bosque.

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Não podia ver nada, mas o vento havia mudado o bastante para lhe trazer o aroma desangue e morte. Junto com o aroma veio o soluço suave de uma criança.Havia tomado cuidado em se alimentar longe de sua guarida, tão logo suas viagens alevaram mais perto do mundo Cárpato onde Mikhail Dubrinsky, o príncipe do povoCárpato e seu guardião legendário, Gregori, tinham suas casas. Parecia ter muitos maisCárpatos que a última vez que havia estado por perto. Isso queria dizer, que quandocaçava em busca de bastante alimento para alimentar sua alcatéia, tinha que evitar nãosó vampiros, Xavier e seus serventes, mas também os caçadores.Sabia que os vampiros e Xavier procuravam Razvan. Tinham visitado a cabana onde ela

havia se alimentado do humano no bosque, mas por sorte, o humano havia ido emborahá muito tempo. O mau cheiro do vampiro permaneceu na cabana, e felizmente osvampiros não puderam rastreá-la. Encontraram o lugar onde Razvan tinha caído. Osrastros rodeavam a área e o fedor asqueroso de vampiro irradiou do lugar centraldurante dias antes que se movessem.Tinha-se assegurado de que nem ela nem a alcatéia pisassem no chão perto de suaguarida depois disso. Recorreu visitar o povoado para trazer sangue rico para alimentarRazvan, apenas lhe despertando, curando-o cada noite e mantendo sua mente livre dasimagens dolorosas e as lembranças que obcecavam e atormentavam-no. Se depois que

recuperasse toda a força e estivesse completamente curado escolhesse encontrar aalvorada, ela prometeu a si mesma que não o deteria uma segunda vez. Mas noite apósnoite, lhe sustentando nos seus braços e cantando o canto curativo, com seu sanguefluindo nele, soube que seria difícil deixá-lo ir. Embora o fizesse. Deixaria-lhe livre, semculpa, porque salvá-lo havia sido sua escolha. Ficar para ajudá-la a derrotar o Xaviertinha que ser a dele.O grito da criança atraiu sua atenção de volta ao bosque abaixo dela. Por que um adultonão tinha respondido a essa chamada de dor? Que tipo de pais deixaria um jovem aosperigos de um bosque nevado, à noite? Nem sequer os aldeãos o atravessavam.Penduravam alho e cruzes sobre as janelas e portas, acreditando nos rumorespersistentes de que os não mortos caminhavam à noite.Ela sentou-se sobre os calcanhares. Encolheu-se. Não havia criança. Nem sequer tinhasustentado um bebê, uma só vez em todo seu ciclo de vida. Não podia recordar terinteragido com crianças quando era mais jovem. Antes, no passado. Se uma criança avisse em sua forma verdadeira, especialmente uma criança Cárpato acostumado àperfeição da forma, fugiria dela.Tocou o pescoço. Nesta forma, nunca daria a um vampiro a satisfação de ver as

cicatrizes. Os vampiros e Xavier haviam feito seu pior trabalho com ela, mas elapermanecia impecável, intocável, sem marcas de sua brutalidade. Sem nada mais, dava-lhe um empurrão psicológico saber que estavam tão surpresos por sua bonita aparência.A voz da criança se elevou e Ivory sacudiu-se. Ia ter que verificar pelo menos se nãoestava ferida, mas isso significava se expor quando estava segura de que havia vampirose caçadores na vizinhança. Respirou fundo e deu de ombros, deixando que a alcatéia seunisse a sua pele em forma de tatuagens. Eles vigiariam suas costas, e poderiam extrairmais informação do vento que ela. Com seis pares de inteligentes olhos e seis narizesreunindo cada detalhe ao redor deles, se sentia mais segura.

- Vamos fazer isto. E quando encontrarmos o menino, nada de assustá-lo. O levaremosde volta para sua mãe e tudo se acabará.A alcatéia não parecia mais entusiasmada que ela. Não lhes deixara correr livres duranteum tempo, sabendo que os vampiros frequentemente procuravam alcatéias de lobos,esperando encontrar evidência para rastreá-los de volta a sua guarida. Pronto, seassegurou.Dissolveu-se em névoa e passou como um raio sobre a neve, permanecendo baixo sobreo solo dando aos lobos a oportunidade de captar todos os aromas.

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Nauseantes. Humanos. Cárpatos. Sangue. Morto ambulante.Ivory processou a informação e as direções tão rapidamente como os lobos aalimentavam. Nauseantes era o nome dos lobos para os vampiros. Mas os mortosambulantes eram marionetes, humanos não psíquicos entregues ao sangue do vampiroe à promessa de imortalidade. Os vampiros frequentemente os utilizavam para atacardurante o dia. Eram tão vis como os vampiros.Moveu-se ainda mais rápido, de repente atemorizada pela criança. Por um momento,abaixo dela, vislumbrou um homem correndo pela neve, e então desapareceu entre asárvores. O pai do menino? Se esse era o caso, chegava um pouco tarde.

Localizou o pequeno menino, magro, com um abundante cabelo escuro que alcançavaos ombros, lutando contra o tipo de armadilhas que colocavam para apanhar os lobosselvagens. Seu coração decaiu. Outra armadilha. Não era o bastante tola para acreditarque o menino havia caminhado entre a massa de armadilhas por escolha própria. Haviasido retirado à força de algum lugar. Ela sabia pelo aroma de morte e sangue, e colocadoali como uma cabra ao sacrifício, os finos arames lhe cortavam as mãos e tornozelos.Havia um ao redor de seu pescoço. Ele estava chorando, mas se mantinha em péestoicamente, negando-se a lutar e piorar os cortes já profundos.Não acreditava que esta criança havia sido colocada ali como isca para ela, mais

provável que fosse para Razvan. Ele tinha uma filha e havia dado sua alma, ou pelomenos um pedaço dela, para salvá-la. Xavier saberia que ele arriscaria tudo para salvaruma criança. Ela estava pronta para a luta, mas não podia deixar a criança. Os vampirosestavam esperando um Razvan morto de fome, doente e torturado e não à assassina, ocastigo de todos os não mortos.Mudou forma perto do menino, notando que ele não pulava nem gritava assustado, oque significou que havia visto um Cárpato antes e que lhe tinham permitido reter suaslembranças.— É uma armadilha. — Ele articulou olhando atentamente as tatuagens de lobo com osdentes a descobertos e olhos que pareciam vivos, que cobriam os ombros e as armasenquanto ela se inclinava para colocar com jeito o arco na neve e retirar um jogo deadagas.Ela assentiu sua compreensão.— Continue chorando. — Ela sussurrou enquanto cortava o pulso esquerdo liberando-o.Era valente por parte do menino tentar adverti-la, quando devia ter estado aterrorizado.O menino não perdeu o ritmo, mantendo um vívido gemido enquanto ela cortava esoltava o arame do pescoço e o tirava cuidadosamente. Acariciou com as pontas dos

dedos o fino colar de sangue que lhe rodeava o pescoço. Os dedos se arrastaram até seupróprio pescoço, revoando ali por um momento quando se lembrou da mordida dalâmina afiada.O menino não podia ter mais que oito ou nove anos, com o rosto fino e alongado e olhosinteligentes. Estava fitando-a com cuidado, estudando-a de perto enquanto ela seestirava através dele para cortar o arame da outra mão.- Atrás de você.O alfa lhe deu a advertência e ela sentiu o grande lobo movendo-se em preparação parao ataque. A cabeça de Rajá estava em seu pescoço, com os olhos olhando diretamente

às costas. Mesmo girando ligeiramente a cabeça, o movimento fez o menino ofegar.Ivory empurrou as adagas nas mãos do menino e ela estendeu os braços longe do corpo,dobrando os joelhos até que ficou agachada, deixando cair lentamente o braço direitopara alcançar o arco.Os olhos do menino se abriram em alarme e temor quando olhou sobre seu ombro e viuo homem grande que se aproximava por trás dela, segurando uma tocha nas mãos. Aface do lenhador mostrava um olhar vazio, de uma estranha cor vermelha e ele

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arrastava os pés. Levantou a tocha por cima da cabeça de Ivory, ainda a vários metros. Omenino abriu a boca para gritar uma advertência, mas nenhum som surgiu.Ivory sentiu o repentino puxão doloroso que sempre acompanhava à separação daalcatéia, de seu corpo, quando os lobos selvagens saltaram completamente silenciososenquanto faziam seu ataque concentrado, com a comunicação somente em suasmentes. Os dedos de Ivory se fecharam sobre o arco e o segurou, piscando um olho aomenino para tranquilizá-lo enquanto separando-se dele, deu um salto mortal elevantou-se sobre um joelho, com o arco apontado para seu atacante. O menino olhavaboquiaberto para os seis lobos prateados. Estava mais assombrado pela visão deles, que

pelo atacante desalmado.Os lobos conduziram o ghoul para trás e seguraram-lhe com os dentes por cada braço. Oalfa foi para a garganta enquanto os outros lobos agarravam as pernas e o retinham. Asmarionetes do vampiro eram muito fortes e programados por seus professor s para umatarefa, poucas coisas podiam detê-los, uma vez que ficavam em marcha. Os loboslutaram violentamente com ele, mas pouco se podia fazer, que mantê-lo no chão sob amassa prateada que se retorcia.Ivory sentia a onda de poder rangendo no ar e rolou mais perto do menino.— Se apresse. Estamos a ponto de ter alguma companhia muito desagradável. — Ela

manteve seu corpo entre o menino e o ghoul que grunhia e se retorcia, e o que fosseque vinha para eles.Um homem irrompeu das árvores, correndo rapidamente.— Travis! Trav! Você está bem? — Ele patinou até parar, divisando o ghoul, os lobos e àmulher que lhe apontava com um arco diretamente ao seu coração, de aspecto muitomortal.— Gary! É Gary! — Gritou o menino, com sua voz explodindo de alívio.— Permaneça longe dos lobos. — Advertiu Ivory. Suas vísceras se apertaram. Agoratinha dois humanos para proteger. O outro tampouco parecia surpreso com o ghoul enem por sua aparência, como se uma caçadora feminina, uma alcatéia de lobos e umassassino sem inteligência fossem comuns. Ela sabia pouco a respeito da políticaCárpata, e não queria saber mais. Era uma assassina. E um vampiro estava perto.Um dos lobos grunhiu, e pela extremidade do olho ela captou um movimento quando oghoul lançou longe uma das fêmeas menores. O corpo caiu quase aos pés do homemchamado Gary. Ele saltou para trás, observando-a cautelosamente.— Tem um vampiro descendo sobre você. — Indicou Ivory — Mova-se ou morra.Por cima da cabeça de Gary, no redemoinho de flocos de neve e névoa, ela podia ver o

contorno da forma horripilante de um vampiro. O poder irradiava dele e o batimento deseu coração aumentou. Não era um vampiro novo; tinha lutado muito contra eles, parasaber.Gary se jogou para o menino, aterrissando de barriga para baixo e arrastando-se o restodo caminho. Travis se afundou na neve numa tentativa de cortar os arames dostornozelos.O vampiro golpeou os lobos, levantando a mão para chamar o relâmpago, empurrandoum raio ardente para a alcatéia, indiferente ao fato de que o monstro que ele haviacriado estivesse no caminho da destruição. Ela golpeou o raio com outro, conduzindo à

crepitante e rangente energia para longe dos corpos que se retorciam. Uma árvoreexplodiu atrás dos lobos e as lascas e os escombros caíram sobre o ghoul e a alcatéia. Oslobos saltaram para trás, rolando a marionete, sem dar atenção ao vampiro, deixando-opara Ivory.Gary rolou para terminar de liberar o menino, protegendo o pequeno corpo com opróprio enquanto Ivory disparava uma de suas pequenas flechas no peito do vampiro.Golpeou-o bem abaixo do coração, e então ele virou a cabeça, dignando-se a fitá-la pelaprimeira vez.

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Ivory ficou sem respiração. Um pequeno som escapou de seus lábios. Aturdida, só podiabalbuciar. Nada coerente saía dela.Gary a olhou rapidamente, e ao vampiro quando a criatura baixou lentamente ao chão.A caricatura era de um homem que provavelmente havia sido bonito uma vez. Era bemformado, com ombros largos e um cabelo comprido que uma vez havia sido grosso eespesso, mas agora obviamente, o vampiro não se incomodava em ocultar sua perversaaparência. A pele estava esticada apertadamente sobre o crânio e seus dentes erampontiagudos. Não só parecia forte, mas também o poder que irradiava dele pendia noar. Os olhos resplandecentes estavam centrados na caçadora feminina, mas parecia

quase tão surpreso como ela.— Sergey... — Sussurrou Ivory.O vampiro pulou visivelmente ante o som da voz pura e doce. Ficou um longo momentoem silêncio, com seus olhos mudando sutilmente. Em um piscar de olhos seus dentesnão eram mais longos, pontiagudos e manchados, mas brancos e retos. A face estavamais cheia e os olhos se tornaram escuros. O ghoul se moveu e o vampiro simplesmenteestendeu uma mão para ele congelando-o onde estava. Nem sequer os lobos semoveram; eram estátuas, olhando atentamente à mulher e o vampiro, enquanto elesobservavam um ao outro.

— Ivory? — A voz arranhou. Ele pigarreou — Ivory? — Ele repetiu e desta vez o tom foiformoso. Agradável. Carinhoso. As mãos subiram para apalpar o mastro da flecha onde osangue negro gotejava do peito — Está viva.As mãos de Ivory tremeram e ela respirou. Reteve e logo soltou o ar em um suspirolongo, como se lutasse por respirar. Seu olhar caiu na flecha do corpo do vampiro. Osangue gotejava lentamente por sua camisa e espalhava ao redor da abertura doferimento.—Sim. – Ela sussurrou. - Estou viva e minha alma está intacta. Como é que você, meuamado irmão, se uniu às filas dos perversos que destruíram sua irmã? Responda-me. — Cada palavra foi arrancada dolorosamente de seu coração, lhe apertando a garganta,ameaçando estrangulá-la com uma dor crua e um sentido terrível da traição.A garganta de Ivory estava cheia com lágrimas. Duvidava que pudesse proferir outrapalavra sem explodir em soluços. Negou-se a afastar o olhar do vampiro, nem por ummomento, embora fosse muito mais difícil pensar nele como um inimigo quando suaforma lhe era tão querida e familiar. Desejava lançar-se no consolo de seus braços edescansar a cabeça contra seu ombro, chorando pelo passado perdido.Procurou o atalho que seria melhor usar para advertir o humano. - Pegue o menino e

saia daqui. Vá embora deste lugar. Não estou segura de poder derrotar a este embatalha. Sergey. Ele havia sido um combatente genial. Poucos podiam ser comparados a ele.Agora possuía séculos de batalhas com os melhores caçadores Cárpatos, para nãomencionar os vampiros que tinha derrotado para acrescentar a sua experiência. Tentounão ver a matreira e ardilosa inteligência nas profundezas de seus olhos. Não queriaacreditar na sua primeira visão dele. Havia evitado seus irmãos uma vez que confirmouos rumores cochichados.Gary pegou Travis pela parte superior do braço e começou a se mover lentamente de

volta ao bosque. A cabeça do vampiro girou lentamente para eles, e por um momento, acor escura e suave flamejou a vermelho e brilhou neles como um animal feroz.— Não olhe para eles, Sergey. — Disse Ivory abruptamente. — Ou devo te chamar hänku vie elidet . Vampiro, o ladrão da vida.O olhar do vampiro voltou com selvageria para ela e pareceu triste.— É minha amada irmã...— Não me chame de amada, quando me traiu. E está aliado àqueles que me roubaram avida.

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— Foi administrado justiça.— Verdade? — Ela estava em pé, alta e reta. A lua brilhava sobre seu cabelo negroazulado. — Não pode me mentir, Sergey. Outros possivelmente acreditem em você, mascacei vampiros durante muitos séculos e conheço os que me levaram a pradaria denosso pai, cortaram meu corpo em pedaços e os deixaram para os lobos. Sei que estãovivos, então não me conte belas mentiras.— Fizeram-lhe realmente isso, Gary? — O menino soou temeroso com seu fortesussurro.Ela vislumbrou o homem que sustentava o menino perto, tentando tranqüilizá-lo. Cada

vez que se moviam, o ghoul dava um passo com eles em um macabro baile de morte.Cada vez que o ghoul mudava de posição, os lobos o rodeavam e se lançavam para ele,com os dentes nus.— Deixe-nos, Sergey. - Disse Ivory. - E leve seu kuly contigo.— O que é kuly? — Perguntou Travis.Ela virou a cabeça para o menino, mas manteve o olhar no vampiro.— É um verme que vive nas vísceras. Um demônio que possui e devora almas. Assimrealmente, isso é o que Sergey é, já que possui a alma desse verme. — Com o queixo, elaindicou o ghoul.

— Preciso de uma arma. — Silvou Gary para ela.Ivory suspirou. Que homem entraria no bosque perseguindo um ghoul que carregavauma criança sem uma arma? Pelo menos não estava histérico, e isso era uma vantagemquando necessitava de cada grama de concentração que podia ter. Em todo caso, nãohavia necessidade de cochichar; qualquer vampiro, ainda mais um professor vampiro,tinha uma excelente audição.— Esqueceu suas maneiras, Ivory. — Repreendeu Sergey, parecendo mais dolorido quenunca. Arrancou a flecha do corpo, olhou-a desintegrar-se na palma da mão e deixoucair os pedacinhos de metal na neve — Sua flecha quase me perfurou o coração.Ivory marcou onde caíram os pedaços.— Se ainda tivesse coração, os que profanaram meu corpo teriam sido levados a justiça.Em vez disso, atormenta uma criança com sua patética marionete. Pegue seu servente evá embora, Sergey. Não quer lutar contra mim.Ele sorriu. Um perverso som que se elevou até que pareceu encher os céus ao redordeles. As árvores tremeram sacudindo a neve de seus galhos de tal maneira, que oscristais de gelo foram lançados ao ar. O vampiro levantou a cabeça e tossiu com força.Quando as escamas geladas se endureceram e mudaram de forma, chovendo, Ivory

estendeu a mão e a neve se converteu em névoa, uma grande rajada de vento soproude volta à face de Sergey.Ele tossiu outra vez e se afogou, estrangulou-se, cobrindo a boca com a mão. Atrás desua mão, ela pôde visionar uma pequena linha de sangue e logo gotas carmesinsmancharam a neve debaixo dele. Ele tossiu e orvalhou mais sangue. Por cima da mão, osolhos resplandeceram vermelhos e ela ouviu que o menino dava um grito estranguladoe assustado.- Mantenha o rosto dele contra seu peito, Gary. Ele pôs seus parasitas na neve e podemser mortais. Não pode permitir que o menino os inale.

Sergey cuspiu na neve, manchando o pó branco antigo com diminutas criaturas que semeneavam parecidas com vermes.— Estou perdendo a paciência, Ivory. Deve se unir comigo agora.Sentiu que o corpo respondia a doce compulsão de sua voz. Fechou os dedos com forçano arco.— Acredita que ainda sou a jovem que viu pela última vez? Não respondo à compulsão.Ele abriu os braços.

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— Venha a mim, irmã. Você pertence a nós. Lutamos contra o príncipe… Por você. Pelacovardia do pai dele e pela enfermidade de sua linhagem. Nada do que ocorreu a vocêdeveria ter acontecido. Ele te enviou longe, sabendo que era perigoso para você, contraos desejos de seus irmãos. Lutaria por seu filho? Uniria ao irmão do homem que pôs emmarcha uma guerra?Ele estava manobrando o corpo para se aproximar mais? Não podia saber. Ele balançavao corpo enquanto falava e ela não podia dizer se estava usando isso para adiantar-sepolegada a polegada. Não com a neve formando redemoinhos ao redor de sua cabeça.Cada vez que o ghoul se movia, os lobos reagiam, mas sua atenção estava centrada na

marionete, deixando o professor a ela. Sua visão pareceu um pouco nebulosa. Ou Talvezfosse sua mente. Quando ele falava, sua voz evocava imagens que ela mantinhaenterradas profundamente para evitar a loucura. Não podia se distanciar e recordar omomento quando tudo ficou perdido e Draven a entregara aos vampiros, com umsorriso afetado o rosto. Havia lhe segurado o rosto entre as mãos e a tinha beijado. Elatinha tido a satisfação de lhe morder com força, quase lhe arrancando seu lábio.Recebeu um murro o bastante forte para fazê-la perder a concentração, como pareciaestar fazendo agora.- Irmã! - Rajá a chamou com brutalidade.

- Irmã! Irmã! - O resto da alcatéia o acompanhou.Ayame levantou o focinho ao céu e uivou e o som penetrou no cérebro de Ivory. Elapiscou. As manchas de sangue na neve já não estavam ali, ou se estavam, ela não aspodia vê-las porque o não morto deslizara para frente escassas polegadas. Podia sentir oarco na mão, ainda apontando frouxamente para seu irmão. Suas mãos tremiam. Tinhalutado contra um professor vampiro uma ou duas vezes nos anos anteriores e mal tinhaescapado com vida.Sabia que Sergey havia sido considerado um dos melhores caçadores Cárpatos muitotempo antes de se converter.— Retroceda. — Ela ordenou. – Você não quer fazer isto.— Minha paciência está acabando. — Sergey estalou os dedos. — Este menino é oprincípio. Teremos aos outros logo e se unirão a nós ou morrerão. Uma vez que aesperança se vá teremos poucos problemas para eliminar os Cárpatos. Você pertence anós. Venha aqui com seu irmão e se alimente. Ofereço tudo a você.Ela notou que ele mal podia sustentar o tom agradável, outra indicação do quão longeele havia ido. Muitos anos como vampiro tinham lhe reivindicado as lembranças dos diasmelhores. A putrefação lenta tinha reclamado inclusive a lembrança do que tinha sido o

amor e o a família significava. Ela havia ficado sem tempo, esperando que ao lheentreter os caçadores Cárpatos sentiriam o poder sombrio tão perto de seu reino. E se omenino era realmente parte do mundo Cárpato, onde estavam seus guardiões?— Meu coração e corpo morreram há muito Sergey, e agora você me oferece tãograciosamente a morte de minha alma. Escolho permanecer fiel aos ensinamentos demeus irmãos.— Estávamos errados ao seguir o príncipe. Ele era indigno. Permitiu que seu filhodestruísse tudo o que nos era querido. — Ele estendeu a mão para ela outra vez,fazendo gestos com os dedos. - Maxim habita a terra das sombras. Kirja também. Ambos

mortos por perversos caçadores Cárpatos, os traidores de sua própria gente. Ruslan eVadim precisam ver sua amada, sisar. Irmã.O coração de Ivory se contraiu. O puxão do passado era forte. Lutou contra aslembranças e a compulsão sacudindo a cabeça para rechaçar a isca. Não mudou deposição enquanto elevava o olhar inocentemente ao seu amado irmão. O dedo apertouo gatilho do arco, soltando a flecha. Logo atirou o arco ao macho humano e correu paraSergey, golpeando com as flechas uma linha reta por seu peito.

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Foi um ato de desespero atacar um professor vampiro, mas não podia esperar seuataque! - Vai embora! Pegue o menino e corra. Meus lobos rechaçarão o ghoul para tedar uma oportunidade. – Ela esperava que Gary compreendesse que sua chance erapequena, e não a esbanjasse. Sua máxima prioridade tinha que ser a vida do menino,especialmente quando Sergey tinha admitido que planejava converter ou matar acriança.Não olhou para ver se Gary obedecia; todo seu ser estava concentrado em Sergey. Asflechas evitariam que ele mudasse de forma, mas então, ele não parecia que tivessealguma intenção de mudar. Esperava-a com um meio sorriso afetado no rosto.

O ghoul se moveu bruscamente e correu para frente. Os lobos saltaram e ele tentouesmagar seus corpos juntos quando rasgaram a carne morta.Gary pegou Travis como uma bola de futebol americana e o colocou sob um braçoenquanto pegava o arco com a outra e corria de volta ao refúgio das árvores,ziguezagueando para apresentar um objetivo mais difícil.O relâmpago golpeou a terra vindo do céu, em golpe após golpe, enquanto o vampiro seesforçava para detê-lo, lhe forçando a cair várias vezes na neve. Todo o tempo Sergey semanteve firme. Seus os olhos eram buracos resplandecentes, abrasadores e desumanos,que fitavam Ivory enquanto esta se apressava para ele, com a espada erguida.

No último momento, antes que a ponta da espada pudesse afundar em sua carne, ele semoveu tão rapidamente que foi apenas um rabisco, lhe arranhando a face com aspontiagudas garras venenosas, lhe furando a pele. Ela se moveu para ele, dando umsalto mortal no tranqüilizante pó gelado, subindo um joelho atrás dele e lançando umaestrela bem mais mortal em sua nuca. Acertou quando ele girou para encará-la, e comum golpe de sorte, as pontas que giravam atingiram o lado do pescoço, lhe cortando a

 jugular.O sangue negro espalhou-se pela neve e todas as pretensões de cortesia e de carinhoentre irmãos se desvaneceram em um instante. Sergey atirou para trás sua cabeça euivou. O som foi intolerável, uma onda de energia que explodiu tudo ao seu alcance,golpeou-a nas costas e fez os lobos choramingar.Ivory aterrissou de costas. O ar escapou com rapidez de seus pulmões, deixando-aofegante. Automaticamente rolou várias vezes, salvando a vida. As descargas dorelâmpago golpearam o chão onde ela havia estado e a seguiram através da neve,deixando grandes buracos abertos e vermelho vivo, onde aterrissava cada golpe.Ficou em pé a curta distância, rabiscando seu corpo e enviando cópias de sua formacontra o vampiro de todas as direções, entrando correndo e golpeando com a espada

em seu peito. Antes de poder retorcer o punho ou retirá-lo, ele afundou os dentes emseu ombro segurando-a com força. Com a boca ao redor do osso magro e o destroçou.Ela gritou quando a dor explodiu, irradiando para fora. Sua carne ardia por causa doácido do sangue dele que se vertia sobre ela.— Hum, sisar. Irmã. Você é deliciosa. — Sussurrou ele, com um sorriso afetado edepreciativo em sua voz. — Não saboreio sangue Cárpato em muito tempo. Talvez amantenha para mim, em vez de compartilhar seu delicioso sabor com meus irmãos.Ivory lhe arranhou a face, tentando obter a suficiente alavanca para se liberar. Não seatrevia a afastar os lobos do ghoul, por temor que o menino não fugisse. Levantou o

 joelho para o meio das pernas de Sergey e o salto da bota lhe arranhou a perna, para olado do joelho. Ele aprofundou a mordida, rompendo a carne como se tratasse deconsumi-la.Ela lutou para permanecer consciente apesar da dor. Levou as duas mãos para trás egolpeou com os punhos aos dois lados da mandíbula dele, acertando o osso. Ele abriu aboca em um grito e levantou a cabeça.Gary disparou a arco acertando o vampiro no olho direito.

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- O menino? - Ivory ofegou enquanto se deixava cair no chão. O sangue bombeava deseu ombro destroçado. Dissolveu-se quando Sergey estirou-se para ela. As garrasatravessaram o névoa. Gotas de sangue a seguiram através da neve enquanto ela seafastava de Sergey como um raio.Gary deu um passo para trás quando o vampiro grunhiu e se voltou para fitá-lo, com umolho resplandecente.— Eu o enviei para a aldeia. Não podia te deixar para trás.— Desejará não ter nascido. — Prometeu Sergey e se estirou para tirar a flecha do olho.O sangue negro emanava por sua face. O vampiro não se incomodou em enxaguá-lo; em

seu lugar despiu os selvagens dentes ao humano.Ivory se materializou sobre o ghoul e cortou-lhe o pescoço com um golpe duro, enviandoa cabeça ricocheteando obscenamente através da costa. Os lobos seguraram o corpo nochão, lhe sustentando ali enquanto ela reunia energia do céu.- Movam-se! - Ela já tinha lançado o raio na criatura desalmada golpeando justo quandoos lobos saltaram para trás, em um movimento que haviam aperfeiçoado inúmerasvezes.Chamas vermelho-alaranjadas erupcionaram e se tornaram negras. Um horrível maucheiro encheu o ar quando a carcaça queimou. Ivory chutou a cabeça às chamas e

encarou o vampiro sobre a fumaça fétida que se elevava. Respirava agitadamente e seucorpo estava coberto por seu sangue e pelo dele. Rastros de carne enegrecida saiam deseu ombro e desciam pelo braço, mas encarou-o firmemente, com uma sobrancelhaelevada.— Está com um mau aspecto, irmão. — Ela comentou. — Deve estar envelhecendo e tedebilitando para permitir que um humano se aproxime sigilosamente desse modo.Enquanto falava, ela ia rodeando-o para pôr seu corpo entre Sergey e o macho humano.O homem havia arriscado sua vida por ela e ainda estava ali, esperando para fazer outrodisparo, quando tinha que saber que um arco não ia eliminar um professor vampiro. Elararamente havia tido entendimentos com humanos, mas tinha que admirar sua valentia,embora temesse por sua vida.— Um dos meus por um dos teus, irmãzinha. — Silvou Sergey, com seu corpo semovendo de repente com velocidade imprecisa.Ainda com seu metal especial recoberto nele, ela mal pôde seguir o rastro, o professorvampiro se moveu muito rapidamente. Viu-lhe pegar o pequeno Farkas e golpear ocorpo do lobo contra o joelho. Houve um audível rangido e o animal gemeu.Vangloriando-se, Sergey atirou o lobo longe dele para o que o corpo golpeasse sobre

uma rocha nevada onde o animal ficou destroçado e ofegando de dor.As flechas metálicas caíram ao chão em pedaços. O corpo do vampiro já estava seregenerando, enquanto o dela se debilitava pela perda de sangue. Não se atrevia afechar os ferimentos e tirar os parasitas de dentro dela onde pudessem se firmar. Porum momento, só encarou seu irmão, tentando decidir à melhor maneira de atrair àsorte para seu lado. Era a única oportunidade possível que tinha de derrotar o vampiro.O ar ao redor deles carregou de eletricidade e lhe arrepiou o pêlo da nuca. Sentiu acompreensão nos pulmões e pensou que era o não morto atacando, mas ele retrocediadando um olhar cauteloso à esquerda e direita e logo acima ao céu.

— Em outra vez, Ivory.Sergey levantou as mãos e o chão erupcionou em violenta agitação, elevando tanto aGary como a Ivory. Gary caiu de cabeça e Ivory saltou para tentar cobri-lo contraqualquer última agressão de Sergey. A neve explodiu no ar em forma de ciclonedeixando tudo branco. Ela sentiu o impacto em seu lado esquerdo golpeando-a eatirando-a sobre o macho. O golpe teria matado um humano; era como se ela sentisseseus ossos se romper sob a força.

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Ivory rolou e se balançou para trás permitindo que o impulso a pusesse meio em pé eabaixada ignorando as ondas de dor que lhe percorriam o corpo. Girou em círculo.Sergey havia desaparecido. Só havia silêncio, quebrado somente por sua respiraçãopesada e ofegante. Ivory se abaixou. Sua força a abandonava em rajadas.Sobre as mãos e joelhos, ela se arrastou para Farkas enquanto os outros lobos osrodeavam. Ivory pegou o lobo nos braços, julgando quanto tempo tinha para curá-lo.Estava definitivamente débil e precisava de sangue.Gary se empurrou ficando de pé.— Está bem?

— Sim. Obrigada. — Saiu mais forçado do que queria. — Como o ghoul conseguiu essemenino? Por que não o manteve a salvo? — Ela lançou-lhe um rápido olhar dereprimenda. Sua mão acariciava brandamente as costas de seu lobo, encontrando asinterrupções na espinha dorsal.— É o filho adotivo de Sara e Falcon, e embora psíquico, é humano. Durante o dia osmeninos vão à escola e tomam parte nas atividades regulares que têm as outras criançasna aldeia. Falcon e Sara têm guardiões no lugar. Estive com vários deles na escola, masTravis tinha ido assistir um espetáculo com uma mulher que nos ajuda. Não tínhamos amenor idéia de que havia uma ameaça na área.

Ivory suspirou.— Os professores vampiros aprenderam a ocultar sua presença dos caçadores. Algunsdos vampiros mais novos também estiveram adquirindo lentamente a habilidade. Seuscaçadores devem saber isso e tomar melhores precauções.Em cima deles, o trovão retumbou e a resposta explodiu através do céu como se duasforças poderosas se encontrassem e se chocassem nos céus em cima deles.Sergey tinha enviado outra explosão para eles, esperando acertar de longe, mas umamão invisível lhes tinha defendido. A energia estava muito mais perto, e ela sabia quenão tinha muito tempo. Tinha que partir antes que os caçadores Cárpatos chegassem.Outra onda de energia varreu a área, balançando a terra e fazendo com que as árvorestremessem. Várias pedras se soltaram e rolaram, atraindo a atenção de Ivory aospedaços de metal esparramados pela neve. Levantou a mão chamando-os de volta,tomando cuidado em encontrar cada pedaço e colocá-los em uma pequena bolsa emseu cinturão.Gary franziu o cenho.— O que é isso?— Armas. — Ela deu de ombros, não querendo atrair a atenção para seu segredo. — 

Tenho que cuidar de meu lobo. Pode deixar o arco aqui e ir, com meu agradecimento.— Acredito que esperarei até que esteja seguro de que você está bem.Ivory lhe deu um grunhido de despedida, fechou os olhos e colocou as mãos sobre osossos quebrados do lobo, atraindo tanta energia como atreveu para curar Farkas obastante, para que pudesse pelo menos viajar. A luz ardia sob suas mãos e o calorirradiava pela espinha dorsal do animal.— Você lhe daria sangue? — Ivory levantou o olhar ao homem que estava de pé sobreela.— O que?

— Não estou pedindo para mim. Ele precisa de sangue para se curar. Não te fará mal.Garanto-lhe. — Ela manteve seu olhar centrado no dele. — Não te forçaria. Éunicamente sua escolha.Gary se abaixou ao lado da mulher, consciente dos cinco grandes lobos que seapertavam perto dele. Nenhum atuou de maneira ameaçadora, mas eram umas ferasgrandes e pareciam violentos. Alguns tinham queimaduras nos pelos e ao redor dosfocinhos por causa do sangue ácido onde haviam derrubado o ghoul. Mais de perto, ele

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pôde ver numerosas cicatrizes velhas de outras batalhas. Colocou o arco junto à mãodela e assentiu, enrolando a manga.Ivory lhe entregou uma faca. Gary tomou e sem vacilar cortou a pele, pressionando opulso contra o focinho do lobo. O lobo lambeu o sangue enquanto Ivory murmurava umcanto curativo suave.— É suficiente. — Ela disse, alguns minutos mais tarde — Isso nos permitirá viajar. Estouem dívida contigo.— Deixe-me te dar sangue. — Ofereceu Gary — Se você esperar, os outros estarão aquilogo e poderão curar seus ferimentos.

—Estamos aqui. — Disse uma voz atrás deles.Ivory ofegou e se voltou pegando o arco e apontando a flecha ao coração do recém-chegado. Não tinha lhe ouvido se aproximar, nem tampouco os lobos. Num momentonão havia ninguém e no seguinte ele estava ali, alto e poderoso com fulminantes olhosprateados. Manteve seu olhar sobre ela, e Ivory teve a sensação que ele abrangia tudo.Seus lobos, Gary, a cena da batalha e cada ferimento.— Está bem, Gary?— Ela salvou nossas vidas, Gregori. — Explicou Gary.Ivory soube exatamente quem era o homem no momento em que o viu. Tinha

conhecido seus irmãos mais velhos, Lucian e Gabriel, mas Gregori era uma lenda pordireito próprio e ela não queria ter nada que ver com ele. Ficou em pé lentamente, comcuidado em não fazer nenhum movimento repentino, mantendo a flecha apontada nele.Fez gestos aos lobos e estes se moveram atrás dela.— Estamos em dívida, senhora. — Disse Gregori, inclinando a cabeça. — Sou umcurador. Talvez pudesse ajudá-la em troca do grande serviço que prestou.Ela sabia que ele estava usando o discurso formal, reconhecendo-a como uma antiga,mas se negava a lhe permitir acalmá-la com um sentido falso de segurança. Não confiavanele mais do que confiava em Sergey. Atrás dele outro homem se materializou e ela seouviu ofegar. Por um horrível instante esteve segura de que Draven estava vivo e tinhavindo atrás dela outra vez. Levou um momento se dar conta que tinha que ser MikhailDubrinsky, o irmão mais jovem de Draven. O príncipe governante do povo Cárpato.Deu um passo atrás, com a flecha se movendo para cobrir imediatamente o coração dointruso. Gregori deu um passo deliberadamente diante do príncipe, mantendo a palmada mão para fora, para ela.— Ninguém quer te ferir. Estamos em dívida contigo.Por trás dele, o príncipe afastou brandamente Gregori para um lado.

— Sou Mikhail Dubrinsky e estamos em dívida contigo.— Sei quem é. — Ela não pôde evitar a amargura de sua voz. — Dei minha ajudalivremente ao menino, e este homem me devolveu mais que qualquer dívida quetivesse. Farkas, em pé agora.O lobo se levantou obedientemente e tropeçou, quase caindo outra vez. Ela amaldiçoou,sabendo que ele estava muito fraco para atravessar sozinho à distância. Ela não poderiavoltar para sua guarida. Não ferida e sangrando. Deixaria um rastro de sangue no céu.Não seria visível, mas as gotas poderiam ser farejadas e qualquer um que o desejassepoderia encontrá-la.

Gregori deu um passo mais perto e a outra mão de Ivory foi à capa. Ivory sacudiu acabeça.— Não desejo lutar contigo, mas se insistir, eu lutarei.— Só desejo te ajudar.— Faz-me, deixando passar livremente por sua terra. Pegarei minha alcatéia e ireiembora.— É uma mulher Cárpato sem companheiro e necessita do nosso amparo. — DisseGregori, sua voz suave e irresistível.

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— Sou uma antiga guerreira com companheiro e luto minhas próprias batalhas. Nãotenho lealdade para sua gente ou para seu príncipe. Fique sabendo, Escuro, que lutareiaté a morte para manter minha liberdade. Só quero estar sozinha. — Ela deu outropasso para trás.— Se partir sem ajuda, será vulnerável a qualquer ataque. — Respondeu Gregori, comsua voz mais agradável que nunca. — Como guerreiro Cárpato, um macho, curador denosso povo, não posso permitir que vá sem ver primeiro suas necessidades.Ela balançou a espada acima, com os escuros olhos expelindo fogo, inclusive enquanto odesespero a varria.

— Então sabe que será um combate até a morte. Não quero ajuda de você nem denenhum dos de sua gente.Os lobos se estenderam, inclusive Farkas, em frente aos machos Cárpatos, inimigosagora, rodeando os homens com os dentes a descoberto.

Capítulo 4

Razvan despertou lentamente. A princípio pensou que estava sonhando, mas os sonhos

em estar deitado na terra haviam desaparecido a muito tempo de sua imaginação.Embora estivesse seguro, absolutamente seguro, de que podia sentir a profundacamada rica em minerais que o rodeava como uma cômoda manta morna, a terraembalava seu corpo quente. A fome era uma lembrança longínqua. E isso não tinhasentido.Abriu os olhos de repente. O poder o consumia e sacudia-lhe, mais do que jamaisimaginou. Mais do que jamais havia concebido ou sonhado. Corria por seu corpo comouma maré ascendente e por suas veias, bombeando pelo coração e explodindo atravésdos órgãos e tecidos até que o poder o encheu. A luz irradiava de seu corpo enquantoexplodia através das camadas de terra, à superfície. A terra erupcionou em forma degêiser, golpeando o alto teto de pedra por cima de sua cabeça e espalhando-se peloquarto.Aterrissou abaixado. Seus sentidos explodiram escaneando a mente, correndo, tentando

 juntar as peças do quebra-cabeça. Havia escapado, por fim. Sua mente quase não podiaaceitar a verdade disso. Recordou correr pela neve, tremer, com sua força tão fraca quenão podia controlar sua temperatura corporal, mas se forçou a seguir andando até quenão teve uma só grama de força dentro de si. Tinha que se afastar o suficiente para que

nem Xavier e nem seus serventes o encontrassem antes que o sol subisse. O sol. Oúltimo recurso de cada Cárpato era limpar sua alma com a branca luz brilhante. Inclusiveisso lhe tinha sido negado.Xavier havia sido descuidado. O temor tinha sido sua queda. Ele temia, que sealimentasse muito Razvan perderia o controle sobre ele e então o mago tinha forçadoseu neto a passar semanas sem sangue. Mas Xavier tirava dele diariamente, até quefinalmente Razvan ficou muito fraco e doente para ficar em pé, ou para subministrar omago glutão o líquido Cárpato revitalizante.Recordou o sentimento vazio e fraco, a loucura próxima da fome, o corpo gritando, os

dentes afiados e necessitados a cada momento que estava acordado. Preso, não podiacaçar seu próprio alimento. Nem sequer havia animais perto aos quais chamar. Cadacélula e cada órgão gritavam, até que o cérebro não foi nada mais que uma neblinavermelha de necessidade. Agora se sentia só ligeiramente faminto, não a constantefome que lhe roia e que tinha governado sua vida durante tantos séculos.Lançou um olhar ao redor dando-se conta que estava profundamente embaixo da terra,mas fazia calor. De algum modo, a brilhante luz da lua se mostrava acima, emboraestivesse profundamente enterrado em uma caverna de pedra. Ouvia o som de água,

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mas muito longe. Ondeou as mãos, e as velas saltaram à vida por toda parte do quarto,instantaneamente se transformando em um santuário feminino. As camadas de pedrasobre ele estavam esculpidas complexamente com formosas imagens, majestosaspaisagens, árvores e vegetação, como se o mundo exterior houvesse sido trazido paradentro, em um pedaço de cada vez, até que as paredes fossem uma beleza.Feminino. A mulher, razão pela qual estava vendo em cores. A luz e a cor deslumbravamseus olhos. Ardiam depois de tanto tempo vendo somente cinza, branco e preto.Recordou o toque calmante de suas mãos; sua voz, suave e irresistível; o sabor de seusangue viciante e quente como se fosse feito especificamente para ele. Ela o tinha

salvado quando ele havia dito que não o fizesse. Ela havia lançado uma compulsãoapesar de todas as suas advertências, e agora...Sentia tudo. Todo. A culpa, a raiva e a sensação de absoluta solidão. Não tinha a menoridéia de como se comportar na sociedade civilizada. Não tinha conhecimento de nadaalém de enganar e torturar, e agora ali estava, sem estar preparado absolutamente paraestar vivo e bem pela primeira vez que pudesse recordar, em seus séculos de existência.Razvan se estirou, sentindo o jogo de músculos sob a pele. Seu corpo parecia tãodiferente, quente e vivo que o aço corria sob a pele. Tanto poder que tremia com ele,inseguro de como alguém podia esgrimir tal força sem machucar todos ao redor.

Respirou um fôlego instável e jogou um olhar ao redor outra vez.A mulher, sua companheira, devia ter levado centenas de anos para esculpir a casa. Eraincomum, mas o atraía. Havia algo de seguro e confortante nela. Sentia-se incômodocom ela por salvá-lo. Não podia ficar para repreendê-la nem ser tentado por ela, é obvio,mas pelo menos agora tinha uma oportunidade de lutar quando perseguisse Xavier, esabia que o faria. Não podia permitir que o mago continuasse espalhando seu mal pelomundo. Tinha que detê-lo, e agora talvez tivesse a habilidade.Razvan se ajoelhou para examinar a concha grande de terra. A depressão era feita depura rocha. Rocha impenetrável. O buraco circular que era sua cama havia sidoesculpido, profundo e largo, e depois cheio da terra mais rica, mais pura e com maisminerais que ele jamais tinha visto. Incapaz de resistir, ele afundou as mãos na camadanegra sentindo as propriedades calmantes e rejuvenescedoras.De onde tinha vindo? Encolheu-se e estudou o fosso largo e profundo. Esta terra haviasido trazida ali, um pouquinho de cada vez, mas agora tinha muitos metros deprofundidade, quase não se tinha dado conta de que havia uma cama de pedra embaixo.Quem teve o tipo de paciência que levaria esculpir primeiro uma grande câmara emuma cama de pedra e depois enchê-la com terra? Devia ter levado centenas de anos,

mas ela tinha concebido a idéia e logo a havia realizado cuidadosamente. Ficou em pécom um movimento fluídico, surpreso pela maneira em que seu corpo respondia à forçaque lhe percorria. Mas estava mais interessado na mulher e no que ela havia forjado,que em como funcionava seu corpo.Havia algo extraordinário no quarto, e não só todo o trabalho que tinha requerido. Asensação lhe intrigava. Estendeu as palmas para as paredes. O poder chiou. O calor e apaz encheram-no. Franziu o cenho e deixou cair às mãos virando a cabeça para estudaros ricos esculpidos. Cada parede, de aproximadamente dez metros de altura e comforma oval fora esculpida com complicados desenhos.

Um bosque enchia uma parede, com cada galho e tronco nodoso era mostrado em ricosdetalhes. Aproximou-se. Uma segunda parede tinha uma cascata que salpicava umapiscina de água. Uma alcatéia de lobos prateados, seis deles estavam gravados em váriasposições ao redor do bosque e da piscina. Notou a vegetação, as flores, a lua redonda eas estrelas. No fundo da parede, perto da concha da câmara onde ela descansava, haviaesculpido uma só frase.

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Kuczak és kune jeläam és andsz éntölam sielerauhoet, andsz éntölam pesädet és andszéntölam kontsíverauhoet. Que as estrelas e a lua me guiem com sua luz e outorguemserenidade a minha alma e proteção para todo mal paz ao coração de um guerreiro.Era mais que uma obra de arte. Embutido em cada pedaço, cada laço e espiral, asvideiras percorriam cada palavra por dentro e por fora era uma sensação detranquilidade. Quando passou as mãos sobre a oração, a uma polegada da parede, elepôde sentir as vibrações e soube que tecido nessas palavras, na mesma rocha, haviapoderosas salvaguardas.Razvan colocou as mãos na parede de pedra. Outra vez a parede vibrou com vida. As

paredes eram de rocha sólida, impenetráveis como sua concha de terra. Mas mais queisso, cada parede tinha medidas poderosas de proteção. Reconheceu os princípios comomago, mas eram tão diferentes que seria quase impossível desenredá-las. Nadatranspassaria as paredes. Ninguém jamais a encontraria. Ela estava perfeitamente asalvo.Grunhiu em voz alta. Ela o havia trazido para seu santuário. Ele era provavelmente aprimeira pessoa que tinha visto sua casa, e com ele, havia trazido um inimigo além detodos os outros. Xavier podia possuir seu corpo, e agora que era forte, estava em formae cheio de poder, o mago perverso desejaria o corpo de Razvan para si mesmo mais do

que nunca.Razvan tocou o violino, e sentiu a alegria e a arte de sua música. Suas emoções estavampor toda parte, enterradas na arte que ela criava e no calor e no santuário de sua casa.Subiu com cuidado, pelos degraus de pedra e pela abertura estreita, ao quarto maior.Estas eram obviamente suas dependências, onde passava a maioria de seu tempo. Asparedes da caverna tinham sido gravadas pedaço a pedaço até que tinha criado umatorre redonda elevada sobre uns bons doze metros. Embora relativamente pequena, acâmara parecia espaçosa em sua simplicidade.Havia duas cadeiras e um tapete grosso de lã com um pouco de pêlo de lobo aderidoaqui e ali, dando evidência de que a alcatéia frequentemente deitava neste quarto.Encontrou um livro de poesia e outro de batalhas de samurais, estratégia e código dehonra. Eram velhos e estavam na pequena mesa esculpida, junto à cadeira. Recolheu olivro de samurais, escrito em um antigo idioma, e o folheou notando a pequena escrituraà margem e o sublinhado de frases em cada página. O livro estava deteriorado eobviamente era lido frequentemente.Como na câmara, as paredes estavam recobertas com desenhos. Cada golpe talhado naparede, o que devia ter levado anos para completar. O artesanato disse algo a respeito

dela. Ela tinha paciência. Era meticulosa. E uma perfeccionista. Ela era uma artesãsoubesse ou não. Os rostos de dez jovens o olharam atentamente. Cada face tinha umaexpressão de amor. Quando levantou a mão e passou as pontas dos dedos sobre asgravuras lisas, ele sentiu amor. O amor dela. O amor deles por ela. Angústia e dor porsua perda. Aquilo então era seu monumento à família perdida.Razvan havia conhecido o amor. Seu pai e mãe. Sua irmã, Natalya. Guardou aslembranças muito tempo depois que suas emoções desvaneceram e tinha levado muitotempo ainda, quando abraçou a escuridão nele, alcançá-los, desesperado por estar tãointumescido que não pudesse sentir a perda, a culpa e uma entristecedora sensação de

fracasso e desespero. O sangue nele corria forte, tanto se o desejasse ou não. Quandotocou os rostos, o amor ali e a dor quase o deixou de joelhos. Todos e cada um dosgolpes da ferramenta usada para forjar as linhas amadas da lembrança foram feitos comlágrimas caindo por seu rosto e um amor absoluto no coração.Quando as pontas de seus dedos traçaram os cabelos e as testas, desceram pelos olhos,nariz e bocas, sentiu a diferença nela. A princípio as mãos tinham sido inocentes noconhecimento do destino de seus irmãos. Pouco a pouco, o conhecimento havia sidoganhado durante séculos, até que soube da traição de seus cinco irmãos mais velhos. As

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mãos se imobilizaram e ele respirou bruscamente. Vampiros. Traidores. Professoresvampiros juntando-se e tramando a queda do povo Cárpato com... Seu coração afundouno peito. Seu inimigo. O pior inimigo dela. Xavier.Estava tudo ali na pedra. Cada detalhe e cada emoção, o sangue e as lágrimas e cadagrama de amor e perdão que tinha nela. Ela resolveu que nunca os veria como eramagora, só recordaria com amor no coração onde poderia tocar as faces ali nomonumento e recordar nada mais que seu amor.Quis chorar por ela, por sua família perdida. Não podia imaginar que força devia ternecessitado para seguir adiante, tão sozinha e perdida, com a dor de sua perda quase

intolerável e a força de seu amor permanecendo. As outras cinco faces eram da família,mais não de sangue. Sentiu seu profundo amor por eles, a preocupação, o temor estavatudo ali dentro. Ela temia saber seu destino, então ele parou de olhar, atemorizado queeles tivessem tomado o atalho dos irmãos. O amor brilhava junto com o terror daverdade.Debaixo das faces dos dez homens havia seis lobos, esculpidos com detalhes precisos,pareciam tão reais que tocou a pedra para ver se a pele era realmente de pedra. Cadafocinho era diferente, como se ela tivesse estudado um lobo e transformado à criaturaviva em parte da terra para sempre. A câmara era formosa em sua simplicidade e se

sentia como um lar de família.Estudou cada rosto com cuidado, tanto o homem como o lobo, sabendo que estes eramos seres importantes na vida de Ivory. Perguntou-se, se as coisas tivessem sidodiferentes, se seu rosto teria estado na parede, imortalizado com sua família.No fundo da parede ela tinha esculpido frases no idioma Cárpato, complicadas letrascom videiras e folhas tecidas dentro e fora delas junto com flores finamente gravadasnas frases.Sív pide köd. Pitäam mustaakad sielpesäambam. O amor supera o mal. Guardo suaslembranças a salvo em minha alma.Uma vez mais, quando passou a mão sobre as palavras sentiu a emoção que vertia daparede, a tal ponto que sentiu ardor em seus olhos. O amor de Ivory por seus irmãos,por sua família e sua alcatéia era tremendo e inquebrável. Nem sequer com oconhecimento de que seus irmãos estivessem mortos para ela, de que tivessem traídosua memória da pior maneira possível, não só esteve decidida, mas também conseguiurecordá-los só como a família que tinha amado e adorado.Havia valor nas palavras, ele notou. Valor, força e determinação. Se havia uma maneirade recuperar as almas perdidas de seus irmãos através do amor puro e o perdão, ela

encontraria a maneira. Traçou as pequenas cruzes cortadas profundamente sob cadauma das faces de seus irmãos e as dos irmãos Da Cruz. A proteção faiscou, como se essaparede tivesse salvaguardas para proteger as queridas lembranças do encontro com omal em que sua família havia escolhido se converter.Um túnel curto virava à direita e um arco aberto dava acesso a um terceiro quarto.Olhou dentro dele, que era quase uma extensão de seu quarto familiar, para encontraruma piscina calmante, com uma pequena cascata real que caía na rocha. O quarto tinhaesculturas, mas só os leves começos. Pôde divisar um tronco imenso de árvore, commuitos galhos longos que se espalhavam para alcançar a pedra como se fosse sombra à

piscina. Era um trabalho em andamento e ele desejou estar ali para observar seutrabalho.Baixou a cabeça e entrou no túnel. Seus ombros rasparam contra os dois costados. Emcima do passadiço que levava para outro quarto havia um corte transversal profundo.Antes de entrar, ele pressentiu uma diferença. Onde os outros quartos eram femininos eíntimos, cheios de paz calmante, amor e consolo, este quarto tratava de negócios epropósitos. Era uma oficina. Um quarto de guerra. E assim como ela tinha sidometiculosa em detalhar sua arte, também havia sido com suas armas.

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Ela fabricava suas próprias espadas e facas. Inclusive as flechas de sua arma foram feitaspor ela. Parecia ser uma artesã magistral. Suas armas eram forjadas pacientemente ecom tanto cuidado, como as esculturas nas paredes de pedra. Assombrou-se com avariedade de armas. Havia visto algumas antes, mas outras não estava seguro de comousá-las. Os livros estavam dispersos entre estantes de ferramentas, outra vezdesgastados e lidos frequentemente.Uma parede tinha estantes de livros cuidadosamente escritos por uma mão feminina, eao abri-los, Razvan reconheceu os feitiços mágicos que Xavier usava frequentemente. Aolado de cada um estava escrito um segundo feitiço, rebatendo ou corrompendo o

primeiro. Todos os livros pareciam estar dedicados a encontrar um modo de derrotar osfeitiços de Xavier. Razvan achou muito interessante e se perdeu durante um momentolendo as notas, as conclusões e as torções que colocava nas palavras, para rebater tudoo que Xavier lhe havia ensinado. Obviamente, ela tinha passado centenas de anosdetalhando os atos de Xavier, estudando atentamente os livros de feitiços que tinhautilizado quando assistiu as aulas tantos séculos antes e tinha trabalhado para encontrarmodos de derrotar o mago em cada volta. E tudo tinha sentido.O entusiasmo o percorreu. Tinha chegado a acreditar, depois de séculos de cativeiro,que Xavier era invencível. Os Cárpatos haviam falhado em derrotá-lo. Os Lycans tinham

falhado. Os jaguares. Os humanos tinham sido capturados, torturados e convertidos emmarionetes desumanas. E o pior golpe de todos, o não morto, havia feito uma aliançaímpia com ele. Razvan tinha visto tudo. Mas ali mesmo naquele quarto, uma pessoa,uma mulher, tinha dedicado sua vida a parar Xavier.Razvan observou as paredes sabendo que encontraria uma inscrição. Cada paredecontinha uma só palavra e numa tinha três linhas. Feldolgaztak. Kumalatak. Kutnitak .Preparar. Sacrificar. Suportar. Não havia letras de fantasia desta vez. Nenhuma videira enem flores entretecidas nas duras palavras. Seu mantra.Andou através do quarto e se abaixou ao lado da parede onde ela tinha esculpido seucódigo, utilizando o idioma Cárpato, profundamente na parede de pedra. Quatro linhasdesta vez.Köd elävä és köd nime kutni nimet. Sieljelä isäntä. O mal vive e tem um nome. A purezada alma triunfa.Türelam agba kontsalamaval. Tuhanos löylyak türelamak saee diutalet. A paciência é averdadeira arma do guerreiro, mil fôlegos pacientes trazem a vitóriaTõdhän lö kuraset agbapäämoroam. O conhecimento faz voar a espada verdadeira aoseu objetivo.

Pitäsz baszú, piwtäsz igazáget . Nenhuma vingança, só justiça.Tudo isto. Tudo o que ela fazia era uma preparação para sua última batalha com Xavier.Este lugar era um refúgio protegido por salvaguardas extraordinárias, sem nenhumamaneira de penetrar os quilômetros de pedra. Os livros de magia, as armas. Ela reuniacada arma possível contra o grande mago e esperava pacientemente para golpear,enquanto reunia informação contra ele. O quarto de guerra era uma comemoração aoseu vasto conhecimento do inimigo, a sua paciência, determinação e disciplina. Umaimagem de sua companheira surgia, e ele sentiu uma sensação de orgulho e respeito porela.

Razvan levantou a cabeça e deu uma olhada ao redor do quarto. Havia uma larga mesa eum banco de trabalho coberto de tubos e vidros soprado à mão de todas as formas etamanhos atraiu sua atenção. Reconheceu as ervas, plantas e raízes secas penduradaspor todo quarto. A sálvia preponderava, e várias plantas para desviar o mal. O que elafazia?Examinou o livro que estava ao lado de um tubo torcido que continha um líquidoespesso e escuro. Farejou-o cuidadosamente enquanto dava uma olhada no rabiscodelicado e feminino. A fórmula tinha sido riscada e reescrita uma e outra vez até que ela

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pareceu satisfeita e havia sublinhado o resultado com grossas e escuras linhas. Ele nãopodia detectar nenhum aroma. Quando levantou uma colher esculpida, a mistura eraclara, não escura. Franziu o cenho e olhou o tubo de vidro, certo de que era escuro.Junto com tudo mais, ela parecia ser química. Examinou várias das bandejas e cestas quecontinham uma variedade de ervas secas. O trabalho de cada um deles era incrível, opadrão único. Quando os tocou, soube que ela tinha feito a mão cada um delas.Deixou o quarto e voltou para o quarto da família tentando pensar, formar uma idéia doque devia fazer. Esta mulher, sua companheira, reunia pacientemente as ferramentaspara derrotar o maior inimigo do mundo. As lembranças de seu resgate eram muito

nebulosas, mas recordava os olhos e a sensação das mãos, a seda do cabelo e asuavidade da pele. Sobretudo recordava sua generosidade.Desejava mais que tudo ficar para ajudá-la a obter seu objetivo, mas sabia que ele eramais perigoso para ela, que qualquer outro ser na face da terra. Através dele, Xavierpoderia encontrá-la e destruí-la. A morte estava longe de ser o pior que o grande magopoderia fazer a uma pessoa; Razvan tinha aprendido isso por amarga experiência. Elehavia ficado impotente para proteger sua irmã e sua filha, inclusive suas tias, maspoderia proteger sua companheira permanecendo longe dela.Deu uma olhada ao redor da cômoda guarida. Uma obra mestra de beleza e valor.

Estava agradecido por isso, porque antes de sua morte teve a oportunidade deencontrá-la, de ver a verdadeira luz na alma de alguém. Só tinha conhecido escuridão ecrueldade, mas lá estava rodeado por algo totalmente diferente, o completo oposto, equeria permanecer ali e se lavar em sua alma durante tanto tempo quanto pudesseantes de ter que partir.Nunca tinha compreendido verdadeiramente o que ser um companheiro representava.Duas metades da mesma alma unidas. A luz para a escuridão, a escuridão para a luz.Ambos se necessitavam. Só em estar em suas salas, com as paredes de lembranças seelevando sobre ele, sentia consolo e calor, não do corpo, tinha isso agora; pela primeiravez em séculos não tremia, mas sim sentia o calor por dentro, profundamente ondecontava. Ela havia lhe dado algo que ele não tinha conhecido e ainda não havia lhereclamado, não havia unido suas almas. Quanto mais poderosos seriam estessentimentos então?A tentação sacudiu-o e rapidamente e ele a afastou. Não havia tido controle sobre suavida durante séculos. Neste momento, quando tinha opções, faria o necessário paraproteger esta mulher. Xavier nunca a conseguiria através dele. Mesmo que elacomplicasse as coisas. Seu primeiro pensamento tinha sido tentar matar Xavier, mas não

atrevia a se arriscar a cair nas mãos do mago outra vez. Não quando ele saberia alocalização da guarida de Ivory.Algo se revolveu nele. Uma pergunta. Uma busca. Algo estranho lhe acariciou a mentecom garras agudas, raspando as paredes. Ficou tenso e sem pensar golpeou umabarreira tão forte e tão rapidamente, que se surpreendeu. Não tinha se dado conta deque pudesse fazer tal coisa. Reconheceu o toque vil e perverso. Xavier. O grande magoestava lhe procurando, estirando-se para encontrá-lo e possuí-lo.Seu coração pulsou com tanta força no peito, que pensou que explodiria. O temor porsua companheira vivia e respirava nele, reforçando sua resolução de lutar contra a posse

de Xavier. Correu pelos quartos, procurando uma saída temendo que Xavier pudesse veratravés de seus olhos. Manteve sua mente tão em branco como foi possível, sabendoque o mago, quando estava unido podia ler seus pensamentos. Não podia recordarcomo tinha chegado ali. Tudo sobre a viagem estava nebuloso.Não podia atravessar quilômetros de rocha. Não sem saber onde poderia emergir semperigo. Sentia-se preso e assustado, amaldiçoando seu destino, uma vez mais ele seria aqueda de alguém que necessitava e merecia sua proteção.

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Encontrando-se a si mesmo na câmara, descansou a mão na parede, com a cabeça parabaixo e os olhos fechados, tentando se orientar. Ter outra pessoa possuindo seu corpoera uma experiência dilaceradora e doente. Os detalhes de Xavier, sua avareza e adepravação extrema invadiam sua mente. Manteria-o fora.Sem advertência, a dor golpeou-lhe. Uma dor atroz. Razvan abriu os olhos de repente eolhou ao redor tentando determinar o que estava lhe acontecendo. A terra estava ali, naprofunda depressão, um tesouro rico que fazia gestos e que não podia resistir. Foi de

 joelhos, mas a dor não diminuiu.Frequentemente, seu corpo era tomado nas viagens através da terra, mas nunca havia

descansado na camada rica e rejuvenescedora. Xavier nunca se atreveu a lhe permitiresse luxo. A terra teria curado seu corpo e restaurado sua força, o que Xavier não podiapermitir. Deixou-o adoecer em um tipo de meia vida nas cavernas de gelo. Razvan nãoestava nem sequer certo de que pudesse sobreviver embaixo da terra, ou ainda em cimadela depois de tantos séculos de frio, mas a terra enchia-o de força, e não detinha a dor.Xavier, incapaz de entrar em sua mente devia estar lhe atacando de longe. Sentiu dentesrasgando seu ombro, com as pontas afiadas perfurando osso, nervos e carne, cortandomais e mais profundamente, injetando ardentes parasitas no ferimento, que estavamlhe comendo vivo. Uma adequada justiça para alguém como ele. Seus próprios dentes

foram cravados no pulso minúsculo de sua filha, e ele tinha olhado com horror, incapazde protegê-la, enquanto Xavier cometia essa perversidade roendo-a como se ela fosseum osso, um pedaço de carne para ser consumido. Os dentes rasgaram a delicada pelepara chegar ao sangue e ao osso.Sentiu espalhar o ácido pela pele, profundamente. Mais profundamente ainda, sanguede vampiro corria em rios sobre a carne, largas correntes que se estendiam sobre suasmãos e antebraços e desciam pelo ombro, correndo pelo braço e peito. Reconheceu asensação, seus pulsos, tornozelos e inclusive as costas frequentemente tinham ardidopelas correntes cobertas com sangue de vampiro. Havia conseguido isso por seufracasso em manter os membros de sua família a salvo de Xavier. Repetidas vezes havialutado contra o mago demoníaco, mas nunca tinha sido suficientemente forte e sábiopara derrotá-lo.Uma explosão de dor nas costelas o sacudiu, irradiando por todo seu corpo. A dor eraum estilo de vida para ele. Podia afastá-la agora, absorvê-la em seu corpo e deixar que oconsumisse. Tinha aprendido a muito tempo como viver em agonia.Esta dor não era sua dor. Estava muito longe. Muito distante, a reação estóica, masdefinitivamente feminina. Ivory estava com problemas. Todo o resto deixou de importar.

Tinha uma razão para sua existência. Protegê-la de qualquer inimigo a todo custo.Esvaziou sua mente e lutou contra as emoções absorventes com as quais ainda achavadifícil lidar. Construiu a imagem dela em sua mente, de como a via. Suave e feminina, amulher amorosa que pertencia aquele lugar, aquela casa de beleza crua.- Ivory. Está com problemas. Diga-me como chegar até você.Houve a menor das vacilações. - Estão-lhe caçando. Ele não discutiu com ela. Estava ferida e rodeada de inimigos. Podia sentir a queimadurado sangue de vampiro, a dor que lhe roia o ombro e as costelas, e a inquietação por queestava débil e talvez não conseguisse lutar, embora estivesse totalmente decidida a

tentar.Razvan encheu sua mente com sua força e poder e alimentou-a enquanto procurava emsuas lembranças e encontrava a informação que necessitava.- Distraia-os. Estarei logo aí. Não lute. Não a atacarão, sempre que falar com eles.- Não tenho muito tempo. - A admissão a humilhava. - Minha força diminui.- Eu irei. Estarei aí, Ivory. Não perca a esperança. – Ele verteu sua determinação eresolução em sua mente, sabendo que ela desconfiava de todos, e com razão. E tinhatoda a razão para temê-lo e odiá-lo. O código genético de Xavier estava em seu corpo.

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Houve outra pequena vacilação, e então ele viu claramente a fenda astutamente ocultaem sua câmara por onde ela podia deslizar dentro e fora pela estreita chaminé deapenas uns centímetros de largura. Havia prudência na mente de Ivory.Razvan se apressou em tranqüilizá-la. - Escanearei cuidadosamente antes de emergir.

 Assim não haverá rastro que se dirija a sua guarida. Agora tinha a informação na cabeça e devia ser duplamente cuidadoso de que Xaviernão pudesse entrar em sua mente. Antes de se mover levou um momento para construircada defesa possível, engrossando as barreiras, tornando-as mais fortes do que jamaistinham sido. Mais forte do que a maioria nunca advertiria antes de entrar na pequena

caverna. Saiu para a superfície em um rastro como um fio de névoa se movendo paracima, ondeando daqui para lá pelas camadas de rocha durante o que pareceu umaquantia interminável de tempo, antes de ver um pedaço do céu acima.- Já estou indo. Estarei aí, Ivory. Não perca a esperança.Em centenas de anos, ela nunca tinha dependido de ninguém exceto dela mesma e suaalcatéia. Ela era Ivory Malinov, a assassina dos vampiros e não confiava em ninguém.Não acreditava em ninguém. Então ninguém poderia lhe arrancar o coração, fisicamenteou em sentido figurado. Tomou fôlego e a dor quase a cegou fazendo-a cambalear e oEscuro saltou para ela.

Ivory tirou uma faca do cinto e enfrentou-o. Conhecia sua reputação, mas por sorte, elenão conhecia a dela. Era uma vantagem, por menor que fosse. Ele não estava informadoque os lobos eram Cárpatos e todos imortais. Tentaria controlá-los, era uma defesapadrão, mas não funcionaria e isso lhe daria uma pequena vantagem. Usualmente ela játeria se apressado a atacar, sem esperar que ele desse o primeiro passo, mas uma partedela não queria começar uma guerra com os Cárpatos.Mikhail levantou a mão.— Gregori. Não há necessidade disto. — Era uma advertência feita com uma voz suave,quase terna.Ela recordou esse mesmo tom, o pai de Mikhail, tão terno e benévolo, com olhosamáveis, compassivos e compreensiva sabedoria. A voz da razão. Só queria ajudá-la. Umhomem desinteressado e agradável que vivia para servir sua gente. O que fosse melhorpara eles. Recordava essa voz muito bem. Olhando-a, examinando-a, perfurando suaalma, vendo sua necessidade de conhecimento, sua necessidade de aprender quandoseus irmãos não podiam ou não queriam. A voz que a tranqüilizava, lhe dizendo que elefaria o correto. Que falaria com seus irmãos quando retornassem e explicaria por queera necessário que ela fosse à escola e aprendesse.

O príncipe compreendia. Como não poderia, quando sabia tão mais que os outros?Como não poderia, quando suas razões para tanto era servir seu povo? Sabia que elatinha fome de fazer mais que se sentar em casa e esperar seu companheiro. Ela queriaser alguma coisa. Fazer alguma coisa. O príncipe compreendia e a ajudou, como elasabia que faria.Algo se retorceu dentro de seu estômago. Por um breve momento não pôde sentir a dorque pulsava nas costelas, nem a terrível agonia de seu ombro, nem a queimadura dosangue ácido ou a aguda dor dos parasitas enquanto invadiam suas células. Nunca lheocorreu em sua ingenuidade que o príncipe tivesse outra ordem do dia, que queria se

desfazer dela, enviá-la longe porque sabia que seu filho doente e maquiavélico nunca adeixaria sozinha e que seus irmãos ou os irmãos Da Cruz matariam Draven. Em vez disso,ela tinha ido feliz, acreditando que o príncipe, em toda sua sabedoria, sabia muito maisque sua própria família. Ela se sentia adulta e importante. Era desesperadamente joveme confiante naqueles dias.- Tem que se apressar. Não posso resistir muito mais. Não sabia se sua debilidade era tanto física como mental. Ver seu irmão a tinha sacudidomais do que se dera conta. Havia jurado evitá-los e não se preparou mentalmente para

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ver Sergey em seu estado de maldade. Ele tinha mudado sua aparência quando areconheceu, lhe dando um vislumbre de seu passado, do amado homem que a tinhasegurado no colo, balançado e passado horas ensinando-a a lutar.Adoecera-lhe fisicamente lhe acertar com uma flecha. Pensou que tinha afastado comêxito o passado do presente em sua mente, mas vê-lo em pessoa não era o mesmo quepensar nele de forma abstrata.- Estou chegando. Distraia-os por um tempo. Use os lobos se achar que deve.— Permita que nosso curador te ajude. — Disse Mikhail. Sua voz caiu outra oitava,chegando a ser quase hipnótica.

Ela não pôde evitar sentir o puxão da voz pura, embora durante séculos treinara paranão cair presa do som. Farkas colocou-se mais perto de suas pernas, com seu corpotremendo. Estava na mesma forma que ela.— Não necessito de sua ajuda, Dubrinsky. — Ela disse com voz altiva. — Não a pedi enem quero nada de você ou de qualquer um que tenha laços contigo.O fôlego de Gregori saiu em um comprido e lento vaio.O olhar de Ivory saltou para seu rosto. Para a tormenta que formava redemoinhos nosolhos dele. Se viesse um ataque seria dele. Ela estava fraca pela perda de sangue e dor, eestava acabando o tempo.

— Evidentemente nunca aprendeu, em todos os seus anos de existência, como uma vozpode ser doce e pura aos ouvidos, mas ocultar a verdade atrás da máscara. Meus irmãosescolheram o lado maligno, mas não estavam equivocados em seu julgamento sobre alinha Dubrinsky. O príncipe ao que segue não é absolutamente o que acredita que seja.Seu olhar voltou rapidamente para Mikhail, contendo absoluto e total desprezo.— Não pode me enganar, karpatii ku köd. Mentiroso. Já fui enganada uma vez, e seu paiera um campeão. Desejo ir embora. Está me mantendo prisioneira?Houve um pequeno silêncio e Gregori sacudiu lentamente a cabeça.— Acredita que pode lutar contra todos nós e sair vencedora? É uma mulher. Umamulher Cárpato sem ninguém para protegê-la. Jurei cumprir meu dever se o deseja ounão.Ivory respirou, e exalou. - Fique preparado, Rajá. A alcatéia despiu os dentes e encarou a ameaça dos machos Cárpatos sem se acovardar.Gary se moveu então, colocando deliberadamente seu corpo diante do dela, parandoentre Ivory e o guardião do príncipe, ignorando a ameaça da alcatéia.— Por favor. — Ele disse — Ninguém quer tomar você como prisioneira. Ofereço meusangue livremente. Minha vida pela tua. Não estou seguro das palavras formais, mas se

tomar o que ofereço, saberemos que pelo menos terá uma oportunidade de lutar setopar com outro vampiro. Ninguém quer te prender.— Ela está infectada com o sangue do vampiro. — Explicou Gregori. — Terá que extirparos parasitas.— Estou bem inteirada da contaminação. — Replicou Ivory — Sou perfeitamente capazde me curar.Outro macho e uma fêmea se materializaram, mais a frente do príncipe, e Ivorysuspirou, desejando poder se sentar na neve e descansar. Reconheceu o macho, comseus traços fortes e formosos e quase lhe saiu um sorriso. Falcon. Um amigo da família e

dos irmãos Da Cruz. Era um solitário, mas um bom homem. Estava agradecida em vê-lo,em saber que pelo menos alguns dos machos mais antigos ainda sobreviviam com suasalmas intactas.— Ivory! — Registrou a surpresa, surpresa e felicidade. — Você é a misteriosa mulherque salvou nosso filho? — Falcon deslizou para frente, mas se deteve bruscamentequando ela retrocedeu e o afastou com a mão.— Pesäsz jeläbam ainaak. Que possa permanecer na luz muito tempo, Falcon. — Elasaudou. — Foram muitos anos.

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— Está ferida. — Exclamou a mulher, caminhando para frente.Falcon a interrompeu colocando a mão em seu braço.— O que está acontecendo aqui?Ivory notou que ele não soava sentencioso, mas cauteloso.— Desejo ir e seu príncipe e seu servente ditaram outro modo.— Só para velar por sua saúde, senhora. — Disse Gregori com uma leve reverência,ignorando sua provocação.A mulher franziu o cenho.— Sou Sara, a companheira de Falcon. Você salvou nosso filho e estamos em dívida

contigo. Ninguém aqui quer te ferir. — Ela enviou um pequeno olhar enfurecido paraGregori. — Não posso imaginar que ninguém aqui iria fazer nada, exceto te recompensarpor sua ajuda. Ofereço livremente meu sangue para ajudar a te curar. Ambos, Falcon eeu faremos o que pudermos para curar seus ferimentos, embora Gregori seja umcurador incomparável. Pode parecer intimidante, mas realmente é um homemagradável e carinhoso.— Não estou intimidada pelo Escuro. — Negou Ivory — Só desejo seguir meu caminho.A mulher a tentou com sua oferta. A cura certamente seria longa até voltar a recuperara força, mas se tomasse o sangue do Escuro, ele poderia rastreá-la mais facilmente. O

sangue chamava o sangue. E ficaria vulnerável. Ele poderia tomar facilmente seu sanguee então sempre teria que se preocupar que ele pudesse encontrar sua guarida. Dequalquer forma, Sergey sabia que estava viva. Possivelmente conseguisse entrar em suacabeça e tentar encontrá-la.Suspirou e sacudiu a cabeça.— Lamento não poder aceitar sua generosa oferta, mas obrigado. — Ela disse a Sara.Rajá grunhiu uma advertência e ela se deu conta de que Gregori se moveu mais perto. OEscuro se deteve quando ela se balançou para ele, orientando a faca para as partes maissuaves de seu corpo.— Seria verdadeiramente muito insensato Escuro, para tentar.— Está cambaleando de fadiga. — Disse Gregori — Se disse algo que te fez pensar quedesejo te fazer mal, desculpe-me. Certamente pode ver que minha única preocupação ésua saúde. Enquanto estamos aqui, os parasitas terão mais oportunidade de espalhar oveneno pelo seu corpo.— Estou bem inteirada do que os parasitas podem e não podem fazer.Ela se esticou para Razvan, desesperada agora. O curador estava muito perto parasentir-se cômoda. Possivelmente muito perto. Ivory não era o bastante insensata para

ignorar a reputação do homem. Era conhecido por toda comunidade como um defensorperigoso e desumano do príncipe e do povo Cárpato.- A menos que lhe permita me dar sangue, não tenho mais escolha que lutar para ir.- Não terá que lutar. Dou minha vida pela tua. Siga meu exemplo. Fale com a mulher. Vai distraí-los durante outros minutos.Havia algo tranquilizador em seu tom. Ela tinha deixado um guerreiro machucado ecaído, mas ele levantou como alguma coisa inteiramente diferente. Havia confiança emsua voz. Razvan era um Caçador de Dragões, um dos mais antigos e mais poderosos detodas as linhagens Cárpatos, e tinha suportado tortura e sofrimento durante centenas

de anos sem sucumbir à escuridão. Ela tinha estado em sua mente e suas lembrançaseram muitas. Ele tinha absorvido habilidades de luta, técnicas e estratégias. Sabia mais arespeito de Xavier que qualquer outro ser vivo e tinha mais razões para lhe destruir quequalquer outro. Ela queria acreditar nele. Agitada e fraca precisava acreditar nele.- O curador está tentando me atrasar. Sabe que não posso suportar.- Suportará.A força verteu nela.

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— Sara. — Ela disse brandamente — Apelo a você. Peça ao Escuro que dê um passo parao lado. Não fiz mal a ninguém aqui e só desejo ir em paz. Você indicou a necessidade deme pagar por salvar a vida de seu filho. Isto é o que peço. Que simplesmente faça comque seu curador se afaste.Sara elevou o olhar para Falcon e logo a Mikhail.— Acredito que soa razoável. Por favor, Gregori. Se afaste.Todos observaram Sara, que se aproximou mais de Ivory, em atitude protetora.A terra saltou sob os pés do príncipe e um corpo se materializou atrás dele. Um braço sefechou apertadamente ao redor do pescoço de Mikhail, a lâmina de uma faca foi

pressionada contra o coração do príncipe. Olhos tempestuosos e desumanos secentraram no rosto do Escuro, com resolução absoluta.

Capítulo 5

Ninguém se moveu. Ninguém respirou, permanecendo como estátuas congeladasno tempo, como se um pequeno engano fosse começar um banho de sangue, e a julgarpela morte nos olhos de Razvan e nos de Gregori havia pouca dúvida de que haveria.

Gregori soltou o fôlego em um comprido e lento silvo.— Ameaçar a vida do príncipe é punível com a morteRazvan deu de ombros, em uma ondulação casual de poder.— Estive sob pena de morte desde meu décimo quarto verão. Não é nada novo paramim. Não há nada que possa imaginar me fazer que já não me tenham feito. Aceito quemorrerei esta noite. — Ele inclinou a cabeça para Gregori, com sua expressão imutável,como se desse ao Cárpato licença para matá-lo.— Um homem com nada a perder Gregori, frequentemente surge vencedor. — IndicouMikhail, com um rastro de humor em sua voz.Os olhos prateados de Gregori cintilaram, e não havia diversão neles. - Ninguém colocauma faca em seu coração e sai ileso.— Afaste-se de minha companheira. Uma vez que ela esteja longe, pode fazer o quequiser. — Instruiu Razvan.— Não. — Protestou Ivory — Fico com você. Lutaremos por nossa liberdade.Sara tentou dar um passo mais perto de Ivory.— Isto é uma loucura. Mikhail. — Ela apelou ao príncipe — Pare isto. Permita iremembora.

— Sabe quem é este homem? — Perguntou Falcon brandamente. — Ivory, tem algumaidéia dos crimes que Razvan cometeu contra nosso povo?Outra vez Razvan nem estremeceu e a faca tampouco o fez.— Não sabe nada a respeito dele. — Replicou Ivory. — Não tem direito de julgá-loquando não conhece os fatos.— Não há necessidade de me defender.Razvan estava surpreso de que o fizesse. Ela estava ali cambaleando, parecendoenganosamente frágil para o guerreiro que ele sabia que era. Seu corpo era alto e reto, apele perfeita danificada agora pelos rastros de sangue do vampiro e as feridas dos

dentes no ombro. Havia algo muito íntimo em saber que sob o exterior perfeito, eleconhecia a mulher verdadeira, as cicatrizes da morte e o desafio. A reserva de coragemque a devia ter tomado para juntar seu corpo e ficar tão quebrada na terra durantecentenas de anos, enquanto a natureza tentava repará-la.Conhecia a profundidade e a força dela quando nenhum outro na face da terra conhecia.O orgulho por ela o sacudiu. Sua coragem e ferocidade o quebrantaram.— É verdade. — Respondeu Falcon, permanecendo tranquilo no meio da tensão. — Você não conhece este príncipe. Dei minha lealdade a Mikhail. Ele é digno de meu

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respeito e proteção. Você me conhece. Mais importante ainda, conhece os irmãos DaCruz. Eles também juraram lealdade a Mikhail. Manolito deu sua vida por Mikhail eGregori restaurou este mundo. — Seu olhar se moveu rapidamente para Razvan. — Acredito que seu companheiro injetou o veneno em Manolito.Razvan não estremeceu e a mão que segurava a faca era estável como uma rocha.— Ivory, quero que venha ao meu lado e tome meu sangue. Tome o bastante para quepossa estar com toda sua força.Ela pareceu aflita e sacudiu a cabeça em silêncio.— É a única maneira. Seu propósito e seus preparativos se perderão se não fugir. Não

podemos deter todos. Sabia quando vim que estaria trocando minha vida pela sua. Éuma honra.— Seu sangue está infectado com parasitas. — Disse Mikhail. — Mantenha a faca sobremeu coração e permita ao meu curador que se desfaça dos vermes vis de Xavier.Ivory estremeceu quando ouviu o nome do grande mago.O olhar de Gregori foi até o príncipe, com um brilho prateado.— Isto não é divertido, Mikhail. Sabemos muito pouco a respeito deste homem. Podemuito bem empurrar essa faca em seu coração sob as ordens de Xavier. Não ficaria essesorriso afetado, então.

— Estou seguro de que encontrará um modo de me salvar.— Razvan. — Disse Mikhail — Não estamos procurando ferir sua companheira, só nosasseguramos de que possa sobreviver a um ataque em seu caminho de volta para casa.Oferecemos-lhes amizade. Sua irmã, Natalya, está aqui com seu companheiro, Vikirnoff.Lara sua filha, e seu companheiro, Nicolas Da Cruz, residem entre nós, trabalhando parasalvar nossas crianças não nascidas ainda. Ela foi uma vantagem tremenda para nossopovo. Suas tias, Tatijana e Branislava estão a salvo e vivas, neste momento se curandoocultamente. Ofereço salvo-conduto para ambos.Razvan dirigiu a Ivory um rápido olhar. - Depende de você. Ivory respirou. A vida ou a morte para seu companheiro. Ele estava pondo sua vida emsuas mãos tão facilmente. Ele pouco sabia sobre quão aborrecido era para ela permitirfavores da família Dubrinsky. Podia forçar-se a aceitar, e forçou seu corpo ainda mais a irpara frente tensamente até que ficou ao lado do curador, com os dedos fechadosapertadamente ao redor do punho da faca. Assentiu com a cabeça para o curador.- Ela provavelmente me apunhalará quando acabar . - Outra vez os olhos prateados semoveram para o príncipe. – Você não rirá de mim quando nossas mulheres me daremuma bronca por permitir que alguém o apunhale.

- Não sei. Poderia ser divertido. Não estarão zangadas comigo.Gregori sussurrou entre dentes enquanto enviava ao príncipe outro olhar provocadorantes de colocar as mãos brandamente sobre o ombro de Ivory. Ela tremeu, como umanimal selvagem sob as mãos de um resgatador que o afastava de uma armadilha. Semser plenamente consciente disso, o curador murmurou palavras tranqüilizantes noantigo idioma, tentando lhe assegurar por meio de sua voz e o toque das mãos que nãoqueria lhe fazer mal.Gregori fechou os olhos e deixou de ser um guerreiro violento, o guardião feroz dopríncipe e do povo Cárpato. Todo seu ego, tudo o que era rendeu-se e enviou-se fora de

seu corpo e entrou no da fêmea ferida. Converteu-se em energia, em uma entidadecuradora, e se moveu através de sua corrente sanguínea para encontrar e reparar tododano de dentro para fora.Quase se esqueceu de si mesmo, uma dessas poucas vezes em seus séculos de cura,quando descobriu o modo como se soldaram tão cruamente os ossos, tecidos e nervos.As arestas e as evidências de cicatrizes internas e externas estavam por toda parte deseu corpo, inclusive em seus órgãos, algo insólito na sociedade Cárpato. Saiu dela só por

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um momento, sacudido, incapaz de fitá-la enquanto tentava decifrar como alguémpoderia ter sobrevivido ao que havia feito essas cicatrizes.- Mikhail. - Havia surpresa, quando era difícil surpreender Gregori. Havia admiraçãoquando era quase impossível assombrá-lo. Havia em sua maior parte, respeito. - É comose ela tivesse sido cortada em pequenos pedaços. Nenhuma parte dela está sem tocar além do rosto, e inclusive o pescoço tem arestas de partes. Acredito que foi cortada em

 pedaços, mas como pôde sobreviver? Ele enviou as impressões para Mikhail. - Sua verdadeira pele é um conjunto de

 fragmentos. Sinto as lâminas cortando sua pele e ossos. Ao redor do pescoço cortando

sua cabeça. Esta mulher sofreu muito. - Tomou fôlego. Um batimento intenso.Bruscamente Gregori tirou sua mente da de Mikhail.- Conte-me. - A palavra foi uma ordem, nada menos.- Seu irmão mais velho a assaltou. Sinto sua mancha, uma estampagem de sofrimentoque não tinha sentido antes. Ele lhe fez isto. Ou foi parte disso.Mikhail fechou os olhos por um momento. - Ela tem razão em odiar a minha família.- Indubitavelmente.- Sente animosidade com o povo Cárpato? Ela tentaria nos destruir? - Há uma grande resolução, mas não por terminar com sua vida nem por nos destruir.

Leva sua determinação no sangue. Eu gostaria de conhecer mais esta mulher .Gregori se desprendeu de seu corpo físico uma vez mais e voltou a entrar em Ivorycolocando sua atenção nos ossos e órgãos, banhando-os na luz curadora enquantopassava através deles, examinando seu sangue e as células em busca da infestação deparasitas. Forçou mais dos intrusos a sair de seu corpo pelos poros, incinerando-osenquanto se retorciam na neve, tentando encontrar um objetivo. Foi um exame sujo eexaustivo e ela se afundou na neve, com a força finalmente esgotada.Os lobos se aproximaram formando um círculo de proteção, com Ivory e o corpo docurador dentro. Gregori dependia de Falcon para manter sua forma física seguraenquanto trabalhava, e o antigo Cárpato permaneceu muito quieto, vigiando os loboscuidadosamente.Enquanto Gregori trabalhava, a faca não fraquejou, tampouco Razvan perguntou nada arespeito de sua família. Toda sua concentração estava na segurança de Ivory. Vigiou osoutros deixando que os lobos lhe advertisse se Gregori tentasse algo para ferir Ivory.Isso implicava disciplina e compostura. Em nenhum momento penetrou a lâmina da facana pele do príncipe.Mikhail permitiu que seu corpo respirasse com naturalidade.

— Gregori é um curador tremendo. Irá se assegurar de que não fique nem um parasita.— Aprecio seu serviço.— Não tem necessidade de continuar me retendo como refém. — Disse Mikhail — Gregori grunhe e morde, mas não tem nenhum desejo de ferir sua companheira, sócurá-la. Conduz-se por seu código. Não será tão pormenorizado com suas ameaçascontínuas. Dei minha palavra, para seu salvo-conduto. Seria insensato agravar a situaçãoquando sua mulher precisará de cuidados.Razvan segurou a faca uns poucos momentos mais, como se analisasse a verdade daspalavras de Mikhail e então a faca desapareceu e ele retrocedeu para as sombras, de

onde tinha uma visão clara dos três machos Cárpatos.Mikhail não se moveu mantendo sua amostra de fé. Falcon deslizou um pouco maisperto para estar em melhor posição de inserir seu corpo entre o príncipe e o danopotencial se fosse necessário.— Diga-me Razvan, — perguntou Mikhail, — Xavier ainda está verdadeiramente vivo? — Ele estudou o cabelo frisado de cinza. Poucos Cárpatos envelheciam. Somente osferimentos mais graves podiam produzir esse tipo de machucado em um Cárpato. Ao

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olhar de perto, o príncipe pôde ver os sinais de sofrimento gravados na face esgotada.Razvan era um homem bonito, mas parecia mais velho, erodido.— Está. — Confirmou Razvan.— Possui seu corpo à vontade?— Sim. — Respondeu Razvan, sem estremecer. — Embora pela primeira vez, pudemantê-lo fora. Nunca estive tão forte antes, então é possível que com o tempo possaaprender a mantê-lo afastado.Falcon se revolveu. Seus escuros olhos penetraram profundamente nas sombras comose pudesse ver seu mais velho e perigoso inimigo.

