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Estudo de Impacto Ambiental EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra Maio, 2011 Rev. 00 VI. 2-1/38 2 CLIMA, QUALIDADE DO AR E EMISSÕES SONORAS 2.2 CLIMA 2.2.1 Fatores Dinâmicos e Estáticos O clima da região é tropical quente e semi-úmido (de quatro a cinco meses secos), sendo resultado de uma combinação de fatores estáticos (localização geográfica e topografia) e dinâmicos (massas de ar). Os fatores dinâmicos que determinam o clima são de micro, meso e grande escala, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e as Frentes Frias, principais responsáveis pela precipitação na região, o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e o Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN) que, dependendo das suas posições, ocasionam grandes períodos de estiagem (MINUZZI et. al., 2007). A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é definida como uma persistente banda de nebulosidade e precipitação, com orientação noroeste- sudeste, que se estende desde o sul e leste da Amazônia até o sudoeste do Oceano Atlântico Sul-Central por alguns milhares de quilômetros, bastante presente nos meses de verão. Além disso, deve haver persistência de pelo menos quatro dias desta configuração, pois, caso contrário, a confluência pode ser gerada apenas pela penetração de um sistema frontal (KODAMA, 1992, 1993; SATYAMURTI et. al., 1998; LIEBMANN et. al., 2001; CARVALHO et. al., 2002a, 2004). Para as regiões sul-sudeste no período de verão, a ZCAS tem importante papel na ocorrência de veranicos e enchentes severas. Além disso, existem modulações na escala intrasazonal e interanual que dão origem a significativas anomalias climáticas no Brasil. Outro fator que influencia o regime pluviométrico regional são as altas subtropicais, que são sistemas de alta pressão localizados em torno da latitude de 30º, nos principais oceanos do planeta (Figura 2.2-1). Elas estão associadas à circulação média meridional da atmosfera, surgindo devido às células de Hadley. No Atlântico Sul, a Alta Subtropical (ASAS) é de grande importância para o clima da América do Sul. Ela afeta o clima tanto no inverno quanto no verão. Durante o período de inverno, ela inibe a entrada de frentes e causa inversão térmica e concentração de poluentes nos principais centros urbanos das regiões sul e sudeste. A dinâmica desse sistema também favorece a formação de nevoeiros e geadas nas regiões sul e sudeste. Por outro lado, no verão o transporte de umidade nos baixos níveis troposféricos ao longo da ZCAS é afetado pela circulação associada a ASAS.

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VI. 2-1/38

2 CLIMA, QUALIDADE DO AR E EMISSÕES SONORAS

2.2 CLIMA

2.2.1 Fatores Dinâmicos e Estáticos

O clima da região é tropical quente e semi-úmido (de quatro a cinco meses secos), sendo resultado de uma combinação de fatores estáticos (localização geográfica e topografia) e dinâmicos (massas de ar). Os fatores dinâmicos que determinam o clima são de micro, meso e grande escala, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e as Frentes Frias, principais responsáveis pela precipitação na região, o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e o Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN) que, dependendo das suas posições, ocasionam grandes períodos de estiagem (MINUZZI et. al., 2007).

A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é definida como uma persistente banda de nebulosidade e precipitação, com orientação noroeste-sudeste, que se estende desde o sul e leste da Amazônia até o sudoeste do Oceano Atlântico Sul-Central por alguns milhares de quilômetros, bastante presente nos meses de verão. Além disso, deve haver persistência de pelo menos quatro dias desta configuração, pois, caso contrário, a confluência pode ser gerada apenas pela penetração de um sistema frontal (KODAMA, 1992, 1993; SATYAMURTI et. al., 1998; LIEBMANN et. al., 2001; CARVALHO et. al., 2002a, 2004).

Para as regiões sul-sudeste no período de verão, a ZCAS tem importante papel na ocorrência de veranicos e enchentes severas. Além disso, existem modulações na escala intrasazonal e interanual que dão origem a significativas anomalias climáticas no Brasil.

Outro fator que influencia o regime pluviométrico regional são as altas subtropicais, que são sistemas de alta pressão localizados em torno da latitude de 30º, nos principais oceanos do planeta (Figura 2.2-1). Elas estão associadas à circulação média meridional da atmosfera, surgindo devido às células de Hadley. No Atlântico Sul, a Alta Subtropical (ASAS) é de grande importância para o clima da América do Sul. Ela afeta o clima tanto no inverno quanto no verão.

Durante o período de inverno, ela inibe a entrada de frentes e causa inversão térmica e concentração de poluentes nos principais centros urbanos das regiões sul e sudeste. A dinâmica desse sistema também favorece a formação de nevoeiros e geadas nas regiões sul e sudeste. Por outro lado, no verão o transporte de umidade nos baixos níveis troposféricos ao longo da ZCAS é afetado pela circulação associada a ASAS.

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A

B

Legenda:

ITCZ = Zona de Convergência Intertropical Monthly Precipitation (mm) = Precipitação Mensal (mm) Polar Front = Frente Polar

Hadley Cells = Células de Hadley Profile View = Vista de Perfil Subtropical Highs = Altas Subtropicais

Article Circle = Círculo de Ártico Tropic of Cancer = Trópico de Câncer Equator = Equador

Tropic of Capricorn = Trópico de Capricórnio

Antarctic Circle = Círculo de Antártico

FIGURA 2.2-1: CENTROS DE ALTA PRESSÃO (H), BAIXA PRESSÃO (L); A) JANEIRO – PERÍODO DO VERÃO, B) JULHO – PERÍODO INVERNO.

FONTE: EARTH, SPACE & AVIATION SCIENCES (2009)

BASTOS & FERREIRA (2000) citam que no período de inverno a ASAS influencia grandes centros urbanos, principalmente nas proximidades do litoral da região sudeste do Brasil. Pelo fato do continente estar mais frio que o oceano, a ASAS tende a migrar para o continente, onde o vento encontra-se consideravelmente fraco nas regiões sul e sudeste. Esta migração pode ser também visualizada na Figura 2.2-1. Esses fatores são propícios à formação de nevoeiros de radiação, e inversões térmicas. A inversão térmica é muito comum, caracterizada pela anomalia da temperatura que aumenta com a altitude. As regiões que mais sofrem influência da ASAS são as regiões sul, sudeste e centro oeste do Brasil.

