2013 09 15 escola

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tribunadoplanalto.com.br/escola Ano 10 - nú me ro 643 – Go iâniA, 15 A 21 de setembro de 2013 Este suplemento circula também nos jornais Tribuna de Anápolis e Tribuna do Sudoeste Cinema Um céu de cores e manobras Pági n a 16 Entre a TV e a literatura Se liga Pé no pedal Hector Ângelo tem 11 anos e já escreveu quatro livros. Dois deles serão lançados na próxima sexta, 20. Além da literatura, o garoto sonha em se tornar roteirista de TV. Página 14 Escola municipal promove mais uma edição do projeto “Passeio Ciclístico”. Página 5 Sinapse Olhar torto Professores têm visão estereotipada sobre uso de internet por parte de alunos. Página 3 Sinestesia Bonita e saudável Projeto de lei (PL) aprovado no Senado determina que cantinas escolares ofereçam somente alimentos saudáveis a seus alunos. Nas redes estadual e municipal de Goiânia, cardápio da merenda já está adequado à nova lei, que ainda passará pela análise da Câmara. Páginas 8 e 9 fotos: Paulo José O texto [do projeto de lei do pré-sal], do jeito que foi aprovado, já é uma vitória. O único problema agora é descentralizar os recursos das mãos da União”. Daniel Cara Páginas 12 e 13

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Ano 10 - nú me ro 643 – Go i â niA, 15 A 21 de setembro de 2013

Este suplemento circula também nos jornais Tribuna de Anápolis e Tribuna do Sudoeste

Cinema

Um céu de cores emanobras

Página 16

Entre a TV e a literatura

Se liga

Pé no pedal

Hector Ângelo tem 11 anos e jáescreveu quatro livros. Dois delesserão lançados na próxima sexta,20. Além da literatura, o garotosonha em se tornar roteirista deTV. Página 14

Escola municipal promovemais uma edição do projeto“Passeio Ciclístico”. Página 5

Sinapse

Olhar tortoProfessores têm visãoestereotipada sobre uso de internet por parte dealunos. Página 3

Sinestesia

Bonita e saudável Projeto de lei (PL) aprovado no Senado determina que cantinas escolares ofereçam somentealimentos saudáveis a seus alunos. Nas redes estadual e municipal de Goiânia, cardápio damerenda já está adequado à nova lei, que ainda passará pela análise da Câmara. Páginas 8 e 9

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“ O texto [do projeto de lei do pré-sal], do jeito que foi

aprovado, já é uma vitória. O único problema agora

é descentralizar os recursos das mãos da União”.Daniel Cara

Páginas 12 e 13

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Carta ao leitor

Cardápio de qualidade

2 Go i â niA, 15 A 21 de setembro de 2013

Edi­ta­do­e­im­pres­so­por

Bar­bo­sa­Edi­to­ra­e­Jor­na­lis­mo­Ltda

Fun­da­do­em­7­de­ju­lho­de­1986

Este­caderno­é­encartado­nos­jornais­Tribuna do Planalto,­Tribuna de Anápolis e­Tribuna do Sudoeste (Rio­Verde)

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Um projeto de lei que acaba deser aprovado pelos senado-res, em Brasília, prometeprovocar uma mudança

radical nos hábitos alimentares decrianças e jovens brasileiros.

Baseado em dados estatísticos quecomprovam o crescimento da obesida-de infantil e juvenil em todo o país, otexto da lei determina que só sejam ofe-recidos alimentos saudáveis aos alunos.

Infelizmente a preocupação dasautoridades tem fundamento, já queestudos recentes do Ministério da Saúderevelaram que, pela primeira vez na his-tória do Brasil, o índice de sobrepeso jáatinge mais da metade da populaçãobrasileira.

Mesmo cenário foi comprovado pelapesquisa Vigitel (Vigilância de Fatoresde Risco e Proteção para Doenças

Crônicas por Inquérito Telefônico),onde se constatou que 51% dos brasilei-ros estão acima do peso. E tambémpelo IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE), que naPesquisa de Orçamento Familiar (POF)de 2008/2009, demonstrou que uma emcada três crianças está acima do pesorecomendado pela OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS).

A boa notícia é que nas escolas darede municipal de Goiânia e nas unida-des educacionais mantidas pelo gover-no do Estado, a lei que ainda nem foiaprovada já é uma realidade.

É o que apresenta a matéria da jor-nalista Mariana Vaz, que ouviu alunos eprofessores da rede pública e descobriuque, além de alfabetizar e educar, asescolas goianas estão dando um bomexemplo de alimentação saudável.

ESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM A OPINIÃO DO JORNAL

Daniele Vilela Leite

Quando pensamos em educaçãodos filhos, parece que é umacoisa simples e fácil, mas infe-lizmente não é assim que fun-

ciona. A responsabilidade que temos emrelação à educação de uma criança é umgrande desafio.

Essa educação tem início já na gesta-ção e nos primeiros meses depois do nas-cimento. O cuidado com alimentação,higiene, saúde, sono e outros fatoresfazem parte desse processo, pois desdeentão estamos ensinando aos nossosfilhos amor, ética, responsabilidades evalores.

Conforme a criança cresce, além detodos os cuidados que devemos ter, é fun-ção dos pais e/ou responsáveis impor limi-tes. Com isso, entra em cena o temido“não”. Uma palavra tão pequena, masdifícil de dizer. Mais difícil ainda é manter-

se firme na decisão negativa! Em razão de trabalhos e afazeres diá-

rios, muitos pais não veem seus filhos pra-ticamente o dia todo e, como forma desuprir essa ausência, permitem a eles fazero que quiserem, pois se sentem culpadospor não participar da rotina das crianças.

Isso sem contar com o receio que paismuitos têm de serem tachados de “autori-tários”, “conservadores”, com medo dereproduzir a educação repressiva quereceberam. Com isso, acreditam que estãoeducando adequadamente.

Portanto, dizer “não” às vezes é preci-so, mas alguns cuidados também sãonecessários. Pense bem antes de negaralgo ao seu filho. Uma vez decidida, aimposição deve ser mantida.

Ceder ao choro ou à chantagem forta-lece ainda mais a criança, que cada vezmais irá insistir, chorar, fazer birra, pois

ela sabe que, ao final, conseguirá o quedeseja.

Outra coisa importante: pai e mãedevem sempre estar de acordo em relaçãoàs decisões sobre os filhos. Quando nãohouver consenso, o casal não deve discutirna frente da criança.

Se ela perceber que os pais não estãose entendendo sobre determinada situa-ção, ganha ainda mais força para aquiloque deseja, pois percebe a vulnerabilidadedeles.

