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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003 Caderno de Prova – 1 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte. Figura II Giambattista Tiepolo (1696-1770). Aleg o ria de casamento. Óleo sobre tela, 343 cm × 172 cm, 1741. Figura III – Jean Baptiste Debret (1768-1848). Estudo para desembarque de D. Leopoldina no Brasil . Óleo sobre tela. 44,5 cm × 69,5 cm. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1818. Figura VI – Courbet. Bom-dia, Monsieur Courbet. Óleo sobre tela, 129 cm × 149 cm. Museu Fabre, Montpellier, 1854. Figura V – José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899). O violeiro. Óleo sobre tela, 141 cm × 172 cm. Pinacoteca do estado de São Paulo. Figura IV – Louis David (1748-1825). Consagração do imperador Napoleão e coroação da imperatriz Josefina. Óleo sobre tela, 6,21 m × 9,79 m, 1804. Figura I – Manoel da Costa Athaíde. Ascenção de Cristo (detalhe do forro da Capela-mor). Pintura sobre madeira. Igreja de Santo Antônio (Santa Bárbara – MG), 1806. ARTES VISUAIS Figuras de I a VI – questões 1 e 2 Nas figuras abaixo, pode-se observar de que modo a produção da arte no Brasil do século XVII ao XIX está relacionada à produção na Europa no mesmo período. QUESTÃO QUESTÃO QUESTÃO QUESTÃO 1 Considerando as figuras de I a IV, julgue os itens a seguir, acerca das relações formais, estilísticas e temáticas encontradas nas obras reproduzidas. Ø Nas figuras I e II, os elementos arquitetônicos estão representados no modo ilusionista. Ù Nas obras ilustradas em I e II, a concentração de figuras humanas na parte inferior de cada composição acentua a importância da figura isolada na parte superior. Ú Na figura I, a imagem central da obra reproduzida é enquadrada por um conjunto de ornamentos ondulantes e orgânicos, criando uma passagem do mundo terreno para o mundo divino. Û Nas figuras I e III, apesar das diferenças temát i cas e estilísticas, o espaço arquitetônico tende à simetria. Ü Nas obras reproduzidas nas figuras III e IV, a simplicidade das cenas retratadas é característica da pintura neoclássica do século XIX. QUESTÃO QUESTÃO QUESTÃO QUESTÃO 2 Considerando as figuras V e VI, julgue os itens subseqüentes. Ø A valorização de cenas do cotidiano é uma característica da pintura épica, o que pode ser observado em ambas as figuras. Ù A representação de cenas cotidianas reflete mudanças sociais que foram marcadas no Brasil pela Independência e, na França, pela Revolução Francesa. Ú Diferentemente da representação idealizada dos nativos, feita pelos viajantes europeus, vê-se, na obra reproduzida na figura V, que Almeida Júnior, pintor brasileiro, retrata, com naturalidade, tipos humanos nacionais. Û Na obra da figura V, embora a janela retangular funcione como moldura interna para a cena, o moviment o visual predominante é produzido pelas figuras em diagonal. Ü Em ambas as figuras, a centralização dos elementos provoca instabilidade.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 1 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

Figura II – Giambattista Tiepolo(1696-1770). Aleg o ria de casamento.Óleo sobre tela, 343 cm × 172 cm, 1741.

Figura III – Jean Baptiste Debret (1768-1848). Estudo para desembarquede D. Leopoldina no Brasil. Óleo sobre tela. 44,5 cm × 69,5 cm. MuseuNacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1818.

Figura VI – Courbet. Bom-dia, Monsieur Courbet. Óleo sobretela, 129 cm × 149 cm. Museu Fabre, Montpellier, 1854.

Figura V – José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899).O violeiro. Óleo sobre tela, 141 cm × 172 cm. Pinacoteca doestado de São Paulo.

Figura IV – Louis David (1748-1825). Consagração doimperador Napoleão e coroação da imperatriz Josefina. Óleosobre tela, 6,21 m × 9,79 m, 1804.

Figura I – Manoel da Costa Athaíde. Ascenção de Cristo (detalhe do forroda Capela-mor). Pintura sobre madeira. Igreja de Santo Antônio (SantaBárbara – MG), 1806.

ARTES VISUAISFiguras de I a VI – questões 1 e 2

Nas figuras ab a i xo , p o d e-s e o b s ervar de que modo a produção da arte no Brasil do século XVII ao XIX está relacionada àprodução na Europa no mesmo período.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

1111Considerando as figuras de I a IV, julgue os itens a seguir, acercadas relações formais, estilísticas e temáticas encontradas nas obrasreproduzidas.

Ø N as figuras I e II, os elementos arquitetônicos estãorepresentados no modo ilusionista.

Ù Nas obras ilustradas em I e II, a concentração de figurashumanas na parte inferior de cada compos i ção acentua aimportância da figura isolada na parte superior.

Ú Na figura I, a imagem central da ob ra reproduzida éenquadrada por um conjunto de ornamen tos ondulantes eorgânicos, criando uma p as sagem do mundo terreno para omundo divino.

Û Nas figuras I e III, apesar das diferenças temát i cas eestilísticas, o espaço arquitetônico tende à simetria.

Ü Nas obras reproduzidas nas figuras III e IV, a simplicidade dascenas retratadas é característica da pintura neoclássica doséculo XIX.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

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Considerando as figuras V e VI, julgue os itens subseqüentes.

Ø A valorização de cenas do cotidiano é uma característi ca d apintura épica, o que pode ser observado em ambas as figuras.

Ù A repres entação de cenas cotidianas reflete mudanças sociaisque foram marcadas no Brasil pela In dependência e, naFrança, pela Revolução Francesa.

Ú Diferentemente da representação i d ealizada dos nativos, feitapelos viajantes europeus, vê-se, na ob ra reproduzida nafigura V, q ue Almeida Júnior, pintor brasileiro, retrata, comnaturalidade, tipos humanos nacionais.

Û Na obra da figura V, embora a janela retangular funcione comomo l d u ra interna para a cena, o moviment o v i s u a lpredominante é produzido pelas figuras em diagonal.

Ü Em ambas as figuras, a centralização dos elementos provocainstabilidade.

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Figura I – Paul Gauguin. Jarra auto-retrato. Cerâmica esmaltadaem verde oliva, cinza e vermelho, 19,3 cm de altura. Museu deArtes Decorativas, Copenhague, 1889.

Figura II – Pablo Picasso. Rosto com folhas. Cerâmica esmaltada,41,6 cm de diâmetro por 3,9 cm de profundidade, 1956.

Figura I – Paul Gauguin. Natureza morta com maçãs, um pêssego e auto-retrato em jarra decerâmica. Óleo sobre papel montado. 28,6 cm × 36,2 cm. Museu de Arte Fogg, 1889.

Figura I I – Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon. Óleo sobre tela.243 cm × 233,7 cm. Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, 1907.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

3333

Tendo como re ferência as figuras I e II acima, julgue os itens

seguintes.

Ø A escolha do mat er i a l e da técnica para a confecção das

obras ilustradas acima foi uma contribuição original para

se produzir objetos de função utilitária.

Ù Na obra da figura I, as linhas onduladas e a superfície

irregular expressam qualidades emocionais do retratado.

Ú Na obra da figura II, a repetição de elementos gráficos de

cor plana acentua o caráter decorativo da peça.

Û As características especiais dos obj etos utilitários, como

as verificadas na peça d a fi g ura I, eram valorizadas pela

produção industrial do século XIX.

Ü Na figura II, fica evidente que a decoração altera o formato

do objeto.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

4444

Considerando as figuras I e II acima, em q u e s e p o d e perceber ainfluência de culturas n ão-européias na produção de Gauguin ePicasso, julgue os itens subseqüentes.

Ø Na obra da figura I, a ausência de modelado revela influências doRenascimento.

Ù Na obra da figura I, a inserção de um objeto confeccion ad o p elopróprio art i s ta — auto-retrato em jarra de cerâmica — nacomposição da natureza morta, um gênero tradic i o n a l da pinturaeuropéia, sit ua a cena no provável universo doméstico do artista.

Ú A simplificação do tratamento das formas nas pinturas I e II revelaas influências estilísticas de culturas não-européias.

Û Na o b ra ilustrada em II, as figuras femininas recebem umtratamento uniforme.

Ü A natureza morta e o triângulo no centro infe r i o r d a figura IIenfatizam a característica plana da composição.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 3 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

Internet: <http://www.dionisius.hpg.ig.com.br/tea-mundo/origem.htm>.

Procópio Ferreira. O ator Vasques. Capa. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Teatro,1979.

ARTES CÊNICASQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

1111

Tea troTea troTea troTea tro

Écomum ouvir dizer que o teatro começou na Grécia, há muitos

séculos. No entanto, existem outros exemplos de manifestações

teatrais anteriores aos gregos. Por exemplo, na China antiga, o

budismo usava o teatro como forma de expressão religiosa. No Egito,

um grande espetáculo popular contava a história da ressurreição de

Osíris e da morte de Hórus. Na Índia, acredita-se que o teatro tenha

surgido com Brama. E nos tempos pré-helênicos, os cretenses

homenageavam seus deuses em teatros, provavelmente construídos no

século dezenove antes de Cristo. É fácil perceber por esses exemplos

a origem religiosa das manifestações teatrais.

No entanto, pode-se olhar ainda mais para trás e verificar que

o teatro é a imitação de uma ação e que o ato de imitar está presente

na essência dos mais primitivos rituais que se conhece.Elza de Andrade, diretora e professora.

Com o auxílio das informações acima, julgue os itens a seguir.

Ø O espaço cênico das representações trágicas na Grécia antiga

caracterizava-se principalmente pelo palco, à italiana, em

edifícios fechados e com iluminação artificial.

Ù Da mesma forma que a t rag éd ia, a comédia antiga também se

originou nas festas celebradas em louvor a Dioniso, deus do

vinho e da fecundidade.

Ú O teatro ocidental, em seu caráter ritualístico inicial, tem sua

origem relacionad a a manifestações religiosas e celebrações

agrícolas.

Û Por seu cará t er sagrado, as tragédias gregas antigas não

permitiam o uso de artifícios de caracterização de personagem,

sendo que os atores eram obrigados a se apresentar vestindo

somente roupas comuns de seu cotidiano.

Ü És q uilo, Sófocles e Eurípedes são considerados os maiores

dramaturgos trágicos da Grécia antiga, assim como Medéia,

Édipo Rei e Antígona estão entre as poucas tragédias gregas

antigas que sobreviveram até os dias atuais.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

2222

A figura acima ilustra várias personag en s d a história do teatro.

Focalizando o tea t ro n a Idade Média, julgue os itens

subseqüentes.

Ø Como principal nome da Commedia dell’Arte n a Idade

Média, William Shakespeare destacou-se no cen ár io cênico

univ ers a l p e l a criação das personagens Arlequim e

Colombina, dois dos tipos mais marcantes da dramaturgia

elizabetana.

Ù Os dramas litúrgicos, chamados Mistérios, na Idade Média,

são transposi çõ es t eatrais da missa, que, por sua vez, é uma

transposição cênico-ritualística da paixão de Cristo.

Ú E n t re as manifestações cênico-religiosas da Idade Média, a

única que não sofreu restrições da Igreja e permaneceu, desde

sua origem, sendo apresentada nos templos catól i co s, foi a

Commedia dell’Arte.

Û Do ponto de vista i d eo lógico, o teatro da Idade Média,

inteiramente marcado p e l o cunho religioso, caracterizava-se

por considerar o princípio da eternidad e como razão de vida

e p ensar o homem em função de Deus e da existênc i a

pós-terrena.

