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ENTREVISTA: JOÃO RIBAS VOCALISTA DOS TARA PERDIDA A FORÇA DOS SONHOS 2010 UMA ESCOLA DO SEC. XXI

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ENTREVISTA: JOÃO RIBAS

VOCALISTA DOS TARA PERDIDA

A FORÇA DOS SONHOS

2010UMA ESCOLA DO SEC. XXI

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> DESIGN GRÁFICOBernardo CamposTomás ReisProfª Manuela HenriquesProfª Isabel Sabino

> COORDENAÇÃO E> REVISÃO DE TEXTOProfª Catarina Guerreiro

> APOIOSConselho Executivo

_COLABORADORES

> ALUNOSAna Loureiro Ana Luísa VieiraAna Rita MarquesAna Rita MorgadoAndreia SantosBruna PatrícioBruno PortugalCatarina CapeloCatarina FreitasCatarina RosaConstança BettencourtDébora BichoDuarteFátima FilipeFrancisco VenâncioGuida MirandaGuilherme MouraInês AntunesInês PintoInês SimõesInês VitorinoJoana Pedroso Joana SantosJoão GodinhoJosé MonteiroLeonor FerreiraMadalena MonteiroMaria TeixeiraMariana FarinhaMarta AugustoMarta FariaMiguel QueirósMirali JamnadasPatícia SoaresRita DuarteRita SoaresSara GallitzSara MarquesSara VarãoVânia Cunha

>PROFESSORESAlcina NievesAna Isabel FariaAngelina FortesIsabel SabinoIsabel Perieira Lurdes SimõesManuela HenriquesNicolau.......Teresa LimaTeresa Santana

> CAPACristóvão

indice

Entrevista a João Ribas 3

Conversa com a escritora Margarida Fonseca

Santos 7

Um Olhar sobre o Natal

Escola do sec. XXI 11

A Internet e as suas Vantagens 13

Ao Encontro do Infinito 15

Petróleo Condenado a Perpétua 17

As Turmas do 9º Ano foram ao teatro 18

Visita à Exposição de Peter Zumthor 19

Corrupção...Pontosde Vista 23

O Vício dos Jogos de Vídeo 24

Visita à Casa da Cerca 25

A Importância de ser Velho 27

Escritas 28

Traços 37

Hora do Conto 45

Visita de estudo à Fundação Oriente 48

Tout e Tous 51

Entrevista a Joao Ribas

3

A escola do Sec.XXI

10

Visita a exposicao peter zumthor

19

www.esvf.net

Blogue BECREdeleitura.blogspot.com

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Entrevista a João Ribas – vocalista dos Tara Perdida

Como é que te iniciaste no mundo da música?

Quando eu era puto, na escola, sempre fui rebelde, e baldava-me às aulas, não conseguia estudar nem um bocadinho... E pronto, era mesmo outsider. E na altura, quando éramos putos, o pessoal queria era ter uma mota, passavas de ano e os papás ofereciam-te uma mota... Era aquela coisa, passei de ano, tenho direito a uma prenda. Eu nunca entrei nessa da mota. Passados quatro anos, estava a chumbar, fui birepetente e tudo. Depois, lá consegui passar um ano, e a minha mãe perguntou-me se eu queria uma mota. Eu disse que não, que queria uma guitarra e um amplificador. E pronto, comprou-me uma guitarra e um amplificador, por oito contos na altura, deve ser hoje quarenta euros para aí. A partir daí, pronto, havia pessoal (a “punkalhada” de Alvalade) que estava a formar os “Cu de Judas” e precisavam de um guitarrista.A partir daí, olha... Até hoje. Foi assim que eu comecei. Não tive escolas de guitarra, estive só um mês numa escola de guitarra clássica, mas fartei-me logo, e aí aprendi alguns acordes. Depois, tornei-me num autodidacta e comecei a trabalhar, a fazer tudo sempre sozinho, e aprendi sozinho, com dezasseis, dezassete anos...

Sentes que esta é a tua profissão de sonho? Ser músico?

É! É assim... Em 82/83 havia os Xutos & Pontapés, havia os Rádio Macau, na altura, já havia os Cu de Judas, mas eram mais ensaios, para aí uma vez por semana, uma hora ou duas, nada de grandes coisas, nem a pensar em palcos tão pouco. Havia uma sala que era o Rock Rendez-Vous, vocês já devem ter ouvido falar. Uma vez, olhei para o palco, estava a ver um concerto já não sei de quem, era uma banda qualquer, falei comigo próprio e jurei que um dia eu tinha de estar naquele palco também. E, a partir daí, enquanto não consegui lá chegar, não descansei! Depois, o meu primeiro concerto, com os Cu de Judas, foi no Padre António Vieira, a escola que me expulsou. Expulsaram-me e depois eu fui lá tocar! Foi giro! (risos) Os Cu de Judas e os Machina Popsuta, que, hoje em dia, são os Pesticida. Depois, passados para aí dois meses desse concerto, demos uma entrevista para o “Êxitos”. Na altura, usávamos todos mohawks amarelos, cabelos espetados à Spikes, que não havia em Portugal, e os gajos foram-nos fazer uma entrevista, tiraram-nos uma foto e meteram na capa. Aquilo era semanal, tipo jornal de cultura e aparecemos na capa a dizer “Apareceram os Cu de Judas!”, alta entrevista do pessoal, na altura nem tocávamos nada de jeito...

A Ana ,a Leonor e a Rita em,

conversa com João Ribas

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melódico e recente, por exemplo o Rodrigo tem 28 anos, e vem de uma altura diferente da minha. Eu vou p, nós gostamos todos, mas o Ruca é mais para Metálica, o Jaime também é um metaleiro: Iron Maiden, Megadeath... Todos gostamos disso, e Tara Perdida sai de uma fusão dessa cena toda porque, no fundo, procuramos um som desde o início que é uma onda mais virada para os NOFX, nessa base “americanoíde”. Nós entrámos um bocado nessa, mas à nossa maneira, porque nós somos portugueses e cantamos em português e, logo aí, há uma diferença enorme. Mas é baseado neste punk rock mais metal, eu gosto bué de crust, e eles não gostam, isso eles não ouvem, o Ruca, então, recusa-se a ouvir.

Porquê a escolha do nome Tara Perdida?

Às sete da manhã, vinha do Alcântara Mar, no autocarro, e vi um placard que havia em Picoas (acho que foi proibido porque os condutores olhavam para aquilo e espetavam-se). Era uma cena bué da grande, com bué de cores e eu li tara. O que me veio à cabeça foi tara perdida. Tara de tarado, todos nós temos uma tara perdida na vida... Comecei a rir-me, sozinho no autocarro, ia tudo para o trabalho e eu a rir-me sozinho. No ensaio, logo a seguir, disse ao pessoal... e ficou. Foi um flash, não foi tipo “vamos lá escolher o nome”... Saiu na hora! Também acho que tem a ver connosco, somos uns tarados completos!

Achas que foi uma evolução positiva sair dos Censurados para os Tara Perdida?

Eu não saí dos Censurados, eles acabaram. Eu tinha de continuar com os meus sonhos, porque eu sempre quis ser músico de profissão, e chegou a uma altura na minha vida, já nos Censurados, em que tive de fazer outros trabalhos, porque às vezes uma pessoa precisa de dinheiro e a música nem sempre dá para tudo. Mas pronto, a minha profissão é mesmo esta e, quando a banda acabou, não a ia deixar. E, como os Censurados acabaram ,a primeira coisa que me veio à cabeça foi começar um novo projecto.

E, passado um mês, consegui concretizar o meu sonho que foi tocar no Rock Rendez-Vous. Viram a cena no jornal e telefonaram-nos “Vocês querem cá vir tocar?” e nós fomos lá tocar dois dias.Isto em 85, foi assim, de repente. Nem éramos nada, tocávamos na garagem e,de repente, fomos tocar ao Rock Rendez-vous, que era a catedral do Rock.

Achas que foi complicado tornares-te conhecido?

Nem dei por isso... De repente, saía de casa e vinham chavalos e chavalas pedirem-me autógrafos. Foi mais na altura dos Censurados...

Achas que isso mudou muito a tua vida?

Não! Continuo a ser o João como me conhecem hoje. É assim... Claro que, às vezes, mexe com uma pessoa, é lógico que ninguém fica indiferente a este tipo de situações. Mas continuo sempre aquilo que sou e a viver a vida como sempre gostei de a viver. Não gosto de muitos luxos, desde que esteja tudo bem, e que as coisas estejam bem, está óptimo! O que é importante é estares feliz na vida e sentires-te bem.

Quais é que são as influências dos Tara Perdida?Tantas...! Isto é um grande imbroglio! Somos cinco músicos, uns vêm de um punk mais

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Qual foi o teu melhor concerto de sempre?

Um que me vem à cabeça é o Sudoeste deste ano. Por outro lado, devido ao risco que foi, tocar a seguir a Slayer e Iron Maiden, às duas da manhã, no Super Bock Super Rock, deste ano, e ver que houve muita malta, mais de dez mil pessoas que não foram embora e ficaram lá para ver Tara Perdida. Foi um concerto do caraças! Depois, claro que há outros! O Rock in Rio foi excelente, às três e meia da tarde ver aquilo cheio para ver Tara Perdida foi demais, foi muito bom. Fomos ao Coliseu do Porto e de Lisboa com Offspring, também são concertos que marcam qualquer um... A primeira vez que fomos a Vilar de Mouros, ainda nem uma maqueta tínhamos gravado, não tínhamos nada e foi excelente, foi uma loucura, estavam os “freaks” todos sentados e eu levantei--os todos!

