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    AGRESSIVIDADE E PSICANLISEDr. Wagner Paulon

    2009A Agressividade constitucional e necessria para auto conservao e

    conservao da espcie, porque possibilita nos posicionarmos nassituaes e construirmos coisas. Ela est relacionada ao

    Todos os seres humanos (e inclusive os animais) trazem consigo umimpulso agressivo.

    A agressividade um comportamento emocional que faz parte daafetividade de todas as pessoas. Portanto, algo natural.

    Nas sociedades ocidentais, bastante competitivas, a agressividadecostuma ser aceita e estimulada quando esta vale como sinnimo deiniciativa, ambio, deciso ou coragem.

    A agressividade um tipo de comportamento normal que se manifestanos primeiros anos de vida.

    Na infncia, a agressividade uma forma encontrada pelas crianaspara chamar a ateno para si. uma espcie de reao que adquire

    quando est frente de algum acontecimento que faz com que se

    sintam frgeis e inseguras.Na fase adulta, a agressividade se manifesta ainda como reao a fatos

    que aparentemente induzem o indivduo disputa e ainda asentimentos.

    A agressividade uma qualidade natural, humana ou animal, que tem afuno de defesa diante dos perigos enfrentados e dos ataques

    recebidos.

    Agressividade e medo so emoes fundamentais na sustentao de

    processos decisrios.A agressividade uma forma de nos protegermos, de dar limites, em

    famlia ou no trabalho.

    A ao est na agressividade, e a reao na violncia.

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    Classificao da agressividade humana1.Agresso hostil (hostilidade)

    Agresso hostil emocional e geralmente impulsiva. um comportamento que visacausar danos ao outro, independentemente de qualquer vantagem que se possa obter.Agresso hostil quando, por exemplo, um elemento que conduz um veculo colide

    propositadamente na traseira do automvel que o ultrapassou. Este comportamentos trouxe desvantagens para o prprio: tem de pagar os danos do seu carro, do carrodo outro condutor, podendo ainda vir a ter problemas com a justia. O termo raiva

    pode designar esse sentimento em oposio agresso premeditada.

    2.Agresso instrumental

    aquela em que planejada visa um objeto, que tem por fim conseguir algo

    independentemente do dano que possa causar. , freqentemente, no impulsiva.Como exemplo de agresso instrumental: o assalto a um banco; pode ocorrer nodecurso da ao uma agresso, mas no esse o objetivo. O seu fim conseguir odinheiro, a agresso que possa surgir um subproduto da ao.

    3.Agresso direta

    O comportamento agressivo dirige-se pessoa ou ao objeto que justifica a agresso.Na agresso sexual o objeto almejado confunde-se com o motivo da agresso nacategoria acima descrita. Os motivos fteis opem-se defesa da vida como critrio

    de gravidade do ato agressivo.4.Agresso deslocada

    O sujeito dirige a agresso a um alvo que no responsvel pela causa que lhe deuorigem. Em animais tambm se observa esse mecanismo de controle dos impulsosagressivos.

    5.Auto-agresso

    O sujeito desloca a agresso para si prprio. Ex: Suicdio, auto mutilao.

    6.Agresso abertaEste tipo de agresso, que se pode manifestar pela violncia fsica ou psicolgica, explicita, isto , concretiza-se, por exemplo, em espancamentos, ataques auto-estima, humilhaes.

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    7.Agresso dissimulada

    Este tipo de agresso recorre a meios no abertos para agredir. O sarcasmo e ocinismo so formas de agresso que visam provocar o outro, feri-lo na sua auto-estima, gerando ansiedade. A teoria psicanaltica tem como explicao desta forma

    de agresso a motivao inconsciente.8.Agresso inibida

    Como o prprio nome indica, o sujeito no manifesta agresso para com o outro,mas dirige-se a si prprio. O sentimento de rancor um exemplo desta forma deexpresso da agresso. Algumas teorias psicolgicas tm a agresso inibida comocausa de diversas doenas psicossomticas. O grau mais severo do rancor pode serdesignado por dio, contudo ainda no existe um consenso para essa terminologia.

