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APONTAMENTOS DE APOIO PARA A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA 2.1 MATÉRIAS 2.1.1. HISTÓRIA DA MODALIDADE O Atletismo é a modalidade desportiva mais antiga que se conhece. A história do Atletismo, e o seu aparecimento, confunde-se com o da própria humanidade. Correr, saltar e lançar são actividades que constituem padrões motores básicos que utilizamos no nosso dia-a-dia. Antes de existir oficialmente como modalidade já o homem corria atrás dos animais, saltava para ultrapassar os obstáculos e lançava pedras para se defender ou para caçar, com o objectivo de sobreviver. O atletismo, para o Homem, não é, portanto, mais que a utilização natural do seu património motor. Foi na antiga Grécia, onde as actividades atléticas tinham particular relevância na educação, que o Atletismo surgiu como uma modalidade desportiva, que era objecto de competição, proporcionando assim o aparecimento dos antigos Jogos Olímpicos. Consta que aconteceram pela primeira vez no ano de 776 a.C., em Atenas. A partir daí o Atletismo tem sido a expressão máxima destes jogos, e a sua expansão pelo mundo sucedeu de forma fácil e natural. Mas as várias disciplinas do Atletismo: as corridas, os saltos e os lançamentos; só se tornam uma modalidade desportiva depois de sofrerem um processo evolutivo que deu origem a que estas fossem delimitadas por um regulamento. Toda essa evolução passou pela criação de instituições como o Clube de Atletismo fundado em Inglaterra em 1817, que foi o primeiro do mundo. Em 1870 surge, nas provas de corrida, a separação das pistas ou corredores. Só mais tarde, em 1888 surge pela primeira vez nas corridas a partida baixa. Estas e outras evoluções decorreram ao longo de anos, e ainda hoje vão surgindo inovações e alterações aos regulamentos. Em 1896 realizam-se em Atenas os Primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, onde é reconhecida oficialmente a modalidade. É com base na modalidade de Atletismo que, segundo o seu idealizador, o barão Pierre de Coubertin, o objectivo destes jogos era o de restaurar os antigos ideais olímpicos (unificação dos povos). A partir deste momento a evolução desportiva foi notória, particularmente no atletismo, com estudo de técnicas, aperfeiçoamento das metodologias de treino e melhoria de pistas nesta modalidade.

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APONTAMENTOS DE APOIO PARA A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

2.1 MATÉRIAS

2.1.1. HISTÓRIA DA MODALIDADE O Atletismo é a modalidade desportiva mais antiga que se conhece. A história

do Atletismo, e o seu aparecimento, confunde-se com o da própria humanidade. Correr,

saltar e lançar são actividades que constituem padrões motores básicos que utilizamos

no nosso dia-a-dia. Antes de existir oficialmente como modalidade já o homem corria

atrás dos animais, saltava para ultrapassar os obstáculos e lançava pedras para se

defender ou para caçar, com o objectivo de sobreviver. O atletismo, para o Homem, não

é, portanto, mais que a utilização natural do seu património motor.

Foi na antiga Grécia, onde as actividades atléticas tinham particular relevância

na educação, que o Atletismo surgiu como uma modalidade desportiva, que era objecto

de competição, proporcionando assim o aparecimento dos antigos Jogos Olímpicos.

Consta que aconteceram pela primeira vez no ano de 776 a.C., em Atenas. A partir daí o

Atletismo tem sido a expressão máxima destes jogos, e a sua expansão pelo mundo

sucedeu de forma fácil e natural. Mas as várias disciplinas do Atletismo: as corridas, os

saltos e os lançamentos; só se tornam uma modalidade desportiva depois de sofrerem

um processo evolutivo que deu origem a que estas fossem delimitadas por um

regulamento. Toda essa evolução passou pela criação de instituições como o Clube de

Atletismo fundado em Inglaterra em 1817, que foi o primeiro do mundo. Em 1870

surge, nas provas de corrida, a separação das pistas ou corredores. Só mais tarde, em

1888 surge pela primeira vez nas corridas a partida baixa. Estas e outras evoluções

decorreram ao longo de anos, e ainda hoje vão surgindo inovações e alterações aos

regulamentos.

Em 1896 realizam-se em Atenas os Primeiros Jogos Olímpicos da era moderna,

onde é reconhecida oficialmente a modalidade. É com base na modalidade de Atletismo

que, segundo o seu idealizador, o barão Pierre de Coubertin, o objectivo destes jogos era

o de restaurar os antigos ideais olímpicos (unificação dos povos).

A partir deste momento a evolução desportiva foi notória, particularmente no

atletismo, com estudo de técnicas, aperfeiçoamento das metodologias de treino e

melhoria de pistas nesta modalidade.

O surgimento da pista oval de 400 metros permite o aparecimento de novas

provas. Em 1912 surge o fhoto finish nos Jogos Olímpicos de Estocolmo. Durante o

século passado as regras do atletismo conheceram várias modificações até 1926.

Nos nossos dias, o Atletismo engloba um conjunto de várias disciplinas desde as

corridas, aos lançamentos, passando pelos saltos e por provas combinadas.

O Atletismo é talvez a modalidade desportiva onde o Ideal Olímpico corresponde

perfeitamente aos objectivos da própria modalidade: Citius, Altius, Fortius – Mais

rápido, mais alto, mais forte.

O Atletismo em Portugal

Fazendo a referência à história do Atletismo em Portugal, pode-se dizer que a

primeira prova oficial deste desporto foi organizada pela Sociedade Promotora de

Educação Física Nacional, a 26 de Junho de 1910, com o título “Jogos Olímpicos

Nacionais”. Estes torneios prosseguiram até cerca de 1914, ano em que uma dissidência

levou alguns clubes a fundarem a Federação Portuguesa de Sports, cuja actividade

durou até 1916. Desde essa data até à fundação da Federação Portuguesa de Atletismo,

em 5 de Novembro de 1921, o Atletismo manifestou-se apenas em organizações

particulares à custa do esforço de alguns clubes.

Actualmente as competições oficiais estendem-se praticamente ao longo do ano

inteiro, organizadas pelas Associações Regionais e pela Federação, sendo os

Campeonatos Nacionais Masculinos (individuais e por equipas) os mais importantes

conjuntos de provas que se efectuam em Portugal.

Embora lento, o progresso do Atletismo Nacional não deixou de se verifica. Para

tal, tem contribuído de certa forma, a participação de atletas e equipas nacionais em

competições internacionais, e a conquista de alguns títulos. De todos os títulos

conquistados, importa referir os alcançados pelos grandes atletas nacionais que foram

Rosa Mota e Carlos Lopes. De acentuar que Rosa Mota foi a vencedora da primeira

maratona feminina realizada num campeonato da Europa, em 1982, em Atenas. Mais

recentemente os atletas que têm estado mais em foco são Fernanda Ribeiro, com a

medalha de ouro alcançada nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, e Paulo Guerra,

com o título de Campeão Europeu de Corta-mato.