Ü Os Milagres, dramas litúrgicos medievais, ainda v i stos em

paróquias católicas nos dias de hoje, s ão representações

cênicas de um fato maravilhoso produz i do pela intervenção

sensível de um santo ou da Virgem Maria.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 4 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

Programa Infanto-Juvenil (PIJ) – UnB. Aula de Artes Cênicas.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

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Ojogo simbólico é o modo genuíno e espontâneo de teatro. O

símbolo lúd ico infantil — a casca de laranja que se

transforma em carrinho, o fechar os olhos, fingindo que está

dormindo, a mãozinha em concha (vazia) mostrando que tem

comida, o tomar água em um copo imaginário, a injeção (que pode

ser um lápis, um pauzinho qualquer ou o próprio gesto com a mão)

que é aplicada no coelhinho de borracha, a mamadeira de mentirinha

que a boneca toma, a imitação de um latido de cachorro que é

emitido pela voz infantil etc. — apresenta uma riqueza de significados

por meio de gestualidades, sons, movimentos, blablação e falas que

são outros tantos conjuntos de signos que não podem deixar de se

constituírem como texto teatral, que ocorre no momento da

brincadeira infantil de modo o mais espontâneo e improvisado.

Assim, o princípio do teatro é o jogo, o princípio da peça

dramatúrgica é a própria vida. Antes de o teatro se constituir como

uma realização da peça escrita, os homens o praticavam como um

jogo sagrado ou um ritual lúdico, assim como as crianças brincam do

faz-de-conta. Por conseguinte, a peça atuada nasce antes da peça

anotada, do mesmo modo que o gesto e a fala são gerados antes da

palavra escrita. Os Hamlets e Otelos, Tartufos e D. Juans

encontram-se espalhados pelo mundo; o dramaturgo pega-os

cuidadosamente, transformando-os em personagens de suas peças.

Os agentes do drama improvisado encontram-nos antes de eles

passarem aos livros, aqui e agora, na aventura da representação

teatral.

Sandra Chacra. Naturez a e sentido da improvisação teatral.

“Debates” . São Paulo: Perspectiva, 1983, p. 69-70 (com

a d a p t a ç õ e s ) .

A partir das informações do texto ao lado, julgue os itens que se

seguem.

Ø O jogo é uma atividade essencialmente competi tiva, restrita

ao campo das práticas esportivas.

Ù Fazer-d e-conta é uma atividade do mundo infantil, sem

relação direta com o campo formal da representação teatral.

Ú As construções simb ó licas contidas no jogo lúdico

constituem os pri n c í p i os básicos do teatro, que tem na vida

humana os elementos cons t i t u t i v o s d a comunicação

dramatúrgica.

Û O texto propõe que a comunicação direta, pessoa a pessoa,

um dos fu ndamentos elementares do teatro, antecede a criação

d o texto anotado, o que leva à compreensão d e q u e as

representações gestual e falada antecedem a palavra escrita.

Ü Os componentes do j ogo lúdico podem ser encontrados

também como partes integrantes dos ritu a i s religiosos que

deram origem ao teatro.

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4444Teatro n ão é arte. Do grego clássico, théatron, cuja raiz

théa significa o ver, o contemplar e o sufixo tron, dos adjetivos,

que conota “ lugar onde se vê ou se contemp l a” . No entanto,

além do nome que empres t a ao edifício, esse termo é utilizado

com freqüência para designar uma arte. Ela acontece nesse espaço

vazio, théatron, para ser observada por alguém. Segun do Peter

Brook, para que a ação teatral possa s e r es boçada, são

fundamentais três elementos: o espaço vazio, o espectador

(alguém que observa esse es p aço ) e o ator (alguém que cruza e,

portanto, desenvolve uma ação nesse espaço).Luis Otávio. Brook. Apud Burnier. A arte do ator. Campinas: UNICAMP, 2001, p.1 7 .

A partir das idéias do texto acima, julgue os itens seguintes.

Ø Teatro como arte si g n i fi ca que a arte da dramaturgia é a sua

arquitetura, onde se assiste ao espetáculo, se contempla a

ação, e se pratica a arte.

Ù Para que haja ação dramática, são necessários três itens

elementares: o vazio, o espectad o r e o ator, elemento

catalisador da cena dramática.

Ú Como sistema de comunicação, a ação d ramát i ca tem no ator

o emissor da mensagem, dos signos. Ele atua, faz, enquanto

o espectador é o receptor que recebe e interpreta os signos

emitidos pelo ator e testemunha a ação.

Û Para a realização de qua l q u er ação dramática, os elementos

cênicos luz artificial, palco e cenário são imprescindíveis.

Ü A arte teatral é a ação cênica que acontece no espaço vazio,

onde se desenvolve a ação também chamada de teatro.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 5 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

Figur a I I – Carnaval da Bahia.I n t e r n e t :<http://www.brasilnoar.com.br/br_tudo/brasil_carnaval.htm>.

Figur a I – Ca r na v a l do Rio. Internet:<http://www.brasilnoar.com.br/br_tudo/brasil_carnaval.htm>.

Figura III – Chiquinha Gonzaga.

Figura IV – Carmen Miranda. Internet:<http://www.sec.rj.gov.br/webmuseu/carmen.htm>.

Figura V – Chapada dos Veadeiros –Cachoeira d o R i o Preto. Internet:<http://www.brase m bottawa.org/eng_brazilian_parks.htm>.

Figura VI – Chapada dos Veadeiros – Cachoeira dasAlmécegas. Internet: <http://members.tripod.com/summitbrazil/veadeiros.html>.

Figura VII – Parque Nacional Aparadosda Serra (ou Ita i m b ezinho). Internet:<http://www.brasembott a wa.org/eng_brazilian_parks.htm>.

MÚSICATexto M-I – questões 1 e 2

O Brasil é um país de imensa diversidade geográfica, artística e cultural. A riqueza de seu ecossistema pode ser vista nos maisde trezentos parques nacionais, estações ecológicas e reservas biológicas. A cultura brasileira é formada pela miscigenação de diferentesraças e etnias, inicialmente índios, portugueses e africanos, e, depois, povos oriundos de outros países da Europa, da Ásia e do OrienteMédio. Essa mistura é vista nas fes t as p o p u lares nas diferentes regiões do país. A música brasileira reflete não somente a influênciade diferentes continentes, mas também cria formas n o v as e originais, como o choro, a bossa-nova e o partido alto. A diversidade dopaís pode ser vista desde a grande paixão de seu povo pelo carnav a l à i men s i d ão da floresta amazônica, das araucárias do Sul aoslençóis maranhenses, dos seringueiros do Acre aos vaqueiros do sertão nordesti n o , d o v a tapá baiano ao pirarucu do Amazonas, dachula gaúcha ao carimbó do Norte.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O1111

O carnaval é a fes t a mais popular do Brasil e acontece emtodas as regiões e espaços diversos, como clubes, praças,ruas e praias. Considerando esse tema e as figurasapresentadas no texto M-I, julgue os itens a seguir.

Ø O carnaval brasileiro tem origem especialmente noentrudo, divertimento português que durava os três diasque antecediam a quarta-feira de c i n zas. No entrudo, osfoliões eram atingidos por laranjas, ovos, farinha, águae outros obj e t o s. Mais tarde, no Brasil, esses objetosforam substituídos por confe t es e s e rp en t i n as.Juntamente com a determinante influência africana porintermédio d o samba, o carnaval brasileiro ganhouidentidade original e fama internacional.

Ù O carn av a l é uma das maiores atrações para os turistasque v i s itam as cidades do Rio de Janeiro e Salvador.Uma das diferenças das músicas de carnav al dessas duascidades está na instrument ação . No Rio de Janeiro, abase é percussiva (bateria de escola de samba), enquantoem Salvador o destaqu e está nos instrumentos elétricos(trios elétricos).

Ú As figuras III e IV mostram, respec t i v amente, acompositora Chiquinha Gonzaga e a cantora CarmenMiranda, que ocupam lugar especial na hi s tória damúsi ca de carnaval. A primeira, compositora de sambaen redo, é lembrada especialmente por sua marchacarnavalesca Pelo Telefone. Carmen Miranda, grandedefenso ra da fauna e da flora brasileiras no exterior,d i v ulgou tipos característicos do povo em músicascarnavalescas co mo Mamãe eu quero e O que é que abaiana tem?

Û As figuras V e VI mostram cachoeiras do ParqueNacional Chapada dos Veadeiros , l ocalizado no MatoGrosso , estado que, embora rico em recursos hídricos, éum dos mais pobres do Brasil. A pobreza e a falta deperspectivas de trabalho para o s j o v ens da periferia deCuiabá fez surgir no país, na década de 8 0 do séculoXX, o movimento hip hop, influenci ad o p elas guitarrasdo heavy met a l e pelo samba de breque nas músicas deprotesto.

Ü A figura VII apresen ta uma vegetação típica da costa doAtl ân t i co , o n d e predominam os mangues. Essavegetação é caracterí s t ica do Ceará, estado que é hojeconhecido por ter um dos carnavais de rua maisanimados do Brasil. Um dos blocos mais carac t e rísticosd e Fo r t a leza é o Timbalada, coman d ad o p e l opercussionista Carlinhos Brown, cujo estilo musical é osamba-reggae.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 6 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O2222

As figuras de V a VII poderiam retratar fontes de inspiração tanto para artistas quanto para ambi en t es cên i co s de muitas óperas doperíodo romântico. Outros traços relevantes desse período são o espírito revolucionário (incluindo o nacionalismo), a idealização doamor, a religiosidade e o respeito às virtudes, como lealdade e fidelidade. Considerando essas informações e as apresentadas n o textoM-I, julgue os itens abaixo.

Ø A ópera romântica envolve dezenas d e instrumentistas e cantores. Como elemento expressivo e para dar suporte à ação dramática,o compositor utiliza grandes variações de dinâmica (crescend o s , diminuindos, sfforzandos) e intensidades extremas (FFF, PPP).

Ù O recitativo na ópera romântica é uma sessão que faz a ação d ramática avançar, uma fala musicada, acompanhada de um ou váriosinstrumentos de ritmo adaptado às exigências do texto e geralmente em estilo silábico. Assim eram também os recitativos do cantogregoriano, cujos textos bíblicos musicados eram acompanhados pelos instrumentos de corda das orquestras medievais.

Ú No enredo de uma ópera romântica, aparecem partes em que a palavra se destaca, como nas árias, nos duetos e coros. Nessas partes,a o rquestra tem a função de acompanhamento. Quanto às de possibilidades de combinação entre água e vegetação na composiçãoda paisagem, é possível relacioná-las respectivamente com as combinações entre voz e orquestra, nas partes da ária, e com o co ro,na ópera. Pode-se, en t ão, perceber a semelhança entre a textura da ária e a imagem da figura V e a textura do coro com a dafigura VI.

Û A ópera e o desfile de escolas d e s amb a têm muito em comum ao combinar artes cênicas, visuais, literárias e musicais. Comdiferentes formações de instrumentos e vozes, amb as u t i l i zam narrativas. Enquanto na ópera a ação se desenvolve em diferentesatos, na escola de samba, a ação é apresentada em diferentes alas.

Ü No século XIX, o termo romântico significava valorização d o d i s t an t e , do exótico, do heróico e do sobrenatural. Por exemplo,La Bohème, ópera de Verdi, enfatiza o lado heróico das principais personagens que se envolvem com forças sobrenaturais.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O3333

O Guarani, de Carlos Gomes, é possivelmente a maisconhecida ópera brasileira. Sua estréia ocorreu em março de 1870n o Teatro Scala de Milão e em dezembro do mesmo ano noTeatro Lírico Provisório do Rio de Janeiro. Entre as personagensdo enredo estão caciques de duas tr i b o s indígenas do Brasil —os guaranis e os aimorés —, habitan t es da região serrana do Riode Janeiro. Tendo como referência a ópera citada, julgue os itensque se seguem.

Ø O enredo de O Guarani, escrito por Machado d e Assis,ap res en t a algumas das características literárias desseimportante escritor brasil e iro. Uma dessas características,retratada também em Quincas Borba, é a crença de que osp r i n c í p ios da vida, incluindo a presença de Deus, estão emtodos os seres vivos . N es s e contexto, tanto um cachorro —como em Q u i n cas Borba — quanto um índio — como emO Guarani — podem ter o nome de um deus.

Ù Na abertura de O Guarani, denominada protofonia, ouvem-seo s principais temas que serão desenvolvidos no decorrer dodrama. Um desses temas , bastante conhecido e apreciado, éutilizado até hoje na abertura do programa radiofônico A Vozdo Brasil.

Ú Os compositores de óperas românt i cas tiveram nas tradiçõesp o p ulares uma de suas fontes de inspiração. Carlos Gomes éum dos compositores bras i leiros que utilizou instrumentospopulares, como atabaque, violão e gaita, nas suas óperas.