    ORIGENS DA AGRESSIVIDADE"Amor e dio constituem os dois principais elementos a partir dos quais seconstroem as relaes humanas. Mas amor e dio envolvem agressividade. Por outrolado, a agresso pode ser um sintoma de medo. [...] De todas as tendncias humanas,a agressividade, em especial, escondida, disfarada, desviada, atribuda a agentesexternos, e quando se manifesta sempre uma tarefa difcil identificar suas origens.Winnicott, 1939.

    PESSOA AGRESSIVADefinindo dentro de um parmetro psicolgico, a pessoa agressiva patolgica(processos neurticos infantis) aquela que reage a todo acontecimento, como sefosse uma competio, contenda ou disputa na sua leitura mental.

    A disputa passa a reinar na alma da pessoa; e se fizermos um levantamento dahistria do indivduo, descobriremos que desde cedo o mesmo se esforou emdemasia para no vivenciar a experincia da excluso.

    Devastadora a crtica para estas pessoas. Esta definio contempla os aspectosnegativos do fenmeno.

    A agressividade um divisor de formas de conduta ou personalidade, pois o oposto uma pessoa que vive em lamria ou autocomiserao.

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    J os agressivos tm uma precipitao de reaes ou sentimentos.

    A sociedade amplia o conceito de agressividade, considerando que a prpriasinceridade e autenticidade so resultados da mesma.

    AGRESSIVIDADE E CRESCIMENTOFundamental a agressividade para o crescimento e conquista do espao pessoa,sinal de que no se esta sendo passivo frente s imposies do social e dos outros.

    A agressividade no sinnima de falta de amor. Desta forma, casais que se amampodem ter momentos de agressividade, sentir raiva, dio e vontade de ficar longe poralguns instantes sem que isso signifique que no se gostam.

    AGRESSIVIDADE X NORMALIDADE XPATOLOGIA

    A agressividade um tipo de comportamento normal que se manifesta nos primeirosanos de vida.

    A agressividade uma forma encontrada pelas crianas para chamar a ateno parasi. uma espcie de reao que adquire quando est frente de algumacontecimento que faz com que se sintam frgeis e inseguras.

    Na fase adulta, a agressividade se manifesta ainda como reao a fatos queaparentemente induzem o indivduo disputa e ainda a sentimentos.

    A criana quando agressiva tenta despertar nos pais ou responsveis os sentimentosinternos que esses no conseguem perceber.

    Muitas vezes as crianas so rotuladas e castigadas pelo comportamento, porm importante conhecer primeiramente as suas causas, para que se aplique algum tipode manifestao relacionada agressividade. O adulto, por sua vez, quandoagressivo reage precipitadamente a qualquer tipo de acontecimento, o que

    possivelmente causa traumas inesquecveis. Tambm age como forma de depositar

    sentimentos negativos como raiva, inferioridade, frustrao e outros.Por ser um comportamento normal que se inicia na infncia e que pode permanecerou no durante o amadurecimento do ser humano, existem terapias que auxiliam oagressor a controlar sua reao impulsiva diante dos acontecimentos que lhes

    parecem desafiadores. Tal reao deve ser estudada por um profissional e controlada

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    por quem a possui, pois pessoas agressivas normalmente no conseguem convivercom outras pessoas.

    COMPORTAMENTO AGRESSIVO

    O Comportamento Agressivo consiste na defesa dos direitos pessoais e expressodos pensamentos, sentimento e opinies de uma maneira inapropriada e no positivaque transgride os direitos das outras pessoas.

    O objetivo habitual da agresso dominar as outras pessoas. A vitria assegura-sepor meio da humilhao e da degradao. Trata-se, em ltimo caso, de que os outrossejam mais dbeis e menos capazes de expressar e defender os seus direitos enecessidades.

    O comportamento agressivo o reflexo de uma conduta ambiciosa, que tenta

    conseguir os objetivos a qualquer preo, inclusivamente se isso supe transgredir asnormas ticas e pisar os direitos dos outros. As conseqncias deste tipo decomportamentos so sempre negativas e as vtimas destas pessoas acabam, maiscedo ou mais tarde, por se sentir ressentidas e evitar a pessoa agressiva.

