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3 Apresentação

4 Editorial

6 Política Médica

8 CAPA

Saúde Pública

Greve de residentes chegou às

ruas de São Paulo

14 Política Médica

16 Política Médica

20 Associativismo

26 Cultura

32 Cultura

34 Cultura e Medicina

38 Radar Médico

39 Medicina Acadêmica

40 Produtos & Serviços

41 Literatura

42 Por Dentro do SUS

44 Classificados

CONTEÚDO

Publicação da AssociaçãoPaulista de Medicina

Edição nº 574 – Dezembro de 2006

REDAÇÃOAv. Brigadeiro Luís Antônio, 278

Cep 01318-901 – São Paulo – SPFones: (11) 3188-4200/3188-4300

Fax: (11) 3188-4279E-mail: [email protected]

Diretores ResponsáveisNicolau D’Amico Filho

Roberto Lotfi Junior

Editor ResponsávelUlisses de Souza – MTb 11.459–SP

EditoraLuciana Oncken – MTb 46.219–SP

RepórteresAdriana Reis

Carla NogueiraLeandro de Godoi

Ricardo Balego

Editor de ArteLeandro Deltrejo

Projeto e Produção GráficaCubo Editorial e Notí[email protected]

Fotos: Osmar BustosRevisora: Thais Oncken

Secretaria: Rosenaide da SilvaAssistente de Comunicação:

Fernanda de Oliveira

ComercializaçãoDepartamento de Captação

e Marketing da APMFones: (11) 3188-4200/3188-4300

Fax: (11) 3188-4293

Periodicidade: mensalTiragem: 30 mil exemplares

Circulação: Estado de São Paulo(Inclui Suplemento Cultural)

Portal da APMwww.apm.org.br

APRESENTAÇÃORoberto Lotfi Jr.Nicolau D’Amico Filho

Fechamos o ano com notícias alvissareiras. Nesta edição, a última de

2006, informamos que o Senado aprovou no dia 6 de dezembro o projeto

tão sonhado por todos nós. O que regulamenta a profissão médica. Há

quatro anos que o assunto tramita na Casa de Lei do país. Agora, ele segue

para a Câmara Federal. Diretores da APM, que o analisaram, informam

que o projeto representa um avanço significativo, como disse nosso com-

panheiro vice-presidente, Florisval Meinão.

A outra boa notícia é dirigida aos companheiros do Interior, já que a

partir do próximo ano estaremos desenvolvendo um projeto com o objeti-

vo de melhorar a comunicação entre as regionais, disponibilizando para

essa área uma nova revista e ações via Internet.

Esta edição mostra ainda a nova correlação de forças do Congresso Na-

cional, que recebe a partir de 2007 os 513 deputados eleitos, dos quais 54,

um pouco mais de 10%, são médicos.

Desejamos a todos os associados e companheiros médicos votos de Boas

Festas e uma boa leitura!

Nicolau D’Amico Filho e Roberto Lotfi Jr.Diretores de Comunicação

Boa Notícia e Boas Festas

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EDITORIAL

Jorge Carlos Machado CuriPRESIDENTE DA APM

Mais uma eleição se foi e o presidente Lula exercerá o segundomandato com um novo Congresso Nacional. Agora com a Câma-ra dos Deputados bem renovada, e o Senado nem tanto.

Quatro anos se foram desde a primeira eleição do presidente ecabe uma reflexão. Será que o País avançou? Muito pouco, comoatestam os números de crescimento mundial. Em termos de desen-volvimento, o Brasil tem um índice pífio. Deverá ficar apenas àfrente do Haiti na América Latina.

Na saúde, educação, segurança, assistência social, enfim, emtoda a área social, os resultados seguem ruins. A situação seria piornão fossem alguns avanços de gestão na saúde frutos da persistên-cia de colegas abnegados.

É notório o grave déficit de financiamento e o sucateamento darede hospitalar pública. Também é injustificável a falta de valori-zação dos profissionais da saúde, que nem ao menos contam comum plano de cargo de carreira e salários decente. Recebem honorá-rios aviltantes, o que reduz, ou até zera, a chance de atualização etreinamento adequados.

Não bastasse, enfrentamos a proliferação irresponsável de facul-dades de medicina, além da ameaça de importação incoerente demédicos cubanos e bolivianos sem revalidação. Outro problemaque deve ser encarado com rigor é a questão dos médicos falsos.

Lógico que as deficiências da saúde são, também, reflexos doque acontece em outras áreas. Certamente não será apenas umprograma essencialmente assistencialista, como o Bolsa Família,que mudará o Brasil e o fará crescer. É obrigação respaldar oscidadãos em situação difícil. Contudo, isso não pode servir a es-conder nossa imensa carência de postura na gestão pública. Paga-mos impostos de primeiro mundo e temos serviços e atenção aosocial bem ao estilo do subdesenvolvimento.

Quiçá o futuro Congresso seja muito mais ético, menos preocu-pado com reeleições e salários, para não dizer outras coisas. E que

Eleições, Saúde, Sonhos e Natalrealmente transforme em leis as repetidas promessas de campanha.

Para ser justo, registro que, neste primeiro ano de gestão naAPM, tivemos com a saúde do Estado e particularmente do muni-cípio de São Paulo um início de parceria. Julgamos que foi extre-mamente promissora, principalmente no que diz respeito àatualização médica em urgência e emergência. Há, logicamente,ainda muito a fazer, mas estamos otimistas com essa interface.

Quem sabe poderemos colaborar, e muito, para que nossos colegas sereciclem em todas as especialidades, segundo as diretrizes da AMB e, aomenos, vejam-se valorizados com um PCCS digno. Podemos e devemossonhar com isso. Quem sabe ainda, como nos disse recentemente o dr.Antônio Carlos Lopes, secretário executivo da Comissão Nacional deResidência Médica, o Ministério da Educação entenda finalmente anecessidade de frear a abertura indiscriminada das faculdades de medi-cina. E faça um estudo coerente sobre esse grave problema.

Sonhar é bom e necessário. Por isso, destaco o recente movimen-to dos médicos residentes pela revisão do valor das bolsas. Com oobjetivo de abrir um canal de discussão sobre seus problemas, fo-ram à luta, conversaram com gestores e legisladores. Fizeram gre-ve, subiram em palanques e, pasmem, em tempo recordeconseguiram aprovar uma lei que garante o aumento de suas bol-sas e a possibilidade de rever outras questões importantes.

Bom, quem sabe conseguiremos regulamentar a Emenda 29,melhorando o financiamento à saúde. Quem sabe viabilizaremosuma regulamentação de efetivo respeito a pacientes e prestadoresna saúde suplementar, além de implantar a CBHPM.

São muitas coisas a sonhar, lógico. Mas principalmente deve-mos crer na organização de um movimento médico sólido, comgrande participação. Assim certamente seremos ouvidos nos mi-nistérios, secretarias, por legisladores e gestores para colocar a saú-de no patamar que merece. Sonho que se sonha junto é realidade.Um Feliz Natal e um Excelente 2007 a todos.

DIRETORIA ELEITA - DIRETORIA 2005-2008Presidente: Jorge Carlos Machado Curi1º Vice-presidente: Florisval Meinão2º Vice-presidente: Paulo De Conti3º Vice-presidente: Donaldo Cerci Da Cunha4º Vice-presidente: Luís Fernando PeixeSecretário Geral: Ruy Y. Tanigawa1º Secretário: Renato Françoso Filho

DIRETORESAdministrativo: Akira Ishida; AdministrativoAdjunto: Roberto de Mello; 1o Patrimônio eFinanças: Lacildes Rovella Júnior; 2o

Patrimônio e Finanças: Murilo RezendeMelo; Científico: Alvaro Nagib Atallah;Científico Adjunto: Joaquim Edson Vieira;Defesa Profissional: Tomás Patrício Smith-Howard; Defesa Profissional Adjunto:Jarbas Simas; Comunicações: NicolauD´Amico Filho; Comunicações Adjunto:Roberto Lotfi Júnior; Marketing: RonaldoPerches Queiroz; Marketing Adjunto: ClóvisFrancisco Constantino; Eventos: Hélio Alvesde Souza Lima; Eventos Adjunto: FredericoCarbone Filho; Tecnologia da Informação:Renato Azevedo Júnior; Tecnologia da

Silvana Maria Figueiredo Morandini; 4o

Diretor Distrital Sorocaba: Wilson OlegárioCampagnone; 5o Diretor DistritalCampinas: João Luiz Kobel; 6o DiretorDistrital Ribeirão Preto: João CarlosSanches Anéas; 7o Diretor DistritalBotucatu: Noé Luiz Mendes de Marchi; 8o

Diretor Distrital São José do Rio Preto:Pedro Teixeira Neto; 9o Diretor DistritalAraçatuba: Margarete de Assis Lemos; 10o

Diretor Distrital Presidente Prudente: EnioLuiz Tenório Perrone; 11o Diretor DistritalAssis: Carlos Chadi; 12o Diretor DistritalSão Carlos: Luís Eduardo Andreossi; 13o

Diretor Distrital Barretos: Marco AntônioTeixeira Corrêa; 14o Diretor DistritalPiracicaba: Antonio Amauri Groppo

CONSELHO FISCALTitulares: Antonio Diniz Torres, Braulio deSouza Lessa, Carlos Alberto Monte Gobbo,José Carlos Lorenzato, Tarcísio Eloy Pessoade Barros Filho. Suplentes: KrikorBoyaciyan, Nelson Hamerschlak, ReinaldoAntonio Monteiro Barbosa, João Sampaio deAlmeida Prado.

Informação Adjunto: Antonio Ismar Marçal Menezes;Previdência e Mutualismo: Alfredo de Freitas SantosFilho; Previdência e Mutualismo Adjunto: Maria dasGraças Souto; Social: Nelson Álvares Cruz Filho; SocialAdjunto: Paulo Cezar Mariani; Ações Comunitárias:Yvonne Capuano; Ações Comunitárias Adjunto:Mara Edwirges Rocha Gândara; Cultural: Ivan de MeloAraújo; Cultural Adjunto: Guido Arturo Palomba;Serviços Gerais: Paulo Tadeu Falanghe; ServiçosGerais Adjunto: Cristião Fernando Rosas; EconomiaMédica: Caio Fabio Camara Figliuolo; EconomiaMédica Adjunto: Helder de Rizzo da Matta; 1o DiretorDistrital São Caetano do Sul: Delcides Zucon; 2o

Diretor Distrital Santos: Percio Ramon Birilo BeckerBenitez; 3o Diretor Distrital São José dos Campos:

Associação Paulista de MedicinaFiliada à Associação Médica Brasileira

SEDE SOCIAL:Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 – CEP 01318-901

São Paulo – SP – Fones: (011) 3188-4200/3188-4300

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POLÍTICAMÉDICA

RICARDO BALEGO

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Regulamentação da Medicinaé aprovada no Senado

regulamentação da profissãomédica, uma das grandes de-

mandas da saúde brasileira, começa aser definida após a aprovação na Co-missão de Assuntos Sociais do Senado,em 6 de dezembro, do projeto de Leisubstitutivo 268/2002 – que tramita nolugar do PL 25/2002.