Û A apologia de virtudes, como fidelidade, leald ad e eidealismo, ap arece com freqüência nas óperas românticas,incluindo O Guarani. Essas temáticas podem aparecertambém nas letras d e o u t ro g ên ero mu s ical maiscontemporâneo — o rap — que é parte do movimento hiphop.

Ü Na década de 70 do século XIX, enquanto O Guarani eraaclamado pelo público italiano, o capitalismo i ndustrial daEuropa iniciava o período da primeira grande depressão, o quelevou ao fortalecimento das empresas p e la centralização econcentração do capital. É nesse momen t o que se formalizamos sindicatos nacionais como meio de organização domercado de trabalho.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

4444

A diversid ade musical do Brasil pode ser também conferida na

história de sua música sacra do período colonial até a atualidade.Considerando essa afirmação, julgue os itens seguintes.

Ø A música sacra no Brasil tem início no período colonial, comos jesuítas. A música que eles introduziram nas atividades de

catequização baseava-se em melodia vocal polifônica silábica.

Ù Na catequização dos índios e, posteriormente , d o s negros,

eram utilizados o s au t os — encenações musicadas de textosreligiosos — para impregnar valores e senti mentos do

cristianismo. Padre José de Anchieta escreveu vários autos,

utilizando elementos da cultura indígena, para tratar de temascomo a existência de um único Deus, o pecado, as virtudes

cristãs e a salvação da alma.

Ú Padre José Maurício é o compositor brasileiro de música sacramais conhecido do período colonial. Republicano convicto,

introduziu melodias do folclore bras i leiro em muitas de suas

antífonas e obras vocais.

Û Na maioria das religiões atuais, as práticas musicais secularestêm desempenhado um importante papel nas liturgias, com

exceção do budismo no Brasil, que inau gurou recentemente

o maior templ o b u dista da América do Sul, em São Paulo.O budismo considera Jesus Cristo o grande es t ad i sta

universal e, por isso, sua música oficial continu a s en do o

canto litúrgico gregoriano.Ü Instrumentos e estilos d a mú s ica de caráter popular, como

violão, bateria e baixo elétrico, no acompanhamento de cantos

em estilo rock, pop romântico e gospel, que outrora não eram

aceitos pelas i g rejas cristãs, são hoje bem-vindos. Apesar damudança, nota-se que t amb o res de origem africana ainda são

evitados em muitas igrejas.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 7 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

LÍNGUA INGLESAText I-I – questions 5 through 8

F ernando de NoronhaF ernando de NoronhaF ernando de NoronhaF ernando de Noronha

The history of the archipelago is troublesome. Discovered in1

1500 by the Italian Américo Vespúcio, in 1504 it was

donated in the form of hereditary captaincy to Fernando

de Noronha, a Portuguese nobleman. 4

It suffered various invasions, passing through Dutch,English and French hands, until 1737 when the French were

driven out by the Pernambuco captaincy. Then, ten forts were7

built — among which was the Remédios Fort — with the purpose

of guaranteeing the possession of the islands. With time, the fort

was used as a pen itentiary for common as well as political10

prisoners.

In 1938, Getúlio Vargas (the Brazilian president at that

time) requested the islands as a political penitentiary. In 1942,13

it was considered federal territory governed by the army,

sheltering* even a North American base.

Until 1988, it was a federal territory. After the National16

Constituent Assembly, it was again annexed to Pernambuco as a

state district.The fixed population, in 1991, was of 1.66019

inhabitant s. The main economic activities are: civil service,

fishing, agriculture and tourism. There are no private properties

and the majority of the population is (or has been) linked to22

some public organ.

Fernando de Noronha has a reasonable infrastructure.

A highway (BR-363), TV Golfinho, which broadcasts Globo25

Television, radio station Golfinho FM, an airport, a harbor, an

elementary school as well as a high school, a hospital, a

drugstore, a bank, a travel agency, a supermarket, pubs, a28

community of art isan s, long distance dialing services, a post

office, boats and automobiles for rent, in addition to a garbagetreating station and a drain system now being built.31

*sheltering – giving protection to.

Álvaro D’Antona. Brasis: travelling throughthe national parks (adapted from the Internet).

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

5555

According to text I-I, the archipelago Fernando de Noronha

Ø was given by Américo Vespúcio as a d o n a tion to one of his

fellow citizens.

Ù was invaded by people from Holland.

Ú was last invaded by the French.

Û was invaded by European peoples.

Ü has now been a state district for more than 10 years.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

6666

In accordance with text I-I,

Ø the French remained in charge of the islands for 250 years.

Ù the Remédios Fort has always been used for the same ends.

Ú Getúlio Vargas started using t he islands as a political

penitentiary 50 years ago.

Û in the early 1940s Fernando de Noronha was control l ed b y

the federal navy.

Ü all the inhabitants on the island live in nonprivate properties.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

7777

Considering text I-I, it can be correctly stated that

Ø the USA had a military base in Fernand o de Noronha during

World War II.

Ù Fernando de Noronha is some miles north-east o f t h e city of

Natal.

Ú there’s only a floating population in Fernando de Noronha.

Û every citizen is a public servant in Fernando de Noronha.

Ü some productive activity can be found on the archipelago.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

8888

In text I-I,

Ø “ as” (R.10 – 1st occurrence) is the same as because.

Ù “ which” (R.25) can be correctly replaced by whose.

Ú “ elementary school as w el l as a high school” (R.27) is

making a comparison.

Û “ high school” (R.27) can be considered an equivalent to

ensino médio in Brazil.

Ü “ for rent” (R.30) is synonymous with for sale.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 8 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

LÍNGUA FRANCESATexte F-I – questions de 5 à 7

Tourisme de masse et parcs de lo is irsTourisme de masse et parcs de lo is irsTourisme de masse et parcs de lo is irsTourisme de masse et parcs de lo is irs

On appelle nouveaux Barbares les millions de touristes qui1

circulent chaque année à l ’ époque des vacances. Leproblème principal du tourisme moderne est celui de sa

massification. Le tourisme devient une calamité. Les voyageurs4

recherchent toujours de nouveaux sites vierges et provoquent unepollution écologique et même culturelle.

Les parcs de loisirs, tant à la mode actuellement, ne sont7

rien d’autre que ces récents “paradis artificiels” créés pourprotéger la nature et le patrimoine historique. On peut formulerainsi la définition du parc thématique : l ’exploitation la plus10

rationnelle possible des besoins des consommateurs-touristes dansun espace planifié, ayant un objectif culturel, pédagogique,écologique et divertissant. En général, ceux qui vont dans les13

parcs Disney ou Astérix ont la sensation d’être dirigés dans unenvironnement parfaitement fabriqué et artificiel, organisé pourleur plaisir, mais où leurs émotions semblent toutes programmées.16

D’autres parcs à vocation scientifique ou écologique, comme leparc océanique Cousteau ou le Futuroscope, favorisent unmouvement de sensibilisation en faveur de l’environnement et de19

la découverte des sciences.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

5555

D’après le texte F-I, jugez les propositions suivantes.

Ø Le tourisme, par son ampleur et s o n d éveloppement, estdevenu un danger pour la nature.

Ù La créa t i on des parcs de loisirs répond à un besoin deprotection de la nature et des sites historiques.

Ú On peut définir le parc de loisirs comme un espace vierge etsauvag e , rés ervé surtout à des activités et des compétitionssportives.

Û Certains parcs, comme Disney ou Astérix, ont u n e v o cationplus divertissante que scientifique.

Ü L’expansion du tourisme de masse n’ ap p o r te de bénéficesqu’aux pays du Tiers monde.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

6666

D’après les idées du texte F- I , on peut affirmer que les touristes

Ø recherchent surtout aujourd’hui la visite de grandes villes quioffrent plus de confort et de sécurité.

Ù sont définis comme des “ Barbares” parce qu’ ils ne respectentni la nature ni le patrimoine culturel des pays visités.

Ú éprouvent d ans les parcs de loisirs une grande sensation deliberté et ignorent tout itinéraire de visite.

Û sont également co nsidérés comme des consommateurs enraison des impératifs économiques de la gestion du parc.

Ü consid èrent les parcs de loisirs comme des “ paradisartificiels” parce que ce sont des endroits privilégiés pour letrafic de drogue.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

7777

À partir du texte F-I, jugez les équ i v a lences linguistiques

suivantes.

Ø “ Le tourisme devient u n e ca lamité” (R.4) veut dire Letourisme se transforme en catastrophe.

Ù “ Les voyageurs recherchent toujours de nouveaux sit esvierges” (R.4-5) équivaut à Les touristes sont toujours en

quête de régions qui n’ont jamais été occupées par

l’homme.Ú “ L es parcs de loisirs, tant à la mode actuellement, ne sont

rien d’autre que ces récents ‘paradis arti fi c i els’” (R.7-8) a le

sens de Les parcs de loisirs tant à la mode actuellementsont tout autre chose que des paradis artif iciels.

Û Le mo t “ exploitation” (R.10) se comprend comme la

découverte des besoins des consommateurs- touristes et leurmise à profit économique.

Ü “ leurs émotions semblent toutes programmées ” (R.16-17)signifie leurs émotions sont toutes imprévisibles.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

8888

Le P arc Nat ional S erra da CapivaraLe P arc Nat ional S erra da CapivaraLe P arc Nat ional S erra da CapivaraLe P arc Nat ional S erra da Capivara

Le Parc National Serra da Capivara se situe dans le Nord-Est duBrésil. Il a été créé en 1979 pour sauvegarder une aire de

130.000 hectares encore couverte de la végétation, appeléecaatinga, au sein de laquelle se trouve la plus grande concentrationde sites préhistoriques du continent américain.

À l’intérieur du parc, près de 300 sites archéologiques sontconstitués de grottes couvertes de peintures réalisées par les hommes

qui ont occupé successivement la région pendan t les époquespréhistoriques. Des figures humaines, des animaux, des plantes, des

objets et signes forment des compositions dont les thèmes sont variés:scènes de la vie quotidienne, scènes rituelles ou représentations

mythiques.

À partir des informations données par le texte ci-dessus, jugez lesaffirmations à suivre.

Ø Le Parc National Serra d a Capivara a seulement dix ansd’existence.

Ù La caatinga est un type de végétation que l’on trouve dans leNord-Est du Brésil.

Ú Les peintures préhistoriques du Parc sont appelées peintures

rupestres.Û Les thèmes des pein t u res se limitent à la représentation

d’animaux et de plantes.

Ü Les peintures des grottes correspondent à diverses phases dela civilisation préhistorique.

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LÍNGUA ESPANHOLATexto E-I – preguntas 5 y 6

P an tanalP an tanalP an tanalP an tanal

Olvídate de cualquier otro Parque Nacional o de la selva.1

Por mucho que te hayan contado, la mayorconcentración de animales por metro cuadrado enAmérica está en Pantanal. Cuiabá, en el estado de Mato4

Grosso, es la puerta de entrada a la Transpantaneira, unapista-carretera tan increíble como única.

El Pantanal concentra mayor cantidad de animales por7

metro cuadrado de toda América, convertido además en elparaíso soñado por los amantes de los pájaros. Sólo por eso yavale la pena, aunque el llegar ahí no sea nada fácil y el quedarse10

una noche casi prohibitivo para el bolsillo, aunque se debeintentar.

Para comprender mejor su exacta dimensión basta decir13

que es más grande que el País Vasco o que Holanda, con sus230.000 kilómetros cuadrados de extensión, que no tieneciudades y que casi no tiene habitantes permanentes. Hasta los16

años 40 era la parte del mundo más grande s in explorar yactualmente se reparte entre 3 países: Bolivia, Paraguay y Brasil.

Internet: <http://www.aica.net/campusgalicia/viajes/PANTANAL.htm> (con adaptaciones).

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O5555

Según el texto E-I,

Ø el Pantanal tiene más animales q u e todos los demás parquesy selvas de América.

Ù el Pantanal es un lugar donde hay mu ch as variedades depájaros.

Ú el problema que hay en el P an tanal es lo caro que está elhospedaje.

Û el Pantanal es comparad o co n Holanda que tiene230.000 km de extensión.

