25.03.2006 Universina Coutinho Nuno Neves. 25.03.06 Universina Coutinho Direito Internacional...
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25.03.200625.03.2006
Universina CoutinhoUniversina Coutinho
Nuno NevesNuno Neves
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Direito Internacional contemporâneo - salto civilizacional na História da Humanidade
Núcleo: Direitos fundamentais da pessoa humana (de todas as pessoas) e dos povos
direitos económicos e sociais, culturais, políticos - universalidade e indivisibilidade dos direitos(ainda nem todos os direitos tornaram-se realidade para a maioria dos habitantes da Terra)
Direito da Paz: relações de diálogo, compreensão e cooperação entre os povos, Estados e Nações
“estrangeiro” não mais inimigo potencial ou dominador/dominado mas igual, parceiro na construção da “casa comum”da Humanidade.
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afirmação de um novo conceito de cidadania
ser humano como sujeito, construtor e protagonista da história
o ser humano constrói-se participando e construindo o mundo
o poder de os grupos e de indivíduos participarem nas decisões que afectam as condições em que vivem e em que actuam
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Tornar mais dinâmico e abrangente o exercício da cidadania, entendido como o poder de os grupos e de indivíduos participarem nas decisões que afectam as condições em que vivem e em que actuam, o reforço do associativismo, dos instrumentos de democracia participativa, constituem também importantes factores favorecedores da inclusão, do reforço do sentimento de pertença.
Neste contexto, a cidade representa um espaço privilegiado de integração e de exercício da cidadania.
“Cidade, civilização e cidadania são conceitos próximos que provêm da mesma raiz lexical. São também noções caras à democracia participativa”. Prof. Roberto Carneiro
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A percepção da cultura “do outro” e a relativização das normas e valores da cultura de cada um constitui um processo cognitivo
extremamente enriquecedor e propiciador do respeito pela dimensão global do ser
humano.
Educar é um acto de amor. Cidadania é o exercício do amor ao ser humano.
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“!Se dice tan fácil: ‘son como nosotros’!Quanto tiempo nos llevará empezar
A decirnos: somos como ellos?” Quino
Conhecer o outro, amar o outro, encontrando nele a tua própria humanidade: o primeiro, e o mais importante, passo na
construção da cidadania.
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Educação envolve construção de identidades (identidade que não é algo congelado,
estático, mas em permanente mutação)
A Escola é por excelência o local de construção de identidades.
“Educado só é aquele que domina, além da sua cultura, uma outra cultura, tornando-se “mestiço” Adquirir uma nova cultura não é negar a cultura primeira, mas integrá-la no processo de desenvolvimento humano e social. Michel Serres
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Desmistificando…
- Expressão: “Aderir à nossa cultura” – Qual cultura?Não existem culturas homogéneas nas sociedades de acolhimento. Também não há homogeneidade nas representações culturais “dos que chegaram”(mesmo que provenientes dos mesmos países ou englobados num mesmo grupo étnico).
- Multiculturalidade não é apenas adicionar à cultura dominante alguns tópicos relativos a outras culturas – tais atitudes meramente folclóricas não constroem, por si só, a multiculturalidade.
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Desmistificando…
- Convém não cair na armadilha de reduzir toda a problemática da integração/inclusão/exclusão dos imigrantes ou das chamadas minorias étnicas a causas culturais.
Na grande maioria dos casos, os problemas sociais (comuns a população imigrante a e à autóctone) e a negação do acesso aos direitos (por exemplo, o direito à nacionalidade, à habitação, à saúde, à educação) são factores determinantes entre as causas da exclusão.
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Considerar a multiculturalidade significa lutar contra a exclusão e adaptar a educação à diversidade dos alunos; respeitar o direito à própria
identidade e progredir no respeito pelos direitos humanos. Díaz-Aguado
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A sociedade multicultural constrói-se.
Constrói-se, construindo através da Educação, o próprio cidadão.
(trabalhar pelo diálogo entre as culturas por meio da sua realização na prática pedagógica; construir a multiculturalidade a partir da experiência da
interculturalidade nas instituições educativas) Carlos V. Estêvão - (V Colóquio Internacional Paulo Freire-2005)
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A ESCOLA: DESAFIOS E INSTRUMENTOSA ESCOLA: DESAFIOS E INSTRUMENTOS
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Escola democrática e de qualidade: educar em democracia e para a democracia.
Partici
pação
e co
-resp
onsabiliz
ação
dos inter
venien
tes
Autonomia da escola
Descentralização do sistema educativo Projecto Educativo
Turma/sala de aulas
Participação das famíliasAvalia
ção
Núcleo central do sistema educativo
Palavras chave Gestão
democrá
tica
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As famílias (e as suas organizações) são chamadas a contribuir de forma decisiva na caracterização dos alunos e do meio, servir de elo de ligação com a comunidade e, no movimento de volta, levar à escola as expectativas e necessidades da sociedade envolvente.
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O grande desafio às Associações de Pais é integrar a participação das mães e dos pais imigrantes/representantes das chamadas minorias étnicas e dos grupos de exclusão.
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O PROJECTO EDUCATIVO/PLANO ANUAL DE ACTIVIDADES (PEE/PAA)
Instrumento fundamental na construção de uma escola de sucesso e inclusiva, através da união de esforços e competências de pais, professores, funcionários, alunos e comunidade.
