220996078 Obras de Terra Solo Grampeado
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A técnica de solo grampeado consiste na inclusão de
elementos passivos semirrígidos, denominados de
grampos, utilizados para estabilização e proteção de
taludes, sejam eles taludes naturais ou provenientes
de processos de escavação.
Essa técnica de grampeamento no solo é bastante eficaz
no que se diz respeito à contenção e proteção do solo.
Pode ser utilizado em processos permanentes ou provisórios
para obras de pequenos e longos prazos através da introdução
de grampos no terreno.
Solo Grampeado - Introdução
Estes elementos de proteção são posicionados
horizontalmente ou sub horizontalmente no maciço
de forma a introduzir esforços resistentes de tração e
cisalhamento (Ortigão et al., 1993).
Pode ser instalado por processos de
cravação – grampos cravados –
ou injeção – grampos injetados, um
revestimento, em geral de concreto
projetado ou argamassa é
aplicado superficialmente na face da
escavação ou superfície do talude.
A função do solo grampeado é diminuir os deslocamentos do maciço terroso devido
ao acréscimo de forças internas contrárias a acomodação do solo. E o principal objetivo é
a estabilização do talude durante o processo de escavação
A técnica de solo grampeado é bastante eficaz, e tem como grandes
vantagens à rapidez na execução e o baixo custo.
Solo Grampeado – Método Construtivo
Inicia-se com o corte do solo na geometria de projeto, a não ser no caso de reforço de taludes.
Segue-se com a execução da primeira linha de chumbadores e aplicação de revestimento de
concreto projetado. Caso o talude já esteja cortado pode-se trabalhar de forma descendente
ou ascendente, conforme a conveniência. Simultaneamente ao avanço dos trabalhos, são
executados os drenos profundos, de paramento e as canaletas ou as descidas d’água, conforme
projeto.
Primeira Fase - Escavação
As escavações podem ser executadas manualmente ou mecanicamente, devendo respeitar
a altura máxima permitida para a escavação, de modo a manter a estabilidade do provisória
terreno até a instalação final do paramento
Para cortes verticais, Gassler (1990) apud Lima (2007) indicou
profundidades de cada estágio de escavação em função do tipo de solo.
A escavação deve-se manter estável até o momento da perfuração e aplicação
do concreto projetado; se o solo não se sustentar pelo período necessário,
a frente de escavação deve ser estabilizada imediatamente, invertendo
assim a ordem da segunda e terceira etapas.
Segunda Fase – Construção e instalação de grampos
Perfuração
As perfurações são executadas por equipamentos de fácil manuseio, pesando entre 25 e 500 kg,
instaláveis sobre qualquer talude. Como fluído de perfuração e limpeza de furo pode ser utilizada
água, ar ou lama. Se a opção for por trados, não é necessário o uso de fluídos. Usualmente, é
adotado o sistema de lavagem com água, por meio de haste dotada de elemento cortante na sua
extremidade, do tipo tricone com vídea, no diâmetro de 3”. Dependendo da profundidade do furo,
do seu diâmetro e de área de trabalho, pode-se optar por perfuratrizes tipo sonda, crawlair, wagon
drill ou até ou até por perfuratrizes manuais. Quando a condição de trabalho permite alta
produtividade, são utilizadas carretas perfuratrizes sobre esteiras, cujos pesos variam entre 2.000
e 4.000 kg. Os chumbadores tem sempre inclinação abaixo da horizontal, variando de 5º a 30º.
A escolha do método de perfuração deve ser feita de modo que a cavidade perfurada permaneça
estável até a injeção ser concluída.
Montagem
Concluída a perfuração, segue-se a instalação e fixação da armação metálica, que deve manter
suas características de resistência ao longo do tempo. As nervuras devem receber tratamento
anticorrosivo, feito usualmente por meio de resinas polimétricas e calda de cimento. Ao longo
destes elementos devem ser instalados dispositivos centralizadores, que garantam seu
contínuo e constante recobrimento com a calda de cimento.
Usualmente, a barra de aço tem diâmetro de 10 a 25 mm. Ela deve ter uma dobra na sua
extremidade (para diâmetros até 20 mm), com cerca de 20 cm, e ter centralizadores a cada 2
m. A aplicação de placa e porca ocorre para barra com diâmetro igual ou superior a 22 mm,
quando não é possível dobrá-la. É comum também a solda de um pedaço de barra de aço.