— Põe em perigo sua companheira?— Sou um perigo para qualquer um, estando perto.Mikhail dirigiu um rápido olhar apaziguador a Falcon.— Como conseguiu escapar?— O último ataque na caverna de gelo o forçou a me mover da câmara ondenormalmente eu ficava retido. Teve pouco tempo para prepará-la e não era tão segura.Não havia me alimentado em dias. Acredito que pensou que estava muito fraco paratentar. - Razvan deu de ombros.Mikhail estudou a face destroçava pelas dificuldades. O leve encolhimento de ombros

lhe disse muito sobre o homem. Ele não pedia simpatia, nem tampouco se desculpavapela vida que tinha sido forçado a seguir. Às singelas frases diziam muito.Mikhail se inclinou.— Você é um verdadeiro Caçador de Dragões. — Nenhum Caçador de Dragões tinhasucumbido jamais à escuridão que espreitava os machos de sua espécie. Se alguém tinharazões para abraçar a amargura, o ódio e a ira era Razvan, se tudo o que se suspeitavafosse correto. — Estamos em guerra por nossa existência. Possivelmente haja coisas quenos possa contar que nos ajudem em nossa luta para salvar a nossos filhos. Lara foiinapreciável para nós.Razvan manteve seu olhar em Ivory, sem responder. Só ouvir o nome de sua filha já eraduro, e as emoções o alagaram, mas se negou a permitir mostrá-las. Tinha séculos deprática em aprender a manter o rosto como uma máscara, e não permitiu que o príncipevisse como o mero pensamento de Lara lhe retorcia por dentro. Ivory levantou os cílios eelevou o olhar para ele. O olhar de Razvan se encontrou com o dela e seu coraçãosaltou.Ela sabia. Ela tinha que sentir uma dor tremenda? Tinha que estar temeroso doresultado de ameaçar o príncipe do povo Cárpato? Mas um pequeno meio sorriso lhe

curvou a boca. Soube que esse sorriso era para ele. Esse sorriso secreto os prendia juntos, ele os fazia encaixar como duas peças de um quebra-cabeça. Era particular eintensamente íntimo. Os olhos de Ivory eram suaves quando enviou calor a sua mente.Algo profundamente em seu interior se retorceu em duros nós. Alguma coisa mais sefundiu. Seu coração fez uma estranha revoada e a garganta se fechou. Ivory. Por quehavia lhe encontrado agora? Era o tesouro mais inesperado. Ninguém, ele menos quetodos, merecia-a, com seu tenaz valor e generosidade.Uma diversão feminina se deslizou em sua mente. - Não se engane. Ninguém excetovocê me chamaria de generosa. Sou uma assassina. Isso é tudo.

Ela era muito mais. Era tudo. Manteve os olhos centrados nos seus enquanto elaestremecia outra vez, quando mais parasitas saíram por seus poros para o chãosalpicado de sangue. Ele encheu sua mente com a força e os aromas que haviadescoberto em sua guarida, os que sabia que a tranqüilizariam e sustentariam-nadurante o resto da cura.A extração de parasitas era um processo difícil. O curador tinha que ser especialmentecuidadoso em não perder nem sequer um, e enquanto Gregori voltou a se unir com seucorpo, cambaleou-se de fadiga.

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— Ela precisa de sangue. — Anunciou Gregori e se afundou na neve ao lado dela.— Você também. — Disse Mikhail deslizando-se sobre a neve, ao seu lado. Estendeu-lhea mão com um gesto casual e fácil, que falava de uma antiga familiaridade em doarsangue.Razvan vacilou. Não tinha a menor idéia da extensão do agarre de Xavier nele. Se celularou molecular. Se desse seu sangue a Ivory, Xavier poderia possuí-la de algum modotambém? Não sabia e não queria correr o risco.O curador lhe mandou um olhar cortante com os peculiares olhos prateados. Olhos querecordavam surpreendentemente Xavier. Brilhavam com perigo, ameaça, reprimenda, e

pela primeira vez em seu encontro com estes homens, ele sentiu vergonha.— Você me protege, — disse Ivory, — e estou agradecida. Ninguém aqui tem umacompreensão do que você, com que nós lidamos.— Ofereço meu sangue livremente. — Reiterou Sara e deu um passo para perto de

Ivory, estendendo seu pulso em oferenda.Ivory inclinou a cabeça.— Estou agradecida.O sangue era rico. Sangue de um Cárpato golpeando seu sistema como uma bola defogo de energia, ensopando suas células e ajudando a reparação cuidadosa do curador

em seu ombro e costelas.Gregori estudou a face de Razvan.— Teme dar seu sangue a sua companheira. — Foi mais declaração que uma pergunta, edesta vez uma insinuação de respeito se arrastou nela. Cada macho Cárpato eraconduzido a prover para sua companheira. — Não a reclamou.Razvan deu de ombros.— Não posso. Não o farei.Ivory levantou a cabeça, passando a língua pelas espetadas no pulso de Sara. Os olhosescuros brilharam quase se tornando de cor âmbar, como os olhos de um lobo.— Não há necessidade de explicar nada a nenhum destes homens.— Ivory, — disse Mikhail, sua voz agradável, — ninguém está acusando Razvan de falharcom você. Muito ao contrário. E o homem que ofereceu seus serviços para curá-la émesmo homem que levou meu irmão mais velho à justiça que tanto merecia. Gregoripassou três meses na terra por causa dos ferimentos que sofreu.Ivory elevou o queixo.— Passei trezentos anos na terra. — Mal as palavras lhe escaparam, o primeiro sinal daamargura, ela pareceu envergonhada. — Perdoe-me, curador. Estive muito tempo longe

da companhia de outros e esqueci minhas maneiras.— Não há necessidade de se desculpar. — Replicou Gregori, mas ainda estudava a faceesgotada de Razvan. — Eu gostaria de examiná-lo em busca de sinais que Xavier pudesseter deixado para trás.Houve um silêncio aturdido. Mikhail franziu o sobrecenho. Falcon deu um passoparcialmente em frente de Gregori e Razvan deu realmente um passo mais atrás, nassombras.— Não tem idéia do quão perigoso pode ser. — Disse Razvan.— Se ninguém tentar, — indicou Gregori, — está perdido para nós.

— Estive perdido durante centenas de anos.— E toda a informação que possui, que possivelmente ajude em nossa luta contra nossoinimigo maior, estará perdida também. — Continuou Gregori. — E sua companheiratambém.— Eu não faço parte da equação. — Protestou Ivory. — Não o pressione para fazer nadaque ele pensa que está errado me usando como sua vantagem.Gregori lhe dirigiu um olhar tranquilizador.

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— Você tem muito com o que contribuir ao mundo, Caçador de Dragões. Só desejo daruma estudada.- Possivelmente ele tenha razão. - Deliberadamente Ivory não olhou para Razvan. - É unicamente sua decisão e eu o apoiarei completamente, mas talvez possamos encontrar sem ajuda um modo de romper o controle de Xavier sobre você. Suspeito que haja umamaneira. A idéia deu voltas na mente de Razvan. Não tinha pensado em viver, só em morrer.Morrer representava a liberdade da posse de Xavier, da tortura mental e física, e agorainclusive provocavam suas lembranças e emoções. Ivory tinha usado o termo nós. Nunca

tinha pensado nesses termos, tampouco. Ele fitou o pequeno grupo ao redor.Nunca tinha pensado que estaria em pé entre os Cárpatos, sem ter que lutar para fugir.Uma parte dele não confiava em sua aceitação.Como se lesse sua mente, Gregori sacudiu a cabeça.— Não confio inteiramente de que não seja uma ameaça para os Cárpatos, mas estoudisposto a averiguá-lo.Razvan sentiu o desafio dessas palavras. Gregori estava disposto a por em perigo paraproteger o povo Cárpato e para possivelmente ajudar Razvan. Teria Razvan à coragemde lhe permitir entrar em seu corpo, para ver por si mesmo o que Xavier havia feito? A

culpa estava pesada em sua mente.Suas lembranças de antes desapareceram atrás das barreiras que tinha erguido paraproteger a prudência, e já não estava seguro do que havia feito ou não. Eram semanas,meses, talvez inclusive anos que já não recordava e tinha medo de examinar o que haviaacontecido. Xavier o tinha golpeado lentamente, exitosamente até que já não pôde lutarcontra o mago.Caso permitisse que Gregory entrasse em seu corpo e o examinasse, Gregori saberiacada humilhante e degradante momento de sua vida.- Entrarei com o curador. Posso proteger suas lembranças se algo for incriminatório. Dequalquer modo, tudo o que encontrará é sobre Xavier, não sobre você.O coração de Razvan deu um salto no peito. Ela se aliava claramente com ele. Mas porquê? Eles eram companheiros, era verdade, mas não se conheciam, e ele era ocriminoso mais famoso que os Cárpatos tinham.- Estive dentro de sua cabeça muitas vezes nestas três semanas que passaram. Sou umaintrusa também. E acredito absolutamente que você é a chave para destruir Xavier.Essa era uma razão que podia compreender. Não estava seguro que fosse verdade, deque ele fosse à chave para destruir Xavier, mas sabia que o propósito de Ivory era

absolutamente inquebrável. O que tinha a perder? O respeito dos Cárpatos? Não lheimportaria de menos. Isso tinha sido há séculos. Estava mais que disposto a encarar aalvorada. Mas não queria que ela visse, soubesse ou experimentasse as coisas ele tinhavisto e feito. Tanto se havia tomado parte nelas ou não.Conhecia os rostos de cada mulher que Xavier tinha violentado com seu corpo. Asmentiras tentadoras, as promessas doces e enganosas, engravidando uma mulherinocente para tomar a criança que concebesse com ele, pelo sangue. Sempre o sangue.Não recordava seus nomes, mas recordava as lágrimas quando conheciam a verdade.Recordava a sensação de traição e o riso zombeteiro do mago.

Houve muitos mortos durante os séculos. Magos, humanos, um ou dois Cárpatos quetinham sido enganados e assassinados por sua mão. Recordava cada rosto, cadaexpressão. Obcecavam-lhe cada momento que estava acordado. Tinha sido desonradotantas vezes que não podia recordar qualquer outro estilo de vida.Este era seu momento. Podia carregar o fardo de ajudar sua companheira a caçar edestruir o maior inimigo do mundo ou podia desistir e andar ao sol dizendo a si mesmoque estava protegendo a todos. Ajudando, estaria expondo os pecados de seu passado aIvory e ao curador. Não haveria nenhum lugar onde se ocultar de si mesmo e dos crimes

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que cometera com seu corpo. Teria que enfrentá-los em cada dia de sua existência. E searriscava a cair de volta nas mãos de Xavier. Olhou o círculo de rostos. Não haviaimpaciência, nenhum movimento inquieto. Eles simplesmente esperavam uma decisão.- Se estiver manchado além da capacidade de ser salvo de Xavier, me dê sua palavra queme matará, companheira. Quero que só você veja a maldita evidência.Ivory ficou sem respiração ante a enormidade do que ele estava lhe pedindo, atraindo aatenção do Escuro. Manteve o olhar sobre Razvan. Matar seu próprio companheiro…  - Peço a você que me esculpa em sua parede, que possa permanecer a salvo em suaalma. Faça-me esse serviço, embora possa ser indigno. Se me mantiver a salvo terei uma

oportunidade na próxima vida.Os dedos de Ivory se arrastaram pela pele grossa de Rajá e se seguraram ali. Suagarganta fechou e por um momento seus olhos arderam. Sustentou seu olhar, negando-se a afastar a visão da coragem de Razvan. - Será uma honra para mim.Razvan continuou fitando-a, absorvendo-a em sua mente, atraindo-a em seus pulmões,sentindo sua coragem e força. O orgulho por ela aumentou até que quase explodiu comele. Tomou a coragem de Ivory para si mesmo e, ainda olhando para ela, assentiu com acabeça ao curador.— Peço a você que siga a guia de minha companheira. — Disse Razvan. — Se ela desejar

que saia, nos dê sua palavra de que o fará e de que todos vocês nos deixarãoimediatamente.Gregori trocou um olhar longo com o príncipe. – Ele quer se suicidar ou que suacompanheira o mate.- Não pode salvar o mundo, Gregori. - Devolveu-lhe Mikhail, com sua voz fatigada. - Só

 pode fazer o que puder. Se pode ajudá-lo, faça-o; de outro modo o deixaremos ao seudestino. É seu desejo e qualquer Cárpato, macho ou fêmea, têm o direito de escolher amorte sobre a desonra.— Que assim seja. — Disse Gregori em voz alta a Razvan. — Mikhail e Falcon protegerãonossos corpos enquanto tentamos. — Ele olhou para Ivory — Você está forte osuficiente? Se Xavier atacá-lo enquanto está em sua mente, poderá manter o magoafastado?Ela levantou as pálpebras e encontrou o olhar escuro, com olhos de aço. Olhos deguerreiro. Tranquilos. Frios. Remotos.— Preocupe-se consigo mesmo, curador.Gregori inclinou a cabeça e um breve sorriso em algum lugar entre diversão e respeitolhe tocou os lábios. Fez gestos para Razvan para que se sentasse na neve entre eles.

Quando Razvan se sentou um pouco tenso por estar em uma posição tão vulnerável,cinco dos seis lobos fizeram um círculo ao redor deles, com Farkas deitado ao lado deIvory, com a cabeça em seu colo. Ivory colocou uma mão em sua pele e o outro nopunho de sua faca.Mikhail, Falcon, Sara e Gary se posicionaram ao redor deles para proteger melhor ocírculo.Ivory fechou os olhos para se enviar fora do corpo. Razvan a deteve com uma mão suaveno braço. Ivory levantou as pálpebras e encontrou seu olhar.- Só preciso vê-la me fitando uma vez mais. Só isso. Nenhuma condenação. Nenhuma

repugnância. Nenhum temor. Você me olha, como se para você fosse uma pessoa.Ela levantou o queixo. – Você é muito mais que uma pessoa para mim, Razvan. -Ela usou deliberadamente seu nome. - É meu companheiro. Neste mundo, no próximo ounos dois.A nota de carícia em sua voz encheu Razvan de calor. Um sorriso lento lhe curvou oslábios. Sentia-se sem prática, como se seus lábios rachassem e seu queixo fosse romper,mas por dentro, onde ninguém podia vê-lo, sustentou esse primeiro sorriso perto.— Preparado? — Perguntou ela.

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— Tome cuidado. Os dois. — Advertiu Razvan.Ivory se despojou do corpo e entrou em seu companheiro. A luz de Gregori ardia quentee brilhante, quase luminescente. A marca, ela sabia, de um curador forte. Ele a permitiutomar a dianteira, embora pressentisse sua inapetência. Havia cicatrizes dentro docorpo, multidão delas, e sinais de tortura insuportável, mas Razvan havia resistido.Moveu-se para o cérebro. Antes de permitir que Gregori chegasse muito profundo.Tinha intenção de cumprir sua promessa a Razvan. Só ela saberia se ele tinha motivospara a culpa que pesava tanto sobre seus ombros. Só ela saberia se era sinceramente ocriminoso como tinha sido marcado a tanto tempo.

Tinha sido difícil manter sua objetividade quando tinha encontrado as cicatrizes que lherecordaram as próprias, mas as lembranças eram um campo virtual de minas. Osexperimentos de Xavier e as torturas eram inconcebíveis, as coisas que tinha forçadoRazvan a suportar, a observar e a tomar parte. Era uma maravilha que ele estivesselúcido. Moveu-se pelo cérebro penetrando em suas lembranças até que se sentiusaturada e doente. Sim, seu corpo tinha sido usado repetidas vezes para cometercrimes, mas seu espírito, a essência do que Razvan era não havia estado presente.Afastou-se e permitiu a entrada do curador. Moveram-se pelo cérebro em busca daevidência de Xavier, procurando com cuidado. Enquanto trabalhavam tiveram que

compartilhar a carga de lembranças de Razvan, uma vida de dor e sofrimento, deangústia mental. Mais ele se defendeu, resistindo lúcido, às vezes por um fino fio, peladureza e a honra que eram intrinsecamente dos Caçadores de Dragões. O coração deIvory chorou pelo guerreiro solitário e sentia Gregori, forte e disciplinado, chorando comela enquanto se movia através das lembranças de Razvan, procurando encontrar algoque provavelmente fossem os rastros digitais de Xavier. Um caminho de Xavier, paraentrar a vontade.Não havia maneira de atravessar os séculos de tortura sem que pagassem um pedágio.Ivory teve que sair e respirar. Gregori a seguiu de perto.— Ele entregou seu corpo quando tinha menos de vinte anos, para salvar sua irmã. Einadvertidamente comercializou um pedaço de sua alma, pela vida de sua filha. — Ivorylevantou as úmidas pálpebras para fitar Gregori e então giraram a cabeça a seucompanheiro. — Esse é seu crime maior.— Um de dever e amor. — Adicionou Gregori. — Você não é um criminoso, Razvan. Éum verdadeiro Caçador de Dragões. — Ele enviou um rápido olhar para o príncipe. — Sem dúvida ouvirei frequentemente quando outros reconheceram primeiro seu valor.— Sem dúvida. — Murmurou Mikhail.

— Pode tirar o agarre de Xavier de minha alma? — Perguntou Razvan. — Se ele forpossuir meu corpo neste momento poderia vê-los e poderia me usar para atacar opríncipe ou minha própria companheira. Não posso correr esse tipo de risco.— Se Xavier encontrou um modo de marcar uma entrada em seu corpo, então nóspodemos encontrar um modo de tirá-la. — Disse Ivory. — Estudei cuidadosamente, ecada vez que topei com um novo trabalho que ele fez encontrei um modo de desenredá-lo. Sei que isto pode ser feito.Gregori respirou profundamente. - Há ódio no que disse, Mikhail?  - Não sou tão velho para estar surdo.

Gregori manteve o sorriso para ele mesmo. - Estes dois têm muito mais informaçãosobre nosso inimigo do que conseguimos no tempo que estivemos tentando.- Não sabíamos exatamente que Xavier estava vivo, até recentemente.— Ivory. — Sara disse. — Conhece uma maneira de deter o ciclo interminável de seusmicroorganismos? Ele os mudou de algum jeito e desenvolveu para que penetrem naterra e nos encontrem. Causam abortos. Lara foi inapreciável para tentar manter asmulheres livres, mas ela é só uma e não pode ser convertida completamente até queencontremos uma solução permanente.

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— Se Xavier tiver usado seus dons para o mal, estou segura de que posso desfazer o quefor que tenha forjado. Estudei seus métodos durante muito tempo e rebatiexitosamente cada um de seus feitiços. — Ivory falou com confiança, sem se gabar enem se lisonjear, a não ser obviamente da experiência. — Teria que estudar osmicroorganismos. Têm amostras?— Podemos consegui-las. — Sara disse.— Posso levá-los ao meu laboratório. — Ivory olhou o céu noturno. — Temos umaspoucas horas, mas não bastante. Voltarei aqui amanhã e você pode trazê-los para mim.Passei oculta a maior parte de meu tempo e sou extremamente sensível à luz.

- Temos algumas coisas em comum. - O toque dos olhos escuros de Razvan mostravacompanheirismo. Ele havia passado oculto nas cavernas de gelo, a maior parte dosúltimos séculos e era igualmente tão sensível quanto ela.Outra vez houve a inundação de calor que ele associava a ela. Consolo. Aliviava adolorosa solidão que era tão parte dele.— Vocês serão bem-vindos a minha casa. Minha companheira está grávida e permaneceperto. Gostaria muito de conhecê-los. — Ofereceu Mikhail. — Shea, a companheira demeu irmão e Gary estiveram trabalhando sem parar para tentar encontrar uma solução.Talvez se falasse com eles eliminariam vários passos de seu trabalho.

Ivory deu de ombros.— Obrigado pelo convite, mas até que saibamos se podemos evitar que Xavier conheçanossos movimentos seria melhor permanecer tão longe de você como é possível.— Estou de acordo. — Disse Gregori antes que Mikhail pudesse responder e enviou aopríncipe um olhar furioso. — Você e Raven devem estar protegidos sempre.Mikhail dirigiu a Razvan um pequeno sorriso.— Vê como é viver com ele? Rabugento, rabugento e rabugento. E é o companheiro deminha filha também.— Neste caso tenho que concordar com ele. — disse Razvan — Se Xavier tivesse umaentrada através de mim para atacar você, não poderia resistir. O pensamento de metorturar mentalmente o diverte. Gosta especialmente de me usar para fazer mal aminha irmã. Se pudesse me usar para ferir o príncipe do povo Cárpato, e se assegurar deque soubesse, ficaria eufórico.Ivory sentiu a violenta dor de Razvan, embora sua voz fosse tranquila e sua expressãonão revelasse nada. A dor pesava muito sobre ele. Com suas emoções tão novas e cruasera difícil manter o controle, seu amor por Natalya e sua determinação em mantê-la asalvo a todo custo tinha enfurecido Xavier, e agora Razvan podia recordar e sentir cada

traição como se fossem o corte de uma faca.— Se pudermos encontrar seu portal, Caçador de Dragões, — disse Gregori, — provavelmente possamos fechá-lo.Uma vez mais ele se voltou para Ivory. — Vamos fazer isso.Ivory lhe acariciou o queixo com as pontas dos dedos. Seu toque se atrasou na pele sóum momento. Bruscamente desprendeu-se de seu corpo e seguiu Gregori, em pura luz eenergia, procurando a escuridão que tinha que estar oculta em algum lugar dentro deseu companheiro. Embora não quisesse admirar nada a respeito de Gregori, não pôdeevitar. Ele revisava as lembranças processando cada horrível acontecimento,

desprezando-o rapidamente e procurando o momento em que Razvan haviacomercializado seu corpo pela vida de sua irmã.Alcançaram a memória tão longínqua, séculos, um jovem menino que se ofereceu a umlouco, a um assassino, para salvar a sua irmã do mal. Ivory teve que lutar parapermanecer em forma de energia. Era tão difícil explorar as lembranças tão velhas, omenino agredido, mas esforçado, tentando proteger os que amava e vendo maldade acada dia. Examinou tudo nessa lembrança, de todos os ângulos, procurando algo quetinha permitido que Xavier tomasse posse.

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- Não aqui. - Gregori se adiantou no tempo rapidamente, classificando os dadosrapidamente, procurando algo que Xavier fizesse ou alguma palavra de gatilho, algo quetalvez indicasse que havia possuído o corpo do Razvan à vontade.- Espere! - Ivory havia posto mais atenção nas lembranças de Razvan, dele mesmo. Amaneira que observava o que acontecia ao seu redor. Era um Caçador de Dragõesconvertido completamente por suas tias, em um esforço de lhe dar a força necessáriapara fugir. Tinha a mente de um verdadeiro Caçador de Dragões. Ele havia resolvidoviajar pelo mundo em espírito, antes que permitir que Xavier continuasse usando-o. Elenão era consciente, mas o uso de seu corpo naquele momento era uma ilusão que

Xavier criara para fazer com que Razvan acreditasse que o mago era todo-poderoso.Ao se dar conta de que tinha pouca esperança de escapar, mantido morto de fome efraco, Razvan usou sua minguante força para se desprender do corpo deixando-ovulnerável ao ataque de Xavier. Ivory viu o momento exato em que Xavier entrou noesqueleto e deixou pedaços dele mesmo atrás. Agora sabiam o tempo e como, masainda tinham que encontrar os pequenos pedaços de Xavier e encontrar um modo deextraí-los.Ivory começou a cantar brandamente no idioma Cárpato, enviando às palavras vibrantesatravés de Razvan e Gregori.

- Chamo para mim tudo isto é bom para me ajudar em meu desesperado empenho.Que o céu me envie a mais pura luz.Imploro pela canção que posso cantar para revelar o mal está enterrado.Luz do céu ardendo brilhantemente encontre o que é escuro e o ilumine.Do mal, eu trago à tona a mancha que você deixou para trás.A luz queimou através de Ivory e se dirigiu ao corpo de Razvan, lhe permitindo buscar aescuridão deixada para trás. A luz nadou na corrente sanguínea, apressou-se para suamente e coração e procurou ir mais fundo na essência de sua alma, até que Razvanesteve iluminado inteiramente. Em sua mente havia uma cicatriz escura, uma arestamuito pequena que Ivory reconheceu. Havia uma em seu coração, bombeada pelosangue e a última em sua alma. Quatro. Coração, mente, corpo e alma. Não era deadmirar que Xavier conseguisse possuir o corpo de Razvan à vontade. Ainda com isso,Razvan havia se defendido durante séculos.Razvan parecia estilhaçar-se, como se tivesse sido quebrado e voltado a se juntar demaneira errada. A respiração Ivory saiu precipitadamente em um longo e lento som. Elahavia estado em pedaços, seu corpo filtrando-se pela terra, lutando para se juntar, tãofraturada que não pôde soldar uniformemente a pele e os ossos. Era pior que mera

carne. Era a essência mesma do que Razvan era. Enquanto cada ponto de escuridão erarevelado, Ivory atava um fio de luz branca, ancorando-o para que todos os pedaçospudessem continuar conectados.Ivory soube sem que Gregori tivesse que lhe dizer que ela tinha que proporcionar a luzpara reparar as fraturas da alma de Razvan e conduzir fora a pequena lasca de maldade.As palavras eram poderosas. A verdade e retidão juntas para trazer sua mente fraturada.Podiam se sintonizar com o verdadeiro ritmo do corpo de Razvan, para restaurar oequilíbrio e extrair o fragmento do mal do sangue. Mas o coração...- Não sei como amar, curador . - Havia desespero em sua voz. - Perdi essa emoção a

muito tempo. Ele estará perdido por minha causa.- Há muitos tipos de amor, Ivory e você é capaz de todos. Ele é, antes de tudo, umguerreiro. Ame-o por isso. É um homem só que lutou por todos ao seu redor e nãosucumbiu, quando outros abraçaram a escuridão com muito menos para conduzi-los.

 Ame-o por isso. Encontre o que tem para dar e será suficiente quando ele nunca tevenada.

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Ivory respirou e se tranquilizou. A fé do curador era convincente. Sentiu-se serenada.Esta era uma batalha pela prudência de um homem e por sua alma. E ganhariam porquetinham que ganhar.- Quando jogarmos fora os pedaços de Xavier, as lascas precisarão encontrar umanfitrião. - Gregori falou tanto com Razvan, quanto com Ivory.Algo na voz de Gregori fez tudo nela se imobilizar. - Há muito tempo experimentei o

 proibido e rompi nossas leis. Tenho uma necessidade de compreender como funcionamas coisas e violei nossas leis sagradas para averiguar.A confissão foi dada livremente, mas Ivory soube que havia mais que isso. Gregori não

só queria lhes advertir do que esperar, mas também dava a Razvan e Ivory um pedaçodele mesmo, porque sabia muitas coisas terríveis da vida de Razvan. Era um grande riscopara Gregori admitir tal coisa e ela respeitou o curador ainda mais.- O que foi colocado dentro de você Razvan, pode ser tirado. Eu mesmo fiz isto.Razvan ficou silencioso um longo tempo enquanto Gregori esperava sua condenação.Razvan suspirou antes de falar. - Às vezes, o que começou como errado pode ser convertido em boa coisa. Reze para que este seja o caso. Estou preparado, mas não corrao risco de que possa se abrir a ele.Ivory começou a cantar sincronizando os tons ao ritmo natural do corpo de Razvan.

Gregori e Ivory emparelharam o batimento dos corações e o ar nos pulmões, para queas notas fluíssem por todos juntos, vibrando em cada célula e órgãos. O sangue entroucorrendo dentro e fora de seu coração, baixando e fluindo nas veias.- Chamo o sangue que flui quente como à maré.Procure ao que é escuro segurando-o dentro. Calor pulsante estenda-se e queime.Limpando e limpando o que é obscuro.Como o som de ondas o canto se estendeu pelas veias de Razvan enquanto o calor seestendia como se fosse lava fundida, quente, espesso e purificador. Cada célula abraçouo inferno úmido, os músculos e os órgãos se estiraram em sua busca. O calor reuniunévoa elevando-se, acelerando enquanto a canção mudava de ritmo. As notasproporcionaram a purificação, cada uma delas sintonizadas no mesmo ritmo exato, paraque só a pequena lasca escura oculta nas veias, fugindo ante o calor purificador, fossediscordante.Gregori se moveu rapidamente agora que a lasca fugia e murmurou as palavras paraexorcizar Xavier do corpo de Razvan. Segurou o fragmento diminuto para que nãopudesse fazer uma toca ou se ocultar. Suas palavras a mantiveram prisioneira.

Ivory começou a cantar outra vez e as notas trocaram a notas de imenso poder. Aspalavras que ressoaram através da mente de Razvan. A voz de Gregori se uniu à dela emperfeita harmonia, e logo o contraponto, chamando, ordenando.- Procuramos o que é escuro que esteve em circulo.Ordenamos-lhe que se adiante da escuridão e a sombra.Ordenamos-lhe Xavier, que saia à luz.Eliminamos cada parte de você Xavier, da mente de Razvan.Razvan podia ouvir, como se fosse de uma grande distância, a voz de Gregori e a deIvory se elevando, com as notas sintonizadas exatamente com o ritmo de seu corpo. As

palavras poderosas ordenando. Sabia que as palavras eram poderosas. Nomeadas.Ouviu-os chamar Xavier. O nome reverberou por sua mente demandando que saísse,exigindo a seu amargo inimigo que saísse e não retornasse. Ouviu o antigo idiomaCárpato, o batimento de seu coração, sua pulsação e soube que não estava só.Gregori e Ivory andavam com ele. Andavam em passadas longas, com confiança emaestria absolutas, para o fragmento parasitário. Realmente sentiu o momento em queo fragmento se tornou uma bola e rolou, desesperado para escapar da fidelidade e

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pureza das palavras de purificação. Uma vez mais foi Gregori quem conduziu aofragmento à prisão, junto com o primeiro.A canção de Ivory mudou. Sua voz se tornou suave e amante, enquanto chamava as suaslembranças perdidas de infância e seus fortes irmãos que a sustentavamapertadamente. Ela recordou o amor que tinha por sua família, intenso e apaixonado.Verteu esse amor na canção. Sua voz era poderosa e persuasiva, trazendo lágrimas aosolhos de todos os que ouviam.- O coração que é puro com o corpo esgotado,

 Acho-o bonito cansado e sozinho.

Dou-te meu coração e derramarei suas lágrimas,Pegue minha mão, eu sustentarei todos os seus temores.Dou-te minha palavra, nenhum vínculo nos conecta,Dou-te meu amor livremente para que nenhum dano possa atacá-lo.Tendo lutado uma longa guerra, resistindo a muitas dores,Que saiba que embora esteja fatigado, sou sua manhã.

 Aquiesça-se, as minhas palavras e ouça a canção que canto,Permita-as entrar profundamente para que possa encontrar a paz uma vez mais.Ela mudou as palavras, cantando tributo a um guerreiro forte e puro, completamente só

em um mundo de loucura. A honra o guiava, o amor de sua irmã, de seu povo, umcódigo que ele se negava a romper sem importar o que lhe fizessem. Cantou a canção detributo a um guerreiro. O amor se vertia em cada nota. Quanto mais se movia pelaslembranças de Razvan acessava sua vida, a maneira como lutou para manter sua honrana loucura que o envolvia, a maneira como se prendeu apenas à prudência quandoenfrentava o que Xavier tinha forçado seu corpo a fazer. As matanças, engravidar asmulheres, alimentar-se de suas próprias filhas e apunhalar a sua tia. As lágrimas aafogaram, e o amor fluiu de seu coração ao dele, enchendo-o até que não houve outraemoção além do amor. O fragmento fugiu, incapaz de suportar a emoção verdadeira eimpoluta que Xavier nunca poderia sentir. Gregori rodeou o fragmento com sua força eo conduziu junto aos outros na escuridão.Ivory sabia que salvar a alma de Razvan era tarefa para ela sozinha. Ela era sua outrametade. A alma de Razvan também era dela. Um intruso havia invadido e tinha ousadohabitar, tomar o que era seu por direito. Razvan não a tinha reclamado, não tinha unidosuas almas, mas cada vez que estavam perto ela sentia o puxão entre eles, forte eintenso. Mudou a canção outra vez. Desta vez cantando de sua alma a dele, pedindo aseu verdadeiro companheiro que a aceitasse, que se unisse a ela, que aceitasse sua

fusão. Sua luz seria muito para alguém tão perverso quanto Xavier.- A luz a luz escura, a escuridão à luz.Minha alma à tua, e juntos lutaremos.

 A metade de um todo, juntos.Remende e cure por dois, que agora são um.Sangue, corpo e osso reparados, juntos nossa luz brilha.A luz explodiu pelo corpo de Razvan, brilhante e pura, a luz de uma alma inocente. Erasua companheira. Embora ele não a tivesse reclamado, suas almas, as duas metades domesmo todo, resplandeceram com deslumbrante brilhantismo, uma ao lado da outra,

com apenas um vazio fino entre elas. A metade de Ivory parecia iluminar a deleenquanto movia sua alma sobre a dele e então se uniram, permitindo que a luz delaentrasse na escuridão dele. O fragmento fugiu ante a luz, com fumaça ardendo pelasextremidades, como se estivesse queimando. As células se encolhiam para que Gregoripudesse conduzi-lo a se unir aos outros.Razvan se sentia completo. Inteiro. A sensação de suas almas unidas o sacudiu. Sentiafios diminutos tecendo-se juntos, como se as duas metades reconhecessem uma à outrae se estendessem para o que estivera perdido. Conhecia-a intimamente. Cada luta, cada

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parte de sua determinação e coragem. Tudo isso era ela, o que ela era. Manteria-a asalvo. E se manteria a salvo. Pela primeira vez desde que era um jovem rapaz, ele sentiaque podia respirar livremente.Gregori começou a cantar. As palavras eram no antigo idioma, a ordem maior docurador, o presente maior, para forçar fora de Razvan à escuridão do mal. Sua voz erapoderosa, vibrando através de Razvan e Ivory, um instrumento de força imensa.- Kuuluam hän ku köd és hän ku Karpatiiak altenak . — Tomo o que é escuro e proibido.Saam lhe Szavéar. — Eu nomeio você, Xavier.It éntölam kuulua ainadet. — Reclamo seu corpo agora e ordeno.

Ottiam seja éset veriet és luwet. — Vejo o tecido, o sangue e o osso.Muonìam ainadet belso és kinn. — Centralizo sustento e afio.Muonìam ködaltepoårak, it poårak juttam. — Eu comando estas abominações, estesfragmentos que se unem agora.Totellosz sarnaakam, kadasz kontalik, kaik kad asz. — Com minha ligadura, abandonema este guerreiro, sem deixar nada para trás.Os fragmentos fizeram o que puderam para lutar contra as ordens, mas estavam muitotemerosos da luz. Cada vez que a energia de Gregory os tocava soltavam fumaça emurchavam mais.

- Volte para seu corpo, Ivory . - Ambos estavam em perigo enquanto os fragmentos deXavier enegreciam e a alma nociva fugia do corpo de Razvan para procurar outroanfitrião.Ivory e Gregori uniram seus espíritos com seus corpos, enquanto Razvan se elevavasobre eles, protegendo-os nesse primeiro momento desorientador. O solo retumbousinistramente. A terra erupcionou como um gêiser. O céu escureceu. Por um momentopuderam ouvir o sussurro das folhas nas árvores e logo um ruído ensurdecedor, comouma parede de água turbulenta.Em alguns momentos as nuvens e a faixa da lua foram apagadas sob a imensa migraçãode morcegos gigantes. Os morcegos se aproximaram mostrando as presas gotejantes ealguns aterrissaram na terra em um círculo ao redor do grupo, usando as asas paraandar. Outros se lançaram sobre os rostos rilhando os dentes.A terra se abriu justo sob Razvan e um verme gigante eclodiu de baixo, com asmandíbulas abertas e os dentes serrados seguraram em torno do tornozelo de Razvan.Por um batimento do coração, o verme de dez metros permaneceu imóvel, com Razvanencerrado entre seus dentes, e logo deslizou de volta ao chão; a terra entrou emtorrentes detrás dele.

Capítulo 6

Ivory tirou uma arma de aspecto malvado, circular, com o centro de cristal e esticou osbraços.— Agora. — Ela chamou a alcatéia.Os lobos saltaram no ar mergulhando em suas costas. Ivory já estava afundando, direto

para baixo, com as mãos diante do rosto como um mergulhador olímpico atual, jámudando de forma enquanto, empurrando-se através da terra para seguir o atalho dogrande verme que arrastava Razvan com ele.- Olhe para mim. A mim. Estou com você.- Não! Volte. Ele não pode tê-la.- Tampouco pode ter você. - Ivory bloqueou tudo o que acontecia na superfície. Gregorilutaria contra as mutações de Xavier e libertaria o príncipe; tinha que fazê-lo. Ela tinhaum dever e esse era manter seu companheiro fora das mãos do alto mago.

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- Não posso mudar de forma e fugir.Ele notou o verme, criado para viajar pela terra. Uma vez que seus dentes se encontramno centro, retinha sua forma. Ela sabia. Havia extraído o veneno para usá-lo com suaprópria combinação de substâncias químicas, para fazer a cobertura de suas armas eassim evitar que os vampiros mudassem de forma. - Ele não pode ter você. Não lute. Permaneça bem quieto para que te injete menos veneno. Mantenha sua mente naminha. Tem que confiar em mim.Ele parecia ter ficado completamente quieto. Tinha que ter muita coragem para nãolutar contra o verme que o arrastava mais profundamente sob a terra. Era mais fácil

para o verme atravessar o túnel, já esculpido através das camadas de terra enquanto sedirigia de volta ao seu professor , para entregar seu prêmio. Razvan tinha que saberaonde e para quem o verme lhe levava, mas deixou de lutar.Razvan nunca tinha sido capaz de confiar em ninguém, uma vez que seu pai morrera esua irmã estava perdida para ele. Dar isso a ela? Depositar sua vida, não, sua alma emsuas mãos? Tinha que ser nada menos que algum tipo de renascimento por fogo, porquenunca antes ele havia colocado sua alma nas mãos de alguém.- Confio em você.Induzia confiança. Lutar contra um verme era muito perigoso. Virtualmente tudo sobre o

verme era venenoso. As pontas agudas que lhe percorriam o corpo para cavar epropulsar-se para frente e para atrás pelo túnel, o ferrão no final da cauda que ondeavae golpeava, tudo continha o mesmo veneno das presas e da dupla fila de dentesserrados. Só a cauda podia romper cada osso do corpo de um guerreiro. O couro eraduro e podia cortar uma mão ou o braço se o tocasse.- Feche os ouvidos, Razvan. Não pode ouvir. O som será incômodo para você. - Era aúnica maneira que podia pensar para descrevê-lo, mas tinha que deter o verme,desorientá-lo. Com o túnel já escavado podia deformar o tempo com alarmantevelocidade. - Quando ele soltá-lo terá somente alguns segundos para expulsar o venenode seu corpo e poder mudar de forma. Tem que estar preparado. Só alguns segundos . -Tinha que confiar que ele sentisse a urgência nela e a obedecesse.Com a faca em uma mão, os braços estendidos para Razvan e os olhos cravados nosdele, ela começou a cantar.- Chamo o elemento do ar usado para o som.Tamborilo o coração do perverso que escava pelo chão.Tom, harmonia, combinação e alinhamento.Luto atacando a deformação da mente do mal.

As notas que usava eram entoadas para vibrar e desorientar, provocando vertigem eperda de tempo no verme. A terra respondeu às notas discordantes da ordem. Acadência de sua canção continuou, mas os tons de Ivory se alteraram mudando asvibrações para que chegassem a ficar sintonizadas com a terra circundante, atraindo-apara dentro até que começou a desabar e preencher o túnel. A onda de som atravessoua terra. O solo estremeceu, tremeu. A terra choveu por toda parte ao redor deles.- Continue me olhando. - Ivory seguia movendo-se para Razvan, propulsando-se pelocomprido e largo buraco. – Lembre-se. Expulse o veneno fora rapidamente quando overme soltar você.

Ela havia trocado de forma e era nada mais que moléculas viajando a alta velocidade,mas ainda assim não o bastante rápido para alcançá-lo.- Mantenha seus braços estendidos em cima da cabeça, para mim, para a superfície.Mais terra desabou no túnel. Uma explosão como um trovão rugiu pelo túnel atrás doverme e a criatura vacilou. Foi o bastante para que Ivory fechasse a brecha entre eles ematerializasse as mãos. Empurrou uma arma na mão direita de Razvan e o segurou pelopulso esquerdo. Imediatamente, começou a cantar outra vez. Desta vez as notas

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ressoaram através da terra. O som era doloroso, chocava em seus corpos e mentes,convertendo-os em geléia por dentro.O verme deixou completamente de se mover, abriu a boca em um chiado quereverberou pelo solo, liberando Razvan ao mesmo tempo.- Agora! Agora! Mude quando puder, segurando a arma. Siga-me. - Sem medo, Ivory seconverteu em névoa, e correu dentro da gigantesca abertura da boca do verme.Razvan expulsou o veneno de seu corpo, ignorando a violenta dor, bloqueando suamente a tudo exceto a seguir Ivory. Sentiu uma esfera vibrando na mão, enquantomudava de forma e soube que ainda o tinha, o que significou que não era mera ilusão,

mas sim era feito de terra natural e pedras. Seguiu-a sem vacilação, passando pela duplafileira de dentes serrados, por diante das presas que gotejavam e as bolsas de espessoveneno, descendo pela garganta do animal.- Não toque em nada dentro; nem as paredes. Nada. Estes vermes têm dois lugaresvulneráveis, e ambos estão nas profundezas. Nem ir pelos olhos faz alguma coisa.Procure por tecido de cicatriz dentro da garganta. Vai reconhecer na hora em que ver.Todo o resto está revestido. O lugar é onde Xavier se conecta para dar instruções. Osegundo lugar está muito mais fundo e é muito mais perigoso de encontrar.  Razvan não queria saber como ela tinha descoberto a informação, mas não restou

nenhuma dúvida em sua mente que tinha sido conseguida com dificuldade através deexperiências em primeira mão. Ela estava muito segura em seu julgamento, e sua vozestava crispada com a tensão.Esquadrinhou as paredes da garganta do verme. Protuberâncias e arestas em vermelhoescuro e negro cobriam as membranas acima e ao redor deles. O verme se sacudiu ecorcoveou lutando para sair do túnel que desabava tornando duplamente difícil evitarroçar acidentalmente a parede. O veneno gotejava do teto, chovendo ao redor deles.Como névoa era mais fácil de evitar as gotas.- Ali! Encima, à sua direita. No céu da garganta. - Razvan descobriu o pequeno círculo ereconheceu o selo de Xavier. Os vergões e as manchas formavam diminutos anéis eespirais, danos por todo o tempo de contato com o mago.- Nos restará somente segundos para sair outra vez. A esfera é iolite, uma pedra violetaque realça a visão no reino astral. Siga o que faço e logo saia rapidamente para foradaqui.Razvan se deu conta de que um fino fio de luz azul violeta emanava da esfera. Ivorytomou sua forma normal abatendo-se no centro da garganta do verme, se esquivandoas cordas de saliva tóxica. As fibras peludas saltaram em ação e esticaram-se como

tentáculos, para a fonte de calor. Ivory as evitou escarnecidamente e usando umapontaria mortal, golpeou com força e rapidamente com a luz. Usando-a como uma lançaou um laser, ela penetrou a parede dura do verme, ancorando-se profundamente.Soltou a esfera e seguiu golpeando duramente no anel de cicatrizes.Razvan imitou as ações de Ivory, soltando primeiro a luz e logo o disco dentro dopulsado do dele. A luz explodiu dos dois discos e iluminou as paredes da garganta,banhando-os em cor violeta. O som veio depois, agudo, as notas ameaçavam destroçartoda a razão. Razvan amorteceu apressadamente o som.Ivory já corria de volta para a boca do verme. O corpo imenso e cavernoso golpeava

daqui para ali, corcoveando com mais força que antes. - Depressa. - A urgência em suamente o convenceu em duplicar sua velocidade como nada mais poderia. Atrás deles, aluz violeta se estendia como um câncer, manchando a venenosa garganta de púrpura eazul. O névoa se elevou.Ivory permaneceu imóvel atrás da fileira dupla de dentes. - Fique preparado.Razvan não tinha a menor idéia de que tinha que estar preparado, mas o verme pareceumais instável que nunca ao redor deles. O névoa azul-violeta que vertia dos dois discos

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ondulava. Ouviu Ivory contando mentalmente, concentrando-se com força. No fundo desua mente sentiu o momento exato em que ela se propulsou para frente.O verme abriu a boca para tossir. A garganta se contraiu, os músculos se apertaramatrás deles, fechando a brecha quando saíram disparados de dentro do verme.- Mova-se. Mova-se! - Ivory não parou. Continuou se dirigindo para a terra, de volta asuperfície.Razvan a seguiu, assombrado de suas habilidades, de seu conhecimento do inimigo e damaneira eficiente, rápida e totalmente tranquila com que iria destruí-lo.- Quando surgirmos na superfície, os morcegos estarão atacando. Vá para perto do

 príncipe para acrescentar sua proteção. Todas as retorcidas abominações de Xavier estarão lutando para chegar a ele.Ao redor dele podia sentir o chão instável tremendo, rodando, enquanto o vermegolpeava e lutava enviando ondas de choque que ondulavam profundamente,ocultamente. O solo afundou ao redor deles caindo sobre si mesmo.- Mais rápido. - Ivory sussurrou a ordem em sua mente. - Tome à dianteira.Ela possivelmente fosse um dos melhores guerreiros que ele jamais encontrara e delonge o mais informado no que se referia ao exército de Xavier, mas ele ainda era ummacho Cárpato e era seu companheiro. Ela não ia ficar protegendo suas costas, não

quando ele podia estar protegendo a dela.- Continue se movendo. Estamos perto da superfície. –  Ela informou. - O que estiver láem cima não será tão mal quanto o que tinha dentro de mim. Cuide.- Ele irá para o príncipe. - Reiterou Ivory. Uma maneira segura de destruir o povoCárpato é destruir o príncipe.Razvan explodiu na superfície, surgindo a uma noite cheia com o som da batalha. Otrovão estalava e o relâmpago atravessava pelo céu, se estrelando contra a terra,enquanto os raios golpeavam as centenas de morcegos que cobriam o solo comoenxames. Parecia um mar vivente, os morcegos andando sobre as asas, despindo osdentes a tudo em seu caminho. Comedores de carne. Ele tinha visto as mutações nascavernas que Xavier ocupava, colocados lá para proteger, para dar o alarme eproporcionar sangue dos animais que matavam e arrastavam a suas guaridas.Ivory surgiu do chão, encolhendo-se, estendendo os braços. Os lobos saltaram de suascostas e meio aos morcegos, estalando pescoços enquanto seguravam e sacudiam suaspresas, lutando através da massa para chegar ao círculo que defendia o príncipe. Ivoryos seguiu. Tirando uma de suas muitas armas caseiras, ela a atirou para Razvan e pegououtra.

Razvan descobriu que a estranha arma disparava luz, não projéteis. Ele nunca tinhaparticipado deste modo em uma batalha, com sangue orvalhando-se sobre a neve. Masnão vacilou, permaneceu na mente de Ivory. Ela era uma guerreira por toda parte,caminhando entre os morcegos, chutando-os, orvalhando a brilhante luz alimentada porum diamante através de um caminho longo e cortando cabeças.— Mantenha o nível do spray com os pescoços. — Ela aconselhou e logo gritou. — Gregori! Estamos chegando.Um dos morcegos segurou Razvan pela panturrilha e tentou lhe rasgar a perna. Blaez, osegundo lobo mais velho pegou à maliciosa criatura com suas fortes mandíbulas e o

arrancou longe de Razvan, atirando o corpo sangrento a um grupo de morcego onde orasgaram com uma virulência que recordou Xavier.Gregori golpeava com raios no centro dos morcegos, abrindo caminho para eles. Razvanseguia Ivory através do mar de morcegos, permanecendo perto para lhe proteger ascostas. A arma jogava uma folha de luz atrás deles em um arco largo. Quando os lobosvacilaram, preferindo permanecer no exterior, Ivory gritou uma ordem.- Eles os comerão vivos. Venham! – Ela estendeu os braços e os lobos saltaram por cimada massa de corpos peludos e se fundiram as suas costas.

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Ivory continuou avançando entre os morcegos, correndo para o pequeno grupo, lutandopara evitar ser dominada. O grupo se negava a se dissolver e abandonar Gary, seu amigohumano. Seria quase impossível protegê-lo do ar.— Tire o príncipe do chão. — Gritou Ivory acima da animação, a Gregori. — O ataquevirá por debaixo do chão. Isto é uma diversão.Falcon tirou Gary do chão com um puxão, sem fazer perguntas, enquanto Mikhail seelevava também. As hordas de morcegos se tornaram loucas, lançando-se sobre elescom frenesi renovado.— Perdi de vista os fragmentos de Xavier. — Advertiu Gregori. — Provavelmente estão

nos morcegos.Ivory empurrou com força uma de suas armas de luz, nas mãos de Sara.— Tem que lhes cortar direto no pescoço ou realmente se tornarão loucos com você. — Ela tirou um objeto de aspecto estranho, como uma granada, de um laço de seu cinto,preparando-se.— Viu estas mutações antes? — Perguntou Gregori, continuando a usar o fino chicote derelâmpago para incinerar os morcegos.— Estudo tudo o que o mago faz. — Respondeu Ivory. — Há um portal perto. Devoencontrá-lo e fechá-lo ou seguirão replicando-se. Está no solo, não em uma caverna.

— Viu estas criaturas antes? — Perguntou Mikhail.Ivory assentiu, esquadrinhando o solo com o olhar. Curvava-se sob eles e ondulava comouma onda no mar.— Fogem de Xavier às vezes e seria uma ameaça imensa para a aldeia próxima. Sãocarnívoros maiores e atacam em grupo. — Ela segurou o disco na mão de forma maisapertada, quando viu a terra borbulhar no solo.Gregori e Falcon estavam em movimento constante, açoitando golpe após golpe deenergia, o vermelho vivo entre a massa. Mikhail golpeou com força o punho acertandoum murro em um deles que voava sobre o rosto de Gary. Todos os Cárpatos e Garyestavam com numerosas marcas de dentadas e arranhões, pelo assalto contínuo.— Dê-me uma dessas armas. — Disse Razvan. — Não vai sozinha.Ivory franziu o sobrecenho. Seus olhos ainda esquadrinhavam o chão.— Ir dentro de sua guarida é pior que o verme. Permanece aqui e ajude a proteger opríncipe.Agora o solo borbulhava sinistramente. Várias seções afundaram vários centímetros.— Ivory. — Ele esperou até que ela o fitou, para que lesse a determinação em seu rosto.Razvan não era um homem que voltava atrás. — Dê-me uma arma.

Ela se estirou observando o solo se mover nas áreas afundadas. Uma mão se moveu comrapidez à cintura e atirou para Razvan uma cópia de sua granada enquanto saltava, comos pés na frente, no centro do lugar onde o solo era mais ativo. Razvan a seguiu sob omesmo, mudando para névoa, para atravessar as camadas de terra. A granada mudoucom seu corpo, convertendo-se em nada mais que moléculas, o que lhe disse que eraoutra de suas armas naturais caseiras. Era antes, de forma oval e desigual. Nada lisa.Subia um mau cheiro, uma combinação de carne podre, fétida, cadáveres e enxofre. Seuestômago se revolveu, mas ele não vacilou em segui-la ao mais profundo do túnel. Osmorcegos se elevavam de baixo e ele tinha que resistir ao impulso de golpeá-los

enquanto se deixava cair nos salientes mais rochosos onde a colônia habitava. Mantinhasua mente firmemente na de Ivory, seguindo seus movimentos exatamente. Ela era umaguerreira, bem versada nas maneiras de Xavier, decidida a derrotá-lo e às mutações queele liberava no mundo. Ele tinha se unido firmemente a sua guerra, e que melhormaneira de aprender, que com uma perita.Não podia evitar admirar sua completa concentração e seu propósito prático e firme. Elanão esbanjava conversa e nem movimentos. Ivory era toda concentração e enchia-o deinformação enquanto se deixavam cair no chão da guarida. A rocha que os rodeava era

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dedilhada de buracos escuros, o chão coberto de ossos e pele; sangue velho e novosalpicava as rochas e ensopava o solo reunindo-se em espessas poças e se ocultando emfendas.- Isto é um matadouro.- Uma vez que escapam das ordens do Xavier, eles começam esta conduta formandogrupos e se reproduzindo, matando tudo ao seu redor. Deixariam os ossos de um cavalolimpos em minutos.- Vi os primeiros experimentos de Xavier. Ele os alimentou com humanos e magos,indistintamente. - Razvan tentou não recordar os gritos dos mesmos ao morrer em

agonia, mas os aromas horrorosos provocavam as lembranças e seu estômago serevolveu. - Uma vez jogou um em minha câmara. Eu estava acorrentado à parede e elecomeçou a me devorar pelos pés. Pude sentir como cada dente rasgava minha carne.Pensei que se me comesse, deixaria de existir, mas pude suportar a agonia depois de ummomento.Não soube por que se sentiu obrigado a fazer a admissão, e se envergonhou nomomento em que o fez. Tinha sido há muito tempo e ele havia empurrado aslembranças para o fundo de sua mente, até que o cheiro da morte e a podridão ostrouxeram de volta em ondas.

- Há muito tempo, eu tive lobos me roendo o osso de minha perna. Felizmente,ajudaram-me a me enterrar .Sua voz era tão prática, que ele quase não compreendeu o que ela havia dito. Ela seguiufalando como se não tivesse revelado nada de importância.- O que vamos fazer é mudar a composição do ar usando as granadas caseiras. O fogoaqui embaixo ficará mais quente que tudo o que tenha sentido jamais. Então se lembreque não pode respirar esta substância química e tem que se proteger do calor intenso,ainda nesta forma. Você se assustará e irá querer ir à superfície, mas o fogo correrá paracima e devemos esperar até que a substância química se disperse. Quando sematerializar para ativar a granada, eles virão aos montes sobre nós. A sensação étotalmente horrorosa. Se já sentiu um, imagine centenas.- Vamos fazer isso. - Estava-lhe chegando o cheiro ruim e a idéia de se expor a centenas,possivelmente milhares das criaturas demoníacas seria aterrador, se permitisse a simesmo pensar.- Faremos isso quando contar o número três. Materialize-se, tire a argola e conte. Logo a

 jogue no centro da guarida. Tem que esperar cinco segundos. Será uma vida, meacredite. Imediatamente, reassuma esta forma e permaneça longe das rochas, mas

longe do centro. Não respire, sem importar o que fizer e não tente ir à superfície, semimportar quão quente se sinta.Razvan se posicionou na frente dela, esperando lhe bloquear o rosto e a parte dianteirade seu corpo do ataque que ia acontecer.- Um. Dois. Três.Razvan tomou forma sólida. Imediatamente suas botas afundaram em corpos podres.Enquanto extraía a argola da granada química, começava a contar e balançava o braçopara trás para o tiro, os morcegos atacaram em turba sobre eles. Centenas deles. O pesoquase os levou ao chão. Os dentes acravavam profundamente e lhes rasgaram a carne.

Ouviu o rugido dos lobos, os dentes que mordiam a sua vez, protegendo as costas deIvory. Os cinco segundos pareceram uma eternidade enquanto o gás assobiava no ar. Osmorcegos emitiam continuamente um chiado agudo que reverberava por seu crânio, emuma chamada para que outros se unissem ao banquete frenético. Sentiu os pedaços decarne sendo rasgados de suas costas e pernas. Deu um passo mais perto de Ivory, paraprotegê-la com seu corpo enquanto, seus lobos lhe protegiam as costas.Os dois lançaram as granadas ao mesmo tempo e simultaneamente mudaram de forma.O brilho foi ensurdecedor nos pequenos limites da caverna rochosa, sacudindo a terra. A

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luz foi tão brilhante, que mesmo sem seu corpo a intensidade lhe queimou os olhos. Aexplosão fez Razvan voar para trás e ele teve que se endireitar apressadamente, para semanter longe das paredes.Ao purgar a guarida de todos os ocupantes, eles mudaram a composição do ar a gás,acendendo-o em um fogo furioso que subiu pelas paredes como um foguete. As rochasbrilharam. Vermelho-alaranjadas, as chamas lambiam com avidez dentro de cada buracoe o túnel. A pressão extrema feria cada molécula de seu corpo. O ruído era aterrador,com o rangido das rochas ao partir enquanto grandes pedaços chamejantes cediam, e osgritos de morte dos morcegos quando seus corpos peludos ardiam de dentro para fora

ou arrebentavam ou explodiam. Alguns explodiram em chamas.Durante uns poucos minutos foi pior que qualquer inferno que jamais pudesse terimaginado. Cada instinto lhe insistia para pegar Ivory e subir à superfície, mas o fogo semovia para cima, na frente deles e purgava cada fenda e lugar, todas e cada uma dasfossas e túneis que as criaturas haviam construído. Parecia interminável, como seestivessem presos no centro de um vulcão. Lutou contra o impulso de respirar enquantoseu corpo ainda era moléculas.Abatendo-se em atitude protetora, tentou rodear o corpo de Ivory com o seu paraprotegê-la do pior do calor, embora as temperaturas fossem tão altas que duvidava que

importasse. A rocha ainda resplandecia, mas as chamas se apagaram antes que Ivorycomeçasse a subir à superfície.- Emerja tão perto dos outros quanto possível. Advertirei-os e atacaremos às criaturas nasuperfície. Não seria nenhum bem matá-los primeiro sem eliminar sua guarida .Ele nunca tinha admirado tanto alguém em sua vida. Ela fazia o que tinha que ser feito,sem nenhum pensamento para sua própria segurança. Era prática a respeito de emergirem outra tormenta de morcegos carnívoros, depois de que seu corpo tivesse sidodespedaçado por essas criaturas. Ele não podia sentir o menor desinteressa nela, e algodentro dele se abriu e abraçou seu verdadeiro destino. Nascera para esta mulher. Eraseu par. Sua outra metade. Ele era um Caçador de Dragões, um guerreiro e não omonstro perverso que Xavier tinha tentado formar.O estalo de regozijo o atravessou enquanto rompia pelo anel enegrecido de terra,surgindo em meio a estalar de dentes e o fogo que descia do céu. Nunca havia sesentido tão vivo ou livre. Pegou um morcego em cada mão e golpeou as cabeças juntas,lançando-os para os lados. E foi atacado por todos os lados. O peso completo dos corpostentava puxá-lo enquanto faziam tudo o que podiam para comê-lo vivo.— Cubra Gary. Envolva-o em um casulo, uma borbulha hermética e resistente ao calor.

— Disse Ivory, então jogou no ar uma granada para Razvan.Havia algo muito agradável em ser seu companheiro. Ela não tinha incluído os outroscaçadores e nem ao príncipe em sua luta. Ele era seu companheiro, seu sócio, e emboranão tivesse sua experiência, ela confiava nele mais do que o fazia com os outros e era aprimeira vez desde que tinha ficado longe de sua irmã, que alguém jamais lhe tinha dadoconfiança.— Advirta a qualquer um que venha em sua ajuda, que se afaste. Este é o único modoque conheço de matar uma colônia. — Ela sabia que os outros tinham visto o penachode fogo que ardia do solo e provavelmente sentiam calor.  – Isto será como nada jamais

sentido.Seu olhar saltou para Gary em meio ao barulho. Gary lutava esforçadamente. Era óbvioque tinha ficado ao redor dos Cárpatos, e mesmo as criaturas perversas pouco faziampara sacudir sua fé em seus amigos.— Ela está sendo despedaçada. — Razvan gritou. — Façam o que ela pediu, quandodisser agora.A visão dela com os morcegos lhe cortando os braços e pernas era mais dolorosa do queesperava. Lutou para chegar ao seu lado e a enfrentou.

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— Puxe a argola e conte.— Cubra-os, Gregori. — Reiterou Ivory. — Que ninguém respire. Terá que respirar porGary. Se puder, afaste qualquer fauna longe daqui.— Faça isso. — Ordenou Mikhail.Puxaram as argolas e o gás assobiou no ar. Razvan não olhou os outros, só a Ivory comsua face tranquila e valente e aos lobos que lutavam em suas costas. Não sentiu osdentes que cortavam profundamente ou viu a sangrenta matança que os morcegosestavam deixando na neve, só viu e sentiu a ela, que deu a ele um meio sorriso com osolhos suaves enquanto contavam e lançavam as granadas no centro da massa que se

retorcia e ambos se dissolveram.Ele sabia o que esperar, mas ainda assim, a explosão pareceu pior agora quando nãoestava contida em um buraco no chão. Um cogumelo nuclear alaranjado se elevou comoum foguete para o céu. A explosão balançou a ambos e a força os fez voar para trás. Apressão correu por seus corpos. A sensação era como se tivessem grandes pedras sobreo peito.Havia uma sensação de poder ao mudar de forma, uma enorme pressa para combaterquando a pessoa tinha o controle de seu próprio corpo. Nada reduziu a intensidadedesse regozijo, nem as árvores que estalavam ou as massas de morcegos incinerados

que choviam do céu ou o cheiro ruim da asquerosa carne queimada. Pela primeira vezem sua vida, ele se sentia realmente como se houvesse feito algo que fazia umadiferença. Por causa dela, Ivory. Esperou enquanto o calor fluía ao redor deles,queimando tudo ao seu caminho, com sua mente ocupada com a mulher que sabiatanto a respeito de Xavier.Era possível que ela fosse à chave para desfazer o mundo de tal monstro? Haviarealmente uma oportunidade? O mundo ao redor dele estava ardendo, mas pelaprimeira vez em séculos sentia esperança. O rugido das chamas e o estalo e rangido doinferno se misturava aos últimos chiados ofegantes das criaturas horrorosas, e ele sópodia ouvir o cochicho suave de Ivory em sua mente.- A vida pode ter grandes e inesperados momentos.Uma partilha. Ele reconheceu sua boa vontade em compartilhar um pequeno pedaço dequem ela era, com ele. Seu amor pela batalha. Ela amava a luta, o estudo cuidadoso doinimigo, o planejamento e a preparação. A rajada de adrenalina quando seu corpo bemtreinado e o cérebro respondiam, como uma bailarina que realiza passos precisos ecomplicados e surgia vitoriosa. Os sentimentos fluíram dela nele, enchendo-o com ela,com seu rumo na vida, com a compreensão de que nenhum outro conhecia a mulher

complicada e talentosa da maneira como ela permitia a ele.Essa compreensão o quebrantou, mas ao mesmo tempo o reforçou. Nunca havia sesentido como se pudesse estar à altura de alguma coisa. Nunca tinha sido o bastanteforte para derrotar Xavier ou para fugir, nem sequer para salvar sua filha ou suas tias.Esta mulher, sua companheira, forte e resistente, lhe oferecia como mínimo, a amizade.- Tem razão a respeito desses momentos inesperados. - Era definitivamente um grandemomento inesperado. Enquanto o vento gerado pelas chamas rugia ao seu redor,enquanto o calor estalava por seu corpo e o mundo se elevava em chamas purgando oúltimo dos morcegos mutantes, ele se sentia em paz. Sentia-se inteiro. E estava feliz.

Sentiu o pequeno sorriso compartilhado de Ivory e o reteve, guardando-o em segredono coração. O coração que ela lhe havia devolvido.- Quando voltar para a forma natural cantarei o feitiço revelador. Os quatro fragmentosque lhe tiramos necessitarão de um anfitrião, e os morcegos estão mortos. Eles terão

 fugido de seus corpos. - Advertiu Ivory. Estará procurando outro anfitrião. AdvirtaGregori que vigie o resto deles.

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É obvio. A vigilância era tudo agora. Esta era a oportunidade de destruir uma pequenaparte de Xavier. Mesmo se levasse um pouco de cada vez desfazer o mundo dele, valeriaà pena.Razvan voltou a sua forma natural e indicou que os outros fizessem o mesmo.— Ela vai usar o feitiço revelador. Vigiem o espírito escuro de Xavier. — Ele os advertiu.Ivory brilhou em sua forma física, atenta, já cantando o canto revelador e enviando asnotas a se dispersar através do campo carbonizado e o céu. Ainda chovia escombros. Afumaça e a cinza formavam redemoinhos e vagavam na brisa leve. A neve chegou dasnuvens pesadas misturando-se com os restos que caíam. A natureza já procurava cobrir

os sinais da batalha.- Chamo a mim a tudo o que é bom para me ajudar em minha desesperada situação.Imploro pela canção que posso cantar para revelar o perverso que espreita na noite.Luz de céu, ardendo brilhantemente, encontre o que é escuro e banha-o em luz.Do mal, eu trago à tona a mancha que deixou para trás.A luz se espalhou pelos restos no campo de batalha, iluminando quatro sombras escurasque deslizam entre os mortos, para o pequeno grupo de Cárpatos que protegiam Gary.Gregori estendeu a mão, abrindo os dedos, e o relâmpago saltou crepitando e rangendoem volta dos quatro fragmentos. Três deles fizeram uma toca no chão, mas a ponta do

chicote golpeou o quarto, incinerando-o.O solo girou e se inclinou. Elevou-se um grito. Sangue negro borbulhou do solo e umaroma nocivo explodiu no centro da lama. O grito balançou as árvores e fez com que asfolhas tremessem. Gary colocou a mão sobre as orelhas para amortecer o horrorososom.Gregori tentou seguir os fragmentos restantes com a ponta de relâmpago, afundandogolpe após golpe no solo, mas sem nenhum resultado. Não havia modo de segui-los nochão. Três pequenos fragmentos seriam impossíveis de rastrear, e todos eles sabiamque encontrariam o caminho de volta a Xavier.Ivory cambaleou de fadiga.— A alvorada romperá logo, Razvan. Preciso descansar. Retorna comigo ou fica?Era quase um desafio, ele decidiu, estudando seu rosto. Ela não sabia se queria que elepermanecesse com ela ou se unisse aos outros. Razvan lhe tocou a mente e se deu contade que ela não tivera companhia durante tanto tempo, que achava conflitante o contatocom ele e com tantos outros.— Seríamos felizes de te proporcionar um refúgio. — Ofereceu Mikhail — Temos váriascâmaras seguras para descansar.

Razvan sentiu que Ivory retrocedeu instantaneamente ante a idéia. Ela não confiavatanto em alguém. Nunca descansaria onde outros conhecessem sua câmara dedescanso. Razvan era seu companheiro. Tinha reconhecido a ele e ainda assim receava.— Acredito que é melhor que voltemos para nossa própria morada. — Ele disse.Ivory lhe enviou um pequeno sorriso de agradecimento e assentiu com um gesto decabeça.— Xavier não deterá sua caça a Razvan. É evidente que tem marionetes na área.Assegurarei-me de que meus filhos estejam protegidos durante o dia e a noite.Sara deslizou a mão na de Falcon.

— Dobraremos o cuidado.Falcon aplaudiu Gary nas costas.— Está com mau aspecto. Obrigado por ir atrás de Travis por nós.Ivory baixou a cabeça. A cor invadiu rapidamente sua pele pálida.— Eu não queria dizer que seu amigo não fosse esforçado. Estou segura de que ele cuidade forma excelente suas crianças durante as horas de luz, mas Xavier está desesperadopara encontrar Razvan e recuperá-lo. Necessitará de sangue Cárpato. Duvido que possa

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se manter por muito tempo sem um fornecimento de sangue. Ninguém está a salvo,mesmo que todos os mais vulneráveis.Os olhos penetrantes de Mikhail se moveram sobre Ivory e Razvan.— Talvez nosso curador devesse dar um olhar em seus ferimentos, antes que nos deixe.Razvan deu um bom olhar em sua companheira. Ela mostrava arranhões e mordidas nosbraços, alguns no rosto e por suas pernas corria sangue. Ele estava seguro de que seuaspecto não era muito melhor. Não queria permanecer ali mais tempo. Temia que suairmã ou sua filha fossem em ajuda do príncipe, e tinha passado por bastante semenfrentá-las. Não sabia como se sentiria ou que poderia dizer a qualquer uma delas, mas

quando olhou à face fatigada de Ivory, se negou a ser egoísta. Ela precisava de cuidados,e suas necessidades estavam em primeiro lugar.Ivory retrocedeu vários passos.— São meros arranhões. Meu companheiro pode se ocupar deles. É somente uminconveniente. — Ela inclinou a cabeça, em um gesto régio, para Mikhail. — Estousegura de que nos encontraremos outra vez.— Venham, por favor, e conheçam Raven, minha companheira. — Convidou Mikhail — Ela não pode viajar atualmente e lamentará não ter estado aqui. Você é sinceramenteuma inspiração para nossas mulheres.

Gregori lhe lançou um olhar ardente antes de se voltar para Ivory. Seus estranhos olhosprateados brilharam sobre ela enquanto esta deslizava nas sombras, e Ivory soube quereconhecia a repentina calma perigosa de um guerreiro nela.— Se tiver necessidade senhora, chame e acudirei. Não dou minha palavralevianamente.- Acredito que poderia querer voltar a considerar sua posição no assunto de mulheres nabatalha. - Enviou-lhe Mikhail, telepaticamente.- Deixe às mulheres como esta durante cinco minutos, velho amigo, e será o caos.Mikhail permaneceu sério. - E quanto a Razvan?  - O menino tem mais honra que bom senso.- Esse menino é mais velho que você. –  Mikhail se viu obrigado a assinalar.- Ele sofreu muito e não é um traidor . Menos do que sou eu. - Houve um pequenosilêncio e Gregori elevou os olhos prateados para seu príncipe e velho amigo. - Quando amulher, Lara, se aterrorizou com meus olhos, soube que tinha visto Xavier.Compartilhamos um último testemunho, marcado para sempre por nos entremeter emcoisas que era melhor deixar em paz.Era uma desculpa e os dois sabiam.

Mikhail aplaudiu Gregori no ombro, mostrando carinho no gesto. - Faz muito tempo,como muitas coisas foram, e a final foi para bem.- Isso é o que Razvan disse.Gregori se aproximou um passo de Ivory. Ela não se retirou, mas seus olhospermaneceram tão vigilantes e tão quietos quanto seu corpo, como se meio suspeitasseque ele pudesse atacá-la. Ele a segurou pelos braços com a saudação de respeito maisalto, de um guerreiro a outro.— Kulkesz arwavaljo. Esz arwa arvoval. — Vá com a gloria. Regresse com honra.Sem esperar sua resposta vacilante, segurou os antebraços de Razvan com o mesmo

gesto respeitoso.— Kulkesz arwaarvoval, ekäm. — Caminhe com honra, irmão. — Só soubemos da

existência de Xavier recentemente, e provavelmente sabemos muito menos a respeitode suas aventuras que qualquer um de vocês, mas se desejar se unir a nossa informaçãoficaríamos agradecidos.A intranquilidade de Ivory era mais aparente para Razvan, que nunca. Ela se afastoupouco a pouco de Gregori e observou o céu várias vezes. Razvan a puxou pela mão ecomeçou a se afastar dos outros com ela.

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— Nos encontraremos outra vez. — Ele disse sabendo que era verdade. Nestemomento, Ivory não queria encarar o fato que eles se converteram inadvertidamenteem parte do mundo Cárpato, quando ela salvou a criança. Gregori e os outros olhariampara ela, uma guerreira dos seus, como uma imensa e inapreciável câmara doconhecimento sobre seu inimigo maior.Ele podia sentir sua retirada nela mesma. A expressão de Ivory não mudou, e simpermaneceu serena e levemente amigável. Por dentro, ela tremia. Ele seguiu semovendo através da neve, afastando-a dos outros, tomando a responsabilidade deescolher ir embora só. Não lhe importou o que pensassem. Há muito tempo tinha

aprendido a aceitar a condenação de todos. Era o Cárpato vivo mais desprezado, piorque os vampiros, e embora Mikhail e Gregori escolhessem lhe dar as boas-vindas, via adesconfiança nos olhos dos outros. Não desejava e nem necessitava a aceitação deles,só de Ivory.- Siga andando longe da direção de nossa casa. A neve apagará os rastros, mas qualquer um poderá rastrear o aroma do sangue. Adiante teremos que fechar todos os

 ferimentos.Razvan quase não pôde ouvi-la dizer nossa casa. Seu ventre se enrijeceu. Casa. Nossacasa. A idéia disso lhe consolava e dava medo ao mesmo tempo. Olhou-a através da

espessa neve. Sua face estava voltada para longe da dele. Parecia etérea andando apassos longos pela neve, como uma princesa de gelo. Não a guerreira que sabia que era.Pararam sob o refúgio de várias árvores grandes. O alto dossel evitava que a neve caíssesobre eles enquanto examinavam a si mesmos em busca de parasitas tóxicos e levavamalguns minutos para fechar cada ferimento e arranhão. Os das pernas eram os piores.— Os morcegos são mais efetivos atacando do solo. - Explicou Ivory.Razvan a fitou. Ela evitava deliberadamente seu olhar. Seu coração lhe deu um divertidoaperto. Ela estava nervosa. A assassina, a guerreira incomensurável estava nervosa porestar a sós com ele. Não tinha considerado que ela pudesse estar mais nervosa que ele.— Xavier queria que eles levassem sangue. — Explicou Razvan. — Esse foi seu propósitooriginal, mas eles foram tão viciosos que ele começou a expandir suas idéias.Quando os dois terminaram, Ivory insistiu em que se olhassem um ao outro umasegunda vez.— Está muito conscienciosa. — Ele comentou.— É como continuo viva. Como permaneceremos vivos. Tem que aprender se forpermanecer comigo. E é livre para ir embora, se desejar.Levantou as pestanas e lhe deu um rápido olhar. Ele não pôde dizer por sua expressão se

ela esperava que escolhesse ir-se. Sacudiu a cabeça.— Ficarei. Ivory, não tenha medo. Sou um estudante rápido. Posso me fazer de idiota sefor necessário, mas não sou.— Mantive minha guarida segura durante centenas de anos, mesmo enquanto esculpialentamente os corredores. Não há rastros de ninguém ao redor e nem perto de minhamorada. Não caço perto. Nunca deixo vestígios. Sou cuidadosa de que não haja aromas.Não saio toda noite. Vivo tranquilamente e evito às pessoas tanto como seja possível. — Ela fitou-o encontrando pela primeira vez com seus olhos. — Quando saio é por umpropósito somente: reunir informação sobre Xavier. Mesmo que leve cem vidas,

encontrarei um modo de destruí-lo.Ele assentiu com um gesto de cabeça.— Compreendo.— Não estou segura de que o faça. É meu único propósito de existência. Não meimporta nada a sociedade. Não desejo amigos. Não sei como ser cívica, de outra maneiramais que para o propósito de obter informação. Está preparado para isso?Em Razvan brotou um lento sorriso vindo de seu intimo e se assentou nos lábios. Viu-aconter o fôlego, e logo afastou o olhar dele.

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— Não tenho amigos, nem a sociedade me dará as boas-vindas. Tenho mais razões quequalquer outro para querer destruir Xavier.— Se verdadeiramente quer aprender de mim, então dê atenção a isto. Não podepermitir que isto chegue a ser pessoal. É um dever. Um dever sagrado. Deve rezar emeditar até que esteja absolutamente seguro de que está no caminho certo. Dará-mesua palavra de honra de que fará isso?Razvan esperou até que o fitasse.— Tem minha palavra. Vamos retornar para casa. — Ele se dissolveu antes que elapudesse encontrar outra razão para protestar.

Ela foi adiante, escolhendo uma rota bastante alta para que fossem uma parte dasnuvens escuras que se moviam em silencio através do céu.Razvan tomou nota dos sinais, das montanhas que se elevavam, dos lagos e as correntese do campo circundante. A neve era deslumbrantemente branca, o ar frio e limpo,refrescante depois de tantos séculos de cheirar sangue e morte, mas os espaços abertoseram desorientadores. Sua vida havia sido subterrânea, limitada a um pequeno quartoda prisão a menos que Xavier utilizasse seu corpo.A voz de Ivory interrompeu seus pensamentos. - Aproximamo-nos da guarida. Sempre seaproxime por uma variedade de direções, nunca a mesma. Escaneie com cuidado.

Melhor dormir em outra parte por uma noite que perder nossa fortaleza nas mãos doinimigo. Há um sistema de aviso no lugar. Tenho que reprogramá-lo para permitir suaentrada. Este sistema é feito de pedras preciosas. - Explicou Ivory. – Chamei-as e lhes

 pedi ajuda. Uma vez que as incrustei na rocha, cada uma a aproximadamente um metroe em forma de ziguezague descendo pela fenda de um lado ao outro, elas não só trazemluz à guarida, mas também atuam como um sistema de advertência para mim. – Elavacilou e então corrigiu. - Para nós.Ele sentiu a inquestionalidade de suas palavras, unindo-os, mas também a relutância,como se ela não pudesse aceitar o fato que se acreditava que fossem companheiros.- A salvaguarda é realmente a maneira em que as pedras preciosas trabalham. Medem o

 peso de minhas moléculas, com os lobos em mim é claro, enquanto desço pela fenda. Seo peso for muito ou muito leve, a fenda se fecha e detém o intruso. Se estivesse naguarida as ouviria se fecharem e poderia preparar um ataque. Nada pode penetrar a

 pedra de baixo de nós ou a dos lados. É muito grossa. Nem os vermes podem brocá-la.Para levar você para dentro tive que trocá-lo uma vez, e foi difícil com o sol tão perto demeus calcanhares.- Como pude sair ?

- Só trabalha em uma direção; um sistema de advertência não necessita de dois. Eu nãomanteria ninguém detido. - Outra vez houve essa vacilação. - Na verdade nunca pensei trazer ninguém aqui embaixo.Ele pensou que era melhor ignorar seu nervosismo, e não tinha que fingir seu interesseno sistema. Era tão extraordinário e brilhante como a inventora. Esperou enquanto eladesaparecia na fenda e adicionava umas poucas mais de suas pedras preciosas. A luzfuncionava mais como um antigo sistema de espelhos. Um prisma refletindo-se emoutro. Deu-se conta de que ela as usava para suas armas também, já que seusexperimentos eram sofisticados.

- É seguro você vir e ir, ao seu agrado.Ivory flutuou para baixo evitando a luz que se espalhava lentamente através do céu,protegida pela neve agora. Uma vez que tocou a câmara, os lobos saltaram de suascostas e caminharam atrás dela, para a cama de terra.— Não me sinto bem, nem sequer sob a terra quando o sol sai. — Outra vez Ivoryparecia inquieta. — Passei muitos anos na terra tentando me curar.— Passei muitas vidas nas cavernas de gelo. — Assegurou Razvan, olhando como ela seaconchegava, com os lobos rodeando-a. Esperava um convite.

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Ivory fez gestos para o lado da grande concha.— Há lugar de sobra.Ele invejou os lobos apertados perto dela, mas não disse nada, sabendo que ela era maisque generosa. Fechou os olhos e permitiu que o fôlego abandonasse seu corpo, ocoração se detivesse e logo pararia enquanto a terra se vertia sobre eles como umamanta viva. Era a primeira vez que podia recordar que estava totalmente relaxado eimensamente feliz.

Capítulo 7

Ivory despertou sabendo que três dias havia passado e que o sol já havia sedesaparecido no céu. Estava acostumada ao modo em que o tempo passava, quandoestava tão profundamente sob a terra e os ritmos lhe falavam, como tinha seacostumado a eles. Ficara desorientada a princípio, e foi quando surgiu seu sistema deprismas para trazer um pequeno pedacinho de luz a seu santuário. O que mais asurpreendeu foi que Razvan despertasse com ela. Os lobos o faziam, é claro, depois detantos anos, mas tinha pensado em ir caçar sozinha e se dar tempo para se prepararpara outro em sua guarida.Observou atentamente seu rosto, às linhas gravadas ali, a maneira em que seus olhospareciam tão compassivos e entendedores. A vida de Razvan não tinha sido nada maisque luta e dor, mas ele parecia ser sinceramente amável, quando lhe tocava a mente.Por que então, lhe fazia tremer suas mãos? Por que se sentia como se mariposasestivessem voando e batendo as asas por seu corpo, sempre que o olhava? Ela tinhaconfiança absoluta em suas capacidades como guerreira, mas não tinha a menor idéiade como interagir fora do campo de batalha.

A expressão de Razvan se suavizou quando seus olhos encontraram os dela e sorriu. Ocoração de Ivory saltou em resposta. O sorriso era doce e lhe fazia parecer anos mais jovem.— Boa noite. Você certamente é formosa ao despertar.Não era. Ela sabia que não era. Estava em sua forma verdadeira de fragmentos, seucorpo juntado aos pedaços e um mal emparelhado aqui e acolá. Esfregou uma daspiores cicatrizes ofensivas, a que dissecava sua clavícula, e se surpreendeu ao encontrara aresta diminuída. O curador havia feito mais que curar suas feridas. As cicatrizes nuncadesapareceriam completamente, mas ele as tinha ajudado a se tornarem linhas mais

finas, mais favorecedoras.— Não sou. Sabe disso. – Ela podia sentir como a cor lhe subia sob a pele.Envergonhou-a não saber nada sobre civilidades. Uma vez há muito tempo, ela haviavivido em uma casa calorosa e feliz. De algum modo, ver o sorriso doce na face deRazvan havia trazido lembranças agridoces de volta. Tinha havido muito amor e risadaem sua casa. Como podiam seus irmãos ter dado as costas a todo o honorável e terescolhido entregar suas almas? Eles não tinham sofrido do modo como Razvan haviasofrido. E ele tinha suportado séculos de tortura, sendo marcado como um criminoso,desprezado por todos ao seu redor, com seu corpo utilizado para coisas vis. Mas, mesmo

assim, ele tinha mantido a honra.Ela havia dito que seus irmãos tinham estado desconsolados sobre seudesaparecimento, mas sabia melhor. Todos experimentaram a perda. Os cinco seconverteram juntos, sem atender à história Cárpato. Ela os conhecia melhor queninguém mais, e sabia que isso significava que tinha sido uma decisão consciente, nãouma tomada depois de muitos anos de falta de emoção ou de matar amigos que seconverteram vampiros. A decisão não tinha sido fatal porque estivessem desolados pelapena ou porque tivessem esperado muito tempo por suas companheiras. Sabia que sua

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decisão tinha sido raciocinada por todos juntos. Desejavam o poder. Acreditavam sermais preparados, mais fortes e mais merecedores que qualquer outro. Seudesaparecimento tinha sido a desculpa que necessitaram para completar algo quefrequentemente tinham discutido na intimidade de sua casa.— Parece-me triste, Ivory.Ela nunca pensou em ocultar suas expressões na guarida. Não ocultava sua formaverdadeira e agora não sabia o que fazer nem como agir. Deu de ombros.— Isto é um pouco difícil.— Só se deseja torná-lo assim. Eu não vou me impor onde não sou desejado.

Ivory sacudiu a cabeça.— Não, não se sinta assim, como se eu não o desejasse aqui. Eu o convidei. Depois detodos estes séculos, não estou segura de como agir em companhia de alguem.O sorriso de Razvan se ampliou, alcançou-lhe os olhos, esquentando os suaves veludos.— Mas sou seu companheiro, não companhia. Aja como sempre. Estou aqui paraaprender com você.Aquilo doeu. Acertou-a no ventre como um golpe. Ele não estava em sua guarida paraser seu companheiro, da maneira em que um homem reclamaria a uma mulher. Elasabia. Não queria ter nada a ver com isso, mas ainda assim se sentia leve. Era a perversa

reação de uma mulher, não uma guerreira, e ela estava decepcionada consigo mesma.Ela havia imposto os termos; ele somente os respeitava. Afastou o pesado cabelo, maiscomo uma desculpa para se ocultar e não porque a incomodasse.— Irei me tranquilizar com o tempo. — Era tudo o que ela podia pensar em dizer.Ivory observou os lobos enquanto se reuniam ao redor dele. Apesar de sua aparênciamais velha, ele era um homem bonito. Agora que a terra lhe havia revitalizado erejuvenescido, sua forma era cheia e musculosa. Seu cabelo caía em longas ondas quaseaté o centro das costas. Era espesso e escuro, e ela sabia pelas três semanas que tinhapassado segurando e alimentando-o, passando os dedos pela cabeleira suave e grossa,que se distinguiam muitas cores na pesada juba, entre eles o cinza.Razvan, em vez de se abater sobre a alcatéia e forçar sua liderança, abaixou-se em meioaos seis lobos e lhes permitiu que tomassem seu tempo empurrando os focinhos nele ese esfregando por suas pernas e costas.- Esse é Razvan. Meu companheiro.Incluiu Razvan no círculo de comunicação, sabendo que quando entrassem em batalha

 juntos a liderança era essencial. Rajá tinha que lhe aceitar como seu companheiro e,portanto como líder da alcatéia. Ele só o faria se lhe chamasse de companheiro.

Razvan a fitou. Ivory desejou não se ruborizar. Tentou parecer tão despreocupada comofosse possível. Razvan parecia muito grande nos limites da câmara. Sua forma masculinaenchia o ambiente inteiro. Cada fôlego que ela tomava parecia atrair o aroma dele aospulmões. Cada fôlego que ele tomava a fazia super consciente dele, o modo em que osmúsculos pesados do peito se moviam sob a fina camisa, o aspecto que seu corpomomentos antes de vestir a apertada camisa.Rajá girou a cabeça e a olhou, reservado, despindo os dentes ante Razvan. O Caçador deDragões deu de ombros.— Sei o que se sente ao ser deslocado, velho. — Ele apaziguou. — Nos entenderemos.

— Ofereça a ele seu sangue.Razvan ficou em pé lentamente, procurando os olhos de Ivory.— Alimenta-os com sangue Cárpato?— Não se recorda muito de nosso primeiro encontro.— Alguma coisa.Ela respirou fundo, deixou-o sair e então confessou.— Há muitos anos, tantos que agora não posso recordar quando começou tudo, umaalcatéia de lobos me ajudou. Encontraram pedaços de mim e os teriam consumido, mas

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pude tocar suas mentes, e em vez disso enterraram meus pedaços juntos. Ao retornar,encontrei seus descendentes e me assegurei de que prosperassem. Eu não passavamuito tempo na superfície naquela época. Meu corpo simplesmente não o podiasuportar. Mas quando conseguia, os lobos eram tudo o que me mantinha lúcida. Erammeus únicos companheiros e tudo em quem confiava.Ela falou com uma voz suave e clara, como se estivesse contando um conto que tinhaouvido de outra pessoa, como se o horror dos anos intermináveis não tivesse sido seu,para suportá-los. Ele tinha seu horror encerrado na mente, mas de algum modo o delaparecia bem pior.

