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Número 59 Dezembro 2010 ISSN 1808-0413 Sociedade Brasileira de Mastozoologia Panthera onca. Foto: Andrew Whittaker.

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Boletim da Sociedade Brasileira de Mastozoologia, 2010/12

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Número 59 Dezembro 2010 ISSN 1808-0413

Sociedade Brasileira

de

Mastozoologia

Panthera onca. Foto: Andrew Whittaker.

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Boletim da Sociedade Brasileira de Mastozoologia

ISSN 1808-0413

Editores:

Rui Cerqueira, Erika Hingst-Zaher

Conselho Editorial

Alexandra R. Bezerra, Alexandre R. Percequillo,Marcelo Weksler, Rui Cerqueira, Erika Hingst-Zaher

Colaboraram neste número:

Marcus Vinicius Brandão de OliveiraCibele R. Bonvicino

Diagramação e Arte Final:

Lia Ribeiro

Gráfica e Expedição:

Diretoria da SBMz

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da SBMz

Sociedade Brasileira de Mastozoologia

Presidente: Paulo Sérgio D’Andrea. Vice-Presidente: Cibele Rodrigues Bonvicino.1º Secretário: Fabiano Araujo Fernades. 2º Secretário: Marcelo Weksler

1º Tesoureiro: José Luis Passos Cordeiro. 2º Tesoureiro: Salvatore Siciliano

Presidentes da Sociedade Brasileira de Mastozoologia

Rui Cerqueira (1985-1991). Dalva Mello (1991-1994). Ives Sbalqueiro (1994-1998). Thales R.O.Freitas(1998-2005). João A. Oliveira (2005-2008). Paulo S. D’Andrea (2008- )

Home page: http://www.sbmz.org

Ficha catalográfica elaborada pelo Serviço de Biblioteca e Documentação do Museu de Zoologia da USP

Sociedade Brasileira de MastozoologiaBoletim n.59 - 2010Rio de Janeiro, RJ1 ilustração

ISSN 1808-0413Continuação de: Boletim Informativo. SBMz. n. 59, 1994-2010;e Boletim Informativo. Sociedade Brasileira de Mastozoologia. n.1-27; 1985-1994.

1. Mamíferos. 2. Vertebrados. I. Título

Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto n°1825, de 20 de dezembro de 1907

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MENSAGEM DA DIRETORIA

Realizações da SBMz na gestão 2008-2010

No início da gestão, a equipe eleita trabalhou no sentido de resolver questões cartoriais e legais de adequaçãode nosso novo estatuto ao Código Civil Brasileiro e transferência formal de responsabilidades da gestão anteriorpara a nova. Durante os meses posteriores promovemos a ampliação de representatividade da SBMz atraindo aadesão de novos sócios e incentivando a participação dos antigos associados.

A partir de então diversas atividades foram realizadas com o objetivo de cumprir as metas propostas:

WEBSITE: Criação e lançamento do Website da Sociedade Brasileira de Mastozoologia que continua no arcom periódicas atualizações.

INOVAÇÃO: Pela primeira vez foram destinados recursos em forma de bolsas para que alunos brasileirosparticipassem do 10th International Mammalogical Congress (Mendoza, Argentina) através da inscrição de trabalhos eseleção dos cinco melhores trabalhos enviados pelos sócios pagantes ao 10th ICM.

BOLETIM: A Diretoria continuou imprimindo e distribuindo o Boletim da SBMz e procurou incentivar aparticipação dos associados no sentido de solicitar o envio de artigos e resumos de Teses e Dissertações ao Boletim,que foram enviados aos sócios através de malas diretas de comunicação. Procurou-se ter uma agenda anual de todasas reuniões mensais da Diretoria.

CICLO DE PALESTRAS: A Diretoria promoveu atividades comemorativas dos 200 anos de Darwin, queincluiu um ciclo de palestras intitulado “Evolução no século XXI: Darwin na era pós-genômica”, realizada nosegundo semestre de 2009 no Instituto Osvaldo Cruz, na cidade do Rio de Janeiro.

CURSO DE EXTENSÃO: A Diretoria da SBMz participou, em conjunto com o GEMM-LAGOS (Grupode Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos) e com o Projeto Aves, Mamíferos e Quelônios Marinhosda Bacia de Campos, da organização do Curso de Extensão sobre “aves, quelônios e mamíferos marinhos do Brasil,na cidade de Búzios/RJ, em maio de 2009.

CRIAÇÃO DE COMISSÕES: Foram criadas comissões para tratar de assuntos específicos de interesse dosmastozoólogos, como por exemplo, a elaboração do guia ético para estudos com mamíferos silvestres.

INTEGRAÇÃO: Foi feito esforço com discussões e pauta de reuniões no sentido do fortalecimento daintegração das Sociedades Científicas de Mastozoologia dos países Sul-Americanos.

LANÇAMENTO DO PRIMEIRO LIVRO EDITADO PELA SMBZ: Lançamento do Livro: “Mamíferosdas Restingas e Manguezais do Brasil” com distribuição para todos os sócios pagantes em 2010.

CONGRESSO: A SBMz apoiou a realização do V Congresso Brasileiro de Mastozoologia, realizado nacidade de São Pedro/SP.

Metas a serem atingidas em 2011: Ampliação da participação da nossa Sociedade em discussões técnicas epolíticas de interesse da Zoologia, particularmente da mastozoologia, no cenário nacional com a Implementaçãodos três Centros Regionais (Belém, São Paulo e Norte Fluminense - NUPEM) que funcionarão como uma diretoriaampliada.