    COMPORTAMENTO AGRESSIVOTEM INFLUNCIA GENTICA

    Estudo conduzido por Juergen Hennig, PhD, contribui para o aumento de evidnciasque o tipo de comportamento agressivo que ns consideramos psicoptico ousocioptico tem algumas bases genticas que podem envolver nveis anormalmente

    baixos do neurotransmissor serotonina. Mais uma vez, polimorfismos do geneaparecem para influenciar diferenas individuais.

    Componentes especficos de agresso em 58 participantes pareceram relacionados aoalelo U (variao) de um gene chamado TPH, um marcador que deve estar ligado aoutro gene ainda desconhecido. Henning diz, "ligao significa que ambos os genesso transmitidos juntos, pois esto bem prximos no mesmo cromossomo.

    Os pesquisadores mediram gentipos apelidados de AA, AC e CC. O gentipo "AA"estava associado com os ndices mais altos de agresso, enquanto o gentipo "CC"estava associado com os ndices mais baixos.

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    Usando outra amostra de 48 homens, os autores tambm validaram a distino entre"hostilidade neurtica" e "hostilidade agressiva", esta ltima mais violenta e semsentimento de culpa. Os autores dizem que sua descoberta enfatiza o valor dedistinguir entre os diferentes aspectos de agresso.Finalmente, apenas os homens "agressivamente hostis" liberaram ndices altos de

    cortisol, o hormnio chave do estresse, depois de tomar uma droga antidepressivaque torna a serotonina mais disponvel no crebro.

    Os autores especulam que, depois de serem privados de serotonina, os receptoresneurais desses homens estavam sensveis e reagiram alm do normal, em parte por

    produzirem cortisol extra.

    Juntando as trs descobertas, Henning conclui que, "Ns descobrimos que ospolimorfismos do gene contribuem para a variao que pode ser encontrada nostestes neuro-endcrinos e questionrios de personalidade em indivduos saudveis.

    Isso demonstra que certos aspectos de comportamento relacionam-se a sistemasbiolgicos, tais como os sistemas neurotransmissores.

    COMPORTAMENTOSAGRESSSIVOS X PAIS.

    A ausncia de limites, a tolerncia excessiva dos pais, a falta de tolerncia perantefrustraes, violncia fsica ou emocional, ausncia de carinho so fatores que

    provocam comportamentos agressivos, porm interessante observar tambm se a

    criana no est passando por um momento de transformao em sua famlia, comoseparao dos pais, ganho ou perda de novos membros na famlia, seja pornascimento de irmo ou morte de algum querido.

    AUTISMO E AGRESSIVIDADEO autismo no causa agressividade. Qualquer pessoa pode se tornar agressiva sejaela autista ou no. Deve-se investigar em cada caso o que estaria mantendo aagressividade, pois, mais uma vez, nenhum comportamento vem do nada!

    INVESTIMENTOS BANCARIOS XAGRESSIVIDADE

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    As instituies Bancrias sugerem agressividade ao investidor e lista motivos para sepreferir as aes.

    VIOLNCIA X AGRESSIVIDADEA agressividade uma qualidade natural, humana ou animal, que tem a funo dedefesa diante dos perigos enfrentados e dos ataques recebidos.

    A violncia nos relacionamentos humanos, a agressividade desequilibrada, fora dassituaes de perigo, acontece fora e dentro das famlias. uma reao ao sentimentointerior de frustrao, de carncia, de incapacidade de amar, que desencadeiacomportamentos destrutivos, diante da privao ou impossibilidade de satisfazernossas necessidades naturais e atingir nossas motivaes.

    Todos ns temos necessidades naturais de alimentos (fome), de lquido (sede), de

    sono, de repouso, de atividade produtiva, de gostar de si mesmo (auto-estima), deafeto, de aprovao social, de independncia, de realizao Essas necessidadesnaturais criam motivaes dentro de todos ns, que se apresentam como anseios,ideais ou desejos, que buscamos satisfazer o tempo todo o nosso desejo defelicidade e paz, o desejo de sade, o desejo de sucesso, o desejo de riqueza

    A violncia, a agressividade desequilibrada, gera um ambiente doentio, interior eexterior. Gera medo, tenso, estresse, tristezas, ressentimentos, mgoas, culpas,inseguranas Sentimentos que esto na origem da grande parte das doenasfsicas.