A maior dificuldade nisso tudo é quefazer a criança entender que, enquanto elaainda é pequena, pode ter (alguns) de seusdesejos satisfeitos, mas que, na escola e,futuramente, no trabalho, as coisas nãoserão assim.

Na escola, a criança se socializa maisrapidamente e acaba aprendendo queexistem outras crianças no mesmo espaço

e que regras e limites são necessários. Devemos lembrar que a escola é uma

aliada e não uma substituição dos pais. Lembre-se: o “não” também é uma

forma de amor! Dizer não aos filhos é ummodo de demonstrar amor e carinho,além de ensiná-los que a vida impõe limi-tes o tempo todo, querendo eles ou não.

Com isso, eles serão poupados demaiores sofrimentos por serem “mima-dos” ou “imaturos” e, nos momentos dedecepções e frustrações que surgirão aolongo de suas vidas, saberão como lidar econduzir da melhor forma essas situações.E você, está sabendo impor limite aosseus filhos?

Daniele Vilela leite é orientadora educacional

na empresa Planeta Educação

Quando o “não” é uma forma de amor

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Mariana VazEditoria de educação

“Internet vicia e não educa!”Essa frase, repetida durantemuito tempo, ainda gera mui-tas controvérsias. Enxergar o

ambiente online como algo produtivo, quetem seus benefícios e que pode ser utiliza-do como um ótimo instrumento de apren-dizado, ainda não é visto como algocomum entre muitos educadores.

É isso que mostra um estudo desen-volvido na Faculdade de Filosofia,Ciências e Letras de Ribeirão Preto(FFCLRP) da USP (Universidade deSão Paulo), que evidencia uma discre-pância de opinião entre estudantes de 15a 18 anos e professores da rede públicasobre as finalidades da internet.

O autor da pesquisa é o psicólogoFabiano Simões Corrêa, que concluiu emmaio o mestrado “Um Estudo QualitativoSobre as Representações Utilizadas porProfessores e Alunos para Significar o usoda Internet”, que levou três anos para serdesenvolvido e analisou os principaisaspectos do tema.

Para realizar seus estudos, Corrêa visi-tou uma escola pública com mais de doismil alunos e que tinha apenas 20 compu-tadores para os estudantes e salas de aulasem acesso à internet.

Ele entre vistou jovens e educadores echegou à conclusão de que ainda há umcerto preconceito por parte destes emaceitar as novas ferramentas tecnológicas.“O professor, de uma forma geral, tem avisão de que os alunos usam a in ternet demaneira muito superficial, limitando osacessos somente às redes so ciais. Ao con-versar com os jovens, no en tanto, perce-beu-se que o uso que eles fa zem dela vaimuito além disso”, aponta.

LINGUAGEM RáPIDA E DINÂMICACorrêa explica que os jovens encontra-

ram nesse espaço um local para se comu-nicarem, divulgarem informações de seu

interesse, discutir e aprender sobre inúme-ros assuntos, das mais variadas culturas.Segundo o professor, a linguagem rápidae dinâmica é facilmente absorvida pelapopulação jovem que, em muitos casos,prefere estudar ou ler pelo computador.

O psicólogo credita esse preconceitodos educadores ao fato de que, logo noinício da era virtual, muitos foram os estu-dos que rotularam a internet como umaferramenta de alienação.

“Essa visão estereotipada acompanhavárias pessoas até hoje. Muitos educado-

res fazem parte dessa geração, que possuium pensamento muitas vezes incompatí-vel com o dos mais jovens, que já nasce-ram acostumados a tudo isso”, ressalta.

Corrêa conta que visitou a escola emuma semana atípica. De acordo com ele,uma sala de aula tinha sido invadida edanificada. Como não sabia quem eramos infratores, a direção do colégio, comopunição, proibiu as turmas do 3º ano doEnsino Médio de realizar a festa anual deencerramento, uma tradição que os jovensaguardavam ansiosamente.

Sinapse

Preconceito virtualPesquisador da USP apresenta estudo que demonstra que educadores possuem visãoestereotipada sobre o uso da internet por seus alunos. Opinião dos jovens é bem diferente

“No dia em que eu estava lá, eles semobilizaram e fizeram uma manifestaçãodentro do colégio. Levaram cartazes, api-tos e se recusaram a voltar para as salasdepois do recreio. Foi então que uma dasprofessoras comentou que eles tinhamorganizado tudo aquilo pelas redessociais”, conta.

PROjETO COLETIVONaquele momento, a educadora não

deu muita atenção à movimentaçãodaqueles jovens. Até mesmo Corrêaassume que não percebeu muito aimportância daquele acontecimento, atéo dia em que o Brasil inteiro “explodiu”em manifestações semelhantes à que eletinha presenciado dois anos antes den-tro dessa escola.

“Somente agora, depois das manifes-tações populares, é que 'caiu a ficha' demuitos. Tudo o que aconteceu nos últimosmeses é a materialização de algo queainda não tínhamos certeza, mas que mui-tos estudiosos já alertavam: as redessociais e a internet vão muito além deobjetos de alienação.”

Para o psicólogo, isso demonstra quea escola está pouco preparada para absor-ver a internet como ferramenta pedagógi-ca. Na opinião do especialista, as institui-ções de ensino não têm estrutura adequa-da, faltam investimentos e treinamentodos profissionais.

Outro ponto observado por Corrêaestá na remuneração dos educadores que,segundo ele, reflete diretamente na ques-tão, já que “o mais preparado é aqueleque tem acesso a essas ferramentas roti-neiramente, em casa. E só tem isso quemé bem remunerado”.

Apesar de tudo, muitos são os profes-sores que tentam mudar essa visão, e vãoem busca de formas de usar a internet aseu favor. Aos poucos, o discurso doseducadores vem mudando.

Entretanto, para o psicólogo, as inicia-tivas que surgem ainda são isoladas. Faltaum projeto coletivo e que envolva toda aescola. Ele acredita que se essa mesmapesquisa fosse repetida hoje talvez osresultados fossem diferentes.

“Aos poucos, a sociedade vem perce-bendo a importância de todos esses meca-nismos tecnológicos. É um processo inevi-tável. As pessoas cada vez mais buscam ainternet como local de pesquisa e conheci-mento. E a escola terá que se adaptar aisso. É um processo inevitável”, alerta.

