2005.Palmeira&Campos.PeriodizaçãoTreinamentoSurfistCompet.RevBaianaEducFís.pdf

7/29/2019 2005.Palmeira&Campos.PeriodizaoTreinamentoSurfistCompet.RevBaianaEducFs.pdf

1/13

presente trabalho refere-se a um estudo de caso onde o objetivo

principal ressaltar, e apresentar, a relevncia da periodizao

do treinamento fsico para o aumento do desempenho tcnico

do surfista competidor. Tal pesquisa alicerada pelos princpios

cientficos do treinamento desportivo em paralelo s bases da

fisiologia do exerccio e as qualidades fsicas, gerais e especficas, que

compem a modalidade. O estudo composto por captulos que se

complementam abordando as qualidades fsicas gerais e especficas,culminando com a periodizao do treinamento fsico e os resultados obtidos

durante o processo de aplicao do mesmo. Chegamos concluso de que

de suma importncia periodizar, e executar, o treinamento fsico especfico

para aumentar o desempenho do atleta de surf em competies, assim como

em qualquer processo de treinamento onde o objetivo a evoluo geral do

atleta ou da equipe.

The present production makes

reference to a course of study

that the main target is to

emphasize and present itself,

the pertinence of making the

physical training in cycles to

increase the techinic of a

competitive surfer. Such

research is based on scientific

sources of the sporting

training. Attached to the

exercice physiology basis and

the physical grades. General

and specific, which make upthe modality. The course of

study is formed by chapters

that completes each other

dealing with general physical

grades and the specific,

heading with a cycling

physical training and the other

a chieved results. We finish

that is very important make

the physical training in cycles

and accomplish the specific

drill to increase thecompetitive surfer's

performance as in any other

training program. Where as

the target is the general

development of the athlete or

even the team.

AbstractAbstractAbstractAbstractAbstract

Surf Competitivo, Treinamento Fsico, Periodizao.

Palavras-Chave:Surfing, Contest, Physical Training,Physical Grades, Training Cycling.

Resumo

PERIODIZAO PPERIODIZAO PPERIODIZAO PPERIODIZAO PPERIODIZAO PARA O TREINAMENTO FSICOARA O TREINAMENTO FSICOARA O TREINAMENTO FSICOARA O TREINAMENTO FSICOARA O TREINAMENTO FSICODE SURFISTDE SURFISTDE SURFISTDE SURFISTDE SURFISTAS COMPETIDORESAS COMPETIDORESAS COMPETIDORESAS COMPETIDORESAS COMPETIDORES

THE PHYSICAL TRAINING IN CYCLES TO

INCREASE THE TECHINIC OF

A COMPETITIVE SURFER

1 Mestrando em Educao FsicaUniversidade So Judas Tadeu, So Paulo.

Especialista em Treinamento DesportivoUniversidade Federal da Bahia.

Graduado em Educao FsicaUniversidade Federal da Bahia.

2 Prof. Dr. Livre DocenteAmerican World University,

Prof. AdjuntoUniversidade Federal da Bahia - UFBA.

Prof. TitularUniversidade Catlica - UCSAL,

Orientador do Curso de Especializao emAtividade Fsica e Sade

Universidade Federal da Bahia - UFBA.Grupo de Pesquisa em Educao Fsica e Sade

Universidade Federal da Bahia - UFBA.

ORIGINALORIGINALORIGINALORIGINALORIGINAL

3

Marcus Vincius Palmeira 1

Key Words:

OO

Helio Jos Bastos Carneiro de Campos 2


2/13


3/13Revista Baiana de Educao Fsica, v. 6, n. 1, jan/jul 2005 25

I, onde abordamos o tema: 'Qual a relevnciado acompanhamento tcnico qualificado parasurfistas competidores na Bahia?' com o qualtivemos a felicidade de concluir a graduao nocurso de Educao Fsica na UniversidadeFederal da Bahia no ano de 1999. A pesquisafoi realizada com 40 competidores do circuito

baiano de surf em todas as categorias entre osdias 12 de setembro e 22 de novembro de 1998.Onde 52% dos atletas entrevistados competiamna categoria Pr/Am; desse total, 57% afirmaramno fazerem nenhum tipo de treinamento fsicopara acompanhar a prtica do surf. Os 43%restantes praticavam algum esporte paralelo,s en do q ue n o h av ia n en hu m t ip o d etreinamento especfico para o surf competitivo.