Algo aterrador no intimo de Razvan elevou a cabeça e rugiu com raiva. Ele tinhaenterrado a muito tempo qualquer sentimento agressivo. Muitos anos de cativeiro, denão poder fazer nada haviam empurrado a raiva e a ira para o lado, e logo finalmente,suas emoções desapareceram no esquecimento. Então havia esquecido a intensidade, apura força dos sentimentos.— Foi uma época terrível para mim. Não podia estar fora da terra muito tempo, mas fuiprocurar meus irmãos. Precisava deles. Mal podia funcionar. Minha mente ou meucorpo. — Ela abaixou a cabeça e o cabelo caiu ao redor do rosto ocultando suaexpressão. Sua voz permanecia tão tranquila como sempre. — Me levou vinte e dois

anos encontrar o primeiro de meus irmãos. Tive umas poucas brigas com vampiros pelocaminho e inadvertidamente comecei a construir uma reputação de matar os nãomortos. Eles começaram a me caçar. Ainda tinha que passar a maior parte de meutempo no solo para manter meu corpo unido.— Não tem que me contar isto, se a aflige. — Disse Razvan.Ivory deu de ombros e jogou o cabelo para as costas. Seus olhos estavam tranqüilos.— Importa pouco agora. Foi há muito. Nos cinqüenta anos seguintes procurei minhafamília, só para saber que todos haviam se convertido. Senti-me como se tivessem metraído.Ivory sentiu o vulto subindo pela garganta, ameaçando estrangulá-la, ameaçandoquebrantá-la. Deu de ombros uma segunda vez.— Eu tinha os lobos. Compreende? Eles eram tudo para mim. Eles não têm um períodode vida longa em liberdade e cada nova ninhada de filhotinhos, cada renovação, eraminha única família. Precisava deles.Razvan queria abraçá-la, lhe oferecer consolo, mas quando deu um passo para ela, Ivoryse afastou de volta ao outro quarto como se não o tivesse notado. Ele a seguiu,movendo-se através dos lobos, ignorando os dentes descobertos de Rajá como se o lobo

não merecesse sua atenção. Não podia evitar estar intrigado pela história. Não tinha amenor idéia de que os lobos pudessem ter sangue Cárpato, e duvidava que ninguémsoubesse, tampouco.— Então estes lobos não são a alcatéia original. — Ele a animou observando como elarecolhia um pente e começava a passar por seu cabelo. Era uma ação calmante, não denecessidade.Ivory se aproximou inquietamente da parede de tributos. Sua parede familiar. Tocou aface de Sergey. Traçou as amadas linhas esculpidas ali.— Não. Várias gerações nasceram e morreram, mas eles sempre estavam comigo.

Finalmente os vampiros começaram a tentar encontrar minha alcatéia, para matá-los.Chegaram a pensar que os lobos me protegiam de algum jeito. Acredite ou não, o nãomorto pode ser muito supersticioso, especialmente desde que têm uma aliança comXavier. Ele os alimenta com histórias para fazê-los acreditar que ele é mais forte queeles.Razvan observou as pontas dos dedos dela passearem pela face de seu irmão, toque atoque, em um suave movimento amoroso, hipnotizador. Ele só podia imaginar alguémlhe amando tanto, querendo estar com ele, salvar sua alma da maneira em que

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pressentia que ela fazia com seus irmãos. Ele estava morto para sua própria irmã, damesma maneira que sabia que Ivory tinha que ter se separado de seus irmãos, paramanter sua prudência. Para evitar ficar tomada pela dor.Sentindo a necessidade de sustentá-la entre os braços e consolá-la, fez a única coisa quepôde pensar. Que não o faria ganhar um golpe. Deu um passo atrás dela e estendeu amão para o pente.— Permita-me.Houve silêncio. Ela estava muito quieta, com o rosto voltado para a parede de tributo,sem mover a mão. Sem respirar. Ele podia sentir o frágil tremor de seu corpo. Uma

criatura selvagem mantida cativa, sem saber se aceitava ou não a bondade. Bemlentamente, ela lhe estendeu o pente por cima do ombro, sem fitá-lo. Sem lhe deixar vero rosto.Os dedos de Razvan eram suaves enquanto pegava o pente e começava a deslizá-lolentamente pelos fios.— Como chegou a ter sua alcatéia atual?Outra vez houve um breve momento de silêncio enquanto ela tentava se acostumar aRazvan lhe penteando o longo cabelo. Pigarreou.— Eu ainda podia passar pouco tempo na superfície. Quando passava estava com os

lobos ou caçando. Minha alcatéia havia dado a luz a uma nova ninhada de filhotinhos.Seis deles. Três machos e três fêmeas. Toda a ela estava emocionada, e eu mais quealguns deles. Os bons tempos deles eram meus. — Desta vez os dedos traçavam o antigotexto Cárpato. Sív pede köd. Pitäam mustaakad sielpesäambam. O amor ultrapassa omal. Retenho suas lembranças a salvo em minha alma.Ele se deu conta da importância da singela declaração. Ela não tinha nenhum outrocontato, humano ou de outro tipo, que não fosse um inimigo. A alcatéia havia chegado aser virtualmente sua família e seus amigos. Sua comunidade e os únicos confidentes. Elatinha visto a carcaça vazia de seu irmão e necessitava da tranquilidade de sua parede, desua casa, das palavras nas quais tinha chegado a acreditar. Ele sentiu os primeirosindícios de amor por ela, o princípio, e reconheceu que pisava em um caminho que nãoabandonaria. Não poderia.— Com o passar dos anos, ao viver com os lobos dei-me conta que alguns poucospossuíam a capacidade de se comunicar telepaticamente comigo. No momento em quea ninhada nasceu, o macho e a fêmea alfas eram capazes de falar comigo e eu não eraexatamente uma solitária. Sentia-me como se tivesse uma família outra vez.Ela deixou cair à mão da parede, como se a revigorasse.

— Uma tarde me levantei e fui em busca deles. Os vampiros tinham chegado antes queeu. Havia sangue por toda parte, peles, ossos e cadáveres espalhados pela pradaria ondeme haviam feito o mesmo.Ela se afastou rapidamente dele e caminhou pelo quarto. Ele podia ver que suas mãostremiam, mas ela as colocou nas costas e se voltou para fitá-lo. Havia culpa e desafiomisturados em seu rosto.— Encontrei os filhotinhos na guarida. Todos morriam. Os vampiros haviam lhesinfringido ferimentos, mas não os tinham matado, deixando-os para que sofressemhorrivelmente antes de morrer, ou para que outros animais selvagens terminassem com

eles. – Ela levantou o queixo. — Salvei-os. Arrastei-me na guarida e os alimentei commeu sangue. Não pensei em nada, além desse momento. Não podia suportar perder atodos de novo. Havia prometido aos seus antepassados que estaria atenta neles, maspor me ajudar, os vampiros destruíram toda a alcatéia.— Não foi sua culpa.— Talvez não. Mas me senti como se tivesse sido minha culpa. Permaneci na guaridapara protegê-los, fazendo uma toca sob o solo durante as horas de luz e permanecendocom eles durante as noites. Tive que lhes dar sangue e, às vezes, tive que tomar o deles

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quando não podia caçar. Rajá foi o primeiro em se converter. Não tinha nem idéia deque isso fosse possível, mas me dei conta das ramificações. Nenhuma alcatéia de lobospodia ser Cárpato e ser deixada solta entre humanos confiantes. Eles seriam imortais, ouquase, como somos nós. O primeiro foi um acidente, mas outros, embora rompesse umalei moral, foi feito de propósito.Ela encontrou os olhos dele esperando condenação. Razvan sacudiu a cabeça.— Parece que todos nós escolhemos um caminho que provavelmente nem sempretenha sido o sábio. Você. Eu. O curador. Mas nossos atalhos se uniram e se converteramno mesmo.

Ivory sacudiu a cabeça.— Você é um tipo muito diferente de homem.— Sou? Talvez estive longe tanto tempo que nunca aprendi a ser como se supõe quedeve ser um homem.Ele deu um meio sorriso inclinado que lhe roubou o fôlego. Ela nunca havia sentido aestranha revoada feminina que um sorriso dele parecia provocar, mas a sensação querodeava Razvan era de paz e gentileza.— Não estava insultando você. Eu gosto que seja diferente. — Provavelmente um poucodemais. Ela tinha um propósito. Os dois tinham. E requeria esforço e atenção completa.

Não se atrevia a perder de vista seu objetivo final, nem tampouco ela podia mudar ocurso do que se tinha proposto.Os olhos de Razvan se esquentaram com o sorriso e mudaram de cor, para uma calorosacor âmbar. Ela podia se perder naqueles olhos, se permitisse. Ivory enquadrou osombros.— Tomei a decisão de converter à alcatéia apoiada em minha necessidade desobreviver. Eles eram tudo o que tinha. Tratei de ser responsável a respeito disso.Sempre permanecem comigo, caçam comigo e só bebem meu sangue. Não têm filhotes,embora Rajá diga que se eu der a luz a um bebê, eles poderiam proporcionar umaalcatéia para meu filho. — Outra vez ela se encontrou se ruborizando, afastando o olhardo dele. — Como não pensei que isso pudesse ser possível alguma vez, não dei muitaatenção à idéia.— Então os seis vivem com você… — Há séculos. Vivem aqui na guarida, caçam e lutam comigo.Razvan assentiu.— E eu vim e interrompi a paz da alcatéia.— Sempre é difícil integrar um novo membro, mas não impossível. Rajá deve aceitá-lo.

— Outra vez o fitou, com seu olhar tranquilo. — Você é meu companheiro, tanto sereclamamos um ao outro, ou não.Ele não lhe assinalou que só o macho de sua espécie possuía as palavras rituais de uniãoimpressas nele desde antes do nascimento. Ele havia nascido Cárpato e humano, mas aspalavras estavam ali. Ele deveria escolher uni-los, com ou sem seu consentimento. Eleacreditava que as palavras de união eram dadas ao macho porque sem suacompanheira, sua metade da alma era a escuridão. Numa vez que suas tias conseguiramconvertê-lo completamente, ele soubera que devia encontrar sua companheira paraaliviar a escuridão que se espalhava com os anos que passavam. Os instintos que

guiavam os machos Cárpatos estavam nele, insistindo a estabelecer sua reclamação,mas o homem que era se conduzia para proteger quem lhe preocupava. Negava-se acorrer o risco com sua vida.— Diga-me o que pensa que ajudará Raja a me aceitar. — O alfa deveria lhe dar as boas-vindas. Assim os outros dariam também.— Compartilhei meu sangue com você repetidas vezes e o chamei de meu companheiro.Nós os alimentaremos juntos. Ofereça seu sangue primeiro a Rajá. Se ele não tomar,ninguém será alimentado neste dia.

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— Talvez devesse argumentar com ele antes de castigá-lo. — Ele havia sido torturado eprivado de alimento até que ficou morto de fome. Não poderia fazer isso a outro servivo.Ivory caminhou descalça pelo meio dos lobos, coçando orelhas e esfregando a pele. Ostoques massageavam pescoços com carinhosa familiaridade.— O líder da alcatéia respeita a força.— Lutar ou castigar não é sempre força. — Disse Razvan. — Xavier é o homem maiscruel que conheci. Guerreiros de todas as espécies iam e vinham. Ele derrotou-os todos.A cada um deles. Mas eu nunca o respeitarei, nem serei como ele.

Havia uma calada determinação em sua voz. Ivory suspirou. Razvan não haviasobrevivido ao encarceramento e à tortura sendo fraco de coração. Era teimoso,inquebrável e implacável. Ela havia estado em sua mente de Caçador de Dragões e sabiao quão firme ele podia ser.— Rajá sabe que eu o respeito. — Ela prendeu o alfa com um olhar duro. — Estousegura de que o aceitará. — Porque se o lobo não o fizesse, ela teria uma conversaparticular com ele.Rajá bufou e logo lhe deu um sorriso lupino. Sua a língua saia da boca como se estivessesorrindo. Razvan sorriu. Rasgou o pulso despreocupadamente com os dentes e o

ofereceu ao grande lobo macho, sem vacilação.Ivory se enrijeceu. Rajá inclinou a cabeça para o sangue que emanava e o cheirou antesde dar uma tentada lambida. Segurou o pulso com a boca e inesperadamente cravouseus dentes profundamente.Ela murmurou as palavras de união brandamente no antigo idioma. - Nó me elidaban, nóme kalmaban. — Como estamos na vida estamos na morte. Elid elided. — Vida a vida.Siel sieled.— Alma para a alma.Me juttaak, me kureak. — Vida para a vida.Me juttaak, me kureak. — Estamos destinados a ser um só.O triunfo varreu Razvan. Ele formava parte de alguém. Pertencia a alguém. A aceitaçãode Ivory era muito mais resistente que a do lobo alfa. O lobo respeitava seucompanheiro. Havia lutado na batalha com ele, não tinha visto vacilação e foi rápido emdefender e proteger Ivory. Ivory provavelmente aceitava Razvan como guerreiro, pelomenos um a quem treinar, mas como companheiro era algo inteiramente diferente.Razvan ocultou o sorriso quando Ivory se afastou franzindo o sobrecenho um pouco,enquanto alimentava às fêmeas. Seguiu dando as costas a Razvan excluiu-o enquantofalava com os lobos, e o permitiu se estender para a mente dos lobos. Razvan achou

Rajá muito inteligente, um estrategista forte e um líder capaz. Seu segundo no comando,Blaez, era um lobo muito sério. Ele gostou muito da personalidade de Blaez. E então foipara Farkas, o macho que o vampiro havia atacado e ferido tão gravemente. O corpo deFarkas tinha sido recuperado na terra curativa, mas precisava do rico sangue Cárpatopara completar o processo.Razvan cambaleou quando afinal Farkas lambeu as espetadas para selar as pequenasaberturas. Deitou ao lado do lobo.— Faz isto toda noite?Ela sacudiu a cabeça.

— Somos muito cuidadosos em não nos levantar toda noite. É provavelmentedesnecessário depois de todos estes anos, mas em três noites consecutivas na terra,meu corpo se negava a funcionar apropriadamente, assim ainda sou cautelosa. Naverdade, não tenho problemas há muito tempo, mas não quero arriscar.As sobrancelhas de Razvan se uniram.— Que tipo de problemas?Ivory se sentou no chão ao seu lado enquanto a fêmea menor selava a laceração dopulso.

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— Nada grave. Andar. Correr. Coordenação principalmente. Os músculos foram cortadosem pedaços e precisam ser reforçados.— Deveria ter dito ao curador.Um olhar delicado e altivo se arrastou pela fisionomia de Ivory.— Nunca precisei de um curador ou alguém mais para sobreviver. Se necessitar da terra,ela está aí para mim. — Ela deu de ombros. — Além disso, é preferível que nãoestejamos muito fora. Quanto menos sairmos, menos oportunidade terá um vampiro ouum caçador para tropeçarem na guarida. Tenho muito trabalho a fazer aqui. Saímos paracaçar e correr, e logo permanecemos aqui dentro alguns dias. Funcionou sempre bem

para nós. Precisarei sair para nos alimentar. Demorará umas poucas horas. Tenho queviajar longe de nossa guarida.— Não sem mim.— Não há necessidade de ir os dois. Xavier está caçando ativamente, usando cadarecurso ao seu dispor. Não pode deixar rastros para que o encontre.— Não sem mim. — Razvan repetiu, com seu tom agradável.Ela semicerrou os olhos.— Isso é tão tolo.— Como negar a ajuda do curador, mas você tinha suas razões. Eu tenho a minha.

— Você não gosta que ninguém lhe dê sangue. — Ela adivinhou, sagazmente. — ÉCárpato. Precisa de sangue para sobreviver.— Estou bem informado disso.Seu tom não mudava. Razoável. Agradável. Inclusive suave. Ela rangeu os dentes. Nadaparecia fazê-lo reagir, e ela deliberadamente precisava, cravado, querendo sacudi-lo porsua teima.— É mais inteligente de minha parte ir sozinha.— Talvez. Mas vamos juntos.Ela apertou os dentes com força ante o tom agradável.— Você é sempre deste modo?— Não sei. Não estive perto de ninguém, exceto de Xavier. Nunca chateei a mulher quedeu a luz a Lara como estou chateando você. Mas, como eu, ela era uma prisioneira enenhum dos dois podia tomar as próprias decisões. Posso tomar esta decisão. Para omal ou não, vou com você.Ela levantou o queixo.— Sou sua companheira. É meu direito assim como meu dever prover para você.— Está disposta a proporcionar consolo com seu corpo também?

O coração de Ivory pulou no peito. Saltou. Saiu voando junto com um milhão depássaros de seu estômago. Mesmo seu útero reagiu. O que era tolo, porque ele nãomudou a expressão, sua face ou o tom da voz. Pareciam estar discutindo sobre o tempo.— Não. — A palavra saiu em um sussurro, talvez como pergunta quando queria quesoasse absoluto e distante. Houve algo em Razvan que a fez se mover. Que a chamou.Uma necessidade sem nome, uma fome em seus suaves olhos, uma solidão absoluta quea atraía como uma traça à chama.— Então não há necessidade de prover nada. Trabalhamos juntos para um objetivocomum. Ambos desejamos unir nossa vasta riqueza de conhecimento para destruir

Xavier.Ele tinha razão. Ela sabia que ele tinha razão. Isso era exatamente o que queria, masouvi-lo dizer em voz alta com o tom tranquilo e prático a fez querer chorar.— Trouxe-me aqui para aprender o que aprendeu sobre Xavier e para me mostrar asatitudes de um guerreiro. Aceito esses limites.— Bem. — Ela ficou em pé. — Isso é excelente. Precisamos ir. — Seu corpo sofreu umamudança sutil e parou diante dele em perfeição absoluta, sua roupa revelava a pele lisae suave como pétalas.

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— Por que faz isso? Por que não ser vista como realmente é? Você é bonita, sabe disso.As linhas em seu corpo são as marcas de coragem. O tributo verdadeiro de umguerreiro. Nunca vi ninguém tão formoso.Ela se voltou sem querer que ele visse como suas palavras a afetavam. Ninguém havialhe dito que era bonita desde que era uma jovem mulher, há séculos. Por que o tom desua voz trazia calor a seu corpo, quando ele não parecia tão afetado por ela?— Não desejo que os vampiros saibam que me marcaram. É um jogo psicológico. Tive aidéia quando descobri que eram supersticiosos e continuei lhes fazendo acreditar quenada do que me façam pode me machucar.

O sorriso de Razvan demorou a chegar, mas quando o fez, ela experimentou umarevoada curiosa na região do estômago. Deu um passo para trás e virou.— Se insistir em vir comigo, confio em que pelo menos fará caso de minha advertênciade ser cauteloso e não deixar rastros que os tragam a nossa guarida. Xavier enviará umexército para recuperá-lo. Tudo o que tenha em seu arsenal.— Que é considerável. — Concordou Razvan. — E agora ele tem sua impressão.Ela ficou quieta. Voltou-se lentamente e cravou o olhar no dele.— O que quer dizer? — A boca dela secou.— Você expulsou-o de minha mente, de meu coração, meu corpo e minha alma. Para

fazer isso compartilhou sua luz. Ele não pode falhar em te reconhecer, se estudou comele. Trabalhará dia e noite para infligir vingança. Esse é seu método. E não, eu nãopermitirei que tenha êxito. Até que ele seja destruído tem-me como seu guarda-costas.— Seu tom agradável era ainda baixo, suave veludo negro, mas implacável.O coração de Ivory revoou junto com seu estômago, em uma reação feminina que aaborreceu, o que provavelmente a deixou mais cáustica do que teria sido normalmente.— Sou uma guerreira, e você sabe muito pouco sobre luta. Mal acredito que vá ser demuita ajuda em combate. Se houver qualquer coisa, provavelmente será um completoestorvo.Ele se inclinou ligeiramente.— Provavelmente, sim. Mas serei uma jogada poderosa.Ela empalideceu sob sua já pálida pele e seu fôlego sussurrou em uma exalação longa elenta.— Acredita que comercializaria minha vida pela sua?— Não. — Ele não parecia, o mínimo arrepiado. - Mas eu o faria. — Ele gesticulou para afina fenda que dava voltas pelas grossas paredes de pedra. — A fome está megolpeando. Vamos caçar.

Ela estendeu os braços para que os lobos subissem nela, mudando para a forma detatuagens.— Por que quer que eles se alimentem primeiro quando vamos caçar? — PerguntouRazvan, curiosamente.— Nunca leve um lobo faminto com você quando está tentando não deixar rastros.Permito-lhes caçar só uma vez a cada poucos dias para mantê-los afiados e em forma,mas não arrisco seus rastros de lobo nem os trato com sangue humano. Nesta forma,não deixamos rastros e podem me ajudar, se necessitasse.— Não me importaria uma tatuagem própria de lobo. — Disse Razvan. — É um lindo

trabalho artístico, assim como ter olhos para vigiar as costas.A admiração em sua voz a atraiu e ela mordeu com força o lábio para permanecerconcentrada. Não queria gostar dele como pessoa. Só queria vê-lo como outroinstrumento em sua guerra contra Xavier, mas ele a encantou, de modo que nãoesperava.Deixou o fôlego sair em uma pequena rajada outra vez.— Você é um homem frustrante, Caçador de Dragões.— Acredito que sou. — Não havia remorso em seu tom. Só diversão.

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Ivory se voltou antes que seu senso de humor a vencesse. O caso de Razvan, ela decidiuenquanto começava a subir pela fenda de dois centímetros de largura queziguezagueava para cima através de centenas de metros de rocha, era que havia umapaz interior que irradiava dele. Nada parecia incomodá-lo. Mas então, como podia ser?Ele tinha perguntado a Gregori o que mais podia ser feito a ele, que já não havia feito.Não temia à morte. Não havia muitas formas de tortura, física, emocional ou mental,que Xavier não o tivesse submetido. Razvan tinha aprendido há muito tempo que nãopodia controlar os outros e nem aos acontecimentos, só sua própria reação ao queacontecia. Havia uma força oculta em Razvan, um poço dela, profundo e puro, que ela

via e sentia cada vez que estava perto dele. Mas havia também uma gentileza que nãohavia esperado de um homem afiado na violência e no sangue.Sempre acreditara que para ser atraída fisicamente por um macho, ela necessitaria deum guerreiro violento, mas descobria que a força interior a chamava mais que ashabilidades de luta. A força e gentileza de Razvan a tentavam como nenhuma outracoisa. Observava muito seus olhos. Olhos sempre mutantes que pareciam suaves eprofundos onde poderia se perder, se não tomasse cuidado.A noite era clara e fresca e a neve brilhava no chão deixando tudo excessivamentebrilhante. Cristais do gelo desciam das árvores e lhe deslumbravam os olhos quando

escaneou o solo.- Tome cuidado em não perturbar a neve enquanto atravessa a fenda. O menor movimento pode deslocar as escamas, e isso poderia guiar um inimigo para investigar mais de perto.Ivory lhe tocou a mente para ver se ele estava irritado por suas instruções. Ele parecia

 justo o contrário, absorvendo seu conselho e seguindo-o com cuidado. Não fez nenhummovimento para tomar a dianteira, seguindo-a através do céu, para o vale. Longe daregião onde os Cárpatos habitavam, para uma pequena comunidade de agricultores nabase das montanhas de gelo.- Está em seu território. - Razvan não tinha que nomear o mago. Não havia desconfiançaem sua voz, só uma pergunta tranquila.- Ele enviará seus exércitos para longe em sua busca pensando que fugirá dele. Orgulha-se de seu longo alcance e assumirá que você o temerá muito para permanecer perto. Istoserá mais seguro neste momento.- Você o estudou.- Fui a sua escola durante pouco tempo. - Ivory informou. - Adorava o trabalho e era boanele. Infelizmente, também prestei atenção a ele e me dei conta de que não era o que

 parecia ser. Naquela época eu era bastante jovem e ingênua e não sabia como ocultar meus pensamentos e suspeitas.O calor de Razvan alagou sua mente tornando-a consciente de que o frio da noite lhetinha atravessado. Ou talvez pensar no passado.- Você aprendeu bem ao longo dos anos. Eu observei o trabalho dele diariamente.Olhava sua loucura progredindo ao longo dos anos até que sua mente já não funcionouapropriadamente. Não há razão. Ele se converteu em um megalômano, acreditando queé um ser superior a todos os que andam sobre a terra. É especialmente amargurado coma imortalidade dos Cárpatos e sempre faz experimentos para achar um modo de destruí-

los.Uma faixa de água gelada cortava o vale, vagando por várias pradarias longas usadaspara pastos e dando voltas dentro e fora de arvoredos. Ivory seguiu o mesmo caminhopermanecendo no alto, sem se mover rapidamente, se deixando levar e tomando notade todos os movimentos. Os animais, a fumaça que saía das chaminés, qualquerhumano. Tomava nota de tudo e compartilhava com Razvan.- Há sempre uma pauta de movimentos. –  Ela instruiu. - É importante vigiar os animais,mesmo os menores. Os ratos correrão para os arbustos ao primeiro sinal de perigo. Eles

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vêem as sombras de cima. Todas as presas o fazem, e seus instintos são bons. Não temque estar conectado a eles para usá-los como um sistema de advertência. Razvan deixou de beber da completa beleza dos arredores e começou a dar atenção àscoisas que ela indicava. Ivory era uma consumada guerreira. Quando ela deixou aguarida, tudo era trabalho. Tudo era sobrevivência. Ele precisava aprender, e ela estavadisposta a instruí-lo.Esquadrinhou o terreno desigual, observando-o com novos olhos.- A natureza é sua amiga, sua aliada. As árvores contam histórias. Olhe a área ao sul.Debaixo da montanha, perto da pequena fazenda em meio à sombra.

O aspecto lúgubre de sua voz o alertou para problemas, mas não pôde ver nada exceto aneve brilhante e o deslumbrante gelo; alguns poucos galhos nus se sobressaíam de umaárvore caída de neve. Alguns rastros na neve saiam de uma pequena casa a um celeiro elogo ao redor da parte de trás aonde havia pequenas habitações que alojavam animais,mas não pôde ver nada que pudesse tê-la alarmado.- O que está procurando? - Algo se sentou nessa árvore observando a casa. Não é um mocho. Se olhar de perto osrastros, alguém saiu da casa para o celeiro e logo para o refúgio. Os passos aumentaramde tamanho e profundidade, o que significa que começou a correr. O seja, ainda está ali.

Sinto a energia.Razvan inspecionou os galhos nus da árvore e então tentou abrir sua mente aos camposde energia que o rodeavam. A informação fluiu. Enquanto se aproximavam da pequenafazenda, o ar perdeu seu seco e fresco aroma e ele começou a sentir o cheiro fétido. -Vampiro. – Ele sussurrou a palavra.- Diga-me o que sente. Estenda-se bem levemente. Permita que sua mente se expanda

 para abrangê-lo, mas não entre na dele.Razvan sabia que se seu toque fosse muito pesado o vampiro sentiria sua presença eficaria de sobreaviso. Se sua vítima estivesse viva ainda, não haveria esperança. O nãomorto a mataria e consumiria tanto sangue quanto fosse possível, para se preparar paraum ataque.- Os vampiros querem sangue reforçado com adrenalina. - Explicou Ivory. - Aterrorizamas vítimas de propósito e os mantêm vivos tanto tempo quanto é possível. O sangue écomo uma droga para eles e necessitam o pico continuamente. Pode sentir o caos emsua mente? Podia. A mente do vampiro corria tão rapidamente que era como tentar abordar umtrem fugitivo. Inclusive o som era caótico, como se o volume subisse e descesse. Em um

momento os ruídos rugiam e gritavam e logo retrocediam, só para começar outra vez.- Ele não pôde manter o som do coração da vítima sob controle. Está muito excitado.Este se converteu recentemente. Duvido que tenha tido tempo de ter sido recrutado pelaliga de vampiros ou por Xavier. Geralmente nesta etapa são deixados sozinhos porquesão muito perigosos para se aproximar. Eles não podem lidar com os picos que sentem.Ivory rodeou a casa. – Há duas crianças dentro. O vampiro sabe, embora o homem tenteocultar a informação. Sua mulher está no celeiro. Ela pensa em lutar por seu homem.

 Armou-se com alho, cruzes e água benta, mas não tem armas reais além de ferramentasda fazenda.

Havia admiração na voz de Ivory. Razvan gostava disso nela. Sua aceitação do mundo eramuito simplista. Um homem e uma mulher lutavam juntos por sua família, ainda quecontra o pior tipo de maldade. Ambos sabiam que provavelmente morreriam, masesperavam levar seu atacante com eles e dar aos seus filhos uma oportunidade desobreviver.Seu primeiro pensamento foi enviar Ivory para por à mulher e a seus filhos a salvoenquanto ele se encarregava do vampiro. Não tinha dúvida de que poderia matar umvampiro. Tinha um conhecimento rudimentar de como matá-los, mas ela teria uma

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melhor oportunidade de salvar o fazendeiro também. Ele precisava de tempo paraaperfeiçoar suas habilidades de luta, então permaneceu silencioso e deixou que Ivorydissesse o que queria fazer.- Eu não faria o que me dissesse de todos os modos. - Havia uma nota claramentezombeteira na voz de Ivory, embora os dois soubessem que ela falava perfeitamente asério.No fundo, apesar da gravidade da situação, Razvan se encontrava feliz. Momentospequenos como este, compartilhando diversão, coisas que havia esquecido que existiaentre as pessoas, faziam-lhe se alegrar em viver. Tinha esquecido isso, e apostava que

Ivory também.- Você é uma coisinha mandona, mas eu gosto. Devo ser um pouco estranho.- Um pouco? - Ela bufou e se deslizou no celeiro por uma fenda no marco da janela.Uma mulher procurava freneticamente entre vários instrumentos da fazenda, tirandoalgo com uma lâmina aguda da pilha central. As lágrimas lhe corriam pelo rosto, mas elatrabalhava rapidamente. Seu fôlego lhe saía em suaves soluços.— Shh... — advertiu Ivory enquanto se materializava a um lado da mulher. — Sou umaguerreira Cárpato que vem te ajudar. Deixe, por favor, sua arma e ouça exatamente oque eu disser. Terá que confiar em mim.

Razvan permaneceu instintivamente em forma de vapor, sabendo que sua presença sóserviria para assustar a mulher ainda mais.— Com sua ajuda, acredito que temos uma oportunidade de salvar seu marido.A voz de Ivory era tranquila e calma. Parecia régia, uma princesa de neve saída domundo da natureza com seu longo casaco de pele de lobos prateados, tão grosso eluxuoso, que lhe caía até os tornozelos. O cabelo lhe caía em uma cascata negra azuladae sua face parecia serena e inocente. Sua voz soava como mel quente, fundido. Emcontraste, usava um arco de aspecto letal e o coldre no quadril coberto de armas. Masforam a dupla fila de cruzes diminutas embutidas em suas fivelas que aliviou as tensõesda mulher.A mulher do fazendeiro benzeu o ar. Ivory lhe respondeu com o mesmo sinal e a mulherrelaxou e atirou sua foice curva à pilha de instrumentos.

Capítulo 8

Ivory caminhou do celeiro para o estábulo, com a cabeça alta e os olhos brilhando comum estranho e resplandecente tom uísque dourado, enquanto se aproximava do

edifício. De sua posição dentro do estábulo, onde agora a esperava, Razvan podia vê-laavançar. Cada passo longo seguro a levava mais perto. Tirava sua respiração. Eladefinitivamente possuía uma qualidade desapegada do mundo, como se a lenda daAssassina Escura tivesse voltado para a vida e se movesse com graça e elegância pelaneve.O vampiro que brincava com sua vítima elevou o olhar, quando os cavalos, nervosos egolpeando os estábulos de repente se acalmaram. Os porcos deixaram de chiar. Osestábulos ficaram surpreendentemente silenciosos.Ivory cintilou um pequeno sorriso para o vampiro.

— Não o reconheço, mas vejo que não tem maneiras à mesa. Talvez deseje provar algomuito mais rico. — Deliberadamente, com os olhos sobre o vampiro, ela colocou osdentes no pulso.Razvan notou que o vampiro imediatamente perdeu o interesse com o humanodeixando-o cair ao chão, onde o fazendeiro fez o que pôde para se arrastar longeenquanto o vampiro ficava perdido na visão dos pequenos dentes brancos quepenetravam no delicado pulso. Emanaram duas gotas de sangue, de cor vermelho rubi,

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dedilhando a pele lisa e suave como pétalas. O perfume de Ivory vagava até o vampiromisturado ao aroma tentador de sangue Cárpato.Razvan olhou como o fazendeiro se arrastava para uma tábua quebrada na parede. Emvez de se arrastar pelo buraco da parede, ele se estirou para tentar arrancar uma tábua,como arma. Razvan se materializou do outro lado da parede e se inclinou, com um dedosobre os lábios. Seguindo o exemplo de Ivory, ele fez o sinal da cruz no ar entre eles,sabendo que nem um coroinha enviado por Xavier ou um vampiro fariam tal coisa.Quando os olhos do homem esclareceram e ele assentiu ligeiramente, Razvan lhe fezgestos para que deslizasse pelo desigual buraco. Enquanto o homem se arrastava pela

neve, Razvan tomou seu lugar, deixando a ilusão do corpo do fazendeiro e a roupa.O vampiro se aproximou de Ivory arrastando os pés. Fez-lhe uma reverência, sorrindo.Como evidência adicional de que se convertera recentemente, seus dentes não erampontiagudos e nem tampouco estavam manchados de negro. Ainda mantinha a belezade feições puras.— O que está fazendo vagando sozinha sem o benefício de amparo?Ivory sorriu docemente.— O que o faz pensar que estou sozinha? Ou desprotegida? — Mantendo o olharcravado no dele, ela lambeu as gotas de sangue, fechando as espetadas privando-o do

presente que tanto esperava.O vampiro sacudiu a cabeça.— Não tem amparo, senhora. Ou eu os sentiria perto.Ivory fez um som elegante e zombeteiro que apagou o sorriso do rosto do vampiro.— Você não me ouviu. Por que, então, pensaria que pode ouvir meu companheiro?Estava tão ocupado brincando com seu alimento, que esqueceu a mais básica de todasas lições. Não é de se admirar que não vá sobreviver a esta noite.Ela verteu desprezo em sua voz, mas soava como uma senhora. Voz suave, semameaçar. Uma princesa fazendo uma reprimenda a um camponês. A admiração deRazvan por ela cresceu. Ela hipnotizava o vampiro sem fazer nada exceto falar. O não-morto tinha esquecido completamente, do modesto fazendeiro. Não via o humanocomo uma ameaça. Em vez disso concentrava sua atenção em Ivory, desejando seu ricosangue Cárpato. Uma guloseima para um vampiro convertido recentemente.O vampiro franziu o cenho.— Atreve-se a me repreender quando você anda sozinha à noite? O que faz aqui? — Suavoz se tornou ardilosa, o que ele percebeu como suave. — E uma mulher tão formosa,também. Preciso de uma companheira.

— Sua mocidade está se mostrando. Tão impulsivo e errado. Só os vampirosrecentemente convertidos acreditam ainda que possam forçar às mulheres para ser suascompanheiras. Muito mau que não tenha tempo para ganhar experiência. — Ela inclinoua cabeça de um lado e o estudou. Varreu-o de cima a baixo com o olhar. — É bastantenovo para que ainda tenha seu aspecto. O aspecto se perde nos jovens.Antes que ele pudesse lhe responder levou a mão aos laços de sua capa e lançou seisflechas revestidas a seu peito que formaram uma linha reta sobre o coração. Razvan selevantou e deu um murro pela parede de peito com força, o sangue do vampiroqueimava sobre o braço e o punho. Ele tinha tantas cicatrizes que mal sentia a mordida

do ácido enquanto agarrava o coração e começava a extraí-lo.O vampiro rugiu e investiu a cabeça contra Razvan. Tentou se dissolver, mas as flechasrevestidas evitaram que o peito se tornasse névoa. Arranhou Razvan com as garrasrasgando a carne dos pesados músculos que cobriam o peito de Razvan em um esforçopara cavar através dele e chegar ao coração. Razvan retirou o braço, utilizando maisforça do que pensou que precisaria. O coração era negro, mas ainda de um tamanhonormal.— Não o olhe. Incinere-o. — disse Ivory.

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Razvan chamou o relâmpago tomando cuidado que não golpeasse outra coisa exceto ovampiro e seu coração. Banhou os braços e mãos no candente campo de energia.— Controlar o relâmpago é difícil. Quase o perdi e a golpeei.— Estava preparada para isso. — Ela suspirou e o fitou, com olhos preocupados. — Avacilação pode matar você. Esteve sobre ele bastante rápido, mas não pode dá-lo pormorto até que o coração seja incinerado. Deveria tê-lo queimado primeiro. Um vampirocom mais experiência teria se reparado enquanto você ainda se maravilhava de seutrabalho.Razvan riu em voz alta. Matar vampiros era um trabalho sujo. O fétido fôlego e as garras

lhe rasgando o peito e o ventre haviam sido aterradores e excitantes, ao mesmo tempo.Fizera. Havia matado seu primeiro vampiro. Não havia sido uma morte perfeita, mastinha destruído o não morto e salvado o fazendeiro. Sentia-se bem ao fazer algo positivoem vez de despertar para encontrar seu corpo tinha engravidando uma mulher, ouacertado um golpe venenoso em sua irmã ou a seu companheiro. Não havia maneira decontar a Ivory como se sentia, então não o tentou. Dirigiu-lhe um sorriso e se inclinou.— Me lembrarei.Ela estava segura de que lembraria. Ele parecia feliz ali de pé no nu, velho edesmantelado estábulo com as roupas rasgadas em partes e o sangue frisando seu

peito, braços e ventre. Percorreu-lhe com um olhar preocupado. O sangue gotejavaconstantemente, mas havia luz em seus olhos e em sua mente. Ele a fazia se sentirhumilde com seu singelo prazer por fazer algo que ela considerava um trabalho. Ele oconsiderava bom.— Obrigado por me permitir a experiência. É a única maneira em que aprenderei achegar a ser uma vantagem em nossa caça.Ivory deu de ombros, fingindo indiferença quando todo o lado feminino nela e nada deguerreira reagia ante lhe fitar os olhos.— Foi seu plano. — Ela indicou.Dirigiu a ela um meio sorriso, dando de ombros modestamente.— Nos velhos tempos, antes que me desse conta que Xavier estava em minha mente, euera bom planejando batalhas. Mantive-me lúcido, explorando suas debilidades e a dosoutros também. Vampiros. Cárpatos. Inclusive Lycans. Mas um dia me dei conta quesempre que descobria que Xavier tinha uma debilidade, de repente ele a encontrava e areforçava. Eu estava ajudando meu próprio inimigo.Ela queria consolá-lo, envolver seus braços ao redor dele e abraçá-lo perto; em vez dissose inclinou para recolher com indiferença as flechas e colocá-las na pequena bolsa.

Razvan não pedia compaixão; estava mostrando um fato. Mas lhe acertava como umgolpe, as lembranças juvenis deviam doer uma barbaridade.— Eliminou o vampiro bastante facilmente. E isso é o que conta.— Estou agradecido que me tenha permitido praticar nele. Pensar através da cabeça deum não-morto é o mesmo que experimentar realmente. Tirar o coração foi mais difícildo que esperava. Sou forte, e você o havia feito parecer fácil quando não é. Deve haverum truque que ainda não tenho. Mas o terei. Acredito que tenho uma vantagem: malpoder sentir a queimadura do sangue do vampiro.Para Ivory era dilacerador que ele pensasse, que a acumulação de de cicatrizes causadas

por correntes revestidas de sangue de vampiro fosse uma vantagem. Quis chorar porele. Em vez disso forçou uma resposta despreocupada.— Ele mal valia que eu danificasse as unhas. — Ela ondeou a mão e as cinzas saíramvoando do edifício desvencilhado. — Venha aqui. Deixe-me assegurar de que não háveneno nas lacerações.Razvan chegou ao seu lado sem vacilação. Segurou-lhe a mão para examinar as unhas.— Tem razão. Ele não as merecia. Suas unhas são formosas.Para consternação de Ivory ele levou as pontas de seus dedos aos lábios e os beijou.

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— Esqueceu de esquentá-los. — Ele soprou-lhe nos dedos e logo os atraiu ao calor daboca.O coração de Ivory quase se deteve e logo começou a pulsar freneticamente. Ele eraletal de perto. Essa gentileza que era tão parte dele a envolveu hipnotizando-a tãocertamente, como sua voz frequentemente cativava os que estavam ao seu alcance.Respirou e o atraiu profundamente a seus pulmões. Ela era alta e quase lhe podia fitardiretamente os olhos, mas os ombros de Razvan eram muito mais largos que os dela,embora ela usasse seu grosso casaco de peles.Sentia-se segura com ele. O que era tolo e inquietante. Ela havia aprendido a não confiar

nunca em ninguém, mas tinha permitido este homem em sua vida. Não precisava dele.Não o desejava. Mas estar tão perto a confundia. Os caçadores tinham uma certaenergia que os rodeava; todos a tinham. A dele era diferente. Sua energia era pacífica.Absolutamente pacífica. Quase serena. Respirá-lo lhe deu força de uma maneira que nãohavia conhecido antes. Ele tinha uma aceitação calada sobre seu destino, e uma falta denecessidade de controlar tudo e a todos ao seu redor. A sua própria maneira, Razvanenfeitiçava e ela gostava, sem tentar sequer.Ivory engoliu com dificuldade e manteve o olhar preso aos cortes profundos que subiame desciam pelo peito. Um arranhão especialmente longo se dirigia para o ventre e

desaparecia dentro da calça. Colocou a palma sobre um dos piores cortes e fechou osolhos, procurando o preparado tóxico que assinalaria os parasitas. Embora, depois daprimeira vez, soube que os ferimentos estavam limpos e somente emanava sangue,continuou examinando cada ferida em particular.Queria estar perto dele. A sensação de serenidade era um afrodisíaco em si mesmo. Elatinha ouvido falar de práticas do longínquo Oriente, que se espalhavam através domundo, e para ela este homem personificava o lado Zen. Ele sentia calma. Mesmo oprazer singelo que o levava a aprender era sem ego ou pressa.Ivory se inclinou para frente sem pensar conscientemente, com os olhos entreabertos edeslizou a língua sobre a longa laceração. Os agentes curativos em sua saliva removeramimediatamente o comichão e fecharam o ferimento.Razvan ficou quieto.— O que está fazendo? — Sua voz era rouca.Ivory notou a mudança em sua respiração. Ele não estava tão calmo agora, comoestivera a um momento, e havia algo enormemente satisfatório nisso. Ivory deslizou amão para baixo, para o seguinte arranhão e a boca a seguiu. Cada músculo definidosaltava sob seu toque, o corpo irradiava calor, cheirando a ar livre em uma noite da

primavera.Razvan deixou escapar o fôlego. Ela sentiu a onda no ventre tenso enquanto lhe roçavacom o peito com os lábios, descendo, seguindo o caminho da laceração.— O que está fazendo? — Ele repetiu.— Curando você. — A voz de Ivory se tornou rouca, quase líquida, traindo-a.Ele deixou sair o fôlego em uma longa e lenta exalação.— Ouça-me, Ivory. — Razvan segurou os pulsos dela nas mãos e a afastou longe dele.Seu toque era suave, incrivelmente suave, mas seu agarre era inquebrável, sem lutar. — Meu corpo me traiu uma e outra vez. Nem sequer sei quantas vezes Xavier usou meu

corpo para dar não só prazer com outras mulheres, mas também para terdeliberadamente um filho com elas, e assim poder usar o sangue da criança.— Não compreendo o que está me dizendo. — Ela procurou seus olhos. Sustentou-seneles.— Estou dizendo que isto é perigoso. Você é minha companheira e tudo em mimdemanda que a reclame. Uma vez que nos unirmos será para sempre. Eu não faria isso avocê quando é tão perigoso. Aparentemente purgou Xavier. Mas uma vez que tive osuficiente, ele conseguiu colocar não só um, mas também quatro pedaços dele mesmo

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em mim. Utilizou-me para crimes hediondos e vis. Há crianças no mundo que sofreramhorrivelmente por causa de meu corpo. Não os conheço. Não os reconheceria se osvisse.— Reconheceria. – Ela negou, acreditando em suas palavras. — Os reconheceria.— O curador e o príncipe me aceitaram com indecisão, mas só porque estava com você.Você viveria a vida de uma párea se unir-se comigo.Ivory sacudiu a cabeça.— Você é tão nobre, Razvan, sempre colocando os outros na frente de si mesmo, mas deverdade, não pensou o suficiente. — O que ela estava dizendo? Ivory estava horrorizada

dela mesma, discutindo com ele como se desejasse que ele a reclamasse. Quando elatinha chegado a ter uma natureza feminina tão perversa, que desejava que ele adesejasse, embora alguma vez aceitasse sua reclamação? Que demônios haviaacontecido com ela? Ela devia estar bem mais solitária do que se dava conta. Gostava desua vida. Havia escolhido sua vida. Lambeu-se, saboreando-o. Desejando-o.— Sinto muito. Não sei o que me aconteceu. — Ela se voltou, mas ele não a soltou,forçando-a a voltar para ele.— Não faça isso. Nunca rechaçaria a pessoa que desejo em minha vida. Embora tenhaestudado Xavier, não sabe quão verdadeiramente mal ele é. Se ele souber que você

significa tudo para mim, que é minha razão para permanecer vivo, então ele deixaria detentar me encontrar e deixaria tudo o que tem para apanhá-la. Não posso permitir queisso aconteça. Você é a única pessoa pela qual comercializaria minha alma. Ele não podesaber isso.Ela se enrijeceu uma segunda vez e ele a empurrou para trás, forçando que seu olhar seencontrasse o dele, com seu agarre firme, mas ainda tão agradável como sempre. Isso adesarmava.— Comercializaria tudo, inclusive a honra, por você. É a única coisa que mantive intactatodos estes longos anos. Suportei pela honra.Ela assentiu lentamente.— Até que experimentei a compulsão eu mesma, não tinha a menor idéia da atraçãoentre companheiros.Ele sacudiu a cabeça lentamente, ainda sustentando seu olhar.— É mais que atração entre companheiros. Muito mais. Estive dentro de sua mente.Estudei sua casa e os desenhos que tão pacientemente esculpiu na pedra. Tudo arespeito de você me atrai. Cada momento em sua companhia só faz com que essessentimentos se tornem mais forte. Talvez a atração entre nós seja forte fisicamente

porque somos companheiros, mas a atração do coração e da alma é igualmente forte.Ela respirou.— Obrigada por isso. — Ela guardaria suas palavras. Elas diziam a verdade. Ela conheciaa pureza quando a ouvia. — Devemos nos alimentar antes de voltar para nossa guarida,e devo apagar as lembranças do fazendeiro e sua mulher, para que não faleminadvertidamente sobre o que aconteceu e atraiam a atenção de Xavier.— Toquei sua mente. — Razvan levantou cada uma das mãos de Ivory e pressionou aboca sobre a pele sensível do interior dos pulsos por onde estivera lhe segurando. – Ofazendeiro teria lutado por você, sabendo que ia morrer. É um bom homem.

— Eu gosto de sua mulher também. Estou contente que tenhamos lhes encontradoantes que fosse muito tarde. Muito poucos vampiros se atrevem a entrar no territórioprotegido pelos caçadores. Isto está justo fora do alcance do caçador. Venho aquifrequentemente para comprovar, e mesmo aqui, provavelmente porque os vampirosdesaparecem ao se aproximarem, esta região permanece bastante segura. Pelo menosaté recentemente, desde que Xavier expandiu seus territórios.Ivory retrocedeu. Deveria estar agitada pelo rechaço de Razvan a seus patentes avanços,mas em vez disso, sentia-se consolada e... Cuidada. Não havia se sentido assim em mais

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de um século. Encontrou-se sorrindo para ele. O sorriso de resposta demorou a chegar,mas a esquentou.Ivory se deteve e permitiu que seus sentidos espalhassem para procurar na noite outrosperigos ocultos. Havia uma raposa perto procurando frangos extraviados que haviam seperdido do confinamento para a noite. Alguns poucos ratos ocultos de um mocho quevoava em círculos acima. Tocou o mocho várias vezes para se certificar que não fossealgo mais em forma de pássaro, mas este estava caçando diligentemente em busca decomida e nada absolutamente interessado no que acontecia no mundo humano.Podia sentir o leve toque de Razvan quando ele seguiu seu exemplo. O assunto que

destacava era sua absoluta falta de ego, o qual favoreceu um toque muito leve, quaseimpossível de discernir. Ele seria uma vantagem imensa em qualquer caça, somente porisso, mas se pudessem planejar batalhas do modo em que ela dizia, os dois teriaminclusive uma melhor oportunidade de deter Xavier.Tocou as poucas nuvens flutuantes por último, com cuidado em examinar cada umapara se assegurar que fossem genuínas. Quando foi dar um passo fora do estábulo,Razvan a parou com um toque no ombro.— Não procurou sob a terra. Esse é o reino de Xavier e ele envia espiões pelos túneisque os vermes cavam para ele. Em uma batalha recente, ele mesmo foi, utilizando meu

corpo, para tentar matar minha irmã e o príncipe. Outra vez tentou matar Shea, acunhada do príncipe e seu filho em seu ventre. Eu temeria ao chão mais que a qualqueroutro método de viagem.— Posso pressentir a passagem dos vermes.— Ele envia espiões em formas bem pequenas agora. Os escorpiões e insetos seconverteram em seus aliados. Ele usa outros de outro reino, como os guerreiros dassombras que atraiu contra sua vontade para as filas dos não mortos, mas tambémoutras criaturas bem mais demoníacas.— Ele nunca usou insetos para espiar.— Sempre os utilizou, mas os muda. Procure suas mutações.Ivory deixou o ar sair de seus pulmões enquanto processava a informação.— Isso explica umas quantas coisas. Sabe muito a respeito dele.— Estive com ele desde meu décimo quarto ano. Estive presente na maior parte de suasexperiências, senão em todas.Os olhos de Ivory se abriram desmedidamente e seu coração saltou no peito.— Ele te permitiu olhar enquanto lançava e escrevia seus feitiços?Razvan assentiu.

— Minha irmã sempre foi boa com feitiços. Eu nunca fui. Uma vez que ele reconheceuisso, não temeu minha presença.— Mas você tem uma boa memória.— Lembro tudo. Até o menor detalhe. É por isso que tenho talento quando me referia aplanejar batalhas. — Ele não se vangloriava, somente indicava um fato.O entusiasmo a percorreu.— Realmente quero deixar isto claro. Você esteve presente quando ele realizava seusexperimentos e lançava seus feitiços? Suas mutações? Atraindo os guerreiros dassombras sob suas ordens? Tudo?

— Ele gostava de se gabar. Precisava de admiração. Precisava que alguém soubesse queele é mais inteligente que o resto do mundo. Possui poucos estudantes. Posso identificaros magos que o ajudam. A maioria o teme muito para estar perto dele, e deveriam. Elenão tem lealdade para com ninguém. Se necessitar de sangue ou um corpo para umaexperiência e não puder conseguir nenhum mais, atrairá a morte um ajudante, comenganos. Eu estava extremamente à mão. Tinha sangue Cárpato. Então ele podia medrenar e se gabar. - Um pequeno sorriso sem humor lhe curvou a boca. - Durante anospude disfarçar meu sangue e minhas capacidades, até que ele me tomou

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completamente. Paguei pela indiscrição de ser melhor que ele, como por ter tentadoadvertir a minha filha e minha irmã. Mas valeu a pena saber que ele não erainteiramente invencível.— Não posso imaginar sua vida. Nem como permaneceu lúcido.O sorriso de Razvan se suavizou até se tornar real.— Não mais que eu a você, cortada em pedaços e abandonada aos lobos. Só você teriaencontrado um modo de persuadir os lobos para que a ajudassem. Sua voz é umavantagem assombrosa, mas é sua vontade o que intriga.— Alguns diriam que sou muito insistente e obstinada.

— Alguns não a conhecem.Outra vez seu estômago fez a mesma revoada que ela estava começando a associarcomo uma resposta muito feminina a ele. Não a incomodava tanto agora, que eleadmitia estar mais afetado por ela, do que ela sabia.Ivory concentrou a atenção no solo, atendendo desta vez ao menor inseto. Havia vidasob a neve, ocultando-se na riqueza da terra e sob as pedras e raízes. Não detectou amenor insinuação de maldade, mas permaneceu silenciosa, deixando que Razvanexaminasse. Ele tinha vivido sua vida com Xavier, e conhecia cada experiência secreta.Conhecia seus hábitos. Seu entusiasmo ante a perspectiva de trabalhar com ele, de usar

tal fonte de conhecimento, crescia.Ela acreditava em suas próprias capacidades. Havia estudado as maneiras de Xavier eacreditava que poderia desenredar os feitiços e criar contra feitiços para inverter suasexperiências do mal, se ela soubesse o feitiço exato. Se Razvan realmente estavapresente e podia recordar as palavras exatas, eles teriam uma vantagem verdadeira.— Penso que estamos a salvo, — disse Razvan, — embora essa raposa esteja com fomee possa decidir que você parece ser deliciosa e boa.— Está dizendo que pareço uma galinha?— Bem, as penas parecem estar um pouco arrepiadas.Ela se encontrou sorrindo quando isso nunca acontecia. Razvan era diversão simples.Provavelmente ter alguém com quem compartilhar a vida tornava as coisas divertidas. Oque acontecesse, esperava poder se apegar a isso, embora a perspectiva fosse um poucoaterradora era simplesmente porque antes nunca tinha tido realmente muito a perder.Moveu-se diante dele, a passos longos, pela da neve. Razvan a seguiu um passo atrás,deslizando a sua esquerda. Ela se deu conta de que permitia que os lobos lheprotegessem as costas e ele tomava uma posição em seu lado mais frágil. Muito poucosnotariam que ela tinha um lado fraco. Praticava todo o tempo, usando qualquer mão

para atirar, disparando o arco com qualquer mão e trabalhando geralmente com ambosos lados, mas não era tão rápida com a esquerda. Ele possuía um bom olho para analisarum inimigo.Ou uma companheira.Estavam se acostumando a deslizar dentro e fora da mente um do outro. Do ponto devista de um guerreiro, isto era uma vantagem imensa; da de uma mulher,provavelmente nem tanto.— Por quê? — Razvan soava verdadeiramente curioso.Ela o fitou por baixo dos cílios analisando sua expressão, mas como sempre, ele tinha o

mesmo manto de calma que o rodeava.— Isto não é fácil para mim. Tenho sentimentos inesperados com os quais não tenho amenor idéia de como enfrentar. — A admissão era verdadeira porque não podia fazermenos que ser inteiramente sincera com ele. Ele era honesto e ela precisava dele paraencontrar sua integridade, com a própria honra.O sorriso de Razvan não só a abrangeu, encheu-a de calor, mas também a fez se sentircomo parte de algo mais. Algo maior que ela mesma.— Isso acontece com os dois.

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O fazendeiro deu um passo na neve, para fora da casa. Havia sangue em seus braços.Ferimentos de defesa, observou Ivory. Sua mulher saiu e parou ligeiramente atrás dele.O fazendeiro parecia muito nervoso.Ivory sorriu para tranquilizá-los.— Ele se foi deste mundo e nós apagaremos toda evidência de seu caminho.— Vocês são caçadores. — Saudou o fazendeiro com sua voz neutra, nem dando asboas-vindas e nem rechaçando. — Houve rumores persistentes. Nunca encontramoscom uma criatura tão perversa. — Seus olhos se moviam rapidamente daqui para ali,indicando seu nervosismo.

Atrás dele, oculta em sua maior parte para a visão, sua mulher estremeceu. Ivory olhoua pequena morada. Réstias de alho pendiam na janela. Uma cruz estava esculpida naporta. Os dedos do fazendeiro tamborilavam contra a coxa uma e outra vez.Razvan se adiantou com um movimento casual, para se postar ligeiramente em frente àIvory. Inclinou-se levemente para o fazendeiro. Ivory podia sentir a calma nele. Seusolhos passearam pela cabana e os arredores, esquadrinhando continuamente. Ele estavaperfeitamente relaxado antes, mas agora se sentia tenso e preparado para golpear.- Algo está errado. - Ela manteve sua expressão serena, mas ficou em alerta.

- Não sei que o que está errado. - Disse Razvan. Algo. Alguma coisa está errada.

Ele se deteve.Ivory abriu sua mente para abranger o fazendeiro e a sua mulher. Geralmente podiatocar facilmente as mentes e fazer uma rápida leitura, mas havia umas poucas pessoasresistentes com barreiras. Um rápido e leve toque não produziu nada. A mulherpermanecia ligeiramente atrás do marido, com a face nas sombras. Seria raro eimprovável não poder ler nenhum deles, mas ambas as mentes estavam como umalousa limpa.- Ambos? - Perguntou Razvan. - Insetos. Não há nenhum perto da casa. Sim, eles vão avocê, mas não há nenhuma formiga perto da morada. - Ele olhou para a janela dapequena cabana. – Do lado de dentro, Ivory. Ivory permaneceu sorrindo, mas sua mente expandiu ainda mais, alcançando a casa paraencontrar as crianças. Um menino e uma menina. Ambos aterrorizados. De onde vinha aameaça? Por que nenhum deles a pressentia? Só um professor... Ela terminou opensamento com o coração trovejando. Manteve os olhos no nível dos do fazendeiro. Setivesse razão e um professor vampiro estivesse no quarto com as crianças, se ofazendeiro se desse conta que ela sabia, também o vampiro faria.- Só um professor pode manter sua presença desconhecida. – Ela explicou. - Controlaria

as duas crianças também, para evitar que traíssem sua presença. Deve ter recrutado orecém convertido. Um professor frequentemente utiliza vampiros menores como peões. Ivory se armou. Tinha que ser Sergey. Não haveria mais de um professor em uma área,nem sequer aparentado. Eles possivelmente haviam formado uma coalizão, mas o egode um professor vampiro não lhe permitiria estar muito tempo em presença de outro,sem lutar a sério. Teria que lhe enfrentar outra vez, a menos que tivesse bastante sortee ele fugisse quando se desse conta de que havia dois caçadores, não só um.Segurou firme o arco, em preparação. - O que nós temos que fazer por uma refeição éridículo.

Os dedos que davam leves golpes na coxa do fazendeiro se converteram em um punho.Ela estremeceu e se enrijeceu para alguma coisa postada justo fora da vista, atrás de umposte no alpendre.- O vampiro tomou controle deles. Ou köd belso. Que a escuridão o leve. Não quero ter que matar um homem bom.Razvan sorriu para o fazendeiro, mas retrocedeu forçando Ivory a fazer o mesmo. - É 

 perita o bastante para recuperá-los?

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- De um professor vampiro? - Ivory vacilou. - Não sei. Provavelmente não. Mesmo comdois de nós Razvan, talvez não o derrotamos. Para ouvir a voz de um professor deve-seouvir com algo mais que ou ouvidos ou ele pode te enfeitiçar. Coloque seu braço ao redor de mim. Permaneça do meu lado esquerdo e deixe o casaco livre.Razvan fez o que ela lhe pedia sem vacilar, deslizando o braço ao redor de sua cintura esorrindo amigavelmente ao casal.Ivory se inclinou levemente.— Espero que ambos tenham uma vida longa e próspera.- Ele vai esperar que procuremos apagar suas lembranças. - Enquanto Ivory explicou deu

um passo para trás, como se fossem embora. - Quando for fazê-lo, ele provavelmenteatacará minha mente. Se você se unir comigo seremos bem mais fortes e teremos umaoportunidade, mas provavelmente não sobrevivamos a isto. Agora é o momento de ir embora, se deseja lutar outro dia.- Mas você lutará por estes estranhos. Ele fez soar como uma declaração.Ela não ia permitir que Sergey lhe arrebatasse mais do que já tinha lhe tirado. - Tenhoque fazê-lo. - Era simples. Já não sabia se a conduzia a honra, mas não podia se afastardestas pessoas e permitir que Sergey assassinasse seus filhos e os enviasse ao caminhodos mortos. - Eu tenho que fazê-lo, mas você não.

Razvan lhe dirigiu um olhar de reprimenda. - Diga-me o que quer que eu faça.Ela permitiu que um pequeno sorriso em sua mente o esquentasse. Sua única oferendade agradecimento quando ambos podiam perder suas vidas. - Una-se comigo. Elegolpeará rapidamente e com força martelando em mim para entrar, especialmente se

 posso conseguir liberar o casal dele. Você terá que suportar.Ivory se voltou para o casal, levantou as mãos ao céu e cantou.- Chamo ao ar, a terra, ao fogo e à água,Peço que enviem a voz do poder.No profundo interior destas almas obscurecidas,Propague minha voz para que o que é escuro possa ser visto e desdobrado.Permita que o que estava oculto agora seja visto,Para que possa expulsar o que é ímpio e impuro.Enquanto Ivory cantava, Razvan sentiu a força do vampiro tentando entrar, golpeandosuas mentes unidas. O golpe quase o pôs de joelhos, rompendo todas as noçõespreconcebidas do poder. O céu se obscureceu e o chão se sacudiu. Pedaços do tetoestilhaçaram com forma de lanças grandes e foram jogados sobre eles. O solo selevantou, e escorpiões saíram da terra, enegrecendo a neve, em um tapete móvel de

insetos mortais.Razvan empurrou instintivamente Ivory para longe dele e levantou vôo, subindo ecolocando-se sobre o teto do alpendre que se desintegrava. Rapidamente reuniu nuvensde tormenta, fazendo com que chovessem gotas de ácido, para que tudo o que as gotasde líquido tocassem crepitasse e ardesse. As árvores gemeram, os galhos tremeram, asfolhas e as agulhas murcharam sob o assalto mortal.Ivory girou longe do enxame de insetos, correndo para o alpendre, levantando o homeme a mulher em seus braços. O fazendeiro deixou cair a forçado que segurava, surpresoque o vampiro lhe tivesse controlado. Pelo menos Ivory havia conseguido romper o elo

do vampiro libertando-os, mas sentia que era devido mais a que ele estavaorquestrando o ataque, que a sua força opondo-se a dele.— Meus filhos. — Soluçou a mulher.Ivory tentou proteger suas peles enquanto os levava ao refúgio exíguo das árvores. Achuva ácida se espalhava queimando as peles dos lobos até que eles mudaram echiaram de dor. A mulher gritou quando gotas crepitaram sobre seus braços, mas Ivory,com uma rajada renovada de velocidade, moveu-os sob o dossel mais grosso dasárvores.

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— Permaneçam aqui. Libertaremos as crianças. Meus lobos os protegerão.Ela se voltou para ajudar Razvan no resgate das crianças, correndo através da ardentechuva enquanto sua pele ardia até os ossos.Razvan desceu rapidamente pela chaminé ao quarto diminuto. Um menino depossivelmente dez anos jazia estendido no chão, o sangue lhe manchava a boca. Amenina, com a pela branca como a cera e olhos muito grandes para seu rostinho, nãoparecia ter mais de cinco anos. O vampiro sorriu enquanto lhe rasgava o pescoço,rasgando com os dentes a carne terna.A visão adoeceu Razvan, evocando muitas lembranças. A sensação dos próprios dentes

rompendo a pele juvenil. Teve ânsias. Não tinha experiência na luta, mas possuía poder,força e determinação além de tudo imaginado pelo não morto. Não lhe importava nadaabsolutamente, se ele vivesse ou morresse ou quanto sofrimento o levaria extrair àmenina. O vampiro, por outro lado, queria viver.Razvan se apressou através do quarto como uma rajada, tomando forma humana noúltimo momento possível, golpeando com o punho profundamente na parede do peitode Sergey arrastando à menina fora de seus braços e atirando-a para seu irmão. Elaaterrissou como uma boneca de pano, quebrada e estendida no tapete de lã de ovelha.— Aperte a mão na ferida do pescoço. — Grunhiu Razvan ao menino. — Aperte com

força.Razvan olhou atentamente ao rosto horroroso do vampiro, à pele esticada sobre ocrânio, os olhos desumanos, os dentes trincados e manchados com o sangue fresco dacriança. Os lábios de Sergey estavam afastados para trás em algo entre um grunhido eum sorriso afetado. Abaixou a cabeça e mordeu grosseiramente o ombro de Razvan. Osdentes entraram através o músculo, rasgando nervos e osso, rompendo a carne edevorando a grandes goles o precioso sangue. A mão arranhou profundamente opesado peito musculoso, procurando sem descanso o coração de Razvan.Este virou a cabeça para olhar tranquilamente a criança como se não estivesse sendocomido vivo pelo demônio monstruoso que lhe rasgava a carne.— Pegue sua irmã e vá com a alcatéia de lobos prateados. Eles os levarão a aldeiapróxima. Pergunte por um homem chamado Mikhail. Ele curará sua irmã e os protegerá.Corra, não olhe para trás.Sua voz não mudou, não tremeu e nem mostrou dor. Sua mão, dentro do peito deSergey procurava o coração enegrecido, mas encontrou vísceras afiadas se retorcendo eapertando ao redor da mão, lhe mordendo a pele, derramando sangue ácido sobre ele,como quente lava fundida, mas ele era tão implacável quanto Sergey, negando-se a se

retirar.— Não me importa morrer, hän ku sex elidet. Ladrão de vidas. E quanto a você? Estápreparado para a justiça final?O não morto não respondeu, em seu lugar continuou rasgando e rompendo grandespedaços da carne do ombro de Razvan e de seu pescoço. Ivory entrou no quartodisparando com o arco. A primeira flecha revestida acertou Sergey em um olho. Eladisparava enquanto corria lhe acertando na garganta, quando ele arqueou a cabeça paratrás. A terceira entrou na boca aberta alojando-se na garganta. Sergey gritou. Sua vozera tão aguda que o vidro das janelas explodiu. Saltou para trás levando Razvan com ele.

Um braço mudou até que tomou a forma do bico de uma faminta ave de rapina.Enquanto o bico segurava o braço de Razvan cortando viciosamente carne e osso,cortando-o completamente em dois, o vampiro gritou para ele.— Eu lhe cortarei em pedaços e alimentarei os lobos, e logo devorarei as crianças.Razvan cambaleou. O sangue orvalhou através do quarto. Sergey pegou o coto doantebraço de Razvan e puxou, extraindo o punho de seu peito e deixando-o cair nochão, chutando-o com repugnância. O vampiro deu um puxão à flecha da garganta e alançou para Razvan com tremenda força.

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Razvan se moveu com velocidade imprecisa, uma mão saiu com força para pegar a hastemetálica no meio do ar, investi-la e golpear com ela com força em cima do pé dovampiro, atravessando o assoalho.- Temos que detê-lo. Ele perseguirá as crianças só por rancor.— Fuja dele! — Advertiu Ivory.— Muito tarde. — Grunhiu Sergey.Mesmo enquanto Ivory saltava para atravessar a distância entre eles, Sergey girava umaespada longa na mão. Cortou o ombro de Razvan e desceu pelo peito, cortando-o emmais pedaços. Razvan cambaleou e caiu. Sergey brandiu a lâmina para o tornozelo. Ivory

fez encontrar lâmina com lâmina. A força lhe subia pelo braço e por seu corpo enquantovoavam faíscas e o som lhe ressoava na cabeça. Razvan estava surpreendentementesilencioso, mas segurava uma faca com a mão enquanto esperava uma oportunidadepara ajudá-la.Sergey riu. O som era cruelmente malicioso.— Vou cortá-la em rodelas, pedaço a pedaço, como eles fizeram, e alimentarei com elessua própria alcatéia. Talvez te permita viver querida irmã, só para vê-la chorar pelaperda de seu companheiro. Deve aprender quem é forte e quem fraco. Está no ladoerrado. Una-se a mim. Permita-nos cortá-lo e possivelmente pouparei você.

O coração de Ivory tremeu. Seu corpo deu um puxão em resposta à visão do corpo deseu companheiro em pedaços. Havia um buraco em seu peito e seu braço estava emdois pedaços, cortes no ombro, peito e uma perna. O sangue era uma terrível fonte seespalhando pelo chão.Ivory sabia que o vampiro era a mais vil de todas as criaturas. Quem estava ante ela jánão se parecia em nada a seu irmão, embora ele tentasse manter a ilusão com aesperança de poder lhe causar dor e fazê-la duvidar, afastando-a de seu objetivo. Elehavia escolhido deliberadamente rasgar a carne de uma criança e cortar Razvan empedaços, trazendo para a luz algumas de suas piores lembranças de pesadelo, paratornar a batalha mais difícil. Ela segurou a espada com mais força e deu um passo entreseu companheiro e o não morto, que uma vez tinha sido seu amado irmão.— Mate-me, então. Mas lhe levarei comigo.

Capítulo 9

O vampiro tirou de um puxão as flechas restantes de seu corpo e as atirou com

desprezo ao chão.— Que assim seja. — Disse Sergey e empurrou a espada diretamente contra o estômagode Ivory.Ivory parou saltando ao lado. Deu conta muito tarde de que o vampiro a tinha conduzidodeliberadamente para longe de Razvan. Equilibrou sobre ele, mas Sergey golpeou outravez, cortando a perna de Razvan uma segunda vez, em um corte o bastante profundopara atravessar o osso. Sua lâmina correu para o crânio do vampiro, mas ele se dissolveue se materializou através do quarto.- Deixe de pensar em mim e lute contra ele do modo como sempre lutou.

No momento que Razvan falou, cada golpe agônico da lamina a encheu de lembranças,enquanto os vampiros a cortavam em pedaços da mesma maneira que Sergey estavafazendo a Razvan. Metodicamente. Sem descanso. Sem piedade.- Não tente me salvar. Pense só em matá-lo.- Não posso derrotá-lo. Ele foi um grande guerreiro. Ensinou-me a lutar. É um professor vampiro. Mesmo nossos caçadores mais fortes raramente podem derrotá-los sozinhos.- Quem melhor que você para lutar contra ele? Conhece seus movimentos antes que eleos faça. Você mudou ao longo dos séculos. Ele estará esperando a jovem mulher que

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ensinou e não à guerreira experiente em que você se converteu. Está explorando suasemoções. Não se deixe enganar por ele. Você é uma grande guerreira, e melhor quequalquer outra, pode derrotá-lo.Ao redor deles a casa começou a sacudir, as paredes ondularam e se romperam. Osescombros caíram sobre o vampiro. Ivory sabia que Razvan não podia se mover comseus ferimentos mortais e atrozes, mas estava lhe comprando tempo para que sereagrupasse, usando o que restava de energia, sem tentar se enterrar no chão, masusando seus poderes para ajudá-la.Ivory respirou fundo e exalou. Razvan poderia ser inexperiente, mas tinha o coração e a

alma de um guerreiro, como ela. Nunca tinha visto outro guerreiro tão valente e tãoestóico. Respirou fundo novamente e deixou o ar sair permitindo que uma manta detranquilidade pousasse sobre ela. Razvan tinha razão. Não podia permitir que seussentimentos interferissem em seu trabalho principal. Ela era primeiro uma guerreira,depois uma mulher.Forçou a olhar só ao vampiro, a ver só o vampiro. Sempre que pudesse manter Sergeyenfocado sobre ela e longe de Razvan, poderia manter seu companheiro vivo e matar ovampiro. Que armas podiam usar contra este professor? A vaidade era o único traço quenão só todos os não mortos compartilhavam, mas também, sobretudo seus irmãos em

particular.Mudou sua aparência sutilmente, bem lentamente, suavizando seus traços para assumirum aspecto mais jovem e mais infantil, como nos velhos tempos. Muito tempo antesque os séculos tivessem passado, quando seus irmãos a amavam e mimavam, mais queaos próprios egos.Sergey levantou a espada e tocou a testa em uma saudação simulada, para que ela visseo sangue de Razvan escorrendo pela lâmina até seu punho. As gotas rubi lhe cobriam amão e com o olhar cravado na dela, ele lambeu o sangue.O estômago de Ivory deu um nó, mas ela inclinou a cabeça para um lado e riu, um somzombeteiro, titilante como o de uma mulher jovem e tola.— Você envelheceu, Sergey. Pensei que com toda sua inteligência e experiência chegariaa ser, no mínimo, um professor vampiro. Um tão poderoso que faria com que nossoscaçadores mais fortes se unissem para derrotá-lo. Mas aqui está você, lutando paravencer uma mulher, a sua irmã caçula.Os olhos dele resplandeceram como fogo. Ela realmente podia ver diminutas chamasardendo nas profundezas escuras. Ela tinha tido razão ao pensar que a maneira desacudi-lo era seu enorme ego. Sergey balançou a espada para seu pescoço, cortando o

ar com tal força que quando ela se agachou e afundou a própria espada em seu flanco, oímpeto do balanço o afastou dela. Ele gritou. O som era uma mistura de dor e raiva.O chão erupcionou sob seus pés estilhaçando tanto, que ela quase caiu. Mas graças àsmuitas lições de seus irmãos, dançava fora do caminho das pranchas do chão que seelevavam. Podia cheirar a rica terra chamando-a de vários buracos no piso.— Oh querido. Tornou lento, verdade? Não é nada mais que uma sombra fraca emurcha de seu ser anterior. Nos dias passados, um olhar seu teria me esmagado,deixada sozinha ante o poder de sua espada, mas agora joga como o covarde magricelaque é. Do modo como um velho seco e murcho pode jogar xadrez com dedos tremula e

uma mente que esquece os movimentos.- Pode derrubar o resto do teto sobre ele? Ela perguntou a Razvan, odiando que eletivesse que esgotar sua força, mas necessitava de uma distração.- É obvio. - Não houve vacilação, mas ela começava a conhecer Razvan e a sua vontadede ferro. Ele não vacilaria, sem importar o custo para ele.O teto desmoronou com um rugido ensurdecedor, a madeira e a terra caíram sobre acabeça e ombros de Sergey. Não foi tão efetivo como a primeira vez, mas lhe deu ossegundos que necessitava. Ivory atirou a espada no chão ao lado da mão de Razvan e

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tirou de um puxão o pequeno laser feito a mão. Ela alimentado pela energia de umdiamante que ela mesma cortara.Sergey se dissolveu para evitar a madeira e a terra que choviam do teto enquanto a casase sacudia. Materializou justo detrás de Ivory, mas três pranchas de madeira com pontastrincadas se elevaram sobre ele com velocidade forçando-o a se dissolver outra vez.Cada vez que fluía perto de Razvan a lâmina fazia outro corte profundo. Ivory lhecronometrou desta vez, liberando uma explosão de energia candente que fez um cortepróprio. A lâmina de luz não cortou completamente seu crânio, mas a letra T apareceubem proeminente.

O sangue negro salpicou pelas paredes que desmoronavam. Um cheiro asquerosoencheu o ar, como se um cadáver apodrecesse de dentro para fora.— O selo de um traidor. Carregue-o orgulhosamente. Não o tirará. — Ivory inclinou acabeça, como uma princesa reconhecendo algo que se arrastava aos seus pés. Correupara ele disparando o crossbow rapidamente. As flechas cravaram no corpo dele eevitaram que ele mudasse, dando a ela linha reta pelo peito até o seco coração.Os finos lábios retrocederam com um grunhido, Sergey saltou para encontrá-la,rasgando uma das flechas e lançando-a sobre seu coração, quando ela afundou o punhoem seu peito. Enquanto sua mão entrava profundamente, as vísceras de Sergey se

envolveram ao redor dela e o pulso, serrilhando sua pele, abrindo profundas laceraçõese permitindo que o sangue tóxico do vampiro vertesse dentro das mesmas.Sergey deteve-se nariz a nariz em frente dela. Os buracos negros que eram seus olhos afitaram sem piedade. Retorceu e lhe arrancou a flecha do corpo, afundando-a umasegunda vez.— Sente isto? — Ele gritou. — Querida irmã. Amada irmã. Assim é o quanto te amo.Trarei você para nosso lado. Logo governaremos a terra e você formará parte de nós.Será uma de nós. Faço isto por você.O tom foi como o do irmão que ela tinha perdido, mas a face era uma máscara demaldade. Os dois olhos eram carvões quentes que resplandeciam em uma cor vermelharubi. O hálito era fétido sobre seu rosto e lhe queimava a pele, chamuscava-lhe assobrancelhas. Ela tentou manter a mão se movendo para frente, para encontrar omurcho coração, mas os cortes eram muito profundos e ela estava em perigo de perdera mão. Apertando os dentes, empurrou-a ainda mais tentando mover pelos músculospesados e ganhar o coração.Sergey golpeou o punho no peito de Ivory, com a intenção de não só conduzir a flechamais profundamente, mas também a própria mão, usando sua força e velocidade para

lhe extrair o coração. Por um momento, as cruzes revestidas de água benta lhequeimaram a mão, direto ao osso, até que ele uivou e gemeu de raiva, cuspindo pelaboca. Lançou cabeça para trás, suportando a dor e tentando penetrar além do santoescudo protetor.Uma chama caiu do céu em cima deles, em uma explosão chamejante que golpeou comforça as costas de Sergey. O vampiro se introduziu ainda mais no braço de Ivory. Osdedos dela arranharam a extremidade do órgão murcho. Regozijada, ela ignorou aagonia das faixas afiadas que se apertavam ao redor de sua mão e pulso e cavou maisprofundo.

Sergey gritou. O som voou ao resto da casa, reduzindo a madeira a lanças, com centenasdelas voaram pelo ar e de todas as direções, sobre Razvan e Ivory. Com sua última forçarestante, Razvan atirou uma barreira ao redor das costas de Ivory e o topo de sua cabeçapara evitar que as lanças afiadas penetrassem. Meia dúzia se introduziu em seu corpo,lhe estacando ao chão.Sergey varreu as pernas de Ivory por sob ela, que caiu com força, deslizando nas poçasde sangue que cobriam o chão. Sergey cambaleou. Seu rosto era uma máscara retorcida

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de ódio. Antes que pudesse golpear o punho em seu peito, ela ficou em pé saltando antecada movimento que Sergey lhe tinha ensinado quando menina.Ivory lhe sorriu cravando deliberadamente seu olhar no dele, como ele havia feitoquando lambeu o sangue de Razvan. Sabia que tinha um buraco enorme no peito poronde ele tinha tentado lhe alcançar o coração. O sangue gotejava constantemente, masela zombou dele com um sorriso. Deu um passo e baixou sobre um joelho, ainda lhesustentando o olhar, observando como ele estreitava os olhos, como os cruéispensamentos moviam por sua mente. Mantendo os olhares cravados um no outro, elaintroduziu a mão e o pulso na terra acolhedora. Ela conhecia a terra intimamente.

Conhecia as propriedades curativas. Ela havia ficado em companhia dos minerais eelementos durante centenas de anos.Sussurrou a terra no antigo idioma. O idioma que sabia melhor que qualquer outro. Umidioma próximo a terra.- Emä Maye, én, lanad, omasak Teteh. Jälleen jamaak. — Mãe Terra, sua filha está feridauma vez mais diante de você.- Maye mayed. — Terra a terra.- Sív síved — Coração ao coração.- Me juttaak elidaban és kalmaban. — Estamos destinadas e ficar na vida e na morte.

- Pusmasz ainam, juttad lihad. — Cure este corpo. Reúna esta carne.- Te magköszunam, sívam sívadet. — Agradeço do meu coração ao teu.Ela continuou, com sua voz subindo e baixando com fluxo vazante do sangue da terra.- Retorça esta raiz, quebrada e dobrada,- Encaixe a madeira em minha mão.- Afie as extremidades, deixe-as afiados,- Faça entrar fundo no que está envelhecido e escuro.Eu a chamo, ajuste minha necessidade,,Sua tarefa é deter o mal que matariaSergey a atacou como sabia ela que faria, acreditando-a distraída por causa de seusferimentos, sussurrando a ela mesma. Enquanto ele se inclinava sobre ela, Ivory puxou amão de debaixo da terra, novamente curada, com todos os cortes profundosdesaparecidos. Nela trazia uma raiz retorcida e afiada como a lâmina mais fina. Afiadacomo o punção mais fino para gelo, e com um movimento suave e fácil empurrou-o paracima e direto no olho esquerdo dele.Ele a golpeou na garganta com o punho, derrubando-a enquanto saia para longe dela.Enquanto se afastava, chutou com violência a cabeça de Razvan. Razvan que já estava

esgrimindo a pesada espada fez um corte brutal na panturrilha do vampiro. Sergey malmoveu a perna a tempo para evitar a maior parte da lâmina. O fio o pegou o bastantepara lhe cortar o tendão. O vampiro saltou no ar para fugir de outro golpe.Abaixando-se em posição de luta, com a arma já acessa, Ivory acrescentou outra letra, àpalavra traidor. O laser cortou a letra R tão fundo que entrou até o crânio.— Antes que acabemos aqui, você vai suportar a marca do traidor, para que nossosirmãos saibam que me ensinaram bem. Irão se divertir ao ver que você não pôdedespachar uma mulher, sua irmãzinha, tão facilmente. — Ela zombou.Os vampiros eram criaturas vis, especialmente os professores vampiros. Seus irmãos

sempre possuíram um ego enorme acreditando que eles fariam um melhor trabalho queo príncipe, governando o povo Cárpato. E um melhor amparo ao príncipe, que alinhagem Daratrazanoff. Ele sabia que quando a palavra de sua derrota, do dano feito aoseu corpo, alcançasse seus irmãos, seria o bobo da corte em todo o mundo vampiro.Como se saber tornasse tudo real, Razvan sorriu. O som baixo e zombeteiro ressooupelos campos e o céu circundantes.Sergey gritou furioso, cuspindo sangue pela boca.

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— Já está morto, fracote. Acredita que não sei como se arrastou pelo chão como umcão, seguindo Xavier por suas sobras? Você é menos que um verme e merece morrer seretorcendo em agonia. Você, patético fracote. Ela morrerá de uma morte horrorosaantes que se una a você na outra vida.Ivory impôs em sua voz, cada grama de desprezo que tinha.— Irei com meu companheiro e viverei na beatitude enquanto você anda pelos fogos doinferno, grunhindo, cuspindo e chorando por sangue como um menino. Você não énada. É o não morto, a forragem para que nossos irmãos riam de sua fraqueza e lheassinalem com o dedo por sua estupidez.

Balbuciando com raiva, Sergey juntou as mãos e sua voz retumbou como um trovão,soando como se viesse a uma grande distância, e a envolvesse ressoando do céu esubindo sob os pés.- Saia todo o som de sua garganta!- Calem as palavras que seriam ditas.Ivory sentiu instantaneamente os efeitos. Sua garganta estava fechando. Quando abriu aboca, nenhum som surgiu.- Ele está utilizando um feitiço que Xavier usava freqüentemente sobre seussubordinados quando estava cansado de suas perguntas. Inclusive usa a voz do Xavier. -

Disse-lhe Razvan. - É efetivo para assustá-los e levá-los a obediência, porque seusaprendizes acreditam que ele é o bastante poderoso para lhes tirar a voz

 permanentemente.Ivory elevou as mãos no ar e aplaudiu duas vezes.

- O som abunda. Os pensamentos se apressam.- Ar em meus pulmões permita que minha voz grite.Imediatamente ela pôde respirar melhor e o ar saiu de sua boca em um bendito som.Ela substituiu o feitiço de Sergey com um próprio, lhe devolvendo as palavras, emborasoubesse que seria temporário e não duraria.- Chamo o poder interior,-Tire o som, acalma o estrépito.- Leve o que é prejudicial, sele-o com força,- Remova o orifício ofensor de minha vista.Quando Sergey tentou abrir a boca, já não conseguiu. Uma grossa malha de pele haviacrescido sobre a abertura selando-a, para que não pudesse falar. Sua face era branca, donariz para baixo. Com os olhos totalmente abertos com alarme, eles cuspiam ódiovenenoso para ela. As flechas de seu peito caíram no chão, carcomidas pelo sangue

ácido. Levantou as mãos e a eletricidade arqueou entre seus dedos, saltando para ela.Ivory se esquivou disparando mais flechas, seguindo o mesmo padrão de cima a baixocomo antes, marcando a linha sobre o coração. O pelo de seu corpo se arrepiouenquanto a eletricidade crepitava e estalava, mas quando o vampiro a estalou como umchicote, lançando a energia através do quarto para ela, a força golpeou uma barreirainvisível e seguiu como um rastro de vapor e voltou para golpear Sergey.Ivory fez uma segunda tentativa de acertar o coração dele forçando o punhoprofundamente, mas Sergey se afastou de lado, lhe segurando o pulso e quebrando oosso, lançando-a longe. Enquanto a seguia, Razvan arrancou uma lança da perna com

uma só mão e empalou Sergey, enquanto a força de seu ímpeto levou o não mortodireto à lança.Falhou o coração por polegadas, rasgando suas vísceras. Sergey puxou a haste,liberando-a, e a jogou em Razvan com cruel força. O guerreiro a afastou com um golpede sua mão e se vingou com um fraco varrido da espada.— Você será conhecido no mundo dos vampiros como quem não tem voz. Irãoridicularizar você todo o tempo. Vai sobreviver longos séculos porque uma mulher oderrotou junto com seu patético cachorro de companheiro.

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Os olhos de Sergey se tornaram enormes, giraram, o nariz dilatou. O sangue negro seespalhava por seus ferimentos enquanto ele quase estalava de ira. Abriu os braços e aenergia se encrespou, arrebentando as paredes restantes. As nuvens carregadas de cimagiraram e se revolveram, se retorcendo em uma longa lança grossa de gelo mortal.Sergey arrancou as flechas do peito e se dissolveu para longe deles, deixando gotinhasde sangue ácido. Por toda parte onde o sangue caía, queimava a madeira e o assoalhoda casa do fazendeiro.Ivory se elevou no ar atrás dele. Através do céu, nuvens de tormenta se reuniram. Orelâmpago as margeava convertendo o céu claro em uma sinistra cor cinza. As nuvens

ferviam de atividade, estalando para cima como cogumelos explodindo. A lança de gelose afastou dela, o relâmpago brilhava em sua mão enquanto viajava pelo céu.Sergey devia ter fechado os ferimentos, porque as gotinhas cessaram quaseimediatamente. Ela podia persegui-lo, seguir a lança. Ele estava ferido sim, mas nãoestava realmente em tal má forma, e sem Razvan para ajudá-la, ela passaria maltambém. O feitiço se dissolveria rapidamente e Sergey teria suas presas de volta e umanecessidade ardente de vingança. Enquanto isso, ela perderia Razvan. Se já não o tivesseperdido.— Escolha quem vive e quem morre! — A voz de Sergey retumbou através do céu.

As ondas sonoras estalaram através dela, lanhando-a e quase lhe atirando para trás. Araiva verteu sobre ela, enchendo o céu, lhe apertando com força o peito. Obviamente ofeitiço havia desaparecido mais rápido do que havia esperado.— Persiga-me. Siga-me irmãzinha, e pode ter uma oportunidade de salvar aos mortaismagricelas e seus filhotinhos repugnantes. Não só os matarei e me alimentarei deles,assim como de sua preciosa alcatéia de lobos. Siga-me e seu cachorro de companheiromorrerá se não se já se foi deste mundo. Escolha. E viva com a escolha.Ivory se voltou para sua alcatéia. Eles estavam levando sobre suas costas as duascrianças e aos dois adultos, através de milhas de terreno acidentado, correndo para acasa de Mikhail no fundo das montanhas. O caminho ainda estava aberto, mas com aterrível tormenta que estava se preparando, duvidava que durasse muito. Se fossemforçados a tomar a rota mais longa através das montanhas mais altas estariam emdesvantagem enquanto Sergey atravessava o céu como um raio, para interceptá-los.- O vampiro está atrás de vocês. Chamem o príncipe. Chamem os caçadores. Não possoajudá-los. – Ela enviou a advertência aos seus amados irmãos e irmãs. Era tudo o quepodia fazer. Deu-se conta disso com o coração fundo. Não podia permitir que Razvanmorresse.

