250706 - Relatório Setorial Farmacêutico - Início de Cobertura

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THE CURE FARMACÊUTICO Favor consultar as páginas finais deste relatório para divulgações importantes, certificações dos analistas e outras informações. A Itaú Corretora se encontra envolvida e procurar realizar negócios com as empresas monitoradas em seus relatórios de pesquisa e acompanhamento. Assim, os investidores devem estar cientes de que a Empresa pode apresentar um conflito de interesse que pode vir a afetar a objetividade deste relatório. Os investidores devem considerar o presente relatório somente como um dentre vários fatores ao realizarem sua decisão de investimento. Setor Farmacêutico Características O setor farmacêutico é considerado um setor altamente lucrativo no mundo e está associado a constantes e pesados investimentos em pesquisa e desenvolvimento para o lançamento de novos produtos. O Brasil ocupa a 11ª posição no ranking do mercado farmacêutico mundial, com um volume de vendas de cerca de 1,6 bilhão de unidades (caixas) vendidas em 2005 e um faturamento de R$ 22 bilhões (dados para o mercado de vendas às farmácias). Considerando o valor do faturamento em dólares (US$ 9,2 bilhões), o Brasil é o segundo maior mercado da América Latina, abaixo apenas do México (a América Latina representa cerca de 4% do mercado mundial). Atratividade do Setor no Mundo A Indústria Farmacêutica Mundial tem um mercado estimado em cerca de US$ 602 bilhões/ano, fortemente concentrado nos países desenvolvidos (EUA, Canadá, Europa e Japão respondem por cerca de 88% do mercado mundial de medicamentos). Trata-se de um mercado cujo faturamento nos últimos 8 anos tem crescido a taxas superiores a 10%a.a., com destaque para os mercados emergentes. De acordo com o IMS – Intercontinental Medical Statistics, o crescimento do mercado mundial deve-se principalmente ao envelhecimento da população, novos produtos e por novas aplicações de produtos existentes. Momentum O mercado de medicamentos genéricos vem apresentando uma evolução bastante positiva nos últimos anos no Brasil: taxas de crescimento acima de 20%a.a. nos últimos 5 anos (23,5% no ano passado). Assim, em 2005, com um volume de vendas de 151,4 milhões de unidades, os genéricos já representaram 11,3% do mercado brasileiro de medicamentos em volume (cerca de 9,0% do faturamento), percentuais estes muito abaixo do que se verifica nos países mais desenvolvidos (cerca de 30% do volume). A expiração de patentes nos próximos anos e a provável inclusão do segmento do mercado de contraceptivos e hormônios aos genéricos deverão garantir um crescimento ainda mais significativo deste mercado nos próximos anos. 24 de julho de 2006 A tendência de envelhecimento da população, que tem impulsionado o mercado mundial, também é uma realidade brasileira. De fato, a população com mais de 65 anos (parcela com o maior gasto proporcional em saúde) cresceu nos últimos 10 anos a uma taxa de 4,1%a.a. contra um crescimento populacional de 1,7%a.a., passando a representar 6,1% da população em 2005 contra 4,9% em 1995. As estimativas indicam que esta parcela representará 9,5% da população em 20 anos. Olhando o Futuro Início de Cobertura Luiz Carlos Cesta, CNPI Gilberto Pereira de Souza, CNPI

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FARMACÊUTICO

Favor consultar as páginas finais deste re latório para d ivulgações im portantes, certificações dos analis tas e outras in form ações. A Itaú Corretora se encontra envolvida e procurar realizar negóc ios com as em presas m onitoradas em seus re latórios de pesquisa e acom panham ento. Assim , os investidores devem estar c ientes de que a Em presa pode apresentar um conflito de in teresse que pode vir a afetar a objetiv idade deste re latório. O s investidores devem considerar o presente re latório som ente com o um dentre vários fatores ao realizarem sua dec isão de investim ento.

Favor consultar as páginas finais deste re latório para d ivulgações im portantes, certificações dos analis tas e outras in form ações. A Itaú Corretora se encontra envolvida e procurar realizar negóc ios com as em presas m onitoradas em seus re latórios de pesquisa e acom panham ento. Assim , os investidores devem estar c ientes de que a Em presa pode apresentar um conflito de in teresse que pode vir a afetar a objetiv idade deste re latório. O s investidores devem considerar o presente re latório som ente com o um dentre vários fatores ao realizarem sua dec isão de investim ento.

Setor Farmacêutico Características

O setor farmacêutico é considerado um setor altamente lucrativo no mundo e está associado a constantes e pesados investimentos em pesquisa e desenvolvimento para o lançamento de novos produtos.

O Brasil ocupa a 11ª posição no ranking do mercado farmacêutico mundial, com um volume de vendas de cerca de 1,6 bilhão de unidades (caixas) vendidas em 2005 e um faturamento de R$ 22 bilhões (dados para o mercado de vendas às farmácias). Considerando o valor do faturamento em dólares (US$ 9,2 bilhões), o Brasil é o segundo maior mercado da América Latina, abaixo apenas do México (a América Latina representa cerca de 4% do mercado mundial).

Atratividade do Setor no Mundo

A Indústria Farmacêutica Mundial tem um mercado estimado em cerca de US$ 602 bilhões/ano, fortemente concentrado nos países desenvolvidos (EUA, Canadá, Europa e Japão respondem por cerca de 88% do mercado mundial de medicamentos). Trata-se de um mercado cujo faturamento nos últimos 8 anos tem crescido a taxas superiores a 10%a.a., com destaque para os mercados emergentes.

De acordo com o IMS – Intercontinental Medical Statistics, o crescimento do mercado mundial deve-se principalmente ao envelhecimento da população, novos produtos e por novas aplicações de produtos existentes.

Momentum

O mercado de medicamentos genéricos vem apresentando uma evolução bastante positiva nos últimos anos no Brasil: taxas de crescimento acima de 20%a.a. nos últimos 5 anos (23,5% no ano passado). Assim, em 2005, com um volume de vendas de 151,4 milhões de unidades, os genéricos já representaram 11,3% do mercado brasileiro de medicamentos em volume (cerca de 9,0% do faturamento), percentuais estes muito abaixo do que se verifica nos países mais desenvolvidos (cerca de 30% do volume).

A expiração de patentes nos próximos anos e a provável inclusão do segmento do mercado de contraceptivos e hormônios aos genéricos deverão garantir um crescimento ainda mais significativo deste mercado nos próximos anos.

24 de julho de 2006

A tendência de envelhecimento da população, que tem impulsionado o mercado mundial, também é uma realidade brasileira. De fato, a população com mais de 65 anos (parcela com o maior gasto proporcional em saúde) cresceu nos últimos 10 anos a uma taxa de 4,1%a.a. contra um crescimento populacional de 1,7%a.a., passando a representar 6,1% da população em 2005 contra 4,9% em 1995. As estimativas indicam que esta parcela representará 9,5% da população em 20 anos.

Olhando o Futuro Início de Cobertura

Luiz Carlos Cesta, CNPI

Gilberto Pereira de Souza, CNPI

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 2

Outro fato a se considerar é que atualmente os gastos de saúde no Brasil (como percentual do PIB) ainda estão muito abaixo dos gastos observados nos paísesdesenvolvidos e abaixo de gastos observados em países vizinhos, como Argentina eUruguai. Para se ter uma idéia do potencial de crescimento deste mercado,observemos que os gastos com saúde no Brasil em relação ao PIB equivalem ao queera gasto nos EUA há mais de 20 anos.

Além disto, estima-se que cerca de 50% da população brasileira tem pouco (ounenhum) acesso a medicamentos em função da renda disponível e apenas 7% dapopulação teria acesso irrestrito a qualquer medicamento pela mesma razão. Umaredução da elevadíssima carga tributária (uma das maiores do mundo), assim comoum aumento da renda média disponível, teria impacto bastante relevante no aumento de demanda por medicamentos.

Trata-se também de um mercado bastante fragmentado em todos os seussegmentos: laboratórios, distribuidores e farmácias. Acreditamos que,acompanhando a tendência mundial, este segmento deverá passar por um grande processo de consolidação nos próximos anos.

Riscos

O mercado de medicamentos é um segmento regulado, com preços controlados peloGoverno Federal, fato que pode, em determinadas situações, submeter ascompanhias a um menor nível de rentabilidade. Este risco é minimizado para osprodutores de genéricos uma vez que para as classes onde exista uma maiorincidência de medicamentos genéricos, os reajustes autorizados de preços tem sidomaiores.

A indústria nacional ainda é fortemente dependente de importação de insumos, o quepode, em conjunto com o risco anterior, promover alguns desequilíbrios temporáriosem função de volatilidade na taxa de câmbio. As indústrias nacionais estãoinvestindo para reduzir esta dependência.

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3 Itaú Corretora

ALGUNS CONCEITOS

Um medicamento é composto por:

Fármaco, também chamado de princípio ativo ou base medicamentosa e queé a substância ativa que produz o efeito terapêutico desejado; e

Aditivos, que são substâncias adicionadas ao fármaco para alterar e complementar suas propriedades, as formas de administração, o estadofísico-químico e a velocidade de absorção.

À proporção que os fármacos e os aditivos são misturados, constitui-se uma formulação farmacêutica. O produto final é denominado especialidade farmacêutica, que pode conter mais de um fármaco na sua composição e podem sercomercializadas sob várias formas (pós, comprimidos, líquidos, etc).

Os medicamentos podem ser classificados como

éticos (que necessitam deprescrição médica para a venda) ou de venda livre

(OTC).

Os medicamentos podem ser classificados segundo vários critérios como empregoterapêutico, estrutura química, forma de comercialização ou ação farmacológica.Pela forma de comercialização os remédios podem ser classificados como:

Éticos, que são aqueles que necessitam de prescrição médica para a venda; De venda livre (conhecidos mundialmente por OTC – over-the-counter), que

são aqueles que podem ser vendidos sem exigência de prescrição médica.No Brasil, estes são os únicos medicamentos que podem utilizar-se de promoções e marketing direto ao consumidor.

Também podem ser classificados como de

marca ou genéricos.

Um critério adicional classifica os medicamentos em dois grupos: os protegidos pordireito de patente, de marca, e aqueles cujas patentes estão vencidas, os genéricos.As classificações não são excludentes, ou seja, tanto os remédios éticos como os devenda livre podem ser de marca ou genéricos.

Os medicamentos genéricos são obrigados a

realizar testes de biodisponibilidade e de

bioequivalência em relação ao produto cuja

patente expirou.

Os medicamentos genéricos são obrigados a realizar testes de biodisponibilidade ede bioequivalência em relação ao produto cuja patente expirou. O teste debioequivalência consiste na demonstração de que o medicamento genérico e seurespectivo medicamento de referência apresentam a mesma biodisponibilidade noorganismo. A bioequivalência assegura, na maior parte dos casos, que omedicamento genérico é equivalente terapêutico do medicamento de referência, ou seja, que apresenta a mesma eficácia clínica e a mesma segurança em relação aooriginal.

No Brasil, em função de um período quando o país não reconhecia o direito daspatentes, há ainda uma terceira categoria: os denominados medicamentos similares, cópias de medicamentos inovadores patenteados no exterior, produzidas no Brasilcom insumos importados de países que também não reconheciam as patentes e queforam lançados no mercado com a marca da empresa brasileira que produziu a cópia. Estes medicamentos não eram obrigados a realizar testes de bioequivalênciaem relação aos produtos de referência.

CARACTERIZAÇÃO

O surgimento da indústria farmacêutica remonta ao século XIX, tendo sedesenvolvido junto ao progresso da medicina. No início de sua história, a maioria dosmedicamentos era de origem natural e eram desenvolvidos a partir de práticasterapêuticas, sendo sua atividade baseada praticamente nos processos deseparação e purificação de produtos extraídos de plantas e/ou animais.

Com o passar do tempo esses medicamentos foram substituídos por produtosquímicos sintéticos e passaram a exigir crescente base científica, o que elevousubstancialmente a necessidade de gastos em pesquisa e desenvolvimento de materiais sintéticos, melhoria dos medicamentos naturais e descoberta de novasdrogas com melhores propriedades farmacológicas.

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Itaú Corretora 4

Atualmente a fabricação industrial de medicamentos envolve atividades de extração,purificação, síntese química, procedimentos de fermentação e o processo farmacêutico propriamente dito. A matéria prima principal são os farmoquímicos, quesão matérias primas originadas da síntese química de materiais orgânicos, masoutras matérias primas, obtidas a partir do isolamento da substância medicinal encontrada em material botânico integral ou em seu extrato (os fitoterápicos) ouobtidas com o emprego de biotecnologia estão sendo contempladas. O mercado defitoterápicos no mundo é estimado em cerca de US$ 22 bilhões, o que representa 3,7% do mercado global.

Os medicamentos éticos respondem por cerca de 70% do faturamento do

setor.

Os medicamentos éticos respondem por cerca de 70% do faturamento do setor.Neste caso, a decisão de compra não está nas mãos do consumidor e sim dosmédicos. Desta forma, considerando-se também o caráter de essencialidade do produto, a indústria de medicamentos éticos tende a apresentar baixa elasticidadepreço-demanda por medicamentos. Também é importante salientar que do ponto devista do consumidor, não há como substituir produtos de uma classe terapêutica poroutro, de forma que a concorrência se dá intraclasse. Desta forma, a possibilidade decompetição ocorre pela introdução de uma mercadoria que é substituta próxima dealguma já produzida, pela mudança real ou aparente de um produto (mudanças de especificação, melhoria de qualidade) ou pela propaganda.

A indústria farmacêutica éo segmento que mais

destina recursos para a atividade de Pesquisa e

Desenvolvimento (P&D): cerca de 18% de seu

faturamento.

A diferenciação de produtos como padrão de competição exige a busca contínua deinovação dos produtos com a finalidade de manter ou ampliar sua participação demercado. Por esse motivo é que a indústria farmacêutica é o segmento que maisdestina recursos para a atividade de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): cerca de18% de seu faturamento.

Além dos gastos e prazos com P&D, na indústria farmacêutica são exigidosrigorosos, caros e demorados testes antes da aprovação de um medicamento e suacolocação no mercado. Esses testes são de natureza pré-clínica (com animais em laboratório) e, posteriormente, em três fases de testes clínicos para garantir asegurança e a efetividade do produto. Pode-se considerar também uma quarta fase, posterior ao lançamento do produto, destinada a identificar efeitos colaterais ereações adversas não previstas anteriormente.

Os custos médios para levar um medicamento

inovador ao mercado nos EUA situam-se na faixa de

US$ 800 milhões.

A importância dos testes se deve à baixa taxa de sucesso nas inovações farmacêuticas: em média, são necessários o estudo e a triagem de um milhão decompostos e milhares de moléculas para se obter um único medicamento bemsucedido. Os custos médios divulgados pela indústria para levar um medicamento inovador ao mercado nos EUA situam-se na faixa de US$ 800 milhões, custos esses que têm crescido em função de exigências regulatórias mais rígidas.

Este processo torna o processo de lançamento de novos produtos farmacêuticos umdos mais longos e incertos da indústria.

O quadro a seguir nos mostra sumariamente as etapas do processo de P&D naindústria farmacêutica.

