2306-9208-1-PB

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1 Aluno de Graduação, Universidade Federal do Cariri, Juazeiro do Norte, Ceará, [email protected] 2 Aluno de Graduação, Universidade Federal do Cariri, Juazeiro do Norte, Ceará, [email protected] 3 Professor, Universidade Federal do Cariri, Juazeiro do Norte, Ceará, [email protected] FLEP: FLAMBAGEM LINEAR ELÁSTICA DE PÓRTICOS PLANOS - UMA FERRAMENTA DIDÁTICA PARA AS DISCIPLINAS DE ESTRUTURAS Lucas Daniel Rodrigues de Araujo 1 Newton de Castro Lopes Maciel 2 Francisco José Pereira de Almeida 3 RESUMO: Devido à evolução da engenharia, torna-se necessário o uso de ferramentas computacionais que auxiliem nas suas diversas atividades. Atualmente já se encontram vários softwares comerciais que promovem grande agilidade na resolução de diversos problemas. O programa demonstrativo Flambagem Linear Elástica de Pórticos Planos (FLEP), calcula os deslocamentos nodais, as reações de apoio, os esforços de extremidade de elemento e a carga de flambagem linear elástica de pórticos planos submetidos a vários tipos de ações externas, sendo estes, cálculos fundamentais para a análise de uma estrutura. Admite ainda a possibilidade de inserção de elementos submetidos à protensão, cujas geometrias podem ser lineares ou parabólicas. O software apresenta como um de seus diferenciais ter sido elaborado como ferramenta didática para as disciplinas de Estruturas do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Cariri, feito pelo professor Francisco José Pereira de Almeida. Espera-se que o programa possa ser utilizado para entender o comportamento de estruturas diante dos diversos tipos de solicitações (cargas externas, variações de temperaturas, cargas de protensão). Palavras–chave: flambagem; matriz de rigidez; mecânica computacional; pórticos INTRODUÇÃO O programa utiliza o Método da Rigidez que consiste essencialmente na montagem e resolução de um sistema de equações lineares de equilíbrio, onde as incógnitas primárias do problema são os deslocamentos generalizados “δ” (ou rotações angulares) nas direções dos graus de liberdade adotados para a estrutura. Nesse sistema de equações, a matriz dos coeficientes é formada pelos coeficientes de rigidez da estrutura nas direções dos graus de liberdade, e o vetor dos termos independentes é formado pelo carregamento nodal combinado (cargas nodais aplicadas diretamente nas direções dos graus de liberdade, somadas ao carregamento nodal equivalente); assim a matriz dos coeficientes do sistema de equações é a própria matriz de rigidez da estrutura. Esta por sua vez é composta, adequadamente, pelas somas dos coeficientes de rigidez dos elementos estruturais. Obtidos os deslocamentos “δ” calculam-se os esforços de extremidade de cada elemento estrutural mediante a superposição de efeitos devidos a “δ” e às ações de engastamento perfeito. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para a comprovação do real potencial do software FLEP, analisaremos através de um estudo de caso uma estrutura de dois pilares com ações nodais e sem considerar o peso próprio da estrutura, com diferentes situações de apoio e implantando 4, 6, 8, 10 e 12 nós; comparando seus resultados das cargas de flambagem com os valores obtidos

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  • 1 Aluno de Graduao, Universidade Federal do Cariri, Juazeiro do Norte, Cear, [email protected] 2 Aluno de Graduao, Universidade Federal do Cariri, Juazeiro do Norte, Cear, [email protected] 3 Professor, Universidade Federal do Cariri, Juazeiro do Norte, Cear, [email protected]

    FLEP: FLAMBAGEM LINEAR ELSTICA DE PRTICOS

    PLANOS - UMA FERRAMENTA DIDTICA PARA AS

    DISCIPLINAS DE ESTRUTURAS

    Lucas Daniel Rodrigues de Araujo

    1 Newton de Castro Lopes Maciel2 Francisco Jos Pereira de Almeida

    3

    RESUMO: Devido evoluo da engenharia, torna-se necessrio o uso de ferramentas

    computacionais que auxiliem nas suas diversas atividades. Atualmente j se encontram

    vrios softwares comerciais que promovem grande agilidade na resoluo de diversos

    problemas. O programa demonstrativo Flambagem Linear Elstica de Prticos Planos

    (FLEP), calcula os deslocamentos nodais, as reaes de apoio, os esforos de

    extremidade de elemento e a carga de flambagem linear elstica de prticos planos

    submetidos a vrios tipos de aes externas, sendo estes, clculos fundamentais para a

    anlise de uma estrutura. Admite ainda a possibilidade de insero de elementos

    submetidos protenso, cujas geometrias podem ser lineares ou parablicas. O software

    apresenta como um de seus diferenciais ter sido elaborado como ferramenta didtica

    para as disciplinas de Estruturas do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal

    do Cariri, feito pelo professor Francisco Jos Pereira de Almeida. Espera-se que o programa possa ser utilizado para entender o comportamento de estruturas diante dos

    diversos tipos de solicitaes (cargas externas, variaes de temperaturas, cargas de

    protenso).