E de uma banda que tu gostes?

Ramones! É logo à primeira! Vi-os em 81... Para mim, foi o melhor concerto, porque é a banda da minha vida e, na altura, tinha dezsseis anos e era a tournée do “It’s Alive” pela Europa e vi Ramones, vi Clash também nesse ano... É um marco na minha vida, dei uma reviravolta na minha vida para o punk rock ai. Foi quando deixei de ser betinho da Av. De Roma... (risos)

Existe o boato de que a música conduz ao álcool e às drogas. Qual é a tua opinião?

Eh pá sinceramente não quero saber... É o que eu costumo dizer: cada um que olhe por si, e parem com os preconceitos a falar uns dos outros! Está sempre toda a gente a mandar bocas porque tu fazes isto ou porque fazes aquilo... Cada um que olhe por si. É assim, eu sempre olhei por mim, e a minha vida eu é que sei dela, e eu tenho respeito pela droga e pelo álcool e fumar essas coisas todas... Eh pá deixem comigo! Isso é comigo Não se metam! E eu, através da música, é obvio que não estou a puxar nada a isso, se calhar, até estou a alertar as pessoas para não fazerem certo tipo de coisas...

Mas achas que a música pode ter uma influência positiva e negativa?

João Ribas

músico e vocalista dos Tara Perdida

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Ensaiem man! Ensaiem!

Mas como é que achas que conseguem singrar? Porque a tua banda chegou lá...Se calhar, foi pela simplicidade, de não pensar muito nisso. Ensaiar muito e chegar a um concerto e não beber um prego! Essencial! E estares seguro daquilo que estás a fazer, mostrar às pessoas profissionalismo. Mas, ao mesmo tempo,, ser simples, não ligares muito a isso, não pensares nas luzes da ribalta. Porque há muito essa onda de querer ser conhecido, eu às vezes, vou na rua e penso “Ah não! Agora não... Deixem-me em paz!”.

Quais são as tuas perspectivas para o futuro?

Começar uma nova vida com a Diana [companheira]... É por aí... E Tara Perdida, claro. Temos projectos para o futuro bastante bons, que é por exemplo Coliseu dia 20 de Fevereiro sozinhos... Para abrir portas para o Verão ser em cheio.

Isso demonstra que, em termos pessoais, fazes projectos a longo prazo, mas, no plano profissional, não pensas, por exemplo, nos próximos dez anos?

Daqui a dez anos... Eh pá... devo estar com os Camones, que vão regressar agora. É uma banda de tributo aos Ramones que eu tenho. Bem, é lógico que eu não estou a pensar em daqui a dez anos, estou a planear o próximo ano com os Tara Perdida. Agora, é lógico que espero estar vivo daqui a dez anos, e de certeza que vou estar a fazer música! É a minha vida, é o que eu gosto de fazer e é onde me sinto bem.

Ana Sofia LoureiroLeonor FerreiraRita Duarte

A música pode ter uma influência a todos os níveis, tanto em relação às drogas como à política. Pode falar-se de tanta coisa através da música e mudar o pensamento de muitas pessoas. Mas é um perigo! Porque, às vezes, fazes uma letra num café, não pensas em nada e passados sete ou oito meses, é um hit do caraças e há pessoal que segue à risca o que tu escreveste e se revê mesmo naquela letra! Isso, às vezes, é perigoso, porque muda a vida das pessoas. Já houve pessoal que veio ter comigo, especialmente em Censurados, pessoal mais velho, e me disse “Ribas tu mudaste a minha vida!”

E isso não é bom?

Neste caso, é porque foi uma mudança positiva. Mas, por outro lado, às vezes, pode dar para o mal também. Houve uma história com uma banda, de um miúdo que se suicidou e os gajos foram processados, porque ele estava com uma t-shirt da banda...

Qual é a tua opinião sobre a mensagem que as bandas passam hoje em dia com a sua música?

Acho que todas as bandas têm uma mensagem para transmitir, seja ela qual for. Continua sempre aquela onda, especialmente nas bandas de punk rock do “anti – Portugal”. Hoje em dia, os Tara Perdida estão a fugir um bocado a isso, daquela de estar sempre a dizer mal de tudo. Andamos a fugir um bocado a essa onda. É uma questão de evolução da própria banda. Eu tenho 40 anos, o pessoal dos Tara tem 30, não somos uns teenagers já. Portanto, já vemos as coisas de outra maneira. Podemos continuar a abordar os mesmos assuntos, mas a falar de outra maneira, não com as mesmas palavras, tão directas. Mas eu gosto bastante de letras simples e directas, sempre fui um adepto disso. Ainda hoje, se fizer um trabalho a solo, gostaria mesmo de fazer as letras bem simples, directas e fortes! Mas é claro que se podem dizer as coisas de uma forma ligeira.

Tens algum conselho a dar às bandas portuguesas que queiram singrar no mundo da música?

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Quisemos também saber qual o livro que mais a orgulha e ficámos a saber que era o “Aprendiz de Guerreiro”, pois tinha trabalha-do bastante para a trilogia.

Questionámos também a autora para saber por que motivo “O Nosso Clube de Teatro” pertence à colecção “Clube das Amigas”. Margarida riu-se e respondeu que tinha sido uma grande complicação esse assunto, pois deu autorização para o livro pertencer à co-lecção e, quando se apercebeu do que era, tentou mudar, mas não conseguiu.

Também afirmou que escreveu “O Nosso Clu-be de Teatro” para fazer um guião para uma peça que poderá ser representada por alu-nos.

A nossa convidada ,por fim, disse também que prefere escrever para crianças e que esta visita foi mais normal do que algumas que já teve, pois, uma vez, ia para uma entrevista para uma turma mais nova e os alunos envia-ram-lhe um e-mail com a seguinte pergunta: “Se fosse uma roupa, qual seria?

Duarte

Conversa com a escritora

Margarida Fonseca Santos

No dia 29 de Outubro, às 10 horas, demos as boas vindas à escritora Margarida Fonseca Santos, autora de livros como “O Nosso Clu-be De Teatro”, da editorial Presença ou mes-mo “O Aprendiz De Guerreiro”, também da mesma editora.

No início, falou sobre si, disse que se consi-derava maria-rapaz , que foi para o curso de Química que abandonou pouco depois e que descobriu a sua paixão de contar histórias, graça aos seus filhos. Normalmente, contava-lhes histórias saídas da sua cabeça e eles adoravam.

Pouco depois, os amigos e a família come-çavam a sugerir-lhe que escrevesse as suas histórias e assim o fez.

Um dos livros que escreveu, “Uma Pedra So-bre o Rio”, recebeu o prémio Revelação APE/IPLB. Perguntámos como se sentira quando o tinha recebido e respondeu-nos que tinha participado no concurso para que a sua obra fosse avaliada.

Quando recebeu uma chamada, Margarida teve receio que fosse um acidente com um dos seus filhos , mas, quando soube que ti-nha ganho o prémio, ficou bastante admirada.

Margarida Fonseca Santos falou com simplicidade e sabedoria e todos os presentes ficaram

encantados.

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A nossa biblioteca tem cada vez mais alunos leitores, mas queremos ser muitos mais...

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Um Olhar Sobre o Natal

Inês

Vito

rino

Destino: Natal

Não há volta a dar. As ruas enchem-se de

clientes, e não de pessoas. Não que seja

diferente do resto do ano, mas os enfeites,

as luzes fosforescentes e as músicas de

fundo anunciam algo de mais grave: o Natal

e, com ele, todos os seus excessos.

Um dia destes, a correr para apanhar o

autocarro, deparei com o anúncio “Boas

Festas”. Pareceu-me simpático, até certo

ponto. O problema centrava-se no facto

de isto estar escrito no lugar onde devia vir

indicado o número do autocarro. E, enquanto

me decidia se me devia ou não aplicar mais

no esforço da corrida, dependendo do facto

de aquele ser ou não o meu autocarro, resolvi

amaldiçoar a fatídica quadra.

Deste praguejar só nasceram perguntas.

Porque é que a sociedade só se lembra que

existem bairros sociais quando chega ao dia

25? Porque é que o Natal, festividade de cariz

religioso, é apadrinhado pelo mais pagão do

consumismo? Porque é que a Carris decidiu

que era boa ideia desejar um feliz natal no

indicador do destino do autocarro?

Se a questão de fundo é, indubitavelmente,

a incapacidade de a sociedade assumir que

as diferenciações salariais se repercurtirão

na celebração da quadra, afundando a

cabeça na areia da acção social e caridade,

a questão do bom-senso também se coloca.

Mas o que dizer nesta cidade que se orgulha

de ter a maior árvore de natal da Europa?

João Godinho

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Lembrando o olhar crítico do poeta António Gedeão...

Dia de Natal

Hoje é dia de ser bomÉ dia de passar a mão pelo rosto das crian-ças,de falar e de ouvir com mavioso tom,de abraçar toda a gente e de oferecer lem-branças.(...)Comove tanta fraternidade universal.É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,como se de anjos fosse,numa toada doce,de violas e banjos,entoa gravemente um hino ao Criador.E mal se extinguem os clamores plangentes,a voz do locutor anuncia o melhor dos detergentes.(...)Nas lojas, na luxúria das montras e dos es-caparates,com subtis requintes de bom gosto e de en-genhosa dinâmica,cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates, as belas coisas inúteis de plástico, de metal,de vidro e de cerãmica.(...)Adivinha-se uma roupagem diáfana a desem-brulhar-se no ar.E a gente, mesmo sem querer, entra no esta-belecimento e compra - louvado seja o Sen-hor ! - o que nunca tinha pensado comprar...