Estágio da P&D P&D Desenvolvimento Registro Fase 4

Pré Clínico Fase 1 Fase 2 Fase 3

Principais Atividades

Taxa de Sucesso 70% 50% 50% 90% NATempo 4 a 6 anos 1 ano 1 a 1,5 ano 1 a 2 anos 2 a 3 anos 1 a 2 anos vários anos% custos 35 6 7 20 22 lançamento:10

Testes Clínicos

menos de 1%

Exploração básica com vistas à identificação de áreas de pesquisa sobre doenças e busca em laboratório ou computador de moléculas biologicamente ativas para tratamento. Envolve estudos de farmacodinâmica, farmocinética e rotas químicas bem como o desenvolvimento em escala piloto e experimental.

Compostos selecionados são estudados em termos de Boas Práticas de Laboratório de toxidade e segurança em paralelo ao desenvolvimento de métodos analíticos específicos para desenvolvimento subsequente.

Compostos bem sucedidos são testados em três fases distintas:Fase 1: segurança e tolerância em voluntários saudáveis;Fase 2: estudos de segurança, eficácia e bioequivalência em pequenos grupos de pacientes;Fase 3: testes mais longos com diferentes populações para demonstrar prova de eficácia, segurança e valor.

Se os resultados dos testes clínicos são satisfatórios em termos de qualidade, eficácia e segurança, um dossiê é apresentado às autoridades reguladoras para a aprovação.

Tem início estudos de pós marketing, envolvendo milhares de pacientes, após o medicamento ser lançado no mercado, visando identificação de efeitos colaterais e reações adversas não previstas.

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5 Itaú Corretora

Como forma de compensação por este processo, o lançamento de um novomedicamento resulta na proteção por patente ao fabricante por um período de tempo (no Brasil este prazo é de 20 anos). Extinta a patente, o medicamento poderá serproduzido por outros fabricantes, surgindo aí os chamados medicamentos genéricos.

Os medicamentos genéricos são aqueles que contém o mesmo fármaco (princípio ativo do medicamento), dosagem, administração, forma e indicação terapêutica esegurança de medicamento de referência ou marca. Os medicamentos genéricoscustam internacionalmente de 30% a 60% menos que seus equivalentes de marca,fato que tem levado os agentes de saúde (público e privado) a incentivarem seu uso.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos –ProGenericos, o mercado mundial de genéricos cresce a uma taxa deaproximadamente 11%a.a., sendo que EUA, Japão e Alemanha representam 60% deste mercado

O SETOR FARMACÊUTICO NO MUNDO

A Indústria Farmacêutica tem seu mercado

estimado em cerca de US$602 bilhões/ano.

A Indústria Farmacêutica atual é altamente internacionalizada, sendo o seu mercado estimado em cerca de US$ 602 bilhões/ano (dado 2005, considerado o preço dosprodutores para os distribuidores), fortemente concentrado nos países desenvolvidos(EUA, Canadá, Europa e Japão respondem por cerca de 88% do mercado mundialde medicamentos).

Evolução do Mercado Mundial de Medicamentos (US$ bilhões)

602559

497427

390356331298

0

100

200

300

400

500

600

700

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

CAGR = (98-05) = 11,2%

.....Fonte: IMS / Itaú Corretora

Mercado Mundial – Evolução de Vendas

US$ bilhões 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005Vendas 298 331 356 390 427 497 559 602Crescimento 7% 11% 11% 13% 9% 10% 8% 7%Fonte: IMS / Itaú Corretora

Considerados os 10 maiores mercados

mundiais, o crescimento do mercado em 2005 foi

de 5,7% em relação ao anoanterior.

Considerados os 10 maiores mercados mundiais, o crescimento do mercado em2005 foi de 5,7% em relação ao ano anterior, um crescimento menor que o verificadono ano anterior (7,2%), mas o mercado de países emergentes tem apresentadocrescimentos acima de dois dígitos (destaque para China, Coréia, México, Rússia eTurquia).

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 6

Em 2005, o mercado norte americano (EUA+Canadá), que responde por 47% dasvendas globais, cresceu 5,2% sobre o ano anterior enquanto Europa experimentouum crescimento mais acelerado, de 7,1%. Na América Latina, as vendas cresceramexcepcionais 18,5% enquanto o mercado asiático (exceto Japão) e África cresceram11%. O Japão, segundo maior mercado mundial (o primeiro é o mercado dos EUA) eque historicamente vinha registrando baixas taxas de crescimento, apresentou em2005 um crescimento de 6,8%, o maior crescimento anual desde 1991.

Mercado Mundial – Principais Mercados

América do Norte47%

América Latina4%Ásia, África e

Austrália8%

Japão11%

Europa30%

Fonte: IMS / Itaú Corretora

O crescimento do mercado em 2005 deveu-se (i)ao envelhecimento

da população, (ii)lançamento de novos

produtos e (iii)por novas aplicações de produtos

existentes.

De acordo com o IMS – Intercontinental Medical Statistics, o crescimento do mercadomundial em 2005 deveu-se principalmente ao envelhecimento da população,lançamento de novos produtos e por novas aplicações de produtos existentes. Estima-se que cerca de 40% do crescimento deste mercado tenha se dado pelaintrodução de novos produtos em mercados-chave.

O volume de vendas de produtos farmacêuticos na China cresceu 20,4% em 2005,sendo este o terceiro ano consecutivo de crescimento acima de 20%. Com estastaxas de crescimento, a IMS acredita que a China possa tornar-se o 7º maior mercado mundial nos próximos 2 a 3 anos.

As vendas de genéricos nos 8 maiores mercados mundiais (EUA, Canadá, França,Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Japão) atingiram US$ 55 bilhões em 2005(o que já representa quase 10% do mercado mundial).

Apenas 100 laboratórios (1% do total) são

responsáveis por 90% de todos os produtos

destinados ao consumo.

O mercado farmacêutico é bastante fragmentado: segundo o IMS, há cerca de 10 milfabricantes de produtos farmacêuticos no mundo. Mas esta fragmentação apresentaum certo grau de concentração, na medida em que apenas 100 laboratórios (ou seja,1% do total) são responsáveis por 90% de todos os produtos destinados ao consumo humano (os 10 maiores respondem por cerca de 47% do faturamento do setor).

Maiores Empresas da Indústria Farmacêutica Mundial

Companhia Origem Vendas US$ bihões

% das vendas globais

Crescimento s/ ano anterior

1 Pfizer EUA 47,7 8% -7% 2 GlaxoSmithKline Inglaterra 34,9 6% 5% 3 Sanofi-Aventis França 30,5 5% 8% 4 Novartis Suiça 28,7 5% 11% 5 Johnson & Johnson EUA 25,4 4% 0% 6 Astra Zeneca Inglaterra 24,2 4% 9% 7 Merck & Co EUA 23,6 4% -3% 8 Roche Suiça 19,9 4% 17% 9 Abbot EUA 15,7 3% 9% 10 BMS EUA 14,8 3% -6% Sub Total 265,4 47% 3% Fonte: IMS / Itaú Corretora

O mercado também é concentrado em termos de produtos: os 10 medicamentosmais vendidos no mundo alcançaram vendas superiores a US$ 56 bilhões em 2005.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

7 Itaú Corretora

São os chamados “blockbusters”, produtos com vendas globais superiores a US$ 1bilhão.

O ano de 2005 registrou 94 produtos “blockbuster” (contra 36 em 2000), tendo sido incluídos nesta lista 17 novos medicamentos. Enquanto há expectativa de que 6 blockbuster venham a ter sua patente expirada em 2006, mantêm-se as expectativas de um maior número destes produtos nos próximos 5 anos em função do fortecrescimento de vendas de alguns medicamentos já existentes e dos novoslançamentos previstos.

Principais Produtos de Marca – Vendas Globais

Medicamento Vendas em 2005

US$ bilhões

% das Vendas Globais

Crescimento sobre o ano

anterior 1 Lipitor (redutor de Colesterol) 12,9 2,3% 6% 2 Plavix (antitrombótico) 5,9 1,0% 16% 3 Nexium (antiulceroso) 5,7 1,0% 17% 4 Seretide/Advair (antiasma) 5,6 1,0% 19% 5 Zocor (redutor de colesterol) 5,3 0,9% -11% 6 Norvasc (anti hipertensivo) 5,0 0,9% 3% 7 Zyprexa (antipsicótico) 4,7 0,8% -7% 8 Risperdal (antipsicótico) 4,0 0,7% 13% 9 Ogastro/Prevacid (antiulceroso) 4,0 0,7% 1% 10 Effexor (antidepressivo) 3,8 0,7% 1% Total 10 maiores 56,9 10,1% 6% Fonte: IMS / Itaú Corretora

Se considerarmos as classes terapêuticas, verificaremos também uma forteconcentração do setor, como podemos observar a seguir. As vendas da indústria estão concentradas em medicamentos cardiovasculares (cerca de 25% do total, comdestaque para os redutores de colesterol) e os medicamentos destinados ao sistemanervoso central.

Vendas Globais por Classe Terapêutica

Classe Terapêutica Vendas em 2005

US$ bilhões

% das Vendas Globais

Crescimento sobre o ano

anterior 1. Redutores de Colesterol 32,4 5,8% 6,8%2. Oncologia 28,5 5,1% 18,6%3. Antiulcerosos 26,7 4,8% 3,8%4. Antidepressivos 19,8 3,5% -3,9%5. Antipsicóticos 16,2 2,9% 10,7%6. Pressão Arterial 14,2 2,5% 18,1%7. Produtos para Anemia 12,3 2,2% 6,3%8. Calcioantagonistas 11,9 2,1% 2,2%9. Antiepiléticos 11,6 2,1% 0,9%10. Antidiabéticos Orais 10,7 1,9% 6,9%

Total 10 maiores classes 184,3 32,9% 7,1%Fonte: IMS / Itaú Corretora

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 8

Vendas Globais por Classe Terapêutica (10 maiores mercados)

Outros31%

Respiratório9%

Anti-Infecção8%

Alimentar14%

Cardiovascular20%

Sistema NervosCentral18%

Fonte: IMS / Itaú Corretora

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

9 Itaú Corretora

O MERCADO DE SAÚDE NO BRASIL O Brasil é atualmente o

maior mercado de serviços de saúde da

América Latina.

Contando com uma população de 184 milhões de habitantes, o Brasil é atualmente omaior mercado de serviços de saúde da América Latina (não considerado o México),mercado este avaliado em R$ 150 bilhões e que apresentou nos últimos 4 anos um crescimento médio de 12,2%a.a. nominais. Deste total, o segmento de bens eserviços de saúde representaram mais de 70% em 2004, uma evolução de 15,4% aanos últimos 4 anos.

Gastos com Saúde no Brasil

151

6876

8494

104118

138

-

50

100

150

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005e

R$

bilh

ões

CAGR = (98-05) = 12,1%

Fonte: Organização Mundial de Saúde / Itaú Corretora

O Sistema Brasileiro de Saúde é composto por um sistema público (o SUS,responsável por, em média, 44% dos gastos) e um sistema privado (os 56% dosgastos restantes). O sistema público é baseado no princípio de universalização de acesso à saúde, pelo qual, todo o cidadão brasileiro tem o direito ao acesso gratuitoà assistência à saúde, direito esse garantido pela Constituição Federal.

O SUS integra todos os serviços de assistência à saúde e apoio médico prestado por instituições públicas nas esferas federal, estadual ou municipal, assim comoinstituições privadas (entidades sem fins lucrativos e entidades comerciais), queprestam serviços ao SUS por meio de contratos firmados com órgãos públicos. Este sistema serve a, aproximadamente, 77% da população brasileira.

Em 2005, a rede do SUS, incluindo as instalações públicas e privadas, consistia em6.363 hospitais com cerca de 500.000 leitos.

Sistema Público de Saúde no Brasil - Estrutura

Região Hospitais Gerais Hospitais Especializados Leitos Norte 351 74 29.177 Nordeste 1.403 383 132.076 Centro-Oeste 685 131 39.815 Sudeste 1.749 477 218.089 Sul 1.000 110 80.300 Total 5.188 1.175 499.457 Fonte: Ministério da Saúde / Itaú Corretora

Devido à relativa ineficiência e à qualidade e confiabilidade questionáveis dosserviços prestados pelo setor público, os planos privados de saúde e auto-gestões atendem à demanda da classe média e da classe alta no Brasil por serviços deassistência à saúde.

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Itaú Corretora 10

O sistema privado é composto de hospitais particulares, empresas privadas deassistência à saúde (seguradoras, organizações de medicinas de grupo,cooperativas médicas) e sistemas de auto-gestão, atendendo cerca de 23% da população brasileira.

Em 2005, o sistema privado era composto por 3.095 hospitais e cerca de 310.000leitos. A maioria destes hospitais também faz parte da rede credenciada do SUS,embora sejam de propriedade de particulares e operados por estes.

De acordo com a ANS, o número de brasileiros cobertos por planos privados desaúde e auto-gestões (incluindo planos odontológicos) tem crescido de formaconsistente durante os últimos anos, passando de 36,4 milhões em 2001 para 41,8milhões em setembro/05 (um crescimento médio de 3,5%a.a., cerca de 2 vezes o crescimento da população no período).

Apesar do crescimento dos gastos com saúde no Brasil, comparativamente a outrospaíses verificamos que a posição brasileira ainda permite uma forte perspectiva decrescimento nos próximos anos.

Gastos com Saúde – US$ per Capita e % do PIB

-

2,000

4,000

6,000

Bras

il

Uru

guai

Arge

ntin

a

Chi

le

Méx

ico

EUA

Can

adá

Rei

no U

nido

Fran

ça

Portu

gal

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nha

Des

p co

m S

aúde

/ C

apita

5%

10%

15%

Des

p co

m S

aúde

com

o %

do

PIB

Despesas com saude/CapitaDespesas com Saúde como % do PIB

Fonte: Organização Mundial de Saúde (dados 2003)

Os gastos de saúde no Brasil (como percentual do PIB) ainda estão muito abaixo dosgastos observados nos países desenvolvidos e abaixo de gastos observados em países vizinhos, como Argentina e Uruguai. Observar também que o gasto brasileiroper capita em saúde é um dos menores da amostra, mostrando ainda um grandepotencial de crescimento.

Notar que o atual grau de gastos de saúde em relação ao PIB nos países desenvolvidos nem sempre foi tão alto. Tome-se como exemplo o mercado americano, onde, há cerca de 20 anos, os gastos com saúde em relação ao PIBeram equivalentes aos gastos brasileiros atuais (7,8% do PIB), o que mostra umgrande potencial de crescimento para o mercado brasileiro.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

11 Itaú Corretora

Histórico de Gastos com Saúde nos EUA –% do PIB

5,2

7,29,1

12,413,8 13,6 13,7 13,7 13,8 14,6 15,4 15,9 16,0

024

68

1012

141618

1960 1970 1980 1990 1993 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Fonte: Organização Mundial de Saúde

Potencial de crescimento é acelerado pelo processo

de envelhecimento da população.

Este potencial de crescimento é acelerado pelo processo de envelhecimento dapopulação pelo qual o Brasil está passando. De fato, a população com mais de 65anos (parcela com o maior gasto proporcional em saúde) cresceu nos últimos 10anos a uma taxa de 4,1%a.a. contra um crescimento populacional de 1,7%a.a., passando a representar 6,1% da população em 2005 contra 4,9% em 1995.

