2004 cbf poster crioconservação

1
RESULTADOS E DISCUSSÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO P. nitida comportou-se como recalcitrante, com danos quando as sementes foram secas a menos de 22% de umidade. A criopresevação provocou ruptura do tegumento das sementes. Independente da umidade, a germinação e a emergência não ocorreram. P. serrato-digitata mostrou-se intermediária, aceitando secagem até o nível de 15% de umidade, mas com redução de germinação após criopreservação. Não houve efeito do frio sobre o comprimento das plântulas. Em P. edulis, o maracujá-roxo e o roxinho-miúdo tiveram redução na germinação e no comprimento das plântulas após o frio, tendo o primeiro se beneficiado na emergência (Tabela 1). Para o m-amarelo e o maçã, o frio foi benéfico para a maioria das características avaliadas (Tabela 1). De forma geral, a criopreservação pode ser utilizada para esta espécie, sem a necessidade de crioprotetores e sem prejuízo à qualidade das sementes (Tabela 1). Novas pesquisas devem avaliar melhor o Nível Crítico de Umidade na Criopreservação (NCUC), por genótipo. Os dados sugerem que o genótipo é mais determinante que a umidade de armazenamento. CRIOPRESERVAÇÃO DE SEMENTES DE TRÊS CRIOPRESERVAÇÃO DE SEMENTES DE TRÊS ESPÉCIES DE MARACUJAZEIRO ESPÉCIES DE MARACUJAZEIRO LAURA MARIA MOLINA MELETTI 1 ; WILSON BARBOSA 1 ; RENATO F. de A. VEIGA 1 1 INSTITUTO AGRONÔMICO (IAC) – C. Postal 28, CEP: 13001-970 Campinas, SP ([email protected]) INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Os Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs) têm mantido ex situ parte da grande diversidade genética do gênero Passiflora, com altos custos de manutenção, problemas fitossanitários e climáticos, que podem acelerar a erosão genética, especialmente de genótipos exóticos. A manutenção de BAGs in vitro carece de protocolos de regeneração e conservação, que limitam seu uso intensivo, além de exigir infra-estrutura e mão-de-obra especializadas. A criopreservação tem sido uma técnica eficiente para a conservação de recursos fitogenéticos, especialmente aqueles com sementes recalcitrantes ou intermediárias. Conserva uma estrutura vegetal a temperatura ultra-baixas (-196° a –150 °C), paralisando o metabolismo e impedindo sua deterioração fisiológica. Mas não se sabe ainda como a maioria das espécies se comporta em relação ao congelamento. OBJETIVO: avaliar a qualidade fisiológica de sementes de três espécies de maracujá submetidas à criopreservação,com diferentes umidades de armazenamento, a fim de estabelecer protocolos para a criopreservação. CONCLUSÔES CONCLUSÔES Nos genótipos com sementes recalcitrantes ( P. nitida) ou intermediárias (P. serrato-digitata), a criopreservação não favorece a qualidade fisiológica das sementes. Nos genótipos comerciais com alta taxa de germinação, beneficia a emergência em viveiro e a própria germinação. A criopreservação em Passifloras deve ser estudada por genótipo, dado ao comportamento diferencial observado. MATERIAL E MÉTODOS MATERIAL E MÉTODOS Três genótipos distintos: P. serrato-digitata; P. nitida e P. edulis (maracujá-roxo; roxo-miúdo; amarelo e maçã) Dois níveis de umidade: inicial e 20% Armazenamento em temperatura ambiente ou com criopreservação (tambores com nitrogênio líquido a -196 º C, por 10 dias, seguidos de 24 h em ambiente de –20° C e 5 °C. Após tratamento, as sementes permaneceram 3 dias em condições de laboratório. Testes de avaliação de qualidade foram feitos em seguida. Delineamento inteiramente ao acaso, com 4 repetições e 50 sementes por tratamento, em cada condição de umidade. Avaliações: teste de germinação padrão (TPG) e vigor, pela primeira contagem do TPG, comprimento de plântula e emergência em viveiro (%E), aos 30 dias após a semeadura. Figura 1. maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa TABELA 1. Valores médios dos testes de germinação, emergência em viveiro e comprimento de plântulas, indicativos da qualidade das sementes de seis acessos de Passiflora, sob duas umidades, submetidos ou não a criopreservação em nitrogênio líquido a (-196ºC), por 10 dias. Umidade mínima das sementes = 20%. Campinas, safra 2004. Germinação TPG (%) Emergência Viveiro (%) Comprimento plântula (cm) Espécie (tipo) ambiente CRIO ambiente CRIO ambiente CRIO 1. P. nitida 0,00 0,00 0,00 0,00 - - 2. P. serrato-digitata 11,5 d 7,2 d 0,00 0,00 7,92 B 8,81 B 3. P. edulis (roxo-miúdo) 50,0 c 44,2 c 0,00 0,00 9,81 A 9,60 A 4. P. edulis (roxo) 95,0 a 82,0 b 6,7 b 12,3 a 9,95 A 9,09 A 5. P. edulis (amarelo) 85,5 b 98,0 a 38,3 a 40,0 a 8,12 B 8,83 B 6. P. edulis (maçã) 94,0 a 100,0 a 8,27 b 16,6 a 9,00 A 7,99 B Médias seguidas pela mesma letra na horizontal não diferem entre si, pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Popilho: Popilho: Figura 2. maracujá- maçã (Passiflora edulis) Figura 3. maracujá-roxo (Passiflora edulis)) Figura 4. Passiflora nitida

Transcript of 2004 cbf poster crioconservação

Page 1: 2004 cbf poster crioconservação

RESULTADOS E DISCUSSÃORESULTADOS E DISCUSSÃO

P. nitida comportou-se como recalcitrante, com danos quando as sementes foram secas a menos de 22% de umidade. A criopresevação provocou ruptura do tegumento das sementes. Independente da umidade, a germinação e a emergência não ocorreram.