Havia uma revoada em sua mente. Débil. Piscando. - Salve as crianças.Ela se negou a discutir, a responder. Não permitiria que Razvan morresse. Ivory sevoltou rodeando a fazenda para se certificar uma vez mais de que não havia sensação deperigo antes de se deixar cair no que restava do que uma vez tinha sido uma casacômoda. Havia sangue, carne e osso. Paredes estilhaçadas, barro e escombros. Razvan

 jazia no chão em um atoleiro de sangue, com o braço e a mão a distância.Ivory devolveu os pedaços ao seu corpo. Restavam cinco lanças em seu corpo, junto comuma grande abertura onde estivera a sexta. Ele inalou uma profunda e estremecidabaforada de ar. Seu peito subia e descia enquanto ele tentava introduzir a força, ar aos

pulmões. Tinha os olhos fechados e todas os ferimentos estavam fechadas, emborahouvesse bastante sangue no chão para lhe fazer pensar que era muito tarde parafechar alguma.- Preciso saber que está viva. - A voz de Razvan entrou em sua mente, de muito longe. -Cure suas feridas rapidamente para que eu possa te deixar em paz.— Você não pode ir. Não o permitirei. E falo sério, Razvan. Você deve viver. — Elainclinou perto dele, para que seu fôlego morno chegasse a pele fria. — Preciso de você.Ouve-me? Preciso de você. Deve viver por mim.

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- Tire as lanças.— Sei que doem, Razvan. Mas você morrerá se eu arrancá-las. Dê-me um minuto.- Já estou morto.— Não, não pode pensar assim. — Ivory se ajoelhou ao lado de Razvan, puxando suacabeça no colo. Inclinou-se sobre ele outra vez. – Ouça-me. Você não pode ir desta vida.Nós não fizemos o que sabemos ser possível.- Você pede o impossível.Ela mudou a conversa para a comunicação telepática, já que era mais fácil para ele. -Peço-lhe  por  mim,  primeiro. Sei o quanto é difícil quando ninguém mais o faz. Sei o que

 peço. Sei o que demando a você, ao meu companheiro. Se você for, vamos juntos.Prenda-nos. Prenda-nos agora. Dê-me o que necessito para salvá-lo.Razvan não abriu os olhos. Moveu a mão na dela, com os dedos escorregadios pelosangue. - Deseja que eu sobreviva a isto?  - Podemos derrotar Xavier. Devemos derrotá-lo. Vincule-nos. Guiarei você agora e oseguirei nos anos vindouros. Prenda-nos agora, antes que tenha se afastado de mim.Ivory empurrou para trás das lágrimas ardentes, o peso terrível no peito e a sensação deseus próprios ferimentos tão pequenas, em comparação aos dele. Ele tinha que desejá-la o bastante para viver. Tinha que querer derrotar Xavier, o bastante para viver. Sua

vontade, tão forte, tinha que ser igual à dela. Guerreiros, depois de tantos séculos desolidão, frequentemente abraçados na morte. Poderiam descansar durante muitotempo, mas ela não ia abandoná-lo sem lutar.Razvan se moveu em sua mente, buscando. O que encontrou ali lhe fez chegar a umadecisão, mesmo sabendo a agonia que sofreria. - Não posso pensar em nenhuma outraque tenha conhecido em minha vida e que tivesse preferido. Se me aceitar... - Absolutamente. - O tempo se acabava. Ele tinha perdido muito sangue. Haviacauterizado os ferimentos, tantos, enquanto Sergey o cortava a pedaços, fazendo de seucorpo uma imitação do conjunto de fragmentos do dela. Mas a perda de sangue eragrave.- Está segura de que deseja prender sua vida à minha, com tudo o que traz consigo? Ela respondeu sem vacilação. - Estou. - Que assim seja. - Sua voz se fez mais forte na mente de Ivory. É minha companheira. Reclamo-a como minha companheira. Pertenço a você. Ofereço-te minha vida pela sua.Dou a você meu amparo, minha lealdade, meu coração, minha alma e meu corpo. Tomoem mim os seus do mesmo modo, para guardá-los. Sua vida será apreciada e estaráacima da minha a todo o momento. Você é minha companheira e está ligada a mim por 

toda a eternidade, sempre aos meus cuidados. – Ele abriu os olhos e fitou os dela. - Avio-te päläfertiilam. Ivory sentia os fios que os uniam. As duas metades de suas almas se uniam como umasó. Pressionou um beijo sobre sua testa, sua voz um sussurro suave.— Aceito sua oferta com meu coração e minha alma. Tomo em mim sua alma, seu corpoe seu coração. Tomo-o em mim para te guardar e te manter por toda a eternidade comminha força de vontade e nossa determinação, combinadas. Avio-te päläfertiilam. Vocêé meu companheiro e me nego a permitir que se vá deste mundo. Deixe que sua almahabite dentro da minha.

Razvan fechou os olhos com seus cílios impossivelmente longos. Um pequeno sorriso desatisfação lhe curvava os lábios. – Entreguei-me a você, companheira. Faça o que deve.Há muito tempo, quando Xavier e Draven a sentenciaram a morrer de uma mortehorrenda, não foram somente seu sangue e corpo Cárpato conduzidos a se reparar ecurar na terra, que a tinha salvado. Foi uma combinação dos dois, junto a sua vontade eos ensinamentos de Xavier. Xavier teria arrancado os cabelos soubesse como ela tinhatomado tantos de seus feitiços e os convertera em próprios, colocando sua fé de umpoder mais alto na realização de cada um, transformando a maldição em algo bom.

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- Vai doer tanto ou mais que a pior tortura que Xavier pensou para que vocêatravessasse. Deixe vagar sua alma e seu espírito em mim, a salvo . - Ela tentou adverti-lo, afogando um soluço. Sabia pela experiência o que estava pedindo que ele suportasse.Chorou quando sentiu a piscada de calor em sua mente, o espírito da vida de Razvanpiscando com uma fraca luz, agora que ela sustentava sua alma. Começou o trabalho deexpulsar todos os parasitas do corpo antes de bloquear cada ferida e cauterizá-la. Tudoo que trabalhou, mudava entre o canto de cura Cárpato, e o feitiço de cura que tinhautilizado em si mesma quando pediu à Mãe Terra que a ajudasse.- Chamo o poder da terra, ela que cria a todos.

- Ouça minha chamada, Mãe.- Peço visão clara e a capacidade de ver o que busca não ser visto.- Guia-me, Mãe. Pegue minhas mãos e converta-as nas suas.- Use-as para reparar o que foi quebrado, fragmentado.- Guia-me, Mãe. Proporcione descanso e cura a uma alma atormentada.- Abrace-o, Mãe. Cure-o de todas as feridas. Guie-o, Mãe.- Chamo o poder mais alto. Utilize-me como seu recipiente. Vê por meus olhos.- Olhe em minha alma. Use-me como um instrumento. Protejamos como um só. Tome-nos a seu cuidado. Alimente-nos como faria a uma criança. Guie-nos com seu

conhecimento, para que possamos surgir uma vez mais para lutar.Sua voz subiu e caiu, enquanto chamava os poderes que lhe tinham ajudado séculosantes em sua necessidade, balançando-a de um lado a outro, desatenta de suas própriasferidas, preocupada só que Razvan seu companheiro fosse salvo.

Mikhail Dubrinsky, príncipe do povo Cárpato, ouviu a chamada dos lobos muito tempoantes que alcançassem sua casa no fundo do bosque. - Gregori. –  Ele convocou seumelhor amigo, o segundo homem no comando do povo Cárpato. – Preciso urgentementede você. Caçadores. Prestem atenção a minha chamada. Tenho necessidade urgente devocês.  – Ele enviou a ordem pelo caminho telepático comum dos Cárpatos, convocandoa todos os que estavam perto.Protegendo sua casa, Mikhail levantou o vôo para interceptar a alcatéia. Ainda estavama algumas milhas, mas a dor em suas chamadas era profunda. Apressou-se pelo espessodossel de árvores, enviando seus sentidos na frente dele tentando discernir o perigo queseguia os lobos.Havia sangue no vento e um mau cheiro que só podia ser atribuído ao não morto. Carneapodrecendo e veneno. Humanos.

- Espere-me. - Demandou Gregori. - Estou a poucos minutos atrás de você. Pode ser umaarmadilha.- Sinto crianças. Sangue. Terror. Os lobos estão chamando. - O que significou que ele nãoestava esperando.Enquanto Mikhail voava, outro mocho se elevou a sua direita, um segundo a suaesquerda. Identificou os dois. Natalya, a irmã de Razvan, e seu companheiro, Vikirnoff.Nenhum fez perguntas enquanto corriam pelo céu noturno com ele, para a alcatéia quechamava. Acima, as nuvens de tormenta se espessavam, se revolvendo, fervendo de ira.As manchas de energia candente iluminavam as extremidades das formações de nuvens.

Chovia gelo, em lanças agudas para deter à alcatéia que fugia.- Vampiro. - Identificou Mikhail. - Persegue os lobos e a quem quer que estejam

 protegendo. –  Ele já estava se movendo com velocidade imprecisa, e se empurravaadiantando aos dois antigos guerreiros.- Mikhail . - Gregori gritou uma advertência. - Não sabemos o que enfrentamos.- Acredito que está suficientemente claro. - Mikhail ignorou o grunhido de seu guarda-costas e deslizou sob as árvores quando o gelo começou a penetrar inclusive o grossodossel.

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Um lobo uivou, uma criança gritou. Uma mulher gemeu. Mikhail podia ouvi-losclaramente agora.— Apressem-se. Peguem as crianças. Deixem-nos. Viajaremos mais rápido. — Soou a vozde um homem. — Tentaremos freá-lo.A alcatéia tomou a voz outra vez, se em protesto ou acordo, Mikhail não podiaadivinhar. O vento se levantou com um gemido, estalando pelas árvores com forçaimpetuosa, desenraizando várias delas. Os troncos grandes golpearam outras árvorescaindo com um efeito dominó, assinalando como uma flecha na direção por onde oslobos passavam.

A força do cortante vento frio lançou os três Cárpatos de volta ao céu e no caminho dogelo que caía. Mikhail sentiu uma aguda ponta lhe perfurando o braço e se dissolveuinstantaneamente, embora o vento o empurrasse mais longe da alcatéia. A tormentaaumentou de força descarregando quantidades enormes de neve do céu até que o geloficou tão grosso e perigoso, que não puderam continuar para frente pelo ar.- Desçam. Teremos que correr para encontrá-los pelo solo.Gregori grunhiu, desta vez bem mais perto. Vikirnoff não disse nada absolutamenteenquanto seu príncipe golpeava o chão apressadamente, mas mudou a uma melhorposição para proteger o homem. Natalya estava justo atrás dele, vigiando seu rastro.

- Esta alcatéia é excepcional. - Aventurou Vikirnoff. - Usam o antigo caminho decomunicação telepática para pedir ajuda. E nos chamam. Não a outros lobos.- Têm que ser os lobos que viajam com Ivory Malinov . - Explicou Mikhail.Ele havia dado a notícia a Natalya, que seu irmão gêmeo estava vivo e que tinhaescapado por fim de Xavier. Ele, junto com Gregori haviam –na informado de tudo o quetinha acontecido, e da crença firme de Gregori que os crimes de Razvan tinham sidocometidos quando Xavier possuía seu corpo ou sua mente. As notícias da aparição, tantode Ivory como de Razvan, e de que eram companheiros espalharam por toda acomunidade Cárpato.Sabia que todos estavam com suspeita de Razvan, especialmente Vikirnoff, que nopassado tinha protegido Natalya tantas vezes de seu irmão. Ela havia sofridoemocionalmente, aceitando finalmente a perda de seu irmão, e agora ambos estavamaflitos. Ele podia dar sua opinião que Razvan havia sido tratado de forma injusta e quenão era o criminoso e traidor que o mundo Cárpato acreditava ser, mas sabia que todosteriam de resolver as dúvidas sobre o homem.- Não pressinto nenhum Cárpato viajando com eles, homem ou mulher . - Vikirnoff manteve o ritmo exato do príncipe, protegendo-o enquanto se moviam entre as árvores

carregadas de neve. - Como podem os lobos compreender e nos chamar? Como podemlevar tais cargas pesadas nas costas e correr a tal velocidade? - Parece que são Cárpatos. - Mikhail não tinha explicação de como tinha acontecido, massabia que Ivory possuía uma. Se ela tinha convertido os lobos, tinha sido uma aventuraperigosa. Os lobos inteligentes que desejam sangue humano podiam ser o pesadelomaior de todos. Especialmente se dessem cria. Teria que analisar o destino da alcatéia.Chovia gelo, mas o grupo pelo menos podia permitir um refúgio do violento vento e ospedaços de gelo que apunhalavam de cima, pelos galhos retorcidos. Vikirnoff adicionouuma camada protetora, entrelaçando os mesmos de forma mais apertada para que

formassem um túnel.- Eles carregam humanos nas costas. - Disse Natalya. Seu coração pulsava com muitaforça. Uma parte dela estava desesperada para ver seu irmão. Desesperada paraacreditar que ele não era o monstro que acabara por acreditar que era, mas a metadelúcida lhe sussurrava que nenhum dos rumores podia ser verdade. Enquanto corria comseu companheiro e o príncipe, ela se encontrou rezando.Sob seus pés o solo ondulou. O peso da neve derrubou uma árvore grande e as raízessurgiram do chão, formando uma barreira enredada.

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- O vampiro não demora. - Disse Mikhail. - Gregori, vá pelo norte. Entre com Falcon pelooutro lado. Seu objetivo parece ser alcançar à alcatéia antes de nós. Deve querer matar aos humanos, mas com que propósito, eu não tenho a menor idéia.- Estou sobre esta terra para proteger meu príncipe, não para salvar a vida de mortaisque não conhecemos.Mikhail suspirou. – Você se torna mais teimoso a cada ano que passa, velho amigo.Vikirnoff está protegendo seu indefeso pintinho. Entre pelo Norte. Dirija os outros paraque entrem pelo outro lado. E pare de me dar problemas.Gregori lhe deu o equivalente a um grunhido telepático. - Eu não contaria com que isso

aconteça logo. O vampiro corre para fechar o caminho. Não pode ser pelo solo, se issoacontecer.- Não acontecerá porque você o deterá. - Havia plena confiança na voz de Mikhail.- Não pede muito.- Não. Uma oportunidade de praticar e afiar suas fracas habilidades.A diversão de Gregori explodiu sobre Mikhail quando o príncipe aumentou suavelocidade. Sentia bem em ser um guerreiro em vez de um governante, correndo a todavelocidade pelo bosque em resposta a uma chamada de dor. Os músculos se estiravam ese contraíam, e seu corpo se alegrava com o exercício, correndo incansavelmente por

entre as árvores.De acima, uma grossa lança de gelo explodiu através do céu quebrando nuvens de gelo eneve, chovendo brilhantes faíscas de ouro e prata para as árvores enquanto se arqueavaacima deles e logo caía fora de visão, a terra. Por toda parte onde as faíscas tocavam, asárvores congelavam, se convertendo em um horroroso branco e a cor que se espalhavacomo uma enfermidade por ramos e agulhas descia pelos troncos onde o solo dobosque se curvava pela pressão do gelo.O solo rachou. Abriram-se fissuras trincadas e eles se viram forçados a saltar por cima dalonga fenda enquanto corriam. Torres afiadas de gelo erupcionaram do chão. As árvoresracharam e estilhaçaram quando o frio que se estendia rompeu os galhos quebradiços.- De onde vem? - Demandou Mikhail. - Temos que encontrar a fonte.- Ele está tentando deter os lobos. – Disse Gregori. - Ouvi, mas nunca vi uma lança degelo que congela tudo em sua imediata vizinhança. Você deve estar perto disso. Deixe de

 falar e lide com isso, e eu encontrarei a alcatéia.- Estamos muito perto dela, Gregori. Mais perto que você. Você está mais bem equipado

 para trabalhar sua magia contra uma lança de gelo capaz de congelar um bosque. Deixede falar e persiga-o.

- Não nesta vida. Envie Falcon. Nada vai me deter de lutar ao seu lado.- Pelo menos uma vez acredite que estou no comando. Você não escuta minhas ordens.- Isso foi uma ordem? Não ouvi uma ordem em nenhum lugar. Enviei Falcon para cuidar da lança de gelo.Mikhail se encontrou sorrindo outra vez. Era impossível ficar frustrado com Gregori;conhecia-o há muitos anos, e o principal trabalho de Gregori sempre seria velar pelasegurança do príncipe. Ainda o incomodava que Razvan empurrasse uma faca em suagarganta. Não houvera tanto perigo como parecia, mas Gregori não gostou que Razvantivesse se aproximado do príncipe.

A alcatéia levantou as vozes outra vez e ele levantou a cabeça e respondeu enquanto seapressava sobre o rio congelado. A cada passo que davam, mais torres de gelopontiagudas saiam do solo. Então eles se viram forçados a se esquivar enquantocorriam, mas Mikhail podia sentir a força do ataque debilitando-o. O vampiro estavaperto da alcatéia e queria dirigir sua energia nela. Não sabendo do que os lobos eramcapazes, Mikhail redobrou seus esforços em alcançá-los, se elevando no ar, evitando oscéus mais altos onde os pedaços de gelo podiam entorpecê-los.

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Vislumbrou-os enquanto rodeavam uma curva do rio, como raios de prata com a cargade humanos nas costas, correndo incansavelmente para eles sobre o gelo. Uma criançaestava desabada sobre o corpo do alfa, e o sangue frisava sua grossa pelagem. Pelocanto do olho, Mikhail viu uma grande nuvem negra que se movia rapidamente para oslobos através do céu.- Entrem nas árvores. Saiam do rio e se afastem do espaço aberto. - Ele advertiu.Vikirnoff se desviou bruscamente para ele antes que pudesse girar para a ribeira, cheiade neve. Mikhail lhe disparou um olhar de calma quando passou como um raio pelasárvores, para a alcatéia. Os dois alfas com as crianças entraram entre as grossas árvores.

Mikhail pegou a menina quando Rajá patinou se detendo ao seu lado, com a língua parafora e os flancos subindo e descendo. O vampiro havia mordido o pescoço da menina enão tinha fechado a ferida.Natalya se deixou cair de joelhos ao lado da garota.— Pode salvá-la?No momento em que os dois alfas foram despojados de suas cargas, giraram e correrampara defender o resto de sua alcatéia. O primeiro golpe caiu perigosamente perto dolobo que levava o fazendeiro. Blaez nem tentou desviar. Correu sem variar o ritmo, emlinha reta para os Cárpatos.

Vikirnoff deu um passo fora das árvores e enfrentou o vampiro furioso. EnquantoNatalya e o príncipe trabalhavam para salvar a vida da menina, ele passou como um raiopara a nuvem negra que girava. Gregori entrou na visão subindo pela direita do vampiro,golpeando o não morto com um relâmpago atrás de outro. Preso no fogo cruzado entredois caçadores experientes, ferido, Sergey se retirou empurrando um último raio deenergia para sua lança de gelo, esperando destruir o solo sob o príncipe, os lobos e oshumanos.Falcon golpeou no momento exato, enviando uma explosão chamejante de calor pelalança quebradiça, rompendo-a, eliminando sua potência.- Gregori ! - Mikhail chamou o caçador. - Não o persiga. A alcatéia de lobos diz que

 precisam de nós na casa do fazendeiro. Ivory e Razvan estiveram lutando contra ovampiro. O fato de que tenha escapado deles é mau sinal. Natalya, acompanhe com oFalcon a família para a segurança e veja se a menina é cuidada na estalagem. Peça aSlavica, a dona da pousada, que os aloje por mim. Cuidará bem deles.  - Desejo ir com você para ver meu irmão.- Preciso que faça isto por mim. Se o vampiro voltar sobre seus passos, eles necessitarãoamparo acrescentado.

Natalya vacilou, e então tocou a mente de seu companheiro. - Diga-me a verdade,Vikirnoff. Ele precisa de mim para esta tarefa, ou tenta me proteger do que possivelmente encontrem? Vikirnoff, Mikhail e Gregori já estavam no céu movendo-se rapidamente para o imóvel,enquanto a alcatéia de lobos os rodeava correndo pelo chão coberto de neve.- Ele se preocupa. O não morto é um professor vampiro. Olhe o caos que forjou na terra.

 A alcatéia se preocupa com Ivory. Sinto seu temor e Mikhail, como príncipe de nosso povo sente-o duplamente.Natalya suspirou. - Está bem, então. – Ela esperou que Falcon levantasse os dois adultos

e ela pegou as duas crianças, sussurrando uma ordem para acalmar seus temoresenquanto corriam para a aldeia.Para Mikhail pareceu uma viagem interminável. Sentia a ruptura na malha de sua gente.Os ferimentos eram graves. Ele conhecia Gregori, um curador de tremenda habilidade.Não falharia em sentir a agonia que os dois combatentes caídos experimentavam. O fatode que a energia não fosse oculta dizia a todos os Cárpatos de que forma esperavamencontrar Ivory e Razvan.

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Ainda assim, nenhum deles estava preparado para o horror dessa visão. O imóvel erauma pilha de escombros. Parecia como se um massacre houvesse acontecido ali. Umamatança. Havia sangue por toda parte, e no meio de tudo Ivory estava sentada, comgrandes ferimentos e procurava curar o homem que estava em seu colo. Aindapermaneciam duas lanças em seu corpo, enquanto que quatro jaziam quebradas esangrentas à distância. Seu corpo estava cortado quase em pedaços, com o braço emsegmentos.Quando se aproximaram, parecia como se Razvan ainda respirasse e a voz de Ivorycantava o canto curativo brandamente, misturado a outra canção que nenhum deles

tinha ouvido antes.- Isto não pode ser. –  Sussurrou Gregori com admiração. - Ele não pode estar vivo ainda.Ninguém poderia sobreviver a isso.  – Ele ouviu o fluxo da voz de Ivory, melódica esintonizada com o batimento do coração da terra.- Mãe, querida Mãe. Suplico-te agora.- De filha à mãe. Cure a mim e ao meu, de algum modo.- Sou sua luz, ele é meu forte guerreiro.- Desafiado e marcado esteve só muito tempo.- Mãe, eu te rogo que olhe profundamente. Tente ver.

- Minha alma dá luz à sua escuridão, libera-o.- Somos companheiros, duas metades de um tudo.- Estando unidos, lutando contra o mal envelhecido.- Mãe, querida Mãe, segure-nos perto em seus braços.- Proporcione-nos um refúgio, com a cura rechace todo o mal.- Mãe, por favor, traga equilíbrio, luz a escuridão .Permita-nos viver, avançar para lutar.Ivory cantava as palavras na antiga língua, as notas se moviam dentro e fora da terra queondulava, trançando com o fluxo vazante da seiva nas árvores e o batimento do coraçãoque era a terra mesma. Enquanto cantava, a terra se movia sobre seus corpos, como sefosse uma manta viva, ou a própria maré, sempre em movimento, vertendo sobre e aoredor deles, fluindo em seus ferimentos e encerrando-os na camada rica e negra.

Capítulo 10

Razvan flutuou em muita dor. Ele havia estado ali anteriormente muitas vezes, mas nadacomo isto. Seu corpo sentia como se todas suas extremidades não estivessem

conectadas. Ele não podia se mover. Talvez fosse porque temia se mover e piorar aagonia que atravessava seu corpo. Ele sentia o movimento ao redor dele, como se osinsetos e outras coisas anônimas avançassem lentamente sobre ele. Ou para ele. Mesmoisso não era o bastante para lhe induzir a tentar se mover.Ele ouviu sussurros, tão baixos ao princípio que acreditou estar alucinando, mas a voz setornou mais forte em sua mente. Suave. Feminina. Decidida.- Estou com você. Não está sozinho. Vigio e protejo você. Não o deixarei só nas

 profundezas da Mãe Terra. Sente-a te envolvendo? Segurando-o em seus braços? Dandoa você as boas-vindas? Sinta-a, meu companheiro. Sinta-a quando todo o resto parece

 perdido.Ele estava seguro de estar alucinando. Xavier nunca lhe permitiria refugiar no rico solopara se rejuvenescer. Só existia dor e o sofrimento. Uma vida interminável disto. Ele nãopodia se deixar ir. Ele forçou sua vontade a obedecer. Não importava quanto seucoração palpitasse ou seus pulmões lutassem por ar. Não importava a dor, não podia sedeixar ir. Ele tinha prometido a… Ela. Recordou-a, embora pudesse ser um sonho, outra alucinação. Estava considerando istoquando conseguiu que sua mente funcionasse através das ondas de dor. Duvidava que

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pudesse evocá-la, inclusive em sua imaginação mais selvagem. Tentou imaginá-la, masnotou que não podia pensar. Só podia ouvir. Tentando ouvir sua voz outra vez.Muito longe ele podia ouvir um cântico na antiga língua. As vozes se elevaram,masculinas e femininas. Era impossível entre os de sua classe encontrar uma vozsozinha, e ele estava seguro que ela não cantava com eles. Ele a sentia, não oenvolvendo, mas fundindo-se a ele, compartilhando seu corpo. Não gostou da idéia. Seele sentia tanta dor, ela estava compartilhando-a também? Ele não sabia a resposta.Outra vez sua mente andou a deriva, e provavelmente não, porque não podia fazer nadapara impedir de sentir a terrível dor. Não desejava saber se ela estava com ele. Ele tinha

passado muitos anos causando angústia àqueles a quem amava e rechaçava pensar queestava fazendo o mesmo a ela.- Não, meu amor. Estou com você por escolha. Pedi para ser unida a você. Compartilhoseu corpo com muito prazer. Ouça-me, Caçador de Dragões. Você deve se manter presoa mim. Nunca me deixe ir.Se ele pudesse sorrir, teria sorrido. Aonde ele iria? Não podia se mover. Só podia ficar alise acreditando demente. Seu único consolo era a voz dela. Tentou recordar se tinhasonhado quando era jovem.Depois de um momento, e poderiam ter sido noites, semanas, ou inclusive meses, ele se

tornou consciente do batimento de um coração. O som era estranho, profundo,ressoando através de seus arredores, de modo que vibrava através de seu corpo, emcada um de seus músculos e órgãos, tendões rasgados e ossos. Cada pulsar o afetava,ainda o acalmava. Cada pulsar trazia uma envolvente dor, mas ao mesmo tempo eraestranhamente consolador.Depois de um longo e indeterminável tempo, se descobriu ouvindo o som, desfrutandodo eco deste por seu maltratado corpo. Agora tinha um comovedor interesse em seumundo escuro.- Quem é?  - Sou a Mãe Terra, meu filho. Você se tornou uma parte de mim. Minha filha pediu que oaceitasse. Que o curasse. Está ouvindo o batimento do meu coração da se movendo por seu corpo, unindo-o comigo e com toda a natureza.Nesse momento, ele soube que estava louco. Estava tendo uma conversa com a terra.Era estranho que não o incomodasse ter perdido o juízo. A dor não havia diminuído, masele havia se acostumado a ela, e notou que a escuridão e o calor era um pacífico erelaxante lugar. Ele andou à deriva nesse mar de dor, se deixando levar como havia feitotantas vezes no passado.

Sua mente voltava para sua mulher. Ivory. Sua companheira de vida. Ela era tão lindaque lhe tirava o fôlego. Ele sabia que se a tivesse encontrado algumas centenas de anosantes, suas vidas teriam sido muito diferentes. Ele nunca se atreveu a sonhar com ela.Nunca desejou que Xavier suspeitasse por um instante que em algum lugar no passadoou no futuro, havia uma mulher que possuía a outra metade de sua alma. Era um domíntimo, a conexão de duas almas, e ele nunca corromperia esse vínculo com a maldadede Xavier.Se não estivesse quase morto e sepultado para sofrer neste lugar, ele a teria levado aoseu jardim secreto, um lugar que ele recordava de sua infância onde a vida tinha sido

boa e ele era cheio de alegria. Ele tinha brincado ali com sua amada irmã, Natalya.Haviam rido juntos frequentemente. Corriam livres pelos campos de flores fazendoricochetear pedras sobre as agradáveis águas do lago. Levaria Ivory para compartilharessas ternas lembranças.Ele sentiu o toque de dedos contra sua mão. Um hálito quente em seu rosto.- Leve-me para lá, meu bem amado. Mostre-me o lugar com o qual sonha. Ele não tinha esperado que seu desejo por ela fosse tão forte que pudesse evocá-la.Passou a mão pelo rosto dela formando os ângulos, percorrendo com seu polegar a

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suave pele. – Eu a levarei lá, para nosso primeiro namoro. Você é parte de mim. Amelhor parte de mim. Muito antes que Xavier tomasse minha alma.- Ele já não tem sua alma. Você a me deu, Lembra-se? Razvan procurou em suas lembranças. Recordou o rosto dela. Tão formoso para ele quequando fechava os olhos, que ainda estava ali. Seu corpo coberto das linhas finas ebrancas, marcas de sua coragem, uma encarnação vivente da força de vontade que elapossuía. Ele desejava beijar cada linha, seguir o mapa das mesmas sobre seu corpo atéque conhecesse intimamente cada uma. Sua pele, suave além de toda imaginação,atraía-o para simplesmente tocar. Para sentir o quão extraordinária ela era. Ele amava a

forma como ela se movia. Somente observar o balanço de seus quadris e seu andarresolvid, trazia-lhe uma singela alegria que nunca tinha acreditado sentir. A forma queseu rosto se suavizava quando ela se ajoelhava para saudar sua alcatéia, o que lhe fezperguntar como seria quando ela segurasse seu bebê contra seu seio.- Caçador de Dragões. - Ela chamou sua mente errante para ela. – Lembra-se de ter medado sua alma? - Sim. Salve-me, Ivory. Tive vidas de pecado e não posso salvar a mim mesmo, mas atoquei onde ninguém mais te vê, e você pode fazê-lo. Coloque-me sobre seu mural detributos com seus irmãos e guie minha alma na seguinte vida.

- Já está a salvo. Fél ku kuuluaak sívam belso. Meu bem amado.Sua voz fluiu sobre ele como mel quente e ele ficou quieto ouvindo o batimento docoração da terra e sentindo cada pulsante ferida e queimadura em sintonia com aconstante sinfonia. Ele pensou em suas palavras. Fél ku kuuluaak sívam belso. Meu bemamado. Ele lamentou não ser na verdade seu bem amado.- Eu teria caminhado pelo jardim com você. Sempre quis cultivar minhas próprias flores.Sei exatamente como seriam e as teria chamado como você. Ivory. Hän ku vigyázsielamet. Guardiã de minha alma.- Mostra-me. –  Ela suplicou.Outra vez podia ter jurado sentir os dedos moverem contra sua mão, enredando-a coma própria. Ele a fechou fortemente para capturar a sensação de proximidade. Podia estarà deriva nesse sonho ou alucinação. Provavelmente estava no outro lado, em um lugarmelhor, embora pudesse estar sem a agonia correndo em ondas por seu corpo. Eleafastou de um lado a dor, entrando mais fundo nos braços da Mãe Terra e permitindosonhar com as coisas que mostraria a Ivory.Ela parecia despreocupada, com seu longo cabelo caindo em cascata até abaixo dosquadris, em uma cascata de seda que se movia contra seu braço quando ambos

caminhavam lado a lado. Gostava que ela fosse alta. Ele podia ver o comprimento dosseus cílios, que se frisavam nas pontas, como duas grossas meias luas que velavam seusenormes olhos. Ele estava pensando em inclinar e lamber ao longo da branca dentadaque unia as duas seções de seu ombro. Era uma tentação a forma como sua pele estavadividida em quadrantes para que ele explorasse.- Não me vejo assim. - A vergonha debruava sua voz.- Assim como? - Ele estava absolutamente perplexo que sua sonhada mulher pudesseestar envergonhada por causa de seu exame. Ele poderia observá-la para sempre,desejando provar cada centímetro quadrado dela. Tinha a necessidade de memorizar

cada detalhe com as sensíveis pontas de seus dedos, com os lábios e a língua. Assimrecordaria para sempre o sabor e a sensação dela.- Como se essas cicatrizes fossem atraentes.Ela abaixou rapidamente a cabeça enquanto caminhava junto a ele descendo o estreitocordão de pedras que conformava um serpenteante caminho por seu jardim. A extensacaída de seu cabelo escondeu sua expressão.Ele se parou em frente a ela, detendo-a eficazmente. Com os dedos a segurou peloqueixo e lhe levantou o rosto até que pôde manter cativo o seu olhar. - Tudo em você é

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incrivelmente atraente. Sobretudo o modo como luta. Tira-me o fôlego.  – Seu polegarroçou o cheio lábio inferior. - Às vezes fico muito tempo imaginando cada uma dessaslinhas em seu corpo, me perguntando aonde levam. Que prazeres me darão… Darão-nos. Ela piscou. Seus olhos se tornaram quentes, logo abafadiços. - Então pensa em mimcomo mulher, não só como uma guerreira.- Como poderia alguma vez separar às duas? Suas características compõem tudo o quevocê é. - Sua voz enrouqueceu com emoção. Ele procurou em sua mente palavras paradescrevê-la do modo como ele a via, mas as achava curtas para expressar a beleza e aluz que ela trazia para sua alma, tão vazia e oca. Rasgada pela maldade de Xavier.

- Diga-me. Preciso saber.- Palavras não são suficientes para explicar um milagre, mas farei todo o possível. Você éresistente, forte e capaz. Gentil. Bondosa. Compassiva. Feroz e formidável, com suavontade de ferro. Atraente. Suave e formosa. Linda. Misteriosa. Gentil e magnífica. Vocêé todas estas coisas. Um milagre para mim. Um presente além de qualquer preço.Seus cílios revoaram velando sua expressão. A tentação de sua boca, a curva e a suavetextura era muito para resistir. Isto não era um sonho, simplesmente. Era o seu sonho. Oprimeiro que se atrevera em muito tempo… Desde a traição a sua irmã. Ele vacilou, derepente com medo. Poderia Xavier enganá-lo? Estaria enganando à única mulher que

possuía seu coração e sua alma?- Não!O quente mel emanou sobre ele outra vez fazendo tremer seu corpo. Seu coraçãosaltou, pulsando por um momento em sintonia com o palpitar do coração da terra. A doro golpeou de cada direção, lhe tirando o ar, a capacidade de pensar, sua prudência.Acreditou ter gritado quando havia sido tão estóico, mas se concentrou mais do quesabia com o ritmo natural da terra, permitindo que o palpitar mantivesse a dor a umadistância passível para ele. Durante um momento não pôde respirar e nem pensar. Eraimpossível viver com semelhante dor.- Não me deixe! - A voz de Ivory estava cheia de pânico.Ele nunca tinha ouvido Ivory soando assim, mas fria e sob controle. A nota de alarme emsua voz o afiançou. Notou que estava à deriva, longe do aroma e sensação dela, sedistanciando para impedir que Xavier a descobrisse, mas havia tal necessidade nela quenunca antes tinha visto. Ela havia sido ferida. Ele se lembrou. Horrivelmente ferida. Elenão se sentia como se tivesse muitas forças, mas a que tinha daria a ela de boa vontade.- Ivory? - Estou aqui, Razvan, com você. Em você. Seguro fortemente, meu coração com o seu.

Minha alma à sua. Não me deixe. Me dê sua palavra. Não importa quão terrível se tornetudo, me dê sua palavra de honra que ficará comigo.- Se você precisar de mim.- Sempre precisarei de você.Ele apenas podia conceber a pura honestidade em sua voz. Ela realmente podia ternecessidade dele? Ele nunca se afastaria, sem importar quão difícil se tornassem ascoisas, se ela o necessitasse. - Estarei com você sempre, Ivory. Se estiver dentro deminhas posses.Sua voz chegou outra vez, próxima e suave. O calor se infiltrou no interior de seus ossos

e os esquentou de dentro para fora.- Descanse, então, fél ku kuuluaak sívam belso, meu bem amado. Recupere suas forças,mas mantenha-se forte e resiste por mim. Não era nenhuma proeza o que ela lhe pedia. Ele permitiu que a dor o consumisse,banhasse-o e o cobrisse. Se tornasse parte dele. Era a única forma de sobreviver. Suavontade… E aceitação. Ele sobreviveria por ela. Ele despertou outra vez depois que um tempo indeterminável havia passado. Comotodo Cárpato conhecia a diferença entre a noite e o dia. Mesmo nas profundezas da

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terra era consciente da escuridão e da lua cheia nas alturas. O som o tinha despertado.Convocado. As vozes se elevavam na antiga língua. O canto curador se elevava e baixava,com tanto vozes masculinas e femininas que erigiam para o céu noturno, fazendo comque o profundo refúgio no interior do rico solo envolvesse seu destroçado corpo lheproporcionando a força e o poder curador.Ele sentiu a presença de um macho, com uma candente energia que se elevava para ele,cauterizando as partes que haviam sido rasgadas. A dor explodiu insuportavelmente porseu corpo e ele ouviu o próprio grito, um som estrangulado e angustiado. Ivory ecoouseu grito e sua voz ressoou cheia de sofrimento. Ele tentou se mover, alcançá-la, e mãos

gentis o detiveram.— Não pode se mover. Permaneça muito quieto ou desfará as pequenas curas queforam feitas.— Ivory?Razvan reconheceu a voz do curador.

— Salve-a primeiro. Ouvi sua angústia.— Ela está fundida com você, mantendo-o a este mundo, e ela sente o que você sente.Não se mova. Só se inunde nela. Se abrace fortemente a ela.Gregori retornou ao seu próprio corpo caindo de cansaço. Pequenas gotinhas de sangue

cobriam sua pele e ele realmente caiu contra Mikhail, incapaz de se manter ereto depoisda sessão de cura.— Como podem viver? — ele perguntou ao príncipe. — É impossível, mas elessobrevivem. Cada noite venho a eles esperando encontrá-los mortos, mas ainda assimvivem. Como é que resistem? Ninguém pode sobreviver à semelhante dor, embora nãoseja a primeira vez para eles, que sofrem tal tortura. — Ele abriu os olhos e fitou o seuamigo. — É difícil para mim sentir e ver o absoluto sofrimento que suportam os dois.Mikhail pousou sua mão brandamente no ombro do curador. Nenhum curador podia serdo calibre de Gregori, sem ser empático. Cada vez que ele movia seu corpo e se unia aocasal para apressar a cura das terríveis feridas mortais, ele sentia o que eles sentiam.— Está salvando suas vidas.Gregori negou com um gesto de cabeça.— Ajudo para que a recuperação seja mais rápida, Mikhail. Existe uma diferença. Elestêm vontades, como nunca vi em nenhum Cárpato, macho ou fêmea, em todos meusanos de curador. Acredite em mim. É somente a forte vontade o que os mantém comvida, não eu.A voz de Mikhail era consoladora.

— Tome meu sangue para se reanimar e vá logo para casa, com Savannah, e permitaque ela o reconforte. Noite após noite, submetendo a essa agonia afeta você. Não podeseguir sem alguma pausa.— Enquanto eles continuarem, eu também continuarei. — Gregori elevou a visão paraseu sogro, com seu rosto sulcado com linhas de cansaço. — Seus corpos realmente estãose regenerando outra vez. Três dos seis ferimentos de lança deveriam tê-los matado,

 junto à quantidade de sangue perdido, mas de algum jeito a terra em si mesma osmantém juntos.— Como seu sangue e cuidados.

Gregori sacudiu a cabeça.— Não entendo o que vejo quando tento curá-los. É como se a maior parte de seuscorpos estivessem cobertos de mineral, endurecido e infranqueável, de tal forma que sótenho uma única parte a cada noite. Algumas noites é a mesma parte. Posso entrar emum braço ou perna e me concentrar ali, mas os restos de seus sistemas me estãovedados.— Não entendo.Gregori franziu o cenho e coçou seu queixo.

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— No geral quando eu curo, posso entrar em um corpo inteiro e fluir por ele comfacilidade, me movendo por cada parte, mas quando entro em Razvan ou Ivory, só umaparte de seus corpos são acessíveis. Esta parte muda a cada noite.— O que pode causar isto? — Perguntou Mikhail.— Não sei, mas eu gostaria de averiguar. A terra sempre ajudou a cura. E quandoestamos feridos e cansados nos regenera, mas sempre usamos um espírito curador parair ao interior de nossos corpos e reparar de dentro para fora. Algo repara seus corpos.Alguma coisa além de mim. Parece que é um processo lento, mas os mantêm vivos.Acredito que Ivory poderia ter se salvado, mas ela decidiu ligar seu destino a Razvan. Ela

está totalmente fundida com ele e com o que for que ele está revestido, ela também.— Um tipo de magia? Algo que Xavier pudesse ter conseguido chegar até ele? — Aventurou Mikhail.Gregori negou.— Não há nenhuma mancha do mal. Melhor dizendo existe um rastro antigo para mim,como se eles tivessem despertado algo ancestral, antes de nosso tempo e estátrabalhando em salvá-los. E você me conhece. Eu não confio em coisas que nuncaencontramos. Somos uma raça que viu muito com o tempo.— Muito, — disse Mikhail, — mas não tudo.

— Tenho que entender como funcionam as coisas. Eu gostaria de falar com Syndil. Elaesteve limpando a terra de toxinas para nós e está muito conectada com ela. Nunca viisto, e não entendo como eles sobrevivem, sem mencionar sua cura. Tampouco tenhouma explicação de como seus corpos estão segmentados. Possivelmente ela possa meexplicar isso.Mikhail franziu o cenho.— Não quero que ela sinta a agonia que eles sofrem. Já é bastante difícil para dois denós.— Ela poderia falar com a terra e ouvir sua resposta. Talvez se for capaz de entenderpoderia ajudá-los, reduzir a dor de algum modo.— Falarei com ela. — Concordou Mikhail a contra gosto. — Tanto Natalya como Laraestão ansiosas para ajudar, mas lhes pedi que permanecessem à parte até queestejamos seguros que Ivory e Razvan viverão.— Não tenho dúvidas que sobreviverão, Mikhail. — Disse Gregori. — Só que não seicomo.— Sabe que Ivory já fez antes isto uma vez sozinha há séculos. Não havia ninguém lápara sustentar seu espírito, para mantê-la a salvo como ela mantém Razvan.

— Ela deve ter permanecido na terra por centenas de anos. — Disse Gregori. — Seucorpo não se regenerou perfeitamente. Tentei aliviar as cicatrizes, interna eexternamente. — Ele levou as mãos ao seu cabelo em um gesto de cansaço. — Ela tevegrande cuidado ou talvez tenha sido a Mãe Terra, para se assegurar que ela pudesse terfilhos. É uma área onde ela não tem nenhum tipo de cicatriz, e ainda assim há evidênciasque atravessam seu útero. Eles a cortaram pela metade.Por um momento o ar ao redor deles chispou com energia pura e logo Mikhail respirou,mantendo assim mesmo sob controle.— Não posso ver como seus irmãos puderam ter escolhido alguma vez entregar suas

almas sabendo que os vampiros e Xavier conspiraram para matá-la.— Eles culparam Draven.— Era uma desculpa e você sabe disso. Todos nós vivemos com a traição e a perda. Coma dor. Eles não estavam perto do final; fizeram uma escolha deliberada. Reuniramminuciosamente vampiros em uma sociedade para lutar contra nós, e sabe que istolevou séculos de planejamento e inclusive mais tempo em colocá-lo em prática.Também se aliaram ao nosso maior inimigo, o mago que entregou Ivory aos vampiros.

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— Saberemos o que realmente aconteceu, quando Ivory nos disser. — Gregori se estiroue tentou se levantar. Enjoado pela falta de sangue, ele caiu sentado outra vez. — Enquanto isso só podemos seguir o curso atual e ajudar o casal a sobreviver.— Eles podem ser a chave para destruir Xavier.— Acredito que poderia ter razão, Mikhail.O príncipe ofereceu seu pulso ao seu genro.— Tome o que livremente te ofereço. E Gregori, você desta vez prestará atenção ao quete digo. Irá para casa junto com Savannah e descansará. Enviei a ela uma mensagem naqual diz que você está a caminho. Pedi a Syndil que se encontre lá com você.

— Enviou notícias a Savannah? — Gregori fulminou o príncipe com o olhar. - Ela vai sepreocupar excessivamente por mim, e você sabe que está grávida das gêmeas e precisadescansar.— Ela precisa sentir que ajuda seu companheiro. Vá para casa e descanse. Você mesmodisse que os dois sobreviverão. Provavelmente na conversa com Syndil, ela encontraráuma forma de enriquecer o solo ainda mais a fim de diminuir o sofrimento deles.Gregori fez seu caminho para casa evitando às duas mulheres e seus companheiros queesperavam para falar com Mikhail. Ele não desejava tentar raciocinar com eles sobre oque Razvan e Ivory viveriam. Acreditava que o fariam, mas não entendia como, e ele mal

podia raciocinar com a quantidade de dor que fluía sobre ele cada vez que os tocava.Não poderia falar com eles, nem dar respostas, e mesmo nenhum reconhecimento deRazvan para aquelas mulheres. Ele estava muito longe. Além da dor do casal, nãodesejava sentir a dor de uma irmã e filha pelo sofrimento de um ser querido.Savannah o esperava à porta. Seu lindo rosto sorria, lhe dando as boas-vindas. Seusolhos eram tão compassivos que durante um momento ele quis chorar de alegria ante ofato de ter conseguido tal milagre. Só a puxou silenciosamente em seus braços e aabraçou.Savannah o levou para o interior.— Parece cansado.— Estou cansado.Ela tentou não sentir se alarmada. Gregori nunca confessava estar cansado, mas o casal,tão rasgado e destroçado, que lutava corajosamente para sobreviver quando outrosteriam decidido passar para a seguinte vida, havia capturado muito mais que a atençãodele como curador. Ela conhecia muito bem seu companheiro. Ele respeitava o casal.Desejava, inclusive necessitava, encontrar um modo de terminar o sofrimento deles.Savannah colocou os braços ao redor dele e o abraçou, pousando a cabeça contra o

peito dele. Uma mão de Gregori se elevou para lhe acariciar o cabelo.— Como se comportam as meninas esta noite?— Dando muitos chutes. Estamos muito perto. Não acredito que vão esperar muitotempo mais.—Talvez eu devesse falar com elas. — Sugeriu Gregori. — Ainda não é tempo. Estãomuito ansiosas e precisam permanecer seguras onde estão.Savannah sorriu. O som feliz e radiante dissipou um pouco a tensão nele.— Não acredito que deva lhes falar outra vez. Você sempre soa áspero e duro e apequena é uma rebelde. Tudo o que você ordena, ela faz o oposto. — Savannah o olhou

maliciosamente. — Tenho o pressentimento que ela se parecerá muito com você.— Não diga isso. Eu fui um menino muito mau.Savannah riu outra vez e Gregori se encontrou sorrindo dele mesmo e beijou váriasvezes o nariz dela.— Já te disse que a amo com loucura?— Não recentemente.— Bem, estou dizendo. Não te perdoei por engravidar de gêmeos, sobretudo fêmeas,mas estou tão apaixonado por você, que às vezes não posso pensar corretamente.

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O sorriso desvaneceu do rosto de Savannah.— Cada vez que entramos na terra me preocupo que os microorganismos ataquem osbebês outra vez. E Lara está esgotada.Xavier havia encontrado um modo de usar os extremophiles para atacar às mulheresCárpatos e seus bebês, reduzindo eficazmente a população por centenas de anos. Porisso nesse momento estavam ao bordo da extinção. As mulheres grávidas estavamaterrorizadas de perder seus bebês, e Lara, filha de Razvan, não podia ser introduzidatotalmente ao mundo Cárpato já que enquanto os extremophiles podiam descobrir osCárpatos que os caçavam, não podiam descobrira Lara, por causa de seu sangue mago.

— Cada noite ela faz uma varredura em todas as mulheres grávidas, e sempre há umbroto. Mesmo embora ela esteja segura que os homens não têm os microorganismos,não levará muito tempo para que todos nós sejamos infectados outra vez. Ela deve serconvertida logo. Nenhum deles se queixa, mas é difícil para Nicolas.Os dedos de Gregori rodearam a nuca de Savannah.—Ela tem anos, antes que este problema a afete, mas sim, é difícil para seucompanheiro. E se ela conseguir engravidar… — Sua voz desvaneceu em um pequenosuspiro. — Espero que Ivory e Razvan sejam as respostas.— Como podem ser?

— Não sei, mas acredito que seu pai sabe. Ele estava muito tranquilo, muito seguro deque Razvan não dirigiria a faca a sua garganta.— Ele está certo de suas habilidades, Gregori.— É verdade, embora devesse ter mais precaução com sua vida. De todo o modo eramais que isso. Ele confiou em Razvan quando não deveria ter confiado.— Você não pode saber tudo, Gregori. — Disse ela brandamente.O pensativo olhar de prata deslizou sobre ela.— Quando concerne ao seu pai, eu deveria. Ele é minha maior responsabilidade. Semele nossa raça desapareceria. Extinguiriam como tantas outras têm feito. — Eleestendeu seus dedos sobre o arredondado ventre, segurando suas meninas junto a ele.— Temos que proteger seu legado, Savannah.— Faremos. — Ela respondeu, se apoiando nele.Gregori levantou a cabeça.— Estamos a ponto de ter convidados. Eles salvaram nossas filhas de outra conversacom seu pai.A risada de Savannah o esquentou. Abraçou-lhe.— Elas estão muito agradecidas com nossos convidados, sobretudo a pequena. Fez o

equivalente a girar os olhos.Os olhos de prata a espetaram.— Você não está animando-a. Certo? Acreditei que não teria que enfrentar asemelhante comportamento, em outros vinte anos ou mais.— Ela acha que você é muito mandão.— Sou mandão porque sei o que é melhor para ela.Savannah riu outra vez.— Você discute com ela, que sequer nasceu ainda.Gregori soltou outro suspiro, como um homem levado além de sua resistência pela

obstinada filha não nascida, mas seus dedos se atrasaram em uma amante carícia.Savannah colocou sua mão sobre a dele e permaneceram quietos por um momento,sentindo a presença de suas filhas. Envolvendo as gêmeas com amor.Os golpes à porta eram esperados e Gregori a abriu para Syndil e seu companheiro,Barack. Ele tinha notado que um nunca estava longe do outro. Deu boas-vindas aos dois,com a saudação Carpatiana tradicional.— O Pesäsz jeläbam ainaak. — Que permaneçam muito tempo na luz.Syndil e Barack responderam em concordância e entraram na casa.

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— Como se sente Savannah? — Perguntou Syndil.— Muito grávida. — Respondeu Savannah com um pequeno sorriso. — Se me tornar umpouco maior poderia explodir.— Você está bem, sobretudo com gêmeos. — Disse Gregori. — Está bem como se supõeque esteja.— Ele me fiscaliza com cuidado para assegurar que os bebês crescem corretamente. — Explicou Savannah e se inclinou para beijar Barack na face, ignorando a agudareprimenda de Gregori.- Não há necessidade de beijos.

Savannah riu outra vez e esfregou afetuosamente sua face contra o ombro de Gregori.— Mikhail enviou uma mensagem dizendo que você desejava falar comigo.Com uma indicação, Gregori a convidou a sentar. Barack se afundou no assento junto aela e a puxou pela mão.— Estou seguro que estão cientes das notícias, que Razvan escapou de Xavier e queIvory Malinov está viva. Vocês não foram criados nas Montanhas dos Cárpatos e nãoconhece os rumores sobre os dois, mas basta dizer que é um golpe para todo mundoaveriguar que tudo aquilo que acreditávamos sobre eles é incorreto.Syndil entrelaçou os dedos aos de Barack. Ela sempre surpreendia Gregori ao notar que

a mulher que ostentava tanto poder era tão tímida e modesta. Ela caminhava sobre aterra e a vida nova surgia atrás de seu passo. Ela dançava e cantava e o solo tóxico erarestaurado. Eles haviam encontrado o conhecimento por acaso, o príncipe detectou acura de todo um campo de batalha destruído pelo veneno dos vampiros. Ela haviapermanecido tão calma com seu dom tão humilde, que ninguém jamais teria conhecidosobre ele se Mikhail não tivesse visto seu poder com os próprios olhos.Syndil simplesmente assentiu com a cabeça, movendo-se um pouco para Barack. Ele seaproximou dela, passando o braço ao redor de seus ombros.Gregori suspirou.— Não tenho nenhum direito de lhes pedir isto. De fato, pode ser arriscado.Barack franziu o cenho.— O casal encontrou um vampiro professor e o enfrentou com a finalidade de salvaruma família. Enquanto Razvan tem pouco ou nenhuma experiência de combate, Ivory éuma guerreira extraordinária. Juntos conseguiram afetá-lo e levá-lo longe, mas a um altopreço para seus corpos.— Sabe que eu os ajudaria, — disse Syndil com sua voz suave música, — mas não souuma curadora.

— Eu discordaria com desta declaração, Syndil. - Gregori se debruçou para frente. – Você entende a Terra melhor que ninguém mais. Você a ouve. Ela conversa com você,lhe clamando quando está ferida. E você pode curá-la de todo dano.— Isto é diferente. — Syndil agitou a mão em um gesto de rechaço. — Não é nadaparecido com a cura de um Cárpato ferido.— Não posso fazer o que você faz. — Disse Gregori. — Nem sempre ouço nossa mãe nosfalando. Este casal, o que acontece com eles, não o entendo… E o tentei. Ouço à MãeTerra, mas ela sussurra e não posso entender o que diz. Eles estão sofrendo. Em agonia.Os dois. - Ele baixou a cabeça e levou as mãos pelo cabelo em sinal de agitação. – Eu os

ajudo, sim. Mas muito lentamente, e cada noite que vou a eles continuam sentindo umador inexprimível.— O que deseja que Syndil faça? — Perguntou Barack.Gregori sacudiu a cabeça. Savannah se sentou no braço de sua cadeira e o abraçou. Seusdedos se deslizaram no cabelo dele para acalmá-lo.— Diga-lhe, Gregori. Permita-os decidir.— Nunca vi nada como o que está acontecendo a eles. O corpo de Razvan foiliteralmente mutilado. Cortaram-lhe o braço em partes. Ele tinha seis buracos de lança

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no corpo, três delas mortais. Seus ferimentos eram horrendos. Foram feitos a expor oosso, e em muitos casos perfurando-os. A perda de sangue foi incrível. Em vez deatender seus ferimentos, ele a ajudou na batalha.Barack se levantou.— E ele sobrevive?— Até o momento… Sim. Não sei como. Ela também estava muito ferida e ainda assim,de algum modo conseguiu se fundir a ele; não sei como. São corpos separados, mas seuscorações pulsam como um. Suas mentes são uma só. Inclusive isso não é problema. Setiver acesso ao seu braço, o resto de seu corpo está revestido completamente de

mineral, como se ele fosse parte da própria terra. Quando compartilho seus corpos,ouço o sussurro da terra. Posso ouvir o ritmo do palpitar de seu coração, mas não possoentender o que ela lhes diz. Poderia ser isso? Poderia ser a Mãe terra curando-os? Nãosó regenerando-os?Syndil se manteve em silêncio, analisando as palavras, repetidas vezes em sua mente.Barack não disse nada esperando que sua companheira desse sua opinião. Neste campoela era uma perita e ele estava excessivamente orgulhoso dela. Ele nunca deixava de sesurpreender que sua pequena e tranquila Syndil fosse consultada por cada Cárpato. E opríncipe e Gregori frequentemente pediam seu conselho.

— Acredito que seja sim. Temos uma conexão com a terra, com o próprio Universo. É arazão pela qual somos capazes de mudar e invocar o relâmpago. É a razão de que nossoscorpos se regenerem na terra. Se, de alguma maneira este casal tiver uma conexão maisprofunda, se a Mãe Terra reclamar a um ou a ambos como filhos, seus corpos poderiamser ligeiramente diferentes do nosso.O cenho franzido de Gregori se tornou mais profundo.— Todos nós somos filhos da terra.Syndil negou com a cabeça.— Não do mesmo modo. A terra é viva. Possui um coração, um ritmo, um pulsado. Elasussurra, fala e grita. Ela nos dá as boas-vindas para casa a cada amanhecer, como seusfilhos, mas se ela aceitar a um de nós como dela, como seu filho biológico, não sei outraforma de explicar, ela poderia lhe entregar tudo o que possui. O solo mais rico que possachamar. Cada elemento curador. Quem sabe o que é capaz de fazer, por filho um queconsidera parte dela.As linhas no rosto de Gregori permaneceram sérias quando ele se recostou.— Por que escolheria a um Cárpato?Syndil, calma e serena riu dele, enterneceu-o, envolveu-o com sua total carência de

vaidade.— Acredito que as circunstâncias tiveram que ser extraordinárias.Savannah chegou mais perto.— Você pode ajudá-los? Pode alimentar o solo onde eles se recuperam? Ajudar amantê-lo rico para apressar a recuperação?Gregori levou as pontas dos dedos dela para os lábios. Ele não quisera perguntar aSyndil. Qualquer pessoa que se aproximasse da extensão de terra seria capaz de sentir aagonia que irradiava do casal, e pedir a uma mulher que compartilhasse a experiênciaera muito mais do que ele era capaz de fazer. Ainda que sem a ajuda dela poderiam

levar anos para curar semelhantes feridas mortais.— Antes que responda, Syndil… — Nesse momento ele contemplou sua companheira,como marido a esposa, desejando se fazer compreender. — Há coisas que deve saber. Ador que eles sofrem é totalmente diferente de qualquer que tenha experimentado emséculos de batalha e cura. Se você for empática, não poderá socorrê-los sem ser afetada.Mesmo se não tocá-los. Só a entrada na área já é uma experiência incômoda. Não tenhopalavras para descrever o sofrimento.— E ainda assim eles vivem. — Disse Barack.

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— Uma façanha aparentemente impossível. — Disse Gregori, — Embora o façam. — Seuolhar pensativo se transferiu para Syndil. — Não te peço isto levianamente. Não desejoque se conecte a eles ou que me ajude a curá-los, porque compartilhar seus corposneste instante é uma tarefa agônica.Mesmo quando ele dormia o sono Cárpato, no primeiro momento de consciência erauma tortura. Seu corpo envia de dor puxando cada órgão e perfurando grandes buracosem seu corpo, como se ele compartilhasse alguma parte de Ivory e Razvanprofundamente sob a terra. Ele sabia que era um pesadelo acordado, mas de todomodo, o sono demorava a chegar a ele noite após noite até perder a consciência.

— Não posso curar outro ser como você pode, Gregori. Mas se a terra requer de ajudapara restaurar seus minerais ou alguma outra partícula que necessite, posso e farei isso.Lamento não ser de mais ajuda, mas só tenho um talento.— E esse é um talento muito necessário. Precisará a ajuda de outras mulheres? Sei queNatalya, Lara e inclusive a jovem Skyler lhe ajudam a regenerar o solo onde nossasmulheres dormem... — Outra vez ele mostrava a seriedade que não podia afastarcompletamente de sua face.A idéia de Skyler, uma garota tão jovem, e de Lara, que dava tudo de si suportando ador, não lhe caiu bem. E Natalya... Ele suspirou. Uma vez que ela estivesse perto de seu

irmão o tocaria apesar de sua advertência. Ela era teimosa, e sempre havia adorado seuirmão. Se Syndil necessitasse das outras mulheres, ele teria que achar uma forma semela que aumentasse a velocidade de recuperação.— Posso tentar, Gregori. — Ofereceu Syndil. — Eu gostaria de ver o que a terra faz paraajudá-los. Provavelmente nunca tenha a oportunidade outra vez.— É única. — Concordou Gregori. — Obrigado.Syndil riu dele e concentrou sua atenção em Savannah. Haviam se tornado boas amigasdurante as últimas semanas quando Savannah lutou para manter vivas suas meninas pornascer.— Como se sente na verdade?— Esgotada, mas muito feliz. — Disse Savannah. — Não por muito tempo mais, emboraGregori fale com elas cada noite para convencê-las de ficar em seu ambiente seguro omáximo possível. Nós as queremos totalmente desenvolvidas, com tanto peso como épossível. Mesmo fora do útero, os microorganismos poderiam atacá-las.— Espero que possamos conseguir que Ivory e Razvan se elevem antes que nossas bebêsnasçam. — Acrescentou Gregori. — Acredito que eles possam ser capazes de nos ajudarenormemente e dar aos nossos filhos uma possibilidade de lutar.

Syndil se recostou.— Não há duvida que todos nós devemos ajudar. Não é estranho como no fim, nenhumavez é o indivíduo, mas sim a soma de todos trabalhando juntos para fazer as coisas bem?— Assim é, Syndil. - Concordou Gregori. - Nisso você tem razão.

Capítulo 11

Razvan despertou com som de um choro de mulher. Não abriu os olhos. Havia ouvido omesmo som tantas vezes… Da mesma voz. Natalya. Sua amada irmã. Ele sussurrou seu

nome enquanto suas vísceras se contraíam em apertados nós. Ele devia tê-la traídooutra vez. Não recordava nada mais, graças a Deus. Esse era o pior de todos ostormentos que Xavier podia infligir nele, lhe usando para atacar sua irmã, sua filha ousuas tias. Ele tomou ciência de que Ivory também despertava por causa do prantodesesperado. Nada lhe pareceu bastante duro tolerar, com Ivory tão perto. Nem a dorou o terrível conhecimento da traição de sua mente e corpo. Natalya era uma pessoaque lhe tinha amado toda a vida. Ela tinha acreditado nele apesar de todas às vezes queXavier lhe tinha enganado e usado através dele. Inclusive Xavier havia usado seu corpo

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para tentar matar Natalya. Ele quase havia matado seu corpo… E ele teria as boas vindasà morte.- Você não a traiu, Dragonseeker. Nunca. Nem no pensamento e nem em fatos. Xavier usou seu corpo porque você a protegia.Ivory era a quietude. Ivory era a paz. Ivory tinha se convertido em seu mundo.- Por que ela está chorando? - Ele já não podia confiar no que estava lhe acontecendo.Suas lembranças pareciam misturar o passado e o presente tornando seu mundo eranebuloso e vago. Sua prudência era Ivory.- Por você. Pela tortura que você sofreu por ela. Agora ela entende que você nunca a

traiu. Que a salvou de Xavier. - A voz de Ivory era uma suave carícia, orgulho e respeitopor ele o envolveram.Ela tinha um modo de fazer com que o mundo fosse correto, quando nada na verdadetinha sentido. Ele não lutou contra a dor que o preenchia. Ele simplesmente aceitou,mas não queria que Natalya chorasse por nenhum motivo.- Não chore por mim, sisar. irmã. - Inclusive a tentativa de se comunicar telepaticamentedoía, embora ele estivesse acostumando a isto, ou estava o bastante curado para aliviaro pior de seu sofrimento.- Razvan? Realmente é você? Eles me dizem que você vive, mas quando me estendo até

você, é diferente.- Sou seu irmão.Houve um silêncio. Um soluço. Natalya se obrigou a se controlar. - Ele me enganou,verdade? Xavier me enganou. Você tentou me advertir, mas eu não o ouvi. Todos essesanos eu acreditei nele. Não foi você. Absolutamente. Era sua personalidade memanipulando. Assim eu seguiria criando feitiços para ele.- Xavier é um inimigo ardiloso.- Eu deveria saber. Deveria ter lutado como você lutou por mim. Como não pude saber? Você é meu irmão gêmeo. Meu irmão. Como ele pôde me enganar? - Eu não quis que você soubesse. Teria tentado me resgatar e teria falhado, Natalya. Eleé um monstro. Enquanto estivesse viva no mundo e a salvo dele, tudo o que eu tivesseque sofrer valia à pena.- Meu amor? Meu respeito? Minha fé em você? O mundo o marcou a ferro, como umcriminoso e eu acreditei. Esse era o preço? - Sua segurança valia qualquer preço. Não lamento um só instante por ter me entregadonas mãos dele, para te manter a salvo. Era minha escolha. E me agarrei a ela por muitosanos. Não me tire isso com lamentos.

Ele nunca tinha duvidado de sua decisão, mesmo nas horas mais irracionais de sua vida.Ele sabia o que seu avô tinha feito a ela, e mantê-la fora do alcance das mãos do Xavierera uma coisa, a única, que tinha conseguido fazer. E se ela ou alguém mais estavaorgulhosa, ele estava orgulhoso de si mesmo.O espírito de Ivory se moveu contra o dele e envolveu-o, quase protetoramente, mas elapermaneceu silenciosa, sem interferir no intercâmbio entre irmã e irmão.- Todos esses anos perdidos, Razvan. Anos em que me necessitou.Ele forçou um sorriso em sua voz, conhecedor que ela saberia que era genuíno. Era difícilbloquear a dor em seu tom, mas o fez para protegê-la. – Eu precisava de você livre de

 Xavier, e que consegui. Por um tempo fui parte mago e parte Cárpato. Pensar em você,em meu amor por você me sustentou. Mais tarde, depois que as tias me converteramcompletamente, com a esperança de que pudesse ter uma possibilidade de fugir, osangue Caçador de Dragões me ajudou em minha resolução de te proteger. Você estavaali para mim, soubesse ou não, minha irmã. Não chore. Não lamente. Viva livre da formacomo escolheu. - Tenho um companheiro.Xavier havia tentado assassinar seu companheiro.

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- Conte-me sobre ele.Chama Vikirnoff e é um grande guerreiro. Você se dará bem com ele.- O que sabe de minha filha, Lara? - Ele quase se afogou com seu nome.Uma pequena menina com enormes olhos, observando o corpo em decomposição desua mãe, acorrentada a um pai demente que rasgava seu fino pulso para alimentar. Laraera uma pessoa a quem não estava seguro de voltar a ver o rosto.- Você a protegeu o melhor que pôde. Suportou a tortura e entregou parte de sua alma a

 Xavier a fim de salvá-la. - Recordou-lhe Ivory. - Se ela o entender ou não. Se ela o fizer não será porque decidiu não conhecer um homem tão grande.

Se ele pudesse ter abraçado fortemente Ivory, teria feito.- Nós dançaremos para curar a terra, de modo que possa te proporcionar melhor seusricos minerais. Lara está nos ajudando. Lara, Syndil, Skyler e eu dançaremos ecantaremos o canto curador para você e sua companheira. É o único presente que temos

 para te dar.- Não conheço Syndil e Skyler .- São mulheres maravilhosas. Syndil é realmente conectada a terra. Quando ela andacom os pés descalços, as plantas brotam atrás dela. Ela pode recuperar uma área emque um vampiro ficou até extenuá-la e lhe devolver a saúde. Skyler é jovem; acaba de

completar dezessete recentemente.Existia uma nota, uma vacilação em voz da sua irmã. Algo que ela não estava dizendo aele. Algo que ela queria dizer a ele. - Natalya, é melhor me preparar, que me deixar chocado.Poucas coisas o impressionavam, mas ele tinha o pressentimento que ela ia comunicaralgo que não gostaria de ouvir.Ivory se moveu contra ele outra vez. - Coração a coração. Alma a alma. Estou com você,Razvan. Nunca estará sozinho outra vez. A voz de Ivory era o bastante para que seu coração cantasse. O amor tinha estadoperdido para ele há muito tempo. Ele não tinha acreditado poder sentir uma emoçãotão potente por alguém, ainda assim sentia. Nele. Profundamente. Como podia nãoamá-la, quando ela havia lhe devolvido a prudência? A vida? Quando lhe mostravahonra e integridade e acreditava nele?Natalya respirou fundo. – Nós acreditamos que você também seja o pai de Skyler. Háoutra mulher também. Ela é Colby, a companheira de um dos irmãos Da Cruz. Ela viviaem um rancho na Califórnia, antes de conhecer Rafael.Ele fechou sua mente a Natalya, mas não havia fuga de Ivory, e a lembrança de uma

menina em uma mina surgiu. Ele havia tentado desesperadamente alcançá-la, antes queeles tivessem conseguido seqüestrá-la e devolvê-la a Xavier. Ele fizera a mina desabarcom o vampiro, antes que Xavier tivesse controlado seu corpo outra vez. Sentia-seagradecido que a menina houvesse sobrevivido e prosperado… Mas e a outra? Skyler? Equantos mais? E pelo tom vacilante que Natalya tinha usado a jovem Skyler não estavabem.- Está segura que gerei estas moças? - Sim.Seu coração outra vez perdeu o ritmo com o da terra e a dor o encheu.

Razvan despertou com o canto e soube que o tempo havia passado. As vozes eramformosas, suaves e melodiosas, em cadência com a terra. Enquanto eles cantavam, a dorem seu corpo aliviou grandemente, como se a terra pudesse absorver melhor osterríveis ferimentos do corpo dele e regenerá-los.- Não é linda a canção? - Perguntou Ivory. Sua voz era baixa, como se ela tivesse temorde interromper o tributo à Mãe Terra. - Estas quatro mulheres possuem grandes dons. E todas estão relacionadas de algum modo a você. Irmã? Filhas? Sinto uma parte de você

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nelas. Embora uma, a mais forte filha da Terra seja diferente e de algum modo igual avocê.Razvan sentiu a melodia profundamente em seus ossos. A paz deslizou outra vez sobreele. O conhecimento de que não podia mudar o que o destino já tinha decretado. Aaceitação, seu único recurso quando o mundo que o rodeava não tinha sentido.- Natalya diz que a jovem é minha filha, mas a que se chama Syndil eu não sei. Ela émuito antiga. Provavelmente mais antiga que eu.- Ela se sente como você. A mesma calma. A paz consigo mesma, apesar da confusão quea rodeia. Ela é... - Houve um franzir na voz de Ivory quando ela tentou encaixar as peças

do quebra-cabeça. - A terra lhe dá as boas-vindas, como a mim. Como a uma filha. Umaverdadeira filha. Só existem umas poucas. - Ela está relacionada a você, Ivory? - Razvan podia sentir a força na mulher da qual Ivoryestava falando. A terra se regozijava e lhe dava as boas-vindas. Havia alegria nascamadas de terra sob ele. Alegria na rocha sob a terra. - Como é que sinto isto? Como éque estou tão conectado a terra? Através de você? - A Mãe Terra te aceitou como seu filho. Ela virá em sua ajuda quando precisar. Ela teachou digno. - Havia satisfação na voz de Ivory.Ele se sentiu envergonhado de que a terra aceitasse seu corpo ferido e a alma

destroçada; não digno, mas estava agradecido.- Meu corpo está se curando. A dança regenera o solo e a Mãe Terra verte minerais emnossos corpos acelerando nossa cura, não é? - Ele sentia fortemente a conexão agora.Ele ouvia o pulsar da música e o retumbar dos pés. Sentia o padrão da dança enquantoelas vertiam amor e curavam a terra, em si mesma.Ele notou que todos estavam conectados, não afastados, e pela primeira vez entendeu oconceito do príncipe e por que ele era tão importante para a raça Cárpato. Ele os unia domodo como a terra fazia. Mikhail era o próprio sangue da raça.- Por isso Xavier deseja sua morte. Ao matar o príncipe literalmente é matar a espécie.Temos que detê-lo, Ivory. Não importa como façamos devemos deter Xavier. Não

 podemos nos distrair em perseguir vampiros ou algo mais; Xavier tem que ser detido.A mente de Ivory se deslizou na dele, refletindo o exato conhecimento. Concordandocom ele. Só importava que seus corpos se curassem tão rápido quanto fosse possível elogo encontrassem um modo de extirpar a ameaça de Xavier no mundo.O tempo passou. Isto acontecia frequentemente na cerimônia de cura da terra, em cadavez que se invocava a renovação do solo, trabalhando para reparar os ferimentosmortais. E Gregori vinha a eles a cada noite. Frequentemente eles protestavam sabendo

que estavam tomando sua força e sangue, inclusive sua energia curadora, mas eleestava decidido a obter seu objetivo, e nada que eles dissessem poderia detê-lo.Razvan chegou a se dar bem e respeitar o macho Cárpato. Ele era obstinado, tenaz edecidido em curá-los logo que fosse possível. Ivory havia sido relutante em tomar seusangue a princípio, numa reação natural, quando o instinto de auto-preservação tinhasido seu caminho durante centenas de anos, mas a necessidade a obrigou a tomar o queele lhe oferecia. Gregori e Nicolas Da Cruz eram dois Cárpatos que vinham diariamenteatendê-los. Com frequência o príncipe aparecia e dava seu sangue, com a riqueza equalidades curativas como as de nenhum outro.

Nicolas havia chorado quando soube que Ivory estava viva e Razvan sentiu a mistura dealegria e dor explodindo através dela. Ela nunca tinha acreditado que veria outra vez osirmãos Da Cruz. Eles eram família para ela, que os adorava quase tanto quanto seusverdadeiros irmãos, apesar de que eles não puderam impedir a conversão dos mesmos.Era Razvan quem se mantinha perto Ivory envolvendo-a com seu calor, combinando suamente e coração com ela para impedir que chorasse sem controle, sendo seu suporteenquanto ela renovava sua relação com Nicolas, companheiro de sua filha Lara. EraNicolas quem alimentava os lobos para ela e se assegurava que estivessem bem

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cuidados. A maior parte do tempo os lobos se aconchegavam junto a eles, sobre o solo,adormecendo por semanas e só despertando para se alimentarem quando Nicolaschegava. Logo dormiam outra vez.Razvan reconheceu o rosto de Nicolas pelo mural meticulosamente esculpido por Ivory.Cada talhe tinha sido esculpido com carinhoso cuidado, e ele sentia o mesmo profundoamor em Ivory cada vez que Nicolas lhe falava. A voz do homem era suave, gentil, quasecomo se ela ainda fosse a garotinha de séculos antes. Parecia que não era capaz dereconhecer o guerreiro feroz nela, só seu lado suave, como se ele estivesse cego a quemera ela, por seu amor à menina de tanto tempo atrás.

A algum nível, ele percebeu que era a ignorância de Nicolas sobre quem era Ivory, que oresguardava da terrível possessividade que um companheiro sentia quando outrosmachos estavam perto de sua mulher. Ivory amava Nicolas com o amor de uma irmã,mas era Razvan quem conhecia intimamente a sua mente intrigante e o maravilhoso einteligente cérebro que funcionava rápida e efetivamente ante qualquer problema.Razvan passava muito tempo em sua mente, se aproximando do que ela sabia sobrevampiros e aprendendo como lutar melhor contra eles. Ela era fonte rica de informação,e tanto quanto Nicolas a amava, nunca seria capaz de ver sua verdadeira coragem.- Ele me vê do mesmo modo que você vê Natalya. Ela é uma guerreira e ainda assim

você só quer protegê-la e mantê-la a salvo. - Havia diversão na voz de Ivory.Sua voz parecia uma aveludada carícia sobre sua pele.- Provavelmente as irmãzinhas nunca deveriam crescer, mas simplesmente ficarem

 jovens para seus irmãos. - Ele igualou seu tom zombador.- Eu cresci. Sou uma mulher . - Sua diversão desvaneceu para ser substituída por algototalmente diferente. - Quando deixarmos este lugar de comodidade e cura e logo quenos incorporar mos ao mundo real com suas privações e crueldade… Perderemos nossa

 proximidade. - Havia verdadeira dor em sua voz. O pensamento de voltar para suaexistência solitária depois de entrelaçar sua mente tão profundamente com a dele erainquietante para ela.- Hän ku vigyáz o sielamet. Guardiã de minha alma, também é, — hän ku kuulua osívamet — guardiã de meu coração. Estamos unidos. Somos companheiros para toda aeternidade. Quando nos elevarmos, prontos para lutar contra nosso inimigo, noselevaremos como companheiros. Perguntei a você se era o que desejava e sua resposta

 foi clara para mim. Não nos separaremos. Confrontaremos o futuro juntos, com tudo oque ele nos trouxer.Ivory suspirou brandamente. - Estou preparada para fazer isto. Eu só quis dizer ... - Ela se

acalmou e ele sentiu que ela procurava as palavras corretas para expressar,independentemente de sua preocupação.Quando ela permaneceu silenciosa por tanto tempo, ele alcançou sua mente. Seu toquefoi tão suave como a carícia de um amante. Outra vez a levou a outro reino, com suamente na dela, afastando-a da dor e do que ambos sabiam que teriam que enfrentarquando se elevassem.Sua mão deslizou na dela e caminharam lado a lado. Seu corpo roçava contra o dela,entrando na noite. Levando-a ao seu jardim, o único lugar com o que estavafamiliarizado. Um lugar que amava e podia compartilhar.

As flores caíam em cascata pela rocha encostada e cobriam o parreiral de branco. Asfragrâncias se misturavam se elevando sobre os labirintos de sebes e arbustos. Asárvores formavam pequenos pomares de laranjeiras e limoeiros com folhas perenes noscantos do jardim rodeado por um muro de pedra. Os salgueiros chorões estavam em péna margem da lagoa verde azulada, enquanto patos nadavam prazerosamentemolhando as cabeças sob a ondulante superfície e elevando-as para sacudir a água desuas plumas.Ivory observou os arredores.

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— Você cresceu aqui?Ele trouxe os dedos dela para seu tórax, acima de seu coração.— Este foi o lar da família de minha mãe. Vivemos aqui por um tempo depois que elamorreu. E logo que meu pai desapareceu Xavier nos levou. Mas aqui é ondepermanecemos juntos e felizes.— É lindo.— Estava acostumado a acreditar que era o lugar mais lindo do mundo, mas acreditoque você conseguiu criar isso em sua casa. — Razvan percorreu com o olhar osarredores e inalou o aroma de lavanda em seus pulmões.

— Nosso lar. — Corrigiu Ivory. — É nossa casa agora.Ele sentiu instantaneamente a reação em seu coração, ante suas palavras. Lar. Quem eraele para sentir que tinha um lar e uma mulher para compartilhar sua vida com ela?Tinham um objetivo para viver, para sofrer os fogos do inferno: liberar o mundo de seumaior mal… Xavier. Por um breve tempo ele simplesmente poderia ficar com Ivory,desfrutar em caminhar com ela por um lindo jardim.Ivory fixou o olhar em sua direção e logo rapidamente afastou a visão. Seus longos cíliosescondiam sua expressão.Razvan se deteve para afastar a extensa caída do sedoso cabelo de seu rosto e colocá-lo

sobre seu ombro.— Esconde-se de mim.A cor apareceu em suas bochechas, transformando sua pálida pele em um suave rosa.— Talvez. Um pouco.— Não tinha idéia que fosse um pouco tímida. Você é uma guerreira tão feroz etotalmente confiante, que acreditei que estaria à vontade em todas as situações.Ela deu de ombros.— Tenho pouca experiência com homens, e isso foi há muito tempo. E não foi nadabom.Ele sorriu. Um sorriso lento que fez com que seu coração parasse, quando revelou osdentes brancos e retos. E de repente, ele parecia um pouco tímido também.— Meu corpo tem uma quantidade enorme de experiência, mas não meu coração…Nem eu. Sinceramente, pareço um rapaz em seu primeiro encontro.Ela levantou o queixo.— É meu primeiro encontro.Ele a estudou atentamente, com os olhos escuros à deriva na deliciosa estrutura dorosto dela. Seu olhar se deteve nos lábios cheios.

— Então devemos torná-lo memorável. — Ele não podia conceber a idéia de esquecereste momento. Esquecer este tempo com ela, rodeado pelas lembranças de seu jardim etão próximo a ela que podia respirar o mesmo fôlego.Ela levantou uma mão para a face dele, cansada e fechada, como se ainda não pudessemudar o olhar, nem em seus sonhos nem em suas lembranças. Ele havia esquecidocomo era seu rosto em sua juventude. Esquecido de como ser um jovemdespreocupado. Ela só podia lhe dar o que ele era agora, e esperar que fosse suficientepara ela.— Sempre será suficiente para mim. — Ela sussurrou querendo enfatizar. – Há muito

tinha deixado de sonhar com meu príncipe.— E como era ele?Ela sorriu. Seus olhos abrasavam.— Alto, é obvio. Com um longo cabelo negro, solto e ombros largos. Ele era um grandeguerreiro e me resgatava da torre onde meus irmãos tinham me encarcerado. Eledesejava que eu montasse junto a ele em seu resfolegante e empinado corcel, umrobusto animal que exalava fumaça por suas fossas nasais e entrava impaciente eprecipitado na batalha. — Ela riu brandamente dos sonhos de uma moça jovem.

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Razvan fez uma careta.— Sou alto, mas meu cabelo está raiado de branco, e não posso dizer que seja umguerreiro consumado. Mas com segurança te resgataria e a levaria para cavalgar comigoaonde quer que fôssemos. Inclusive na batalha.Seus dedos se dirigiram a uma grossa mecha branca e particular no cabelo dele. Elaesfregou os sedosos fios entre o polegar e indicador, de um lado a outro.— Um guerreiro não é alguém que simplesmente luta, Razvan. Você tem o coração deum guerreiro e a alma de um poeta. Acho você fascinante. — Ela baixou o olhar. — Etentador.

Em um momento seu fôlego se interrompeu em seus pulmões. Tentador? Ele a tentava?Havia rastros do mal dentro do corpo dele. Nada se interpunha entre eles e ela lheconfessava que se sentia tentada por ele? A severa honestidade de Ivory o comovia,como nada mais poderia.Sua mão se curvou ao redor da nuca dela atraindo-a mais perto dele. Ele podia sentir ocalor de sua respiração em seu rosto. Podia ver, não só sentir, a suavidade de sua pele.Ele tinha mais disciplina que qualquer homem que caminhasse sobre a face da terra enão podia parar de inclinar sua cabeça até ficar a poucos centímetros da dela e fechar adistância entre eles.

Seus lábios roçaram os dela. Mal tocando. Leves como uma pluma. Seu corpo reagiucom força, estirando cada músculo. Cada célula cobrou vida prestando atenção à menordas sensações.Ivory não se afastou. Estavam em pé no meio de seu jardim, rodeados por flores quecaíam em cascatas de todas as cores. As aves, as mariposas e as abelhas revoavam deuma flor a outra. Era um lugar de absoluta serenidade, e parecia que o tempo sedetivera só para eles.Suas mãos lhe emolduraram o rosto e lhe inclinou a cabeça. Assim seus lábios poderiampousar sobre os dela outra vez. Ela suspirou em seu beijo. Seu corpo de alguma formaestava mais próximo. Ele não sabia se foi ele que se moveu ou era ela para ele, ou talvezfosse à terra que mudava sob seus pés, mas sua boca passou de quente a ardente e logoà incineração, em um só instante.A sensação abriu todo um mundo novo, de prazer, de intensa sensação. Onde sua vidatinha sido dor e sofrimento, a boca dela, suave, quente e excitante inundava-o em umprazer imensurável. Não só era uma sensação física, sua mente estava profundamentena dela, se alimentando de seu prazer, aumentando-o como ela aumentava o dele. Seucoração estava totalmente comprometido, quase aflito pelos sentimentos que se

tornavam cada vez mais forte a partir do momento abrira pela primeira vez os olhos evira seu rosto. O primeiro toque de seus dedos suaves enquanto lhe afastava o cabelo.Sua língua passeou sobre a união de seus lábios, não tentativamente, mas sem empurrá-la além do que ela queria dar. Suas mãos eram gentis, em contraste com a dura agressãode seu corpo. A boca dela se abriu a ele e que se introduziu na suave e fervente cavernade calor e fogo. As chamas lamberam o ventre de Razvan. Seu membro se enrijeceucontra seu ventre, cada vez mais inchado e duro, em um inferno desatado.Ele tomou seu tempo, gentil como nunca antes, saboreando a reação de seu corpoenquanto explorava a boca suave degustando sua reação ante o pequeno e

entrecortado gemido que quase o leva a loucura. O pequeno movimento quepressionava os suaves seios contra seu peito e alinhava a curva de seus quadris com osdele. Pequenas faíscas se acenderam por toda parte e parecia que o mundo giravainclusive mais rápido.Suas mãos se inundaram na sedosa cascata de cabelo que caía por suas costas. Cadanova exploração de sua pele e corpo acrescentava seu crescente prazer, intensificando-o ainda mais.

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- Você é a mulher mais incrível que já nasceu. - Ele desejava dizer isso. Deixou-lhe ver averdade de sua declaração em sua mente, em seu coração. Ele nunca tinha imaginadoter semelhantes sentimentos, nem sentir a força dessa emoção e nem a intensidade desua reação física a ela.Seu corpo tinha sido usado por Xavier, sim, mas ele não estivera presente. Só haviatestemunhando a degradação distantemente. Ele nunca tinha experimentado o prazerda conexão, só a aflição e a dor quando ele podia recordar as emoções. E agora tinhaemoções em abundância. Sentia repugnância e vergonha em suas lembranças, juntocom dor e tristeza. Ele não tinha esperado… Isto. A maravilha e a beleza do

amor floresciam ali mesmo em seu jardim, junto com suas flores. Se tivesse no mundoreal ele poderia ter zombado da poesia que cantava em sua alma, mas ali em seu sonho,em suas lembranças, as palavras eram perfeitas e concordavam com a forma como sesentia.O corpo dela estremeceu contra o dele e suas mãos se elevaram para capturar as dele.Ele sentiu a repentina dúvida nela, a urgência de aproximá-lo mais e afastá-lo ao mesmotempo. Ela não estava acostumada a confiar, a compartilhar parte de si mesma, comoele. A necessidade se fechou de repente sobre eles, como o cruel golpear de punhos,esmagando-a. Importava pouco que o toque fosse gentil, o desejo queimava ardente e

inesperado, em uma tormenta de fogo fora de controle.Ela retrocedeu sacudindo a cabeça e seus dedos se pressionavam contra a boca tremulae seus olhos escuros ardiam com calor. Parecia confusa e um pouco impressionada,como se não tivesse esperado sentir nada além de prazer físico. Nada tão intenso comoo que tinha acontecido entre eles. Sempre o surpreendia que Ivory, tão segura de simesma como uma guerreira, não se sentisse tão segura como mulher.Ele embalou cada lado de seu rosto e percorreu com os polegares, a suave e deliciosapele. Repentinamente tudo nele se aquietou.— Ivory, olhe sua pele.As linhas que sulcavam seu corpo, dentadas e grossas, agora eram brancas e lisas. Aindaestavam ali, separando seu corpo em costuras, mas sem a grossura que ascaracterizavam. As linhas brancas atravessavam seu corpo como um quebra-cabeça,perene, mas agora eram lisas e suaves, como uma parte de sua pele, em vez de formarparte da pele cicatrizada.Ivory tocou uma das linhas que percorriam a cúpula de seus seios.— É a combinação do curador, o sangue Cárpato e a terra. É assombroso. Acreditei queessas horríveis cicatrizes ficariam aí para sempre.