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OPINIÃO

Reavaliando os riscos de infecção acidental

por Hantavirus em mastozoólogos

João Alves de Oliveira

Setor de Mamíferos, Museu Nacional / UFRJ, Rio de Janeiro

Um recente artigo, publicado na edição dedezembro último do Journal of Mammalogy1, tratade uma importante reavaliação dosprocedimentos recomendados pela American

Society of Mammalogists (ASM) para pesquisadorestrabalhando com roedores potencialmenteinfectados pelo vírus causador da hantavirose emhumanos.

A maioria dos autores faz parte de um comitêad hoc da ASM, designado em 2007 para elaborarrecomendações específicas para mastozoólogoscujas atividades de campo incluam amanipulação de roedores em investigações nãorelacionadas à hantavirose e que não envolvamprocedimentos específicos com alto risco deinfecção zoonótica. O artigo propõe umaatualização de recomendações anterioresveiculadas pela ASM2 para manipulação emcampo de roedores silvestres, entãofundamentadas em recomendações do United

States Centers for Disease Control and Prevention3 .Tais recomendações incluíam o uso de jalecosespeciais e protetores de sapatos, luvas de látexduplas, óculos de proteção, e máscara de pressãonegativa ou um respirador com ar purobombeado, ajustado com filtros HEPA. Alémdisto, recomenda-se a manipulação dearmadilhas com pesadas luvas de borrachamantidas em sacos plásticos vedados edesinfetadas em uma estação central. Uma vezque muitas comissões institucionais de cuidadoanimal e de ética vinham tratando essasrecomendações como determinações,dificultando sobremodo as atividades de campo

e o treinamento de estudantes, a ASM decidiureavaliá-las à luz de quinze anos deconhecimentos acumulados sobre a biologia eetiologia da hantavirose, e dos baixos riscos decontaminação de investigadores de campoobservados ao longo desse período.

De fato, os resultados de investigaçõessorológicas entre mastozoólogos epesquisadores de campo norte-americanosrevelaram que o risco de contrair hantavirose éextremamente baixo entre os que manipulamroedores regularmente sem qualquer proteçãoespecial (menos de 0,01 % foram hospitalizadoscom sintomas de hantavirose e apenas 0,2%tinham anticorpos para o vírus4, 5. Baseadosnesse fato, e nas diferentes magnitudes decontato entre pesquisadores em Mastozoologiae roedores potencialmente infectados, acomissão julgou que os procedimentosrecomendados para redução de risco pelo CDCsão muito conservadores quando ospesquisadores de campo estão bem informadossobre o risco de contaminação e tomamprecauções quando manipulam roedores. Acomissão considerou também que a prescriçãode tais medidas preventivas ao Hantaviruspoderia ter, em situações extremas,consequências inesperadas, como: prostraçãopor calor devido à indumentária excessiva,dificuldade de respirar com os respiradores depressão negativa em altas elevações, e atémesmo um maior risco de exposição a cobras,quedas e outros acidentes, devido à restriçãode visibilidade determinada pelas máscaras.

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Uma vez que a transmissão de hantaviruspara seres humanos vem, primariamente, dainalação de fluidos aerosolizados procedentesde excretas, especialmente da urina, em áreasfechadas e em estruturas que foram ou seencontravam ocupadas por roedoresinfectados, as recomendações começam por seevitar tais recintos fechados nos trabalhos decampo. Na impossibilidade do trabalho serrealizado em local aberto, e diante do risco deaerolização da poeira contendo fezes deroedores, deve-se proceder a pulverização dochão e das paredes com desinfetantes, seguidada utilização de esfregão ao invés de umavassoura para remover a poeira, com o uso derespiradores com filtros HEPA durante alimpeza inicial. Hantavirus são prontamenteeliminados por contato com desinfetantescomuns ou por exposição direta ao sol pormais de 30 minutos ou a temperaturas maioresdo que 60°C. Uma vez que o recinto estejalimpo, recomenda-se manter um protocolo deremoção de pequenos mamíferos do lugar comarmadilhas para evitar uma possível infestaçãodo ambiente durante o desenvolvimento dostrabalhos de campo.

Deve-se evitar contato direto com a urina,fezes, saliva, sangue e órgãos internos de espéciesassociadas com Hantaviroses. Proteção ocular eluvas de borracha, látex, vinil, ou nitrila sãopreconizadas na manipulação ou na realizaçãode procedimentos invasivos em espéciespotencialmente transmissoras.

Como informado previamente, é de sumaimportância que a manipulação de roedores,sabidamente transmissores de patógenos, nãosomente de Hantavirus, mas também de outrosagentes como Arenavírus, Bartonela, Coxiella

burnetii, Yersinia pestis, entre outros, seja feita emlugares abertos, com o roedor mantido à distânciada face do pesquisador e posicionado de formaque o vento direto não sopre partículasaerosolizadas em sua direção. Armadilhas nãodevem ser transportadas nas cabines de veículosdestinadas aos passageiros, a menos que estejam

isoladas em sacos plásticos resistentes eherméticos. Enfatizamos aqui esse ponto relativoao transporte dos roedores dentro de cabines deautomóveis, recomendando que nesse caso ossacos plásticos sejam acondicionados em caixaspróprias, que os isolem no sentido de evitar apossível contaminação do estofado do carro pelada urina dos roedores se os sacos se romperem.Nesse caso, as chances de aerolização posteriornão poderiam ser descartadas; os riscosassociados não se restringem ao Hantavirus, masa outros patógenos, como por exemplo, Coxiella

burnetti, que apresenta formas esporuladasresistentes.