Excertos do poema“ Dia de Natal”

Leiam este poeta e descubram a sua simplicidade e actualidade!

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Vamos ter uma escola do século XXI como se pode ver pelo rosto da nossa Presidente, a profª Manuela Esperança

Tom

ás R

eis

Nova Vergílio Ferreira...

Como já vem sendo notícia, a nossa escola, no final do ano, vai entrar em obras. Dia 9 de Dezembro, estive na apresenta-ção do projecto de remodulação da escola e, meus amigos, não esperem pouco! Es-queçam o frio e a chuva na cabeça, a falta de condições e tudo mais, vamos mesmo mudar de escola!Apesar de serem as pessoas que fazem da nossa escola uma das melhores do país, um novo look é sempre bem vindo, até porque,

segundo o projecto, nós alunos vamos ter muitas vantagens. A “nova Vergílio” terá corredores a ligar os blocos, espaços de con-vívio (com tecto), espaços para exposições, wireless e muito mais!Os velhos telheiros, as poças que não nos deixam entrar nos blocos, os estores estra-gados serão problemas do passado e, como não queremos reviver o passado, é no futuro que nos temos de focar, portanto vamos esperar para ver uma nova Vergílio Ferreira que não será igual nem pior, mas sim muito melhor.

Miguel Queirós

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Dentro de quinze meses a escola será completamente diferente

Atelier Central Arquitectos

Parque Escolar

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A Internet e as suas vantagens

Abrimos o jornal. Ligamos a televisão. Gestos tão simples que nos podem mudar a disposição tão rapidamente... Ultimamente, temos ouvido muitas notícias sobre os perigos que a Internet transporta, as devidas precauções e os nossos pais estão constantemente a apontá-los, chegando até a proibir-nos de navegar ou a querer que lhes apresentemos uma lista dos sites onde vamos? Chega!!Nesta pequena parte da revista, iremos dar-te algumas dicas de como a Internet é importante para o nosso presente e futuro. Senta-te numa cadeira confortável, traz alguma coisa para comer e começa a ler!

O que é a Internet?-

A Internet é uma rede de computadores que surgiu em 1969, de um projecto que tinha como objectivo a interligação de computadores utilizados em centros de investigação com fins militares.Ninguém coloca em causa a necessidade de, mais dia menos dia, se vir a ligar à Internet e, hoje, isso é indiscutível

Serviços da Internet-

Correio electrónico, utilizado o para enviar/receber mensagens e ficheirosGrupos ou fóruns de discussão o para possibilitar a comunicação entre pessoas com interesses comunsChats, utilizados para o conversações escritas em tempo realPesquisar todo o tipo de o informações

Há muitas pessoas que nunca tiveram Internet, umas gostariam de ter e outras dispensam-na. Será que todas as pessoas que têm computador se tornam dependentes? E como será o mundo daquele que nunca teve um computador e que teve de

se desenrascar sozinho, indo a bibliotecas ou escrevendo à mão?

Aqui fica o testemunho de uma jovem de quinze anos, que só há um ano teve o seu primeiro computador:

Quando não tinha computador, passava os dias a ler ou a ver televisão... Via mais televisão que a maioria das pessoas, mas não era viciada. Quando havia trabalhos de grupo, era até bastante fácill para mim, porque todos os elementos do grupo tinham computador e Internet. Eu, como não tinha, ficava sempre por ser aquela que aceitava as informações e produzia os textos ou recolhia o que era mais importante, para depois dar a cada um do grupo para passar a computador. Por vezes, era diferente, quando trabalhava com a minha melhor amiga... Ela punha-me à frente do computador para passar a informação e, para mim, isso era o mais difícil, pois não sabia escrever no computador, não sabia as coisas básicas, como por exemplo: pôr letra maiúscula, fazer parágrafos, pôr acentos ou vírgulas, mas pior do que tudo, eu escrevia tão devagar, mas tão devagar que podia durar horas a passar só uma folha como deve ser.Quando havia trabalhos individuais, passava os dias na biblioteca ou a minha melhor amiga ajudava-me. Eu detestava trabalhar na biblioteca, pois tinha vergonha de pedir ajuda.Nos primeiros dias de Janeiro de 2007, o meu padrasto ligou-me e disse-me:- Pronta para ir comprar o teu computador? – Eu nem queria acreditar. Estava tão contente! Eu sempre quis ter um computador, só que naqueles anos todos que eu passei sem computador eu nunca senti verdadeiramente falta de um, só quando me pediam trabalhos e outras coisas do género! Assim, eu já não teria de passar todas as minhas tardes livres na biblioteca, o que era um aborrecimento.Quando recebi o computador e a Internet, comecei a navegar e comecei escrever mais, por causa disso já sei muitos truques de informática, já escrevo rápido e tornei-me independente.Agora, quando não posso ver as novelas na televisão, vejo na Net. Como não tenho rádio, ouço música no computador. Quando

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quero ver futebol, vejo na Net e quando quero escrever histórias, escrevo na net. Faço tudo na Internet e faço alguns desafios a mim mesma: Será que consigo escrever aquilo? Será que as respostas que fiz estão certas? Desde que recebi este aparelho, posso pôr tudo a prova!Posso perfeitamente afirmar que desde que recebi o computador, as minhas notas melhoraram e que já não consigo viver sem ele. “

Vantagens da Internet:-

No estudo�

Muitas vezes julgamos que uma ida à biblioteca não é o mesmo que navegar na Internet à procura de uma determinada informação, mas não é de todo verdade. O desempenho escolar de um aluno que faça as suas pesquisas com livros e de outro que pesquise na Internet é o mesmo. É apenas uma questão de organização da informação e, claro, dos níveis de distracção, porque um dos grandes problemas de navegar à procura de alguma informação é o facto de estar a um clique do seu site favorito e esquecer-se da pesquisa, o que o pode atrasar relativamente à pessoa que faz as suas pesquisas com livros.

Na Internet, podes:

Pesquisar informação- Notícias actualizadas- Possibilidade de comunicar com - parentes e amigos Melhorar a comunicação e a - capacidade de escritaComprar livros escolares on-line- Expor as nossas opiniões ou escrever - um livro on-lineComprar bilhetes para cinema, - espectáculos, viagens...Encontrar pessoas com os mesmos - interesses

Na Internet, um utilizador pode ter liberdade de expressão. É o único território onde as fronteiras diminuíram e onde existe pouca censura. A Internet é de facto o universo de

comunicação actual sem o qual ninguém poderia evoluir, estudar ou trabalhar num futuro próximo.

Algumas razões para ter Internet:-

1 · Aceder à maior biblioteca do planeta A Internet é como a maior base de dados do Mundo, a quantidade de informação que podes encontrar é surpreendente. E tens tudo à distância de um simples clique! Na Internet, existem todos os temas curriculares e dezenas de enciclopédias para ajudar. Uma das grandes vantagens da Internet é o fácil acesso a informações que tu não saberias onde encontrar no mundo real ou que te custaria muito dinheiro fora da Internet. O saber nunca ocupou lugar. Há mil e uma formas de aprender pela Internet: pesquisa em bibliotecas, selecção de cursos e instituições de ensino, inscrição em intercâmbios internacionais, realizar comércio electrónico, sistemas de e-learning (cursos de ensino à distância através de um computador), e muito mais. 2 · Divertir-te e conhecer pessoas novas Já pensaste na necessidade que tens de partilhar experiências com os teus amigos, por exemplo: enviar fotos das tuas férias, documentos importantes, piadas do dia? Hoje em dia, podes fazer isso tão rapidamente! A Internet é geralmente um lugar amigável de convívio entre diferentes pessoas de diferentes lugares do Mundo. As amizades virtuais muitas vezes resultam em amizades reais e, mesmo quando isso não acontece, é mais fácil dizer o que nos vai na alma a quem nunca vimos. Quantas vezes desesperamos por não encontrar ninguém no nosso círculo de amigos que partilhe do nosso interesse por desporto, música ou séries de TV? Na Internet, existem milhares de grupos de interesse sobre quase todos os temas. Fóruns de discussão, chats temáticos … Não há qualquer dúvida de que a Internet é dos melhores lugares do Mundo para nos divertirmos. Podemos jogar sozinhos ou acompanhados todo o tipo de jogos, ler anedotas, ouvir música, pintar, sorrir… nada melhor para ocupar o fim-de-semana!

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Para além disso, podemos conversar em chats, fóruns, ler notícias, ver vídeos, fazer downloads, criar um blog, escrever, comentar, praticar novas línguas, etc...

3 · Organizar o teu tempo Ir ao banco, tirar uma certidão de nascimento, uma certidão predial, mudar a residência, entregar o IRS, … Sabias que tudo isso pode ser feito através da Internet? Já imaginaste o tempo que se poupa? Cada vez mais utilizado, o e-mail tem vindo a substituir as tão clamadas cartas, devido à facilidade com que se enviam e ao facto de não custar nada mais que apenas alguns minutos, tendo apenas como requisito um computador com Internet. E para os mais ocupados, até se pode apostar no totoloto ou assistir a jogos de futebol on-line. Alguns sites interessantes:

www.ffsol.org - Gosta de animes? Gosta de livros? De desenhar? Então este site é o indicado para ti! Podes escrever histórias feitas por ti sobre a tua personagem preferida ou apenas originais e podes enviar desenhos ou ver alguns feitos por outros usuários!

www.blogger.com - Queres criar um blog e não sabes como? Vai a este site, cria e diverte-te a escrever o teu diário virtual!

http://www.ambiente.sp.gov.br/ - Se te interessas pelo Meio Ambiente ou precisas de ajuda para um trabalho sobre esse tema, experimenta visitar este site! Tem algumas coisas interessantes acerca do assunto.

http://www.mirabelli.com/ - És daquelas pessoas que adora a moda, adora folhear catálogos e ver as tendências da época? Então passa por este site, explora-o a fundo, e maravilha-te!

http://www.gamestnt.com/ - Sabe as últimas notícias dos jogos e... joga!