Durante o verão, os ventos de superfície associados a ASAS enfraquecem à medida que se aproximam do continente, com exceção da vizinhança do Atlântico

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Sudeste. Esta característica diminui o transporte de vapor d’água na costa do nordeste. Ao longo do litoral dos estados da região sudeste os ventos são predominantemente de NE, favorecendo o transporte de umidade do oceano Atlântico Equatorial para o ramo oceânico da ZCAS. Do ponto de vista da circulação, comparando as situações de inverno e verão, observa-se que a ASAS desloca-se ligeiramente para sudoeste e se torna mais presente no verão.

Como dito anteriormente, na região sudeste do Brasil, durante todo o ano, sopram ventos de NE a E (Sistema de Correntes de Nordeste a Leste) oriundos da ASAS. Segundo NIMER (1989), esta massa de ar tropical possui temperaturas relativamente elevadas, fornecidas pela intensa radiação solar e do solo das latitudes tropicais, além de forte umidade específica fornecida pela intensa evaporação marítima, que fica em geral limitada à camada superficial. Tais condições conferem à massa de ar um caráter de homogeneidade e estabilidade, mantendo o tempo estável e geralmente ensolarado, sendo a condição meteorológica predominante no sudeste do Brasil.

O Estado do Rio de Janeiro, por estar situado na região sudeste do Brasil, sofre influência direta em seu clima dos fenômenos meteorológicos descritos anteriormente. Nele, a chegada de correntes perturbadas apresentadas na Figura 2.2-2, normalmente provoca instabilidades e bruscas mudanças do tempo,

geralmente acompanhadas de chuvas. Tais correntes são denominadas de:

Sistema de Correntes Perturbadas de Sul (S): representadas pela invasão de anticiclone polar;

Sistema de Correntes Perturbadas de Oeste (W): o sistema de instabilidade de W. Nos meados da primavera a meados do outono, a Região Sudeste é regularmente invadida por ventos de W a NW trazidos por linhas de instabilidade tropicais (IT); e

Sistema de Correntes Perturbadas de Leste (E): são característicos dos litorais das regiões tropicais atingidos pelos alísios.

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Sistema de Circulação Predominante (NE-E)

Sistema de Circulação Perturbada de S (FP)

Sistema de Circulação Perturbada de W (IT)

Sistema de Circulação Perturbada de E (EW)

FIGURA 2.2-2: SISTEMAS DE CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA ATUANTES NO RIO

DE JANEIRO. FONTE: ADAPTADO DE NIMER (1989).

2.2.2 Elementos Climáticos

Nesta seção são descritas as variáveis meteorológicas na região de inserção do empreendimento, contemplando:

Precipitação pluviométrica; Temperatura; Evaporação e cobertura de nuvens; Umidade relativa do ar; Radiação solar; Pressão atmosférica; e Direção e velocidade do vento.

A caracterização climática foi realizada com a base de informações apresentada no Quadro 2.2-1 obtida das seguintes fontes:

Agência Nacional de Águas (ANA) – Sistema HidroWeb; Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) – Rede de Estações e Normais

Climatológicas; e

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Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET) – Estações Meteorológicas.

QUADRO 2.2-1: DADOS DAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS

ESTAÇÃO CÓDIGO FONTE COORDENADAS PARÂMETROS PERÍODO

Cardoso Moreira 2141003 ANA 229.201 E

7.621.142 S PP 1939 a 2005

a

Campos – Ponte Municipal

2141002 ANA 262.108 E

7.592.705 S PP 1946 a 2005

b

Usina Quissamã 2241002 ANA 245.063 E

7.553.358 S PP 1966 a 2005

c

São Fidélis 2141005 ANA 215.132 E

7.603.910 S PP 1939 a 2005

d

Dois Rios 2141006 ANA 204.109 E

7.603.926 S PP 1939 a 2005

e

Presidente Kennedy A-622 INMET 288.220 E

7.665.295 S

PP, TA, UR, VV, DV, PA

2009

Aeroporto de Campos SBCP REDEMET 261.874 E

7.598.794 S DV, VV, PA, TA, CN 2007 a 2009

MPX – Água Preta ND EcoSoft 285.824 E

7.582.909 S

PP, TA, UR, VV, DV, RS, PA, DP

2008 a 2010

Legenda: PP precipitação pluviométrica; RS radiação solar; TA temperatura do ar; PA pressão atmosférica;

UR umidade relativa do ar; CN cobertura de nuvens; VV velocidade do vento; PA pressão atmosférica; DV direção do vento; IN insolação;

EV evaporação; DP desvio padrão da direção do vento; NA Não Aplicável; ND Não Disponível.

Notas:

a) os efetivos períodos das medições foram: 1939 a 1977, 1982 a 1995 e 2001 a 2005; b) os efetivos períodos das medições foram: 1946 a 1970 e 2002 a 2005; c) o efetivo período da medição foi de 1966 a 2005;

d) os efetivos períodos das medições foram: 1939 a 1977, 1989 a 1995 e 2001 a 2005; e) os efetivos períodos das medições foram: 1939 a 1977, 1982 a 1995 e 2001 a 2005.

O Mapa 2.2-1 apresenta a localização das estações meteorológicas, bem como

sua disposição em relação à área de estudo.

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Abril, 2011 – Rev. 00

VI .2-7/38 MAPA 2.2-1: ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS UTILIZADAS NO DIAGNÓSTICO DE CLIMA

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2.2.3 Precipitação Pluviométrica

Com base no Mapa Climático de Precipitação Pluviométrica Acumulada Anual (1931-1990) do INMET (2010), observa-se na região um total de chuvas da ordem de 1.200 mm por ano, e a ocorrência de aproximadamente 130 dias de chuva por ano. A Figura 2.2-3 e a Figura 2.2-4, a seguir, mostram os valores médios mensais de precipitação pluviométrica e o número de dias de chuva, compilados a partir das séries de dados registradas nas estações. Os gráficos mostram claramente os períodos chuvosos e de estiagem na região. O segundo se estende de maio a setembro, onde a precipitação média está em torno de 50 mm. A partir do mês de outubro inicia-se o período chuvoso, o qual se prolonga até meados de abril. Nesta época do ano a atuação dos sistemas frontais e da ZCAS favorece o aumento de precipitação, ocasionando muitas vezes enchentes.