Treinamento para a manipulação adequada deroedores, preconizando a prevenção à mordidas,uma vez que a transmissão do vírus pode ocorreratravés da saliva contaminada, mas também aredução dos riscos de transmissão viral,considerando a exposição acidental às fezes ouurina presentes nas armadilhas. Roedores podemser anestesiados colocando-se a armadilhadiretamente em um saco plástico descartávelcontendo o agente anestésico. Em estudos demarcação e recaptura roedores pequenos podemser removidos das armadilhas com o uso de sacosplásticos descartáveis ou sacos de pano laváveis,e podem ser manipulados com segurançasegurando-os firmemente por trás do pescoço emantendo sua cabeça imóvel. No evento de umamordida, arranhão ou contato direto com osfluidos de roedores potencialmentecontaminados com Hantavirus ou qualquer outroagente patogênico, a área afetada deverá serlavada completamente com sabão e água, e entãotratada com um desinfetante à base de álcool ousimilar. Finalmente o protocolo recomenda quetodos os mastozoólogos estejam completamentea par dos sintomas da hantavirose, e que devemprocurar um atendimento especializadoimediatamente e informar a possível exposiçãoa Hantavirus se apresentares dores musculares,dor de cabeça e febre no prazo de seis semanasdesde os trabalhos de campo. A ASM recomendaque todos os mastozoólogos que trabalhem no

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campo verifiquem o portal do CDC (http://www.cdc.gov/ncidod/diseases/hanta/hps/index.htm) regularmente para obter atualizaçõessobre hantaviroses e outras doenças de roedores(http://www.cdc.gov/rodents/diseases/).

Em que pese o desejo de simplificar osprocedimentos, deve-se destacar aqui que emnenhum momento os autores recomendam umretorno às condições inadequadas debiossegurança prevalecentes anteriormente àdetecção do risco de hantaviroses, na década de1990. É importante enfatizar que a maiorconscientização sobre os riscos de infecçãoacidental de pesquisadores por microorganismosa partir da manipulação direta de roedores e outrosmamíferos foi uma consequência positiva dasrecomendações do CDC relativas aos riscos decontaminação com Hantavirus. Um levantamentosorológico realizado entre membros da SBMzpresentes ao Congresso de São Lourenço (2008)coincidiu com o estudo americano ao revelar apresença de anticorpos anti-hantavírus apenas emuma porcentagem muito pequena de profissionaiscom história de exposição a animais silvestres noterritório brasileiro. Esse estudo revelou,entretanto, que os mastozoólogos brasileirosestiveram expostos a muitos outros agentesinfecciosos que podem ter sido transmitidos pelocontato com fluidos de animais silvestrescontaminados ou mesmo através de seusartrópodes transmissores como pulgas, ácaros,carrapatos e piolhos6, Assim, as novasrecomendações devem ser estudadas e seguidascomo princípios gerais para todos os quetrabalham com mamíferos silvestres no sentidode evitar doenças como raiva, febre hemorrágica,hepatites, rickettsioses, bartoneloses, leptospirose,entre outras. Nesse sentido, às recomendações

acima discriminadas, deve ainda ser adicionada anecessidade de que todos os profissionaisinformem-se também sobre outras zoonosesendêmicas e reconhecidas na região onde serãorealizados os trabalhos de campo, e que recebama imunização protetora contra tétano, difteria,hepatites A e B, poliomielite, sarampo, caxumba,febre amarela, rubéola e raiva, considerando aespecificidade de cada caso. É igualmenteimportante a realização de exames periódicos, comcoleta de amostras de sangue para avaliação dostítulos de anticorpos e também de fezes diante dapossibilidade de infecção por enteroparasitas, emespecial, quanto à esquistossomíase.

Referencias

1. Kelt DA, Hafner MS, Cook JA, Danielson BJ,Hafner MS, Hice C, Kelt DA, McLaren SB, Van Vuren,DH. 2010. Updated guidelines for protection ofmammalogists and wildlife researchers from hantaviruspulmonary syndrome (HPS). Journal of Mammalogy,91(6): 1524-1527.

2. Mills JN, Childs JE, Ksiazek TG, Peters CJ, VellecaWM. 1995. Guidelines for working with rodentspotentially infected with hantavirus. Journal ofMammalogy, 76: 716-22.

3. CDC (Centers for Disease Control and Prevention).1993. Hantavirus infection – southwestern United States:interim recommendations for risk reduction. Morbidityand Mortality Weekly Report, 42(RR-11): 1-13.

4. Fulhorst CF, Milazzo ML, Armstrong LR, ChildsJE, Rollin PE, Khabbaz R, Peters CJ, Ksiazek TG. 2007.Hantavirus and arenavirus antibodies in persons withoccupational rodent exposure. Emerging InfectiousDiseases, 13:532-538.

5. Kelt DA, Van Vuren DH, Hafner MS, DanielsonBJ, Kelly MJ. 2007. Threat of hantavirus pulmonarysyndrome to field biologists working with small mammals.Emerging Infectious Diseases 13: 1285-1287.

6. Este trabalho será publicado no proximo númerode nosso Boletim

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V Congresso Brasileiro de Mastozoologia:

“A Construção da Mastozoologia no Brasil”,

Hotel Fonte Colina Verde, São Pedro, SP, 19 a 23 de Setembro de 2010

Alexandre R. Percequilloa, Erika Hingst-Zaherb e Ana Paula Carmignottoc

a. ESALQ, USP, Piracicaba, SP

b. Museu Biológico, Instituto Butantan, São Paulo, SP

c. Universidade Federal de São Carlos, Campus de Sorocaba, Sorocaba, SP

A quinta edição do Congresso Brasileiro deMastozoologia contou com a participação de 492participantes, oriundos de 10 países: Alemanha(1), Argentina (4), Brasil (478), Canadá (1), Chile(2), EUA (1), México (1), Paraguai (3), Peru (1) eVenezuela (1). Dentre os participantes brasileirosestiveram presentes estudantes e profissionais de23 estados, sendo os estados de São Paulo, Riode Janeiro e Minas Gerais aqueles com maiornúmero de inscritos; os estados de Piauí, RioGrande do Norte, Roraima e Tocantins nãotiveram inscritos no evento.

