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PROFECIA

A LUZ É CRESCENTE

Ao acompanharmos a cadeia de profecias, a verdade revelada para o nosso tempo tem sido claramente vista e explicada. Somos responsáveis pelos os privilégios que desfrutamos, e pela a luz que incide sobre nosso caminho. Os que viveram nas gerações passadas foram responsáveis pela a luz que lhes foi concedida. Sua mente foi despertada acerca de vários pontos da Escritura que lhes serviram de prova. Não compreenderam, porém, as verdades que hoje entendemos. Não foram responsáveis pela luz que não tiveram. Tinham a Bíblia, como nós; mas o tempo para ser esclarecida a verdade especial quanto ás cenas finais da história terrestre, é o d as ultimas gerações que vivem na Terra.

Verdades especiais foram adaptadas ás condições das gerações á medida que existiram. A verdade presente, que é uma prova para o povo desta geração, não era prova aos das gerações que longe ficaram. Caso a luz que hoje brilha sobre nós relativamente ao sábado do quarto mandamento houvesse sido dadas ás gerações do passado, Deus os teria considerado responsáveis por essa luz. (II TI, 692 / 93).

Cada um dos diferentes períodos da historia da igre ja se tem distinguido pelo desenvolvimento de alguma verdade especial, adaptada ás necessidades do povo de Deus naquele tempo. Toda nova verdade teve de enfrentar o ódio e a oposição; os que foram beneficiados por sua luz, sofreram tentações e provações. O Senhor dá ao povo uma verdade especial quando este encontra em situação difícil. Quem ousa recusar-se a publicá-la? Ele ordena a Seus servos que apresentem o ultimo convite de misericórdia ao mundo. Eles não podem permanecer silenciosos, a não ser com perigo de sua alma. (GC, 609).

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Em cada época há um novo desenvolvimento da verdade , uma mensagem de Deus para essa geração. As velhas verdades são todas essenciais; a nova verdade não é independente da antiga, mas desdobramento dela. Só compreendendo as velhas verdades é que podemos entender as novas. Quando Cristo quis expor aos discípulos a verdade de Sua ressurreição, começou “por Moises, e por todos os profetas”, e “explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. Luc 24: 27. Mas a luz que brilha na nova ampliação da verdade, é que glorifica a velha.. O homem que rejeita ou despreza a nova, não possui realmente a velha. Para ele perde seu poder vital e torna-se forma inanimada. (MM. Exaltai-o, 307).

Muitos hoje se apegam de modo idêntico aos costumes e tradições de seus pais. Quando o Senhor lhes envia mais luz , recusam-se a aceitá-la porque, não havendo ela sido concedida á seus pais, não foi por estes acolhida. Não estamos colocados onde nossos pais se achavam; conseqüentemente nossos deveres e responsabilidades não são os mesmos. Não seremos aprovados por Deus olhando para o exemplo de nossos pais a fim de determinar nosso dever, em vez de pesquisar por nós mesmos a Palavra da verdade. Nossa responsabilidade é maior do que foi a de nossos antepassados. Somos responsáveis pela luz que receberam, e que nos foi entregue como herança; somos também responsáveis pela luz adicional que hoje, da Palavra de Deus, está a brilhar sobre nós. (GC, 164).

Incide sobre nós maior luz do que brilhou sobre nos sos pais. Não podemos ser aceitos ou honrados por Deus prestando o mesmo serviço, ou fazendo as mesmas obras que nossos pais. Afim de sermos aceitos e abençoados por Deus como eles foram, cumpre-nos imitar sua fidelidade e seu zelo, aperfeiçoar nossa luz como eles fizeram à sua e fazer como eles teriam feito caso vivessem em nossos dias. Cumpre-nos viver segundo a luz que brilha sobre nós, do contrário, essa luz tornar-se-á em trevas. Deus requer de nós que manifestemos ao mundo, no caráter e nas obras a medida do espírito de união e unidade proporcional às sagradas verdades que professamos, e ao espírito das profecias que se estão cumprindo nesses últimos dias. A verdade que atingiu nosso entendimento e a luz que nos incidiu sobre a mente nos julgará e condenará, caso dela nos desviemos e recusemos ser por ela guiados. (TI 1, 262-263).

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Deus permitiu que grande luz resplandecesse no espírito daqueles homens escolhidos, revelando-lhes muitos dos erros de Roma; mas eles não receberam toda a luz que devia ser dada ao mund o. Por meio destes Seus servos, Deus estava guiando o povo para fora das trevas do catolicismo; havia, porém, muitos e grandes obstáculos a serem por eles enfrentados, e Ele os guiou, passo a passo, conforme o podiam suportar. Não estavam preparados para receber toda a luz de uma vez. Como o completo fulgor do Sol do meio-dia para os que durante muito tempo permaneceram em trevas, fosse ela apresentada, tê-los-ia feito desviarem-se. Portanto Ele a revelou aos dirigentes pouco a pouco, à medida que podia ser recebida pelo povo. De século em século, outros fiéis obreiros deveriam seguir-se para guiar o povo cada vez mais longe no caminho da Reforma. (GC, 103)

Na profecia da mensagem do primeiro anjo, no capítulo 14 de Apocalipse, é predito um grande despertamento religioso sob a proclamação da breve vinda de Jesus. É visto um anjo a voar "pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a Terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo". "Com grande voz" ele proclama a mensagem: "Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo. E adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas." Apoc. 14:6 e 7.