P. serrato-digitata mostrou-se intermediária, aceitando secagem até o nível de 15% de umidade, mas com redução de germinação após criopreservação. Não houve efeito do frio sobre o comprimento das plântulas.

Em P. edulis, o maracujá-roxo e o roxinho-miúdo tiveram redução na germinação e no comprimento das plântulas após o frio, tendo o primeiro se beneficiado na emergência (Tabela 1). Para o m-amarelo e o maçã, o frio foi benéfico para a maioria das características avaliadas (Tabela 1). De forma geral, a criopreservação pode ser utilizada para esta espécie, sem a necessidade de crioprotetores e sem prejuízo à qualidade das sementes (Tabela 1).

Novas pesquisas devem avaliar melhor o Nível Crítico de Umidade na Criopreservação (NCUC), por genótipo. Os dados sugerem que o genótipo é mais determinante que a umidade de armazenamento.

CRIOPRESERVAÇÃO DE SEMENTES DE TRÊS CRIOPRESERVAÇÃO DE SEMENTES DE TRÊS ESPÉCIES DE MARACUJAZEIROESPÉCIES DE MARACUJAZEIRO

LAURA MARIA MOLINA MELETTI1; WILSON BARBOSA1; RENATO F. de A. VEIGA 1

1 INSTITUTO AGRONÔMICO (IAC) – C. Postal 28, CEP: 13001-970 Campinas, SP ([email protected])

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Os Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs) têm mantido ex situ parte da grande diversidade genética do gênero Passiflora, com altos custos de manutenção, problemas fitossanitários e climáticos, que podem acelerar a erosão genética, especialmente de genótipos exóticos. A manutenção de BAGs in vitro carece de protocolos de regeneração e conservação, que limitam seu uso intensivo, além de exigir infra-estrutura e mão-de-obra especializadas.

A criopreservação tem sido uma técnica eficiente para a conservação

de recursos fitogenéticos, especialmente aqueles com sementes

recalcitrantes ou intermediárias. Conserva uma estrutura vegetal a

temperatura ultra-baixas (-196° a –150 °C), paralisando o metabolismo e

impedindo sua deterioração fisiológica. Mas não se sabe ainda como a

maioria das espécies se comporta em relação ao congelamento.

OBJETIVO: avaliar a qualidade fisiológica de sementes de três

espécies de maracujá submetidas à criopreservação,com diferentes

umidades de armazenamento, a fim de estabelecer protocolos para a

criopreservação.

CONCLUSÔESCONCLUSÔESNos genótipos com sementes recalcitrantes (P. nitida) ou intermediárias (P. serrato-digitata), a criopreservação não favorece a qualidade fisiológica das sementes. Nos genótipos comerciais com alta taxa de germinação, beneficia a emergência em viveiro e a própria germinação.

A criopreservação em Passifloras deve ser estudada por genótipo, dado ao comportamento diferencial observado.

MATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOS

Três genótipos distintos: P. serrato-digitata; P. nitida e P. edulis (maracujá-roxo; roxo-miúdo; amarelo e maçã)

Dois níveis de umidade: inicial e 20%

Armazenamento em temperatura ambiente ou com

criopreservação (tambores com nitrogênio líquido a -196 º C,

por 10 dias, seguidos de 24 h em ambiente de –20° C e 5 °C.

Após tratamento, as sementes permaneceram 3 dias em

condições de laboratório. Testes de avaliação de qualidade

foram feitos em seguida.

Delineamento inteiramente ao acaso, com 4 repetições e

50 sementes por tratamento, em cada condição de umidade.

Avaliações: teste de germinação padrão (TPG) e vigor,

pela primeira contagem do TPG, comprimento de plântula e

emergência em viveiro (%E), aos 30 dias após a semeadura.

Figura 1. maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa

TABELA 1. Valores médios dos testes de germinação, emergência em viveiro e

comprimento de plântulas, indicativos da qualidade das sementes de seis acessos de

Passiflora, sob duas umidades, submetidos ou não a criopreservação em nitrogênio

líquido a (-196ºC), por 10 dias. Umidade mínima das sementes = 20%. Campinas, safra

2004.

Germinação

TPG (%)

Emergência

Viveiro (%)

Comprimento

plântula (cm)

Espécie

(tipo) ambiente CRIO ambiente CRIO ambiente CRIO

1. P. nitida 0,00 0,00 0,00 0,00 - -

2. P. serrato-digitata 11,5 d 7,2 d 0,00 0,00 7,92 B 8,81 B

3. P. edulis (roxo-miúdo) 50,0 c 44,2 c 0,00 0,00 9,81 A 9,60 A

4. P. edulis (roxo) 95,0 a 82,0 b 6,7 b 12,3 a 9,95 A 9,09 A

5. P. edulis (amarelo) 85,5 b 98,0 a 38,3 a 40,0 a 8,12 B 8,83 B

6. P. edulis (maçã) 94,0 a 100,0 a 8,27 b 16,6 a 9,00 A 7,99 B

Médias seguidas pela mesma letra na horizontal não diferem entre si, pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade.

Popilho:Popilho:

Figura 2. maracujá-maçã (Passiflora edulis)

Figura 3. maracujá-roxo (Passiflora edulis))

Figura 4. Passiflora nitida