Crescimento e Envelhecimento da População Brasileira

Mil habitantes 1990 1995 2000 2005 CAGR 95-05 2010e 2025eaté 18 anos 63.535 65.074 65.436 65.249 0,0% 66.136 65.87419-39 anos 50.434 55.438 60.244 64.676 1,7% 67.696 71.04140-64 anos 26.231 30.533 36.275 43.017 3,9% 49.808 68.42165 anos ou mais 6.392 7.830 9.326 11.243 4,1% 13.194 21.626Total 146.593 158.875 171.280 184.184 1,7% 196.834 226.963Fonte: IPEA / Itaú Corretora

População Brasileira – Composição por Faixa Etária (2005)

até 18 anos36%

65 anos ou mais6%

40-64 anos23%

19-39 anos35%

até 18 anos36%

65 anos ou mais6%

40-64 anos23%

19-39 anos35%

Fonte: IPEA / Itaú Corretora

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 12

O MERCADO FARMACÊUTICO BRASILEIRO O Brasil conta atualmente

com 551 laboratórios e ocupa a 11ª posição no

ranking do mercado farmacêutico mundial.

O Brasil conta atualmente com 551 laboratórios (dos quais apenas 42 produzemgenéricos) e ocupa a 11ª posição no ranking do mercado farmacêutico mundial, comum volume de vendas de cerca de 1,6 bilhão de unidades (caixas) vendidas em 2005e um faturamento de R$ 22 bilhões (dados para o mercado de vendas às farmácias).Considerando o valor do faturamento em dólares (US$ 9,2 bilhões), o Brasil é osegundo maior mercado da América Latina, abaixo apenas do México (a América Latina representa cerca de 4% do mercado mundial).

Mercado Brasileiro – Evolução da Receita (R$ milhões)

8,000

13,000

18,000

23,000

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006*

CAGR = (97-06) = 11.2%

Fonte: Febrafarma / Itaú Corretora (*) jan-mar/06 anualizado

Apesar da boa evolução em termos de

faturamento, o volume de vendas de medicamentosno Brasil apresentou um

crescimento bem mais modesto nos últimos

anos.

Apesar da boa evolução em termos de faturamento, o volume de vendas demedicamentos no Brasil apresentou um crescimento bem mais modesto nos últimos anos. De fato, após sucessivas quedas no volume comercializado durante o período1997-2003, o mercado voltou a apresentar um modesto crescimento nos anos maisrecentes. A queda no volume de vendas guarda forte relação com (i) a queda do poder aquisitivo da população e (ii) o aumento dos preços dos medicamentosverificado no período.

Mercado Farmacêutico Brasileiro – Vendas em Unidades

1.6391.6141.652

1.4981.6151.6401.698

1.7791.8141.854

500

1,000

1,500

2,000

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006*

Fonte: Febrafarma (*) jan-mar/06 anualizado

Observa-se então que, apesar da política de controle de preços (vide item Preços), omercado brasileiro tem apresentado um crescimento significativo no preço médiounitário de medicamentos nos últimos anos.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

13 Itaú Corretora

A conseqüência da queda de volume de vendas no mercado brasileiro é o aumento da taxa de ociosidade dos laboratórios. Estima-se que atualmente os laboratórios no Brasil operam com uma taxa de ociosidade na casa de 30%. O aumento daocupação de capacidade dos laboratórios no último ano (apesar da queda do volume de vendas) se deve à política de alguns laboratórios de alugar parte de suacapacidade para a produção de terceiros.

Indústria Farmacêutica e Veterinária – Ocupação de Capacidade

70646667707074

8086

0

20

40

60

80

100

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: Febrafarma

A indústria farmacêutica brasileira produz no Brasil

boa parte de todo os medicamentos produzidos

no mundo.

A indústria farmacêutica brasileira (historicamente concentrada no eixo Rio – São Paulo) produz no Brasil boa parte de todo os medicamentos produzidos no mundo e,nos casos onde isso não ocorre, a oferta desses medicamentos se dá via importação(dos próprios laboratórios fabricantes ou por intermédio de empresas com as quaisesses laboratórios mantenham convênios).

Existem 18 laboratórios públicos no Brasil (4 federais e ligados às forças armadas; 9estaduais e 5 ligados às universidades). Estes laboratórios fabricam medicamentospara as doenças mais comuns (antibióticos, antiinflamatórios, analgésicos, etc) e asdoenças típicas de países mais pobres (hanseníase, tuberculose, malária, etc), além de alguns medicamentos contra a AIDS.

Faturamento do Setor por Origem do Laboratório

Nacionais

23%

Públicos4%

Transnacionais73%

Fonte: Alfob / Itaú Corretora

A liderança de mercado dos laboratórios estrangeiros se deve ao fato de que eles dominam o mercado dos chamados produtos éticos (vendidos sob prescriçãomédica), que ainda detém uma fatia considerável do mercado brasileiro.

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 14

Considerando-se a classe terapêutica, o mercado brasileiro de medicamentosapresenta uma característica diferente do mercado mundial, de forma que osegmento alimentar assume aqui a primeira posição, deslocando o segmentocardiovascular para a segunda posição.

Brasil – Receita de Medicamentos por Classe Terapêutica (2005)

Outros

11%Anti-Infecciosos

6%

M uscular/Ósseo

8%

Cardiovascular14%

Dermato lógicos9%

Respiratório10%

Genital/Urinário12%

Alimentar/M etabolismo

16%

Sistema Nervoso Central

14%

Fonte: IMS / Itaú Corretora

As vendas de medicamentos no Brasil também são concentradas por região, deforma que a região sudeste responde por mais de 40% do volume de compras demedicamentos.

Venda de Medicamentos por Região

As vendas de medicamentos no Brasil

também são concentradaspor região, de forma que a

região sudeste responde por mais de 40% do

volume de compras de medicamentos.

Nordeste28%

Centro-Oeste7%

Sul15%

Norte8%

Sudeste42%

Fonte: IMS / Itaú Corretora

Esta concentração geográfica é conseqüência da distribuição da população brasileirae de seu poder de compra. Estima-se que cerca de 50% da população brasileira não tem acesso a nenhum tipo de medicamento em função de seu baixo rendimento.Apenas cerca de 15% da população, com rendimento superior a 10 salários mínimos, é responsável pelo consumo de 48% dos medicamentos comercializados no país.

O setor também apresenta uma certa sazonalidade, havendo um pequenoincremento de vendas ao longo do final do 2T de cada ano (entrada do inverno no Brasil). O primeiro trimestre, em geral, é o período do ano mais fraco em termos devolume de vendas, coincidindo com o período de férias escolares e o verão. Éimportante ressaltar que as compras governamentais são, em geral, concentradas no segundo semestre do ano.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

15 Itaú Corretora

Medicamentos – Sazonalidade de Vendas

1T22,3%4T

25,6%

3T25,4%

2T26,8%

Fonte: Febrafarma / Itaú Corretora

De acordo com o jornal Gazeta Mercantil (base 1998), as farmácias e drogariasrespondem por cerca de 82% das vendas de produtos farmacêuticos. Instituiçõespúblicas, como hospitais e centros/postos de saúde respondem por 15% do volumede vendas enquanto o setor privado, por apenas 3%.

BALANÇA COMERCIAL Durante a década de 90 o setor de produtos farmacêuticos (medicamentos e

fármacos) sofreu redução generalizada de alíquotas de importação. Do lado defármacos, a conseqüência foi o aumento das importações levando a uma redução dademanda pela produção interna. Do lado de medicamentos, os laboratórios instalados no país passaram a importar produtos que antes eram produzidos aqui,em um processo de realocação da produção de especialidades entre as subsidiáriasdas multinacionais.

Atualmente, a indústria farmacêutica figura entre os setores da economia com maior déficit de balança comercial, déficit este que atingiu US$ 1,5 bilhão no ano de 2005somente no que se refere a medicamentos.

No caso de fármacos, a indústria brasileira não produz grande parte dos chamadosprincípios ativos, base para a produção de medicamentos. Estes princípios ativossão produzidos em unidades globais de grande escala das empresas multinacionais.O Brasil ainda importa cerca de 80% das necessidades internas de farmoquímicos(princípios ativos)

Balança Comercial de Medicamentos – Evolução (US$ milhões)

-

500

1.000

1.500

2.000

2.500

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Importação Exportação Déficit

Fonte: Febrafarma / Itaú Corretora

O volume de importações de medicamentos em 2005 alcançou US$ 2,0 bilhões, umcrescimento de 14,1% sobre o ano anterior. Ainda assim, a importação de medicamentos representa apenas cerca de 2,8% do total de importações do país.

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 16

Observa-se no período 97-05 um crescimento médio das importações de medicamentos da ordem de 9,1%a.a., com destaque para o período 2003-2005, onde as importações cresceram a uma taxa de 16,1%a.a. após 5 anos de relativaestabilidade.

A maior parte das importações (mais de 70%) está concentrada nos 11 países sededos grandes laboratórios multinacionais.

Já o volume de exportações de medicamentos alcançou US$ 473,3 milhões, um crescimento de 34,7% sobre o ano anterior. Assim, as exportações de medicamentospassaram a representar cerca de 0,4% do volume de exportações totais do Brasil.

Observa-se no período 97-05 um crescimento médio das exportações de medicamentos da ordem de 15% a.a., com destaque para o período 2003-2005, onde as importações cresceram a uma taxa de 30% a.a.. As exportações de 2005representaram um aumento de 116% sobre o volume exportado em 2000. É importante notar o papel do Mercosul na evolução de comércio exterior do setor.

Balança Comercial de Medicamentos Brasil x Mercosul (US$ milhões)

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Importação Exportação Déficit

Fonte: Febrafarma / Itaú corretora

As importações de medicamentos provenientes do Mercosul apresentam no período 97-05 uma taxa de queda média de 5,3%a.a., embora tenham apresentado umatendência de crescimento nos últimos 3 anos (10%a.a.). Este desempenho levou asimportações provenientes do Mercosul a representar menos de 4% do total deimportações de medicamentos realizadas pelo país no último ano.

Do lado oposto, o Mercosul tem se destacado como um dos principais destinos dasexportações brasileiras no último ano. Em 2005, as exportações de medicamentospara o Mercosul representaram mais de 20% do total das exportações de medicamentos brasileiros, atingindo US$ 473 milhões. Mesmo perdendo participaçãorelativa (representavam mais de 45% em 1997) as exportações para o Mercosul vêmapresentando no período uma taxa média de crescimento de 15%a.a., taxa esta que se acelerou nos últimos 2 anos, para 30%a.a..

Percebe-se com isto que a competitividade brasileira na região vem aumentandosignificativamente, abrindo perspectivas de que o Brasil consolide sua posição deliderança na produção de medicamentos da região.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

17 Itaú Corretora

ASPECTOS REGULATÓRIOS

No Brasil, a fabricação, importação, entrega ao consumo e exposição à

venda de produtos para a saúde requer prévio

registro do produto na ANVISA.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA foi criada pela Lei 9.782 de 26 de janeiro de1999. É uma autarquia sob regime especial, ou seja, uma agênciareguladora caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seusdirigentes durante o período de mandato e autonomia financeira. A gestão da Anvisaé responsabilidade de uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros.Na estrutura da Administração Pública Federal, a Agência está vinculada aoMinistério da Saúde, sendo que este relacionamento é regulado por Contrato deGestão.

À ANVISA compete, dentre outras atribuições:

Coordenar as ações das diversas autoridades responsáveis pela vigilânciasanitária em todos os níveis do governo;

Emitir regulamentação e executar as políticas e ações relativas à vigilânciasanitária;

Autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, distribuição e importação de produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária;

Conceder registros de produtos, segundo as normas de sua atuação; Conceder e cancelar os registros de cumprimento de boa prática de

fabricação; Impor penalidades em caso de violação das leis e regulamentos de vigilância

sanitária e/ou ameaça à saúde pública, tais como suspensão de operações ecancelamento de licenças; e

Supervisionar as autoridades estaduais e municipais de vigilância sanitária. A competência dos Estados e Municípios em matéria de vigilância sanitária são

exercidas pelo Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde – CONASS, o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS e os Centros de Vigilância Sanitárias Estaduais – VISAS.

As principais funções do CONASS e do CONASEMS são as seguintes:

Aplicar as linhas gerais e princípios determinados pela ANVISA nodesenvolvimento dos serviços de saúde;

Coordenar os esforços conjuntos das várias secretarias estaduais e municipais de saúde nas decisões relativas ao gerenciamento do sistemapúblico de saúde e na regulação dos serviços de saúde; e

Direcionar propostas para as autoridades do Poder Legislativo paraaperfeiçoar a regulamentação dos serviços de saúde e a prestação de serviços de saúde pelo sistema público.

As VISAS são subordinadas às secretarias estaduais e municipais de saúde e têmpoderes para emitir regulamentação, coordenar, fiscalizar e inspecionar produtos eserviços relacionados à saúde ou de qualquer forma sujeitos à vigilância sanitária.

No Brasil, a fabricação, importação, entrega ao consumo e exposição à venda deprodutos para a saúde requer prévio registro do produto na ANVISA. O registro doproduto é válido por 5 anos, em todo o território nacional, e poderá ser revalidado por iguais e sucessivos períodos, mantido o número de registro original.

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 18

Somente poderão extrair, produzir, fabricar, transformar, sintetizar, purificar,fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, armazenar ou expedir produtospara a saúde as empresas autorizadas pela ANVISA à vista de indicação deatividade industrial respectiva, da natureza e espécie dos produtos e dacomprovação da capacidade técnica, científica e operacional, e de outras exigências especificadas na regulamentação. Esta autorização é válida para todo o territórionacional e deverá ser renovada sempre que ocorrer alteração ou inclusão deatividade ou mudança do sócio ou diretor que tenha a seu cargo a representaçãolegal da empresa.

Os estabelecimentos industriais ou comerciais que exerçam as atividades daempresa autorizada pela ANVISA devem ser previamente licenciados pelaautoridade sanitária local, devendo observar as exigências de caráter técnico esanitário estabelecidas em regulamento e instruções da ANVISA ou das autoridadesde saúde, inclusive no tocante à efetiva assistência de responsáveis técnicoshabilitados aos diversos setores da atividade. Cada estabelecimento da empresaautorizada deverá obter licença específica e independente, ainda que exista mais de um estabelecimento na mesma localidade pertencente à mesma empresa.

PREÇOS

A Medida Provisória nº 123, de 26 de junho de 2003, convertida na Lei 10.742, de 06de outubro de 2003, restabeleceu o controle de preços de medicamentos no Brasil para cerca de 20 mil apresentações de medicamentos de amplo uso pela populaçãoe que não tenham grande concorrência no mercado. As empresas produtoras demedicamentos deverão observar, para o ajuste e determinação de seus preços, as regras definidas nesta Medida Provisória/Lei.

Foi estabelecido que os reajustes de preços do

setor serão anuais, ocorrendo o primeiro em

março de 2004.

Com a nova política de regulação econômica do mercado farmacêutico, ficouestabelecido que os reajustes de preços do setor serão anuais, ocorrendo o primeiroem março de 2004.

O ajuste de preços de medicamentos, está baseado em modelo de teto de preçoscalculado com base em um índice, em um fator de produtividade e em um fator deajuste de preços relativos intra-setor e entre setores. O índice utilizado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. A fórmula do reajuste pode ser observada aseguir.

VPP = IPCA – X + Y + Z

Onde:

VPP representa a variação percentual do preço do medicamento; IPCA representa a taxa de inflação medida pela variação percentual do

Índice de Preços ao Consumidor Amplo; X representa o fator de produtividade; Y representa o fator de ajuste de preços relativos entre setores; e Z representa o fator de ajuste de preços relativos intra-setor.