FIGURA 2.2-3: MÉDIAS MENSAIS DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

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FIGURA 2.2-4: NÚMERO DE DIAS DE CHUVA

2.2.4 Temperatura do Ar

A Figura 2.2-5 e a Figura 2.2-6, a seguir, apresentam, respectivamente, as variações de temperatura do ar baseadas no Mapa Climático das Normais Climatológicas do INMET, e as médias mensais registradas nas estações meteorológicas do Aeroporto de Campos, Presidente Kennedy e MPX-Água Preta. A temperatura média apresenta pequena oscilação ao longo dos meses do ano, variando em torno de 6 ºC do mês mais quente (fevereiro) ao mês mais frio (junho).

As médias mensais da temperatura apresentam um padrão sazonal, sendo maiores no verão, em torno de 27 ºC, e menores no inverno, em torno de 21 ºC. A estação do aeroporto de Campos possui temperaturas mais altas do que as demais estações, cerca de 3 ºC acima, devido a sua localização mais afastada do litoral. As temperaturas médias observadas foram de 25,6 ºC na estação do aeroporto de Campos, 24,1 ºC na estação de Presidente Kennedy e de 23,8 ºC na estação MPX-Água Preta.

Verifica-se que o período chuvoso possui relação direta com o aumento da temperatura durante a primavera e verão. Isso ocorre devido à combinação do aumento do transporte de umidade, através da intensificação do sistema de Alta Pressão sobre a Bolívia, transportando umidade da região amazônica para o Brasil Central e Região Sudeste, juntamente com o transporte de umidade do oceano ocasionado pela ação da Alta do Atlântico Sul. Esses transportes de umidade, combinados com altas temperaturas, proporcionam uma significativa convecção sobre a região, ocasionando as chuvas intensas observadas durante este período.

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FIGURA 2.2-5: MAPA CLIMÁTICO DE TEMPERATURA MÉDIA

ANUAL – 1931-1990. FONTE: ADAPTADO DE INMET (2010)

FIGURA 2.2-6: MÉDIAS MENSAIS DE TEMPERATURA.

2.2.5 Evaporação e Nebulosidade

Com base no Mapa Climático de Evaporação e no Mapa Climático de Nebulosidade do Brasil (INMET, 2010), observa-se na região que a evaporação acumulada anual é da ordem de 800 a 1.200 mm e que a nebulosidade (cobertura de nuvens) média varia entre 5 e 6 décimos.

Área de Estudo

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2.2.6 Umidade Relativa

A umidade relativa do ar mantém-se geralmente elevada durante todo o ano, condição típica de região litorânea no sudeste brasileiro, com média anual de 80%. A Figura 2.2-7 apresenta as médias mensais obtidas da análise da série temporal das estações MPX-Água Preta e Presidente Kennedy. Diferentemente dos outros parâmetros analisados anteriormente, a umidade relativa (UR) não exibe um padrão sazonal. Nas estações MPX-Água Preta e Presidente Kennedy, os valores médios de umidade relativa são altos e semelhantes, da ordem de 77 % devido à proximidade com o oceano.

FIGURA 2.2-7: MÉDIAS MENSAIS DE UMIDADE RELATIVA.

2.2.7 Pressão Atmosférica

A média anual registrada nas estações MPX-Água Preta e Campos são semelhantes, com valores de 1016 e 1015 hPa, respectivamente (Figura 2.2-8).

Na estação Presidente Kennedy os valores são inferiores (média de 1005 hPa). A sazonalidade é similar nas 3 estações meteorológicas, com máximas durante o inverno e mínimas durante o verão. A oscilação para cima durante o inverno é fruto da migração dos centros de alta pressão do oceano para o continente, devido à queda de temperatura sobre o continente. O período chuvoso (verão) é caracterizado pelo abaixamento de pressão, padrão esperado para esta região.

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FIGURA 2.2-8: MÉDIAS MENSAIS DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA

2.2.8 Insolação e Radiação Solar

A insolação indica o número de horas de exposição à luz solar que ocorre em determinada região. De acordo com o Mapa Climático de Insolação, a insolação média anual normalizada da região está entre 2.100 a 2.400 horas de sol (INMET, 2010). A radiação solar indica o fluxo de energia solar incidente sobre uma determinada área. A Figura 2.2-9 apresenta as médias horárias de radiação solar, observadas na estação MPX-Água Preta, que entrou em operação desde julho de 2008. Observa-se um comportamento padrão da variável analisada, com máximos ao meio dia. O fluxo de radiação médio incidente em São João da Barra foi de aproximadamente 222 W.m-2.

FIGURA 2.2-9: MÉDIAS HORÁRIAS DA RADIAÇÃO SOLAR

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2.2.9 Direção e Velocidade do Vento

Foram identificadas três estações com séries de registros de direção e velocidade do vento com informações adequadas para o diagnóstico regional. A Figura 2.2-10 apresenta a variação da velocidade do vento ao longo do ano nas estações de Presidente Kennedy, Aeroporto de Campos e MPX-Água Preta. As velocidades médias nas três estações foram de 3,5 m.s-1 em Presidente Kennedy, 3,7 m.s-1 no Aeroporto de Campos e 3,1 m.s-1 na estação MPX-Água Preta. Observa-se que as três estações possuem um comportamento sazonal semelhante, com velocidades mínimas de março a julho (durante outono - inverno) e máximas entre agosto e fevereiro (durante primavera - verão). De acordo com a classificação de intensidade dos ventos de Beaufort, as médias de velocidades apresentam-se com graus entre 2 e 3, classificados como brisa suave e brisa leve, respectivamente.

FIGURA 2.2-10: VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO

A Figura 2.2-11 apresenta as rosas dos ventos obtidas das análises das séries temporais de direção e velocidade do vento medidas nas estações Presidente Kennedy, Aeroporto de Campos e MPX-Água Preta. Observa-se em todas elas a predominância das direções do primeiro quadrante, com maior ocorrência (10 – 15 %) da direção nordeste (NE) e de 5 a 10 % de ocorrência de ventos da direção sudoeste (SW). Na estação do Aeroporto de Campos é verificado um deslocamento da direção predominante do vento (de NE e SW), com ventos na direção leste-nordeste (ENE), sendo a ocorrência de 15%. Atribui-se essa mudança ao fato de que a estação está situada mais afastada do litoral, diferentemente das estações Presidente Kennedy e MPX – Água Preta.

Na estação de Presidente Kennedy há um forte componente de SW (superior a 10 %) devido à presença de montanhas localizadas 10 km a oeste da estação, fazendo com que a brisa de vale-montanha seja frequente na região. O percentual

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de calmaria é da ordem de 3,1 % para MPX-Água Preta; 0,8 % em Presidente Kennedy e 14 % no Aeroporto de Campos.

