2008-08-15 Gestao Contemporanea parte 01

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1 GESTÃO CONTEMPORÂNEA Prof. Luiz Antonio 1. As Organizações A sociedade humana é composta de organizações que fornecem os meios para o atendimento das necessidades das pessoas. Serviços como água, saúde, energia, segurança pública, alimentação, diversão, educação, etc. dependem das organizações. As organizações fornecem os meios de subsistência para muitas pessoas que trabalham direta ou indiretamente para essas organizações bem como seus familiares. Existem organizações lucrativas e organizações não-lucrativas. São exemplos de tipos de organizações em que o administrador trabalha: Pública ou privadas; Nacionais ou Multinacionais; Clubes; ONGs; Etc... O desempenho das organizações é extremamente importante para clientes, usuários, funcionários, acionistas, fornecedores e para a comunidade em geral. Podemos então definir a Organização como sendo “um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos)”. Figura 1.1 Principais componentes das organizações Fonte: Maximiano,2004. RECURSOS Humanos Materiais Financeiros Informação Espaço tempo PROCESSOS Processos de transformação Divisão do trabalho OBJETIVOS Produtos (Bens e serviços)

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Gestão Contemporânea Parte 01

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GESTÃO CONTEMPORÂNEA Prof. Luiz Antonio 1. As Organizações

A sociedade humana é composta de organizações que fornecem os meios para o

atendimento das necessidades das pessoas. Serviços como água, saúde, energia, segurança

pública, alimentação, diversão, educação, etc. dependem das organizações.

As organizações fornecem os meios de subsistência para muitas pessoas que

trabalham direta ou indiretamente para essas organizações bem como seus familiares.

Existem organizações lucrativas e organizações não-lucrativas.

São exemplos de tipos de organizações em que o administrador trabalha:

• Pública ou privadas;

• Nacionais ou Multinacionais;

• Clubes;

• ONGs;

• Etc...

O desempenho das organizações é extremamente importante para clientes,

usuários, funcionários, acionistas, fornecedores e para a comunidade em geral.

Podemos então definir a Organização como sendo “um sistema de recursos que

procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos)”.

Figura 1.1 Principais componentes das organizações Fonte: Maximiano,2004.

RECURSOS Humanos Materiais

Financeiros Informação

Espaço tempo

PROCESSOS ● Processos de transformação ● Divisão do trabalho

OBJETIVOS Produtos

(Bens e serviços)

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Conforme verificamos na figura, os recursos representam os elementos necessários

para que a organização possa funcionar. Os processos representam as diversas ações que

devem ocorrer para atingir os objetivos, ou seja, as diversas atividades da organização que

devem ser executadas, sendo que essas atividades são divididas de acordo com a

característica do trabalho. Os objetivos representam os produtos (bens e serviços) que a

organização se propõe a produzir, ou seja, é a razão de ser da empresa.

Segue abaixo uma abordagem mais detalhada desses componentes da organização.

Objetivos

Os objetivos representam a razão da existência da organização. Toda organização

existe com a finalidade de fornecer algum tipo de produto: um bem, um serviço ou uma

combinação dos dois.

Por exemplo:

. Uma empresa montadora de veículos produz e comercializa ônibus, caminhões,

peças e componentes e presta serviços como assistência técnica e treinamento do pessoal

de suas concessionárias. Outro exemplo: a Prefeitura de uma cidade, ou o governo de um

Estado, tem inúmeros objetivos, nas áreas da saúde, educação, transportes, assistência

social e outros.

· Por meio do fornecimento de bens e serviços, as organizações procuram alcançar

outros resultados: proporcionar lucro e subsistência para seus proprietários e investidores

ou cumprir um papel na sociedade, sem objetivo de lucro.

Recursos

As pessoas são o principal recurso das organizações. Em essência, as organizações

são grupos de pessoas que usam recursos: recursos materiais, como espaço, instalações,

máquinas, móveis e equipamentos, e recursos intangíveis, como tempo e conhecimentos.