É significativo o fato de afirmar-se ser um anjo o arauto desta advertência. Pela pureza, glória e poder do mensageiro celestial, a sabedoria divina foi servida de representar o caráter exaltado da obra a cumprir-se pela mensagem, e o poder e glória que a deveriam acompanhar. E o vôo do anjo "pelo meio do céu", "a grande voz" com que é proferida a advertência, e sua proclamação a todos os "que habitam sobre a Terra", "a toda a nação, e tribo, e língua, e povo", evidenciam a rapidez e extensão mundial do movimento.

A própria mensagem derrama luz sobre o tempo em que este movimento deve ocorrer. Declara-se que faz parte do "evangelho eterno", e anuncia a abertura do juízo . A mensagem da salvação tem sido pregada em todos os séculos; mas esta mensagem é uma parte do evangelho que só poderia ser pregada nos últimos dias, pois somente então seria verdade que a hora do juízo havia chegado. As profecias apresentam uma sucessão de acontecimentos que nos levam ao início

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do juízo. Isto se observa especialmente no livro de Daniel. Entretanto, a parte de sua profecia que se refere aos últimos dias, Daniel teve ordem de fechar e selar, até "o tempo do fim". Não poderia, antes que alcançássemos o tempo do juízo, ser proclamada uma mensagem relativa ao mesmo juízo e baseada no cumprimento daquelas profecias. Mas, no tempo do fim, diz o profeta, "muitos correrão de uma parte para outra, e a Ciência se multiplicará". Dan. 12:4.

O apóstolo Paulo advertiu a igreja a não esperar a vinda de Cristo em seu tempo. "Porque não será assim", diz ele, "sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado." II Tess. 2:3. Não poderemos esperar pelo advento de nosso Senhor senão depois da grande apostasia e do longo período do domínio do "homem do pecado". Este "homem do pecado", que também é denominado "mistério da injustiça", "filho da perdição", e "o iníquo", representa o papado, que, conforme foi anunciado pelos profetas, deveria manter sua supremacia durante 1.260 anos. Este período terminou em 1798. A vinda de Cristo não poderia ocorrer antes daquele tempo. Paulo, com a sua advertência, abrange toda a dispensação cristã até ao ano de 1798. É depois dessa data que a mensagem da segunda vinda de Cristo deve ser proclamada.

Semelhante mensagem jamais foi apresentada nos sécu los passados. Paulo, como vimos, não a pregou; indicara aos irmãos a vinda do Senhor num futuro então muito distante. Os reformadores não a proclamaram. Martinho Lutero admitiu o juízo para mais ou menos trezentos anos no futuro, a partir de seu tem po. Desde 1798, porém, o livro de Daniel foi descerrado, aumentou-se o conhecimento das profecias, e muitos têm proclamado a mensagem solene do juízo próximo. (GC, 355 – 357)

NEM MESMO OS PROFETAS CONPREENDERAM TODA LUZ

Nenhuma verdade é mais claramente ensinada na Escritura do que aquela segundo a qual Deus, pelo Seu Espírito Santo, dirige de maneira especial Seus servos sobre a Terra, nos grandes movimentos que têm por objetivo promover a obra da salvação. Os homens são instrumentos

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nas mãos de Deus, por Ele empregados para cumprirem Seus propósitos de graça e misericórdia. Cada um tem a sua parte a desempenhar; a cada qual é concedida uma porção de luz, adaptada às necessidades de seu tempo, e suficiente para o habilitar a efetuar a obra que Deus lhe deu a fazer . Nenhum homem, porém, ainda que honrado pelo Céu, já chegou a compreender completamente o grande plano da redenção, ou mesmo a aquilatar perfeitamente o propósito divino na obra para o seu próprio tempo. Os homens não compreendem plenamente o que Deus deseja cumprir pela missão que lhes confia: não abrangem, em todos os aspectos, a mensagem que proclamam em Seu nome.

"Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?" "Os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais alt do que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos." "Eu sou Deus, e não há outro deus, não há outro semelhante a Mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não aconteceram." Jó 11:7; Isa. 55:8 e 9; 46:9 e 10.

Mesmo os profetas que eram favorecidos com iluminaç ão especial do Espírito, não compreendiam plenamente a signific ação das revelações a eles confiadas . O sentido deveria ser desvendado de século em século, à medida que o povo de Deus necessitasse das instruções nelas contidas.

Pedro, escrevendo acerca da salvação trazida à luz pelo evangelho, diz: "Da qual salvação inquiriram e trataram diligenteme nte os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagan do que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que e stava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de segu ir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, ele s ministravam." I Ped. 1:10-12.