Adjacente à barra, instala-se um ou mais tubos de injeção perdidos, de polietileno ou similar,
com diâmetro de 8 a 15 mm, providos de válvulas a cada 0,5 mm, a até 1,5 mm da boca do
furo. A quantidade de tubos depende das fases de injeção previstas, e deve-se considerar um
tubo para cada fase.
Injeção
A bainha é injetada pelo tubo auxiliar removível, de forma ascendente, com calda de cimento
fator água/cimento próximo de 0,5 (em peso), proveniente de misturador de alta turbulência, até
que se extravase na boca do furo. Uma boa alternativa é o preenchimento do furo com calda e
posterior introdução da armação metálica. A bainha é a fase inicial de injeção em que se
pretende recompor a cavidade escavada.
Após um mínimo de 12 horas, o chumbador deve ser re-injetado por meio do tubo de injeção
perdido, anotando-se a pressão máxima de injeção e o volume de calda absorvida. Não se
executa a re-injeção, a não ser que haja mais tubos de injeção perdidos.
Chumbador - Definição
Os chumbadores são peças moldadas no local, por meio de operações de perfuração
com equipamentos mecânico ou manual, e instalação e fixação de armação metálica,
com injeção de calda de cimento sob pressão.
Os chumbadores podem ser feitos com a cravação de barras, cantoneiras ou tubos
de aço, utilizando-se martelos pneumáticos, ou manualmente. Porém, esta não é a
pratica brasileira.
Ao longo do grampo, deverão ser instalados dispositivos centralizadores,
usualmente a cada 2 ou 3m, que garantam a centralização do mesmo no furo
e seu recobrimento total com calda de cimento.
Instalação dos grampos, técnicas usuais.
Grampos injetados:
As barras são colocadas no maciço após a execução de um pré-furo (em geral de 70 a 120mm
de Ø). Para a injeção, são utilizados um ou mais tubos de injeção, perdidos, de PVC ou similar,
com diâmetro de 8 a 15mm. Neles são instaladas válvulas a cada 0,5m, a até 1,5m da boca do
furo. A quantidade de tubos depende das fases de injeção previstas, e deve-se considerar um
tubo para cada fase. O material utilizado é a nata de cimento (relação água-cimento em torno de
0,5 em peso) ou argamassa. Este material deverá atender ao projeto, não contento cimentos
agressivos aos grampos. Em alguns casos, após um mínimo de 12 horas, faz-se a injeção do
chumbador, por meio do tubo de injeção perdido, anotando-se a pressão máxima de injeção
e o volume de calda absorvida. Não se executa reinjeção, a não ser que haja dois ou mais tubos
de injeção perdidos. A injeção de além de auxiliar na ancoragem do chumbador trata o maciço,
adensando-o e preenchendo as fissuras. A instalação de grampos injetados é a técnica mais
comum no Brasil. Com ela, é possível o uso de grampos de diversos comprimentos, inclusive
longos, e a instalação em praticamente qualquer tipo de solo.
Grampos cravados:
A técnica de grampos cravados consiste na cravação por percussão de barras, tubos metálicos
ou perfis metálicos com o auxilio de martelete, o que torna o processo de execução mais rápido.
Porém na presença de pedregulhos e argila porosa, esse processo torna-se não recomendado,
devido á resistências reduzidas. Outra limitação é o comprimento máximo do grampo, limitado
a 6m. Alguns cuidados devem ser levados em consideração em relação à proteção contra
corrosão. Em geral, os grampos cravados, o tratamento é feito através do recobrimento com 7
pintura anticorrosiva.
Terceira fase: REVESTIMENTO
O revestimento do talude tem função de evitar desagregação de sua superfície
evitando assim o deslocamento. Geralmente o revestimento é feito com concreto
projetado e uma malha de tela soldada, porém também pode ser utilizado painéis
pré-fabricados, em função de aspectos arquitetônicos.
Concreto Projetado
Definição
Trata-se de uma mistura de cimento, areia pedrisco, água e aditivos, que é impulsionada
por ar comprimido desde o equipamento de projeção até o local de aplicação, através de
mangote.
Na extremidade do mangote existe um bico de projeção, onde é acrescentada a água.
Esta mistura é lançada pelo ar comprimido, a grande velocidade, na superfície a ser
moldada. Na mistura podem ser adicionadas ao traço microssílica, fibras ou outros
componentes.