O fator de produtividade (fator X) é o mecanismo que permite repassar aosconsumidores, por meio dos preços dos medicamentos, projeções de ganhos de produtividade das empresas produtoras de medicamentos. Ele é fixado com base na projeção de ganhos decorrentes do comportamento geral esperado da economiabrasileira para o ano em que vigorará o reajuste

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

19 Itaú Corretora

O fator de ajuste de preços relativos, expresso em percentual, é composto de duas parcelas:

A parcela intra-setor (fator Z), que será calculado com base no poder demonopólio, na assimetria de informação e nas barreiras à entrada. É calculado com base no poder de mercado que é determinado pelaconcorrência gerada pela comercialização de genéricos. O objetivo épromover a concorrência no mercado de medicamentos, contribuindo, assim,para a redução de preços. A participação em faturamento dos produtosgenéricos no mercado de medicamentos tem sido um indicador importante para a baixa de preços no setor, pois, ao se aumentar a concorrência, osganhos de produtividade são transferidos ao consumidor; e

A parcela entre setores (Fator Y), que será calculada com base na variaçãodos custos dos insumos, desde que tais custos não sejam recuperados pelo aplicação do IPCA

Para efeito da parcela do fator de reajuste, foram definidas então 3 faixasdiferenciadas de medicamentos (Resolução CMED nº 1, de 25 de fevereiro de 2005):

Medicamentos classificados no nível 1, referentes às classes terapêuticas com participação de genéricos em faturamento igual ou superior a 20%.Neste caso o fator Z é igual ao ganho de produtividade

Medicamentos classificados no nível 2, relativos às classes terapêuticas comparticipação de genéricos em faturamento igual ou superior a 15% e abaixode 20%. Neste caso o fator Z será equivalente a um percentual do ganho deprodutividade (50%).

Medicamentos classificados no nível 3, relacionados às classes terapêuticascom participação de genéricos em faturamento abaixo de 15%. O fator Z aqui é zero.

Quanto maior a participação de genéricos

no faturamento, maior o reajuste permitido.

Desta forma, quanto maior a participação de genéricos no faturamento, maior oreajuste permitido.

Compete à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED, (criada pelo art. 5º da mesma medida provisória), especificar os critérios de composição dosfatores de reajuste, bem como o grau de desagregação de tais fatores, seja porproduto, por mercado relevante ou por grupo de mercados relevantes.

Somente os medicamentos fitoterápicos, os homeopáticos e os de venda livre (queforam definidos pela resolução CMED nº 5 de 9 de outubro de 2003) não sãosubmetidos ao modelo de teto de preços do reajuste.

Os reajustes autorizados para 2005 e 2006 podem ser observados no quadro aseguir.

Reajuste dos Medicamentos Março/2005

Nível 1 Nível 2 Nível 3 IPCA 7,39% 7,39% 7,39% Fator X 1,50% 1,50% 1,50% Fator Y Fator Z 1,50% 0,75% 0,00% Reajuste 7,39% 6,64% 5,89%

Março/2006 Nível 1 Nível 2 Nível 3

IPCA 5,51% 5,51% 5,51% Fator X 1,87% 1,87% 1,87% Fator Y Fator Z 1,87% 0,93% 0,00% Reajuste 5,51% 4,57% 3,64% Fonte: CMED/ Itaú Corretora

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 20

FRACIONAMENTO

Medicamentos fracionados são remédios fabricados em embalagens especiais e vendidos na quantidade exata prescrita pelo médico. O Governo Federal aprovou em10 de maio de 2006 (através do Decreto nº 5.755, com regulamentação pela ANVISAatravés da Resolução da Diretoria Colegiada de 11 de maio de 2006) a venda de medicamentos fracionados (em embalagens individualizadas) em farmácias edrogarias e para que a indústria farmacêutica produza remédios nesse formato.Assim, se o consumidor precisar tomar quatro compridos, não precisa mais comprara caixa com seis, por exemplo. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a idéia é queas pessoas economizem dinheiro durante os tratamentos médicos e evitem odesperdício.

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) definiu os critériospara estabelecer o preço inicial dos medicamentos fracionados. De acordo com aresolução da CMED, os laboratórios que pretenderem fracionar apresentações que jáestejam à venda deverão optar pela de menor preço por unidade.

Por exemplo, a empresa que detém o registro de um medicamento cuja caixa maior, com 28 cápsulas, custe R$ 56,00, e a menor, com 14 cápsulas, custe R$ 29,00,somente poderá fracionar a caixa que contém 28 cápsulas, pois o preço por unidadeé de R$ 2,00, enquanto que a unidade da caixa menor (com 14 cápsulas) custa R$ 2,07. Para fracionar a apresentação cujo preço por unidade não seja o menor, ofabricante deverá solicitar a redução do preço, adequando-se às exigências da resolução.

IMPOSTOS

A carga tributária incidente sobre

medicamentos no Brasil é uma das maiores do

mundo...

A carga tributária incidente sobre medicamentos no Brasil é uma das maiores domundo, de forma que o Brasil (arrecadando cerca de US$ 1 bilhão/ano em impostosno setor) é um dos poucos países do mundo que arrecada mais imposto do que gasta no setor.

Sobre o setor farmacêutico incidem os seguintes tributos:

Tributos sobre Vendas: PIS, COFINS, ICMS, IPI e ISS; Tributos sobre Folha de Pagamentos: Contribuição Previdenciária (INSS),

FGTS, Contribuições Sindicais Patronais e a Entidades de Classe; Tributos sobre o Lucro: Imposto de Renda, Contribuição Social sobre o

Lucro líquido e CIDE – Royalties; Tributos sobre o Patrimônio: IPTU, IPVA, ITBI, Contribuições de Melhoria,

Tributos sobre a Importação de bens e outros tributos; Tributos Regulatórios: Taxas ANVISA, INPI e outras taxas federais,

estaduais e municipais; Tributos incidentes sobre resultado financeiro: CPMF e IOF e Tributos sobre a importação de estoques: imposto de importação de

matéria prima e taxas alfandegárias. ...e representa

aproximadamente 35% dopreço final do medicamento.

Alguns destes impostos não são exclusividades da indústria farmacêutica e acobrança de impostos em cascata tem efeitos negativos em todos os segmentos daeconomia brasileira. Mas, segundo a FEBRAFARMA, a carga tributária sobremedicamentos representa aproximadamente 35% do preço final do medicamento,uma carga muito maior que a encontrada em outros setores da economia.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

21 Itaú Corretora

Carga Tributária no Preço Final de Alguns Produtos no Brasil

0%

10%

20%

30%

40%

Med

icat

ion

for

hum

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se

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Fonte: Febrafarma / Itaú Corretora

No comparativo internacional a posição brasileira também é a de maior tributaçãosobre o setor.

Impostos sobre Medicamentos – Comparativo Internacional

35%

21%

16% 15%

8%6% 6% 5% 5% 4% 3%

0% 0% 0%

Bras

il

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Espa

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Fran

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EUA

Méx

ico

Can

ada

Fonte: Febrafarma / Itaú Corretora

Segundo a Febrafarma esta carga tributária é a responsável pelo fato de oconsumidor brasileiro não se beneficiar da alta competitividade dos medicamentosproduzidos no Brasil. Considerado o ranking dos preços dos remédios semincidência de impostos, o Brasil ocupa a 12ª posição, fabricando remédios maisbaratos que EUA, Canadá, França, Argentina, Espanha ou Austrália. Porém,.omesmo ranking considerando os preços dos medicamentos com impostos leva oBrasil à 6ª posição, com remédios mais caros que França, Espanha, Argentina ou Austrália. Qualquer que seja ranking, os maiores preços médios são encontrados, naseqüência, nos EUA, México, Canadá, Itália e Portugal.

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 22

Preço Médio dos Medicamentos no Brasil – Evolução Recente (R$/unidade)

8

9

10

11

12

13

14

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: Ache / Itaú Corretora

Estima-se que cerca de 50% da população

brasileira tem pouco (ou nenhum) acesso a

medicamentos.

Este fato agrava a questão do acesso da população a medicamentos. Estima-se que cerca de 50% da população brasileira tem pouco (ou nenhum) acesso amedicamentos em função da renda disponível e apenas 7% da população teriaacesso irrestrito a qualquer medicamento pela mesma razão. Uma redução da cargatributária, assim como um aumento da renda média disponível, teria impacto bastante relevante no aumento de demanda por medicamentos.

GENÉRICOS

Em 1999, a Lei 9.787 de 10 de fevereiro, institui o medicamento genérico no país, deacordo com as normas internacionais adotadas por Países da Comunidade Européia, EUA e Canadá, além da OMS. A Lei 9.787/99 foi regulamentada pela Resolução 391de agosto/99, que apresenta todos os critérios sobre produção, ensaios debioequivalência, ensaios de biodisponibilidade, registro e prescrição demedicamentos genéricos.

Em 3 de fevereiro de 2000, foram registrados os seis primeiros medicamentosgenéricos do país:

Ampicilina sódica (antibiótico); Cefalexina (antibiótico); Cloridato de Ranitidina (antiulceroso); Cetononazol (antimicótico); Furosemida (diurético); Sulfato de Salbutamol (broncodilatador).

Em dezembro de 2000, já haviam sido registrados 189 medicamentos genéricos de15 laboratórios. Os 84 fármacos genéricos comercializados em farmáciasrepresentavam as categorias: antibióticos, penicilínicos, anti-hipertensivos, antiinfecciosos, antimicóticos, antiulcerosos, expectorantes, analgésicos, entreoutros. Atualmente, várias doenças graves já podem ser tratadas com medicamentosgenéricos como Diabetes, Aids, Glaucoma, Hipertensão, Câncer de Mama e Mal de Parkinson.

Ao final de março de 2006já haviam sido registrados

na ANVISA 1.847 medicamentos genéricos

por 66 laboratórios.

Ao final de março de 2006 já haviam sido registrados na ANVISA 1.847medicamentos genéricos por 66 laboratórios, conforme podemos observar na tabelaa seguir.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

23 Itaú Corretora

Registro de Genéricos – Março de 2006

Empresa detentora Número de Registros de Medicamentos Genéricos

% do Total

EMS 225 12,2% Natures´s Plus Ftca. 171 9,3% Sigma Pharma 148 8,0% Medley 140 7,6% Eurofarma 135 7,3% Prati, Donaduzzi 88 4,8% Teuto 87 4,7% Ranbaxy 86 4,7% Biosintética 70 3,8% Neo Química 60 3,2% Outros (56 laboratórios) 637 34,5% Total 1.847 100,0%

Fonte: Anvisa / Itaú Corretora

Os laboratórios nacionais mantêm uma larga

vantagem sobre os laboratórios

multinacionais.

Considerando os registros por origem percebemos que os laboratórios nacionaismantêm uma larga vantagem sobre os laboratórios multinacionais, sendoresponsáveis por mais de 78% dos registros existentes

Registro de Genéricos por Origem do Laboratório – Dezembro de 2005

Nacional

78%

Estrangeira22%

Fonte: Anvisa / Itaú Corretora

Em relação aos genéricos de origem estrangeira, destaque cabe para osprovenientes da Índia, com cerca de 51% dos registros de genéricos estrangeiros(206 registros) e Canadá com cerca de 16% (65 registros). Alemanha (32 registros),Espanha (24 registros) e Israel (17 registros) completam os 5 maiores países emparticipação no registro de medicamentos genéricos no Brasil.

Registro de Genéricos Estrangeiros – Dezembro/05

Origem Número de Registros de Medicamentos Genéricos

% do Total

Índia 206 50,8% Canadá 65 16,3% Alemanha 32 8,3% Espanha 24 6,0% Israel 17 4,3% Áustria 9 2,3% EUA 9 2,3% Outros 39 9,8% Total 398 100,0%

Fonte: Anvisa / Itaú Corretora

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 24

Um dos principais requisitos para a implementação da política dos genéricos é aprescrição através da Denominação Comum Brasileira (DCB) ou pela DenominaçãoComum Internacional. A prescrição com a denominação genérica do medicamento é obrigatória somente no serviço público SUS. Nos demais casos, o médico é quemdeve decidir se prescreve ou não o medicamento pelo nome genérico.

O mercado de medicamentos genéricos

vem apresentando uma evolução bastante

positiva nos últimos anos:crescimentos de 23,2% em

2005 e de 29,6% em 2004.

O mercado de medicamentos genéricos vem apresentando uma evolução bastantepositiva nos últimos anos: crescimentos de 23,2% em 2005 e de 29,6% em 2004.Assim, em 2005, com um volume de vendas de 151,4 milhões de unidades, osgenéricos já representaram 11,3% do mercado brasileiro de medicamentos emvolume (cerca de 9,0% do faturamento). Esta é uma das explicações para o rápido eforte crescimento dos laboratórios nacionais.

Medicamentos Genéricos – Evolução de Vendas no Brasil

0

40

80

120

160

2000 2001 2002 2003 2004 20050%

5%

10%

15%

Unidades % s/ total

Fonte: ProGenéricos / Itaú Corretora

Mesmo com este forte crescimento, o mercado brasileiro de genéricos ainda é muitomodesto quando comparado com a participação dos medicamentos genéricos nos países mais desenvolvidos.

Participação dos Genéricos no Mercado de Remédios

O mercado brasileiro de genéricos ainda é muito

modesto quando comparado com a

participação dos medicamentos genéricos

nos países mais desenvolvidos.

País % em faturamento % em volume EUA 7% 37% Canadá 16% 35% Alemanha 20% 30% Reino Unido 19% 33% França 7% 10%

Fonte: PróGenéricos / Itaú Corretora

Seis anos depois da introdução dos genéricos no mercado brasileiro, quatro grandesempresas farmacêuticas concentraram mais de 70% das vendas de cópias demedicamentos de marca. O clube é formado por EMS, Medley, Eurofarma eBiosintética, todas de capital nacional. Considerado o volume de vendas, o mercadode genéricos apresenta a seguinte distribuição de participações:

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25 Itaú Corretora

Mercado de Genéricos por Empresa (base 2003 – último dado disponível)

Merck3%Novartis

2%

Teuto2%

Cristália2%

Outros7%

Medley26%

Apotex4%

Ranbaxy5%

Eurofarma11%

Biosintética15%

EMS-SIGMA PHARMA

23%

Fonte: PróGenéricos / Itaú Corretora

A PróGenéricos estima que as patentes que vencem a partir de 2006 gerariam um potencial de vendas de mais de US$ 330 milhões nos próximos cinco anos para omercado de genéricos. Outro fator que deverá colaborar com o crescimento dosegmento é a possibilidade de abertura do mercado de contraceptivos e hormôniosaos genéricos, já que o prazo para consulta pública às normas foi encerrado emjaneiro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), faltando agora apenasa sua publicação. Somente o mercado de anticoncepcionais movimentou no Paísmais de US$ 350 milhões em 2004.

Em junho de 2006 existiam 275 pedidos de registro para medicamentos genéricosem análise pela ANVISA.

FITOTERÁPICOS

Dados estatísticos registram que o Brasil detém atualmente cerca de 35% dabiodiversidade mundial. De acordo com a ABIFISA (Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e Promoção da Saúde) oBrasil possui 55 mil espécies de plantas já catalogadas (sem considerar a vegetaçãodo pantanal, cerrado e caatinga, ainda não documentada), das quais 10 mil plantas têm indicação para uso medicinal ou comercial.

