22 - iroko, tempo, ifá e orumilá

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    Sociedade Espiritualista Mata Virgem

    Curso de UmbandaTEMPO/IRKOE IF/ORUMIL

    TEMPO /IRKOTempo ou Loko um orix originrio de wer,

    regio que fica ao leste de Oy na Nigria, toimportante que ele um orix (e os africanos a muitosabem disso).

    Tem um dito que diz "O tempo d, o tempo tira,o tempo passa e a folha vira", muitas vezes precisamosque o tempo nos seja favorvel, e outras no, querodizer, precisamos de tempo curto ou longo, com o

    bom uso do tempo, muitas coisas se modificam, oupodemos modificar.

    Irko tem um temperamento estvel, de carterfirme e em alguns casos violento.

    Na Nigria, Irko cultuado numa rvore quetem o mesmo nome. Porm, no Brasil esta rvore foisubstituda pela gameleira-branca que apresenta asmesmas caractersticas da rvore usada na frica. nesta rvore, a gameleira-branca, que fica acentuado ocarter reto e firme do orix pois suas razes so

    fortes, firmes e profundas.Irko foi associado ao vodun daomeano Loko

    dos negros de dinastia Jeje e ainda ao inkice Tempo,dos negros bantos.

    Irko, na verdade, o orix dos bosquesnigerianos, onde l na Nigria muito temido, porquecomo conta um itan, ningum se atrevia a entrar num

    bosque sem antes reverenci-lo. No Brasil, nos psda gameleira-branca que fica seu assentamento etambm ali que so oferecidas suas oferendas.

    Sua cor o branco e ainda usa palha da costaem sua vestimenta. Sua comida o ajab, o caruru,feijo fradinho, o deburu, o aca, o eb e outras.

    Em geral na frente das grandes casas deCandombl, principalmente em Salvador, existe umagrande rvore com razes que saem do cho, e soenvoltas com um grande Al (pano branco), este Iroko, que tido com rvore guardi da casa deCandombl pois ter esta rvore plantada no terreno dacasa de Candombl representa fora e poder..

    Este orix conhecido na angola comoMaianga ou Maiong.

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    ORUMIL /IFA importncia de Orumil to grande que

    chegamos a concluir que se um homem fizer algumtipo de pedido ao todo poderoso Olorum (Deus, oSenhor dos Cus), esse pedido s poder chegar atEle atravs de Orumil e/ou Ex, que so somenteeles dois dentre todos os Orix os que tm a

    permisso, o poder e o livre acesso concedido prOlorum de estar junto a Ele, quando assim fornecessrio.

    Ainda vale ressaltar que somente Orumil eEx possuem para si um culto individual, onde sofeitos adoraes totalmente especficas para osmesmos, tambm so eles os nicos que podem

    possuir para somente o seu culto um sacerdoteespecfico. Isso s possvel pr causa dos poderesdelegados pelo todo poderoso a eles, pois os demaisOrix so totalmente dependentes de If e Ex,enquanto que eles no dependem de nenhum dosOrixs para desenvolverem sua prpria evoluo, ouseja, o culto If e Ex no dependem do culto aos

    Orix, entretanto o culto aos Orix dependem totalmente de If e Ex.Orumil o senhor dos destinos, quem rege os o plano onrico (sonhos), aquele que

    tudo sabe e tudo v em todos os mundos que esto sob a tutela de Olorum, ele sabe tudo sobre opassado, o presente e o futuro de todos habitantes da Terra e do Cu, o regente responsvel e

    detentor dos orculos, foi quem acompanhou Odudua na criao e fundao de Il f, normalmente chamado em suas preces de:Elr pn - "o testemunho de Deus''Ibkj Oldmar - "o vice de Deus"Gbiygbrn - "aquele que est no cu e na terra"pitan f - "o historiador de f"Acredita-se que Olorum passou e confiou de maneira especial toda a sabedoria e

    conhecimento possvel, imaginvel e existente entre todos os mundos habitados e no habitados Orumil, fazendo com que desta forma o tornasse seu representante em qualquer lugar queestivesse.

