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Reconduzido ao cargo de ministro da Saúde, Arthur Chioro deixou claro que vai trabalhar com quatro missões prioritárias: ampliar o Mais Médicos, modernizar a máquina administrativa, fortalecer o Sistema Nacional de Saúde e investir pesado em ações preventivas. A primeira missão já começou a ser executada, com a inclusão de mais 424 municípios que serão atendidos pelo programa Mais Médicos.

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Leitor

Arthur Chioro foi confirmado pela presidenta Dilma Rousseff para mais uma gestão no Ministério da Saúde. Sua experiência profissional legitima a sua permanência no car-go: médico sanitarista, doutor em Saúde Coletiva, professor universitário, pesquisador nas áreas de gestão e planeja-mento em saúde, ex-secretário de Saúde de São Vicente e de São Bernardo do Campo (SP) e ex-diretor do Departa-mento de Atenção Especializada do Ministério.

Chioro conhece bem os desafios da saúde pública bra-sileira e o caminho para enfrentá-los. Para ele, não existe outra forma de enfrentamento dos problemas estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS) se não for por meio do forta-lecimento das relações interfederativas, com ênfase no pla-nejamento regional de saúde e no monitoramento bipartite de metas e resultados.

Ele defende a criação de uma contribuição para finan-ciar o setor, que compensaria o fim da Contribuição Provi-sória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mas ressalta que a questão deve ser amplamente debatida pela socieda-de brasileira por meio de seus representantes no Congresso nacional. “O debate é sobre a sustentabilidade do sistema de saúde, pois cada vez custa mais um serviço universal e integral”.

Em sua nova gestão, Arthur Chioro vai priorizar a am-plição do programa Mais Médicos, modernizar a máquina administrativa, fortalecer o Sistema Nacional de Saúde e investir na prevenção, e uma determinação: deixar de ser o ministro da doença para ser de fato o ministro da saúde.

A primeira missão já começou a ser executada. Poucos dias após sua recondução ao cargo, ele anunciou que o Ministério vai levar o Mais Médicos para mais 424 cidades brasileiras e continuará investindo na ampliação da assis-tência farmacêutica no país.

&EstadosMunicípios

O Editor

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Sua revista de gestão, política e empreendedorismo

Desafios da Saúde

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CAPAReconduzido ao cargo de ministro da Saúde, Arthur Chioro

deixou claro que vai trabalhar com quatro missões prioritárias: ampliar o Mais Médicos, modernizar a máquina administrativa, fortalecer o Sistema Nacional de Saúde e investir pesado em ações preventivas. A primeira missão já começou a ser executada, com a inclusão de mais 424 municípios que serão atendidos pelo programa Mais Médicos.

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

42 | MÍDIA Pedro Abelha

56 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante

índiceEdição 257 - Janeiro / 2015

colu

nas

10 PolíticaSecretaria de Políticas para as Mulheres 10De olho nas doações a partidos políticos 11Reforma política volta à pauta em 2015 12Maria Quitéria é reeleita para a presidência da UPB 14Dilma pede austeridade e combate à corrupção 16

18 Informe PublicitárioCaraguatatuba, o novo destino para investimentos em turismo de eventos 18

22 EstadosReceita com royalties despenca no Rio 22Sergipe prioriza a modernização do estado 23Tião Viana propõe projetos inovadores para o Acre 24Roraima decreta contenção de gastos 26

28 MunicípiosCrateús é reconhecida por seus programas sociais 28Primeiro FPM do ano é de R$ 2 bilhões 29Preço justo para a produção extrativista 30Liquidação de despesa automatizada em Pinhais 31

34 CidadaniaMais atenção aos Jovens em conflito com a lei 34

35 InvestimentoInvestimento socioambiental na região de Angra 3 35

36 Direitos HumanosGoverno quer liberar lista de trabalho escravo 36

38 EconomiaAgronegócio fecha 2014 com superávit 38Ajustes para retomar o crescimento 39

40 Câmaras e AssembléiasNovas regras para a saúde pública em Mato Grosso 40Austeridade e transparência na Câmara de Curitiba 41

44 Meio AmbienteEstradas aumentaram desmatamento em Rondônia 44

46 EducaçãoBRASIL Pátria Educadora 46

47 InfraestruturaMais segurança nas rodovias do RN 47

49 NegóciosAgricultores investem no turismo rural 49

50 SaúdeAmapá lidera ranking de chikungunya no Brasil 50

51 InovaçãoRobôs automatizam a lavoura 51

52 TurismoFriozinho no agreste pernambucano 52

58 ArtigoÉ preciso reforçar a educação financeira 58

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Ministro quer novas práticas de gestão na saúde pública

Como já era esperado, Ar-thur Chioro foi confirmado pela presidenta Dilma Rousseff para mais uma gestão à frente do Ministério da Saúde. Sua ex-periência profissional legitima a sua permanência no cargo: mé-dico sanitarista, doutor em Saúde Coletiva, professor universitário, pesquisador nas áreas de gestão e planejamento em saúde, ex-secre-tário de Saúde de São Vicente e de São Bernardo do Campo (SP).

Antes de assumir o coman-do do Ministério, ele atuou como Diretor do Departamento de Atenção Especializada, onde co-ordenou projetos inovadores para o Sistema Único de Saúde (SUS), como a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgên-cia (Samu 192) e a reorganização da rede de alta complexidade em saúde, com a elaboração de

Deixar de ser o ministro da doença para ser de fato o ministro da saúde

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políticas para Atenção ao Doente Renal, Doenças Cardiovasculares e Neurológicas.

Chioro assume com quatro missões prioritárias: ampliar o Mais Médicos, modernizar a má-quina administrativa, fortalecer o Sistema Nacional de Saúde e investir na prevenção, e uma de-terminação: deixar de ser o mi-nistro da doença para ser de fato o ministro da saúde. “Por isso a prevenção deve ser prioritária”.