Entretanto, ao mesmo tempo em que não era dado aos profetas compreender completamente as coisas que lhes eram reveladas, buscavam fervorosamente obter toda a luz que Deus fora servido tornar manifesta. "Inquiriram e trataram diligentemente", "indagando que tempo

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ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava." Que lição para o povo de Deus na era cristã, para o benefício do qual foram dadas aos Seus servos estas profecias! "Aos quais foi revelado que não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam." Considerai como os santos homens de D eus "inquiriram e trataram diligentemente", com respeit o a revelações que lhes foram dadas para as gerações ainda não nas cidas. Comparai seu santo zelo com a descuidada indiferença com que os favorecidos dos últimos séculos tratam este dom do Céu. Que exprobração àquela indiferença comodista e mundana, que se contenta em declarar que as profecias não podem ser compreendidas! Posto que a mente finita do homem não seja apta a penetrar nos conselhos do Ser infinito, ou compreender completamente a realização de Seus propósitos, muitas vezes é por causa de algum erro ou negligência de sua parte que tão palidamente entendem as mensagens do Céu. Com freqüência, a mente do povo, e mesmo dos servos de Deus, se acha tão cegada pelas opiniões humanas, as tradições e falsos ensinos, que apenas pode parcialmente apreender as grandes coisas que Ele revelou em Sua Palavra. (GC, 343 – 345)

Há grandes verdades, por muito tempo ocultas sob o monturo do erro , que devem ser reveladas ao povo. A doutrina da justificação pela fé tem sido perdida de vista por muitos que têm professado crer na terceira mensagem angélica. (I ME, 360); por favor confira no livro na pág. 361, para ter maiores informações. (João 21: 25; 20: 30)

A espezinhada lei de Deus tem de ser exaltada diante do povo; assim que eles se volvam sincera e reverentemente para as Santas Escrituras, a luz do Céu lhes revelará coisas extraordinárias da lei de Deus. Grandes verdades há muito veladas pelas superstiçõe s e falsas doutrinas, irradiarão das iluminadas páginas da Pal avra Sagrada . As Sagradas Escrituras derramarão seus tesouros novos e velhos, levando luz e júbilo a todos quantos os receberem. Muitos são despertados de sua sonolência. Erguem-se como da morte, e recebem a luz da vida que unicamente Cristo pode dar. Verdades que se demonstraram insuperáveis para gigantescos intelectos, são compreendidas por criancinhas em Cristo. A estes é plenamente revelado o que tem nublado a percepção espiritual dos mais doutos

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expositores da Palavra, porque, como os saduceus de outrora, eles eram ignorantes das Escrituras e do poder de Deus. (IITS, 130)

Muitos têm chegado a negar doutrinas que são, com efeito, as colunas da fé cristã. Os grandes fatos da criação conforme são apresentados pelos escritores inspirados, a queda d o homem, a expiação, a perpetuidade da lei de Deus, são praticamente rejeitados, quer no todo, quer em parte, por vasta proporção do mundo que professa o cristianismo. Milhares que se orgulham de sua sabedoria e independência, consideram como prova de fraqueza depositar implícita confiança na Bíblia; acham que é prova de talento e saber superiores, cavilar a respeito das Escrituras Sagradas, e espiritualizar e explicar evasivamente suas mais importantes verdades. (GC, 583)

O Pastor E. J. Waggoner teve o privilégio de falar claramente, e de apresentar seus pontos de vista sobre a justificação pela fé e a justiça de Cristo em relação com a lei. Isso não era nova luz, mas velha luz colocada onde devia estar na mensagem do terceiro a njo . ... Qual é o teor dessa mensagem? João vê um povo. Ele diz: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus." Apoc. 14:12. João contempla esse povo um pouco antes de ver o Filho do homem "tendo na cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada" Apoc. 14:14. (II ME, 168)

Profecia

Quer dizer, a faculdade de falar com autoridade de parte de Deus, ou no nome de Deus, seja para predizer acontecimentos futuros ou para declarar a vontade de Deus para o presente (Ex. 3: 10 14: 15, Deut. 18: 15, 18; Atos 3: 22-23; 7: 37-38; 2 Sam 23: 2; Mat. 11: 9-10; 2Pe. 1: 21). A profecia é o meio escolhido Por Deus para comunicar-se com o homem (Prov. 29: 18; Núm. 12: 6; Amós 3: 7). A Bíblia chegou até aos homens por meio deste dom (ver 2 Tim. 3: 16; 2 Ped. 1: 20-21). As Escrituras atestam de Jesus, e o dom de profecia é apropriadamente

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chamado "o testemunho do Jesus" (Apoc. 19: 10; cf. João 5: 39; Apoc. 12: 17). O dom de profecia se manifesta por meio de visões, ou sonhos ou uma inspiração especial que chega à mente (ver Núm. 12: 6; Apoc. 1: 1-3); e então o instrumento humano se converte no porta-voz de Deus (ver 2 Sam. 23: 2; Mat. 3: 3; 2 Ped. 1: 21). Deus tinha o propósito de que este importante dom do Espírito estivesse com sua igreja até o fim do tempo (ver Joel 2: 28-29; Apoc. 12: 17; 19: 10). Na realidade, deve ser a Profecia um sinal para identificar à verdadeira i greja de Deus nos últimos dias.

(Apoc. 12: 17; 19: 10). Isto é muito razoável, porque Deus sempre esteve usando este meio para revelar-se e repartir suas mensagens ao mundo desde a queda do Adão.

