200 anos de dança de salão no Brasil vol. 1 - preview

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Marco Antonio Perna (organizador) Volume 1 200 anos de Dança de Salão no Brasil Rio de Janeiro, julho de 2011.

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Coletânea de artigos sobre dança de salão. Autores: Alipio Paiva (Bolero),Clarisse Nunes (Baila Floripa),Cristovão Christianis e Katiusca Dickow (DS região Sul),Jaime José (Yedda Cardoso),Joao Batista da Silva (Atlas do Esporte/Dança na Baixada Fluminense),Jomar Mesquita (Transposição da linguagem coreográfica dos salões para os palcos – Dança de salão como arte),Leonor Costa (200 Anos de Muitos Bailes),Luis Floriao (Lambada),Marco Antonio Perna,Myriam Martinez (Legislação de Dança de Salão),Ney Homero Rocha (Tango Brasileiro e Chorinho),Rachel Mesquita ((Alguns)Aspectos metodológicos para aulas de dança de salão:uma necessidade emergencial.),Sidarta Martins Solange Gueiros (Forró e Forroda) Teresa Drummond (Maria Antonietta)

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Marco Antonio Perna (organizador)

Volume 1

200 anos de

Dança de Salão

no Brasil

Rio de Janeiro, julho de 2011.

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© 2011 Marco Antonio Perna

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Editora

Amaragão Edições de Periódicos Editores: Antônio Aragão e Leonor Costa

Conselho Editorial

Leonor Costa e Marco Antonio Perna

Direitos desta edição reservados à Marco Antonio Perna.

Distribuição

www.dancadesalao.com/agenda e Jornal Falando de Dança

Editoração e Projeto Gráfico

Marco Antonio Perna

Capa: Leonor Costa Ilustrações da capa:

Teatro São João, Jean Baptiste Debret. Voyage pittoresque et historique au Brésil (circa 1835) Contradança “La Trénis”, Le Bon Genre, Paris, 1805.

Logomarcas: respectivos proprietários.

Obs.: Os artigos são de responsabilidade dos respectivos autores. 200 Anos de Dança de Salão no Brasil – volume 1, n.1 /

organização: Marco Antonio Perna. Rio de Janeiro: Amaragão

Edições de Periódicos, 2011.

160p.; 14x21cm.

ISBN 978-85-65975-00-1 (broch.)

Inclui bibliografia

Anual

1. Dança. 2. Título. - Periódicos

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SumárioSumárioSumárioSumário

1. Introdução (Marco Antonio Perna) 5

2. Dança: um momento eterno. (Sidarta da Silva Martins – Itu/SP) 9

3. O Bolero: das Imprecisões Históricas às Lendas.(Alípio Paiva) 11

4. Baila Floripa – 10 anos de arte, dança, sonhos e vivências. (Clarisse Pereira Nunes)

15

5. A ginga carioca, em suas andanças pelo Sul do Brasil. (Cristovão

Christianis e Katiusca Dickow) 21

6. Crônica: Mitos da Dança de Salão: YEDDA CARDOSO. (Jaime

José Pereira da Costa) 35

7. Atlas do Esporte na Baixada Fluminense/Dança em Educação Física, Esporte e Lazer/Dança de Salão. (João Batista da Silva)

41

8. Transposição da linguagem coreográfica dos salões para os palcos – Dança de salão como arte. (Jomar Mesquita)

53

9. 200 Anos de Muitos Bailes! (Leonor Costa) 75

10. É Carnaval, então vamos bailar de máscara. (Leonor Costa) 83

11. Para Quem Gosta de Lambada e Zouk. (Luís Florião) 89

12. Agora é Lei. (Myriam Martinez) 97

13. Dança de Salão - Patrimônio Imaterial da Cultura do Estado do Rio de Janeiro. (Myriam Martinez)

101

14. O Tango e o Chorinho Brasileiros. (Ney Homero da Silva Rocha) 103

15. (Alguns) Aspectos metodológicos para aulas de dança de salão: uma necessidade emergencial. (Rachel Mesquita)

107

16. O Forró e a Forroda. (Solange Gueiros) 119

17. Enquanto Houver Dança. Biografia: Maria Antonietta Guaycuruz de Souza (resumo). (Teresa Drummond)

127

18. Morre um Mito: Maria Antonietta Guaycurus de Souza. (Marco

Antonio Perna)

135

19. As Raízes das Danças Brasileiras. (Marco Antonio Perna) 141

20. Selo Samba-Son. (Marco Antonio Perna) 145

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

Em 2006 encontrei Rachel Mesquita no aeroporto de Curitiba. Eu tinha acabado de conhecer a pós-graduação em Dança de Salão (DS) da FAMEC e estava voltando ao Rio. Conversando sobre estudos e História da dança, Rachel me sugeriu lançar um livro de coletânea de artigos sobre dança de salão. O tempo passou e no início de 2011 a editora do jornal Falando da Dança, Leonor Costa, me fez a sugestão de escrever um artigo sobre os 200 anos de ensino de dança de salão no Brasil, que o jornal estava divulgando. Prontamente me veio a lembrança da conversa com Rachel. Comentei a respeito com Leonor que adorou a ideia de encaixar o lançamento de um livro de coletânea de artigos de dança de salão nas comemorações dos 200 anos.