2.1.2. PISTA DE ATLETISMO

2.1.3 Regulamento e Ajuizamento

Regulamento das Corridas de Velocidade

Nas provas oficiais, é obrigatório realizar uma partida agachada utilizando os

blocos de partida. Estes deverão ser fixos à pista, estando colocados atrás da

linha de partida, mas nunca sobre esta linha ou no prolongamento para outras

pistas.

As corridas de velocidade são efectuadas em pistas individuais e os atletas

devem permanecer na sua pista até ao final da prova. Em caso de um atleta

ultrapassar as linhas da sua pista, tirando alguma vantagem para a sua corrida ou

prejudicando outro atleta, é desclassificado.

É considerado falsa partida quando o atleta:

- Inicia o seu movimento antes do tiro;

- Após a voz de aos seus lugares, perturbar os outros;

- Após a voz de prontos, não assumir, sem demora, a sua posição completa

e final de partida.

- Após uma falsa partida, o atleta é avisado. Se repetir é desclassificado

Os blocos de partida

Os blocos de partida terão de ser usados em todas as corridas até 400 metros

inclusive (incluindo o primeiro percurso das estafetas de 4x100 e 4x400 metros) e

não serão usados para qualquer outra corrida. Quando colocado na pista, nenhuma

parte do bloco de partida poderá situar-se sobre a linha de partida ou prolongar-se

para outra pista individual.

Os blocos de partida terão de ter as seguintes características gerais:

- Construção inteiramente rígida, não podendo proporcionar qualquer vantagem

injusta ao atleta;

- Terão de ser fixados à pista por meio de pregos ou espigões dispostos de tal modo

que causem um prejuízo mínimo à pista e sejam facilmente removidos;

- A ligação destes pregos aos blocos não deverão permitir qualquer movimento dos

mesmos na partida.

Quando um atleta utiliza os seus próprios blocos de partida, estes terão de estar de

acordo com o preceituado nos parágrafos anteriores.

Quando os blocos de partida são fornecidos pelo comité organizador eles terão, para

além disso, de obedecer às seguintes especificações:

- Constituir-se de duas placas, contra as quais os pés dos atletas são pressionados na

posição de partida. Essas duas placas são montadas numa estrutura rígida, que

não pode, em nenhum caso obstruir os pés dos atletas quando estes deixarem o

contacto com os blocos;

- As placas para os pés terão de ser inclinadas, de modo a que se ajustem à posição

de partida do atleta, e podem ser planas ou ligeiramente côncavas. A superfície

das placas terá de ser preparada de modo a acomodar os bicos dos sapatos dos

atletas ou usando ranhuras na face da placa, ou por meio da cobertura da placa,

com material apropriado que permita o uso de sapatos de bicos;

- A montagem das placas para os pés num esqueleto rígido podem ser ajustáveis,

mas não poderá permitir qualquer movimento durante o período de partida. As

placas são ajustáveis para a frente e para trás;

- Nas competições internacionais com cronometragem electrónica os blocos de

partia terão de estar ligados a um aparelho detector de falsas partidas.

Ordens de Partida

Em todas as corridas internacionais, até 400 metros inclusive (incluindo o

primeiro percurso das estafetas de 4x100 e 4x400 metros) as ordens de partida

serão emitidas na língua nacional pelo juiz de partida --» “Aos Seus Lugares”; “

Prontos”, e quando os atletas estiverem imóveis, a pistola será disparada e

activado o sistema de partida. Nas corridas superiores a 400 metros a ordem

emitida pelo Juiz será --» “Aos Seus Lugares”, e quando os atletas estiverem

imóveis, a pistola será disparada e activado o sistema de partida;

Em todas as corridas, até 400 metros inclusive (incluindo o primeiro percurso das

estafetas de 4x100 e 4x400 metros) é obrigatório partir de uma posição agachada

e usar blocos de partida.

Após a voz de “Aos Seus Lugares” o atleta deve aproximar-se da linha de

partida, assumir uma posição de tal modo que fique completamente dentro da

sua pista individual e atrás da linha de partida. Ambas as mãos e um dos joelhos

terão de estar em contacto com o solo e os pés em contacto com os blocos de

partida. À voz de “Prontos” o atleta deve assumir imediatamente a sua posição

final de partida, mantendo o contacto das mãos com o solo e dos pés com os

blocos de partida;

Na posição de “Aos Seus Lugares” um atleta não poderá tocar nem na linha de

partida, nem no terreno situado à frente dela com as suas mãos ou pés;

Se um atleta iniciar a sua partida após assumir a posição final e antes do tiro de

partida ou disparo do aparelho de partida aprovado será considerado falsa

partida;

Qualquer atleta que fizer uma falsa partida deve ser advertido. Se um atleta for

responsável por 2 falsas partidas, ou no caso das provas combinadas 3, será

desqualificado

3.3.2 Regulamento das Corridas de Estafeta

Uma equipa é constituída por 4 elementos;

O testemunho consiste num tubo liso, de secção

circular, feito de madeira, metal ou outro material

rígido (com um comprimento entre 28cm e 30cm,

não devendo pesar menos de 50gr);

O testemunho tem de percorrer todo o percurso da prova;

O testemunho só pode ser transmitido na zona de transmissão (20 m de

comprimento);

Sempre que o testemunho cair, deverá ser o último atleta que o transportava a

apanhá-lo, podendo este abandonar a sua pista, se desta forma não prejudicar

ninguém;

Os atletas devem permanecer nos seus corredores durante o percurso total.

Depois da transmissão do testemunho, o atleta deve permanecer no seu corredor

e só poderá abandoná-lo caso não prejudique os outros atletas;

Duas falsas partidas do mesmo atleta levam à desclassificação da equipa;

Não é permitido atirar o testemunho

NOTA: As regras da corrida de velocidade fazem parte integrante das regras da corrida

de estafetas.

DISTÂNCIA MASCULINOS FEMININOS

110m /100m 1,06 m 0,84 m

400m 0,91 0,76

Regulamento das Corridas de Barreiras

As Barreiras consistem em 2 bases e 2 postes verticais, que suportam uma

estrutura rectangular reforçada de barras transversais e deverão ser constituídas

de metal ou qualquer outro material apropriado. Para as derrubar, deverá ser

necessária uma força de pelos menos 3,6 Kg aplicada no centro do limite

superior da barra transversal.

As barreiras são colocadas na pista de modo a que as bases estejam orientadas

para o lado de aproximação dos atletas.

Os atletas têm de permanecer nos seus corredores durante o percurso total.

No momento da transposição da barreira não podem prejudicar os “adversários”.

A altura das barreiras varia consoante o género do atleta, o seu escalão e a prova

em questão. De seguida são apresentadas as alturas das barreiras para a categoria

Sénior:

Seniores Masculinos

Corridas

Altura das

barreiras

Distância à 1ª

barreira

Distância entre

barreiras

Distância à

última barreira

110 m 1,06 m 13,72 m 9,14 m 14,02 m

400 m 0,91 cm 45,00 m 35,00 m 40,00 m

Seniores Femininos

Corridas

Altura das

barreiras

Distância à 1ª

barreira

Distância entre

barreiras

Distância à

última barreira

100 m 0,84 cm 13,00 m 8,50 m 10,50 m

400 m 0,76 cm 45,00 m 35,00 m 40,00 m

3.3.4 Regulamento Salto em Comprimento:

O corredor de balanço deverá ter um mínimo de 40m de comprimento e 1,22m

a 1,25m de largura.