Dos 492 participantes, 98 eram profissionais,153 estudantes de pós-graduação e 241 alunosde graduação. Nesta edição do evento, o númerode estudantes de graduação foi menor que emedições passadas (cerca de 470 estudantes no IVCBMz), mas os números de profissionais eestudantes de pós-graduação foram bemsemelhantes (140 e 170 no IV CBMz,respectivamente).

Foram apresentados 365 trabalhos, sendo 73na forma de apresentações orais e os demais naforma de pôsteres. É interessante observar queembora com um número pouco menor detrabalhos apresentados quando comparado aoseventos anteriores, a proporção de trabalhosapresentados em relação ao número departicipantes foi bem superior em relação aosdemais eventos (Tabela 1). Também chama aatenção o número de apresentações orais, querepresenta 20% dos trabalhos: esse é um númeroexpressivo, se comparado à edição anterior doCBMz, no qual as apresentações oraisrepresentaram apenas 11% dos trabalhos. Esta

iniciativa das comissões organizadora e científicade aumentar o número de apresentações oraisteve por propósito estimular os alunos degraduação e pós-graduação (maior parcela doscongressistas) a apresentar seus trabalhospublicamente e estimular o debate entre estesalunos e os profissionais presentes no evento.

Também inédito no evento foi o pedido deresumo expandido para a inscrição dos trabalhosa serem apresentados no evento. O resumoexpandido teve por objetivo auxiliar a comissãocientífica e os assessores ad-hoc durante a avaliaçãodos trabalhos, e também na escolha dasapresentações orais, já que constavam de 7.000caracteres com espaço no caso dos pôsteres edas apresentações orais regulares, e de 8.500caracteres com espaço além de duas figuras e/ou tabelas, no caso das apresentações oraisinscritas como candidatas a premiação.Acreditamos que o resumo expandido tenha sidoum dos fatores a elevar a proporção de trabalhosapresentados em relação aos participantes doevento, além de também ter contribuído para aqualidade dos trabalhos apresentados.

Além disso, pela primeira vez neste evento foiinstituída uma homenagem a um mastozoólogomembro da Sociedade Brasileira deMastozoologia, e que teve contribuições bastanterelevantes durante a história da mesma e emrelação ao estudo dos mamíferos no Brasil, já quea SBMz completou 25 anos de sua fundação nesteano de 2010. O mastozoólogo homenageado foio Prof. Dr. Alfredo Langguth, da UFPB. A partirdesta edição do evento, será homenageado ummastozoólogo em cada CBMz. A homenagem tem

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por objetivo agradecer ao pesquisador toda asua contribuição acadêmica, e também conferiro reconhecimento merecido, além deproporcionar aos estudantes a oportunidade deconhecer estes pesquisadores pessoalmente, e

o trabalho realizado pelos mesmos.O V CBMz contou com palestras, palestras

magnas, mesas-redondas, mini-cursos,apresentações orais (concorrentes a prêmio eregulares) e apresentações de pôsteres.

CONGRESSO NÚMERO DE

PARTICIPANTES NÚMERO DE TRABALHOS

TRABALHOS/ PARTICIPANTES

I CBMz 600 268 45%

II CBMz 700 413 59%

III CBMz 723 473 65%

IV CBMz 814 534 65%

V CBMz 492 365 75%

Tabela 1: Número de participantes, de trabalhos apresentados e proporção de apresentações em relação aosparticipantes durante as cinco edições do Congresso Brasileiro de Mastozoologia.

Neste evento foram proferidas dez palestras,sendo uma de abertura, proferida pelo Prof. Dr.João Alves de Oliveira (ex-presidente da SBMz),que tratou do histórico da mastozoologia e de seumais recente desenvolvimento no Brasil, com osurgimento de uma nova geração demastozoólogos no final da década de 1990 e inícioda década de 2000. Foram ainda proferidas quatropalestras (regulares, durante o período da manhã)pelos Drs. Norberto Giannini (origem do vôo emChiroptera), Victor Pacheco (riqueza econhecimento da mastofauna peruana), Dr. MarcoMello (dispersão de sementes por morcegos) e Dr.Mauro Galetti (o papel de grandes mamíferos nacomposição florestal da Mata Atlântica). Alémdestas, houveram quatro plenárias, ou palestrasmagnas, que foram proferidas pelos Drs. MauricioLima (ecologia de populações e modelagempopulacional), David Flores (filogenia e evoluçãode marsupiais sul-americanos), AndresGiallombardo (paleontologia, classificação demamíferos e o “Tree of Life”) e Marina BentoSoares (que abordou o tema de origem e evoluçãodos mamíferos, discorrendo sobre os cinodontesdo Triássico brasileiro). A conferência deencerramento foi proferida pelo Prof. Dr. AlfredoLangguth, um dos mastozoólogos sêniores doBrasil, homenageado no V CBMz, por sua

extraordinária contribuição à mastozoologiabrasileira. O Dr. Langguth apresentou sua visãodo estado atual da mastozoologia e de perspectivasque acredita serem importantes para o futuro destaciência no Brasil.