    Agressividade constitucional e necessria para auto conservao e conservao daespcie, porque possibilita nos posicionarmos nas situaes e construirmos coisas.Ela est relacionada ao.

    A violncia sempre uma reao por algo passado ou presente. Por exemplo, nodesenvolvimento da criana ela pode sofrer abusos, espancamentos, maus tratos, etc.Mais tarde frente a determinados fatos ela pode ter uma reao, muitas vezesinconsciente, expressando uma violncia desmedida frente a situao. Muitas vezesdependendo do que o individuo submetido, ele pode apresentar uma reao de

    violncia. Um animal em cativeiro sempre violento.A violncia sempre uma reao e no uma ao.

    A agressividade est ligada a autopreservao, por que temos que nos posicionar,marcar espao e isso necessrio para vivermos em sociedade.

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    Toda vez que a violncia ocorre, ela est relacionada a algum fato de submisso nopassado ou no presente.

    A agressividade constitucional e est ligada a ao.

    A violncia uma reao e sempre est relacionada a um fato, passado ou presente.

    A ao est na agressividade, e a reao na violncia.

    DEPRESSO X AGRESSIVIDADEAlgumas vezes, quando deparamos com algum depressivo, percebemos apatia ecomentamos sobre sua falta de vitalidade. Existe a falta de "agressividade"?

    Mas o que dizer de pessoas que usam sua energia de vida para hostilizar e destruir?Estamos tratando nesse momento de agressividade negativa, geralmente utilizadacomo instrumento de expresso de sentimentos como mgoa, insegurana ouincapacidade de lidar com as frustraes.

    CRIANA E A AGRESSIVIDADEQuando pensamos em crianas, logo associamos imagem angelical de pureza edoura. Por isso nos causam grande espanto e desorientao ao ver atitudesagressivas em crianas pequenas.

    A agressividade uma fora instintiva que como outras so inatas em todos os sereshumanos. Especialmente a criana, expressa tudo o que mais essencial do serhumano, uma vez que ela ainda no completou seu amadurecimento moral eintelectual, ou seja, ela no tem recursos prprios para se relacionar com o mundo.

    Assim, nas crianas percebemos as caractersticas essenciais e instintivas do serhumano com a agressividade, porm individual de cada uma como e o quanto estase manifesta.

    O seu filho revela umas atitudes demasiadamente rebeldes, impulsivas e agressivas.

    Os seus sbitos ataques de raiva fazem-na temer pelo futuro, mas nem sempre a fria negativa. Os pais no sabem muito bem o que se passa.

    Os filhos andam muito irrequietos, agressivos e parecem estar a reagir com muitaarrogncia. Preocupados, os pais acham que se pode estar a passar alguma coisa e

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    concedidos, embora em outras situaes isso no possa suceder. No lhe explique omotivo porque a criana no pode fazer alguma coisa de maneira autoritria. Utilizeum caminho informal e de fcil entendimento para ele, alegando sempre coisas boas

    para o crescimento dele caso ele no faa o que deseja.

    Se julgar que o seu filho muito agressivo, fique, a saber, que essa agressividadetem o seu lado positivo. Expulsa as suas tenses e nervos internos, e essaagressividade um dos caminhos para perceber se no h problemas de maior com oseu pequeno mundo.

    Motivo para preocupao se a criana for demasiadamente certinha, calma epacfica. Por detrs dessa solido est sempre uma enorme tristeza e mgoa interior.

    Acompanhe e tente perceber todas as reaes do seu filho, pois todas elas possuemuma leitura importante e til para poder compreend-lo.

    JOGO X FALTA DE PACIENCIA XAGRESSIVIDADE

    Existe uma grande diferena entre agressividade e falta de pacincia; e a primeiratem sido uma tima desculpa para justificar a segunda.

    Jogar agressivamente sem duvida um caminho interessante para a vitria. Mas aagressividade tem que ser bem usada e tem que ser usada da forma correta. Pensenisso e veja se no esta confundindo agressividade com falta de pacincia.