Bem, é importante que se diga que o livro não é sobre 200 anos de ensino e sim 200 anos de dança de salão no Brasil. As comemorações sim, são sobre os 200 anos de ensino. Alguns me perguntam se já não existia dança nos salões brasileiros antes de 1811, data marcada como inicial. O que posso dizer é que com certeza sim, mas as comemorações são sobre o ensino. Aí a pergunta se estende a ter existido ou não aulas anteriormente. Novamente a resposta é provavelmente sim. Porém, imaginar nós podemos imaginar o que quisermos. Cabral, por exemplo, pode ter dançado com algumas índias para comemorar sua chegada na Bahia. Com quase certeza absoluta isso não aconteceu, mas só poderíamos ter certeza se o Caminha tivesse escrito que Cabral quis dançar em comemoração, mas não encontrou nenhuma índia que aceitasse dançar. Talvez até ele tenha mandado vir um professor de dança ensinar nossos indígenas a dançar por essa razão. A imaginação é livre.

É possível que se encontre futuramente algum documento histórico que comprove o ensino antes da data agora assinalada. Porém, no momento não existe nada mais comprobatório que o anúncio no primeiro jornal brasileiro, que Leonor apresenta em seu artigo aqui no livro. Nele não são especificadas as danças ensinadas. Podemos apenas supor que eram as quadrilhas e danças mais antigas da Corte. A valsa pode ter sido ensinada, mas não se pode afirmar apenas por ela já existir na Europa desde o final do século XVIII. Não tínhamos a velocidade da internet naquela época apesar da valsa ter sido apresentada em fins desse século na cidade que ditava os modismos da época, Paris. No início do século XIX, a Corte portuguesa desembarcou aqui justamente para evitar estar em Portugal quando o francês Napoleão invadisse as terras lusitanas. A valsa também subverteu costumes

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por ser a primeira dança de par enlaçado e sofreu preconceitos por isso. Pode-se imaginar que a soma desses fatores pode ter contribuído para que a valsa demorasse bem mais para chegar oficialmente ao Brasil. Relatos confiáveis falam de valsa na terceira década do século apenas. Mas, História é mutável, seja por novas descobertas, seja por razões políticas. O importante é que estamos correndo atrás desse conhecimento e desde o lançamento do meu livro Samba de Gafieira - a história da dança de salão brasileira, venho tendo a felicidade de ver sempre novos estudos e descobertas.

Como falei anteriormente, este livro é uma coletânea de artigos que selecionei para comemorar os 200 anos de ensino, mas não são artigos sobre ensino apenas e sim sobre dança de salão. Na escolha de artigos não me prendi em artigos acadêmicos ou algum estilo em particular. Escolhi poesia, crônica, artigo acadêmico, papo-furado etc.

Logo o primeiro texto apresentado é uma poesia de Sidarta Martins. Ele não é o Buda, mas soube profetizar o momento certo de me enviar sua poesia para publicação no meu portal www.dancadesalao.com, onde já publiquei outros textos dele. Vi logo que o destino da poesia não seria o portal e sim o livro que eu estava acabando de editorar naquele momento.

Em seguida temos o artigo de Alípio Paiva, articulista, jornalista, provocador e outras coisas, que conheço tem muitos anos da lista de discussão de dança de salão do meu portal. Anos atrás os debates eram intensos e ajudaram muito o crescimento de nossa DS. Alípio sempre pegava no pé de todo mundo. Sempre com textos inteligentes e sarcásticos, que nos levavam ao debate e reflexão, justamente por serem provocativos. Aqui no livro não poderia ser diferente, o texto enviado por ele provoca, deturpa e possivelmente nenhum acadêmico daria bola. Porém, sou pesquisador, gosto de dúvidas e polêmicas que gerem novas buscas e pesquisas. Alípio consegue exatamente isso: gerar dúvidas. As respostas cabem a nós, leitores dele, corrermos atrás.

O próximo artigo é sobre um evento marcante no cenário nacional de dança de salão dos últimos anos, o Baila Floripa, que Clarisse Nunes nos destrincha com maestria.