As nove mesas redondas cobriram os maisvariados temas (paleontologia, ecologia, zoologia,biogeografia, conservação, educação, entreoutros) e tiveram a participação de pesquisadoresexpoentes em suas áreas de atuação, oriundosde diversos estados brasileiros, e de vários paísesdas Américas. O nível das apresentações doscomponentes das mesas foi de grande qualidade,assim como a participação da assistência nosdebates que foi constante e consistente.

Foram ministrados sete mini-cursos, quetiveram um bom público, com média de 29 alunosmatriculados em cada curso. Os cursos com maiorprocura foram sobre identificação de pequenosmamíferos (ordens Didelphimorphia, Chiroptera,Rodentia) e vale a pena ressaltar que osresponsáveis pelos cursos de marsupiais emorcegos ministraram aulas práticas deidentificação, uma iniciativa que teve resultadosbastante positivos; estes cursos foram idealizadospela comissão organizadora, uma vez que estaidentificação correta das espécies é uma carênciaque os estudantes iniciantes apresentam, pela falta

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de especialistas em todo o Brasil que possamorientar este trabalho de identificação.

Nesta quinta edição do CBMz, as comissõesorganizadora e científica abriram inscrições paraum prêmio a ser conferido aos três melhorestrabalhos na categoria de apresentação oral.Foram inscritas 40 apresentações, avaliadas pelacomissão científica e por uma comissãoavaliadora, que selecionou 12 apresentações;estas por sua vez foram reunidas em sessõesespeciais e avaliadas por uma nova comissão,segundo a originalidade do projeto, qualidadedos resultados e qualidade da apresentação. Estainiciativa teve o propósito de valorizar osprojetos de mestrado e doutorado emdesenvolvimento no Brasil.

As apresentações orais concorrentes a prêmiotiverem ótimo nível, sendo escolhidas, ao invés detrês, quatro apresentações vencedoras, duas nacategoria mestrado, e duas na categoria doutorado.Os seguintes trabalhos foram premiados:“Densidade de onças-pardas em uma paisagemantropizada do sudeste do Brasil com base emum método de marcação e recaptura de DNAfecal”, apresentado por Renata Miotto(doutorado), da UFSCar; “Efeito do tamanho namodularidade craniana”, apresentado por HarleySebastião (doutorado), do IBUSP; “Diversificaçãoparapátrica de roedores do gênero Phyllomys

(Mammalia: Rodentia: Echimyidae) na MataAtlântica brasileira”, apresentado por Ana CarolinaLoss (mestrado), da UFES; e “Sistemática docomplexo de espécies Monodelphis brevicaudata

Erxleben, 1777 (Didelphimorphia, Didelphidae):limites de espécies com o auxílio de DNAmitocondrial, com inferências sobre as relaçõesfilogenéticas do grupo”, apresentado por SilviaEliza Pavan (mestrado), do MPEG.

Logo após o evento, foi veiculada umapesquisa de opinião para avaliar os diferentes

aspectos do Congresso, como programação,qualidade das palestras, qualidade do local e dosserviços, entre outros aspectos. Na avaliaçãogeral, 45,6% (89 participantes) avaliaram o eventocomo sendo “muito bom”; 49,7% (97participantes) acharam o evento “bom”; 4,1%(8 participantes) acharam o evento “regular”; e0,5% (1 participante) avaliou o evento comosendo “fraco”. É importante ressaltar tambémque no que diz respeito a itens que a comissãoorganizadora considera fundamentais para medira qualidade do evento (programação científica,nível dos apresentadores, organização, sistemade submissão e inscrição online, secretaria epalestras) estes foram avaliados positivamente(conceito Muito Bom) pela maior parte dosparticipantes. Não se dispõe deste tipo deinformação para os eventos prévios, de formaque não é possível uma comparação quantitativaentre as diferentes edições do CBMz.

O V CBMz contou com a presença de umnúmero significativo de pesquisadores dediversos países, com um total de 13 estrangeiros;esse fato possibilitou uma interessante eimportante interação entre pesquisadores eestudantes nacionais com nossos colegasestrangeiros. Alguns destes participantesreconheceram o ótimo nível dos trabalhosapresentados, o que demonstra que amastozoologia brasileira vem crescendo e seaperfeiçoando nos últimos anos.

Acredita-se, portanto, que os objetivospretendidos durante este evento, em especialpromover o debate sobre vários aspectoscientíficos relacionados aos mamíferos entre ospesquisadores e estudantes de mastozoologia,estimulando a troca de idéias e promovendo ocontato para futuras parcerias e colaborações emprojetos de pesquisa e orientações, foramplenamente atingidos durante o evento.

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TESES E DISSERTAÇÕES

Pessôa, Flávia Soares. 2009.

Comunidades de pequenos mamíferos no Estado do Rio de Janeiro.

Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da UERJ.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Orientadora: Helena de Godoy Bergallo

Muitos estudos tentam compreender a formacomo as comunidades estão estruturadas e osfatores que influenciam esta estruturação.Acredita-se que a estrutura das comunidades podeser determinada aleatoriamente ou por regrasespecíficas. Neste estudo, nós investigamos ainfluência de variáveis ambientais, da altitude, dotamanho da área e da região fitoecológica sobre acomposição e a riqueza de espécies, além deinvestigar o papel de duas regras de montagem decomunidades na estruturação de comunidades depequenos mamíferos no Estado do Rio de Janeiro.Amostramos nove comunidades no Estado do Riode Janeiro utilizando o mesmo protocolo eregistrando a riqueza e a composição de espéciesde cada uma delas. As variáveis ambientais, aaltitude e o tamanho das áreas foram reduzidaspor Análise de Componentes Principais (PCA) ea composição de espécies foi reduzida através deEscalonamento Multidimensional (NMDS).Utilizamos o teste de Mantel para verificar a relaçãoentre a diversidade beta, como variáveldependente, e a distância geográfica e a diferençade altitude, como variáveis independentes. Atravésde matrizes de presença-ausência, analisamos ainfluência das regras de montagem através dageração de modelos nulos. Nossos resultados

apontaram uma relação entre a riqueza de espéciese a declividade do terreno, pois em regiões demaior declividade encontramos fragmentos maispreservados, associados a maior riqueza deespécies. Comunidades localizadas na mesmaregião fitoecológica demonstraram possuircomposição de espécies similar, independente dadistância geográfica entre elas. As diferençasaltitudinais explicaram a diversidade beta e ascomunidades de elevações mais próximasdemonstraram possuir composições de espéciesmais similares. A ordenação das comunidadesobedeceu a um padrão de concentricidade, nãoapontando forte influência da competição comoforça estruturadora do processo. Este é um padrãofrequentemente encontrado na natureza e podeorientar decisões que envolvam esforços deconservação. O entendimento de quais diferençasecológicas são responsáveis pela permanência deespécies em paisagens fragmentadas pode ser degrande relevância para a elaboração de planosde manejo e conservação da biodiversidade. NoEstado do Rio de Janeiro, investir na conservaçãodos remanescentes mais hospitaleiros,controlando as atividades antrópicas, parece seruma boa estratégia para que a diversidadebiológica neles contida não se perca.

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Pinto, Anna Ludmilla da Costa. 2010.

Estrutura de comunidade e dinâmica populacional de pequenos mamíferos

não-voadores na RPPN Fazenda Almas, PB, em um ano de La Niña.

Dissertação de Mestrado. Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia).

Universidade Federal da Paraíba.

Orientador: Alexandre R. T. Palma; Co-orientador: Daniel Oliveira Mesquita

A Caatinga é um bioma semi-árido queapresenta um clima sazonal, com um regime deprecipitação altamente irregular. Há, geralmente,uma concentração de 50 a 70% da chuva em trêsmeses consecutivos e um longo déficit anual deágua que pode chegar a 11 meses. Este regimeclimático impõe condições severas aos pequenosmamíferos, pois eles possuem limitadas opçõesde deslocamento ficando irregularmente sujeitosaos dois extremos: longas secas e curtos períodosde chuva intensa. Muitos dos padrões emecologia de populações e comunidades depequenos mamíferos Neotropicais variam entrelocalidades devido às características espaciais etemporais particulares de cada região. Têm-senotado ainda, que flutuações populacionais -resultado de alterações nas taxas desobrevivência, recrutamento e migração -comumente relacionam-se com fatores climáticos(ex. precipitação) e suas respostas ambientais (ex.disponibilidade de recurso).

Esta dissertação descreve os padrões dediversidade; analisa como a comunidadeestrutura-se, funcional e espacialmente,permitindo a coexistência das espéciesencontradas; e descreve ainda parâmetrospopulacionais, focando-se na biologiareprodutiva, aspectos demográficos e na variaçãotemporal dos mesmos, efetuando-se uma análisesob a ótica de influência do La Niña na região.

A pesquisa foi realizada na Reserva Particulardo Patrimônio Natural Fazenda Almas, a qualpossui 3.505 ha e localiza-se na Caatinga daParaíba, ecorregião da Depressão SertanejaSetentrional. Nos doze meses de atividade decampo (junho/2008 a maio/2009 - esforço

amostral de 6.900 armadilhas.noite), foramrealizadas 1104 capturas (sucesso de captura de16%) de 255 indivíduos de 05 espécies: osmarsupiais Gracilinanus agilis e Monodelphis

domestica, e os roedores Oligoryzomys stramineus,

Wiedomys pyrrhorhinus e Thrichomys apereoides

laurentius; todas comumente encontradas em áreasde Caatinga. Esta diversidade encontra-se dentrodos padrões para regiões áridas e semi-áridas sule norte-americanas. A comunidade encontra-sebem estruturada quanto aos aspectos ecológicosabordados: dieta, arborealidade e tamanhocorporal. O deslocamento dos indivíduos nãodiferiu entre as estações climáticas. O padrão dedistribuição agregado caracterizou G. agilis e W.

pyrrhorhinus, indicando populações mais fixasespacialmente, enquanto que M. domestica, nogeral, distribuiu-se ao acaso. G. agilis confirmou-se como arborícola, com, inclusive, habilidadeem saltar pequenas distâncias entre ramos navegetação. As freqüências de capturas de W.

pyrrhorhinus e M. domestica no solo confirmam seushábitos escansorial e terrestre, respectivamente.Esta última espécie foi encontrada explorandooutras alturas apenas na estação seca.

Inferências dos aspectos populacionais foramfeitas para as três espécies mais abundantes: G.

agilis, M. domestica e W. pyrrhorhinus, as quaisresponderam diferentemente às flutuaçõesambientais. O método de contagem (MNKA)mostrou-se o mais adequado para o censopopulacional das espécies. Um único modelo paracada espécie originou-se das análises pelo AICc,todos com taxas de sobrevivência altas econstantes, contrariando o esperado de variaçõesambientais influenciarem este parâmetro. G. agilis

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apresentou uma dinâmica populacional sazonale relacionada com a pluviosidade, com picopopulacional no período úmido, fêmeas comprovável estro sincrônico e estrutura etáriafortemente associada com a reprodução. M.

domestica não obteve a esperada dinâmica sazonal,a exemplo da existência de atividade reprodutivacontínua, mesmo que à taxa moderada. Apenaso tamanho populacional esteve correlacionadocom o estresse hídrico. Conjuntamente, o baixotempo de permanência, os poucos indivíduosresidentes e as altas taxas migratórias,demonstram tendência ao nomandismo daespécie. A resposta sazonal de W. pyrrhorhinus

esteve relacionada com os efeitos indiretos dapluviosidade, com pico populacional na seca,

concentração da reprodução ao fim desta e inícioda chuvosa. Tudo indica que a disponibilidadede recurso alimentar, como efeito indireto dasaltas precipitações, explique boa parte dospadrões aqui encontrados.