Sendo a preparao fsica um dos quatro

pilares que devem compor uma proposta detreinamento, em qualquer modal idadedesportiva, seguida pela preparao tcnica,preparao ttica e a parte complementar, queengloba a parte nutricional e psicolgica doatleta; torna-se evidente a necessidade dedispensar uma ateno especial a mesma paraque se possa avanar no processo deassimilao dos contedos que fazem parte doconjunto tcnico-ttico. Havendo equilbrio entreesses quatro pontos o treinador poder conduzir

o atleta com uma maior margem de seguranaa a lc an a r s ua p er fo rm an ce p le na n amodalidade em que compete.

Este trabalho foi delineado a partir do temaproblema que promove uma reflexo sobre 'Quala relevncia da periodizao para o treinamentofsico objetivando o aperfeioamento daperformance tcnica de surfistas competidores?'.Sendo esta proposta analisada atravs doreflexo exercido pelo treinamento fsico sobre aevoluo do desempenho tcnico do atleta, ondeanalisamos todos os fenmenos em tempo real.Entre os objetivos traados com tal investigaoesto os seguintes:

Apresentar uma periodizao det re in am en to f s ic o pa ra s ur fistascompetidores da categoria profissional apartir das qualidades fsicas especficas edos critrios de avaliao utilizados parajulgar esta categoria nos eventos de surfdos circuitos estaduais, nacional e mundial.

Aprimorar a performance fsica docompetidor visando aumentar o rendimentocardiovascular e neuromuscular relacionados prtica do surf;

A primorar as capacidadesneuromuscular e cardiovascular com autilizao de trabalhos de musculao,

natao, hidroginstica e outros mtodosde trabalhos localizados priorizando utilizarformas de treinamento mais especficaspossveis da prtica do surf competitivo.

A diret riz metodo lgica util izad a napresente proposta de trabalho consistiu emrealizar uma investigao que se caracteriza emser um estudo de caso fundamentado emevidencias de observaes diretas ondepudemos analisar os fenmenos em tempo real.

QUQUQUQUQUALIDALIDALIDALIDALIDADES FSICADES FSICADES FSICADES FSICADES FSICAS UTILIZADAS UTILIZADAS UTILIZADAS UTILIZADAS UTILIZADAS NOAS NOAS NOAS NOAS NOSURF COMPETITIVOSURF COMPETITIVOSURF COMPETITIVOSURF COMPETITIVOSURF COMPETITIVO

Ao iniciar o planejamento da periodizaode treinamento fsico em determinada modalidadeesportiva, na qual objetiva-se uma elevaogradativa na performance tcnica de um atleta, ouuma equipe, prioritrio identificar qual o sistemaenergtico predominante durante sua evoluoprtica, e quais as qualidade fsicas que compea modalidade que se prope trabalhar, para comisso obter resultados positivos com o processo detreinamento. Aps a identificao das qualidadesfsicas, deve o preparador fsico dividi-las em:gerais, que so todas as qualidades presentes naprtica da modalidade; e especficas, que soaquelas qualidades fsicas mais importantes eimprescindveis para que se possa alcanar umaboa performance desportiva com alto nvel tcnico.

nessa fase de planejamento que h a

necessidade do preparador fsico definir quaissero os protocolos de testes que devero serrealizados com o atleta para avaliar seu estadofsico antes de iniciar o processo de treinamento,na fase de testes diagnsticos, e sua evoluodurante o perodo de treinos com a execuodos testes de controle, realizados no decorrerdo treinamento com o objetivo de avaliar aevoluo do atleta e, tambm, os mtodos ecargas de treino que esto sendo utilizadasdurante os treinamentos.


4/13Revista Baiana de Educao Fsica, v. 6, n. 1, jan/jul 200526

Para elaborar uma periodizao detreinamento fsico especfico para um surfistacompet idor, a lm de levar em conta asparticularidades dos sistemas energticospreponderantes e as qualidades fsicas utilizadasna prtica do surf, o treinador dever relacion-las com as bases da fisiologia do exerccio e os

princpios cientficos do treinamento desportivo,que so os alicerces para se conquistar osobjetivos desejados com o treinamento emqualquer modalidade desportiva. No podemosdeixar de ressaltar tambm que na elaboraode um programa de treinamento da preparaofsica para o surfista competidor, devem serlevadas em conta as peculiaridades do esporteem todas as suas dimenses praticas, comotambm outros aspectos que devero serintegrados ao programa como a alimentao, os

equipamentos tcnicos e suplementares para ostreinos fsicos, o acompanhamento psicolgicoe o equilbrio entre as sesses de treinos fsico,tcnicos e tticos que compe o programa dotreinamento competitivo.