Sara Marques

“Ao encontro do Infinito”

Prof. Pedro AbreuNo passado dia 6 de Janeiro, o Professor Pedro Abreu conduziu uma palestra na nossa escola, dirigida aos alunos do 12ºano, designada “Ao encontro do Infinito”. O intuito da palestra foi fazer uma ligação entre o infinitamente grande e o infinitamente pequeno; explicar a formação das partículas que con-stituem o Universo através da origem do mesmo; exemplificar o papel crucial que a Física tem no nosso dia-a-dia e incentivar os jovens em escol-has profissionais direccionadas para a investiga-ção científica.Actualmente, a Física estuda a natureza, focando-se especialmente nas interacções entre a maté-ria e a energia, o que já é bastante abrangente, indo do infinitamente pequeno como a Mecânica Quântica (que estuda os sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atómica, tais como moléculas, átomos, electrões, protões e outras partículas subatómicas) ao infini-tamente grande como a Cosmologia (que estuda a origem, estrutura e evolução do Universo, a partir da aplicação de métodos científicos).Assim, a Física procura, identificar e conhecer as leis básicas que regem o Universo, baseando-se na Matemática e na Lógica para a formulação de novos conceitos através do uso do método científico.Uma das áreas em que a Física actua é na desco-berta dos elementos que constituem a matéria,

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porque, se somos constituídos por substâncias como a água, gorduras, proteínas, açúcares e sais, afinal quais são os constituintes destas substâncias? E será que esses elementos tam-bém são constituídos por outros ainda descon-hecidos? Foi a partir deste tipo de questões que os cientistas descobriram que toda a matéria é formada por átomos e que estes, por sua vez, são constituídos por um núcleo formado por neutrões e protões e ainda por electrões que circundam o núcleo atómico.Estas investigações são realizadas em laboratóri-os como o CERN (37 km de perímetro) que se localiza em Genébra, o FERMILAB em Chicago e o SLA em Standford.Mas, para além dista, a Física actua em áreas que têm um impacto directo no nosso quotidiano, como por exemplo avaliar a resistência de um material, a sua capacidade de realizar trocas de calor e a quantidade de material necessário para produzir um produto.Até processos mais complexos em aparelhos médicos, como a ressonância magnética nuclear

que permite o exame do interior do corpo humano sem a necessidade de cortes ou utilização de sondas.Assim, podemos concluir que, actualmente, vivemos numa sociedade que está em constante avanço tecnológico, o que nos permite uma vida quotidiana cada vez mais confortável e fácil na realização das tarefas diárias, sendo que muito deste progresso se deve a todas as áreas em que a Física actua.Ficámos muito atentos às próximas experiências do CERN, o maior acelerador de partículas do mundo.

Curiosidades – Física no nosso dia-a-dia:

http://www.scribd.com/doc/4077040/Fisica-Curi-osidades-Fisica-do-DiaaDia

Mariana Ribeiro Farinha

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Petróleo condenado a perpétua

No dia 11 de Novembro, Steve Connors, pro-fessor representante do Instituto Tecnológico de Massachusetts, aterrou no anfiteatro da es-cola Vergílio Ferreira com um propósito: eco-nomizar a visão energética global.

Após uma breve introdução, acerca da proble-matização dos recursos fósseis como princi-pais causadores da poluição e dependência tecnológica mundial, apresentou uma série de slides, focando as energias renováveis como alternativa. Enquanto gesticulava, activamente cativando os olhos jovens e mentes apostadas num futuro sustentável, entornava a maquilha-gem dos recursos fósseis que pouco a pouco se tornavam bassos, contaminantes sociais e má aposta ambiental.

Entrámos numa espécie de consulta do oftal-mologista: ora míopes, obstruídos pelo consu-mismo e conforto tecnológico, ora experimen-tando novas lentes, fascinados com a simplici-dade de tomar medidas que mudam o mundo e poupam os gastos energéticos. Meras ac-ções como desligar os aparelhos audiovisuais após o seu uso ou substituir antigas lâmpadas por umas novas, fluorescentes, alertaram o público presente da sua responsabilidade en-quanto futuros pais e empregados.

Esta agradável visita, acompanhada pelo humor e sarcasmo energético, revelou uma vez mais a im-portância de iniciar um revolução intelectual, co-meçada desde as camadas mais jovens. A Vergílio Ferreira não é excepção, conduzindo vários alunos a realizar projectos na disciplina de Área de Projecto no âmbito da sustentabilidade, energias renováveis e protecção ambiental.

Guilherme Moura

Os alunos do 12º ano ouviram o Prof. Steve Connors do MIT-sobre as energias e o desen-volvimento sustentável

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A Trágica e Cómica Ida ao Teatro

No dia 20 de Novembro de 2008, as três turmas do 9º ano, divididas em grupos, dirigiram-se a Belém para assistir à peça vicentina encenada pelo grupo de teatro Vicent Art, Auto de Barca do Inferno. Ao entrarmos para assistir à peça, ocorreu um pequeno e trágico acidente. A acidentada, Sara Costa, teve uma ruptura de ligamentos no joelho, devido a uma brincadeira estúpida. Já sentados e muito ansiosos, o teatro começou… Foram representadas várias cenas do Auto da Barca do Inferno, demonstradas por fantoches, para espanto de alguns, fazendo as delícias do público. Nas cenas do Frade e dos Quatro Cavaleiros, contracenaram alguns alunos do 9º 2ª e do 9º 3ª – foi, pois, muito divertido e interactivo, o que agradou aos alunos. O regresso foi ordeiro e pacífico, sem brincadeiras estúpidas. Este pequeno incidente, já mencionado anteriormente, poderá prejudicar, as eventuais saídas futuras…

As turmas do 9ºAno foram ao Teatro

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“Considero, pessoalmente, que esta visita foi uma descoberta inesquecível e um privilégio o encontro com a obra inovadora do arquitecto Zumthor. O que vi e senti, transcende a ideia que tinha da arquitectura meramente utilitária, não sustentável e limitadora. Pelo contrário, esta obra transpõe-nos para a dimensão dos sentidos e de novas formas de olhar, não esquecendo a harmonia com o meio envolvente.Simplesmente único e inesquecível!Guida Miranda,

No dia 24 de Outubro, os alunos do 11º 9ª participaram numa visita de estudo à LX Factory, em Lisboa, onde assistiram a uma apresentação do vasto trabalho do consagrado arquitecto Peter Zumthor. Referência no panorama internacional da arquitectura, acredita que esta é feita para ser vivida e sentida, tem de se basear em princípios de sustentabilidade, tem de ter uma integração harmoniosa no meio e criatividade no tratamento dos materiais,

Visita de Estudo do 11º9ª à exposição da obra de Peter Zumthor

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explorando as suas qualidades tácteis, plásticas e reactivas. Em 1998, ganhou a 6ª edição do prémio Mies Van der Rohe com o projecto para o Museu de Arte de Bregentz, na Áustria, realizado entre 1990 e 1997. Zumthor não tem como objectivo a criação de um modo de fazer arquitectura, muito menos definir um estilo ou inserir-se dentro de qualquer outro. As questões que procura levantar com a intervenção que propõe prendem-se com a procura de respostas para cada caso, tanto nas relações de reciprocidade que estabelece com o Homem, a obra e o lugar, como do ponto de vista tectónico, mostrando-se rigoroso e eficaz, denotando uma capacidade de, em cada obra, imprimir uma alma, uma espiritualidade, algo de profundamente íntimo reflectindo uma interpretação do mundo e das coisas que nos rodeiam de uma sensível simplicidade. Zumthor é um adepto da arte “póvora”, os materiais utilizados são puros e pobres, ou seja, são usados na sua essência e muitos dos objectos são repetidos. O arquitecto revela, na sua arte minimalista, um fascínio pela repetição de figuras e pela ambição intemporal, uma precisão e uma estabilidade da forma.