Corrêa: baixa remuneração do professor contribui para visão deturpada

DIVulGaÇÃo

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Secretaria de Estado da Educação

ASecretaria­de­Estado­daEducação­(Seduc),­pormeio­ do­ Núcleo­ deTecnologia­Educacional

(Nute)­e­da­Superintendência­deAcompanhamento­de­ProgramasInstitucionais,­desenvolveu­umpainel­de­inteligência­que­permiti-rá­aos­diretores­de­escolas­a­visua-lização­do­desempenho­da­unida-de­em­tempo­real.­

O­Portal­do­Diretor­foi­consoli-dado­para­que­os­gestores,­a­partirde­dados­relativos­à­proficiência­eao­fluxo­dos­alunos,­possam­acom-panhar­diariamente­e­de­forma­pre-cisa­o­desenvolvimento­dos­seusestudantes,­promovendo­as­inter-venções­necessárias­para­o­alcancedas­metas­estabelecidas­para­cadaunidade­educacional.­

O­portal­poderá­ser­acessadopelo­gestor­mediante­CPF­e­senhapessoal­ do­ SIAP­ ou­ Portal­ deChamados.­Em­breve,­ tambémserão­disponibilizadas­senhas­paraas­escolas.­Ao­entrar­no­portal,­odiretor­verá­um­painel­que­forneceum­raio­X­da­escola,­com­as­infor-mações­sobre­número­de­alunos,turmas,­professores,­estudantes­queparticipam­ do­ Período­ deIntensificação­da­Aprendizagem,laboratório­de­informática,­ internete­número­de­salas,­entre­outras.­

O­acesso­às­informações­detalha-das­da­situação­dos­alunos­seráfeito­através­dos­dados­referentesao­fluxo­escolar­e­à­proficiência­de2013­em­relação­a­2011­e­a­2012.­

Sobre­estes­dados,­os­gestorespodem­clicar­nas­barras­e­obter­as

informações­específicas­de­cadaestudante­em­iminência­de­repro-vação,­ em­que­disciplinas,­ suasnotas,­número­de­ faltas­e­nomedo­professor.­

Com­isso,­será­possível­identifi-car­de­maneira­ fácil­e­ rápida­osproblemas­de­aprendizado­ou­derisco­de­evasão.­Assim,­o­diretortambém­terá­mais­subsídios­paraverificar­as­causas­destes­proble-mas­e,­então,­tomar­a­melhor­deci-são:­reunir-se­com­o­estudante­e­ /ou­com­seus­responsáveis,­ redire-cioná-lo­para­atendimento­no­con-traturno­ou­para­aulas­de­reforço,repassar­novas­orientações­aocoordenador­pedagógico­e­orien-tar­e­dar­suporte­ao­professor,entre­outras­ações.

A­consolidação­de­ todos­osdados­da­escola­num­único­painelde­ inteligência­ foi­ feita­a­pedidodo­ secretário­ de­ Estado­ daEducação,­Thiago­Peixoto,­após

reuniões­com­os­diretores­das­40regionais­de­Educação.­

Segundo­o­superintendente­deAcompanhamento­de­ProgramasInstitucionais,­Erick­Jacques­Pires,quando­a­Seduc­criou­o­PrêmioEscola­e­estabeleceu­metas­dedesempenho­para­as­unidades­emcada­etapa­do­ensino­que­ofere-ciam,­os­gestores­ sentiram­ faltade­informações­sobre­como­alcan-çar­as­metas.­

“Essa­ mesma­ demanda­ foiapresentada­agora­pelos­diretores.O­secretário­nos­pediu­para­desen-volvermos­uma­solução.­Entãocriamos­este­amplo­projeto­paraauxiliar­ os­ profissionais­ daEducação”,­disse.­

EQUIPE

O­portal­ foi­desenvolvido­pelaequipe­do­Núcleo­de­TecnologiaEducacional,­que­ tem­como­res-ponsável­ o­ servidor­ Ricardo

Borges.­ Os­ desenvolvedoresforam:­Rafly­Moreira­Cruz,­RafaelCamargo,­Manoel­Alexan­dre­eAntonio­Gabriel.­

Segundo­ Rafly­ Moreira,­ damesma­forma­que­servirá­aos­gesto-res­escolares,­o­portal­será­um­ins-trumento­importante­para­a­própriaSecretaria­da­Educação­que­terá­dis-ponível­a­situação­de­cada­escola,com­os­dados­consolidados,­emtodas­as­subsecretarias.­Antes,­essesdados­estavam­em­diferentes­luga-res­no­Sige­e­no­Censo­Escolar.

Até­o­dia­20­de­setembro,­ossupervisores­da­Superintendênciade­Acompanhamento­dos­Pro­-gramas­Institucionais­da­Seduc­e­opróprio­ superintendente­ ErickJacques­ percorrerão­ as­ Subse­-cretarias­Regionais­de­Educaçãopara­apresentar­o­Portal­do­Dire­toraos­subsecretários,­aos­diretores­deNúcleo­Pedagógico­e­aos­gestoresescolares.­(CARmEn CRuz)

Ferramenta permitirávisualização de dados das escolas em tempo real

Portal do Diretor é lançado

Novo portal possibilitará aos diretores acompanharem diariamente o desenvolvimento dos estudantes

MônIca salVaDor

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Mariana VazEditoria de educação

Aliar práticas esportivas à funçãopedagógica das escolas, criandoum ambiente de paz e participa-ção da família. É esse o objetivo

do Passeio Ciclístico de IntegraçãoEscola Família e Comunidade, da EscolaMunicipal Residencial Monte Carlo, queacontece no próximo sábado, 21, às 8horas da manhã.

Em sua quarta edição, o PasseioCiclístico traz como tema a Paz e a nãoviolência nas escolas. Realizado todos osanos pela E. M., o evento reúne estudantes,pais e toda a comunidade em uma manhãde muita prática esportiva e diversão.

Segundo a professora e coordenadorado turno matutino da unidade, RosângelaMaria da Silva, a iniciativa surgiu danecessidade de buscar maior integraçãoentre escola e família. “Alguns pais nãovinham nas reuniões, e pouco acompa-nhavam a vida escolar dos filhos. Estamosem uma região muito violenta, e precisa-mos do apoio dos familiares”, conta.

A ideia era bem simples: criar umevento em que pais e filhos pudessemconversar e se divertir dentro da escola.“Perdemos muitos alunos para as drogas,e queríamos encontrar um meio de trataro assunto de forma atrativa”, pontua.

DESENHOS PREMIADOSAntes da manhã esportiva, há também

um concurso, que escolhe entre desenhosfeitos pelos estudantes, aquele que iráilustrar o cartaz do passeio. Depois, emsala de aula, as crianças participam depalestras e debates sobre a cultura da paz.

Toda a comunidade e até mesmo alu-nos de colégios vizinhos são convidadosa participar, o que tornou o evento algoesperado o ano todo pelas crianças.“Temos ex-alunos que ligam aqui parasaber quando será o passeio. Eles trazemamigos e parentes, e a comunidade parti-cipa em peso”, comemora Rosângela.

