2012 07 julho
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IrrigaçãoAlternativas bem-sucedidas de irrigação tecnológica de baixo custo vêm atendendo a anseios econômicos dos produtores e a metas ambientais da sociedade
Laranja
Rio+20
A maior concentração da cultura se encontra em Água Fria e Itaberaí
A pecuária e a agricultura foram representadas pela CNA
Ano XIII | 205 | Julho 2012
ISSN
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PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,
com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
COnselhO editOriAl
Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;
Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins
editores: Francila Calica (01996/GO) e
Rhudy Crysthian (02080/GO)
reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e
Leydiane Alves
Fotografia: Jana Tomazelli Techio,
Larissa Melo
revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
diagramação: Rowan Marketing
impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500
Comercial: (62) 3096-2200
diretOriA FAeG
Presidente: José Mário Schreiner
Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel
Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu
Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes
Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-
hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,
Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,
Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo
Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da
Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva
Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:
Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-
gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo
Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu
Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,
Walter Vieira de Rezende.
COnselhO AdMinistrAtiVO senAr
Presidente: José Mário Schreiner
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,
Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.
suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta
Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar
Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:
Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho
Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:
Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson
Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos
Fernandes.
suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino
Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce
Mônica Vilela Souza.
superintendente: Marcelo Martins
FAeG - senAr
Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300
Goiânia - Goiás
Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222
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José Mário SchreinerPresidente do Sistema
FAEG/SENAR
Não é de hoje que o setor rural tem sido reconhecido como capaz de superar crises e assegurar ao país uma competitividade internacional fabulosa. Mesmo diante das dificuldades enfrenta-das no dia-a-dia da lida do campo, nossos produtores avançam de forma muito rápida na modernização da atividade. Diante desse cenário, aproveitamos para reconhecer o trabalho de cada cidadão do campo que comemora, no próximo dia 28 de julho, o Dia do Produtor Rural.
A Faeg se orgulha de poder representar essa categoria de gran-des homens e mulheres. Como forma de enaltecer todo trabalho já realizado pelas lideranças que dirigiram nossa entidade em prol da classe, fizemos um grande resgate histórico dos 60 anos da Faeg e preparamos em um livro que será apresentado ao público no próximo dia 30 de julho.
Temos muito que comemorar, conforme você poderá ler nesta edição, o novo Plano Agrícola e Pecuário contempla uma série de demandas do setor. Desde a redução dos juros, ampliação dos limites de financiamento, ampliação do Pronamp e incremento do seguro rural. Porém, ainda é preciso avançar no que se refere ao acesso ao crédito e na renegociação de dívidas oriundas de safras que apresentaram problemas.
Entramos na segunda metade de 2012 com muitos desafios pela frente. Convoco os produtores a participarem ativamente do processo eleitoral municipal, apoiando candidatos mais prepara-dos e que podem contribuir para os avanços tão almejados por toda sociedade. Vamos debater com eles os temas de maior inte-resse da sociedade e que foram levantados nos mais de 120 se-minários que realizamos por todo Estado. As agendas de desen-volvimento municipal “O que esperamos do próximo prefeito” estão prontas para serem entregues aos candidatos, e esperamos o compromisso deles como contrapartida.
Nosso abraço a cada produtor rural pelo seu dia!
60 Anos de história
Alex
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Maio/2012 CAMPO | 3www.senargo.org.br
PAINEL CENTRAL
Prosa RuralEspecialista da Fundação Dom
Cabral, Gilberto Porto, acredita
que o Brasil está desenvolvendo
um novo modelo de extensão
rural baseado na meritocracia, que
valoriza o trabalho voltado para a
melhoria da qualidade de vida das
famílias que vivem no campo.
08
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Cartão Produtor 14
Delícias do Campo
Campo Aberto
33
38
Garantias para produzirO produtor, Félix Fleury Curado, explica que investe no aproveitamento de recursos hídricos para aumentar a produtividade, com a preservação do meio ambiente.
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Governo divulga Plano SafraJuros para custeio e comercialização caem de 6,75% para
5,5% ao ano
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Campo Responde 32
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4 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
Inseminação
Segundo Felix Fleury Curado, o correto é investir no aproveitamento de recursos hídricos para aumentar a produtividade
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IrrigaçãoAlternativas bem-sucedidas de irrigação tecnológica de baixo custo vêm atendendo a anseios econômicos dos produtores e a metas ambientais da sociedade
Laranja
Rio+20
A maior concentração da cultura se encontra em Água Fria e Itaberaí
A pecuária e a agricultura foram representadas pela CNA
Ano XIII | 205 | Julho 2012
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Jana
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Jana
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Há três anos José Domingos participou do treinamento do Senar de Inseminação
Artificial de Bovinos de Leite. Desde então, ele colocou o aprendizado em prática e
espera aumentar a produção leiteira de 180 para 250 litros diários.
ProduçãoProdutor de Nerópolis, Raimundo Maia, colhe
1,2 mil toneladas por safra
24 Jana
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Maio/2012 CAMPO | 5www.senargo.org.br
AGENDA RURAL
JULHO 30 de JulhoSeminário “O que esperamos
do próximo prefeito” Local: Na sede da Faeg, Goiânia
Informações: 3096-2200
11/07 11 e 12/07 16 e 17/07 26/07
Abertura da XI Exposição Agropecuária de Caiapônia
Local: Parque de Exposições - Caiapônia
Informações: (64) 3663-1540
Treinamento Novas Lideranças Rurais 4º MóduloLocal: Araxá (MG)
Informações: (62) 3096-2247
Programa Empreendedor Rural (Fase I)
Local: Sede do Senar, GoiâniaInformações: (62) 3545-2600
Abertura da 34ª Edição da Expoagro de Goiatuba
Local: GoiatubaInformações: (64) 3495-1663
28/07 28/07 30/07 31/07
Dia do AlgodãoLocal: Caiapônia
Informações: (64) 3663-1540Dia do Produtor Rural
Lançamento do Livro 60 anos e Prêmio Destaque Sindical
Local: Na sede da Faeg, GoiâniaInformações: 3096-2200
Treinamento Novas Lideranças Rurais 5º MóduloLocal: Araxá (MG)
Informações: (62) 3096-2247
6 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
FIQUE SABENDO
ArmAzémDi
vulg
ação
sustentabilidade
O Instituto Jatobás - organização social que trabalha há mais de 10 anos o tema da sustentabilida-de - lançou, recentemente, a versão em português do livro Os 50 Mais Importan-tes Livros em Sustentabili-dade. O objetivo da obra é oferecer e promover o que de melhor já se pensou em sustentabilidade, inclusive as contradições e lacunas sobre o assunto, a fim de aproximar os mais diversos públicos ao tema. A obra pretende ser o principal ins-trumento da campanha do Instituto em prol da difusão do significado e da prática do conceito sustentabilida-de. A obra contém resumos e mensagens fundamentais contidas nos 50 livros con-siderados mais importantes sobre sustentabilidade es-critos nos últimos 50 anos, de acordo com uma pesqui-sa realizada com 3.000 mil líderes e ex-alunos de uma universidade inglesa. O Bra-sil está representado com a indicação de uma obra. O li-vro pode ser adquirido pelo site (www.editorapeiropolis.com.br) ou em livrarias. O libro custa em média R$ 30.
Laris
sa M
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sanidade animal em debaterEGISTrO
A Faeg foi sede no último dia 15 de junho, da reunião do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa). A regionalização do novo Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), que tem por finalidade garantir a sanidade animal e vegetal, a idoneidade dos
insumos e dos serviços agropecuários e a oferta de produtos adequados aos padrões mundiais de segurança foi um dos temas debatidos. Para o presidente do Fonesa, Antenor Nogueira (ao microfone), a reunião possibilitou a articulação das ações consideradas essenciais para o agronegócio.
pESquISA
Shutt
esto
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A Embrapa Mandioca e Fruticultura pretende lançar em setembro deste ano a nova variedade de bananeira BRS Platina. O fruto tem como principal diferencial a resistência à sigatoka-amarelae e ao mal-do-Panamá, duas das principais doenças da cultura. A variedade atende à demanda por frutos do tipo prata, especialmente onde há a presença do mal-do-Panamá, doença que limita a produção da cultivar prata Anã. A nova variedade é bastante parecida com a banana prata anã, no que diz respeito à forma, ao tamanho e sabor, porém, ela deverá ser consumida com a casca um pouco mais verde, assim como os frutos do subgrupo cavendish. A pesquisa foi desenvolvida com as parcerias do Instituto Federal Baiano e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Banana blindada
Maio/2012 CAMPO | 7www.senargo.org.br
PROSA RURALLe
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Leydiane Alves | [email protected]
Meritocracia no campo
GiLbertO POrtO
Especialista da Fundação Dom Cabral
8 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
revista Campo: Qual o
objetivo básico do programa
de meritocracia para o setor
público agrícola e para o pro-
dutor rural?
Gilberto Porto: A Fundação
Dom Cabral desenvolveu o
programa de Meritocracia para
extensão rural para a CNA e
o SENAR com o propósito de
contribuir para uma melhoria
da assistência técnica e dos
resultados dos produtores
rurais. Nesse sentido, o pro-
grama contempla um conjunto
de indicadores e metas que
serão utilizados para moni-
toramento e avaliação dos
resultados da assistência
técnica e extensão rural bem
como um sistema de incenti-
vos com remuneração variável
para reconhecer, valorizar e
premiar àqueles envolvidos
no processo que contribuíram
para melhoria dos resultados.
revista Campo: Quais as
etapas de implantação do
programa e os resultados
esperados?