A EXPOSIÇÃO

A exposição teve lugar num edifício industrial centenário escolhido pelo próprio artista

e, graças a Thomas Durisch, esta pôde ser adaptada ao edifício através do desenho. O famoso arquitecto suíço marca o lançamento oficial da Bienal “Experimenta Design” de 2009 com a sua primeira grande exposição denominada “Edifícios e Projectos 1986-2007”. Esta incide sobre o procedimento criativo e a complicada relação do arquitecto com o tempo, ambientes, locais, e os clientes dos seus projectos.A exposição de Zumthor recai sobre o tema desta Bienal – “It’s About Time” – de uma forma perspicaz, pluridimensional e em reciprocidade com as linhas de discussão sobre a cultura actual.O projecto “Edifícios e Projectos 1986-2007” nasceu de uma iniciativa do Kunsthaus Bregenz (KUB) em colaboração com a Experimenta. A exposição compreende cerca de vinte e nove projectos e edifícios expostos através de desenhos, plantas e maquetas, espalhados por mais de 2000 m2. O recinto expositivo compreende quatro espaços distintos, meticulosamente dispostos e planeados. O guia que acompanhou a turma do 11º 9ª elucidou sobre a intenção subjacente ao primeiro espaço. Desta forma, apercebemo-nos que as obras do arquitecto são trabalhos sensoriais, isto é, apelam aos nossos sentidos (cheiro, visão e tacto). Neste espaço, deparámos com cinco maquetas de grandes dimensões, duma magnífica e criativa

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Atelier de Peter Zumthor

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diversidade. Esta preparação para as salas seguintes despertou em nós curiosidade e interesse, através da observação “íntima” da proporção de cada obra. Seguindo por um corredor, reparámos que o ambiente estava a escurecer gradualmente, enquanto íamos tirando as nossas próprias deduções acerca da próxima sala, afastando as emoções do espaço anterior. De seguida, dois recintos semelhantes e inovadores surgiram, destinando-se a proporcionar ao público uma experiência visual e auditiva da obra de Zumthor.Graças à cooperação dos artistas Pix e Patrisch, foram feitos registos com uma duração de quarenta minutos cada, da área interior e envolvente, através de seis câmaras, isto é, seis diferentes perspectivas. Os filmes, projectados à escala real e em tempo real, eram apresentados em ecrãs independentes e voltados em diversas direcções ao longo da sala, anulando a ausência física dos edifícios (objecto real). Neste jogo de espelhos, as personagens passam de tela para tela, deixando-nos completamente integrados na atmosfera de cada obra. Sobre esta forma inovadora de expor arquitectura, Zumthor afirma:“ Ao vermos seis filmes em simultâneo e ao experimentá-los (...) sob diferentes ângulos, de uma maneira (...) impossível na vida real, as impressões visuais e acústicas começam

a sobrepor-se e a consolidar-se. (...) cria uma atmosfera que, por um momento, nos permite esquecer a ausência do objecto real no museu. A instalação transmite uma sensação de presença dos edifícios nas suas envolventes e na vida quotidiana, a sensação da vida que se desenrolará neles e à sua volta. E isso é bastante.”

Nestes planos aparentemente fixos, sentimos o vento, a variação de luz, os caminhos dos habitantes e as movimentações do espaço exterior. Esta exibição de vídeos oferece uma visão intrigante na concepção, na materialidade, na vivência e na ocupação do espaço da obra arquitectónica.Por fim, na última sala, são apresentados esquiços, desenhos, modelos, plantas, maquetas de estudo e amostras de materiais, todos distribuídos nas mesas cronologicamente.Esta parte da exposição possibilita compreender o cuidado técnico dos desenhos relativos às diversas fases dos projectos, os pormenores de pesquisa, os métodos de fabrico e construção empregues e o rigor artesanal (detalhes) nas maquetas apresentadas. As obras que se encontravam neste espaço eram: o projecto dos vestígios de “Kolumba”; o conjunto residencial Spittelhof; a Igreja do Coração de Jesus, 1988; o Hotel da Montanha em madeira (não foi construído),

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Termas de Vals 1996

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em Tschlin; a Galeria de Arte Hunter den Giesshans em másmore, 2002-2003. Numa fase posterior da sua actividade, Peter Zumthor ganha um olhar mais atento à natureza que rodeia os edifícios e recorre a formas orgânicas. São reflexo disso as seguintes obras: o conjunto habitacional, na Finlândia, 2004; a “Adega Pingus”, Valbuena de Duero, Espanha, 2005, em forma de concha; desenhos da casa/ateliê do arquitecto; Pensão Briol, Barbian-Driekirchen, Switzerland, 2001; a Casa de Annalisa Zumthor, Vals, 2000; o empreendimento habitacional, 2006; o Restaurante de Verão, Ilha de Ufnau, Lago de Zurique, 2001; “Museu da Mina de Zinco”, na Noruega, 2003 e o Memorial da queima das bruxas em Finmark, 2007. Ainda visualizámos uma maqueta das Termas de Vals, nos Alpes, 1996, feita com água verdadeira e pedra quarzita (Quarzit), cinzenta azulada, utilizada na sua construção. Geometricamente desenhadas na montanha, as lajes das paredes e dos pisos são cinza-prata. A mais importante obra anuncia-se, a Capela Rural de Bruder Klaus, na Alemanha, 2007, com 12 metros de altura foi dedicada a um eremita do séc.XVI, cuja história de vida o tem vindo a apresentar como um candidato à canonização. A primeira maqueta sobre esta obra, “Paisagem Poética”, na Alemanha, 1998-1999, evidencia uma atenção especial na integração harmoniosa com o meio envolvente, sendo representada através da aplicação de ramos e de plasticina. Este último material é tratado com arame,

de modo a distinguir expressivamente a representação dos diferentes tipos de solos.As maquetas seguintes são relativas a duas etapas da construção da capela: a colocação de vigas de bambu dispostas na vertical e a cobertura de cimento e betão.Após o chão de chumbo e a estrutura terem sido acabados, uma fogueira foi mantida durante duas semanas no interior da capela, causando a carbonização do revestimento das bases orgânicas que sustentavam a parede, tornando-as ricas em texturas. A obscuridade no seu interior é quebrada pelos orifícios em volta do edifico e pela sua abertura superior. Há quem considere esta capela uma imponente escultura, devido ao facto de não a encararem como um possível abrigo.

A turma, acompanhada por um guia, mostrou-se bastante interessada pelo detalhado trabalho que cada peça requeria ao artista. Curiosos deambularam pelo velho edifício industrial centenário, admirados com o imponente poder representativo e pelo impacto físico de cada peça.Os alunos maravilhados com o detalhe, a linha de pensamento e a criatividade que flui de tal modo do artista, terminaram a exposição com uma certa vontade de poder vir a ser assim tão “grandes”.

Constança Bettencourt e Guida Miranda

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Capela Rural de Bruder Klaus 2007

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Corrupção... Pontos de Vista

A tendência para a corrupção está implan-tada na natureza humana desde o princípio. São poucos os homens que têm força sufi-ciente para resistir a essa tendência, pois, por detrás das atitudes de um corrupto, existe um pensamento obsessivo de cobiça, que faz com que a pessoa perca a sua inteligência e sensibilidade. A corrupção é, então, o uso de meios ilícitos para obter algo de alguém.

Infelizmente, a corrupção manifesta-se de várias maneiras. Se reflectirmos acerca deste problema verificamos que se dá maioritaria-mente na política, no futebol e mesmo nas meras acções do nosso dia-a-dia como indi-víduos incluídos numa sociedade.

Na corrupção política dá-se o uso ilegal, por parte dos governantes, do poder político e financeiro, através do suborno, abuso de poder ou intimidação. Veja-se um caso me-diático como o de Fátima Felgueiras, em que utilizou a sua posição de poder para realizar actos ilegais contra a sociedade. No entan-to, a corrupção não se manifesta apenas na política, mas em desportos tão simples, ou não, como o futebol, em que é feito de tudo, desde o “amortecimento” de leis à invoca-ção inútil de seres divinos, para alimentar os sonhos daqueles que não pensam senão em riqueza e poder.

Claro que a realidade é muitas vezes defor-mada pelos media, pois estes preocupam-se em procurar aquilo que escapa à rotina ou ao que é banal, alterando muitas vezes a verda-de. Considere-se isto mais um exemplo de corrupção.

Porém, lembremo-nos que a luta contra a corrupção é tarefa de qualquer cidadão, visto que contribui, posteriormente, para o bem comum. É lutando contra este tipo de ideias obsessivas pelos bens materiais, pois a corrupção não passa disto mesmo, que nos apercebemos que a vida tem significados bem mais importantes.

Madalena Monteiro

Corrupção… Bem, nos dias de hoje a corrupção continua, sim a corrupção referida por Camões, Padre António Vieira, entre muitos outros autores de épocas passadas.Vivemos num mundo onde todos os dias há alguém a ser corrupto e corrompido.Ouvimos falar de corrupção na política, no futebol, até mesmo em coisas do dia-a-dia, não há nada que sobreviva a tal crime.No futebol, subornam-se os árbitros e até a outra equipa, se for necessário. O dinheiro fala sempre mais alto, as pessoas sujeitam-se a tudo por um pouco de dinheiro sujo. Na política, é sempre bom que uns dinheirinhos dos impostos sejam guardados noutros locais “mais seguros”, tanto como é bom usar o poder para beneficiar alguém que nos interessa. Mas não é só, ainda temos por exemplo os médicos que passam receitas com medicamentos do mesmo laboratório, para receberem pequenas “doações” deste.Combater a corrupção!? Esse é outro assunto que passa ao lado de todos. O povo mal se apercebe deste crime, iludido com tudo o que lhes é dado, como estádios de futebol novos. Não há leis firmes que condenem exemplarmente os que praticam corrupção e aquele que sai prejudicado com ela – o povo -, é o que menos protesta. Temos a polícia que se corrompe facilmente pelo estado e pelo que tem poder. O melhor é que geralmente o corrupto é aquele que tem mais money, pilim, massa, dinheiro, como lhe queiram chamar, e quando apanhado continua com o seu poder e capaz de corromper o juiz, testemunhas, ou outra entidade que se atravesse no seu “brilhante” caminho.Concluindo, a corrupção existiu, existe e existirá porque haverá sempre um interesseiro e um interessado.

Fátima Filipe

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O Vício dos Jogos de Vídeo

O vício dos Vídeo Jogos é um tema sobre o qual se deve parar para reflectir. Este síndroma da sociedade actual tem vindo a aumentar progressivamente, pois o avanço tecnológico contribui fortemente para este problema.