Discernimento de espíritos

Quer dizer, a capacidade para distinguir entre a inspiração divina e a que é Falsificada (ver 1 João 4: 1-3; TM 230-231). Cristo advertiu a sua igreja que surgiriam falsos profetas, especialmente nos últimos dias, e todos devem estar alerta para reconhecer e rejeitar a esses falsos professores (ver Mat. 24: 4-5, 11, 23-25). Os apóstolos da igreja primitiva possuíam a capacidade de poder distinguir os prega doure verdadeiros dos falsos e seus professores (ver Atos. 5: 1-10; 13: 9-11). Este dom era necessário nos primeiros dias da igreja, quando, indubitavelmente, havia muitos que pretendiam possuir estes dons. Satanás sempre esteve preparado para falsificar a verdade, e com freqüência apóia as falsas pretensões dos fingidores mediante milagres sobrenaturais (2 Tes. 2: 9; Apoc. 13: 13-14).

O ESPÍRITO DE PROFECIA

E quanto à palavra “Profecia”, comparar-se com a palavra “Profeta” em Mat. 11:9. O Espírito Santo foi envaido para dar testemunho de Jesus (João 15:26), e seu testemunho e equivalente ao de Jesus em pessoa.

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O espírito de profecia é um dos dons do Espírito (ver. com. I Cor.12:10;Efe.4:11). E quanto à manifestação deste dom entre o povo de Deus nos últimos dias, ver nota adicional no final do capit ulo; com. cap. 12:17.

NOTA ADICIONAL DO CAPITULO 19 DE APOCALIPSE

Apoc 12: 17; 19: 10; para que? Prov 29: 18; como Deus considera seus provetas? Amos 3: 7; como saber se o profeta é falso ou verdadeiro? Isa 8: 20; qual o estado do profeta em visão?. Num 24: 4. qual o sinal infalível para provar um profeta de Deus? Dan 10: 16, 17; Existe mais profetas de Deus ou falsos? I Reis 18: 17 - 19 e 22; qual a vantagem de crê nos profetas de Deus? II Croni 20: 20; houve profeta de Deus depois da ressurreição de Cristo? Atos 21: 8 -10; Deus prometeu algum profeta para os nossos dias? Apoc 10: 11.

No cap. 12:17 João fala do testemunho de Jesus Cristo, o qual é o testemunho da profecia, como um dos dons que identifica o remanescente (ver. Comentário respectivo na nota adicional do cap. 12).

A palavra profecia descreve qualquer mensagem inspirada, comunicada por Deus por meio de um profeta (ver. Mat. 11:9). A profecia pode ser uma predição dos acontecimentos futuros, porém em geral não é. A expressão “espírito de Profecia” se refere especificamente a “manifestação do Espírito” na forma de um dom especial do Espírito Santo que inspira ao que recebe e o capacita para falar com autoridade como representante de Deus (I Cor 12:7-10) quando é “inspirado pelo o Espírito Santo” para fazê-lo (II Pedro 1:21). O contexto da expressão de Apoc. 19:10 define este sentido “o testemunho de Jesus” é o “espírito da Profecia”. Em vista de que o resto do capitulo 12:17 se refere especificamente a igreja depois de terminar os 1.260 dias proféticos dos vers. 6 e 14, são dizer, depois de 1.798 (ver. com. Dan. 7:25), o cap. 12:17, fica como uma clara predição da manifestação especial do “espírito” ou “don” de profecia na igreja de nossos dias. Os adventistas

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do sétimo dia crêem que o ministério de EGW cumpre em uma forma incomparável com os requisitos de Apoc. 12:17.

Nenhum dos escritores do NT sugere que o dom de profecia terminaria com a igreja apostólica; pelo o contrario, Paulo declara que haveria de continuar com os outros dons do Espírito que enumera em Efe. 4:11, até que todos cheguemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, a um farão perfeito, na medida da estrutura da plenitude de Cristo (vers. 13). Todos os outros dons especiais mencionados no vers. 11 seguem necessitando os homens e as mulheres, ainda são capacitados pelo o Espírito Santo para cumprir estas funções. Por que haveria de considera-se como uma exceção o dom de profecia?

Sempre tem havido manifestações falsas dos dons profético. Não sucedeu assim nos tempos do AT (II Cron. 18; Jer. 27-29) sim que Nosso Senhor previu que igreja cristã seria perturbada por falsos profetas, na medida em que se aproximar o tempo da volta de Cristo (Mat. 24:11,24). O poder desses falsos profetas seria tão grande que se fosse possível enganaria até os escolhidos. O fato de Cristo ter advertido contra as falsas manifestações do dom profético antes da Sua segunda vinda, é um poderoso argumento para esperar que também haveria manifestações verdadeiras deste dom. Do contrário poderia simplesmente ter advertido que não devia aceitar nenhum profeta.