Segundo ela, na edição passada, oevento contou com cerca de 150 partici-pantes. No Passeio Ciclístico, não hávencedores. Todos os participantes rece-bem brindes com camisetas, bonés eoutros objetos, que são adquiridos atra-vés das parcerias que o colégio firmoucom estabelecimentos da região.

Ao final, como forma de estimularainda mais a integração, será servido umlanche e sorteada uma bicicleta. Para acoordenadora da unidade, a maiorrecompensa que a atividade traz é a pos-sibilidade de unir escola e comunidade,algo que tem gerado frutos.

“A relação entre pais e alunos já

melhorou muito nesses quatro anos. Osadultos estão mais inteirados com o queacontece na escola, e as crianças se sen-tem mais estimuladas e frequentar ocolégio”, comemora.

Os ciclistas percorrem um trajeto porvárias ruas do setor. Para isso, contam como apoio da Agência Municipal de Trânsitode Goiânia (AMT) e da Polícia Militar, quefazem a segurança do percurso.

O 4º Passeio de Integração tem inícioàs 08h, no pátio da E. M. ResidencialMonte Carlo, que fica na rua MC3, nº46, do Residencial Monte Carlo, emGoiânia. Mais informações podem seradquiridas pelo telefone (62) 3289-2063.

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Se liga

Pedaladas rumo à paz Escola da rede municipal de Goiânia promove nova edição de passeio ciclístico, que reúne toda a comunidade escolar

Ensino Médio

IncentivoO Ministério da Educação

(MEC) lançará nos próximos dias oprograma “Quero ser Cientista,Quero ser Professor”, que visa esti-mular o interesse dos alunos doEnsino Médio da rede pública para acarreira de professor.

Para chamar a atenção dosestudantes, o governo vai distribuirbolsas de R$150 para quem partici-par de projetos de iniciação científi-ca nas áreas de Matemática, Física,Química e Biologia.

A iniciativa busca solicionar odéficit de professores, contabiliza-do atualmente em 170 mil.Segundo o MEC, serão seleciona-dos 30 mil estudantes inicialmente.A adesão das secretarias de educa-ção será de forma voluntária.

Professores ealunos na edição

do passeio, em 2012

fotos: DIVulGaÇÃo

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Justiça

Educação e solidariedadeInstituição de EnsinoSuperior de Goiânia promove uma série de atividades gratuitas

Mariana VazEditoria de educação

Para celebrar o Dia da Responsabi -lidade Social do Ensino SuperiorParticular, comemorado em 21 desetembro, a Faculdade de Goiânia

(FAG), mantida pelo grupo AnhangueraEducacional, realizará uma série de ativi-dades gratuitas de 16 a 21 de setembro.

É a Semana do Ensino Responsável,quando a instituição promove oficinas,palestras, entre outras ações, todas como intuito de aproximar alunos e popula-ção, além de prestar seu papel socialpara a comunidade.

juliana Afonso Ferreira de Souza,coordenadora pedagógica da FAG, expli-ca que os alunos são envolvidos nos pro-jetos e incentivados a participar das ofi-cinas e outras atividades. “Estamosfazendo uma campanha de doação defraldas descartáveis e roupas para oHospital Araújo jorge. A turma que con-seguir arrecadar um número maior deobjetos vai ter uma bonificação”, conta.

Presente em Goiânia desde 2010, afaculdade realiza o projeto todos osanos, sempre nos meses de setembro. “Éuma iniciativa que vem para mostrar aimportância de uma instituição de ensi-no para a comunidade que a circunda.Isso é fundamental para a formação dosnossos alunos”, ressalta a coordenadora.

Na segunda-feira, 16, acontece a ofi-cina “Lixo Limpo”, com foco na susten-tabilidade e reciclagem. Na quinta, 19, otema abordado será “Segurança”. Todasas atividades serão regadas a muito bate-papo e discussões.

Durante a semana, a população tam-bém pode fazer a sua parte, participandoda campanha de doação de sangue. Osamantes do futebol podem ainda sedivertir no Futebol Beneficente, que serárealizado no dia 20.

As atividades acontecem simultanea-mente em unidades do grupo Anhan guerade todo o país. juntas, irão realizar maisde 800 ações sociais, ambientais e cultu-rais, todas gratuitas. A expectativa é aten-der mais de 400 mil pessoas em todas ascidades onde o grupo encontra-se inserido.

Enem 2013

Mudança nas redações Mais da metade das redações do

Exame Nacional do Ensino Médio(Enem) deve passar por um terceirocorretor na edição deste ano. Aexpectativa é do Ministério daEducação (MEC), que decidiu tornarmais rígido o sistema de correção. As

redações são corrigidas por dois cor-retores e, quando há discrepância,seguem para a terceira leitura. Comas novas regras - que diminuem olimite dessa variação de nota -, oMEC estima que 52% dos textosdevam passar pelo terceiro corretor.

Confira a programação

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dia 16a Palestra reflexões sobre

responsabilidade sociala Local: FAG (rua s-3, esquina

com t-13, nº692, setor bela Vista)a Hora: das 19 às 21 horas

dia 17oficina Lixo Limpoa Local: FAG a Hora: das 19h10 às 22 horas

dia 18doação de sanguea Local: FAGa Hora: das 16 às 22 horas

dia 19Palestra relacionamento Humano nas organizaçõesa Local: Colégio Cruzeiro do sul (rua

rosas, s/nº, Conjunto Cruzeiro dosul, Aparecida de Goiânia)

a Hora: das 19h10 às 21h30

dia 20oficina segurançaa Local: FAG a Hora: das 19h30 às 21 horas

dia 21Futebol beneficentea Local: FAGa Horário: das 15 às 17 horas

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Entre os destaques da semana está uma oficina de reciclagem na terça, 17

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foto: DIVulGaÇÃo

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Educação e solidariedade

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10 Go i â niA, 15 A 21 de setembro de 2013

Secretaria Municipal de Educação

Aliar­educação­ambien-tal­e­sustentabilidade­eensinar­valores­comoamor,­respeito­e­cuida-

do­com­o­Cerrado­não­é­ tarefafácil.­No­Parque­Zoológico­ deGoiânia­e­na­Vila­Ambiental,­desdeo­último­dia­11­de­setembro,­dataem­ que­ é­ comemorado­ o­ DiaNacional­do­Cerrado,­cerca­de­4,6mil­educandos­participam­de­umaprogramação­especial­voltada­àpreservação­do­bioma­brasileiro.

As­atividades­são­organizadaspela­ Secretaria­ Municipal­ deEducação­(SME)­em­parceria­com­aAgência­ Municipal­ do­ MeioAmbiente­(Amma).­Durante­as­visi-tas,­professores­da­rede­atuam­comomonitores­e­propõem­uma­reflexãocom­os­alunos­sobre­o­desenvolvi-mento­sustentável­e­do­Cerrado.