Ü los bolivianos, paraguayos y brasileños no disfrutan delPantanal.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O6666

En el texto E-I,

Ø “ Olvídate” (R.1) es una orden informal.Ù La palabra “ quedarse” (R.10) podría cambiarse por

permanecer significando lo mismo.Ú La frase “ prohibitivo para el bolsillo” (R.11) significa que

alguien impide al bolsillo.Û el segmento “ que no tiene ciudades y que casi no tiene

habitantes” (R.15-16) equivale a decir que no hay ciudadesy que casi no hay habitantes.

Ü la expresión “ se reparte” (R.18) equivale a decir se divide.

Texto E-II – preguntas 7 y 8

P arque Nacional de la T i ju caP arque Nacional de la T i ju caP arque Nacional de la T i ju caP arque Nacional de la T i ju ca

Es la mayor floresta artificial del mundo, la mayor en área1

urbana y también fue la primera de la historia en serreplantada. Localizada en el corazón de Rio de Janeiro, la

floresta de la Tijuca separa a la zona norte de la zona sur de la4

ciudad. Es uno de los paseos preferidos de los cariocas, quehacen caminadas y paseos ciclísticos, principalmente los fines desemana. Con muchos pequeños animales viviendo libremente en7

el área del bosque cerrado, posee ríos, saltos de agua, lagos,miradores, puntos de paradas con mesas y parques infantiles.

En el siglo XVIII la floresta fue desvastada para dar lugar10

a las plantaciones de café. El desmatamiento comprometió elabastecimiento de agua de la ciudad y en 1881 forzó alEmperador D. Pedro II a tomar una decisión revolucionaria para13

la época: ordenar el reforestamiento de la región. Para el trabajofue escogido el Mayor Manoel Gomes Archer que, con seisesclavos, plan tó 60 mil árboles durante 13 años. El16

reforestamiento fue tan bien hecho que los animales — monos,mamíferos, lagartos, culebras, pájaros, mariposas — volvieron avivir en la floresta y con frecuencia pueden ser vistos por quienes19

viajan en el Tren de Corcovado.Internet: <http://www.tupinitango.hpg.ig.com.br/e_turismo_rio5.htm> (con adaptaciones).

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

7777

De acuerdo con el texto E-II, juzgue los items siguientes.

Ø El Parque Nacional de la Tijuca es totalmente natural. Ù Desde el punto de vista geográfico, el Parque de la Ti j uca

divide la ciudad de Rio en dos partes.Ú La infraestructura del parque es inadecuada para v isitas

familiares.Û El reforestamiento en la ciudad de Rio comenzó en la primera

mitad del siglo XIX.Ü La replantación de árboles demoró media década.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

8888

Con res p ecto a las ideas y estructuras del texto E-II, juzgue lositems de abajo.

Ø En el trecho “ Localizada en e l corazón de Rio” (R.3) escorrecto sustituir la palabra subrayada por Ubicada.

Ù Es correcto sustituir el segmento “ hacen caminadas y paseosciclísticos” (R.6) por caminan y pasean en bicicleta.

Ú En el trecho “ posee ríos, saltos de agua, lagos, miradores”(R.8-9) las palabras subrayadas son de la misma categoríagramatical.

Û El sentido del texto quedará inalterado con la sustitución delos t é rminos “ comprometió” (R.11) y “ forzó” (R.12) porcomprometía y forzaba, respectivamente.

Ü Es correcto sustit u i r , s in que haya cambio de sentido deltexto o perjuicio gramatical, la expresión “ fu e escogido”(R.15) por escogieron.

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Internet: <http://www.viaecologia.com.br>. Acesso em 29/10/2003.

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O9999

Sua v iz inhança em Bra s íliaSua v iz inhança em Bra s íliaSua v iz inhança em Bra s íliaSua v iz inhança em Bra s ília

Criado para preservar a densa vegetação local e tornar-se um dos pulmões de Brasília, o popular parque da cidade estende seus 4201

hectares na Asa Sul. Os autores do projeto dispensam comentários: são o urbanista Lúcio Costa, o arquiteto Oscar Niemeyer eo paisagista Burle Marx. O resultado é contato com a natureza e muitos equipamentos de lazer para o morador.A área verde possui local para armação de circos, cinco playgrounds e pista para velocípedes e minicarros. Ainda entre as atrações4

gratuitas, existem 41 quadras polivalentes, oito campos de futebol, uma arena de vôlei de praia e nove quilômetros de ciclovia. A piscinacom ondas foi desativada há cinco anos, mas as duchas para banho e os bosques (que contam com 75 churrasqueiras, mesas e bancos)ainda garantem o lazer dos visitantes nos finais de semana. Existem alguns restaurantes e lanchonetes no local.7

Há alternativas de lazer pagas, como o cartódromo, o centro hípico e o parque de diversões para a criançada, que completam asopções de atividades privadas.

Internet: <www.planetaimovel.com>. Acesso em 16/10/2003 (com adaptações).

Considerando as idéias e a estrutura do texto acima, julgue os itens subseqüentes.

Ø Subentende-se da organização do texto que o uso dos playgrounds, da pista para velocípedes e minicarros, da arena de vôlei e daciclovia é gratuito.

Ù As expressões verbais “ Criado” (R.1) e “ foi desativada” (R.6) conferem às orações em que ocorrem a idéia de passividade.Ú É empregado o plural em “ garantem” (R.7) para respeitar a concordância com o sujeito d a o ração , “ as d uchas para banho e os

bosques” (R.6). Û A organização das idéias no texto permite considerar como textualmente sinônimas as expressões “ alternat i v as d e l azer pagas”

(R.8) e “ opções de atividades privadas” (R.9).

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O1 01 01 01 0

Ao declinar da tarde dirigi-me ao Passeio Público. Era a primeira vez que eu visitava, com a certeza de poderapreciar pela visão, esse pequeno, mas preciosíssimo jardim,

onde a popu lação da cidade pode ir gozar das árvores sombra eimperceptível respiração purificadora do ar, das flores encan to eperfumes, do mar o aspecto sublime, da terra limitada amostra daopulência majestosa da natureza do nosso Brasil, e das magias datarde a suave frescura da viração.

Entrei no Passeio Público, e com apressada curiosidade fuivendo e gozando os deleitosos quadros da relva verdejante, dosgrupos de arbustos graciosos, das árvores gigantes, das corren tesd’água, das pontes, do outeiro dos jacarés, do terraço que se tornaadmirável pela vista das montanhas, dos rochedos e do mar, dasfortalezas e das ilhas, das praias e da cidade formosa, mas recreio dacidade ofuscadora, a que demora fronteira.

Joaquim Manuel de Macedo. A luneta mágica. São Paulo: Ática, 2002, p. 45 (com adaptações).

Em relação à literatura brasileira, ao trecho acima e à obra de queele faz parte — A Luneta Mágica —, julgue os itens segui ntes.

Ø A obra A Luneta Mágica focaliza de fo rma bem humorada ecrítica a realidade sociocultural do Brasil do final do SegundoImpério.

Ù A narrati v a d e A Luneta Mágica envolve elementosp rovenientes do universo próprio da fábula, do maravilhoso,do cont o d e fadas, uma vez que o armênio que fornece aslunetas lhes atribui efeitos fantásticos.

Ú O fragmento de texto nega a tes e de que esse romance éconstru í d o a partir da voz de Simplício, portanto, no foconarrativo de primeira pessoa.

Û A descrição detalhada da natureza e do ambien t e , como seobserva no trecho selecionado, é uma característica recorrentenas obras do Romantismo, mesmo nas de tema urbano.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O1 11 11 11 1

Julgue os itens a seguir quanto à coerência e à correção gramaticaldas instruções correspondentes ao mapa acima.

Ø Para ir a São Jorge, vindo de Brasília, o viajante atravessavários rios, passa por uma cachoeira e percorre t o do ocaminho em estrada de terra.

Ù Apesar de atravessar apenas um ri o , ao voltar de Cavalcantep ara Brasília, não se avistando cachoeira alguma na rodoviaGO-118.

Ú Se você querer ir de São Jo rge para Cavalcante vai ter quepassar por um ponto que a estrada vai para Brasília.

Û Viajando por uma estrada de terra, para chegar de Brasília emSão Jorge os viajantes encontrarão t ambém uma cachoeira ehaverão vários rios para atravessar.

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Manual Terra – Vida ao ar livre. São Paulo: Abril, 1995, p. 122 (com adaptações).

Texto P-I – questões 12 e 13

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O1 21 21 21 2

Considerando os as pectos gramaticais e os sentidos dotexto P-I, julgue os seguintes itens.

Ø Como a expressão “ todo mundo” é uma maneira maisinformal de expressar todos, s ua substituição por essepronome torna o texto mais formal e mantém suacoerência e correção gramatical.

Ù No trecho “ Limpeza do acampamento ” , n a oração“ Ten te não deixar partículas”, mantêm-se a correçãogramatical e o sentido do texto ao se deslocar o advérbio“ não” para imed i a t amente antes de “ Tente”, desde quefeitos os necessários ajustes nas letras maiúsculas.

Ú Na instrução de número 1 , a conjunção “ e”, no trecho“ Desmonte a b ar raca p o r ú l t i mo e deixe oacampament o”, além do habitual valor aditivo, tambémapresenta um valor de seqüência temporal.

Û Na instru ção de número 2, a expressão “ o material quenão ti v er se queimado” complementa tanto a idéia decoletar quanto a de levar.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O1 31 31 31 3

Ainda com relação ao texto P-I, julgue os itens seguintes.

Ø N a ú l t ima oração do trecho “ Li m peza doacampamento”, o pronome “ Isso” refere-se a “ lugarambientalmente delicado”, na oração anterior.

Ù N o texto, as quatro instruções numeradas empregam aforma verbal de imperativo relacionada ao pronomevocê.

Ú Depreende-se d o texto, especialmente do trecho“ Apagando sua presença”, que o declínio de um lugarpode ser causado por uma série de comportamentos.

Û A co mposição entre informações verbais e não-verbaisapresentadas constitui um t exto do gênero instrucional.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O1 41 41 41 4

Oseminário, que nada tem de muito notável, é um grande edifíciode sobrado, cuja frente se atravessa a pouca distância por detrásda igreja, tendo nos fundos mais um extenso lance, um pátio euma vasta quinta. Das janelas do edifício se descortina o arraial, e

a vista se derrama por um não muito largo, porém, formoso horizonte.Colinas bastantemente acidentadas, cobertas de sempre verdes

pastagens e marchetadas aqui e acolá de algun s capões verde-escurosformam o aspecto geral do país. Por entre elas estendem-se profundosvales, e deslizam torrentes de águas puras e frescas à sombra de moitas deverdura e bosques matizados de uma infinidade de lindas flores silvestres.

Em torno e mais ao longe um cinto de montanhas verdes, antescolinas mais elevadas, cobertas de selvas e pastagens, parecem envolver comamoroso abraço aquele solo santo, em que, segundo a lenda, o Bom Jesusrevelou por evidentes e repetidos milagres queria que ali se erguessem seutemplo e seus altares.

Bernardo Guimarães. O seminarista. Rio de Ja n e i ro: Ediouro, 1996, p.31-2 (coma d a p t a ç õ e s ) .

Em relação à literatura bras i l e i ra e ao trecho da obra O Seminaristaapresentado acima, julgue os itens subseqüentes.

Ø O trecho selecionado comprova que, d u ran t e o século XIX, aconsciência ecológica ainda não tinha descoberto as riquezas danatureza brasileira e idealizav a seus modelos estéticos a partir dasnovas descobertas científicas da época.

Ù O fragmento apresentado tem nítido caráter dissertativo e demonstraque, no romance O Seminarista, são entrelaçados seg mentos detipos textuais de natureza diversa, com predominância de conceitose digressões teóricas.

Ú O romance O Seminarista focaliza idéias voltadas para a denúnciado equívoco da carreira eclesiástica sem vocação, imposta peloautoritarismo familiar e pelos interesses sociais.

Û Em oposição a outros romances, o reencontro dos amantes e o finalfeliz conferem a O Seminarista um lugar de destaque entre as obrasque p ro p õ em uma visão otimista da vida no período doRomantismo.