Em harmonia com advertência de Cristo João aconselha que prove os que afirmam que tem dons espirituais confirmado ( I João 4:1), a fim de determinar se estes dons são genuínos. As Escrituras especifica certas normas pelas as quais se devem medir os que asseguram que falam por Deus: (1) a vida pessoal do profeta deve estar em harmonia com os ensinamentos das Escrituras (Mat. 7:15-20); (2) suas mensagens devem também concordar com as Escrituras: (3) seu ministério deve também exaltar a Cristo como o Filho de Deus e Salvador dos homens (I João 4:2); (4) seu ministério deve ser confirmado por predições cumpridas (Jer. 28:9 cf. I Sam 3:19). É razoável esperar, que as mensagens que dá sejam de beneficio prático para a igreja, que oportunas e apropriadas e que estejam livres de influencias humanas, e que quando recebida uma visão sua experiência seja similar a dos profetas bíblicos. A vida e o ministério de EGW cumprem plenamente estes requisitos.

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Os adventistas do sétimo dia não consideram que os escritos de EGW sejam um substituto nem uma adição ao cano sagrado. Para os adventistas do sétimo dia a Bíblia é a única e suprema como a prova de fé e prática cristã (PE 78). Os escritos de E.G.W são – de acordo com suas próprias palavras – uma luz menor para guiar os homens e as mulheres a luz maior. Os escritos do espírito de profecia não apresentam um novo caminho de salvação, sim tem o propósito de que os homens compreendam e aprecie a Bíblia e aproveitem a fonte de salvação que ela revela.

Alguns têm especulado, argumentando que há grau de expiração. Consideram que profeta como Débora, Natan e Agabo possuíam um grau de inspiração inferior ao dos escritores canônicos. De acordo com este conceito consideram que Ellen G.White possuía um grau de inspiração inferior. Porém a Bíblia não diz nada quanto a graus de inspiração e nem apóia essa idéia em nenhuma forma. Os adventistas do sétimo dia crêem que todas estas especulações não só são ociosas e também perigosas. As mentes limitadas, como podem esperar que compreendam o mistério da maneira em que Deus, por meio do Espírito ilumina a mente de seus portadores escolhidos.

PROFECIA é dizer faculdade de falar com autoridade da parte de Deus, ou no nome de Deus, quer seja para predizer acontecimentos futuros, ou para declarar a vontade de Deus para o presente (Ex 3: 10, 14-15; Deut 18: 15, 18; II Sam 23: 2; Mat 11: 9-10;II Pe 1: 21;), a Profecia é o meio escolhido por Deus para comunicar com o homem (ver Num 12: 6; Amós 3: 7). A Bíblia tem chegado até aos homens por meio deste dom (ver II Tim 3: 16; II Pe 1: 20-21), as Escrituras testificam de Jesus, e o dom de profecia é apropriadamente chamado “O Testemunho de Jesus” (Apoc 19: 10; cf .João 5: 39; Apoc 12: 17), o dom de profecia se manifesta por meio de visões, sonhos ou uma inspiração especial que chega a mente (ver Num 12: 6; Apoc ‘1: 1-3); então o instrumento humano se torna um porta voz de Deus ( ver II Sam 23: 2; Mat 3: 3; II Pe 1: 21), Deus tem um propósito de que este importante dom do Espírito esteja com sua igreja até o fim do tempo (ver Joel 2: 28-29; Apoc 12: 17; 19: 10). Isto é muito razoável, porque Deus sempre tem estado usando este meio para revelar e repartir suas mensagens ao mundo desde a queda de Adão. (Comentário Bíblico pag 766)

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O dom de profecia foi manifestado na igreja durante a dispensação judaica. Se desapareceu por uns poucos séculos perto do fim dessa dispensação, por causa da condição corrupta da igreja, reapareceu ao seu final para introduzir o Messias. Zacarias, o pai de João Batista, "foi cheio do Espírito Santo e profetizou". Luc. 1:67. Simeão, homem justo e devoto que foi, "esperando a consolação de Israel" (Luc. 2:25), veio pelo Espírito ao templo, e profetizou de Jesus como "luz para alumiar as nações, e para glória de Teu povo Israel" (Luc. 2:32); e Ana, uma profetisa, "falava dEle a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém" Luc. 2:38. E não houve maior profeta do que João Batista, que foi escolhido por Deus para introduzir a Israel "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". João 1:29.

A era cristã começou com o derramamento do Espírito, e grande variedade de dons espirituais se manifestou entre os crentes. Tão abundantes eram que Paulo dizia à igreja de Corinto: "A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil" (I Cor. 12:7) - a cada um na igreja, não no mundo, como muitos têm aplicado.

Desde a grande apostasia, esses dons raramente têm-se manifestado; e esta é provavelmente a razão por que professos cristãos geralmente crêem que eles foram limitados ao período da igreja primitiva. Mas não é em virtude de erros e incredulidade da igreja que os dons cessaram? E quando o povo de Deus alcançar a primitiva fé e prática, como certamente sucederá pela proclamação dos mandamentos de Deus e a fé de Jesus, não é certo que a "chuva serôdia" de novo desenvolverá os dons? Com base na analogia, podemos esperar que assim seja.