De­acordo­ com­o­diretor­daDivisão­de­Estudos­e­Projetos­daSME,­Ronyson­Camilo­Soares,­otrabalho­desenvolvido­nesses­locaisé­pedagógico.­“Orientar­as­visitastrás­ (re)significação­dos­espaços­eáreas­ livres,­ já­que­as­ criançasvivenciam­aquilo­que­aprendem­nasala­de­aula­e­adquirem­consciênciaambiental”,­destaca.

No­Parque­Zoológico,­a­ação­“O

Cerrado­pede­paz”­tem­como­obje-tivo­alertar­os­educandos­sobre­aexploração­do­bioma­cerrado­e­apreservação­das­espécies­ameaça-das­de­extinção­como­a­ lontra,arara,­onça­pintada­e­lobo­guará.­Aprogramação­ inclui­palestras,­ tri-lhas­sensitivas­e­monitoradas,­brin-cadeiras,­ teatro­de­ fantoche,­expo-sição­e­visita­aos­animais.

Para­o­apoio­técnico­pedagógicodo­Núcleo­de­Educação­Ambientaldo­Parque­Zoológico,­Sônia­Reginade­Faria­Felipe,­ todos­devem­terorgulho­do­Cerrado.­“Devemos­res-saltar­para­as­crianças­e­visitantes,­abeleza­e­o­valor­que­tem­o­bioma­denosso­estado.­ Infelizmente,­a­ faltade­cuidado­tem­causado­devastaçãopelo­crescimento­das­ lavouras­equeimadas”,­afirma.

Na­Vila­Ambiental,­ os­alunostambém­realizam­ trilhas­ e­ temacesso­à­oficina­de­dobradura­deanimais­do­ cerrado,­palestras,vídeos­ambientais,­ contos­ literá-rios­ e­músicas­ educativas.­Deacordo­com­Letícia­Barbosa,­coor-denadora­ pedagógica­ da­ VilaAmbiental,­ os­ técnicos­ tambémpretendem­despertar­a­ consciên-cia­de­preservar­o­bioma­cerrado.

“É­importante­que­os­educandos

percebam­e­valorizem­a­fauna,­queestá­ameaçada­e­a­flora­rica­e­diver-sa,­que­precisa­ser­estudada.­Nesseambiente­podem­ser­encontradosuma­diversidade­de­remédios­eprodutos­alimentícios”,­afirma.

SUSTENTABILIDADE

Feito­de­ forma­ transdisciplinar,os­trabalhos­desenvolvidos­na­VilaAmbiental­e­Parque­Zoológi­co­têma­presença­de­educadores­de­varia-das­áreas,­como­biologia,­educaçãofísica,­geografia­e­pedagogia.

Para­Ângela­Ramos­Silva­Gon­-dim,­monitora­do­Parque­Zooló­gico,

os­alunos­que­visitam­o­espaço,devem­ter­a­sensação­que­pertencemao­Cerrado.­“As­crianças­e­adoles-centes­são­sensíveis­e­colocam­emprática­lições­de­educação­ambientale­sustentabilidade.­É­um­trabalho­decurto,­médio­e­longo­prazo”,­afirma.

Segundo­Márcia­Ferreira­Costa,professora­ regente­da­ turma­deEducação­ Infantil­ da­ EscolaMunicipal­ Padre­ Zezinho,­ ascrianças­ têm­curiosidade­ com­atemática­ambiental­ e­ compreen-dem­muito­bem­o­conteúdo­traba-lhado­e­os­projetos­desenvolvidosna­unidade­de­ensino”.­Destaca.

No mês das comemorações do Dia Nacional do Cerrado, 4,6 mil educandos da rede municipal de Goiânia festejam a data em várias atividades no Parque Zoológico e Vila Ambiental

Salve oCerraDo

O projeto“O Cerrado pede paz” tem como objetivoalertar os educandos sobre a exploração do bioma

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simpósio do cerradoTambém­neste­mês,­a­Escola

Municipal­Bom­Jesus,­ localizadano­Jardim­Novo­Mundo,­promo-ve­ entre­ os­dias­ 21­ e­ 27,­ o­VSimpósio­ do­Cerrado,­ com­otema­“Lixo:­ (re)­educar­é­possí-vel!”­A­expectativa­é­que­cerca­de800­pessoas­participem­por­diado­evento,­entre­alunos,­pais,­ser-vidores­e­comunidade­do­bairro.

Na­quinta­edição­do­Simpó­-sio,­a­ temática­ lixo­visa­contri-buir­para­a­formação­de­sujeitoscríticos­e­conscientes­do­seupapel­junto­à­sociedade,­na­rela-ção­com­o­Cerrado­e­as­questõesambientais­na­cidade­de­Goiâ­-nia.­As­ações­educativas­serãodesenvolvidas­ por­ meio­ depalestras,­teatro,­feira­de­ciênciase­apresentações­culturais.

De­ acordo­ com­ CristianeHelena­Tomaz­de­Oliveira,­ inte-grante­da­Comissão­Organizadorado­evento­e­secretária­geral­da­ins-tituição,­o­Simpósio­acrescenta

muito­ao­aprendizado­dos­alunos.“A­cada­ano,­o­Encontro­e­a­comu-nidade­evoluem­conjuntamente,­aparticipação­e­ interesse­aumen-tam”,­destaca.

A­programação­do­Simpósioinclui­ shows­ dos­ cantoresPádua,­Luiz­Augusto­e­Juraildesda­Cruz;­ exposições­de­ fotogra-fia­do­ambientalista­ João­Cae­-tano­e­artista­plástico­Au­cizer;apresentação­do­Ciranda­daArte­ e­Escola­de­Circo­DomFernando.­Na­ocasião,­os­visi-tantes­também­poderão­adquirirartigos­artesanais­e­ conhecerprodutos­do­Cerrado.

Durante­essa­semana,­a­partirde­terça-feira,­17,­os­alunos­parti-cipam­de­ação­preparatória­parao­evento.­Estão­previstas­palestrasda­Companhia­de­Urbanizaçãode­Goiânia­(Comu­rg)­sobre­coletaseletiva­e­reciclagem,­e­recolhi-mento­e­separação­do­lixo­nasproximidades­da­escola.