A tábua de chamada é marcada por uma tábua nivelada com a pista de balanço

e com a superfície de queda. Deverá ter um comprimento igual ao da largura

do corredor de balanço e um comprimento de 20cm. Deverá estar colocada

entre 1 e 3m do fosso de recepção.

O fosso de recepção deverá medir entre os 2,75m e 3m de largura. A distância

entre a linha de chamada e o final do fosso deverá ter um mínimo de 10m. A

superfície de areia do fosso deve estar ao mesmo nível da tábua de chamada.

Um atleta poderá colocar 1 ou 2 marcas (fornecidas ou autorizadas pelo comité

organizador) para o auxiliar na corrida de balanço. Se essas marcas não forem

fornecidas, o atleta poderá usar fita adesiva, mas não giz ou substância similar,

nem nada que deixe marca indelével.

A ordem de realização dos 3 primeiros saltos é obtida por sorteio.

Quando existem 8 ou mais atletas em prova, cada um deles terá direito a 3

ensaios.

Os 8 primeiros atletas que tenham obtido os melhores saltos válidos terão

direito a 3 saltos suplementares, na ordem inversa à da classificação alcançada

nos 3 primeiros ensaios.

Desde que a prova se inicia, os atletas não podem utilizar a pista de balanço

para treino.

Um ensaio será considerado nulo se o atleta:

− iniciar o seu salto para além do tempo disponível (1min 30s);

− realizar a impulsão para além da linha de chamada;

− fizer a chamada exteriormente às margens laterais da tábua de chamada;

− recuar através do fosso de recepção, após ter saltado;

− empregar qualquer forma de salto mortal.

Se o atleta fizer a chamada antes da tábua, o salto não é considerado nulo.

O comprimento do salto, é medido desde a marca mais próxima deixada na área de

queda, feita por qualquer parte do corpo ou membros do matleta, até à linha de

chamada (a medição é realizada perpendicularmente à linha de chamada).

É creditado o melhor salto a cada concorrente.

3.3.5 Regulamento do Triplo Salto:

O triplo salto consiste num salto ao “pé cochino” (Hop), uma passada saltada

(step) e um salto (jump), realizados por esta ordem.

O corredor de balanço deverá ter um mínimo de 40m de comprimento e 1,22m a

1,25m de largura.

A tábua de chamada é marcada por uma tábua nivelada com a pista de balanço e

com a superfície de queda. Deverá ter um comprimento igual ao da largura do

corredor de balanço e um comprimento de 20cm. Deverá estar colocada entre 11 e

13m (mulheres e homens respectivamente) do início do fosso de recepção.

O fosso de recepção deverá medir entre os 2,75m e 3m de largura. A distância entre

a linha de chamada e o final do fosso deverá ter um mínimo de 21 m. A superfície

de areia do fosso deve estar ao mesmo nível da tábua de chamada.

Um atleta poderá colocar 1 ou 2 marcas (fornecidas ou autorizadas pelo comité

organizador) para o auxiliar na corrida de balanço. Se essas marcas não forem

fornecidas, o atleta poderá usar fita adesiva, mas não giz ou substância similar, nem

nada que deixe marca indelével.

A ordem de realização dos 3 primeiros saltos é obtida por sorteio.

Quando existem 8 ou mais atletas em prova, cada um deles terá direito a 3 ensaios.

Os 8 primeiros atletas que tenham obtido os melhores saltos válidos terão direito a 3

saltos suplementares, na ordem inversa à da classificação alcançada nos 3 primeiros

ensaios.

Desde que a prova se inicia, os atletas não podem utilizar a pista de balanço para

treino.

Um ensaio será considerado nulo se o atleta:

− durante as fases aéreas tocar no solo com a sua perna livre

− iniciar o seu salto para além do tempo disponível (1min 30s);

− realizar a impulsão para além da linha de chamada;

− fizer a chamada exteriormente às margens laterais da tábua de chamada;

− recuar através do fosso de recepção, após ter saltado;

− empregar qualquer forma de salto mortal.

Se o atleta fizer a chamada antes da tábua, o salto não é considerado nulo.

O comprimento do salto, é medido desde a marca mais próxima deixada na área de

queda, feita por qualquer parte do corpo ou membros do atleta, até à linha de

chamada (a medição é realizada perpendicularmente à linha de chamada).

É creditado o melhor salto a cada concorrente.

3.3.6 Regulamento do Salto em Altura:

A zona de balanço e chamada, deverá ter um comprimento mínimo de 15 metros a

partir da fasquia mas, sempre que possível, deverá ter pelo menos 25m de

comprimento.

Os postes devem ser rígidos, suficientemente altos e afastados entre si 4 a 4,04

metros. Devem ter suportes para a fasquia, planos e rectangulares, com um

comprimento mínimo de 6cm e largura de 4cm. Estes suportes estão voltados um

para o outro.

A fasquia deve ser de madeira, metal ou outro material apropriado, de secção

circular, com extremidades que tenham, pelo menos, uma superfície plana. O

comprimento é de 4 metros, com mais ou menos 2cm, diâmetro de 3 cm e um peso

não superior a 2 Kg.

A zona de recepção é constituída por um colchão com pelo menos 5m de

comprimento e 4m de largura, ou profundidade.

A ordem de realização dos ensaios será obtida por sorteio;

Desde que a competição se inicia, os atletas não estão autorizados autilizar a zona de

balanço ou de chamada para treinar;

O atleta poderá colocar uma ou duas marcas para auxiliar na corrida de balanço.

Essas marcas deverão ser fornecidas pelo comité organizador, mas se isso não

acontecer o atleta poderá usar fita adesiva. Não poderá utilizar giz ou substância

similar, nem nada que deixe marca indelével.

A chamada tem que ser realizada com um único pé.

A fasquia não deverá subir menos de 2cm para cada nova altura, excepto se apenas

estiver um concorrente em prova.

Cada concorrente poderá decidir a que altura inicia o seu concurso, bem como optar

por saltar ou prescindir das tentativas às diferentes alturas.

Para cada altura, o concorrente dispões de 3 ensaios, sendo excluído do concurso

quando falha 3 vezes seguidas a sua tentativa de salto.

Cada concorrente será creditado com o melhor dos seus saltos.

A medição da altura saltada é realizada medindo-se a distância entre o solo e o

bordo superior da fasquia na sua zona cental.