    No Terra Olorum fez com que Orumil participasse da criao da terra e do homem, fezcom que ele auxiliasse o homem a resolver seus problemas do dia a dia, tambm fez com queajudasse o homem a encontrar o caminho e o destino ideal de seu or. No Cu lhe ensinou todosos conhecimentos bsicos e complementares referente todos os Orix, pois criou um elo dedependncia de todos perante Orumil, todos devem consult-lo para resolver diversos

    problemas, com pr exemplo, a vinda de Oxal terra para efetuar a criao de tudo aquilo queteria vida na mesma, porm o grande Orix no seguiu as orientaes prescritas pr If, e noconseguiu cumprir com sua obrigao caindo nas travessuras aplicadas pr Ex, ficando estamisso pr conta de Odudua.

    Tambm Orumil fala e representa de maneira completa e geral todos os Orixs,

    auxiliando pr exemplo, um consulente no que ele deve fazer para agradar ou satisfazer umdeterminado Orix, obtendo desta forma um resultado satisfatrio para o Orix e para oconsulente.

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    Orumil sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o que tm vida em nossomundo, pois ele est presente no ato da criao do homem e sua vinda a terra, e neste exatoinstante que If determina os destinos e os caminhos a serem cumpridos pr aquele determinadoesprito.

    pr isso que Orumil tem as respostas para toda e qualquer pergunta lhe feita, e que eletm a soluo para todo e qualquer problema que lhe apresentado, e pr esta razo que ele tmo remdio para todas as doenas que lhe forem apresentadas, pr mais impossvel que parea sera sua cura.

    Todos ns deveramos consultar If antes de tomarmos qualquer atitude e deciso emnossas vidas, com certeza iramos errar menos, os Iorubs consultam If antes de tomaremqualquer deciso, com pr exemplo, antes de um casamento, antes de um noivado, antes donascimento e at mesmo na hora de dar o nome a criana, antes da concluso de um negcio,antes de uma viagem, etc.

    Alm disto tudo, Orumil tambm quem tem a vida e a morte em suas mos, pois ele aenergia que esta mais atuante e mais prxima de Olorum, podendo ele ser a nica entidade quetem poderes para suplicar, pedir ou implorar a mudana do destino de uma pessoa.

    No Orix, encontra-se num plano mtico e simblico superior ao dos outros orixs. SeOlorum o ser supremo dos Iorubs, o nome que do ao Absoluto, Orumil a sua emanaomais transcendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar.

    Na tradio de If o primeiro companheiro e "Chefe Conselheiro" de Odudua quando dasua chegada If. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado k Igtiantes de vir fixar-se em k Itase, uma colina em If onde mora rb, a mais alta autoridade emmatria de adivinhao, pelo sistema chamado If. tambm chamado gbnmrgn ou l. o testemunho do destino das pessoas.

    Os babalas (pais do segredo), so os porta vozes de Orumil. A iniciao de um babalano comporta a perda momentnea de conscincia que acompanha a dos orixs. uma iniciaototalmente intelectual. Ele deve passar um longo perodo de aprendizagem, de conhecimentos

    precisos, em que a memria, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidades deItans (histrias) e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cinqenta e seis od (signos deIf), cujo conjunto forma uma espcie de enciclopdia oral dos conhecimentos do povo de lnguaIorub.

    Cada indivduo nasce ligado a um Odu, que d a conhecer sua identidade profunda,servindo-lhe de guia por toda vida, revelando-lhe o Orix particular, ao qual dever sereventualmente dedicado. If sempre consultado em caso de dvida, antes de decisesimportantes, nos momentos difceis da vida.

    LENDAS DOS ORIXS

    Iroko Castiga A Me Que No Lhe D O Filho PrometidoNo comeo dos tempos, a primeira rvore plantada foi Irco, mais antiga que o mogno, o

    p de obi e o algodoeiro. Na mais velha das rvores de Irco, morava seu esprito. E o esprito deIrco era capaz de muitas mgicas e magias. Irco assombrava todo mundo, assim se divertia. noite saia com uma tocha na mo, assustando os caadores. Quando no tinha o que fazer,

    brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mgicas, para o bem e

    para o mal. Todos temiam Irco e seus poderes e quem o olhasse de frente enlouquecia at amorte.