Segundo a senadora Lúcia Vânia(PSDB-GO), relatora do projeto, os tra-balhos buscaram “uma proposta queatendesse aos interesses de todas asáreas para contemplar, em primeirolugar, os usuários da saúde, preservan-do sua integridade física, psicológica emoral”. Seu empenho na condução doPLS foi destacado pelas entidades en-volvidas e pelos próprios senadores.

Inicialmente, a matéria substitutivabaseou-se em dois projetos que já tra-mitavam no Congresso Nacional e tra-tavam do tema: o PL 268/02, de autoriade Benício Sampaio, e o PL 25/02, cujoautor foi Geraldo Althoff, ambos ex-senadores. Para se chegar ao texto fi-nal, foram necessárias audiênciaspúblicas e diversas reuniões entre asvárias categorias da saúde.

“O projeto ficou excelente para to-dos os lados”, afirmou o diretor daAPM e vice-presidente do CFM, ClóvisFrancisco Constantino.

A regulamentação da profissão mé-dica e suas atribuições têm sido objeto

Texto segue agora para apreciação da Câmara dos Deputados

de discussão entre profissionais dasaúde há pelo menos quatro anos. Nessetempo, sofreu diversas alterações, en-tre elas, a recente supressão do concei-to de Ato Médico pela relatora LúciaVânia, sob a alegação de que o termointerferia nas outras profissões de saúde.

De acordo com o texto aprovado, sãoprivativas do médico atividades como:definição do diagnóstico e da prescri-ção terapêutica, indicação e execuçãode intervenção cirúrgica, entubação tra-queal, administração de sedação pro-funda e de anestesia geral, realizaçãode perícias médicas e exames médico-legais e atestação de condições desaúde e de óbito.

“De um modo geral, consideramosum avanço significativo esse entendi-mento e esse acordo para se poder re-gulamentar a profissão médica semgrandes atritos com os demais profissi-onais”, disse o vice-presidente daAPM, Florisval Meinão.

Segundo o projeto, ainda, é permiti-do aos profissionais de outras catego-rias administrar centros de saúde. Poroutro lado, a direção e chefia de servi-ços médicos em estabelecimentos con-tinuam inerentes somente aosmédicos, assim como a coordenação eensino de disciplinas nos cursos degraduação em medicina.

UnanimidadeNo dia 29 de novembro, o PLS

268/2002 já havia sido analisado pela

Comissão de Assuntos Sociais (CAS)do Senado, ocasião em que foi apro-vado por unanimidade pelos seus 21componentes. Como é um projetosubstitutivo, no entanto, precisou pas-sar por nova apreciação pelos sena-dores em turno suplementar, umasemana depois.

O texto substitutivo também haviasido anteriormente apresentado pelasenadora Lúcia Vânia ao ministro daSaúde, Agenor Alvarez, que se predis-pôs a recomendar o PLS em sua tra-mitação. “O ministro se mostrousurpreso e agradecido com o texto”,atestou a senadora.

A matéria já foi encaminhada pelopresidente da CAS, senador AntônioCarlos Valadares (PSB-CE), à Mesa Di-retora do Senado, que deverá enviar aproposta para apreciação da Câmara dosDeputados – possivelmente na Comis-

são de Seguridade Social e Família. �

Florival Meinão, “avanço significativo”

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Residentes em greve

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ADRIANA REIS

LUCIANA ONCKEN

SAÚDEPÚBLICA

população, o governo e as

entidades médicas ouviram,

em novembro, em alto e bom som, o

desabafo dos médicos residentes. Pre-

ocupados com a qualidade do atendi-

mento nos hospitais e insatisfeitos

com o valor da bolsa que recebem –

que não era reajustada desde 2002 – e

com a carga horária sobrecarregada,

eles decidiram parar. Iniciaram uma

greve que foi aderida pela maior par-

te dos 17 mil médicos residentes, no

Brasil inteiro. Foram às ruas para expor

Jovens médicos organizam movimento por melhores condições de trabalho

à população as dificuldades por que

passam diariamente.

Na lista de reclamações estavam o

reajuste da bolsa, para que cobrisse

minimamente o acúmulo da inflação do

período (53,7%) e a garantia de que não

Paralisação permitiu a divulgação de reivindicações

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haverá corte de vagas.

O movimento em São Paulo foi en-

cerrado em 16 de novembro, após au-

diência com o governador Cláudio

Lembo, que se comprometeu a não

diminuir as vagas. Outra importante

vitória foi a aprovação na Câmara Fe-

deral, no dia 28, do projeto de lei que

concede aumento de 30% no valor das

bolsas, abaixo do que pediam, mas con-

siderado um avanço.

A principal conquista, no entanto,

foi fazer com que a sociedade conhe-

cesse a difícil realidade do médico

residente. As passeatas pelas ruas de

São Paulo e de outras cidades e a ampla

cobertura da mídia fizeram com que a

população se interasse dos problemas

e pudesse se posicionar.

O jornal Folha de S.Paulo, por exem-

plo, publicou um editorial em 14 de

novembro, defendendo os grevistas.

“As reivindicações dos médicos resi-

dentes, em greve desde 1º de novem-

bro, são justas. Exigem um reajuste de

54% no valor da bolsa, que é hoje de

cerca de R$ 1.500 para uma jornada

de 60 horas semanais. Fora o desconto

do INSS, o residente recebe R$ 6 por

hora trabalhada – quantia semelhante

à que se paga a auxiliares de enferma-

gem. Na prática, porém, os residentes

trabalham mais de 60 horas semanais.

Muitos dão plantões em outros hospi-

tais, ampliando bastante sua jornada.

A questão salarial, entretanto, não é o

maior problema. É possível conseguir

um aumento, seja de 50%, como pede

a categoria, seja de 30%, como cogita

o governo”, descreveu o texto.

Além do baixo valor da bolsa e da

ameaça de corte de vagas, o movi-

mento também pedia melhores con-

dições de trabalho e aprendizado.

Segundo denúncia feita durante os

protestos, muitos residentes traba-

lham mais de cem horas por semana e

chegam a ficar até 48 horas seguidas

sem descansar. São comuns ainda ca-

sos em que exercem a atividade sem

supervisão, o que prejudica a forma-

ção profissional e coloca em risco a

qualidade do atendimento prestado.

PasseatasDesde agosto, as entidades represen-

tativas dos médicos residentes vinham

ameaçando uma greve geral, iniciada em

1º de novembro. O Estado de São Pau-

lo, que conta com aproximadamente 6,5

mil médicos residentes, aderiu ao mo-

vimento no dia 8, com uma passeata

até a Secretaria Estadual de Saúde.

Falta de reajuste da bolsa é uma das principais reivindicações do movimento

Residentes concentram-se no Hospital das Clínicas, em São Paulo

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SAÚDEPÚBLICA

No dia seguinte, aproximadamente

mil médicos residentes e estudantes

de medicina reuniram-se no vão li-

vre do Masp, para um novo protesto.

Eles foram em passeata até a sede da

composto pelo presidente da casa (Ro-

drigo Garcia - PFL), pelo líder do go-

verno (Edson Aparecido - PSDB) e

pelos líderes de todas as 12 bancadas:

PC do B, PDT, PFL, PL, PMDB, PP,

PPS, PSB, PSDB, PT, PTB e PV. Os

médicos puderam expor os principais

pontos da greve, com ênfase na adequa-

ção do Orçamento de 2007, para que a

Secretaria Estadual da Saúde possa pa-

gar as bolsas com o novo valor sem re-

duzir o número de vagas.

Entusiasmados por essa vitória, eles

marcaram presença nas ruas novamen-

te, no dia seguinte, com um ato na Pra-

ça da Sé. Vestidos com o jaleco branco

e carregando faixas com dizeres que

reforçavam suas bandeiras de luta (“re-

ajuste de 53,7% sem corte de bolsas” e

“por melhores condições de trabalho,

aprendizado e vida”), os grevistas cha-

maram a atenção de motoristas e pe-

destres. Palavras de ordem marcaram

os discursos das lideranças.

Outro avanço importante foi o encon-

tro que representantes dos médicos

residentes tiveram com o presidente da

Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo

(PC do B), no Pavilhão de Autoridades

do Aeroporto de Congonhas, no dia 10.

“Tentamos uma reunião com o

secretário Luiz Roberto Barradas

Barata, mas ele nos enviou um re-

presentante sem gerência para de-

bater essas questões”, conta Helena

Lemos Petta, presidente da Ame-

resp, a Associação dos Médicos Re-

sidentes do Estado de São Paulo.

Secretaria de Saúde, pedindo nova-

mente uma audiência com Barradas,

também sem sucesso.

Mas, se por um lado os médicos gre-

vistas encontraram resistência por par-

te de algumas autoridades, à medida que

o movimento crescia, conquistava es-

paço para se fazer ouvir. Uma das pri-

meiras respostas positivas ocorreu no

dia 13 de novembro, quando uma co-

missão dos médicos residentes foi re-

cebida pelo Colégio de Líderes da

Assembléia Legislativa de São Paulo,

Grevistas usam “nariz de palhaço” para chamar a atenção da população

Ato Público, na Praça daSé, no centro de São Paulo

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Durante 30 minutos, o deputado ouviu

as reivindicações e, por fim, se com-

prometeu a encaminhar para votação o

projeto de lei 7.561/2006, que deter-

mina o reajuste da bolsa em 30%. A

reunião surtiu efeito. No fim de novem-

bro, o PL foi aprovado, garantindo o

aumento das bolsas já a partir de janei-

ro de 2007 (passará dos atuais R$ 1.460

para R$ 1.916,45).

“Tenho o dever de registrar a nossa

satisfação de fazer esse trabalho pelo

fato de [os médicos residentes] serem

pessoas que têm demonstrado, ao lon-

go desse processo, maturidade ímpar,

própria dos bons profissionais”, discur-

sou o relator do projeto, deputado

Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Entidades médicasDiante de tamanha mobilização, as

entidades médicas decidiram sentar à

mesa com representantes dos residen-

tes. Na noite do dia 14, reuniram-se no

Cremesp para conversar sobre a greve.

O presidente da APM, Jorge Machado

Curi, participou do encontro e se posi-

cionou a favor do movimento.

“Acredito que a pauta de reivindica-

ções de vocês é interessante, em termos

gerais. O aumento do valor da bolsa é

justo”, afirmou Curi. O presidente da

APM ponderou sobre o momento po-

lítico que o país vive. “Estamos numa

transição, porque haverá mudança de

gestão. E todos sabemos que essa mu-

dança de governo é sempre delicada”,

disse. Curi aconselhou os médicos resi-

dentes a evitar o desgaste do movimen-

to, que naturalmente é gerado por uma

greve. E sugeriu que se organizasse um

grupo de discussão permanente para

debater essas questões.