Não obstante as apostasias da era judaica, esta se iniciou e encerrou com especial manifestação do Espírito de Deus. E não é razoável supor que a era cristã - cuja luz comparada com a da anterior dispensação é como a luz do Sol em comparação com os tênues raios da Lua - comece em glória e termine em obscuridade. E uma vez que a operação especial do Espírito foi necessária a fim de preparar um povo para o primeiro advento de Cristo, muito maior sê-lo-á para o segundo, especialmente considerando que os últimos dias serão perigosos como nunca antes, e os falsos profetas deverão ter poder para realizar grandes sinais e maravilhas, de tal maneira que, se possível, enganariam até os escolhidos. Voltando às Escrituras da verdade:

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

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Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: em Meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão." Mar. 16:15-18.

A tradução de Campbell diz: "Estas miraculosas faculdades acompanharão os crentes." Os dons não foram circunscritos aos apóstolos, mas estenderam-se aos crentes. Quem os receberá? Aqueles que crerem. Até quando? Não há limitação; a promessa segue paralela com a grande comissão de pregar o evangelho e alcançar o último crente.

Mas objeta-se que este auxílio foi prometido somente aos apóstolos e aos que cressem por intermédio de sua pregação; que eles cumpriram a comissão, estabeleceram o evangelho e que os dons cessaram com aquela geração. Vejamos se a grande comissão terminou com aquela geração.

"Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." Mat. 28:19 e 20.

Que a pregação do evangelho sob esta comissão não terminou com a igreja primitiva é evidente da promessa: "Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." Mat. 28:20. Ele não diz: Estou com vós outros, apóstolos, em toda a parte, até mesmo nos confins da Terra; mas estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos, ou do mundo. Não se refere isto à era judaica, pois esta já tinha findado na cruz. Concluo, então, que a pregação e a fé do primitivo evangelho seriam sempre assistidas com o mesmo auxílio espiritual. A comissão dada aos apóstolos pertencia à era cristã, e compreendia toda ela. Conseqüentemente os dons foram perdidos apenas em virtude da apostasia, e serão revividos com o reavivamento da primitiva fé e prática.

Em I Coríntios 12:28 somos informados de que Deus colocou, fixou, ou estabeleceu, certos dons espirituais na igreja. Na falta de qualquer prova escriturística de que Ele os tenha removido, ou abolido, temos de concluir que foram destinados a permanecer. Onde então a prova de

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que foram abolidos? No mesmo capítulo? No mesmo capítulo onde o sábado judaico é abolido e o sábado cristão instituído - um capítulo nos Atos do Mistério da Iniqüidade e do Homem do Pecado. Mas os objetores sustentam haver prova bíblica de que os dons deviam cessar, citando o seguinte texto: "O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor." I Cor. 13:8-13.

Este texto prevê a cessação dos dons espirituais, bem como da fé e esperança. Mas quando deveriam cessar? Ainda olhamos para o futuro, quando "Há de a esperança transmudar-se em alegre gozo, A fé em realidade e a oração em louvor."

Eles devem cessar quando vier o que é perfeito, quando não mais tivermos de ver como num espelho, mas face a face. O dia perfeito, quando os justos forem aperfeiçoados e virmos como somos vistos, está ainda no futuro. É certo que o homem do pecado, quando chegado à virilidade, pôs de lado "coisas de crianças", como profecia, línguas, conhecimento, bem assim a fé, a esperança, e a caridade dos primitivos cristãos. Mas nada há no texto para mostrar que Deus tinha em vista retirar os dons que Ele havia dado à igreja até a consumação de sua fé e esperança, até que a transcendente glória do estado imortal eclipsasse as mais brilhantes manifestações de poder espiritual e conhecimento já manifestados no estado mortal.

A objeção fundada em II Timóteo 3:16, que alguns têm gravemente apresentado, não merece mais que uma ligeira consideração. Se Paulo, ao dizer que as Escrituras devem tornar perfeito o homem, e perfeitamente instruído para toda boa obra, quer significar que nada mais será escrito por inspiração, por que estava ele nesse momento acrescentando algo às Escrituras? Ao menos por que ele não depôs a pena tão logo foi essa sentença escrita? E por que João, trinta anos

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mais tarde, escreveu o livro do Apocalipse? Este livro contém outro texto que costuma ser citado para provar a abolição dos dons espirituais.

"Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro." Apoc. 22:18 e 19.

Com base neste texto se afirma que Deus, que em diferentes vezes e maneiras, falou no passado aos pais pelos profetas, e, nos primórdios do evangelho por Jesus e Seus apóstolos, promete aqui solenemente jamais comunicar qualquer coisa mais ao homem desta maneira. Portanto, qualquer profecia que viesse a surgir depois desta data teria que ser falsa. Isto, diz-se, encerra o cânon da inspiração. Se assim é, por que João escreveu o seu evangelho depois do seu retorno de Patmos a Éfeso? Não estava ele assim acrescentando palavras às profecias do livro escrito em Patmos? É evidente, por esse texto, que a advertência para não acrescentar nem omitir, não se aplica num volume compilado como o temos, mas especificamente ao livro do Apocalipse, conforme saiu das mãos do apóstolo. Todavia homem algum tem o direito de acrescentar qualquer coisa a qualquer outro livro escrito pela inspiração de Deus, nem subtrair dele qualquer coisa. Escrevendo o livro do Apocalipse, estava João acrescentando alguma coisa às profecias do livro de Daniel? Absolutamente, não. Um profeta não tem o direito de alterar a Palavra de Deus. Mas as visões de João confirmam as de Daniel e provêem muita luz adicional aos assuntos aí introduzidos. Eu concluo, então, que o Senhor não Se obrigou ao silêncio, mas está ainda em liberdade para falar. Seja sempre esta a linguagem do meu coração: Fala, Senhor, por intermédio de quem desejares, pois o Teu servo ouve.