Ao mesmo tempo, segundo a OMS, cerca de 80% da população mundial consomeprodutos naturais, em um mercado estimado em US$ 50 bilhões/ano. O mercado de fitoterápicos movimenta globalmente US$ 21,7 bilhões por ano.

Estas duas realidades traçam um panorama bastante positivo para os laboratóriosnacionais, que estão incrementando seus investimentos em sua divisão deFitomedicamentos (produtos desenvolvidos a partir de extratos de plantas nativas ecomercializados sob prescrição médica).

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Itaú Corretora 26

Maiores Produtores de Fitoterápicos por Faturamento – 2005

Altana Pharma Herbarium Laboratório Botânico Marjan Abbott Barrenne Hebron Aventis Pharma Ativus Millet Roux Virtus

Fonte: Abifisa / Itaú Corretora

Estima-se que 82% da população brasileira utilize produtos a base de ervas. O setorfitoterápico movimenta anualmente R$ 1 bilhão em toda sua cadeia produtiva, eemprega mais de 100 mil pessoas no Brasil. Os remédios à base de plantas medicinais já representam 7% do mercado farmacêutico brasileiro, o que representaUS$ 400 milhões por ano (base 2005, o que representou um crescimento de cercade 10% sobre o ano anterior), segundo a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico e de Produtos para Promoção da Saúde.

No entanto, a falta de uma legislação específica vem causando prejuízos ao setor,pois não incentiva os investimentos no desenvolvimento de novos produtos oriundosda biodiversidade do País. Hoje, derivados de plantas medicinais são legalmente enquadrados como medicamentos, cosméticos e alimentos, dependendo da naturezado produto. Um projeto em tramitação na Câmara Federal (3381/2004), pode mudaresse quadro. Ele regulamenta a produção, distribuição e comercialização dos produtos de origem natural para promoção da saúde.

Segundo a Abifisa, os principais benefícios desta nova lei, quando aprovada, serão:

Viabilizará a criação de uma nova categoria de bens de consumo, quecontemple os produtos de origem vegetal, animal ou mineral destinados à promoção da saúde. Estes produtos deverão ser registrados na ANVISA, terão a qualidade e a segurança comprovadas, e a eficácia respaldada nasevidências científicas e/ou literaturas que comprovem seu uso etnocultural. Situam-se nesta categoria as plantas medicinais brasileiras, produtosapícolas, algas e outros produtos de origem natural para a promoção dasaúde;

Harmonizará a legislação brasileira com as diretrizes recomendadas pelaOrganização Mundial da Saúde;

Propiciará o desenvolvimento tecnológico de toda a cadeia produtiva dasplantas medicinais e dos recursos naturais brasileiros;

Promoverá a industrialização de novas matérias primas brasileiras e denovos produtos com segurança e qualidade, respeitando e resguardando o conhecimento de uso tradicional;

Favorecerá o crescimento da indústria farmacêutica nacional, com inovaçãotecnológica;

Concederá ao cidadão brasileiro o direito constitucional de escolha às outrasopções terapêuticas e de manutenção de sua qualidade de vida; e

Reduzirá os custos do atendimento básico à saúde.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

27 Itaú Corretora

O PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR

O Farmácia Popular do Brasil é um programa do Governo Federal, instituído em2004, que busca ampliar o acesso da população aos medicamentos considerados essenciais. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), órgão do Ministério da Saúde eexecutora do programa, adquire os medicamentos de laboratórios farmacêuticospúblicos ou do setor privado e disponibiliza nas farmácias a preço de custo. Até omomento, existem 120 unidades do Farmácia Popular em 88 cidades do país.

Em cada Farmácia Popular, o usuário recebe atendimento personalizado, realizadopor farmacêuticos e profissionais qualificados para orientar sobre os cuidados com asaúde e o uso correto dos medicamentos. Para utilizar a Farmácia Popular, basta ousuário ter uma receita médica ou odontológica da rede pública ou particular,contendo medicamentos disponíveis no programa. A Farmácia Popular oferece umalista de remédios para as doenças mais freqüentes, tais como hipertensão, diabetes, úlcera gástrica, depressão, asma, alcoolismo, além de anticoncepcionais epreservativos masculinos e femininos.

Os remédios produzidos por laboratórios privados são comprados em pregõesrealizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os laboratórios oficiais sãolegalmente dispensados de licitação (Lei 8.666, de 21 de junho de 1993), de formaque a Fiocruz pode comprar diretamente deles. No caso da indústria privada, é feitauma licitação por pregão.

Em março de 2006 o Ministério da Saúde expandiu o programa Farmácia Popular doBrasil. Desde então, medicamentos para hipertensão e diabetes estarão disponíveisem cerca de 1,2 mil farmácias e drogarias privadas do país com preços até 90%menores que os cobrados nestes estabelecimentos, sem prejuízo da distribuiçãorealizada na rede pública de saúde ou da implantação de farmácias populares emparceria com governos estaduais, municipais ou entidades filantrópicas.

Para que os medicamentos (cerca de 200 inicialmente, para hipertensão e diabetes) sejam oferecidos em drogarias e farmácias privadas, o Ministério da Saúdedesenvolveu sistema de co-participação. Isto significa que governo federal e pacientes dividirão as despesas, sendo que o governo arcará com 90% do valor de referência do medicamento. Qualquer cidadão pode se beneficiar do programa. Paraobter remédios do Farmácia Popular em drogarias e farmácias privadas, bastaapresentar a receita do médico, que tem validade de 180 dias a partir da emissão, eo CPF.

O processo de adesão das farmácias é orientado pela portaria 491 do Ministério daSaúde, publicada em maio/06. Entre os critérios de adesão está o cumprimento de exigências sanitárias e fiscais. As farmácias e drogarias interessadas também devemestar em dia com as obrigações tributárias e previdenciárias. A habilitação aoprograma não deve interferir na rotina de trabalho dos estabelecimentos. Além daparceria com o governo federal, o Ministério da Saúde ainda vai estimular que osestabelecimentos que aderirem ao Farmácia Popular sejam farmácias notificadoras.Isso significa que estarão aptas para receber as informações sobre reações adversasaos medicamentos percebidas pelos pacientes, e habilitadas para realizar ofracionamento de remédios.

Todo o programa é informatizado. As informações geradas a partir do receituário vãogerar dados para o sistema. Assim, à medida que o usuário obtiver umaapresentação do medicamento pelo programa, o sistema vai detectar a farmácia oudrogaria, o médico responsável pela receita, o paciente, o medicamento e aquantidade obtidos. Após a entrada desses dados, o sistema autoriza a transação einforma ao Fundo Nacional de Saúde, responsável pela geração da fatura, daoperação efetuada. Esse sistema de controle assegura que cada paciente obtenha apenas a quantidade do medicamento utilizado por ele num prazo de até um mês.

É a primeira vez que o governo brasileiro implanta o regime de co-participação no país. Esta experiência já ocorre na Europa, em países como França, Alemanha, Espanha e Portugal, e no Canadá.

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 28

Na França, onde não existe um modelo de assistência à saúde universal como oSUS, o co-pagamento é feito segundo as classes terapêuticas e as patologias. Osdescontos chegam a 100% para medicamentos de doenças graves, a 65% paramedicamentos mais consumidos e a 35% para os demais.

Em Portugal, os remédios incluídos no programa de co-pagamento são divididos emníveis: os classificados como A têm descontos de 100%. São os indispensáveis paraa sobrevivência do paciente ou os utilizados no tratamento de doenças crônicas; osconsiderados como B têm descontos de 70%. São os essenciais, usados notratamento de doenças graves ou de uso prolongado; os classificados no nível C têm40% de desconto. São os fármacos que, apesar de não prioritários, têm valor terapêutico comprovado. Nesse país, o preço de referência de um medicamento é odefinido pelo preço mais caro de seu nível.

Já o governo espanhol define como preço de referência a média do quinto inferior, ouseja, 20% dos menores preços no mercado, desde que não seja menor do que ogenérico mais barato. Esse é o procedimento que está sendo estudado no Brasil.

Na Itália, o preço de referência equivale à média de todos os produtos do grupo e oCanadá escolhe a alternativa mais barata no mercado como base.

O PAPEL DO BNDES

O BNDES criou um programa especial de financiamentos visando atender asnecessidades específicas do setor farmacêutico brasileiro: o PROFARMA.

O PROFARMA apóia investimentos no país de empresas da cadeia produtivafarmacêutica, incluindo intermediários químicos e extratos vegetais, farmoquímicos emedicamentos para uso humano e outros produtos correlatos voltados para a saúdehumana. O apoio pode ser dado às atividades relacionadas à produção de medicamentos (PROFARMA - Produção), à Pesquisa e Desenvolvimento (PROFARMA - P,D&I) e ao Fortalecimento das Empresas de Controle Nacional(PROFARMA - Fortalecimento das Empresas Nacionais), visando:

Incentivar o aumento, de forma competitiva, da produção de medicamentos para uso humano e seus insumos no país;

Apoiar os investimentos das empresas para adequação às exigências daAgência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);

Contribuir para a redução do déficit comercial dessa cadeia produtiva; Estimular a realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento e

inovação no país; e Fortalecer a posição da empresa nacional nos aspectos econômico,

financeiro, comercial e tecnológico. PROFARMA – Produção

O Programa PROFARMA – Produção visa atender as seguintes necessidades da indústria:

Implantação, expansão e/ou modernização de capacidade produtiva; Aquisição de equipamentos novos nacionais; Aquisição de equipamentos novos importados que não apresentem similar

nacional, mediante apresentação de publicação da Resolução CAMEX com o resultado da Análise de Inexistência de Similar Nacional;

Despesas de internalização de equipamentos importados, desde que nãoimpliquem em remessa de divisas, mesmo que a importação não tenha sidofinanciada pelo BNDES;

Gastos de capacitação gerencial e treinamento; Aquisição de softwares nacionais;

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

29 Itaú Corretora

Aquisição externa de P,D&I, exceto de empresas que integrem o mesmogrupo econômico a que a beneficiária pertença;

Despesas pré-operacionais; Capital de giro associado ao projeto de investimento; Adequação aos padrões regulatórios da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), incluindo despesas com testes de bioequivalência,biodisponibilidade e aquelas relacionadas ao registro de medicamentos, paraprodutos já comercializados pela Empresa; e

Despesas relacionadas à certificação internacional da empresa, de seusprodutos, ou processos, bem como de registro em outros países de seusprodutos já comercializados.

Neste programa a participação BNDES é de até 90% dos itens financiáveis e o financiamento pode ter até 3 anos de carência e até 7 anos para amortização. Ocusto deste financiamento é de até TJLP, acrescido de spread de 1,0% até 3,0%a.a..

PROFARMA – P, D & I

O Programa PROFARMA – P, D & I visa atender as seguintes necessidades da indústria:

investimento em infra-estrutura de pesquisa e desenvolvimento necessária ao desenvolvimento de inovações tecnológicas, compreendendo: obras civis,montagem e instalação, aquisição de móveis e utensílios, implantação de planta piloto, aquisição de simuladores de processo, aquisição deequipamentos novos para pesquisa e desenvolvimento, nacionais ouimportados;

despesas de internalização, desde que não impliquem em remessa dedivisas, mesmo que a importação não tenha sido financiada pelo BNDES;

aquisição de material e matéria-prima utilizados nas atividades de pesquisa e desenvolvimento;

treinamento e capacitação tecnológica; contratação de serviços de terceiros e de consultoria externa; despesas de viagens; despesas de pessoal (equipe própria da Empresa); despesas com assuntos regulatórios; e despesas de introdução das inovações no mercado, limitadas a 30% do valor

total financiado. Neste programa a participação BNDES é de até 90% dos itens financiáveis e o

financiamento pode ter até 12 anos. O custo deste financiamento é fixo em 6% aoano, devendo ser acrescido uma participação sobre os resultados gerados peloprojeto, a critério do BNDES.

PROFARMA – Fortalecimento das Empresas Nacionais

O Programa PROFARMA – Fortalecimento das Empresas Nacionais visa financiar asdespesas com a incorporação, fusão ou aquisição de empresas da cadeia produtivafarmacêutica, condicionando qualquer redução no número total de empregos àimplantação de medidas mitigadoras dos efeitos do desemprego, por parte daempresa adquirente ou da empresa resultante da fusão, a critério do BNDES.

Neste programa a participação BNDES é de até 75% das despesas e ofinanciamento pode ter até 10 anos. O custo deste financiamento é de até TJLP, acrescido de spread de 1,0% até 4,5%a.a..

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 30

O programa, iniciado em 2004, tem hoje uma carteira de financiamentos que gira emtorno de R$ 800 milhões - entre projetos nos vários estágios do fluxo de aprovaçõesdo banco -, que corresponde a investimentos de R$ 1,3 bilhão. Desse total, R$ 200milhões são ligados ao PROFARMA – P, D & I.

Para 2006, uma das prioridades do BNDES será apoiar o movimento deconsolidação do setor farmacêutico, formando dois grandes grupos no ano. Alémdisso, o banco continuará indo a campo para descobrir empresas em incubadoras ouparques tecnológicos, que possam dar um salto qualitativo a partir da ajuda doBNDES. As áreas de biotecnologia e nanotecnologia estão na mira da instituição defomento.

Segundo o BNDES, 2006 será um ano de crescimento dos desembolsos. Aperspectiva é de que sejam liberados R$ 500 milhões, contra os R$ 72 milhõesliberados de 2004 a 2005.

EMPRESAS

Laboratórios O Brasil conta atualmentecom 551 laboratórios (dos

quais apenas 42 produzem genéricos).

O Brasil conta atualmente com 551 laboratórios (dos quais apenas 42 produzemgenéricos). Segundo a publicação Balanço Anual 2004, os maiores laboratóriosatuantes no Brasil são

Maiores Produtores Farmacêuticos Nacionais – base 2004

Ranking Laboratório Receita Líquida R$ milhões

Lucro Líquido

1 Pfizer 1.200,0 ND 2 Novartis 926,1 1,1 3 Roche 807,8 (5,8) 4 Aché Laboratórios (*) 738,7 9,1 5 Aventis-Pharma 713,6 ND 6 AstraZeneca 490,0 ND 7 Boehringer Ingelheim 430,0 ND 8 Schering Plough 425,2 43,4 9 EMS 412,5 22,8 10 Schering 408,3 12,1 11 Bristol Myers Squibb 399,4 ND 12 Janssen Cilag 384,4 ND 13 Eli Lilly 360,0 ND 14 Tortuga Zootécnica 307,5 40,5 15 Merck 305,6 11,8 16 Cristália 293,9 34,9 17 Medley 265,7 1,2 18 Farmasa 261,7 (1,4) 19 Libbs 205,2 ND 20 União Química 186,8 15,6

(*) considera a soma dos faturamentos de Aché e Biosintética, adquirida em 2005 Fonte: Balanço Anual / Itaú Corretora

Não há empresas de capital aberto no Brasil, por enquanto. Mas, apenas a título de informação, mostramos a seguir como o mercado tem precificado, em termos demúltiplos, as empresas internacionais deste segmento.