Dentro do contexto de qualidades fsicaso surf uma modalidade bastante pluralizadaapresentando a utilizao de vrias valnciasfsicas em determinados momentos dentro desua prtica. As qualidades fsicas consideradas

gerais na prtica do surf, ou seja, que sonecessrias a qualquer praticante seja elerecreativo (free surf) ou competitivo, so asseguintes: resistncia aerbia, e RML(Resistncia Muscular Localizada); equilbriodinmico; agilidade; flexibilidade; fora dinmicae de exploso. J as qualidades fs icasespecficas para o surfista competidor so:resistncia anaerbia; coordenao; velocidadede reao viso-motora; velocidade de movimentode membros inferiores quando executando

manobras, e superiores nos sprintes de remada;e o equilbrio recuperado. Ser o nvel dedesenvolvimento e a correta utilizao dessasqualidades fsicas que faro a diferena entre obom competidor e o competidor de alto nvel.

Sendo o objetivo central da preparaofsica aprimorar as qualidades fsicas do atleta,p ar a a ss im p os sibi li ta r o a um en to d odesempenho neuromuscular e cardiovascular domesmo para atingir o pice de sua performance

tcnico-desportiva, h a necessidade deorganizar de maneira bastante minuciosa, ecoerente, o treinamento desse indivduo. Opasso seguinte, aps a identificao dasqualidades fsicas e o grau de importncia decada uma delas, ser iniciar a elaborao daperiodizao treinamento fsico. Nesse estgio

dever o preparador fsico (Educador Fsico)possuir o conhecimento a respeito dos horriosdisponveis para o treinamento, tanto por partedele como por parte do atleta; dever saber oslocais a serem utilizados para os treinos, dentreeles: academia, piscina, parques e dunas; e osequipamentos que estaro disponveis paracontrole do treinamento como f ichas deacompanhamento, fichas de avaliao fsica,monitor de freqncia cardaca, dentre outros.

A periodizao ser dividida nos perodosde preparao (fase bsica e fase especfica)perodo competitivo e perodo de transio emum macrociclo semestral. O perodo depreparao, com nfase no treinamento fsicodar ateno s duas fases: fase bsica e faseespecfica; na fase bsica o treinamento darmaior nfase ao trabalho das qualidades fsicasgerais responsveis pela obteno do lastroorgnico; j na fase especfica, o treinamentodever priorizar o trabalho das qualidades fsicas

consideradas especficas do ponto de vistafisiolgico da prtica do surf competitivo.

Para aperfeioar os resultados obtidos not re in am en to f s ic o d ev er h av er u mapreocupao especial com o acompanhamentode todos os estgios de aplicao de estmulos(cargas), adaptao e sobrecargas ao atletavisando a minimizar a ocorrncia de lesesligadas ao treinamento e a recuperao das quesejam inevitveis.

Qualidades fsica gerais utilizadas na prticaQualidades fsica gerais utilizadas na prticaQualidades fsica gerais utilizadas na prticaQualidades fsica gerais utilizadas na prticaQualidades fsica gerais utilizadas na prticado surfdo surfdo surfdo surfdo surf

Resistncia Aerbia - sendo uma dasqualidades fsica mais relevante em todas asmodalidades que possuem como principalcaracterstica a longa durao, a resistnciaaerbia tambm aparece no surf. O atleta tem apredominncia do sistema aerbio na obtenode energia muscular nas remadas longas para



chegar ao pico, local onde forma-se as ondas,aps surfar uma onda ou no incio de uma bateriade competio.

RML (Resistncia Muscular Localizada) -

a qualidade de manter um esforo continuopor elevado perodo de tempo. Nas bateriascompetitivas do surf a resistncia muscularlocalizada bastante solicitada nas remadaslongas contra as correntes martimas pararetornar ao local de formao das ondas (out-side), objetivando escolher outra onda parasurfar durante as baterias.

Flexibilidade - devido ao elevado nmerode posies e deslocamentos do centro degravidade no surf competitivo, chegando quasesempre ao limite de movimento do arco articularse faz necessrio o competidor possuir um bomnvel de flexibilidade, fator de grande relevnciapara a execuo perfeita de manobras econcluso das mesmas com seguranaminimizando o risco de lesionar as articulaese seus componentes.

Agilidade - qualidade fsica que possibilitamudar a posio do corpo ou direo domovimento no menor tempo possvel defundamental importncia na prtica do surf. Emtodo momento, na execuo das manobras, oatleta muda a direo de sua prancha emresposta as constantes mudanas de formaona rea funcional da onda com o objetivo deobter mais velocidade e, consequentemente,elevar o nvel de execuo de suas manobras.