Gilberto Porto: O programa
será implantado numa primeira
etapa de estruturação e depois
de operação. Na primeira etapa
serão levantadas informações
sobre a região, identificados os
parceiros, definido o orçamen-
to para investimento e custeio,
prospecção das propriedades
rurais para adesão ao progra-
ma e preparação das equipes
envolvidas. A segunda etapa
envolverá a implementação
do programa com início das
atividades das equipes junto às
propriedades envolvidas.
revista Campo: Como o pro-
grama espera contribuir para
melhorar a eficiência produti-
va e a renda do produtor?
Gilberto Porto: O programa
prevê a contratação do Agente
de Inovação Rural que será o
responsável pela organização
das informações sobre os
resultados da propriedade
rural. Esse agente será um
profissional recém-formado
em áreas afins ao agronegócio
como administração, eco-
nomia, agronomia e atuará
acompanhando os indicadores
de desempenho das proprie-
dades rurais. Assim, com
uma melhor qualidade das
informações sobre o negócio
será possível não somente
identificar em que regiões será
necessário um maior esforço
de ações de extensão rural,
mas também qual tipo de
ação em função da avaliação
da situação atual.
O Brasil está desenvolvendo
um novo modelo de
extensão rural baseado na
meritocracia, que valoriza o trabalho
voltado para a melhoria da qualidade
de vida das famílias que vivem no
campo. Especialmente para aquelas
famílias das classes D e E. A ideia
é explicada pelo especialista da
Fundação Dom Cabral, Gilberto
Porto. Segundo ele, o programa
de meritocracia na extensão rural
tem como objetivo, a partir do
resultado a ser alcançado, definir
o conjunto de esforços necessários
a partir de informações sobre a
situação atual. O programa terá um
sistema de informação que será um
grande repositório de informações e
experiências sobre práticas êxitosas
de extensão rural. Nesse sentido,
será possível identificar quais
foram as ações desenvolvidas que
mais contribuíram para melhoria
dos resultados de forma que seja
possível disseminá-las em outras
regiões. Gilberto é pós-graduado
em Inteligência Competitiva com
extensão em Estratégia pela Harvard
Business School e já desenvolveu
projetos de gestão para resultados
para organizações públicas nos
âmbitos federal, estadual e municipal.
O programa será implantado numa primeira etapa de estru-turação e depois de operação.
Maio/2012 CAMPO | 9www.senargo.org.br
revista Campo: Goiás vive um
momento onde o pequeno produ-
tor não conta com assessoramento
técnico adequado. Como e em que
aspectos as experiências exitosas da
assistência técnica e extensão rural
do passado podem ser aproveitadas?
Gilberto Porto: O programa terá um
sistema de informação que será um
grande repositório de informações e
experiências sobre práticas exitosas
de extensão rural. Nesse sentido, será
possível identificar quais foram as
ações desenvolvidas que mais contri-
buíram para melhoria dos resultados
de forma que seja possível disseminá-
-las em outras regiões. Essa gestão do
conhecimento será importante, pois
em muitas situações, os problemas
vivenciados por uma região são os
mesmos já enfrentados por outras
que já encontraram uma solução.
revista Campo: Como conciliar
a real necessidade dos produtores,
sejam de subsistência ou empresários
de pequeno porte, em detrimento
das atuais políticas assistencialistas e
ideológicas?
Gilberto Porto: O programa de
meritocracia na extensão rural tem
como objetivo, a partir do resul-
tado a ser alcançado, definir o
conjunto de esforços necessários
por meio de informações sobre a
situação atual. Assim, o programa
conseguirá atender aos diversos
perfis de produtores rurais.
revista Campo: Qual retorno
esperado para o Estado de Goiás que
conta com restrições orçamentárias,
e baixos investimentos na área de
assistência técnica e extensão rural?
Gilberto Porto: Quando imple-
mentados uma metodologia de
gestão para resultados temos como
um de seus benefícios a melhoria
na alocação e utilização dos recur-
sos disponíveis. Os recursos sem-
pre serão limitados e, geralmente,
insuficientes para atender toda a
demanda e por isso é importante
saber como utilizá-los. A partir dos
resultados que desejamos alcançar,
são definidos os esforços que mais
poderão contribuir com esse resulta-
do e, assim, otimizamos os recursos
disponíveis. Nesse sentido, com um
conjunto de informações sobre a re-
alidade de cada região será possível,
por exemplo, identificar as principais
necessidades de cada região e assim
contribuir no direcionamento dos re-
cursos e das ações mais adequadas.
revista Campo: Que experiência
vocês apresentam para fixar os
parâmetros do limite de famílias
atendidas por cada técnico, e quais
indicadores de qualidade de uma
assistência de resultado?
Gilberto Porto: O número de famí-
lias atendidas por cada técnico foi
estruturado a partir de um conjunto
de informações como distância entre
as propriedades, modelo de assis-
tência técnica que será utilizado com
parâmetros como tempo médio de
visita, número de visitas estimadas
dentro de um período de tempo
entre outras referências. Quando
avaliamos a qualidade da assistência
técnica rural precisamos ter uma
visão de que o seu impacto não deve
ser medido apenas pela melhoria na
produtividade e sim por um conjun-
to de indicadores mais abrangente
envolvendo questões como saúde,
educação e habitação. Por isso, o
programa contemplou um conjunto
de indicadores onde seja possível
mensurar em quais dimensões exis-
tiu uma melhora a partir das ações
desenvolvidas.
revista Campo: Como funciona o
processo estratégico de coordenação
interinstitucional e como o projeto
estará ligado à pesquisa, entidades de
classe, governos?
Gilberto Porto: O programa prevê
um conjunto de parceiros importan-
tes para que seja implementado com
sucesso. As universidades poderão
contribuir com os profissionais capa-
citados, as entidades de classe serão
fundamentais no processo de adesão
das propriedades rurais ao programa
e o governo com as ações de extensão
rural pública. O processo de alinha-
mento dos esforços de todos os par-
ticipantes do programa será um dos
fatores determinantes para o sucesso
e a geração dos resultados esperados.
Os recursos sempre serão limitados e, geralmente, insuficientes para atender toda a demanda e, por isso, é importante saber como utilizá-los.
10 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
Boi mais caro! Essa frase pode
soar bem aos ouvidos se o
produtor estiver vendendo. Mas
pode indicar também que está mais
caro produzir o boi, aí então, ela dói aos
ouvidos e ao bolso.
Nestes últimos meses, a queda dos
preços pagos pelo boi gordo ao produtor
tem assustado. Juntamente com este, o
custo segue se elevando e tais compor-
tamentos não dão alento aos produtores.
De janeiro a maio deste ano, já foram
quatro meses de queda nos preços da
arroba do boi gordo em Goiás, com uma
média de - 2,5% em cada mês. Diferente-
mente do custo, que somente reduziu em
dois meses e em proporção bem menor,
1,7%. Outro detalhe é que no mês de
abril, onde a arroba registrou 2,2% de
variação positiva, o custo total também
se elevou, mas em proporção maior (3%),
segundo dados do Cepea.
O comportamento dos preços da
arroba, nos meses de janeiro a maio, foi
o inverso do ocorrido com a quantida-
de de cabeças abatidas (SIF) em Goiás,
demonstrando uma relação muito clara
entre oferta (ou diminuição dela) e o
preço. Ou seja, foi somente no mês de
maio, que registrou queda na quantidade
de cabeças abatidas da ordem de 12%,
é que o valor da arroba mensal demons-
trou reação.
Esse maior número de abates em
Goiás, assim como em MT e MS, que
juntos são responsáveis por 49% dos
animais abatidos no Brasil, em estabele-
cimentos com inspeção federal, influen-
ciou na redução também do indicador
de preços de São Paulo. São 7,2% de
redução nos preços, comparando com
o mesmo período de janeiro a junho do
ano passado.
Bem, em se tratando do compor-
tamento do valor da arroba em Goiás,
historicamente, dos últimos nove anos,
três deles (2005, 2006 e 2011), o mês de
junho cedeu nos preços, comparados ao
mês anterior desses anos. Nos demais
anos, variações positivas para junho.
Neste ano, atipicamente, a chuva
se estendeu e pode contribuir para que
ainda se prolongue a oportunidade de
animais a pasto ainda serem oferta-
dos. Apesar disso, não significa que a
oferta ainda é grande, pois o que se vê
são preços mais estáveis e a resistência
do produtor em aceitar preços meno-
res, o que dificulta a composição das
escalas por parte dos frigoríficos. Até
o momento a média de junho é de R$
85,93/arroba (média à vista) com 0,15%
de aumento comparado com a média de
maio, em Goiás.
Também pode ocorrer o retardamen-
to de oferta de animais de confinamen-
to, o que melhora as chances de preços
mais firmes nos próximos meses,
porém com possibilidades de variações
percentuais menores.
Espera-se também que o cenário
econômico internacional, não impacte
negativamente sobre as nossas vendas
externas de carne. De janeiro a maio os
números foram favoráveis, comparados
com os de 2011, tanto para o saldo do
Brasil, como para o de Goiás. A comer-
cialização de carne congelada, por exem-
plo, se elevou em 40% em quantidade e
32% em valores em Goiás.
Ainda há a força do mercado interno
que consome em torno de 75% da nossa
produção brasileira de carne. E com as
novas ações de marketing que o setor
vem desenvolvendo, fica a expectativa
de melhores resultados.