As peças podem receber ferragens convencionais, telas eletrossoldadas ou fibras, conforme
a necessidade de projeto.
Existem duas maneiras de obter o concreto projetado: por “via seca” ou por “via úmida”. A
diferença básica está no preparo e condução dos componentes do concreto:
Via Seca: preparado a seco. Adição de água é feita junto ao bico de projeção, instantes
antes da aplicação;
Via Úmida: preparado com água e desta forma conduzido até o local da aplicação. Ambas
as vias utilizam traços e equipamentos com características especiais.
Em caso de taludes com pouca inclinação, uma boa alternativa é o revestimento
vegetal ou a grama armada. Para o revestimento com concreto projetado, sua
aplicação depende do correto dimensionamento das redes de condução de ar,
vazão, pressão do compressor e principalmente do ajuste da bomba e da projeção
manual. A aplicação pode ser feita por via úmida ou deca. O concreto por via
úmida é uma mistura de areia média, pedrisco, cimento e água, que são conduzidos
através da bomba de concreto projetado para a aplicação, já o concreto via seca,
consiste na mesma mistura, porém a água só é adicionada pela bomba no bico de
projeção, pouco antes da aplicação. O usual é por via seca, devido à sua praticidade.
Equipamentos
Para via seca são necessários, pelo menos, os seguintes equipamentos e acessórios:
Bomba de Projeção: recebe o concreto seco adequadamente misturado e o disponibiliza para
aplicação;
É necessário que os equipamentos estejam em perfeitas condições de trabalho; as peças de
consumo devem estar com desgaste aceitável e a máquina sempre bem ajustada;
Compressor de Ar: acoplado à bomba de projeção, fornece ar comprimido em vazão e
pressão corretas para conduzir o concreto até o local da aplicação.
A prática brasileira, entretanto, é de que para qualquer diâmetro de mangueira ou vazão de
trabalho, a pressão característica do compressor deve ser de 0,7 MPa.
Este valor, quando da projeção do concreto, lido no compressor, não pode ser inferior a 0,3
MPa. Desta forma, para distâncias até 50 m teríamos, como condição mínima os valores do
quadro abaixo. Vazão do
compressor (pcm)
Diâmetro do mangote Pressão de ar
necessária (MPa)
350 1½’ 0,7
600 2”
700 2½’
Bomba de água: fornece água em vazão e pressão junto ao bico de projeção. Pode ser
substituída pela rede pública de fornecimento de água. Deve fornecer água junto ao bico de
projeção com pressão pelo menos 0,1 MPa superior aquela dos materiais em fluxo.
Mangote: é o duto de borracha por onde o concreto é conduzido da bomba ao ponto de
aplicação;
Bico de Projeção: peça instalada na extremidade de saída do mangote junto à aplicação;
Anel de água: componente do bico de projeção pelo qual se adiciona água ao concreto;
Bico pré-umidificador: instalado a cerca de 3 m do bico de projeção, visa fornecer água ao
concreto seco antes do ponto de aplicação. Pode ser ou não utilizado.
Os acessórios como mangotes, bicos, anéis d’água, pré-umidificadores e discos devem estar
em plenas condições, conforme especificações dos fabricantes e fornecedores.
O concreto
Normalmente a resistência solicitada em projeto é de 15 MPa, podendo atingir valores muito
superiores, de até 40 MPa. O concreto seco pode ser fornecido usinado, em caminhões-
betoneiras, ou preparado no canteiro de obras.
Agregados
Como agregados, temos o pedrisco ou pedra zero e a areia média. É necessário que ambos
tenham uma umidade mínima. A areia em torno de 5%, nunca inferior a 3%, pois causaria muita
poeira, nem superior a 7%, pois ocasionaria entupimentos do mangote e ínicio de hidratação do
cimento.
Para pedrisco, a umidade de 2% é suficiente. A areia média não pode ter acima de 5% de grãos
finos, podendo compor-se por 60% de grãos médios e de até 35% de grãos grossos.
Cimento
O cimento pode ser de qualquer tipo, Comum, composto, Pozôlanico, Alto Forno, ARI ou ARI-
RS, dependendo das especificações de projeto. Podem ser utilizados aditivos aceleradores de
pega, secos ou líquidos, conforme a necessidade da obra.