Devemos consciencializar-nos sobre os perigos que os vídeo jogos proporcionam ao desenvolvimento das gerações futuras,já que estas gerações se encontram envolvidas num ambiente em que o mundo virtual é facilmente alcançado e os efeitos a longo e curto prazo não são, por vezes, facilmente reconhecidos. É usual encontrar-se nesta nova geração o que é hoje conhecido como um “Nerd”. Mas afinal o que são estas pessoas? E o que as caracteriza como tal? Nerds são pessoas ligadas ao mundo virtual, esquecendo-se, por vezes, que existe uma realidade exterior, tornando-se anti-sociais e deixando tarefas básicas pessoais para trás, tal como o relacionamento social e a criação de ligações pessoais. Este comportamento nem sempre é reconhecido pelos próprios “doentes”, que, por vezes, nem o querem reconhecer, tornando-se agressivos com tudo e todos querendo apenas ter tempo para jogar. Alguns estudiosos dentro deste tema consideram este comportamento uma doença, outros consideram uma “fase” que poderá ser curada com o devido tratamento e com a ajuda de psiquiatras com experiência no problema.O papel dos pais tem também uma importância fundamental que contribui para o tratamento. Também, desde o início, os pais não deveriam ter deixado a situação chegar a um ponto extremo, sendo esta situação devida, em geral, a outro problema, a negligência dos pais. O comportamento destes indivíduos, além de trazer problemas psicológicos, pode

também criar problemas de saúde, tal como a obesidade. A resolução de tal problema deve ser feita através de consciencialização e compreensão social. Os “doentes” devem, inicialmente, reconhecer o problema para que possam trabalhar no seu tratamento, com ajuda de psicólogos e psiquiatras, amigos e família, integrando-se de novo no mundo real e ocupando o seu tempo livre com actividades lúdicas mais audáveis e, sobretudo, mantendo-se afastado de consolas, computadores e afins, até ao fim do tratamento.

Sara Gallitz

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No dia 11 de Novembro, a turma 10ª do 12ª ano foi à Casa da Cerca, em Almada, onde decorre uma exposição do artista Pedro Calapez, do qual pudemos ver pinturas, vídeo e música.

Para alcançar a Casa da Cerca utilizámos na primeira parte da deslocação o metropolitano, atravesssámos o rio de barco e subimos num elevador de vidro de sessenta metros de altura com vista para o rio, designado de “Boca de Vento” .

Por fim, acedemos à Casa da Cerca, Museu de Arte Contemporânea de Almada.

Em relação à Casa, sabemos que esta era uma Quinta que se transformou num pequeno Palácio, que possui, como todos os palácios, uma Capela. O palácio é todo ele com influências clássicas, renascentistas, pois as suas linhas e volumetrias são simétricas e geometrizadas, sendo as suas fachadas exteriores simples.

A Capela tem o seu estilo típicamente Barroco, tendo as paredes laterais decoradas com azulejos azuis, tão típico de Portugal. Por cima do altar, encontramos um retábulo com pintura em azuis, cornijas, colunas torsas com capitéis coríntios, rendilhados, uma cartela com uma pintura da Virgem Maria e uma espécie de frontão. Os materiais parecem ser

talha dourada e madeira. Começámos por ver o jardim, que é o

espaço envolvente desta casa, composto por inúmeros

espaços, nomeadamente o “Jardim Botânico”, a “Estufa”, o “Anfiteatro”, o “Herbário”, e a “Mata”. De destacar o “Jardim dos Óleos” o “Jardim das Gomas” que integram o “Chão das Artes”, dedicado aos pintores.

A vista que a Casa da Cerca oferece é esplendorosa, pois situa-se num ponto bem alto, donde podemos ver o rio, Lisboa e a Ponte 25 Abril de um ângulo bem diferente.

Também fomos ver a Capela da Casa da Cerca onde Pedro Calapez. fez questão de expor s os projectos que realizou para a nova

Visita a Casa da Cerca

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Igreja de Fátima. jA visita à exposição de Pedro Calapez

levou-nos a percorrer todas as salas que a casa possui. A pintura dele é de estilo contemporâneo, abundando de abstraccionismo, mistura de formas, simplicidades, baseando-se em paisagens, arquitectura, flores e árvores.

Alguns espectadores reconheceram mesmo algumas influências orientais.

Em relação ao trabalho de Pedro Calapez, a Dra. Emília ainda nos explicou que o artista, por vezes, primeiro, realiza as suas obras em formato digital e, posteriormente ,as passa para o papel, usando vários materiais como pastéis de óleo, grafite, aguarela, acrílico e outros.

Calapez utiliza os materiais de uma forma simples, sendo a maioria dos seus trabalhos executados numa só cor ou duas diferentes, não deixando, contudo, de realizar trabalhos policromáticos. Também executa o tridimensional, utilizando desenhos seus construídos em caixa, criando belos efeitos visuais pela acção da luz no volume.

Adorei conhecer a Casa da Cerca, principalmente pelo seu lindíssimo jardim. Tenciono lá voltar com frequência.

Sara Gallitz

Trabalhos de Pedro Calapez

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Ao verificarmos no dia-a-dia que a sociedade portuguesa está cada vez mais envelhecida, surge a necessidade de verificarmos quais os problemas que se colocam à terceira idade, quais são as suas necessidades, quais os apoios que recebe, mas mais importante ainda é saber,no nosso país, o que se deve fazer para demonstrar que esse papel deve ser activo e fundamental nas decisões da sociedade.

Trabalho realizado por: Joana Pedroso Nº13Joana Santos Nº16Mariana Farinha Nº18Sara Varão Nº28Vânia Cunha Nº31

A Importância de Ser Velho

O envelhecimento, sendo um processo irreversível e do qual não se pode fugir, é uma parte importante de todas as sociedades humanas. Isto deve-se ao facto do envelhecimento reflectir todas as mudanças psicológicas e biológicas que ocorrem no nosso organismo mas também às convenções sociais e culturais das várias sociedades. Enquanto que, em algumas culturas orientais, a idade é vista como um estágio a ser atingido e o idoso visto com respeito e �status�, na cultura ocidental não é bem assim. Em algumas sociedades ocidentais, se por um lado é usual realizar-se actividades para a terceira idade, por outro, é bastante comum os idosos serem vistos como um encargo. Por esta mesma razão, na maior parte dos países desenvolvidos, é vulgar a negação do processo de envelhecimento. Muita energia, tempo e dinheiro são gastos exclusivamente para esconder os seus efeitos, especialmente entre as mulheres. Acções como pintar o cabelo, maquilhar-se de forma elaborada ou até a realização de cirurgias plásticas (por razões cosméticas) são exemplos muito comuns. É então natural que os efeitos sejam enormes. Assuntos ligados ao envelhecimento populacional, em que a média das populações tem aumentado nas últimas décadas constituem agora um factor importante em muitas nações do mundo. Os mais velhos apresentam, cada vez mais, diferentes valores e necessidades à sociedade e ao governo. Veja-se o exemplo do caso das nações em que o voto é voluntário, os idosos tendem a votar com mais frequência que os jovens aumentando, assim, o seu peso político. É esta necessidade de ter um papel activo na sociedade que os idosos apresentam ao governo. Outro efeito social que surge é a economia do envelhecimento. Este problema é mais visível em idosos oriundos de classes menos favorecidas. O facto de não terem condições financeiras e de já não trabalharem, resulta numa dependência para com os seus familiares e amigos. O envelhecimento é, pois, um assunto bem actual e no qual urge a necessidade de abordagem mais profunda,

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O Senhor das Horas

“Tem horas?”, perguntava como se es-tivesse, impacientemente, na expectativa de ser aquela a sua hora. Debruçado sobre uma varanda esquecida, repetia a pergunta a todos os que passavam na sua rua. Poucos eram os que respondiam. Uns riam-se e nem uma palavra pronunciavam e outros lá re-torquiam por culpa da pena.“Tem horas, menina?”, perguntou-me certo dia. “São nove e cinquenta” e segui o meu caminho. Quando parei, olhei para trás. Toda aquela imagem cinzenta e antiquada do casa-rão e o seu senhor contrastava com um am-biente urbano, repleto de estudantes com um mundo inteiro por descobrir e tantas respos-tas por obter. A única resposta que o “senhor das horas” precisava era aquela, “são nove e cinquenta”. Nada mais procurava saber. Essa era agora a sua vida, entregue a duas pala-vras. Esquecido, acompanhado pela solidão, perdido no tempo, esperando…

Maria Palma Graça Teixeira

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Pintassilgo

Contemplavas os pássaros.Disseste-me um dia que gostavas de voar, levantar os pés do chão, ter como limite apenas o céu.Não gostavas da tua condição humana.Preso à terra.Obrigado a levantar um pé...o outro...para andar.Querias ser pássaro.Tinhas sede de infinito.Tão grande era a tua sede que, enquanto olhavas os pássaros, começas-te a murmurar discursos imperceptiveis.Quimeras só tuas.Tão sedento estavas de te banhar em céus azuis que te esqueceste que eras humano e, como Cícero, tentaste voar.Mas os homens não voam e atingiste a calçada morna, aque-cida pelo sol de inverno, com cada partícula que constituía o teu ser sonhador.

Patrícia Soares

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1ª parte(ELE)Faltam cinco minutos,Faltava meia hora e cinco minutosHá meia hora atrás...Faltam-me dois segundos para te ver,Para redesenhar os teus contornos,com os meus olhos,Como só eu sei fazer...