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The Cure – Setor Farmacêutico 24 de julho de 2006

31 Itaú Corretora

Múltiplos de Avaliação para Empresas Internacionais

EV/EBITDA P/L Empresa 2006 2007 2006 2007

PFIZER INC. 8,2 7,8 11,8 11,4 GLAXOSMITHKLINE PLC 10,0 9,4 16,5 15,7 SANOFI-AVENTIS 9,2 8,4 14,3 13,5 NOVARTIS AG 12,0 10,8 17,1 15,6 JOHNSON & JOHNSON 10,2 9,0 16,5 15,3 MERCK & CO, INC. 7,9 8,1 14,2 14,3 ROCHE HOLDING AG 11,6 9,6 23,1 19,5 ABBOTT LABORATORIES 11,2 10,1 17,0 14,9 Média 10,0 9,2 16,3 15,0 Fonte: Thomson / Itaú Corretora

Destacamos a seguir um pequeno perfil dos principais laboratórios nacionais.

ACHÉ

O Laboratório Ache, localizado em Guarulhos – São Paulo, foi fundado em 1922 em Ribeirão Preto. Sua história de crescimento envolveu a aquisição de vários outroslaboratórios ao longo de toda sua história, figurando entre os 10 maiores laboratóriosdo país desde 1973.

A primeira aquisição veio em 1979, com o grupo Bracco, que comprou a Novotherápica, um dos mais antigos laboratórios nacionais. Em 1983, os acionistasadquiriram a divisão brasileira da multinacional Parke Davis. Em 1987 ocorre a uniãoentre a Aché e a Merck Sharp & Dohme, em uma 'joint venture' que resultou na constituição da binacional Prodome em 1987, na qual a Ache detém 51% do capital.Três anos depois o Aché adquiriu o controle de 42% das operações da multinacionalSchering Plough no Brasil. A mais recente aquisição do Aché é BiosintéticaFarmacêutica, fusão realizada em 2005. Com a aquisição, o Aché agora fazmedicamentos para todas as vertentes terapêuticas, além de genéricos.

Atualmente, a empresa conta com 230 opções de tratamento (com diversasapresentações), e cerca de 2.500 colaboradores.

O Aché possui um portfólio atual de 107 marcas e atua nas mais diversas classesterapêuticas. As cinco principais marcas em faturamento, no exercício de 2005,foram Tandrilax (relaxante muscular), Sorine (descongestionante nasal), Artrolive(anti-reumático), Descongex (descongestionante nasal) e Nisulid (antiinflamatório),que somados totalizaram mais de 20% do faturamento da companhia. Após aaquisição da Biosintética, a companhia passou a contar com 240 marcas, incluindo63 genéricos.

Em 2005, o Laboratório Aché alcançou uma receita líquida de R$ 659 milhões, umcrescimento de 2,8% sobre o ano anterior.

EMS SIGMA PHARMA

Surgido a partir da constituição de uma farmácia em Santo André – SP em 1950, o Grupo EMS Sigma Pharma foi criado em 1964.

Nos anos que se seguiram, como parte da estratégia de crescimento, foramadquiridos os laboratórios Legrand e Novaquímica, além da ampliação da linha deprodutos e de segmento de atuação, completando o portfólio da empresa.

Atualmente o grupo é composto pelas empresas EMS, Legrand, Sigma Pharma eNature's atuando nos segmentos farma, genérico, consumo, hospitalar e higienepessoal. O grupo destaca-se pelo seu pioneirismo em genéricos, sendo a primeiraempresa a receber aprovação da ANVISA para fabricação e comercialização de genéricos. Além deste fato é a única empresa na América Latina a produzir omedicamento ciclosporina, o qual é destinado a evitar a rejeição de órgãostransplantados.

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

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O grupo possui duas unidades de produção localizadas em São Bernardo do Campo e Hortolândia, SP, sendo esta última uma das mais modernas da América Latina,construída segundo os padrões estabelecidos pelo FDA (Food and DrugAdministration - EUA). Com 2.800 colaboradores distribuídos nas áreasadministrativas, comercial e industrial, o grupo EMS Sigma Pharma produz ecomercializa para todo o país mais de 350 produtos

A divisão EMS, possui uma linha de produtos de mais de 120 medicamentos, dentreeles Naridrin, Apevitin, EMS Expectorante, Doricin, C-Cálcio, abrangendo classesterapêuticas como antiinflamatórios, antibióticos, analgésicos, vitaminas, antivirais,etc. A EMS Linha Consumo (antiga Novamed) compreende uma gama completa de produtos divididos nas categorias: vitamina C, antigripal, antiácido, contusões e regulador menstrual. São marcas com grande conhecimento e qualidade nomercado, como Energil C, Bromil, Gelmax, Bálsamo Bengué e Iodex. São produtos de automedicação responsável, cuja venda não requer receituário médico e possuiprocura espontânea.

A Linha Hospitalar do Grupo EMS Sigma Pharma foi constituída em 1992, iniciandosuas atividades nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Emseu portfólio de produtos estão presentes marcas consagradas no mercado comoCortizol, Cefalin, Dorilen, Omeprazin, Sigmasporin, dentre outras. Seus principaisprodutos são antibióticos, antiinflamatórios, analgésicos, antieméticos, antivirais,imunossupressores e anti-hemorrágicos em apresentações diversas.

A SIGMA PHARMA foi fundada em fevereiro de 1995. No ano seguinte, em abril, adquiriu a Novaquímica aumentando assim sua participação de mercado. Dandocontinuidade ao plano de expansão da empresa em 1999 foi adquirida a linha deprodutos cardiológicos do laboratório Wyeth. Hoje, a SIGMA PHARMA possui umaextensa linha de medicamentos em seu portfólio atuando nas seguintes áreas dentreelas clínica geral, geriatria, cardiologia, neurologia, transplantadores, urologia,ginecologia e pediatria. Foi a primeira empresa a produzir na América Latina a ciclosporina, medicamento destinado aos pacientes que tiveram órgãostransplantados.

Nascida no ano de 1991, a Legrand vem se destacando no mercado farmacêuticocom uma ampla linha de medicamentos para diversas especialidades médicas. Seu portfólio de produtos é composto por antibióticos, xaropes, antiinflamatórios,analgésicos, dermatológicos, suplementos vitamínicos, anti-hipertensivos, dentre outros. Suas marcas mais consagradas são: Natus Gerin, Cenevit, Colírio Legrand, Expec Xarope e Benevran.

A Nature's Plus foi criada em 1982 com a aquisição das marcas Topz e Salvelox. Éresponsável pela linha de produtos para higiene e cuidados pessoais. Seu portfólio écomposto por hastes flexíveis, algodões, compressas de gaze, calicida, curativos, itens para higiene bucal, linha de fotoproteção e cuidados infantis. São mais de 180produtos em 8 categorias distintas.

CRISTÁLIA

Fundada em 1972, a Cristália iniciou suas atividades na área de Psiquiatria,fornecendo medicamentos para clínicas, hospitais e, principalmente, governo. Após alguns anos, mantendo o foco na área hospitalar, foi iniciada a produção deanestésicos e adjuvantes. No final da década de 90, a Cristália ingressou em novosmercados com as Unidades de Negócios Biológica e Varejo. Recentemente, outrasforam criadas: Genéricos, Corporis e Imuno. Atualmente, a Cristália produz medicamentos voltados para diversas especialidades, entre elas anestesiologia,algologia (tratamento da dor), psiquiatria, terapia intensiva, infectologia e dermatologia.

A Cristália começou suas atividades da exportação em 1982, tendo como primeirocliente o Governo de Moçambique. Hoje, a Cristália exporta, regularmente, princípiosativos e produtos acabados produzidos em suas plantas nas cidades de São Paulo e Itapira para diversos países, principalmente da América Latina e da Ásia.

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Atualmente, cerca de 20 princípios ativos são sintetizados em escala industrial,sendo utilizados na fabricação de produtos da Cristália ou para exportação. Outrossão produzidos apenas em escala de laboratório ou piloto, pois são substânciasnovas que se encontram em fase de testes.

MEDLEY

A Medley surgiu em 1932, tendo como origem uma empresa familiar do interior doestado de São Paulo tendo sido uma das pioneiras na fabricação de medicamentos genéricos, em 1998 e 1999. A empresa tem como um de seus pilares de crescimentoa construção de parcerias com grandes empresas do setor, como, por exemplo, arealizada com a Abbott, em 1996. Além disso, a empresa foi uma das primeiras a acreditar no setor de medicamentos genéricos e, desde fevereiro de 2000, vemlançando um número significativo de produtos por ano, sendo, segundo ela mesma,a líder no segmento, desde 2002, com 27% de participação de mercado.

A Medley atua na área de medicamentos de prescrição, genéricos e OTC. Seuvolume de vendas alcançou 88 milhões de unidades produzidas em 2003 e 94milhões produzidas em 2004 (350 milhões de unidades produzidas nos últimos 4anos).

A Medley exporta atualmente para o México, onde está presente há mais de dois anos. A empresa pretende, em meados de 2006, iniciar a exportação para a Europae ampliar sua participação na América Latina. O interesse na exportação dosmedicamentos Medley surgiu em 2003. O foco da Medley na área de exportação se concentra na busca de parceiros locais, que conheçam o mercado de atuação, já quea Medley fornece todo o aporte do ponto de vista regulatório, logístico, legal,financeiro e de marketing, mas não atua com presença física. Também iniciou em abril de 2006 suas exportações para o Peru, o primeiro de uma série de países daAmérica Latina que estão nos planos comerciais da companhia. De olho no mercadoexterno, a Medley prepara um passo ainda maior, a exportação dos medicamentosgenéricos, carro-chefe da empresa, para o mercado europeu. A intenção dacompanhia é dobrar a receita com as exportações, atualmente US$ 2,5 milhões, atéo fim de 2007.

Empregando cerca de 1.500 pessoas, suas duas unidades produtivas estãolocalizadas no Estado de São Paulo, sendo que duas unidades operam em 3 turnos,(42 horas semanais).

Campinas: São mais de 14,8 mil m² de área construída, onde são produzidoscomprimidos, cápsulas, drágeas, líquidos, pomadas e cremes, comcapacidade para mais de 6 milhões de unidades/ mês.

Sumaré: Possuindo 5,4 mil m² de área construída, é destinada à produção deantibióticos, principalmente injetáveis e conta com a moderna tecnologia deprodução, com capacidade para produzir aproximadamente 3 milhões deunidades/mês.

Com forte atuação nas áreas de ginecologia, endocrinologia, dermatologia,gastroenterologia, cardiologia e agora urologia, a Medley tem tradição na parceriacom grandes empresas do setor, como, por exemplo, a realizada com a Abbott, em1996, para o lançamento do Plenty (sibutramina), medicamento inovador para ocontrole da obesidade. Outra parceria de sucesso ocorreu com a Novo Nordisk, queescolheu a Medley para lançar no Brasil sua linha de produtos para reposiçãohormonal: Kliogest, Estrofem, Trisequens e Activelle além do Prandin, um medicamento de última geração para o diabetes do tipo 2. A aliança com a Isdin,indústria espanhola líder na área de dermatologia, proporcionou o lançamento noBrasil de uma linha de fotoprotetores, a linha ISDIN, além dos hidratantes Ureadin, nova tendência no mercado à base de uréia. Em 2003, em parceria com aRecordatti, foi lançado o Zanidip, um anti-hipertensivo, com início de ação gradual e constante que possibilita maior eficácia e segurança. O recente acordo com a Bayer, para o lançamento do Vivanza, novo medicamento para o tratamento da disfunçãoerétil, segue essa estratégia de sucesso e pioneirismo da Medley.

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Com o Vivanza, lançado no começo de outubro/2005, a Medley passou a ser a únicaempresa 100% nacional a competir no mercado da disfunção erétil, o mais atraente da indústria farmacêutica da atualidade.

Na linha de genéricos a Medley comercializa um total de 167 produtos, em 221apresentações em quase 50 classes farmacêuticas. Entre os 20 medicamentos mais vendidos no mercado de genéricos, 10 são da Medley. Os medicamentos Genéricosrespondem, em média, por 60% do faturamento da empresa, os outros 40% vêm daLinha Farma.

A empresa terminou 2005 com 29,9% de participação de mercado (IMS HealthDez.05), o maior índice dos últimos três anos na categoria em termos defaturamento. Além disso, consolidou a sua soberania ao retomar a primeiracolocação em vendas por unidades, com 29,2% (IMS Health Dez.05). Os genéricosda Medley mais vendidos são: Captopril, Omeprazol, Amoxilina, Sinvastatina, Nimesulida, Pantoprazol, Paracetamol, Diclofenaco potássico, Bromazepan eAtenolol.

Na área de medicamentos sob prescrição (linha Farma), a Medley atua com forçanas áreas de ginecologia, endocrinologia, dermatologia, gastroenterologia e cardiologia. Os principais produtos da companhia são: Plenty, Prandin, Pyloripac,Zanidip, Mínima, Activelle, Prevencor, Desonol, além da linha de Fotoprotetores Isdine de hidratantes Ureadin.

FARMASA

Fundada há mais de 50 anos, o Farmasa - Laboratório Americano de Farmacoterapiaé um laboratório especializado na fabricação e venda de medicamentos sobprescrição e OTC (medicamentos isentos de prescrição), com uma linha de 120produtos. O Farmasa possui em seu portfólio produtos nos seguintes segmentos: analgésicos, preparações nasais, antigripais, antiinfecciosos, antialérgicos,ginecológico, cardiovascular e para o aparelho digestivo, entre outros. Em sua linhaestão marcas consolidadas, como Rinosoro, Lisador, Descon, MM Expectorante, Mioflex A, etc.

Além dos recursos internos para desenvolver novos produtos e ampliar linhas demedicamentos já existentes, o Farmasa busca constantemente a colaboração deparceiros, tanto no segmento público quanto no privado, visando expandir sua capacidade desenvolvimentista. O Farmasa vem aumentando sua participação nomercado a partir de parcerias com laboratórios nacionais e multinacionais, comoAbbott, Sanofi-Aventis, GE Healthcare, Chattem, Silvestre e Bagó.

O Farmasa encerrou 2005 com faturamento de R$ 360 milhões, um pouco abaixo do registrado no ano anterior por conta de ter deixado de distribuir uma linha deaproximadamente 20 medicamentos da Aventis Pharma, após a fusão da Aventis eda Sinofi (que resultou no fim do contrato de distribuição a partir de junho).Eliminando os efeitos do encerramento do contrato de distribuição, a Farmasaobservaria um crescimento de cerca de 16%. Os medicamentos isentos deprescrição, como Lisador e o Rinosoro, respondem por cerca de 60% das vendas.

A fábrica do Farmasa, instalada em um terreno de 20 mil m² no bairro do Brooklin(São Paulo), tem capacidade para produzir 50 milhões de unidades (SKUs) deprodutos farmacêuticos e cosméticos por ano, empregando cerca de 900funcionários. Atualmente, a Farmasa utiliza em torno de 60% da sua capacidade.

A empresa investirá na construção de uma planta piloto, para desenvolvimento deprodutos genéricos e de prescrição. Esta unidade fará lotes menores paradesenvolvimento de estudos clínicos. Para a ação, a empresa investirá US$ 9 milhões. O Farmasa fará ainda parcerias comerciais com multinacionais paraprodução e comercialização de medicamentos que necessitam de receita.Atualmente, a companhia pesquisa 29 produtos, entre extensão de linhas demedicamentos que já tem em portfólio e novas formulações e associações de drogastambém já conhecidas

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O Farmasa iniciou uma reestruturação em novembro de 2005 que exigiu a criação denovas unidades de negócios, cada uma com diretorias próprias. A divisão farma foi transformada em duas: uma com foco em medicamentos de prescrição médica e aoutra especializada em produtos de consumo. Além dessas, a companhia constituiuuma unidade de genéricos e manteve a divisão voltada para a área hospitalar,formada em fevereiro de 2005. O Farmasa iniciou sua participação no mercado degenéricos com produtos desenvolvidos internamente e através de parceria com oLaboratório Eurofarma, um dos líderes em genéricos no país. Desde novembro,começaram a chegar às farmácias 19 medicamentos genéricos com a marca Farmasa, em 38 apresentações, em diversas classes terapêuticas.