O salto é considerado nulo:

− a fasquia cai dos suportes por acção do concorrente durante o salto;

− o concorrente toca o solo ou a zona de recepção para além do plano

verical dos postes, antes de ultrapassar a fasquia

Pista de Balanço e Área de Chamada

Comprimento Mínimo: 15 metros (excepto em competições internacionais – 20

metros);

Marcas: um atleta poderá colocar uma ou duas marcas (fornecidas ou autorizadas

pelo comité organizador) para o auxiliar na corrida de balanço e na chamada. Se

essas marcas não forem fornecidas pode usar fita adesiva , mas não giz ou

substância similar, nem nada que deixe marca indelével).

Material

2 Postes (rígidos e com dois suportes voltados um para o outro) com altura

mínima para ultrapassar em pelo menos 10 cm a altura da fasquia;

1 Fasquia (em fibra de vidro, metal ou outro material apropriado e de secção

circular com excepção das extremidades ou apoios). O seu comprimento é de 4m

(+/- 2 cm) e peso máximo de 2 kg. O diâmetro máximo é de 30 mm. As

extremidades devem ter 15 a 20 cm de comprimento e 30 a 35 mm de largura e

estarem a pelo menos 1 cm do contacto com os postes. A sua elasticidade

compreende que com um peso de 3 kg ao centro ela vergue até 7 cm.

2 Suportes para a fasquia (planos e rectangulares) com 4 cm de largura e 6 de

comprimento.

Área de queda (colchões) com um espaço mínimo de 5m x 3m.

3. ACTIVIDADES FÍSICAS

CONTEÚDOS TÉCNICO

Salto

Triplo Salto Comprimento

Corrida

Estafetas Velocidade Barreiras Altura

3.1.Corrida

Podemos definir corrida como sendo um conjunto de gestos com o propósito de

percorrer uma determinada distância por uma série de auto projecções, numa sequência

harmónica de suspensões e de apoios alternados de um e de outro pé.

A corrida deverá ser considerada como um hábito motor de base, sendo deste

modo perspectivada como uma actividade que tem de ser aprendida e como tal

necessariamente exercitada.

Na análise da corrida, existem duas grandes fases:

Fase de apoio – durante a qual as forças interiores actuam sobre o solo, daí

resultando uma reacção projectiva igual e de sentido contrário (reacção dos

apoios);

Fase de suspensão – durante a trajectória aérea.

Sendo a corrida um movimento cíclico, duas passadas consecutivas constituem

um ciclo de passada. Durante um ciclo os dois MI executam alternadamente funções de

apoio e de balanço.

Assim, consideram-se as seguintes fases:

Fase de apoio à frente – Inicia-se no momento do contacto do

pé no solo e termina quando a vertical que passa no centro de

apoio coincide com a vertical que passa no centro de

gravidade. Quanto menor for o tempo de apoio do pé, menor

será a perda de tempo para acelerar. È por isso que nas corridas de velocidade, o

apoio do pé é activo e esta fase muito breve.

Fase de suporte – É o momento em que a bacia passa sobre a

vertical do apoio e em que se verifica a maior flexão ao nível

da articulação do joelho.

Fase de apoio atrás – Tem início no momento em que a vertical

que passa no centro do apoio coincide com a vertical que passa

no centro de gravidade e termina no momento em que a ponta

do pé perde o contacto com o solo. Nesta fase verifica-se a

extensão óptima ao nível da articulação da anca, do joelho e do tornozelo, sendo a

extensão do pé a última a efectuar-se.

Fase de balanço atrás - Começa no instante em que aponta do

pé perde o contacto com o solo e termina quando os centros

dos dois joelhos estão no mesmo plano frontal. Em todo o

balanço atrás o MI deve balançar descontraído.

Fase de balanço à frente – Começa no momento em que os

centros dos dois joelhos estão no mesmo plano frontal e tem o

seu termo quando o pé retoma o contacto com o solo.

O CONTACTO COM O SOLO

O contacto da perna dianteira com o solo faz-se de diferentes formas consoante a

distância de corrida. É possível observar 3 formas de contacto com o solo:

À frente do joelho – característico das corridas de velocidade;

Na vertical do joelho – utilizado pelos corredores de meio-fundo;

Atrás do joelho – é essencialmente utilizada pelos corredores de fundo; é típica

duma corrida económica e de pequena amplitude de passada.

ÁREA DE CONTACTO DO PÉ NO SOLO

Quanto maior é a velocidade da corrida menor é a zona de impacto do pé no

solo. Assim, os especialistas de 100m realizam o contacto com o solo pelo terço anterior

do pé e o calcanhar não chega a tocar o solo. À medida que vai aumentando a distância

vai aumentando o apoio do pé no solo até que os fundistas iniciam o apoio no solo pelo

calcanhar e desenrolando de seguida o pé todo.

A CÇÃO DOS MS

A acção dos MS é de grande importância na corrida pois assegura o equilíbrio. O

movimento dos MS deve ter lugar na articulação do ombro, deve ser activo e na

direcção da corrida.

POSTURA CORPORAL Para além da qualidade dos apoios, e da acção dos braços a postura corporal do corredor

é fundamental na técnica de corrida:

A cabeça deve manter-se no prolongamento do tronco e o olhar deve estar

dirigido para a frente (a colocação da cabeça atrás quando aparece a fadiga

está habitualmente associada a uma menor amplitude da passada, com a

consequente diminuição da corrida);

Os músculos da face e do pescoço devem permanecer descontraídos (a sua

contracção indicia uma contracção generalizada de todo o corpo);

Qualquer que seja a intensidade da corrida, o tronco deve permanecer

sempre na vertical e os ombros baixos.

Velocidade Meio- fundo Fundo

3.1.1 CORRIDA DE VELOCIDADE

Fases da corrida

As corridas de velocidade são constituídas por quatro fases fundamentais:

partida, fase de aceleração, fase de manutenção da velocidade máxima e fase de

desaceleração e chegada.

As corridas de velocidade têm como é um factor decisivo a partida e como tal

deve ser treinada, uma boa saída pode provocar o comando de uma prova, o que

constitui, em muitos casos, uma vantagem importante; realiza-se nos “blocos de

partida”, dispositivos que possibilitam uma maior velocidade inicial. Pela curta duração

da corrida (60, 80 ou 100 metros), esta fase é considerada como de extrema

importância.

Partida

Componentes Críticas

Na primeira fase da corrida, o juiz utiliza três vozes/sons de comando para dar início à prova. 1º “Aos seus lugares”

Cinco apoios no chão As mãos ligeiramente mais afastadas que a largura dos ombros O polegar e o indicador afastados e colocados lateralmente e atrás da linha de partida O joelho da perna de trás no chão e o da perna da frente na direcção da linha de partida

2º “Prontos” Deve-se bloquear a respiração, após a inspiração, até ao sinal do “tiro”, altura da libertação

da respiração Quatro apoios (elevação da bacia acima da linha dos ombros) MI flectidos exercendo pressão nos dois blocos Os ombros avançam ligeiramente para a linha da frente da linha das mãos, deslocando o

peso do corpo para a frente Olhar deve ser dirigido para um ponto mais à frente no solo; Contacto dos pés com o solo é importante; Posição imóvel.