Também estiveram presentes nesta

reunião o presidente da Academia de

Medicina de São Paulo, Luiz Fernando

Franco, o presidente do Cremesp,

Desiré Carlos Callegari, o presidente

da Associação Brasileira de Educação

Médica, Milton de Arruda Martins,

além dos conselheiros do Cremesp,

Eurípedes Balsanufo Carvalho, Luiz

Alberto Bacheschi e Maria do Patrocínio

Tenório Nunes.

Os participantes foram unânimes em

reconhecer que a situação dos médi-

cos residentes é complicada e aponta-

ram, entre outros problemas, a carga

horária excessiva, que não permitia ao

profissional dedicar-se ao estudo, ne-

cessário nessa fase de formação. Eles

admitiram que a greve é uma decisão

extrema, mas que, naquele caso, tinha

de ser tomada e manifestaram o apoio

das entidades.

A decisão de interromper a greve foi

tomada no dia 16 de novembro, logo

após a audiência com o governador

Cláudio Lembo. O secretário Barradas

também esteve presente, além dos de-

putados estaduais Fausto Figueira (PT),

Luis Carlos Gondim (PPS) e Waldir

Agnello (do PTB e presidente da Co-

missão de Saúde e Higiene da Assem-

bléia Legislativa).

Na oportunidade, Lembo declarou

publicamente que não haverá redu-

ção no número de bolsas para 2007,

fato que foi considerado suficiente

para encerrar a greve e, assim, evitar

o desgaste e os prejuízos à popula-

ção. No entanto, os médicos residen-

tes irão se manter em vigilância para

garantir que os compromissos assu-

midos sejam cumpridos e para conti-

nuar lutando para melhorar as

condições de trabalho, ampliando,

desta forma, a qualidade no atendi-

mento à saúde da população. �

Entidades reúnem-se com representantes dos residentes

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Dados preliminares de uma pesqui-

sa que está sendo feita pela Ameresp

indicam que a jornada média de tra-

balho dos médicos é de 72 horas por

semana. Por meio do site da associa-

ção, os médicos foram convidados a

responder um questionário. O resul-

tado mostra que 53% excedem 60

horas semanais, ultrapassando o má-

ximo determinado por lei; 54% dis-

seram que têm jornada além do que

seria justificável pelo aprendizado.

- Fiscalização efetiva do cumprimen-

to de carga horária máxima de 60 ho-

ras semanais, 30 dias de férias anuais,

descanso semanal mínimo de 24 ho-

ras, 10% a 20% de atividades teóricas,

supervisão, moradia e alimentação;

- Estabelecer máximo de 24 ho-

ras de trabalho continuado (folga

pós-plantão);

- Espaço nacional para construção

de diretrizes políticas para especia-

lização médica com foco nas neces-

sidades de saúde;

- Mesa permanente de negociação do

valor da bolsa entre residentes e fontes

financiadoras da residência médica;

- Políticas que visem qualificar e

valorizar a preceptoria;

- Incorporar, no financiamento da

residência médica, financiamento para

os programas e para as instituições;

• Hospital das Clínicas de São Paulo

- USP (969 residentes)

• Unifesp/Escola Paulista de

Medicina (552)

• HC - USP Ribeirão Preto (523)

• Santa Casa de São Paulo (486)

• Unicamp (472)

• UNESP Botucatu (331)

• Hospital do Servidor Público

Estadual (314)

• Faculdade de Medicina de São

José do Rio Preto (250)

• Santa Marcelina (225)

• Ipiranga (132)

• Hospital e Maternidade Celso

Pierro - PUC Campinas (126)

• Heliópolis (125)

• Faculdade de Medicina de Marí-

lia (108)

• Mário Gatti - Campinas (74)

• Universidade Santo Amaro -

UNISA (72)

• Tatuapé (67)

• Emílio Ribas (64)

• Mandaqui (60)

• Dante Pazzaneze (57)

• Universidade de Taubaté (57)

• Ermelino Matarazzo (48)

• Campo Limpo (40)

• Clínica Raskin - Campinas (12)

• Cândido Ferreira - Campinas (5)

Total: 5.361 (mais de 80% dos mé-

dicos residentes do Estado)

SAÚDEPÚBLICA

Pesquisa aponta extensa jornada

Perguntados sobre qual a carga ho-

rária máxima que cumpriram em

uma semana, alguns chegaram a res-

ponder 93 horas.

Outro dado interessante refere-se

à supervisão, que é obrigatória em

tempo integral: em 45% da carga

horária, o médico não-residente não

estava presente. A pesquisa foi res-

pondida por 136 médicos residentes

de 32 hospitais, no período entre

agosto e outubro de 2006.

- Reformulação da composição da

Comissão Nacional de Residência

Médica, incluindo representantes

dos Secretários de Saúde, estudantes

e população;

- Consolidar as Comissões Estadu-

ais de Residência Médica como parte

integrante da estrutura administrativa

do MEC/CNRM;

- Paridade de representação dos re-

sidentes nas Comissões de Residên-

cia Médica (COREME);

- Liberação de atividades da resi-

dência para participação em espaços

de representação dos residentes;

- Fóruns de Avaliação da residên-

cia médica (nacional, estadual e lo-

cal) que incluam avaliação de

residentes, programas e instituições.

Conheça algumas das reivindicaçõesdos médicos residentes:

Hospitais que tiveramparalisação dos médicosresidentes em São Paulo:

Fonte: Ameresp e ADERE (Ação pela Democratizaçãoda Residência Médica)

Fonte: blog da greve dos médicos residentes:http://greveresidentes.blogspot.com/

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ALUCIANA ONCKEN

POLÍTICAMÉDICA

Conselho Científicodebate residência médica

residência médica foi um dos

temas abordados em reunião

do Conselho Científico da APM, reali-

zada no dia 1º de dezembro. Na oca-

sião, os participantes aproveitaram para

fazer um balanço do movimento dos

residentes, que incluiu uma greve, no

mês de novembro (ver matéria de capa),

pelo aumento da bolsa e melhores con-

dições de trabalho e educação.

A presidente da Associação dos

Médicos Residentes do Estado de São

Paulo (Ameresp), Helena Petta, fez

uma análise positiva da greve e deixou

claro que o movimento não parou por-

que, segundo disse, há necessidade de

melhorar as condições da residência

estruturada hoje, não está focada nas re-

ais necessidades da formação do médi-

co. “É preciso olhar para a estrutura de

gestão e avaliação”, destaca.

Quanto ao número de vagas, Hele-

na disse que o movimento teve de se

contentar com a manutenção do atu-

al, diante da ameaça de redução.

Acrescentou que é necessário mais

vagas, já que 40% dos médicos for-

mados ficam fora do programa.

Em seguida, a presidente da Comis-

são Estadual de Residência Médica de

São Paulo, Ana Zöllner, falou sobre a

visão atual da Comissão. Ela traçou a

situação atual do sistema e suas falhas,

como falta de vistoria nos programas e

falta de transparência, além da questão

da carga horária dos programas e da

divisão entre atividades.

Representantes de entidades médicas e de residentes, em reunião na sede da APM

“A questão da bolsa foi um de-

sencadeador do movimento, mas

ainda precisamos de melhores

condições de trabalho e aprendi-

zado. Muitas vezes o residente não

tem condições de exercer ativida-

des”, ponderou Helena Petta

médica, ajustar carga horária.

Para a presidente da Ameresp, a

Residência Médica, do jeito que está

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O secretário executivo da Comis-

são Nacional de Residência Médica,

Antônio Carlos Lopes, alertou para o

total descaso com a residência médi-

ca no País. “Não podemos permitir

que residentes sejam mão-de-obra ba-

rata”, disparou.

Antônio Carlos Lopes, daComissão Nacional

Já o diretor administrativo da APM,

Akira Ishida, destacou o papel de An-

tônio Carlos Lopes na Comissão Naci-

onal de Residência Médica.

Jorge Curi, presidente da APM

Akira Ishida alertou para a ne-

cessidade de vistoria e capacita-

ção. E fez um questionamento: “é

necessário dar residência médica

a todos os médicos, será que te-

mos condições para isso?”.

Ana Zöllner, da Comissão Estadual Desiré Callegari, presidente do Cremesp

O presidente da APM, Jorge Carlos

Machado Curi, disse que a entidade

fez questão de discutir o tema em sua

reunião de Conselho Científico, por

considerá-lo de extrema importância

para o futuro da profissão. Quanto ao

movimento, em sua opinião, a greve

foi muito bem direcionada e os resi-

dentes do Estado souberam o momen-

to certo de parar.

O presidente do Conselho Regional de

Medicina do Estado de São Paulo (Cre-

mesp), Desiré Callegari, afirmou que a

discussão merece ser aprofundada e

deve-se manter um debate contínuo.

Para o presidente do Sindicato dos

Médicos de São Paulo (Simesp), Cid

Célio Carvalhaes, o movimento dos

Cid Carvalhaes, do Sindicato dos Médicos

Luiz Fernando, daAcademia de Medicina

médicos residentes serviu também para

mostrar que “quando os médicos que-

rem, eles podem”.

O presidente da Academia de Medi-

cina de São Paulo, Luiz Fernando Pi-

nheiro Franco, disse que a entidade apóia

a causa dos residentes, e também se pro-

põe a dar continuidade às discussões. �

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POLÍTICAMÉDICA

CRICARDO BALEGO

A Saúde e o novo Congresso

om a troca de boa parte dos de-

putados federais e de muitos se-

nadores, promovida a partir das

eleições de outubro último, o ano de

2007 iniciará com as esperanças reno-

vadas no que diz respeito às questões

nacionais conduzidas a partir do Con-

gresso Nacional, em Brasília.

Com relação à área da saúde, a ex-

pectativa não é diferente. Demandas

bastante conhecidas por parte da popu-

lação e da categoria médica permane-

cem tramitando nas duas Casas – Câmara

dos Deputados e Senado Federal. As

Mudanças no Congresso renovam as esperanças com relação às demandas da categoriamédica e da saúde no país

entidades médicas e de defesa da saúde

nacional, por sua vez, já vêm se mobi-

lizando a fim de se certificar que esses

direitos sejam garantidos.

Das 513 cadeiras de deputados fede-

rais colocadas à disposição no pleito,

269 continuarão com seus atuais ocu-

pantes, o que representa um índice de

reeleição de 52,43%. Outros 244 de-

putados voltarão ou ocuparão pela pri-

meira vez o cargo. No Senado, foram

sete os reeleitos, das 27 cadeiras colo-

cadas à disposição – um terço da Casa.

Apesar dos próximos deputados toma-

rem posse somente em 1º de fevereiro

de 2007, já é possível verificar mudan-

ças no perfil da Câmara. Aumentou,

por exemplo, a predominância de par-

lamentares formados, empresários e

profissionais liberais na nova composi-

ção em relação ao último período, inici-

ado em 2002.

“A redução da bancada de trabalha-

dores e o aumento das bancadas de

empresários e profissionais liberais, por

exemplo, abrem espaço para novas ten-

tativas de propostas em bases neolibe-

rais, como a flexibilização da legislação

trabalhista, entre outras”, analisa o di-

retor do Departamento Intersindical de

Assessoria Parlamentar (Diap), Antô-

nio Augusto de Queiroz.