Os produtos hospitalares que responderam em 2004 por menos de 5% dofaturamento total passaram para entre 15% e 20% das vendas em 2005.

Lançada em novembro de 2005, a linha de genéricos gerou de US$ 10 milhões emvendas em seu primeiro ano de atuação e envolve medicamentos na áreacardiológica, de sistema nervoso central e ginecológica. O objetivo da companhia éque, até 2011, os medicamentos genéricos respondam por 15% da receita daempresa.

UNIÃO QUÍMICA

Fundada em 1936, a União Química Farmacêutica Nacional S/A atua no mercado hospitalar e no de varejo com produtos OTC e genéricos, nas linhas oftalmológica eveterinária.

Possui 3 unidades fabris no estado de São Paulo (Embu-Guaçu, Taboão da Serra e Itapecerica da Serra, onde se localiza seu centro de P&D) e 1 unidade em PousoAlegre – Minas Gerais. Está em construção uma nova unidade industrial em Brasíliapara produção de genéricos no Pólo Industrial Juscelino Kubitcheck.

Uma das líderes no fornecimento de produtos hospitalares, a União Química,disponibiliza ao mercado uma vasta linha de medicamentos: Antibióticos; Corticóides;Neurolépticos; Anticonvulsivos; Antidepressivos; Antiinflamatórios; Antiulcerosos; Antieméticos; Analgésicos; Espasmolíticos; Ocitócitos; Relaxante Muscular;Vasopressor; Sedativo; Anestésicos; Broncodilatadores, sendo mais de 24 classesterapêuticas, em mais de 150 apresentações.

A Divisão Farma disponibiliza um portfólio superior a 120 apresentações de medicamentos. A Divisão OTC da União Química é composta por mais de 20produtos. Pode-se destacar Vodol, um dos antimicóticos mais vendidos no Brasil,Foldan, Andriodermol, Termol, Babydrax, entre outros.

A Divisão Saúde Animal é a mais nova divisão da União Química que marca suaentrada no setor veterinário colocando à disposição de veterinários, criadores eproprietários, uma nova alternativa em produtos de alta qualidade e eficiência.

Em 1997 a União Química adquiriu a Biolab, empresa focada no mercado demedicamentos éticos hoje líder de mercado no segmento de cardiologia e composições relevantes nos mercados de produtos para ginecologia, clínica geral,pediatria e dermatologia.

Em julho de 2005 a Biolab adquiriu o controle da Sintefina (80%), empresa da qualera o maior cliente. Criada em 1988, a Sintefina é uma das poucas indústriasbrasileiras que produz intermediários e matérias-primas usadas pela indústria nacional, altamente importadora deste tipo de produto. Sua unidade industrial está localizada em Diadema (SP).

Em 2005 a União Química obteve uma receita líquida (controladora) de R$ 273,7milhões, o que representou um crescimento de 20,3% sobre a receita obtida em2004.

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EUROFARMA

A Eurofarma Laboratórios foi criada em 1972, sendo atualmente composto por oitodivisões: Produtos de Prescrição Médica, Hospitalar, Oncológicos, OTC’s, Genéricos,Pearson (divisão de medicamentos veterinários), Euroglass (produção de ampolas efrascos de vidro) e Themaxis (marca internacional da companhia).

A Eurofarma estabeleceu diversas parcerias com laboratórios nacionais einternacionais. Dentre as parcerias já estabelecidas, destacam-se importantes companhias de diversos países (laboratório Pablo Cassará - Argentina, CZ Veterinária S/A - Espanha, Jurox - Austrália, Almirall Prodesfarma S/A - Espanha, BioDerma - França, Yamanouchi - Alemanha, e outros), que elegeram a Eurofarma como seu braço comercial no Brasil.

A extensa linha de produtos da Eurofarma é fabricada em 5 unidades localizadas em São Paulo e Rio de Janeiro.

A Unidade de Negócios de Prescrição Médica tem como objetivo disponibilizarmedicamentos de alta qualidade, resultado de desenvolvimento, aquisições eparcerias entre a Eurofarma e laboratórios farmacêuticos internacionais. O painelmédico contempla a Clínica Geral, Ginecologia, Pediatria, Psiquiatria, Urologia,Gastroenterologia, Dermatologia, Neurologia, Ortopedia, Reumatologia,Otorrinolaringologia, Pneumologia e Cardiologia.

Atualmente, a Eurofarma ocupa a quarta posição em vendas no mercado degenéricos e sua linha conta com 127 produtos, sendo 49 genéricos para venda emfarmácia. A Amoxicilina Eurofarma é o medicamento genérico mais vendido doBrasil, de acordo com informações da auditoria IMS Health.

A Unidade Hospitalar tem como missão oferecer aos seus clientes uma ampla gamade medicamentos freqüentemente utilizados pelos hospitais, com qualidadeassegurada por um preço justo. Através de um portfólio composto de 40 medicamentos injetáveis e 55 apresentações, a Unidade Hospitalar desponta nomercado como uma das mais respeitadas empresas na fabricação e comercializaçãode produtos genéricos, principalmente os antibióticos, que configuram uma das maiscompletas linhas do segmento. Sua linha de produtos é composta também deantiinflamatórios, antiulcerosos e anestésicos, além de outros.

Com uma ampla linha de medicamentos, atualmente uma das maiores do mercado,a Unidade de Oncologia atende inúmeros tratamentos dos mais variados tipos deneoplasias, possuindo também medicamentos de suporte ao paciente oncológico,utilizados para minimizar os efeitos causados pela quimioterapia. Além disso, aEurofarma é a única empresa que produz e comercializa medicamentos oncológicos genéricos no Brasil que, por possuir custos menores, possibilita a extensão dotratamento a um maior número de pacientes.

A PEARSON, Unidade Veterinária, reconhecida principalmente pela consagrada ecentenária marca Creolina®, fabrica e comercializa produtos veterinários, com um portfolio de produtos completo e acessível, atendendo aos principais segmentos,dentre eles: biológicos, endectocidas (antiparasitários), antimicrobianos,antiinflamatórios, cicatrizantes, anestésicos, complexos minerais e vitamínicos, hormônios e desinfetantes.

A Euroglass é a Unidade de Negócios responsável pela produção de ampolas efrascos de vidro neutro tipo I. Atuando há 10 anos neste segmento, a Unidade temcomo objetivo principal oferecer aos clientes um recipiente que proporcione compatibilidade e perfeito acondicionamento para seu medicamento. Contandoaproximadamente com 65 funcionários a Euroglass tem atualmente 20% departicipação de mercado em seu segmento e fabrica anualmente 140 milhões deunidades.

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Investimentos

Pesquisa da Febrafarma com 53 empresas de representam quase 80% do segmentoindicou uma intenção de investimento para o ano de 2006 de US$ 962 milhões. Mas,ao contrário do ocorrido no ano anterior, quando cerca de 66% dos investimentos previstos eram para a modernização/ampliação de fábricas, a previsão deste anoindica que o maior investimento será destinado para a área de marketing: US$ 418milhões, ou 43% do total.

Intenção de Investimentos para 2006 (US$ milhões)

Tipo de Investimento US$ milhões Participação Ativo Imobilizado 306,1 31,8% Novos Produtos 77,6 8,1% P & D 129,2 13,4% Marketing 418,2 43,5% Outros 30,7 3,2% Total 961,8 100,0% Fonte: Febrafarma / Itaú Corretora

Apesar de representar apenas 13,4% do orçamento, o montante de investimentos em P&D previstos para 2006 é um dos maiores da história do setor, indicando umaumento da prioridade para este investimento por parte da indústria local.

Distribuidores Existem no Brasil cerca de

1.500 distribuidores de produtos ligados à saúde,

dos quais aproximadamente 100 são

especializados na distribuição de medicamentos.

Existem no Brasil cerca de 1.500 distribuidores de produtos ligados à saúde, dos quais aproximadamente 100 são especializados na distribuição de medicamentos. Estes distribuidores respondem por cerca de 80% dos medicamentos distribuídos noBrasil e abastecem cerca de 94% das mais de 74 mil farmácias e drogariasexistentes.

Os 15 maiores distribuidores respondempor cerca de 55% do total

da distribuição.

Os 15 maiores distribuidores respondem por cerca de 55% do total da distribuição.De acordo com o Conselho Regional de Farmácias, o distribuidor recebe cerca de12% do preço do medicamento.

Os maiores distribuidores de medicamentos no Brasil são: Audfar Comercial Ltda,DB Distribuidora Brasil de Medicamentos Ltda, Distribuidores Especializados eCategorizados, DIMED – Distribuidoras de Medicamentos Ltda, Drogajato, EquipeDistribuidora de Produtos Farmacêuticos Ltda, Farmed , Gam, Intermed, Martis Comércio e Serviços de Distribuição SA, Panarello Ltda, Predimar, Profarma,Reydrogas, Rogê, and Santa Cruz Ltda.

A competitividade crescente no mercado farmacêutico, influenciada principalmentepelo crescimento dos genéricos e pelo controle de preços, tem resultado em uma relação cada vez mais forte entre os produtores de medicamentos e osdistribuidores/farmácias. Os distribuidores tendem a abastecer as farmáciasindependentes enquanto os laboratórios procuram as grandes redes. Alguns distribuidores optaram também por criar seu próprio canal de vendas, como no casoDimed-Panvel.

Não há empresas de capital aberto no Brasil, por enquanto. Mas, apenas a título deinformação, mostramos a seguir como o mercado tem precificado, em termos demúltiplos, as empresas deste segmento.

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Múltiplos de Avaliação para Empresas Internacionais

EV/EBITDA P/L Empresa 2006 2007 2006 2007

CARDINAL HEALTH, INC. 11,3 10,1 20,7 18,0 MCKESSON CORPORATION 8,2 7,6 16,9 15,0 AMERISOURCEBERGEN CORPORATION 10,4 9,3 20,3 18,0 CELESIO AG 9,6 8,7 13,9 12,4 ALLIANCE UNICHEM PLC 11,9 10,7 15,8 14,2 Média 10,3 9,3 17,5 15,5 Fonte: Thomson / Itaú Corretora

Farmácias / Drogarias Em dezembro de 2005

existiam 74.189 farmácias registradas no Brasil, um

número assustadoramente grande.

Segundo o Conselho Federal de Farmácias, em dezembro de 2005 existiam 74.189farmácias registradas no Brasil, um número assustadoramente grande.Considerando a população de 184 milhões de habitantes, estamos analisando umsegmento que apresenta a maior concentração de farmácias/habitante do mundo: 1farmácia para cada 2.480 habitantes

O estado de São Paulo é o que concentra o maior número de farmácias (19.074),seguido por Minas Gerais (8.297), Rio de Janeiro (5.903), Rio Grande do Sul (5.734) e Paraná (4.945). A distribuição por região pode ser observada a seguir.

Distribuição Geográfica das Farmácias Brasileiras

Sul 19%

Centro-Oeste9%

Norte4%

Nordeste21%

Sudeste 47%

Fonte: Conselhor Federal de Farmácia / Itaú Corretora

A maior cadeia de farmácias do país em número de lojas é a Pague Menos, doCeará, com 269 unidades, segundo o ranking da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Em seguida vêm a Pacheco (RJ), com 215 lojas, e a Panvel(RS), com 198 unidades. As drogarias paulistas São Paulo, Drogasil e Droga Raia possuem 184, 163 e 137 unidades, respectivamente

As farmácias têm adotado o formato de drogarias para diminuir sua dependência dosprodutos farmacêuticos e aumentar sua rentabilidade em função da comercialização de produtos ligados a cuidados pessoais, notadamente perfumes e cosméticos.Muitas delas têm criado associações, fato que acaba por criar algumas redesvirtuais.

Segundo a ABRAFARMA, as grandes redes de farmácias/drogarias sãoresponsáveis por pouco mais de 30% das vendas do setor, de forma que asfarmácias independentes respondem pelo restante.

Em faturamento, o ranking nacional é liderado pela São Paulo, Pacheco, PagueMenos, Drogasil e Droga Raia.

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39 Itaú Corretora

Faturamento das Maiores Redes de Farmácia (R$ mil - 2005)

645 658 720 767

1,000 1,150

São Paulo Pacheco PagueMenos

Panvel Drogasil Raia

Fonte: Valor Econômico / Itaú Corretora

As farmácias entraram na mira dos hipermercados, cujas redes de drogariascomeçam a rivalizar em número de lojas com as grandes cadeias especializadas. OWal-Mart, que já tem 96 farmácias nas lojas do Bompreço no Nordeste, abrirá cinco drogarias neste ano na região Sudeste, onde já possui oito em operação. Além disso,o grupo iniciará três projetos - pilotos em Porto Alegre para testar o mercado nas lojas do Sonae, que não possuía farmácias. O grupo passará a ter neste ano uma cadeia considerável de 109 drogarias.

O Pão de Açúcar também conquistou uma presença expressiva neste mercado. Ogrupo abriu em 2001 a sua primeira farmácia em uma loja do Extra em São Paulo. Em apenas cinco anos, a varejista conseguiu ampliar a sua rede para 119 drogarias.

Não há empresas de capital aberto no Brasil, por enquanto. Mas, apenas a título deinformação, mostramos a seguir como o mercado tem precificado, em termos demúltiplos, as empresas deste segmento.

Múltiplos de Avaliação para Empresas Internacionais

EV/EBITDA P/L Empresa 2006 2007 2006 2007

WALGREEN CO 12,8 11,0 24,9 21,5 CVS CORPORATION 8,5 6,9 18,2 15,1 RITE AID CORPORATION 7,8 7,4 64,8 47,4 CAREMARK RX, INC. 11,0 9,3 21,0 18,0 Média 10,0 8,7 32,2 25,5 Fonte: Thomson / Itaú Corretora

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Itaú Corretora 40

CONCLUSÃO

O Brasil ainda representa um forte potencial de

crescimento para a indústria farmacêutica.

Contando com uma população de mais de 180 milhões de habitantes, o Brasil ainda representa um forte potencial de crescimento para a indústria farmacêutica. Primeiroporque ainda apresenta cerca de 50% desta população com deficiências graves deacesso a medicamentos e serviços de saúde. Segundo, porque esta população está envelhecendo e demandará cada vez mais este tipo de produto e/ou serviço.

A despeito disto, o mercado total de medicamentos (em unidades) não temapresentado uma taxa de crescimento diferenciada nos últimos anos. Isto se deve aum ainda baixo poder de compra da população. O destaque fica por conta doaumento da participação de mercado dos laboratórios nacionais, resultado docrescente investimento em pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos.

O mercado de genéricos efitoterápicos têm crescido

muito fortemente nos últimos anos.

O mercado de genéricos e fitoterápicos têm crescido muito fortemente nos últimosanos. Em cinco anos de existência os genéricos já tomaram cerca de 10% domercado, com taxas de crescimento acima de 20%a.a.. E, comparativamente aos mercados mais desenvolvidos, os genéricos ainda tem muito espaço a ocupar. Aexpiração de patentes nos próximos anos e a provável inclusão do segmento do mercado de contraceptivos e hormônios aos genéricos deverão garantir umcrescimento significativo deste mercado nos próximos anos.