Assim a tentativa de provar pelas Escrituras a abolição dos dons espirituais, resulta inteiramente falha. E uma vez que as portas do inferno não têm prevalecido contra a igreja, porém Deus tem um povo na Terra, podemos considerar o desenvolvimento dos dons em relação com a mensagem do terceiro anjo, uma mensagem que fará retornar a igreja a sua condição apostólica e a tornará, indubitavelmente, a luz - não as trevas - do mundo.

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E mais: Somos advertidos de que haveria nos últimos dias falsos profetas, e a Bíblia nos dá uma prova pela qual reconhecer os seus ensinos a fim de podermos distinguir entre o falso e o verdadeiro. O grande teste é a lei de Deus, que se aplica tanto às profecias como ao caráter moral dos profetas. Se não devesse haver profecias verdadeiras nos últimos dias, quão mais fácil teria sido declarar o fato, e assim cortar de vez toda oportunidade de engano, em vez de dar um teste pelo qual prová-los, como se devesse haver tanto o genuíno como o falso.

Há uma profecia a respeito dos espíritos familiares do presente, e a lei é dada como um teste: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva." Isa. 8:20. Por que a expressão "se eles não falarem", se não tivesse que haver profecia ou manifestação espiritual verdadeira ao mesmo tempo? Jesus disse: "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas... Por seus frutos os conhecereis." Mat. 7:15 e 16. Esta é uma parte do Sermão do Monte, e todos podem ver que este discurso tem uma aplicação geral à igreja através da era evangélica. Falsos profetas devem ser conhecidos por seus frutos; em outras palavras, por seu caráter moral. A única norma pela qual se determina se seus frutos são bons ou maus, é a lei de Deus. Assim somos levados à lei e ao testemunho. Os verdadeiros profetas não somente falarão segundo esta regra, mas viverão de acordo com ela. Não ouso condenar a quem fale e viva assim.

Sempre tem havido uma característica nos falsos profetas: eles têm visões de paz; e estarão dizendo "paz e segurança", quando sobre eles virá "repentina destruição". I Tess. 5:3. O verdadeiro ousadamente reprovará o pecado e advertirá da ira vindoura.

Profecias que contradizem as claras e positivas declarações da Palavra devem ser rejeitadas. Assim nosso Salvador ensinou os Seus discípulos quando os advertiu sobre a maneira de Sua segunda vinda. Quando Jesus ascendeu ao Céu à vista dos Seus discípulos, foi declarado da maneira mais explícita pelos anjos que Aquele mesmo Jesus viria da maneira como para o Céu O tinham visto ir. Por isso mesmo Jesus, ao predizer a obra dos falsos profetas nos últimos dias, diz: "Se vos disserem: Eis que Ele está no deserto! não saiais; ou: Eis que Ele está no interior da casa, não acrediteis." Mat. 24:26. Toda profecia verdadeira sobre este ponto terá de reconhecer Sua vinda visível do Céu. Por que Jesus não disse: Rejeitai toda profecia nesse

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tempo, se não tivesse de haver profetas então?

"E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." Efés. 4:11-13.

Aprendemos dos versos acima citados que quando Cristo ascendeu ao alto, deu dons aos homens. Entre esses dons enumeram-se apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. O objetivo em vista ao serem dados era o aperfeiçoamento dos santos em unidade e conhecimento. Alguns que professam ser pastores e mestres no presente sustentam que esses dons alcançaram inteiramente o seu objetivo há uns mil e oitocentos anos, e conseqüentemente cessaram. Por que, então, não põem de lado os seus títulos de pastores e mestres? Se o ofício de profeta está por este texto limitado à igreja primitiva, assim é com o de evangelista - e todos os outros - pois nenhuma distinção é feita.

Ora, raciocinemos um momento sobre este ponto. Todos esses dons foram dados para o aperfeiçoamento dos santos em unidade, conhecimento e espírito. Sob sua influência a igreja primitiva desfrutou por algum tempo dessa unidade. "E era um o coração e a alma da multidão dos que criam." Atos 4:32. E parece conseqüência natural deste estado de unidade, o fato de que "os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça". Atos 4:33. Quão desejável não seria um igual estado de coisas agora! Mas a apostasia com sua influência desagregadora e deletéria manchou a beleza da igreja pura, e vestiu-a de saco. Divisão e desordem tem sido o resultado. Nunca houve tão grande diversidade de fé na cristandade como presentemente. Se os dons foram necessários para preservar a unidade da igreja primitiva, quão mais necessários não seriam eles agora para restaurar a unidade! E que é o propósito de Deus restaurar a unidade da igreja nos últimos dias, há abundante evidência nas profecias. É-nos assegurado que os atalaias verão com os seus próprios olhos quando o Senhor voltar a Sião. Igualmente se nos diz que no tempo do fim os entendidos entenderão. Quando isto for cumprido haverá unidade de fé entre todos a quem Deus considera entendidos; pois os que realmente

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compreendem com correção devem também compreender em união. Que é capaz de promover esta unidade senão os dons que foram dados para este exato propósito?