Então, a gestão do produtor é que
vai ser preponderante para afirmar se
está vendendo boi caro ou produzindo
boi caro.
Boi gordo mais caro
Zootecnista e
assessora da Faeg
para a área de
pecuária de corte
Christiane rossi | [email protected]
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MERCADO E PRODUTO
Maio/2012 CAMPO | 11www.senargo.org.br
AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
CAIApônIA
CACHOEIrA DO ArArI (pA)
Neste ano de 2012, a Faeg numa parceria com o SENAR e SEBRAE, está inserindo 100% dos sindicatos rurais no Programa do Empreendedor Sindical. São 121 sindicatos rurais participantes, dos quais os 35 restantes concluíram no 1º semestre a 1ª Etapa do programa, que trata da realização do Índice de Desenvolvimento Sindical e apura o desempenho da entidade. A partir deste índice, serão elaboradas estratégias para melhoria. Serão oferecidos cursos de Excelência em Liderança para Dirigentes e funcionários sindicais e elaborados nos sindicatos os planejamentos estratégicos. As demais etapas serão concluídas no 2º semestre. O programa prevê também visitas de acompanhamento anuais, intercâmbio com outros sindicatos participantes de Goiás e de outros estados e terá também uma interação online via software específico.(Colaborou: Antelmo Teixeira Gerente Sindical da Faeg)
Uma das metas do Programa Empreendedor Sindical é a padronização das fachadas dos SRs goianos. A proposta tem sido muito aceita pelos dirigentes. Mais de 20 sindicatos já possuem fachada com o mesmo padrão. O projeto foi exportado para Federação do Estado do Pará e no município de Cachoeira do Arari o projeto foi muito bem aceito e está sendo difundido pelo Sistema Faepa/Senar.(Colaborou: Antelmo Teixeira Gerente Sindical da Faeg)
O Sindicato Rural de Caiapônia realizou, no dia 26 de junho de 2012, um café da manhã a moda rural para a solenidade de posse dos membros titulares e suplentes dos cargos de direção e representação da nova gestão do Sindicato para o triênio 2012/2015. A eleição ocorreu no dia 21 de maio de 2012. Ailton José Vilela é o presidente eleito, Aguinaldo Goulart de Andrade é o vice-presidente. Para tesoureiro foi eleito Adenor Machado Vilela e secretária, Vanja Vilela.(Colaborou: Danner Vilela Faria)
Programa do empreendedor sindical Padronização de
fachadas
Posse da nova diretoriaO Sindicato Rural de Luziânia realizou, no dia 20 de abril, a posse da nova diretoria. A solenidade ocorreu em um jantar informal com a presença de ex-presidentes, como o Helio Roriz e Danilo da Aparecida Melo, que passou a Presidência a Marcos Epaminondas Roriz de Morais. O novo presidente destacou o enorme trabalho que terá pela frente para reerguer e modernizar o Sindicato Rural de Luziânia, mas se diz confiante, principalmente, pelo apoio que tem recebido da Prefeitura Municipal de Luziânia, da Faeg, Senar e Embrapa e da Secretaria de Agricultura do Estado de Goiás. O vice-presidente passa a ser Danilo da Aparecida Melo, para secretário foi eleito Rubens Meireles e Wilmar Roriz fica como novo tesoureiro.(Colaborou: Marcos Epaminondas Roriz de Morais)
sindicato rural de luziânia tem nova diretoria
Sind
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ral d
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12 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
JAupACI
InTEGrAçãO
Nos últimos dias 5, 6 e 7 de julho, a Fazenda Hotel Mestre D’Armas, situada no município de Padre Bernardo, recebeu cerca de 100 parceiros do Sistema Sindical Rural de todo o Estado de Goiás para o 2º Integração: Encontro de Funcionários de Sindicatos Rurais e Mobilizadores do Senar. O evento é uma realização do Sistema Faeg/Senar que busca reunir colaboradores da casa com parceiros de todo o estado para discutir práticas e desafios de trabalho. O consultor em agronegócios do Sistema Faeg/Senar, Arthur Eduardo Alves de Toledo, proferiu a palestra de abertura aos participantes sob o tema Empreendedorismo e Trabalho no Meio Rural. Toledo destacou a importância do trabalho dos mobilizadores para o momento de crescimento do agronegócio no país.
“Embora para vocês possa parecer apenas mais um treinamento, para o participante pode significar projeto de vida, aonde aquele novo ofício irá não só determinar sua fonte de renda, como contribuir para o avanço do agronegócio no Brasil.”
DinâmicaApós a palestra, os participantes realizaram trabalhos em grupo, onde discutiram e apresentaram os principais desafios enfrentados por eles na execução de suas atividades e o que fazer para solucioná-los. Entre os principais desafios, foram apontados itens da ordem administrativa e financeira, como a capacitação de recursos humanos dos sindicatos e o custeio das ações. (Colaborou: Gilmara Roberto)
O Sindicado Rural de Jaupaci juntamente com o sistema FAEG/SENAR, o Governo do Estado de Goiás e outras entidades, consolidou o sucesso e a importância da 4ª Exposição Agropecuária de Jaupaci. Foram realizadas exposições de gados de elite, shows, queima de fogos, desfile de animais, rodeio em carneiro, rodeio profissional. O Sindicato Rural teve o apoio do empresário Coelho Pascoal que inovou promovendo competição de provas de tambores.
exposição Agropecuária
O evento reuniu mobilizadores e funcionários num espaço voltado ao debate
Sind
icat
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ral d
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upac
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rissa
Mel
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Maio/2012 CAMPO | 13www.senargo.org.br
POStO bOM JeSUSEnd.: BR 158 km 31 - Bom Jardim de Goiás (GO)Fone: (64) 3657-1202 Desconto: R$ 0,02 centavos por litro de diesel na bomba e 10% nos itens: lubrificantes, filtros, graxas, câmaras de ar e pneu de moto.
FiC – DiStribUiDOrA De DeriVADOS De PetrÓLeO LtDA.End.: Av.Niteroi com Copacabana Qd. 04, Lt. R1 19, SL 05 e 06 St. Comercial – Goiânia (GO)Fone: 0800-7070981 – Ramal 7219
AUtO POStO PLANALtOEnd. Juscelino Felizardo de Carvalho n.º 1.498 – Alto Paraíso – Doverlândia-GoFone: (64) 3664-1217Desconto: 0,05 por litro
AUtO POStO ribeirO LtDAEnd. Av. Rio do Peixe nº 481, Centro – Doverlândia (GO)Fone: (64) 3664-1272 / 3664-2033Desconto: 2,5%
POStO Pit StOPEnd.: Praça Jerônimo Caetano nº 100, Centro – Panamá (GO)Desconto: 5% de pagamentos à vista, em serviços de abastecimento (álcool, gasolina e diesel) borracharia e lavajato
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CUriNGA DOS PNeUSEnd.: Av. República do Líbano, nº 1886 - Setor Oeste – Goiânia (GO)Fone: (62) 3223-5875 Convênio com todas as lojas do Estado.
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Presença e contribuição a Goiás e ao brasil
Ao completar mais um ano de existência, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goi-
ás (FAEG) pesquisou um pouco mais sobre suas origens, sua história e des-cobriu que foi criada muito antes do que se acreditava.
Durante anos, foi considerado que sua origem datava de 1967, época em que foi transformada em entidade sindi-cal. Porém, com uma árdua investigação nos mais diversos arquivos históricos e inúmeras entrevistas, a FAEG apresenta um trabalho completo que resgata toda a sua evolução. Um livro foi escrito para registrar todos esses anos de dedicação aos interesses do produtor rural.
A Federação da Agricultura e Pecu-ária de Goiás nasceu Federação das As-sociações Rurais de Goiás (FAREG) em 28/05/1951. Portanto, comemoramos 61 anos de sua fundação. Muitos são os produtores, lideranças e personagens
que contribuíram na construção da cre-dibilidade e do respeito da entidade.
Produtores idealistas, batalhado-res, dignos representantes da classe rural goiana, que contribuíram cada um à sua época, enfrentando as mais di-versas situações, democráticas ou dita-toriais, dando as respostas necessárias às demandas dos produtores rurais, ao desenvolvimento da atividade e, con-sequentemente de nosso Estado.
Ressaltamos o papel fundamental dos idealizadores e com a lembrança dos homenageados pioneiros, dirigen-tes, lideranças e colaboradores que su-cederam e deixaram suas contribuições e marcas, registradas eternamente.
Para comemorar a data, a Faeg vai lançar um livro que conta a sua histó-ria desde o tempo de Fareg. Na ocasião também será lançada a galeria de fotos de todos os presidentes que passaram pela instituição.
FAEG 60 anos
Lançamento Livro FAEG 60 anosDia: 30/07/2012Hora: 8h30Local: Sede do Sistema Faeg/Senar, Rua 87, nº 662 St. Sul, Goiânia.
Dezembro/2011 CAMPO | 15www.senargo.org.br
A meta do Governo é obter produção recorde de 170 milhões de toneladas de grãos e fibras no próximo ano
Leydiane Alves | [email protected]
O Governo Federal divul-gou, no dia 28 de junho, o Plano Agrícola e Pecu-
ário (PAP) para a safra 2012/2013. O PAP é o principal conjunto de medidas de apoio governamen-tal direcionado ao financiamen-to do setor agropecuário, com vigência de 1º de julho de 2012 a 31 de junho de 2013.
