240623501-Kleber-Barreto-Cap-7-e-8
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UNIP – Universidade Paulista
Instituto de Ciências Humanas - ICH
Curso de Psicologia
Síntese: Cap.7, 8 e 9
Livro: Ética e técnica no acompanhamento terapêutico
Autor: Kleber Duarte Barreto
Lena Maria Bonifácio Medeiros RA: A370GJ3
Natália
Março, 2014.
Capitulo VII – No que se trata da não menos importante função de apresentação de objeto.
Kleber Barreto inicia o capítulo referindo-se a função de apresentação de
objeto, utiliza-se de um trecho do Livro Dom Quixote de La Mancha, do autor
Miguel de Cervantes, para exemplificar a questão sobre a função constitutiva
da subjetividade e da relação entre criado (Sancho Pança) e amo (Dom
Quixote) protagonistas do livro, proporciona tal exemplo para relatar a
experiência de Winnicott (1941), que diz ser essencial a presença da
continuidade (inicio, meio e fim) para a função constitutiva da subjetividade.
Descreve então que esta concepção surgiu de um experimento realizado por
Winnicott em seu consultório em Londres, da qual foi possível observar a
transformação de lição do objeto.
Este experimento era constituído de três períodos, o primeiro período
chamado de hesitação, período pelo qual é marcado pelo conflito onde o bebê
apresentava a angústia de pegar ou não objeto que foi lhe deixado a mostra. O
segundo período é caracterizado pelo período de posse, no qual o autor do
texto prefere chamar de período de uso, pois, fazendo-se referência a
Winnicott, o que leva um indivíduo ao viver criativo é capacidade de um sujeito
tem de usar o objeto. Assim, o autor do texto explica que apropriar-se e fazer
uso de um objeto indicaria o potencial criativo do sujeito, ou seja, a propensão
de tomar um objeto e transformar em algo próprio determinaria o seu viver
criativo.
O ultimo período se caracterizaria pela emergência da agressividade,
marcado pelo desinteresse e pela separação, ocasião que demonstra a
capacidade de separar-se daquela situação que não lhe é temida e sim
buscada. Assim, para Winnicott a possibilidade de atravessar esses três
períodos implica uma transformação do self. Neste sentido o autor revela que
interessar-se por um objeto, ousar a usá-lo, separa-se dele, constituía em si
uma lição do objeto.
Kleber Barreto descreve que o processo terapêutico se daria então, pela
constituição completa das três fases relatadas, primeiro pela hesitação do
paciente diante ao tratamento, depois o vinculo construído e a confiança na
figura do analista, e por fim o momento de destruição a partir das relações
transferências e a capacidade de autonomia do sujeito até a interrupção do par
analítico e a possibilidade do sujeito vir a exercer a sua capacidade analítica.
Deste modo o texto infere que do ponto de vista Winnicottiano, dentro de uma
sessão ou de um processo analítico é possível vivenciar o próprio ritmo da
vida: nascer, viver e morrer.
Vale ressaltar que o autor descreve que a função de apresentação do
objeto esta relacionada à relação mãe-bebê e da capacidade do ambiente
sustentar as experiências que apontem a para a separação eu e não eu. É
através desta função que o bebê desenvolverá a capacidade de realização,
que segundo Winnicott trata-se dos recursos que o individuo vai adquirindo na
percepção das dimensões de espaço e tempo, observando que falhas neste
processo podem levar um sentimento de irrealidade.
Trazendo estas discussões para o Acompanhamento Terapêutico infere-
se a necessidade do AT estar identificado com o acompanhado, a necessidade
de devoção para com paciente.
O autor conta ser possível ocorrer reações explosivas por parte dos
acompanhados, situações que podem ser proporcionadas por um comentário
invasivo ou gestos que revelam uma considerável dimensão da angústia que
exprimem o limite do sujeito de suportar. Explica então que quando ocorrer
situações deste gênero cabe ao A.T promover conversas com o acompanhado
em outros momentos de maior tranqüilidade e compreender o que o sujeito
quer dizer com esta reação explosiva.
Ao final deste capitulo Kleber Barreto manifesta a necessidade do
vinculo AT e acompanhado e a identificação com ele. Pois é a partir desta
identificação que será possível apreender o processo a favor do crescimento
do sujeito. A falha neste processo pode levar ao acompanhado uma angústia
intensa. No entanto, o autor pronuncia que a própria reação do acompanhado
auxilia o AT a reencontrar o seu lugar na relação, ampliando também o
aprendizado de seus próprios conflitos.
Capitulo VIII – No qual se aborda a função de manipulação corporal
(handling) e o contato com as necessidades corporais.
A partir da teoria de Winnicott, o autor Kleber Barreto apresenta neste
capitulo o conceito de handling que se trata do manejo, ou seja, à manipulação
do bebê pelas mãos cuidadosas da mãe, e contato físico da dupla, que
construirá as noções corporais ainda frágeis do bebê. Contato que é
fundamental para o desenvolvimento psíquico da criança. É por meio dele que
a mãe vai proporcionar a ela à identificação das suas necessidades corporais e
proporcionar uma organização simbólica destas emoções e sentidos
proporcionando a personalização por parte do bebê.
Processo pelo qual o autor explica ser a capacidade do sujeito
desenvolver uma integração psique-soma. E que a falha neste processo pode
acarretar dede uma hipotonia muscular e casos de não reconhecimento, e falta
de integração com o próprio corpo. Vale ressaltar que uma regressão pode
acarretar uma perda de contato com as relações corporais. Segundo o autor o
corpo passa a ser visto como algo estranho, dificultando assim a percepção
das necessidades básicas.
Cabe ao acompanhante terapêutico reconhecer a necessidade corporal
do acompanhado e ajudá-lo a integrá-la em sua vivência. Neste sentido o
acompanhante pode valer-se de suas próprias relações corporais para inferir
as necessidades corporais do acompanhado. O Autor exprime que este
processo trata-se da leitura do corpo do outro a partir do próprio corpo.
O autor traz ainda em seu texto alguns exemplos que explanam sobre a
atuação do acompanhante e como é imprescindível estar atento a essas
necessidades corporais do acompanhado e exprime que a função de sustentar
e proporcionar o paciente o alívio destas necessidades e ter a possibilidade de
intervir e contribuir em seu processo de personalização.