Equi l brio di nm ico - consiste namanuteno da projeo do centro de gravidadedentro da rea da superfcie de apoio. Asuperfcie de apoio se encontra em constantemovimento na utilizao da rea funcional da

o nd a o co rr en do c om iss o o c on stan tedeslocamento do centro de gravidade obrigandoo atleta a possuir em todos esses estgios umtimo nvel de equilbrio.

Fora dinmica - qualidade fsica utilizadapara vencer uma resistncia na ao deempurrar, tracionar ou elevar; solicitadaquando o atleta fura a onda (passa por baixo) enas remadas de retorno ao out-side emcombinao com outras qualidades fsicas.

Fora de exploso - utilizada na execuodas manobras, em resposta ao estmulo visual,para executar uma resposta motora adequadaadquirindo um alto nvel de radicalidade nasondas, cr i trio de elevada relevncia nomomento em que os juizes avaliam a onda parapontu-la.

Qualidades fsica especficasQualidades fsica especficasQualidades fsica especficasQualidades fsica especficasQualidades fsica especficas

Resistncia Anaerbia - solicitada,geralmente, na execuo das manobras na onda,pois so muito rpidas e reflexivas; nas remadasrpidas (sprint), para alcanar a onda primeiro queo(s) oponente(s); para retornar ao out-side paraescolher outra onda durante as baterias.

C oo rd en a o - qual idade f sicaresponsvel pela execuo do movimento comuma maior preciso e um menor gastoenergtico no menor tempo possvel; degrande importncia para o surfista competidor,pois relevante no desempenho tcnico tantono momento em que esse fica de p na pranchapara descer a onda (drop), como na execuo efinalizao perfeita das manobras, como tambmna combinao dos movimentos intermediriosentre uma manobra e outra.

Velocidade de movimento - nos membrosinferiores quandoexecutando manobras,na projeoinicial; j nos membros superiores nos sprint deremada de fundamental importncia para seexecutarumamanobra deformaperfeita,pois permitea execuo de diversos gestos rpidos, comintensidadeelevada. muitoimportante,tambm,nasremadas em baterias para retornar ao out-side commais rapidez para, em seguida, escolher outra ondadurante as baterias em combinao com outrasqualidades fsicas.

Velocidade de reao viso-motora -qualidade fsica utilizada para definir compreciso o momento e local mais indicado paraexecuo das manobras na rea funcional daonda. O nvel de perfeio das manobrasdepende muito do time do atleta, em relao aolocal na onda onde estas so executadas.

Equilbrio recuperado - consiste noretorno da projeo do centro de gravidade rea da superfcie de apoio sobre a prancha.



considerada a qualidade fsica mais importantepara o surfista competidor, pois aps executaruma manobra, a superfcie de apoio do atletase encontra totalmente deslocada. Ser o seunvel de desenvolvimento em relao aoequilbrio recuperado que determinar o retornocorreto ao centro de apoio e a concluso perfeita

da manobra.

METODOLOGIAMETODOLOGIAMETODOLOGIAMETODOLOGIAMETODOLOGIA

A diretriz metodolgica utilizada napresente proposta de trabalho consistiu emrealizar uma investigao que se caracteriza emser um estudo de caso fundamentado emevidencias das observaes diretas onde foipossvel analisar os fenmenos em tempo real.

Utilizamos como objeto de estudo umatleta de surf, Wilson Santos1, competidor dacategoria profissional no Circuito Baiano de Surf2001; como instrumento de acompanhamentofoi utilizado a ficha de avaliao composta portestes e protocolos para avaliao fsica efuncional no decorrer do processo de pesquisae aplicao de treinamento. Os protocolosuti l izados para o controle e analise dasmodificaes fisiolgicas e funcionais dapesquisa foram o do teste de Cooper, corrida

em doze minutos, para anlise eacompanhamento das modificaes funcionaisdo VO2 mximo para controle especfico daresistncia aerbia; a flexibilidade foi avaliada eacompanhada pela util izao do flexitestutilizando o protocolo do banco de Wells; aimpulso vertical foi avaliada com o jump testde Sargent; para analisar o percentual degordura e composio corporal, utilizamos atcnica de dobras cutneas com o protocolo deJackson e Pollock de sete dobras para atletas,

em paralelo com a tomada e comparao dopeso corporal total; para avaliar a agilidadedeterminamos a utilizao do protocolo do testede corrida sinuosa; a resistncia anaerbiaaltica e ltica foram avaliadas e acompanhadas

pelos protocolos de teste em pista de 50 metrose 40 segundos de Matsudo, simultaneamente;e a RML (Resistncia Muscular Localizada) geral,foi avaliada e analisada pelo protocolo de testeadaptado de Heyward. Os resultados obtidos nostestes que foram comparados e analisados emparalelo s colocaes alcanadas nas

competies no decorrer do processo detreinamento.