3º Tiro de partida

As mãos deixam o solo em simultâneo Forte impulsão dos MI com extensão da perna da frente Avanço rápido do joelho da perna de trás A trajectória da perna de trás deve ser rasante, rápida e curta; Os braços devem ter uma acção correcta e coordenada com as pernas MS iniciam uma

acção enérgica Principais Erros

Na posição de partida os ombros do aluno estão atrás das mãos e o peso corporal está todo em cima dos MI

Na posição de partida o ângulo do MI da frente é muito pequeno (menor que 90º). Na posição de partida o ângulo do MI da frente é muito grande. Na posição de partida, as costas do aluno estão paralelas ao solo

“Aos seus lugares” “Prontos” Tiro de partida

Fase de Aceleração

Componentes Críticas

Nesta fase a velocidade de aceleração assume um papel predominante e as características individuais, como o potencial muscular e a coordenação, irão condicionar a capacidade de aceleração de cada um. A aceleração deve ser realizada da seguinte forma:

Após o impulso simultâneo com os dois membros superiores, o M.I. de trás é rapidamente adiantado com a mínima flexão da perna sobre a coxa;

Extensão total do M.I. de trás, promovendo o avanço do corpo Corpo inclinado para diante; Passadas iniciais curtas e rápidas enérgicos no solo; Aproveitamento da oscilação dos braços para conseguir entrar, o mais rápido possível,

na velocidade adequada. Redução gradual da inclinação do tronco à medida que a amplitude e frequência de

passada aumenta Tronco assume posição normal da corrida passados aproximadamente 20m Descontracção dos grupos musculares que não são necessários ao movimento da corrida. Apoiar o terço anterior do pé

Principais Erros

Na fase de aceleração, a elevação total do tronco para a posição normal da corrida; Pouco impulso com os M..; Tronco demasiado inclinado à frente;

Fase de manutenção da velocidade máxima

Componentes Críticas

Uma boa coordenação entre a acção dos MI e MS é fundamental nesta fase da corrida

O contacto dos pés no solo deve ser feito apenas pelo terço anterior, assim como, pela parte

exterior do metatarso;

A perna de apoio deve manter uma ligeira flexão, e o calcanhar da perna livre, deve situar-se

perto das nádegas;

A movimentação dos M.S. deve ser feita com estes flectidos a cerca de 90º, estando estes

coordenados alternadamente com os movimentos dos M.I.;

O olhar deve estar dirigido para a frente;

Ligeira Inclinação do tronco à frente

Elevação dos joelhos na fase de recuperação;

Descontracção dos grupos musculares que não são necessários ao movimento da corrida.

Principais Erros

O aluno sobe pouco a coxa do MI livre.

O aluno corre com a cabeça muito inclinada para trás ou com o tronco inclinado para trás.

O aluno não corre em linha recta na pista

Os MS não se movimentam na direcção da corrida.

“cerrar” os dentes, os braços tensos e rígidos, o rosto e o pescoço contraído

primeiro contacto do pé com o solo seja feito pelo calcanhar

Fase de Desaceleração e Chegada

Esta fase ocorre e todas as corridas de velocidade; no entanto, é mais notória numa corrida de

400m do que numa de 100m.

A capacidade que aqui é solicitada é a velocidade de resistência do indivíduo

Componentes Críticas

Tentar manter os joelhos altos;

Manter a amplitude de passada;

Não diminuir a velocidade antes de passar a meta;

Não alterar a técnica de corrida;

Inclinar o tronco para a frente sobre a meta avançando o ombro oposto ao M.I. da

frente e oscilando os M.S. à retaguarda.

Principais Erros

A passagem pela meta com diminuição da velocidade, o que normalmente se dá no

jovem sem prática desportiva; Na chegada à meta, a inclinação do tronco e da cabeça e a oscilação dos braços à

retaguarda um pouco afastada da linha de chegada para não haver desequilíbrio e uma consequente diminuição de velocidade nas últimas passadas.

3.1.2 Corrida de Barreiras

A corrida de barreiras é uma corrida de velocidade em que o desempenho depende

em grande parte do desenvolvimento das capacidades de adaptação do atleta. O atleta tem

que correr, transpor as barreiras e voltar a correr, o que se torna complicado no máximo

de velocidade. Para perder o mínimo de velocidade, ele tem que correr bem e transpor

correctamente as barreiras. O barreirista tem que, por isso, ser um atleta rápido,

coordenado, flexível e com sentido rítmico.

Existe uma terminologia específica utilizada para descrever as acções e posições

dos diferentes segmentos corporais da passagem da barreira.

Assim, consideram-se a (1) perna de ataque; (2) perna de impulsão; (3) braço de ataque

(oposto à perna de ataque) e (4) braço livre.

A corrida de barreiras é decomposta em 4 fases essenciais:

Partida e aproximação à primeira barreira

Transposição da barreira

− Ataque

− Suspensão

− Recepção

Corrida entre barreiras

Da última barreira à meta

1 – Perna de Ataque

4 –Braço Livre

2 – Perna de Impulsão

3 – Braço de Ataque

2 – Perna de Impulsão

3 – Braço de Ataque

Partida e Aproximação à Primeira Barreira

Componentes Críticas

Até à primeira barreira o atleta tem de adquirir uma velocidade razoavelmente elevada. A velocidade óptima até à passagem da primeira barreira é muito importante para a obtenção de um bom resultado, pois entre barreiras não há grande possibilidade de a aumentar. O comprimento da passada aumenta progressivamente até à 1º barreira. Podem ser utilizados dois tipos de aproximação:

− 7 passadas − 8 passadas

O ritmo de 7 passadas:

Na partida deve-se colocar o pé da perna de ataque no primeiro “bloco” de partida, para que o último apoio, antes de transpor a barreira, seja a perna de impulsão

Caracteriza-se por passadas mais amplas e naturais, podendo contribuir para uma pequena vantagem à saída da primeira barreira.

Exige uma complicada mudança de ritmo a seguir à barreira e um aumento muito acentuado e brusco da frequência (Pereira, 1994 citado em Milheiro, 1997).

O ritmo de 8 passadas

A perna de ataque deve ficar mais recuada nos blocos, para que o último apoio antes do ataque à barreira seja novamente o pé da perna de impulsão

Proporciona uma partida mais natural, desenvolvendo-se a velocidade com uma amplitude de passada que permite entrar no ritmo entre barreiras muito mais facilmente

Aproximação à primeira barreira

Colocar a bacia alta, o tronco direito e o olhar dirigido para a frente; Realizar apoios activos sobre o terço anterior do pé, com a extensão completa da perna de impulsão

em cada passada; Coordenar o movimento dos braços (flectidos a 90º) com o das pernas. Pé da perna de impulsão deve apoiar-se no eixo da corrida, ao mesmo tempo, a outra perna efectua o

ataque à barreira – perna de ataque para a frente e para cima e semiflectida; Tronco inclina-se para ficar no prolongamento da perna de impulsão, a cintura e os ombros devem

estar no sentido da corrida; A perna de impulsão só deixa o contacto com o solo depois da sua extensão.