Para que as organizações possam funcionar é necessária a existência de desses recursos

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Processos de Transformação

Por meio de processos, a organização transforma os recursos para produzir os

resultados. Um processo é um conjunto ou seqüência de atividades interligadas, com

começo, meio e fim, que utiliza recursos, como trabalho humano e equipamentos, para

fornecer produtos e serviços. Um processo é a estrutura de ação de um sistema. Todas as

organizações podem ser desmembradas em processos. Como exemplo podemos citar

alguns processos comuns, que se encontram na maioria das organizações, que são os

seguintes:

- Produção: transformação de matérias-primas, por meio da aplicação de máquinas e

atividades humanas, em produtos e serviços.

- Administração de encomendas: transformação de um pedido feito por um cliente na

entrega de uma mercadoria ou prestação de um serviço.

- Administração de recursos humanos: transformação de necessidades de mão-de-obra em

disponibilização de pessoas, desde seu emprego até seu desligamento da organização.

Divisão do trabalho – Funções Organizacionais

Em uma organização, cada pessoa, bem como cada grupo de pessoas realiza tarefas

específicas que contribuem para a realização dos objetivos.

Assim como as organizações são especializadas em determinados objetivos, as

pessoas e os grupos que nelas trabalham são especializados em determinadas tarefas.

A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações individuais por

meio da especialização. Quando se juntam as tarefas especializadas, realizam-se produtos e

serviços que ninguém conseguiria fazer sozinho.

As tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam, para que a

organização consiga realizar seus objetivos, em todas as organizações são praticamente as

mesmas. As mais importantes de qualquer organização são analisadas sucintamente a

seguir: produção (ou operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças e

recursos humanos. A coordenação de todas essas funções especializadas é o papel da

administração geral.

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Figura 1.2 Atividades especializadas das organizações – Funções organizacionais

Fonte: Maximiano, 2004. Produção (ou operações)

O objetivo básico da atividade de produção é fornecer o bem ou serviço da

organização. Produção é uma palavra genérica, que indica todos os tipos de operações

para o fornecimento de bens ou serviços. No coração de qualquer organização, encontra-se

um sistema de operações produtivas, que utiliza e transformam recursos para fornecer bens

e serviços aos clientes, usuários ou público-alvo.

No fornecimento de bens, as matérias-primas são transformadas por meio da aplicação de

esforço de pessoas e do uso de máquinas.

Por exemplo:

- Na fabricação de pães, os materiais (farinha, fermento, etc.) são transformadas pelas

pessoas (padeiros) através das máquinas (forno, masseira, tabuleiro, etc.) em um produto

que é o pão.

- Na fabricação de automóveis, os materiais (rodas, volante, parafusos, e demais

componentes) vão sendo transformados através da montagem realizada pelas pessoas

(operários) com o auxílio de máquinas e equipamentos até alcançar o objetivo, que é o

automóvel pronto.

Na prestação de serviços, os próprios clientes são processados e transformados.

Por exemplo: pacientes tratados em hospitais e alunos educados nas escolas.

Produção (operações)

Marketing

Finanças

Recursos Humanos

Pesquisa e Desenvolvimento

Administração Geral

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- Em um hospital, o paciente (cliente) entra para uma intervenção cirúrgica e então o

próprio paciente vai sendo transformado pelas pessoas (médicos, enfermeiros, etc.) com o

auxílio de máquinas e equipamentos até alcançar o objetivo, que é a cirurgia realizada.

- Em uma universidade, o aluno (cliente) entra buscando uma formação e vai sendo

transformado pelas pessoas (professores, coordenadores, inspetores, etc.) com o auxílio de

equipamentos até alcançar o objetivo, que é formação do aluno.

Marketing

O objetivo básico da atividade de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a

organização e seus clientes, consumidores, usuários ou público-alvo. Tanto as

organizações lucrativas quanto as não lucrativas realizam atividades de marketing.

Tradicionalmente o estudo de Marketing é direcionado através de quatro elementos

chamado os quatro P’s do Marketing: produto, preço, promoção e ponto de venda.