O Diap, órgão que faz o mapeamento

do Congresso Nacional há mais de duas

Foto

: Osm

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décadas, verificou que 265 dos deputa-

dos eleitos declararam-se profissionais

liberais, ao passo que 121 se registra-

ram como empresários. Em 2002, es-

ses números foram cerca de 200 e 100,

respectivamente. O terceiro maior gru-

po de deputados é constituído pelos as-

salariados urbanos, incluindo

trabalhadores da iniciativa privada e do

setor público, com 88 integrantes.

Dentro da categoria dos profissionais

liberais, 54 são médicos, atrás somente

dos advogados (87) e à frente dos enge-

nheiros (47), economistas (20), admi-

nistradores (15) e jornalistas (10).

Mais instruçãoCom relação ao perfil socioeconômi-

co dos novos eleitos, há predominân-

cia dos que têm graduação superior,

idade entre 30 e 60 anos, e alguma ex-

periência política em cargo público.

Esta será a Câmara dos Deputados

mais instruída, levando-se em conta

todos os níveis de escolaridade.

Em 2002, cerca de 385 dos 513 de-

putados eleitos disseram possuir di-

ploma de curso superior. Neste ano,

são 413 deputados formados neste

nível. Dos restantes, 37 não termina-

ram a faculdade, 51 têm o ensino mé-

dio e 12 possuem apenas o ensino

fundamental concluído.

“A conformação ideológica da nova

Câmara, a julgar pela formação e fonte

de renda, tende a ser menos social-de-

mocrata e mais liberal, o que aumenta

a pressão por reformas”, prevê Quei-

roz, que também é analista político.

Em termos de grau de instrução, a

próxima composição da Câmara se as-

semelhará à dos parlamentos de países

mais desenvolvidos.

Entra e saiCerca de 433 dos 513 deputados fe-

derais em fim de mandato tentaram se

reeleger, ou seja, 84,40% pretendiam

manter suas cadeiras. Destes, foram

reeleitos 269. Índice semelhante foi

visto somente em 1990, quando

51,35% dos candidatos garantiram mais

um mandato.

Institutos de pesquisa como o Diap

creditam a reeleição da maioria e a

ausência de novos nomes às mudan-

ças na lei eleitoral, em que pesaram

fatores como a redução dos gastos de

campanha e a proibição de materiais

de propaganda. Na prática, isso teria

reafirmado os nomes já conhecidos

pelo eleitorado.

Quanto aos novatos, dos 244 novos

escolhidos, 46 já exerceram o cargo de

deputado federal em legislaturas ante-

riores à 2002.

Uma ressalva importante é que, até a

data da posse, há a possibilidade de mui-

Fonte: DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar

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tos deputados eleitos serem indicados a

cargos no governo ou outras funções,

abrindo, com isso, espaço para que seus

suplentes assumam em seus lugares.

Do ponto de vista partidário, no en-

tanto, a renovação de quase 48% da

Câmara não significou grandes mudan-

ças. Nesse aspecto, destacaram-se ape-

nas partidos menores como o PV, que

passou de cinco para 13 parlamenta-

res, o PSC, que saltou de um para nove

deputados, e o PPS, que ganhou mais

sete cadeiras além das atuais 15.

“A Câmara dos Deputados que

emergiu das urnas em outubro de 2006

não sofreu grande mudança do ponto

de vista partidário em relação às ban-

cadas atuais. Não houve alteração

substancial da correlação de forças,

tendo por parâmetro o pleito de

2002”, confirma o diretor do Diap,

Antônio Augusto de Queiroz.

Bancada médicaA Frente Parlamentar da Saúde, ban-

cada formada em prol dos assuntos da

saúde nacional, fecha o exercício de

2006 com 190 componentes, dos quais

34 são médicos.

A renovação da Câmara, no entanto,

deve promover sensíveis mudanças na

composição do grupo. A legislatura que

se inicia em fevereiro de 2007 terá, in-

dependente de formação de frentes ou

outros grupos setoriais, 54 médicos atu-

ando como deputados federais.

O número é maior que a legislatura

anterior, que terminará com 52 médi-

cos, dos quais 33 foram reeleitos. �

Fonte: DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar

POLÍTICAMÉDICA

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Formada por membros do Conse-

lho Federal de Medicina (CFM) e

Associação Médica Brasileira

(AMB), a Comissão de Assuntos

Políticos das entidades preparou a

Agenda Parlamentar da Saúde Res-

ponsável, composta pelos 84 Proje-

tos de Lei considerados prioritários

para a saúde nacional.

Reunidas em uma publicação, as

propostas serão apresentadas ofici-

almente ao Congresso entre final de

janeiro e início de fevereiro de

2007, mês em que tomam posse os

novos representantes.

“Durante a elaboração da Agenda

a gente já trabalhava no Congresso.

Ao passo que identificávamos os

projetos que precisavam de alguma

intervenção, já eram marcadas au-

diências com deputados e senado-

res, procurando propor redações

dos textos e explicando por que al-

guns projetos têm determinadas di-

ficuldades”, explica Alceu José

Peixoto Pimentel, um dos represen-

tantes do CFM na comissão.

De fato, foram realizadas cerca de

30 audiências com parlamentares

durante 2006, sempre com resulta-

dos positivos. “Todos os parlamen-

tares, de todos os partidos, nos

atenderam muito bem e nunca nos

foi recusada uma solicitação de au-

diência”, confirma Pimentel.

Encabeçam a lista de Projetos da

COMISSÃO ENTREGARÁ AGENDA PARLAMENTAR

Agenda os que tratam da regulamen-

tação da profissão médica (PLS 268/

02), financiamento do SUS (EC 29) e

consolidação da CBHPM no sistema

de saúde suplementar (PL 3466/04),

entre muitos outros. Mas também fa-

zem parte da relação projetos que a

classe médica considera parcialmen-

te favorável – estes passíveis de mu-

danças – e outros, ainda, que têm

parecer desfavorável do movimento

médico, como os PLs 7354/06 e

6435/05, que tratam dos Atos Quí-

mico e Farmacêutico, respectivamen-

te, e que foram aprovados para

tramitação conjunta recentemente

pela mesa diretora da Câmara.

As previsões da comissão são positivas,

Comissão de Assuntos Políticos, em reunião na sede da AMB

já que os trabalhos vêm tendo boa

repercussão. “A expectativa para a

entrega da Agenda é das melhores

possíveis, pois está havendo uma re-

ceptividade muito grande por parte

de toda a classe médica. Isso é im-

portante porque toda a categoria do

país vai ter que participar, já que a

comissão é só um canal para viabi-

lizar isso”, destaca Jurandir Mar-

condes Ribas Filho, um dos

representantes da AMB no grupo.

A Comissão de Assuntos Políti-

cos é formada ainda por Pedro Pa-

blo Chacel e Neuman Figueiredo de

Macedo, pelo CFM, e Luc Louis

Maurice Weckx e José Luiz Dan-

tas Mestrinho, pela AMB.

Foto: Camila Kaseker

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APM discute papeldo associativismo

ASSOCIATIVISMO

oram três dias de imersão no

mundo associativo. Representan-

tes da Associação Paulista de Medicina

(APM) de todo o Estado se reuniram,

entre os dias 24 e 26 de novembro, em

Itupeva, para discutir os rumos da enti-

dade nos próximos anos e traçar metas

em todas as áreas de atuação.

A abertura do I Encontro APM foi

realizada pelo 1º Secretário da APM,

Renato Françoso, organizador do

evento, que falou sobre a importância

de se reunir em prol do associativismo,

visando oferecer o melhor para os

Em Itupeva, representantes da APM de todo o Estado se reúnem para debater ofuturo da instituição

F

LUCIANA ONCKEN médicos paulistas.

O primeiro palestrante, ainda na noi-

te de sexta-feira, dia 24, foi o presiden-

te da APM, Jorge Carlos Machado

Curi, que apresentou a história e o de-

Mesa diretora de um dos módulos debatidos em Itapeva (SP)

Representantes do Interior e da Capital assistem a uma das palestras

senvolvimento da entidade ao longo

dos anos. Em seguida, o vice-presidente

Florisval Meinão, comandou um deba-

te. Meinão lançou algumas questões

para a plenária:

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- Qual é o papel que a APM deve ter

junto aos serviços públicos e privados

de saúde?

- Qual o papel que a APM deve de-

senvolver junto ao legislativo?

- A atividade médica deve estar en-

quadrada como relação de consumo e

ser submetida ao Código de Defesa do

Consumidor?

- Como se pode melhorar o relacio-

namento entre as regionais da APM e a

APM Estadual?

- Como a APM trabalha os avanços

científicos?

As respostas foram dadas ao final do

evento, que foi divido em cinco módu-

los, em que foram apresentados os de-

partamentos da APM Estadual, como

eles atuam, e o que podem oferecer para

as regionais.

O vice-presidente do Conselho Fede-

ral de Medicina (CFM), Clóvis Constan-

tino, também falou aos presentes. Em seu

discurso, elogiou a atuação da APM.

“Não é fácil agregar 26 mil médicos numa

só instituição, quando sua participação a

ela é facultativa”, destacou. “Tenho

percebido a importância da APM em

todo o País. A APM dita normas e con-

ceitos. Trata-se de uma instituição extre-

mamente reconhecida e de grande

prestígio”, completou.

Na ocasião, Constantino chamou

atenção para algumas questões impor-

tantes para os médicos e o andamento

delas. Ele mostrou preocupação com a

intenção do Ministério das Relações

Exteriores do Brasil em assinar um

acordo com Cuba e Bolívia para que

médicos desses países não precisem

revalidar seus diplomas quando atua-

rem em qualquer dos três. A diretoria

da APM reunida aprovou uma moção

de repúdio ao acordo.

Outro ponto importante destacado

pelo vice-presidente do CFM foi a vo-

tação do substituto (268/06) da sena-

dora Lúcia Vânia ao projeto de lei do

Ato Médico, que deve entrar na pauta

nesta quarta-feira, 29 de novembro. “O

projeto ficou excelente para todos os

lados”, explicou. O projeto substituto

será votado na Comissão de Assuntos

Sociais do Senado.

Durante o encontro, falou-se muito

sobre a importância de incrementar o

uso do Selo Médico, sobre a participa-

ção da APM nos Conselhos Municipais

de Saúde, sobre a idéia de levar os pro-

gramas culturais e sociais e os eventos

científicos às regionais, sobre propos-

tas para agregar novos sócios, princi-

palmente os jovens, sobre a assistência

jurídica, sobre a descaracterização da

Jorge Curi, presidente da APM: “é fundamental levar este conhecimento a todos”

Mesa que dirigiu o módulo 2º

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relação médico-paciente como relação

de consumo, sobre o relacionamento da

APM com as sociedades de especiali-

dades e associações de hospitais, pro-

pondo uma aproximação maior, a

criação de um comitê de Bioética, a

criação de comitê de Residentes e um

comitê de Acadêmicos, reunindo estu-

dantes e residentes de várias institui-

ções, como uma forma de aproximar

os jovens do sistema associativo.