Acreditamos que, seguindo a tendência

internacional, este setor deverá passar por um

grande processo de consolidação nos

próximos anos.

Este crescente mercado ainda é bastante pulverizado em todos os seus níveis: produtores, distribuidores e farmácias. Acreditamos que, seguindo a tendênciainternacional, este setor deverá passar por um grande processo de consolidação nospróximos anos. Além disto, o crescimento do mercado e o aumento da concorrênciatem levado os laboratórios nacionais a um maior nível de investimentos em P&D.

Atualmente a única forma de financiamento para este processo resume-se às linhas de financiamento do BNDES. Acreditamos que as grandes empresas do setorpoderão recorrer ao mercado de capitais (como já declarado por alguns agentes)para obter uma nova fonte de recursos para capitanear esse processo.

Trata-se portanto de uma potencial alternativa de

investimentos futura que aliaria forte perspectivasde crescimento com bom

nível de lucratividade.

Trata-se portanto de uma potencial alternativa de investimentos futura que aliariaforte perspectivas de crescimento com bom nível de lucratividade. A partir de agoraestaremos acompanhando o desenvolvimento deste processo e as potenciaisalternativas de investimento.

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41 Itaú Corretora

EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE – ITAÚ CORRETORA DE VALORES S.A. CLASSIFICAÇÕES: DEFINIÇÕES, DISPERSÃO E RELAÇÕES BANCÁRIAS (3)

Classificação Definição Cobertura (1) Relação Bancária (2)

Outperformer (Compra)

Retorno total projetado pela Itaú Corretora 10% maior que a projeção de retorno total da Itaú Corretora para o Índice IBOVESPA

49% 30%

Market Performer (Manutenção)

Retorno total projetado pela Itaú Corretora entre + 10% e -10% que a projeção de retorno total da Itaú Corretora para o Índice IBOVESPA

30% 19%

Underperformer (Venda)

Retorno total projetado pela Itaú Corretora 10% menor que a projeção de retorno total da Itaú Corretora para o Índice IBOVESPA

21% 13%

1. Percentual de empresas no universo de cobertura da Itaú Corretora de Valores

S.A.dentro desta categoria de classificação. 2. Percentual de empresas dentro desta categoria de classificação para as quais foram

prestados serviços de banco de investimentos nos últimos 12 (doze) meses, ou queserão prestados durante os próximos 3 (três) meses.

3. As classificações de COMPRA, MANUTENÇÃO e VENDA de curto prazo refletem o juízodo analista sobre o desempenho da ação em relação ao desempenho do universo decobertura da Itaú Corretora S.A. no curto prazo. Uma recomendação atual de curto prazoserá válida até que o analista altere sua classificação, como resultado de quaisquernotícias ou simplesmente em função de uma alteração na cotação da ação (não existeum horizonte de tempo pré-determinado).

EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS

Item de Divulgação Empresas Mencionadas Código Cotação Recente 1 2 3 4 5 6

Em 25 de julho de 2006 Fonte: Itaú Corretora

1. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas atuaram como administradores ou co-administradores de uma oferta pública paraas empresas analisadas neste relatório nos últimos 12 (doze) meses, pelo qual receberam remuneração.

2. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas mantinham mercado para as empresas analisadas neste relatório na data da divulgação deste relatório.

3. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas atuaram na qualidade de subscritores de títulos emitidos pelas empresas analisadas neste relatório nos últimos 5 (cinco) anos.

4. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas detêm em usufruto, direta ou indiretamente, 1% (um por cento) ou mais de qualquer classe de ações ordinárias emitidas pelas empresas analisadas neste relatório no final do mês anterior a data de divulgação.

5. De acordo com a política de conformidade da Itaú Corretora de Valores S.A., o(s) analista(s) de investimento e quaisquer dos membros de seu núcleo famíliar não detêm posições em títulos emitidos pelas empresas analisadas neste relatório em sua(s) carteira(s) de investimentos pessoal(is) e não estão pessoalmente envolvidos na aquisição, venda ou negociação de tais títulos no mercado. Adicionalmente, o(s) analista(s) de investimento e quaisquer dos membros de seu núcleo famíliar não atuam como administrador, diretor ou membro do conselho consultivo das empresas analisadas neste relatório.

6. Itaú Corretora de Valores S.A. e/ou suas afiliadas receberam remuneração por serviços de banco de investimento prestados às empresas analisadas neste relatório nos últimos 12 (doze) meses, e esperam receber ou pretendem buscar remuneração por serviços de banco de investimento prestados às empresas analisadas neste relatório nos próximos 3 (três) meses.

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24 de julho de 2006 The Cure – Setor Farmacêutico

Itaú Corretora 42

INFORMAÇÕES RELEVANTES E GERAIS DE EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE

1. Este relatório foi elaborado pela Itaú Corretora de Valores S.A., uma subsidiária do Banco Itaú S.A. Este relatório está sendo distribuído (i) nos Estados Unidos da América pela Itaú Securities Inc., uma empresa membro da NASD e SIPC; e (ii) no Reino Unido e na Europa pelo Banco Itaú Europa S.A., Agência de Londres, autorizada pelo Banco de Portugal e regulamentada pela Financial Services Authority para certos tipos de negócios de investimento no Reino Unido. Este relatório tem como único propósito fornecer informações, e não constitui ou deve ser interpretado como uma oferta ou solicitação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócios específica, qualquer que seja a jurisdição. Embora as informações contidas neste relatório sejam consideradas confiáveis na data da divulgação deste relatório e tenham sido obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis, a Itaú Corretora de Valores S.A., Itaú Securities Inc. e o Banco Itaú Europa S.A., Agência de Londres não declaram ou garantem, de forma expressa ou implícita, a integridade, confiabilidade ou exatidão de tais informações. Este relatório não é uma declaração completa ou resumo dos valores mobiliários, mercados ou desdobramentos aqui abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem o atual julgamento do analista de investimento responsável pelo conteúdo do relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. As cotações e disponibilidades dos instrumentos financeiros são meramente indicativas e sujeitas a alterações sem aviso prévio. A Itaú Corretora de Valores S.A. não está obrigada a atualizar, modificar ou corrigir este relatório e informar ao leitor a tais alterações, com exceção do encerramento da cobertura das empresas analisadas neste relatório.

2. O analista de investimento responsável pela elaboração deste relatório garante que as opiniões expressas neste relatório refletem de forma precisa suas visões e opiniões pessoais a respeito de todo e qualquer emitente analisado neste relatório ou seus títulos e foram produzidas com independência e autonomia, incluindo no que se refere a Itaú Corretora de Valores S.A. Uma vez que as opiniões pessoais dos analistas de investimento podem ser divergentes entre si, a Itaú Corretora de Valores S.A. e suas empresas afiliadas podem ter publicado ou vir a publicar outros relatórios que não apresentem uniformidade e/ou que cheguem a diferentes conclusões em relação às informações fornecidas neste relatório.

3. A remuneração do analista de investimento é determinada com base no total de receitas da Itaú Corretora de Valores S.A., uma parcela da qual é gerada através da prestação de serviços de banco de investimento. Assim como todos os funcionários da Itaú Corretora de Valores S.A. e suas empresas afiliadas, a remuneração dos analistas de investimento é influenciada pelo resultado geral desta(s) companhia(s), razão pela qual a remuneração de um analista de investimento pode ser considerada como relacionada indiretamente a este relatório. Entretanto, o analista de investimento responsável pela elaboração deste relatório garante que nenhuma parcela de sua remuneração esteve, está ou estará, direta ou indiretamente, relacionada a quaisquer recomendações ou opiniões específicas contidas neste relatório ou atrelada à precificação de quaisquer dos valores mobiliários emitidos pela Companhia. Adicionalmente, o analista de investimento declara que não mantém vínculo com qualquer pessoa natural que atue no âmbito da Companhia e que não recebe remuneração por serviços prestados ou apresentam relações comerciais com a Companhia, ou pessoa natural ou jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o interesse da Companhia.

4. Os instrumentos financeiros discutidos neste relatório podem não ser adequados para todos os investidores. Este relatório não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer indivíduo em particular. Os investidores devem obter orientação financeira em caráter individual, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento baseada nas informações contidas neste relatório. Caso um instrumento financeiro seja expresso em uma moeda que não a do investidor, uma alteração nas taxas de câmbio podem impactar adversamente o preço ou valor do instrumento financeiro, assim como a rentabilidade obtida com o mesmo, e o leitor deste relatório assume quaisquer riscos de câmbio. A rentabilidade dos instrumentos financeiros pode apresentar variações, e seu preço ou valor podem, direta ou indiretamente, subir ou cair. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros, e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste relatório em relação aos desempenhos futuros. A Itaú Corretora de Valores S.A. se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou de seu conteúdo.

5. Este relatório não pode ser reproduzido ou redistribuído para qualquer outra pessoa, no todo ou em parte, e para qualquer propósito, sem o prévio consentimento por escrito da Itaú Corretora de Valores S.A. Maiores informações relativas aos instrumentos financeiros discutidos neste relatório se encontram disponíveis quando solicitadas.

Observação Adicional aos Investidores nos EUA: A Itaú Securities Inc. aceita a responsabilidade pelo conteúdo deste relatório. Todo e qualquer investidor nos Estados Unidos que receba este relatório e deseje realizar uma transação envolvendo qualquer dos títulos e valores mobiliários discutidos neste relatório deve fazê-lo através da Itaú Securities Inc., localizada na 540 Madison Avenue, 23rd Floor, New York, NY. Favor consultar a Página de Contatos para maiores informações.

Observação Adicional aos Investidores no Reino Unido e na Europa: A Itaú Corretora de Valores S.A., uma subsidiária do Banco Itaú S.A., concedeu autorização ao Banco Itaú Europa S.A. para distribuir este documento através de sua agência de Londres aos investidores que sejam contrapartes e clientes intermediários, de acordo com as normas e regulamentos da FSA. Caso você não se enquadre, ou deixar de se enquadrar, na definição de contraparte ou cliente intermediário, você não deve se basear nas informações contidas neste relatório e deve notificar imediatamente o Banco Itaú Europa S.A., Agência de Londres. As informações contidas neste documento não se aplicam a, e não devem ser utilizadas por, clientes privados.

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RENDA FIXA LOCAL

Rogerio Queiroz - Head

Patricia Cruz Bilezikjian

Mauricio Silveira

COMMODITIES

Alexandre Mariano

Manoel Gimenez

Antonio Paro

MERCADOS DOMÉSTICOS DE DERIVATIVOS DE AÇÕES

Fábio Oliveira M. Monteiro

Celso Azem

Rodrigo Pace

AÇÔES - VENDAS

Alexandre Guedes

Ricardo Schneider

Regina Jordão

AÇÕES - MESA DE OPERAÇÕES

Eduardo Borro

Christian Lemos

Gustavo M. Rosa

Eduardo Guiherme dos Santos

Danuse Corradi

Aureo Eduardo Bernardo

Octavio C. Caruzo

RENDA FIXA INTERNACIONAL E PROJETOS ESTRUTURADOS

Rodrigo Fontes Formoso

Vinicius Pasquarelli

Rogerio Figueiredo

Alex Low - Head

Vendas e Mesa de Operações

AÇÕES - VENDAS

André Luiz Dreicon Vieira

RENDA FIXA INTERNACIONAL E PROJETOS ESTRUTURADOS

Irina Goreva

Salvador Valadares

DIRETOR

Carmo Cal

ANÁLISE DE RENDA FIXA

Ana Esteves

Luis Vaz

María Insausti

Luiz Carlos Cesta, CNPI

Gilberto Pereira de Souza, CNPI

Tomás Awad, CNPI

Vanessa Ferraz, CNPI

Guilherme da Nóbrega -, CNPI Head

Tarsila S. Afanasieff

Paolo Di Sora, CNPI

Fabiano R. dos Santos, FRM, CNPI

Marcos De Callis, CFA, CFP, CNPIPaolo Di Sora, CNPI

Fabiano R. dos Santos, FRM, CNPI

Ricardo Araujo Silva, CNPI

Victor Mizusaki, CNPI

Análise

ROBERTO M. NISHIKAWA CEO - GLOBAL HEAD OF BROKERAGE BUSINESS

A WHOLLY OWNED SUBSIDIARY OF ITAU CORRETORA DE VALORES S.A.ITAU SECURITIES, INC. MEMBER: NASD/SIPC - NEW YORK

U.S. INVESTORS MUST CALL ITAU SECURITIES, INC. IN NEW YORK

PRESIDENTE

Thomas Decoene

AÇÕES - VENDAS

Renato Lobo

Jeffrey Noble

AÇÕES - MESA DE OPERAÇÕES

Andre Teixeira SoaresAlec Cunningham

Valeria Achoa

Augusto C. Castilho

As informações contidas neste documento são consideradas confiáveis, mas a Itaú Corretora de Valores S.A. não garante que elas sejam completas ou precisas. As opiniões e estimativas constituem nosso

julgamento e estão sujeitas a mudança sem aviso prévio. O Banco Itaú S.A. pode deter posições nos títulos mencionados a qualquer momento. Os desempenhos anteriores não garantem resultados futuros. Este

documento não representa uma oferta ou solicitação de compra ou venda de nenhum instrumento financeiro. Este relatório foi elaborado pela Itaú Corretora de Valores S.A. e distribuído nos E.U.A. pela Itaú

Securities, Inc. e a Itaú Securities Inc. assume a responsabilidade correspondente a seu conteúdo. Qualquer pessoa que receber este material nos E.U.A. e desejar realizar transações de qualquer título

discutido neste documento deverá fazê-lo apenas através da Itaú Securities,Inc.Analistas que não são CNPI, apenas fazem parte da equipe técnica e não emitem opiniões pessoais.

Contatos www.itautrade.com.br

Paulo F. Hermanny, PhD ABD - Head

Paulo Eduardo Mateus

Sergio Tamashiro, CNPI

Boanerges Pereira

Julia Chen - Director

Fabio Faraggi

SMALL CAPS

Renata Faber, CNPI

Renato Salomone

Ciro Shoiti Matuo, CNPI

Flavio R. Conde

MERCADOS DOMÉSTICOS DE FUTUROS - ATIVOS FINANCEIROS

Douglas Jacob

Luciana Eugenio

Sandro Nogueira Carotini

Roberto Pacheco Motta

Alan Jacob Eira

Fernando Mormillo Juliano

Rodrigo Mendes

Elias Mota Lima Jr.

DIRETOR DE RENDA FIXA E FUTUROSDIRETOR DE VENDAS

Eduardo Sancovsky

LICENSE PENDING WITH SECURITIES AND FUTURES COMMISSION

Eduardo Sancovsky

DIRETOR DE ANÁLISE E ESTRATEGISTA

PETRÓLEO, PETROQUÍMICA E GÁS

BANCOS, TRANSPORTES E CONSTRUÇÃO CIVIL

ANÁLISE ECONÔMICA

AGRONEGÓCIO

RECURSOS NATURAIS (MINERAÇÃO, SIDERURGIA PAPEL E CELULOSE)

TELECOM, MÍIDIA & TECNOLOGIA

ESTRATÉGIA DE RENDA FIXA

ELÉTRICO E SANEAMENTO

CRÉDITO DE RENDA FIXA

ESTRATÉGIA PARA PESSOA FÍSICA

RENDA FIXA INTERNACIONAL E PROJETOS ESTRUTURADOS