    AGRESSIVIDADE XDESENVOLVIMENTOS

    GLANDULARES NO ADOLESCENTEO psiclogo Nicholas Allen, da Universidade de Melbourne, Austrlia, filmou 137adolescentes de 11 a 14 anos enquanto eles discutiam com os pais sobre assuntos

    "explosivos", tais como a hora de ir para a cama, deveres escolares, uso docomputador, etc. O nvel de agressividade demonstrado pelos adolescentes nessasdiscusses tambm foi comparado ao tamanho das amdalas cerebrais (no confundircom as amdalas palatinas...).

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    Foi observada uma correlao entre o tamanho das amdalas e a agressividade doadolescente.

    Parece que o crescimento descompassado das amdalas e do crtex pr-frontal poderia explicar fases de maior agressividade durante o desenvolvimento e a

    passagem da adolescncia vida adulta.

    AGRESSIVIDADE E VIOLENCIADOMESTICA

    Alguns consideram que o problema acontece devido a uma carncia emocionalexperimentada pela criana que se sente ferida; outros acreditam que a criana noteve fixados os seus limites. Perceberam que crianas e adolescentes desvantajados,expostos ao abandono, morte ou doena dos pais, ou submetidos intensa ansiedade

    gerada pelo ambiente das ruas, podem apresentar conduta agressiva (Fagan &Wexler, 1987).

    Quando os pais ferem-se mutuamente, abandonam as famlias ou ameaam suicidar-se, a ansiedade dos filhos esmagadora. Eles podem desenvolver um padrocrescentemente agressivo em suas relaes familiares, escolares e sociais (Wolff,1985).

    Foi encontrada associao entre privao emocional na infncia agresso fsica entreos pais, depresso materna, quebra precoce do vnculo me-filho, negligncia ou

    rejeio materna, nmero elevado de substitutos maternos, abuso fsico e sexual econduta violenta em adolescentes (Forchand, 1991; Assis, 1991).

    Histrias de abuso fsico e sexual tm sido relatadas por adultos e adolescentes queapresentam auto-imagem negativa, dificuldades de relacionamento e vazoinapropriada de impulsos agressivos (Dodge et al., 1991; Gil, 1990; Oates, 1984;Blomhoff et al., 1990).

    BULLYING

    Bullying um problema universal que atinge quase todas as pessoas, famlia, escola,trabalho ou comunidade em um momento ou outro, independentemente da idade,sexo, raa, religio ou status scio-econmico.

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    Bullying no s se restringe apenas s "escola", a questo do ASSDIO MORAL mais amplo e atinge constantemente toda sociedade do planeta terra, ocasionandograves problemas de sade mental e no bem-estar social.

    Os efeitos do bullying podem durar uma vida.

    O termo Bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais erepetidas, que ocorrem sem motivao evidente, adotada por um ou mais estudantescontra outro(s), causando dor e angstia, e executadas dentro de uma relaodesigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e odesequilbrio de poder so as caractersticas essenciais, que tornam possvel aintimidao da vtima.

    Aes Bullying

    Colocar apelidos, Ofender, Zoar, Gozar, Encarnar, Sacanear, Humilhar, Fazer sofrer,

    Discriminar, Excluir, Isolar, Ignorar, Intimidar, Perseguir, Assediar, Aterrorizar,Amedrontar, Tiranizar, Dominar, Agredir, Bater, Chutar, Empurrar, Ferir, Roubar,Quebrar pertences e outros.

    MEDO E AGRESSIVIDADE SOALIADOS NA TOMADA DE DECISES

    As empresas devem se preocupar com a capacitao emocional de seus empregados.

    S assim conseguiro o comprometimento necessrio incorporao de inovaesem favor da produtividade e competitividade. Agressividade e medo, por exemplo,so emoes fundamentais na sustentao de processos decisrios.

    Segundo o mdico-psiquiatra e especialista em terapia empresarial, PauloGaudncio, nunca perdemos o medo de errar. O que precisamos aprender amandar no medo para fazer as mudanas necessrias na vida familiar e nosnegcios, afirmou durante palestra aos participantes da Oficina Inovao daGesto Interna, na tera-feira (20), dentro da programao da 3 Semana deCapacitao do Sistema Sebrae, em Braslia (DF).