A função de marketing é muito ampla e abrange atividades de:

Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado.

Desenvolvimento de produtos: criação de produtos e serviços, inclusive seus nomes,

marcas e preços, e fornecimento de informações para o desenvolvimento de produtos em

laboratórios e oficinas.

Distribuição: desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos-de-venda.

Preço: determinação das políticas comerciais e estratégias de preço no mercado.

Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de atividades como propaganda,

publicidade e promoção nos pontos-de-venda.

Vendas: criação de transações com o público-alvo. (Em algumas organizações, vendas é

uma função separada de marketing.)

Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)

O objetivo básico da atividade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar as

informações de marketing, as idéias originais e os avanços da ciência em produtos e

serviços. A função de P&D tem também outras tarefas, como a identificação e a introdução

de novas tecnologias (novas matérias-primas e fórmulas, por exemplo) e melhoramentos

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nos processos produtivos, para reduzir custos.

· As grandes organizações, em muitos casos, têm muitas pessoas trabalhando em atividades

de P&D. São técnicos de todas as profissões que trabalham em laboratórios, centros de

pesquisa e oficinas para idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos.

· As pequenas organizações às vezes têm também atividades de P&D, mas, em muitos

casos, as idéias e as fórmulas são compradas ou copiadas de organizações maiores e mais

inovadoras.

Finanças

A função financeira cuida do dinheiro da organização. A função financeira de uma

organização tem por objetivo a proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros, o

que inclui a maximização do retorno dos acionistas, no caso das empresas. Ao mesmo

tempo, a função financeira busca manter certo grau de liquidez, para que a organização

consiga cumprir seus compromissos. A função financeira abrange as decisões de:

- Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos.

- Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos.

- Controle: acompanhamento e avaliação dos resultados financeiros da organização.

- Destinação dos resultados: seleção de alternativas para aplicação dos resultados

financeiros da organização

Recursos Humanos

A atividade de recursos humanos, ou de gestão de pessoas, tem como objetivos

encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização necessita. Isso envolve

atividades que começam antes de uma pessoa ser empregada da organização e vão até

depois que a pessoa se desliga. A função de recursos humanos tem como componentes

outras funções como:

- Planejamento de mão-de-obra: definição da quantidade de pessoas necessárias para

trabalhar na organização e das competências que elas devem ter.

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- Recrutamento e seleção: localização e aquisição de pessoas com as habilidades

apropriadas para a organização.

- Treinamento e desenvolvimento: transformação dos potenciais das pessoas em

competências.

- Avaliação de desempenho: informação sobre o desempenho das pessoas e definição de

ações (como encaminhar para treinamento) que permitam o aprimoramento do

desempenho.

- Remuneração ou compensação: definição de mecanismos de recompensas para as pessoas

por seu trabalho.

- Higiene, saúde e segurança: proteção das pessoas que trabalham para a organização e,

em certos casos, de seus familiares.

- Administração de pessoal: realização de atividades de natureza burocrática, como

registro de pessoal, manutenção de arquivos e prontuários, contagem de tempo de serviço,

preparação de folhas de pagamento e acompanhamento de carreiras.

- Funções pós-emprego: recolocação, aposentadoria e outros tipos de benefícios para ex-

funcionários.

A origem da Divisão do Trabalho: Adam Smith X Taylor;

Divisão do trabalho significa a distribuição de tarefas entre os indivíduos ou grupos

sociais, de acordo com a posição que cada um deles ocupa na estrutura social e nas

relações de propriedade. Cada pessoa ou grupo torna-se um especialista para realizar um

tipo específico de atividade.

Adam Smith (1723-1790) é o fundador da economia clássica, cuja a idéia central é a

competição. Os mercados em que vigora a competição funcionam espontaneamente, de

modo a garantir (por algum mecanismo abstrato que Smith chamava de mão invisível que

governa o mercado) a alocação dos recursos e da produção, sem que haja excesso de

lucros. Por essa razão, o único papel econômico do governo (além do básico, que é

garantir a lei e a ordem) é a intervenção na economia quando o mercado deixa de

funcionar em condições satisfatórias, ou seja, quando não ocorre competição livre. Adam

Smith apregoa que a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na

especialização das tarefas.