Água
A água deve estar de acordo com o que recomenda a tecnologia do concreto. Sua dosagem é
feita pelo mangoteiro, por meio de registro, junto ao anel d’água. Advém da sensibilidade e
experiência adquirida noutras obras pelo operador.
Controle
O controle de qualidade do concreto é feito pela extração dos corpos de prova de placas
moldadas em obra. Existem algumas normas brasileiras da ABNT para este controle, que
tiveram seu desenvolvimento impulsionado pelos serviços de execução de Túneis NATM:
NBR-13044 - Concreto Projetado - Reconstituição da Mistura recém-projetada - Método de
Ensaio;
NBR-13069 - Concreto Projetado - Determinação do tempo de pega em pasta de Cimento
Portland com ou sem a utilização de aditivo acelerador de pega - Método de Ensaio;
NBR-13070 - Moldagem de placas para ensaio de argamassa e concreto projetados -
Procedimento;
NBR-13371 - Concreto Projetado - Determinação do índice de reflexão por determinação direta -
Método de Ensaio;
NBR-13354 - Concreto Projetado - Determinação do índice de reflexão em placas - Método de
Ensaio
Aplicação/Mangoteiro
Os aplicadores do concreto têm extrema importância na qualidade do serviço. Neste trabalho
é usual termos dois especialistas: o mangoteiro e o bombeiro. O bombeiro está sempre junto à
bomba de projeção, ajuntando-se conforme os desgastes ocorrem e verificando o correto
fornecimento do compressor.
O mangoteiro é o profissional que aplica o concreto, em movimentos contínuos, usualmente
circulares, dirigidos ortogonalmente à superfície, a uma distância de 1 m. Além disso, o
mangoteiro regula a água, e tem sensibilidade para perceber uma oscilação nas
características de vazão e pressão do ar.
Normatização concreto projetado
Armação
As telas eletrossoldadas tem sido a armação convencional do concreto projetado. Sua
instalação é feita em uma ou duas camadas, conforme especifica o projeto. Aplica-se a
primeira camada com a primeira tela, a segunda camada do projetado, a segunda tela e o
concreto final. Pode-se instalar telas antes do concreto. Entretanto, é preciso tomar um
cuidado especial para evitar que a tela funcione como anteparo e ocorram vazios atrás da
mesma.
É utilizada alternativamente às telas, fibras metálicas de aço, adicionadas diretamente na
betoneira ou caminhão-betoneira, obtendo uma mistura perfeitamente homogênea. Isto não
obriga qualquer mudança nos equipamentos, promove redução da equipe de trabalho, visto
que não há necessidade de mão-de-obra para preparo e instalação das telas. Elas se ajustam
perfeitamente ao corte realizado no talude, aceitando superfícies irregulares, com espessura
constante.
O resultado é um concreto extremamente tenaz. A presença das fibras produz concreto de
baixa permeabilidade, uma vez que age no combate as tensões de tração, durante o início da
cura, homogeneamente em todas as regiões da peça.
Não há cuidado especial com cobrimento de armadura, pois a corrosão eventual se limita
àquela fibra que está em contato com a atmosfera, não prosseguindo para as outras, imersas
no concreto.
A despeito de seu custo por quilo ser superior ao das telas, a economia do produto final é de
20 a 40% por metro quadrado aplicado. A tendência atual é a total substituição das telas por
fibras de aço.
Definição
A prática usual recomenda sempre a execução de serviços de drenagem profunda e
de superfície. Para drenagem profunda usa-se o DHP – Dreno Subhorizontal
Profundo. Os drenos de superfície são os drenos de paramento e as canaletas.
Drenagem
Dreno subhorizontal profundo
São elementos que captam as águas distantes da face do talude antes que nela aflorem. Ao
captá-las, eles as conduzem ao paramento e despejam-nas nas canaletas.
Os drenos sub-horizontais profundos, DHPs, resultam da instalação de tubos plásticos
drenantes de 1¼” a 2”, em perfurações no solo, de 2½ a 4”.
Os tubos são perfurados e recobertos por manta geotêxtil ou por tela de nylon. São drenos
lineares embutidos no maciço, cujos comprimentos se situam, normalmente, entre 6 e 18 m.
Dreno de superfície
As canaletas de crista e pé, bem como as de descida d’água, são moldadas no local e
revestidas por concreto projetado. Deve ser analisado, a cada caso, o eventual efeito
erosivo no despejo, causado por esta forma de captação e condução das águas.