FIGURA 2.2-11: ROSAS DOS VENTOS

2.3 QUALIDADE DO AR

Na região prevista para a implantação do empreendimento, o monitoramento da qualidade do ar vem sendo realizado desde 2008, quando foi instalada uma estação automática de propriedade da empresa MPX, situada no povoado de Água Preta, no município de São João da Barra, na parte sul da área prevista para o DISJB. As análises de qualidade do ar apresentadas foram geradas a

partir da compilação e interpretação dos dados obtidos pela referida estação automática (Figura 2.3-1), no período de 01/12/2008 a 14/05/2010.

FIGURA 2.3-1: ESTAÇÃO METEOROLÓGICA E DE

QUALIDADE DO AR – MPX ÁGUA PRETA

285.824 E

7.582.909 S

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2.3.1 Parâmetros Monitorados

O Quadro 2.3-1 apresenta a relação de parâmetros medidos na estação MPX-Água Preta e suas respectivas metodologias de medição, que são certificados pela USEPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América). Atualmente, o local que abriga a estação se apresenta isento de fontes emissoras antropogênicas interferentes, possibilitando estabelecer um bom cenário referencial da qualidade do ar da região.

QUADRO 2.3-1: PARÂMETROS MONITORADOS NA ESTAÇÃO AUTOMÁTICA DE PROPRIEDADE DA

MPX INSTALADA EM ÁGUA PRETA - SÃO JOÃO DA BARRA

PARÂMETRO MONITORADO METODOLOGIA DE MEDIÇÃO EQUIPAMENTO UTILIZADO

Partículas totais em suspensão (PTS) Absorção de raios beta Met One BAM 1020

Partículas inaláveis (PI como PM10) Absorção de raios beta Met One BAM 1020

Dióxido de enxofre (SO2) Fluorescência aos raios ultravioleta Horiba APSA-360CE

Dióxido de nitrogênio (NO2) Quimiluminescência Horiba APNA-360CE

Monóxido de nitrogênio (NO) Quimiluminescência Horiba APNA-360CE

Óxidos de nitrogênio (NOx) Quimiluminescência Horiba APNA-360CE

Monóxido de carbono (CO) Infravermelho não dispersivo Horiba APMA-360CE

Hidrocarbonetos totais (HCT) Ionização de chama Horiba APHA-360CE

Hidrocarbonetos não metano (HCnM) Ionização de chama Horiba APHA-360CE

Metano (CH4) Ionização de chama Horiba APHA-360CE

Ozônio (O3) Absorção de ultravioleta Horiba APOA-360CE

Velocidade escalar do vento (VV) Anemômetro de conchas Met One 014A

Direção escalar do vento (DV) Biruta com pá balanceada Met One 024A

Temperatura do ar (TA) Termistor Met One 083D-1-35

Umidade relativa do ar (UR) Termistor Met One 083D-1-35

Precipitação pluviométrica (PP) Pluviômetro de gangorra Met One 372

Radiação solar global (RS) Piranômetro Met One 096-1

2.3.2 Padrões de Qualidade do Ar

A qualidade do ar de uma dada região é o resultado de diversos fatores, envolvendo a emissão de contaminantes atmosféricos por fontes fixas e móveis, locais e distantes, juntamente com as condições físicas e meteorológicas reinantes que determinam, assim, a concentração dos poluentes na atmosfera.

Com o intuito de estabelecer estratégias para o controle, preservação e recuperação da qualidade do ar válidas para todo o território nacional, conforme previsto na Lei nº 6.938/81, foi instituído o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar - PRONAR pela Resolução CONAMA nº 05/89, dando definições

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e diretrizes para o gerenciamento. Com base nesta norma, foi editada, em 28/06/90, a Resolução CONAMA nº 03/90, que estabelece padrões de qualidade do ar, métodos de amostragem e análise dos poluentes atmosféricos, assim como níveis de qualidade atinentes a um plano de emergência para episódios críticos de poluição do ar, visando subsidiar providências dos governos estaduais e municipais, com o objetivo de prevenir grave e iminente risco à saúde pública.

A mesma resolução estabeleceu também que: “Enquanto cada Estado não definir as áreas de Classe I, II e III mencionadas no item 1.3, subitem 1.3.2, da Resolução CONAMA nº 05/89, serão adotados os padrões primários de qualidade do ar estabelecidos nesta resolução”. Desta forma, para a área de estudo, aplicam-se os padrões primários de qualidade do ar.

O Quadro 2.3-2 apresenta os padrões de qualidade do ar, primários e secundários, estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 03/90.

QUADRO 2.3-2: PADRÕES DE QUALIDADE DO AR – RESOLUÇÃO CONAMA Nº 03/1990

POLUENTE

PADRÃO PRIMÁRIO b

PADRÃO SECUNDÁRIO c

CONCENTRAÇÃO

(µg/m³) TEMPO DE

MÉDIA CONCENTRAÇÃO

(µg/m³) TEMPO DE

MÉDIA

Partículas Totais em Suspensão (PTS)

80 a 1 ano 60

a 1 ano

240 24 horas 150 24 horas

Partículas Inaláveis <10 µm (PI)

50 1 ano 50 1 ano

150 24 horas 150 24 horas

Dióxido de Enxofre (SO2) 80 1 ano 40 1 ano

365 24 horas 100 24 horas

Monóxido de Carbono (CO) 10.000 (9 ppm) 8 horas 10.000 (9 ppm) 8 horas

40.000 (35 ppm) 1 hora 40.000 (35 ppm) 1 hora

Dióxido de Nitrogênio (NO2) 100 1 ano 100 1 ano

320 1 hora 190 1 hora

Fumaça 150 24 horas 100 24 horas

60 1 ano 40 1 ano

Ozônio (O3) 160 1 hora 160 1 hora

Notas:

a. Média Geométrica; b. Padrão Primário – concentrações que se ultrapassadas poderão afetar a saúde da população. c. Padrão Secundário – concentrações abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população bem como o mínimo dano à fauna e à flora. Em áreas poluídas, podem ser entendidos como níveis desejados de

concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

2.3.3 Situação da Qualidade do Ar

As concentrações dos poluentes atmosféricos, regulamentados e complementares, presentes na atmosfera da região vêm sendo continuamente medidas e registradas como médias horárias, 24 horas por dia, na estação

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VI. 2-18/38

mencionada. Para interpretação das séries de dados gerados, foram utilizadas análises estatísticas descritivas e gráficos de séries temporais.