“Nós temos um papel muito impor-

tante, que é defender a nossa classe, e nós

estamos fazendo isso. Nós temos sim uma

resposta quando nos perguntam o que a

APM faz pelo médico. Precisamos tra-

balhar a conscientização do médico so-

bre as nossas ações”, destacou o diretor

administrativo da APM, Akira Ishida.

ParticipaçãoOs presidentes de regionais partici-

param ativamente do I Encontro APM,

entre 24 e 26 de novembro, em Itupe-

va. Ali, registraram as suas dúvidas e

tiraram muitas delas, colocaram a sua

opinião sobre a entidade e como ela

devia agir, conheceram melhor a insti-

tuição para a qual se dedicam.

O presidente da APM Santos, por

exemplo, propôs que todos trabalhem

para agregar o maior número de “cole-

gas” possível, principalmente os mais

novos. Esta preocupação da entidade

em trazer o jovem médico para o siste-

ma associativo ficou bastante evidente.

E deve ser uma das linhas de trabalho

daqui para frente, sem esquecer os mé-

Mesa diretora do módulo 3º, no Encontro de Atibaia

Coordenadores e participantes do 1º Encontro sobre Associativismo

ASSOCIATIVISMO

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dicos com formação mais avançada.

Uma outra colocação interessante foi

do presidente de Limeira, que queria

saber como fazer com que a APM, nas

pequenas cidades, seja viável. Uma ex-

periência bastante valorizada, na oca-

sião, foi a apresentada pelo presidente

da APM Avaré, José Carlos de Arruda

Campos. O médico vai de consultório

em consultório apresentar a APM e con-

vencer seus colegas a se associar. Até

agora, ele garante ter conseguido 100%

de adesão. Sua atitude faz até mesmo

lembrar o trabalho do idealizador da

APM, Alberto Nupieri que, em 1930,

fez a mesma peregrinação para conven-

cer os médicos da época a fundar a As-

sociação Paulista de Medicina (APM).

Carlos Amorim, da APM Matão,

trouxe a experiência de sua cidade. Lá

90% dos médicos são associados. Há

uma parceria com a Unimed local que

viabiliza a associação à entidade. Além

disso, sua forte atuação no Conselho

Municipal de Saúde de Matão é reco-

nhecida pelos colegas locais, que sa-

bem a importância de participar das

decisões sobre as políticas de saúde.

De Araraquara, Marco Antônio Cae-

tano, também considera essencial esta atu-

ação da APM no Conselho Municipal de

Saúde e a aproximação da APM com to-

das as sociedades de especialidades.

Antônio Haddad Dib, de Piracicaba,

ao lado de outros representantes de ou-

tras regiões, propôs a “interiorização”

dos programas científicos, culturais e

sociais da APM Estadual.

Nicolau D´Amico Filho, diretor de Comunicação, fala sobre “planos paraintegrar APM e regionais”

Todas as propostas foram estudadas

por um grupo de trabalho que, ao final

de cada módulo, se reunia para estabe-

lecer quais propostas seriam apresen-

tadas na plenária final.

O coordenador dos trabalhos, Rena-

to Françoso, primeiro secretário, res-

saltou a importância de quebrar

paradigmas e passar a ver a APM como

uma só entidade. “Estamos aqui para

descobrir como vamos nos engajar por

esta associação daqui para frente, como

vamos nos posicionar”, ressaltou.

Estas foram só algumas das várias par-

ticipações, e todas válidas, para se co-

nhecer melhor a complexidade da APM

em todo o Estado.

O presidente da APM, Jorge Carlos

Machado Curi, considerou o encontro

muito positivo. “É fundamental levar

este conhecimento a todos, fazer com

que se conheça melhor a instituição. É

um trabalho de integração extremamen-

te importante entre todas as regiões do

Estado”, analisou. �

Mesa que dirigiu o módulo 5º, no encontro “Construindo o Futuro”

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Respeitável público!

SADRIANA REIS

CULTURA

intomas: desânimo, falta de ape-

tite para se alimentar, vontade

de ficar em casa, jogado num sofá, de-

pois de um dia inteiro de trabalho.

Diagnóstico: queda aguda no lado

criança de encarar a vida.

Remédio: doses intensas de risadas,

que promoverão o bem-estar imediato

do corpo e da mente, provocando rela-

xamento e aliviando possíveis sintomas

de estresse.

Centro de tratamento: o circo mais

próximo de sua casa.

Arte circense se reformula eatrai novas gerações deartistas e de público

Respeitável público!

É com imenso prazer que um núme-

ro cada vez maior de artistas orgulho-

samente apresenta as maravilhas do

circo. Basta andar pelas ruas de São

Paulo ou folhear os cadernos culturais

de revistas e jornais para perceber que

a arte circense vem ganhando novos

adeptos e conquistando público.

Engana-se quem pensa que circo é

programa para criança. A arte circense

praticada hoje está completamente re-

novada. No picadeiro, montado sob a

lona colorida, não se encontram mais

animais, como no passado. Circo hoje

é sinônimo de criatividade e, principal-

mente, desenvoltura corporal. Equilí-

brio, agilidade e uma boa dose de

ousadia geram espetáculos animados

para crianças, jovens, adultos e idosos.

Duas de suas características básicas,

no entanto, continuam lá: a capacidade

de deixar a platéia boquiaberta em ma-

labarismos surpreendentes e a de pro-

vocar uma explosão de risos com as

piadas e caretas dos artistas.

Mas, os palhaços se transformaram.

Nada de truques manjados, torneiri-

nha no canto dos olhos para simular o

choro que molha a platéia. Até o figu-

rino mudou. Os sapatos imensos, os

suspensórios e as calças largas deram

lugar a uma roupa mais enxuta – mas

ainda colorida – que permite a mobi-

lidade. Palhaço não faz apenas palha-

çada nos circos atuais. Também faz

malabarismos, como provam os artis-

tas do circo Zanni. Ou improvisam,

com avançadas técnicas de clown e

mímica, como mostram os atores do

Jogando no Quintal. Tudo sem deixar

a essência do circo: aflorar a alegria

Foto: Luis Doroneto

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em seu público, estimular a fantasia,

curtir ou reviver a infância.

Novatos do circoUm fato que não pode ser ignorado é

que o circo tem chamado a atenção de

uma nova geração de atores. São ado-

lescentes e jovens que se seduzem por

este tipo de arte e resolvem viver dessa

arte. Diferentemente do que ocorria

antigamente, quando as trupes percor-

riam o país, em condições muitas vezes

precárias, os grupos de hoje se organi-

zam e buscam recursos para se manter.

Também se especializam com forma-

ção em teatro. Muitos têm, além da in-

discutível habilidade, um diploma de

ensino superior, normalmente nos cur-

sos de artes e teatro.

Para se manter e garantir a viabilida-

de financeira de seus projetos, as com-

panhias circenses atualmente se reúnem

em cooperativas. Em outras palavras,

um grupo especializado em acrobacias

se une a uma dupla de palhaços que

convida um grupo de músicos e, jun-

tos, eles montam um espetáculo único.

Foi assim com o projeto Circo Roda

Brasil, criado em julho e mantido pelos

grupos Parlapatões e Pia Fraus. Depois

de lotar as apresentações do espetáculo

intitulado Stapafúrdyo, o Circo Roda Bra-

sil partiu para Bauru, no interior de São

Paulo, seguindo sua essência mambembe.

A base do Circo Roda Brasil é a jun-

ção de teatro, circo e teatro de bonecos.

Com lona de 32 metros de diâmetro e

capacidade para 700 pessoas, o projeto

pretende romper com o pensamento es-

tigmatizado de que circo seja um mero

entretenimento superficial.

Para isso, inova não apenas nas atra-

ções – com a inserção dos bonecos – mas

também no cenário, que traz imagens fei-

tas em grafite, com figuras humanas cari-

catas ou estapafúrdias, como definem.

As marchinhas características dos

espetáculos circenses também se reno-

varam. No Stapafúrdyo, a trilha sono-

ra, composta por André Abujamra, é

tocada ao vivo pela banda Trombada e

tem influência nos ritmos brasileiros.

A platéia sente a adrenalina em núme-

ros de impacto como saltos acrobáti-

cos, paradistas, cama-elástica, lira,

faixas e quadrante. Segundo seus inte-

grantes, o Circo Roda Brasil foi criado

para responder aos anseios de artistas

que sempre sonharam em seguir pelas

estradas levando às cidades brasileiras

suas variadas linguagens cênicas.

Participantes do espetáculo “Stapafúrdyo”

Circo Roda Brasil tem capacidade para 700 pessoas

Foto

: Lui

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oron

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Foto: Luis Doroneto

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CULTURA

Como nos velhos temposO apresentador coloca-se no centro

do picadeiro e pede a atenção do públi-

co. A música dá o clima de suspense no

ar. Ele anuncia: “vocês verão agora a

figura mais assustadora, mais horripi-

lante, mais espantosa de todos os tem-

pos. Que rufem os tambores. Vejam com

seus próprios olhos aquela que assusta

gerações. A única, a inacreditável...

Monga”. Ao anúncio da figura, a pla-

téia solta uma longa gargalhada. Segu-

rando uma jaula improvisada, entra em

cena o ator com uma exagerada peruca,

fazendo o papel de homem-macaco.

Suas caretas e expressões são tão engra-

çadas que nem as crianças se assustam.

É nesse clima que o circo Zanni apre-

senta suas atrações.

Há um quê de nostálgico no espetá-

culo, a começar pela bilheteria, que

lembra modelos de antigamente, e pelo

bilheteiro que se posiciona na entrada,

devidamente vestido com uma farda

colorida, para pegar os tíquetes e dar as

boas-vindas.

De novidade, o circo Zanni traz uma

banda, com instrumentos como tecla-

do, guitarra, baixo e sax. Todos os mú-

sicos são trajados e maquiados como

palhaços e alguns deles até arriscam

números de malabarismo com bastão.

A clássica figura da bailarina que se

equilibra na corda bamba, segurando a

sombrinha, também está lá, revivendo

um número tradicional do espetáculo.

As crianças acompanham a tudo com as

palmas, devorando pacotes de pipoca.

A diversidade está presente não so-

mente nos tipos de espetáculo. Há apre-

sentações para todos os gostos e bolsos.

Prova disso foi a passagem pelo Brasil,

entre agosto e outubro, do Cirque du

Soleil, uma trupe de origem canadense

que faz turnê mundial. Todas as sessões

do show Saltimbanco ficaram lotadas,

apesar de o ingresso custar entre R$ 100

e R$ 250. Quem pagou e assistiu não se

arrependeu. Dividido em 12 atos, o

espetáculo contou a história do garoto

que vê as transformações da metrópole

onde vive, por meio de malabarismo,

trapézio, palhaços, corda bamba e dan-

ça. Uma produção que impressiona por

seu jogo de luzes e cores, além do ta-

lento dos artistas que integram o gru-

po. É a arte do circo renovada e levada

a sério, com profissionalismo.