Foram utilizados no controle dos objetivosprogramado na periodizao do treinamentofsico especfico para o surfista competidor osprotocolos de testes que avaliaram o VO2mximo, teste de Cooper; a composiocorporal, tcnicas de dobras cutneas deJackson e Pollock; e o peso total corporal. Osoutros testes foram utilizados como referncia

para o acompanhamento das var iveisfuncionais e qualidades fsicas necessrias aosurf competitivo.

Em primeiro lugar foi realizada umaavaliao fsica onde diagnosticamos ascondies do atleta no incio do processo detreinamento e relacionamos com os pr-requisitos fisiolgicos e as qualidades fsicasrelevantes a prtica do surf competitivo; aps aavaliao fsica iniciou-se a elaborao doprograma de treinamento fsico com macrociclo

semestral onde utilizamos periodizao simplespara seis meses. Este treinamento constou deaplicaes de cargas visando aumentar ospotenciais neuromusculares e cardiovascular doatleta, visando sempre que possvel, trabalharas especificidades da modalidade em que omesmo compete.

Na fase final do processo de treinamentoproposto pela periodizao reavaliamos o atleta(figura 4), utilizando os mesmos protocolos antes

utilizados, logo aps obtermos os resultadosfis iolgicos e, de capacidade funcional,realizamos uma comparao entre as avaliaesrealizadas para em seguida traarmos umparalelo entre a evoluo do programa de

1Wilson Santos - Atleta voluntrio na pesquisa, para o estudo de caso no presente trabalho, campeo baiano de surfena categoria Jnior em 1998, campeo do Circuito Nordestino Pena/ASVA. 26 colocado no ranking da Federaobaiana de Surf na categoria Pr-Am em 2000, Top 16 do ranking baiano de surf profissional.



treinamento fsico, os resultados obtidos peloatleta nas competies em que participourelacionando tudo com a periodizao elaboradapara anlise e concluso final do trabalho.

PERIODIZAO DO TREINAMENTOPERIODIZAO DO TREINAMENTOPERIODIZAO DO TREINAMENTOPERIODIZAO DO TREINAMENTOPERIODIZAO DO TREINAMENTOFSICOFSICOFSICOFSICOFSICO

A modulao de carga s de ntro daperiodizao elaborada (figura 1) refere-se a operodo de treinamento que se iniciou em 01 deJulho e estendeu-se at 30 de Dezembro de2001, ou seja, o segundo semestre do ano 2001.Ao iniciar a confeco da Periodizao daPreparao Fsica do atleta Wilson Santos,traamos alguns objetivos que deveriam seralcanados ao final da temporada. Os objetivosdefinidos foram os seguintes:

- Elevar o VO2

mximo do atleta para68 ml/kg/min.;

- Elevar o peso corporal de 64 kg para67 kg, dando nfase ao ganho de massamagra;

- Reduzir a massa de gordura de 12%para 10% do peso corporal total;

- Finalizar o Circuito Baiano de Surfde 2001 entre os oito primeiros (Top eight)colocados no ranking final da categoriaprofissional do ano de 2001;

No perodo de diagnstico e elaboraoda Periodizao, realizamos alguns testesavaliativos com o atleta objetivando adquirir umperfil fsico-funcional do mesmo e mensuraralguns pontos necessrios ao controle dotreinamento.

Levando em conta as disponibilidades delocais, horrios e equipamentos para realizaodas sesses de treino, a preparao fsicaoferecida foi dividida entre a modalidadeespecfica, surf, em conjunto com a prtica dequatro modalidades, listadas a seguir:

Natao;

Hidroginstica;

Musculao;

Ginstica localizada;

FFFFFigura 1igura 1igura 1igura 1igura 1RRRRRelao entre volume, intensidade e freqncia de treinamentos durante oelao entre volume, intensidade e freqncia de treinamentos durante oelao entre volume, intensidade e freqncia de treinamentos durante oelao entre volume, intensidade e freqncia de treinamentos durante oelao entre volume, intensidade e freqncia de treinamentos durante o

perodo de aplicao das cargas de trabalhoperodo de aplicao das cargas de trabalhoperodo de aplicao das cargas de trabalhoperodo de aplicao das cargas de trabalhoperodo de aplicao das cargas de trabalho.....