Além de mais crédito, o PAP traz medidas importantes como a redução das taxas de juros de todos os programas de custeio, comercialização e investimento, além da ampliação de recursos para a subvenção ao seguro rural, para o médio produtor, para os limites individuais de emprésti-mos e para o Programa de Agri-cultura de Baixo Carbono (ABC). Ao anunciar as ações, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, Mendes Ribeiro Filho, afirmou que a meta do Governo é obter produção recorde de 170 milhões de toneladas de grãos e fibras no próximo ano. “Temos aqui o PAP mais democrático da história, que nos ajudará a cum-prir este desafio”, destacou.
Dos R$ 115,2 bilhões anuncia-dos, R$ 93,9 bilhões são recursos com juros controlados, que ti-veram a taxa reduzida de 6,75% para 5,5% ao ano, com queda de 18,5%. Este volume com os juros fixos é 17% superior ao da safra 2011/2012, cuja cifra totalizou R$ 80,2 bilhões. Deste total, R$ 63,4 bilhões serão destinados aos pro-gramas de custeio e comerciali-zação. Os recursos com juros li-vres tiveram expansão de 32,3%, chegando a R$ 21,3 bilhões. Os programas de investimento terão disponíveis R$ 18 bilhões, 27,66% a mais do que na safra passada, e as taxas de juros, que eram de até 9,5% no período 2011/2012, caí-ram para 5,5% ao ano.
A Confederação da Agricul-
Plano Safra é anunciado
Crédito
Mar
cus V
inic
ius
16 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
tura e Pecuária do Brasil (CNA) suge-riu a disponibilização de um volume de recursos de R$ 120 bilhões para o financiamento da safra 2012/2013, jus-tificada tanto pelo cenário firme para o mercado de commodities agrícolas no próximo ano, como pelo aumento dos custos de produção e redução dos recursos próprios dos produtores rurais em função das perdas ocorridas na sa-fra 2011/2012. O valor anunciado foi 4% inferior ao pleito, ainda assim, suficien-te para atender à demanda de recursos da safra 2012/2013.
A redução das taxas de juro para todos os programas do PAP foi a prin-cipal medida de apoio aos produtores rurais previstas nas políticas deste ano. Acompanhando a tendência de queda das taxas de juros praticadas na economia brasileira, o Governo redu-
ziu as taxas de juros para as operações de custeio e comercialização e progra-mas de investimento.
Para o custeio e comercialização, os juros caíram 6,75% ao ano para 5,5% anualmente, uma queda de 18,5%. Os programas de investimen-
to foram consolidados no Programa PSI Rural, reduzindo as taxas de ju-ros para 5,5% ao ano. Comparado ao PAP 2011/2012, programas como o Moderforta, que praticava juros de 9,5% ao ano, teve queda de 42% na taxa de financiamento.
Comparativo dos recursos anunciados no PAP 2011/2012 e PAP 2012/2013
Fonte: PAP 2011/2012 e PAP 2012/2013
PAP 2011/2012
PAP 2012/2013 VARIAÇÃO (%)
Recursos anunciados 107,2 115.2 7,46
Recursos controlados 80,2 93,9 17,08
Recursos a juros livres 16,1 21,3 32,30
redução das taxas de juros
FinanciamentoO Governo Federal anunciou o au-
mento do limite de financiamento ao produtor rural para R$ 800 mil, aca-tando plenamente a proposta apre-sentada pela CNA. Na safra passada, esse valor era de R$ 650 mil. Para co-
mercialização, o limite foi elevado de R$ 1,3 milhão pra R$ 1,6 milhão por CPF de produtor.
A CNA propôs um aumento no va-lor do limite de financiamento para R$ 800 mil por produtor, justificada pelo crescimento dos custos de produção,
a redução dos recursos próprios do produtor rural e a necessidade de se garantir o financiamento de, pelo me-nos, a mesma área plantada na safra 2011/2012, o que foi aceito pelo Gover-no. (Com informações da Assessoria de Comunicação da CNA)
PAP 2011/2012Taxa de juros ao ano(%)
PAP 2011/2013Taxa de juros ao ano(%)
Variação(%)
Custeio e comercialização 6,75 5,5 -18,5
Pronamp (médio produtor rural) 6,25 5,0 -20,0
Programas de investimento
Máquinas e equipamentos
Irrigação e Armazenagem
Programa ABC
55 a 9,5
6,75
5,5
5,5
5,5
5,0
Até 42%
-18,5
-9,1
Cooperativas
Capital de giro (Procap Agro)
Investimento
9,5
6,75
9,0
5,5
-10,5
-18.5
Fonte: PAP 2011/2012 e PAP 2012/2013
Maio/2012 CAMPO | 17www.senargo.org.br
A agropecuária nacional tem o maior Plano Agrícola e Pecuário já anunciado nos últimos anos. O Plano Agrícola e Pecu-ário (PAP) vai destinar R$ 115,2 bilhões para a agricultura empresarial na safra 2012/13.
FiNALiDADE DOS RECuRSOSDesses recursos, R$ 86,9 bilhões são para financiar o custeio e a comercialização e R$ 28,2 bilhões para os programas de investimen-tos. Dos recursos para custeio e comercialização apenas R$ 70,55 bilhões são com juros controlados (81%). R$ 16,4 bilhões a juros livres. Além do aumento de 7,5% em re-lação ao crédito da safra anterior, o novo plano reduz de 6,75% para 5,5% a taxa anual de juros.
VALOR COM JuROS CONTROLADOSO total de recursos com taxa de juros controlada será de R$ 93,9 bi-lhões, o que corresponde a 81,65% do total e um acréscimo de 18,5% em relação ao programado para a safra anterior. Já os juros livres to-talizam R$ 21,3 bilhões.
FOCO DO PLANOO foco neste plano é o médio pro-dutor rural, o cooperativismo e a produção sustentável, disse o mi-nistro. O Programa ABC, que in-centiva a adoção de boas práticas pelos agricultores brasileiros e que é prioridade do Governo, vai dis-ponibilizar R$ 3,4 bilhões de recur-sos para financiamento.
CuSTEiO E COMERCiALizAçãOForam ampliados os limites de fi-nanciamento de custeio e comercia-lização. No caso do custeio, ou-tra medida importante foi o aumento do limite de R$ 650
mil para R$ 800 mil por produtor; enquanto para a comercialização a elevação foi de R$ 1,3 milhão para R$ 1,6 milhão. Em ambos os casos, a variação foi de 23% sobre a safra anterior. Cooperativas agropecuárias: eleva-ção do limite de financiamento de R$ 60 milhões para R$ 100 milhões por cooperativa, através do Prodeco-op; e de R$ 25 milhões para 50 mi-lhões pelo Procap-Agro.
MéDiO PRODuTORNo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), a taxa de juros foi reduzida de 6,25% para 5% ao ano e foi ampliado o vo-lume de recursos para custeio, de R$ 6,2 bilhões para R$ 7,1 bilhões, um au-mento de 15% sobre a safra anterior. Foi elevada ainda, a renda bruta anual para enquadramento do produtor no programa de R$ 700 mil para R$ 800 mil e o limite de crédito por benefici-ário de R$ 400 mil para R$ 500 mil. Para investimento, o montante dis-ponibilizado é de R$ 4 bilhões, ante R$ 2,1 bi da safra passada. Com es-sas medidas, mais produtores são beneficiados pelo Pronamp.
SEGuRO RuRALO aumento das subvenções ao prê-mio que passou de R$ 253 milhões na safra 2011/12 para R$ 400 milhões na safra 2012/13, uma elevação de
58%. O aumento do médio produtor no Proagro
passou de R$ 150 mil para R$ 300 mil, uma
ampliação de 100%. Isso significa uma elevação do valor segurado de R$ 9 bilhões para R$ 16 bilhões.
APOiO À COMERCiALizAçãOPara os produtos amparados por Aquisições do Governo Federal (AGF), o plano prevê o aumento dos preços mínimos vigentes para diversos pro-dutos, em nível regional e nacional.
LiMiTES DE CuSTEiO E COMER-CiALizAçãO AMPLiADOS:Pecuária bovina de corte e leite:Foi renovada a linha de financia-mento para aquisição de matrizes e reprodutores bovinos e bubalinos, nesse caso o limite por produtor vai até 750 mil, com até cinco anos para pagamento e carência de dois anos e juros de 5,5% ao ano. O aumento do limite de comercialização às agroin-dústrias beneficiadoras e processa-doras de leite de passou de R$ 40 milhões para R$ 50 milhões e prazo de pagamento de 180 para 240 dias.
SuiNOCuLTuRAFoi criada uma linha para a retenção de matrizes, com limite por produtor de até R$ 1,2 milhão, prazo de pa-gamento de até dois anos e juros de 5,5% ao ano.
CARPRiNOCuLTuRA E OViNOCA-PRiNOCuLTuRALinha para aquisição de matrizes e reprodutores caprinos e ovinos, no limite de R$ 600 mil, com prazo de pagamento de até dez anos, incluin-do três de carência e juros de 5,5%.