    Palavraschave: flambagem; matriz de rigidez; mecnica computacional; prticos

    INTRODUO

    O programa utiliza o Mtodo da Rigidez que consiste essencialmente na

    montagem e resoluo de um sistema de equaes lineares de equilbrio, onde as

    incgnitas primrias do problema so os deslocamentos generalizados (ou rotaes angulares) nas direes dos graus de liberdade adotados para a estrutura. Nesse sistema

    de equaes, a matriz dos coeficientes formada pelos coeficientes de rigidez da

    estrutura nas direes dos graus de liberdade, e o vetor dos termos independentes

    formado pelo carregamento nodal combinado (cargas nodais aplicadas diretamente nas

    direes dos graus de liberdade, somadas ao carregamento nodal equivalente); assim a

    matriz dos coeficientes do sistema de equaes a prpria matriz de rigidez da

    estrutura. Esta por sua vez composta, adequadamente, pelas somas dos coeficientes de

    rigidez dos elementos estruturais. Obtidos os deslocamentos calculam-se os esforos de extremidade de cada elemento estrutural mediante a superposio de efeitos

    devidos a e s aes de engastamento perfeito.

    PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

    Para a comprovao do real potencial do software FLEP, analisaremos atravs

    de um estudo de caso uma estrutura de dois pilares com aes nodais e sem considerar o

    peso prprio da estrutura, com diferentes situaes de apoio e implantando 4, 6, 8, 10 e

    12 ns; comparando seus resultados das cargas de flambagem com os valores obtidos

  • atravs da teoria clssica. Escolhemos a situao de 4 ns para representar a rotina de

    insero de dados que o programa exige. Os passos seguidos para o primeiro exemplo

    servem de modelo para o segundo alterando-se as condies de apoio.

    Como procedimento padro para o uso desta ferramenta, devemos informar

    alguns dados relativos a geometria da estrutura, cargas aplicadas e apoios escolhidos,

    assim como a insero das caractersticas dos materiais e das sees da estrutura.

    Inicialmente, clicando no menu MATERIAIS, define-se o nmero de materiais a

    serem utilizados na estrutura. Posteriormente inserem-se os dados referentes aos

    materiais; Modulo de Young (E), coeficiente de dilatao trmica (ALFA), peso

    especfico(GAMA) e tenso de escoamento (FIGURA 1a) . No referido caso foi

    utilizado apenas um tipo de material, sendo este o Ao. Como no ser considerado o

    peso prprio, assim como a dilatao trmica da estrutura utilizaremos GAMA e ALFA

    iguais zero.

    Depois de introduzidos os dados dos materiais, no menu SEES, deve-se

    informar o nmero, tipo e dimenses das sees presentes na estrutura. Para efeitos de

    simplificao escolheu-se a seo retangular, e com mesmas dimenses, para todos os

    elementos. A partir destes, calcula-se todos os dados geomtricos das sees necessrios

    ao estudo mecnico do pilar, como rea, Segundo Momento de Inrcia, e a Distncia do

    centroide da seo at a Superfcie da pea (FIGURA 1b).

    Figura 1 - Janelas da configurao das barras

    a) Propriedades dos Materiais

    b) Sees Transversais

    Para se definir a geometria da estrutura, deve-se informar a quantidade e

    localizao dos ns em coordenadas cartesianas, no boto COORDENADAS. Para o

    exemplo, enumerou-se os ns de 1 a 4 (FIGURA 2a).

    Com a concluso do procedimento anterior, deve-se identificar os elementos da

    estrutura, nomeando-os e definindo seus respectivos incio e fim, assim como as

    rtulas, se existirem. Para esta etapa utiliza-se a opo CONECTIVIDADE. No caso,

    foram implementados trs elementos, sem nenhuma rtula (FIGURA 2b).

  • Figura 2 - Janelas de configurao dos elementos e dos ns

    a) Coordenadas

    b) Conectividade

    Com a estrutura definida, definem-se, no item APOIO, as condies de apoio da

    estrutura. Para o caso, foram postos no primeiro exemplo um engaste no n 1 e um

    apoio de primeiro gnero no n 4; no segundo exemplo colocou-se um apoio do

    segundo gnero no n 1 e um apoio tambm de primeiro gnero no n 4 (FIGURA 3a).