As concentrações dos poluentes são comparadas aos padrões primários de qualidade do ar estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 03/90, quando cabíveis, uma vez que nem todos os parâmetros monitorados pela estação possuem limites estabelecidos pela Resolução.

É importante observar que a comparação com os padrões é feita graficamente através da leitura direta das medições, para o caso de padrões com referência temporal de 1 hora, ou com a leitura da média de intervalo compatível, no caso de referências temporais maiores que 1 hora. As escalas dos gráficos foram ajustadas para facilitar a comparação dos resultados com os padrões de qualidade do ar aplicáveis à região.

O Quadro 2.3-3 apresenta apenas para conhecimento dos dados registrados e

sem objetivo de comparação com o padrão ambiental, as análises estatísticas descritivas das séries horárias dos dados de qualidade do ar, obtidas na estação MPX-Água Preta.

QUADRO 2.3-3: ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS SÉRIES DE DADOS DE QUALIDADE DO AR DA

ESTAÇÃO ÁGUA PRETA: PERÍODO DE 01/12/2008 A 14/05/2010

POLUENTE MÉDIA DESVIO PADRÃO MÍNIMO MÁXIMO

PTS [µg/m³] 41,0 43,0 2,0 941,0

PI [µg/m³] 24,0 25,0 0,0 642,0

SO2 [µg/m³] 4,4 2,3 0,0 20,2

NO2 [µg/m³] 3,8 3,1 0,0 30,2

NO [µg/m³] 1,5 1,7 0,0 70,0

NOX [µg/m³] 5,3 4,2 0,0 90,0

CO [µg/m³] 172,0 64,9 29,2 2.901,1

HCT [ppm] 2,3 0,4 1,7 5,8

HCnM [ppm] 0,3 0,3 <0,1 2,7

CH4 [ppm] 1,9 0,3 1,2 5,3

O3 [µg/m³] 28,9 16,9 0,0 106,3

Da Figura 2.3-2 a Figura 2.3-9 são exibidos gráficos compreendendo os resultados das concentrações médias dos poluentes monitorados na estação MPX-Água Preta, com suas respectivas comparações com os padrões primários de qualidade do ar, quando aplicáveis.

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VI. 2-19/38

FIGURA 2.3-2: CONCENTRAÇÕES DE PARTÍCULAS TOTAIS EM SUSPENSÃO

FIGURA 2.3-3: CONCENTRAÇÕES DE PARTÍCULAS INALÁVEIS

Partículas Totais em Suspensão [µg/m³] - Médias de 24 h - Estação MPX

Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 24 h

1/5/20101/3/20101/1/20101/11/20091/9/20091/7/20091/5/20091/3/20091/1/2009

Part

ícula

s T

ota

is e

m S

uspensão [µg/m

³]

280

240

200

160

120

80

40

0

Partículas Inaláveis (<10µm) [µg/m³] - Médias de 24 h - Estação MPX

Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 24 h

1/5/20101/3/20101/1/20101/11/20091/9/20091/7/20091/5/20091/3/20091/1/2009

Part

ícula

s Inalá

veis

[µg/m

³]

175

150

125

100

75

50

25

0

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VI. 2-20/38

FIGURA 2.3-4: CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE ENXOFRE

FIGURA 2.3-5: CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO

Dióxido de Enxofre [µg/m³] - Médias de 24 h - Estação MPX

Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 24 h

1/5/20101/3/20101/1/20101/11/20091/9/20091/7/20091/5/20091/3/20091/1/2009

Dió

xid

o d

e E

nxofr

e [µg/m

³]

400

350

300

250

200

150

100

50

0

Dióxido de Nitrogênio [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX

Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 1 h

1/5/20101/3/20101/1/20101/11/20091/9/20091/7/20091/5/20091/3/20091/1/2009

Dió

xid

o d

e N

itrogênio

[µg/m

³]

360

320

280

240

200

160

120

80

40

0

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VI. 2-21/38

FIGURA 2.3-6: CONCENTRAÇÕES DE MONÓXIDO DE NITROGÊNIO E ÓXIDOS DE NITROGÊNIO

FIGURA 2.3-7: CONCENTRAÇÕES DE MONÓXIDO DE CARBONO

Monóxido de Nitrogênio [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX

Óxidos de Nitrogênio [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX

1/5/20101/3/20101/1/20101/11/20091/9/20091/7/20091/5/20091/3/20091/1/2009

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

Monóxido de Carbono [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX

Monóxido de Carbono [µg/m³] - Médias de 8 h - Estação MPX

Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 8 h

1/5/20101/3/20101/1/20101/11/20091/9/20091/7/20091/5/20091/3/20091/1/2009

Monóxid

o d

e C

arb

ono [µg/m

³]

11.000

10.000

9.000

8.000

7.000

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0

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VI. 2-22/38

FIGURA 2.3-8: CONCENTRAÇÕES DE HIDROCARBONETOS

FIGURA 2.3-9: CONCENTRAÇÕES DE OZÔNIO

Hidrocarbonetos Totais [ppm] - Médias de 1 h - Estação MPX

Metano [ppm] - Médias de 1 h - Estação MPX

Hidrocarbonetos Não-Metano [ppm] - Médias de 1 h - Estação MPX

1/5/20101/3/20101/1/20101/11/20091/9/20091/7/20091/5/20091/3/20091/1/2009

Hid

rocarb

oneto

s [ppm

]

6

5

4

3

2

1

0

Ozônio [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX

Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 1 h

1/5/20101/3/20101/1/20101/11/20091/9/20091/7/20091/5/20091/3/20091/1/2009

Ozônio

[µg/m

³]

200

160

120

80

40

0

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VI. 2-23/38

Pode-se inferir que nenhum parâmetro apresentou concentrações superiores aos limites estabelecidos pelos padrões legais vigentes no Brasil (Resolução CONAMA nº 03/1990).

É importante frisar que o ozônio, utilizado como um traçador de um grupo de poluentes denominado de oxidantes fotoquímicos, não é um poluente emitido diretamente por fontes industriais, veiculares ou naturais, mas é formado na troposfera por meio de reações fotoquímicas de poluentes precursores, tais como os óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs).