Plano safra 2012/13
Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás - Faeg
18 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
Irrigação
Produtores irrigantes de Goiás garantem que sistema não é o vilão do desperdício de água
tacilda Aquino | [email protected]
Especial para a Revista Campo
O Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvi-mento de Recursos Hídricos,
lançado em maio, estima que o mundo necessite de 70% a mais de alimentos até 2050. Este aumento poderá refletir em um incremento de 19% na água uti-lizada pelo setor agrícola. Isso porque a previsão é de que a população mun-dial possa dobrar até metade do sécu-lo. Coincidência ou não, a agropecuária
brasileira usa 70% da água no País, porém quase metade desse montante é jogada fora. As estimativas são do Fun-do das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em in-glês). Entre os motivos do desperdício estão irrigações mal executadas e falta de controle do agricultor na quantidade usada em lavouras e no processamento dos produtos. Os impactos recaem so-bre o ecossistema, já que lençóis freáti-
cos e rios sofrem com a falta de chuvas e correm o risco de secar ao longo dos anos.
Mas não precisa ser assim e a tec-nologia da irrigação é uma grande alia-da dos agricultores. Alternativas bem--sucedidas de irrigação tecnológica de baixo custo vêm atendendo a anseios econômicos dos produtores e a metas ambientais da sociedade. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
Irrigação e Sustentabilidade
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20 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
tatística (IBGE) mostram que o Brasil possui 4,4 milhões de hectares irriga-dos, mas seu potencial é de 30 milhões. O Centro-Oeste apresenta ótimas con-dições para irrigação.
O Vale do Pamplona, que engloba parte do Distrito Federal e partes de algumas cidades de Goiás, como Lu-ziânia e Cristalina, é uma região privi-legiada. A área é composta por mais de 250 rios, riachos e ribeirões e, além do rio Pamplona, a área também conta com os rios São Marcos e São Barto-lomeu. No entanto, o título de maior área irrigada da América Latina se dá pela presença de mais de 570 pivôs, numa área de 48 mil hectares de acor-do com informações do Ministério da Integração e Agrodefesa de Cristalina, que apontam cerca de 150 produtores rurais irrigantes na região.
Esse potencial agrícola não é à toa, já que a altitude de 1.250 metros con-tribui para o desenvolvimento da agri-cultura. Com esse empurrãozinho da natureza, ao longo da estrada o que se vê são plantações de culturas diversas, em que a variação de verde e marrom
do cenário ajuda a identificar as lavou-ras já colhidas daquelas que ainda es-peram pelas máquinas. E nem bem os grãos são colhidos, no outro dia uma nova cultura é plantada.
Segundo informação do produtor Félix Fleury Curado, de Corumbá de Goiás, que conta com 280 hectares de lavoura irrigada de feijão e milho para semente na região há 16 anos. “In-
vestimos no aproveitamento de recur-sos hídricos para aumentar a produ-tividade, com a preservação do meio ambiente. E o uso de água de forma sustentável pelos agricultores locais é considerado exemplo no Brasil e na América Latina”, explica ele.
Curado enfatiza que não existe des-perdício de água na irrigação, uma vez que há o armazenamento de água em
Armazenamento de água no período das chuvas auxilia a irrigação nos meses de seca
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Segundo Félix Fleury Curado, o uso de água de forma sustentável pelos agricultores locais é considerado exemplo no Brasil e na América Latina.
Maio/2012 CAMPO | 21www.senargo.org.br
barragens para serem utilizadas no pe-ríodo de seca (geralmente de abril a ou-tubro). Segundo ele, a água usada na ir-rigação não é retirada propriamente dos mananciais do vale, mas sim de barra-gens construídas para armazenar a água da chuva. Esta água é usada nos perío-dos de seca e garantem uma irrigação constante, mesmo quando os níveis dos rios estão baixos e as chuvas escassas.
Todo este aparato de tubulações e pivôs centrais só funciona perfei-tamente devido ao terreno plano da região, que corresponde a 70% do relevo local. “As lavouras ficam com uma pequena parte desta água armazenada, a mesma quantidade utilizada em uma lavoura de sequei-ro”, afirma ele acrescentando que a história de que irrigação gasta muita água não passa de mito. “A irrigação gasta uma pequena parte e o restante vai para o solo, ficando aqui não indo para o mar.” Segundo Curado, o Pam-plona, rio de Luziânia, aumentou suas águas depois que vários pivôs foram instalados nas suas margens e várias represas foram feitas.
“Todo agricultor se preocupa muito com o meio ambiente, princi-palmente o irrigante que usa a água,
ele protege as nascentes, as matas ciliares, tem várias barragens que são caras aumentando a área de evapo-ração, contribuindo para aumentar a umidade relativa do ar e reduzindo o risco climático.” Segundo o assessor técnico da Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Leonardo Machado, por meio de barragens, os produtores conseguem armazenar a água da chuva sem interferir na va-zante do rio. “Com isso, aumentam a produtividade e reduzem o impacto sobre o ambiente.”
Curado afirma ainda que a socie-dade precisa se conscientizar que a irrigação é a fórmula de se aumentar e baratear os alimentos. Há a necessi-dade de acrescentar, em pelo menos 20%, a produtividade sem aumentar a área plantada e melhorar a burocra-cia para a implantação de novas áreas, que hoje leva em torno de dois anos para tirar as licenças. “Gosto muito do sistema de pivô central, que apesar de gastar muita mão de obra é a que menos usa água”, resume ele.
integraçãoO produtor rural Luiz Figueiredo,
da Fazenda Figueiredo, também ajuda
a manter Cristalina no topo da lista de área irrigada. Com 25.599 hectares, dos quais 2.254 são irrigados, Figueiredo é um dos maiores irrigantes da região. De suas lavouras brotam aveia, sorgo, milho, feijão, soja e café, sem contar a produção de ovos e os mais de 25 mil litros de leite produzidos por hectare. Nos 2.254 hectares existem 26 pivôs gerando produção para o mercado e alimento para o rebanho confinado de vacas holandesas em um sistema de integração lavoura-pecuária.
Quem também aproveita as possi-bilidades da irrigação é a Goiás Verde. A empresa tem 4.800 hectares irri-gados e produz uma variedade de 10 itens vendidos para a indústria, além da linha de produtos enlatados com marca própria. Segundo a administra-ção da fazenda, o sistema permitiu a integração entre as atividades, o que gerou um modelo de operação que aproveita ao máximo os resíduos.
Na avaliação de Almir Cavalcanti, produtor de laranja de Palmeiras, os agricultores vêm utilizando menos água para irrigar suas lavouras, op-tando pelo o conhecido cotejamento. “Na verdade ter sucesso de produti-vidade em áreas irrigadas é simples-
Almir Cavalcanti mostra o sistema de controle de irrigação.
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Pesquisadores do centro de ino-vação de Recife, Instituto C.E.S.A.R., desenvolveram uma tecnologia que faz com que os pivôs de irrigação eco-nomizem água nas plantações e gerem uma redução no consumo suficiente para abastecer uma cidade de 800 mil habitantes. O equipamento, instalado na base fixa de cada pivô, realiza a coleta contínua de informações sobre o funcionamento da unidade (velo-cidade, posicionamento, direção do deslocamento, pressurização).
Estes dados são transmitidos por meio de tecnologias sem fio (GSM e Rá-dio) para um data center, o qual dispo-nibiliza via Internet e em celulares uma completa visibilidade do funcionamento dos pivôs, além de permitir acionamen-to remoto do equipamento. O sistema também oferece alertas que são envia-dos de forma imediata via SMS e/ou e--mail em casos de mau funcionamento do pivô ou de roubo do cabo de alimen-
tação do braço do pivô. O sistema também disponibiliza
todo o histórico de informações deta-lhadas sobre o funcionamento do equi-pamento. “A ideia nasceu de um desa-fio: aumentar a oferta de alimentos sem aumentar a necessidade dos dois princi-pais recursos nessa área, que são terra e água”, explica Victor Nogales, coorde-nador do projeto. “Além disso, levamos em conta o perfil do brasileiro. Não po-díamos criar uma solução sofisticada e cara, porque não funcionaria”, ressalta.
O desenvolvimento do projeto durou cerca de dois anos e envolveu mais de 10 pessoas. Em teste desde janeiro deste ano, a expectativa é que a solução esteja no mercado até o final de 2012.
Sistema de irrigação ecológico
Cristalina possui
570 pivôs
48 mil hectares de lavouras irrigadas
150 produtores irrigantes
mente questão de manejo, ou seja, água na hora e quantidade certa.” Questionado sobre a economia do cultivo da laranja irrigada por goteja-mento, em relação a outros sistemas, Cavalcanti afirma que o uso de gote-jamento por pivô central é de até 50% na relação custo/benefício. Ele aponta como algumas vantagens o pigmento de frutos na época da florada, o au-mento da produtividade e o fato da lavoura irrigada resultar em mais de uma safra por ano.
Cavalcanti destaca que os princi-pais gargalos do sistema de irrigação são a dificuldade de se conseguir recursos no sistema financeiro, a burocracia para se conseguir outor-ga d’água e o câmbio, já que a maio-ria dos equipamentos é importada. “Está faltando ainda um novo reca-dastramento de áreas com outorgas para avaliar possíveis áreas que não estão irrigando, dificultando assim aquisição por parte de outro produ-tor”, resume ele.
FRUTICULTURA
Produtores afirmam que não é possível trabalhar com a cultura sem conhecimento teórico e prático
tacilda Aquino | [email protected]
Especial para a Revista Campo
Entre R$ 12 e R$ 15 por planta. Este é o gasto de um agricultor que planeja cultivar laranja em
Goiás. Neste custo está incluída a pre-paração do solo, aquisição da muda e adubação. Mas não o maquinário exigi-do para manejo da lavoura. Até a laran-jeira começar a produzir o agricultor terá gasto cerca de R$ 30 por planta. O recomendado para a cultura é plantar
400 mudas por hectare. O início da produção
se dá a partir
do terceiro ou quarto ano do plantio e se estende de 15 a 20 anos.