    Gaudncio citou a fadista portuguesa Amlia Rodrigues, a melhor no gnero h 50anos. Indagada sobre o que sentia ao subir ao palco, respondeu sem titubear: medo.Segundo Gaudncio, nossas emoes so nossos principais combustveis e devemos,

    portanto, saber lidar com elas. Se mandarmos no medo, ele nos ajuda a ser prudentes

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    e corajosos. Se ele nos vence, somos covardes. Se no o temos, podemos serirresponsveis. Tudo uma questo de equilbrio.O mesmo acontece com a agressividade que, administrada, sustenta a razo. Nosanimais, limita o espao vital. Nos homens, mais que isso: limita o espaoemocional. A agressividade, portanto, uma forma de nos protegermos, de dar

    limites, em famlia ou no trabalho. Sapo difcil de ser engolido. Mas, se engolidoscom ajuda de um bom molho, podemos at digeri-los. O que fcil de ser engolidoso os girinos do dia-a-dia. O problema que so impossveis de serem digeridos,afirmou.

    Segundo Gaudncio, engolidores de girinos so poos de mgoa, resultados de dioreprimido. Por isso, a importncia do dilogo, do feedback nas relaes familiares ede trabalho. E dilogo saber falar como depoimento e no como acusao. saberequilibrar agressividade e afetividade. O amigo aquele que fala para e no aqueleque fala de. Agressividade e medo so nossos aliados nos processos de mudanas,

    afirmou.

    SEROTONINA PODE AJUDAR NOCONTROLE DA AGRESSIVIDADE

    A serotonina, um dos principais neurotransmissores do sistema nervoso central,desempenharia um papel importante no controle de emoes, especialmente aagressividade, de acordo com um estudo britnico publicado na sexta-feira nosEstados Unidos.

    O estudo ajudaria a esclarecer problemas clnicos como a depresso, as obsesses e aansiedade, que se caracterizam por baixos nveis de serotonina.

    Os psiquiatras e neurologistas estabeleceram h tempos uma relao entre aserotonina e o comportamento social, mas o papel preciso desempenhado por essamolcula na agressividade controverso.

    TESTOSTERONA X LIBIDO XAGRESSIVIDADE

    Testosterona um hormnio esteride produzido, tanto nos Homens quanto nasMulheres.Nos homens pelos testculos (os quais tambm produzem espermatozides

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    e uma srie de outros hormnios que controlam o desenvolvimento normal efuncionamento), nos indivduos do sexo feminino, pelos ovrios, e, em pequenaquantidade em ambos, tambm pelas glndulas supra-renais.

    Vale ressaltar que a sntese da testosterona estimulada pela ao do LH (hormnio

    luteinizante), que por sua vez produzido pela pituitria anterior (adenohipfise ousimplesmente hipfise).

    A testosterona responsvel pelo desenvolvimento e manuteno das caractersticasmasculinas normais, sendo tambm importante para a funo sexual normal e odesempenho sexual. Apesar de ser encontrado em ambos o sexo, em mdia, oorganismo de um adulto do sexo masculino produz cerca de vinte a trinta vezes maisa quantidade de testosterona que o organismo de um adulto do sexo feminino, tendoassim um papel determinante na diferenciao dos sexos na espcie humana.

    Altas taxas de testosterona tendem a aumentar o comportamento agressivo. Almdisso, estudos feitos por Richard Udry com adolescentes mostraram que um altonvel do hormnio aumenta a predisposio a ter relaes sexuais. O mesmoacontece com adultos. S que entre esses, o maior nvel de testosterona costumaacarretar problemas no casamento.

    James Dabbs e Alan Booth analisaram as relaes amorosas de 4.462 militares entre30 e 40 anos e perceberam que os homens com testosterona alta eram menos

    propensos a se casar e se divorciavam mais facilmente. Alm disso, os campees datestosterona tinham o dobro de chances de ter relaes extraconjugais do que os que

    apresentavam nveis mais baixos. Risco e agressividade podem no combinar com avida conjugal.

    J num estudo da Faculdade de Medicina de Yale, cientistas observaram que altosnveis testosterona, ainda que por perodos curtos de seis a doze horas, causarammorte em culturas de neurnios.