As programações do mês do Cerradoincluem diversas atividades, comopalestras, trilhas, brincadeiras e oficinas

Os educandos escrevem e penduram naÁrvore dos Sonhos o que aprenderamdurante a visita no Zoológico

Na VilaAmbiental, os monitorestambémtentamdespertar aconsciênciapara apreservaçãodo Cerrado

Oseducadoresde diversas

áreasrealizamtrabalho

transdisciplinar com os

alunos

fotos: luIz fErnanDo HIDalGo

“Os­educandos­ trazem­relatosde­experiência­de­ casa­e­na­ insti-tuição­ têm­acesso­a­mais­ informa-ções,­que­promovem­entusiasmona­hora­de­aprender­e­alegria­paraas­famílias­e­para­a­própria­escola,que­cumpre­o­seu­papel­de­ensinar”,­salienta­a­professora.

Ao­final­da­atividade,­os­educan-dos­ escrevem­ e­ penduram­ naÁrvore­dos­Sonhos­o­que­aprende-ram.­No­galho­encontrado­na­matapróxima­ao­Parque,­seco­e­sem­vida,Raíssa­ Batista­ e­ Éder­ José­ deAssunção,­alunos­da­primeira­sérieda­Escola­Municipal­Padre­Zezinho,

deixaram­seus­desejos.“É­proibido­ jogar­lixo­na­floresta,

colocar­fogo­no­cerrado­e­dar­comidaaos­animais­do­Cerrado.­As­pessoasnão­devem­destruir­a­vegetação­e­osanimais­e­sim­preservar­e­salvar­ondevivemos”,­contam­os­educandos.

As­ações­ em­comemoração­aoDia­Nacional­do­Cerrado,­prosse-guem­até­o­dia­27­de­setembro­narede­municipal,­nos­turnos­matuti-no­e­vespertino.­O­agendamentode­visitas­na­Vila­Ambiental­é­feitopelo­ telefone­ 3254-4602­ e­ noParque­Zoológico­pelo­número3524-1412.­(DAniELA REzEnDE)

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Entrevista

Daniel Cara

Riqueza negra na educaçãoCoordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação considera que concentração dos recursos do pré-sal,destinados à educação e saúde, nas mãos da União pode dificultar os investimentos nas escolas públicas

Mariana VazEditoria de educação

Na semana passada, apresidente Dilma Rousseffsancionou a lei que define adestinação dos royalties do

petróleo para a educação e saúde. O textodetermina que 50% de todos os recursosrecebidos pelo fundo social do pré-sal,bem como 75% dos royalties do petróleo,sejam investidos nas áreas de ensino,enquanto 25% desses royalties estejamligados a investimentos em saúde.

Apesar de já estar em vigor, a lei aindatem muitos pontos a serem debatidos,conforme destaca Daniel Cara,coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Em entrevistaexclusiva ao Escola, ele diz que, embora a destinação dos recursos tenha sidodecidida de modo a beneficiar a EducaçãoBásica, gerida por redes municipais eestaduais de ensino, tudo ainda estácentrado no governo federal. “Vaidepender da União fazer a distribuição dareceita ou então teremos que esperar seis,sete anos, quando novos postos licitadosterão suas receitas incorporadas às redespúblicas municipais e estaduais deensino”, alerta, acrescentando quesomente um outro projeto de lei podeacelerar essa destinação.

Segundo ele, somente com aaprovação do Plano Nacional daEducação (PNE) será possível traçarmetas e delimitações de vinculação dasreceitas do pré-sal a essas redes.“Enquanto isso não acontece, éimpossível dizer como e quando esses

recursos chegarão às salas de aula”. Nessa entrevista, Cara comenta

também sobre o leilão de Libra, uma dasmais importantes áreas de exploração depré-sal do país e sobre a grandeoportunidade que o Brasil tem agora dese tornar uma grande potência econômicano futuro. “Estamos vivendo o nossoúltimo bônus demográfico, com umgrande número de crianças eadolescentes. Ou nós aproveitamos omomento e investimos nessa grandepopulação de jovens que temos agora ouentão, no futuro, teremos muitaslimitações para conseguir suprir asnecessidades do país”, analisa.

Com a publicação na lei que destina os royalties do petróleo para educação e saúde, quais os benefícios podemosenumerar que esses recursos trarão para os estados e municípios?

O texto, do jeito que foi aprovado, já é uma vitória. O único problema a serresolvido trata da concentração dosrecursos na União porque tanto o fundosocial do pré-sal quanto os royalties departicipação especiais vão chegar primeiroà União para só depois serem destinadosaos estados e prefeituras. Com isso, temosque criar uma forma de repassar essesrecursos, hoje concentrados na União,para estados e municípios. Esse é o pontochave. Os royalties de participação e ofundo do pré-sal são os que mais vãotrazer recursos pelos termos técnicos dalei, mas vão concentrar suas receitas todasa nível federal. Vai depender da Uniãofazer a distribuição da receita, ou entãoteremos que esperar seis, sete anos, mo-

DIVulGaÇÃo

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mento em que novos postos licitadosterão suas receitas incorporadas àsredes públicas municipais e estaduaisde educação.

E como será feita essa distribuição?Hoje não há distribuição nenhuma.

Está tudo centrado na União. Nóspropomos que um novo projeto de leiestabeleça essa descentralização. Naeducação, já temos um meio de fazer issopaliativamente, que é vincular essesrecursos ao Fundeb (Fundo deManutenção e Desenvolvimento daEducação Básica e de Valorização dosProfissionais da Educação). Só que issoprecisa ser regulamentado em um projetoposterior, já que, infelizmente, não foitratado no texto aprovado e sancionadopela presidente Dilma Rousseff. No casoda saúde pública é ainda maiscomplicado, porque não temos nenhummeio atualmente de vincular e distribuiresses recursos.

Em que pontos da educação devemos focarpara a destinação dos recursos?

A prioridade agora é para a EducaçãoBásica, como está posta na lei. E para quea Educação Básica seja contemplada,volto a dizer que será preciso distribuir osrecursos entre os estados e municípios,que são justamente os entes federados quegerem as principais redes públicasbrasileiras. Para priorizar a EducaçãoBásica, como pede a lei, é preciso que orecurso chegue lá na ponta.

Já existe previsão de valores exatos emrelação aos futuros investimentos?

O benefício, à princípio, começa achegar a partir do ano que vem. SerãoR$2,8 bilhões por ano, mas a previsão é de que, a partir do décimo ano da lei,esse valor esteja entre R$30 e 40 bilhões,muito embora esse cálculo esteja atreladoao preço do petróleo.

Há uma previsão de quanto tempo essebenefício estará disponível? Afinal decontas, é preciso salientar que o petróleo é uma fonte finita...

Essa questão não foi tratada nessa lei.Esta é uma questão a ser lidada com adiscussão da nossa matriz energética. Oponto central é que a única forma doBrasil ter algum sucesso no futuro,havendo ou não petróleo, é conseguindoagregar mais valor ao seu trabalho e àremuneração. Aumentar a renda do

trabalhador, essencialmente, é o desafio doBrasil.