O engenheiro agrônomo e citri-cultor Almir Cavalcante Bastos Filho explica que, antes de começar no ne-gócio, o futuro citricultor precisa ter consciência de que os lucros virão, mas no tempo certo. “O que ele planta hoje, irá colher e vender apenas daqui a três
anos”. Segundo engenheiro agrônomo, a atividade possui um índice alto de investidores que desistem no meio do caminho. “Tem um custo alto, por isso, tem de ser profissional”, acrescenta.
Ele, que tem 88 hectares irrigados no município de Palmeiras, com 36.500 mil pés de laranja, afirma que plantar laranja ainda é um bom negócio. “Hou-
Plantar laranja ainda é um bom negócio
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24 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
ve muita queda de preço nos últimos anos. Tivemos a concorrência de São Paulo, que antes produzia somen-te para a indústria e que nos últimos anos começou a produzir também para mesa”, afirma.
Almir aponta o clima do cerrado como positivo para a cultura. Por cau-sa do clima, parte da safra goiana é deslocada justamente para a entressa-fra paulista, ou seja, a laranja goiana é colhida durante os meses em que pra-ticamente não se colhe em São Paulo, principal produtor nacional. Durante dezembro, janeiro e fevereiro, a la-ranja goiana atinge uma valorização superior a 100% em relação aos pre-ços praticados no mercado nacional, durante a safra.
A maior concentração da cultura de laranja se encontra em Água Fria e Itabe-raí, com lavouras espalhadas pelo cen-tro-sul do Estado. Dados da Agrocitrus dão conta de que a atividade está pre-sente em 70 municípios goianos e ocupa oito mil hectares. Com 12% da área de produção em lavouras irrigadas, o Esta-do colhe laranja durante todo o ano.
Teresa Jácomo Balestra, que planta laranja há 30 anos em uma área de 500 hectares em Inhumas, já não sabe se esse é um negócio viável. Se estivesse começando agora ela afirma que não plantaria nenhuma muda. “Os preços da safra passada estiveram abaixo do custo de produção e tudo sinaliza que esta safra será igual ou pior”.
Contra a produção da laranja existe ainda o fato do mercado externo estar em queda. A responsabilidade princi-pal é do governo americano. Mais da metade do suco de laranja consumido nos Estados Unidos é produzido no Brasil. Mas os EUA decidiram barrar a entrada de cargas de suco com Carben-dazim, um fungicida muito usado em outros países, inclusive no Brasil. Isso espantou o consumidor americano. As vendas de suco brasileiro nos EUA ca-íram. Os citricultores brasileiros pedi-ram um ano e meio para se adaptarem às novas exigências.
Com 88 hectares e mais de 36 mil pés de laranja no município de Palmeiras, o produtor Almir acredita na prosperidade da cultura
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Maio/2012 CAMPO | 25www.senargo.org.br
Custo de produção alto, exces-so de produção em Goiás e no Bra-sil como um todo, doenças, mão de obra cara e escassa são apon-tados pelos produtores como os maiores gargalos da produção de laranja em Goiás. A produtora Te-resa Jácomo Balestra afirma ainda que a citricultura requer cuidados diários, excelente práticas de adu-bação, controle de pragas, tratos culturais, manejo do mato, apli-cação correta de defensivos. “Não é possível trabalhar com a cultura sem grande conhecimento teórico e prático, uma vez que se trata de uma planta perene e qualquer des-lize demora aproximadamente um ano para ser reparado”.
Sobre a polêmica da laranja barrada nos EUA, ela diz acreditar que tudo não passa de jogo de inte-resse de outros países e da própria indústria brasileira em prejudicar a citricultura nacional e o produtor. Raimundo Maia, produtor da área de Nerópolis, onde planta há nove
anos em 50 hectares, lembra que o Carbendazim é um produto libe-rado no Brasil e que não é usado em Goiás há três anos. “Se existe alguém usando é de forma bastan-te restrita”.
Nos últimos dois anos, po-rém, segundo Raimundo, o pro-dutor sofreu uma queda no preço médio da ordem de 38%, chegan-do a 60% em alguns momentos. Ele colhe 30 mil caixas de 40,8 quilos, ou seja, 1.224 mil tonela-das por safra. O produto é desti-nado em sua maioria para mesa (cerca de 80% contra 20% desti-nada à indústria de suco paulis-ta). Ocupando o sexto lugar no ranking de plantação de laranja no Brasil. “Quando se compara a outras culturas goianas como soja, milho, cana-de-açúcar te-mos uma área plantada de laranja bem menor, porém, tem um im-pacto econômico maior do que algumas das culturas citadas” garante Raimundo.
O produtor de Nerópolis, Raimundo Maia, destina a maior parte da safra colhida para consumo in natura
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Controle oneroso Ácaro da leprose, ácaro da falsa
ferrugem, CVC, cochonilhas, estre-linha, cigarrinhas, parapantomo-ros, lagartas, pulgões. O número de pragas que atacam as lavouras de laranjas é extenso. Teresa Balestra afirma que todas são possíveis de serem controladas, “mesmo a custos altos”. O lado bom da história das pragas, segundo ela, é que o “gree-ning”, fungo devastador da cultura cujo controle é impossível, felizmen-te não existe em Goiás. O agrônomo Ronnie Assis estima que nos custos de produção, 30% são gastos com o controle das pragas.
Raimundo Maia lembra que a produção goiana é destinada em sua maioria para mesa e por se tratar de um fruto para consumo in natura, re-quer um controle rigoroso e um ma-nejo mais cuidadoso. “A fruta para a indústria depende somente do caldo, a laranja de mesa, não. Além desse fator, no mercado, é levado em consi-deração aspectos como o visual”, diz. Esses requisitos exigem um trabalho sério do produtor. “Podemos dizer
que temos hoje a citricultura mais profissional do Brasil”, afirma Maia.
“Precisamos levar em conta a apa-rência estética e a qualidade do produ-to, sem contar o controle residual dos agrotóxicos”, afirma. Raimundo traba-lha com manejo de produção integra-da, dando ênfase ao controle através da preservação dos inimigos naturais das pragas dos citros, usando o míni-mo de agrotóxico. “Quando preciso, uso os produtos certificados pelo Mi-nistério da Agricultura”, resume.
Uma forma eficiente de controle é a utilização de mudas cultivadas em viveiro telado. Ela evita que a muda seja atacada pelo maior inimigo da lavoura de laranja, a Clorose Variega-da dos Citros (CVC) ou Amarelinho. “Ela é transmitida pela cigarrinha do pasto. Contaminando uma laranjeira, a planta ficará contaminada o resto da vida. Os primeiros sintomas são vis-tos nas folhas, passam posteriormen-te para os frutos e acabam afetando toda a planta. Quanto mais nova a planta, maior a chance de ser infec-tada.” Raimundo acredita que Goiás
tem um dos melhores controles fitos-sanitário dos melhores do País.
irrigaçãoNa Safra de pomar irrigado a co-
lheita ocorre de maio a setembro. No pomar sequeiro a colheita acontece de novembro a fevereiro. “A irrigação torna-se hoje uma alternativa para melhorar produtividade e rentabili-dade”, avalia o engenheiro agrônomo e produtor Ronnie Assis Cortes. Ele planta laranja desde 1990 em 50 hec-tares nos municípios de Hidrolândia e Campestre estima um gasto, até o iní-cio da produção, de aproximadamen-te de R$ 1 mil por hectare.
Ronnie garante que é a diversifi-cação que ainda torna viável o plantio no Estado, visto que os preços já es-tiveram melhores e comparando-se os preços da safra atual com a anterior, Ronnie afirma que o produtor está ganhando 1/3 da safra anterior. Ele colhe mil toneladas por safra e expli-ca que 60% de seu pomar ainda têm menos de três anos que é quando a laranjeira começa a produzir.
Maio/2012 CAMPO | 27www.senargo.org.br
No espaço do estande, a Confederação criou um túnel sensorial para mostrar aos visitantes o que é uma fazenda degradada e as tecnologias utilizadas para a sua recuperação
Leydiane Alves | [email protected]
CNA na Rio+20
DESENVOLVIMENTO SUSTENTáVELIg
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28 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
No mês de junho foi reali-zado no Brasil, entre os dias 13 e 22, na cidade do
Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvi-mento Sustentável, a Rio+20. Di-versas entidades estiveram reuni-das no evento discutindo sobre o tema. A pecuária e agricultura foi representada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o espaço AgroBrasil.
No espaço do estande, a CNA criou um túnel sensorial para mos-trar aos visitantes o que é uma fa-zenda degradada e as tecnologias utilizadas para a sua recuperação. Segundo a presidente da CNA, se-nadora Kátia Abreu, a ideia é que, durante o caminho, a propriedade se transforme. “Tivemos um túnel virtual que explicou à sociedade a importância de tirar uma fazenda de um solo fraco e maltratado e a melhora de tudo isso por meio da tecnologia e boas práticas”, re-velou a senadora. O espaço Agro-Brasil foi ancorado por projetos da CNA, entre eles o Biomas.