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    Numa certa poca, nenhuma das mulheres da aldeia engravidava. J no havia crianaspequenas no povoado e todos estavam desesperados. Foi ento que as mulheres tiveram a idia derecorrer aos mgicos poderes de Irco. Juntaram-se em crculo ao redor da rvore sagrada, tendoo cuidado de manter as costas voltadas para o tronco. No ousavam olhar para a grande plantaface a face. Suplicaram a Irco, pediram a ele que lhes desse filhos. Ele quis logo saber o queteria em troca. As mulheres eram, em sua maioria, esposas de lavradores e prometeram a Irokomilho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Cada uma prometia o que o marido tinha para dar.Uma das suplicantes, chamada Olurombi, era a mulher do entalhador e seu marido no tinha nadadaquilo para oferecer. Olurombi no sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a Irco o

    primeiro filho que tivesse.Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recm-nascidos. As jovens

    mes, felizes e gratas, foram levar a Irco suas prendas. Em torno do tronco de Irco depositaramsuas oferendas. Assim Irco recebeu milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Olurombi contoutoda a histria ao marido, mas no pde cumprir sua promessa. Ela e o marido apegaram-sedemais ao menino prometido. No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braostrmulos, temerosa, o filhinho to querido. E o tempo passou. Olurombi mantinha a criana longeda rvore e, assim, o menino crescia forte e sadio. Mas um belo dia, passava Olurombi pelasimediaes do Irco, entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada, bem nasua frente, saltou o temvel esprito da rvore. Disse Irco: "Tu me prometeste o menino e nocumpriste a palavra dada. Transformo-te ento num pssaro, para que vivas sempre aprisionadaem minha copa." E transformou Olurombi num pssaro e ele voou para a copa de Irco para aliviver para sempre.

    Olurombi nunca voltou para casa, e o entalhador a procurou, em vo, por toda parte. Elemantinha o menino em casa, longe de todos. Todos os que passavam perto da rvore ouviam um

    pssaro que cantava, dizendo o nome de cada oferenda feita a Irco. At que um dia, quando oarteso passava perto dali, ele prprio escutou o tal pssaro, que cantava assim: "Uma prometeumilho e deu o milho; Outra prometeu inhame e trouxe inhames; Uma prometeu frutas e entregouas frutas; Outra deu o cabrito e outra, o carneiro, sempre conforme a promessa que foi feita. Squem prometeu a criana no cumpriu o prometido."

    Ouvindo o relato de uma histria que julgava esquecida, o marido de Olurombi entendeutudo imediatamente. Sim, s podia ser Olurombi, enfeitiada por Irco. Ele tinha que salvar suamulher! Mas como, se amava tanto seu pequeno filho? Ele pensou e pensou e teve uma grandeidia. Foi floresta, escolheu o mais belo lenho de Irco, levou-o para casa e comeou a entalhar.Da madeira entalhada fez uma cpia do rebento, o mais perfeito boneco que jamais haviaesculpido.

    O fez com os doces traos do filho, sempre alegre, sempre sorridente. Depois poliu epintou o boneco com esmero, preparando-o com a gua perfumada das ervas sagradas. Vestiu afigura de pau com as melhores roupas do menino e a enfeitou com ricas jias de famlia e rarosadornos. Quando pronto, ele levou o menino de pau a Irco e o depositou aos ps da rvoresagrada. Irco gostou muito do presente. Era o menino que ele tanto esperava! E o menino sorriasempre, sua expresso, de alegria.