E por que esse é o maior desafio?Porque vamos ter, a partir de 2040,

uma população essencialmente formadapor adultos e idosos. Uma população queenvelhece muito rápido. Temos queaumentar a qualidade de educação dotrabalhador para que ele tenha uma rendamaior. Esse é o desafio que hojeprecisamos superar para ter espaço naeconomia global. Aplicar esses recursos do petróleo na educação, especialmenteno ensino público, significa dar a chancedo cidadão brasileiro ter maior capacidadede qualificação no futuro e melhorar aformação nacional. Ao mesmo tempo,estamos vivendo o nosso último bônusdemográfico, com um grande número decrianças e adolescentes. Ou nósaproveitamos o momento e investimosnessa grande população de jovens quetemos agora ou, então, no futuro teremosmuitas limitações para conseguir suprir asnecessidades do país.

Então esses recursos do pré-sal virão emum bom momento?

Acho que estamos numa situação boa.Descobrimos um grande reservatório depetróleo, que pode gerar muitas riquezase essa riqueza deve ser aplicada em uminsumo muito importante, que é aeducação. Acho que saberemos aproveitarbem, pelo menos desta vez, uma riquezatão importante como a do petróleo. Agora,para isso, é preciso rediscutir a formacomo vai se dar o leilão de Libra, que é opoço mais importante do pré-sal em todoo país.

Quando será esse leilão e que detalhes osenhor tem sobre isso?

O leilão será realizado no dia 21 deoutubro, mas o governo está propondoum preço muito baixo para oscompradores. É algo completamentecontra-producente. É um poço de petróleoimportantíssimo e que talvez representemais de 50% da riqueza de todo o pré-sal eque pode ser vendido a um preço muitobaixo. A prática internacional de partilha é80-20, na qual 80% do excedente em óleovai para o Estado e 20 para a empresa. Aproposta inicial desse leilão é de 40 para oEstado e 60 para a empresa. É precisorever a prática desse leilão.

E porque uma área tão importante estásendo vendida dessa forma?

Porque o governo acredita que a nossamatriz energética será substituída muitorapidamente, de forma que é melhorexplorar o pré-sal enquanto é tempo. Noentanto, não existe nenhum indicadoreconômico ou científico que indiqueclaramente que o petróleo será tãorapidamente destituído. O fato é quepoderíamos vender por um preço bemmelhor uma riqueza tão importante e,assim, aproveitá-la melhor.

A sociedade está mais atenta a esseassunto?

Vincular a metade do fundo social dopré-sal e não apenas seus rendimentos àeducação pública e à saúde foi umaimportante vitória da sociedade e fez comque a sociedade pautasse o governo nosentido de forçar a garantir o direito àeducação. Nisso, nós fomos vitoriosos.Agora, nós precisamos fazer com que essedinheiro chegue, de fato, na outra ponta,que é a educação.

Esse é um dos próximos desafios dacampanha?

É sim. Nossa luta será no sentido devincular o recurso do petróleo ao sistemade ensino através do Fundeb, além de fazercom que isso garanta a valorização dosprofissionais da educação.

Em quanto tempo esses recursos estarãodisponíveis às escolas?

Para conseguirmos aprovar uma novavinculação ao Fundeb, vamos precisarprimeiro aprovar o Plano Nacional deEducação (PNE) para que esta vinculaçãoesteja delimitada no plano. Este já é outrodesafio a ser vencido.

Quem é e o Que faz?

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daniel tojeira Cara é mestre em CiênciaPolítica e bacharel em Ciências sociais pelaUniversidade de são Paulo (UsP). Écoordenador geral da Campanha nacionalpelo direito à educação e diretor daCampanha Global pela educação.representou, como vice-presidente, asociedade civil na mesa diretora doConselho nacional de Juventude entre2005 e 2007. É conselheiro do Centro dedireitos Humanos e educação Popular doCampo Limpo (CdHeP).

“Aplicar os recursos do

petróleo na educação

pública significa dar

a chance do cidadão

brasileiro ter maior

capacitação de

qualificação

no futuro”

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Aline ÁthilaEstagiária convênio tribuna/Puc

Apesar de ter apenas 11 anos,Hector Ângelo Melo Briet deAlmeida é autor de quatrolivros. Dois deles (4 Stars -

Um Fenômeno pop e A Transformaçãode joca) serão lançados na próximasexta, 20, dentro da quinta edição doprojeto literário do Sesc Goiás (ServiçoSocial do Comércio).

Além do jovem escritor, mais quatroautores goianos integram o time que lan-çará suas obras durante coquetel realiza-do na biblioteca do Sesc da Rua 19, às19 horas, com entrada franca.

Realizado anualmente desde 2008, oprojeto já lançou cerca de 120 novosescritores, dando espaço aos destaqueslocais, como o jovem prodígio Hector,que começou a escrever aos 7 anos deidade e sonha em assinar produçõespara a televisão.

A mostra literária tem o objetivo deselecionar escritores do Estado paradivulgar suas obras, proporcionandomaior divulgação, valorização e reconhe-cimento, bem como estimulando a pro-dução artístico-cultural.

Segundo o técnico de cultura do Sesce organizador do evento Wellin gton Dias,essa é uma oportunidade única para osescritores locais lançarem seus livros,tendo em vista que as leis de incentivonão fornecem recursos para a divulgaçãodas obras, apenas para a confecção.

Segundo ele, o Sesc arca com oespaço, o coquetel, a organização dolocal e a divulgação do evento, “já que

os escritores não podem utilizar a verbadas leis para esse fim. Desse modo,diversas produções que antes ficavamrestritas por falta de apoio, agora tive-ram a chance de se tornarem públicas.”

Outra iniciativa do projeto é o espaço

Escritor Goiano, localizado dentro daBiblioteca do Sesc da Rua 19. O localabriga várias pérolas da produção literá-ria goiana e a cada edição enriquece oseu acervo através das doações dos auto-res que participam dos lançamentos.

Projeto literário doSesc Goiás abreespaço para diversosescritores goianos

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Sinestesia

A vez e a voz dosautores goianos

A paixão de Hector Ângelopelos livros começou com osdesenhos e a contação de histó-rias até passar para o relato deseus próprios contos e, em umpulinho, nascer o primeiro livro AGirafa que foi ao Espaço, lança-do com apoio de familiares e dealgumas entidades.

Contou ainda com o legado doavô, que no dia do lançamentotambém estreava seu décimoromance. “Como eu gosto muitode girafas, decidi colocá-la emuma aventura”, explica.

As propostas de trabalhos vie-ram logo em seguida, com a pro-dução de uma campanha publicitá-ria que virou o segundo livro intitu-lado Maricota - À Procura deSapatos e ainda a adaptação dotexto para o roteiro de uma peça deteatro com marionetes.