    AGRESSIVIDADE X TESTOSTERONAX CASTRAO DE CRIMINOSOS

    Diversos estudos clnicos realizados em Prises Norte Americanas demonstraramque os seus detidos mais violentos tinham geralmente doses mais elevadas dohormnio masculino, a Testosterona que a populao comum.

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    Sabe-se tambm que altos nveis deste hormnio no sangue conduzem para alm deum aumento de agressividade a um aumento do esprito de competitividade, assim,uma droga que reduzisse estes nveis, ou a introduo do hormnio feminino nosistema de um agressor patolgico poderia reduzir a sua propenso natural para aAgresso e para a Sociopatia Igual conseqncia teria a castrao, fsica ou

    qumica, j que o dito hormnio produzido nos testculos. De igual forma, a mesmacastrao teria conseqncias na reduo em longo prazo dos nveis de Crime nasSociedades.

    Estes tratamentos seriam muito mais humanos do que prender algum durante 20 ou25 anos e certamente com muito maior eficcia social e financeira.

    PSICANLISE E A AGRESSIVIDADEAs discusses sobre agressividade enunciaram-se desde o princpio no discernimento

    freudiano. Assim, na Psicoterapia da histeria, de 1895, essa problemtica j seenunciara, pelo vis da questo da resistncia (Freud 1971a), no registro estritamenteclnico. Porm, nas experincias analticas de Dora (Freud 1971c [1905]) e do

    pequeno Hans (Freud 1971d [1909]), a agressividade foi inscrita no registro dosintoma, sendo ento responsvel pela produo e pela reproduo desse.

    Subentende-se que a problemtica da agressividade no se formulou num momentotardio do discurso freudiano, como supem equivocadamente alguns intrpretesdesse discurso, que formularam que a sua emergncia terica seria correlata constituio do conceito de pulso de morte. Pode-se dizer, ao contrrio, que oenunciado desse conceito, articulado com a questo da agressividade, foi o ponto dechegada de um longo e tortuoso percurso no pensamento freudiano. No foi porqueFreud colocava toda a nfase na sexualidade, no quadro da primeira teoria das

    pulses (Freud 1962 [1905]), que a agressividade no era j um problema para odiscurso freudiano.

    preciso relembrar, no entanto, que a dita problemtica no tinha ainda umaelaborao terica autnoma, no contexto do discurso metapsicolgico sobre as

    pulses. Vale dizer, o discurso freudiano no enunciou a existncia de uma pulso deagresso, como realizou Adler (cf. Kauffman 1996), na medida em que aagressividade foi inscrita na oposio entre as ordens do sexual e daautoconservao. Mesmo posteriormente, quando Freud inscreveu aautoconservao no registro do eu elaborao realizada em 1910, no ensaio As

    perturbaes psicognicas da viso numa perspectiva psicanaltica (Freud 1973b

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    [1910]), que culminou no conceito de narcisismo em 1914 (Freud 1973d [1914]) , aagressividade continuou a ser ainda concebida nesse contexto metapsicolgico.

    Ao falarmos de agressividade em psicanlise, imediatamente nos vem lembrana,de modo quase automtico, o texto de 1929, Mal-estar na Civilizao, no qual Freud

    reconhece na agressividade inata do homem o principal fator de ameaa vida emsociedade. Contudo, as coisas nem sempre foram assim.Na realidade, a agressividade se constituiu como um problema com o qual Freudteve que se debater durante muito tempo, embora, desde os primeiros momentos,tenha reconhecido e valorizado a incidncia das tendncias hostis como algo inerente especificidade do tratamento analtico.

    Na psicanlise, de acordo com sua colocao diferenciada dos motivos, despertam-setodas as moes [do paciente], inclusive as hostis... so aproveitadas para fins deanlise, (1905[1901], p.111).

    Unicamente a partir de 1920, aps a formulao da segunda teoria pulsional, aagressividade ser reconhecida como uma pulso especfica, funcionando, desdeento, praticamente como o outro nome dos impulsos da pulso de morte, cujafinalidade a destruio.

    Existem essencialmente duas classes diferentes de pulses: as pulses sexuais,percebidos no mais amplo sentido (Eros) e (Pulses Agressivas), cuja finalidade a destruio, (Freud, 1933[32], p.129).

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