Monga, do circo Zanni

ImprovisoNo entanto, se por um lado o circo se

profissionalizou, por outro ainda há es-

paço para a improvisação. Essa é a pala-

vra que define o espetáculo Jogando no

Quintal, apresentado em São Paulo.

Com cenário ambientado em um es-

tádio de futebol, a apresentação con-

siste num desafio: o público dá o tema

e cada um dos dois grupos cria a ence-

nação, com tempo determinado. Aque-

le que for mais criativo marca o ponto,

ou melhor, o gol, segundo a votação da

própria platéia. Ao final, o grupo que

tiver maior pontuação é o vencedor da

noite. Mas a competição é o que menos

importa ali. A brincadeira está na su-

peração de cada artista, que usa as téc-

nicas do clown e a arte do improviso

para inventar, na hora, cada espetáculo.

O Jogando no Quintal surgiu há qua-

tro anos. Os amigos César Gouvêa e

Márcio Ballas decidiram unir suas duas

paixões, palhaço e improvisação, e cri-

aram esse jogo que, inicialmente, era

Espetáculo “Jogando no Quintal”

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Márcio Ballas, um dos criadores do “Jogando no Quintal”

apresentado no quintal da casa de Cé-

sar. Na propaganda boca-a-boca, o pú-

blico começou a aparecer.

“Não esperava que fosse crescer tan-

to. Nosso objetivo, no início, era pes-

quisar a linguagem do palhaço e da

improvisação. Queria fazer algo que eu

tivesse condições de viabilizar, inclu-

sive financeiramente. Mas as pessoas

gostavam tanto que o projeto ganhou

consistência”, lembra César.

Novos artistas juntaram-se ao grupo e

o projeto ficou maior. “Acho que o pú-

blico via que era algo autêntico e verda-

deiro e por isso gostava”, acrescenta.

Mas não foi apenas isso. Basta assistir a

uma apresentação para ver o quanto a

platéia se diverte, especialmente pela

agilidade com que a equipe cria, a partir

de temas tão estranhos e inusitados como

“emplasto”, por exemplo.

Aos 34 anos de idade (dez como pa-

lhaço), ex-integrante dos Doutores da

Alegria e formado pela Escola de Artes

Dramáticas da USP, César comemora

a boa fase da arte circense.

“Vejo mais do que uma revaloriza-

ção do circo. É uma verdadeira onda

de humor. Acho que o ser humano an-

dava carente de humor”, diz. O mesmo

ocorre com o improviso. “Há cinco

anos, falar em improvisar era ruim,

dava a impressão de algo que não foi

pensado e organizado com antecedên-

cia. Hoje, a improvisação virou ferra-

menta fundamental para nossa vida

pessoal e profissional. Quando você

acorda, não dá para saber tudo o que

vai acontecer durante o dia. Precisa-

mos de jogo de cintura”, defende.

César e tantos outros artistas do circo

atual levam o trabalho a sério, mas não

deixam de se divertir. Com seu traba-

lho, eles levam o remédio para o desâ-

nimo e a cura para o mau humor, sem

deixar de provar deste antídoto. “Acei-

tamos correr o risco de nos divertir.

Dizemos sim para a vida e sim para o

outro”, diz César.

E se há um efeito colateral para esse

tratamento é a possibilidade de sair do

espetáculo com o abdômen levemente

dolorido. De tanto rir. �

Circo Roda Brasil:(11) 3061-9799

Jogando no Quintal:(11) 3672-1553

Circo Zanni:(11) 4612-1433 e 9141-6606

SERVIÇO

Foto: Divulgação

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Academia Brasileira de CircoAvenida Francisco Matarazzo, 2030(com viaduto Pompéia)São Paulo (SP)Tel.: (11) 3803.9322 ou 3801.9012www.academiadecirco.com.br

Academia CompetitionUnidade Oscar Freire: Rua OscarFreire, 2066Cerqueira César – São Paulo (SP)Tel.: (11) 3061-0647Unidade Paulista: Rua CincinatoBraga, 520Bela Vista – São Paulo (SP)Circo Roda Brasil (Parlapatões e PiaFraus) tem apoio da CompetitionTel.: (11) 3171-2777www.competition.com.br

A EssencialAv. Caramuru, 1516Ribeirão Preto (SP)Fones: (16) 6232506/ 6208192/91037333Diretor: Johnny Martinswww.aessencial.com.br

Cefac – Centro de FormaçãoProfissional em Artes CircensesDireção: Alex Marinho e RodrigoMatheuswww.escoladecirco.com.br

Circo Escola Centro CulturalNogueiraPrefeitura Municipal de DiademaRua Marcos Azevedo, 240 -Vila NogueiraCEP: 09942-230 – Diadema (SP)Tel.: (11) 4071-9300www.diadema.sp.gov.br

Circo Escola GrajaúRua Ezequiel Lopes Cardoso, 333 -Parque GrajaúCEP: 04843-610 – São Paulo (SP)Tel.: (11)5924-3888Contato: Sueli e CarminhaMonitores: Diogenes de Souza Pereirae Anderson de Moraes [email protected]

Circo Escola PicadeiroTel.: (11) 3078 0944Coordenador: José Wilson Leitewww.picadeirocirco.com.br

Circuito de Interação de RedesSociais – CIRCUSOficinas livres de Circo-Teatro Rua André Perine, 1229 -Bairro Sta Cecília - Assis (SP)CEP: 19806-271Fone - 18 33232645www.circus.org.br

Escola de Circo Cia. do CircoRua Luis Vicentin Sobrinho, 225.Barão Geraldo – Campinas (SP)Tel.: (19) 3289 1934www.ciadocirco.hpg.ig.com.br

Escola Livre de Teatro de SantoAndréNúcleo de Montagem CircensePraça Rui Barbosa s/n - SantaTeresinhaCep: 09210-620 - Santo André (SP)Tel.: (11) 4996.2164Coordenador: Antônio RogérioToscano. Professor: Marcelo [email protected]

Escola na PraçaBeco do Projeto Aprendiz dasLetras – Ong. Cidade EscolaAprendizRua Belmiro Braga, s/n esquinacom Rua Inácio Pereira da RochaVila Madalena – São Paulo (SP)www.aprendiz.com.br

Espaço Cia. Circo de TrapoAvenida Renata, 163, Chácara -Belenzinho.São Paulo (SP)Tels.: (11) 6783-2442 - 9969-3145- 9505-4014Coordenação: Marco Poncewww.circodetrapo.com.br

Galpão do CircoRua Girassol, 323Vila Madalena – São Paulo (SP)Tel.: (11) 3812 1676Coordenador: Alex Marinhowww.galpaodocirco.com.br

Galpão Raso da CatarinaRua Harmonia, 921 – Vila Madalena –São Paulo (SP)Tel.: (11) 30314946Alessandro Azevedowww.rasodacatarina.com.br

Circo Escola Enturmando VilaPenteadoAv. Padre Orlando Garcia da Silveira,sem númeroVila Penteado - São Paulo (SP)Tel: 11 3981-0988

Instituto Criança CidadãAl. Olga, 422 – 138Barra Funda – São Paulo (SP)Tel.: (11) 3661 6227Coordenador: Elaine Fioriwww.iccsp.org.br

Circo Escola Cidade SeródioAv. Quinze de Janeiro, 07Guarulhos (SP)Tel.: (11) 6467-0077 Projeto ÂncoraEstrada Municipal do Espigão, 1239Jardim RebelatoCotia (SP)Tel.: (11) 4612 2576

Nau de ÍcarosRua Guaipá, 1380 Vila Leopoldina - São Paulo (SP)Tel.: (11) 3836-3708Coordenação: Marco Vettorewww.naudeicaros.com.br

Secretaria de Esportes e Lazer - CircoEscolaRua Cap Antônio Correia Barbosa, 2233Piracicaba (SP)CEP:13400-900Tel.: (19) [email protected]

CULTURAONDE APRENDER A ARTE DO CIRCO EM SÃO PAULO

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CULTURA

m trinta segundos, ele solta três

labaredas de fogo. O picadeiro

é rude, asfalto puro. Não há lona e nem

arquibancadas. É um cruzamento qual-

quer, de bom movimento, em cidades

médias e grandes.

Motoristas e passageiros dos carros

se espantam ao ver aquelas línguas de

fogo, que saem em baforadas da boca

de mais um artista anônimo, que insis-

te em manter, para sobreviver, uma arte

em decadência.

Jefferson Luiz Soares, 30 anos, pas-

sou 16 anos da sua vida sob a lona de

um circo. Começou como pisteiro,

equilibrou-se sobre cavalos e deixou

o picadeiro cuspindo fogo. Seu últi-

mo emprego foi em 1998, no circo

Orlando Orffei.

Ao deixar o circo, na cidade de Bo-

tucatu, teve como companhia uma bai-

larina da Companhia Orffei, que,

quando não estava no palco, trabalhava

como bilheteira.

Vieram os filhos. Hoje são três, um

com 4 anos, outro com três e o caçula

com nove meses. Eles e a mãe ficam

hospedados em hotéis populares, en-

quanto Jefferson sai para trabalhar, das

O sonho do cuspidor de fogo

EULISSES DE SOUZA 9h às 22h. No fim do expediente, leva

para a família de R$ 30,00 a R$ 40,00,

auferidos “em dia bem trabalhado”.

Para soltar as labaredas, Jefferson

consome diariamente dois litros de

querosene, dos quais, diz, 40 ml vão

para dentro do organismo. Ele bebe de

dois a três litros de leite por dia para

evitar a intoxicação.

“Quem abre a janela e dá uns troca-

dos são motoristas de carros populares.

Os de Kombi são os que mais ajudam.

Os de carros importados e caminhone-

tes não chegam a abrir as janelas, tal-

vez para não sentir o cheiro de

querosene”, diz Jefferson, que deu esta

entrevista em um cruzamento da cida-

de de Presidente Prudente (SP), onde

estava há dois meses.

Há seis anos como artista errante,

sem domicílio, Jefferson informou que

estava de partida para mais uma aven-

tura: desta vez para o Nordeste. “Sin-

to muita tristeza, saudade mesmo, dos

tempos de circo, da lona, do picadei-

ro; mas isso está acabando”, diz ao

revelar o seu sonho: trabalhar no Cir-

que du Soleil.

“Minhas labaredas atingem 1 metro

e 40 centímetros, enquanto as do cara

do Soleil atingem dois metros. Mas um

dia chego lá!”, diz Jefferson. �Foto: Ferreira Nascimento

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QRICARDO BALEGO

CULTURAEMEDICINA

Projeto idealizado e tocado por alunos de medicina utilizatécnicas circenses e de teatro para alegrar pacientes

uando o nacionalmente co-

nhecido palhaço Arrelia, pseu-

dônimo do artista circense Waldemar

Seyssel, nos deixou em 2005, o senti-

mento era estranhamente diferente.