Dreno de paramento
São peças que destinam a promover um adequado fluxo às águas que chegam ao paramento
vindas do talude.
Para os drenos de paramento, ou aqueles atrás e adjacentes ao revestimento de concreto,
tem-se o dreno linear contínuo e o barbacã.
O dreno tipo barbaça é o resultado da escavação de uma cavidade com cerca de 20 x20 x 20
cm preenchida com material arenoso tendo como saída tubo de PVC drenante, partindo do seu
interior para fora do revestimento com inclinação descendente. Trata-se de uma drenagem
pontual.
O dreno linear contínuo é resultado da instalação, numa escavação, de calha plástica drenante
revestida por manta geotêxtil ou por dreno fibroquímico.
Ele estende-se ao longo da direção vertical da crista até o pé do talude, aflora na canaleta de
pé e é considerado um dreno linear.
Trata-se de uma opção eficiente, recomendável para projetos.
Equipe de trabalho
Encarregado geral de serviços
Operador de perfuratriz
Injetador
Mangoteiro
Operador de bomba de projeção
Auxiliar geral
Armador
Controle executivo
Não existe até o momento normalização brasileira que regulamenta os controles de execução.
Chumbador
Aceita-se um erro de deslocamento local de até 15% da distância horizontal ou vertical no
posicionamento do chumbador. Porém, deve ser mantida a quantidade de chumbadores no
projeto para a área contida.
Não é preciso qualquer controle rigoroso quanto à tolerância de inclinação, aceita-se pelo
menos, uma variação em torno de 5º.
A ferragem deve estar centrada e com recobrimento totalmente seguro.
Deve-se garantir que não tenha havido perda de calda ou resina, observando-se, minutos após
a injeção junto à boca do chumbador, se não houve decantação.
A calda de injeção deve atender as especificações de projeto, não contendo cimento agressivo à
armação do chumbador.
O fator água-cimento é ajustado em campo, em função das condições da estabilidade da
cavidade perfurada e da sua permeabilidade.
Sugere-se que todo chumbador receba, pelo menos, uma fase de injeção além da bainha.
Esta técnica é a mais segura, pois minimiza erros operacionais, além de permitir um adequado
adensamento e, portanto, melhor fixação da barra ao solo.
A injeção além de promover a melhor ancoragem do chumbador, trata o maciço, adensando-o e
preenchendo fissuras.
Para o local onde foram cravados elementos de aço, é considerada desnecessária a aplicação
de proteção contra a corrosão.
Neste caso deve-se adotar uma espessura de aço adicional.
Se o elemento cravado for tubular, é possível a injeção posterior, desde que se crave com
ponteiras.
Como sugestão de proteção anticorrosiva, pode-se adotar a proposta da “NBR5629 Tirantes
Ancorados no Terreno”, publicada em 1996 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), considerando o grampo como trecho ancorado de um tirante.
O ensaio de tracionamento do chumbador pode ser realizado para se obter dados para projeto.
Porém não há normalização para isso.
Sugere-se a execução de ensaios num mínimo de 10 % das ancoragens, ou numa quantidade
tal que permita haver representatividade do resultado.
Durante a perfuração, devem ser observadas as posições estruturais das camadas de solo em
função do corte, ajustando, se necessário, o posicionamento dos chumbadores.
Concreto projetado
O concreto projetado deve ter espessura controlada por meio de marcos aplicados a cada 4
m².
Devem ser seguidas as Normas Brasileiras de concreto projetado, nos casos em que
couberem.
É necessária especial atenção para a utilização do equipamento de via seca em condições
corretas de pressão e vazão, o cálculo correto do volume de aplicação da água e a cura. Como
a exposição atmosférica do concreto é muito grande, durante a cura devem ser tomados
cuidados especiais de umidificação.
A utilização do pré-umidificador de linha deve ser objetivada, obtendo-se um concreto com
menor reflexão, maior resistência, menor permeabilidade e com menos poeira.
Drenagem
Durante a execução devem ser avaliadas e determinadas as posições e fluxos do lençol
freático, que dificilmente o são na fase do projeto. Desta forma haverá um correto ajuste no
sistema de drenagem.
Geral
Para que se possa avançar com aplicação desta técnica, bem como para sua otimização, é
fundamental a medida de deformação do maciço. Sugere-se que sejam tomadas deformações
da forma mais simples e prática possível. Considerando-se, no mínimo, leitura de
deformações de pinos, por estação total, em 3 faixas verticais do muro, de tal forma que
sejam representativas da obra.