Transposição Barreira

Componentes Críticas

Acção da perna de impulsão: A chamada para a barreira deve ser feita o mais longe possível, para que não aconteça

uma impulsão vertical muito acentuada que obrigue a perder velocidade; Puxar lateralmente, relativamente ao tronco, após a passagem da barreira com a perna

de ataque, fazendo com esta um ângulo de cerca de 90º. Acção da perna de ataque:

Colocar a coxa na posição horizontal, mantendo-a paralela ao solo enquanto se realiza a transposição da barreira;

Após a transposição, procurar o solo rapidamente com um movimento de frente para a trás;

Colocar o pé em flexão total e efectuar o apoio com o terço anterior do pé. Acção dos braços:

O braço do lado da perna de impulsão deve ser levado um pouco á frente do tronco, devendo estar flectido;

O braço do lado da perna de ataque flecte pelo cotovelo, indo para a retaguarda, junto ao corpo, não devendo a mão passar para trás da linha do tronco.

Acção dos braços:

O braço do lado da perna de impulsão deve ser levado um pouco á frente do tronco, devendo estar flectido;

O braço do lado da perna de ataque flecte pelo cotovelo, indo para a retaguarda, junto ao corpo, não devendo a mão passar para trás da linha do tronco.

Acção do tronco: Baixar o mais possível o centro de gravidade; No momento da inclinação do tronco à frente, deve-se elevar a bacia e o M.I. de

impulsão.

Corrida Entre Barreiras e Final

Componentes Críticas

Corrida entre Barreiras A qualidade do primeiro passo (após a transposição da barreira) é fundamental para o ritmo e

fluidez da corrida. O ritmo intermédio é de importância capital. O número de apoios deve permitir a passagem das barreiras sem modificar o ritmo e

com uma regularidade precisa. Os apoios devem ser activos e breves, com pouca circulação dos pés, e alinhados no

eixo da corrida. O número de apoios mais utilizado é de 4 apoios (3 passadas). Contudo, o ritmo entre

os obstáculos (número de passadas efectuadas no máximo de velocidade) não é sinónimo de 3/4/5 ou mais passadas. O aluno deve antes de tudo manter uma elevada velocidade entre as barreiras e efectuar um ritmo em função das suas características morfológicas.

O professor deve contudo atender ao facto de que, em competição, o número de passadas entre as barreiras numa corrida de 100 ou 110 m é de 3 passadas e, portanto, deve também criar situações que permitam isso mesmo. Introduzir variações nas distâncias entre barreiras em função das características de cada um tentando que o aluno efectue 3 passadas ou diminuir a altura das barreiras são soluções didácticas que podem ajudar o aluno a crescer gostando desta disciplina do atletismo.

Corrida Final

Na fase final da corrida (após a última barreira) o atleta acelera em direcção à meta com passadas vigorosas, com passadas mais curtas à saída da barreira aumentando progressivamente até à meta, utilizando a mesma técnica de chegada da corrida de velocidade.

3.1.3 Corrida de Estafetas

A corrida de estafetas é fortemente motivador para os alunos e tem uma forte

componente educativa, uma vez que incrementa um dos objectivos primordiais da

Educação Física- a socialização das crianças e jovens.

A sua abordagem é uma óptima oportunidade para desenvolver a vertente sócio-

afectiva na turma, na medida em que os exercícios propostos visam fundamentalmente o

desenvolvimento do trabalho de equipa, em que até a prestação do elemento mais fraco

é importante para que a equipa possa atingir um bom resultado. Ou seja é necessário que

todos os alunos aliem o seu esforço individual aos dos companheiros – espírito de

grupo.

As provas que se podem implementar na escola são: 4 x 60m, 4 x 80m ou 4 x 100m.

As estafetas são corridas em que cada equipa é constituída por 4 elementos que: (1) têm

por objectivo transportar o testemunho durante a totalidade do percurso, o mais

rapidamente possível; (2) têm de transmitir entre si o testemunho, em percursos iguais,

dentro da zona de transmissão de 20 m e (3) não devem sair da pista sorteada.

Principais Erros da Corrida Barreiras

A corrida de aproximação à primeira barreira não é suficientemente acelerada; O aluno não corre em linha recta; Os passos são saltados; O atleta “salta” as barreiras; O movimento da perna traseira não se coordena bem com a passada de saída; A perna dianteira não passa sobre a barreira em perfeita em extensão para diante mas

aponta ligeiramente para fora ou para dentro; Efeito de travagem no contacto com o solo.

Partida

Componentes Críticas

De blocos

Idêntica à partida para uma corrida de velocidade A partida para a corrida de estafetas é realizada com blocos de partida colocados sobre o

lado direito do corredor, perto da linha exterior. Existem várias formas de segurar o testemunho na partida, mas a mais usual é agarrá-lo

próximo do centro Dos receptores

O receptor coloca-se em pé, ocupando a parte interna ou externa do corredor, conforme vá

receber o testemunho com a mão direita ou a esquerda;

Linha de ombros paralela ao eixo da pista;

Pés orientados no sentido da corrida, um à frente do outro Colocar-se em pé, ocupando a parte interna ou externa do corredor, conforme se receba o

testemunho com a mão direita ou esquerda; Olhar dirigido para trás para se poder aperceber da velocidade do transmissor; No momento em que o transmissor passe a marca estabelecida, o receptor deve olhar em

frente e sair no máximo de velocidade

Aceleração e Manutenção da Velocidade

Componentes Críticas

Estas fases são semelhantes às da corrida de velocidade

Aceleração

Tronco vai-se endireitando progressivamente;

Cabeça mantém-se descontraída;

Passar rapidamente para o interior do corredor.

Tronco vai-se endireitando progressivamente;

Cabeça mantém-se descontraída;

Manutenção da velocidade Manutenção de elevada frequência;

Aumento da amplitude dos passos;

Corrida alta e bem circulada;

Extensão completa dos MI na impulsão;

Tronco próximo da vertical;

Oscilação controlada dos MS;

Braço e antebraço formam um ângulo de 90º.

Transmissão do Testemunho

Componentes Críticas

O testemunho tem de ser entregue dentro de um espaço de 20 m de comprimento – zona de transmissão. Transmissor

Dar sinal para o colega que vai receber, para ele estender o braço para trás; Testemunho entregue com firmeza e segurança na mão do atleta que recebe Deve ser reduzida o menos possível a velocidade; Continuar no seu corredor, até que todas as transmissões tenham terminado.