Como estamos falando de Região Sul, Cristovão Christianis, carioca e tendo migrado para Curitiba alguns anos atrás nos conta, junto com Katiusca, sobre como a dança de salão carioca invadiu o Sul nas últimas décadas.

Passamos então para a entrevista e crônica de Jaime José sobre Yedda Cardoso. Grande professora e dançarina carioca que merece muito

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mais reconhecimento e que estou tratando de remediar colocando-a neste livro. Jaime, em linguagem coloquial, consegue extrair de frequentadores de bailes, importantes depoimentos para nossa História.

João Batista nos trás um importante mapeamento da dança de salão na Baixada Fluminense, berço de grandes dançarinos. O mapeamento abrange desde o início do século XX até a primeira década do século XXI.

Claro que a dança de salão em palco não poderia ficar restrita apenas ao evento Baila Floripa, afinal, já no século XIX o ator Vasquez já dançava maxixe em seus espetáculos. Assim, quem mais senão Jomar Mesquita conseguiria nos brindar com um artigo com nível acadêmico sobre o assunto?

Segue o baile e Leonor Costa nos explica detalhadamente a comemoração dos 200 anos de ensino de dança de salão e nos mostra o anúncio que comprova. Em seguida, Leonor ainda nos dá uma aula de carnaval no século XIX.

E o zouk, gente ? É brasileiro ou não é ? Em meu primeiro livro e já em 1997 no jornal Dance News eu já escrevia sobre o assunto, agora convidei Luís Florião, que estudou profundamente o tema, para explicar mais detalhadamente essa questão.

Mas, a Dança de Salão não é só baile, palco, aula ou História. Agora é Lei também. É o que nos mostra Myriam Martinez com a lei que torna a DS patrimônio imaterial da cultura do Estado do Rio de Janeiro. Devemos buscar e apoiar leis e incentivos para nossa dança. Já temos o Dia do Dançarino de Salão, no Rio e as datas comemorativas de ritmos como o Forró e a Lambada. Além do Samba, é claro. Devemos valorizar e apoiar ações políticas que apoiem a DS. Além de relatar a Lei, o artigo nos mostra que devemos, em todo o Brasil, buscar apoio legislativo e correr atrás de normas e regulamentações para nossa DS.

Já sobre tango, nós sabemos que é argentino, o que a maioria não sabe é que no Brasil também tivemos nosso tango, contemporâneo ao chorinho. É isso que Ney Homero Rocha nos ensina em seu artigo.

E, finalmente um artigo sobre o ensino da dança de salão, tema das comemorações e escrito pela pessoa que deu a ideia inicial deste livro: Rachel Mesquita.

Solange Gueiros, em seguida, nos conta sobre a Forroda e consequentemente um pouco sobre nosso forró. O que é Forroda ? Leiam o artigo!

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Maria Antonietta não podia ser deixada de fora. Mas, como Teresa Drummond já tinha escrito o belo livro Enquanto Houver Dança, biografia da mestra, eu não podia deixar de convida-la a apresentar um resumo da vida de Antonietta.

Em seguida apresento o texto que escrevi no jornal Falando da Dança, em 2009, sobre o falecimento de Antonietta. Confesso que, tendo total confiança nos textos de Teresa, e como não reli o livro dela na época da morte para evitar que eu mudasse qualquer linha em meu artigo, agora também não li o resumo pelo mesmo motivo. O artigo foi praticamente todo escrito no velório de Antonietta, na Estudantina.

Aproveitando que a seleção é minha, aproveitei e me coloquei no livro com o artigo anterior e os dois últimos artigos do livro. O penúltimo sobre as raízes das danças brasileiras, e o último sobre o Samba, retratado em um lançamento filatélico dos correios, onde escrevi o texto do edital dos selos. Eu tinha me planejado para colocar uma prévia do livro que estou escrevendo intitulado “200 anos de Salões e Gafieiras”, título ainda não definitivo, mas acabei não conseguindo tempo para resumir o que já tenho pronto e preferi deixar de fora.

Se repararem, coloquei no livro os artigos em ordem alfabética de autores, e me coloquei fora de ordem no final do livro. Primeiro porque são os outros artigos que são importantes e segundo porque caiu como uma luva colocar o meu texto sobre Antonietta em seguida ao de Teresa. Ela falando de vida e eu, infelizmente, de morte.

Aproveitem a leitura sempre tendo em mente o debate, o estudo e as reflexões que esse livro fará você ter. É isso que eu pretendo. Gerar continuamente um mote para novas pesquisas e não simplesmente apresentar textos como a palavra final.

Rio de Janeiro, junho de 2011

Marco Antonio Perna