Como chorar pela morte daquele que

usou boa parte dos seus 99 anos fa-

zendo os outros rirem? A pergunta

estava lançada e, mais do que isso, a

dica estava dada.

Na área médica, o recado também já

havia sido entendido anos antes por al-

guns profissionais, a fim de combater os

efeitos que acompanhavam a condição

enferma dos pacientes, muitas vezes

debilitados e desanimados. Para isso,

SORRIRé o melhor remédio

havia um remédio que já vinha sendo

administrado há tempos na raça huma-

na sem apresentar qualquer contra-

indicação: o sorriso. Quanto maior a

dose aplicada, maior o benefício gerado.

No Brasil, os pioneiros na utilização

das técnicas que unem arte dramática e

atividades circenses na abordagem a

pacientes foram os Doutores da Alegria,

trupe criada em 1991, em São Paulo.

A partir dessa semente foram gera-

dos diversos outros grupos em todo o

país, e um deles é o Projeto Sorrir é

Viver, iniciativa de alunos da Faculda-

de de Medicina do ABC (FMABC), lo-

calizada em Santo André.

Concebida em 2001, a idéia foi colo-

cada em prática efetivamente em mar-

ço de 2005. A inspiração veio do

próprio Doutores da Alegria e dos tra-

balhos do médico americano Hunter

“Patch” Adams (veja Box).

Segundo o atual coordenador do pro-

jeto e aluno do 3º ano do curso, André

Valente Lage, “a estrutura de ensino

que as faculdades propõem se esquece

de que a medicina é uma arte e não

uma transação de negócios em que se

Alunos da Faculdade de Medicina do ABC e suas atividades “circenses”

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preza a parte técnica e racional ao in-

vés dos valores e da relação médico-

paciente. Isso forma cada vez mais

médicos insatisfeitos”.

Juliana Bueno, do 5º ano de medicina,

concorda e credita seu ingresso no proje-

to por acrescentar diferentes formas de

se relacionar com as pessoas. “Como na

profissão de médico a relação é 99% com

o tratamento de todas as pessoas envolvi-

das, dou muito valor ao trabalho que está

sendo feito”, diz a aluna.

Medicina “de nariz”O coordenador André Lage lembra

que, no início, de posse dos dados que

mostravam o potencial da terapia do

riso e da humanização na mudança do

ambiente hospitalar, o grupo decidiu

“colocar narizes” e atuar no Hospital

Estadual Mário Covas.

Mas os primeiros contatos com os

doentes revelaram a necessidade de um

preparo maior. “Ao se depararem com

uma criança no leito não conseguiram

tirar nenhum sorriso, não sabiam o que

fazer e tiveram um choque nesta expe-

riência”, recorda.

A partir daí, o grupo foi em busca do

embasamento artístico de que precisa-

va. Muitos atores do Grande ABC fo-

ram procurados, mas se recusavam a

ajudar alegando que a “racionalidade”

dos acadêmicos de medicina não com-

binava com a arte dramática.

No entanto, o suporte necessário aca-

bou sendo encontrado na Escola Mu-

nicipal de Iniciação Artística (EMIA),

quando 14 alunos fizeram um curso de

seis meses de formação em clown – ou

palhaço –, aprendendo técnicas circen-

ses, de arte lúdica, trabalho com más-

caras e adquirindo uma base artística

como postura de trabalho.

Atualmente, a equipe é composta por

33 estudantes, que cursam entre o 2º e

o 5º ano de medicina. As atividades são

voluntárias, sem fins lucrativos. Exis-

te o apoio institucional da disciplina de

Pediatria da faculdade e de alguns pro-

fessores. “Financeiramente, o projeto

é sustentado pelos próprios acadêmi-

cos, apesar de estarmos procurando

patrocínio”, revela seu coordenador.

A rotina dos alunos inclui atividades

Participantes do projeto visitam principalmente crianças internadas

Projeto inclui atividades lúdicas

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de atendimento quatro dias por sema-

na, além dos ensaios, reuniões com o

grupo e com psicólogos semanalmente

– que realizam visitas conjuntas –, en-

tre outras atividades.

“O Sorrir é Viver me fez concluir que

a medicina vai muito além do diagnós-

tico e simples tratamento de uma en-

fermidade, pautando-se principalmente

na relação do paciente consigo mesmo

e o ajudando a enfrentar o medo que a

doença causa”, reconhece Bruno

Schuindt, acadêmico do 3º ano.

“Perceber que o ‘nariz’ consegue ti-

rar pacientes do leito, fazer pessoas ido-

sas que não se alimentavam passarem a

comer e tranqüilizar mães aflitas, são

alguns dos nossos feitos diários ao pro-

porcionar a fantasia e o sorriso nos cor-

redores”, completa Lage.

Trabalho dobradoConciliar a rotina acadêmica com as

atividades do projeto não tem desani-

mado os estudantes. A recompensa,

para eles, vem na “capacidade de

amenizar o clima hostil de hospitais e

instituições e proporcionar a felicida-

de não só para pacientes, mas enfermei-

ros, médicos e todos que trabalham para

a manutenção do local, em difíceis es-

tados físicos e emocionais”.

Atualmente são realizadas apresenta-

ções e visitas regulares à Casa de Apoio

às Crianças com Câncer da FMABC (às

terças-feiras), às áreas de Geriatria, UTI,

enfermaria e PS pediátricos do Hospital

Municipal de São Caetano do Sul (às

quartas e quintas) e nos ambulatórios da

própria FMABC, onde mais de 500 pes-

soas circulam diariamente. A maioria

dos trabalhos começa após o período le-

tivo dos estudantes, às 18h, durando

cerca de duas horas.

O grupo vem negociando com a

administração, ainda, a atuação no se-

tor geriátrico do hospital universitá-

rio, tarefa que não será difícil, já que

as atividades vêm ganhando cada vez

mais a admiração dos docentes e de-

mais acadêmicos.

“Como médicos e palhaços, acredita-

mos na associação do tratamento empí-

rico com o subjetivo. O sorriso é muito

mais que um remédio, é o desejo de con-

tinuar a viver”, testemunha André Lage,

futuro médico que, juntamente com seus

colegas, já enxerga a profissão por um

ângulo mais humano. �

Estudantes do 2º ao 5º ano participam do “Sorrir é Viver”

CULTURAEMEDICINA

Alunos não desanimam e conciliam rotina acadêmica com atividades circenses

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Além das práticas diárias, questi-

onamentos e ensinamentos que o

aprendizado médico confere a seus

alunos, os integrantes do “Sorrir é

Viver” também tiveram grande ins-

piração no trabalho realizado há

décadas por um pioneiro do riso.

O exemplo veio do norte-ameri-

cano Hunter “Patch” Adams que,

após ter sido internado em uma clí-

nica psiquiátrica em virtude de uma

depressão profunda, aos 16 anos,

decidiu tornar-se médico.

Apesar de enfrentar muita resistên-

cia, inclusive na própria faculdade de

medicina, continuou empenhando-se

nas ciências médicas, ao mesmo tem-

po em que se aprofundava nos estudos

das relações entre médicos e pacientes

e os efeitos terapêuticos da felicidade.

Na década de 1970, fundou o Gesun-

dheit! Institute, casa de saúde que abri-

gava estudantes, parentes e pacientes

internados, onde eram aplicadas e en-

sinadas suas pouco usuais técnicas. Atu-

almente, Adams também percorre o

mundo levando sua alegria na mala:

Camboja, Peru, Tibete, Argentina, Chi-

na, Itália e Rússia foram alguns dos lo-

cais já visitados.

Em 2005, o médico esteve no Brasil

para uma série de palestras. E foi a par-

tir de uma dessas visitas, no Hospital

Municipal de São Bernardo do Campo,

que os estudantes de medicina da FMABC

Inspiração também veio de Adams e filme

resolveram tocar efetivamente o pro-

jeto “Sorrir é Viver”.

O filme que conta a sua história,

distribuído no Brasil sob o título

“Patch Adams – O amor é contagi-

oso”, também já havia inspirado os

alunos no início do projeto. “Nossa

vontade aumentou quando tivemos

contato com o Patch Adams em

2005. Ele nos chamou a atenção a

partir do filme estrelado pelo [ator]

Robin Williams, onde a relação

médico-paciente era tão importan-

te quanto a parte técnica”, lembra

o coordenador do projeto, André

Valente Lage.

“Amigos, é importante que vo-

cês entendam que a medicina é um

exercício constante de compai-

xão” foi um dos conselhos que o

pioneiro médico deixou aos futu-

ros e atuais profissionais brasilei-

ros naquela ocasião.

Hunter “Patch” Adams

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APM estreita relações com o setorpúblico municipal

RADARMÉDICO

O presidente da Associação Paulista de

Medicina, Jorge Carlos Machado Curi,

esteve reunido com prefeito da cidade de

São Paulo, Gilberto Kassab, no dia 5 de

dezembro, com o intuito de discutir,

informalmente, temas ligados à saúde e

propostas na área para o ano de 2007.

A principal delas foi a continuidade

da parceria entre a entidade e a prefeitu-

ra na realização dos Cursos de Urgênci-

as e Emergências Médicas, promovidos

com sucesso na rede pública de saúde

paulistana no ano de 2006.

No dia 7, a visita foi à secretária de

Saúde do Município de São Paulo,

Maria Aparecida Orsini. Ocasião em

que foi discutido como a APM pode

atuar em parceria com a prefeitura, a

Em razão da transferência da car-teira de usuários da Clinicard As-sistência Médica para a Blue Life,os prestadores médicos credencia-dos à primeira operadora estiveramreunidos, no dia 4 de dezembro,com o vice-presidente da entidade,Florisval Meinão.

O objetivo do encontro foi soli-citar apoio da entidade para criarum canal de negociação entre aspartes, com o objetivo de buscaruma solução frente à eventualinadimplência sobre o pagamentodos serviços prestados. A APMcomprometeu-se a apoiar os pro-fissionais médicos, vítimas dessa si-tuação, e procurar as operadoraspara uma solução consensual. (CA)

APM faz reuniãocom médicosda Clinicard

exemplo do que tem ocorrido na área

de trauma, com o Curso de Urgências e

Emergências. A idéia é estender o pro-

grama para outras áreas. Na opinião da

secretária, é preciso investir em recur-

sos humanos.

“Os encontros foram muito produti-

vos. Mais uma vez, colocamos à dispo-

sição todo o trabalho que vem sendo

realizado em São Paulo pela APM. O

prefeito e a secretária mostraram-se

bastante sensíveis ao prosseguimento

das ações”, afirmou Jorge Curi.

Jorge Curi é recebido na prefeitura deSão Paulo

O Curso de Urgências e Emergências

Médicas, promovido pela Associação

Curso de Urgência e Emergência élevado a outros Estados

Paulista de Medicina (APM), lançado

no final de 2004, tem capacitado médi-

cos em todo o Brasil. De caráter teóri-

co-prático, com ênfase na parte prática,

o curso oferece aos profissionais a pos-

sibilidade de treinamento intensivo,

num conjunto de atividades de imer-

são, com carga horária de 20 horas, di-

vididas em dois dias. Em outubro, por

exemplo, o curso foi levado ao municí-

pio de Juriti, no Pará.