De considerações como esta torna-se evidente que o estado perfeito da igreja aqui predito está ainda no futuro; logo esses dons não completaram ainda a sua obra. Esta carta aos efésios foi escrita no ano 64 d.C., cerca de dois anos antes de Paulo dizer a Timóteo que estava sendo oferecido em sacrifício e que o tempo de sua partida estava próximo. As sementes da apostasia estavam agora germinando na igreja, pois Paulo dissera dez anos antes, na segunda carta aos tessalonicenses: "O mistério da injustiça opera." II Tess. 2:7. Lobos devoradores estavam prestes a se intrometerem, não poupando o rebanho. A igreja então não estava se erguendo e caminhando para aquela perfeição e unidade reveladas no texto, mas estava prestes a ser retaliada por facções e desviada por divisões. O apóstolo sabia disto, e conseqüentemente foi levado a olhar para além da grande apostasia, para o tempo do ajuntamento do remanescente do povo de Deus, quando disse: "Até que todos cheguemos à unidade da fé." Efés. 4:13. Daí se vê que os dons que foram dados na igreja ainda não ficaram fora de tempo.

"Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem." I Tess. 5:19-21.

Nesta epístola o apóstolo introduz o assunto da segunda vinda do Senhor. Descreve ele então o estado do mundo incrédulo nesse tempo, que estará dizendo: "Paz e segurança", quando o dia do Senhor estiver para irromper sobre eles, como um ladrão de noite, trazendo-lhes súbita e "repentina destruição". I Tess. 5:3. Então Ele exorta a igreja, em vista dessas coisas, a estar desperta, a ser sóbria e vigiar. Entre as exortações que se seguem encontram-se as palavras que temos citado: "Não apagueis o Espírito", etc. Alguns poderão pensar que esses três versos são completamente desvinculados uns dos outros em sentido; mas eles têm natural conexão na ordem em que estão. A pessoa que apaga o Espírito será levada a desprezar as profecias, que são legítimo fruto do Espírito. "Derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão." Joel 2:28.

A expressão: "Julgai todas as coisas", é limitada ao assunto, profecias, e nós devemos provar os espíritos pelos processos que Deus nos tem

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dado em Sua Palavra. Enganos espirituais e falsas profecias são comuns no presente tempo; e é indubitável que este texto tem especial aplicação aqui. Mas note-se, o apóstolo não diz: Rejeitai todas as coisas; mas, provai todas as coisas, retende o que for bom.

"E há de ser que, depois, derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o Meu Espírito. E mostrarei prodígios no céu e na Terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça. O Sol se converterá em trevas, e a Lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, e nos restantes que o Senhor chamar." Joel 2:28-32.

Esta profecia de Joel, que fala do derramamento do Espírito Santo nos últimos dias, não foi integralmente cumprida no começo da dispensação evangélica. Isto é evidente considerando os prodígios no céu e na Terra, introduzidos no texto, os quais devem ser precursores do "grande e terrível dia do Senhor". Joel 2:31. Embora tenhamos tido os sinais, esse terrível dia está ainda no futuro. A dispensação evangélica toda pode ser chamada últimos dias, mas dizer que os últimos dias são 1.800 anos no passado, é absurdo. Eles se estendem até ao dia do Senhor e ao livramento do remanescente povo de Deus. "No Monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, e nos restantes que o Senhor chamar." Joel 2:32.

Este remanescente, que estará existindo em meio aos prodígios que introduzirão o grande e terrível dia do Senhor, é sem dúvida o resto da semente da mulher mencionada em Apocalipse 12:17 - a última geração da igreja na Terra. "Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar contra os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus, e sustentam o testemunho de Jesus."

O remanescente da igreja evangélica terá os dons. Contra eles se travará guerra porque guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo. Apoc. 12:17. O testemunho de Jesus é definido como sendo o Espírito de Profecia. Disse o anjo: "Sou teu conservo e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus." Apoc. 19:10. Em Apocalipse 22:9, ele repete o mesmo em substância, da

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seguinte forma: "Sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas." Da comparação vemos a força de expressão: "O testemunho de Jesus é o Espírito de Profecia." Mas o testemunho de Jesus inclui todos os dons do Espírito. Diz Paulo: "Sempre dou graças ao meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo. Porque em tudo fostes enriquecidos nEle, em toda a palavra e em todo o conhecimento (como foi mesmo o testemunho de Cristo confirmado entre vós). De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo." I Cor. 1:4-7. O testemunho de Cristo foi confirmado na igreja de Corinto; e qual foi o resultado? Não lhes faltou nenhum dom. Somos nós justificados então na conclusão de que quando o remanescente for plenamente confirmado no testemunho de Jesus, nenhum dom lhe faltará, na expectação da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo? ( PE, 132 – 143)