Essas espécies mostraram-se hábeis a nãoapenas sobreviver, mas a manter altos níveispopulacionais neste ambiente xérico. Nossosresultados apresentam populações bem sucedidase que obtiveram êxito diante dos extremosimpostos pelo bioma. A relevância dos resultadosaqui encontrados não pode ser subestimada,devido aos aspectos temporais, espaciais einéditos para o bioma aqui explorados em setratando dos pequenos mamíferos não-voadoresde um bioma muito pouco estudado.

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LITERATURA CORRENTE

Esta seção destina-se a listar as publicaçõesrecentes de interesse dos mastozoólogosbrasileiros. São incluídas as publicações enviadasà redação do boletim como separatas ou comopdf por E-mail. As publicações de pesquisadoresbrasileiros são referenciadas prioritariamente.

ALIMENTAÇÃO

Cabral, M.M.M.; J.Zuanon, G.E. Mattos & F.C.W.Rosas. 2010. Feeding habits of giant ottersPteronura brasiliensis (Carnivora: Mustelidae) inthe Balbina hydroelectric reservoir, CentralBrazilian Amazon. Zoologia, 27: 47-53.(INPA. CP478, 69011-970, Manaus, AM. E-mail: [email protected]).

Donadio, E.; M.L. Merino & M.J. Bolgeri. 2009.Diets of two coexisting owls in the high andesof northwestern argentina. OrnitologiaNeotropical, 20: 137-141. (University ofWyoming, Program Ecol, Laramie, WY 82071USA. E-mail: [email protected]).

Drago, M.; L. Cardona; E.A. Crespo & A. Aguilar.2009. Ontogenic dietary changes in SouthAmerican sea lions. Journal of Zoology, 279: 251-261. (Department of Animal Biology, Universityof Barcelona, Av. Diagonal, 645 (08028)Barcelona, Spain. E-mail: [email protected]).

Giné, G.A.F.; J.M.B. Duarte & D. Faria. 2010.Feeding ecology of a selective folivore, the thin-spined porcupine (Chaetomys subspinosus) in theAtlantic forest. Journal of Mammalogy 91: 931-941. (Laboratório de Ecologia e Conservaçãode Espécies Ameaçadas, Departamento deCiências Biológicas, Universidade Estadual deSanta Cruz, Rodovia Ilhéus Itabuna, Km 16,CEP 45650-000, Ilhéus, Bahia, Brazil. E-mail:gastongine10@yahoo. com.br).

COMPORTAMENTO

Alves, L.C.P.S.; S. Moreira; P.C. Simões-Lopes & A.

Andriolo. 2010. Behavioral responses ofhumpback whales, Megaptera novaeangliae (Cetacea:Balaenopteridae), to satellite transmitterdeployment procedures. Zoologia, 27: 1-6.(Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RuaSão Francisco Xavier, 524/12005-f, 20550-900,Maracanã, Rio de Janeiro, RJ. E-mail:[email protected]).

Calleia, F.O.; F. Rohe & M. Gordo. 2010. Huntingstrategy of the margay (Leopardus wiedii) toattract the wild pied tamarin (Saguinusbicolor). Neotropical Primates, 16: 32–34.(Projeto Sauim-de-Coleira/ UFAM, Manaus,AM. E-mail: [email protected]).

Galetti, M.; C.I. Donatti; C. Steffler; J. Genini;R.S. Bovendorp & M. Fleury. 2010. The roleof seed mass on the caching decision byagoutis, Dasyprocta leporina (Rodentia:Agoutidae). Zoologia 27: 472–476.(Laboratório de Biologia da Conservação,Departamento de Ecologia, UniversidadeEstadual Paulista. Caixa Postal 199, 13506-900Rio Claro, São Paulo, Brazil. E-mail:[email protected]).

Muñoz-Romo, M. & T.H. Kunz. 2009. Dorsalpatch and chemical signaling in males of thelong-nosed bat, Leptonycteris curasoae

(Chiroptera: Phyllostomidae). Journal ofMammalogy, 90: 1139–1147 (Laboratorio deZoología Aplicada, Departamento deBiología, Facultad de Ciencias, Universidad deLos Andes, Mérida, Venezuela. E-mail:[email protected]).

Olifiers, N.; R.C. Bianchi; G.M. Mourão & M.E.Gompper. 2009. Construction of arboreal nestsby brown-nosed coatis, Nasua nasua (Carnivora:Procyonidae) in the Brazilian Pantanal. Zoologia,26: 571-574. (Department of Fisheries andWildlife Sciences, University of Missouri.Columbia, MO 65211-7240, USA E-mail:[email protected]).

Marcos Figueiredo

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Prevedello, J.A.; G. Forero-Medina & M.V. Vieira.2010. Movement behaviour within and beyondperceptual ranges in three small mammals:effects of matrix type and body mass. Journalof Animal Ecology, 79: 1315–1323. (Laboratóriode Vertebrados, Departamento de Ecologia,UFRJ, CP 68020, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro,RJ, CEP 21941-902, Brazil. E-mail:[email protected]).