    Irco apreciou sobremaneira o fato de que ele jamais se assustava quando seus olhos secruzavam. No fugia dele como os demais mortais, no gritava de pavor e nem lhe dava as costas,com medo de o olhar de frente. Irco estava feliz. Embalando a criana, seu pequeno menino de

    pau, batia ritmadamente com os ps no solo e cantava animadamente. Tendo sido paga, enfim, a

    antiga promessa, Irco devolveu a Olurombi a forma de mulher. Aliviada e feliz, ela voltou paracasa, voltou para o marido arteso e para o filho, j crescido e enfim libertado da promessa.Alguns dias depois, os trs levaram para Irco muitas oferendas. Levaram ebs de milho, inhame,

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    frutas, cabritos e carneiros, laos de tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da rvore.Eram presentes oferecidos por todos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno deOlurombi. At hoje todos levam oferendas a Irco. Porque Irco d o que as pessoas pedem. Etodos do para Irco o prometido.

    Iroko Ajuda A Feiticeira A Vingar O Filho MortoIrco era um homem bonito e forte e tinha duas irms. Uma delas era Aj, a feiticeira, a

    outra era Ogbo, que era uma mulher normal. Irco e suas irms vieram juntos do Orun parahabitar no Ai. Irco foi morar numa frondosa rvore e suas irms em casas comuns. Ogbo tevedez filhos e Aj teve s um, um passarinho.

    Um dia, quando Ogbo teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob a guarda de Aj. Elacuidou bem das crianas at a volta da irm. Mais tarde, quando Aj teve tambm que viajar,deixou o filho pssaro com Ogbo. Foi ento que os filhos de Ogbi pediram me que queriamcomer um passarinho. Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no primo, recusaram.Gritavam de fome, queriam comer, mas tinha que ser um pssaro. A me foi ento foi a florestacaar passarinhos, que seus filhos insistiam em comer. Na ausncia da me, os filhos de Ogbomataram, cozinharam e comeram o filho de Aj. Quando Aj voltou e se deu por conta datragdia, partiu desesperada a procura de Irco. Irco a recebeu em sua rvore, onde mora athoje. E de l, Irco vingou Aj, lanando golpes sobre os filhos de Ogbo. Desesperada com a

    perda de metade de seus filhos e para evitar a morte dos demais, Ogo ofereceu sacrifcios para oirmo Irco. Deu-lhe um cabrito e outras coisas e mais um cabrito para Ex. Irco aceitou osacrifcio e poupou os demais filhos.

    Irco Engole A Devota Que No Cumpre A Interdio SexualEra uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava desesperadamente por um herdeiro. Ela

    foi consultar o babala e o babala lhe disse como proceder: Ela deveria ir rvore de Irco e aoferecer um sacrifcio, comidas e bebidas. Com panos vistosos ela fez laos e enfeitou o p deIrco. Aos seus ps depositou o seu eb. Fez tudo como mandara o adivinho, mas de importante

    preceito ela se esqueceu. Ela deu tudo a Irco, ou, quase tudo. Ela esqueceu que o babalamandara que ns trs dias antes do eb ela deixasse de ter relaes sexuais. S ento, assim, como corpo limpo, deveria entregar o eb aos ps da rvore sagrada.

    Irco irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grosso tronco e engoliuquase totalmente a mulher, deixando de fora s os ombros e a cabea. A mulher gritava feitolouca por ajuda e toda a aldeia correu para o velho Irco. Todos assistiam o desespero da mulher.O babala foi tambm at a rvore e fez seu jogo, e o jogo revelou sua ofensa, sua oferta com o

    corpo sujo. Mas a mulher estava arrependida e a grande rvore deixou que ela fosse libertada.Toda a aldeia ali reunida regozijou-se pela mulher. Todos cantaram e danaram de alegria. Todosderam vivas a Irco. Tempos depois a mulher percebeu que estava grvida e preparou novoslaos de vistosos panos e enfeitou agradecida a planta imensa. Tudo ofereceu-lhe do melhor,antes resguardando-se para ter o corpo limpo. Quando nasceu o filho to esperado, ela foi ao

    babala e ele leu o futuro da criana: deveria ser iniciada para Irco. Assim foi feito e Irco tevemuitos devotos. E seu tronco est sempre enfeitado e aos seus ps no lhe faltam oferendas.

    Voc Aprendeu:Sobre os Orixs Tempo/Irko, If e Orumil; Algumas Lendas de Tempo/Irko, If e Orumil.

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