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Para Frederick W. Taylor (1856-1915) a análise do trabalho e o estudo dos tempos e

movimentos criaram um reestruturação das operações industriais, eliminando os

movimentos desnecessários e economizando energia e tempo. Uma das decorrência deste

estudo foi a divisão o trabalho e a especialização do operário a fim de elevar sua

produtividade. Com isso, cada operário passou a ser especializado na execução do uma

única tarefa ou de tarefas simples e elementares, para ajustar-se aos padrões descritos e às

normas de desempenho estabelecidas pelo método. A limitação de cada operário à

execução e uma única operação ou tarefa, de maneira contínua e repetitiva, encontrou a

linha da produção (ou linha de montagem) como sua principal base de aplicação. Essa

idéias tiveram rápida aplicação na indústria americana e estenderam-se rapidamente a

todos os demais países e a todos os campos de atividades. A partir daí, o operário perdeu a

liberdade e a iniciativa de estabelecer a sua maneira de trabalhar e passou a ser confinado a

execução automática e repetitiva, durante toda a sua jornada de trabalho, de uma operação

ou tarefa manual, simples, repetitiva e padronizada. A idéia básica era de que a eficiência

aumenta com a especialização: quanto mais especializado for o operário, tanto maior será a

sua eficiência. A figura abaixo demonstra esta atuação da divisão do trabalho.

Figura 1.3

Fonte: Chiavenato (2005, p. 37)

Divisão do trabalho e a especialização do operário

Um operário desempenha a tarefa total

Vários operários desempenham em paralelo partes da tarefa

Vários operários desempenham em série partes da tarefa total

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2. O Processo de Administrar

2.1 Funções Administrativas

Administração significa, em primeiro lugar, ação. A administração é um processo

dinâmico de tomar decisões e realizar ações que compreende cinco processos principais

interligados: planejamento, organização, direção e controle. Esses processos constituem-se

nas funções do administrador ou funções administrativas.

Figura 2.1. Funções administrativas Planejamento

O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os

objetivos que devem ser atingidos e como fazer para alcançá-los.

O processo de planejamento é a ferramenta para administrar as relações com o futuro.

As decisões que procuram, de alguma forma, influenciar o futuro, ou que serão

colocadas em prática no futuro, são decisões de planejamento.

Organização

É o processo de dispor os recursos em uma estrutura que facilite a realização dos objetivos.

Consiste no ordenamento dos recursos e atividades necessárias para alcançar os objetivos,

atribuindo-os às posições e pessoas.

O processo de organizar consiste no ordenamento dos recursos, ou na divisão de um

conjunto de recursos em partes coordenadas, segundo algum critério ou princípio de

classificação. O resultado desse processo chama-se estrutura organizacional.

Direção

É a função administrativa que dinamiza e aciona a organização. Está relacionada com a

atuação sobre pessoas e a ação. É exercida através da comunicação, liderança e motivação

das pessoas.

Planejamento Organização Direção Controle

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Controle

É a função administrativa que serve para assegurar que os resultados do que foi

planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos

estabelecidos.

O processo de controle procura assegurar a realização de objetivos. Controlar é a função

que consiste em comparar as atividades realizadas com as atividades planejadas, para

possibilitar a realização dos objetivos.

As verificações feitas através do controle são informadas ao planejamento para

processar as devidas alterações no planejamento inicial, se necessário.