— Não eram horríveis. — Ele dobrou a cabeça e roçou com os lábios uma branca e lisalinha que segmentava seu corpo.O útero de Ivory se contraiu e se umedeceu. O toque do cabelo de Razvan contra suapele parecia como o pecado. Como ele se podia mover da forma como se movia?Adentrando tão lentamente em seu coração, que ela se sentia desfalecer quando eleestava perto? Ela havia tomado muitos cuidados para deixar que alguém lhe importasse.Nada podia importar, exceto destruir Xavier. Esse era seu objetivo. Seu único objetivo.Ela sentiu como seus dedos percorriam a grossa caída de seu luxurioso cabelo. Tãoescuro como a cor de seus agudos olhos, tão brancos sobre o rosto sério lhe fazendo

parecer mais velho e muito mais distinto que a maioria dos machos Cárpatos. Elasegurou fortemente o cabelo em sua mão, enquanto seu olhar passeava a deriva,caprichosamente sobre sua face.Razvan era tão sereno. Profundamente em seu interior onde deveria haver raiva pelasatrocidades cometidas contra ele, ela só encontrava paz e aceitação. Sua vontade era amais forte que ela já havia encontrado alguma vez, em séculos de batalha e ainda assimele não sentia nenhuma compulsão de forçar a dos outros. Ele estava ali lhe fitandocomo se ela fosse à lua. Uma deusa linda, além de toda comparação. Seu olhar era

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faminto e seu corpo urgentemente exigia o dela, mas ainda assim não a impelia além doque ela desejava. Não havia ego. Nenhum sentido de exigência nele. Simplesmente umaforça tranquila, uma rocha que ela achava assombrosamente pacífica e atraente.Existia apenas um centímetro entre eles agora. Se foi ela ou ele quem se moveu, ela nãopoderia dizer, mas parecia necessário prová-lo outra vez. Ela ansiava sentir o calor, otoque de sua língua deslizando contra a dela, o fogo que ardia no momento em que elesestavam juntos. Seu coração simplesmente se derreteu e seu estômago revoou. Elasabia que estava brincando com fogo, mas justo então nesse preciso momento, com ocabelo dele tocando de modo sedutor sua pele, e o contato de seu corpo duro e quente

somada a sua alma tão pacífica, a combinação fez com que seu medo desvanecesse emum frenesi de necessidade.Ela elevou o rosto e o beijou. Por um momento deslumbrante pareceu que o mundoardia em chamas, levando-os longe em um vórtice fora de controle, queimando juntos.Quente e selvagem. Bocas e mentes fundidas em uma só e corações que pulsavam nomesmo ritmo. Ela não tinha sido consciente do quão só e triste havia estado até que oslábios dele se envolveram com os dela, até que sua mente se moveu na dele. Ela nãosabia que seu corpo podia se sentir tão vivo, até que sentiu os dedos dele tocá-lareverentemente, explorando como se fosse imperativo memorizar cada pequena

polegada de seu corpo.Ela não sabia que pudesse estar tão assustada de perder alguém outra vez. Afastou-sedele, mas suas mãos a mantiveram perto, não deixando que fosse muito longe. Incapazde fitá-lo, Ivory pressionou a testa contra o peito de Razvan.— Não tinha idéia de que fosse uma covarde.Ele riu brandamente.— Você está longe de ser uma covarde, hän ku vigyáz sielamet. Guardiã de minha alma.Você é uma mulher extraordinária. — Seus lábios acariciaram o alto de seu cabelo edemorou ali um momento, antes de deixar cair o queixo no topo de sua cabeça e aacariciasse com o nariz.— Não posso imaginar que os machos Cárpatos sejam tão cuidadosos com ossentimentos de suas companheiras, como você com os meus.Ele a segurou pelo queixo e levantou seu rosto para ele.— Não somos como os outros. Nunca seremos. Fazemos nossas próprias regras evivemos por elas. Nosso mundo é diferente, Ivory. Nunca acredite menos em vocêporque toma cuidado com suas emoções. Você é uma guerreira com uma missão. Umatarefa transcendental que poucos tentariam empreender. Nunca se venda barato, de

qualquer modo. Sinto-me orgulhoso de você e do fato que fui escolhido para ser seucompanheiro. É uma honra sem igual.Ele queria dizer isso, ela sabia. Estava em sua mente e ele queria dizer cada palavra. Elea fazia se sentir especial. Era um sentimento raro depois de ser afastada pelo povoCárpato, depois da traição de seus irmãos quando eles decidiram se unir às filas dos nãomortos e se aliarem com Xavier, por poder. Era estranho sentir a intensidade dasemoções de Razvan por ela: seu orgulho, a honra que ele sentia, a absoluta einquebrável lealdade para com ela. Ele era um homem desinteressado, insensível aosque outros pensavam dele, mas ferozmente orgulhoso dela.

Seu coração saltou nervosamente pelo que pareceu uma eternidade, um lento salto eela soube que estava perdida.— Tenho mais medo do que acontece conosco, do que enfrentar o professor vampiro.Um professor vampiro que uma vez tinha sido, há muito, seu muito amado irmão.Razvan curvou os dedos ao redor da nuca dela e a segurou perto dele, oferecendoconsolo quando ela não tinha pedido. Ela nunca pediria.— Sepultei-os há muito tempo. — Ela sussurrou pousando a cabeça contra seu peito epermitindo que a força de seus braços a sustentasse. Ali, naquele jardim de sonho sem

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ninguém nos arredores, ela poderia mostrar fraqueza só por um momento, porque sabiaque Razvan a aceitava tal como era — Carrego suas almas na minha, com a esperançaque quando for para a próxima vida, conto para eles o que fizeram e eles receberão umasegunda chance. Se a tomarão ou não é assunto deles. Já tinha me conciliadocompletamente com a perda, mas... — Ela se acalmou.Não existia nenhuma palavra para expressar o pesar opressivo e a sensação de traiçãoquando seu irmão tinha usado a ilusão de sua juventude em uma tentativa de matá-la.Ela sabia que a teria destruído tão facilmente como quase fez com o agricultor e suafamília, com Travis e Razvan. Ela não estava nada preparada para a terrível dor, para a

angústia que sentiu ao vê-lo outra vez.— Acredito que é normal se sentir dessa forma. Eu estava preparado para que minhairmã me menosprezasse e certamente sinto que sou preparado para minhas filhasbiológicas me detestem, mas isso não significa não machuca. Ele a puxou para sienvolvendo-a com seu calor. – Você tem um coração amoroso, Ivory. Cuida-o bem.Aqueles que permitiu entrar em sua vida estão ali permanentemente, sem importar oque acontecer. Ouvi o amor em sua voz e o senti na mente cada noite que Nicolas vempara nos dar seu sangue. É o amor de uma irmã, embora tenham passado séculos desdeque o viu, e ele tenha muitas coisas inquietantes em sua vida.

— Mas ele é um homem maravilhoso. E está apaixonado por Lara, sua filha. — DisseIvory. — Poderia gostar dele só por isso. Ainda não a trouxe completamente ao nossomundo, embora ambos sofram por isso. Eles dão muito à raça Cárpato tentando salvaraos bebês.— Ela se fez sensível à luz. — Concordou Razvan. — E não pode ir a terra, mas podeviver muitos anos sem muitos problemas.— Ele está preocupado que possa engravidar nesse estado intermediário. Captou emsua mente exatamente o que ela pode fazer que nenhum outro pode?— Ela em parte é maga, e precisam de um mago para caçar os microorganismos queinvadem os corpos das mulheres. Os microorganismos matam a maior parte dos bebês.Ivory franziu o cenho e se afastou dele com um empurrão. Ela percorreu com o olhar oexuberante jardim com sua abundância de arbustos e flores. Lírios aquáticos jaziamprazerosamente ao longo do leito de um rio, colorindo as rochas de cintilantes coresouro e prata. As águas de uma cascata ziguezagueavam ao longo da alta rocha queconformava uma parede do jardim. A água brilhava em uma gota larga. As mariposasrevoavam e as aves cantavam mesmo sob o brilho da lua no alto. Era um mundo desonho.

Eles podiam estar em pé juntos, tão perto como o estavam, e ela podia sentir a primeirasensação de seu florescente amor, o feroz puxão físico entre eles, mas mesmo ali, omundo real se infiltrava sigilosamente. Mesmo ali a serpente que era Xavier entravasigilosamente.— Ele não pode nos alcançar aqui. — Disse Razvan. — Ele já não tem minha mente.— Mas pode. Ele infesta o mundo com o mal, Caçador de Dragões. O mal é umapequena palavra, mas ele o encarna. Não há nenhum monstro no mundo que o iguale.Salvou Lara dele...— Minhas tias salvaram Lara. Mesmo quando elas tiveram uma oportunidade de fugir,

Xavier usou meu corpo para inundar uma faca no peito de Branislava. Já estavam tãofracas e mantidas sem sangue para alimentar sua necessidade insaciável.— Como você.Razvan não respondeu, só seguiu seus passos quando ela se dirigiu à entrada dolabirinto. Ela pegou sua mão outra vez e o atraiu para dentro do labirinto de altosarbustos.

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— Lara ainda é manipulada por Xavier. Ela não pode ser totalmente convertida até queele seja destruído. — Ivory suspirou — Devemos encontrar um modo de libertar omundo de semelhante mau.— É a opção de Lara permanecer nesse estado entre maga e Cárpato. Seu companheiroa protegerá, como eu o faria. Isso é a liberdade, Ivory. A verdadeira liberdade, e porsorte seu companheiro entende que ela necessita disto sobre todo o resto. Ele deveconfiar nela o bastante para saber que quando acreditar que o tempo se acabou parasua segurança, ou saúde, o ouvirá e permitirá que ele a converta, e a traga totalmenteao mundo Cárpato. Ele não permitirá que ela se exija muito. Nem nenhum dos outros

Cárpatos gostaria que ela o fizesse. — Disse Razvan. — Ivory, - ele se deteve outra vez,permanecendo em frente a ela e levando sua mão aos lábios.Suavemente ele esfregou seu polegar de um lado a outro sobre os dedos dela. Dedosque tinham visto muitas lutas e veriam muitas mais.— Aceitamos que caçaremos Xavier. E não nos deteremos até destruí-lo. Mas viveremosenquanto dure esta viagem. Cada noite nos elevaremos e viveremos. Cada minuto. Cadamomento. Celebraremos nossas vidas e desfrutaremos de nossa viagem, para o bem oupara o mal. Ele não pode nos ter. Ele não pode ter aqueles que amamos. — Ele levou osdedos dela até a boca e acariciou com a língua, as cicatrizes neles. — Entende o que

quero te dizer?Ivory inalou. Ela sentiu que caía dentro das profundezas de seus olhos, uma coisa queum guerreiro não devia fazer, mas nesse momento não lhe importava. Um sorriso lentoesquentou seus olhos em ouro líquido. Razvan acabava de lhe dar a chave. A forma emque ele havia sobrevivido. Ele nunca permitiria que Xavier se apoderasse realmentedele. Independentemente da direção que sua viagem tinha tomado, ele tinha aceitadoas conseqüências e estava em paz com suas decisões, não importa quão difíceis estastenham sido.Ela afastou o grossa e sedoso cabelo e logo permitiu que seus dedos traçassem as linhasde cansaço no rosto dele. Sua garganta se fechou em um aperto inesperado.— Você deseja a paz, Razvan? Eu deveria ter deixado que entrasse na próxima vida? — O aperto ameaçava afogá-la. Às vezes ele parecia tão cansado, com seus olhos velhos esua mente cheia de muitas lembranças. Nenhuma delas boa.— Eu não teria desejado evitar estar contigo neste mundo. Possivelmente passei esseslongos anos com Xavier para obter este objetivo, Ivory. Como sabemos o que devemosfazer? Tive anos para aprender seus costumes e agora cada prova importa. Não esqueci.Nunca. O que precisa está armazenado em minha mente. E absorverei rapidamente toda

sua experiência em batalha. Formaremos um casal como o mundo nunca viu.Ele se inclinou e a beijou outra vez. Um beijo lento, que fez com que seu coração sedetivesse lhe roubando a força de tal forma, que ela se segurou a ele afetada pelaintensidade de suas emoções. Quando ele levantou a cabeça, seus olhos ardiam poramor. Ela o notou duro e impávido, uma emoção crua que ele não incomodou em lheesconder e isto a fez se sentir envergonhada de seu próprio medo.— Formaremos um casal como o mundo nunca viu. — Concordou.

Capítulo 12

Razvan e Ivory insurgiram juntos dos braços da terra, após semanas de cura sob ela. Asensação de respirar ar outra vez era estranha depois de tanto tempo compartilhando aterra e suas propriedades curativas. A lua era um circulo prateado no céu espaçoso,brilhando brandamente e projetando luz sobre o terreno coberto de neve. Ivory,cautelosa como sempre, esquadrinhou os arredores em busca de algum sinal de perigo.Razvan seguiu seu exemplo deleitando em seu crescente conhecimento Cárpato.Estendeu-se até que fez um círculo completo, usando todos os seus sentidos para reunir

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a informação. Deu-se conta que via e sentia diferente. Inclusive que processava dediferente forma. Antes, como um completo Cárpato ficara assombrado ante a avalanchede informação que lhe chegava, mas agora era inclusive mais intensa. Era como se aterra lhe falasse, sussurrando seus segredos, e lhe descobrisse os menores detalhescompartilhando-os com ele. De algum jeito ele havia mudado sob a terra. A terracompartilhava algo inominável com ele, permitindo que as árvores e plantas vertessemuma abundância de conhecimento nele.Girou a cabeça para observar sua companheira de vida. Ela usava a familiar vestimentade luta, o colete de dupla abotoadura e a calça que moldavam as pernas longas. Seu

cabelo em uma longa e espessa trança assinalava formalidade. Adorava observar seusmovimentos, o fluir dos músculos e as suaves curvas.— O que houve? — Ela sorriu com genuíno calor. Havia um brilho de felicidade em seusolhos, de satisfação, que ele sabia havia trazido para sua vida.— Você é preciosa.Ele inclinou a cabeça e deu uma indecisa lambida ao longo de seu braço recentementecurado, onde as linhas brancas claramente se correspondiam com as dele. - Aposto quese te provasse neste preciso instante, teria sabor de sal e pecado. - Havia uma altaconcentração de minerais em sua pele e podia distinguir a complexa fórmula mineral

que tinha sido utilizada para curar os dois. Ele tinha sido revitalizado com rastros deminerais fluindo por seu sangue, e todos os elementos se apressando por seu corpo paralhe permitir ressurgir completamente outra vez.— Quero ver seus ferimentos.Seu olhar se voltou rapidamente para o rosto dele.— Não entendo.— Sei que o vampiro a feriu, Ivory. E que cuidou de mim em vez de curar os própriosferimentos. Preciso ver o dano que deixou.— Na realidade são só arranhões. Nada.Elevou a sobrancelha.— Lembro que colocou uma flecha em seu peito, diretamente sobre seu coração. — Enquanto falava um olhar de dor atravessou seu rosto. — Quando tirou a mão de seupeito estava quase quebrada. — Razvan engoliu fortemente e suas escuras sobrancelhasse uniram. — Tirou a flecha do seu corpo, retorcendo-a para te fazer muito mais malainda e a cravou dois centímetros mais, aprofundando-a. Ele era enormemente forte ete deu um murro no peito com uma força tremenda, diretamente no coração. Ouvicomo seu esterno se quebrava.

Sim? Ela sequer recordava. Recordava que Razvan tinha ido em sua ajuda apesar de suacondição, enviando um impacto feroz nas costas de Sergey, que o empurrou sobre opunho dela, que assim pôde conseguir o enegrecido coração. Quando Sergey tinhaatacado, ao derrubar a casa e formar lanças que voavam para ela de todas as partes,Razvan usara sua força para criar uma barreira ao redor de Ivory, sofrendo o pior daslanças de madeira em seu próprio corpo.— Quebrou seu pulso.Como se tinha dado conta quando ele estava tão horrivelmente mutilado? Ivory negoucom um gesto de cabeça, incapaz de falar. Não quando seu olhar se movia sobre seu

corpo com meditado encanto, tocando-a em lugares íntimos, secretos e femininos.Ele devia deixar de enumerar sua lista de lesões, tão pálida em comparação com a dele.Sua voz era tão suave, que não podia tirá-la da cabeça. A maneira em que fitava seucorpo quando falava, como se suas lesões fossem tudo o que lhe importava. Que securassem. O fato de que o vampiro a tivesse machucado. Quando ele tocava sua mente,não sentia nada exceto sua necessidade de assegurar, de ver por si mesmo, que elaestava totalmente curada.

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— A Mãe Terra e o curador me ajudaram, e vários Cárpatos incluindo o príncipe nosderam sangue para agilizar o processo. Eu estou bem.— Não obstante.Havia um tom em sua voz que a fascinava, encantava e a repelia, tudo de uma vez. Nãoestava segura de como reagir a sua exigência e isso a confundia.— O que quer que faça?Estendeu as mãos para as dela.— Deixe-me ver.Ela umedeceu os lábios sentindo um pouco tremula nesse terreno pouco familiar, mas

lhe estendeu a mão e assim ele podia ver apenas as perceptíveis linhas onde a terratinha curado as lacerações e soldado o osso. Ela estava desprevenida para o sentimentode seus dedos gentis. Sentir seu toque até o fundo da alma. Logo lhe parou o coraçãoquando sua boca e sua língua passearam sobre cada uma das imperceptíveis linhasbrancas, acariciando e provocando um prazer de veludo sobre sua pele.— Seu sabor é como o sal e o pecado. — Ele lhe disse, e sua voz se enrouqueceu pelafome.Ela afastou o braço.— Está satisfeito?

Ele negou com um gesto de cabeça, com o olhar cravado no dela.— Abra o colete.O ar, na realidade, ficou obstruído em seus pulmões, queimando, puro e quente. Seuútero se convulsionou, irradiando ondas de urgente necessidade por todo seu corpo.Seu pedido não era sexual. Não precisou ser sexual. Seu corpo não tinha que ficar úmidoe quente com chamas lambendo sua pele, transformando seu sangue em um rio de lavaque se espessava nas veias. Simplesmente seria racional com isto. Seria um guerreirotranqüilizando a outro. Suas mãos foram para as fivelas prateados.— Permita-me.Tinha a voz rouca. Provavelmente tremia um pouco, mas a fez debilitar. Tanto queobedeceu a ordem silenciosa quando suas mãos se aproximaram e cobriram as dela paradeter os vacilantes dedos e com delicadeza os afastou. As pontas dos dedos roçaram aplenitude de seus seios enviando ondas de calor por seu corpo. O olhar dele permaneciacravado no seu enquanto lentamente desabotoava o colete e permitia que seus seioscheios aparecessem. Só então ele baixou o olhar.Ouviu-o aspirar em um agudo e sexy som que lhe encolheu os dedos dos pés. Sentiucomo sua respiração lhe tocava os seios e os mamilos responderam endurecendo em

dois apertados botões. Sentiu-se exposta e vulnerável, mas não podia se moverhipnotizada pelo seu olhar, quando ele acariciou com a ponta dos dedos leves comouma pluma, as imperceptíveis linhas ao longo dos seios e logo ainda mais abaixo. Opolegar passou roçando ao longo do mamilo, provocando ao seu passo um raio quedesceu até seu ventre e logo mais embaixo, de modo que suas coxas se contraíram e suaintimidade ficou mais quente, mais úmida.Razvan inclinou a cabeça para ela. Queria detê-lo. Pensou em dar um passo para trásaterrorizada pelas sensações que lhe percorriam o corpo e de repente a terrívelnecessidade que emanava de algum lugar, ameaçando sua paz mental dificilmente

ganha. Havia lhe escolhido, mas não tinha considerado que o físico e emocional toqueentre eles seria tão forte. Mal podia respirar quando ele a tocava, e não tinha nenhumcontrole sobre as reações de seu corpo para com ele. Prendeu a respiração, esperando.Desejando.Primeiro ela tocou o cabelo de Razvan. Suaves mechas de seda branca e negra a roçaramde modo sedutor sobre a pele. Cada célula de seu corpo surgiu à vida. O ar lhe queimavanos pulmões. Seus dedos apertaram em punhos nos flancos, enquanto lutava para não

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enterrá-los em seu cabelo e embalar sua cabeça. Estava em sua mente e sabia que estainspeção era tão necessária para ele, como respirar. E agora era para ela.Ante o primeiro suave toque de seus lábios, ela saltou e apesar de toda a boa intenção,se encontrou com as mãos enterradas na sedosa cascata de cabelo. Ela observou sualíngua acariciar cada linha e círculo, seu mamilo, provocando dardos de fogo seapressando para seu ventre e se estendendo inclusive mais embaixo. Puxou-o para ela,aproximando-o mais enquanto um fraco gemido lhe escapava. Ele deslizou a língua aolongo de cada linha. Sua saliva curadora era um bálsamo para a profunda dor que aindaestava ali.

Quando ele elevou a cabeça, seus olhos eram tão escuros que quase eram negros. Eramazuis como a meia-noite e tão quentes pelo desejo que ela pensou que se derreteria.Tremiam-lhe as mãos e ela obrigou seus dedos a soltar os sedosos fios. Simplesmentepermaneceu ali enquanto ele fechava lentamente seu colete, resguardando seus seiosatrás da apertada pele.Ivory respirou fundo, trêmula, mas orgulhosa de si mesma por suportar.— Está satisfeito?Os olhos do Razvan se iluminaram com diversão masculina e deliberadamente mudoude posição para esconder a protuberância espessa em sua calça.

— Dificilmente, mas tenho que me assegurar de que tenha se curado bem, e faremosisso por enquanto.A cor subiu por seu pescoço. Ela sacudiu a cabeça.— Está louco, mas no bom sentido. — Ela voltou o olhar para o rico solo negro,desesperada para encontrar algo que distraísse sua atenção. Que distraísse a atençãodele. Fez um gesto para a terra onde se podiam ver os rastros de excessivo sal,percorrendo-a como o ouro do rei, em profundas nervuras através do calcário maisescuro onde a alcatéia ainda permanecia adormecida.— Está preparado para isto? Eles foram atendidos por outros, Virkinoff e Nicolas,algumas vezes Natalya, mas estarão famintos de nós. A alimentação forma parte doritual de manter unida a alcatéia. São como meus filhos.Razvan sabia que ela necessitava da distração para sentir o controle novamente. Asemoções eram difíceis para ela. O coração lhe palpitava no peito e ele se encontrousorrindo. Feliz. Só por estar vivo. Só por estar com ela na fresca e fria noite, com a luaespalhando luz sobre seu cabelo negro azulado, emoldurando seu rosto de modo queparecia tão angélico quanto sexy.— Estou seguro que ficarão felizes em sair da terra, depois de todas estas semanas. — 

Ele concordou. — Vamos acordá-los e reunir de novo nossa família.Ele se encontrou tão ansioso como ela para ver os lobos. Converteram-se em famíliapara ele. Havia passado tanto tempo na mente de Ivory, que seu profundo afeto pelosmembros da alcatéia foi transferido a ele também.— Comos crianças são um grupo bastante selvagem.Ivory riu com ele, compartilhando seu humor sobre os lobos. Estendeu os braços echamou baixinho a sua alcatéia.— Despertem, irmãos e irmãs. Vamos correr livres esta noite. Venham comigo. Unam-sea mim.

Enviou a Razvan outro rápido sorriso que conseguiu lhe aumentar a temperatura e lheacelerou o batimento do coração. A terra ferveu como um gêiser e um a um, os seislobos saltaram livres, sacudindo suas esplêndidas pelagens prateadas e correndo paraIvory, quase a derrubaram. Ela abaixou-se rindo e abraçando-os quando a eles saudaramcom mais entusiasmo, que maneiras.Rajá e sua companheira Ayame, se voltaram para Razvan que se abaixou ao lado deIvory, surpreso quando o macho grande subiu no seu peito e esfregou com seu corpodele, saudando-o. Ele se deu conta então que a alcatéia o tinha aceitado como família,

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assim como eles o tinham aceitado como o companheiro de Ivory. Percorreu-o a sorte.Uma família. Outro presente de Ivory. Afundou os dedos na espessa pelagem e seencetou em uma pequena briga, ignorando o desdobramento de dentes. Sentindo opropósito risonho do lobo.Cada animal fez seu turno indo a ele e saudando-o. Sendo recebido por ele ereafirmando sua posição na alcatéia. Percebeu que gostava particularmente de Blaez, osegundo no comando. Ele era tranquilamente crédulo e muito alerta ao perigo,deixando que Rajá o aconselhasse, protegendo a alcatéia com uma ferocidade, que dissea Razvan que teria tido sua própria alcatéia se as circunstâncias tivessem sido diferentes.

Ele sentia a mesma ferocidade protetora para com Ivory e ele, e havia uma sensação defamiliaridade quando acariciou com a mão a espessa pelagem e lhe coçou as vigilantesorelhas.A alcatéia estava impaciente para comer, necessitando do vínculo, e esperou que Ivorytomasse a decisão de como queria alimentá-los.- Alimente Rajá e Ayame e logo o farei eu. Depois Blaez e a sua companheira Gynger. Por último será Farkas e a sua companheira, Rikki. Se começarmos desta maneira, elesaceitarão sua liderança com mais rapidez.O oferecimento de liderar a alcatéia era outro grande presente. Ele sabia, que depois de

um século em ser liderados por Ivory, eles sempre a respeitariam e a seguiriam, e agoraela se afastava para um lado para obter que eles seguisse também a liderança dele.- Não é necessário. Não me importa a ordem atual. Posso terminar planejando nossasbatalhas, mas você nos dirigirá. Protegerei você com tudo o que tenho.- Ela o fitou com olhos suaves.— Sim, me importa. Quero que eles o aceitem como eu.Seu estômago apertou em resposta, Seu membro engrossou. Mas foi em seu coração oque estava em maior perigo. Embebeu-se dela enquanto oferecia o pulso a Rajá. Dasuntuosa beleza, nem tanto de seu corpo físico, mas sim a luz em sua alma que se dirigiasobre ele.O lobo alfa prateado olhou para Ivory e logo obedientemente trotou para Razvan eaceitou o primeiro alimento como se merecia. Razvan alimentou o grande machomantendo em todo o momento seu olhar cravado em Ivory.Durante muito tempo não tivera ninguém em seu mundo. Ninguém que lhe enviassecalor, que o fizesse sorrir, que se preocupasse se vivesse ou morresse… E agora aliestava ela sentada como uma princesa do bosque em meio de sua insólita alcatéia delobos, disposta a compartilhar sua vida com a dele, e ainda assim a ajudaria a destruir

Xavier. Aproveitaria. - Ele aproveitaria qualquer razão, como tal, de que o incluísse nafamília.— Você é tão essencial para mim como o ar que respiro ou o chão onde descanso. -Queria que ela soubesse que a teria escolhido sem importar o que o destino lhesproporcionasse. Queria que soubesse que por ela, os sacrifícios em sua vida haviamvalido a pena.Ela lançou um olhar por baixo dos espessos cílios.— Você é meu companheiro de vida. Minha outra metade.Ele sorriu, se negando a sentir o aguilhão ante seu aviso. Não tinha que se sentir da

mesma maneira.— Não é o que estou dizendo. Não estou pedindo nada em troca, Ivory. Simplesmentesentia que era importante que soubesse como me sinto.Os alfas já tinham terminado de se alimentar de Ivory e o segundo par ocupou seu lugarenquanto os menores se alimentavam de Razvan. Ele começava a ter um leve enjôo.Ivory não tinha brincado quando disse que despertariam famintos e iriam querer sevincular com o ritual de sangue.

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Ivory baixou à cabeça e ele notou como ele aprofundava os dedos na espessa pelagemde Gynger. A ponta de sua língua umedeceu o lábio inferior, atraindo sua atençãoimediatamente. Havia deixado-a nervosa outra vez, e isso elogiava o guerreiro ferozainda mais. Ela não ficava nada cômoda falando de sentimentos. Os lobos sepressionavam mais perto dela e revoavam ao redor de suas companheiras parecendolhe oferecer o ímpeto necessário para lhe responder.Elevou o queixo e contra a vontade seus olhos encontraram brevemente com os deRazvan antes que os longos cílios os velassem.— Você entendeu mal o que eu quis dizer .

Isso era tudo o que ia conseguir tirar dela, mas era o bastante para ele. A lentaqueimação que começou em seu ventre se misturou as labaredas de amor em seucoração, fazendo uma potente combinação. Saboreou o sentimento de desejá-la. Nuncapensou que sentiria isso por uma mulher. Detestava os crimes que seu corpo tinhacometido e nunca pensou em sentir a poderosa atração entre os companheiros de vida.Entretanto, cada momento em sua companhia fortalecia seus sentimentos por ela e asurgentes necessidades de seu corpo.Sabia, no mais fundo de si mesmo, que uma fera havia sido despertada por esta mulher.Só ela podia deixar essa parte dele livre. Só ela podia domesticar a parte selvagem de

sua natureza. Observou os dedos de Ivory movendo-se através da pelagem dos lobos esoube que desejava os mesmos dedos acariciando sua pele. Havia beijado-a no sonhocompartilhado e podia saboreá-la em sua boca, em sua língua, enchendo seus sentidoscom uma chuva selvagem dela, com o aroma e o sabor de uma nova tormenta limpandoo bosque.Risonho, surpreso de estar vivo e com ela, ele procurou a mudança. Deixou que otomasse o maravilhoso desdobrar de músculos e ossos, o estiramento dos tendões enervos enquanto seu corpo se desdobrava e mudava, enquanto sua pele ardia e logo lhesaía à pelagem. Sua própria e suntuosa pelagem em preto e prata, marcas distintivas.Seu nariz alongou, sua boca se encheu de dentes e a deliciosa sensação de liberdade.Suas patas eram largas e se moviam sobre a neve e o gelo com facilidade, enquantorodeava sua companheira, empurrando-a brincalhonamente com o nariz.A alcatéia instantaneamente se empurrou contra ele, ansiosa para correr, com as caudaselevadas e agitadas enquanto cheiravam Ivory, querendo que se apressasse.— Certo. Certo, seus monstros. — Ela consentiu, alegre.Através de seus olhos de lobo, Razvan observou como ela adotava a mudança indo aochão em um movimento gracioso e formoso. Em um momento estava de quatro patas,

um polido, magnífico lobo com um manto prateado. Não houve mal entendido em seusolhos; eles brilhavam de uma clara cor âmbar quando o olhou, com a boca sorridente.Imediatamente os lobos foram para ela como haviam feito com ele, agachando oscorpos em submissão. Ela esfregou o corpo no deles, aceitando sua comemoração, elogo a alcatéia se tornou louca, saltando por toda parte brincando e atrapalhando, seinclinando por volta um do outro e logo saltando, caindo na neve e se levantandorisonhos.Razvan sentiu as risadas de Ivory e então ela elevou a cabeça para a lua e uivou de puraeuforia. Risonho, se uniu a ela, acrescentando sua voz, reclamando o território, deixando

que a alcatéia cantasse sua alegre música. As notas selvagens soavam através dasárvores, subindo para as estrelas e a lua, então se fez silêncio quando Ivory levantou onariz para farejar o vento.Ela começou a correr passando como um raio através das árvores, com a alcatéia lhepisando os calcanhares, e Razvan descobriu o puro regozijo de correr em grupo. O corpodo lobo era formado para correr, as magras membranas entre os dedos lhe permitiamcorrer maciamente e com facilidade sobre a neve. Porque o lobo caminhava sobre osdedos, ele averiguou que seu peso estava uniformemente distribuído, tornando o corpo

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mais eficiente para correr. Razvan adorava sua nova forma, mostrando as maneiras emque seus músculos se estiravam e contraíam enquanto trotava, cobrindo extensasquantidades de terreno e saltando com facilidade sobre os troncos caídos.Correu todo o momento, e a alcatéia deixou a evidência de seu caminho através dasglândulas dos pés, marcando o rastro um do outro e advertindo a outros que seafastassem. Primeiro Ivory estabeleceu um ritmo rápido, correndo a todo vapor,deixando que a alcatéia sentisse seus corpos outra vez, o fluir dos músculos, a riqueza dainformação e o som do bosque. Ele podia ouvir a água correndo sob o gelo, a maneiraem que as folhas sussurravam nos galhos repletos de neve sobre suas cabeças,

enquanto o vento soprava o bastante forte para balançá-los.O aroma do coelho e da raposa era forte, assim como uma abundância de outrascriaturas do bosque. Todos tremiam em silêncio enquanto a alcatéia atravessava seusterritórios. Ivory virou bruscamente à esquerda, se afastando do povo Cárpato, dascavernas e os lugares sagrados que os Cárpatos usavam em seus rituais. Não queria quesua alcatéia se deparasse com algum dos lobos locais. Uma norma que mantinha umaincômoda trégua entre sua alcatéia e os outros com quem se encontrava, mas porenquanto estavam exercitando sua liberdade e mereciam sair ilesos através de qualquerterritório que escolhessem.

Estava orgulhosa deles por seus papéis em salvar o fazendeiro e sua família; Pelo menosesperava que a menina estivesse ainda viva. Ninguém havia dito a ela nada a respeito,embora pudesse entender por quê. Haviam ficado surpresos ante o volume de mineraise elementos da terra que havia coberto a ela e a Razvan, em uma mistura fundamentalde tudo o que necessitavam para revitalizar e reparar. A terra o fizera há muitos séculosatrás para ela, sem a ajuda curadora ou o sangue dos Cárpatos. Tinha sido uma lutaencontrar suficiente sangue para se manter com vida.Quase havia ficado louca nos longos anos, simplesmente existindo sem pensar em nadamais que em sobreviver e, nos anos de intervalo havia aceitado sua vida solitária. AgoraRazvan corria ao seu lado, com o corpo ocasionalmente tocando o dela, seu coraçãopulsava no ritmo do dela. Cada passo através da neve, serpenteando através dasárvores, atravessando um pequeno rio ainda sem congelar e evitando as margensgelados era muito mais divertido.- Eu havia esquecido a diversão.E ali ele estava. Mente a mente. Já não estava sozinha. Nunca estaria outra vez, uma vezque Razvan lhes tinha vinculado, misturado sua alma a dela, seu corpo ao dele, mente ecoração até que fossem literalmente um só em espírito. Havia experimentado sua vida,

assim como ela experimentara a dele. Não havia nada que pudessem ocultar um dooutro. Não sabia o que era pior, o dano psicológico que haviam infringido a Razvan ou atortura. Quando suas tias lhe deram as costas, ele teve a certeza que para um varãoCárpato, o pior tinha sido ser usado para gerar filhos para o consumo de Xavier. Etambém trair sua irmã, desesperado para lhe enviar avisos, só para ter Xaviercorrompendo cada mensagem até que o bruxo quase a pega.Enquanto corria, atravessando um campo coberto de branco, Ivory se aproximouintimamente dele, querendo experimentar sua primeira vez como lobo. Querendo ser aúnica a lhe oferecer lembranças felizes que acalmassem o pior de suas experiências. Ele

estirou seu pescoço e correu enquanto ele se movia, e o sentiu se mover em sua mente,envolvendo sua vontade com calor.- Estou tendo o melhor momento de minha vida. Nunca tive tanta diversão. Não estouseguro de que não saberia como me divertir sem que você me mostrasse. Acredito que é

 preciso ter uma companheira para compartilhar este tipo de aventuras, para saboreá-lasde verdade.Ela gostava da maneira como ele pensava. Em sua maior parte gostava de suacompanhia. Brincaram de se esconder nas árvores e cobriram um ao outro de neve. Em

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um dado momento, Rajá iniciou um jogo estranho de briga de machos e Razvan pareciaser mais um dos lobos saltitando na neve e caindo em um aterro, com Ivory rindo dele.Razvan se levantou mostrando a fortaleza lupina, sacudindo o corpo para tirar a neveque tinha colado nos negros e prateados fios de sua pelagem. Ivory saltou para o bancode neve e o golpeou com o ombro, fazendo-os cair em um declive, rolando de talmaneira que cristais de gelo pendiam de suas pelagens. Quando se levantaram, elespareciam dois lobos esculpidos em neve.Razvan esfregou seu corpo no de Ivory, lhe ajudando a tirar a neve antes de voltar eguiar a alcatéia para as casas dos Cárpatos dispersas em todo o bosque. Era um

sentimento surpreendente ter a alcatéia inteira o seguindo. Ivory estava somente a umou dois passos atrás, todos eles trotando e devorando o terreno em silêncio. O ventobatia em seu rosto, o ar da noite lhe cantava, os animais menores se afastavamapressadamente por segurança, enquanto ele dirigia os lobos através do bosque,oferecendo respeito à alcatéia, sabendo quem governava ali nesse momento.Ivory e Razvan precisavam se alimentar antes que fossem a sua guarida, e ele estavaansioso para ir, para sair do território Cárpato. Uma coisa era “ver” sua irmã e filha adistância, que lhe contassem que talvez tivesse uma segunda ou terceira filha que nãoconhecia. Mas confrontá-las e ver que o julgavam… Isso era muito mais difícil. 

- Isso nos importa pouco, Razvan. Sei quem você é. E sei o que está em seu coração e suaalma. Caso escolham vê-lo com suspeita… - Como deveriam, - ele lhe recordou com delicadeza, ouvindo o tom protetor em suavoz. Mas lhe enfraqueceu ela conhecer seu coração e sua alma. Ela o conhecia melhorque ninguém, e se fosse rigorosamente honesto, tinha que admitir que ter uma pessoano mundo sabendo o que tinha sido sua vida e seus sacrifícios, importava.- Ivory, você é um milagre. É bom saber que há uma pessoa no mundo que guarda averdade de minha vida em suas lembranças. - Por que era isso tão importante agora,quando tinha aceitado durante tanto tempo que era tachado como o traidor e criminosoCárpato mais desprezível e vil sobre a face da terra. O simples pensamento que Ivorypudesse acreditar que ele tinha gerado filhos com o único propósito de usar seu sanguepara alimentar sua longevidade o deixava doente.- Não pense nisso, Razvan. Compartilhei toda sua vida, inclusive as lembranças maisconfusas. O que seu corpo foi obrigado a fazer, não era seu espírito, a essência de quemé que permitiu que acontecesse.Tinha que lhe dar razão. - Mas minhas escolhas o levaram a usar meu corpo.- Cheguei a acreditar que era nosso destino. Talvez eu precisasse suportar coisas em

minha vida para ser digna de viajar ao seu lado. Talvez você tenha precisado suportar sua vida a fim de cumprir um grande destino.. Que nos deu forma e nos aperfeiçoou noque somos agora.E o que era ela… Era tudo. Virou o rosto ocultando os olhos enquanto seguia o caminhoprincipal para o lar do príncipe. Havia muitos sentimentos nele por ela, que não seatrevia a lhe deixar ver por medo de assustá-la. Ela era muito frágil quando se tratava deaceitar seu verdadeiro amor. Saboreou a palavra na língua, achando que pertencia aoseu coração. Sim, estava apaixonado por sua companheira de vida, e os sentimentos setornavam mais fortes a cada minuto que passava em sua companhia.

Razvan levantou a cabeça e enviou uma chamada de busca ao príncipe, anunciando apresença da alcatéia. Sabia que Raven, a companheira de vida do príncipe estava grávidae perto do parto. Todos os Cárpatos esperavam o evento e, sem dúvida, Xavier também.Isso só fazia alguns deles suspeitarem sobre a oportuna aparição de Razvan. Era melhorse lhes mostrasse seus respeitos e saísse o mais rápido e discretamente possível.- Acredita que Xavier fará um movimento contra o filho do príncipe? 

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- Não tenho nenhuma dúvida, especialmente se a criança for um menino. - Razvanconsiderou com cuidado. – Ele tem que fazer seu movimento. Ele odeia a famíliaDubrinsky acima de tudo. Eles representam o poder de uma raça imortal.- Podem nos matar , assinalou Ivory. – Então não somos realmente imortais.- Quando Xavier olha no espelho, sua carne está putrefata e fora do osso e ele olha paravocê, o que você pensa que ele quer? Permanece com vida agora só pelo sangue deoutros, e cada dia se deteriora mais e mais. O sangue não pode mudar seu cérebro

 podre. Ele lutou toda sua vida para derrotar essa família. Tem que fazê-lo agora.- Então devemos estar preparados para ele. Poderia ser nossa oportunidade, Razvan.

Mas precisaremos de tempo para nos preparar para a batalha. - Não havia tantaimpaciência como determinação na voz do Ivory. - Isto é provavelmente por que o professor vampiro está na área. Ele procura por Xavier -Ela respirou bruscamente e patinou até se deter, ali no fundo bosque. Razvan se deteveimediatamente e se voltou para ela, mudando à sua forma normal. Ela seguiu seuexemplo, sem saber que sua face estava tão pálida como a neve sob seus pés.— O que está acontecendo?Sua voz era doce. Seus olhos eram doces. Tudo sobre ele era, à exceção de sua força,essa profunda, permanente e implacável força que significava que ele nunca se deteria.

Não a abraçou para consolá-la. Ela teria se afastado. Simplesmente lhe pôs uma mãosobre o ombro e a fitou atentamente, questionando. Nunca a invadiria exigindo umaresposta. Ele estava lá, simplesmente olhando para ela, esperando que ela confiassenele.Ela o achava irresistível.— Como sabe, Sergey era meu irmão. Há muito tempo, em outra época ele era meuirmão, até que se uniu a nosso maior inimigo. O mesmo homem que me destroçou.Converteu-se na mesma coisa que Xavier usou para me cortar em partes e espalhá-lasaos lobos. Eles riam, Razvan. Ainda posso ouvi-los algumas vezes, logo que desperto soba terra. Digo a mim mesma que ele não é meu irmão, mas foi meu irmão quem fez estaescolha. Queria se transformar em um vampiro. Escolheu se aliar com Xavier. Fez isso,não para me vingar, mas por poder. Porque meus irmãos acreditavam que o povoCárpato deveria segui-los. Eles querem o poder.Ela não queria aquele conhecimento para se machucar mais. Não era a mesma jovemingênua que adorava os irmãos e acreditava no melhor de todo o mundo. Sabia que oPríncipe Vlad a enviara à escola de Xavier, não para ajudá-la, mas para afastá-la dosolhos de seu filho. Olhou para Razvan, inconsciente das lágrimas em seus olhos.

— Ainda machuca.Ele a aproximou de si da mesma maneira, suave e tranqüila. Envolveu-a nos braços e lhepressionou o rosto contra o ombro e simplesmente permaneceu em pé, em silêncio, lheoferecendo consolo. Ela pensou que sua compaixão poderia diminuí-la de algumamaneira, mas ele só a encheu com calor e a afiançou, como nada mais podia. Já não erauma jovem, mas tampouco estava sozinha. Tinha Razvan, e de algum modo ele seencaixava como uma segunda pele.— Estou bem. — Ela sussurrou, pousando um beijo ao longo de seu pescoço. O sanguepulsava ali, chamando-a. Seu corpo despertou inquietamente e ela sentiu a apaixonada

resposta instantaneamente dele. — Foi uma debilidade momentânea. Já passou.— Debilidade não, fél ku kuuluaak sívam belso. Amada. Você deve sentir a emoção quequiser. Pesar, pena, dor, mesmo traição. Há razão nisso para a tristeza, pela perda dealguém amado. Dor. Não insiste nessas emoções, mas deve senti-las. Fazem parte davida.Ela ofereceu-lhe um pequeno sorriso pousando um último beijo sobre seu pescoço, sópara sentir seu calor e inalar o aroma masculino. Permanecendo ali, com o corpo

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inclinado sob o dele, com seu rosto enterrado em sua garganta, soube que podiaconfrontar tudo com ele.— Certamente podemos dizer que todas essas coisas formaram parte de nossas vidas. — Ela concordou forçando o dinamismo em sua voz, para cobrir a emoção que ameaçavatransbordar quando se afastou um passo dele.Os dedos de Razvan se enroscaram ao redor de seu braço, deslizaram para o pulso epermaneceram ali como um bracelete. Não podia olhar para ele. Não quando seucoração estava tão cheio. Sentia-se tola, tímida e fora de sua segurança. Ninguém ahavia tocado com essa ternura que a desarmava. Ninguém a fitara com esse desejo ou

amor. Mal podia lidar com tanta atenção depois de ter estado sozinha durante séculos.Ele passou a mão em sua face e lhe forçou erguer a cabeça, esperando que suaspálpebras se elevassem e levantassem o véu sobre seus olhos. Seus olhares seencontraram. Sentiu a precipitação da paixão como uma droga emanando através desuas veias.— Você é um homem muito perigoso, Dragonseeker. – Ela sussurrou.Seu lento sorriso acendeu uma chama, lenta e pecaminosamente perversa.— Como você, guerreira, é a mulher mais perigosa que conheço. — Houve um discretoregozijo em sua voz. E puro calor aveludado.

Ele inclinou a cabeça para a dela, tomando seu tempo, de maneira lenta. A maneiracomo ela sabia que ele queria lhe acariciar a pele. A maneira como lhe tocava com aspontas dos dedos, tão leves, mas saboreando um lento ardor que se estendia até que ofogo enlouquecia fora de controle, negando que o apagassem ou extinguissem.Podia notar como seu corpo se enrijecia. Doíam-lhe os seios. Seu útero seconvulsionava. A respiração de Razvan era calorosa e masculina. Ela não pôde fechar osolhos. Observou a mudança de seu rosto enquanto se aproximava mais e mais a ela. Amaneira como ele a fitava, as linhas marcadas se suavizavam. O assombro em seu rostoe a crescente fome em seus olhos. Pôde ver os longos e espessos cílios, a única coisarealmente feminina nele, quando seu corpo era todo músculo, ossos fortes e grandes.Seu fôlego roubou o dela. Trocaram-no. Ele respirava por ela. Nela. Apoderou-se dela,com a mesma carícia lenta e medida de sua mente. E então seus lábios estavam sobre osdela e uma onda de paixão a percorreu. Raios de lua sulcavam suas veias, a eletricidadechispava e estalava sobre sua pele até que se sentiu perdida, afogando-se no puro fogode seu beijo.Ivory não sabia como havia acontecido, mas encontrou-se com os braços ao redor deseu pescoço e seus lábios fundidos aos dele, o corpo apertado estreitamente com o

dele. Sentiu o estremecimento que lhe percorreu o corpo e o seu tremeu em resposta.Desejava permanecer assim. Justo assim, nesse momento perfeito, com a felicidade e afome cantando em suas veias. Tentou sufocar o desejo que crescia como um maremoto,tomando-a, mas não havia maneira de deter a crescente necessidade.Os lábios dele abandonaram os seus e se arrastaram de modo sedutor do canto de suaboca até o queixo e para a garganta. Uma chama ardente procurou a plenitude de seusseios. Sentiu o raspar dos dentes e gemeu em um som entrecortado e um poucodesesperado. Ele girou a língua sobre o suave montículo. A respiração lhe obstruiu agarganta. Outro som escapou. Seus dedos apertaram o glorioso cabelo dele enquanto

Razvan lhe cravava profundamente os dentes e a erótica dor estalava em um crescenteprazer que se estendia por todo o seu corpo, mais rápido que a queda de um raio,colocando um pulsante batimento entre suas pernas.Ela enroscou uma perna ao seu redor e lhe embalou a cabeça, tentando não gritar anteo chocante prazer que a atravessou. Ele degustou seu sabor como um bom vinho, semengolir apressadamente, mas extraindo a essência de sua vida e o exótico sabor,lentamente. Deslizou as mãos por suas costas e pressionou seus quadris para ele, assimIvory podia senti-lo duro e quente contra ela. Justo quando pensava que se afogaria

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completamente, ou soluçaria e rogaria para que ele completasse seu vínculo, ele passoua língua sobre as espetadas.A respiração dele era irregular, os olhos quentes e um pouco selvagens. Simplesmenteabriu a camisa e lhe pressionou a parte de atrás da cabeça com a mão. Seus dedosformaram um punho, segurando a sedosa trança. Segurando-a contra ele com a bocasobre o tentador som de seu coração. Seu sangue fluía e refluía lhe fazendo sinais, umaterrível tentação que ela não pôde resistir.Aconchegou-se ao forte músculo de seu peito, amando a sensação de sua força e aintensidade de sua resposta ante o toque. Com deliberada intenção passeou a língua

sobre a latente pulsação esperando que o giro Zen acalmasse o incêndio. Precisavasaber. Saber com certeza, que ele não só a desejava, mas também a necessitava com amesma crescente intensidade que ela. Não podia estar sozinha nesta necessidade tãodesesperadora.Ele lhe pressionou a cabeça mais ainda com a mão, em uma ordem silenciosa para seuoferecimento. Ela fez outro lento espiral com a língua, simplesmente para ouvir oprofundo gemido masculino, para sentir o salto de sua pulsação e o martelar de seucoração. Deixou que o fogo se apropriasse dela subindo através de sua intimidade, paraseu ventre e seios, enquanto os dentes se alongavam e ela arrastava o aroma dele para

dentro de seus pulmões.Ele sussurrou algo em voz baixa e gutural, o som mais importante para ela que aspalavras. Seus dedos eram mágicos em seu cabelo, contra seu couro cabeludo, a nuca, euma mão lhe percorria as nádegas pressionando-a firmemente enquanto a levantavapela metade do solo. A força de seu corpo combinava com sua vontade e ela não pôdeevitar a emoção feminina ao sentir sua dureza contra sua suavidade.Respirou profundamente saboreando o momento de deliciosa luxúria que a envolviacom um amor fatal tão afiado, que lhe atravessou o coração. Então ela cravou os dentesem seu corpo conectando-os no modo de companheiros. A riqueza se espalhou nela.Cada célula o absorveu, tomou-o para seu núcleo. Seu sabor lhe estalou na língua comoborbulhas efervescentes.Razvan soltou outro gemido gutural, inclusive mais sexy que o primeiro. O som vibrantereverberou através de seu corpo, acrescentado o torvelinho de emoções misturadas quebrotaram com sua reação física por ele. O gosto viciante quase a fez perder toda aperspectiva, entrando sob sua pele e em seus ossos. O aditivo sabor quase a faz perder avisão. Precisava dele ali mesmo, em meio ao nada, com a neve sobre o solo.- Não em nossa primeira vez. Em na nossa primeira vez quero tê-la durante horas, não

uns poucos minutos com os lobos nos rodeando e o perigo em cada canto.Até sua negativa foi sexy. A voz aveludada, a lenta paixão, a fina necessidade que elenão tentou ocultar dela. Ela se permitiu tomar um último gole e logo passou a línguapelas incisões e simplesmente endireitou o corpo, deixando que a força dele amantivesse ereta, quando o corpo inteiro estava tremendo.— Tem razão. — Ela disse com pesar.— Precisamos ir logo para casa. — Ele sussurrou-lhe as palavras ao ouvido.E ela gostou do som. Mais, ela adorou o tom rouco em sua voz que lhe disse que estavatotalmente agitado como ela. Como resposta rodeou-lhe o pescoço com os braços e

simplesmente o apertou, absorvendo-o em seu interior.A inquietação da alcatéia aumentou, rodeando-os e lhes golpeando as pernasinquisitivamente. Ivory se encontrou sorrindo.— Os lobos estão se impacientando, como fazem as crianças.Para sua consternação a mão dele se deslizou para seu abdômen e permaneceu ali,abrindo os dedos completamente.— Você ficará muito linda com nosso filho dentro de você, se uma vez conseguirmosdestruir nosso inimigo.

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Ivory nunca tinha considerado a possibilidade de ter um filho. Sua vida inteira havia sidodedicada a uma coisa, se desfazer de um monstro perverso. A idéia de ter umcompanheiro de vida e um filho, de que pudesse algum dia viver com um indício denormalidade a emocionou. Não estava completamente segura de que pudesse.Razvan riu baixinho e se inclinou para pousar os lábios ligeiramente sobre os dela.— Não se preocupe, minha pequena guerreira. Nunca será normal para nenhum de nós,mas faremos nossas próprias regras e nossa vida se adaptará bem a nós.— Então acabemos com isto. — Disse Ivory.

Capítulo 13

Mikhail Dubrinsky deu as boas-vindas a Razvan e Ivory, da longa varanda que envolviasua casa. Esta era grande e coberta pelas árvores, se misturando tão bem ao bosqueque Ivory sabia com certeza que a maioria das pessoas nunca a veria, a menos que opríncipe baixasse as salvaguardas que tinha ao redor. Ela usava sua vestimenta deguerreira, com os lobos em cima de seu corpo em forma de tatuagens. Preferia que ele

olhasse de perto de sua alcatéia. Razvan permanecia perto, só um passo atrás, como sefosse seu guardião, em vez de seu companheiro. Tinha tentado atrasar seus passos duasvezes, para forçá-lo a caminhar ao seu lado, mas uma vez que Razvan colocava algo emmente, nada o detinha.— Boa noite. — Disse Mikhail — Sívad cheiram wäkeva, hän ku piwtä... Que seuscorações permaneçam fortes, caçadores... — Ele adicionou em uma saudação maistradicional.Ivory murmurou uma saudação, e deu um olhar para Razvan sobre seu ombro. Nãopodia perceber que estivesse nervoso, ou sentir que estivesse aflito de alguma formapor visitar o príncipe dos Cárpatos, e ainda assim mantinha sua distância: exatamentedois passos para um lado e atrás dela. O olhar dele se movia sem descanso sobre a casae o terreno, procurando entre as árvores e escaneando cada polegada do que osrodeava como se estivesse procurando uma armadilha. Seu rosto era grave, sua bocauma linha firme. Estava lhe preocupando sua forma de agir, quando deveriam estar asalvo tão profundamente em território Cárpato.- O que é? Ela enviou um sorriso ao príncipe para cobrir o fato de que Razvan ainda não tinha

falado.- Não sei, mas ele não está sozinho. Estamos rodeados.Bom. Era obvio que sabia que haveria outros. Gregori seguramente que nunca permitiriaum encontro com o príncipe e sua companheira sem sua presença. Agora ela estavamais que preocupada.— Você nos dá as boas-vindas, embora pareça que seu povo está em posição, nosrodeando. — Disse Razvan.Sua voz era dura. Mais dura do que Ivory tinha ouvido. Agora sabia por que ele ficouatrás. Esperava um ataque, não de frente, mas de trás ou de algum dos lados. Tinha um

olhar que lhe disse que estava disposto a ir a fundo à questão e repentinamente suavisita não era absolutamente amistosa. Nesse momento ela soube que ele erainteiramente capaz de matar o príncipe, se este ousasse fazer um movimento para ela.Ela deu um pequeno passo para trás, se afastando de Razvan, mudando rapidamente demulher a guerreira. Levantou seu arco ligeiramente, já a flecha no ângulo preciso paracobrir o coração do príncipe.— Só pensamos em te agradecer por sua ajuda. — Ela disse — Nada mais. Iremosembora se não somos bem-vindos.

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O príncipe deu um passo para a área aberta, longe do corrimão longo e polido, onde elapodia ter um alvo espaçoso sobre ele e manteve suas mãos afastadas.— Vocês são muito bem-vindos. Minha companheira está dentro de casa e desejaconhecê-la. Não pode se levantar para saudá-la apropriadamente e espera que tenhatempo para visitá-la.Ele olhou o bosque que os rodeava e enviou um chamado aos caçadores que rodeavamseu lar.- Estes são meus convidados e são bem-vindos.Não havia engano no fio de raiva em sua voz.

— Por favor, aceitem minhas desculpas e entrem.Ivory olhou para Razvan.—Depende de você. Se não se sentir bem-vindo, não tenho desejo de ficar. — Entretanto, queria notícias. Precisava delas. Se efetivamente fossem caçar Xavier,precisariam de cada detalhe que o povo dos Cárpatos lhes pudesse prover.Gregori saiu do alpendre, com seus braços cruzados sobre o peito.— Cada vez que coloco os olhos em você, converte-se em um alvo. — ele disse a Mikhailcom um pequeno sorriso. Levantou seu olhar para o Caçador de Dragões. — Quando opríncipe deseja que o visitem e garante sua segurança, é uma grande honra.

Os olhos de Ivory cintilaram em um só calor abrasador.— Só se a gente confiar no príncipe.— Você faz isso? — Perguntou Mikhail. Seu olhar sustentava firmemente o dela. — Confia em mim?Ivory permaneceu calada um momento, estudando seu rosto. Não era nada parecido aoirmão. E pouco ao pai. Ela inalou e sentiu Razvan se mover em sua mente. Apoiando-a.Mantendo-a firme quando o passado estava tão próximo. Sentiu o toque da mente deRazvan na sua, forte e duradoura e totalmente para ela. Para ninguém mais. A lealdadede Razvan era completamente dela e não pertencia a ninguém mais.— Sim.Mikhail se afastou para um lado e assinalou para a porta de entrada, com uma levereverência.— Por favor, entrem em meu lar como meus convidados de honra. — Seu olhar deslizousobre Razvan. – Os dois.Então Razvan foi até ele, passando por Ivory, com seus sentidos se desdobrando parainspecionar os ocupantes da casa. Havia duas mulheres e muitos homens. Deteve-seante a porta e olhou para Gregori.

— Pensa que preparamos uma armadilha no lar do príncipe, com sua companheirapresente? — Disse Gregori, com seus olhos prateados lhe lançando um olhar cortante.Razvan não estremeceu ante a reprimenda.— Diga-me se você não estaria cauteloso ante tantas pessoas desconfiadas. Diga-me quenão protegeria sua companheira. — Seu tom era suave, mas havia fogo em seus olhos.— Posso sentir sua suspeita como um peso pressionando nós dois. Só precisamosagradecê-los e ir embora. Não pedimos nada a nenhum de vocês.Uma mulher com cabelo de franjas vermelhas e douradas saiu de repente de dentro dacasa, escorregando até parar fora da porta, ignorando a mão restritiva de seu

companheiro. Um guerreiro alto de com olhos de aço e uma boca severa.— Razvan. Por favor.Razvan piscou. Desmoronou por dentro. Fez-se pedaços. Seu coração e sua alma. Por ummomento seu mundo se estreitou nesta única mulher. A pessoa pela qual tinha dadotudo. Sua vida. Sua alma e sua prudência. Tudo.— Natalya. — Exalou seu nome, inseguro.Sua visão se tornou imprecisa enquanto permanecia em pé em frente a ela se sentindonu e vulnerável. Uma coisa era falar com ela à distância, em um mundo de sonho

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quando estava debaixo da terra e a salvo da recriminação que tinha que haver nocoração dela. Mas ali estava sua irmã gêmea, a que Xavier sistematicamente tinhaalimentado com informação falsa e tinha enganado para lhe dar feitiços usando-o...Ivory surgiu em sua mente. Em seu coração. - Estou com você. Três palavras, mas essa amostra de unidade significava tudo para ele. Ela significavatudo. Ivory de pé com ele, alta e ereta, uma guerreira sem comparação, completamenteorgulhosa dele. Seu anjo caído: sua companheira.Os olhos da Natalya se encheram de lágrimas.— Razvan, por favor, não vá.

Ele abriu a boca para falar, mas nada saiu. Engoliu o repentino nó em sua garganta queameaçava afogá-lo. Uma mão se levantou por sua própria vontade e tocou o cabelobrilhante. Natalya voou para seus braços, chorando. Ele fechou-os ao redor dela e aatraiu contra si, surpreso que depois de tantos anos, depois de tanto sofrimento, ovínculo entre eles não estivesse completamente quebrado.Ivory permaneceu em sua mente, sustentando-o igualmente perto, aliviando o terrívelpeso de responsabilidade que se vertia em sua mente. Já fazia tempo tinha lutado com aaceitação de suas escolhas, mas ver sua irmã viva e bem, saudável e feliz era muito.Depois a segurou a distância de um braço e a fitou cuidadosamente.

— Você me parece bem, Natalya. Jovem.Jovem. Era seu gêmeo, mas na realidade era muito mais velho.- Você ganhou cada linha maravilhosa. - Ivory deslizou sua mão entre a dele quando elese afastou dos braços de sua irmã. Os dedos de ambos estavam entrelaçados.— Este é Vikirnoff, meu companheiro.Natalya esfregou o braço do alto guerreiro, com um movimento hipnotizador, como seestivesse acariciando um talismã que a mantivesse unida.E talvez, decidiu Razvan, fosse o que o homem estava fazendo. Certamente Ivory osegurava junto.— É bom que ela tenha você.E ele falava com seriedade. Se Vikirnoff pudesse pensar alguma coisa dele, obviamenteque era ferozmente protetor de Natalya. E se o homem sentia uma décima parte do queele sentia por Ivory, Natalya estava em boas mãos.Razvan atraiu a mão de Ivory até seu peito. Ela não se sentia cômoda com odesdobramento de emoções, entretanto, não se retirou. Estava em pé ao seu lado, comseu calor o envolvendo, afirmando-o, enquanto ele pressionava a palma dela sobre seucoração acelerado.

— Esta é Ivory... Sívam és sielam... Minha alma e coração. — Ele disse enquanto atraía aponta dos dedos dela aos lábios — Ivory, minha irmã Natalya e seu companheiro,Vikirnoff.Era assombroso para ele ser capaz de parar ali, livre, ante a presença de Natalya, semmedo de que estivesse sendo uma isca na armadilha que Xavier tivesse preparado. Maisque tudo sentia orgulho pela mulher ao seu lado. Sentia que com ela tinha tudo. Dealgum jeito ela havia convertido uma vida sombria e sem esperanças em momentos depura alegria... Como aquele.— É maravilhoso poder conhecê-la por fim. — Disse Ivory. — Seu irmão fala de você

frequentemente. E obrigada por ajudar nossa alcatéia, assim como também por nos darsangue quando estávamos em tal necessidade.Ivory seguiu Natalya e Vikirnoff para dentro da casa. O poder surgiu através dela nomomento em que entrou. Olhou para Razvan para ver se ele havia sentido a forte ondade energia. Ele assentiu silenciosamente, obviamente incômodo de que Gregoriestivesse atrás deles.Ela assegurou:- Rajá está cobrindo nossas costas.

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— É uma façanha assombrosa para os lobos carregar quatro humanos através de umterreno tão traiçoeiro, com um vampiro pisando seus calcanhares. — Observou Mikhail.Ivory lhe lançou um olhar cauteloso.— Eles são especiais. Minha família. Obrigada por ajudá-los. A garotinha ainda vive? Nãotivemos tempo de prepará-la para a viagem. Tínhamos que mandá-los rapidamente parafora.— Vi a destruição da fazenda.Mikhail foi diretamente para a mulher sentada em uma grande cadeira acolchoada, comos pés descansando em uma turca.

— Minha companheira, Raven. — Ele disse e havia em sua voz uma abundância de amor.— Raven, Ivory e Razvan.— Obrigada por virem. — Disse Raven — Sinto não poder me levantar. Mas, por favor,sentem. — Ela enviou um olhar rápido em seu companheiro e Gregori. — Parece querecebo ordens dos dois, do curador e de Mikhail.— E eu estou gostando muito da oportunidade. — Disse Mikhail, sem arrependimento.Ivory e Razvan se sentaram em duas das cadeiras de respaldo alto e postadas em círculo.Mikhail se sentou no braço da cadeira de Raven e Gregori se sentou em frente à Razvan,com seus olhos se movendo constantemente escanear o bosque circundante através das

 janelas.— Parece-me que tem guardas o suficiente aí fora. — Disse Ivory. — Contei sete. Perdialgum?— Guardas? — Repetiu Raven, olhando do príncipe ao curador. — Que guardas?Natalya foi quem respondeu:— Meu irmão foi considerado o inimigo por tanto tempo, inclusive por mim, pensandoque era um traidor, que é difícil para os outros acreditar que não seja.— E você está grávida com o filho do príncipe, Raven. — Assinalou gentilmente Gregori.— Muitos pensam que é uma coincidência suspeita que você chegue quando ela estátão perto de dar a luz.— Mas Mikhail nunca convidaria alguém para nossa casa, se não estivesse seguro. — Disse Raven – Isso é totalmente ridículo.— E também suspeitam de mim. — Assinalou Ivory, sem estar disposta que o príncipe selibertasse tão facilmente. — Porque sou uma Malinov.— Por muito tempo dos passados séculos acreditávamos que estava morta. — DisseGregori. — Sim. Alguns suspeitam, mas estive em sua mente, curando Razvan e você. Seipelo que passaram para salvar o fazendeiro e a sua família.

— Conte-me sobre a menina. — Insistiu Ivory.— Vive e está bem. — Assegurou Gregori. — Falcon e Sara protegeram à família até quea menina fosse curada. Agora estão vivendo na hospedaria, e os ajudaremos a começarde novo. Quase tudo o que possuíam foi destruído. Felizmente, o vampiro não matoutodos os animais, como acontece frequentemente. Vocês devem ter chegado e ointerrompeu antes que pudesse fazer muito dano.— Apagaram suas lembranças? — Perguntou Ivory.Mikhail se inclinou para frente, franzindo o cenho.— Os pais foram bastante fáceis, mas as crianças ainda têm pesadelos. Gregori está

trabalhando para ajudá-los. Alguns são mais resistentes que outros. Eu gostaria que mecontasse sobre os lobos.Ivory permaneceu quieta. Razvan estava tão quieto como ela, sentindo que não era umapergunta corriqueira.— Fiz uma promessa à alcatéia que me ajudou e sempre a mantive. O verão em que osfilhotinhos nasceram à caça tinha sido abundante e o inverno tinha suave. A alcatéiateve duas ninhadas, o que às vezes acontece quando é um bom ano. Ajudei com a caça,por isso minha alcatéia estava bem alimentada e o casal alfa e os que os acompanhavam

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estavam emparelhados. Os vampiros caçaram minha alcatéia e os destruíram,esperando me encontrar entre eles.Suas mãos tremeram em seu colo e Razvan apoiou a mão dele em cima, com seupolegar deslizando em seus dedos em um gesto calmante. Ivory não o fitou, mas abriusua mente a ele e deixou que a confortasse onde nenhum outro podia ver. Encontrar àalcatéia morta tinha sido um dos piores momentos que podia se lembrar.— Os filhotinhos eram tudo o que restavam de minha alcatéia original. Estavamseveramente feridos, mas eu não estava inteiramente... — Ela procurou a palavracorreta. – Sadia... Nesses dias. Com muita dificuldade podia suportar a luz da lua e

passava a maioria do tempo na terra. Precisava da alcatéia para minha própriasobrevivência. Não podia deixá-los. Arrastei-me à toca com eles e lhes dei meu sangueem repetidas ocasiões. Algumas vezes não tinha mais opção que tomar o deles. Foi umlongo tempo... Semanas, realmente não me lembro... Antes que o primeiro seconvertesse.E lembrava o momento, o animal gritando pela dor e seu horror ante o que tinha feito.— Fui cuidadosa em me assegurar que aprendessem a caçar só comigo. Eu os alimento eme preocupo com eles. Não podem ter crias. — Ela disse enquanto levantava sua cabeçae olhava o príncipe diretamente nos olhos. — Eles são minha família. Caçamos vampiros

 juntos por séculos e eles salvaram minha vida em incontáveis ocasiões.Expressou no olhar pensativo exatamente o que queria: que ia brigar até a morte poreles.— Pode ver que podem se converter em problemas se começarem a caçar os humanospor comida. — Disse Gregori.Ela lançou um olhar frio.— Não mais que quando algum de nós o faz. Não temos mais opção que caçar o lobo edestruí-lo.Mikhail levantou a mão.— Ivory, só precisamos saber. A alcatéia é incomum, mas parece que os tem na mão.Razvan se removeu.— Já é tarde e não nos alimentamos. A alcatéia está bem, mas devemos caçar antes devoltar para casa.Ele saboreou a palavra casa. Deixou que rodasse por sua língua. Os limites desta casaeram muito sufocantes. Realmente não podia recordar quando tinha entrado em umacasa, certamente não com tanta outra gente e com todos os olhos neles. Ivory escondiabem, mas estava igualmente incômoda. Nenhum deles era bom em habilidades sociais,

tendo ficado sozinhos por tantos anos.— Podemos alimentar aos dois. — Disse Mikhail — Realmente os trouxe aqui com umpropósito.Ivory se recostou em sua cadeira, mas Razvan se deu conta que os dedos dela rodeavamseu crossbow e sentiu uma onda de inquietação nos lobos.— É obvio que tem.Mikhail sorriu facilmente.— Nossos filhos estão morrendo antes que nasçam, Ivory. Não tenho tempo a queperder com sutilezas. Nossas maiores mentes tentaram encontrar soluções para o

problema e recentemente, afinal, tivemos um grande avanço. Descobrimos que a fontede nossos abortos é Xavier. Ele mudou aos extremophiles, microorganismos que atacamnossos filhos ainda no ventre. Os microorganismos estão na terra. Ainda que mudemosde localização, e é obvio que o consideramos, ele pode contaminar terra em qualquerlugar que nós vamos. Temos que detê-lo.— Essa é nossa meta. — Disse Ivory.— Gregori me informou que acredita que vocês estão preparados para destruir Xavier.Acredita que se alguém pode fazê-lo, vocês dois têm a maior chance. Tenho uma grande

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confiança em Gregori, assim como também em meus próprios instintos. — Nósgostaríamos de ajudá-los de qualquer maneira possível.— Não. — Interrompeu Natalya. — Não, Razvan.Ela se desvencilhou de Vikirnoff e ficou em pé, com as mãos nos quadris.— Recém o tenho de volta. Não pode se aproximar desse homem. Por nenhuma razão.Sabe que está caçando você. Sabe disso.Razvan suspirou. Quando ela era uma menina, ele nunca gostava quando ficavaaborrecida, e era igual agora que era uma adulta.— Natalya, conheço-o melhor que qualquer outra pessoa. — Ele disse com voz gentil. — 

Ivory o estudou e de fato em um tempo trabalhou com ele em sua escola. É boa com osfeitiços fazendo os contra-ataques. Mikhail tem razão quando diz que Ivory e eu temosuma melhor oportunidade de detê-lo que qualquer pessoa que conheçamos.— Mas não está certo. Você sofreu muito.O que ela realmente queria dizer era que lhe tinha dado por perdido por anos, e não erapara nenhum dos dois. Queria-o de volta.Vikirnoff estendeu sua mão, e logo depois de um momento de dúvida, ela a segurou serecostando contra ele, tentando obviamente não chorar.— O grande sacrifício de Ivory e Razvan pode ser a única coisa que salve a nosso povo.

— Disse Mikhail. — Ambos conheceram nosso inimigo nos anos que em pensamos queestava morto. Só temos Lara para manter vivas as crianças não nascidas, e ela não podepermanecer para sempre. Temos quatro mulheres: Syndil; você, Natalya; Lara e Skyler,que podem limpar a terra. Neste momento nossa espécie é muito frágil. Mesmo estandopreparados para destruir a ameaça de Xavier, ainda estaremos lutando contraobstáculos para continuar. Precisamos de Razvan e Ivory. Precisamos de cada guerreiroque tenhamos para brigar, com qualquer capacidade que tenham.— Não entendo o que diz quando refere sobre os extremophiles. — Disse Ivoryfranzindo o cenho. — Antes, quando estávamos na terra captei imagens dessas coisasem sua mente, mas não entendo exatamente por que são usadas essas coisas. Xaviercriou parasitas para melhorar as comunicações entre os vampiros e assim paraidentificar a seus aliados. O que fazem esses microorganismos?— Estão no chão e entram no corpo do macho quando ele está descansando. — Lherespondeu Gregori. — Durante o sexo ele transfere esses microorganismos jámodificados à mulher, a qual logo os transfere ao feto. É um círculo vicioso que parecenão sermos capazes de parar.— Está seguro que a fonte seja Xavier? — Perguntou Ivory.

Foi Razvan quem lhe respondeu.— Fui testemunha de seus experimentos. De todos eles. Estive presente quando lançouseus feitiços perversos, retorcendo e corrompendo a natureza para seus própriospropósitos escuros. Ele tinha piscinas de sangue e veneno líquido.Ivory levantou a cabeça como se estivesse atrás de um rastro fresco.— Realmente ouviu seu feitiço? Ele deixou? Estava com ele?Ela tentou sufocar a alegria que transbordava através dela.— Você disse que não sou bom com os feitiços. É por isso que ele queria Natalya. Ela simque é.

Natalya começou a interromper para dizer algo, mas Mikhail a silenciou.- Deixe-os falar entre eles.Ele podia ver... Inclusive sentir... Que Ivory estava de repente excitada.— Mas tem uma memória extraordinária. — Assinalou Ivory. — Eu vi e você não seesquece o menor detalhe. — Ela olhou para Gregori em busca de confirmação, sabendoque o curador tinha passado uma grande quantidade de tempo na mente de Razvan. — Nós conversamos sobre isto, Razvan. Se puder recordar as palavras precisas, exatas deseus feitiços, estou segura que podemos desentranhá-los. Ele usava aprendizes para a

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base da maioria de seus feitiços, e logo quando estavam se tornando muito bons no quefaziam, ele se desfazia deles porque os temia.A mão de Razvan se moveu contra a dela, acariciando seu pulso sobre a fina linha brancaonde havia sido cortada.- Disse que podia lembrar. E sim, lembro-me inclusive deste, mas o recordá-lo não será

 fácil.Ele não queria reviver os dias de tortura, o som das vítimas indefesas gritando, dasmulheres às quais não pôde ajudar. Seu próprio papel, ciente ou não.- Se é seu desejo, farei.

Ivory tocou sua mente e encontrou nele a mesma paz serena, a calma da aceitaçãocompleta. Se lhe pedisse que voltasse para trás em suas lembranças, sabia que elevoltaria sem duvidar. E o amor por ele brilhou em seu coração. O orgulho que sentia porele se elevou em sua alma. Sem importar o que os outros vissem em seu rostodesgastado, ela sempre veria um herói.— Se tivesse os feitiços que ele usava, poderia tomar o controle dos extremophiles? — Perguntou Mikhail a Ivory.— Poderia ser capaz, com tempo suficiente. Teria que estudar os feitiços. Xavier gostados feitiços complexos. E eu precisaria de um o bastante complexo para matar toda uma

espécie e mudar a outra. — Ela deu de ombros. — Não tenho nem idéia de quantotempo levará, mas até agora, os que estudei pude revertê-los. — Ela levantou o queixo.— Era uma estudante muito atenta.Nesse momento o polegar de Razvan pressionou a sensível pele de seu pulso,acariciando o batimento saltitante.— Se tivermos que nos mudar das montanhas, mudaremos. - Disse Mikhail. – Eu duvidoque isso resolva o problema. Eventualmente se estenderá através de nosso país a outrasterras. Seria bem melhor se pudéssemos erradicá-lo.Ivory assentiu.— Xavier fará sua jogada contra você muito em breve. — Ela disse e olhou para Raven.— Já tem uma filha e agora, com um filho, não pode permitir que você ou seus filhosvivam. Virá atrás dela.Mikhail deslizou um braço confortante ao redor dos ombros de Raven.— Estamos preparados.— É por isso que seus guerreiros rodeiam esta casa? — Perguntou Razvan.Mikhail assentiu.— Estamos todos inquietos. Os ataques se tornaram mais frequentes, nos escolhendo

separadamente, um por um, seguindo as crianças durante o dia usando marionetes.Desgastam-nos. Foi uma surpresa que os dois aparecessem. E é obvio, como semencionou anteriormente, o momento foi altamente suspeito.— Mas não para você?Outra vez o olhar de Ivory encontrou com o dele. Firme. Desafiante.Ele enviou a ela um pequeno sorriso.— O peso de meu povo esteve muito tempo sobre meus ombros. Não tenho os dons demeu pai, mas tenho bons instintos. Tenho que confiar neles. Neste mundo poucas coisassão seguras. Escolhi seguir meus instintos sobre vocês dois, somado à opinião de

Gregori. A combinação raramente falha.Gregori expeliu um som nada elegante.— Nunca, você quer dizer. Não cometo enganos quando se trata de sua segurança.— Parece-me que Razvan deu um jeito para segurar uma faca em minha garganta,contigo a não mais de seis metros. — Assinalou Mikhail com diversão.Ivory imaginou que a relação entre os dois homens era uma de unida amizade ecamaradagem.

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— Paguei-lhe uma grande quantidade de dinheiro para que fizesse isso. — Disse Gregori.— Queria que você se desse conta, que como nosso príncipe, não deveria estarperseguindo vampiros por todo o país e Razvan concordou em me ajudar a te ensinaruma lição.Raven sorriu.— Vocês dois são impossíveis. Posso sentir a fome de nossos convidados. Talvezpudessem fazer algo sobre isso para que possamos seguir com a visita. — Ela sugeriu.— Somos capazes de caçar. — Disse Ivory, tentando não soar tensa. Uma coisa eratomar sangue quando era incapaz, e outra muito diferente, quando estava em forma.

Era uma guerreira, não uma menina.— Não há necessidade. — Disse Mikhail — Ofereço livremente meu sangue.O príncipe lhe sorriu. Cômoda e amigavelmente. Fazendo com que seu estômago desseum nó. Ela não tinha amigos. Não sabia como tê-los. O que ele queria dela? O queesperava dela? A sala parecia muito pequena. Mal podia respirar.- Pouco importa o que queiram de nós, - assegurou-lhe Razvan. - Não precisamos denada deles: eles precisam de nós. Qualquer coisa que escolhermos fazer é nossa decisão.Não lhe juramos lealdade. Estamos em um caminho e continuaremos transitando-o. Nãohá mal em ouvi-los. Seu sangue é puro e carrega mais poder que qualquer outro. Se não

desejar se alimentar dele, eu o farei e a alimentarei mais tarde.Ela escutou a fria resolução em sua voz e seu estômago se assentou. Havia sobrevividosendo consciente de tudo o que a rodeava, evadindo-se de outros e tendo grandecuidado em ficar na posição mais vantajosa se por acaso precisasse brigar. Razvan estavafazendo o mesmo.Ivory havia escolhido cuidadosamente as cadeiras nas quais estavam sentados, para queninguém pudesse deslizar por trás ou chegar muito perto de algum dos lados. Raven e opríncipe estavam bastante vulneráveis em frente a ela. Sabia que o príncipe se sentaradeliberadamente em uma posição vulnerabilidade, para limar a extremidade de suaaguda cautela ante tal situação, e embora o apreciasse, ainda queria ir embora.Era difícil manter a compostura quando havia tantos corações pulsando e o som dosangue rugindo através de suas veias. As emoções ao seu redor pareciam muito cruas.Por ter vivido sozinha por tanto tempo, estar confinada em uma sala, ainda em uma tãoespaçosa, ainda era incômodo. Forçou um sorriso para o príncipe, inclinando sua cabeçacomo uma princesa.— Agradecemos por sua generosa oferta.Era Razvan, mais que ela, quem estava incômodo com o processo de alimentação. Não

gostava de tomar sangue do pulso, e ela sentiu sua instantânea aversão ante a idéia,quando o príncipe ofereceu casualmente o seu. Ela tomou o sangue sem vacilações,esperando distrair a atenção de Razvan.— Razvan, ofereço-te meu sangue. — Disse Natalya no silêncio. — Não me importariaexperimentar novamente o processo de vinculação com você.Razvan ficou completa e absolutamente quieto. Ivory sentiu seu rechaço instantâneo,seu completo retraimento. Sua pele ficou pálida, quase transparente e as linhas de seurosto se aprofundaram.— Não sou o príncipe, mas como sua irmã oferecem-lhe livremente.

Cada músculo do corpo dele se enrijeceu, embora se visse tão calmo e sereno comosempre. Simplesmente ficou em pé e se deslizou longe de Natalya, colocando distânciaentre eles, e embora um leve sorriso suavizasse sua boca, seus olhos estavam tristes. Eleinclinou a cabeça para ela em um gesto de respeito.— Você me honra irmãzinha, mas não posso aceitar tal presente.O estômago dele se revolveu e a bílis começou a subir. Ivory deslizou sua língua sobre opulso de Mikhail para fechar as aberturas e se endireitou lentamente. Razvan pareciacalmo, mas ela podia sentir a tensão que estava crescendo.

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Gregori franziu o cenho. Havia dado uma quantidade importante de sangue a Razvan nasúltimas semanas e estivera em sua mente e lembranças. Sentia que o homemusualmente sereno estava angustiado. Ficou em pé e caminhou para Razvan,bloqueando-o da visão dos outros.— Natalya, é melhor para ele tomar o sangue de um curador. Ele está melhor, mas nãocompletamente bem. Seus ossos devem se soldar mais fortes que nunca.Razvan não disse nada. Não confiava em si mesmo para falar. Simplesmente aceitou aoferta do curador, agradecido de que os outros não pudessem presenciar suas mãostrêmulas.

- Estou com você. Você não é um monstro, rasgando o pulso de alguém para tomar sangue.Ivory manteve a voz baixa e firme, estirando-a para envolvê-lo com sua presença.Razvan não respondeu, mas lhe permitiu que deslizasse completamente em sua mentepara ver as imagens que giravam em caos. Por um momento o horror a prendeu, comofez com ele... E com Gregori... Enquanto compartilhavam a visão do um pulso de meninasendo rasgado por dentes afiados.— Xavier tem muito pelo que responder. — Disse Gregori em voz baixa.Razvan novamente não disse nada, mas a compreensão foi em um longo caminho para

dissipar os nós que se apertaram mais e mais em seu estômago. Fechou as espetadas dopulso do curador e o brindou com uma leve reverência de agradecimento. Gregoriignorou sua formalidade e o aplaudiu nas costas.— Não é como se nós não soubéssemos um do outro. — Ele disse.— Mikhail, - a voz de Raven era pensativa, - você notou a semelhança entre a Syndil eIvory? Poderiam ser irmãs.— Não tenho irmãs. — Lhe assegurou Ivory. — Tive cinco irmãos.— Mas parecem iguais. — Concordou Mikhail. — E tem uma afinidade especial com aterra, como Syndil. É uma mulher extraordinária. Vai querer conhecê-la.Ela não ia ficar presa na comunidade Cárpato. Mal podia raciocinar ali, insegura de simesma, em nada confiante, como se tudo estivesse fora de lugar.- Sinto-me igual.- A voz de Razvan em sua mente foi gentil.- O que é que está errado conosco quando são tão amáveis e hospitaleiros? - Estivemos muito tempo longe de outros. – Ele assegurou-lhe. - Muito tempo em nossa

 própria companhia. Necessitamos dos espaços abertos e o silêncio de nossa própriaguarida.

Agora ela estava desesperada para terminar esta reunião e ir para casa, mas havia algona mente de Mikhail e ele não iria deixá-la ir até que dissesse.Razvan segurou sua mão. Agora ambos estavam de pé, o primeiro passo para uma saídaelegante. Antes que Ivory pudesse se desculpar, Mikhail falou novamente.— Há algum tempo Natalya veio a nós, até estas montanhas, para procurar respostas.Seu pai havia roubado um livro.Razvan inalou bruscamente. Seus dedos apertaram os dedos de Ivory com repentinaforça.— Nosso pai morreu por causa desse livro. O livro mestre de feitiços de Xavier. Xavier o

selou com o sangue de cada espécie. Magos. Cárpatos. Licantropos, jaguar e humana.— Não havia sangue de Licantropos presente. — Disse Natalya — Vi a visão em minhabusca para encontrar o livro. Foi selado com o sangue dos três e deve ser aberto com osangue desses três.Ela se voltou para seu companheiro.- Vikirnoff, por que ele mente sobre isto? Você viu a visão. Xavier verteu o sangue dostrês. Por que Razvan insiste em que há outros? - Não sei.

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Mas Natalya notou a suspeita em sua voz.— Ele assassinou uma mulher de cada espécie e selou o livro. — Disse Razvan — Eu vi.Pode decidir acreditar em mim ou não, depende de você.Mikhail passeou pela sala.— Os Licantropos se escondem melhor que qualquer espécie. Seu sangue é poderoso ediferente. Xavier teria sabido. Ele estudou o sangue e nunca o teria deixado para trás. Osangue Licantropo pode esconder a si mesmo, mas não o sangue humano.— Então o que aconteceu com o sangue Licantropo? — Perguntou Natalya. A suspeitacrepitava em sua voz. — Vi Xavier levar a cabo o ritual.

Ivory lhe lançou um olhar rápido e encolheu os ombros.— É provável que estejam escondidas ali. Um segredo para ajudar na proteção do livro.Se Xavier conhecia as propriedades do sangue Licantropo, poderia saber que se escondiade outros. Podia contar com isso para evitar que o livro fosse aberto e usado. E quantoao sangue humano, Xavier não teria problema em esconder algo se o desejasse. Comrespeito a sua visão, é possível que a tivesse preparado para alguém que acessasse a ela.Xavier põe salvaguardas em tudo o que faz.Natalya sacudiu a cabeça. Tinha passado por uma horrenda experiência para recuperar olivro, incluído presenciar a morte de seu pai.

— Você na realidade segurou o livro em suas mãos? — Perguntou-lhe Razvan a sua irmã.— O encontrou?Ela assentiu.— Nosso pai me deixou uma mensagem. Uma forma de encontrá-lo. Eu o trouxe paraMikhail.— Eu quero que você leve o livro, Ivory. - Mikhail disse. - Ninguém sabe onde é suaguarida. Ninguém teve qualquer idéia de sua presença por todos estes longos anos,ainda que você não possa estar longe de nosso território. O livro deve permanecerescondido e longe de Xavier. Eu o confio a você e qualquer conhecimento que vocêpossa ganhar com ele em sua posse.Um ofego se estendeu pela sala. Natalya sacudiu a cabeça. Vikirnoff de fato ficou de péagressivamente.— O livro foi confiado a você, Mikhail. — Ele objetou — A ninguém mais. Perdoe-meRazvan, mas alguém tem que ter a cabeça limpa neste assunto. — Vikirnoff estendeusua mão para Ivory — O companheiro desta mulher foi possuído durante anos porXavier. Usou-o para espionar, enganar, mentir e para causar um grande mal. Comosabemos que não está nos enganando neste momento? Você pegaria um livro tão

perigoso e o colocaria nas mesmas mãos do homem que passou tantas vidas com ele?Recém o conhecemos. — ele olhou para Gregori. — Não temos mais opção que levareste assunto ao conselho.Mikhail se elevou em toda sua altura. Nesse momento tirou o fôlego de Ivory. O podersurgiu na sala, suficiente para que as paredes se expandissem e se contraíssem ehouvesse um estremecimento sob seus pés. Até o cabelo dele crepitava com energia.— Não solicitei o assessoramento do conselho de guerreiros e nem necessito. Se vocênão puder ser civilizado com um convidado em meu lar, então pode ir embora.Não gritou, nem se alterou. Na verdade seu tom de voz baixou, mas carregava peso

suficiente para acabar com alguém imediatamente.Vikirnoff abriu a boca e logo a fechou, com uma veloz impaciência atravessando seurosto.— Que fique registrado que é uma má idéia e a decisão sobre o livro deveria esperar.Até que nós os conheçamos melhor, não podemos confiar neles.Natalya ficou de pé, dividida entre acreditar em seu irmão, e recordar as numerosasvezes em que ele a enganara para que ela desse a Xavier a informação que precisava. Elasacudiu a cabeça e seguiu Vikirnoff para fora da casa.

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- Sinto que ela o machuque. - Disse-lhe Ivory, tentando reconfortá-lo.- Ela tem razões para se preocupar . – Ele respondeu-lhe com gentileza. - Não seincomode em meu nome. — Teriam que ter perguntado se eu queria o livro. — Disse Ivory. — Não o quero. Masagradeço pela confiança em nós. É obvio que estou incomodada em seu nome.Machucou você, o reconheça ou não, e você não merecia.— O livro pode ser de algum uso para você enquanto tenta encontrar uma forma dereverter o feitiço de Xavier sobre os extremophiles. — Disse Mikhail, parecendoinconsciente de que eles estavam mantendo uma conversa particular, embora Ivory

estivesse bastante segura de que sabia.- Não a culpe, Ivory. Ela passou por muita coisa ao longo dos anos. Só está assustada,com Xavier constantemente em seus calcanhares. Por meu próprio bem, não a culpe.Ivory suspirou. Neste momento, faria qualquer coisa por Razvan. Se perdoar sua irmã eseu companheiro significavam tanto para ele, então se obrigaria a fazê-lo. Enviou-lhe umpequeno sorriso antes de voltar sua completa atenção ao príncipe.— Não posso desfazer a mutação dos extremophiles, embora possa ser capaz deredirecioná-los. — Ela disse. — Mas esse livro não ajudará. Contêm feitiços retorcidos eé tão perigoso, que qualquer um que tentar usá-lo, mesmo Xavier, só se tornará tão

corrupto e retorcido quanto o próprio livro.Razvan segurou sua mão, amando-a mais por seu apoio.— Mikhail, ela tem razão. É um trabalho do mal. O sangue que está selando o livro é odas mulheres que ele matou. Ele selou-o com morte. E com morte deverá ser aberto.Destrua-o, embora não vai ser fácil. Não deixe que outro o toque e destrua-o logo quepuder imaginar como. Não pode se arriscar à contaminação.— Também deve lhe pôr outras salvaguardas. — Adicionou Ivory.— Estão seguros de que é o melhor procedimento com o livro? — Perguntou Mikhail. — Se contiver informação dos feitiços de Xavier para matar nossas crianças...— Sei que é lógico pensar que talvez possa usá-lo para revertê-lo, mas esse livro é quaseum inimigo tão grande quanto o próprio Xavier. Se caísse nas mãos de um de meusirmãos, você conhecerá a guerra como nunca antes. — Disse Ivory. — Destrua-o. — Elasuspirou pesadamente. — Não será uma tarefa fácil eu suspeito que não seja capaz dedestruí-lo sozinho. Procure as tias de Razvan. Sei que ainda estão dormindo, mas quandodespertarem apresente a elas o assunto.— Como reverteremos os feitiços se não pudermos usar o livro? — Perguntou Raven.— Razvan pode recordar os feitiços do mago e eu posso documentá-los. — Respondeu

Ivory — Dessa maneira podemos ter um arquivo seguro. Enquanto Razvan viver elembrar, provavelmente poderemos recriar o livro inteiro sem a corrupção.— Acredita que pode fazer isso? — Perguntou-lhe Raven. Ela pressionou as mãosprotetoramente sobre seu filho não nascido, em seu ventre.— Eu gostaria de ter filhos algum dia. — Disse Ivory, embora para dizer verdade, nãoacreditava que sobrevivesse à batalha à frente. — Eu farei isto, não importa quantotempo que leve.

