2015.Questões Heidegger

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Por que a teoria sobre a obra de arte do Heidegger no poderia ser transposta em uma teoria da interpretao das pessoas? Ou como expandir a teoria de Heidegger para dar conta desta questo, h a uma teoria do sentido? Se a obra de arte contm sentidos ento no possvel extrair ou desenvolver a verso heideggeriana para uma concepo mais geral da linguagem?

Pensando que para Heidegger a OBRA DE ARTE depende de uma trade:Artista (o criador)Obra (coisa)Leitores (aqueles que salvaguardam)

O artista produz a obra, que um objeto do mundo cheio de sentido, os leitores interpretam e mostram o sentido apreensvel da obra, o ser da obra, sua essncia, a verdade revelada por ela, o outro que ela remete e se torna smbolo. O smbolo um objeto do mundo que contm essa capacidade de imediatamente remeter o observador s suas vivncias.

Onde se encontram os sentidos que podem ser revelados, apreendidos da obra de arte? Pegamos como exemplo os Jogadores de Cartas de Czanne. H muito o que se revelar sobre a arte do jogo de cartas, do jogo silencioso, da operao com objetos (com mais ou menos fora, mais ou menos valor) e suas regras. Estes sentidos, essa traduo, no ditos da obra so ditos pelo Sujeito que experincia a obra, mas a obra que fala ao Indivduo. Ns, que experenciamos as obras de arte, somos apenas vozes daquilo que est calado diante de ns, mas que grita, que convida o olhar, convida a reflexo. Refletir repousar a mente frente ao que est posto diante, produzir os sentidos no ditos daquilo que est mudo. Se no nos pormos diante da obra e refletir sobre aquilo, se silenciarmos essa experincia dificilmente conseguiremos reproduzi-la novamente a no ser que sejamos transpostos a obra novamente. A finitude da obra de arte depende da finitude da experincia temporal.

A finitude da experincia humana mais complexa. Ns perdemos os possveis sentidos com os outros seres humanos quando no as temos mais por perto, seja pela distncia de espao, seja pela distncia das rusgas, das amarras, seja pelo nossa necessidade de se mostrar aos outros, seja pela morte. A relao entre dois indivduos o conflito entre esses dois polos. Qu so estes polos? Como criar entre duas pessoas? Como vivenciar a experincia ao mximo? Como rir das coisas todas? Como fazer o outro falar do mesmo modo que a obra fala? Como trazer luz aquilo que est sendo dito e o que no dito pelas palavras do outro? Como ler as palavras do mesmo modo como lemos os quadros? Na finitude desta relao repousa o silncio, falamos em nossas cabeas, mas nunca para o outro. O outro fica guardado em ns para uma prxima, para o dia seguinte, para o prximo encontro. Como guardamos os outros? Como guardar os outros como guardamos a experincia da obra de arte? Pergunto isto uma vez que sem dvidas a capacidade de mobilizao sensitiva, emocional, da obra de arte uma das experincias mais potentes que podemos ter como indivduos, somos, sem dvidas, transpostos para um novo mundo, belo, delicado, sensvel. Um novo mundo que o mesmo mundo que habitamos, mas so novos aspectos deste mesmo lugar que repousa embaixo de todos ns. Como ter esse respeito pela obra, como ter esse respeito por essa mobilizao a ponto de transpormos aos outros, as pessoas? O mundo feito de gente e como gente lidaremos com ele. A filosofia que conquistar isso lidar com o horror e com a beleza da terra. O encantamento que a arte produz pode ser o encantamento que o mundo produz em ns e qual seria o retorno? Como dar de retorno ao mundo? Como extrair dessa experincias entre nossos semelhantes os sentidos fortes e no os sentidos que extravasam as obras, por exemplo. Como revelar o ser por trs? Talvez, o melhor jeito seria analisando o trabalho individual, os gostos, conversar sobre o que toca a pessoa, mostrar e retribuir num jogo de gestos e sensaes e gostos, ideias, modos de pensar. So trocas de prticas, de atitudes, de coisas que fazemos em nossos dia-a-dia que nos fazem bem. Sem dvidas, finalmente acho que compreendi o que Wittgenstein e Goethe disseram, e digo com coragem e de mo forte: no princpio era o ato, a vida composta de prticas.

Agora, se pensarmos que os indivduos, que as pessoas do mundo, tambm so passveis de serem interpretadas, traduzidas em linguagens que elas produzem sentidos seja como objetos visuais, seja como seres falantes, seja como agentes , mas esses sentidos so mais complexos que a obra de arte que possui uma finitude em si. O ser vivo no contm essa finitude como a obra, contm uma finitude mais larga.

Falante/Agente (inteno)

Sentido proferidoSentido (apreendido pelo ouvinte)

Dentro do sentido proferido existem os diferentes sentidos passveis de serem interpretados. O sentido proferido a obra.

Relao: Sentido (relao conotativa, no est no quadro, mas no jogo de leitura do quadro relao com a coisa da obra) / Significado (est ligado com essa coisa, significante, da obra) o significado um referente um ente, o ser da obra, o ente que se revela na obra, valor semntico, extensional, apontvel, denotativo, mas mesmo assim o significado uma funo veritativa, que define verdadeiro ou falso. Se o referente coincidir com o significado ento extrai-se o valor da funo de verdade.