Figura.2.2 O ciclo administrativo

2.1.1 Planejamento As organizações não trabalham na base da improvisação. Quase tudo nelas é planejado

antecipadamente. O planejamento figura corno a primeira função administrativa, por ser

aquela que serve de base para as demais funções. O planejamento é a função

administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que devem ser

atingidos e corno se deve fazer para alcançá-los. Trata-se, pois, de um modelo teórico

para a ação futura. Começa com a determinação dos objetivos e detalha os planos

necessários para atingi-Ias da melhor maneira possível. Planejar é definir os objetivos e

Planejamento

Controle

Direção

Organização

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escolher antecipadamente o melhor curso de ação para alcançá-los. O planejamento

define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que seqüência.

Estabelecimento dos objetivos

O Planejamento é um processo que começa com os objetivos e define os planos para

alcançá-los. Esta definição faz do estabelecimento dos objetivos a serem alcançados o

ponto de partida do planejamento. A fixação dos objetivos é a primeira coisa a ser feita:

saber onde se pretende chegar para se saber exatamente como chegar até lá. Objetivos

são resultados futuros que se pretende atingir. São alvos escolhidos que se pretende

alcançar dentro de um certo espaço de tempo, aplicando-se determinados recursos

disponíveis ou possíveis. Assim, os objetivos são pretensões futuras que, uma vez

alcançados deixam de ser objetivos para se tornarem realidade.

Abrangência do Planejamento

Além da hierarquia de objetivos, existe também uma hierarquia do planejamento.

Nesse sentido, existem três níveis distintos de planejamento: o planejamento

estratégico, o tático e o operacional.

Planejamento estratégico

É o planejamento mais amplo da organização como um todo e abrange a alta

administração da empresa. É projetado a longo prazo, tendo seus efeitos e

conseqüências estendidos a vários anos pela frente.

Planejamento tático

É o planejamento que abrange cada departamento ou unidade da organização e

envolve a administração de nível intermediário. É projetado para o médio prazo,

geralmente para o exercício anual.

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Planejamento operacional

É o planejamento que abrange cada tarefa ou atividade específica e envolve a

administração de nível operacional. É projetado para o curto prazo, para o imediato.

Tipos de Planos

O Planejamento produz um resultado imediato: o plano. O plano é o produto do

planejamento e constitui o evento intermediário entre os processos de elaboração e de

implementação do planejamento.

O plano descreve um curso de ação para alcançar um objetivo e proporciona respostas às

questões: o quê, quando, como, onde e por quem.

Existem quatro tipos distintos de planos, a saber:

1. Planos relacionados com métodos, denominados procedimentos.

2. Planos relacionados com dinheiro, denominados orçamentos.

3. Planos relacionados com tempo, denominados programas ou programações.

4. Planos relacionados com comportamentos, denominados normas ou regulamentos.

2.1.2 Organização

Organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos

incumbidos de sua administração e estabelecer as relações entre eles e as atribuições de

cada um.

A organização como função administrativa depende do planejamento, direção e controle

para formar o processo administrativo.

Organizar consiste em:

1. Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance dos objetivos

planejados (especialização);

2. Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização);

3. Designar as atividades às específicas posições e pessoas (cargos e tarefas)

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2.1.3. Direção A direção constitui a terceira função administrativa e que vem logo depois do

planejamento e da organização. Definido o planejamento e estabelecida a organização,

resta fazer as coisas andarem e acontecerem. Este é o papel da direção: acionar e

dinamizar a empresa. A direção está relacionada com a ação, com o colocar-se em

marcha, e tem muito a ver com as pessoas. Ela está diretamente relacionada com a atuação

sobre os recursos humanos da empresa.

As pessoas precisam ser aplicadas em seus cargos e funções, treinadas, guiadas e

motivadas para alcançarem os resultados que delas se esperam.

Assim, a direção é a função administrativa que se refere às relações interpessoais dos

administradores em todos os níveis da organização e seus respectivos subordinados. Para

que o planejamento e a organização possam ser eficazes precisam ser dinamizados e

complementados pela orientação a ser dada às pessoas por meio de uma adequada

comunicação e habilidade de liderança e de motivação.

a. Abrangência da Direção

Dirigir significa interpretar os planos para os outros e dar as instruções sobre

como executá-los em direção aos objetivos a atingir. Os diretores dirigem os gerentes,

os gerentes dirigem os supervisores e os supervisores dirigem os funcionários ou

operários. A direção pode se dar em três níveis distintos:

1. Direção ao nível global: É a direção que abrange a organização como

uma totalidade. É a chamada direção propriamente dita. Cabe ao

presidente da empresa e a cada diretor em sua respectiva área.