Receptor

Colocar-se na pista de forma correcta, tendo em conta a mão com que se vai receber o testemunho; Inicia a corrida quando o transmissor ultrapassa a marca estabelecida colocada no

corredor; Correr o mais rápido possível, olhando sempre para a frente; Ao sinal sonoro combinado (“toma”, “pega”, “vai”), não diminuir a velocidade e estender

completamente o braço receptor à retaguarda, atrás da bacia; O momento de transmissão do testemunho, ambos os corredores devem estar a correr à máxima velocidade O testemunho pode ser entregue de cima para baixo (técnica descendente) ou de baixo para cima (técnica ascendente) Ascendente

MS receptor em extensão atrás, alto e ao lado do corpo; MS transmissor em extensão à frente; Palma da mão receptora virada para baixo , com dedos a apontar o solo; Transmissão de baixo para cima; Testemunho colocado activamente na mão do colega, entre o polegar estendido e os outros

4 dedos unidos Descendente

MS receptor em extensão atrás, alto e ao lado do corpo; MS transmissor em extensão à frente; Palma da mão receptora virada para cima e aberta; Transmissão de cima para baixo; Testemunho colocado activamente na mão do colega.

Chegada

Componentes Críticas

Após receber o testemunho, o último atleta corre para a linha de meta de forma idêntica à corrida de velocidade:

Tentando manter os joelhos altos

Mantendo a amplitude de passada

Não diminuir a velocidade antes de passar a meta.

Não alterar a técnica de corrida

Inclinar o tronco para a frente sobre a meta avançando o ombro oposto ao M.I. da

frente e oscilando os M.S. à retaguarda

Erros da Corrida Estafetas

Corrida de transmissão e transmissão

Início da corrida lançada cedo ou tarde demais; Durante a corrida lançada, correr de braços estendidos para trás; Abrandamento de velocidade no momento da transmissão; A extensão do braço demasiado cedo.

Partida do receptor

Má colocação na pista; Pés com orientação lateral; Olhar dirigido para atrás.

3.2 Saltos

Existem dois tipos diferentes de saltos:

Horizontais (Salto em Comprimento e Triplo Salto);

Verticais (Salto em Altura e Salto à Vara).

Os Saltos têm princípios comuns e algumas semelhanças. Todos eles são

constituídos pelas seguintes fases:

1- Corrida de Balanço

2- Chamada ou Impulsão

3- Suspensão ou Voo

4- Queda ou Recepção.

A corrida de balanço compreende uma fase de entrada em acção, uma fase de

continuação da aceleração e uma fase onde ocorre uma modificação da estrutura e

ritmo das passadas. Há uma transição entre um movimento cíclico (corrida) e um

movimento acíclico (chamada).

Na chamada ou impulsão, dá-se a transformação da corrida num salto. A sua

direcção e duração dependem em grande escala da velocidade de corrida e da força

do impulso.

Durante a fase de suspensão ou voo, os movimentos a executar têm pouca

influência nos resultados a obter. No entanto, são fundamentais os factores

relacionados com o equilíbrio e com a preparação de uma recepção eficaz.

A queda ou recepção deve fazer-se o mais longe possível, havendo uma

absorção da aceleração com que vem animado o corpo.

O resultado final de um salto, é directamente influenciado por 4 factores:

Altura de chamada: diferença entre a altura do centro de gravidade

(CG) do momento de saída da tábua de chamada, e a altura do CG no momento

em que o atleta contacta com a areia.

Velocidade de saída: velocidade com que o atleta é projectado no voo

após ter efectuado a chamada.

Ângulo de saída: combinação da velocidade horizontal produzida pela

corrida de balanço e a velocidade vertical produzida durante a chamada.

Resistência do ar: este é um factor que influencia o voo, mas nas

circunstâncias em que habitualmente se realizam os saltos, não é significativo.

3.2.1 SALTO EM COMPRIMENTO

É um tipo de salto que consiste na realização de uma corrida de balanço rápida e

precisa, seguida de uma chamada activa, com o objectivo de “transformar” a velocidade

adquirida na maior distância horizontal possível.

Existem diferentes técnicas de salto: na passada, em extensão e em tesoura.

Iremos apenas abordar a técnica de salto na passada, pois pensamos que esta será a que

melhor se adapta à realidade escolar.

O Salto em Comprimento é composto por 4 fases:

1- Corrida de Balanço

2- Chamada ou Impulsão

3- Suspensão ou Voo

4- Queda ou Recepção.

Salto em comprimento

Corrida de Balanço

Aceleração progressiva (velocidade máxima possível nas 3 últimas passadas); Apoios activos sobre o terço anterior dos pés; Joelhos elevados, passadas amplas em “soupless”; Colocação alta da bacia; Endireitar gradualmente o corpo; Membros superiores com movimento descontraído e sincronizado; Corrida alta e circulada;

Chamada

Penúltima passada curta e passada final mais longa o que provoca o assentamento sobre o calcanhar e o baixar do centro de gravidade;

Centro de gravidade baixo e tronco ligeiramente inclinado atrás; Apoio em “griffé” (da frente para trás); Elevação da coxa da perna livre até à horizontal após a chamada; Projecção da bacia em frente; Olhar dirigido em frente. MS auxiliam o movimento de impulsão

Suspensão ou Voo

Tronco direito e olhar dirigido para a frente; Elevação da coxa da perna livre até à horizontal; O MI de chamada assume uma atitude de descontracção, mantendo-se atrasado em relação ao tronco; Depois de se ter atingido o ponto mais alto do voo, a perna de chamada avança, unindo-se à perna livre; Reunião rápida das duas pernas à frente, preparando a queda. Fecho do ângulo tronco/pernas, movimentando os braços em extensão de cima para a frente e para baixo.

Queda

Recepção a 2 pés paralelos; Joelhos flectidos e junto ao peito; Puxar os braços e tronco para a frente Lançar a bacia para a frente; Ligeira inclinação lateral, para evitar a queda de costas

3.2.2.Salto em Altura

O salto em altura é outro dos tipos de saltos integrados no programa oficial das

provas de atletismo. Neste tipo de salto a velocidade adquirida na corrida de balanço é

na chamada “transformada” na maior distância vertical possível (possibilitando deste

modo a transposição da fasquia, colocada a determinada altura do solo, e que vai sendo

sucessivamente elevada).

Principais erros do Salto em Comprimento

Na corrida de balanço

Redução da velocidade nas passadas finais (devido a uma corrida demasiado longa e desgastante, sendo a velocidade máxima alcançada precocemente);

Apoio sobre a planta dos pés; Joelhos baixos; passada em frequência; “Corrida sentada”; Membro inferior flectido.

Na chamada

Assentamento sobre o calcanhar; Inclinação do tronco à frente; Apoio a partir do calcanhar; Insuficiência do movimento de balanço da perna livre; Projecção da bacia exclusivamente para cima; Olhar dirigido para a tábua de chamada.

Na fase de suspensão / voo

Braços descoordenados ou em abdução; Perna de chamada mantém-se em baixo; Manter os joelhos baixos.

Na recepção / queda

Recepção com 2 pés afastados; Joelhos em extensão; Ausência de uma ligeira inclinação lateral; Tronco inclinado à retaguarda.