As cargas de treino foram divididaspossuindo como maior referncia os princpioscientficos do treinamento desportivo e as basesda fisiologia do exerccio. Na elaborao dassesses de treino foi priorizada a especificidade,procurando manter o atleta o mximo possvelexercitando-se no meio liquido, ou seja, as maiorescargas de treino foram realizadas com natao ehidroginstica, onde procuramos dar maior nfaseao trabalho para elevar a resistncia aerbia

(volume alto de nado), resistncia anaerbia

FFFFFigura 2igura 2igura 2igura 2igura 2Detalhamento da periodizao do treinamento fsico do atleta.Detalhamento da periodizao do treinamento fsico do atleta.Detalhamento da periodizao do treinamento fsico do atleta.Detalhamento da periodizao do treinamento fsico do atleta.Detalhamento da periodizao do treinamento fsico do atleta.

(velocidade de deslocamento com tiros curtos),flexibilidade, RML, dentre outrasqualidades fsicas.

Com a musculao e a ginstica localizadaobjetivamos aumentar a fora nos aspectosdinmico e explosivo, nos membros inferioresque possuem grande solic itao no surf competitivo; elevao da RML - ResistnciaMuscular Localizada, da agilidade, e aumentoda velocidade de movimento e de reao; nossuperiores solicitados tanto nas remadas longas,

quanto nas curtas e velozes.

Diviso da FDiviso da FDiviso da FDiviso da FDiviso da Freqncia de Treqncia de Treqncia de Treqncia de Treqncia de Treino Semanalreino Semanalreino Semanalreino Semanalreino Semanal

FFFFFase Bsica do Tase Bsica do Tase Bsica do Tase Bsica do Tase Bsica do Treinamentoreinamentoreinamentoreinamentoreinamento

TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 1

Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica geral.Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica geral.Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica geral.Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica geral.Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica geral.



FFFFFase Especfica do Tase Especfica do Tase Especfica do Tase Especfica do Tase Especfica do Treinamentoreinamentoreinamentoreinamentoreinamento

TTTTTabela 2abela 2abela 2abela 2abela 2Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica especfica.Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica especfica.Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica especfica.Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica especfica.Diviso da freqncia de treino semanal na fase bsica especfica.

FFFFFase Competitivaase Competitivaase Competitivaase Competitivaase Competitiva

TTTTTabela 3abela 3abela 3abela 3abela 3Diviso da freqncia de treino semanal na fase competitiva.Diviso da freqncia de treino semanal na fase competitiva.Diviso da freqncia de treino semanal na fase competitiva.Diviso da freqncia de treino semanal na fase competitiva.Diviso da freqncia de treino semanal na fase competitiva.

FFFFFase de Tase de Tase de Tase de Tase de Transioransioransioransioransio

TTTTTabela 4abela 4abela 4abela 4abela 4

Diviso da freqncia de treino semanal na fase de transioDiviso da freqncia de treino semanal na fase de transioDiviso da freqncia de treino semanal na fase de transioDiviso da freqncia de treino semanal na fase de transioDiviso da freqncia de treino semanal na fase de transio.....

( * ) Freqnciamnima e mxima de acordo com as cargas definida nos microciclos da periodizao.

C ON TR OL E DC ON TR OL E DC ON TR OL E DC ON TR OL E DCO NT RO LE DA I NT EN SIDA I NT EN SI DA I NT EN SIDA I NT EN SI DA I NTE NSI DADE DEADE DEADE DEADE DEADE DETREINAMENTOTREINAMENTOTREINAMENTOTREINAMENTOTREINAMENTO

O controle da intensidade do treinamentodo atleta em todas as modalidades de exercciostrabalhadas durante o perodo de treino foirealizado pelos intervalos de recuperao entreos exerccios e as atividades, e pela monitoraoda freqncia cardaca de treino (F.C. Treino)correlacionada com o VO

2mximo utilizado o

monitor de Freqncia Cardaca da marca Polar,

modelo a5 aparelho que nos fornece dados deIntensidade pelo controle de zona alvo de treino(Z.A.T.), tempo total de durao do exerccio e otempo na Z.A.T., mdia da freqncia cardacadurante esforo, e a queima calrica gastasdurante exerccio em Kcal. Todos os dadosforam relacionados nas fichas de controle deintensidade e volume de treinamentos fsico,elaborada exclusivamente para esse estudo.