Corresponde ao nível estratégico da organização.

2. Direção ao nível departamental: É a direção que abrange cada

departamento ou unidade da organização. É a chamada gerência. Envolve

o pessoal do meio do campo, isto é, do meio do organograma.

Corresponde ao nível tático da organização.

3. Direção ao nível operacional: É a direção que abrange cada grupo de

pessoas ou de tarefas. É a chamada supervisão. Envolve o pessoal da base

do organograma. Corresponde ao nível operacional da organização.

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Níveis de Organização

Níveis de Direção Cargos Envolvidos Abrangência

Institucional Direção Diretores e altos executivos.

A empresa ou áreas da empresa.

Intermediário Gerência Gerentes e pessoal do meio do campo.

Cada departamento ou unidade da empresa.

Operacional Supervisão Supervisores e encarregados.

Cada grupo de pessoas ou tarefas.

2.1.4. Controle

A finalidade do controle é assegurar que os resultados do que foi planejado,

organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente

estabelecidos. A essência do controle reside na verificação se a atividade controlada está

ou não alcançando os objetivos ou resultados desejados. O controle consiste

fundamentalmente em um processo que guia a atividade exercida para um fim previamente

determinado. Como processo o controle apresenta fases que merecem uma explicação.

a. Fases do controle O controle é um processo cíclico composto de quatro fases, a saber: Figura 2.3 As quatro fases do controle

Estabelecimento de padrões:

Comparação do desempenho com o padrão estabelecido

Estabelecimento de padrões

Observação do desempenho

Ação corretiva

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Os padrões representam o desempenho desejado, ou seja, os objetivos que o controle deve

assegurar ou manter. Os padrões devem ser expressos em tempo, dinheiro, qualidade,

unidade física, custos ou por meio de índices.

Observação de desempenho

A observação do desempenho ou do resultado busca obter informação precisa a respeito do

que está sendo controlado.

Comparação do desempenho com o padrão estabelecido

É a comparação do que foi feito com o padrão estabelecido de forma a detectar possíveis

erros ou desvios.

Ação corretiva

É estabelecer as ações para a correção dos erros ou desvios detectados.

Resumidamente o processo administrativo pode ser mostrado na figura abaixo. Figura 2.4 O processo administrativo 2.2 Eficiência, Eficácia e Efetividade

As organizações realizam essas funções, adquirindo e usando recursos, para

desenvolver e fornecer produtos e serviços, com o objetivo de resolver problemas de seus

usuários e das pessoas que as criaram. Quando as organizações resolvem problemas e são

eficientes no uso de recursos, todos ficam satisfeitos: clientes, usuários, funcionários,

acionistas, a sociedade de forma geral. O desempenho de uma organização é aceitável ou

satisfatório, portanto, quando os problemas dos usuários são resolvidos por meio da

utilização correta dos recursos.

Planejamento .Definir missão .Formular objetivos .Definir os planos para alcançá-los .Programar as atividades

Organização .Dividir o trabalho .Designar atividades .Agrupar atividades em órgãos e cargos . Alocar recursos .Definir autoridade e responsabilidade

Direção .Designar pessoas .Coordenar esforços .Comunicar .Motivar .Liderar .Orientar

Controle .Definir padrões .Monitorar o desempenho .Avaliar o desempenho .Ação corretiva

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Duas palavras são usadas para indicar que uma organização tem desempenho de

acordo com as expectativas dos usuários e das pessoas que mobilizaram os recursos:

eficiência e eficácia.