O ozônio normalmente apresenta-se com maiores concentrações em horários com maior intensidade de luz solar. Os óxidos de nitrogênio, NO e NO2, são normalmente resultantes de processos de combustão veicular e industrial. Já os hidrocarbonetos e os compostos orgânicos voláteis são emitidos através de processos evaporativos, queima incompleta de combustíveis automotivos, em processos industriais e também por certos tipos de vegetais.

Na atmosfera mais próxima ao solo, na presença dos precursores, o ozônio é tanto formado quanto consumido em complexas reações fotoquímicas, estabelecendo um equilíbrio químico dependente ainda das condições meteorológicas. As massas de ar contendo precursores e/ou ozônio podem se dispersar desde as áreas de maior emissão para áreas afastadas das fontes emissoras.

Assim, concentrações elevadas de ozônio também podem ser encontradas nas periferias dos grandes centros e mesmo em áreas distantes (dezenas a centenas de quilômetros) de focos de emissão e sem fontes significativas de poluição locais.

O Quadro 2.3-4 apresenta o resumo das concentrações de poluentes obtidas

durante o monitoramento e suas comparações com as concentrações limite estabelecidas pelos padrões primários de qualidade do ar da (Resolução CONAMA nº 03/90). Como as medições foram obtidas por métodos automatizados de alta frequência, um grande volume de dados tomados em horários e situações meteorológicas distintas permite produzir um diagnóstico apurado da qualidade do ar local, incluindo variações sazonais de curto período e dando uma amostra representativa das amplitudes das concentrações que cada parâmetro medido pode alcançar nessa região.

Dessa forma, as concentrações médias de cada poluente foram comparadas, em caráter de projeção, com os limites estabelecidos pelo padrão de longo período (médias anuais). Os padrões de curto período (1, 8 e 24 h) foram comparados com os resultados das máximas concentrações de cada tempo de média compatível, para cada uma das referências temporais consideradas.

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VI. 2-24/38

QUADRO 2.3-4: RESUMO ESTATÍSTICO DO MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR REALIZADO EM

ÁGUA PRETA E COMPARAÇÃO COM OS PADRÕES PRIMÁRIOS DE QUALIDADE DO AR (RESOLUÇÃO

CONAMA Nº 03/90) – PERÍODO DE 01/12/2008 A 14/05/2010

POLUENTE REFERÊNCIA

TEMPORAL PQAR

1 ESTAÇÃO ÁGUA PRETA

CONCENTRAÇÃO MÁXIMA 2

FRAÇÃO DO PQAR [%] 3

PTS [µg/m³] 24 h 240 230,0 95,8

Média anual 80 4

40,2

50,3

PI [µg/m³] 24 h 150 135,0 90,0

Média anual 50 26,2

52,4

SO2 [µg/m³] 24 h 365 8,9 2,4

Média anual 80 5,4

6,8

NO2 [µg/m³] 1 h 320 30,2 9,4

Média anual 100 4,2

4,2

CO [µg/m³] 1 h 40.000 2.901,1 7,3

8 h 10.000 633,3 6,3

O3 [µg/m³] 1 h 160 106,3 66,4

Notas: (1) padrão primário da qualidade do ar estabelecido pela Resolução CONAMA nº 03/1990;

(2) concentração máxima de curto período (1, 8 ou 24 h) ou máxima média móvel de 1 ano, conforme respectivos tempos de média dos padrões aplicáveis;

(3) fração de contribuição relativa ao padrão primário de qualidade do ar (PQAr

Cm ax100 );

(4) média geométrica.

Com base na comparação apresentada no Quadro 2.3-4, conclui-se que:

Atualmente, a área de estudo possui níveis satisfatórios de qualidade do ar. Os valores de concentrações medidos na estação localizada em Água Preta foram sempre inferiores aos limites estabelecidos pelos padrões de qualidade do ar;

Em relação às médias de curto período, os poluentes que apresentaram concentrações com maior significância foram PTS, PI e O3. Para estes poluentes foram identificadas ocorrências de concentração máxima com contribuição relativa aos padrões de qualidade do ar da ordem de 95,8 %, 90,0 % e 66,4 % (PTS, PI e O3, respectivamente). Os demais poluentes apresentaram níveis de contribuição relativa em patamares inferiores a 10 % dos respectivos padrões primários de qualidade do ar, as menores concentrações relativas são identificadas para o SO2, atingindo, no máximo 2,4 % do padrão primário de qualidade do ar para concentrações de 24 h;

Em relação à média anual, os parâmetros se enquadraram satisfatoriamente aos níveis impostos pela legislação vigente. As duas maiores concentrações, referentes aos parâmetros PTS e PI, apresentaram valores que correspondem a 50,3 % e 52,4 % dos respectivos padrões de qualidade do ar.

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VI. 2-25/38

2.4 EMISSÕES SONORAS (RUÍDOS)

O ruído pode ser definido como um som ou conjunto de sons desagradáveis e/ou perigosos, capazes de alterar o bem-estar fisiológico ou psicológico das pessoas, de provocar lesões auditivas que podem levar à surdez e de prejudicar a qualidade e quantidade do trabalho (UNIV-AB, 2009). O Estado do Rio de Janeiro, através da Lei nº 4.324, de 12 de maio de 2004, indica as principais fontes de ruído urbano e poluição sonora.

Os critérios atualmente em vigor para avaliação do nível de ruído no ambiente são estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 01/90, a qual estabelece que "são prejudiciais à saúde e ao sossego público, os ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10.151:2000 da Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT)”. A norma NBR 10.151, que trata da Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade, estabelece que o ruído medido em ambientes externos deve ser comparado com o Nível Critério de Avaliação (NCA).

A avaliação dos níveis de ruído é realizada pela comparação entre o nível de pressão sonora corrigido (LC) e o NCA. O Quadro 2.4-1 reproduz os valores da norma com o NCA segundo o tipo de ocupação das áreas externas, para o período diurno e noturno. Os limites para o período diurno e noturno são definidos pela NBR 10.151:2000. O período diurno estende-se de 7h às 22h, exceto em domingos e feriados, quando o seu início se dá às 9h. O período noturno é considerado o horário complementar. Ainda segundo a NBR 10.151:2000, quando o nível de ruído ambiente (LRA) pré-existente é superior ao valor do Nível de Critério de Avaliação (NCA), o limite a ser observado passa a ser o próprio LRA.