A visita do projetista ou do consultor durante a execução é fundamental para boa qualidade da
obra. Visa avaliar as premissas de projeto bem como analisar as pressões e consumos das
injeções dos chumbadores, e os ensaios realizados.
As propostas acima visam a compilação de informações quando não há recomendações
especificas do projeto em execução.
DIMENSIONAMENTO
No dimensionamento de uma estrutura em solo grampeado alguns parâmetros
são levados em consideração, como o comprimento dos grampos, o ângulo de
instalação, os espaçamentos dos grampos e a inclinação do talude. Sendo feito
através de métodos de analises de equilíbrio limite das zonas ativas e passivas.
Os grampos na zona passiva devem garantir um comprimento suficiente para
suportar os esforços provenientes da zona ativa, que fica localizada no plano
de ruptura.
Os métodos de dimensionamentos através do equilíbrio limite são boas soluções
e consiste no cálculo da estabilidade interna e externa do talude. Para estabilidade
externa são analisados quatro fenômenos que são: deslizamento, tombamento,
ruptura da fundação e ruptura global. Na estabilidade interna os grampos são
dimensionados para suportar os esforços de tração.
Para obtenção dos parâmetros de dimensionamentos, na fase de projetos são
necessárias investigações geotécnicas onde serão coletadas amostras indeformadas
representativas para se obter os parâmetros de resistência, que são a coesão e o
ângulo de atrito, do solo e serão utilizadas no projeto e na execução do solo
grampeado, no intuito de fornecer dados sobre o comportamento do solo em
determinado talude. Clouterre (1991) recomenda que as investigações geotécnicas
sejam executadas até uma distância mínima de uma vez e meia a altura do muro,
quando o terreno de montante for horizontal, e três vezes quando o terreno de
montante for inclinado.
Um método bastante utilizado para o calculo de estabilidade de uma estrutura em
solo grampeado é o método de Bishop simplificado. Que consiste na analise da
estabilidade através de um sistema de equilíbrio de forças estáticas que atuam na
massa do solo limitada pela superfície de ruptura.
PARÂMENTROS MONITORADOS:
Os principais parâmetros a serem monitorados para a avaliação do comportamento
do maciço são:
• Movimentações horizontais e verticais da face do talude;
• As movimentações locais ou trincas no revestimento;
• Drenagem da massa reforçada;
• Movimentação das estruturas próximas à crista do talude (edificações, fundações,
obras de arte, etc.);
• Esforços atuantes nos grampos, com especial atenção para a magnitude e
localização dos esforços axiais máximos no reforço;
• Esforços atuantes nas extremidades do grampo, próximo à face de escavação;
• Precipitação pluviométrica:
• Infiltração da água no terreno.
INSTRUMENTOS MAIS UTILIZADOS
Segundo Zirlis et al., (1999), alguns instrumentos utilizados para monitoramento
de taludes com solo grampeado e as variáveis analisadas
Deslocamentos em superfícies verticais e horizontais Estação Total
Deslocamentos Internos Horizontais Inclinômetro
Deslocamentos internos verticais Inclinômetro horizontal
Cargas nas ancoragens “Strain-Gauges”
Carga de ruptura ancoragem-solo Ensaio de arranchamento
VANTAGENS E DESVANTAGENS
São muitas as técnicas utilizadas para reforço e estabilização de taludes de
escavação, embora existam diferenças básicas entre si, podem haver situações
onde essas soluções sejam utilizadas em conjunto, de forma em que elas possam
se relacionar entre si, aumentando assim a resistência da área reforçada.
Uma das vantagens do solo grampeado é que os materiais utilizados para
execução da contenção são de pequeno porte, sendo assim possível o acesso
as áreas mais reduzidas.A rapidez também é um ponto favorável a esse tipo de
contenção, os trabalhos de escavação, perfuração e injeção, podem ser executados
simultaneamente em diferentes frentes de trabalho, permitindo um avanço
considerável na execução dos serviços de forma contínua.
O uso do solo grampeado apresenta também algumas desvantagens se comparado
a outros tipos de contenções, sua utilização em solos não-coesivos pode ser
dificultada, pois não é possível garantir a estabilidade do talude durante as
escavações. Não é aconselhável também o uso em solos permeáveis, com a
presença de lençol freático, ou abaixo do nível d’água.