Desenvolvido pela entidade em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-brapa), o Projeto Biomas preten-deu ampliar o uso das árvores nas propriedades rurais para diversi-ficar os sistemas produtivos com ganhos econômicos e ambientais. Para isso, foram criadas soluções técnico-científicas à prática da produção sustentável e à preserva-ção da água nos seis biomas brasi-leiros. Com 240 pesquisadores en-volvidos, a senadora acredita que o projeto será um espelho para o mundo já que pode ser aplicado em qualquer bioma desde que res-peitadas as características locais.
A presença da CNA na Rio+20
não se resumiu ao estande. A pre-sidente da CNA participou ativa-mente das discussões do Governo para a elaboração do documento brasileiro de contribuição para a Conferência. “Colocamos os prin-cipais pontos que achamos que devem ser reforçados. Se unificar-mos o nosso diálogo e mostrar-mos as vantagens competitivas que o Brasil apresenta hoje, tere-mos mais sucesso”, ponderou a senadora Kátia Abreu.
A CNA também divulgou, du-rante a Conferência, o documento de posicionamento do setor do agronegócio para a Rio+20, que recebeu contribuições de lideran-ças rurais, técnicos, produtores, universidades e instituições do agronegócio. Foram realizados workshops de orientação para a coleta de subsídios para o docu-mento em Brasília (18/04), Ube-raba/MG (02/05) e São Paulo (08/05), consolidados em propos-tas que serão apresentadas pela presidente da CNA, em evento com a presença de autoridades e negociadores.
PropostasA presidente CNA, Kátia Abreu,
encaminhou à presidente da Repú-blica, Dilma Rousseff, uma carta que reúne as propostas da CNA para os chefes de Estado que par-ticipam da Rio+20. O documento, entregue pela presidente da CNA à ministra-chefe da Casa Civil, Glei-si Hoffmann, que visitou o Espaço AgroBrasil, liderado pela CNA, no Pier Mauá, um dos locais oficiais da Rio+20.
No documento, a CNA lembra que o setor rural vem responden-do com rapidez e eficiência às de-mandas contemporâneas por de-
O Estado de Goiás foi representado pelo presidente da Faeg José Mário Schreiner
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Propostas da CNA para os Chefes de
estado e à Conferência rio+201. Amazônia
Só a tecnologia pode garantir o desmatamento zero na Ama-zônia. Grande parte do que até aqui ocorreu na região decorre da precariedade de meios que ainda predomina. Com baixa rentabili-dade do sistema produtivo, que impede a aquisição de tecnologia, esse quadro tende a se perpetuar, mantendo tensão constante entre produção e floresta. A situação afeta, sobretudo, os pequenos e médios produtores rurais.
2. Serviços ambientaisO passivo ambiental é fruto do
descaso e despreparo das gerações que nos precederam e nos legaram os desafios presentes. Não é jus-to que esta geração arque sozinha com uma conta histórica, impa-gável de uma só vez. Portanto, os governos precisam encontrar me-canismos de atenuar os custos pre-sentes, diluindo-os no tempo. Os países ricos foram beneficiários do desenvolvimento sem as regras e amarras que hoje pesam sobre os países de desenvolvimento tardio. É justo que contribuam pelos be-nefícios ambientais que recebem gratuitamente desses países.
3. Redução de EmissõesA CNA está lançando uma
ferramenta eletrônica para dar suporte ao processo de remune-ração do produtor rural pela re-dução de emissões de carbono e gases de efeito estufa. Trata--se da organização do Mercado Agropecuário de Redução de Emissões (MARE), contribui-ção valiosa para a defesa do meio ambiente. Propicia justa remuneração aos que o preser-vam e um mecanismo de com-pensação para aqueles que não podem, no curto prazo, reduzir suas emissões.
4. APP Global A CNA, Embrapa e a Agência
Nacional de Águas (ANA) lan-çaram proposta de universalizar o princípio da Área de Proteção Permanente (APP) nas nascen-tes, margens de rios e áreas de recarga de aquíferos subterrâ-neos, como forma de proteger a integridade dos cursos d’água. No Brasil, APP é lei. Sendo um conceito universal, benéfico aos rios de todo o planeta, deve ser estudado e aplicado conforme as peculiaridades de cada país.
5. Fundos para terra degradadaNenhum produtor é inimigo
de sua própria terra. Degradação é fruto da pobreza. É a tecnolo-gia que gera a prosperidade. Daí a necessidade de integrar ecolo-gia à economia, sem transformar a defesa ambiental num tribunal. A prioridade não pode ser punir, mas instruir e viabilizar a recom-posição, por meio de pesquisa, financiamento e incentivos ao uso de tecnologia.
6. Extensão RuralOs insumos tecnológicos
agropecuários precisam ser de-mocraticamente disseminados. Essa é a grande revolução agrí-cola que a humanidade carece: a distribuição do conhecimento, fonte maior da prosperidade e justiça social.
7. AssimetriasÉ preciso reduzir as assime-
trias de regulamentação am-biental entre as nações, sem ferir o princípio da soberania. Para isso, fazem-se necessá-rias conferências internacionais como esta, com efetivo apoio dos governos.
senvolvimento sustentável. “Dentro do princípio de que meio ambiente é ciência e compromisso, e não ideolo-gia, seguem propostas do setor rural para contribuir para a riqueza e ob-jetividade do debate”, afirmou, no documento, a senadora Kátia Abreu.
O Estado de Goiás foi representado
pelo presidente da Federação Goiana de Agricultura e Pecuária (Faeg), José Mário Schreiner, o vice-presidente ins-titucional Bartolomeu Braz, o assis-tente técnico e biólogo Marcelo Lessa e pelo Deputado Estadual e coordena-dor da Frente Parlamentar Agropecu-ária, Valcenôr Braz. Segundo José Má-
rio, a Faeg acompanhou o debate de perto, e representando todo o Estado no evento. “É extremamente impor-tante estarmos presente na Rio+20. Daqui sairão ideias importantíssima para o desenvolvimento sustentável”, analisa. (Com informações da asses-soria de comunicação da CNA)
Fonte: CNA
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Fran
cila
Cal
ica
CAMPO RESPONDE
Envie suas dúvidas para [email protected]. Não se esqueça de colocar nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta.
Em meio as gravioleiras sadias tenho algumas em processo de apodrecimento e outras sem frutificar. O que está acontecendo? Como tratar?Fernando Passos
São dois sintomas distintos que podem indicar ataques de pragas ou algum tipo de deficiência nutricional localizado. O ideal é procurar um profissional especializado para diagnosticar in loco os problemas que estão ocorrendo para que seja feita uma correta recomendação. O diagnóstico deve ser feito o quanto antes para que as plantas sadias não sejam atingidas. CONSULTOR: ALEXANDRO ALVES, assessor técnico da Faeg para área de fruticultura
Com um a dois dias de vida as galinhas apresentam rachaduras no cascão e sangram. Como tratá-las?Marcos Antônio da Silva
Buscamos ajudá-lo, porém, segundo o Professor Marcos Café, necessitaria de mais informações tais como condições de alimentação, manejo, linhagem, forma de criação, dentre outras, para lhe auxiliar na solução do problema.Sugerimos então, entrar em contato com a Professora Auxiliadora, especialista na Universidade Federal de Goiás para a área de aves. Fone: 62 - 62-3521-1570/3205-1127.CONSULTOR: CHRISTIANE ROSSI, assessora técnica da Faeg para área de pecuária de corte
32 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
DELÍCIAS DO CAMPO
ingredientes:6 ovos inteiros1 copo de farinha de trigo1 colher de sopa de fermento em pó2 copos de grãos de milho verde cozido1 copo de leite3 colheres de sopa cheia de margarinaSal e pimenta do reino a gostoÓleo para untar
recheio:1 frango grande3 folhas de louro4 cubos de caldo de galinha2 colheres de sopa cheia de margarina3 cebolas grandes ou 6 médias10 pimentas de cheiro picadas1 cabeça de alho amassado com pouco sal2 colheres de sopa cheia de extrato de tomate6 colheres de sopa de farinha de trigoCheiro verde a gosto
Cristi
ano
Ferr
eira
Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.
Preparo: No liquidificador coloque todos os ingredientes da panqueca e bata bem, re-serve. Em seguida unte uma frigideira com óleo e retire o excesso com papel absorven-te. Coloque uma concha da massa e deixe crescer e dou-rar. Vire com uma espátula do outro lado para dourar. Sirva no lanche ou como acompanhamento.
recheio:Cozinhar o frango com o louro e os cubos de caldo de galinha. Desfie o frango e reserve o caldo. Em uma panela frite na margarina as cebolas raladas, as pimentas de cheiro picadas, o alho amassado. Juntar o extrato de tomate, o frango desfiado e refogar bem. Acrescentar um pouco do caldo para ficar bem molhadinho e mis-turar em um pouco do caldo com a farinha de trigo. Checar o sal e os temperos e só depois engrossar o caldo. Finalizar com bastante cheiro verde.
Receita elaborada por Cristiano Ferreira da Silveira, tecnólogo em gastronomia e instrutor de processamento caseiro dos fru-tos do Cerrado do Senar, em Goiás.