QUADRO 2.4-1: NÍVEL CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO (RUÍDO MÁXIMO ADMISSÍVEL) PARA AS

DIFERENTES ZONAS, EM DB(A)

TIPO DE ZONA PERÍODO

DIURNO NOTURNO

Áreas de sítios e fazendas 40 35

Áreas estritamente residencial urbana, ou de hospitais ou de escolas 50 45

Área mista, predominantemente residencial 55 50

Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55

Área mista, com vocação recreacional 65 55

Área predominantemente industrial 70 60

Fonte: Norma NBR 10.151:2000.

As atividades que serão realizadas pelo empreendimento, tanto na fase de implantação, quanto na de operação, ocorrerão dentro de uma área onde, de acordo com o zoneamento estabelecido pelo Plano Diretor do Município de São João da Barra (Lei Municipal no 115/2008), se encontra uma Zona de Expansão Industrial, criada através da lei Municipal n0 035/2006, cujo uso e ocupação territorial abrigarão um porto e indústrias de natureza diversa.

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VI. 2-26/38

A área do Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB), que corresponde à Área de Influência Direta (AID), foi definida pelo Decreto no 41.585/08 que

estabelece ao sul uma Área de Expansão Urbana, a nordeste está a Zona Especial de Interesse para o Desenvolvimento Sustentável e logo abaixo a Zona Industrial do Porto do Açu (ZIPA), onde está sendo instalado o Porto do Açu e seu Pátio Logístico.

2.4.1 Dados de Ruído Medidos na Região

Na região próxima à área do DISJB, desde o final de 2007, são realizadas

campanhas em 12 pontos de monitoramento localizados no entorno do Porto do Açu, para avaliar a evolução do ruído na região com a construção do empreendimento (LLX-MINASRIO/ECOLOGUS, 2010i).

Especificamente para o estudo aqui apresentado, foram feitas medidas de ruídos em 19 pontos localizados ao redor do Distrito Industrial de São João da Barra, para caracterização da situação atual em relação às emissões sonoras, principalmente aquelas oriundas da construção do Porto do Açu. As medições foram realizadas nos dias 03 e 04 de novembro de 2010, onde, no momento da campanha, as condições meteorológicas encontravam-se favoráveis para as medições, não havendo interferências advindas de fenômenos da natureza (p.e. trovões e chuvas). Porém, foram detectadas rajadas de vento durante as medições, evento típico da região e, portanto, tais condições foram consideradas. Na Figura 2.4-1 e na Figura 2.4-2, a seguir, são apresentadas imagens dos 19 pontos de medição no entorno do terreno do DISJB, sendo os pontos 12,14 e 15 situados no terreno fora do Distrito, em área de expansão urbana.

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VI. 2-27/38

FIGURA 2.4-1: FOTOS DOS PONTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍDO (PONTOS 01 AO 12)

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VI. 2-28/38

FIGURA 2.4-2: FOTOS DOS PONTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍDO (PONTOS 13 AO 19).

Além dessas medições, foram avaliadas as emissões sonoras em 15 estações distribuídas ao longo da Área de Influência Indireta do empreendimento.

A seguir, são apresentadas as malhas amostrais para medição de ruídos na região (Mapa 2.4-1), considerando os pontos do Programa de Monitoramento de Ruídos do Porto do Açu, a medição feita no entorno do DISJB e a medição realizada na AII, junto aos limites da AID.

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VI. 2.4-29/38 MAPA 2.4-1: PONTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍ

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VI. 2-31/38

2.4.2 Caracterização das Emissões Sonoras na AID

A região nordeste do DISJB, próxima à Zona Industrial do Porto do Açu (ZIPA), é

considerada “Área Predominantemente Industrial” e, portanto, os ruídos não devem ultrapassar os valores definidos pela norma NBR 10.151, de 70 dB(A) para período diurno e de 60 dB(A) para período noturno. Já no limite sul, por serem áreas de expansão urbana, estima-se que além de residências, possíveis comércios e locais com funções administrativas se instalarão na área, caracterizando-a como “Área Mista, com vocação comercial e administrativa”. Neste caso, os limites de ruído definidos pela norma é de 60 dB(A) para período diurno e de 55 dB(A) para período noturno. Acima da ZIPA, a nordeste, o DISJB ainda faz limite com áreas de sítios e fazendas onde, nesse caso, o limite passa para 40 dB(A) no período diurno e 35 dB(A) no noturno.

A primeira campanha do Programa de Monitoramento de Ruídos do Porto do Açu foi realizada antes do início das obras do porto (novembro de 2007). Assim, os valores encontrados na primeira campanha foram considerados como valores de background (ruído de fundo) para a análise das emissões sonoras futuras, que ocorreram na etapa de instalação do porto.

No Quadro 2.4-2 abaixo é observada a intensidade do ruído ambiente nos pontos de medição da primeira campanha de monitoramento. Observou-se, na grande maioria, que a principal causa de alguns dos valores elevados encontrados durante as medições se deu devido à presença de ventos na vegetação e de sons emitidos por animais. Ainda no Quadro 2.4-2 abaixo, estão indicados os valores de ruído encontrados na última campanha de monitoramento, realizada em setembro de 2010. Todos os dados de ruído medidos nas 12 campanhas de Monitoramento já realizadas são apresentados a seguir (Figura 2.4-3 e Figura 2.4-4)

QUADRO 2.4-2: NÍVEIS DE RUÍDO AMBIENTE (LRA ) DA 1A CAMPANHA E NÍVEIS DE RUÍDO

CORRIGIDO (LC) DA ÚLTIMA CAMPANHA REALIZADA NA ÁREA DO PORTO DO AÇU – PERÍODO DIURNO E NOTURNO

PONTOS

DE

MEDIÇÃO

DIURNO NOTURNO

RUÍDO AMBIENTE DB(A) 1ª CAMPANHA

LC DB(A) 12ª CAMPANHA

RUÍDO AMBIENTE DB(A) 1ª CAMPANHA

LC DB(A) 12ª CAMPANHA

1 49 60 46 42

2 48 45 45 42

3 51 43 48 39

4 52 67 47 49

5 48 55 49 50

6 49 45 51 46

7 48 57 46 38

8 48 38 53 44

9 - 54 - 55

10 60 51 59 53

11 54 51 50 44

12 45 44 43 50

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VI. 2-32/38

Analisando os dados do Quadro 2.4-2, observa-se que durante o período diurno,

os pontos 02, 03, 06, 08, 10, 11 e 12, foram dominados pelo ruído ambiente que são denominados como fontes, não apresentando alterações influenciadas com as obras do Porto do Açu. O mesmo ocorre no período noturno nos pontos 01, 02, 03, 06, 07, 08, 10 e 11. De qualquer forma, considerando o ruído ambiente (medição de novembro de 2007) como NCA, somente as medições dos pontos 12 (noturno), 01 (diurno) e 07 (diurno) acusaram níveis acima dos limites, considerado o limite como o Ruído Ambiente. Porém, esses pontos estão localizados em área predominantemente industrial, onde, nesse caso os valores encontrados estão dentro dos limites preconizados pela NBR 10.151:2000, de 70 dB(A) para o período diurno e de 60 dB(A) para o noturno.