Além dessa projeção, Hectorabriu a Semana Ciranda Ciran -dinha, promovida pela BibliotecaCentral da UnB em 2010, ondeapresentou livros para alunos deescolas públicas do DistritoFederal e realizou uma exposiçãocom ilustrações.

Para este ano, o escritor mirimfoi novamente convidado para par-ticipar do evento. Sobra fôlegoainda para dar palestras e aindaelaborar as bonecas integrantes dabanda 4 Stars e produzir o clip damúsica Fama com arranjo e meló-dia de Fernando Cerrado.

ROTEIRISTAApesar da pouca idade, Hector

tem as mesmas responsabilidadesde uma criança de sua faixa etária.Para o futuro, ele espera se tornarum grande roteirista. “Quero serescritor de novelas e cineasta.”Atualmente, o garoto se dedica aencantar as crianças com o blogHector Ângelo, onde produz umreality show. Ele também estáescrevendo sua segunda novela.

Fazer faculdade de teatro ecinema são outras ambições doescritor mirim, que diz buscar ins-piração nos personagens dese-nhados para, em seguida, criarsuas próprias histórias.

O poder das letrinhas

saiba mais...X

Confira as obras que serão lançadas pelo projeto a Alergante - A Visão de um Anjo religioso - robson mendes de Azevedo Filhoa Pedagogia trágica: Um Pensar Humano na educação - Paulo Petronilio Correiaao secreto nome do Livro - Alexandre bonafima Piracema - memórias de um Pescador Amador - edson Pinto rodriguesa o Patinho da Galinha - izaura maria ribeiro Francoa 4 stars- Um Fenômeno pop - Hector ângelo melo briet de Almeidaa A transformação de Joca - Hector ângelo melo briet de Almeida

o quê? - Lançamento de livros de vários autores goianos onde? - biblioteca damas Pereira Urzeda (sesc da rua 19, Centro) Quando? - sexta, 20 de setembro, às 19 horasQuanto? - entrada franca

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agende-se

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Hector Ângelo: o jovem escritor se destaca pela grande versatilidade artística

Paulo José

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Lazer

Palavras cruzadas diretas

Goiânia Mostra Curtas abrenovamente espaço paracapacitação de profissionais

Cinema

Oficinas dequalificação

Aline ÁthilaEstagiária convenio Puc/ tribuna

Com ênfase na formação e qua-lificação de profissionais, a 13ªedição do Goiânia MostraCurtas recebe inscrições para

três oficinas cinematográficas até o dia 18de setembro. A capacitação será ofereci-da nas áreas de construção de figurino,narrativa e adaptação de obras literárias.

Inspirada na Copa do Mundo, queserá realizada ano que vem no Brasil, aorganização do festival investe tambémna importância do esporte para a vidados brasileiros, trazendo o tema “FutebolArte”. Noventa filmes em curta-metra-gem, divididos em seis categorias, jáforam selecionados para essa edição.

As inscrições podem ser feitas pelosite www.goianiamostracurtas.com.br eas vagas serão distribuídas, preferencial-mente, entre os candidatos residentes noEstado de Goiás. A seleção será feitamediante análise de currículo, com adivulgação dos aprovados no dia 20 desetembro pelo site do festival.

As atividades são dirigidas a cineas-tas, produtores, roteiristas, estudantescom interesse em roteiro e figurino edemais interessados. Os selecionadosdeverão validar a inscrição no escritóriodo Icumam entre os dias 21 e 24 desetembro, até às 16 horas.

Os selecionados deverão pagar umataxa simbólica de R$15, com exceção daoficina 'E se eu Fosse o Autor?', cujovalor ainda será definido.

O 13º Goiânia Mostra Curtas, queeste ano será realizado de 8 a 13 de outu-bro, conta com o patrocínio da Petrobras,Fundo Nacional de Cultura, Secretariado Audiovisual do Ministério da Culturae Oi Futuro, via Lei Goyazes, e apoio doSebrae Goiás.

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oficinas com inscrições abertas

a Construindo o Figurino - comfigurinista Joana Gatis

a Laboratório (Princípios eFerramentas da narrativaAudiovisual) - com o produtor decinema Aleksei Abib

a e se eu Fosse o Autor? -Produção de Vídeo eAdaptações Literárias - com oseducadores Aluísio Cavalcante e Leila dias. Para crianças

de 7 a 10 anos.

o quê? - oficinas da 13ª Goiâniamostra CurtasQuando? - Até o dia 18 de setembro Quanto? - Gratuitoinscrições pelo sitewww.goianiamostracurtas.com.br

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saiba mais...

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agende-se

Aluísio Cavalcante ministraoficina para crianças

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Cinema

Novo lançamento daDisney, Aviões

explora universo das aeronaves, umoutro fascínio decrianças e adultos

Mariana VazEditoria de educação

Dusty é um jovem avião agrícolaque sonha em competir namais e mocionante corridaaérea ao redor do mundo. Mas

para isso ele terá que lidar com um peque-no detalhe: seu medo de altura! Além dofato de não ter sido projetado exatamentepara corridas.

A boa notícia é que, para alcançar seusobjetivos, ele contará com a ajuda de mui-tos amigos e do aviador naval Skipper, queo auxiliará nos treinos para a grande com-petição.

Este é o enredo de Aviões, mais recen-te produção animada dos estúdios Disney.O filme, que estreou nos cinemas brasilei-ros no último final de semana, segue amesma fórmula de outro grande sucessoinfantil: o filme Carros.

Basta observar os amigos de Dusty, asvelhas empilhadeiras, e outros carros queservem de suporte à manutenção dasaeronaves. Todos são muito parecidoscom os personagens de Cars, lançado pelaDisney em 2006 em parceria com a Pixar.Aqui, eles viraram coadjuvantes.

Os protagonistas 'rasgam' o céu emma nobras arriscadas e com isso prendema atenção das crianças e dos adultos. Ocurioso é ver co mo Dusty, sem nenhumadas tecnologias de seus oponentes, é capazde fazer coisas incríveis.

A história mostra que mais do queaparência e dinheiro, é preciso ter cora-gem, persistência e um pouco de sortepara alcançar o sucesso. Afinal, o quegarante a entrada de Dusty na corridaaérea é o azar de outro competidor.

Na grande competição, ele conheceaviões de todo o mundo, como o mexica-no El Chupacabra, a francesa Rochelle, aindiana Ishani e o vilão Ripslinger, quefará de tudo para ver Dusty falhar.

O longa animado, também em versão3D, tem produção de john Lasseter e tri-lha sonora de Mark Mancina.

Um céu de cores e

Uma competição entreaviões é o novo temaexplorado pela Disney

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