Corrida de balanço e Chamada

Corrida de Balanço Deve ser progressivamente acelerada, com um ritmo crescente até à chamada, procurando-se adquirir

velocidade horizontal e uma correcta colocação do corpo para as fases seguintes; Efectuar passadas completas, relaxadas, com os joelhos altos,

para permitir apoios activos efectuados no terço anterior dos pés; Em termos de orientação antero-posterior, ter o tronco colocado

na vertical, nas três últimas passadas apresentando uma pequena inclinação para trás;

Em termos de orientação lateral, nas últimas quatro passadas deve-se procurar uma inclinação de todo o corpo para o interior da curva, contrariando a força centrífuga provocada. Durante a fase da corrida em curva, enquanto se procura esta inclinação para o interior, deve-se continuar a aumentar o ritmo de corrida com passadas energéticas e activas;

Realizar oito a doze passadas, sendo as últimas quatro ou cinco efectuadas em curva. Chamada

Ter a noção de que o local de chamada se situa geralmente à frente do primeiro poste e a uma distância de 60 a 90cm perpendicularmente à fasquia;

Manter a inclinação para o interior da curva e os ombros atrasados em relação às ancas; Procurar que a última passada seja ligeiramente mais curta do que as anteriores; Colocar o pé de chamada apoiado com toda a sua planta, de forma rápida e activa, no alinhamento da

corrida em curva, obliquamente à fasquia (cerca de 30º) e não paralelamente à linha da fasquia; Ter sempre presente que o MI de chamada realiza um movimento de extensão activa das suas três

articulações: pé, joelho e anca, formando no início e no final da chamada, um alinhamento total com o resto do corpo,

Subir rápida e activamente a coxa e o MI livre, terminando paralela à fasquia ou com o joelho apontado ligeiramente para o interior da curva;

Ter sempre presente que os MS actuam de forma rápida, alternados ou simultâneos elevando-se até à altura da cabeça, sendo aí bloqueados.

Transposição da fasquia

Procurar o momento de manutenção da posição final da chamada, antes de iniciar as acções de suspensão; Manter a coxa do MI livre na horizontal durante a subida; Manter o olhar dirigido para a fasquia e para o segundo poste durante a subida; Envolver a fasquia, em primeiro lugar, com o MS condutor, do lado do MI livre; Elevar as ancas durante a transposição da fasquia, como fazendo a ponte no ar; Quando as ancas passam a fasquia, levar a cabeça ao peito e estender os MI.

Queda

Cair sobre a zona dorsal superior e com a protecção dos MS; Manter os joelhos separados afim de evitar traumatismos.

3.2.3.Triplo Salto É um tipo de salto cuja abordagem é particularmente “bem recebida” pelos

alunos; consiste no encadeamento de três saltos, em que se procura “transformar” a

velocidade adquirida na corrida de balanço na maior distância horizontal possível.

É fundamental que os três saltos sucessivos sejam encarados como um todo e

não como uma simples junção dos mesmos; deste modo deve ser privilegiada a sua

execução global e não tanto o aspecto técnico isolado de cada uma das fases. Isto

implica que para além da noção de ritmo e equilíbrio específicos de cada um dos saltos

/fases constituintes, seja adquirida a noção do ritmo e equilíbrio global.

Erros da Corrida Estafetas

Na corrida de balanço

Fraca aceleração na corrida; Curva de aproximação pouco pronunciada, e por isso pouco eficaz; Inclinação insuficiente para o lado de dentro da curva (o copo do saltador encontra-se na

vertical).

Na chamada Apoio do pé na direcção oposta à da corrida (impulsão incorrecta); Inclinação demasiado acentuada do tronco em direcção à fasquia; Chamada realizada de forma lenta ou incompleta.

Transposição da fasquia

Salto precipitado e balanço de rotação demasiado acentuado; Posição incorrecta (na “ponte” sobre a fasquia); Transposição da fasquia numa posição lateral.

Na recepção / queda

Recepção realizada com a cabeça ou com o pescoço.

Triplo Salto

Corrida de Balanço Aceleração progressiva (velocidade máxima possível nas 3 últimas passadas); Apoios activos sobre o terço anterior dos pés; Joelhos elevados, passadas amplas em “soupless”; Colocação alta da bacia; Extensão das articulações tíbio-társica, do joelho e coxo-femural (anca).

1º salto "HOP"

Tentar não perder velocidade; Efectuar um apoio muito activo do pé de chamada atrás da acção do MI de chamada de cima-frente para

baixo-trás, em movimento rápido, activo de “arranhar” a tábua da frente para trás com apoio total do pé; Fazer avançar a coxa do MI livre, rápida e activamente até à horizontal, mantendo nesta posição durante a

primeira fase de suspensão; Manter o corpo próximo da vertical e a cabeça levantada; Movimentar os MS de forma rápida e coordenada com o MI; Após deixar o solo deve existir um momento de manutenção da posição final de chamada, antes de iniciar

a acção de “troca dos MI”; O MI livre efectua um movimento para baixo-trás, atingindo a extensão quase completa quando o membro inferior

passa na vertical do corpo; simultaneamente o MI de chamada movimenta-se flectido para a frente;

Para obter um “hop” longo e rasante, puxar o MI de chamada para a frente e para cima e o MI livre rasante para baixo e para trás.

2º salto "STEP"

Manter o MI de chamada/recepção praticamente estendido, sendo o apoio efectuado com a totalidade da planta do pé;

Ter a noção que a recepção/chamada deverá ser efectuada num movimento activo de “arranhar o solo”realizado de cima e de frente, para baixo e para trás, permitindo a melhor conservação da velocidade horizontal,que anima o corpo do saltador;

Manter o tronco na vertical; Procurar a coordenação entre a acção dos MS, com

o apoio activo e um movimento do MI livre; Manter uma posição semelhante à apresentada no final da chamada, preparando o “jump”. O MI que

realizou as chamadas anteriores deverá balançar atrás, descontraíd e flectido pelo joelho e o pé do MI de chamada não deverá elevar-se acima da linha das ancas

3º salto "JUMP"

As características da fase de recepção/chamada são em tudo semelhantes àquelas que foram indicadas para a chamada do “hop” e para o “step”;

Na fase de suspensão o saltador deve realizar a técnica do salto na passada. Queda

Recepção a 2 pés paralelos; Joelhos flectidos e junto ao peito; Ligeira inclinação lateral; Puxar os braços e tronco para a frente.

Principais erros do Triplo Salto

Na corrida de balanço

Quebra ou manutenção do ritmo de passos finais; No 1º salto - “HOP

Chamada prematura ou tardia; Último passo mais longo que os restantes; O aluno procura saltar muito alto; Movimentação prematura das pernas no ar; A perna de impulsão contacta o solo demasiado longe do centro de gravidade;

No 2º salto - “STEP”

Fraca elevação da coxa do membro inferior de balanço; Trajectória de voo demasiado rasante;

No 3º salto – “JUMP”

Reduzida elevação e extensão dos membros inferiores; Baixar os membros inferiores demasiado cedo para o contacto; Trajectória de voo demasiado rasante;

Na recepção / queda

Incorrecta colocação dos membros superiores (suspensão); Contacto prematuro no solo não utilizando toda a extensão do voo; Recepção com joelhos rígidos o que implica a queda para trás; Tronco inclinado à retaguarda.