Durante a execuo do treinamento foramrealizadas trs avaliaes fsicas com o atleta:a primeira diagnostica objetivando adquirir umperfil fsico-funcional do mesmo e mensuraralguns pontos necessrios ao controle dotreinamento; a segunda foi a formativa ou decontrole, para analisarmos o andamento e a

assimilao orgnica do trabalho podendo fazer

ajustes se necessrio; e por ltimo a avaliaoconclusiva para verificarmos o rendimento finaldo perodo de treinamento (Tabela 1). Osprotocolos utilizados no desenvolvimento daficha de avaliao fsica foram definidos deacordo com as qualidades fsicas utilizadas napratica do surf competitivo e com os objetivos

funcionais do estudo.

TTTTTabela 5abela 5abela 5abela 5abela 5Comparao entre as qualidades fsicas avaliadas em trs momentos diferentes.Comparao entre as qualidades fsicas avaliadas em trs momentos diferentes.Comparao entre as qualidades fsicas avaliadas em trs momentos diferentes.Comparao entre as qualidades fsicas avaliadas em trs momentos diferentes.Comparao entre as qualidades fsicas avaliadas em trs momentos diferentes.

ANLISE E DISCUSANLISE E DISCUSANLISE E DISCUSANLISE E DISCUSANLISE E DISCUSSO DE RESULSO DE RESULSO DE RESULSO DE RESULSO DE RESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOS

Com o encerramento da temporada 2001do Circuito Baiano de Surf, encerrado no dia 18de dezembro, realizamos a avaliao conclusivacom o atleta Wilson Santos, objetivandoc om pa r -l a c om a s d ua s r ea li za da santeriormente, a diagnostica, realizada no inciodo processo de treinamento, e a formativa,realizada no final do 12 microciclo; relacionandoo resultado obtido com as metas traadas noincio da elaborao da periodizao para osegundo semestre de 2001 que foram as

seguintes:

Elevar o VO2

mximo do atleta para68 ml/kg/min.;

Elevar o peso corporal de 64 kg para67 kg;

Reduzir a massa de gordura de12,6% para 10% do peso corporal;

Finalizar o Circuito Baiano de Surfde 2001 entre os oito primeiros colocados

no ranking final da categoria profissional(top eight);

RRRRResultados obtidos com o presultados obtidos com o presultados obtidos com o presultados obtidos com o presultados obtidos com o processo deocesso deocesso deocesso deocesso detreinamento com analise das avaliaestreinamento com analise das avaliaestreinamento com analise das avaliaestreinamento com analise das avaliaestreinamento com analise das avaliaesfsicas.fsicas.fsicas.fsicas.fsicas.

1. Objetivo: Elevar o VO2

mximo doatleta para 68 ml/kg/min.;

Treinamento utilizado: natao ecorrida.

Teste de avaliao e controle:Protocolo de Cooper ( corrida de 12minutos).

O VO2

mximo do atleta aumentou emmais de 10%, passando de 65 ml/kg/min. para70,1 ml/kg/min.; tendo como conseqncia asuperao positiva das expectativas planejadas(figura 3).



FFFFFigura 3igura 3igura 3igura 3igura 3VVVVVariao no VOariao no VOariao no VOariao no VOariao no VO22222 mximo em ml/kg/min.mximo em ml/kg/min.mximo em ml/kg/min.mximo em ml/kg/min.mximo em ml/kg/min.

2. Objetivo: Elevar o peso corporal de64 kg para 67 kg;

Treinamento utilizado: musculao,natao e hidroginstica.

Teste de avaliao: Tomada de pesocorporal total em balana digital.

O peso corporal elevou-se em 6% do seuvalor total, alcanando 67.9kg; obtendo oobjetivo determinado no incio da periodizaodo treinamento (figura 4).

FFFFFigura 4igura 4igura 4igura 4igura 4Modificaes no peso corporal absolutoModificaes no peso corporal absolutoModificaes no peso corporal absolutoModificaes no peso corporal absolutoModificaes no peso corporal absoluto.....

3. O bj et iv o: R ed uz ir a m a ss a degordura de 12,6% para 10% do peso corporal;

Treinamento utilizado: musculao,natao, corrida e hidroginstica.

Teste de avaliao: Tcnica dedobras cutneas com protocolo deJackson e Pollock.

A massa de gordura foi reduzida para11,5% do peso corporal; no atingimos a meta pr

estabelecida que era de 10% do peso corporal total,mas devemos levar em considerao as festas definal de ano. (figura 5).

FFFFFigura 5igura 5igura 5igura 5igura 5Modificaes no gordura corporal total.Modificaes no gordura corporal total.Modificaes no gordura corporal total.Modificaes no gordura corporal total.Modificaes no gordura corporal total.

4. Objetivo: Finalizar o Circuito Baianode Surf de 2001 entre os oito primeiros colocadosno ranking final da categoria Pro-Am;

Treinamento utilizado: treinamentotcnico, com simulaes de competioem paralelo a preparao fsica.