Já para os pontos 04 e 05 no período diurno e noturno houve um aumento significativo em relação aos outros pontos, devido à proximidade da estrada de asfalto ao acesso das obras do Porto do Açu e a alta frequência de passagem de caminhões, entre outros veículos. Esses pontos que não tiveram o ruído de natureza predominante encontram-se acima dos limites de tolerância estabelecido. Porém, este tipo de ruído diz respeito ao licenciamento do veículo para trafegar em vias públicas, e não ao licenciamento ambiental do empreendimento. Portanto, não foi considerado para efeito de comparação com os limites de ruídos impostos ao empreendimento.

No ponto 01 no período diurno, houve a passagem de dois veículos em direção ao terreno do empreendimento e, portanto, o nível de ruído medido neste ponto ficou acima do limite permitido. No ponto 08 período diurno, houve a passagem de um veículo próximo ao ponto de medição, porém o nível de ruído medido ficou abaixo do limite. No ponto 09 o ruído predominante foi o da obra do Porto do Açu nos dois períodos, contudo os níveis medidos estavam abaixo do limite permitido.

Assim, na primeira campanha, a predominância foi de ruídos causados por ventos na vegetação e por sons emitidos por pássaros, insetos e rãs, para ambos os períodos: diurno e noturno. Já para as medições realizadas em setembro de 2010, com a construção do porto em plena atividade, foram observados diferentes tipos de ruídos, sendo o principal ruído de insetos e pássaros e secundariamente os gerados pela passagem de veículos (principalmente caminhões). Nos pontos localizados próximos ao mar (08, 09, 10 e 12) foram observados apenas ruídos de quebra-mar para ambas as campanhas de medição.

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VI. 2-33/38

FIGURA 2.4-3: VARIAÇÃO DOS NÍVEIS SONOROS DURANTE O PERÍODO DIURNO NOS 2 (DOIS) PRIMEIROS ANOS DE MONITORAMENTO NO PORTO DO AÇU.

FONTE: LLX-MINASRIO/ECOLOGUS (2010I).

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VI. 2-34/38

FIGURA 2.4-4: VARIAÇÃO DOS NÍVEIS SONOROS DURANTE O PERÍODO NOTURNO NOS 2 (DOIS) PRIMEIROS ANOS DE MONITORAMENTO NO PORTO DO AÇU.

FONTE: LLX-MINASRIO/ECOLOGUS (2010I).

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VI. 2-35/38

Nas medições feitas ao redor do terreno do DISJB, em novembro de 2010, os pontos 01, 02, 03, 05, bem com os pontos 16, 17 e 18 fazem divisa com áreas de sítios e fazendas. Os pontos 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 14 e 15 estão localizados no limite da área do DISJB com áreas de expansão urbana. Os outros pontos, 04, 13 e 19 estão situados dentro do terreno do empreendimento e, portanto, serão considerados como pontos em área predominantemente industrial. O relatório de medição está no Anexo VI.2.4-1.

Assim, tomando como base a classificação de ruído máximo admissível da NBR 10.151 (Quadro 2.4-3), todos os pontos apresentaram ruídos dentro dos valores recomendados. Somente os pontos 03, 05 e 18 tiveram valores um pouco acima do máximo admissível, devido à passagem de veículos pelo local na hora da medição e, no caso do ponto 03 o resultado se deu devido a ruídos produzidos por animais da região.

QUADRO 2.4-3: MEDIÇÕES DE RUÍDOS NO ENTORNO DO

TERRENO DO DISJB – PERÍODO DIURNO E NOTURNO

PONTOS DE

MONITORAMENTO

DIURNO NOTURNO

LAEQ DB(A) LAEQ DB(A)

1 54/35* 36

2 36 34

3 32 43

4 59/38* 62/35*

5 73/47* 65/41*

6 62/39* 32

7 46 56

8 47/39* 30

9 53/41* 27

10 50/46* 24

11 58/38* 44/30*

12 60/56* 45

13 55 50

14 57/42* 44

15 52 52/45*

16 59/42* 34

17 40 37

18 68/42* 32

19 69/42* 47

*Medições feitas sem a passagem de veículos

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VI. 2-36/38

Com isso, os resultados (Quadro 2.4-3) mostraram que a principal causa da ocorrência de ruído que foi observada, nos pontos de medição, é de origem natural, como sons emitidos por animais, ruído gerado pelas ondas do mar e pelo vento na vegetação. Outra causa de emissão sonora significativa foi a passagem de veículos, devido às obras no Porto do Açu e ao tráfego de veículos nas estradas que cortam a região.

2.4.3 Cenários de Propagação de Ruídos

Para fins de modelagem do ruído a ser gerado pela implantação do empreendimento, foram elaborados mapas de ruído ambiente nas áreas do entorno do DISJB (AID) e na AII, apresentados abaixo (Figura 2.4-5 e Figura 2.4-6).

O cenário ambiente são todas as fontes de ruído no local do empreendimento que não o pertencem e, portanto, formam o perfil de ruído da região em que ele será instalado. São elas:

Ruído ambiente (gerado pela fauna e eventos naturais); Malha viária atual; Município de Campos dos Goytacazes; e Porto do Açu, empreendimento vizinho ao DISJB.

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VI. 2-37/38

FIGURA 2.4-5: MAPA DE PROPAGAÇÃO DO RUÍDO AMBIENTE NO ENTORNO DO DISJB – PERÍODO DIURNO. FONTE: GROM, 2010

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VI. 2-38/38

FIGURA 2.4-6: MAPA DE PROPAGAÇÃO DO RUÍDO AMBIENTE NO ENTORNO DO DISJB – PERÍODO NOTURNO. FONTE: GROM, 2010.