Capítulo 14

À noite lhes deu as boas-vindas, com os espaços abertos, o céu agora estava pesado ecom nuvens novas. Ivory inalou profundamente, puxando a brisa noturna aos seuspulmões e riu somente pela alegria de estar fora, onde se sentia livre.— Nunca façamos isso novamente. - Ela disse.Razvan sorriu.

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— Boa idéia. Você é que tem boas maneiras, insistindo em agradecer a todos. — Eledisse erguendo seus braços para as nuvens cinza e inalou. — Acredito que vai nevarsobre nós.— Devemos pegar os meninos e ir para casa? — Perguntou-lhe ela com seu lento sorrisose equiparando ao dele.— Voamos? Corremos? — Ele perguntou arqueando uma sobrancelha para ela.Ivory deu um lento e cuidadoso olhar ao redor.— Penso que por enquanto deveríamos caminhar.Razvan lançou seus sentidos na noite, tentado recolher o que ela sentia. Não duvidava

que algum dos caçadores Cárpatos pudesse estar seguindo para se assegurar que elesnão se reuniam com Xavier para lhe reportar tudo o que haviam conversado.— Eles pensam que sou um espião. — Disse ele — Incomoda-a?— Na verdade, - ela o corrigiu, - eles pensam que nós dois somos. — Ela lhe enviou umsorriso divertido. — Passei mais de uma vida humana pensando no povo dos Cárpatoscomo traidores, e agora eles pensam em mim como espiã.— Porque você está comigo. — Razvan assinalou. — Se desejar, quando quiser visitar oufalar com eles para reunir informação, não me machucaria que fosse sozinha aopovoado. Posso passar o tempo esperando você, com a alcatéia nos arredores.

Ela sacudiu a cabeça.— Não é simplesmente por você. Sou uma Malinov. Não posso culpá-los. O oportuno danossa chegada é muito suspeito. Eu suspeitaria.Mas não estava contente com a irmã dele. Natalya deveria ter acreditado nele. Tinhamedo de confiar, mais que de não lhe acreditar. Ivory não vocalizou sua opinião porqueRazvan simplesmente aceitava as suspeitas de sua irmã como fazia com a maioria dascoisas, mas se ela tivesse a oportunidade, talvez tivesse uma conversa com a mulher.Razvan riu em voz alta e lhe envolveu as mãos com as dele.— Ainda estou em sua mente.Ela se ruborizou, se dando conta de que ela também estava.— Parece tão natural. Não pretendia que ouvisse.— Eu não me importo com você querendo me defender, mas verdadeiramente Ivory,não é necessário. Eu aprendi a viver sem a admiração da Natalya nestes anos longos. Eume preocupo com minha filha, Lara. Espero que possamos aliviar seus problemaseliminando Xavier, mas não tenho desejos de afetar a vida dela ou a de Natalya, ouinclusive de minhas tias. Estou bem do modo que sou. Feliz em ser como sou.Ele prendeu a mão dela contra o peito enquanto caminhavam, fazendo que se

 juntassem.— Lara não veio para me ver, o que você e eu sabemos que significa que não estápreparada para me enfrentar. Sinto-me incômodo ante a presença de todos. Asemoções, às que não estou acostumado, podem ser difíceis. Preciso de paz em minhamente, e com a combinação da dúvida e culpa pressionando sobre mim me encontrotendo que trabalhar para manter minha mente calma, o que não havia acontecido emmais anos dos que posso contar.— Eles são tolos Razvan. Não entendem o que você sofreu por eles. Por todo o povoCárpato.

— Minhas tias lhes contarão quando emergirem da terra curadora. Foram mantidasmuito tempo famintas e Gregori passou muito tempo tentando ajudá-las a se recuperar.— Ele disse. — Quando compartilhamos nossas mentes pude vê-las com clareza. — Elesorriu e desta vez seus olhos continham afeto. — As observei como mulheres, como eleas viu, não na forma de dragões nas quais estavam cativas. Foi... Incrível.Ivory caminhou através da neve, balançando as mãos com as dele, desejando ter dadomais atenção às variadas pessoas na mente de Gregori. Se não haviam pertencido àbatalha ou lhe tivessem parecido importantes, ela havia tratado de ser cuidadosa com

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sua privacidade. Agora, mal podia recordar às duas mulheres que tinham salvado a vidade Razvan tornando-o completamente Cárpato. Elas tinham o sangue de Rhiannon, aavó de Razvan, fluindo por suas veias. E Rhiannon vinha de uma linha Cárpato muitopoderosa.— Caçador de Dragões. — Ela murmurou em voz alta. — Com freqüencia aquele nomeera sussurrado com temor e respeito.Começaram a cair os primeiros flocos de neve. Pequenos cristais de enorme beleza.Razvan os observou enquanto caminhavam, com seus rastros leves e logo inexistentes,como Ivory desejava. Ainda deixavam sua essência para trás, se assegurando de que

qualquer um que quisesse rastreá-los pudesse ver a curva ampla de uma nova direção.Razvan caminhava junto a ela sentindo-se contente, ocasionalmente recolhendo neveem sua mão e fazendo uma bola, só para atirá-la em um tronco de árvore enquantopassavam. Sentia-se um pouco como uma criança outra vez, despreocupado e feliz, talcomo quando corria com os lobos.— Você aproveitou cada momento, — disse Ivory — e o viveu bem.Ele deu de ombros.— Achei que para poder sobreviver, tinha que viver o momento. Faço o que é preciso,com tudo o que sou. Desfruto, suporto-o ou sobrevivo. — Ele disse olhando ao redor,

para a neve flutuante e às árvores carregadas com suas formações de cristal. — Paramim isto é o paraíso.— Caminhar pelo bosque através da neve, esperando fazer se perder qualquer um quenos rastreie? — Ela riu sacudindo a cabeça. – Na verdade é um pouquinho particular. Eugosto, mas ainda é raro.A risada de Razvan foi alegre, com o som puro e profundo deslizando por seu corpo efazendo com que seu coração cantasse. Ele a fazia se sentir um pouco idiota, mas não seimportava. Manteve o sorriso tolo em seu rosto.— Neste momento temos tudo o que podemos desejar. Você. Eu. A alcatéia. Olhe ao seuredor. A neve é linda, as árvores incríveis. Somos felizes. Seja o que for que venha maistarde, agora temos estes momentos. Justo aqui. Podemos aproveitá-los ao máximo,porque nunca voltarão.Ele lançou uma bola de neve nela, que aterrissou em seu cabelo e se rompeu, cobrindode flocos brancos os fios negro-azulados. Ele se afastou correndo a toda velocidade.Ivory ofegou e foi atrás dele, recolhendo neve na corrida, esmagando-a e atirando-acom tremenda velocidade e precisão. A pontaria era fruto de atirar suas flechas.Razvan se abaixou rindo e olhando-a sobre seu ombro. Ela parecia formosa correndo

pela neve com seus passos longos, com seus músculos se estirando sob a suaveextensão de sua pele. Só o modo em como se movia era puro pecado. Os olhos delaestavam enormes pela excitação. Os flocos de cristal aterrissavam seus cílios o que afazia bater as duas meias-luas para tirá-los. O gesto era feminino, sexy além de qualquermedida, embora totalmente sem intenção.Ele tomou vantagem e reverteu sua direção, correndo rápido para ela, jogando trêsbolas de neve para distraí-la, sem lhe importar onde pegassem, fitando sua boca. Acurva linda de seus lábios suaves, curvados e tentadores. Baixou o ombro e a pegou porbaixo, levantando-a e atirando-a ao solo em um movimento suave.

Aterrissaram na neve, afundando no pó gelado. Razvan pegou seu pulso antes que elapudesse pôr outra bola de neve sobre sua camisa. Ela sorriu. Antes que pudesse tomarvantagem e beijá-la, ela se elevou com os calcanhares, o suficiente para virar seu corpoe poder ficar em cima dele, tentando imobilizá-lo. Lutaram na neve, com os flocos seelevando como um torvelinho para encontrar aos que caíam do céu e com suas risadasrevolvendo as agulhas nas árvores. O vento levou o som na quietude da noite.

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Deitaram lado a lado estirando os braços e as pernas, como duas crianças pequenasfazendo figuras de neve e logo se levantando de um salto para outra selvagem batalhacom bolas de neve voando furiosamente.Finalmente, Ivory saltou para ele, abraçando-o pelo pescoço e as pernas envoltas aoredor de seus quadris em um esforço para parar o jogo louco antes de rir tanto atéchorar.— Você é louco, Razvan. — Ela lhe disse, abraçando-o apertadamente, enterrando seurosto contra sua garganta, temendo que verdadeiramente pudesse estalar em lágrimasante as emoções que a enchiam, ameaçando subjugá-la.

Sabia que ele pensava que ela era alguma espécie de milagre, mas na verdade, para elaele era o milagre. Ela não tinha idéia de como divertir, e tampouco de como ele sabia.Em sua vida não havia tido diversão. Só crueldade e tortura; ela pelo menos tinhabrincado com sua alcatéia, mas foi Razvan quem havia trazido novamente a diversão aseu mundo.— Ivory? — Ele perguntou-lhe gentilmente.Ela se recusou a levantar a cabeça, só o abraçou mais apertado, mantendo seu rostopressionado contra sua garganta, ouvindo o selvagem tamborilar do coração dele esentindo o tranquilizador batimento de sua pulsação.

Razvan apertou os braços ai seu redor, balançando-a gentilmente como se aconfortasse, mas não disse nada, sem pedir uma explicação com respeito ao fim de seu

 jogo. Ela fechou os olhos e o saboreou. Não era a força física que Razvan possuía emabundância que a arrastava para ele. Era a força pura de sua personalidade, a absolutadeterminação de seu espírito profundamente em seu interior. Ele era firme. Uma rochapara ela.Ela levantou a cabeça e lhe sorriu, sem saber que o coração brilhava nos seus olhos.— Você é meu, Caçador de Dragões. Minha rocha.O lento sorriso interrogativo quase lhe deteve o coração.— Isso o que sou, hän ku kuulua sívamet... Guardiã de meu coração. Serei todo seu.Ivory permitiu que seus pés caíssem na neve.— Vamos para casa.Mais que tudo, ela queria estar em casa com ele. Queria seu santuário particular paralhe dar a boas-vindas, para sentir como se ele fosse mais parte da alcatéia... De seu lar...Como era de seu coração.Razvan estendeu sua mão para ela. Ela deu um olhar para o céu, escaneando as árvores,pensando. Em primeiro lugar ela era uma guerreira. Nunca podia esquecer-se disso.

— Você nunca vai ser diminuída pelo que há entre nós. — Razvan lhe disse comsuavidade.Algo nela se assentou. Ela não podia imaginar ser diminuída por Razvan. Se acontecessequalquer coisa, ela seria melhor, mais forte. Olhou para a mão dele. Ela mão era grande.Havia cicatrizes em cima e em baixo de seu pulso e seu antebraço. Seu coração seagitou. Colocou sua mão na dele e observou como os dedos dele se fechavam sobre osseus, vinculando-os da mesma maneira que haviam feito as palavras rituais.- Recorda-se? Ela não podia dizer em voz alta; significava muito. Ela era muito espiritual e acreditava,

se alguém acreditasse ou não, que tinham nascidos para ficarem juntos, e essas palavrasimpressas nele do nascimento lhes havia tornado um só.Razvan atraiu a mão dela até seu peito e espalhou a neve dos fios de seu cabelo quecaíam ao redor de seu rosto, separadas de sua grossa trança em sua batalha selvagem.— Lembro-me de cada palavra, Ivory, e eu a proferi com seriedade. Queria o vínculoentre nós. Não foi desespero. E não foi a necessidade de me salvar.Ele inclinou sua cabeça escura, da forma tão lenta e peculiar dele. Ainda tinha flocos deneve em seus cílios. Enquanto se movia, um calor espesso deslizou como mel por suas

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veias. Os lábios dele se fecharam sobre os seus e ela esteve segura que a neve sederreteu ao redor. Jurou que podia ver o vapor se elevando do solo e sentir seacumulando em sua intimidade, como líquido derretido. Como magma espesso.Pressionou-se contra ele, se derretendo como a neve. Sentia-se na beira de um grandeprecipício, cambaleando, sabendo que ia cair e que era muito tarde para se salvar. Parafalar a verdade, não queria se salvar; na realidade morria de vontade de saboreá-lo, como relâmpago branco e quente fazendo um arco através de seu corpo, chispando em suamente, produzindo um longo curto-circuito em seu cérebro, quando estavam em campoaberto.

Quando ele levantou a cabeça, ela levou um momento para afogar a intensidade de seudesejo. Respirando profundamente, Ivory se afastou da tentação.— Você é o homem mais letal que conheço.— Aceitarei como um elogio. — Ele beijou-a novamente. — Você gosta do que é letal.Ele sabia como beijar. Longo, suave e delicioso. Um calor lento e ardente que abrasavado interior. Encontrou-se sorrindo outra vez quando ele levantou sua cabeça.— Sim. Acredito que sim. Embora estivesse assustada em se preocupar tanto por alguémoutra vez.Caminharam através da neve amontoada por muitos quilômetros, até que os flocos

começaram a parecer como uma manta branca caindo do céu. Poderia ter sido porcausa mundo silencioso onde se encontravam, estranho e branco e tão calado, que atésuas respirações pareciam muito altas no vasto silêncio, mas Ivory começou a se sentirincômoda. Mais outro quilômetro e seus lobos se revolveram. Ela sentiu a titilação seestender sobre sua pele quando Rajá levantou a cabeça de suas costas e despiu seusdentes em um grunhido.- Eu sei , - ela o acalmou. - Temos companhia.Ivory olhou para o Razvan.— Estão nos seguindo. — Lhe disse com um fio de voz, tão silencioso e calado como aneve.Um pequeno sorriso de diversão inesperada iluminou o rosto de Razvan.— Bom, imagino que teremos um pouco de diversão.Ela franziu o cenho.— Diversão? Razvan, não é o não morto que nos segue. Não podemos ter ninguémencontrando nosso refúgio, nem tampouco queremos nos enredar em uma batalha seforem Cárpatos como suspeito.O sorriso dele se ampliou.

— Eu estava bastante seguro de que alguém tentaria nos seguir. Estive prestando umpouco de atenção enquanto caminhávamos, trabalhando em um plano.O olhar âmbar de Ivory se estreitou se moveu pelo rosto dele. Ele parecia mais jovem.Mais feliz. Ela o tinha obtido, mas...— Confie em mim, Ivory. Não sou o lutador experiente que é, mas sou muito bom emplanejar batalhas e estratégias. Esta é uma situação feita para mim.Ela enviou seus sentidos velozmente de noite, procurando informação, procurandoalgum espaço em branco que pudesse indicar um vampiro. Os caçadores estavam bemescondidos, tanto que ela não estava segura de que tivesse razão, mas Rajá nunca se

equivocava e ele tinha emitido sua advertência.— O que quer fazer?— Deveríamos ir para o vale das névoas. Ali é onde desapareceremos totalmente e osdeixaremos para trás. Mas enquanto isso me parece que eles merecem uma pequenalição, não acha?— Lição? — Ivory repetiu fracamente. Havia muita diversão na voz dele.— Precisam aprender a ter um pouco de respeito por minha mulher. Você é umaguerreira igual a eles e apesar disso eles a tratam como se fosse uma novata. Nem

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sequer nos brindaram com o respeito de nos confrontar cara a cara. Pode ser bom paraeles que saibam que não são tão bons como pensam.— Não penso que sejam crianças os que nos seguem. São guerreiros Cárpatosexperientes, possivelmente antigos que têm milhares de batalhas em suas costas.O sorriso convencido o fazia parecer mais jovem, quando em realidade não tinha nadadisso nele.— Talvez, mas entretanto podemos fazê-los se lembrar de sua infância.

— O que pensam que estão fazendo? — Demandou Gregori enquanto caía sobre o

pequeno grupo de caçadores Cárpatos.Vikirnoff teve a elegância de parecer incômodo.— Não somos crianças para ser repreendidos, Gregori. — Ele respondeu.As sobrancelhas de Gregori se elevaram.— Não, não são. Você é um caçador antigo, e pessoa mais experiente que eu. Nemtampouco vim repreendê-lo. Perguntei o que estavam fazendo para ver se precisavamde algum tipo de ajuda.Os outros se olharam entre si. Gregori não se surpreendeu que o irmão de Vikirnoff,Nicolae, estivesse com ele. Os irmãos guardaram as costas um do outro por centenas de

anos. Os outros quatro guerreiros também eram antigos, que retornaram às montanhasdos Cárpatos para estabelecer laços com o príncipe. Ocorreu a Gregori que todos essescaçadores antigos não conheciam Mikhail na realidade e tinham razão para se preocuparcom seus julgamentos. Tinham por longe mais anos e mais experiência que o príncipe eestavam acostumados a contar unicamente com seu próprio julgamento.Tariq Asenguard tinha vindo dos Estados Unidos. Com o passar dos anos havia juntadouma enorme fortuna pessoal, a qual frequentemente dava a outros Cárpatos. Possuíamuitos negócios. Alto, como quase todos os machos Cárpatos, ele usava seu cabelolongo, mas seus olhos eram da cor de um azul meia-noite, quase parecendo pedraspreciosas. Tariq era um homem acostumado a fazer as coisas a seu modo e opensamento de que um livro antigo estivesse nas mãos de Razvan e uma Malinov erasuficiente para estar preparado para viajar rápido para ver por si mesmo, atrás do par.André se movia pelos países como um fantasma, parando somente para apresentar seusrespeitos e prometer sua aliança. Era um homem de poucas palavras e permaneciadistante, como a maioria dos caçadores antigos, com seus olhos escaneando semdescanso, com vontade de seguir se movendo. Era o impulso incessante de procurar suacompanheira, enquanto se aproximava de sua tolerância. Era um dos machos nos quais

Gregori tinha colocado uma firme atenção, já que ambos, Tariq e ele pareciam próximosa se converter.Matías, Lojos e Tomás nunca estavam longe um do outro. Como a maioria dos trigêmeoscriados juntos, eles tinham formado um vínculo para vigiar entre eles através dostempos escuros. Provinham de uma longa linhagem de famosos guerreiros, de umafamília respeitada que geravam múltiplos filhos, mas que raramente davam a luz. Tinhanascido duas meninas logo depois dois varões, mas não viveram além do seu segundoano de vida. Um professor vampiro cobrara seus pais quando sua mãe estava grávida detrigêmeos. Os irmãos haviam caçado o vampiro através de dois séculos, sem cessar

nunca em seu propósito, até que destruíram o não morto, exigindo justiça para seus paise irmãos e ganhando uma boa reputação.Gregori cruzou os braços e contemplou a todos, se assegurando em não mostrardiversão ou exasperação. Estes homens eram dos antigos mais respeitados. Cada umdeles era caçador experiente, embora o que estivessem fazendo era muito tolo e maisque perigoso e o deveriam saber.— Consideraram que estão seguindo um casal a quem seu príncipe prometeu umapassagem segura? — Ele perguntou mantendo sua voz suave e sem crítica.

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Vikirnoff deu de ombros, igualmente casual.— Este é um caminho incerto. Seríamos negligentes se não vigiássemos os convidadosdo príncipe.As sobrancelhas do Gregori se elevaram ainda mais.— Sei. Não se importam se me uno a vocês e me asseguro de que estejam a salvo,certo?A impaciência atravessou velozmente pelo rosto de Vikirnoff.— Duvido que precisemos de proteção, mas você é bem-vindo. Só se assegure dedisfarçar sua presença. Dei sangue aos dois e assim não tenho problemas para segui-los.

— Isso será interessante. Eu também lhes dei sangue. Com dois de nós não teremosproblema.André e Tariq trocaram um longo olhar entre si e logo o desviaram para a neve quedescia cada vez mais rápido.— Há algo sobre este casal que devemos saber, Gregori? — Perguntou Tariq. Aindamantinha um ligeiro sotaque europeu sob o americano.Gregori sacudiu a cabeça.— Estou seguro que nenhum de vocês veio a tal missão sem ter uma clara idéia de quemestão perseguindo.

— A uma mulher. — Disse André — Só a uma mulher e ao seu companheiro. Umbastante não qualificado.Gregori seguiu os outros através da neve.— Para ser justo, eles tiveram um encontro com um professor vampiro e salvaramquatro humanos.André assinalou ao redor.— Brincavam como crianças no bosque, enquanto levavam um livro de imensaimportância.— Estão levando-o agora? Um livro de imensa importância?Vikirnoff o fulminou com o olhar.— Chega Gregori. É o bastante. Escolhe estar se divertindo ante a situação, mas não viuas coisas que eu vi quando Natalya recuperou o livro. Ele é perigoso. Muito perigosopara estar nas mãos de pessoas que não conhecemos e com inimigos aproximando esem guarda.— Oh, asseguro a você Vikirnoff, que diversão não é o que estou sentindo.Gregori se afastou a grandes passos antes que o amaldiçoasse por ser tão cabeça dura.Permaneceu atrás, permitindo que os outros tomassem a liderança, sabendo que os

sete caçadores subestimaram suas presas. De fato, perseguir o casal em seu próprioterritório era provavelmente a pior idéia que alguém tinha tido em muito tempo, mas serecusou a desperdiçar seu fôlego.Nicolae levantou a mão e todos se abaixaram e se espalharam, automaticamenterabiscando seus corpos, para que se tornassem mais difíceis de se notar na espessatempestade de neve. Uma leve brisa soprou através das árvores pelo qual puderamcaptar visões de figuras, muitas, além na pradaria. Grandes. Altas. Baixas. Robustas. Comos braços se sobressaindo em estranhas formas como galhos, os dedos estendidos comose procurassem alguma coisa.

— O que é isso? — Perguntou Vikirnoff — Esses não são eles.— Ghouls? Um exército de ghouls? — Sugeriu André.Gregori girou os olhos.— Duvido muito.Enquanto observavam através do pesado véu de neve, as figuras mudaram, se movendoafanosamente de um lado a outro se abaixando, formando e construindo uma estruturabaixa.— Uma parede? — Sussurrou Tariq.

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— Está crescendo muito rápido. Muito rápido para que seja outra coisa que não magia.— Advertiu Matías e assinalou para os irmãos e estes se separaram, vindo ao redor doprado de três pontos de ataque diferentes.Os caçadores se aproximaram lentamente, usando as árvores para disfarçar suapresença, com todos os sentidos em alerta. O que fosse que estivesse cuidando do casalnão deixava aroma, absolutamente nenhum rastro. Era como se o casal tivessedesaparecido, e a própria terra estivesse pura como a neve.— Uma fortaleza. — Sussurrou Lojas advertindo-os.O ataque veio com rapidez. Os mísseis assobiaram através do ar, como um bombardeio,

com bolas cobertas de branco que golpeavam com precisão mortal, pegando nosCárpatos, nas árvores e em tudo mais que estivesse na zona de batalha.— Ácido! — Gritou Tomás, advertindo-os.Os homens se dissolveram e entraram de repente no campo de batalha, cada um delesfrente a um dos ghouls que atacavam, golpeando através do peito para chegar aos seuscorações murchos, outros cortando os pescoços para separar a cabeça das marionetesde vampiro.Gregori cruzou os braços e se apoiou contra o grosso tronco de uma árvore e observou aluta frenética e caótica, a batalha rugindo furiosamente enquanto vários ghouls

continuavam jogando os mísseis e outros continuavam construindo afanosamente atéque a estrutura começou a formar um teto, agora rodeando pelos quatro lados,confinando-os no interior das paredes.— É uma armadilha. — Advertiu Tariq aos outros. — Em cima de vocês.Os sete caçadores Cárpatos deram um salto para se afastar de seus oponentes, cada umtentando estudar a estrutura que os prendia rapidamente.Gregori sacudiu a cabeça, girou os olhos enquanto passavam os minutos e os ghouls setornavam mais abundantes e os mísseis se duplicavam.Vikirnoff deu um jeito de atravessar o campo de batalha até chegar ao seu lado.— Importaria de ajudar?— Eu me sentiria um pouco ridículo lutando contra bonecos de neve, mas vá você. — Eledisse fazendo uma pequena reverência elegante para o caçador antigo.Vikirnoff olhou ao redor, com um cenho de dúvida em seu rosto. Tudo esclareceu umpouco enquanto ele tentava observar com todos os seus sentidos. A batalha ferozcontinuava, mas agora os ghouls eram brancos e inflados e duvidosamentearredondados no corpo e na cabeça. Os braços pareciam ser nada mais que galhos evelhos ramos. Os mísseis eram bolas de neve, salpicando contra seus peitos e rostos.

Vikirnoff respirou fundo e deixou o ar sair lentamente dos pulmões. A cena estavacompletamente clara e enfocada. A cor subiu por seu pescoço alagando seu rosto.— Acredito que lhe deram uma surra. — Disse Gregori — E foi uma garota.— Terád keje… Que o queimem, Gregori. — Ele lhe lançou — É uma ilusão. — Ele disseaos outros. – Ela é boa com a magia. Isto é só uma tática para nos atrasar. Sabem queestamos lhes seguindo.A briga se tornou mais lenta e logo se deteve quando os caçadores se deram contalentamente que tinham sido enganados. Ao seu redor, os homens de neve jaziam caídos,quebrados, as cabeças rolando e os rostos sorridentes para eles.

— Não posso acreditar que caímos nessa. — Disse Tariq. — Ela é melhor do queacreditava. Não senti nem por um momento, a onda de energia.Os caçadores olharam um ao outro. E foi Lojas, que distinto por ser um grandeguerreiro, quem expressou sua apreciação.— Não só não houve uma onda de energia, como a ilusão foi absolutamente fluídica.Não foi feita por novatos. E ainda mais, a habilidade de luta dos homens de neve foimagnífica.

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Se ele pudesse sentir admiração, esta estaria em sua voz, mas suas emoções há tempohaviam desvanecido e tudo o que ele pôde fazer foi expressar seu reconhecimento daperícia.— Vikirnoff, observe os rastros. — Disse Matías com propósito incessante—. Nãodeixaram nem sequer um fraco rastro para trás. Teremos que usar a chamada de seusangue para rastreá-los.Ante isso Gregori sorriu com suficiência.— Sim, Vikirnoff. Use isso. Estou seguro que não terá problemas em encontrá-los.A neve caía tão forte que ele quase não podia ver o rosto de Vikirnoff, mas bem valia o

esforço extra para ver a expressão de exasperação do caçador.— Se sua companheira tivesse sido enganada repetidamente por alguém, não seria tãorápido em confiar nele. — O acusou Vikirnoff.— Talvez não, mas teria acreditado em meu príncipe.Vikirnoff se afastou ofendido e liderando o grupo de caçadores através do prado cheiode homens de neve e de volta para o bosque. O aroma era fraco, ainda com o chamadode seu próprio sangue, como se alguém o houvesse diluído. Agora cautelosos pelasarmadilhas, eles tinham que se mover com cuidados desdobrados em um padrão debusca, com todos os sentidos alertas. Não havia rastros e nem sinais visíveis da

passagem de Ivory e Razvan. Por duas vezes Vikirnoff teve que retroceder e fazer umcaminho sinuoso mais profundo no bosque onde as árvores eram mais altas e maisunidas.O dossel das árvores tecia um guarda-chuva sobre suas cabeças, bloqueando a partepior da neve, já que as camadas no solo não eram tão profundas, embora os galhossobre eles se agrupassem no alto e cada espaço aberto tinha neve amontoada.Tariq tirou uma teia de seu rosto enquanto se infiltravam no escuro recôndito dobosque. As dúvidas eram mais abundantes, quando passava frequentemente nas áreasmenos transitadas.— Não parece que tenham vindo nesta direção. — Ele os advertiu. — As teias de aranhaestão intactas.Os caçadores se detiveram mantendo pelo menos um metro e meio entre eles.Inspecionaram todas as teias de aranha que se estendiam de árvore a árvore. Brilhandocomo diamantes pelos cristais de gelo banhando os intrincados fios, as redes na verdadeformavam dobras sobre muitas das árvores e se estiravam entre eles em labirintos decaminhos astutamente conectados. Já tinham visto com antecedência às aranhas degelo elaborar teias, mais nunca em cavernas profundas debaixo do solo, mas de vez em

quando eram raramente vistas durante um inverno prolongado.— Estas teias permaneceram inalteradas por muitas semanas. — Adicionou André,parando perto de uma das mais longas para estudar os insetos presos. Ainda que algunslagartos e pássaros desafortunados houvessem sido prelos pelos fios resistentes. — Duvido que tenham passado por aqui.— Talvez como névoa? — Sugeriu Matías — Talvez se pudesse deslizar através dos fios.— Não em uma teia de gelo. — Objetou Lojos — Todos sabem que não podesimplesmente passar.— As aranhas de gelo são pequenas, mas ferozes. — Lhes recordou Tomás. — Se

tropeçar com uma colônia nas cavernas é melhor temer por sua vida. Isto se parece comuma colônia.— Sem dúvida. — Concordou Nicolae. — Se formos ao meio disso, melhor nospreparamos para queimá-las. Mesmo com tudo molhado podemos destruir o bosque.Vikirnoff deu um olhar incômodo a Gregori. O curador não tinha feito sugestões,simplesmente parou de um lado e os observou tentar encontrar o rastro. Seu rosto nãotinha expressão, nem indicava em que podia estar pensando.

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— Tomem cuidado com uma emboscada, — Nicolae os acautelou, — mas olhem aoredor. Eles tiveram que ter vindo por aqui. Se eles encontraram uma passagem, nóstambém.— Não incomodem os fios. — Advertiu-os Vikirnoff enquanto os caçadores começavama busca de sinais.O aroma de sangue era fraco, e Vikirnoff estava seguro de que o casal tinha passadopelo território das aranhas de gelo. Os tecidos pareciam abranger muitos quilômetros debosque, em uma barreira espessa estirando fios como cercos entre as árvores. Se o casalhavia passado ao largo, em vez de ir pela colônia, teriam levado muito mais tempo, e o

aroma do sangue não o levava para esse caminho. Para evitar maiores problemas comas perigosas e muito agressivas aranhas, eles teriam que encontrar uma forma de iratravés da área sem romper os fios. O aroma era agora tão fraco, que ele temia que seescolhessem a rota mais longa perderiam completamente o casal.— Acredito que sei o que eles fizeram. — Disse Lojos — Tiveram que ter reparado todoo dano dos fios na medida em que passavam. Se puderam tecer o bastante rápido obastante para manter intacto cada um dos fios para não despertar a ira das aranhas,podem tê-lo obtido sem uma batalha.Tariq assentiu.

— Essa é a única explicação lógica. Separem-se. Ninguém é tão bom para reparar um fioda teia da aranha de gelo exatamente como elas os tecem. Têm que ter deixado sinais.Vikirnoff enviou um olhar soberbo em direção a Gregori, que encolheu meramente osombros, o que irritou o caçador ainda mais. Os sete caçadores antigos se espalharamatravés das árvores, parando perto das teias, quase pressionando o nariz contra elas emuma tentativa de encontrar algum sinal irregular aonde os cristais pendiam dos fiossedosos.Vikirnoff olhou para Nicolae, franzindo o cenho.— Aqui não vejo nada, mas ninguém passa pelo coração das teias de aranha de gelo.Podem seguir por quilômetros e seria muito arriscado. Não tão só é muito perigoso,como o cuidado que teriam que ter. Certamente os faria atrasar.Olhando para seu irmão, ele se moveu entrando pelo meio das árvores para o centro dobosque. Deu um passo e seu pé afundou quase dez centímetros na neve, apesar de tertornado seu corpo leve. Por sua vez, fios sedosos se elevaram e o rodearam,encerrando-o em uma rede que brotava do chão até no alto, no ar, com a rede apertadasem as diminutas cavidades que permitiam a passasse do vapor.Vikirnoff lutou, mas como todas as teias de aranhas de gelo, os fios se apertavam quanto

mais lutasse, enrolando-o até que esteve preso como um peru. Obrigou-se a ficarquieto, mas a fúria comia sua calma habitual. Encontrou-se no alto da copa da árvore,pendurado a muitos metros no ar. Seu irmão o observava da teia onde estava envoltocomo uma múmia, preso no interior da rede sedosa e cristalina. Ao redor deles, oscaçadores haviam encontrado o mesmo destino.Vikirnoff não se atreveu a olhar para Gregori.— Desça-nos. — Ele ladrou.Gregori suspirou.— Se eu me mover posso pisar em uma das numerosas armadilhas que estão por aí.

Primeiro tenho que estudar a situação. Não me faria nenhum bem acabar da mesmamaneira.— As aranhas nunca poderiam fazer isto. — Disse Lojos. — Parece que a magia estáoperando aqui.— Parece? — Nicolae foi sarcástico. — Estão tentando nos fazer de tolos.— Ou talvez simplesmente estejam bancando os tolos. – Gregori provocou.Vikirnoff grunhiu.

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— Diga o que quiser, mas se não eles têm nada para ocultar, não teriam ido tão longepara se esconder de nós.Enquanto falava os galhos sobre sua cabeça começaram a se agitar, chovendo flocosquando as aranhas correram apressadamente ao longo da intrincada rede. Uma delascomeçou a descer para Vikirnoff, atraída por sua voz.Gregori, colocando os pés cuidadosamente no campo obviamente minado dearmadilhas, chegou mais perto, se por acaso sua ajuda fosse necessária.A aranha se deteve ao nível dos olhos de Vikirnoff. Fitaram-se mutuamente por umlongo momento. Ele podia ver as presas empapadas de veneno. A aranha começou a

tecer outro tecido, desta vez formando palavras como se estivesse programada. Levoucerto tempo conectar as linhas sedosas.- Não temam. Eu consegui uma passagem segura através do território das aranhas.Vikirnoff sentiu que suas vísceras se apertavam. Passagem segura. Como se eles fossemcrianças incapazes de conseguir passar pelo domínio das aranhas de gelo por seuspróprios meios. O golpe ao seu orgulho foi deliberado. Uma bofetada no rosto.Estava tentado a exterminar a colônia inteira chamando o relâmpago.— Eu não faria isso. — Disse Gregori. — Se Ivory e Razvan usaram magia e fizeramamizade com essas aranhas, o mais provável é que tenham deixado proteção para elas.

Trocaram alguma coisa por sua passagem segura.— Não lhes pedimos sua ajuda. — Vikirnoff grunhiu, com seus dentes apertados.Acima de suas cabeças as árvores pareciam vivas enquanto milhares de aranhas semoviam. Vikirnoff desejava em primeiro lugar não ter ficado no caminho, mas não iadizer isso a Gregori. Contendo sua raiva, ele inclinou a cabeça para aceitar qualqueracordo que Ivory e Razvan fizessem.— Espero que tenha razão com respeito a eles e que não tenham trocado sua passagemsegura para nos entregar às aranhas, para sua comida de inverno.— Não permitiria que isso acontecesse.Isso era quase tão difícil de engolir, quanto que o casal tivesse arrumado sua passagemsegura. Vikirnoff blasfemou em silêncio. Agora não tinham opção. Tinham que continuare sabia que o curador estava com um sorrisinho particularmente incômodo.Foram baixados ao solo quase a passo de tartaruga fazendo com que quisesse gritar defrustração. Outra tática para demorá-los. E logo um por um foram desenrolados, paraque os fios sedosos fossem preservados. Definitivamente, outra humilhante tortura paraos caçadores experientes. E se Gregori mencionasse a surra outra vez ia matá-lo e aodiabo as conseqüências. Enquanto os caçadores eram desenrolados como salsichas, uma

abertura foi preparada através dos tecidos, assim quando os sete caçadores estavamnovamente ao lado de Gregori, havia um caminho através do bosque denso.Agora incômodo, o grupo continuou seguindo Vikirnoff enquanto saía a rastrear Ivory eRazvan pelo interior escuro e saía pelo outro lado. Encontraram no pior lugar possível eas aranhas trabalharam rapidamente para fechar a passagem atrás deles.O Vale de Névoas estava entre dois altos picos montanhosos, se elevando abruptamenteaté quase ângulos verticais. O desfiladeiro era estreito e traiçoeiro. Quase sempre cheiode névoa espessa e gelada, as partículas eram o bastante pequenas para congelar ospulmões quando inaladas. Ninguém, sequer os Cárpatos podiam ver através do pesado

véu de névoa que pendia como nuvens. A neve e o gelo frequentemente sedesprendiam dos precipícios angulares, e as avalanches eram frequentes na área.Constantemente o vento descia dos cumes mais altos em uma corrente de ar espiralada,para uivar através dos vales a velocidades suicidas, levando vozes, causando estragosnos sentidos auditivos. Poucos animais podiam viver no vale; os leopardos das nevesreinavam ali, mas ainda assim eles permaneciam longe da base das montanhas onde aneve e o gelo caíam com um forte estrondo.

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Os caçadores ouviram o som da risada de uma mulher e de figuras se movendo nanévoa. Tomás lançou um olhar aos seus irmãos e se moveram para frente só quatropassos no vale e desapareceram.Vikirnoff olhou para Gregori.— Eles perseguem fantasmas, não é?Ele deu de ombros.— Imagino que sim.Vikirnoff fechou os olhos e enviou sua mente a procurar o rastro de sangue. Estavaperdido na névoa. Não restava o mínimo rastro.

— Provavelmente se dissolveram e estão misturados a névoa espessa. Posso passarmeses tentando rastreá-los.— Não os encontrará. — Disse Gregori.Tomás, Matías e Lojos retornaram.— Estamos caçando fantasmas. Estão brincando conosco, mas não estão mais por aqui.Vikirnoff sacudiu a cabeça.— Gregori, eu espero que seu príncipe saiba o que está fazendo.— Nosso príncipe. — Disse Gregori. — Cada um de vocês lhe jurou lealdade.Desta vez não havia diversão. Nenhuma. Os olhos prateados se detiveram em cada um

dos caçadores, como se os estivesse marcando.— Ivory e Razvan se negaram a aceitar oferta do livro. Mikhail os provou de cada formapossível e eles passaram em cada uma. Não posso dizer o mesmo de vocês.Depois ele simplesmente se dissolveu e se afastou velozmente, subiu e passou por acimado bosque com sua colônia de aranhas, de volta para o território Cárpato, deixando queos outros o seguissem.

Capítulo 15

— Eu penso que você tem uma mente espantosa. — Disse Ivory uma vez que reassumiusua forma física, de pé na sala de leitura de seu refúgio. — Guiar os guerreiros ao Valeda Névoa e logo voltar por baixo da terra em vez de pela névoa foi um golpe de gênio.Não havia forma de que pudessem nos rastrear. Sequer através da chamada do sangue.— A terra nos deu as boas-vindas e cobriu todo o rastro. Sabia que nunca poderiamseguir nosso aroma, nem sequer com a chamada do sangue. — Ele lhe sorriu. — Eu teriagostado de estar lá quando se deram conta que estavam presos em uma ilusão e

lutando contra bonecos de neve e não contra ghouls. — Ele irrompeu em gargalhadas.Ela esticou bem seus braços para permitir que os lobos tomassem sua forma normal.— Não fizemos nenhum amigo.— Não precisamos deles. Em qualquer caso, se eles não tiverem emoções, não seimportariam de um modo ou outro. — Ele disse, franzindo o cenho. — Não invejo otrabalho de Mikhail.— Especialmente tentando destruir esse livro. Não tem idéia das coisas perversas que hálá dentro.Razvan ficou calado durante um longo momento.

— Deveria ter falado mais com ele sobre o livro e sua destruição. Desagrada-me a idéiade que minhas tias tenham que lutar com algo que envolva Xavier, mas melhor quequalquer outro, elas poderiam saber qual é a melhor maneira de destruí-lo.A preocupação em sua voz a emocionou. O homem tinha mais compaixão e maisimpulso em proteger a quem amava que qualquer pessoa que tivesse conhecido. Ivoryse voltou, com seu olhar vagando lentamente sobre ele. Ele ocupava muito espaço ali,nos limites de seu lar. Seus ombros eram largos e seu físico muito masculino. Havia

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selvagem presa de um predador, olhando-o com uma mistura de desejo e inocência queera de uma vez intoxicante e irresistível.Elevou a mão atrás dela e atraiu sua grossa trança sobre seu ombro, para liberar a densacabeleira. Seus dedos faziam um túnel através dos fios sedosos para afrouxá-los, paraque o cabelo se espalhasse ao redor de seu rosto e caísse como uma cascata por suascostas. A textura tão suave de seu cabelo e os fios deslizando entre a ponta de seupolegar e seus dedos incendiaram as brasas que já ardiam lentamente. Ela nãoestremeceu ou se afastou dele. E nem baixou o olhar.Havia coragem em Ivory. Abundância dela. Coragem que sabia que era uma enorme

parte do que ela era. Ivory não se rendia. Comprometia-se com ele. Daria-lhe tudo, semguardar nada. E ele a amava mais ainda por esse traço, por essa característicainquebrável que a tornava uma caçadora perigosa, mas que também torná-la umacompanheira ferozmente leal e uma amante de fantasia.Ele queria tomar seu tempo e explorar cada centímetro dela, cada sombra e espaçosecreto, cada curva feminina, intrigante e misteriosa. Mal podia respirar por culpa dodesejo. Suas mãos foram até os broches de seu colete. Conhecia cada um delesintimamente. Havia lhes dedicado atenção mais cedo as correias de couro com doisorifícios, as diminutas cruzes incrustadas no aço de cada fechamento de metal e os três

rebites a cada lado do broche e da correia, também incrustados com uma cruz... O querepresentava sua fé e sua alma brilhante.Claro que qualquer um deles podia ter removido suas roupas com um pensamentoúnico, mas ele desejava o prazer de tirar a roupa dela. Desejava tomar seu tempo e lheoferecer cada um dos momentos de prazer que pudesse... Construir sua necessidade dearder lentamente em uma tormenta de fogo.Ela não se moveu, mas ele sentiu sua brusca inspiração e seus seios se elevaram edesceram contra seus dedos enquanto abria as correias e lhe empurrava o materialpelos ombros para uma lenta revelação de seu magnífico corpo. Seus seios ficaramlivres. Suaves. Tentadores. Tanto que ele espalmou as mãos sob eles, para sentir o suavepeso, todo o tempo observando o rosto dela.Ele notou o veloz prazer que a transbordava, o arrebatamento de cor, o leve vidrar deseus olhos enquanto seus polegares roçavam os tensos mamilos. Sustentar os suavesmontes gêmeos nas mãos lhe parecia um milagre, uma sensação além de suas fantasias.Havia renunciado a esses sonhos há muito tempo. Tanto que sequer podia se recordarque alguma vez os tinha tido, entretanto, ela estava em frente a ele e suas suaves curvasfemininas eram um peso leve em suas mãos e seus enormes olhos fitavam-no com

agitação... E antecipação.Roçou um beijo sobre sua testa logo desceu até o canto de seu olho esquerdo. Umpequeno estremecimento passou através do corpo dela. Ele beijou a ponta de seu narize os cantos de sua boca. Os lábios dela se afastaram ligeiramente. A fome brotou nelaalagando-o, por um momento a boca dele se abateu a escassos centímetros da delaenquanto ele lutava para se controlar.Primeiro respirou fundo arrastando profundamente ar aos seus pulmões, e logo seuslábios estavam sobre os dela absorvendo a forma e a textura, a suave firmeza, o calor. Alíngua dele deslizou pelos lábios levemente separados, em um pequeno convite.

O fôlego de Ivory se deteve em sua garganta. Ele a guiava para um caminhodesconhecido de tentação, e ela estava simplesmente muito longe para resistir. Seubeijo era pecaminoso, sua boca uma malvada excitação que a enchia de tal necessidadeque não podia conter suas respostas. Ele sussurrou-lhe algo sexy, quase imperceptível,enquanto sua língua percorria sua boca explorando os espaços quentes, correndosedutoramente sobre seus dentes e reclamando seu corpo para ele.Ela sabia o que era isso. Uma reclamação. Tomar seu corpo e fazê-lo dele. Os polegaresroçavam seus mamilos e ela quase gritou, o som saiu estrangulando pelo nó em sua

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garganta. Nervuras de fogo corriam de seus seios até seu clitóris e seu útero se contraiu.Ele beijou-a repetidas vezes até que ela se sentiu delirar, mas uma parte sua estavasempre concentrada em suas mãos. Na espera. Na necessidade.Ela estava ali em pé com ele totalmente vestido, com seu cabelo escuro e preso. Por issoele estava no em controle enquanto ela estava nua da cintura para acima com seucabelo caindo em toda direção, uma massa selvagem de nervos que por fim entenderamque esse homem era seu destino. Essa viagem que empreenderia com ele, nãoimportava quão atemorizador fosse, ela não a faria sozinha. Tinha-lhe permitido lideraro caminho no campo da força. Agora lhe pedia que se rendesse a ele, da mesma maneira

que ele havia feito por ela.Ele queria sua confiança. Completamente. Ele queria que ela desse a ele tudo que elaera ou já estaria sem orgulho ou ego, confiando que ele apreciaria seu presente paratoda a eternidade. Seu beijo tinha sido o detonador, prendendo algo bem fundo dentrodela que agora flamejava. Algo feminino e vivo necessitado além do que se pudesseacreditar. Queria agradá-lo. Queria ser seu consolo. Seu prazer. Seu tudo.A língua dela deslizou pela dele dançando e provocando, enquanto pressionava mais osseios doloridos em suas mãos, precisando do toque de fogo. Os beijos dele eramaditivos, ardentes até que ela soube que a paixão estava fora seu controle e sua mente

estava obscura pelo desejo. Ele mordeu-lhe o lábio inferior e a ardência enviou umrelâmpago através de seu corpo, seu ventre, por suas coxas e foi direto ao seu centrofeminino.Os dentes dele mordiscaram ao longo de seu queixo, com sua língua dançando sobre apequena fenda que ali havia e viajando para baixo procurou sua garganta. Ele tomou seutempo, ainda quando ela estava se derretendo ali mesmo, no chão. Sua boca se moveusobre sua garganta, com os dentes malvados mordiscando suavemente, mandando umapecaminosa chicotada de calor em espiral que novamente deslizou de seu ventre até ascoxas.Ela mal podia respirar, esperando. Ciente. No agarre por um desejo muito forte parasequer suportar. Ele baixou o rosto e seus lábios tomaram seu seio com o mesmo calorlento com o qual tomara sua boca. Primeiro veio o hálito fôlego morno. Ela o sentiu portodo o caminho até seu seio e profundamente sob sua pele. A respiração dela só sedeteve enquanto se inclinava para ele. Sua língua acariciou o mamilo e ela choramingou.Logo sua boca o atraiu, sugando-o, fazendo com que clamasse com sua cabeça para tráse os braços embalando sua cabeça, abraçando-o perto. Os dedos dela se fecharam empunhos em uma mecha do cabelo dele, enquanto os dedos de seus pés se curvavam em

uma ação reflexiva da anterior.O desejo golpeava baixo e com ferocidade, enquanto ele capturava seu outro mamilo eo acariciava. Devorava-o sob o ritmo de seus lábios. Outro clamor lhe escapou quandoum relâmpago branco rasgou seu corpo até seus seios, atravessando seu abdômen atéseu sexo fremente e ainda mais embaixo, se estendendo por suas coxas provocandofaíscas elétricas que chispavam ao seu redor.O sangue rugia em seus ouvidos, palpitava em seu coração e por suas veias enquanto eleatraia o mamilo duro contra sua boca e o acariciou, apertou. Necessitava dele de umaforma como nunca havia precisado de alguém em sua vida. Ele era como a estrela mais

brilhante. Como a luz da lua derramando prateada através da neve nova. Ele fez de ummundo horrível, um mundo decente e formoso e a fez recordar que era uma mulher.A boca dele era macia como o veludo negro, escuro e intoxicante, suas mãos seguiamenvolvendo seus seios enquanto seus dentes e língua convertiam seu fogo em algo bemmais quente. Quando ele levantou sua cabeça ela pôde ver sua fome voraz, embora comos mesmos movimentos sem pressa, seus dedos inteligentes passaram roçando seuventre nu. Segurando seu tronco entre as mãos, ele inclinou a cabeça para marcar um

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rastro de fogo sobre cada costela e depois mais abaixo, até seu umbigo, onde sua línguafez círculos até que ela se segurou nele para se manter ereta.Seus olhos se encontraram e suas mãos desceram até o cinto que ela usava na cintura.Abrindo a fivela, ele tirou as armas e colocou-as no piso. Ela sentiu o toque de seusdedos contra o ventre enquanto ele puxava as amarras de couro e rapidamente as abria.Ela estava tentada a simplesmente tirar suas roupas, com seu corpo em chamas pelanecessidade, mas os olhos dele continham uma advertência. Um olhar de posse queachou só um pouco emocionante... Bem, talvez bastante. Ele gostava do desnudá-la eela queria lhe dar essa alegria. Encontrou-se sentindo inesperadamente sexy, quando

ele desceu sua calça pelas pernas e uma mão em seu quadril a urgia a dar um passo parasair dela.Ela conteve o fôlego. Estava totalmente nua, com cada linha e curva do corpo expostaao faminto olhar. Ele simplesmente parou ali, com as mãos nas curvas de seus quadris,com seu olhar se movendo sobre ela, enfocado absoluta e totalmente nela do modocomo ele enfocava, como se não visse nada mais. Como se não fosse consciente de nadamais. Só dela, Ivory. Ela colocou a mão no peito dele, sobre seu coração e o sentiupulsando com força. O desejo cru irradiava dele... Por ela.Nunca tinha tido um homem que a olhasse assim. Certamente Draven a tinha desejado,

mas não com o amor esculpido em cada linha de seu rosto. Não com seu corpotremendo e seu coração tamborilando como um martelo. Nunca a tinha olhado comtanta febre, com sua mente aberta a dela e seu coração entregue totalmente a ela.Ninguém a havia lhe feito sentir como se fosse a mulher mais linda do mundo,totalmente desejada, completamente amada... Até agora.— Ivory.Seu nome saiu estrangulado de sua garganta. Uma suave sinfonia que roçou sua pele tãoefetivamente como suas mãos. Atraiu-a novamente para ele, tomando seus lábios, destavez em uma febre de necessidade, queimando-a com seu calor abrasador enquanto adevorava, por isso sua pesada ereção pressionava contra seu suave ventre, sobre a calçadele. Ela ouviu o próprio gemido estrangulado quando a boca dele se apressava sobre adela, desta vez sem o fogo lento. Desta vez estava tão selvagem e quente que achamuscou. Estava ficando louca pela necessidade e se derreteu nele, quase cega pelafome de seu toque.A língua dele dançou com a dela enquanto suas mãos voltavam para seus seiossensíveis, com os dedos acariciando e fazendo girar seus mamilos até que ela ofegourespirando com dificuldade e deixando escapar pequenos gemidos. A pele dele era

quente sob a camisa, enquanto ela lhe cravava as unhas profundamente em seusombros. Um estremecimento desceu pelo corpo dele. Sua boca era aditiva. Ele tinha ogosto do pecado escuro e sexo, que ela achava intoxicante. O corpo era duro epoderoso. Antes se movendo controlado contra ela, agora era agressivo inflamando-amais. Podia sentir cada músculo definido enrijecendo sob sua pele e seu corpo tensopela necessidade, enquanto seus beijos enviavam faíscas elétricas através de suas veias,diretamente até seu canal feminino fazendo com que se sentisse úmida, necessitada egemendo em sua boca.Não podia parar de tocá-lo. Tocava seu cabelo, seu pescoço, sua garganta, deslizando

suas mãos por seus braços e os músculos que havia ali, arrancando roucos gemidos cruse masculinos dominados pela paixão. O som a inflamou mais, até que pensou que estavase queimando. Seu corpo movia compulsivamente contra o dele.Ele emitiu um som. Escuro. Perigoso. Intoxicante.Ele simplesmente conduziu seus quadris para cima, contra a junção de suas coxaspressionando apertadamente, enquanto se movimentava. O movimento urgente eraincrivelmente sexy, enviando um raio de desejo, doce e quente em sua intimidade. Ela

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enterrou o rosto contra seu pescoço, acariciando-o com sua língua, mordiscando-o comos dentes, e deleitando-se na forma com que o corpo dele estremecia em reação.Os dedos dele encontraram o interior de suas coxas. Acariciaram-na. Roubaram o ar deseu corpo. As pernas dele forçaram suas coxas a se abrirem para ele, com o ásperomaterial roçando sua pele enquanto ela serpenteava inutilmente contra ele, quasechorando pela necessidade.— Você está úmida para mim, fél ku kuuluaak sívam bels?Amada?Sua voz era uma sedução em seu ouvido, como o veludo negro. Uma flagrante emalvada tentação.

— Está? — Ele soava como pecado puro.Ela puxou freneticamente sua camisa, desesperada para chegar até ele, enquanto anecessidade lhe cravava as garras. Doía-lhe o sexo apertado, pela tensão que se elevava,frenético pela liberação, para que ele enchesse o vazio que a tomava em suas garras.Deu um jeito para lhe tirar a camisa e não pôde suportar nada entre eles, sequer poroutro segundo. Despiu-o com magia, com frenesi, quase com violenta pressa.Com uma mão enterrada no cabelo dela, ele afastou para trás sua cabeça para expor suagarganta e mordiscá-la suavemente com os dentes. Mordeu-a e seu útero seconvulsionou. Deixou um rastro de beijos ferozes sobre seu pescoço, e logo sua boca

estava saqueando seus seios, com seus dentes e língua enviando lava fundida através deseu sangue. As mãos dele deslizaram sobre suas coxas, acariciando e apertando a suavepele interior e movendo mais acima, os dedos roçaram o montículo úmido.Ivory inalou bruscamente e ficou absolutamente quieta. Com o fôlego preso em seuspulmões. Só ficou presa ali, ardente e nua. Razvan afastou a cabeça e fitou seus olhos.Ela se afogou neles. Mantendo seu olhar cativo, ele afundou seus dedos no sexomolhado e apertado. Ivory abriu os olhos de par em par. Escutou o próprio gemido desurpresa escapando de sua garganta, causado pelo choque.Razvan entrou em sua mente para poder sentir sua resposta, com suas reações guiando-o ainda mais. Ela não sabia se podia suportar sentir os dois, a fome feroz e o fogo seelevando e chamuscando entre eles.Ainda observando-a, Razvan ficou de joelhos. Desceu seu olhar em um lento epossessivo estudo de seu corpo, observando seu rubor pela excitação, enquanto seusdedos entraram mais fundo. O aroma dela o chamava enquanto ela se esfregava em suamão, quase soluçando. Lentamente ele tirou os dedos e os lambeu, saboreando o saborexótico dela. Ela gemeu e o som vibrou através de sua pesada ereção, que começou apulsar com urgente necessidade. Ele ignorou as reações do próprio corpo, de tão

desesperado por seu sabor.Desesperado. Ele estava desesperado por seu sabor. Só isso era o bastante para desfazê-la, que esse homem ajoelhado aos seus pés, parecendo um anjo caído pudesse estar tãodesesperado por seu sabor, pelo néctar quente que lhe dava as boas-vindas.Ele manteve suas coxas afastadas com suas mãos e a tomou com sua boca, com sualíngua deslizando pelo calor suave como o cetim. Ela tremeu. Segurou seu cabelo com asmãos e puxou-o. A mordida da dor deixou seu membro ainda mais duro. O nome delesaiu estrangulado, e logo se apagou. Ela perdeu a habilidade de respirar, quando ele alambeu como um lobo faminto.

O toque de sua língua foi muito. Seus joelhos enfraqueceram e seu corpo se arqueouapertadamente. Muito apertado, ardia de tão quente. Apertando e se arqueando comsurpreendente intensidade. Ela gritou seu nome, tentando contê-lo, mas querendo quenunca terminasse. Importava pouco; ele estava além de ouvi-la, com seu sanguetrovejando nos ouvidos e o gosto dela deixando-o louco. Ele a comeu como um lobofaminto, com sua língua acariciando, lambendo e logo sugando seu clitóris. Com sualíngua se inserindo profundamente e logo se revolvendo sobre o duro nó enquanto elaserpenteava e se empurrava contra sua boca com uma explosão feroz e sem sentido.

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— Razvan. — Ela choramingou seu nome em uma súplica. Uma ordem. Ela precisavadele… Necessitava! — Eu sei, Ivory. — Ele disse entre dentes. – Deixe-se levar. Toda. Venha para mim, fél kukuuluaak sívam bels... Amada. Eu a segurarei.E ela se sentiu consumida pelo fogo. Aterrorizada de que pudesse desaparecer naschamas. A tensão se enroscou tão forte e apertada, que embora não pudesse se deixarir, não podia se entregar a esse último salto de fé. Soluçou novamente, apertando-omais, sem querer que este momento terminasse, mas temendo que se não se detivesseestaria perdida.

Ele se introduziu novamente nela, com seu membro como uma espada de açoencostando-se em seu útero e penetrando em seu coração. Colando uma parte delanele, assim como uma parte dele estava profundamente em seu interior.— É muito tarde. — Ele sussurrou e sua voz era a de um anjo escuro. Um sussurroaveludado. Uma chicotada de calor.Era muito tarde para se salvar; seu corpo já estava perdido. Para sempre precisaria dodele. Ele havia conduzido-a tão alto que ela teria que voar. Ele aconchegou-a mais e seinclinou sobre ela, com seu corpo ainda invadindo-a repetida vezes, como uminstrumento que nunca se detinha. Que nunca se tornava mais lento, até que pensou

que podia gritar novamente ante tal maravilha. Sentia seu corpo tenso. Sempre maistenso. Apertado Fremente. Podia ouvir os sons de seus corpos juntos, o firme golpe dacarne na carne. Podia sentir o poder dele se movendo em seu interior. O corpo dele seinclinou uma vez mais e deslizou seu clitóris sensibilizado, ao longo do comprimento deseu duro membro.Seu corpo ficou rígido. Ela não pôde respirar por um momento. Não podia pensar. Seusexo se apertou ao redor do grosso membro, segurando-o quase que dolorosamenteenquanto as sensações dilaceradoras começavam a se converter em uma onda gigantese estendendo por seu corpo como uma chama, branca e quente. Poderosa. Onda apósonda. Sem nunca se deter. Um choque que sobrecarregou seu sistema. Ela chorou com aforça de sua liberação, com a beleza e a magnificência dela, enquanto sentia seu corpovestir o dele forçando-o a se manter com ela e ouvindo o grito rouco quando a sementequente de Razvan a preencheu.Ela sentiu sua mordida. O prazer dolorido. Seu corpo se convulsionou uma e outra vezenquanto ele tomava seu sangue em um erótico intercâmbio. Arqueou as costas, seelevando com os quadris enquanto seu corpo seguia dominado de espasmos,apertando-o, ordenhando cada gota de seu corpo. Ele passou a língua pelos seus seios

fechando as espetadas e voltou os olhos para ela. Seus olhos sensuais.Só seu olhar fez com que seu corpo reagisse novamente e outra onda os envolveu. Elalevantou a cabeça para capturar seus lábios. Beijou-o, trouxe-o contra ela e lambeu emsua pulsação. Um gemido severo escapou. Sentiu que seu membro ficava rígido,rapidamente enchendo e estirando-a enquanto lhe lambia. Um grunhido ásperoescapou dele.Seus dentes beliscaram sua pele e ela sentiu o puxão imediato de sua ereção. Cravou-lheos dentes e ele golpeou duro se enterrando profundamente, segurando seu traseirocom a mão, forçando-a a aceitar o selvagem mergulho de seu membro. Sentiu o gosto

dele explodindo dentro de si, enchendo-a com sua essência. Nunca havia se sentido tãocompleta e tão amada.Passou a língua pelas espetadas em sua garganta e deixou-se levar outra vez. Desta, semresistência.Podia ouvir os próprios gemidos suaves. Sentir o cheiro de da combinação dos aromasenquanto as ondas rompiam uma após outra, antes que ele encontrasse a próprialiberação.

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As sobrancelhas dele se elevaram.— Acredito que isso seja um desafio. — Ela buscou os lábios dela enquanto a levava parao próximo cômodo, onde a água descia da parede de pedra, para uma piscina tranquila.— Estou mais que disposto a servir cada uma de suas necessidades. — Ele sussurrou aspalavras contra sua boca, com sua língua movendo rapidamente sobre seus lábiossaboreando seu gosto.— Sim? Não estou tão segura. — Ela lhe disse usando seu tom mais altivo.Ele deixou-a cair na água. Ivory saiu à superfície balbuciando, para encontrá-lo com asmãos nos quadris e a água lambendo suas coxas.

— Você foi muito mau.— Você mereceu.— Talvez tenha merecido sim. — Ela concordou sorrindo.Ele estava ensinando-a como se divertir. Como brincar. A aproveitar cada momento quetivessem juntos e vivê-lo plenamente. Com o espírito de aprender, ela jogou-lhe umarajada de água com precisão mortal. A água impactou sobre seu rosto e desceu em seupeito.— Pensei que você poderia precisar de um pequeno esfriamento.A sobrancelha dele se elevou. A diversão era intensa em seus olhos.

— Penso que você declarou uma guerra.Ela elevou o queixo.— Parece-me que sim.A guerrilha de água foi rápida e furiosa. A água se elevava como um gêiser quase até oteto e salpicava contra a parede. Por duas vezes ele se lançou para ela levando-a parabaixo, como faria um crocodilo com sua presa, rolando-a sob a água antes que elapudesse se afastar e alcançar a superfície para atacar novamente.Ivory lançou-se contra ele, com seus braços lhe rodeando o pescoço e provocando um

 jogo de corpo afundando os dois sob a água e quando emergiram, eles descansaram aum lado da piscina morna e deixaram que as bolhas de água secassem em suas peles.Ela esfregou o braço e olhou para cima, como se fosse capaz de ver o céu.— Sempre posso dizer quando o sol está para se elevar. A pele me pica e se tornaincômoda. A maioria dos Cárpatos pode permanecer fora nas primeiras horas da manhã,mas eu não.— Nem um pouco?Ela descansou um quadril contra a margem da piscina e espremeu a água do cabelo.— Minha pele é muito branca por todos os anos que passei na terra enquanto estava

curando. Fiquei longe inclusive da luz da lua. Queimo-me com facilidade. É maisparecido a uma queimadura solar, imagino, mas crio bolhas na pele, bastante fácil. — Ela sorriu enquanto lhe vinha uma lembrança. — Uma vez, encontrei um frasco debloqueador solar que um turista havia descartado. Provei-o.Ele colocou seu cabelo para trás da orelha.— Presumo que não se saiu muito bem.— Não, na realidade não.— Tentou permanecer mais tempo acordada aqui, debaixo da terra?Ela esfregou novamente os braços, tremendo um pouco.

— Algumas vezes quando estou trabalhando em experiências com novas químicas, paramanter o vampiro em seu lugar, não percebo a sensação por um momento. A maiorparte do tempo me sinto tão incômoda, que procuro a terra.— Sua fórmula para proteger suas armas é brilhante.Ele enviou a ele um rápido sorriso de prazer, um pouco tímida quando ele fazia elogios.— Ainda estou trabalhando nela. Precisa durar um pouco mais antes que o sangue acorroa. Quanto mais tempo eu dou, prevenindo que eles mudem, mais limite tenho.— Temos. — Ele a corrigiu.

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Ela assentiu.— Temos. — concordou.— Neste momento sua pele dói? — Perguntou-lhe Razvan, preparado claramente paravoltar a levá-la a seu dormitório.— Na realidade, não. Embora o amanhecer esteja perto. Bem perto.Ela gostava de estar com ele. Não pensou que gostaria. Tinha estado sozinha por tantotempo que pensava que ia ser incômodo compartilhar seu espaço com ele, mas gostavade seu senso de humor. Ele era um homem inteligente, perspicaz embora não desseatenção ao ego, o qual teria sido difícil para alguém como ela ter um companheiro

assim. Ele transmitia paz e ela frequentemente se encontrava querendo simplesmenteficar ao seu lado, para sentir a forma como a serenidade irradiava dele para envolvê-la esustentá-la. Para falar a verdade, o achava sexy e bastante intoxicante.Razvan lhe sorriu.— Estou lendo sua mente.Ela sacudiu a cabeça.— Não leia muito mais do que esteja pensando.Razvan desapareceu sob a água, logo saindo rápido para o lado dela, com suas mãosroçando suas coxas sobre as curvas de seus quadris, ao longo de sua acentuada cintura e

mais em cima, por seu tronco, até que segurou em suas mãos o peso de seus seiosmacios.— Penso que você deveria ler minha mente.Antes que ela pudesse responder, ele abaixou a cabeça e atraiu um mamiloprofundamente dentro da boca. Pouco importava que houvesse feito amor com ela duasvezes, e que seu corpo estivesse satisfeito. Instantaneamente sentiu o calor alagá-la.O cabelo úmido de Razvan deslizou por seu abdômen quando ele desceu a cabeça, eprovocou seu clitóris, sugando-o.Ela o segurou ali por um momento, saboreando o prazer que a tomava e logo desceu amão sob a água e seus dedos encontrarem o membro já firmemente pronto. Ao toquede seus dedos ele se sacudiu e pulsou. Ela sorriu ao perceber seu poder de seu toque,enquanto acariciava o duro comprimento antes de envolvê-lo, prendendo a dura carneentre os dedos, apertado-a.Razvan levantou a cabeça e a fitou com seus olhos escuros e famintos.— O que está fazendo?— Um pouco de exploração por minha conta.Ele se reclinou até que seus quadris roçaram a parede da piscina para se afirmar. O

toque dela o deixava frágil. Seu corpo estremeceu por causa da necessidade.— Sempre pode se sentar, — lhe sugeriu Ivory com voz sedosa, — já que isto podelevam um bom tempo. Sou muito conscienciosa em um exploração.Engolindo com dificuldade, Razvan se sentou na beira da pedra lisa, permitindo que suaspernas pendessem na piscina. Seu membro pulsava contra o ventre, duro como umarocha e crescendo mais conforme ela demorava. Quando ela segurou nas mãos seustestículos e se inclinou para tentar dar sua primeira lambida, sua respiração explodiu nospulmões. Quando a boca ardente o tomou estava perdido no corpo dela. Em sua mente.Em tudo o que ela era para ele.

Razvan fechou as mãos nos cabelos dela e se firmou sabendo que este era o começo deuma selvagem viagem com sua amada companheira.

Capítulo 16

— O que é isso? — Perguntou Razvan olhando sobre o ombro de Ivory, como estatrabalhava.

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seus feitiços. Ele é perverso. Sempre será. Escolheu ser. E eu devo manter minha menteclara todo o tempo. Razvan, eu sinto muito se te fiz mal com a imagem dele, mas é meuamparo.Ele envolveu a trança dela em seu punho, mas permaneceu calado, arrastando arespiração, sincronizando o ritmo de seu coração com o dela.— Razvan, é perigoso quando trabalho com seus feitiços. Não posso te dizer o quanto.Você diz que não é bom com os feitiços. Bem, eu sim. Sou boa, mas para ser tenho queformar as palavras em minha mente, conjurar as imagens para ir com elas, e não possocometer enganos quando trabalho com seus feitiços.

Ele respirou fundo novamente lutando visivelmente por recuperar seu controle.— Ainda não entendo.Ela assinalou ao redor da sala.— Esta é minha fortaleza. Rocha sólida. Ele não pode vir aqui. Não pode me rastrearatravés da rocha sólida, mas se eu cometer um engano, se esquecer um só momentocom quem e o que estou lidando, então me torno vulnerável.Ele franziu o cenho.— Mesmo aqui?— Ele é completamente perverso. A primeira linha diz tudo: O mago caminha para

 frente enquanto as portas do inferno se fecham. Ele não é inteiramente humano. Elevisitou o inferno e quando retornou, começou a precisar do sangue dos outros parasobreviver.O semblante dele fechou mais ainda.— Vivi com ele durante centenas de anos. Ele é perverso, sim. Mas não é um demônio. Éum mago.Ela assentiu.— Sim, é um mago. Sempre há um equilíbrio na natureza. Onde existe o bem, tambémdeve haver maldade. A gente pode usar os elementos naturais da terra para tecê-lospara o bem. Nós usamos todo o tempo para curar e outras coisas que nosso povonecessita. Também podem se tecer feitiços para o mal, convocando demônios e fazendoacordos com eles.— Sei que ele o faz. Vi quatro criaturas em suas cavernas, mas nunca vi portais paraoutro mundo ou realidade, pelos quais inclusive um mago pode transitar.— Não, eu estou segura que ele não seria tão idiota para permitir que alguém saiba oque acontecia. Queria aparentar ser todo poderoso para todos… Inclusive para simesmo. Ele precisa dessa ilusão. Por isso posso contar, pelo tempo que frequentei sua

escola, que ele estava usando aprendizes para que escrevessem feitiços que logo osusava como base para os dele. Ele já não pode inventar novos feitiços. Eu estou segura.Cada mago tem um ritmo, um modo de como lançam seus feitiços e de que como usam.Uma assinatura, por assim dizer. Os feitiços de Xavier cobrem um monte de feitiços deoutros magos.Razvan passou suas mãos agitadamente sobre o rosto e logo pelo seu cabelo cheio demechas brancas.— Que mais aprendeu estudando com ele?Ela passou sua mão pelo braço dele, para acalmá-lo.

— Sei que é perturbador falar dele.A sensação dos dedos dela em sua pele o sacudiu. Enquanto vivesse, nunca poderiacompreender a maravilha de que ela tivesse sido escolhida para ele.— Sua descrição o expõe muito bem. Vivi com ele e pensei que o conhecesse melhorque ninguém, mas, - ele assinalou para o livro e as palavras dela, obviamente ofensivas, -você deu um jeito bem melhor de expressar sua essência.— Razvan, eu espero que tenha razão. Estou apostando nossas vidas nisto.

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Ela pegou sua mão e o puxou até que ele a seguiu para fora da sala. Sentaram-se nascadeiras da sala de leitura.— Tenho que saber que você está nisto comigo, Razvan. Não será fácil e não posso tervocê com dúvidas, quando o confrontarmos.Ele se reclinou para trás em sua cadeira e a contemplou atentamente.— Nunca terá que se preocupar de que eu duvide. Estamos juntos nisto. É minhaescolha. Eu a tomei quando me pediu que vivesse. Sabia que íamos atrás dele.Ela se permitiu um suspiro de alívio. Não deveria ter duvidado dele. Ele tinha a coragempara ser qualquer coisa que precisasse. Não via nenhuma vergonha em seguir a

liderança dela. Não duvidava em aceitar seu destino. Era mais homem que qualquer umque conhecesse.— Sabe o que penso, Razvan? Acredito que Xavier tem que encontrar outro corpo. Nãoestava meramente possuindo você, deixando suas peças para manter o controle.Acredito que estava procurando um corpo que o hospedasse e uma forma de entrarnele, para reclamá-lo completamente e torná-lo seu. Queria ser Cárpato. Você nasceucom sangue de Caçador de Dragões correndo por suas veias, sabendo que era uma daslinhagens mais poderosas, se não a mais. Ele cobiçava essa linha de descendência. Porisso foi atrás de Rhiannon. E por isso bebia o sangue de seus filhos e netos. Ansiava um

corpo da linhagem do Caçador de Dragões.— Nenhum Caçador de Dragão se converteu. — Não havia nenhum orgulho em sua voz.Era sinceramente uma declaração. — Não permitirei que ele me faça ser o primeiro.Ela sorriu-lhe. Seu sorriso levantou-o do lugar sombrio em que tinha caído.— Não, não permitirá. E salvará a todos. Ninguém saberá o que fez, mas eu sim, Razvan.Se ele tivesse adquirido o corpo de um Caçador de Dragões como era sua meta, não háforma de julgar o estrago que poderia ter feito.Ele segurou suas mãos, brincando com seus dedos, e sacudindo um pouco a cabeça.— É minha teimosia.— É sua coragem incomensurável. — Ela o corrigiu. — Ninguém o teria suportado comovocê o suportou.Ele atraiu os dedos dela até sua boca e os mordeu levemente.— Vai fazer com que me ruborize.Ela duvidava disso. Ele não tinha ego. Nada. Simplesmente aceitava sua vida e vivia omomento, concentrando sua inteira atenção no que estava fazendo e dando o melhorde si em qualquer tarefa que tivesse em mãos. Ela se ruborizou um pouco pensando emcomo se concentrara tão completamente nela quando fizeram amor. Nada mais

ocupava sua mente, salvo lhe dar prazer. Era uma experiência intoxicante e estimulante,e uma em que ela já estava viciada. Estava tão perdida nele, que se encontroudesejando lhe dar a mesma completa concentração.— Minha participação nesse plano é a fórmula com a qual o venceremos.Tudo nele se deteve.— Vamos lhe fazer uma armadilha.Ela manteve os olhos fixos nos dele.— Sim, vamos fazê-la. Ele precisa de um corpo. E também sangue de coração. Sangue deCaçador de Dragões.

— Vai me pedir que me ponha novamente em suas mãos.Sua voz era estritamente neutra e sua mente estava firmemente fechada à dela. Seucoração se contraiu. Não havia expressão. Não havia condenação. Nem tampouco

 julgamento. Simplesmente esperava sua resposta, com seus dedos ainda nos dela. Àsvezes, como agora, sua coragem a aterrorizava. Surpreendia-lhe como ele acreditavanela.— Você se colocaria novamente em suas mãos se eu lhe pedisse, não? — Ela perguntouenquanto seu estômago se fechava.

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— Sim.Ela sacudiu a cabeça.— Eu nunca poderia aceitar te colocar em algum lugar perto de onde esse magoperverso pudesse pôr as mãos em você.Pela primeira vez ele se moveu e algo atravessou por seu rosto tão velozmente, que elaquase não o captou, mas a deixou receosa.— Quem ou o qual é a armadilha?— Agora tenho sangue de Caçador de Dragões correndo por minhas veias. Quando osabrir e deixar pistas, ele será incapaz de resistir. Sou uma mulher e ele pensará que sou

fácil de controlar.Ele se recostou em sua cadeira e seus lábios formaram uma linha apertada e implacável.Pequenas brasas ardiam nas profundezas de seus olhos, mas novamente, elepermanecia em silêncio… Esperando. — Pensei bem, Razvan. — Ela lhe explicou apressadamente. — Está tudo aqui. Ele viráatrás de mim, escuramente atraente, tomando sua forma, usando sua mente para mearrastar para ele. Vai querer me seduzir, e abrirá seus braços para me aproximar dele.— Não.— Sabe que tenho razão. Esta é a forma.

— Não. — Razvan se levantou e chamou à alcatéia. — Vou levar os lobos para correr.Você se importaria em nos acompanhar?— Precisamos discutir isto.— Não há discussão. Você vem?Ele se afastou dela em longos e velozes passos, estalando seus dedos e chamando àalcatéia.Ivory permaneceu em pé por um longo tempo, insegura entre feliz ou zangada de queele fosse tão protetor. Ninguém nunca a protegera. Não desde que era uma menina eseus irmãos e os Da Cruz a rodeavam com amor. Dez homens amando-a lhe faziamsentir como uma princesa… Às vezes sufocada, mas ainda uma princesa. Razvan tinhapassado por muito com Xavier. Ele somente precisava se acostumar à idéia.Assombrou-se quando o viu abrir seus braços como ela o fazia e Blaez e Rikki saltaramem suas costas, fundindo-se em sua pele como tatuagens. Por um momento, sela eencontrou sentindo um pouco de ciúme. A alcatéia nunca havia sido separada. Eram suafamília.— Nada foi dividido. — Disse Razvan. — Somos uma família.Ele havia voltado para sua calma habitual. Com total naturalidade. Ou talvez sempre

tivesse. Mesmo lhe dizendo um firme não, ele não tinha levantado a voz nem semostrara chateado. Só implacável.Ela assentiu, concordando.— Sim, somos uma família. É bom nós dois carregarmos os lobos. Cuidarão de nossascostas.Ele lançou-lhe uma pequena tentativa de sorriso, removendo os anos de seu rosto atépareceu quase juvenil.— É impressionante ser tão aceito por eles.Ela sentiu o particular toque que ele frequentemente produzia em seu coração. O

simples prazer tocando-a.— Aonde vamos?— Quero ir ao lugar onde encontrou a terra para nosso dormitório.— A caverna das pedras preciosas.Ele assentiu.— A terra é pura, por isso sabemos que Xavier não teve a oportunidade de estender seuveneno por todos os lados. Eu gostaria de saber o quanto ele infectou. O tamanhorealmente da área. Não posso acreditar que esse seja o único lugar. Uma vez que

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saibamos o que procuramos podemos avisar os outros Cárpatos para que revisem seusolo.— Pensa que podemos limpá-lo?— Acredito absolutamente que você pode. — disse.Ela tentou não sentir um ridículo calor, mas ali estava, uma tola brasa que se estendiapor seu corpo. Verdadeiramente era arrepiante como reagia a ele. Envergonhada, elaabriu os braços e permitiu que restante dos lobos se fundisse a sua pele, antes deescanear a área sobre eles para se assegurar de que não houvesse ninguém que pudessevê-lo deixando o refúgio.

Saíram na noite passando como uma centelha pelo céu escuro e espaçoso. Sobre suascabeças as estrelas brilhavam, desdobrando sobre eles uma manta de fantasia eenvolvendo-os em uma beleza que nunca falhava em comover Razvan. A maravilha. Amajestade. O milagre.Ela nunca tinha observado dessa forma o que a rodeava, mas com Razvan via tudoatravés de novos olhos. Ele sentia como se estivesse navegando pela lua, deslizandocomo um cometa e brincando às escondidas pelas constelações. Correu pelas isoladaspartes de vapor que se elevavam da margem de um rio e experimentou tudo com ele.Tinha pairado como um mocho milhares de vezes, mas nem uma vez havia sido tão

divertido ou excitante.Os mochos planaram silenciosamente sobre o solo coberto de neve enquantoatravessavam acima de um prado, com a fêmea se movendo na frente e descendo atéganhar o amparo do bosque, pelo maior tempo possível. Voaram rápido, passandobruscamente ao redor das árvores e através dos galhos, tão silenciosos que os roedoresainda brincavam de correr sob eles, inconscientes do perigo.Irromperam do bosque justo quando o solo descia para um vale que corria entre duaslargas cordilheiras de montanhas, longe das cavernas de gelo de Xavier e a quilômetrosdo povo Cárpato. Os mochos mudaram de cor para que fosse mais difícil detectá-los.Razvan ficou branco como a neve, enquanto o branco de Ivory era um pouco maisescuro e com manchas escuras em suas asas, que indicavam que era uma fêmea.- Deixe que o mocho guie seus pensamentos. - Acautelou-lhe Ivory. – Se alguém estáescaneando pode encontrar algum de nós no interior do corpo do mocho, se não formoscuidadosos.Ela tinha sido cuidadosa a cada dia de sua vida, a partir do momento em que abriucaminho fora da terra, um século depois do ataque brutal que havia sofrido. Ele nãorespondeu, embora quisesse fazê-lo. Achava sexy à guerreira que havia nela. Em vez de

lhe responder enviou-lhe calor e logo simplesmente se deixou ir, fundindo-seprofundamente com o mocho. Se um inimigo estivesse lhes buscando, nunca suspeitariaque fossem mais que mochos voando através do vale.No momento em que permitiu que o mocho tomasse o controle, ele se assombrou dahabilidade da ave para ver e ouvir. A espessa plumagem branca, suave e densa seestendida até suas unhas. Cobria-lhe e isolava seu corpo. Uma suave franja nas plumasde vôo silenciava o som, lhe permitindo planar como um fantasma através do céu.Ivory desceu mais, quase roçando o solo e Razvan a seguiu desfrutando de cada segundodo vôo silencioso, observando como o vento arrepiava as plumas de sua companheira

enquanto ela deslizava a meros metros do chão, tornando. De repente se elevourepentinamente, com suas asas batendo poderosamente para levá-la alto, para umcume e depois mergulhando do outro lado, com as garras se estendendo como seestivesse caçando uma presa.Justo antes que tocassem o solo, Ivory se moveu em sua mente com uma ordemcortante:- Mude.

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Ele aterrissou sob os pés, se acocorando instintivamente atrás de uma saliência próximana base da montanha. Ivory fez outro lento e cauteloso escaneio da área e Razvanseguiu seu exemplo.— Este lugar é sagrado. Fui trazida aqui pela Mãe Terra, até este lugar de imenso poder.Aqui há metais mágicos e pedras preciosas para qualquer ocasião. O solo é rico e nuncafoi usado por outro ser, salvo eu.Ele lhe fez uma reverência, em um gesto de respeito.— Obrigado por me trazer aqui.— Você é meu companheiro. — Disse Ivory casualmente, mas por dentro seu estômago

se contraiu.Este era seu lugar favorito, como o jardim havia sido para ele. Ela queria que ele sentissea mesma avaliação que ela sentia. Que amasse essa caverna espetacular e a sensação daterra. Que visse a beleza das pedras preciosas e conhecesse a riqueza dos materiais.Mais que tudo, ela queria que ele se desse conta da honra que a mãe terra tinha dado aambos. Ninguém havia caminhado dentro da caverna antes dela, e ninguém aencontrara depois.Ivory não podia acreditar quão nervosa estava enquanto flutuava acima das pedras quecobriam a entrada. Não queria deixar pistas, e perturbar a neve poderia deixar.

Assegurou-se de tomar em sua mente uma imagem detalhada de como estava tudo,para que depois pudesse arrumar tal como estava, enquanto moviam as pedras gêmeasabrindo-as para o acesso a um comprido e estreito túnel que conduzia às cavernasdebaixo da terra.Razvan se deu conta do que ela estava fazendo e imediatamente seguiu seu exemplo.Ele possuía uma memória fotográfica. Se ela queria a área antiga, ele se asseguraria deque fosse deixada desse modo quando se fossem.Ivory fez as duas pequenas pedras flutuar no ar e as afastou para revelar um pequenotúnel bem aberto no solo. Mudaram para a forma de vapor e entraram na estreitaabertura. Ivory teceu salvaguardas para esconder a entrada enquanto estivessem nointerior e logo avançou pelo tubo que se curvava, seguindo-o para baixo em direção atibieza da terra. O túnel não era mais largo que os ombros de um homem pequeno, masem sua presente forma, eles viajavam rápido.O túnel começou a se alargar e o teto se tornou o bastante alto para que estivessem empé, mas Ivory, consciente de que perturbaria o equilíbrio natural do ecossistemapermaneceu como vapor até que chegaram à caverna em si. Esta era bastante larga egrande, e com terraços de muitos níveis.

Ela tirou os sapatos quando mudou para sua forma natural, deixando que seus pésafundassem no rico solo só para absorver a sensação.— Depressa, Razvan. Assim. É tão maravilhoso… É como o céu.Ela lhe deu um rápido sorriso, mas Razvan podia dizer que era um pouco tentador. Esempre lhe movia. Sua segura guerreira sempre ficava um pouco nervosa quando estavase divertindo ou quando estava sendo uma mulher. Ele permaneceu a centímetros daterra com os pés nus.— Não sei nada disto, Ivory. Sou novo nisso, você sabe.Ela o fitou séria, se dando conta do significado em seus olhos e se ruborizou.

Ele amava o que acontecia a ela, como a cor lhe subia pelo pescoço e se arrastava sob apele de porcelana, quando gracejava com ela.— Ponha os pés na terra. — Ela disse sacudindo a cabeça para ele.Ele flutuou diante dela mantendo os pés sobre a riqueza sedutora da camada escura.Seu corpo a golpeou.— Não posso colocar.— Você sempre está tramando alguma coisa quando me dá esse sorriso de menino. — Oque fazia com que seu corpo inteiro se derretesse. Ficada fraca e sem respiração, pronta

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para fazer tudo o que ele quisesse, ali mesmo. De certo modo desesperada, ela pegouseus braços e o puxou para baixo. O corpo de Razvan deslizou pelo dela, enviando umtremor de excitação e voltas em espiral por seu corpo. Os pés descalços de Razvanafundaram na rica terra, até quase os tornozelos. Ele curvou os dedos ao redor dosbraços de Ivory, com somente um fôlego entre eles.— Ivory! — A excitação o sacudiu. — Isto é todo um descobrimento.Satisfeita, ela encolheu os ombros.—Não é realmente meu descobrimento. A terra me deu a localização quando estiveprofundamente sob suas camadas lutando por minha vida. Arrastei-me até aqui. Palmo

a palmo.Ela engoliu as escuras lembranças dos dias difíceis e se inclinou sobre ele, procurandoinconscientemente o refúgio de seu coração. Não se tinha dado conta até aquelemomento de quanto já dependia dele. Era aterrador e a deixava eufórica ao mesmotempo, que Razvan tivesse chegado a ser tão importante para ela e tão rapidamente.— Arrastava-me tão longe quanto podia quando não havia lua que queimasse minhapele, - ela lhe explicou, nas primeiras tentativas de me elevar durante umas poucashoras e começar a jornada árdua. Mesmo a menor luminosidade me feria a pele. Aalcatéia me protegia e logo me afundava sob a terra para me recuperar, até que

conseguia reunir a coragem e a resistência para ir mais longe.O braço de Razvan a envolveu e ele depositou beijos no alto de sua cabeça. Ela nãoestava pedindo simpatia, simplesmente lhe contava os fatos. Tudo nele se rebelava antea imagem dela engatinhando sobre as mãos e joelhos, se arrastando pelo terreno ásperosobre o ventre. Usando cotovelos e joelhos para se propulsar para frente. Ele não estavalá para lhe ajudar e o pensamento de sua resistência a tal agonia sem ele, lhe deixavadoente.Acariciou as finas linhas brancas que dividiam seu corpo. A que ela tinha ao redor dagarganta, a do braço e a que estava sob o seio. Levantou-lhe o queixo, usando doisdedos e esperou até que ela elevasse as pálpebras e fitou seus olhos.— Eu amo você.Ela sentiu que seu interior se contraiu. Seu coração parou. Podia se notar em seus olhos.Sentir a emoção que a envolvia, que a enchia e a elevava. Ivory abriu a boca, mas nãosaiu nenhum som. Ele a sacudia com seu amor. O lento sorriso a fez tremer e lhe velouos olhos outra vez enquanto os lábios de Razvan desciam para tomar posse dos dela. Aterra tremeu sob seus pés.Ivory enredou os dedos com os dele enquanto Razvan levantava a cabeça.