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QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

1 51 51 51 5

Carlos Maria abriu os olhos com algum espanto. Era ele1

mesmo que ia casar? Não havia dúvida; mirou-se ao

espelho, era ele. R elembrou os últimos dias, a marcha

rápida dos sucessos, a realidade da afeição que tinha à noiva, e,4

enfim, a felicidade pura que lhe ia dar. Esta derradeira idéia

enchia-o de grande e rara satisfação. Ia-as ruminando ainda,

a cavalo, no passeio habitual da manhã; desta vez escolhera o7

bairro do Engenho Velho.

Posto se achasse costumado aos olhos admirativos, via

agora em toda a gente um aspecto parecido com a notícia de que10

ele ia casar. As casuarinas de uma chácara, quietas antes que ele

passasse por elas, disseram-lhe cousas mui particulares, que os

levianos atribuiriam à aragem que passava também, mas que os13

sapientes reconheceriam ser nada menos que a linguagem nupcial

das casuarinas. Pássaros saltavam de um lado para outro,

pipilando um madrigal. Um casal de borboletas — que os japões16

têm por símbolo da fidelidade, por observarem que, se pousam

de flor em flor, andam quase sempre aos pares — um casal delas

acompanhou por muito tempo o passo do cavalo, indo pela19

cerca de uma chácara que beirava o caminho volteando aqui e

ali, lépidas e amarelas.

Machado de Assis. Quincas Borba. Sã oPaulo: Ediouro, 2001, p . 253-4 (coma d a p t a ç õ e s ) .

Em relação à literatu ra brasileira, a Machado de Assis, ao trecho

acima selecionado e à obra a que ele pertence , j u l gue os itens a

seguir.

Ø Considerando as características da obra de Machado de Assis

e as idéias do texto, na expressão “ Ia-as ruminand o ainda,

a cavalo” (R.6-7), os termos grifados, empregados próximos

um do outro, provocam efeito de humor.

Ù A s sim como nos textos do Romantismo, no trecho acima, a

descrição da natureza produz efeito de apen as co mpor o

cenário lírico, sem preocupação de reforçar o estado de espírito

da personagem.

Ú Em “ que os levianos atribuiriam à aragem que p assava

também, mas que o s s apientes reconheceriam ser nada menos

que a linguagem nupci al das casuarinas” (R.13-15), o autor

emprega as palavras “ levianos” e “ sapientes” em sentido

denotativo, para estar de acordo com as idéias racionalistas e

moralistas próprias do Realismo.

Û Em Quincas Borba, Rubião ag reg a em torno de si falsos

amigos, pessoas interessadas apenas em exp l orá-lo e em

usufruir parte da fortuna deixada pelo filósofo Quincas Borba.

CIÊNCIAS SOCIAISTexto S-I – questões 16 e 17

AAmérica que conhecemos hoje, ou seja, uma realidadegeopolítica composta por diversas nações e culturas, começoua ser construída no século XIX. Nesse período, muitas das

antigas colônias americanas conquistaram sua autonomia, acarretandoo surgimento de inúmeros Estados na América espanhola, atualmentefragmentada em diversos países. A América portuguesa, contudo,manteve-se unida no Brasil. O processo histórico seguiu pelo menosduas grandes trajetórias: enquanto os países latino-americanospermaneceram repletos de contradições sociais e econômicas emantiveram-se periféricos ao desenvolvimento capitalista, os EstadosUnidos da América (EUA), independentes desde o século XVIII,passaram a partilhar o desenvolvimento da ordem polít ica eeconômica internacional, a tal ponto que, no final do século XIX, orestante da América, antes sob ascendência dos países europeus, jáera sua área de influência.

No Brasil do século XIX, a situação histórica foi marcadasobretudo pela construção e consolidação da nação. Após aindependência, a instauração da monarquia em um contextolatino-americano republicano levou à construção de um Estado combases políticas e sociais conservadoras, pontuado por inúmerosmomentos de crise. Isso significou a manutenção da escravidão, dolatifúndio como núcleo de poder e da produção agrícola destinadaà exportação e, por fim, a concentração do poder nas mãos da eliteagrária.

José Gera l d o Vi n ci de Moraes. Caminhos das civilizações — Históriaintegrada: geral e Brasil. São Paulo: Atual, 1998, p. 278-9 (com adaptações).

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

1 61 61 61 6Com o auxílio do texto S-I, julgue os itens seguintes, re l a t ivosao p ro cesso de crise do Antigo Regime e de independência dascolônias americanas.

Ø As transformações ocorridas na E u ro p a , entre fins doséculo XVIII e primeira metade do século XIX, podem sersintetizadas na expressão Era Revo l u c i onária. Com aRevolução Industrial, alteravam-se radicalmente as basesmateriais da sociedade, apontando para a consolidação docapitalismo. Com as Revoluções Liberai s Burguesas, surgiaum novo tipo de Estado em substituição ao esgotado modeloabsolutista.

Ù A exp ansão napoleônica foi decisiva para que os ideais daRevolução Francesa ati n g i s sem vários pontos da Europa.Contudo, passando ao largo da Península Ibér i ca , pouca ouquase nula influência exerceu para o desmo n t e d os impérioscoloniais espanhol e português na América.

Ú Pioneira na Revolução Industrial, à Inglaterra interessava amanutenção do pacto de dominação que unia as metrópoleseuropéias — Espanha e Portugal, sobretudo — às suascolônias americanas. Preservan d o o monopólio, industriais efinancistas britân i co s garantiam para si largas fatias domercado latino-americano.

Û A independência das colôni as americanas não trilhou ummes mo caminho. A rigor, o próprio processo de colonizaçãoapresentara diferenças, o que ajuda a compreender a forma pelaqual se deu a trajetória dos EUA a partir do momento em quese tornaram independentes da Inglaterra.

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QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O1 71 71 71 7

Ainda tendo por referência inicial o t exto S-I, julgue os itenssubseqüentes, relativos à independência e à formação dos Estadoslatino-americanos.

Ø Bolívar, Sucre e San Martí n são expressivas lideranças que senotabilizaram na luta pela independência latino-americana. Apesar dediferen ças en tre eles, aproximava-os a convicção de que erai mpossível manter a unidade entre as antigas colônias espanholas,transformando-as em um único e grande país independente.

Ù A independência do Brasil foi precedida pela transferência do Estadoportuguês para a colônia. Esse fato , inédito e único na históriacolonial americana, foi decisivo para romper os laços tradicionais queprendiam a colônia à metrópole, a começar pelo fim do mon opólio,concretizado com a abertura dos portos.

Ú Mais qu e a t o d e efeito meramente simbólico, o 7 de setembro de1822 significo u u ma ruptura na história brasileira. Embora mantida,a escravidão foi amenizada. Ainda que contin u an d o a existir, olatifúndio perdeu sua força eco n ô mica e, principalmente, viu escaparo poder político que sempre concentrara.

Û Independentes, os países latino-americanos continuaram a representarpapel periférico em um contexto internacional de crescente afirmaçãodo capitalismo. Assim, de maneira geral, sua i n s erção em umaeconomia que mais e mais se mundializava deu-se pela via daexportação de produtos primários e da impo rtação de capitais e deprodutos industrializados.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O1 81 81 81 8

“Estive ontem em Eas End (bairro proletário londrino) e assisti a umareunião de desempregados. Ouvi discursos frenéticos. Não havia senão umgrito: pão! pão! Revivia toda a cena, sonhando, e me sentia cada vez maisconvencido da importância do imperialismo. Minha idéia mais cara é asolução do problema social. O império, tenho dito sempre, é uma questãode ventre. Se quereis evitar a guerra civil, é preciso que vos tornesimperialistas.” Não precisamos concordar com Cecyl Rhodes (ou pelo menoscom sua “preocupação social”) para reconhecer causas econômicas na práticado imperialismo. Particularmente depois que a I Grande Depressão(1873-1896) ficou marcada pela queda da taxa de juros, os capitaiseuropeus em excesso começaram a ser investidos fora da Europa.

Hilário Fr a nco Júnior e Paulo Pan Chacon. Históriaeconômica geral. Sã o Pa u l o: Atlas, 1991, p. 168 (coma d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima e considerando as características e as implicaçõesdo imper i a l i s mo da segunda metade do século XIX, julgue os itens quese seguem.

Ø De maneira geral, os fato res que impulsionaram a corridaimperia l i sta, especialmente a partir de meados do século XIX, podemser sintetizados na busca de matéria-prima industrial, de mercadoconsumidor e de mercado de investimentos.

Ù Como se viu na América Latina, incluindo o exemplo significativodo Brasil, ao longo do século XIX, os capitais externos — sobretudoingleses — dirigiam-se p ara o investimento produtivo nas regiõesperiféricas, como na cons t ru ção de ferrovias e na modernização deportos, mas quase nunca se transformav am em empréstimos públicos,certamente pelos riscos de não-pagamento da dí v i da pelos governoslocais.

Ú Crescimento populacional e crise econômica praticamente tornaramobrigatórias as correntes migratórias européias nas últimas décadas doséculo XIX em direção aos EUA, à Amér i ca do Sul (particularmentepara Argentina e Brasil), à África (os böers no sul do continente) e àÁsia, certamente como tentativa de se fugir da pobreza.

Û Infere-se das palav ras de Cecyl Rhodes que a expansão imperialista,conquanto incapaz de reduz ir as tensões sociais no interior dosp r incipais países europeus, seria útil para justificar o “ fardo dohomem branco”, ou seja, a missão civilizadora do Velho Mundosobre as áreas “ incultas” do planeta.

Texto S-II – questões 19 e 20

Em 1868, a paz política se despediria — e para sempre— do imperador Pedro II. Tudo começou com aabrupta demissão do gabinete liberal de Zacarias de

Góes e Vasconcelos. O estopim foi a nomeação do duquede Caxias — ferrenho conservador — para chefiar o Exércitobrasileiro na Guerra do Paraguai. O afastamento de Zacariase de seus ministros rompeu com os 15 anos de conciliaçãoe desnudou a precariedade do sistema partidário. Os liberaisse desvencilharam dos ranços conservadores e formaramnovas agremiações — o Centro Liberal e a Reforma —,exigindo eleições diretas e reformas constitucionais.

Os 20 anos que se seguiram foram o oposto das duasdécadas anteriores. A volta dos liberais ao poder em 1878não acalmou a nação. De um jorro, vieram a questãoreligiosa; a questão militar; as mortes de Caxias, Osório, RioBranco, Nabuco, Alencar e Zacarias; o clamor abolicionista;e a fermentação republicana. “O edifício do prestígio oficialfendia-se de alto a baixo”, comenta o historiador Capistranode Abreu. “Só o imperador não dava por isso, embebido emseus estudos de sânscrito, persa, árabe, hebraico e tupi”.

História do Brasil. Folha de S. Paulo, 1997, p. 136 (com adaptações).

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

1 91 91 91 9

A partir das idéias do texto S-II e levando emconsideração o panorama histórico brasileiro da seg u ndametade do século XIX, julgue os itens a seguir.

Ø E m s íntese, as décadas de 50 e 60 do mencionad oséculo corres p o n deram ao apogeu do Império. Aconvergência de interesses entre as e l ites conferia aoregime a estabilidade pol í t ica de que necessitava e,sob o ponto de vista da economia, o café praticamentesustentava o país, ganhando mercados externos etrazendo divisas.

Ù Ao comentar a crise decorren t e da queda do gabineteZacarias, o t exto menciona o rompimento com“ 15 anos de conciliação”, queren d o, com isso,referir-se ao período em que os dois grandes partid o sexistentes — o Liberal e o Con s ervador — ocuparamo s carg o s d o gabinete parlamentarista, provainconteste da nitidez ideológica e dout r inária quecaracterizava o sistema partidário brasileiro.

Ú In fere-se do texto que Luís Alves de Lima e Silva,político e militar dos mais conceituados do Imp ério,ganhara tamanho prestíg io ao longo de sua carreira,que se transformara em uma espécie de unanimidadenacional, aceito pelas correntes políti cas e pelaopinião pública.