(conhecimento da população escolar, do meio envolvente, das suas necessidades; envolvimento de toda a comunidade escolar em torno de objectivos comuns; instrumento de consensos e união de sinergias para uma acção educativa, mobilizadora de todos os agentes envolvidos; abordagem pluri e interdisciplinar; acção continuada/avaliação; agregação de projectos inovadores, que visem os diferentes aspectos da formação integral do aluno enquanto sujeito do processo educativo.)
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TURMA/CONSELHO DE TURMA
Núcleo básico fundamental:
A relação de proximidade com os alunos de cada turma e suas famílias permite melhor conhecer cada aluno, as suas referências culturais, os factores favorecedores e bloqueadores de aprendizagens e, em resultado, conjuntamente estabelecer estratégias de diferenciação pedagógica, o plano de actividades da turma.
Confere elementos para a definição da componente sócio educativa da escola e do plano de acção da Associação de Pais.
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Porquê o professor precisa trazer para a sala de aulas a preocupação com as diferenças culturais?
“A resposta, embora pareça óbvia, foi até agora pouco considerada pelos educadores: em uma sala de aulas, especialmente na escola pública, se inter relacionam indivíduos de diferentes grupos culturais, que terão sempre que lidar com outros indivíduos também de diferentes culturas e sub-culturas.”
Ana Mae Barbosa
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“A socialização da criança dá-se principalmente na escola e é na própria disposição da sala de aula que ela vê o modelo de sociedade na qual vai crescer.” Andreia Silva
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Esses instrumentos são particularmente importantes numa educação que caminha para a multiculturalidade, visto que as
diferentes representações culturais podem e devem ser estimuladas a testemunhar “na primeira pessoa”,
intercambiando experiências, vivências e sentimentos, e apontando caminhos e soluções.
Pequenas acções, partindo do próprio contexto onde os agentes estão inseridos, mostram-se muito mais eficazes e “tranformadoras”, do que grandes projectos concebidos “fora” da escola.
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“Houve uma época na qual eu pensava que as pequenas mudanças impediam a realização de uma grande mudança.”…“Hoje minha certeza é outra: penso que, no dia a dia, mudando passo a passo, com pequenas mudanças numa certa direcção, podemos operar a grande mudança, a qual poderá acontecer como resultado de um esforço contínuo, solidário e paciente.” Moacir Gadotti (Escola Cidadã)
Nuno NevesNuno Neves
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Questões/desafios:
Como os curricula e os manuais escolares reflectem a preocupação com a educação multicultural?
Que formação é dada ao corpo docente? Que formação aos dirigentes associativos?
Como fazer reflectir a diversidade da população escolar na composição das Associações de Pais?
Que mensagem passamos aos mais jovens, no dia a dia?(linguagem, atitudes, estereótipos…)
Divulgação e difusão das boas práticas
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“Certa vez, vindo da casa de uma amiguinha, disse à minha mãe:
- Como os alemães são “desleixados”, a casa da Marley não é tão arrumadinha como a nossa!
A minha mãe logo corrigiu-me:
- Não deves falar assim. A D. Gerda têm muitos filhos e é doente, por isso a casa não está tão limpinha. Não é por ser alemã. Já viste como são bonitas e bem asseadas as cidades onde vivem os alemães?”
Testemunhos
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“A rua onde vivi na infância era uma “Nações Unidas” em miniatura: gente de origem alemã, italiana, eslava, portuguesa, “índios” e filhos e netos dos escravos de uma senzala que por lá houve.
Muito cedo aprendemos, no dia a dia, a beleza e a riqueza da diferença: as brincadeiras de cabeleireira, por exemplo, faziam-nos descobrir que do cabelo liso e dourado da Elga escorregam os laços de fita; as trancinhas tão enroladinhas da Vera Regina nunca se desfazem, os nossos cabelos de caracóis italianos só se alisam, se passados a ferro de engomar…
O “seu” Pedro e a dona Anastácia liam revistas vindas de muito longe, com umas letras estranhas, muito diferentes daquele abecedário que tínhamos aprendido na escola. Estas vivências multiculturais, constituíram a minha primeira escola de democracia. Aprendi a amar a diversidade humana.”
Testemunhos
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“Nas visitas de estudo da escola, fomos conhecer os monumentos dedicados aos imigrantes. A professora explicou que graças a eles somos um grande País.Nunca esqueci daquele que representava uma família vinda de Itália: o pai, olhando em direcção ao futuro, enquanto a mãe mostrava a nova terra ao seu bebé.Imaginava o quanto deveria ser difícil alguém deixar a sua terra para viver noutro lugar… Mas ainda bem que vieram, porque trouxeram-nos tantas coisas boas e construíram cidades tão lindas!”
Testemunhos
Memorial ao Imigrante São Paulo
Aniversário da Imigração Japonesa São Paulo
Monumento da Amizade Sírio Libanesa São Paulo
Monumento ao Imigrante Caxias do Sul
Universina CoutinhoUniversina CoutinhoProjecto “Projecto “Os Pais na EscolaOs Pais na Escola””
F A P C AF A P C A
Nuno NevesNuno Neves
Amadora - 25.03.2006Amadora - 25.03.2006
Imagem cedida à FAPCA pelo autor Nuno Neves
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