— Quero te mostrar algo. Este lugar é um tesouro oculto de pedras preciosas, mas o queé mais importante, os metais.Razvan olhou para cima, para as paredes em terraços com as nervuras de prata e ouro.Pelas paredes e dispersas através da terra escura, podia-se notar a evidência debrilhantes pedras preciosas.— Ferro. Não de mineral, mas de um meteorito. Está em sua forma mais pura. Diretodos céus, Razvan. As propriedades de amparo são tremendas. E há chumbo também.Estive fazendo experiências com o chumbo para ajudar a aumentar a resistência deminha proteção com feitiços de amparo. Posso fazer nossas armas de metais naturais

que se encaixam bem com a magia, para que possamos transportá-los facilmente. Orecobrimento é essencial quando lutamos contra os vampiros.— Assombroso. — Concordou Razvan. — Este lugar é muito mais que importante, Ivory.— Foi confiado a mim e tenho que mantê-lo seguro.— Estou de acordo. — Razvan se abaixou enquanto observava ao redor, às variadaspropriedades que ela lhe assinalava. Segurando um punhado de terra nas mãos, ele sepermitiu deslizá-la entre os dedos. — Esta terra não está poluída.

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— Por que estaria? — Perguntou Ivory. — Xavier não tem a menor idéia de que elaexiste. Ninguém a tem.— Os microorganismos estão no solo, Ivory. Eles não permanecem em um lugar.Espalham-se. Foi por isso que ele os enviou, para que se espalhem pelas terraslongínquas e as poluíssem. Por isso, junto ao fato de que são quase impossíveis dedestruir, que Xavier os utiliza. Pode apostar que ele enviou seus microorganismosatravés do mar, para cada continente. Xavier é um homem muito prevenido.— Como sabe que não estão aqui?— Vivi nas cavernas de gelo, no meio dos experimentos durante mais séculos dos que

quero recordar. Sinto-os.— Como Natalya disse que Lara faz. — Ela se voltou para fitá-lo. — Mas ela ainda émaga; eles acreditam que ela os sente porque é maga.Ele sacudiu a cabeça.— Não. Ela pode ocultar sua presença deles porque é maga. Por isso, não a podemconverter. Ela é a única que pode neste ponto.— Você acredita que pode encontrar um modo de ajudar a sua filha.Ele assentiu.— Podemos encontrar um modo. — Razvan enfatizou a frase. — Não posso sem sua

ajuda. Ela não pode ser convertida e vivencia uma meia vida, para manter vivos, osbebês não nascidos. Se pudermos encontrar um modo de desfazer à terra dosmicroorganismos mudados, ela poderá ser convertida.— Razvan... — Sua voz era suave. — É mais provável que os microorganismos nãotenham encontrado o caminho. É provavelmente, só uma questão de tempo. Como eucompreendo, os extremophiles podem viver sob quase qualquer condição, sem importarquão duro seja. Se houver um modo de destruí-los… — Você disse que pode inverter o que ele fez.— Sim, mas não destruir aos que já há no solo. Posso detê-los, mas levará tempo. Anos,inclusive.Ivory odiava decepcioná-lo. Ele a fitava como se a lua se tornasse cheia e minguante, porela. Ela colocou uma mão em cima de sua cabeça.— Encontraremos um modo de ajudá-la.— Está aqui, Ivory. A resposta está aqui. — Insistiu Razvan. — Nesta caverna. A vidacomeçou em forma de microorganismo. Há algo nesta terra que protege contra ainvasão dos microorganismos modificados. Estou seguro disso.Ela se abaixou ao seu lado, sentindo o movimento salutar da terra ao redor dela, como

se a protegesse e a cobrisse com seu calor. Sempre que vinha à caverna se sentia comose voltasse para casa. Havia passado muito tempo sob o solo ali, coberta pela rica terra,absorvendo as propriedades curativas pela pele.Tirou um punhado de terra e o deixou correr entre os dedos como água, sentindo aspropriedades individuais enquanto a substância se movia sobre sua pele. Era só suaimaginação porque queria tanto fazer isto por ele ou realmente sentia como sehouvesse algo diferente, um elemento na terra que ela não captava?— Você disse que sempre há um equilíbrio entre o bem e o mal, Ivory. — RecordouRazvan.

— Sim, mas lido com o que é natural. Xavier retorce o que é natural em algo perverso.Os microorganismos começaram bons, não perversos, ou pelo menos neutros. Nãoforam colocados nesta terra para fazer mal aos Cárpatos. Xavier os mudou para seuspróprios maus propósitos. Eles eram naturalmente tóxicos. Não teria nenhuma dúvidade que a cura estaria perto deles, como sempre ocorre na natureza. Posso inverter ofeitiço. Estou segura de que posso, tendo tempo de estudá-lo. Mas para encontraralguma coisa que destrua o que ele forjou… — Está aqui. — Insistiu Razvan simplesmente. — Eu sinto.

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Ela olhou novamente ao redor. Havia usado os metais preciosos e chamado às pedraspara suas armas e seu sistema de advertência. Havia utilizado a terra para sua câmara,transportando-a cuidadosamente até que a concha ficou cheia. Ocasionalmentereabastecia o solo com nova e fria terra, embora as propriedades curativas semprepermanecessem tão poderosas como dentro da caverna.Acreditava nas sensações. Ivory estava muito sintonizada com a terra depois de passartantos séculos dentro de suas ricas camadas medicinais. Se os metais e as pedras eramas veias, o sangue e os ossos da terra, possivelmente os organismos fossem o coração ea alma.

Razvan tinha experimentado a mesma conexão com a terra. A mãe Terra lhe tinhaaceitado. Se conectado as suas veias e lhe manterá preso em suas pedras e mineraispara salvar sua vida. Ela fluía pelas veias de Razvan do mesmo modo que pelas de Ivory.Provavelmente, com sua vida nova, ele estava mais perto da terra e podia sentir asdiminutas diferenças de maneira que Ivory não tinha explorado ainda, mas ainda assim,não tinha sentido. Ela tinha passado séculos na terra, enganchada ao fluxo vazante dosangue da mesma e não podia discernir o que ele pensava que sentia.— Esvazie sua mente de tudo. — Sugeriu Razvan. — Sinta. Assim. – Ele levantou o péesquerdo e o colocou na coxa direita e logo colocou o pé direito na coxa esquerda.

Ivory se sentou frente a ele, assumindo a posição sem perguntas.— Mantenha a espinha dorsal reta e relaxe os ombros. Isso. — Ele assentiu comaprovação. — Vai fazer um oval com as mãos. A mão esquerda em cima da direita, comos polegares juntos e as articulações médias dos dedos médios juntas. Deixe que venhade você mesma. Parecido ao que faz quando cura, mas mente e corpo como um só, edeixe que a informação flua em você. Toma-a e deixa-a sair. Não tente guardar nada. Sópermaneça quieta. Respire. Combine ao fluxo de minha respiração e logo se permitaesquecer isso também.Ivory fez o que ele lhe pedia, se rendendo ao momento. À caverna. A terra. Não era só aconexão com a terra, ela decidiu mais tarde. Era isto, a quietude e calma de Razvan, suapaz, a maneira em que era um só com tudo ao seu redor, que lhe permitiu sentirprimeiro a presença do organismo.Respirou e lentamente e levantou a mão usando seu corpo como uma varinha depredizer. Girou lentamente e percebeu que havia captado a existência da forma de vidaem todas as direções, como se a terra estivesse saturada dela.— Está por toda parte. — Ela disse, deixando sair o ar de seus pulmões, um poucosacudida pela estendida dispersão. — Tenho que averiguar o que é.

— Podemos pegar uma amostra?— Temos uma concha inteira cheia. — Lembrou-lhe Ivory. — Dormimos nela todo dia.Razvan franziu o cenho e passou a terra entre os dedos outra vez.— Acredito que deveríamos pegar uma nova amostra, para nos assegurar de que nãoestá poluída de maneira nenhuma por nós.— Sempre peço permissão antes de pegar algo desta caverna. — Advertiu Ivory. — Se aresposta for não, vamos analisar com o que já temos. A terra foi mais que boa conosco enão podemos permitir que a avareza se arraste em nossos corações, nem sequer poruma boa causa.

— A terra é uma mãe, Ivory. Ela nos salvou. Vai querer salvar as crianças meninos de suagente. — Raciocinou Razvan.Ivory sorriu. Amava o modo em que Razvan tinha fé. De onde vinha? Ele havia sidotorturado por seu próprio avô. Seu povo tinha acreditado o pior dele, mas ele aindatinha fé na bondade do mundo.Razvan a surpreendeu lhe observando com o olhar que reservava só para ele. Terna.Amante. Orgulhosa. Ela provavelmente sequer sabia que tinha esse particular gesto deolhar, mas o fazia se suavizar por dentro sempre que a expressão lhe atravessava a face,

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por mais fugaz que fosse. Era o bastante para ele, que ela lhe conhecesse ecompreendesse, por que fazia as coisas que fazia. Ninguém mais tinha que saber. SóIvory.Ivory levantou as mãos e fechou os olhos, usando a voz melódica para implorar seu caso.Assustou-se quando Razvan se uniu a ela, harmonizando com sua voz masculina maisprofunda.- Mãe. Oh, Mãe, viemos a ti em busca de ajuda.- Ouça nossas crianças e sustente-os perto. Nunca os deixe enfraquecer.- Mãe. Oh, Mãe, nossas crianças morrem.

- Observe nossas lágrimas, imploramos-lhe, nosso pranto.- Ouça nossa súplica, e examine o que há em nossos corações.- Sustente-nos perto, não nos deixe cair.- Pedimos-lhe a vida na terra, para trazer força a nossos jovens.- Para curar suas feridas e proteger nossas crianças.Ao redor deles o solo brilhou e as pedras faiscaram brilhantemente. Em cima de suascabeças, colunas de estalactites zumbiram vibrando com a melodia da harmonia.Ivory inclinou a cabeça com gratidão e Razvan deslizou a mão quase amorosamenteatravés da terra antes que elevassem suas vozes em agradecimento.

- Mãe, Oh, Mãe, você é verdadeiramente grande.- Seu presente é precioso. Sentimos-nos diminuídos.Razvan pegou punhados da matéria preciosa e, formando uma bolsa de seda, verteu-anela.— Quanto precisará?— Bastante para realizar várias experiências, no caso de não ter uma resposta fácil. — Ela não podia evitar o entusiasmo de sua voz. Geralmente não havia respostas fáceis,mas desta vez poderiam ter sorte. Se havia uma criatura que mantinha aosmicroorganismos modificados a raia, ou melhor, realmente os destruía, ela deveriapoder encontrá-lo rapidamente. Não que tivesse muitas combinações entre as quaisescolher.Os dedos de Razvan a seguraram pelo pulso e a puxou para ele.— É um milagre para mim, Ivory. Se você acredita ou não. Este lugar… — Ele fez ummovimento circular com o braço, abrangendo a caverna gigante. — Isto pode salvarminha filha. Ela já passou por tanta coisa, e como sempre, você parece ser a chave deminha felicidade. Se puder aliviar seu sofrimento e o de seu companheiro, me sentireicomo se pelo menos me redimisse parcialmente.

— Xavier o possuiu, Razvan. — Ela lhe recordou suavemente — Compartilhei suaslembranças e vi o que fez. A culpa não foi sua.Ele encolheu os ombros e lhe colocou mechas de cabelo que haviam se soltado datrança, para atrás da orelha.— Eu deveria ter sido mais cuidadoso com minha formulação das coisas. Cresci com ummago. Sei que as palavras possuem poder, mas continuei cometendo enganos que mecustaram o que mais amava.— Você tinha quatorze anos à primeira vez que ele o tomou, e entregou sua vida paraque sua irmã estivesse a salvo. Você era um menino, Razvan. — Ela disse.

O sorriso dele foi suave.— Você é tão feroz em me defender, hän ku kuulua sívamet. Guardiã de meu coração.Mas deveria te chamar de, hän ku meke pirämet. Defensora.— Sou a guardiã de seu coração, — ela disse — e te defenderei até a morte, Razvan.Você é um homem extraordinário e estou orgulhosa de ser sua companheira. — Elaabaixou a cabeça, envergonhada como sempre que mostrava muita emoção. — Devemos voltar para nossa casa, para que possamos estudar a terra e ver se temosverdadeiramente suas respostas.

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Razvan lhe segurou o queixo e lhe deu um beijo. Somente um. Mas saboreou seu sabore sua textura. Saboreou seu perfume e sua emoção. Quando levantou a cabeça lhesorriu.— Päläfertiil . Companheira.Só a forma em que ele dizia essa palavra a debilitava por dentro. Suave. Terna. Sexy.Sorriu-lhe.— Eu sou.

Capítulo 17

— A forma de vida teve que ter primeiro estado no meteorito. — Disse Ivory e desabou,com a cabeça sobre os braços. – Eu deveria ter sabido. É rico em ferro.— Como sobreviveu ao vir para a terra? — Perguntou Razvan, lhe esfregando osombros.— Não tenho a menor ideia, e francamente, nem sequer me importa esse ponto. A terraestá cheia deles e até agora, cada vez que você me trouxe terra poluída, eles apressam arodear os microorganismos modificados e destruí-los enquanto deixam todo o restointacto. — Ela virou a cabeça para um lado, para levantar o olhar. — Sabe onde são

produzidos os microorganismos?— A maior fábrica de Xavier foi destruída e ele se moveu para sua fortaleza escondidaprofundamente sob as montanhas. Posso lhe encontrar. Mas os microorganismos nãoestão ali na terra. Ele os infiltra por uma geleira que alimenta os sistemas de água e quese espalham pela terra. A última vez que cacei para nós perto da aldeia, bem debaixo dageleira, ouvi por acaso à parteira local que falava sobre a alta taxa de abortos. Temo quea contaminação tenha salpicado nos humanos. Se os microorganismos infectaram seus

 jardins, eles podem começar a sofrer o destino de nossa espécie. — Razvan lhemassageou o pescoço com dedos agradáveis. – Você precisa descansar, Ivory.Ela estivera trabalhando constantemente durante três semanas, sem abandonar aguarida sequer para se alimentar. Razvan tinha caçado para a alcatéia e para ela. Havialevado os lobos para que corressem a noite e tinha reunido amostras de terra de dúziasde lugares diferentes e levando-as para ela, que se negava a ir com ele. Preferia ficar erealizar suas experiências. Ela parecia pálida e esgotada, com círculos escuros sob osolhos.— Tenho um mau pressentimento, Razvan. — Disse Ivory. Mas deu um pequeno suspirode prazer enquanto os dedos do Razvan trabalhavam sua magia, aliviando os nós de seu

pescoço. — Esteve crescendo em mim durante muito tempo e sinto a necessidade defazer isto rapidamente.Ele permaneceu silencioso e ela levantou o olhar para captar a expressão de seu rosto.Ivory se incorporou rapidamente e se voltou para encará-lo.— Você o sentiu também.Ele assentiu.— Crescem mais forte todo o tempo e a alcatéia esteve estranhamente inquieta.— Algo está errado.Ele não queria concordar com ela. Não quando estava tão esgotada, mas todos os seus

instintos lhe diziam que ela tinha razão.— Temos que ir até o príncipe e contar o que descobrimos. – Ele disse.Ela se mordeu o lábio.— Acredito que tenha razão Razvan, mas sempre sou meticulosa. Repetiria asexperiências mil vezes mais e documentaria mais evidências. Ainda trabalho no feitiçopara mudar as mutações existentes, para quando encontrarmos sua fábrica.Ela passou a mão pelo cabelo com agitação.

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— Ainda há muito trabalho. Não pode apressar este tipo de coisas. Se cometermos umengano poderíamos fazer tanto mal como Xavier, sem que importe a nossa intenção.Permaneceram acordados até as horas da manhã em que a pele de Ivory doía e cobriade bolhas, apesar de estar sob o solo. Um efeito colateral, ele sabia, de passar mais deum século sob a terra para curar seus ferimentos horrendos. Ela se entregou ao sono desua gente. Ivory frequentemente despertava agitada e nervosa, antes do que deveria.Seu corpo era incapaz de se mover enquanto sua mente se acelerava com preocupação.Razvan lhe fazia amor frequentemente, lhe aliviando a tensão, mas ela não podia deter aobsessão que a mantinha trabalhando sem descanso. Nem sequer a terra parecia poder

rejuvenescê-la.Ele pegou uma escova da mesa e começou a passar-lhe suavemente pelo cabelo,sabendo que ela sempre se acalmava com o gesto. Era para ele também. A sensação dasmechas sedosas contra sua pele lhe servia como um aviso da maravilha absoluta de tê-laencontrado, quando nunca tivera um momento de esperança de tal milagre.— O quão perto você está para inverter o feitiço?— Não saberei até que o tente, Razvan. — Havia uma insinuação de desespero em suavoz. — Começo a ver a enormidade do que Lara e Nicolas enfrentaram. Eles não seatrevem a convertê-la e suportar a morte de nossas crianças em suas almas, mas como

podem continuar sem uma vida própria?O sorriso de Razvan acima de sua cabeça foi tranquilo.— Você suportou. Eu suportei. Assim é a vida, Ivory. Esperamos que nossas crianças nãotenham que lutar como nós, mas viver bem a vida e lidar com a adversidade como umamaneira de formar o caráter. Estou orgulhoso de Lara por suas escolhas e não adespojaria da oportunidade de servir os outros. Ela tem muitos anos para podercontinuar vivendo bem, antes que seja necessário convertê-la. Se falharmos, elaaguentará como nós. No fim, nós só podemos dizer que fizemos o que podemos. Nãopodemos controlar os outros, só a nós mesmos.Ivory sentia sua calada tranquilidade, a pacífica calma que lhe mantinha tão tranquiloem situações difíceis. Ela permitiu que essa serenidade se filtrasse nela e acalmasse suaprópria mente turbulenta. A cada carícia a escova parecia expulsar mais tensão fora desua alma. Razvan tinha razão. Só poderiam fazer o que pudessem e isso era o quehaviam feito.Ela se deu conta, enquanto ele lhe dividia o cabelo em três mechas grossas e começavaa trançá-las apertadamente, que queria mostrar ao povo Cárpato que Razvan não eraum criminoso de quem desconfiar, mas sim, era de fato um grande homem que se

sacrificou por todos eles. Razvan não desejava isso. Não tinha interesse nas opiniões dosoutros. Ele era simplesmente um homem. Assim era como vivia sua vida. Fazia quantopodia e não tentava controlar os outros.Ela respirou fundo.— Bem. Então vamos. Vamos averiguar o que acontece e deixemos que o príncipe tomea decisão de tentar uma experiência maior ou seguir trabalhando. Também precisoprovar os feitiços de reversão em microorganismos que estejam fora, no campo. Nãotem objetivo atacar a fábrica se não pudermos parar seu trabalho permanentemente.— Quanto mais acossado estiver Xavier, menos tempo tem de fazer o mal. — Disse

Razvan brandamente. — Se isto não funcionar, então podemos ganhar tempoeliminando sua fortaleza e fazendo-o se mover outra vez.Ela começou a virar a cabeça para procurar seu olhar por cima do ombro, mas ele lhepuxou o cabelo, evitando-o. Ivory franziu o cenho.— Não podemos correr o risco de perdê-lo. Se ele desaparecer...— Eu lhe posso encontrar. Aonde for. A qualquer momento.Ela esperou um batimento de seu coração, até que sua pulsação se acalmou.— Como?

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Ela se deteve com alarme e se assentou em cima de uma árvore para usar a visão domocho, para examinar a área ao redor da casa.- Eles deixaram a casa apressadamente e não mudaram de forma.- Raven está com uma gravidez bastante avançada. - Lhe recordou Razvan. - É possível que tenha chegado a hora?O mau pressentimento dentro de Ivory piorou.- Talvez devamos usar nossa chamada de sangue com o curador. –  Ela sugeriu inquieta.Razvan não vacilou. Introduziu-se em si mesmo para encontrar o caminho do sangue docurador correndo por suas veias e enviou uma chamada:

- Temos necessidade de falar com o príncipe, mas encontramos sua casa vazia. Estamosinquietos. Aconteceu alguma coisa? Houve um longo silêncio, como se o curador não fosse responder, e logo chegou suavoz. Débil. Longínqua. Tensa.- Minha companheira não pode reter os bebês. Estamos na caverna de cura, preparandouma câmara de nascimento. Lara e Nicolas foram feridos.Razvan girou a cabeça do mocho e olhou para Ivory antes de se lançar ao ar, a fêmea lheseguia desta vez. Não havia palavras a dizer. Se Nicolas tinha sido ferido, eles tinhamsido atacados. E atacados deliberadamente. O professor vampiro ou Xavier haviam

descoberto quem estava salvando as crianças não nascidas e haviam feito uma tentativade tirar esse obstáculo de seus planos.Mas como sabiam que tinham que atacar Lara? Perguntou Razvan, recordando avacilação breve de Gregori. - Eles pensam que sou um espião em seu acampamento eque entreguei a Lara a Xavier. Imediatamente Ivory se deixou cair ao chão mudando de forma no último momento,para caminhar pela neve com passos rápidos e longos, cheios de energia, irradiandouma fúria que não podia ser errônea. Ela tinha sentido a pequena vacilação no curadortambém.— Vamos, Razvan. Podemos estar caindo em uma armadilha. Talvez tratem de saltarsobre nós, e se o fazem, não teremos mais opção que abrir passo lutando. — Ela sevoltou para fitá-lo, deixando escapar um lento vaio. — Alguém morrerá.Razvan observou os escuros e sombrios olhos, se inclinando contra o tronco de umaárvore com informal facilidade, observando-a se mover como mercúrio pela neve.Adorou seu feroz amparo, a fina fúria que brilhava por ela, irradiando como a lua maisbrilhante.— Irei sozinho. — Ele mantinha seu tom calmo, muito tranquilo.

Ivory levantou o queixo.— Você não será seu sacrifício. Eles estão chateados. No limite. Eles precisam de umbode expiatório e eles farão de você um. Nós dois sabemos disto.— Um de nós tem que falar com o príncipe. Você é o melhor guerreiro. Eu não tenhoinconveniente em que ponham suas mãos sobre mim ou me busquem. Você nuncatoleraria tal coisa, nem eu poderia lhes permitir te tocar sem respeito. Se for haverá umaluta. Se eu for há uma oportunidade de que possamos chegar até o príncipe com nossaevidência e lhes ajudar.— Eles não merecem ajuda. — Ela disse as palavras com agressividade, pronunciando

cada uma.Ele cruzou os braços sobre o peito enquanto ela caminhava outra vez, com as mãosapertadas, dos lados do corpo. Não disse nada, somente a fitou com os olhossemicerrados.Ela parou diante dele respirando desigualmente. Estava com o coração ali, atrás daslágrimas que banhavam em seus olhos. Não havia nada mais desarmante que umamulher guerreira com aspecto vulnerável e chorando. Com assombro, ele levantou amão para seu rosto.

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— Não chore por mim, Ivory. Sempre vivi com minhas escolhas. Tenho que ver se Laraestá a salvo. E não posso permitir que os bebês morram se tivermos uma maneira desalvá-los, e você tampouco.— Se eles lhe danificarem um fio cabelo da cabeça, só um, haverá uma guerra tal comonunca viram.Razvan lhe emoldurou a face com as mãos. Sabia que só a envergonhava quando lhedizia que a amava, porque ela tinha dificuldades para lhe responder. E provavelmenteseria pior se lhe dissesse que ela lhe comovia como ninguém ou nada mais haviam feito

 jamais ou fariam. Então, lhe beijou.

Razvan verteu tudo o que sentia por ela no beijo. Amor infinito. Completa aceitação.Orgulho. Alegria. Luxúria. Tudo o que era e sentia, lhe deu. Ela respondeu, seentranhando no calor Du sua boca, se entregando a esse mundo de sensações purasmisturadas com amor. Poderia viver em seus braços, com as bocas fundidas parasempre, com seu corpo no dele e os braços ao redor de seu pescoço. Seu lar. Seurefúgio. Seu tudo.Quando ele deixou contra a vontade o refúgio de sua boca descansou a testa contra adela, inalando um profundo e tremulo fôlego.— Se isto der errado, hän ku vigyáz sielamet , guardiã de minha alma, quero que saiba

que te esperarei na próxima vida. Xavier deve ser destruído. Antes de qualquer coisa, eledeve ser destruído. Olhe para mim e diga que virá com sua alma brilhando.— Pede-me muito.— Não peço, Ivory. Peço a você para suportar como suportou por tantos séculos, com amente fixa na tarefa dada a você. Nós tivemos este tempo. Um momento roubado defelicidade. O que eles fazem ou não, pouco nos importa. – Ele lhe colocou a mão sobre ocoração. Sentia-o pulsar contra sua palma. — Temos um grande propósito e devemosterminar.O soluço na garganta de Ivory ameaçava estrangulá-la enquanto o engolia.— Você me aterroriza com sua aceitação tranquila, Razvan.— Não controlo os outros, Ivory, só a mim mesmo. Faço o que devo, sem importar ocusto.— Vou odiá-los com todo meu coração se lhe fizerem mal.— Você é minha luz, Ivory. Preciso que seja essa luz. Conto com essa luz.— Pede mais de mim que de si mesmo. Você os mataria a todos se me tocassem.— Sim. — Ele passou o dedo pelas linhas finas de seu rosto. — Você é o milagre, Ivory.Não eu.

Razvan a trouxe mais perto. Puxou-a para ele e simplesmente a sustentou em seusbraços até que a rigidez e a tensão desvaneceram de seu corpo e ela ficou quieta contraele, suave e maleável. Seus corações pulsavam no mesmo ritmo. Sintonizados. Sua almase movia contra a dela. Ivory sentiu o roçar dos lábios em seu cabelo e logo ele aafastou.— Dê-me suas anotações e as amostras de terra. Eu informarei se nós fomos claros. Senão, eu verei no outro lado.Contra a vontade, ela os entregou, ignorando que suas mãos lhe tremiam. Razvanestendeu os braços e encolheu os ombros para liberar os lobos, então se ajoelhou para

enterrar os dedos em seus pelos, sustentar suas cabeças e tocar os focinhos enquantolhes esfregava as orelhas e pescoços antes de ficar de pé. Quando virou já se afastando,Ivory segurou sua mão.— Razvan.Ele respirou e virou.— Amada?— Você é meu milagre.

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Ele sorriu-lhe se afastou levando as palavras com ele. Não necessitava de coragem paraentrar na cova do leão. Qualquer destino que lhe esperasse não era nada emcomparação com o que tinha sofrido nas mãos de Xavier. Eles não o torturariam. SemIvory, não tinham nada que sustentar sobre sua cabeça, nenhuma dor emocional quepudessem dar. Só havia morte. E ele tinha aceitado a morte como parte da vida hámuito tempo e não a temia.Caminhou com um ritmo tranquilo, rodeando as árvores, sem tentar ocultar suapresença. Tinha deixado suas armas com Ivory, embora as pudesse convocar a vontade,e os Cárpatos saberiam isso.

Sentiu a primeira pontada de mal-estar quando se aproximou da série de cavernas quelevavam às câmaras curativas. Sabia que estavam vigiando. Ouviu a ondulação de asasacima quando vários mochos se assentaram nos galhos acima de sua cabeça. Seguiuandando.- Curador, eu vou entrar.Houve um pequeno silêncio enquanto Gregori retransmitiu a informação aos outros.Dois mochos flutuaram para baixo das árvores, mudando antes de tocar terra,reassumindo formas físicas. Ele reconheceu Falcon e Vikirnoff quando se deixavam cairatrás dele para escoltá-lo. Acima de sua cabeça, os outros mochos saíram voando.

- Postaram sentinelas, Ivory e estão te procurando.- Não me encontrarão.Ele não permitiu que o sorriso aparecesse no rosto enquanto entrava na caverna decura. - Não tenho nenhuma dúvida de que tem razão. - E não tinha. Os machos Cárpatossubestimavam continuamente Ivory. Deveriam tê-la conhecido melhor, se lhededicassem algum pensamento. Sua linha de sangue. Sua inteligência. Sua determinaçãoem sobreviver. Suas habilidades caçadoras só deveriam lhes ter advertido que estavamtentando perseguir um tigre.Razvan continuou pelo túnel que conectava a série de cavernas. Os guerreiros de facessérias estavam a postos. Nenhum dos rostos era amistoso. Ele sentia o golpe de suassuspeitas, a escura recriminação. Já tinha sido julgado e condenado. Não os olhouenquanto passava ante eles, nem deixou cair à cabeça ou apressou o ritmo. Sentiaocasionalmente, a sondagem do toque de uma mente, mas havia estado com Xavierdurante muito tempo para permitir que alguém entrasse em sua mente, por mais forteque fosse a sondagem.Sabia que isso só o condenaria ainda mais ante seus olhos, mas pouco lhe importava.Gregori se encontrou com ele na terceira entrada e deu um passo.

— Sabe o que estão pensando.— Como está minha filha?— O ataque veio ao amanhecer quando estava fora caçando. Nesse momento a maioriados vampiros, especialmente um professor vampiro, raramente se levantam. Elespossuíam a informação de que era só Lara que necessitavam e também de onde tinhamido caçar.— Como está minha filha? — repetiu Razvan.— Está se curando, assim como seu companheiro. Não tivemos mais escolha quecompletar a conversão e acomodar os dois na terra. Foram atrás dela primeiro. Ela foi…

Mutilada. — Gregori sacudiu a cabeça quando Razvan se deteve e lhe fitou. - Continuecaminhando. Esta é uma situação muito difícil. Sem Lara, não podemos romper o ciclo deataque dos microorganismos. Pressentimos sua presença, mas eles se ocultam de nós.Não temos maneira de atraí-los à superfície. Sendo completamente Cárpato, Lara já não

 poderá enganar o microorganismo, mas foi necessário convertê-la. As mulheres devemdescansar na terra, como nós, mas então os microorganismos nos invadem. - AdicionouGregori telepaticamente.

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— Diga-me como ela está. — Havia mordacidade na voz de Razvan. Sentiu a comoção deIvory em sua mente, rodeando-o com calor. Profundamente fundida a ele como estava,ela ouvia cada palavra e sabia quanto de seu controle lhe estava custando.— Levará tempo, Razvan. O vampiro quis fazer uma declaração. Ele avariou seu útero.Fiz o que pude, mas não sou faço milagres.Por um momento Razvan não pôde se mover. Não pôde respirar. Sua filha. Lara. Já haviasofrido muito. Encontrou-se sobre um joelho, com a cabeça para baixo, arrastando arem seus ardentes pulmões. Quando levantou o olhar para Gregori, seus olhos ardiamcom vermelhas chamas rubi e a morte espreitava atrás.

- Não vou mais longe, curador, até que me diga sua localização.- Sabe que não posso. Minhas filhas estão em jogo aqui também. Savannah luta paramantê-las dentro de si. Uma está muito fraca. Vamos perdê-la antes que esta noitetermine, se não puder encontrar um modo de derrotar o microorganismo.- Trago-te nossa melhor oportunidade para isso, mas pelo menos que me dê àlocalização de minha filha para que Ivory lhe ajudar. Não darei um passo mais à frente. E você é livre para me matar, mas levarei suas respostas comigo.Gregori deixou sair ar sair de seus pulmões em um comprido e lento silvo.— Sei que não é culpado do crime, Razvan. Falei francamente e te defendi.

— Quero que minha filha esteja inteira. Ivory pode fazer isso. Chamaremos de meuúltimo pedido.Gregori amaldiçoou na antiga língua, frustrado e zangado por ser colocado em talposição. - Mikhail. Eu acredito que ele deve ter a oportunidade de salvar a capacidade deLara ter filhos, quando eu não posso. Sei que ele não é culpado destes crimes. Você sabeo que há dentro deste homem. Tem uma vontade de ferro, e o que ele diz, é sério. Irámorrer, e para que? Diga-me, para que?  - Dê-lhe as coordenadas.Gregori passou instantaneamente a localização a Razvan.Ivory enviou outro jorro de calor. - Eu pedirei ajuda à Mãe Terra. Ela foi boa conosco,Razvan e acredito que ela te favorece. Dará ajuda a nós. Ele se aderiu à promessa de sua voz. Lara merecia uma vida completa. Desejava que elativesse tudo, inclusive se ele não vivesse para ver sua felicidade. Engoliu a raiva e otemor e se forçou a respirar tranquilamente antes de ficar de pé e seguir caminhando,outra vez sem olhar nem à direita e nem à esquerda.- Diga-me quando estiver feito, Ivory.Gregori lhe guiou por uma pequena série de cavernas e túneis que desapareciam sob o

solo. O calor se elevava e os envolvia, lhes forçando a regular sua temperaturacontinuamente. Grandes formações de cristal estalavam das paredes e através dos tetosaltos, assim como se elevavam do solo. Instintivamente ele soube que estas eram ascâmaras do Concílio dos Guerreiros, e onde seu destino seria decidido.A câmara tinha mais machos Cárpatos dos que ele sabia que existiam. Quando entrou,as colunas gigantes cantarolaram as boas-vindas. Gregori o fitou e logo deslizou o olharprateado ao redor da câmara, marcando a face de cada guerreiro. Permaneceu ao ladode Razvan enquanto o Cárpato mais desprezado caminhava com a cabeça alta, atravésdos guerreiros, direto ao príncipe.

Inclinou a cabeça.— Mikhail. Entendo que houve problemas.— Como se não soubesse. — Disse uma voz.Mikhail levantou a cabeça, varrendo à multidão com seu olhar.— Outra palavra mais e esta câmara será esvaziada. Como notaram, Razvan entrou porsua própria vontade e a câmara lhe deu a boas-vindas. Desculpo-me por essearrebatamento desafortunado, Razvan. — Ele adicionou e deu um passo adiante e

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segurou os antebraços de Razvan, na saudação tradicional entre guerreiros. — Sívad olen wäkeva, hän ku piwtä. Que seu coração permaneça forte, caçador.— Pesäsz jeläbam ainaak. Que permaneça muito na luz. — Respondeu Razvan.— Um professor vampiro atacou Lara e Nicolas quando saíram para caçar nas primeirashoras do crepúsculo. Ele sabia onde estariam. Nicolas lutou contra eles com coragem. Senão fosse o guerreiro hábil que é não teriam escapado. Matou três dos vampirosmenores e quase destruiu um quarto. Nicolas reconheceu ao professor vampiro comoSergey Malinov. Quando contou a Lara, ele disse que sua irmã lhe enviava lembranças.Razvan não estremeceu. Ouviu o murmúrio suave de ultraje atrás dele, mas manteve o

olhar cravado no do príncipe.— E você acredita que Ivory ordenaria que fizessem tal coisa a minha filha?— Não, mas o ataque foi orquestrado limpamente, com as vítimas especificamenteescolhidas e tinham toda a informação sobre eles.— Então há um traidor entre vocês.O príncipe inclinou a cabeça.— Temo isso.— E é mais fácil para eles acreditar que sou eu quem traiu sua gente. — Disse Razvan. — Já que já fui marcado como traidor.

— Temo que esteja correto. — Suspirou Mikhail.— Trago esperança a você. — Disse Razvan. — Antes de você dar a esta farsa qualqueradicional deixe-me entregar o que nós descobrimos. Ivory trabalhado por semanas paraencontrar algo para combater os micróbios. Ela testou esta forma de vida e acreditouque isto destruirá qualquer deformou micróbio na Terra. É obvio que deseja mais tempopara fazer testes adicionais, mas quer que você veja o que ela encontrou e tome umadecisão.Ele pegou as preciosas bolsas de terra do cinto e as entregou a Gregori, junto com opequeno livro que documentava cada experiência e as conclusões.— Pelo menos terá um lugar por onde começar.Gregori se inclinou ante ele.— Obrigado.- Razvan. - A voz de Ivory era tensa, lhe deixando de sobreaviso. - Encontrei o lugar dedescanso, mas foi perturbado. Alguém com uma faca muito grande estiveram tentandodesenterrá-los.A fúria golpeou suas veias e trovejou em seus ouvidos.- Quem se atreve a tentar matar a minha filha e a seu companheiro? 

- Eu o levarei para você.- Não venha a este lugar. Acredito que eles estão a ponto de me submeter a algum tipode julgamento para determinar se sou o traidor.Ivory vaiou em sua mente e uma imagem de vingança muito feminina, nada de umaguerreira, sobre eles provocou-lhe uma ereção. Não por antecipação, mas com doramenizada.— Razvan, o conselho deseja que você se submeta a algumas provas escolhidas. — DisseMikhail. — Os guerreiros antigos que viveram sob o comando de meu pai não meconhecem bem. — Ele levantou a voz. — Embora tenham jurado me defender, não

confiam em meu julgamento e terão a opção, quando acabarmos aqui, de deixar esteconcílio e seguir seu próprio caminho sem atenção, mas também sem lealdade a nossopovo.Em essência, Mikhail estava dando aos antigos um tempo de dúvida e não tolerariaoutra vez.Razvan encolheu os ombros.— Que assim seja.

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- Que o sol queime a todos. Ou jelä peje terád. - Ivory ladrou cada palavra para que nãosó Razvan pudesse ouvi-las, mas também Gregori, Vikirnoff, Natalya e o príncipe. Todosos que lhes tinham dado sangue. Seu desprezo era evidente, patente, reduzindo-ostodos em vermes sob seus pés.Razvan teve que deter o sorriso que estava mostrando. Olhou para Gregori. - É minhacompanheira.- Uma companheira rara. - Concordou Gregori.Ele suspirou, se armando obviamente de coragem para a tarefa. Fez gestos para que osantigos escolhidos se aproximassem. Vikirnoff, Matías. Tariq e André. Cada um tinha que

pronunciar Razvan limpo de Xavier e não encontrar nada oculto. Uma coisa errada e eleso matariam. Gregori rilhou os dentes, odiando que tivessem que tranquilizar aos antigos.Para ele era um tapa questionar a sabedoria do príncipe.- Questionaram seu próprio príncipe. - Recordou-lhe Razvan. – Talvez se Ivory tivessediscutido sua ordem, Rhiannon não estaria morta. A guerra entre magos e Cárpatosnunca teria acontecido. Gregori ficou abismado com a absoluta calma e aceitação de Razvan. Ele não tinhadesejo de que outros invadissem sua intimidade até o ponto em que Razvan lhes teriarebuscando em suas lembranças e conhecendo cada humilhação sofrida. Era cruel e

equivocado no que ao curador se referia.- Amo você, Ivory. - Enviou Razvan brandamente. - Mais que à vida. Deixe-me agora. Não

 permita que lhe invadam também.  – Claro que os homens teriam o conhecimento sobreela que ele tinha, as coisas terríveis que ela havia suportado. - Apague a direção denossa guarida de minha memória. - Sabia que ela era capaz. Era capaz de muito mais doque algum deles sabia.Ivory obedeceu e logo se silenciou, saiu de sua mente, lhe deixando inteiramente sóuma vez mais.Ivory não tinha paciência para sutilezas. Partiu para as câmaras de curas, indiferente aosmochos que revoavam nas árvores e aos machos Cárpatos de rostos sombrios quedesciam atrás dela enquanto se aproximava da série de cavernas. Sentiu o puxão de umasalvaguarda e arrastou com ela ao traidor pela ligeira barreira, para mostrar aos queestavam ao seu redor que não precisava parar e desenredar sua lastimosa salvaguardapara ela ou o espião.Entrou nas cavernas desprezando aos guardas, com sua expressão altiva enquantoatravessava os túneis, seguindo infalivelmente o aroma de seu companheiro. Quandogirou na terceira caverna, começando a descida, foi forçada a proteger seu cativo do

calor que se acumulava.Ivory caminhou pelo túnel, sem olhar para nenhum dos guardas, com a cabeça, os olhosinconscientemente ferozes, com o menino Travis, firmemente preso em sua mão. Seuarco estava pendurado em seu ombro, dando a seus lobos uma clara visão da frente edos lados, enquanto avançava pela câmara.Falcon fez um movimento para ela e ela ouviu o ofego de Sara. Levantou a mão quetinha livre para pará-los.— Leve-me a seu príncipe, Falcon.— Deixe suas armas, Ivory.

— Eu sou uma arma. Posso derrubar estas cavernas e matar a todos dentro, inclusive aseu precioso príncipe, e ele sabe. Não discuta comigo. Leve-me a seu príncipe agora.Falcon deu um passo adiante lhe guiando pela entrada larga, através do túnel comguerreiros alinhados.— Travis,- ele disse suavemente, - você será bom..— Não graças a você. — disse Ivory com desdém — Espero que seja melhor guerreiroque pai, Falcon.

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Este lhe dirigiu um olhar carregado de emoção por cima do ombro, prometendo um justo castigo, mas ela simplesmente continuou andando. A câmara do concílio estavacheia de Cárpatos, machos e mulheres. Muitos desviaram a atenção do julgamentodiante deles, para ela. Ivory vislumbrou a face de Natalya, com lágrimas encarnadas lhemanchando a face e não sentiu nenhuma simpatia por ela. Absolutamente. Teriagostado de lhe dar uma razão para chorar.As filas de guerreiros se abriram para eles e os homens se afastaram para revelarMikhail, com a face gasta e cansada. Razvan estava ao seu lado, Ivory tentou nãoabsorvê-lo. Tentou não mostrar o alívio que a atravessava.

Inclinou a cabeça com pompa régia ante o príncipe.— Eu trouxe o seu traidor. — Ela empurrou ao menino para dentro do círculo.Falcon atraiu o menino para si, envolvendo um braço ao redor dele e sustentando-oprotetoramente.— Do que lhe acusa? De ser um aliado de nosso inimigo?— Exatamente. Estava planejando matar meu companheiro em sua necessidade devingança contra Xavier? Quão inoportuno que encontrei ao verdadeiro culpado. — Elaolhou ao redor, para os rostos do conselho, com óbvio desprezo. — Qualquer destinoque tenham escolhido para ele, agora vocês tem a obrigação de dar a este menino.

Falcon puxou Travis para mais perto dele.— Ela mente para salvar a seu companheiro.Os olhos de Ivory o fulminaram.— Nunca minto. Examine-o, Curador. Todos vocês. Toda a paródia de acusadores. Asombra do Xavier encontrou um lar. O menino deve ficado escondido no bosqueenquanto lutávamos contra as abominações de Xavier e só destruímos a um dos quatrofragmentos escuros. Ele está com um deles. Ele é seu traidor. Não meu companheiroque lutou para salvar uma espécie que não merece a vida.Razvan não disse nada enquanto fitava a sua mulher guerreira. Feroz. Orgulhosa.Inflexível. Parecia muito mais régia que o príncipe. Uma rainha entre homens,mostrando seu desprezo total ante a estupidez. Sua beleza lhe tirava a respiração, comsua crença absoluta nele e em seu amparo feroz, apesar das instruções que havia lhedado. Não lhe importava muito, mas valia a pena vê-la provocar os antigos na sala.— Examinei Razvan como me pediram, — disse Gregori, — embora fosse contra a fazê-lo passar por tal ultraje, quando eu já sabia que estava livre de Xavier. Examinarei aomenino.Gregori estava agradecido de ter sido ele o primeiro e nenhum outro Cárpato, que

tivesse revivido as lembranças de Razvan, embora sentisse que os envergonharia saber oque este homem havia sofrido, como acontecia com ele.— Você não tocará meu filho. — Disse Falcon. — Ninguém o tocará.Falcon colocou uma mão no punho de sua faca. Seu coração lhe deu inclinações bruscas.Assustado, olhou para seu cinto. A capa estava vazia.Travis grunhiu e se lançou para frente, direto para Mikhail, com seu pequeno braçolevantado e a face em uma máscara de ódio enquanto tentava afundar a faca de Falconno príncipe. Gregori se moveu para lhe interceptar quase antes que qualquer umsoubesse o que estava acontecendo. Pegou o pequeno pulso do menino, assombrado

com a força da criança, enquanto este lutava para não soltar a arma.A faca caiu no chão aos pés de Mikhail e Gregori segurou o menino.— Está tudo bem, Travis. Tudo ficará bem. — Ele tranquilizou embalando a criança. -Vou levá-lo à superfície e tirarei o fragmento de Xavier.— Há ainda dois perdidos. — Respondeu Ivory. – Você precisará comprovar todos os queestiveram lá naquele dia. Se Xavier conseguiu encontrar outros anfitriões, nós todosestamos em perigo. — Ela voltou os olhos frios sobre Falcon. — Comecem com ele.Provavelmente o concílio inteiro deveria procurar nele.

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- Ivory . - Razvan disse seu nome brandamente.— Conte-me o progresso de sua busca. — Disse Mikhail. — Quero levá-la onde Raven eSavannah estão. Virá comigo agora?Ivory olhou para Razvan em busca da resposta. - Está em suas mãos. - Viemos aqui para salvar os bebês não nascidos ainda.— Voltarei o mais rapidamente que possa. — Disse Gregori. — Deixem-me ajudar estacriança.Mikhail assentiu e logo voltou o olhar em torno da câmara— Vamos precisar que todos ajudem a tentar salvar nossos filhos. Os que não queiram

manter seu voto de lealdade estão livres de seu juramento de sangue. Vão agora e nãovoltem. — Ele esperou, mas ninguém se moveu. — Chamarei quando precisarmos atrairenergia para o canto curativo. — Ele fez gestos a Razvan e Ivory para que o seguissem.Ivory disparou outro olhar de desprezo para Natalya e seu companheiro antes de sepostar ao lado de Razvan, com a cabeça alta enquanto o príncipe os guiava através dacâmara abarrotada. Ela tinha aversão a qualquer mostra pública de carinho, masdeliberadamente enredou os dedos nos de Razvan, para mostrar solidariedade. Quetodos os Cárpatos fossem caminhar ao sol. Pouco lhe importava. Não tinha muito boaopinião deles e até agora, além de Gregori e talvez o príncipe, nada tinha acontecido

que a fizesse mudar de opinião.- Ivory . - Razvan disse seu nome outra vez. Suavemente. Uma reprimenda.- É somente minha opinião, companheiro.Ele ocultou o sorriso dos outros, mas ela captou o brilho breve de diversão masculina.

Capítulo 18

Savannah estava meio sentada em uma cama de rica terra, com seu rosto e corpoinchados. Raven estava sentada junto à filha segurando sua mão. Levantou o olhar e seurosto se encheu de alívio quando viu Ivory.— Graças a Deus que está aqui! Lara não pôde vir. Syndil, Skyler e Francesca estiveramfazendo o que puderam sem ela, mas o corpo de Savannah está cheio de toxinas. — Elafez baixar o soluço de sua voz. — Pode nos ajudar? Eu disse a Mikhail que a encontrasse.Tenho a forte sensação de que pode nos ajudar.Ivory esqueceu completamente de sua ira com o povo Cárpato e atravessou a câmara

apressadamente. Várias das mulheres se afastaram para lhe dar lugar.— Sou Francesca. Nós nos conhecemos quando não éramos mais que meninas. Foibreve, você provavelmente não se lembra. — Francesca lhe sorriu — Estava no meio dedez guerreiros fortes e era difícil não notá-la.Ela atraiu Ivory para longe da cama de terra e da mulher que sofria, e abaixou a voz.— Fiz tudo o que sei. Gregori, o maior curador entre nós, não poderá salvar estasmeninas. Se souber algo que eu não, por favor, nos ajude.— Se eu puder rebater o efeito dos microorganismos no corpo de Savannah, você podedeter o parto?

Francesca sacudiu a cabeça.— Está muito adiantado. Mas teremos uma oportunidade de salvar às bebês. Osmicroorganismos estão nas gêmeas assim como em Savannah, e trabalham para matá-las. Uma delas está muito fraca e os microorganismos trabalham contra nós, fechandosua capacidade de viver.Ivory franziu o cenho.

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— Nunca provei o feitiço de reversão nos Cárpatos. Razvan ia se infectar para quepudesse tentar, mas não tivemos tempo. Não acredito que seja boa idéia em umamulher já sob pressão. Se soubesse que funcionaria… Razvan lhe pôs uma mão consoladora no ombro, sabendo que Ivory estava inquieta coma idéia de tentar um experimento sem provar, em uma pessoa viva.— Faça agora. — disse Razvan. — Sabemos onde encontrar microorganismos. Deixareique eles me ataquem.Ivory sacudiu a cabeça.— Se Savannah está infectada, indubitavelmente eles estão bem entrincheirados.

Preciso de alguém que os tenha tido durante um tempo.A mulher que ela reconheceu como Syndil deu um passo adiante. Alta e elegante, elatinha essa mesma serenidade que Ivory tinha notado antes.— Não estou grávida. Sei que estou infectada. Tente seu experimento em mim.— Syndil. — A voz de Raven era gentil. – Você já nos deu muito. Está cansada eesgotada. Sou a companheira do príncipe e Savannah é minha filha. Deveria ser eu afazer isto por ela.O olhar de Ivory caiu no ventre inchado de Raven e sacudiu a cabeça.— Não. Você não. — Ela deu um passo se afastando da companheira do príncipe. — Não

arriscarei uma criança.— Por favor. —Savannah pediu. - O que seja que vá fazer, faça-o agora. As contraçõesaumentaram. Luto para dar tempo a Gregori e Shea e que preparem o cubículo deincubação, mas não sei quanto mais posso evitar que os bebês nasçam.Syndil lhe dirigiu um sorriso calmante, muito parecido com o de Razvan.— Deve ser eu claramente.Ivory fechou os olhos. Sua necessidade científica de experimentar dúzias de vezes, dedúzias de maneiras sob dúzias de condições lutava com a desesperada necessidadematernal de salvar os bebes de Savannah. Arriscar vidas preciosas… - Não posso fazer isto, Razvan. Não podem me pedir que experimente com a vida humana sem outrosensaios primeiro.- Talvez a terra rica nos dê o tempo que precisamos. - Razvan deslizou a mão do ombroaté o braço dela, para enredar os dedos aos dela.Gregori entrou a passos longos na caverna curativa, diretamente a sua companheira.Pegou-a pela mão e trouxe ao seu coração e ficou ali, silenciosamente, fitando-a nosolhos, obviamente lhe dando forças.— Gregori, — disse Razvan, — trouxemos um presente de terra pura e não tocada.

Podemos levá-la ao laboratório para que seu povo a examine, para se assegurar de queé conveniente para sua companheira. Provavelmente a terra te dê o tempo quenecessita para fazer os preparativos para as crianças.Gregori inclinou a cabeça. Sua atenção permanecia em segurar suas filhas e à mãe,enquanto lutavam e se aderiam à vida.— Deve apressá-la.A fadiga na voz de Gregori sacudiu Razvan. Ele sabia o difícil era expulsar um fragmentodo mal, e Gregori já havia se esforçado o máximo para tentar manter vivas suas filhas esua companheira.

— Pode ou não atrasar o nascimento três ou quatro horas para dar a Ivory aoportunidade de provar se pode neutralizar os microorganismos modificados dentro deSyndil?— Ela avança rapidamente. Eu tentarei.— Gregori soou duvidoso.— Como está o menino, Travis? — Razvan tinha grande simpatia pelo menino. Travisadorava Falcon obviamente e tentava parecer e agir como ele. Seguia o Cárpato emtodas as partes. Ele se envergonharia de ter atacado Mikhail, embora não fosse suaculpa.

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- Como tampouco foi tua. –  Disse Ivory, apertando os dedos ao redor dos dele.— Travis ficará bem. — Disse Gregori — Expulsei o fragmento e o destruí. Restam dois.Examinamos todos os que estiveram ali. Sei que você está limpo da mancha do mago,mas está seguro de que um não entrou em Ivory?— Ivory está limpa de sua maldade também.— Então dois fragmentos mais avançam de volta a Xavier. Precisarão de anfitriões. —Gregori suspirou. — Esse foi meu engano. Não fui o bastante rápido para incinerá-los.— Duvido que pudesse ter feito mais em meio a enorme batalha. — Disse Razvan. — Estou contente de que o menino esteja bem.

— Ele adora Mikhail e Falcon. — Gregori parou bruscamente e sacudiu a cabeça. Os doissabiam o dano psicológico que o menino teria a partir do incidente.Razvan respirou fundo e seu olhar encontrou o de Ivory através do quarto, sabendo queela pensava exatamente como ele. Xavier tinha que ser destruído. Começou a aplaudirGregori no ombro em sinal de simpatia, mas deixou que a mão caísse a um lado. Elenunca tinha tido amigos e estava inseguro do protocolo que alguém usava.Ivory observou ao redor da câmara curativa.— Preciso de um lugar diferente. Um lugar tranquilo. Curador, você deve ter umlaboratório.

— Shea tem. — Respondeu Syndil. – E muito bom. Posso levá-la até lá.— Depressa. — Insistiu Gregori — Francesca e eu vamos fazer o que pudermos.Savannah deixou sair um amortecido soluço e sacudiu a cabeça.— A pequena, Gregori. Ela está tão fraca. Estou perdendo-a.Ivory tinha dado um passo para seguir Syndil, mas se voltou para a cama de partos paraver Gregori se abaixando ao lado de sua companheira. O aterrador Cárpato, que sempreparecia invencível e todo-poderoso, parecia tão fatigado e mais vulnerável do que elapensou ser possível. Vacilou e então foi para ele.— Você fala com ela?— Sim, mas ela não me ouve. - Havia dor em abundância na voz de Gregori.Ivory jogou um olhar às mulheres que soluçavam silenciosamente. Nem sequer Ravenpodia reter as lágrimas. Mordeu o lábio e fechou os olhos. Imediatamente a angústiaque emanava das mulheres a assaltou.- Gregori, sinta a energia neste quarto. Se ela for extremamente sensível sentirá o que eu

 faço... O que você faz. Elas acreditam. Você acredita. Todos vocês acreditam que ela jáestá perdida. Deixe-me falar com ela através de você, através de nossa conexão. Tenhoum pouco de experiência com a vontade de viver. Enquanto isso mude a atmosfera aqui 

dentro. Qualquer um que não possa permanecer positivo deve abandonar esta câmara.Gregori a fitou e logo a Francesca. Ele estava muito perto da dor, e a angústia deSavannah o consumia. Francesca assentiu com a cabeça.- Obrigado. - Disse Gregori. - Por favor, fale com ela. O canto mudou para a canção de berço Cárpato, uma suave e musical melodia. As vozesse elevaram para tranquilizar às bebês enquanto o parto continuava.- Pequena. Sua tentativa é grande. Deve se elevar sobre ela e se aderir à vida. Suporte.Lutei para permanecer sobre esta terra, e embora seja difícil sei que vale a pena. Vocêestá destinada à grandeza. Deixe-me que te contar a história de um grande homem, um

curador entre seu povo. Um guerreiro sem igual e sua princesa. Uma formosa mulher com o cabelo longo e solto, de olhos violetas. Eles amam muito um ao outro, mas há ummago terrível, um grande bruxo que deseja separá-los.As meninas deixaram de deslizar para fora da segurança do útero de Savannah; em vezdisso, voltaram para trás para ouvir a ascensão e a queda dessa voz, hipnotizadas pelahistória que havia começado. Seu pai continuará a história e lhes contará sobre duasgarotinhas, meros bebês, mas incrivelmente fortes, que se elevaram para derrotar o

 perverso mago.

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Ela não pôde colocar a mão sobre o ombro de Gregori para consolá-lo, então que lhedeu um rápido sorriso alentador.— Contei a mim mesma, muitas de tais histórias para manter o desespero afastado.Converta-as nas heroínas do conto, e torne a história longa, excitante para que elas seenvolvam, ouçam e se concentrem nisso. Trabalharei tão rapidamente quanto possível.Ivory esperou que Gregori retomasse a história onde ela a tinha deixado. As vozes aoredor dele caíram como um suave acompanhamento, dando entusiasmo ao conto que ocurador tecia para suas filhas. Savannah adicionou sua própria voz quando pôde, paratrazer o conto à vida.

Ivory e Razvan seguiram Syndil para fora das cavernas e juntos se apressaram para oedifício cinzelado nos precipícios. Dentro da grande sala principal, Shea, uma mulherCárpato com brilhante cabelo vermelho e o humano Gary, a quem Ivory já tinhaconhecido, trabalhavam juntos com uma eficiência fluídica que sugeria que haviamtrabalhado lado a lado durante muito tempo e que estavam acostumados a certo ritmo.Outra mulher, a que Syndil apresentou como Gabrielle estava em uma sala menoresquadrinhando um microscópio. Ivory reconheceu imediatamente as bolsas sedosasque continham as amostras de terra que ela havia trazido com o livro aberto de seusregistros.

Shea deu meia volta.— Não posso acreditar que tenha feito isto. — Shea a saudou. — Como descobriu? Estascriaturas são estranhas para mim. Nunca os vi antes. O que são? De onde vieram?Gabrielle elevou o olhar.— Parecem ser irregularmente altos em ferro. —Ela ficou de pé e atravessou a sala. Erauma mulher elegante. — Estudei todas as espécies de organismos e isto é novo paramim também.— É por isso que estava preocupada em apenas derrubá-los na terra. — Explicou Ivory.— Se espalharão, e acredito que finalmente destruirão a todos os microorganismosmodificados, mas não tive suficiente tempo de determinar o que mais poderiaacontecer. Não conheço o efeito sobre os humanos nem sobre qualquer outra espécie.Plantas. Insetos. Não tenho a menor idéia.— Eles não tocam os microorganismos normais. — Disse Shea. — Você tem razão, temosque ser cautelosos, mas acredito que pode ter encontrado nossa resposta. Precisamosde você para trabalhar conosco.Ivory se forçou a não retroceder do grupo. Não estava acostumada a ser o centro deatenção e certamente nunca tinha estado tão perto de tantas pessoas.

- Razvan.  – Ela se estendeu para ele em busca de tranquilidade. No momento em que ofez se incomodou consigo mesma. Tinha chegado a depender dele.A suave risada de Razvan acalmou os nós em seu estômago. Ele esteve aliinstantaneamente, alagando sua mente com calor. - Como você deveria ser dependenteem mim. Existe ainda uma parte de você que gostaria de correr de mim. - Isso não é verdade. - Bem, provavelmente fosse, mas não ia admitir. Era mais valenteque isso.A voz de Razvan se suavizou. Tornou-se terna. - Estou sempre com você, Ivory. Em seucoração e em sua mente. Compartilhamos a mesma alma. Sempre, ou jelä sielamak. Luz

de minha alma.Ivory forçou um sorriso enquanto observava a equipe de investigação reunida a seuredor.— Ajudarei logo que tenha testado estes feitiços inversos. Antes de tentar com Syndil,quero testar com os microorganismos modificados na terra. Se puder tirar dentre asmãos algum feitiço para investir que Xavier forjou, então poderei ensinar a todos vocês.Qualquer Cárpato deveria poder usá-lo. Será uma solução temporária até que os novos

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organismos façam seu trabalho e limpem a terra. E até que possamos ir à fonte dosmicroorganismos e destruí-la para sempre.— O feitiço não inverterá a mutação. — Advertiu Ivory — Foi elaborado para inverter aordem escura de Xavier. Não podemos dizer realmente se funcionará, até que outilizemos em alguém a quem o microorganismo já tenha atacado. Preciso me certificarde que isto não danificará a vida, especialmente a de uma criança. Estou um poucoreceosa de tentar com Syndil, inclusive agora.Uma quietude repentina caiu sobre a sala. A pele de Ivory picou. Os pelos da sua nuca ede seus braços se arrepiaram. Ficou sem respiração quando uma angústia insondável a

pegou pela garganta. Ao redor do quarto, ela notou que os outros se congelavam emmeio da conversa, com os olhos totalmente abertos com horror. Syndil ofegou ecomeçou a chorar. O rosto de Shea perdeu toda cor. As provetas nas mãos de Garycomeçaram a se sacudir enquanto o vidro escorregava da mão intumescida de Gabriellee caía ao chão, se rompendo.Por um momento o tempo pareceu parar. Exceto que Ivory sabia que não podia serverdade, porque podia sentir o rápido ruído surdo de seu coração batendo dentro dopeito como uma bateria. Se o tempo parou, então pararia também seu coração, certo?Aturdida, sem compreender, mas lutando contra o impulso inexplicável de chorar, Ivory

alcançou cegamente Razvan para sentir a conexão sólida quando os dedos se fecharamao redor dos dela.Um grito quebrado e angustiado rompeu à calma. -  Ajudem-me! Todos os curadores àcaverna! Nós as perdemos!Gregori, o insensível. Gregori, o todo-poderoso. Ivory tremeu ao ouvi-lo tão desesperadoe frenético, e estava claro que os outros estavam igualmente sacudidos. Gabrielle e Sheadeixaram cair os materiais e saíram disparadas pela porta.Syndil começou segui-las, mas Ivory a segurou pelo braço.— O que houve O que aconteceu? — Ela sabia. Não queria saber. O fluxo de dor lheapertou o coração destroçando-o e ela soube que estava sentindo as emoções deGregori.Os olhos de Syndil se encheram de lágrimas que começaram a rolar por sua face.— Estamos perdendo as bebês. Não podem deter o nascimento.— Que Deus os ajude. — Ivory cobriu a boca com uma mão. Seus joelhos enfraquecerame se tornaram de borracha. Ela se recostou sobre Razvan, segurando seu braço para sesustentar. Tinham chegado muito tarde. Muito tarde. Não importava o queaprendessem agora, não haviam salvado às frágeis bebês.

O vapor brilhou na sala e então Mikhail estava ali. Sua presença poderosa enchia opequeno espaço.— Temos grande necessidade de você agora, Ivory. Elas estão nos abandonando. Você éa última esperança de minhas netas.— Mas nunca tentei sequer na terra, muito menos em uma criança. —Ela protestou,com seu estômago se amarrando. - Razvan. - Respirou seu nome como seu talismã.- Faça isto.Ela negou com a cabeça.— Não em uma criança. Um feitiço não provado. Terei que convocar a magia escura

para inverter o que Xavier forjou. Algo poderia sair errado.A face de Mikhail endureceu.— Já está errado. Deve fazê-lo.Ela se forçou a engolir o nó que ameaçava bloquear sua garganta, agradecida queRazvan a segurasse pelo braço.— Mikhail... — Ela interrompeu, engolindo com dificuldade — Não há garantia de queisto funcione ou de que não vá feri-las mais. Xavier é um adversário poderoso. Tanto quepoderia falhar.

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ordens. Cada detalhe tinha que ser exato. Se Razvan tinha esquecido algum aspectodiminuto... Se ela se esquecesse de algo como um só movimento ou uma palavra...- Não o fiz, fél ku kuuluaak sívam belso. Amada. Nem você o fará. Você pode fazer isto,Ivory. Tenho fé em você.Ela sentiu o toque dos lábios no cabelo, o calor de sua respiração na nuca. Respirou, seadiantou e se deteve.— Gregori.Quando ele elevou o olhar, os olhos prateados estavam tão perdidos que ela quasechorou.

— Tem que estar seguro, Gregori.— Estou seguro. — Ele respondeu sobriamente. — Não temos outra escolha.— Razvan, terá que fazer os acertos rapidamente, mas cada detalhe deve ser preciso. — Ela levantou o rosto e deu um olhar à multidão. — Vou recriar uma cena muito perversa.Quem não quiser ficar aqui deve ir embora. De outro modo deve formar um grandecírculo de amparo, no caso de que eu cometa um engano.Ninguém partiu. Nem sequer os Cárpatos que tinham olhado para ela e para Razvan comdesconfiança, Talvez até com aborrecimento. Eles afastavam agora os preconceitos esubmetiam a si mesmos a sua direção. Formaram um imenso círculo de várias camadas

de profundidade. Aqueles na câmara, inclusive Gary que era humano, mas pareciaconhecer todos os rituais dos Cárpatos, começaram o canto de purificação. Syndil, Sheae Gabrielle queimaram sálvia e se moveram pelo quarto, sacudindo-a para cima e paraabaixo, dando especial atenção a cada entrada.— Gregori, preciso de você e dos bebês aqui no centro. — Ivory assinalou o pontocentral do anel.Sem vacilação, Gregori e Francesca moveram as incubadoras para a área aberta queIvory estava preparando. Savannah pegou a mão de sua mãe e sussurrou para Ivory:— Por favor, por favor.A entristecedora dor a sacudiu. A voz de Razvan estava mais perto quando a envolveucom calor. – Você pode fazer isto. Só está você e nosso inimigo mortal. Você nasceu paraderrotá-lo, Ivory. Pode fazer isto.— Preciso de quatro mulheres. Syndil. Escolha às que são mais próximas da terra. — Elatirou a espada da capa. — Não podem se acovardar uma vez que comecemos. Esta coisa,esta grande maldade que Xavier forjou, não partirá rapidamente nem tranquilamente.Lutará. Tentará nos quebrar. Então as que escolher tem a coragem de encarar o que forque este mal jogue sobre elas.

Syndil não vacilou.— Natalya. Shea. — Quando as duas mulheres se apressaram a ir para frente, Syndil sevoltou para uma garota jovem — Skyler. Sei que é muito jovem e talvez eu não devesselhe pedir isso, mas há poucas conectadas tão estreitamente com a terra como você epoucas que tenham encarado o mal tão corajosamente como você. Você pode fazeristo? Fará isto?A face da garota empalideceu, mas ela apertou o queixo e assentiu, antes de unir àsoutras.Logo que elas se postaram no lugar, Ivory levantou o queixo e começou a lançar o

círculo de amparo ao redor de Gregori e das meninas, caminhando no sentido dasagulhas do relógio. Segurava a espada na mão direita, assinalando para baixo, cantavaenquanto caminhava.- Três vezes ao redor deste círculo- Ligue todo o mal e afunde-o no chão- Ao que é fogo, mas nascido de gelo,- Eu te ordeno agora que limpe este lugar.- Tome o que está manchado e queime-o até que seja puro.

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- Para que a cura possa ser feita neste lugar que é seguro.Ivory pegou quatro velas, pôs uma em cada um dos quatro cantos do círculo,representando as quatro direções e seus elementos. Pôs uma vela branca no leste peloar e a pureza. Uma vela vermelha ao sul pelo fogo e o ardor do mal. Ao oeste, uma velaazul pela água, representando a limpeza. Ao norte, uma vela verde, representando aterra e o renascimento.Ao redor das incubadoras, ela acendeu incensos que encheram a câmara com o ricoaroma do cravo, para evitar toda hostilidade. A isso acrescentou erva do maná, sálviapara a pureza e tuberosa para desviar o mal. Logo, enquanto o incenso e as velas

queimavam, ela respirou profundamente e reuniu sua força e seus poderes e levantouas mãos rogando.- Poder da noite, amante de luz,- Sou Ivory, filha da Mãe Terra que me curou.Uma rajada de lembranças a assaltou. O aroma da terra quando se fechou ao redor deseu corpo quebrado, lhe dando a boas-vindas profundamente, onde nada podia aalcançar. Usou o poder curativo que a tinha rodeado durante séculos.- Eu chamo a este lugar aquele que é impuro e manchado.- Peço isto por tudo o que é bom

- Sei que fará isto por mim.Ela baixou as mãos para os lados do corpo, com as palmas para dentro contra suas coxase manteve a cabeça abaixada, olhando o solo, enquanto começava a seguir o padrãoimpuro que Razvan lhe tinha mostrado. Três passos dentro, o mal começou a revolver.Sua presença lhe sussurrou na nuca, um débil formigamento incômodo, como aranhasse arrastando por sua pele. Ela estremeceu e lutou contra o impulso de sacudir aasquerosa mancha. Xavier faria tudo o que pudesse para guiá-la pelo mau caminho, paraforçá-la a cometer um engano. Não podia permitir. As mãos varreram resolutamentepara cima, para o teto. Enquanto elevava o rosto, cruzou as palmas e cantou.- Nascido da escuridão- Antigo. Ancião.- Eu o chamo adiante- Se Desfralde. Se desdobre. - Manche os emparelhamentos… Ouviu-se um lento gemido. Uma horrorosa voz cochichando. Escorpiões com os ferrõesno alto se arrastavam de debaixo das pedras e se apressavam para o círculo. Skylercambaleou, começou a levantar o pé para longe dos insetos que se aproximavam.

— Mantenha-se firme. — Disse Razvan. Sua voz carregava a completa calma. — Nãoquebre o círculo.Ivory continuou pronunciando as asquerosas palavras.- Ordeno que se espalhe- Se conecte ao útero e à semente- Busque a nova vida- Ordeno-te neste ato.- Manche o leite- Murche a semente na videira

- Destrua essa gente- Nascidos e não nascidos, com o sangue te ato.A piscada das chamas das velas diminuiu, quase se apagaram, assim que as sombras setornaram mais profundas, se arrastando pelas paredes e solo da caverna, como dedosambiciosos. Em cima, as aranhas gotejavam das fendas e poluíam as vozes quemurmuravam. O sangue de um coração borbulhou no centro do quarto, vermelho tãoescuro que parecia negro. Um cheiro impuro encheu a câmara, poluindo o ar, poluindo-a

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até que todos quase se afogaram com o fétido aroma. Os bebês começaram a chorar emprotesto.Syndil ofegou em voz alta. Shea e Natalya gemeram baixinho, mas se mantiveram emseu lugar embora os microorganismos em seu interior as rasgassem. A multidão ofegoue olharam uns aos outros enquanto as mulheres pressionavam as mãos nos úterosquando sentiram a atração dos microorganismos enquanto respondiam à chamada daescuridão.Ivory levantou as mãos em resposta à escuridão que se espalhava rapidamente pelacaverna. Em sua mão direita ela segurava um boline, uma faca de colher, com o cabo

feito de osso branco. O boline era curvado e levava a marca da lua crescente. Era feitade um metal precioso de sua caverna sagrada, com a extremidade da foice serrilhada,preparada para a colheita.Com grande cuidado, Ivory recitou o feitiço asqueroso de Xavier para trás, imitando aoinverso os movimentos que Razvan tão pacientemente lhe tinha ensinado enquanto elacolocava os pés com cuidado, tecendo a pauta para trás com suas mãos.- Ivory. Eu a vejo. Você me chamou. - A voz de Xavier, dura e cruel, sussurrou-lhe namente. Adoecendo-a. Debilitando-a. – Eu a vejo. — Não, você não a vê. — Disse Razvan, com sua voz tranquila, enchendo-a de paz. — 

Ele sente seu poder e treme. Não o deixe te romper.Usando o sagrado boline em vez da faca de cerimônia ensangüentada de Xavier, elacortou a palma da sua mão e permitiu que o sangue gotejasse por volta das duas bebês,

 justo como Xavier havia derramado seu sangue sobre a incubadora de microorganismos.Três gotas exatamente sobre cada menina. As meninas gritaram como se brasasardentes tivessem caído sobre sua inocente carne recém-nascida. Savannah gritou ecambaleou, se levantando.— Detenham-na. — Ordenou Razvan. — Não deve quebrar o círculo.Savannah teria se jogado para suas filhas, se seus próprios pais, Raven e Mikhail, nãotivessem envolvido os braços ao redor dela para retê-la.— O que acontece? — Grunhiu Gregori.— A luta do mal. - Razvan observou o legendário Cárpato curador, desoladamente — Ficará pior, Gregori. Bem pior. Você e sua companheira devem ser fortes. Fale com suasfilhas. Cante para elas. Seja forte por elas. Conte que lutam contra o mago perverso desua história, por elas. Agora é o seu momento.Enquanto Razvan tentava acalmar a um Gregori agitado, Ivory tentava silenciar de suamente os gritos das bebês como melhor podia. A maldade de Xavier estava

machucando-as. Ela estava machucando-as.- Não, fél ku kuuluaak sívam belso. Amada. Você está salvando-as. Não pode parar, nãoimporta o que acontecer.Ela se forçou a seguir se movendo, a continuar tecendo os padrões do feitiço. Quandocompletou todo o ritual de Xavier ao reverso, levantou a faca para a chaminé da cavernae assinalou para a pequena lasca de lua que brilhava acima.- Chamo à senhora da lua escura.- A essa que se encontra nas encruzilhadas.- Que nos aconselha que nós devamos deixar o velho antes de começar a estudar o novo.

- Eu busco a espiral.- Leve-me ao centro da calma na absoluta escuridão.- Que possa dissipar este mal com a luz.A luz cintilou através da lâmina do boline, como se a própria lua tivesse entrado nacaverna de partos. As estalactites balançaram e vibraram. Os cristais faiscaram comoestrelas diminutas e longínquas, dispersas sobre o teto e pelas paredes da caverna.Veias de ouro e prata se entrelaçaram e brilharam, atraindo luz ao rosto pálido de Ivory.

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Ela colocou o boline sagrado com cuidado entre as gêmeas, a lâmina curva na posiçãoexata para que refletisse à lua crescente do exterior.As meninas se retorceram. Uma se convulsionou. A pele de ambas se tornou maisquente. Savannah lutou contra seus pais. As lágrimas se desciam por face.— Por favor, Gregori. — Ela rogou. — Detenha esta abominação. Ela está lhes fazendomal.Gregori cambaleou. Seu rosto era uma máscara de dor. Os Cárpatos começaram amurmurar protestos.— Deixe-as morrer em paz. — Implorou Savannah, juntando as mãos, se dobrando

contra os braços de seu pai que a refreavam. — Dê-me isso. Deixe-me segurá-lasenquanto façam a passagem para a próxima vida.— Não, Gregori. — Protestou Razvan. — O mau luta com força. Mantenha o propósito.— Elas desejam viver, Savannah. — Disse Gregori com voz rouca.Uma vez mais Ivory levantou as mãos. Agora havia gotinhas diminutas de suor e desangue lhe manchando o corpo, e as mãos tremiam com o esforço de suportar o peso domal. A presença tranquilizadora de Razvan, seu calor e sua fé nela, acalmaram-naenquanto cantava.- Chamo à praga sobre esta terra, vejo em seu coração.

- Você, que foi jogado sobre esta terra, transformado e logo despedaçado.— Nunca o perdoarei, Gregori. — Gritou Savannah rasgando a própria carne,provocando grandes cortes em seus braços até que o sangue escorreu pelo chão. — Nenhuma vez. Entende? Ela está torturando nossas filhas e você está permitindo.Gregori sacudiu a cabeça. Lágrimas vermelhas por seu rosto, mas ele permaneceuestóico, com as mãos sobre cada menina que se retorcia.Várias mulheres tentaram romper o círculo para correr em ajuda dos bebês.— Detenham-nas. — Ordenou Razvan. — Permaneçam tranquilas. Pensaram que ele iriafacilmente? Desafiem-nas, Mikhail. Deve detê-las.— Ele tem razão. — Disse Mikhail tranquilamente. Uma calma inquieta se instalou. Só sepodia ouvir Savannah e às bebês chorar.Ivory mantinha sua mente firmemente no ritual, continuando, tentando não permitirque as mulheres a distraíssem.- Chamo o que foi desfeito e logo criado para fazer mal a todos.- Venha para a agora quando o chamo, para que possa tomar um e a todos.- Enlaçado e tramado, procuro desatar o que foi tecido apertadamente.Ivory pegou os cristais limpos da bolsa de seda que tinha pendurada no quadril. Os

cristais tinham sido deixados à luz do sol durante uma semana, reunindo as energias epropriedades limpadoras que ela necessitava. Examinou as pedras cuidadosamenteantes de fazer sua escolha. Não se surpreendeu quando os dedos se assentaram aoredor de um pedaço grande de pedra-pome.A pedra-pome provinha da pedra vulcânica, e embora para alguns não fosse formosa,ela achava a leve pedra extraordinária, com sua cor bege-branca. A pedra porosa erausada frequentemente para desterrar feitiços, mas também podia ser oferecida a umamulher para que a segurasse na mão para ajudar no parto. Áspera e lisa, ela erasimbólica em sua vida. Colocou a pedra no canto oriental.

- Olho ao este, à luz da manhã. A que nasce na escuridão, agora brilha a luz.Ela fez uma reverência ao leste, e fez o sinal da cruz. Com as mãos desenhou a formaoval do sagrado coração, onde Xavier tinha derramado sangue de coração sobre osmicroorganismos. O símbolo sagrado substituiu o ato de maldade.Depois acendeu o grande monte de agulhas de pinheiro e o ondeou sobre toda a área,para purificar e limpar, misturando com a sálvia purificadora. O perfume se acrescentou

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ao poder de ajudar a exorcizar o feitiço demoníaco que Xavier havia jogado sobre osmicroorganismos. Entregou o incenso a jovem Skyler, que permanecia no lugar oriental.No momento em que as mãos de Skyler se fecharam ao redor do incenso, as sombras semoveram na escuridão, para fora do círculo. Risadas masculinas, feias e zombeteirasdeslizaram furtivamente na caverna, ressoando ao redor de Skyler. Sussurros de atosobscenos. Ela sentiu mãos tocando-a. Deslizando dentro de sua roupa... Tentando tocarsua pele suave, expondo-a. Um soluço a atravessou.Dimitri amaldiçoou e deu um passo à frente. Era bem sabido que ele era o companheirode Skyler, embora ela fosse ainda muito jovem para que a reclamasse.

— É ilusão. — Disse Razvan — Ela está presa em uma ilusão.Gregori ondeou uma mão para Skyler quando esta com a mão trêmula lançava para tráso incenso. Ela estremeceu e o segurou com força, elevando o queixo, mas lhe caíamlágrimas pela face. Olhou uma vez para Dimitri e logo permaneceu em pé estoicamentesob o assalto do mal invisível.Houve um toque de silêncio. - Ivory. Você deve continuar . - Insistiu Razvan.Ivory fechou os olhos por um momento, respirou e, continuando, ela selecionou agranada. A pedra chamejante era utilizada para aumentar os poderes nos rituais. Paraderrotar Xavier, para revogar seu horrível feitiço, ela precisava de tanta ajuda quanto

fosse possível. Também queria amparo extra contra a escuridão de Xavier. Outra vez erauma pedra usada frequentemente nos nascimentos. Sua face era multifacetada e de umbrilhante vermelho intenso, para combater o vermelho escuro do sangue de coração.Dizia que a grande arca tinha sido guiada por uma granada, e ela esperava que a luz aguiasse neste tempo de grande necessidade. Colocou a pedra no canto sul.- Chamo ao sul, à fênix se eleva no alto.- Lançando seu fogo enquanto você se eleva ao céu.Ivory se inclinou ao sul, e então repetiu o sinal da cruz. Xavier tinha perfurado umaagulha no coração de uma pomba e logo queimou o corpo. Ela abriu as mãos e soltouuma pomba branca que levava um galho de oliveira. O pássaro voou ao redor do círculotrês vezes, mudou de sentido e repetiu a ação, logo saiu voando para o céu noturno.O perfume da resina do sangue de Dragão, compilada e processada da palmeira, enchiao quarto, afugentando o mal do ritual de Xavier, se acrescentando aos seus amparos eexorcizando as abominações do grande mago, consagrando e reforçando a potência deseu ritual. Entregou o incenso a Natalya, que permanecia no canto sul.Natalya se preparou, mas não estava preparada para o rosto de seu irmão quando oolhou e viu um... Vampiro. Ofegou enquanto as escamas caíam de seus olhos e ela notou

em seu interior, além da ilusão, a verdadeira natureza. Embusteiro. Comedor de carne.Gargalhando enquanto torturava crianças. Precisava detê-lo. Bebedor do sangue de seuspróprios filhos. O que a havia possuído para acreditar nele outra vez? Gritou de temor eira por outro engano dilacerador, nas mãos de seu irmão gêmeo.Vikirnoff gritou com temor por ela, levando a mão à espada. Foi seu irmão, Nicolae,

quem o refreou com uma mão sobre a espada.— O que quer que esteja vendo eu não o vejo. — Ele disse.— Natalya, — disse Razvan brandamente, - olhe para mim.As palavras ditas em uma ordem tranquila, dissipou a feia ilusão. Vikirnoff deixou o

fôlego sair e inclinou a cabeça agradecendo Nicolae.Por um momento, a mão trêmula de Ivory se abateu entre duas pedras: a pedra da lua,uma de suas favoritas e um pedaço do precioso coral vermelho brilhante, direto do mar.O coral era uma peça protetora com finas fendas trincadas, sem nenhuma lasca ouruptura. A peça simbolizava a vida e a força do sangue, e defendia do mal com seuamparo. Não era realmente uma pedra. O coral era formado de muitos esqueletos decriaturas marinhas, mas podia ser usado para o bem, dado que a peça foi encontrada em

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uma praia há muito tempo, com a vida já transformada em cura, em um elementoprotetor. Ela colocou o coral no canto ocidental.- Chamo ao oeste, traz seu fôlego.- Permita que a chuva caia clara e limpa.Ela se inclinou ao oeste e outra vez se benzeu antes de riscar a flor de lis no céu, osímbolo da pureza, representando os três que eram um, tirando a abominação queXavier tinha esboçado antes, um símbolo de ódio e depravação.O incenso que havia escolhido era uma mistura de lírio e lilás misturados para o amparoe a pureza. Entregou-o para Shea, que se reforçou em sua posição no canto ocidental.

Shea baixou o olhar mão que segurava o incenso e viu a mão de sua mãe murchando, acarne encolhendo, mais e mais fina, as vozes ao seu redor se apagando até que sórestou o silêncio. O silêncio de sua infância. Dias longos e intermináveis se ocultando emuma casa parecida com uma tumba, com o sol lhe queimando a pele. A pequena meninaaconchegada no canto tentando encontrar comida suficiente para alimentar o estômagoencolhido.— Meu amor, — cochichou Jacques em voz alta, - estou com você.- Continue, Ivory. Sei que está duvidando de si mesma, mas a maré gira. Não está

 fazendo mal a estas mulheres nem a estas crianças. Este mal deve ser detido. –  Animou-

a Razvan.O olhar de Ivory se moveu sobre ele, a sua amada face. Sua força. Sua fé nela permitiu-lhe continuar. Endireitou os ombros e olhou em sua bolsa de seda em busca da últimapedra.Para sua quarta e última pedra, Ivory escolheu uma pedra cuja poderosa magiafrequentemente era usada para ajudar no parto e para a fertilidade, assim como paraproteção. Acreditava que o âmbar dourado, unia terra, fogo, ar e água, mas também eraextremamente simbólico da Mãe Terra.O âmbar, realmente uma resina fossilizada era de cor dourada antigo no interior e

parecia quase vivo com sua luz. Sua pedra continha uma abelha completamenteformada no centro exato. As asas estavam estendidas e a abelha tinha mil anos deidade. Este pedaço particular era seu favorito. Com grande respeito, colocou o âmbar nolugar do norte.- Eu chamo o norte, na Terra, que pode ser renascida.- Eu busco desfazer esta coisa.Ela se inclinou ao norte, e desenhou o sinal da cruz no solo, na posição exata ondeXavier tinha vertido sua mistura do sangue de coração, maldade e ódio em seu círculo

negro. Acendeu outro incenso, usando desta vez um precioso incenso de mirra, umapoderosa combinação para a purificação e o amparo. Syndil pegou o poderoso incenso epermaneceu no canto norte. Syndil sabia o que vinha e fechou os olhos quando o rostode seu perdido irmão flutuou diante dela, enchendo sua mente. Savon a alcançara. Elerasgou-lhe a roupa com dedos viciosos golpeando seu corpo dentro do dela. Agrediu-a,rindo e tomando-a enquanto os dentes do vampiro lhe rasgavam o pescoço e ele engoliaseu sangue a grandes goles.Barack encheu sua mente com as essências e o calor de quem ele era. Companheiro.Protetor. Amante. Tudo. Ele se uniu a ela mantendo-a perto, compartilhando as

lembranças do ataque ocorrido há muito tempo, mas nunca esquecido.— Não me quebrarei. — Disse Syndil. — Continue.Ivory parou no centro do círculo e levantou os braços. Seu tom era de rogo misturadoao respeito.- Eu a chamo, Mãe, que uma vez me segurou apertado,- Curando-me por inteiro de forma que eu poderia continuar a luta.- Traga para mim o poder de todo. - Para desfazer o que foi jogado no feitiço.

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O quarto brilhou com vida, reagindo. As chamas das velas saltaram ao alto, lançandoambiciosas sombras nas paredes. Um vento forte rugiu pela caverna. O piso onduloucom a vida, e acima as estalactites balançaram e vibraram, ameaçando se soltar. Maispontos vermelhos de suor dedilharam a carne de Ivory.O mal ardia por suas veias comendo-a até que ela se sentiu apodrecendo de dentro parafora. A sujeira a manchou. Manchou sua alma. Podia sentir como sua pele se separavados ossos. O rosto de Xavier apareceu diante de seus olhos e sua risada ardilosa ressooupor sua mente enquanto ele assinalava para ela com um dedo ossudo, com a afiadaunha manchada de sangue direto para ela.

Lentamente, a contra a vontade, Ivory se atreveu a virar a cabeça. As gêmeas, meninasdiminutas jaziam sem vida... Cadáveres, seus corpos enegrecidos como sua alma. Elaabriu a boca para dar um gemido mudo de horror absoluto.- Não! - Razvan se uniu a ela. Verteu sua força nela. – Siga adiante. Você deve terminar isto. Ele não pode vencer. Ivory respirou fundo e tremulamente. Suas pernas tremiam como se fossem borracha,apenas capazes de sustentá-la. Precisava os braços de Razvan ao redor dela, de suapresença perto. A mente de Razvan se moveu na dela e ela convocou sua última força,rezando para que fosse o bastante.

- Dê-me o poder de arrumar este mau,- Para limpá-lo desta terra para que possamos continuar.- Limpe o corpo, limpe a alma,- Cure a mente e nos torne íntegros.- Dê-nos uma vez mais o presente de criar nossos filhos para que possamos continuar vivos.Ela gritou as palavras em desafio. O poder se encrespou e inchou enchendo a câmara. Aeletricidade rangeu. O cabelo lhe arrepiou e ondeou em faixas de energia. Um chicotede relâmpago estalou em cima das cabeças e logo saltou para envolver Ivory. Elaresplandeceu com energia candente e as faíscas voavam agora pelas pontas de seusdedos. Seu tom mudou, retumbando pelo quarto com ordem absoluta.As bebês se convulsionaram outra vez. Os corpos diminutos se movimentavam comforça contra as mãos de seu pai, respiravam com ofegos quebrados. Ambas brilhavam eestavam vermelhas, enquanto a temperatura se elevava além do que podiam suportar.— Depressa, Ivory. Pelo amor de Deus. Depressa. — Suplicou Gregori. - Eu inverto este feitiço, eu o envio de volta.- Chamo à justiça. Deixe que caia de volta sobre Xavier.

- Ordeno-te que o tome.- Amarre-o. Lacre-o.- Não deixe nada remanescente ou que permaneça.- Traga sua luz que rodeia este prêmio- Como seu resplendor queime esta escuridão e traga à luz.A câmara cintilou com luz. As chamas das velas se elevaram. O vento correu pelacâmara girando em um movimento parecido a um tornado, pela terra, tocando cadacanto do círculo protetor, e logo amainou como se nunca tivesse existido, deixando asvelas piscando e a câmara cheirando doce e puramente.

Ivory desabou no centro do círculo, e parou sobre um joelho, exausta. O suor sangrentolhe cobria o corpo e fazia com que as mechas de seu sedoso cabelo se curvassem aoredor de seu rosto. Skyler apagou a vela branca. Natalya apagou a vermelha. Shea fez omesmo com a azul. Syndil foi à última, a apagar a sua permitindo que a fumaça da velaverde se elevasse no ar, unindo à fumaça das outras para se misturar ao incenso epurificar a câmara.

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A câmara estava silenciosa. Só o som das respirações enchia o ambiente. Savannah lutoupara se afastar de seu pai, com seu olhar desesperado fixo em seu companheiro e suasfilhas.Gregori fechou os olhos e logo os abriu para fitar às diminutas meninas que jaziam sobas palmas de suas mãos. Lentamente e com grande cuidado, ele afastou as mãos. Suasfilhas elevaram o olhar para ele, com enormes e solenes olhos... Olhos que já tinhamvisto muito. A pele era de uma sadia cor rosada. Os membros pequeninos chutavam egolpeavam o ar. Ambas respiravam sozinhas. O fôlego explodiu em seus pulmões e seucorpo se amoleceu de alívio. Seu olhar prateado encontrou o olhar violeta de Savannah.