Û As duas últimas décadas do Império foram marcadaspor sucessivas crises, um v erd ad e i ro “ planoinclinado” do regime, cu j a queda, a 15 de novembrode 1889, decorreu do clamor das ruas e d a ação bemorquestrada dos republicanos históricos.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 14 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

Renato Lemos (org.). Uma história do Brasil através da caricatura: 1840-2001. Rio de Janeiro: Bom-texto,Letras e Expressões, 2001, p. 27.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

2 02 02 02 0Ainda tendo por referência inicial o texto S-II econsiderando a charge ao lado, julgue os itens seguintes,relativos à crise final do Império brasileiro.

Ø A denominada questão religiosa, que opôs integrantesdo clero ao governo imperial, tend o co mo pano defundo divergências em torno da maçonari a , teve suaorigem mais remota na própria existência do p adroadoq ue, herdado da tradição portuguesa e fonte potencialde conflito, o Império mantivera.

Ù A questão militar foi assi n a l ada por uma série deatritos entre ofici a i s d o E xército e políticosmonarquistas e co n servadores. Tendo por estopim aproibição de que os militares discutissem política pelaimprensa, sua causa mais p ro fu n d a estava noressentimento nutrido pelos militares — q u e s e viamna posição de quem arriscara sua vida na Guerra doParaguai — em relação ao “ egoísmo impatriótico” dospolíticos.

Ú A expressão “ clamor abolicionista”, utilizada no textopara caracterizar a hipotética campanha pelo fim daescravidão , é evidente exagero. Afora alguns poucosjornalistas e escri t o res , s o b re t udo os poetasromânticos, não se pode falar em luta abolicionista emum p a í s que conviveu com o regime escravocrata pormais de três séculos.

Û Tolerante com as críticas que recebia, inclusive as queo expunha ao ridículo nas páginas dos jornaisilustrados, Dom Pedro II parece ter vivido os últimosanos de seu g overno em uma espécie de alheamento àrealidade, refugiando-se na busca de uma reconfortantes o fi s t i cação i ntelectual, como o demonstra ocomentário de Capistrano de Abreu citado no texto.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

2 12 12 12 1

A avaliação geral do quadro metropolitano brasileiro apresentacaracterísticas bastante comuns relativas ao desenvolvimentotecnológico e ao deficiente processo de industrialização emod ernização da produção. A respeito desse processo, julgue ositens a seguir.

Ø O modelo de desenvolvimento econômico ad otado no Brasil,desde os anos 50-80 do século XX, caracterizou-se pela rápidaurbanização, apoiada em um setor produtivo diversificado, nasubstituição de i mportações e no crescimento do mercado deconsumo interno.

Ù O desenvolvimento do processo urbano indu s t r i al teverepercussões diretas na estruturação do território brasileiro,reordenando o fluxo migratório regional, concentrando aprodução e a população nas regiões metropolitanas do país.

Ú As metrópoles b rasileiras desenvolveram-se por meio degrande adensamento da população de renda elevada nas áreascentrais e pela formação de uma periferia d i s persa, compopulações empobrecidas.

Û Os meios de transporte urbano têm-se adeq u ad o à expansãodo território ocupado pelas metrópoles, privilegiando odesenvolvimento tecnológico e os deslocamentos públicoscoletivos.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

2 22 22 22 2

Tendo em vista o desenvolvimento sustentável da agricultura

brasileira, julgue os seguintes itens.

Ø O desenvolvimento da agropecu ária nos cerrados apóia-se na

prática de ocupação de novas áreas, sem antes s e equacionar

o s problemas ambientais, o que vem provocan d o o

esgotamento dos recursos naturais.

Ù A agricultura irrigada por pivô, apesar de consumir 1 L de

água por segundo e p o r h ectare, não constitui ameaça à

sustentabilidade do ecossistema porque toda a água utilizada

é devolvida ao solo, aos rios e às nascentes.

Ú Os impactos negativo s s o bre o meio ambiente, decorrentes

das formas inadeq u ad as de uso do solo, têm sido resolvidos

com a criação de parques e áreas de proteção ambiental.

Û Com o uso intensivo de tecnologias na agricultura, o impacto

sofrid o pelos biomas brasileiros tem-se restringido aos

espaços onde persistem as práticas econômicas e sociais

tradicionais, despreocupadas com a gestão sustentável.

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IBGE. Censo Agropecuário 1995-1996 (com adaptações).

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O2 32 32 32 3

Considerando as informações apresentadasnos gráficos ao lado, jul g u e os itens que seseguem.

Ø O desenvolvimento recente da agriculturabrasi l e i ra, pelo uso intensivo damecanização, permitiu que, atualmen te,a maior parte dos estabelecimentos ruraistenha menos de 100 ha, demonstrandoque os latifú n d i os não são mais umacaracterística do Brasil.

Ù O espaço rural no Brasil é marcado p e laforte co n cen t ração de terra, tendo em vista que os estabelecimentos com menos de 10ha (cerca de 50% do número total) ocupam apenas 20% do total da área dos estabelecimentos rurais.

Ú O fato de a mai o r parte dos estabelecimentos rurais ser constituída de estabelecimentos muito pequenos e que, muitas vezes, nãoasseguram o sustento de uma família de agricultores, contribui para a desigualdade social no Brasil.

Û A estrutura fundiária brasileira é marcada, ao mesmo tempo, pela fragmentação e pela concentração, com uma pequena parte da áreadividida em muitos estabelecimentos pequenos e uma grande parte constituída de poucos estabelecimentos de grande porte.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O2 42 42 42 4

O mapa acima mostra a ocupação da terra pela agropecuária no Brasil.Relacionando as informações do mapa a outros conhecimentos acerca da ocupaçãodo território brasileiro, julgue os itens seguintes.

Ø O recente aumento da produção agrícola, com safras recordes, p ro vocou aocupação intensiva da terra pela agropecuária em todas as regiões brasileiras.

Ù A ociosidade das terras não-ocupadas para agr i cu l t ura restringe-se à regiãoNordes t e , o n de as limitações climáticas impedem a utilização da tecnologiaagrícola.

Ú A expansão territorial urbana na região Centro-Sul inibe o uso agrícola maisintensivo da terra.

Û O grau de ocupação agríco l a do território brasileiro segue uma distribuiçãosemelhante à do grau de desenv o lvimento econômico, que ocorre de formaterritorialmente concentrada, provocando desigualdades regionais.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

2 52 52 52 5O desenvolviment o industrial no Brasil temsofrido grandes alterações nas últimas décadas. Osavanços t ecn o l ó g i co s t êm causado maiorcomplexidade e integ ração d as u n i d ad esprodutivas e maior rapidez e constância na criaçãod e n o v o s p ro d u t o s p ara o mercad o .Geograficamente, observa-se uma defasag em nadifusão das inovações tecnológicas, que semanifes t am p e l o s i mp ac t o s socioespaciaiscau s ad o s . A respeito do desenvolviment oindustri a l brasileiro e de seus impactos sociais,territ o r i a i s e econômicos, julgue os itenssubseqüentes.

Ø Os fatores de ordem estrutural q u e d ificultama descentralização geográfica da indústriaincluem a elevada concentração de renda. Asregiões mais pobres não constituem ummercado importante, não a t raem indústrias,não geram emprego e renda, formando ummecanismo de causalidade circular.

Ù A partir da década passada, houve significativamudança do perfil das exportações brasileiras,tendo em vista que os superávits alcançadosse devem à exportação de produtos industriaisnão-vinculados à produção agrícola.

Ú A industriali zação é um dos fatoresprepo n d erantes da degradação ambiental,porque a destruição dos recursos naturais, dosrecu rsos hídricos e do solo e a poluiçãoatmosférica decor rem, p r i n cipalmente, dep ro ces sos degradant es d e exp l o raçãoindustrial.

Û A loca lização concentrada das indústrias emespaços bastante limitados diminui o impactoambiental decorrente da produção indust rial econstitui uma estratégia importante parafacilitar os processos de despoluição.

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José Márcio Ayres (1954–2003) com umuacari-branco.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICATexto N-I – questões 26 e 27

Conhecendo MamirauáConhecendo MamirauáConhecendo MamirauáConhecendo Mamirauá

Bem-vindos à Amazônia! Bem-vindos a Mamirauá! Você f az parte de um grupo seleto de alunos

escolhidos para participar de uma visita à Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, um dos

pontos mais belos da Amazônia e detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta.

Mamirauá é considerada a maior área coberta por florestas inundadas, conhecidas como várzeas,

protegida do Brasil. Com seus 1.124.000 ha, ela foi inicialmente criada em 9/3/1990 como Reserva

Ecológica Mamirauá e designada como área de preservação em 1993. É a primeira unidade de conservação

desta categoria implantada no Brasil. Dois personagens são centrais na história da Reserva de Mamirauá: o

biólogo paraense José Márcio Ayres (1954-2003), que fez a solicitação ao governo do

estado do Amazonas, em 1985, da criação de uma área de proteção para

o primata ameaçado de extinção uacari-branco (Cacajao calvus calvus), o

segundo personagem.

Em Mamirauá vivem pelo menos 45 espécies de mamíferos.

Uma delas é o uacari-branco, que ainda hoje é considerado ameaçado de extinção, já que consta na última

lista de animais ameaçados divulgada pelo IBAMA no início de 2003. Encontrado exclusivamente nas várzeas

da reserva de Mamirauá, o uacari-branco é um macaco

arborícola de cerca de quatro quilogramas, que se alimenta

principalmente de frutos, inclusive imaturos, e sementes. Os uacaris vivem no topo das árvores

mais altas da região.

Em Mamirauá, existem cerca de 400 espécies de aves. Entre elas está o

tucano-grande-de-papo-branco. Este é um dos exemplos da beleza da avifauna neotropical.

A alimentação dos tucanos consiste basicamente de frutas, complementada pela predação de

pequenos animais, como alguns lagartos.

Matt Bannerman. Mamirauá: um guia da história natural da várzea amazônica. IDSM, 2001 (com adaptações).

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

2 62 62 62 6

Considerando as informações do texto N-I , julgue os itenssubseqüentes.

Ø O fato de o s u acaris se alimentarem de sementes leva àconclusão de que eles colaboram com a dispersão de sementesna região.

Ù De acord o com o sistema de classificação das espéciesutilizado atualmente, q u e d eriva do sistema binomial criadopor Lineu, no nome cientí fi co do uacari-branco, Cacajaocalvus ca lvus, o termo “ Cacajao” refere-se ao gênero,enq u an t o os termos “ calvus calvus” referem-se à espécie e àsubespécie, respectivamente.

Ú De acordo com a classificação em cinco reinos proposta porWhitaker, o uacari pertence ao reino Monera.

Û Um dos principais componentes da dieta do uacari éconstituído de duas partes principais: o pericarpo, resultantedo desenvolvimento das paredes do ovário, e as sementes.

Ü Os pseudofrutos diferem dos fru tos verdadeiros por nãoapresentarem sementes.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

2 72 72 72 7

Com o auxílio das informações do texto N-I, julgue os itens

seguintes.

Ø Um ser humano que se alimenta exclusivamente de frutas,

como os tucanos, dev e complementar sua dieta por meio da

ingestão de massas.

Ù Para que as aves não t en h am seu vôo prejudicado pela água

da chuva, elas espalham sobre as p en as, com o bico, uma

secreção gordurosa secretada por uma glândula que se localiza

próximo à cauda.

Ú As aves de Mamirauá apresentam moela para a digestão

mecânica dos alimentos, estrutura ausente n o sistema

digestório de mamíferos.

Û O modelo atômico de Thomson pode ser utilizado para

explicar as cores dos tucanos.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 17 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O2 82 82 82 8

Por meio d a i mag em de um uacari projetada em uma folha de papel usando umalente biconvexa delgada, pode-se calcular o seu tamanho H e sua distância O emrelação à lente. Para i sso, é necessário conhecer o tamanho da imagem projetadah e a sua distância i até a lente. Sabendo que a distância focal da lente biconvexaé f, julgue os itens seguintes.

Ø Lentes delgadas biconvexas são divergentes.Ù A distância focal f da lente biconvexa pode ser determinada convergindo raios

solares paralelos sobre uma folha de papel de modo a obter um pon t o demáxima intensidade.

Ú A d i stância O do uacari até a lente é dada pelo produto da distância d aimagem i pela razão entre H e h.