    Definidos os apoios, colocam-se os carregamentos nos ns e elementos,

    lembrando que para cada tipo de carga existir um submenu, no menu CARGAS. Em

    ambos os exemplos utilizou-se uma carga nodal vertical unitria para baixo sobre o n 4

    (FIGURA 3b).

    Figura 3 - Janelas de escolha dos apoios e insero das foras

    a) Apoios b) Carregamentos

    Finalmente, ativa-se a anlise pelo boto CALCULAR e ento ser gerado um

    relatrio e os diagramas, de esforos normais, de esforos cortantes, momentos fletores

    e a configurao deformada da estrutura. Para ativar a visualizao do modo de

    flambagem, deve-se previamente calcular a Carga Critica (Carga de Colapso) no boto

    Pcr. Ao final de todo o processo, chegamos aos resultados mostrados na FIGURA 4.

  • Figura 4 - Modo de Flambagem (Exemplo 1 e 2 Respectivamente)

    RESULTADOS E DISCUSSES

    Como se pode verificar pelos modos de flambagem, as estruturas se comportam

    de maneiras diferentes, dependendo das condies de apoio. Segundo o estudo de

    flambagem de Colunas, a Carga Critica representada pela formulao matemtica

    seguinte:

    ( ) (1) onde:

    E = o Modulo de Young do material;

    I = o menor momento de inercia para

    rea da seo transversal da coluna;

    L = o comprimento da coluna;

    K = o fator de comprimento efetivo

    Atravs de estudos tericos, sabe-se que K varia de acordo com as condies de

    apoios. No caso estudado sabe-se da teoria clssica que no exemplo 1, K igual a 0.7;

    no segundo, K igual a 1. Pela manipulao da frmula, o Pcr do exemplo 2 deve ser

    aproximadamente igual a duas vezes o valor do Pcr do exemplo 1. Utilizando-se ainda

    da teoria clssica temos os seguintes resultados:

    Tabela 1 - Cargas de Flambagem tericas

    Pcr 1 [Terico] (MN) 14.92003

    Pcr 2 [Terico] (MN) 7.29254

    Utilizando os valores obtidos pelo software temos:

    Tabela 2 - Cargas de Flambagem e Erros Percentuais prticos

    N de Ns 4 6 8 10 12

    Pcr 1[Prtico] (MN) 15.04418 14.96536 14.95587 14.95373 14.95302

    Erro (%) 0.83210 0.30381 0.24021 0.22587 0.22111

    Pcr 2 [Prtico] (MN) 7.32060 7.31105 7.30943 7.30918 7.30906

    Erro (%) 0.38477 0.25382 0.23160 0.22817 0.22653

  • Grfico 1 - Erro Percentual em funo do nmero de ns

    Pode-se perceber pelo Grfico 1 que a diferena entre os resultados tericos e os

    obtidos pelo programa diminuem medida que aumenta-se o nmero de elementos para

    discretizao da estrutura. As diferenas observadas devem-se ao fato da utilizao de

    um mtodo numrico para a resoluo do problema.

    CONSIDERAES FINAIS

    Esse trabalho demonstra a forma de utilizao de um programa para anlise de

    instabilidade elstica de estruturas de prticos planos, servindo como ferramenta

    didtica para visualizar os modos de flambagem elsticas de estruturas. Serve tambm

    para entender o funcionamento de estruturas submetidas a diversos tipos de solicitaes

    e seus modos de colapso.

    Atravs deste trabalho, pode-se verificar que o programa FLEP pode contribuir

    com velocidade e preciso na verificao e analise de estruturas de prticos planos. O

    programa deve ser utilizado como ferramenta didtica para auxiliar os estudos.

    AGRADECIMENTOS

    Agradecemos Universidade Federal do Cariri, e ao professor Francisco Jos

    Pereira de Almeida pela oportunidade de representar um de seus trabalhos, que nos veio

    a acrescentar muito conhecimento.

    REFERNCIAS

    HIBBELER, Russel Charles. Resistncia dos Materiais. 7 ed. So Paulo: Pearson

    Prentice Hall , 2010 . 627 p.

    SORIANO, Humberto Lima e LIMA, Silvio de Souza. Anlise de Estruturas Mtodos das Foras e Mtodo dos Deslocamentos. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora

    Cincia Moderna Ltda., 2006.

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    Erro

    (%

    )

    Nmero de Ns

    Exemplo 1

    Exemplo 2