Resende, L.S.; G.L. Remy; V.A. Ramos-Júnior& A. Andriolo. 2009. The influence offeeding enrichment on the behavior of smallfelids (Carnivora: Felidae) in captivity.Zoologia, 26: 601-605. (Instituto de CiênciaBiológicas, Universidade Federal de Juiz deFora, Campus Universitário, Martelos,36036-900, Juiz de Fora, MG. E-mail:leticiasresende@gmail. com).

Sabatini, V. & C.R. Ruiz-Miranda. 2010. Does thegolden lion tamarin, Leontopithecus rosalia

(Primates:Callitrichidae), select a location withinthe forest strata for long distancecommunication? Zoologia, 27: 179-183.(Laboratório de Ciências Ambientais,Universidade Estadual do Norte Fluminense.Av. Alberto Lamego 2000, Horto, 28015-620,Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. E-mail:[email protected]).

Vieira, E.M.; L.C. Baumgarten; G. Paise & R.G.Becker. 2010. Seasonal patterns and influenceof temperature on the daily activity of thediurnal neotropical rodent Necromys lasiurus.

Canadian Journal of Zoology 88: 259–265.(Departamento de Ecologia, Instituto deCiências Biológicas, Universidade de Brasília,C.P. 04457, Brasília, DF, 70919-970, Brazil. E-mail: [email protected]).

CONSERVAÇÃO E MANEJO

Lacerda, A.C.R.; W.M. Tomas & J. Marinho-Filho.2009. Domestic dogs as an edge effect in theBrasília National Park, Brazil: interactions withnative mammals. Animal Conservation, 12:477–487. (Departamento de Zoologia,Universidade de Brasília, 70910-900, Brasília,DF. E-mail: acrl2@yahoo. com.br).

Toledo, G. & A. Langguth. 2009. Data onbiology and exploitation of West Atlanticsperm whales, Physeter macr ocephalus

(Cetacea: Physeteridae) off the coast ofParaíba, Brazil. Zoologia, 26: 663-673.(Departamento de Sistemática e Ecologia,Universidade Federal da Paraíba, CampusUniversitario, 58059-900, João Pessoa, PB.E-mail: [email protected])

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NOTAS E NOTÍCIAS

Alexandra M. R. Bezerra e Rui Cerqueira

Publicações dos sócios

Gostaríamos de convidá-los a contribuir com a seção “Publicações dos sócios” em nosso site.Enviem suas publicações para o email: [email protected], informando em qual assuntoo artigo deve ser divulgado. Regras: cada pesquisador poderá publicar até 2 artigos dos últimos 2anos nesta seção. Sua participação é fundamental para manter o site de nossa Sociedade!

Congressos & Conferências

XXIV JORNADAS ARGENTINAS DE MASTOZOOLOGÍA

Desde 1985, la Sociedad Argentina para el Estudio de los Mamíferos (SAREM) organiza lasJornadas Argentinas de Mastozoología (JAM). Estas jornadas anuales se llevan a cabo en diferentesprovincias de Argentina, siendo un espacio donde la comunidad de mastozoólogos presenta sustrabajos, se fomenta la cooperación entre los distintos grupos, se intercambian experiencias y sedebate sobre distintos aspectos que hacen a la investigación, conservación y manejo de los mamíferos.En los últimos 24 años, las JAM han experimentado un crecimiento que se refleja en el aumento delvolumen de trabajos presentados y la variedad de temas abordados, dando como resultado un eventoque atrae no sólo a los mastozoólogos nacionales si no también a profesionales de países vecinos ydel resto de América.

La Plata, Argentina08-11 de novembro de 2011http://www.sarem2011.com.ar

2ND WORLD CONFERENCE

ON BIOLOGICAL INVASIONS AND ECOSYSTEM FUNCTIONING

BIOLIEF 2011 will be a forum for the presentation, discussion, and synthesis of research onbiological invasions in its broadest sense. The conference will place a particular emphasis on studiesconcerning the impact of invasive species on ecosystem functioning and/or services, irrespectiveof taxonomic groups or ecosystem types. However, studies on any other ecological aspect ofbiological invasions will also be welcome. Topics such as the spread of invasive species into ecosystems,the biogeography and history of species introductions, and the community- or species-level impactof biological invasions will also have an important coverage in the final conference program.

Mar del Plata, Argentina21-24 de novembro de 2011http://www.grieta.org.ar/biolief/

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BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MASTOZOOLOGIA

Número 59Dezembro de 2010

ISSN 1808-0413

Mensagem da Diretoria

Realizações da SBMz na gestão 2008-2010 ................................................................................................ 3

Opinião

Reavaliando os riscos de infecção acidental por Hantavirus em mastozoólogosJoão Alves de Oliveira ..........................................................................................................................................4

V Congresso Brasileiro de Mastozoologia: “A Construção da Mastozoologia no Brasil”Alexandre R. Percequillo, Erika Hingst-Zaher & Ana Paula Carmignotto .................................................... 7

Teses e Dissertações ................................................................................................................................... 10

Literatura Corrente ...................................................................................................................................... 13

Notas e Notícias .......................................................................................................................................... 15

Remetente: Sociedade Brasileira de Mastozoologiaa/c Dr. Paulo S. D’AndreaLab. de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres ReservatóriosInstituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo CruzAv. Brasil, 4365. Pav. Arthur Neiva - Sala 1421040-360 Rio de Janeiro, RJ, BRASIL

Destinatário:

IMPRESSO