Eficiência é a palavra usada para indicar que a organização utiliza produtivamente, ou de

maneira econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia

na utilização dos recursos, mais eficiente a organização é. Em muitos casos, isso significa

usar menor quantidade de recursos para produzir mais. Porém, há outros significados que

serão explorados oportunamente.

Eficácia é a palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos. A eficácia

é atingida na medida em que a organização, departamento ou setor alcança as metas ou

resultados estabelecidos.

Efetividade é o alcance da eficiência e da eficácia simultaneamente.

Eficiência Eficácia

Ênfase nos meios Ênfase nos resultados Fazer corretamente as coisas Fazer as coisas certas Resolver problemas Atingir objetivos Salvaguardar os recursos Otimizar a utilização dos recursos Cumprir tarefas e obrigações Obter resultados Treinar os subordinados Dar eficácia aos subordinados Manter as máquinas Máquinas em bom funcionamento Presença nos tempos Prática dos valores religiosos Rezar Ganhar o céu Jogar futebol com arte Ganhar a partida

As organizações podem ser extremamente ineficazes ou ineficientes, ou as duas coisas ao mesmo tempo, e criar problema em vez de resolver. Tudo depende da forma como as organizações são administradas. O papel da administração, em resumo, é assegurar a eficiência e eficácia das organizações.

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3. O ambiente das empresas

3.1 Dado, informação e conhecimento:

ii. Dados são quaisquer estímulos não selecionados que o gestor receba através

de seus canais de percepção (visual, auditivo ou sinestésico). Esses estímulos

estão nas revistas, jornais, livros, internet, intranet, conversas, palestras, local

de trabalho, etc.

iii. Informações são os dados já selecionados pelo gestor, consciente ou

inconscientemente e que servirão aos propósitos desse gestor.

iv. Conhecimento é o conjunto de cognições que instrumentalizam nosso cérebro

e que servem como sensores críticos na busca de informações.

Processo de transformação de dados em conhecimentos:

Os dados estão soltos em todo o ambiente em que o gestor está inserido a todo o

momento. Utilizando seu conhecimento, o gestor ou o responsável pelo

fornecimento de informações a este, seleciona o que realmente tem significado

específico. Por fim esta informação acaba por se tornar um aprendizado (cognição)

ampliando o conhecimento deste gestor.

Importância do conhecimento nas organizações:

O conhecimento é relevante na medida em que as organizações se inserem,

atualmente, num ambiente de negócios em constante mutação, a partir da inovação

(seja por criação ou adaptação) na busca de vantagem competitiva. As organizações

que conseguem converter este conhecimento acumulado em produtos e serviços

Dados

Informação

Conhecimento

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mais efetivos ao mercado conseguem destaque maior, se colocando em posição

mais a frente neste mercado.

3.2 Componentes ambientais:

3.2.1 Macroambiente:

Todas as organizações operam num macroambiente, que é definido pelos

elementos mais gerais no ambiente externo que potencialmente possam

influenciar decisões estratégicas. Apesar de uma equipe de executivos de ponta

poder ter forças e idéias internas singulares sobre os seus objetivos, ela deve

considerar fatores externos antes de agir. (BATEMAN & SNELL, 2006, p. 47-

48)

Fonte: Bateman & Snell (2006, p. 48)

Ambiente competitivo

Leis e política

Economia

Tecnologia

Demografia

Valores sociais

Organização

Novos entrantes

Substitutos

Compradores

Rivais

Fornecedores

AMBIENTE COMPETITIVO

MACROAMBIENTE

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3.2.2 Cadeia de suprimentos;

A cadeia de suprimentos é formada a partir do primeiro fornecedor da matéria-

prima mais bruta, mais próxima à natureza, passando por todos os fornecedores

que, em suas organizações compram estes produtos de seus fornecedores anteriores,

transformando-os e vendendo-os a novos compradores. Quando esses subprodutos

chegam à fábrica do produto principal em questão, estes subprodutos são

processados e transformados em um produto acabado. Este produto será então

armazenado em depósitos específicos e distribuído por atacadistas a revendedores

finais chamados varejistas e que por sua vez os revendem aos consumidores finais.