Para tu fingires que nao reparas,Mas coras, adivinhas a minha paixão;Tremes, sabes-me perto,Num alvoroço, que só se percebe pelo baterIncessante e doloroso do meu coração...

Tudo isto para te beijar a mão.Inclino-me como se fosses da realeza;Os meus olhos prendem-se nos teus;Os meus lábios, no cetim da tua luva;Aspiro o perfume e tu afastas-te, provocadora....

Basta-me isto por agora, eu, tu e a tua beleza.

Aníbal, o eterno sonhador, o eterno apaixonado

(C.R.)

1ª parte (ELA)

Esperei enrolando as mãos no regaço,Ajeitei as luvas e o vestido nervosos,Senti-me a pontos de desmaiar..

Mas, devagar, vagarosamente,Faço-me desfilarSó há um olhar que procuro,Um coração que pretendo acelarar...

O portador deste olhar tão quenteQue quase me faz sufocarComo aquele conhaque envelhecido Que tomei antes de tudo isto Só para me acalmar...

É agora, encontras o meu olhar, Apoderas-te da minha mão, aspiras o meu perfumeE sinto-te tremelicar de paixão,Depois, afasto-me, quase cambaleando... Por agora basta-me isto para te desejar...

Cecília, a deusa e mulher(CR:)

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bru

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ugal

fado sem destino’

o ingénuo pensamento primeiro foi pensado num tempo desconhecido do passado

foi grandioso o sopro que soprou aqui por dentro assim em mim

foi assoprado o vento chamado sopro que foi em mim pensamento

e respirei

-posso eu, tomar-te?-

e suspirei

-posso eu, amar-te?-

e sem jogos de palavras paradoxos personificações pleonasmos sinestesiasnem mesmo hipérboles autorizaste meu desejo e disseste sem falar o sim arrebatador de tão tua simples e tão tua maneira:

beijaste-me um beijo

não comummente humanopara quem se encontra elevado

não houve lábios tocados nem olhos fechados

foi apenas caríciano rosto que me deste

foi apenas bastante para que pudesse e te desse

um pouco de mim a ti, para ti.e num mundo tão grandelimitámo-nos à parteque éramos nósque lhe não pertencia

enregelámos no tempo frio sentados no chão gelado com teu corpo ao meu colado

e todas as palavras as estereotipadas foram por nós apaixonadamente modificadas

por formigueiros no estomâgo arrepios na nuca batimentos cardíacos e sentimentos telepaticamente transmitidos

contracenámos silenciosamente seguindo o guião meticulosamente e loucamente escrito pelos nossos sonhos e vontades momentâneas

éramos falsos actoresmas fiés à nossa realidade sem pressas sem futurismos sem destino...

ESCRITAS

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o palco era de amar

ninguém passavamas quem passavapensava e murmuravapequenas inocentes invejas

e o aguaceiro continuava furando a calçada com a chuva pasmada que a si perguntava

-como é que se mostra sem à voz dar uso o quanto se ama?-

não se ouviu resposta...

porque não existiu porque não a quis dar porque não a sabia eu e porque era nossa e apenas de nósa verdadeo segredo que perduraram nossos...

baseámo-nos em carinho e amor

procuraram os nossos olhosum ponto fixo no are sem olharprocuraram-se as nossas mãosque se encontrarame agarraram-se e abraçaram-se

e ao som de uma canção deitou-se a tua cabeça no meu ombro

e aos meus ouvidosdeixou a tua boca escapar

-és uma Luz-

contraí o corpoe durante longos segundosfiquei sem respirar

engoli em seco e para ti larguei um sorriso e por ti um piscar de olhos para mudo te responder

-adoro-te-

houvesse outra palavraque eu sussurá-la-íaou uma outra que quisessesque eu inventá-la-ía...

criámos uma nossa perfeição

não foram precisos intérpretes que nos traduzissem as lágrimas os choros os olhares e as respirações

que num diaeram minhas e tuase no outro que nasceutornaram-se nossas

empatia é o nome.

mas houve em mimum contra-senso

absurdo futuramente mortal

agora,sopra o vento vendavais...

há milhares de sóis e milhões de luas que se ouvem contar os mesmos contos em que são os mesmos a moral e o final

-e viveram felizes para sempre-

mas como em tudo fomos nós a excepção...

não te soube explicarda partida o Porquê

deu-se o que se deu e sem um Adeus quebrei o sonho e parti para um dia voltar

e sem saberpara me arrepender

sim, tarde vim eu

ocupaste o Vácuo em ti por uma outra Paixão

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substituiste a Besta e mataste a De-silusão!

fui vivendo morrendoem todas as noites e dias e enterrei as escritas as nobrese passei cantandoo canto da morte a da minha alma...

ao Tempo o tempoa Terra gastoue desgatou-se a terrapara a voltaà Estrela dar...

e com tua eterna ausênciavoltei a Sonhar...

pru

no p

ort

ugal

a cor dos campos das terras a cor das águas dos mares a cor do cheiro da Vida.

da cabeça para o papelultrapassei-te escrevendo-noscom efémeras palavras de tinta

o Porquê, a Razãoconfesso-te de mim apagando-te:

-Ventura-

bruno portugal

ESCRITAS

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Porque é que sou diferente...

Acredito firmemente que sou diferente. Que não sou mais um ser humano, igual a tantos outros, a habitar este planeta. Que não sou vulgar, comum ou banal.Numa sociedade onde cada vez há mais estereótipos, onde cada vez são mais banalizados os factos, os sentimentos, as opiniões, distingo-me pela maneira como sou.No meio da multidão, os outros são capazes de me encontrar à distância. Seja pelo meu �lilliputianismo� característico, pelos meus óculos, até mesmo pela minha nada ensurdecedora voz.É certo que podiam comparar-me à minha mãe, realçar as nossas semelhanças ou até chamarem-me de Anabela II, mas não será esse o maior desafio da nossa existência enquanto seres humanos? Livrarmo-nos de ideias pré-concebidas e afirmarmo-nos enquanto pessoas? Parece-me que sim.Eu não fujo à regra. Construí-me, construo-me e hoje posso dizer, sem dúvida alguma, que estou orgulhosa de mim. Quantos conseguem ser uma agenda andante? Ou ter um relógio incorporado no próprio organismo? Estar a fazer uma coisa e já estar a pensar que provavelmente não terá sido a melhor opção. É verdade! Sou assim e não o nego! Assim como também não nego que é preciso ter paciência para o paralelismo que me torna tão diferente, a exigência oposta à precipitação, a generosidade em contraposição à maior das teimosias, a luta entre o ouvir e o fazer-me ouvir Por estas razões, defendo a minha singularidade ao máximo.É claro que no final são meras considerações minhas. Mas é desta maneira que me afirmo.Por último, como dizia um grande escritor, �não sou do tamanho da minha altura, mas da estatura daquilo que posso ver�

Sara Varão.

Bloco de notas

A página em brancoA minha mãoA caneta que desliza sobre o papelOs mundos que desvendo à medida que as palavras aparecemAlguém, não eu, fala, senteE a página enche-se de caracteres que guardo em baús à noiteE perco-me em vidas que poderiam ser a minhaAs palavras?Essas perduram, não na folha em que as es-crevi, mas no coração de alguém que as leu

Patrícia Soares

Inês

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ESCRITAS

Dentro de mim carrego o fervor africano.Dentro de mim tenho o ritmo de Cabo Verde, que começa numa coladeira e acaba no funana.Dentro de mim escondo, ainda assim, a bravura lusa e o gosto pelo bacalhau…Em mim, tenho timidez, sinceridade, doçura e simplicidade que baste.Tenho em mim ainda os olhos do meu pai, o seu nariz, a sua boca, e, da minha mãe, a ternura, a paixão e o bom senso, que me ajudam a procurar e a dar um sentido à vida, que tenho pressa de viver.De mim tenho para oferecer carinho, compreensão e amizade.

Vânia Cunha,

Sou o resultado do que nessa horaditava a imaginação dos deuses.Júpiter fez a minha teimosia como se da força das raízes na terra se tratasse.Vénus criou o meu lado sensível e verdadeiro,apoiando-se na suavidade e limpidez dos rios.Nas cores das flores da Primavera e no sol de VerãoÍsis foi buscar a minha alegria.Nas camadas brancas que cobrem as altas montanhas,Atenas inspirou-se para a minha simplicidade e justiça.Poseidon apoiou-se nas tempestadese determinou o meu pessimismo.Nas noites escuras de lua cheia,Queiron e Hecate encontraram o meu lado curioso e misterioso.Cronos inspirou-se na heterogeneidade de uma florestae definiu a minha desorganização.A partir dos prados verdejantes, Deméeterconstruiu a minha esperança.E, dos delicados pingentes de gelo,Apolo retirou o meu perfeccionismo.Assim, sou tudo isto.Sou pedaços de natureza.Sou o resultado do que nessa horaditava a imaginação dos deuses.