Ainda durante todo este ano, o curso

foi realizado em vários hospitais da

rede municipal de saúde de São Paulo,

numa parceria com a Secretaria Muni-

cipal de Saúde, capacitando centenas de

médicos do sistema público.Curso capacita médicos em todo país

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MEDICINAACADÊMICA

Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo

(FMUSP) tem novo diretor, o profes-

sor Marcos Boulos, 61 anos, que tomou

posse em cerimônia realizada no dia 5

de dezembro, no Teatro da FMUSP.

Ex-diretor clínico do Hospital das

Clínicas-FMUSP e ex-diretor do Insti-

tuto de Medicina Tropical (IMT), Bou-

los é professor titular do Departamento

de Doenças Infecciosas e Parasitárias

da FMUSP desde 1999. Infectologista

com experiência em malária, infecção

hospitalar, HIV, leishmaniose e hepati-

te, o novo diretor da FMUSP é assessor

técnico do Ministério da Saúde e atua

como consultor da Organização Mun-

dial de Saúde (OMS) e da Organização

Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Filho de libanês e brasileira, Marcos

Marcos Boulosé novo diretorda FMUSPA Boulos nasceu em São Paulo. Nos pri-

meiros anos de vida, morou na Capital

e, mais tarde, mudou-se para o municí-

pio de Santo Anastácio. Graduou-se em

Medicina (1972) pela PUC-Sorocaba.

Cursou a Residência Médica (1973-

1974) e exerceu o cargo de preceptor

(1975-1976) no Hospital das Clínicas.

Concluiu o Mestrado (1980) em Doen-

ças Infecciosas e Parasitárias pela

FMUSP com o tema “Inquérito Soro-

epidemiológico sobre Malária em Es-

colares de Marabá, Pará”. Em 1983,

terminou o Doutorado com o trabalho:

“Comprometimento hepático na malá-

ria: correlação clínico-bioquímico his-

topatológica”. Em 1991, obteve a

Livre-Docência na FMUSP. Foi chefe

do Departamento de Doenças Infeccio-

sas e Parasitárias em duas gestões. Mar-

cos Boulos é casado e tem três filhos.

O presidente da Associação Paulista

de Medicina (APM), Jorge Carlos Ma-

chado Curi, compareceu à cerimônia

de posse. �

Jorge Curi, presidente da APM, prestigiou a posse de Marcos Boulos

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40Revista da APM Dezembro de 2006

Produtos&

Serviços

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LITERATURA

Os livros estão disponíveis na Biblioteca que funciona no 5º andar do prédio da APM de segunda a sexta das 8h30 às 20h.

O livro é fruto de maisde 32 anos de traba-lhos clínicos no Centrode Terapia Intensivado Hospital IsraelitaAlbert Einstein, expe-riências que aliaramuma equipe multi-

profissional de qualidade e eficiência àtecnologia. O lançamento é a terceira re-visão da obra. A primeira foi publicadaem 1994 e a segunda, em 1998. Amplia-da e atualizada (até março de 2006), trazdois volumes, somando mais de 3000páginas, divididas em mais de 200 capí-tulos abrangentes, com diagramação levee ilustrações, que fornecem diretrizes deconduta relativas aos pacientes graves eàs delicadas situações enfrentadas pelosprofissionais da área. O autor é médico-fundador e diretor emérito do Centro deTerapia Intensiva, além de vice-presiden-te da Prática Médica da Sociedade Bene-ficente Israelita Brasileira Albert Einstein.Autor:Autor:Autor:Autor:Autor: Elias Knobel. Formato:Formato:Formato:Formato:Formato: 21 x28cm, páginas 3.000 (2 volumes). Edi-Edi-Edi-Edi-Edi-tora:tora:tora:tora:tora: Atheneu. Contato: (11) 3665.1100ou www.atheneu.com.br

Atlas de Patologia Humana de NetterO Atlas vem com o objetivo de colocar ao alcance dos estudantesuma apresentação clara, concisa e atraente das bases patológicasdas doenças humanas mais comuns, representadas por meio deilustrações e esquemas didáticos. Sempre que necessário, as ima-gens elaboradas pelo artista-médico Frank H. Netter são reunidasa fotografias de aspectos macro e microscópicos, proporcionan-do aos leitores a compreensão das relações estrutura-função e

das bases patológicas das doenças humanas. Dados comparativos sobre processospatológicos semelhantes são resumidos em tabelas que complementam o texto. Aobra está dividida em 13 capítulos. Entre eles, Padrões Gerais de Reação, SistemaCardiovascular, Sistema Respiratório, Doenças do Sistema Reprodutor Masculino etc.Autores:Autores:Autores:Autores:Autores: L. Maximilian Buja, MD e Gerhard R. F. Krueger, MD, PhD. FFFFFormato:ormato:ormato:ormato:ormato: 21 x 28,529 páginas. Editora:Editora:Editora:Editora:Editora: Artmed. Contato: (11) 3665.1100 ou www.artmed.com.br

Atualidades em Nefrologia 9O livro é o maior desta série iniciada em 1988. Conta com 64 capí-tulos, 133 autores e é fruto do trabalho do Departamento Clínicoda Sociedade Brasileira de Nefrologia. Segundo o prefácio da obra,“apesar de a nefrologia ter sido confundida em vários momentosda sua história como especialidade ligada a procedimentos, a SBN,por meio de iniciativas como esta, reafirma sua posição de ´filhapredileta da Clínica Médica` e sua ligação atávica à integridade doscuidados médicos dispensados à população”. Em oito seções, di-

versos temas importantes ligados ao assunto são abordados: Ensino da Nefro emEscolas Médicas Brasileiras, Células-Tronco, Síndrome Hepatorrenal, Atualização emAmiloidose, Transplantes, entre outros.Autor:Autor:Autor:Autor:Autor: Incor. FFFFFormato:ormato:ormato:ormato:ormato: 18 x 27cm, 498 páginas. Editora:Editora:Editora:Editora:Editora: Sarvier. Contato: (11)5571.3439 ou [email protected]

Condutas no Paciente Grave

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IV - Pacto pela saúde 2006Do financiamento parainvestimentos

São eixos prioritários para aplica-ção de recursos de investimentos:• Estímulo à Regionalização;• Investimentos para a Atenção Básica.

e) Programação pactuada e inte-grada da atenção em saúde - PPI

A nova proposta de PPI permite mai-or autonomia dos gestores na definiçãode suas prioridades e nos parâmetros.

Permanece na PPI a explicitaçãodos pactos de referência entre muni-cípios, determinando a parcela de re-cursos destinados à própria populaçãoe à população referenciada.

f) Regulação da atenção à saúde eregulação assistencial

Estabeleceram-se como princípiosnorteadores do processo de regulação:

• Cada prestador responde apenas aum gestor;

• A regulação dos prestadores de ser-viços deve ser preferencialmente domunicípio, conforme desenho da redede assistência pactuado na CIB, obser-vado o Termo de Compromisso de Ges-tão do Pacto e os seguintes princípios:

1) Da descentralização, municipa-lização e comando único;

2) Da busca da escala adequada eda qualidade;

3) Considerar a complexidade darede de serviços locais;

4) Considerar a efetiva capacidadede regulação;

5) Considerar o desenho da rede es-tadual da assistência;

6) A primazia do interesse e da sa-tisfação do usuário do SUS.

• A regulação das referências inter-municipais é responsabilidade do ges-tor estadual, expressa na coordenaçãodo processo de construção da PPI daatenção em saúde, do processo de re-gionalização, do desenho das redes;

• A operação dos complexos regula-dores, no que se refere à referência in-termunicipal, deve ser pactuada na CIB.

Conforme explicitado pelas diretri-zes, a regulação dos prestadores nãotem um modelo único para o país. CadaCIB poderá definir o modelo que me-lhor se adapte à realidade do estado emunicípios envolvidos.

A regulação assistencial não é prer-rogativa de uma esfera de governo, ex-clusivamente.

Porém, vale destacar nessa premis-sa, o papel fundamental das SecretariasEstaduais na garantia do acesso do ci-dadão, notadamente, nas referênciasintermunicipais.

Foram estabelecidas metas para estePacto, que devem ser alcançadas no pra-zo de um ano:

1) Contratualização de todos os pres-tadores de serviços;

2) Colocação de todos os leitos e ser-viços ambulatoriais contratualizadossob regulação;

3) Extinção do pagamento dos servi-ços dos profissionais médicos por meiodo código 7.

ResponsabilidadesSão definidas as responsabilidades

sanitárias e atribuições do município,do Distrito Federal, dos Estados e daUnião. A Gestão do SUS é construídade forma solidária e cooperada, comapoio mútuo por meio de compromis-sos assumidos nas CIBs e CITs.

a) gerais da gestão do SUS – devem serexercidas pelos três entes federativos.

As responsabilidades a seguir são es-pecíficas dos estados:

b) na regionalizaçãoc) do planejamento e programaçãod) da regulação, controle, avaliação e

auditoriae) na gestão do trabalhof) na educação em saúdeg) na participação e controle social

Implantação e monitora-mento dos pactos pelavida e de gestão

PORDENTRODOSUSpor Luiz Antonio Nunespor Luiz Antonio Nunes

a) Implantação:A implantação dos Pactos pela Vida

e de Gestão enseja uma revisão nor-mativa em varias áreas, que serão re-gulamentadas em portarias específicas,pactuadas na CIT.

O Termo de Compromisso de Ges-tão Federal, Estadual, do DF e Muni-cipal fica definido como o documentode formalização deste Pacto nas suasdimensões pela vida e de gestão. Estedocumento contém as metas e objeti-vos do Pacto pela Vida, as responsabi-lidades e as atribuições de cada gestor,e os indicadores de monitoramento.

A assinatura do Termo de Compro-misso de Gestão substitui o atual pro-cesso de habilitação, conformedetalhamento em portaria específica.

Fica extinto o processo de habilita-ção para Estados e Municípios, confor-me estabelecido na NOB SUS 01/-96 ena NOAS SUS 01/2002. Ficam manti-das, até a assinatura do Termo de Com-promisso de Gestão constante destasdiretrizes, as mesmas prerrogativas eresponsabilidades dos municípios e es-tados que estão habilitados em GestãoPlena do Sistema, conforme estabele-cidos nas normas operacionais citadas.

b) Processo de monitoramento:Deve ser estabelecido um processo

permanente de monitoramento dos cro-nogramas pactuados nas situações ondeo município e estado não tenham condi-ções de assumir plenamente suas respon-sabilidades no momento de assinaturado termo de Responsabilidade.

Portaria GM/MS 699 de,30 de março de 2006

Esta portaria regulamenta a imple-mentação das Diretrizes Operacio-nais dos Pactos pela Vida e de Gestãoe seus desdobramentos para o proces-so de gestão do SUS, bem como a tran-sição e o monitoramento dos Pactos,unificando os processos de pactuação

e metas. �

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