Û O tamanho H do uacari é dado pela equação .

Ü Como a lente é biconvexa, a imagem será direita e v i r t u a l s emp re que adistância O do objeto for maior que distância focal f.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O2 92 92 92 9

Uma pessoa navegando so b re umrio de largura L p ode utilizar oeco do som emitido pelo uacari,loca l izado no ponto P, paradeterminar a distânci a d entreeles, conforme most ra a figura aolado. Sabe-se que a velocidade dosom no ar (assumido como umgás ideal) é dada pela expressão

em q u e ( é a razão entre os calores específicos a pressão e volume constan t es

, R é a co n s t an t e universal dos gases, T é a temperatura absoluta em

graus Kelvin e M é a massa molar do meio gasoso de propagação. Considerandoque, nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP), a v e l o c i d ad e dosom no ar é igual a vs = 332,0 m/s, julgue os itens a seguir.

Ø Nas CNTP, a temperatura é igual a zero grau Kelvin. Ù A velocidade do som a uma temperatura de 40ºC é menor que 332,0 m/s. Ú Com base no diagrama da figura aci ma e co nsiderando )t a diferença de

tempo gasto entre o som vindo d i re t amen te do uacari e o seu eco devido àreflexão do som na margem oposta, conclui-se que a largura L do rio pode serdeterminada pela relação L = vs)t.

Û Conhecendo-se a altura que o uacari se encontra em relação ao rio e ocomprimento L, é correto afirmar que a di s t ân c i a d entre o uacari e onavegador pode ser obtida utilizando-se o teorema de P itágoras.

R A SCU N H OR A SCU N H OR A SCU N H OR A SCU N H O

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 18 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O3 03 03 03 0

Uma das q uestões a ser entendidapelos pesquisadores que atuam emMamirauá diz respeito à percepçãopelos an i mais que vivem emambiente aquático d o s s o n sproduzidos por outros animais nasproximidades das margens do rio.Esse problema pode ser resolvidousando o fato d e que as leis darefl exão e refração são as mesmaspara ondas lumi n o sas e para as

o n d as sonoras. Considerando que a velocidade do som na águaé ig u a l a 1 .5 0 0 m/s e que a velocidade do som no ar é igual a355,5 m/s, à t emperatura ambiente, e a figura acima, julgue ositens subseqüentes.

Ø A condição para que sons externos ao rio sejam transmitid ospara o interior do rio é sen(2ar) < 0,237.

Ù Para ondas sonoras e luminosas, o fenômeno de reflexão totalna interface ar–água ocorre no ar e na água, respectivamente.

Ú As ondas sonoras podem ser polarizadas.Û A luz refletida pela superfície plana do rio pode ser polarizada.Ü Os mamíferos, como o peixe-boi, não têm boa acuid ad e

auditiva dentro da água, pois os ossos ligados ao tímpanonão transmitem o som quando imersos nesse líquido.

R A SCU N H OR A SCU N H OR A SCU N H OR A SCU N H O

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O3 13 13 13 1

Ao remar p ela área alagada de Mamirauá no auge da cheia, osvisitantes têm, abaixo da canoa, um mundo em a tividade nafloresta submersa. A água é caracterizada por conter, neladissolvida, uma grande quantidade de nutrientes ricos emespécies de potássio, magnésio e cálcio. N es s e contexto, julgueos itens subseqüentes.

Ø As moléculas do principal constituinte d o líquido abaixo dacanoa são caracterizadas pela polaridade das ligações i ntra eintermoleculares.

Ù Duas das espécies qu í mi cas citadas contêm átomos queformam substâncias simples com propriedades qu ímicassemelhantes.

Ú Os átomos d o s e lementos, cujas espécies foram citadas, aoformarem ligações com átomos de cloro, sofrem redução.

Û Os óxidos formados quando da dissolução e a conseqüentereação das espécies de cálcio e de magnésio com o o xi g êniodas moléculas da água do rio constituem o que é denominadofunção ou semelhança química.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O3 23 23 23 2

Os lagos de Mamirauáab rigam, en treoutros seres vivos,o p e i x e - b o i

(Trichechus in unguis), oboto - v e rmelho ( I n i ageoffrensis) e o tucuxi( Sotalia fluvia t i l i s) . Nomundo, existem somentequatro espécies de botos quevivem exclusivamente emrios, sendo que o boto-vermelho só é encontrado nos rios daAmazônia. A cor desse animal deve-se ao fluxo sangu íneo emfiníssimos capilares sob a pele e parece estar relacionada à maturidadee às at ividades sexuais. A cor também tem uma relação com aturbidez da água: botos de rios barrentos tendem a ser mais rosados,enquanto os mantidos em cativeiro em água clara perdem, com otempo, a coloração. Uma diferença entre botos e tucuxis é adisposição dos ossos do pescoço. Enquanto no tucuxi as vértebras sefundiram, reduzindo a flexibilidade da cabeça e do pescoço eaumentando a capacidade de acrobacias, no boto-vermelho asvértebras mantiveram independência e certo grau de mobilidade, oque lhes confere menor capacidade de darem saltos para fora d’água.Uma das melhores defesas do peixe-boi contra o homem é acapacidade de permanecer submerso por longos períodos quando operigo o ameaça. Esses animais têm taxa de metabolismo 50% maisbaixa que o normal para animais do mesmo porte e podem ficarsubmersos até por uma hora, sem terem de vir à superfície respirar.

Com o auxílio do texto acima, julgue os itens que se seguem.

Ø P o r serem aquáticos, tanto o boto-vermelho como o tucuxirespiram por meio de brânquias e os seus corações sãocompostos por dois átrios e um ventrículo.

Ù À semelhança do qu e o co rre com o tucuxi, a espécie humanatambém apresenta fusão de vértebras; neste caso, das ú l t i masvértebras da coluna vertebral, formando o sacro e o cóccix.

Ú A cor rosada dos botos é causada pela pres en ça dehemoglob i n a n os leucócitos, que é um dos componentesnão-celulares do sangue que circula pelos capilares.

Û Apesar da redução de metabolismo , o peixe-boi conseguemanter a homeostase.

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Texto N-II – questões 33 e 34

Ocomportamento dos botos de Mamirauá vem sendo estudado desde1994. Devido a dificuldades de se distinguir indivíduos nas águasbarrentas dos lagos da várzea, utilizam-se técn icas de marcação

especiais e, em alguns casos, a colocação de radiotransmissores. Taisaparelhos emitem sinais de rádio periodicamente, que são então captados poruma estação receptora localizada junto ao pesquisador, marcada com oponto P no mapa da figura ao lado. A melhor recepção do sinal de rádio éobtida para um ponto de emissão tal que as ondas captadas pelo pesquisadorpor reflexão na ionosfera e por t ransmissão direta do radiotransmissorinterfiram-se construtivamente, como representa o esquema acima. Oradiotransmissor emite ondas eletromagnéticas senoidais na freqüência de 5,0MHz. A distância do radiotransmissor à ionosfera é D1 = 44 km. Considereque há interferência construtiva no ponto P quando a diferença de caminhospercorridos pelas ondas refletida e transmitida é igual a 1.000 comprimentosde onda e que a velocidade da luz no vácuo é igual a 300.000 km/s.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O3 33 33 33 3Com base nas informações do texto N-II, escolha apenas uma das

opções a seguir e faça o q u e s e p ede, desprezando, para amarcação na folha de respostas, a parte frac i o n ária do resultadofinal obtido, após efetuar todos os cálculos solicitados.

(a) Calcu l e , em metros, o comprimento de onda da onda derádio mencionada. (valor = 0,5 ponto)

(b) Calcule, em km, a distância do boto-vermelh o ao aparelhoreceptor localizado no ponto P . (valor = 0,7 ponto)

(c) Utilizando a régua impressa no rodapé da folha de rascunho,determine o número d o boto mais provável, mostrado nomapa, que está sendo monitorado pelo pesquisador si t u adono ponto P . Para efeito de medida, considere o ponto P nao r i gem do sistema de eixos e os pontos desenhados n o scentros dos botos. (valor = 1,0 ponto)

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O3 43 43 43 4

No mapa do texto N-II, está esquemati zado um sistema deco ordenadas cartesianas de origem P . Considerando as posiçõ esdos botos representadas no mapa pelos pontos numerados de 1 a8, julgue os itens que se seguem.

Ø É possível encontrar uma função do tipo , a ,ú+, cujo gráfico passa pelos pontos 6 e 7.

Ù É possível encontrar uma função do tipo , a , ú+,cujo gráfico passa pelos pontos P e 2.

Ú É possível encontrar uma função periódica, de período B, cujográfico passa por P e pelo ponto 7.

Û Não existe nenh uma função trigonométrica cujo gráfico passepor todos os pontos correspondentes às posições dos botos.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 20 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O3 53 53 53 5

Em Mamirauá, nos 260 mil hectares onde o manejo sustentáveljá está implantado, vivem 6 .500 ribeirinhos. Eles estãoaprendendo, com pesquisadores e técnicos, a incluir a variável

de sustentabilidade em suas atividades tradicionais — pesca, extraçãode madeira e agricultura f amil iar — além de experimentar novasatividades de baixo impacto ambiental, geradoras de emprego erenda, como o ecoturismo, o extrativismo de sementes oleaginosas eo artesanato. Das sementes oleaginosas, obtêm-se óleos cujaconstituição é caracterizada por moléculas que apresentam duplasligações carbono-carbono. Sabe-se que o número atômico docarbono é 6, o qual, ao se ligar a quatro átomos de hidrogênio,forma uma molécula cuja forma geométrica é um poliedro regular.

Com base nas informações do texto acima, julgue os itens que s eseguem.

Ø As duplas ligações identificadas em moléculas das substânciasobtidas das sementes oleaginosas são caracterizadas pelatransferência de pares de elétrons entre átomos de carbono.

Ù O prop en o é um exemplo de hidrocarboneto que contém omes mo tipo de ligação que aquela apresentada nas moléculasdos óleos extraídos de sementes oleaginosas.

Ú Os átomos que formam as ligações duplas citadas constituemsubstâncias denominadas orgânicas por serem produzidassomente por organismos biológicos.

Û O pol i ed ro mencionado no texto tem três pares de arestasreversas.

Ü O poli edro mencionado no texto admite seis planos desimetria, cada um deles passando pelo ponto médio de umaaresta.

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As populações humanas locais ajudam a preservar Mamirauá,mediante seu envolvimento nas atividades de pesquisa,extensão e manejo da unidade. A agricu ltu ra constitui a

atividade mais tradicional no cotidiano das populações ribeirinhas.A atividade agrícola de maior expressão é o cultivo de mandioca paraprodução de farinha, elemento básico na alimentação doscomunitários. Existem diferentes tipos de mandioca, a maior partevenenosa, devido à presença de ácido cianídrico.

Julgue os itens a seguir, considerando o texto acima.

Ø Quando d i s s o l vida em água e submetida a testes comindicad ores, a substância presente em mandiocas venenosasapresenta pH menor q u e o identificado em testes similarescom água pura.

Ù De acordo com a t eo r i a de Arrhenius, a substância presenteem mandiocas venenosas, quando di s s o l vida em água,produz, além do cátion H+, o ânion cianeto.

Ú Uma maneira de neutralizar a substância presente na mandiocavenenosa, para fins não-alimentícios, é utilizar uma soluçãoaquosa de amônia.

Û Sabendo que os números atômicos do hidrogênio, do carbonoe do nitrogên io são, respectivamente, 1, 6 e 7, e utilizando ateoria da repulsão dos pares de elétrons da camada devalência, con c l u i - se que o ângulo formado entre as ligaçõesdos átomos nas moléculas do ác i do citado é de 104o,desprezando-se a parte fracionária.

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3 73 73 73 7

Em Mamirauá, a farinha de mandioca é torrada sobre um tipo detacho que é aproximadamente esférico (figura acima) e dispostosobre um forno de barro de forma cilíndrica. De acordo com as

leis da termodinâmica, tem-se que, para pequenas variações detemperatura )T, a dilatação linear — R — em um sólido decomprimento inicial R0 é determinada pela expressão: R = R0 (1 + ")T), em que " é uma constante que depende do material.

