24764037 Conto Tradicional Teste

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Ficha de Avaliação de Língua Portuguesa 1º Período Nome __________________________________________________ _____ Ano _________ Número _________________ Turma _______________ Classificação_________ Professor _______ Encarregado de Educação __________ TEXTO Uma velhinha vivia com sua filha, uma grande desmazelada. Instava a mãe com a filha que fiasse, mas ela só falava em comer papas. Apareceu um rapaz a namorar a rapariga, e a mãe receosa de que ele se arrependesse falava-lhe constantemente nas maçarocas de fiado que a filha todos os dias fazia. Casou-se a rapariga e foi viver para a casa do marido. Ia a noiva na mesma cavalgadura com a madrinha. Ao passar por uma eira, disse a noiva: - Que bom prato este para encher de papas. O noivo vinha um pouco atrás e perguntou à madrinha o que a noiva tinha dito. A madrinha respondeu: - Está a gabar a eira para aqui se enxugar maçarocas de fiado. E o noivo dizia consigo:”Que grande mulher apanhei! Fui muito feliz”. Chegaram a casa, e no dia seguinte de manhã foi o noivo para o Alentejo. De lá mandou à mulher muitas cargas de linho para ela fiar. Quando a mulher viu aquilo ficou parva. Ela que nem sabia fiar! No dia seguinte pegou na roca, que a mãe lhe dera, e quis ver se tentava fiar. Passou por uma barranha de mel e meteu dentro a parte da roca onde se arma o linho. Foi para o quintal e pôs-se a lamber a roca. Ora o quintal dava para o jardim do Paço, por onde passeava a princesa sempre triste. Viu a mulher a lamber a roca em vez de fiar, pôs-se a rir às gargalhadas. Ficou o rei muito contente por ver a filha alegre. Averiguou da filha o que a fizera rir e a filha indicou-lhe a vizinha,

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Conto Popular

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Ficha de Avaliao de Lngua Portuguesa

Ficha de Avaliao de Lngua Portuguesa1 Perodo

Nome _______________________________________________________

Ano _________ Nmero _________________ Turma _______________

Classificao_________ Professor _______ Encarregado de Educao __________

TEXTO

Uma velhinha vivia com sua filha, uma grande desmazelada. Instava a me com a filha que fiasse, mas ela s falava em comer papas. Apareceu um rapaz a namorar a rapariga, e a me receosa de que ele se arrependesse falava-lhe constantemente nas maarocas de fiado que a filha todos os dias fazia. Casou-se a rapariga e foi viver para a casa do marido. Ia a noiva na mesma cavalgadura com a madrinha. Ao passar por uma eira, disse a noiva:

- Que bom prato este para encher de papas.

O noivo vinha um pouco atrs e perguntou madrinha o que a noiva tinha dito. A madrinha respondeu:

- Est a gabar a eira para aqui se enxugar maarocas de fiado.

E o noivo dizia consigo:Que grande mulher apanhei! Fui muito feliz.

Chegaram a casa, e no dia seguinte de manh foi o noivo para o Alentejo. De l mandou mulher muitas cargas de linho para ela fiar. Quando a mulher viu aquilo ficou parva. Ela que nem sabia fiar! No dia seguinte pegou na roca, que a me lhe dera, e quis ver se tentava fiar. Passou por uma barranha de mel e meteu dentro a parte da roca onde se arma o linho. Foi para o quintal e ps-se a lamber a roca.

Ora o quintal dava para o jardim do Pao, por onde passeava a princesa sempre triste. Viu a mulher a lamber a roca em vez de fiar, ps-se a rir s gargalhadas. Ficou o rei muito contente por ver a filha alegre. Averiguou da filha o que a fizera rir e a filha indicou-lhe a vizinha, que, estranha a tudo, continuava na faina de lamber a roca. Sups o rei que a mulher tivera em vista fazer rir a princesa e por isso mandou-a chamar.

- Pede o que quiseres, disse-lhe o rei, logo que a viu na sua presena.

- Peo a Vossa Majestade que mande a minha casa as mulheres que sejam bastantes para fiar o linho que meu marido me mandou.

O rei riu-se do pedido e mandou as mulheres que fiaram num dia o linho todo.

Nessa noite chegou o marido, que ficou pasmado de ver todo o linho fiado. Antes do deitar e sem que o marido visse, colocou a mulher debaixo do colcho da cama, no lugar em que ela dormia, muitas cascas de amijoas e de amndoas. Deitaram-se l. De noite, ps-se a mulher a dar voltas, e as cascas a estalar.

- O que oio? Perguntou o marido.

- So os meus ossos, filho; estou com o corpo escangalhado de tanto fiar.

O marido calou-se, e no outro dia partiu a roca, dizendo que no queria que a sua mulher morresse com tanto trabalho.

Carlos de Oliveira e Jos Gomes Ferreira (org.), Contos Tradicionais Portugueses

I1. Classifica as personagens do conto quanto ao relevo.

2. Caracteriza directa e indirectamente a personagem principal

3. Determina o tipo de relacionamento que a Desmazelada mantm com as restantes personagens.

4. Uma das especificidades do conto tradicional ser muito breve e para isso contribuem o sumrio e a elipse.4.1. Exemplifica essas duas tcnicas narrativas com uma passagem do texto em anlise.

5. O conto popular uma narrativa com caractersticas prprias.

5.1. Explica a ausncia da assinatura do autor no final da histria.

5.2. Justifica a no atribuio de nomes s personagens.

5.3. Levanta marcas da origem popular da histria.

5.4. Comenta a expresso: Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto.II

1. Denomina a relao existente entre as palavras destacadas nas frases:

1.1. () s falava em comer papas.

J houve vrios papas no Vaticano.

1.2. - O que ouo?

O osso dela no estalou.

1.3. () no queria que sua mulher morresse.

Ele cria que ela estava cansada.

2. Identifica o modo e o tempo das formas verbais do ltimo pargrafo.3. Divide e classifica as oraes das frases seguintes:

a) Casou-se a rapariga e foi viver para casa do marido.

b) Quando a mulher viu aquilo, ficou parva.

c) Nessa noite chegou o marido, que ficou pasmado de ver todo o linho fiado.

3.1. Indica a funo sintctica dos elementos sublinhados.III

1. Conta agora tu uma histria tradicional de que tenhas gostado particularmente.

Ou

Conta uma lenda de que gostes ou de que te recordes.

Bom trabalho!

Prof.Vera Pinto