Panqueca de Milho Verde
Ao contrário do que foi publicado na Revista Campo na Edição de abril, a receita e a foto do pão de forma caseiro da página 33 foram produzidas pela técnica do Senar, em Goiás, Andréia Peixoto e não pelo também técnico, Ângelo Armando de Paula.
errata
Maio/2012 CAMPO | 33www.senargo.org.br
O produtor rural, José Domingos, espera aumentar a produção de leite de 180 para 250 litros diáriosLeydiane Alves | [email protected]
Reproduzir para gerar lucro
Jana
Tom
azel
li
CASO DE SUCESSO
José Domingos mostra o botijão de nitrogênio onde o sêmen é armazenado
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Jana
Tom
azel
li
Trinta anos dedicado ao comér-cio. Essa foi a trajetória de José Domingos Rosa, até meados
de 2005, quando ele decidiu dar uma guinada na vida, abandonar o traba-lho em Brasília e se mudar para Estân-cia Ouro Branco, em Campo Limpo, próximo ao município de Anápolis. Na propriedade ele deu início à ati-vidade leiteira. Mas a produção dos animais não estava satisfazendo o produtor. Ele tinha a vontade de me-lhorar geneticamente o gado.
Foi então que surgiu a necessida-de de participar de um treinamento do Serviço Nacional de Aprendiza-gem Rural (Senar), em Goiás, sobre Inseminação Artificial de Bovinos de Leite, promovido pelo Sindicato Rural de Anápolis. “Sempre gostei de reprodução. Quando soube que teria esse curso, não poderia deixar de aproveitar a oportunidade”, con-ta José Domingos. Segundo ele o treinamento foi realizado em 2009 e logo colocado em prática.
O produtor relata que o resultado da inseminação virá somente no pró-ximo mês. “As novilhas que nasce-ram da inseminação vão parir no mês de agosto. A partir daí, vou saber em quantos litros a produção leiteira vai aumentar.” A expectativa dele é que a produção, que gira em torno de 20 litros por vaca, passe para 30. “Nós produzimos diariamente 180 litros de leite. Queremos que esse número au-mente para 250”, diz.
Mesmo aguardando o aumento da produção, José Domingos desta-ca que, o importante é garantir gado de boa genética. “Para mim, o lu-cro não é o mais importante. O que nos interessa é a qualidade genética das novilhas.” Ele garante que após o treinamento do Senar, essa quali-dade aumentou significativamente. “Mudou o melhoramento genético do gado, meu plantel de animais ficou
mais selecionado e o gerenciamento das rotinas de ordenha ficou mais or-ganizada.” Ele acrescenta que tudo o que obtém de lucro, com a venda do leite, é investido no plantel.
José Domingos ressalta que a in-seminação não foi levada para outras propriedades. “O trabalho requer mui-ta prática, força de vontade e conhe-cimento. Por isso, optei em focar a inseminação somente em minha pro-priedade, porque dessa forma posso me empenhar ainda mais na ativida-de.” Ele salienta que conta com a aju-da de apenas uma pessoa para cuidar de todo o plantel. “É muito trabalho, mas junto com meu ajudante, nós va-mos dando conta da demanda.”
O produtor destaca que o trabalho desenvolvido pelo Senar, é de extre-
ma importância para os produtores rurais. “Por meio do Senar, nós temos incentivo em continuar com o negócio e orientação na tomada das decisões. Além de adquirir conhecimento, que serve para a vida toda.”
No treinamento oferecido pelo Se-nar, José Domingos pode aprender o conceito, história, situação atual, van-tagens e limitações da inseminação artificial. Os participantes recebem informações sobre alimentação e ma-nejo dos bovinos, sobre reprodução, sanidade, controle zootécnico, insta-lações, segurança no trabalho e meio ambiente. Entra na programação tam-bém, ciclo estral, onde o produtor tem noções de anatomia, passagem de pi-peta em peças uterinas e fisiologia da reprodução.
O produtor José Domingos mostra as novilhas que foram inseminadas
Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Anápolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 3311 5055.
Maio/2012 CAMPO | 35www.senargo.org.br
CURSOS E TREINAMENTOS
Fortes e saudáveis
eM JUnhO, O senAr PrOMOVeU
320CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 71 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
4.301PRODUTORES E
TRABALHADORES RURAIS
CAPACITADOS
42 108 10 2 11 116 31 71 10 2 9 19
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
Comunitária
Saúde e
Alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato
36 | CAMPO Dezembro/2011 www.sistemafaeg.com.br
Fortes e saudáveis
Leydiane Alves
Depois do sal, a pimenta é o condimento mais utilizado no mundo e, atualmente, encon-trado em quase todos os lugares. As pimentas são originárias das Américas e foi no tempo do Descobrimento que elas foram introduzidas no resto do mundo: Europa, Ásia e África. Cores e sabores fortes estão intimamente ligados. Pi-mentas vermelho-vivo são superiores em sabor que as verdes.
Quem coloca a pimenta no dia-a-dia está le-vando, além de tempero, uma série de medica-mentos naturais: analgésico, anti-inflamatório, xarope, vitaminas – benefícios que os povos pri-mitivos descobriram há milhares de anos e que agora estão sendo comprovados pela ciência. A Capsaina presente na pimenta protege a mucosa contra os danos causados por álcool, estimula a salivação e limpa os dentes, garantindo gengivas fortes e sadias. Uma pesquisa recém-concluída na Faculdade de Nutrição da Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) comprovou que a pimenta diminui mesmo o ris-co de doenças cardiovasculares, maior causa de mortes no Brasil.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, oferece o treinamento de Cul-tivo de Pimenta e repassa aos alunos informações sobre a importância econômica e potencialidade do mercado de pimenta, boas práticas agrícolas, além de outras características do cultivo.
Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br
eM JUnhO, O senAr PrOMOVeU
320CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 71 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
4.301PRODUTORES E
TRABALHADORES RURAIS
CAPACITADOS
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Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
Comunitária
Saúde e
Alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato
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CAMPO ABERTO
Como acontece em todos os anos nesta época, a região Centro-Sudeste do País
entra em período de entressafra na produção de leite. Um período característico de diminuição da produção em virtude da redução da pastagem, onde os produtores passam a tratar do rebanho utilizando outros tipos de volumosos em detrimento do período de estiagem.
Este é um período onde caracteristicamente ocorre aumento nos custos de produção e consequente aumento dos preços aos produtores. A pergunta que sempre se faz neste período é a seguinte: De quanto vai ser o aumento nos preços do leite? A respeito desse assunto, é importante mencionar que essa resposta não é tão simples quanto parece. É necessário tecer alguns esclarecimentos sobre o que pode ou não afetar o comportamento dos preços do leite.
O preço do leite pode sofrer variações (durante o ano) devido a diversos fatores, tais como: políticas econômicas (câmbio, juros, crédito, política comercial, etc.), sazonalidade da produção leiteira, qualidade do leite, hábitos de consumo e demanda do consumidor, aspectos sanitários, balança comercial de leite e derivados, relação entre compradores e vendedores, concorrência entre as indústrias, etc. A interferência
de um ou outro fator, ou mesmo, a conjunção de vários desses aspectos podem afetar para cima ou para baixo os preços do leite.
Dentre todos esses fatores, a redução da produção é fator preponderante nesta equação, nesta época do ano. Na região Centro-Sudeste, os preços do leite tendem a ser maiores neste período, caracterizado como entressafra, devido à redução das chuvas, o que reduz a abundância de pastagens, fazendo com que o produtor encontre outras formas de produzir alimentos para a vaca. Isso faz reduzir a produção e encarecer os custos de produção.
E é exatamente o que está acontecendo nesta entressafra de 2012. Espera-se que os preços de leite a serem pagos ao produtor entregue em julho/2012 já contemplem reajustes em função da redução de produção na região Centro-Sudeste do País.
Segundo análise do comportamento da produção de leite tendo como base os dados da Pesquisa Trimestral de Leite do IBGE, observa-se que a produção no 1º trimestre de 2012 foi menor do que no 4º trimestre de 2011 (out a dez) em todos os principais Estados Produtores. Tendo queda de 0,1% em MG; 2% em GO; 13,5% em SP; 3,5% no PR; 3,4% no RS e 0,1% em SC. Em outro levantamento realizado pela FAEG em 22 cooperativas de leite em Goiás essa queda foi de 11% de
janeiro a maio/2012.Os custos de produção também
aumentaram sobremaneira, principalmente em função do encarecimento da alimentação concentrada, devido aos aumentos da soja de 2011 para 2012, que chegaram a mais de 51% de junho/2011 a julho/2012 em Goiás.
Segundo agentes de mercado os custos altos e a baixa rentabilidade tem feito com que os produtores fiquem mais comedidos em seus investimentos, retraindo a oferta. Com essa queda de produção, a tendência é de recuperação dos níveis de preços ao produtor.
O comportamento dos preços dos produtos derivados lácteos no início de julho/2012, mesmo com as férias escolares, já demonstra recuperação, com preços do leite longa vida sendo comercializados no mercado atacadista em mais de R$ 1,77/litro, superior aos R$ 1,70/litro praticado no final do mês anterior.
As importações de leite e derivados que bateram recorde no mês de maio/2012, já demonstra redução em junho/2012, em função principalmente da valorização do dólar em relação ao real.
Portanto, o cenário hoje é de redução da oferta; demanda contínua; aumento dos preços dos derivados lácteos e importações com tendência de queda, devida a recuperação do dólar com espaço para a recuperação dos preços ao produtor.
Redução da oferta de leite aponta recuperação nos níveis de preços
edson Alves novaes
é gerente de estudos
Técnicos e Econômicos
da FAEG
Carlo
s Cos
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38 | CAMPO Maio/2012 www.sistemafaeg.com.br
reAGrO