Mariana Farinha

Auto-Retratos

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Não sei como descrever o que é viver sem ti. Aprendi a ser uma parte tua, e, bolas, tu não tens culpa, mãe. Eu aprendi a ser uma parte tua e a saber não te largar. E a saber como me esconder atrás de ti. E a saber gritar em ti. E a saber chorar em ti. E a saber sorrir para ti. E, mãe, bolas, tu não tens culpa. Mas custa-me não saber descrever o que é viver sem ti. Porque não o sei, nem o sei sentir sequer. É tudo um aglomerado de raiva e liberdade. Raiva de mim, por não saber viver sem ti. E liberdade de ti, por ter aprendido somente a viver contigo.Ainda não me caiu uma única lágrima tua em mim. Nem tua nem minha, mãe. Não quero chorar por estares feliz e realizada, seria tão egoísta da minha parte. Mas dói-me o coração, às vezes, que me implora por uma lágrima. Mas não sai, não sai porque tem medo. Ou porque tem orgulho. Ou porque é adolescente. A lágrima não sai e o meu coração dói. E, bolas, tu não tens culpa mãe.

Quando Timor soube que para lá ias, acolheu-te de braços abertos e eu deixei-te ir de braços abertos porque tinha a certeza que aí estarias bem e que seria uma experiência única, como beber chocolate quente em frente a uma lareira a ouvir o bater do coração de alguém que se ama, ou como

sentir a chuva a cair em cima de nós ou até, simplesmente, deitarmo-nos na relva quente e macia duma noite de verão. Eu sei que é assim que te sentes e, por isso, deixei-te ir também de braços abertos e coração aberto. Mas não conheço Timor, nem conheço Portugal sem ti. É tudo desconhecido e dói. Porque todos temos medo do desconhecido, como tu tens medo da água (ou tinhas). Espera, tinhas medo da água. Espera, o medo ultrapassa-se. Espera, a dor é psicológica. Espera, estou tão errada...

Não preciso que me respondas. Só preciso que leias. E percebas. Percebes que estou feliz, mas não sei explicar como é viver sem ti? Porque não sei e estou a aprender agora. Eu sei que o Jorge está cá de braços abertos, mas os teus são tão mais macios. E, bolas, tu não tens culpa mãe."

Rita Duarte

Rita

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Trabalhos da turma 12º 10ª

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Trabalhos da turma 12º 9ª

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A Hora do Conto

Pela voz de alunos de 12º ano e de professores de todas as disciplinas, os contos vão às aulas de Área de Projecto para fomentar projectos individuais de leitura e escrita

A Andreia Alexandre e a Maria Vieira e a professora Mª de Jesus

A professora Angelina Fortes e o Bruno Portugal

O Professor José Paulo a Catarina Rosa e o Joâo Maltez

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Poema inspirado no conto: "O Homem da Minha Vida"

de Risoleta Pedro

Enquanto estava a passar

Um olhar veio-me perturbar

Era um sem-abrigo

E tinha algo a contestar

Pedia um pouco de dinheiro

Para o que precisar

Dinheiro dei-lhe demais

Atenção vinha procurar

Ele era generoso

Nada queria em demasia

Era um homem respeitoso

O seu olhar contagia

À media que o tempo passava

O meu coração

Ele enfeitiçava

Com o seu olhar de sedução

Agora a minha razão mudou

A estupidez acabou

O importante é o interior

Acima de tudo está o amor

Ana Luísa Vieira

Comentário sobre o conto “O Assalto”de Mia Couto

Como um simples conto nos pode fazer reflectir....um conto, para além de uma história que nos conta, também nos ensina lições e nos ensina a escutar e a pensar... A importância dos contos agora se começa a reve-lar em mim...antes desconhecia-a, mas na "Hora Do Conto" permito a mim mesma "vaguear" na mente, nos cantos mais recônditos e reflectir em textos como "O Assalto", no qual um senhor assalta outro, quer-endo no fundo e num desejo mais simples, atenção e companhia com a qual possa falar... No âmbito deste projecto as turmas, e sim, falo por mim, podem aprender que ler não é mau, e a ler podemos descobrir e abrir novas portas para as quais sem a chave da leitura não conseguiríamos entrar... porque será que poucas pessoas neste mundo de descobertas querem entrar? Acho que isso vai mu-dar.... pois com estes pequenos contos aprendemos a gostar do que ouvimos e simultaneamente apren-demos a gostar de ler. A expressividade da leitura e o entusiasmo são factores que nos motivam e nos fazem " andar para a frente" com os nossos projectos de leitura... Afinal, porque não aproveitar um momento de re-flexão e simultânea diversão? Foi isto que eu aprendi no projecto "A Hora Do Conto",

Espero que todos os que deste projecto fazem parte aprendam tanto como eu e queiram explorar os hori-zontes da literatura multicultural, apreciando-a tal com eu faço!!

Mirali Jitendra Jamnadas

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Ladino

Foi Deus que criou o pássaroNum momento de inspiração,Mas esqueceu-se de nos dizerO motivo e a razão.

Uma vez, um passarinhoQue não queria voar,Vivia no seu ninhoE parecia não se importar.

Chamava-se Ladino ,Tinha ar despercebido

E curiosidade de ver Onde nunca tinha ido.

Comia e dormia,Piava e cantarolava ,Cheio de alegria,Lá passava o seu dia.

Mas houve uma certa alturaQue decidiu arriscar,Pensando que ia cair Acabou por voar.

Inês Pinto

O Mário e o David A professora Manuela Henriques

O professor Rui ReisA Sara Gallitz e a Inês Oliveira

A Hora do Conto

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Visita de Estudo à Fundação do Oriente

Os nossos alunos experimentaram a vivência das grandes viagens marítimas

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Eles experimentaram os velhos tempos gloriosos das Descobertas

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Diário de Bordo de Um Marinheiro.

Hoje, dia 23 de Março de 1478, a bordo da caravela Vera Cruz, quando acordámos estava nevoeiro. Então, o nosso capitão disse para lhe darmos a localização da nossa caravela . Só podíamos utilizar a bússola, vimos assim a nossa localização e rumámos para Sul. O capitão calculou que estaríamos perto da feitoria de Arguim, continuámos a navegar… até que o nevoeiro desapareceu e foi quando vimos a feitoria. O nosso capitão ordenou que parassemos lá para trocarmos quinquilharias e levarmos ouro para a Índia e outras terras da Ásia

«20 de Fevereiro de 1484O rei D. João III ordena que dia 22 saia do porto de Lisboa uma Nau com destino à nossa feitoria situada em S. Jorge da Mina para prestar auxílio aos habitantes.O pão vai ser cozido, os mapas, as bússolas(fig.13) , os astrolábios(fig.11) e todos os materiais de navegação são postos dentro da Nau. Os marinheiros (incluindo eu) verificam e preparam a Nau (…).

22 De Fevereiro de 1484Está tudo preparado. O comandante manda me verificar a “altura” do sol e vou fazê-lo com o astrolábio, colocando-o ao nível da cintura e fazendo com que a “bolha” de sol entre dentro dos dois orifícios. Verifico que o sol está a 70º. Dou a informação ao comandante e ele consulta uma tabela astronómica de modo a calcular a latitude do lugar onde nos apresentamos. (…) Estamos em Arguim. O mar está muito agitado a Nau mudou o sentido. O comandante diz apressadamente para lhe fazer chegar a bússola que nos vai indicar onde é o sul. Estamos virados para norte segundo este instrumento. Temos de virar para sul (…)Alguns marinheiros estão com fome e, então, vão buscar meio litro de vinho tinto cada um e mergulham o pão para que este fique menos rijo. Eu vou fazer o mesmo (...).Bruna Patrício

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Um grupo de alunos do 11º 7ª desenvolve as suas com-petências no uso da língua francesa, elaborando a re-vista “TOUT et TOUS”.51

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Para vos despertar o interesse, aqui vos apresentamos os artigos que podem ler:

Prix Nobel de la Littérature 2008 Jean-Marie Gustave Le Clézio est né le 13 avril 1940 à Nice. Il est docteur ès lettres. Il a travaillé à l’Université de Bristol et de Lon-dres. Il a commencé à écrire à l’âge sept ans. Il connaît très vite le succès avec son premier roman publié « Le procès-verbal » en 1963. En 1967, il fait son service militaire en Thaïlande.Pendant les années 1970-1974, employé par l’Institut d’Amérique latine, il partage la vie des Indiens, au Panama.Le Clézio, âgé de 68 ans, grand voyageur fasciné par les mondes Premiers est l’auteur de livres portés par une grande humanité, « Désert » et « Le Chercheur d’or ». Il a écrit des romans, des contes, des nouvelles et des essais.Cette année il a gagné le prix Nobel de la Lit-térature.

L’oeuvre « Monde et autres histoires » est au programme de Français au Portugal. Voici un passage :« Personne n’aurait pu dire d’où venait Monde. Il était arrivé un jour, par hasard, ici dans notre ville, sans qu’on s’en aperçoive, et puis on s‘était habitué à lui. C’était un gar-çon d’une dizaine d’années avec un visage tout rond et tranquille, et de beaux yeux noirs un peu obliques. Mais c’était surtout ses ch-eveux qu’on remarquait, des cheveux bruns cendrés qui changeaient de couleur selon la lumière, et qui paraissaient presque gris à la

�Bullies�Le Prix Nobel de la Littérature�Barack Obama �Voyages�L'histoire de l'équipe de rugby �Mode�La musique à la mode�T.T Films�Le T.Top

tombée de la nuit.On ne savait rien de sa famille, ni de sa mai-son. Peut-être qu’il n’en avait pas. Toujours, quand on ne s’y attendait pas, quand on ne pensait pas à lui, il apparaissait au coin d’une rue, près de la plage, ou sur la place du mar-ché. Il marchait seul, l’air décidé, en regardant autour de lui. Il était habillé tous le jours de la même façon, un pantalon bleu en denim, des chaussure de tennis, et un T-shirt vert un peu trop grand pour lui.»

Marta Augusto e Marta Faria

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