Figura: Fluxos Logísticos

Fluxo de materiais Fluxo de informações Fluxo de dinheiro

Figura: Cadeia de suprimentos

Fornecedor

Consumidor

Varejista

Distribuidor

Manufatura

Fabricantes de componentes

Fornecedores de matéria-

prima

Empresa principal

Varejistas Consumidor final

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4. O Problema da Economia

4.1 Recursos limitados versus necessidades ilimitadas:

Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão-de-

obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as

necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do próprio

crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida.

Independentemente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de

todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade.

Tem-se então um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a

necessidades humanas ilimitadas.

Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre

alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva

entre os vários grupos da sociedade. Essa é a questão central do estudo da

economia: como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as

necessidades da população.

Evidentemente, se os recursos não fossem limitados, ou seja, se não existisse

escassez, não seria necessário estudar questões como inflação, desemprego,

crescimento, déficit público, vulnerabilidade externa e outras. Mas a realidade não

é assim, a sociedade tem de tomar decisões sobre a melhor utilização de seus

recursos, de forma a atender ao máximo as necessidades humanas.

(VASCONCELOS, 2005, p. 2-3)

• Processos de transformação

• Divisão do trabalho

• Produtos

• Serviços

LIMITADOS NECESSIDADES ILIMITADAS

RECURSOS OBJETIVOS

• Humanos

• Materiais

• Financeiros

• Espaço

• Tempo

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4.2 Fatores de Produção

Os fatores de produção são os recursos necessários para a produção de bens ou

serviços em qualquer organização. Os economistas salientam que todo processo produtivo

depende de três fatores de produção: natureza, capital e trabalho.

A natureza representada pela terra e recursos naturais fornece os insumos

necessários, a matéria-prima, a energia etc.

O capital fornece o dinheiro necessário para comprar os insumos, as instalações,

máquinas e equipamentos, bem como pagar os empregados.

O trabalho é realizado pela mão-de-obra que transforma, através de operações

manuais ou através de máquinas e equipamentos, os insumos em produtos acabados ou

serviços prestados.

4.3 Curvas de oferta, demanda e equilíbrio de mercado em função do preço

Curva de demanda: A demanda (ou procura) pode ser definida como a

quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em

determinado período de tempo. A curva da demanda representa a relação entre a

quantidade procurada e o preço do bem. A curva de procura inclina-se de cima

para baixo, no sentido da esquerda para a direita, refletindo o fato de que a

quantidade procurada de determinado produto varia inversamente proporcional a

seu preço (VASCONCELLOS & GARCIA; 2005, p. 38-39).

D

Quantidade

Preço

P1

P2

P3

QD1 QD2 QD3

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22

Curva da oferta: Pode definir-se oferta como as várias quantidades que os

produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. A

curva da oferta, tal como a curva da demanda também representa uma relação

entre quantidade e preço. Porém, neste caso, a quantidade que o produtor deseja

ofertar em relação ao preço de determinado bem. Neste caso, a curva inclina-se

de baixo para cima, também no sentido da esquerda para a direita, demonstrando

que a quantidade ofertada de determinado produto varia diretamente com relação

a seu preço (VASCONCELLOS & GARCIA; 2005, p. 42-43).

Ponto de equilíbrio entre oferta e demanda: (lei da oferta e da procura) A

interação das curvas de demando e oferta determina o preço e a quantidade de

equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. (VASCONCELLOS &

GARCIA; 2005, p. 45-46).

S

D

Quantidade

Preço

P1

Pe E

P2

QS2 QD1 QD=QS QD2

Excedente QD1>QS1

Falta QS2>QD2

S

Quantidade

Preço

P1

P2

P3

QS3 QS2 QS1

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BIBLIOGRAFIA CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração,. Rio de Janeiro: Campus, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da Administração,. Rio de Janeiro: Campus, 2006. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 2006. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2004.

http://www.professorcezar.adm.br acesso em 15/ 08/ 2006.