Os dados geométricos de interesse a respeito do tacho usadopara a torrefação da farinha são o volume e a área. Para calcular essesdados, pode-se usar o princípio de Cavalieri.

A partir dessas informações, julgue os itens subseqüentes.

Ø De acordo com o p rincípio de Cavalieri, se dois sólidos têmmesmo volume e mesma altura, então as áreas das seçõestransversais determinadas em cada sólido por um mesmoplano que os intercepta são iguais.

Ù O volume V do tacho esquematizado é igual ao volume deum cone circular reto cujo raio da base é r e a altura h.

Ú Considere dois sólidos apoiados sobre um plano P cujas áreasdas seções determinadas por um mesmo plano para l e lo a Psão proporcionais . E n t ão, de acordo com o princípio deCaval i eri, os volumes desses sólidos têm entre si essa mesmaproporção.

Û Supondo que a dilatação em uma dada direção do tacho varialinearmente com a diferença de temperatura ()T) e, ainda, queo material usado na sua fabricação é isotrópico e homogêneo,a dilatação superficial, devido ao aumento da temperatura, étamb ém dada por uma função linear de )T, desprezando-se otermo de grau 2.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 21 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

Cevaciclo: tecnologia desenvolvida para a produção de farinha.

hipsômetro

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Oforno cilíndrico que sustenta o tacho utilizado na produçãode farinha tem raio externo r = 80 cm e raio internor' = 70 cm. Sua altura é de 1 m.Ribeirinhos que trabalham na torrefação afirmam não terem

suas pernas isoladas do calor transmitido pelo forno, que, no seuinterior, atinge temperaturas de 330ºC. Na falta de um termômetro,visando determinar o valor associado à condutividade térmica cujosefeitos são sentidos pelos ribeirinhos, utilizou-se um bloco de gelo de680 g. Ao se encostar o bloco de gelo na parede externa do forno,observou-se que o mesmo fundiu totalmente em 40 s. Considerandoque o calor de fusão do gelo LF é igual a 80,0 cal/g, que ocoeficiente de condutividade térmica do material usado naconstrução do forno (K) é igual a 0,001 cal/(s × cm × oC) etomando 3,14 como valor aproximado para B, julgue os itens quese seguem.

Ø No processo de fusão do gelo, o calor recebido por esse édenominado calor latente de fusão.

Ù O calor não passa espontaneamente de um corpo paraoutro de temperatura mais alta é um dos possíveisenunciados da segunda lei da termodinâmica.

Ú O fluxo de calor do for n o p a ra o bloco de gelo é menor que1,0 kcal/s.

Û A área lateral externa do forno é superior a 6,0 m2. Ü A temperatura na parede externa do forno de torrefação é maior

que 50oC.

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Outra fonte de renda e de alimento dos ribeirinhos é o peixe.A reserva possui mais de 300 espécies de peixes catalogadas,incluindo os peixes ornamentais. Entre os recursos naturaisde particu lar importância em Mamirauá, estão o peixe

pirarucu (Arapaima gigas), o jacaré- açu (Melanosuchus niger) e apirapitinga (Piaractus brachyhypomus).

Considerando o texto acima, julgue os itens subseqüentes.

Ø A linha lateral é um órgão senso r i al exclusivo dos peixes,utilizado para a captação de vibrações na água.

Ù P eixes ósseos ou osteíctes possuem esqueleto ósseo formadopor tecido semelhante ao esqueleto dos mamíferos.

Ú O esqueleto dos peixes cartilaginosos (condríctes) é formadopo r t e cido conjuntivo, da mesma forma que os ossos demamíferos. P orém, nesses peixes, esse tec i d o conjuntivoapresenta maior elasticidade.

Û Após ser cortado e aberto um peixe, pode-se observar, se m oauxílio de equipamentos, os seguintes níveis de organização:indivíduo, órgãos e tecidos.

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Algumas das espécies mais importantes das madeiras tropicaissão encontradas nas áreas protegidas da reserva Mamirauá.O recurso madeireiro é tradicionalmente utilizado pelascomunidades locais para benfeitoria ou comercialização. Essa

atividade tem importância fundamental, principalmente durante acheia, quando as principais atividades econômicas da várzea sãointerrompidas.

A exploração da madeira exige que seja feito umlevantamento prévio de tamanho e cubagem das árvores a seremderrubadas. Portanto, é preciso medir a altura do fuste, isto é, aaltura do tronco até o início da copa. Para efetuar essa medição dealtura, existem basicamente do is métodos: o geométrico e otrigonométrico. Entre os vários instrumentos usados no métodogeométrico, destaca-se o hipsômetro de Christen. Esse instrumentoconsiste de uma régua graduada com 30 cm entre suas aberturas.O hipsômetro deve ser usado junto com um gabarito encostado naárvore a ser medida, como ilustrado na figura acima, e o olho doobservador deve estar situado no ponto O.

A partir dessas informações, julgue os itens seguintes.

Ø É possíve l e s t i mar a idade de uma árvore contando os anéisde crescimento, porém, esses anéis são pouco e v i dentes emárvores tropicais, em decorrência da pouca alteração climáticaao longo do ano.

Ù P ara se medir a altura da árvore ilustrada, é necessário que osegmento OC da figura esteja paralelo ao chão.

Ú P ara se medir a altura da árvor e, é necessário que o segmentoDE da figura esteja perpendicular ao chão.

Û P ara que o hipsômetro seja utilizado corretamente para medira altura da árvore, o segmento DE deverá estar paralelo a osegmento AB.

Ü N a fi g u r a , se DE = 30 cm, AF = x cm e CB = 3 m, en t ã o ocomprimento da árvore medido pelo h i psômetro é igual a

metros.

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UnB / CESPE – PAS Subprograma 2002 – Segunda Etapa – Aplicação 6/12/2003Caderno de Prova – 22 – É permitida a reprodução somente para fins didáticos, desde que citada a fonte.

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4 14 14 14 1

Atradição de produzir objetos artesanais para uso doméstico,como as vasilhas de barro de Mamirauá, é herança ameríndia.As mulheres artesãs, ou barreiras, produzem vasilhas de barro:

panelas, fogareiros, assadeiras e vasos. A figura acima ilustra umdesses potes, feito de barro, utilizado para armazenar água limpa. Noesquema do pote, podem-se distinguir dois tipos de sólidos: umtronco de cone justaposto a um tronco de esfera, em que r1 e r2 são

os raios da base maior e menor da seção da esfera de raio R = r2.

Para esse pote, r2 = 3r1, h1 = 4r1 e r1 é também o raio de base dopote.

Considerando que a área da superfície de um cone circular reto degeratriz L e raio da base r é igual a BrL, escolha apenas uma dasopç õ e s a seguir e faça o que se pede, desconsiderando, para amarcação na folha de respostas, a parte fracionária do re s u l tadofinal obtido, após efetuar todos os cálculos solicitados.

(a) S e r ad e se h2 é a distância de O à base do pote,

calcule o valor de . (valor = 0,5 ponto)

(b) Calcule o valor de , em que A é a área lateral do tronco

de cone que fo r ma a parte inferior do pote esquematizado.(valor = 1,0 ponto)

QU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã OQU EST Ã O

4 24 24 24 2

Abiologia da grande maioria das espécies de peixes de interesse

comercial já é conhecida. Por meio de experimentos de

marcação e recaptura, tem-se buscado estimar o tamanho e

a quantidade de uma das espécies nos lagos de Mamirauá.

Paralelamente, está sendo feito um estudo sobre os hábitos

alimentares da espécie. Para estabelecer uma relação entre o

comprimento L do peixe, medido em centímetros, e sua massa M,

medida em quilogramas, foi usada a relação Rn(M) = a + b Rn(L),

em um estudo desenvolvido entre 1993 e 1995 por H.L. Queiroz

e A.D. Sardinha. Os coeficientes a e b diferem para machos e

fêmeas. Para fêmeas, tem-se a = af = !8,368 e b = bf = 2,363

e, para machos, a = am = !11,41 e b = bm = 2,947. A relação

entre o comprimento L, em cm, e a idade t, em anos, foi obtida, por

meio de dados empíricos, quando, então, se chegou à relação

L(t) = 311,7 × (1!e!0,14t), em que e representa a base dos

logaritmos neperianos.

Estratégias para manejo de recursos pesqueiros em Mamirauá. Editadopor H.L. Queiroz e W.G.R. Cramp t on, CNPq (com adaptações).

Considerando as informações do texto acima, julgue os itens que

se seguem.

Ø Fêmeas e machos desses peixes atingem o mesmo tamanho

e a mesma massa q u ando suas idades são iguais a

.

Ù As fêmeas dessa espécie de peixe c rescem mais rapidamente

que os machos.

Ú Existem instantes t1 e t2, com t1 < t2, tais q u e M ( t 1 ) > M(t2).

Û P ara se determinar os valores dos coeficientes a e b, bas t a

conhecer a massa e o comprimen t o d e d ois peixes distintos.

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Texto N-III – questões 43 e 44

Avida dos ribeirinhos no Mamirauá não é só de maravilhas. O acessoaos postos de saúde é limitado. Não há desnutrição, mas há muitosproblemas relacionados à falta de saneamento básico e à perdageneralizada dos dentes. A malária é um problema grave na região,

pois 38,6% da população tem ou já teve a doença. Verminoses e acidentesofídicos também são relativamente comuns. Em Mamirauá são realizadoscursos para parteiras, capacitando-as a orientar as gestantes da comunidadeem partos que não apresentem complicações clínicas. Casos que necessitemde diagnósticos mais elaborados podem ser levados a cidades maiores, comoTefé, onde existem postos equipados com aparelhos de raios X, que utilizamcomo fonte o césio-137.

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Considerando o texto N-III, julgue os itens a seguir, relativos à saúde dacomunidade.

Ø Durante um parto normal, a placenta será expelida antes do feto. Ù O uso indevido d e h o r mônios esteróides por uma mulher de

Mamirauá que desej a e n g ravidar poderá dificultar ou até mesmoimpedir a gravidez.

Ú Ao ser picado por uma cobra, um ribe i r i n ho de Mamirauá devereceber rapidamente a v a c i n a antiofídica para que seu sistema imuneseja capaz de produzir anticorpos contra os componentes da peçonha.

Û A sífilis, uma DST causada por v írus, não será evitada com o uso depreservativos por parte dos ribeirinhos.

Ü Tanto a malária quanto a febre-amarela, doenças endêmi c a s na regiãode Mamirauá, têm como vetores animais da classe Arachnida.

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Ainda considerando o texto N-III, julgue os itens seguintes, rela t i vos àsaúde da comunidade.

Ø Aparelhos de raios X não devem ser instalados em Mamirauá, poiscontêm uma fonte radioativa.

Ù A manipulação inadequada de uma fonte de raios X causou, há algunsanos, um grave acidente em uma capital brasileira.

Ú As pesquisas que resultaram na c o mp r eensão dos raios Xcontribuíram para a elaboração do modelo atômico de Thomson.

Û Sabendo que os raios X diferenciam-s e dos raios gama somente naorigem — os raios X provêm da eletrosfe ra do átomo e os raios gamatêm origem nuclear —, conclui-se que os raios X não possue m massanem carga elétrica.

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Sabendo que a meia-vida do césio-137 é igual a 30 anos e que a equação

da constante de velocidade de primeira ordem é dada por ,

escolha apenas uma das opções a seguir e faça o q u e s e pede,desconsiderando, para a ma r c a ç ã o na folha de respostas, a partefracionária do resultado final obtido, após efe t uar todos os cálculossolicitados.

(a) Calcule, em ano!!!! 1, o valor numérico da constante de v e l o c i d ade dep r i me i ra ordem para a reação de decaimento do césio-137 .Multiplique o valor encontrado por 104. (valor = 0,5 ponto)

(b) Calcul e a fração de átomos de césio-137 que terá decaído após2 1 .9 0 0 d i as. Multiplique o valor encontr a d o p o r 1 0 3 .(valor = 0,7 ponto)

(c) Calcule, em gramas, a massa inicial de césio-137 necessári a p ara,ap ó s 2 1 .9 0 0 d i a s , a i n d a restar 0,5 mol desses átomos.(valor = 1,0 ponto)

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