Ela gritou e sua alegria explodiu pelo quarto.Gregori caiu de joelhos ao lado de Ivory, se estirando para ela, sem se preocupar emenxugar as lágrimas vermelhas de seu rosto.— Seu espírito é mais leve agora. Podemos ajudá-las a lutar para viver. Não há palavraspara agradecê-la. Nenhuma.Ela se voltou e elevou o olhar ao teto.—Razvan? – Ela estava quase translúcida. Precisava dele desesperadamente. - Razvan. -Não podia encarar esta multidão sozinha. Não se sentindo tão vulnerável e com vontadede chorar.

Ele estava ao seu lado em um instante e a atraiu em seu abraço. - Tome meu sangue, fél ku kuuluaak sívam belso. Amada. Quando ele se abaixou, ela aceitou e enterrou o rostocontra o calor de seu pescoço. Razvan olhou por cima de sua cabeça, ao príncipe.— A noite quase acabou e Ivory deve ir para a terra. O ritual lhe drenou a força.— Vocês são bem-vindos aqui. — Disse Mikhail.— Eu agradeço, mas não. Vou levá-la para casa, onde possa descansar. Voltaremosquando ela estiver mais forte. Enquanto isso, Gregori deve ensinar o ritual a alguns dosmais talentosos de seu povo, para que possam proteger a si mesmos até que a forma devida na terra descontaminada tenha uma oportunidade de se espalhar e possamosdestruir Xavier e sua fábrica ímpia.— Mas… — Mikhail começou um protesto.Razvan passou seus braços ao redor de Ivory e simplesmente saiu voando da câmara.Levou-a embora.

Capítulo 19

Razvan despertou com a alcatéia aconchegada ao redor dele e com Ivory abraçada aoseu corpo, como se tentasse encontrar nele um refúgio. Abriu a terra para poder elevaros olhos para as estrelas no alto, com uma sensação de paz deslizando sobre ele. Esteera o momento que amava. Despertar cedo na noite quando os prismas das pedrasincrustadas na abertura permitiam que a luz da lua se espalhasse dentro da câmara esobre o rosto de Ivory.Cada vez que a fitava, lhe doía. Um pequeno sorriso de Ivory era suficiente para lheelevar o espírito. Uma carícia fazia desaparecer cada lembrança das torturas e a

depravação de seu passado. Não tinha idéia de como ela fazia, nem do por que quandoestava com ela o mundo era um lugar tão diferente, cheio de riso, beleza e coisas quenunca havia sonhado.Rajá se moveu e elevou a cabeça, esfregando seu queixo sobre o braço de Razvan amodo de saudação. Razvan afundou os dedos entre a grossa pelagem. Um milagre em simesmo. Seu coração já tinha aceitado cada uma destas criaturas, com suas distintaspersonalidades. Nunca tinha sonhado enterrar seu rosto na suave pelagem ou ter umlobo como guardião e que este tentasse lhe curar os ferimentos.

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- Leve a alcatéia à câmara contígua. Desejo estar com minha companheira.A resposta de Rajá foi um sorriso lupino. Ele passou a língua pelo braço de Razvan, umgesto inusitado em Rajá. Razvan saudou cada lobo à medida que despertavam e os feztrotar para a câmara seguinte, deixando-o só com Ivory. Virou-se para ela, deslizando obraço ao redor de sua cintura, aproximando seu corpo enquanto estudava novamenteseu rosto, suas sombras e vales, sua deliciosa estrutura óssea. O cabelo havia se soltadoda grossa trança e seus dedos ansiavam por tirar o laço e desdobrar a massa sedosa paratodos os lados. Amava sua boca. Ela sorria pouco, mas tinha a boca feita para sorrir epara amar.

Não poderia lhe falar do orgulho que se arrasava através dele, do nó na garganta, damaneira em que ela fazia seu coração cantar e nem do terrível medo que lhe invadiu vê-la combater com aterradora coragem a maldade de Xavier. Sabia melhor que ninguémque tinha sido verdadeiramente difícil. Tinha visto outros magos lutarem e perder contraos feitiços de Xavier. Os microrganismos mutantes eram a culminação de seu perversoplano contra seus mais odiados inimigos. Ela havia escolhido bem seu armamento; cadaartigo que usaria havia sido limpo e preparado com antecipação. Ela planejara tudometiculosamente, tal como planejava suas batalhas. Entretanto no final, como e decostume acontecer, tudo tinha ido mal e em vez de tentar fugir, ela tinha lutado pelas

vidas dos bebês e apesar de tudo havia triunfado. Seu melhor momento.Sabia que ela nunca veria a si mesma como ele a via, ou talvez como nenhum outro ateria visto. Ela estivera magnífica. Embargou-o de orgulho. Alta, com um suave ecurvilíneo corpo de mulher e esbeltos braços esculpidos com músculos e nervos, e orosto elevado para a pequena fatia de lua que brilhava através do canal da abertura dacaverna.Algumas vezes quando a fitava, como agora, se sentia aflito, com cada um de seussentidos agudos e sobrecarregado, com o sangue trovejando em suas veias, enchendoseu membro até arrebentar de luxúria em uma cruel contração em seu ventre. Faziacom que lhe arrepiasse a pele. Um prego martelando através de seu crânio e a falta deseu contato lhe deixava um vazio tão profundo, tão longo, que cortava diretamente suaalma. Com um gesto fez com que um lençol de seda deslizasse sob dos dois.Razvan inclinou a cabeça e respirou dentro de sua boca. - Awaken, fél ku kuuluaak sívambelso. Minha amada. Acorde e venha a mim. - Por que precisava dela. Precisava ver seusolhos se dilatarem famintos por ele, do modo em que sabia que os seus faziam por ela.Deu-lhe o primeiro doce fôlego e logo tomou um dela para dentro de seus pulmões. Aspálpebras dela se agitaram e se elevaram. Em resposta ao repentino pulo de seu

coração, seu membro se enrijeceu.Ela abriu os olhos e ele notou que toda a emoção que alguma vez poderia querer estavabem em frente a ele. Os olhos ambarinos eram enormes e desde suas profundezasestavam cheios com amor só por ele. Um abismo sem fundo. Ali estava. Tudo.Sorriu-lhe, com um faminto sorriso predador, enquanto ela continuava estendida comoum banquete diante dele. Esta poderia ser sua última noite juntos, e ela ia fazer comque se tornasse especial para ela. Dissolveu-se diretamente entre seus braços,transformando seu corpo em quente líquido, em uma manta de calor e fluídico eefervescente. Flui sobre ela como um milhão de línguas borbulhando contra a delicada

pele, lhe afastando com gentileza as pernas para envolver ao seu redor, percorrendo eexplorando amorosamente a união entre elas.Ela se retorcia a mercê de seus cuidados, com sua respiração sussurrando ao exalar umprolongado e lento... Choque! As bolhas tateavam seus seios e os eretos mamilos que otentavam a voltar para a forma física. Ele resistiu desejando que ela igualasse suafervorosa necessidade. O quente líquido cobriu seu corpo suspendendo-a em um lagode água borbulhante que procurava cada vale e cada fenda e enchia os espaços quentescom líquido mais quente ainda.

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Ela gritou quando a água começou a lhe lamber, gentilmente a princípio. Tocou seuclitóris borbulhando dentro dela pela frente e por trás, até que se ela encontrouofegando, gritando devido aos inquisidores dedos de água entrando e saindo dela. Maisdedos devoravam seus mamilos e as bolhas arrebentavam sobre cada aberturaimaginável levando-a a um acesso de loucura. Ele manipulou o líquido outra vez, agoraaspirando, borbulhando e sondando até que pareciam mil bocas atormentando-a.- Razvan. – Ela sussurrou seu nome ao mesmo tempo em que entrava em uma série deorgasmos, cada um mais forte que o outro e se encontrou estendendo para ele,tentando encontrar uma âncora enquanto o mundo se erupcionava em uma névoa

vermelha ao seu redor.Ele riu suavemente, mudando com facilidade e permitindo-a lhe cravar os dedos em suapele e o sustentar ali.Os braços dela deslizaram ao redor de seu pescoço e ela sorriu.— Amo despertar para você.Pressionou a testa contra a dela.— Isso é bom, mulher guerreira. Porque se despertasse para alguém mais, o mundocomo o conhecemos chegaria ao seu final.Ela fez uma careta e se inclinou para lhe dar mordiscar uma linha pelo de seu queixo até

o canto de sua boca. — Duvido. Você é o homem mais calmo e tolerante que já conheci.Seus seios escorregaram contra seu peito, macios, cheios e tentadores. Pequenaschamas faiscaram sobre seus músculos e em qualquer lugar que seus corpos fizessemcontato. Só tocar aquela pele suave o emocionava. Ele beijou-lhe cada olho e roçou oslábios contra os dela.— Eu sou Dragonseeker, fél ku kuuluaak sívam belso. Minha amada. Nós exalamos fogosob certas circunstâncias. Encontrá-la com outro macho seria uma dessas circunstâncias.Seus dentes lhe mordiscaram o lábio inferior. Uma vez. E outra. Capturou o macio arco eo mordeu gentilmente, desejando devorá-la. Tê-la para o jantar. Sentia-se tenso pelanecessidade, e só o gentil atrito do corpo dela se esfregando no dele, aumentou seudesejo mais do que ele pensou ser possível.—Duvido que tenha que se preocupar. Você é muito... Criativo.A mão dela vagou para o interior de sua coxa, deslizou mais acima, entre suas pernas,para pousá-la sob a pesada ereção. Ele foi incapaz de não reagir. Empurrou o quadrilcontra sua mão, pulsante e quente, inchando contra sua palma até que sua mão setornou uma luva apertada, segurando tanto dele como fosse possível. Seu polegartraçava carícias sobre a larga e sensível cabeça em forma de cogumelo, lubrificando-a

com a tentadora gota perolada em sua ponta suave e quente. Ela observou com calornos olhos, um estremecimento se deslocando nele e um olhar que elevou suatemperatura, inclusive mais alto.Os dedos dela sobre sua pele eram celestiais, o toque de suas carícias apagava cadaatroz lembrança do passado, de maneira que ali só existia Ivory. Seu universo era ela.Tocante. Erótico. Sensual. O universo instantaneamente se converteu em um feixe desensações. Sua boca passeou sobre a dela e bebeu de seu sabor como néctar. Doce comum toque de especiarias.—Talvez eu gostasse de te ver exalar fogo. — Ela sussurrou dentro de sua boca.

Sua língua se enredou à dela e seu membro se sacudiu. Cresceu mais ainda mais contra aapertada luva que era sua mão. Aprofundou o beijo. A fome florescia com tão urgentedemanda, que ele se sentiu no limite e um pouco desesperado por ela. Talvez tivessealgo a ver com o modo com que sua mão se movia sobre seu membro e sua boca sugavasua língua como se esta fosse o mesmo.—Não, você não gostaria, fél ku kuuluaak sívam belso. Minha amada. Você gosta talcomo sou.

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Tinha que estar em sua boca, naquele paraíso úmido, apertado e secreto. Segurou entreos dedos um punhado de seu cabelo e atraiu sua cabeça sobre ele, necessitando-adesesperadamente e incapaz de esperar um só momento mais.Ivory manteve o olhar nele, observando suas mudanças e se impregnando dele. Sedeleitando em sua habilidade de transtornar sua calma habitual. Amava quando ele setornava todo diabólico com ela, grunhindo e se apegando em punhados de seu cabelo,arrastando-a para mais perto, empurrando os quadris sem poder resistir. Deleitava-seno modo em que seus olhos mudavam do profundo azul meia-noite a um intenso negro.O modo em que as mechas de seu cabelo se acentuavam. Havia algo muito estimulante

e intensamente sexy a respeito dos gemidos reverberando em seu peito, o músculocontraindo em seu queixo. Um pequeno aviso que lhe fazia saber que ele se encontravacompletamente do outro lado.Nesta noite sairiam para caçar o inimigo mais perigoso que o povo Cárpato, ou melhor,que o mundo havia conhecido, e talvez nunca retornassem. A determinação em lhemostrar como se sentia, o que ele significava para ela, o que ela era para ele, se notavaem cada toque cativante de sua língua e em cada carícia de seus dedos. Ela devorou seumembro completamente, atraindo-o profundamente para se ajustar às cavidadesinternas de sua boca. Para ajustar a sucção ao redor da carne firme.

Ele gemeu quando seus dentes o arranharam gentilmente e sua língua girou em espiralpor seu membro, para tentar o ultra-sensível ponto oculto debaixo da cabeça. Elaafastou a cabeça para trás, para que seus lábios apenas roçassem por cima dele,observando-o. Observando seus olhos se dilatarem de prazer, observando-o respirar deforma irregular com ásperos gemidos.—Ivory. - Havia exigência em sua voz.Seu amante tranquilo e pausado havia desaparecido, aquele que se perdia seu tempopara levá-la uma e outra vez ao limite, sempre em completo controle. Seu amante quese doava tão generosamente e a levava além do que jamais havia conhecido. O orgasmoo atravessou e ela o engoliu tomando-o profundamente, sentindo seu corpo inteiroreagir estremecendo outra vez, enquanto um intenso prazer vibrava através dele.Os músculos de suas coxas se contraíram de excitação e seu ventre acompanhou emreação. Os músculos de seu peito se enrijeceram enquanto seus braços se flexionavam.Mas era seu membro, movendo e pulsando em sua boca, se tornando ainda mais grossodo que jamais foi, o que a tocou. Amava como ele estendia seus lábios, se deleitava nomodo em que o quente e longo membro pulsava sobre sua língua, inclusive a maneiraem que se impulsionava em curtas rajadas profundamente dentro de sua garganta, onde

seus músculos espremiam, massageavam e o sugavam.Ela tinha planejado este momento, um presente para ele. Planejara esta conquista,desejando para ele o prazer cru e o êxtase gratuito, onde não tivesse que se preocuparpor ela ou por seus sentimentos, a não ser somente por tomar o que lhe entregasse. Oque lhe oferecia. O calor flamejou por ela, dela, quando ele expôs os dentes como umlobo faminto.Ele se deslocou fazendo-os flutuar até o solo. Suas mãos seguravam a cabeça delaimóvel enquanto se empurrava até o fundo de sua boca, e com os olhos semicerradosobservava sua garganta trabalhando-o. Ele observava a beleza da mulher que estava aos

seus pés, de joelhos, suplicante, com os olhos fixos nos seus.- Não afaste o olhar de mim. – Ele ordenou.Ela não tinha intenção de afastar o olhar, ou de se retirar de sua mente. Queria que essedelicioso sentimento continuasse para sempre. Suas próprias coxas estavam úmidas, aunião entre suas pernas pulsava com necessidade de ser preenchida por ele, mas pornada ia se deter. Queria tomá-lo profundamente em sua garganta, ser tudo para ele, serusada por ele e lhe dar este presente perfeito para que ele se sentisse envolvido por seuamor.

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A língua dela o acariciou e esfregou sobre seu ponto mais sensível e ela ouviu um gritoestrangulado escapar de sua garganta. Os olhos dele se tornaram de um azul tão escuro,que pareciam negros, sem pupilas. Ela sentiu sua reação. Ele queimava vivo. Estava emchamas desde ponta dos pés a cabeça. Chamas que lambiam sua pele. Seu sangue corriacomo lava ardente, magma espessa. Quase demais para passar circular em suas veias.- Mais duro. - O sussurro estava em sua mente. OH , Kucak.  – Oh estrela! Ivory, maisduro! - Sua voz era rasgada. Rouca. Estimulante. - Andasz éntölem irgalomet ! - Não

 pare!Tenha misericórdia.Nada poderia tê-la detido. Ela ardia por ele. Sentia-se vazia por dentro sem ele. Estava

desesperada por ele, por este arrebatamento selvagem e sexy. Aumentou a sucção aomesmo tempo em que ele tomava o controle, enquanto seu corpo perdia o controle. Eleusou seu cabelo, lhe segurando a cabeça enquanto tomava sua boca, guiando-a sobre siaté que sentiu a violenta sacudida. A dilatação. Ouviu o rasgado grito de gozo e êxtaseenquanto ele explodia e o quente fluxo lançando a jorros no fundo de sua garganta.Não o deixou ir. Sentia seus tremores enquanto continuava lhe sugando, agora comgentileza, com os olhos fixos nos dele. Sentou-se para trás, sobre os calcanhares efinalmente o permitiu sair de sua boca. Sua língua fez uma lenta e sensual caricia emseus lábios cheios, inchados.

Ivory observou que seus olhos mudavam. Do escuro azul meia-noite, eles passaram àinsondável profundeza de um obscuro abismo oceânico. Faminto. Centrado. Por ela. Seucoração bateu forte. Algumas vezes sua fome podia inquietá-la, como agora, quando seucorpo era agressivo e ela podia sentir o aço correndo através de seus músculos. Tanto aatraía como a repelia, incitava e assustava. Razvan sempre tinha tanto controle, quequando o perdia, tal como ela amava que perdesse, sua intensidade era aterradora... Egratificante.De repente ele a pegou pelo cabelo outra vez, para puxá-la para cima. Afastou suacabeça para trás, lhe expondo o pescoço. Seu coração saltou. Seus ossos derreteram.Sentiu que os pulmões lhe ardiam por falta de ar. Ele cravou as presas profundamente, eum absoluto êxtase se equilibrou por todo seu corpo como uma onda gigante,enchendo-a. Seus olhos se fecharam. Como poderia manter seus sentidos intactos,quando o delicioso prazer se estendia através dela como uma onda de calor? Ele bebeudela como se estivesse esfomeado, absorvendo a essência da vida dentro de seu corpo,como se não pudesse obter o bastante.Ela amava quando ele estava no fio de seu controle, com a boca se movendo sobre elacom desenfreada paixão. O êxtase que sentia não era nada comparado com aquele que

lhe brindavam o corpo e o sabor dela. Amava tocar sua mente e alimentar a caóticapaixão masculina, a necessidade e a luxúria se elevando tão afiadas e terríveis que malpodia se conter para não devorá-la. Suas presas causavam pequenas pontadas de dorque só adicionavam outra dimensão às camadas de desejo e calor se propagando.Consumindo-a.Em cada sublevação era assim. A necessidade de fundir, de sentir completamente, docalor e o fogo de sua união. Estremeceu de prazer enquanto ele tomava um último goleindulgente e passava a língua sobre as espetadas para fechar as pequenas aberturas. Suaboca sugou-a por um momento, marcando-a. Outro privilégio que nunca antes tomara.

Ela se sentia parte dele. Parte de seu coração. Parte de sua alma.Sua língua lambeu as gotas de sangue vermelho rubi que desciam por sua garganta, paraseu seio. Acariciou um mamilo e ela inspirou profundamente. Suas mãos seguraram suacabeça para contê-lo. Entretanto, não havia forma de conter Razvan em seu aspectoatual. Ele grunhiu-lhe algo e tomou seu seio dentro da boca, mordendo o mamilofazendo-a gritar de prazer.Ele sugou com força causando estragos em seu corpo. Tomando-a. Ele tomou o prazerdela, mas o devolveu multiplicado, como se ele também soubesse que este podia ser o

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último momento juntos. Nenhum dos dois se expressou, nenhum reconheceu, masquando ele a levou até o piso da câmara, ela estava tão frenética quanto ele.As mãos dela passearam pelas costas largas, com as unhas marcando a pele, enquantolhe lambia os seios, enviando deliciosos brilhos de relâmpagos através dela. Sua línguaacariciou o mamilo com quentes e lentas passadas que a deixaram fora de si. Sua bocaadotou um rítmico movimento que se compassava com o impulso de seus quadriscontra os dela. Ela podia sentir o membro longo e grosso como um ferro contra suacoxa. A cada lenta esfregada de seu corpo pelo dele, só fazia com que se tornasse maisquente e mais grosso.

Enquanto ela respirava com dificuldade, arcos de eletricidade pareciam faiscar deexcitação entre suas peles. Ele ia alternando uma e outra vez entre dentes, língua elábios ardentes, como um homem possuído, deixando-a sem sentido. Não havia nada nomundo exceto Razvan e seu duro corpo, sua masculina essência de pecado e sexoenchendo o ar ao redor dela e ardendo em seus pulmões.Ele levantou a cabeça e pequenas chamas ardiam no penetrante azul de seus olhos. —Tome meu sangue, Ivory. Agora. Sua voz era funda. Severa. Faminta. Sensual.Ele a ergueu em seu colo, aberta sobre ele, de modo que ela sentia a dura e agressivaereção contra sua úmida e escorregadia abertura. Seus ásperos gemidos só

intensificaram o poder de seu feitiço. Sentia-se fascinada quando ele agia assim, tãodesesperado por seu sabor e seu contato. Suas mãos não deixaram de se mover sobresua pele, reclamando cada polegada dela para si mesmo. Amava a euforia de ser dela.Ela levantou a cabeça para passar a língua pelo peito masculino, para depois subir agarganta. Seu ventre se contraiu. O membro, duro como o aço, pulsou firme contra suaentrada esperando a oportunidade. Ela lambeu os lábios. Saboreou sua essência.Saborerou-o. Permitiu-lhe sentir o que havia de mais profundo em sua mente e seucorpo.Sua língua dançou em cima da pulsação quando ela se aninhou em sua garganta morna.Ela sentiu o sabor masculino, o calor dele. Seus dentes o beliscaram e ela moveu seucorpo junto ao dele, em uma tentação tão funda e tão primitiva, que se agitou denecessidade. Ergueu o rosto para seu beijo, não querendo, mas precisando de sua boca.Da boca gloriosa que podia enviar seu corpo à beira de um grande precipício, bem pertodo limite do abismo, mergulhando em um prazer além de qualquer coisa ela já sonhara.Sua boca se fundiu à dele. Ambos se derreteram. Era muito calor. Um calor abrasadorque queimava o corpo inteiro fazendo com que sua pele delicada como a porcelanaadquirisse um leve tom. Ela levantou os olhos para o rosto talhado com linhas duras. Um

rosto masculino de olhos semicerrados, mas possessivos. Beijou-o outra vez, seconsumindo, bebendo-o, desejando o com ímpeto que ele a tomasse com força, antesde beijar o caminho que a levava aos cantos de seus lábios. Lambendo-o. Saboreando-o.Mordiscando seu queixo levemente, procurando o caminho de volta aos seus lábios.Atiçando. Tentando. Desejando.— Você pode matar a nós dois. – Ele advertiu.Ela moveu seu corpo deslizando sensualmente de um lado a outro sobre o membro duroe abrasivo, tentando atraí-lo para dentro de si.

Ele gemeu e seu corpo se sacudiu. Seus dedos se entranharam nos cabelos dela,

para afastar sua cabeça, a fim de fitar firmemente os olhos ambarinos. —Tome meusangue agora, Ivory. – A voz era profunda, rouca. Severa, masculina e sensual.Seu coração saltou no peito. Quase explodiu. Sua garganta constritou. Sua língua jápodia saboreá-lo, doce e sedutor. O gosto erótico dele. Ela sentiu na saliva. Seus dentesse prolongaram Ela beijou o queixo teimoso e arrastou os lábios por seu pescoço ondesua pulsação era morna, viva e convidativa.Razvan sugou sua respiração. O suor cintilava em seu corpo. – Kućak. Estrela. Ivory, eunão sei se suportarei isto. - Ele virou sua cabeça e a guiou para seu ombro, para a veia

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Contra a vontade, ele soltou seu abraço e deixou suas pernas de onde as tinha envolvidoao redor de seu quadril. O movimento provocou outro em seus corpos. Ela rolou alémdele e se deitou com os braços estendidos, com o corpo ainda ofegando em busca de ar.—Penso que você poderia ter acabado comigo. Meus pulmões, pelo menos, estãodesfeitos. E ainda estou experimentando pequenos e incríveis orgasmos. Comoconsegue?Ele virou a cabeça para lhe brindar um sorriso descarado. — Acontece que é meutrabalho mantê-la satisfeita, e levo a tarefa muito a sério.Seus dedos se encontraram. Ela fechou os olhos e simplesmente desfrutou em estar

com ele. —Desejo que saiba uma coisa, Razvan. É muito difícil para mim falar o queguardo em meu coração. Faz-me sentir tola dizer em voz alta, mas você tem que saber.Ela abriu os olhos, fixou o olhar no dele e colocou uma mão sobre seu coração. —Se poracaso as coisas não derem certo, e nós sabemos que existe a possibilidade de que possaser, estes foram os melhores momentos de minha vida. Não me arrependo de nenhummomento passado contigo. Você fez com que me sinta viva novamente. Você melembrou por que conservei a lembrança de meus irmãos em minha alma. E me deste osupremo presente de seu coração. Quero que saiba que o entesouro. Eu te amo, semmedida.

O reconhecimento significava ainda mais, porque ele sabia que era verdadeiramentedifícil para ela expressar emoções intensas.—Eu também te amo. - Aquilo não era o bastante bom, não no que lhe concernia.Enviou-lhe a emoção. Intensa. Voraz. Encheu-a com ela. Afogou-a nela. Deixou-lhe verdentro de seu coração e mente. Em sua alma.— Você me comove como nenhum outro poderia. – Ela disse e engoliu com dificuldade,piscando para deter as lágrimas. Depois suspirou. —Temos que nos alimentar bem. Nóse também a alcatéia. Esta é nossa melhor oportunidade para destruir ao grande mago.Ele estará mais fraco devido ao que lhe fizemos na noite passada.—Está segura de que quer fazer esta tarefa?Ela sorriu e desta vez seu sorriso foi sereno, igualando o dele. —Não mudei de idéia etampouco o deixaria ir sem mim, como está pensando em fazer. Se vamos triunfar, vocêprecisa de mim, tal como eu de você. Temos melhor oportunidade juntos, queseparados.—Não podemos perder esta noite, então, fél ku kuuluaak sívam belso. Minha amada. -Disse Razvan. — Vamos escolher nossas armas e chamar à alcatéia. Se ele escaparpassará um bom tempo antes que nós, ou alguém mais, tenha novamente esta

oportunidade.—Ele não escapará de nós. - Disse Ivory, e havia aço em sua voz.

Capítulo 20

Os flocos de neve caíam e deslizavam através do céu, desde sua casa até as montanhasonde Razvan sabia que Xavier havia fixado sua residência. Haviam encontrado um

pequeno grupo de caçadores humanos que rastreavam veados pelo bosque aquilômetros da aldeia mais próxima do território Cárpato e se alimentaram bem. Com ogrupo satisfeito e com todos em plenas faculdades, eles começaram imediatamente aviagem à montanha da geleira onde estava Xavier, depois que seu labirinto de cavernasfoi destruído nos meses anteriores, permitindo a fuga de Razvan.Viajaram pelo céu com cuidado em não deixar sinais, mas permanecendo tão baixoscomo podiam para examinar o solo com cuidado. Uma vez fora das árvores e perto dacorrente gelada, um brilho de cor chamou a atenção dos olhos de Ivory. Os lobos

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reagiram com mal-estar. Ivory e Razvan aterrissaram sobre a terra, reassumindo suasformas físicas para estudar os sinais.—Aqui há um rastro de sangue. - Indicou Ivory, sem necessidade. - Pode se ver por ondefoi arrastado pela neve o cadáver de um veado, desde a proteção das árvores até asmontanhas. Não foram os lobos e nem caçadores humanos que mataram o veado. — Elaapontou às marcas de rastros na neve—. Morcegos.Ela ficou durante um momento estudando o rastro. Razvan não disse nada, desfrutandoem observar à caçadora em seu enigma, fora do caminho. Era extremamenteexcepcional para os morcegos mutantes de Xavier se alimentarem distante das

cavernas, mas tinha sido definitivamente um ataque de morcegos. A evidência dasaladas criaturas nos rastros da neve era clara.—Fizeram uma emboscada ao veado aqui. – Ela disse e assinalou para cima. - Algunscaíram de cima, outros vieram de baixo e obviamente o rodearam. O pobre não tevenenhuma oportunidade.Ele não assinalou que ela caçava com várias alcatéias, ajudando-os a passar o inverno.Ivory levantou o olhar bruscamente, semicerrando os olhos.—Não é o mesmo. Eles tomam o sangue para seu professor e seus maus propósitos.—Isso é verdade. – Ele reconheceu. - Por que me lê minha mente quando isso só te

incomoda?—Só me incomoda quando você tem esse leve e secreto sorriso afetado na face.Machista. — Porque a derretia por dentro e isso simplesmente não era aceitável. Comose ele pensasse que ela era formosa ou algo assim. Formosa. Que palavra tão incômoda.Lançou-lhe um olhar, uma mistura de irritação e desconcerto. E lá estava outra vez, oleve sorriso afetado machista que a fazia querer saltar sobre seu corpo ali, sobre a nevee o gelo e rodeados de perigos. – Você está me distraindo.Os dentes brancos cintilaram.—Simplesmente presto atenção à perita, para que possivelmente possa aprender.— Você me distrai deliberadamente e eu… — Ela se deteve, abrindo os olhos.O sorriso apagou na face de Razvan enquanto ele seguia seu olhar, para um galho sobresuas cabeças. Pareceria insignificante para um olho não treinado. A neve se aderia àsfolhas e carregava os galhos. Ele captou o brilho de alarme em sua mente.—O que está acontecendo?—Ali em cima. Nos galhos mais altos. —Sua voz era muito baixa, apenas um fio de som. -A neve está desordenada.Levou-lhe um momento saber do que ela falava. Em quatro pequenos lugares, como se

um pássaro estivesse aterrissado levemente no galho fino, a neve descongelourevelando uma parte de casca.—Os morcegos?—Não. Eles arranham a neve, mas a casca não se vê. Caçadores seguiram os morcegos.— Uma nota de temor se infiltrou em sua voz. - Não sabem quem vive neste lugar e oque enfrentam. Debilitamos Xavier com nosso ritual. Devolvemos seu ódio de volta a simesmo. Se ele conseguir encontrar um caçador… — Sua voz se apagou.O estômago dele deu um salto ante a idéia de que Xavier conseguisse pôr as mãos emcima dos caçadores Cárpatos. Não só o que faria sofrer o caçador, mas também por que

Xavier se tornaria muito poderoso com o sangue de um Cárpato.—Está segura disso?Em resposta, Ivory mudou de forma, deslizando como névoa até a copa da árvore. Ela sebateu no ar enquanto examinava o galho e voltou para a terra junto a ele, com cuidadoem não desordenar a neve.— É definitivamente Cárpato. Não há aroma. Nada mais. Somente essas duas pequenasmarcas como prova.Razvan passou a mão pelo queixo.

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—Temos que segui-los até o final Ivory, se eles seguiram os morcegos. Sabe que nãotemos escolha. Não podemos deixá-los para Xavier. Se tivermos muita sorte serãocaçadores fortes e experientes.—Xavier não estará sozinho. - Indicou Ivory.—Não, não estará. E tem muitas abominações lhe protegendo e entre eles um vampiro.- Disse Razvan.Ela estendeu a mão, entrelaçando os dedos aos dele.—Vamos então.—Até o final. – Concordou Razvan.

Ivory e Razvan se moveram com cautela, com cuidado em não perturbar sequer um sófloco de neve enquanto se aproximavam das colinas arredondadas que levavam amontanha onde Xavier tinha começado a construir sua última fortaleza. Ele precisavadas profundas redes de cavernas de gelo embaixo da terra onde pudesse realizar seusexperimentos malignos e causar estragos entre os Cárpatos. Ele escolheu um localfavorável próximo as extremidades da geleira, e poder utilizar a natureza para levar seusextremophiles mutantes às vias navegáveis que se dirigiam através da cordilheiramontanhosa, até onde os Cárpatos viviam.- Se os caçadores passaram por este caminho, pelo menos não deixaram nenhum outro

sinal . - Disse Ivory usando sua conexão telepática, não disposta a arriscar que a noitelevasse o som de sua voz.Um sentimento terrível de pânico estava crescendo em Razvan. Quando se aproximaramda montanha, se tornou mais forte. Soube que estavam muito perto de Xavier, mas oque era pior, ele descobriu quem era o caçador… Ou a caçadora.- Natalya e seu companheiro estão à nossa frente. Ivory ofegou.- Está seguro disso? - Absolutamente.Razvan fitou Ivory e seus olhos azul meia-noite se tornaram tão escuros que suas pupilasvirtualmente desapareceram. Pequenas chamas piscavam em suas profundezas e Ivoryestremeceu um pouco me reação. O frio deslizou por seu corpo.- Ele não pode ter minha irmã. — Ele resmungou cada palavra.Ela se inclinou para ele durante um breve momento, envolvendo-o com calor.- Não, não o fará. —Ela estava completamente decidida a caçar Xavier e a libertar omundo de sua maldade.O vento começou a se elevar enquanto eles atravessavam o vale que levava a base das

colinas periféricas, sob os cumes de gelo azulado. Não cresciam árvores nas ladeiras degelo. Poucos tentaram alguma vez subir até ali, mas as arestas afiadas eram muitoíngremes e dentadas. Os ventos aumentavam em protesto e grandes lanças de gelofrequentemente caíam sobre as infelizes vítimas. Era uma montanha traiçoeira e amaioria fugia.Quando se aproximaram da primeira colina, eles sentiram o primeiro impacto daproteção. Um zumbido baixo começou e tornou-se mais forte enquanto seguiam suamarcha. A pressão em suas cabeças aumentou e um ardor doloroso os sacudiu. Ivory sedeteve e pressionou os dedos contra as tremulas têmporas, tentando não gritar.

- Até um animal sentiria isto. Não é de estranhar que não haja vida aqui. – Ela disse.- O que explica os rastros que vimos. As marcas e as manchas de sangue na neve. -Razvan colocou a mão em sua têmpora e a encheu de calor curativo. Imediatamente apressão diminuiu em sua mente. Ela o fitou bruscamente. Sua face se enrijeceu só porum momento, e quando ela tocou sua mente, passou um instante antes que ele lhepermitisse.- Os morcegos têm que encontrar presas, mais longe do que faziam nas outras cavernas. - Disse Razvan antes que ela pudesse protestar.

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Ivory estremeceu. Detestava realmente lutar contra os morcegos. Eles tinham pequenosdentes desagradáveis e gostavam de carne. O rastro de sangue chegava a um lugar pertoda base de uma pequena colina que surgia bem diante do fluxo mais íngreme dascúpulas de gelo. Ela sabia por experiência que o solo próximo ao lugar onde os morcegosviviam seria uma armadilha para alguma criatura confiante. Se eles se aventurassemmuito perto, o solo cederia.- Xavier não teve tempo de preparar um sistema melhor, o que quer dizer que não estáem seu melhor momento. - Continuou Razvan. - Eu escapei quando se deslocaram daqui.Ele me mantinha fraco, como fazia com minhas tias, porque temia minha resistência,

mas isso também o debilitava. Havia me drenado e não podia me usar para se alimentar. As apanhou com magia e sangue animal.Ivory não queria pensar muito em Razvan nas mãos de Xavier. Rezou uma oração paraque sua irmã não estivesse na fortaleza do grande mago. Mantê-la segura era no que elehavia se apegado, a razão pela qual tinha sobrevivido. Enquanto Xavier vivesse, ele nãoia permitir que Natalya caísse em suas mãos. E agora…Lutou duramente contra o pensamento.- Não vamos nos deixar cair pela guarida dos morcegos, se pudermos evitar.Ela sentia um nó na boca do estômago enquanto pairou sobre a neve ensanguentada. O

cadáver do veado obviamente havia sido arrastado para dentro, mas algo mais tinhaentrado depois. Os flocos de neve cobriam parcialmente as manchas, o que significavaque alguém tinha perturbado a neve, depois que os morcegos voltaram para a guaridacom seu prêmio.- É uma entrada. — Razvan foi pragmático. –  Já os enfrentamos antes.O solo sob eles oscilou. A montanha tremeu e um grande pedaço de gelo despencou doenorme cume que se destacava sobre eles, trazendo a neve e o gelo sem advertência.Sem vacilação eles pegaram as granadas caseiras em seus cintos e se dissolveram emnévoa enquanto saltavam no ominoso buraco coberto por uma camada fina de neveensanguentada.O asqueroso mau cheiro os atingiu primeiro, mesmo antes do ruído dos morcegosaltamente agitados. O fétido aroma de carne em decomposição ardeu suas fossas nasaise lhes revolveu o estômago de tal maneira que eles tiveram que lutar para manter aforma e não reagir. Os agudos brados furiosos aumentaram de volume enquanto elesdesciam pelo estreito canal, raspando como unhas afiadas as paredes de suas mentes,lhes destroçando os nervos ao ponto de gemer.Marcas de queimaduras enegrecidas manchavam as paredes enquanto os morcegos

continuavam saindo dos buracos escuros que cheiravam a enxofre e desciam para se àviolenta batalha que acontecia no solo da caverna. Os pequenos pedaços de carne podree os salpicos de sangue e pele se aderiam às extremidades de cada buraco onde osmorcegos carnívoros habitavam.- Xavier foi advertido de que sua fortaleza está em perigo. - Disse Ivory. A irritação seinfiltrava em sua voz. - Mesmo fraco ele é um adversário formidável. – Ela tiveraesperança de pegá-lo de desprevenido. - Não quero que nos escape.- Ele não abandonará a fortaleza facilmente. - Predisse Razvan. - Ele tem cada vez menoslugares para ir. Não teve tempo completamente para tornar este aqui seguro. Esta é

nossa melhor chance, mesmo que saiba se estamos chegando ou não.Ivory se absteve de dizer que Xavier esperava dois caçadores desafortunados quehaviam tropeçado por acaso com os morcegos e provavelmente estava se preparandoalegremente para um banquete de sangue Cárpato.- Depressa, Ivory . Eles estão atacando Natalya.- Xavier ordenará a seus guardiões que não os matem. Pelo menos não a ela. Ele vai querer o sangue dela para ele mesmo, o que lhes dá uma pequena vantagem.  – Ela disse.

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Eles estavam perto do final do comprido túnel e agora podiam ver os morcegos.Centenas deles com seus peludos e negros corpos, dentes afiados, garras curvadas nosdedos dos pés e asas com ferrões em suas extremidades. As espadas varreramviolentamente a nuvem de morcegos, cortando cabeças e corpos, mas o número totalera inimaginável. Vikirnoff e Natalya estavam costas a costas e mostravam umsemblante horrível, com as faces sulcadas de sangue em cada parte exposta de pele.Tanto Razvan como Ivory haviam sentido os rasgões dos dentes arrancando a carne dosossos. Ao ver os Cárpatos, as inquietantes lembranças emergiram para zombar deles.- Chegamos. - Advertiu Ivory, utilizando o atalho telepático comum mais antigo que

Vikirnoff pudesse reconhecer. - Vamos fazer uma mudança na composição do ar usandonossas granadas caseiras. O calor será muito intenso, e vocês não podem introduzir asubstância química nos pulmões. Entrarão em pânico e tentarão se dirigir à superfície...  – Ela advertiu, dando quase as mesmas instruções que havia dado a Razvan quandoutilizou a primeira vez com ele, suas granadas químicas.Razvan procurou sua irmã sentindo-a assustada, quando usou sua antiga conexão, dequando eram crianças.- Lute para sair do centro, mas fique longe das paredes. Quando nos materializarmosusaremos uma substância química, e voltaremos a nos converter de novo em névoa; faça

o mesmo instantaneamente, mas lembre-se, mesmo assim sentirá o intenso calor.- Entendo. – Respondeu-lhe Natalya.Razvan tentou não notar a massa de morcegos atacando-a. Ela lhe pareceu feroz comseu rosto em uma horrenda máscara de concentração e seu cabelo raiado com as coresde uma tigresa.Razvan posicionou seu corpo cara a cara com Ivory. Logo que se materializassem, sabiapor experiências anteriores, que os morcegos atacariam, arranhando e rasgando suacarne.- Preparada, sívanak de kont. Meu coração de guerreira? - Vamos conseguir . - Respondeu Ivory tranquila como sempre, na batalha. Ela podiadirigir sem medo quase qualquer circunstância quando estava na luta, mas quando setratava de emoções, não era tão boa em ocultar suas emoções e a vulnerabilidade.- Outra coisa, belso de sívam de kuuluaak de ku de fel. Minha amada, eu te amo maisque a própria vida. Agora. - Adicionou Razvan.Ela quis retê-lo. Quis lhe dizer que voltasse em si. Mas ele já se estava materializando eela teve que acompanhar seu ritmo. Ela explodiu no solo da câmara, observando o corpode Razvan, que enquanto a protegia pela frente, estava orientado para proteger sua

irmã.No momento que converteram seus corpos em carne e sangue, os morcegos sedirigiram a eles para um frenético banquete, enlouquecendo com o aroma das presas.Rasgaram e romperam lançando seus corpos contra os Cárpatos. Os lobos uivaram,cabeças surgiram, patas se movimentaram se e eles se prepararam para saltar.- Quietos! Quietos! — Ordenou Ivory freneticamente.Raja e Blaez se acalmaram ordenando ao resto da alcatéia, mordendo os morcegos,segurando-os pelas cabeças e rompendo pescoços, mesmo enquanto as garras dosmorcegos rasgavam sua pelagem.

Razvan e Ivory tiraram as travas de forma simultânea. Tinham só cinco segundos para sedesfazer das granadas.Ivory lançou a sua diretamente ao centro da câmara entre a horda de combatentesmorcegos. Alguns se voltaram para o artefato tentando mordê-lo com seus dentespontiagudos.Razvan jogou o braço para trás, para lançar a sua e pelo menos uma dúzia de morcegos,atraídos pelo aroma do sangue de um Caçador de Dragões, se lançaram sobre ele e opeso de seus corpos puxava seu braço para baixo, enquanto ele a lançava.

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Vikirnoff saltou para frente, empunhando sua espada cortando muitos deles, liberandoRazvan por uma margem muito pouca. Razvan inspirou enquanto os corpos caíam deseu braço deixando sua carne machucada. Mais deles se apressaram para se alimentardas feridas abertas, mas ele já tinha jogado a bomba.- Agora! Agora! —Avisou Razvan sua irmã.Os quatro Cárpatos se dissolveram em névoa. A câmara se sacudiu com a explosão e olugar se encheu de carcaças de morcegos, pedaços de pedras, gelo e cadáveres podres,tanto humanos como animais. O brilho de luz foi tão intenso que lhes perfurou asretinas apesar de terem mudado de forma. O intenso calor devorou os amparos naturais

enquanto a composição de ar se transformava em gás. O fogo fluiu furioso e voraz parao ar livre, subindo pelo túnel e queimando as fossas e fendas na pedra.O gelo derreteu chegando quase a ferver, exalando vapor enquanto o fogo rugia emchamas alaranjadas e vermelhas, cintilando através dos antros dos morcegos ecrepitando através de cada fenda. A pressão externa era tão extraordinária que asmoléculas de seus corpos ameaçavam paralisar internamente, implodindo como oscorpos dos morcegos. Por toda parte ao seu redor, as criaturas mutantes explodiam emardentes chamas, como se uma bomba os houvesse tocado, ou se desfaziamsimplesmente.

O ruído se equilibrava sobre eles com a violência ensurdecedora de um vulcão emerupção, enquanto o fogo criava o próprio vento que uivava pela câmara, procurandovítimas desafortunadas. O inferno era tão chamejante que parecia não haverescapatória. Vikirnoff e Natalya ficaram quietos só porque Razvan e Ivory o fizeram,resistindo ao impulso de sair e deixar para trás a conflagração. As paredes de pedra dachaminé cintilavam de um sinistro vermelho, mas as chamas desapareceram deixandoum saldo horroroso e enegrecido para trás.Cadáveres calcinados e escombros flutuavam na água que caía e empossava, da nevederretida e o gelo fundido. Ivory os liderou saindo pela chaminé e longe do cheiro ruim,asqueroso, tendo cuidado em evitar as brilhantes paredes. Logo que contornaram umcanto, o túnel se alargou até se tornar uma enorme câmara. Ivory levantou a mão,detendo-os. Os outros se agruparam ao seu redor.—Que demônios os fez descer à caverna dos morcegos? — Ela perguntou. Não precisavacuidar à irmã de Razvan, especialmente se a mulher e seu companheiro eram o bastanteinsensatos para perseguir os guardiões de Xavier até suas tocas.Razvan pôs uma mão no ombro de Ivory para refreá-la, reconhecendo o frio desprezoem sua voz. Ela estava defendendo-o das duas pessoas que ela acreditava que deviam

ter confiado nele.- Alguns de seus ferimentos não foram feitos pelos carnívoros.Ivory respirou e se arrependeu imediatamente quando lhe chegou o cheiro ruim decarne queimada aos seus pulmões. Agora que observava bem os dois, reconheceu osferimentos de Vikirnoff.—O não morto. — Ela respondeu a própria pergunta. – Eles seguiram um vampiro.Vikirnoff assentiu.—Um professor vampiro. Deixou-se cair no buraco. Sabíamos o que enfrentávamos, masacreditamos que tínhamos boas possibilidades de passar pelos morcegos, dado que

haviam comido recentemente. Raras vezes eles se afastam muito sem se alimentarprimeiro.Ela agradecia por ele saber tanto sobre os morcegos.—Xavier fixou sua residência aqui. Não é um lugar no que queira estar.—Vocês vieram por nós? — Perguntou Natalya segurando sua espada mais forte jáexaminando ao redor da caverna de gelo. - Devia ter desconfiado no momento queentrei que Xavier havia convertido este lugar.

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—Estava ocupado com outra coisa. - Indicou Razvan. - Pode sair pelo túnel. Essa entradadeve estar limpa agora.Vikirnoff e Natalya trocaram um longo olhar. Vikirnoff limpou a garganta e se negou aafastar o olhar de Razvan.—Serei o primeiro a admitir que estava errado contigo, Razvan. Natalya sofreu muitoquando acreditou que você tinha se convertido em vampiro e havia se aliado a Xavier.Demo-nos conta que Xavier havia possuído seu corpo e deixamos que o mundo temarcasse como um traidor.—Não o culpo por proteger Natalya. - Disse Razvan e lançou a Ivory um olhar

tranquilizador, quando ela se revolveu.Foi a primeira vez que ele sentiu que pudesse estar aborrecido com ela e surpreendeuIvory, com o quanto isso lhe doeu. Ela se afastou deles só para que Razvan a segurassepelo braço, lhe rodeando o pulso com os dedos, como um bracelete.—É melhor deixar este lugar rapidamente. – Ele continuou. - Os morcegos são osguardiões e ele saberá que intrusos tentaram entrar. Se o vampiro veio ajudá-lo, istonão é um bom lugar para estar.—Mas vocês estão aqui. - Disse Vikirnoff tranquilamente. – Vocês debilitaram Xavierverdade? Ontem à noite quando devolveram o feitiço. Por isso estão aqui hoje. Vocês

vão caçá-lo.—E não temos tempo a perder. - Disse Razvan.—Estou de acordo. – Lhe disse Vikirnoff. - Sigamos em frente.Ivory não pensava em iniciar uma discussão. Sabia que Razvan queria que Natalyaestivesse tão longe de Xavier como fosse possível, mas eles tinham esta únicaoportunidade e ela ia aproveitá-la. Vikirnoff e Natalya podiam fazer o que quisessem. Ese fosse o caso, também Razvan. Poderia ficar protegendo sua irmã também.Ela deu um passo para se afastar deles, mas Razvan não lhe soltou o pulso. De fato, seusdedos se apertaram. Ivory olhou para sua mão e depois para sua face. Os olhos delebrilhavam para ela, negros com um toque de azul, mas foi seu cabelo o que lhe deutranquilidade. O cabelo dele lhe pareceu vivo, quase elétrico, com mechas negras ebrancas se alternando. Seu rosto estava tranquilo como sempre e quando ela tocou suamente, ele parecia estar totalmente calmo. Mas os cabelos, os olhos e o forte agarre emseu pulso lhe diziam outra coisa.- Você honestamente pensa que me importo mais por uma mulher por quem tenhosomente lembranças, que por você? Porque eu prefiro que ela não esteja aqui? Eu prefiroque você seja longe de Xavier também, mas respeito sua destreza para a luta e a firmeza

de seu propósito. Esse é um plano no qual concordamos e manterei minha palavra, mascomo seu companheiro, como o homem que a adora acima de todas as coisas, este é oúltimo lugar no qual quero que esteja. Isto não é fácil para mim, Ivory. Ivory permaneceu ali, com o coração pulsando velozmente e se deu conta que osentimento ruim em seu interior não tinha nada a ver com estar em uma fortaleza decavernas de gelo cheia de armadilhas que pertenciam ao grande mago, seu inimigomortal, e sim, tudo a ver com a primeira briga entre eles.—Vamos com vocês. - Disse Vikirnoff. Havia decisão em sua voz.Razvan o fitou e depois a sua irmã.

—Vamos então.Ele levou a mão de Ivory aos lábios e sustentou as pontas dos dedos neles.  – Você meimporta muito, Ivory. É meu coração, minha alma e tudo que há de bom nesta vida.Destruamos este mal e retornemos para casa, onde eu possa te mostrar o quanto meimporto contigo.Ela estava com ciúme? Sequer tinha se reconhecido como uma pessoa tão mesquinha.Por que estaria ela com ciúme do carinho de Razvan por sua irmã? Ela queria que ele

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amasse e fosse amado por sua irmã gêmea, por suas filhas e suas tias. Então algumacoisa estava errada com ela… Razvan deixou cair bruscamente à mão de Ivory e pegou o cabo de sua espada, olhandoao redor da caverna. Seu olhar era esclarecido o bastante para ver a fraca névoavenenosa, se encrespando ao redor de Ivory e Natalya.—Ele sabe que estamos aqui . – Ele advertiu. - Está atacando, aumentando nossostemores e emoções.Ivory apertou os lábios, incomodada por ter caído em uma das armadilhas mais simplesde Xavier. Começou a se mover cuidadosamente se introduzindo na sucessão de

cavernas. Quando entraram mais profundamente na montanha, se depararam comoutra câmara. As paredes de gelo eram grossas e retumbavam sinistramente, a pressãodo tremendo peso causava contínuos desprendimentos que fazia com que eles tivessemque vigiar os imensos blocos de gelo que caíam com força das paredes. Um fenômenonatural que Xavier usava contra os intrusos.—Ele se favorece com armadilhas no solo. - Avisou Razvan. - Tomem cuidado. Estamoscaminhando por um campo minado. Uma vez que encontrarmos a primeira, eu possoser capaz de nos guiar. Ele tem predileção por certos padrões.O som da água pingando era forte, acrescentado ao ruído do gelo que rangia e

retumbava. Depois de um tempo, o ruído afogava todo o resto, então Ivory teve que selembrar de reduzir o volume e sintonizar outras coisas. Há muito tempo havia aprendidoa caçar com todos os sentidos, mas ali nos domínios de Xavier as regras tinham mudadoe ela não podia contar com seus instintos.Se depararam em outra curva e Ivory quase pisou em um solo elaborado em pedra egelo. No último segundo, ela afastou o pé, estudando-o. Razvan se postou ao seu lado eVikirnoff e Natalya olharam por cima de seus ombros.—Isto é típico dele. - Disse Razvan. - Sempre tem uma via de escape e geralmente é umaarmadilha de algum tipo. Ele não é um homem que lute até a morte. Foge para lutaroutro dia. Os quadrados indicam seu padrão. Nos últimos anos, ele teve problemas dememória, então usa o mesmo todo o tempo. —Ele examinou o piso. - Tem setequadrados desde a abertura e à esquerda é onde está sua rota de fuga, provavelmente.Esta câmara está bem protegida. O piso é uma armadilha. Terá um desagradável talismã.Não pisem na água e nem toquem nas paredes.As palmas os assustaram. Acima, na parede mais distante Xavier aparecia, aplaudindo.Parecia menor do que Ivory se lembrava em sua juventude e seu rosto era enrugado eenvelhecido, mas estava em uma forma surpreendente tendo em conta que devia ter

morrido há séculos. Usava uma vestimenta longa e barba era branca, longa e solta,perpetuando sua reputação de mago tremendamente poderoso. Ao seu lado elesegurava uma bengala com um aspecto muito inocente, mas a bola de cristal ao fundoresplandecia branca como o leite e emitia uma mancha vermelha escura no centro. Osangue de coração em forma de olho lhe devolvia o olhar atentamente, enviando umarrepio por sua coluna.—Bom menino. Então você voltou para casa e trouxe convidados contigo. - SaudouXavier. A voz do mago ecoou e as paredes se curvaram.Razvan deu um passo à frente, com seu corpo bloqueando parcialmente Ivory,

mantendo livres seus braços, mas colocando-se em uma posição que lhe permitissedeter a força da bengala. Havia observado muitas vezes para não reconhecer a ameaçareal para todos eles.O solo se inclinou ameaçando atirar-lhes pela câmara, mas Ivory, Razvan e Vikirnoff seestabilizaram. Natalya estava ligeiramente inclinada e o repentino giro lhe fezcambalear. Ela estendeu a mão e sua palma roçou a parede.Instantaneamente o gelo gretou e o peso de seu corpo a venceu. Ela enterrou a mão e obraço profundamente na fenda. O gelo se fechou ao redor do membro brutalmente,

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atacando-o, esmagando ossos e apertando-os. Ela tentou se transformar em névoa, maso braço estava bem preso. Lutou enquanto Vikirnoff se voltava para tentar ajudá-la,buscando freneticamente cavar para liberá-la, enquanto ela tentava esquentar o geloque lhe rodeava o braço, para fazê-lo derreter.O olhar de Ivory não abandonou o de Xavier, observando seu próximo movimento.Estava satisfeita de que Razvan seguisse observando-o também. O magodeliberadamente havia usado Natalya para tentar distraí-los. Aranhas de gelo já estavamsurgindo das fendas, se apressando para a Natalya com suas presas venenosas.- Lara era amiga das aranhas de gelo. - Disse Razvan. - Volte-as para Xavier.

Sem que seu olhar se afastasse do Xavier, Ivory levantou imediatamente as mãos etraçou um padrão no ar.- Aranhas, aranhas de cristal de gelo,- Nós não somos o inimigo que buscas.- Nós não procuramos maldade,- Examinem nossos corações e saibam que são puros- Lembrem-se de Lara, uma amiga querida.Imediatamente as aranhas se detiveram e se voltaram bruscamente, se arrastandorapidamente para longe da Natalya e de volta as suas fendas.

- Aranhas minúsculas do gelo cristalino.- Invoco-lhes a tecer e costurar.- Enviem seus soldados à guerra- Para procurar o mal, para desterrá-lo para sempre.As aranhas se deixaram cair por seus fios do teto, envolvendo Xavier enquanto milharessurgiam do gelo em uma corrida para alcançá-lo. As redes se elevavam vazias. Xavierapareceu no saliente mais próximo, sorrindo. Um segundo e um terceiro Xavierapareceram. Idênticos, todos riam e postavam a bengala. Os três magos levantaram seusbraços e um vento surgiu atravessando rapidamente a câmara. As aranhas se retiraramimediatamente, procurando fendas no gelo para ficar a salvo.Ivory se negou a estremecer ou afastar o olhar enquanto o vento uivante atravessava acâmara de gelo diretamente para eles, carregando projéteis de gelo em pequenas egrandes lanças com pontas mortais. - Procure o vampiro. – Ela advertiu Razvan, semafastar nenhuma vez sequer os olhos do mago. Elevou a mão com um movimentodesdenhoso.- O que de gelo, agora está às minhas ordens.- De agora em diante faça um escudo para proteger e deter.

- Deter e guardar. Proteger-nos.- Desvie estas lanças chamadas do mal.Os mísseis de gelo racharam e caíram inocuamente no solo aos pés de Ivory, que não semoveu um milímetro ou olhou para trás, para ver se Vikirnoff progredia em liberarNatalya.— Vejo que prestou atenção em minhas aulas. - Disseram os três magos com umareverência zombeteira.Atrás deles os lobos rugiram de repente, com as cabeças surgindo da pele. Vikirnoff ouviu o aviso e se voltou para enfrentar Sergey que se lançava do alto, para eles. Seu

rosto era uma máscara retorcida de ódio. Estava vestido com roupa de guerra. Usavauma armadura do tecido mais fino e justo que Vikirnoff nunca antes tinha visto.Natalya deixou de lutar para liberar o braço ignorando a intolerável dor pegando aespada que Vikirnoff lhe atirou com sua mão livre.—Vikirnoff. – Ela gritou. - Tome cuidado. As paredes estão avançando sigilosamente. — A cada instante ela tinha que dar um pequeno passo enquanto a extensão de gelo semovimentava para ela. A parede quase lhe roçava o pé em um esforço de apanhá-la

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inteira. - Vejo duas pequenas sombras, lascas realmente. Fique atento a elas, tudo a suapassagem se atrofia.- Os fragmentos que Gregori tirou de mim, - disse Razvan pelo antigo caminho, - devemter voltado para Xavier. Temos que destruí-los, também.- Deixe-os para Vikirnoff e Natalya. - Disse Ivory a Razvan. - Temos que confiar em quemantenham Sergey longe de nossas costas. Xavier está preparando a bengala. O dadireita é realmente ele. Onde apontar a bengala será o verdadeiro objetivo.- Como sabe? - O vento. Ele fluiu por diante dele sem lhe tocar a barba. Tem alguma espécie de

barreira em torno dele para protegê-lo. Observe os padrões do fluxo de vento.Razvan não questionou seu julgamento. Ela havia estudado a forma de atuar de Xaviercom muitos detalhes e isso era exatamente o tipo de coisa que o mago estavaacostumado a fazer.O mago pegou sua bengala e apontou. Não a eles, mas para a parede mais distante. Osoutros dois magos apontaram seus bastões para Ivory e Razvan. Nenhum deles semexeu, se mantendo firmes enquanto a parede próxima a eles estalava em umaexplosão ensurdecedora. Choveram pedaços de gelo e pedra. Os escombros que caíamativaram numerosas armadilhas enquanto golpeavam o solo da caverna. A batalha atrás

deles era forte, com Natalya tentando ferozmente entrar em ação e Vikirnoff bloqueando o vampiro para que não se aproximasse dela. Os lobos ficaram impacientes,querendo saltar livres, mas Ivory os refreou, lhes ordenando esperar… Como elaesperava.Um só som atravessou a caverna. Um rugido de raiva. Atrás deles, o caçador e o vampirovacilaram. Um arrepio percorreu o corpo de Ivory. Sua pele picava enquanto os pelosdos lobos se arrepiavam atingindo-a como mil agulhas afiadas.- Não posso apartar os olhos de Xavier, Razvan. Você terá que se ocupar você disso.- Considere-o feito.A calma De Razvan lhe envolveu. Estavam sendo atacados por todos os lados. Sergey eVikirnoff lutavam ferozmente. As paredes de gelo continuavam se fechando lentamente,polegada a polegada. Xavier estava com a bengala na mão e agora algo enorme estavase movimentando nos escombros do solo por onde a água saía.Primeiro apareceu à cabeça. O crânio era bastante grande, os dentes longos, curvados eproeminentes, enquanto o enorme felino saltava dentro da caverna em uma parte degelo, mantendo as garras no chão, o que sugeria que Xavier dirigia seus movimentosafastando-o das armadilhas enterradas sob a superfície. Uns trinta centímetros mais

baixo que um leão, o felino era pelo menos duas vezes mais pesado. Mortal, todomúsculos e presas.- Razvan. Tire-me deste gelo. Sei o que fazer. - Disse Natalya inesperadamente. -Depressa.Razvan se voltou, com seu olhar deslizando pelo sólido muro que mantinha Natalyaprisioneira. Xavier havia usado coisas assim para encarcerar suas tias. Ele não era omelhor com os feitiços, mas Natalya sim. Enviou-lhe sua enorme força para querespaldasse a dela. Sem vacilação, Natalya levantou uma mão com a palma para o gelo ecantou.

- Chamo o ar, a Mãe terra, o fogo e a água,- Venham a mim agora, satisfaçam meu desejo.- Libertem agora que está preso no gelo.- Chamo o fogo e fomento seu fôlego.A água começou a verter da parede ao redor de seu braço e ela o puxou até que ficoulivre. Lançando sua espada nas mãos de seu irmão, ela saltou no ar, com seu cabelo seenchendo de mechas enquanto mudava de forma… Um formoso e glorioso tigre. Umpouco mais evoluído, mas toda feminina e seu atraente aroma de fêmea encheu o

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ambiente. Aterrissou com firmeza, com sua pata dianteira obviamente ferida já que elaa defendia, mantendo-a alta no bloco de gelo. O macho rugiu e ela respondeu.Sergey saltou para Vikirnoff quando ele se voltou para olhar sua companheira. Deixou aespada de lado e esmurrou o peito de Vikirnoff procurando seu coração, se detendo aum dedo dele e sorrindo perversamente. Blaez e Rikki apoiaram as patas nas costas deRazvan e se impulsionaram golpeando forte Sergey, jogando de lado, afastando-o deVikirnoff que cambaleou orvalhando sangue pelo gelo. Raja e o resto da alcatéia seliberaram para rodear Vikirnoff de forma protetora enquanto ele curava o grandeburaco aberto em seu peito.

O vampiro teve pouco tempo para lamber a mão e saborear o sangue do Cárpato e seupoder. Razvan jogou-lhe água benta. Sergey gritou quando a água lhe queimou a pelecompletamente até o osso, deixando grandes e fumegantes buracos em sua carne, quefediam. Razvan seguiu à água com uma série de flechas, disparando-as com força paraque se cravassem profundamente no peito do vampiro.O colete se movimentou como se estivesse vivo. A malha se afastava como se fosserasgada e depois voltava tranquilamente ao seu lugar. Razvan se apressou, seguindo asflechas. Sergey tentou mudar de forma, mas a fileira de flechas o acautelou. Razvan deuum murro no colete. No momento em que sua carne tocou a malha, os fios se

vivificaram se enrolando ao redor de sua mão, subindo rapidamente pelo braço para oombro e a cara. Os diminutos vermes parasitas de agudos dentes rasgaram sua pele eentraram em sua carne. Ele retrocedeu tentando se afastar as criaturas de seu corpo.Sergey se lançou para ele, mas os lobos intercederam estrelando contra o vampiro comtoda sua força, lançando-o para trás e procurando sua garganta.Ivory não se moveu. Não olhou para trás. Tinha um objetivo e ele estava diante dela. Ostigres grunhiam um ao outro, a batalha rugia atrás deles… Nada disso importava.Somente Xavier. Somente o homem que levantava sua bengala mostrando ódio na facee o olhar fixo em Razvan. Sabia que ele iria por ela, não por Razvan. Ele queria que seucompanheiro sofresse por sua aberta traição, pelo sangue dos Caçadores de Dragõesque resistira durante séculos contra ele. Por sua fuga e sua recém encontrada força epoder. Razvan era o símbolo de tudo o que ele odiava. E ela era a companheira deRazvan.Como em câmara lenta observou-o mover a bengala para o outro lado de seu corpo ebaixá-la. O tempo diminuiu sua velocidade. Seu mundo se estreitou. O extremo dabengala começou a brilhar enquanto ele a apontava para Razvan. Ivory sentiu o olhovermelho do centro do cristal fixo nela, não em seu companheiro.

Ela sentiu o poder fluindo em seu interior. Tudo o que ela era. Tudo o que jamais tinhasido. Seria o bastante?Razvan verteu tudo o que era nela, deixando que a alcatéia se ocupasse de Sergeyenquanto eles se uniam, confiando em Vikirnoff para que lhes protegesse as costas

 juntamente com os lobos. Confiando em Natalya para que afastasse o tigre deles.A bengala tinha um brilho entre a cor vermelha e laranja. Ivory elevou as mãos, com aspalmas voltadas para o feiticeiro. Um brilho de luz feriu seus olhos enquanto o cristaldisparava um raio de energia diretamente para ela. Razvan estava em pé atráslevantando as mãos exatamente da mesma forma que ela.

- Chamo às Portas do Inferno. - Recitou Ivory.- Deixe que o relâmpago- golpeie. - Invocou Razvan.- Eu chamo ao poder o que é luz. - Recitou Ivory.- Tome forma desta escuridão. - Invocou Razvan.- Permita que os anjos caminhem livres. - Pediu Ivory.- Abrindo seus braços e drenando as forças do mal. - Recitou Razvan.- Tome o que é sangue de coração. —O poder encheu a voz de Ivory.- Filtre o que é puro. — Razvan se uniu completamente a Ivory e cantaram juntos.

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— Permitam que só perdure o que é único puro.Já fraco e sem o sangue Cárpato para mantê-lo e pelo feitiço que havia feito antes, acombinação de Razvan e Ivory juntos foi demais para Xavier. O escuro sangue no centrodo cristal explodiu e Xavier levou aos mãos ao coração. O sangue jorrava por seu peito.Grunhindo e apavorado em perder sua última oportunidade de ser imortal, o mago usousua última e mais secreta arma. Deixou cair à bengala, segurou o peito em uma tentativade deter o negro e borbulhante sangue e açoitou sua ira contra os Cárpatos.O sol explodiu do alto. Brilhante. Candente. Uma turbulenta e fervente massa vulcânica.Os ventos rugiram destroçando as cavernas de gelo enquanto o calor explodia de

qualquer parte, derretendo o gelo mais rápido do que era possível. A água vertia sobreeles, fervendo. O vapor surgia, mas enquanto a bola alaranjada girava, lançava fios defogo. A luz deslumbrante atravessava a câmara.A pele lhes fumegava e estava coberta de bolhas. Quente. Sergey gritou e tentou sedissolver outra vez e desta vez as flechas caíram de seu peito, enquanto seu sangueácido atravessava a armadura. Os dois fragmentos se filtraram por seus poros justoquando mudava.- Para minhas costas! — Ordenou Ivory à alcatéia, estendendo os braços.Os lobos saltaram para ficar a salvo enquanto a água subia rapidamente, atravessando a

câmara, fervendo tudo a sua passagem, inclusive o tigre dentes de sabre. Os Cárpatos seconverteram em névoa, sua única esperança de escapar, tal como Sergey fazia, masmesmo nessa forma, o sol queimava as moléculas que os compunham.Ivory fluiu para Xavier enquanto ele se arrastava pela borda, deixando um rastro negrode sangue para trás. O sangue borbulhava e queimava a pedra que fundia rapidamente.Ele abriu uma fenda que lançava água, larga o bastante para que seu corpo passasse,mas ela estava ali, com as mãos saindo na névoa. As queimaduras chegavam ao osso,sua a pele se dissolvia primeiro em uma massa de bolhas e depois derretia. Mas aindaassim, mesmo somente com seus ossos, ela o deteve, atrasando sua fuga.O punho de Razvan saiu do vapor, sofrendo o mesmo destino que Ivory. Sua pelequeimou enquanto ele cravava a mão profundamente no peito de Xavier e lhe extraía oqueimado coração. Lançou-o ao ardente fogo e logo depois jogou o corpo.Os quatro Cárpatos saíram como um raio da caverna que desabava rapidamente, usandoa rota de fuga de Xavier. A oscilante massa de calor e luz ficou atrás deles enquanto selançavam por um túnel, para a fria escuridão das cavernas. A montanha retumbava deforma sinistra enquanto eles avançavam pelos túneis, para as colinas externas. Todosrolaram pela neve, tentando aliviar a dor ardente, atroz.

—Precisamos ir para a terra agora. - Disse Vikirnoff, com os dentes tiritando e o corpoem choque. - Gregori, nós precisamos de você. Curadores! Venham a nós!—Não aqui. Não em nenhum lugar perto deste mal. - Advertiu Ivory. - Encontre umlugar limpo e deixe que a Mãe Terra o tenha.— Gregori e Francesca estão a caminho. Eles nos encontrarão-. - Disse Vikirnoff.Tiritando pela terrível dor, Ivory e Razvan se lançaram juntos no ar, deixando queVikirnoff e Natalya fizessem o mesmo.

Capítulo 21

Razvan segurou à mão de Ivory enquanto se aproximavam da caverna de cerimônias. Aconvocação de Gregori os tinha alcançado antes de amanhecer, convidando-os àcerimônia de nomeação, e ambos haviam ficado nervosos antes de sucumbir ao sonorejuvenescedor. Haviam permanecido o tanto possível tempo na terra se recuperando

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dos ferimentos, que pensaram que a nomeação já teria se realizado, mas Gregori ostinha honrado em esperá-los, o que significava que não tinham mais opção que assistir.— Eles não o pegarão agora. - Brincou Ivory. – Pelo menos, acredito.— Desta vez se tentarem o dragão em mim pode surgir sem aviso lançando chamas. — Ele apertou sua mão com mais força.Ivory elevou o olhar para seu rosto. Em vez da calma habitual, ele estava tenso. Ela sabiaque não tinha nada a ver com a desconfiança dos antigos Cárpatos e sim, tudo a ver comsuas filhas e sua irmã.Ela se deteve e puxou-o, virando-o para si, elevando a mão para emoldurar seu amado

rosto.—Você é hän ku pesa. O protetor. É hän ku meke pirämet. O defensor. — Sua voz sesuavizou. Seus olhos se encheram de amor. - Acima de tudo é hän ku kuulua sívamet. Oguardião de meu coração.Ele segurou o rosto dela entre as mãos e desceu os lábios até os dela. Não podia ter ditonada. Não com o amor sacudindo-o e provocando tremor em suas mãos. Não com umnó tão grande na garganta que ameaçava se afogar. Só podia mostrar tudo o que sentiapor ela em seu beijo. Quando levantou a cabeça, os olhos dela se tornaram da cor doouro antigo.

—Obrigado. Eu precisava te ouvir dizer que me ama.Ela afastou os lábios para protestar. Sequer tinha começado e ele já estava beijando-aaté deixá-la outra vez sem sentido, dispersando suas emoções até que mal podiarecordar o próprio nome e muito menos o que havia lhe dito.—Razvan! — Natalya o chamou. – Vocês vieram.Apenas tiveram tempo de se afastar antes que ela se lançasse nos braços do irmão,sacudindo-os tão forte que Ivory teve que se segurar no braço de Razvan para seestabilizar.—É obvio que viemos. Gregori disse que era uma cerimônia de nomeação. Nunca estiveem uma. — Razvan firmou amavelmente sua irmã sobre os pés, examinando-a em buscade lesões. O tempo que havia passado na terra se rejuvenescendo havia lhe feito bem.Deixava pouca evidência do encontro com Xavier e Sergey.— Você tem que ver Lara. Gregori lhe permitiu se levantar para a cerimônia, mesmo seencontrando ainda fragilizada. Ele disse que graças ao que Ivory fez, Lara ainda pode terfilhos. — Os olhos de Natalya brilhavam.—Mãe Terra a salvou, não eu. - Protestou Ivory.Natalya ignorou o protesto, assim como todo o espaço pessoal, pegando Ivory pelo

braço e puxando-a para a caverna de cerimônia.—Venha depressa. Todo mundo está lá dentro esperando por você.— Dê-lhes uma oportunidade para recuperar o fôlego, Natalya. - Sugeriu Vikirnoff comum risinho. Ele a resguardou sob seu ombro. Ainda tinha sobre a pele algumas marcasde queimaduras, por tê-la defendido.— Eu não desejo ver Lara chateada, especialmente em seu estado frágil. - ObjetouRazvan, detendo-se abruptamente.Ivory se voltou para ele, com sua mão inclusive rodeando o punho da faca. - Não temosque fazer isto. – Ela não suportaria que ninguém… Irmã, filha ou antigo… Ninguém o

fizesse se sentir rechaçado ou menos do que ela acreditava que ele era: um grandeherói.Surpreendentemente, Razvan riu soando despreocupado. Estendeu seu braço ao redordela.— Você é um tesouro, fél ku kuuluaak sívam belso. Minha amada. Meu maior tesouro.Eu acredito que você ficaria entre mim e… — Qualquer coisa. Quem quer que seja. — A cor de seus olhos se tornou mais profunda,passando do luminoso âmbar ao ouro antigo que sempre balançava seu coração.

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Ele roçou com um beijo no alto de sua cabeça.—Vamos à cerimônia, pelo bem de Gregori. Ele tem feito muito por nós, e se isto lheagrada. Não nos custa nada. Natalya franziu o cenho.—Lara quer te ver, Razvan. E Nicolas morre de vontade de ver sua maravilhosairmãzinha Ivory. Mal pode acreditar no que ela fez. No que os dois têm feito. Que alívioé saber que Xavier deixou este mundo.—Não de tudo. - Advertiu Ivory. - Ninguém deve esquecer nunca daqueles doisfragmentos que encontraram um anfitrião em um professor vampiro. Ele estava

terrivelmente ferido, mas se elevará outra vez, e com a sombra de Xavier morando nele,será mais perverso que nunca.— Advertimos às pessoas. - Assegurou Vikirnoff. - Enviamos um grupo à caça, mas nãoencontraram rastros de Sergey. — Seus olhos encontraram os de Ivory. - Sinto muito porseu irmão. Foi um grande guerreiro antigamente.Ivory forçou um sorriso, e se sentiu agradecida pela compreensão de Razvan. Ele não atocou, o que poderia ter sido sua perdição, mas a envolveu em seu calor.—Meu irmão está morto há muito tempo. O que está em seu lugar é realmente malignoe não tem semelhança com o homem que eu amava, mas te agradeço por recordá-lo.

O jovem Travis chegou correndo até eles. Seus olhos brilhavam outra vez e seu cabelocomprido estava preso com um fino cordão de couro.— Gregori diz que é para continuarem se movendo para frente.Rindo, eles o seguiram até a entrada da caverna, mas não foram além. Uma jovemadolescente que Ivory reconheceu como Skyler estava em pé esperando na entrada. Elaerguia os ombros e seu olhar era inseguro. Francesca, a curadora e sua mãe adotivapermanecia ao seu lado e com a mão em suas costas.O coração de Ivory saltou. Não podia negar que a jovenzinha era filha de Razvan. Eramuito bela, mas em seus olhos, olhos muito parecidos aos dele havia muitoconhecimento. A garota tinha ido ao inferno e retornado. O fato romperia o coração deRazvan. Ivory quis envolvê-lo nos braços, sair dali e levá-lo para muito longe ondeninguém mais pudesse lhe ferir.—Esta é minha filha, Skyler. - Disse Francesca. Ela mostrava um sorriso, mas suaexpressão era tensa. - Você lembra que ela ajudou lutar contra mal de Xavier.— Sim, é obvio. - Disse Ivory. – Ela esteve incrível. Todos têm tão boa opinião de você,Skyler. E obviamente, por boas razões. Eu sou Ivory e este é meu companheiro, Razvan.Ela sentiu o impacto quando Razvan levantou a cabeça. O golpe em suas vísceras, duro e

profundo. Realmente ele não tinha prestado atenção a nada, exceto proteger Ivory damaldade de Xavier e tentar manter todo mundo calmo. Agora não havia maneira de seequivocar a respeito da mocinha. Ou do trauma que havia sofrido. Ele engoliu comdificuldade, mas sua expressão não mudou. Só Ivory percebeu o terrível golpe.— Eu sou Dragonseeker então. - Disse Skyler, com o queixo elevado. - É por isso queposso sentir a terra da mesma maneira que Syndil, embora ela não seja uma Caçadorade Dragões, mas tem o dom de se vincular com a terra como o fazem eles. Sou em parteCárpato, embora por alguma razão, e a diferença de outros meio Cárpatos, nãonecessito de sangue.

Razvan respirou fundo e expulsou o ar. Ivory alcançou sua mão, e a segurou forte. Nãosabia qual dos dois precisava mais de apoio.—Você é minha filha. — Ele disse como uma declaração, embora não tivesse lembrançasde sua mãe. Devia ter ficado profundamente enterrado, suprimido por Xavier, quando omago fecundou a mulher. Skyler havia se salvado de ser seqüestrada e se tornadoprisioneira porque seu sangue não tinha chamado Xavier. O Caçador de Dragões nelaocultou-a profundamente, provavelmente sentindo o inimigo mortal. Eram seus olhosque a delatavam. Se Xavier a tivesse observado com atenção, se não tivesse estado tão

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ávido pelo sangue certo, não teria permitido que Skyler e sua mãe escapassem tãofacilmente.- O que lhe aconteceu? - Perguntou Razvan a sua irmã. Quando ele sentiu sua vacilação,pronunciou abruptamente a impaciente ordem: - Diga-me.Ivory lhe pôs a mão no ombro. Era a primeira vez que ela lhe via verdadeiramenteagitado. Sentiu-o se enrijecer sob sua mão, mas não se afastou.Natalya mordeu o lábio e logo capitulou. - Sua mãe fugiu quando ela era somente umacriança. Durante anos Skyler acreditou que o homem casado com sua mãe era seuverdadeiro pai. Ele era um homem muito mau e a vendeu a outros homens. Francesca a

resgatou.Razvan fechou os olhos brevemente. Só o toque de Ivory o estabilizou. Seus filhospareciam destinados a viver com dor e sofrimento mesmo que Xavier não conseguisselhes pôr as mãos em cima. Ele abriu os olhos para fitar Francesca diretamente.—Te agradeço imensamente.Ele não tinha idéia do que dizer a jovenzinha. Sua filha. Uma garota da qual não sabianada, que tinha vivido um inferno e tinha um excessivo conhecimento sobre osmonstros do mundo.— Não sei que palavras posso te oferecer, Skyler, além de dizer que sinto muito por não

ter estado presente em sua vida para te proteger de todos os horrores deste mundo. Setivesse sido capaz, eu te teria protegido.Ela deu de ombros, muito madura para sua idade.—Isso era bastante impossível, já que sequer sabia que eu existia.—Agora eu sei, - disse Razvan, - e espero que esteja disposta a me conhecer. Nuncatomarei o lugar de seus pais, mas certamente desejo formar parte de sua vida, se vocêquiser. Você é alguém de quem qualquer pai pode se orgulhar. Tem sustentado suaposição contra o mal, e ouvi falar que trabalha com Syndil para curar a terra. Isso só já éum milagre.A tensão pareceu abandoná-la.—Me alegro de que tenhamos nos conhecido. — Ela segurou a mão de Francesca,aparentemente sem se precaver de que o fazia, inclusive enquanto estendia a mão paratocar as cicatrizes que atravessavam sobre o braço dele. - Você destruiu Xavier. Gregorinos disse o que aconteceu.—Sem os outros Skyler, eu não teria sido capaz. Trabalhamos juntos.— Estão esperando por você lá dentro. - Disse Francesca. - Querem examinar a você eIvory outra vez. Espero que fiquem e nos permitam lhes curar logo depois da sessão

inicial.Razvan e Ivory trocaram um longo olhar. Existiu tanta dor. O Povo Cárpato se reunirapara ajudar a acelerar sua cura, mas nenhum podia permanecer tão próximo. Elesprecisavam de sua própria terra sagrada e tinham ido juntos à caverna onde a Mãe Terraenvolvia com seu solo mais fértil. Ambos levavam ainda as cicatrizes, mas, comoVikirnoff e Natalya, as cicatrizes já estavam desvanecendo.—Obrigado, Francesca. - Disse Razvan, com uma pequena reverência formal. -Apreciamos sua ajuda. Você provavelmente salvou nossas vidas.—Duvido. — Francesca liderou o caminho através da caverna, para a câmara

cerimoniosa onde todo mundo aguardava.O silêncio desceu sobre a multidão quando eles entravam. Ivory chegou mais perto deRazvan. Deslizou seu braço pelo de Razvan, sobressaltada com a quantia de pessoas norecinto, lhes cravando os olhos.Podia-se cheirar a sálvia e lavanda. As velas adornavam cada fenda e cada suporteimaginável, criando suaves sombras sobre as paredes. Acima de suas cabeças, os cristaisenfeitavam o teto, e as luzes dançantes faziam cintilar as pedras preciosas que titilavamcomo uma manta de estrelas.

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Mikhail se deslizou do centro da câmara fechando a distância entre eles. Seguroufirmemente o braço de Razvan, à maneira formal de saudação entre dois caçadoresrespeitados e experientes.—Pesäsz jeläbam ainaak . Que permaneça muito tempo na luz. Obrigado pelo grandeserviço que tem prestado a nossa gente.Razvan não se moveu. Não falou. Ficou com o olhar fixo sobre o ombro de Mikhail atédepois de que ele se voltou para Ivory e tivesse segurado seu braço da mesma maneiraformal.—Sívad olen wäkeva, hän ku piwtä. Que seu coração permaneça forte, caçadora. – Ele

saudou. - Sua gente lhe agradece pelo grande serviço que nos prestou. — Ele deu umpasso atrás e se inclinou em uma prolongada, profunda e ampla reverência que revelavagrande respeito.Para comoção de Ivory, o recinto inteiro se inclinou com ele. A emoção a sufocava,constrangendo sua garganta. Ela lançou um olhar para Razvan. Ele não havia se movido.Não havia mudado de expressão, como se estivesse congelado no lugar, com sua faceesculpida em pedra. Não tinha visto o formidável tributo. Não tinha desviado os olhos deum ponto do outro lado do recinto. Ela voltou à cabeça para seguir seu olhar.Não havia equívoco possível a respeito de quem era a mulher sentada ao lado de Nicolas

Da Cruz… Lara. Ivory não podia se centrar em seu amado Nicolas. Não quando o coraçãode Razvan se quebrada em um milhão de fragmentos. Simplesmente ele desmoronoupor dentro. Por fora parecia distante e afastado de tudo. Por dentro, se dissolvera. Suapaz interior havia desaparecido. Fora destruída. Ele não podia respirar; seu coração seacelerava a tal ponto que ela temia que pudesse explodir.Cada lembrança. Cada horrendo detalhe da vida desta menina lotava sua mente. Oaroma de seu sangue. A sensação de seus dentes lhe rasgando a carne, incapaz de sedeter. Incapaz de fazer alguma coisa além de adverti-la, de tentar fazê-la fugir.Entretanto, não havia nenhum lugar ao qual pudesse escapar. Nenhum lugar ondepudesse ir e ele era impotente para salvá-la. A desesperada consternação e o peso daespantosa culpabilidade o colocaram de joelhos. Diminutas gotas vermelhas desciam porsua face. Suas mãos eram instáveis ao tentar se endireitar.Razvan estava ajoelhado, e ao seu lado e pela primeira vez, Ivory sentiu pânico. Ele nãoestava preparado para isto. Nunca deveria lhe ter permitido vir a este lugar. Deixou-secair de joelhos ao seu lado, com os braços lhe envolvendo apesar de que ele não queriaque o confortasse. Ele não sentia ser merecedor. Tinha sido incapaz de proteger suafilha, não só do Xavier, mas também de si mesmo. Do monstro que Xavier lhe forçara a

ser. Para Razvan, a posse não era uma desculpa. Esta menina, a sua amada Lara havianascido dele, mas como Skyler, ela tinha vivido no meio dos monstros.Conhecia-a. Amava-a. Mesmo que não pudesse sentir as emoções, elas haviam estadoali, distantes, como uma lembrança. Seu sentido de família, com o sangue dos Caçadoresde Dragões lhe chamando. Chamando-a.—Pai? — A voz era a de uma menina.Razvan elevou os olhos e ali estava ela, diretamente a sua frente, com lágrimasdescendo por seu rosto. Lara envolveu seus braços e o abraçou, junto com Ivory.—Tudo está bem. Sério. Eu estou bem. Nicolas me cuidou muito, e agora que está aqui

conosco e sei que realmente estava tentando me tirar de lá. Tudo está bem.—Não a mereço.Lara sorriu.—Tampouco Nicolas, mas o amo de todo modo. — O sorriso desvaneceu e ela ficouséria. - Estou orgulhosa de ser sua filha.Nicolas ajudou Razvan a ficar em pé.

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—E eu, de ser seu filho. — ele sorriu com um toque de picardia, algo que surpreendeuIvory, ao mesmo tempo em que ele se inclinava para lhe dar um beijo na face. - Olá,mãe.Ivory pretendia fitá-lo com o cenho franzido, mas a absurda brincadeira valeu a pena aosentir o alívio da tensão em Razvan.Razvan encontrou um sorriso se formando em seu coração.—Leve minha filha onde ela possa descansar. – Ele instruiu. - Talvez assim possamcomeçar.Ivory tocou sua mente outra vez. A terrível dor havia cedido, mas ela sabia que ele ainda

a sentia. Rodeou-o apertadamente com o braço e se uniu a ele enquanto o príncipecaminhava para o meio da câmara e o silêncio voltava a tomar conta de todos..Gregori e Savannah levaram seus bebês ao centro do recinto. A multidão explodiu dealegria. As paredes se expandiram como se não pudessem conter tanta felicidade.Razvan envolveu seu braço na cintura de Ivory e a segurou perto.— Todo mundo garantirá amar e sustentar aquelas crianças. - Disse Ivory, recordando acerimônia de sua infância. - Se espera de todos nós que as eduquemos, amemos e nosconvertamos em sua família, a fim de que se alguma coisa acontecer aos seus pais, nãose sintam sozinhas no mundo. — Ela roçou um beijo em sua face. - Mais crianças para

você.Ele sacudiu sua promessa de vingança, com o riso em sua voz. - Nós teremos que ter pelomenos mais dez.Ivory respirou fundo e o fitou sombria. Não sabia nem o elementar a respeito de bebês…Que lhe dessem uma espada em troca.Razvan proferiu um sopro forte com os lábios e inclusive os lobos se agitaram como seestivessem rindo.Gregori entregou sua filha ao príncipe. O bebê pareceu incrivelmente pequeno a Ivory,embora tivesse todos os dedos das mãos e dos pés e a cabeça coberta de espesso cabeloescuro. E estava viva. Voltou à cabeça e seus olhos encontraram os de Ivory. Haviaentendimento neles. A garganta de Ivory se apertou mais.—Quem dará um nome a esta menina? — Perguntou Mikhail.—Seu pai. - Respondeu Gregori.—Sua mãe. - Proclamou Savannah.—Sua gente. – A multidão respondeu uníssona.—Eu a nomeio Anastasia Daratrazanoff. - Disse Mikhail. - Nascida na batalha, consagradacom amor. Quem tomará o compromisso com o povo Cárpato de amar e criar a nossa

filha?—Seus pais, com gratidão. - Responderam formalmente Savannah e Gregori.A segunda menina foi entregue a Mikhail com grande cuidado. Era visivelmente menor eum pouco mais frágil, mas com o mesmo cabelo escuro na cabeça. Ela também soltou acabeça para Ivory enquanto Mikhail a sustentava no ar, no alto, para que o povo Cárpatopudesse vê-la. O júbilo se estendeu através do recinto, à vista do pequeno bebê, emuma exaltação quase elétrica que encheu de lágrimas os olhos de Ivory. Ela sorriu para abebê e ficou atônita quando a pequenina lhe correspondeu.—Quem dará um nome a esta menina? — Perguntou Mikhail.

—Seu pai. - Respondeu Gregori e sua voz soou afogada, como se mal pudesse fazerpassar as palavras através do nó em sua garganta.—Sua mãe. - Respondeu Savannah, abraçando protetoramente à pequena Anastasiacontra o corpo.—Sua gente. - Cada homem, mulher e criança da câmara proclamou em uníssono.—Eu a nomeio Anya Daratrazanoff. - Anunciou Mikhail. - Nascida na batalha, consagradacom amor. Quem tomará o compromisso com o povo Cárpato de amar e criar a nossafilha?

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—Seus pais, com gratidão. - Gregori e Savannah aceitaram juntos a tremenda honra ecompromisso.A multidão irrompeu em canções. A alegria enchia a câmara cerimoniosa. Explodiamrisos. Ivory notou Travis abraçando Falcon. Ele parecia feliz e despreocupado. Ela seencontrou sorrindo junto a eles.—Acredito que deveríamos jurar lealdade ao príncipe. – Ela sussurrou.—Suponho que sim. - Concordou Razvan. - Mas não agora. Agora quero te levar paracasa e começar esses dez filhos que vamos ter.Ivory sorriu e colocou a mão na dele. Duvidava que o assunto dos dez filhos fosse

acontecer alguma vez, mas certamente não colocaria objeções em tentar.

Fim