Avaliao e controle:Acompanhamento do ranking e resultadosobtidos nas etapas da Federao Baiana

de Surf na categoria Pro-Am;Nas duas ultimas etapas do Circuito Baiano

de Surf de 2001, na categoria profissional o atletaclassificou-se nas cinco fases que antecedem afinal participando das finais nos dois campeonatos.No primeiro evento, o Radical Wave Trinta Ps,ficou na 4a (Quarta) colocao; no segundo,Surfing Series Fine Heat, ficou na a 2a (Segunda)colocao. No ranking final da Federao Baianade Surf o atleta Wilson Santos ocupou a 5a (Quinta)colocao atingindo assim o maior objetivoproposto no incio da periodizao, onde ficaevidente o reflexo positivo da preparao fsicarefletindo positivamente na performance tcnicaobtendo, como conseqncia, melhores resultadosnas competies.

CONCLCONCLCONCLCONCLCONCLUSOUSOUSOUSOUSOConclumos, com o presente trabalho, que a

periodizao da preparao fsica especfica para o



surfistacompetidor,alm decontribuirparaa elevaoda performance tcnica do atleta, possibilita aotreinador organizar o perodo existente para otreinamento visando planejar todas as aes dentrodesse processo de forma a aproveitar ao mximo otempo disponvel, possibilitando-o, tambm, executarmodificaes sistematizadas na estrutura do

treinamento sem que haja prejuzos nos resultadosobjetivados com o mesmo.

Uma das observaes mais relevantesrealizadas com a concluso da presente pesquisafoi que o treinamento da preparao fsicaespecfica para o surfista competidor, alm decontribuir para o aumento do desempenho tcnicodo atleta por desenvolver as qualidades fsicaspertinentes modalidade, contribui, tambm, deforma extremamente marcante para evitar a

ocorrnciade leses. O atleta no sofreu nenhumaleso nas estruturas articulares durante o processode treinos, principalmente nos membros inferiorescomo joelho e tornozelo, leses estas bastantecomuns na prtica do surf competitivo por possuircomo caracterstica elevado nvel de fora eradicalidade na execuo das manobras.

Com o treinamento das qualidades fsicasespecficas do surf competitivo conseguimos elevarde forma bastante significativa o perfil fsico doatleta refletindo, inevitavelmente, em sua

performance tcnica possibilitando-o desenvolver,e apresentar, uma linha de surf dentro dos padrese critrios de avaliaes utilizados pelas entidadesque regem a modalidade.Sendo que esse aumento donvel tcnico se apresenta deform a gr adat iva c om aassimilao das cargas detreino pelo organismo e,consequentemente, com atransferncia desses ganhospara a especificidade tcnicada modalidade em questocomo podemos analisarobservando a evoluo norendimento tcnico do atletapelos resultados obtidos nascompeties no perodo detreinamento.

Apesar de atestarmos aviabilidade da periodizao do

treinamento para o surfista competidor, pelosucesso obtido em nosso trabalho, no podemosdeixar de ressaltarque houve algumas ocorrnciasexternas ao processo de treinamento que nosobrigou a modificar, em momentos cruciais, partedo planejamento de treino, entre elas a maissignificante foram s mudanas que ocorreram no

calendrio de competies da Federao Baianade Surf incidindo diretamente no processo detreinamento e, consequentemente, naperiodizao. Nesse momento vlido ressaltar aimportncia dos fatores psicolgicos e nutricionaisdurante o processo de treinamento, para que hajao controle do equilbrio emocional,como a garantiada reposio nutricional e manuteno dos nveisde nutrientes proporcionando uma melhorassimilao mental e orgnica do treinamento.

vlido ressaltar que o treinamento fsicoespecfico para o surfista competidor umavertente de trabalho incipiente,principalmente aquino Brasil, sendo um a rea que necessita de maisestudos e pesquisas para atingir o nvel queconsidero satisfatrio. Esse trabalho o pontapinicial de uma gama de pesquisas que, acreditoeu, dever surgir no mbito da Cincia do Esportereferente ao surf em todas as suas vertentesdesportiva: rendimento, participao e educao.Recomendamos que mais estudos sejam

realizados para que possam colaborar com maispesquisas cientficas e publicaes relacionadosa esta modalidade esportiva que vem sendobastante praticada e topouco estudada no Brasil.


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ENDEREO PARA CORRESPONDNCIA

Marcus Vincius Palmeirae-mail: [email protected]

Helio Jos Bastos Carneiro de Campose-mail: [email protected]

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