Arthur Chioro conhece bem os desafios da saúde pública brasi-leira e o caminho para enfrentá-los. “Não existe outra forma de enfrenta-mento dos problemas estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS) se não for por meio do fortalecimento das relações interfederativas”.

Para tanto, é neces-sário qualificar e introduzir novas práticas de ges-tão, para reforçar as ações coope-rativas e avan-çar, ainda mais, no processo de descen t ra l iza -ção, com ênfase na formatação de redes regionais e estaduais de aten-ção básica.

Segundo o ministro, é fun-damental que se tenha esta-dos fortes, com maior capacida-de de prover coo-

peração técnica e financeira e de coordenar os sistemas regionais de saúde com ênfase no planejamento regional de saúde e no monitoramen-to bipartite de metas e resultados.

Sustentabilidade

Arthur Chioro também de-fende a criação de uma contri-buição para financiar o setor, que compensaria o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Fi-nanceira (CPMF), diante da dificul-dade econômica atual: “É o cami-nho para garantir a sustentabilidade do sistema integral e universal, que cada vez custa mais caro.”

Para o ministro da Saúde, a criação de uma nova contribuição para a saúde é um debate que a sociedade brasileira e o Congres-so Nacional têm de fazer, já que todos os países do mundo estão se deparando com esse desafio.

Hoje o grande desafio que a gente tem não é apenas dizer para a sociedade que ela tem de pagar mais ou contribuir mais. Temos de dar garantia para a sociedade que estamos gastando da melhor for-ma possível, mais eficiente, mais transparente. “O debate é sobre a sustentabilidade do sistema de saúde. Cada vez custa mais um serviço universal e integral”.

Quanto ao Mais Médicos, que gerou polêmica no passado, com a contratação de médicos

estrangeiros, anuncia a ex-pansão para municípios

que não participaram da primeira fase, a incorporação de pro-fissionais que partici-pam do Provab e a residência médica no SUS.

Segundo o mi-nistro, até o final do

primeiro trimestre o Ministério conclui-rá a formatação do Mais Especialidades – novo programa que será lançado pelo Governo Fe-deral para suprir a carência de trata-

mentos e acompa-nhamento médico

A sociedade precisa debater a possibilidade de uma nova contribuição para a saúde

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especializado. “Temos um con-tingente de especialistas nas redes pública e privada de saúde, afir-ma, ressaltando que a formação médica brasileira é essencialmen-te voltada para especialidades.

Mais Médicos

Poucos dias após sua re-condução ao cargo, o minis-tro anunciou que vai ampliar o Mais Médicos em até 1.500 municípios interessados em se-rem atendidos pelo programa. As novas vagas compreendem os municípios que já participam e 424 novas cidades que ainda não estavam no projeto. Com a ampliação, até 4.209 cidades brasileiras receberão médicos do Mais Médicos.

Com o novo edital, os médi-cos brasileiros interessados terão três oportunidades de escolher a cidade em que irão atuar - antes

das novas regras era apenas uma chance. Na inscrição, cada médi-co deverá optar por até quatro ci-dades. Os candidatos concorrem somente com aqueles que opta-rem pelos mesmos municípios e o que não conseguir alocação terá acesso às vagas remanescentes.

Outra novidade é que os can-didatos brasileiros poderão escolher entre os benefícios do Mais Médi-cos ou 10% nas provas de residên-cia do País. Caso todas as vagas não sejam preenchidas, o edital será aberto aos brasileiros que se forma-ram no exterior e, em seguida, aos profissionais estrangeiros.

Transplantes

Até 2016, os pacientes que precisam de um transplante de medula óssea poderão contar com um número maior de leitos para a realização do procedimen-to. A expectativa do Ministério

da Saúde é triplicar os existentes, passando de 88 para 250.

O objetivo é ampliar a capa-cidade de realização de transplan-te de medula óssea não aparenta-do (alogênico) no país. A pasta vai investir R$ 240 mil para abertura de cada novo leito ou ampliação dos já existentes, destinados a transplantes entre doadores e re-ceptores sem ligação familiar.

O recurso garante ainda a criação e a melhoria da qualifica-ção da equipe de atendimento, a aquisição de equipamentos e ma-teriais, além de permitir a reforma e/ou construção dos Centros de Transplantes, que hoje somam 27 unidades. Em 2003, eram apenas quatro serviços.

Referência

Referência mundial no cam-po dos transplantes, o Brasil rea-liza 95% dos procedimentos no

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que não são parentes. Entre 2003 e 2013, o Ministério da Saúde fi-nanciou 29 pesquisas nessa área, totalizando um investimento de R$ 4,4 milhões.

Assistência farmacêutica

Para melhorar o acesso aos medicamentos ofertados pelo SUS, o Ministério da Saúde qua-driplicou os recursos destina-dos para o setor nos últimos dez anos, passando de R$ 3 bilhões em 2003 para R$ 12,4 bilhões em 2014. Esse investimento permitiu a ampliação e elaboração de es-tratégias que estão garantindo o crescimento da assistência farma-cêutica no país.

Desde 2011, só com a distri-buição gratuita de medicamentos, mais de 28 milhões de pessoas já foram beneficiadas. Nos últimos três anos, o Ministério da Saúde investiu R$ 5,7 bilhões no Pro-

grama. Do total de recursos, R$ 3,8 bilhões foram destinados para compra de medicamentos para hi-pertensão, diabetes e asma.

Um exemplo disso é o Pro-grama Farmácia Popular, que tem gerado interesse de outros países. Com o programa, o Ministério da Saúde tem firmado convênios com mais de 32 mil farmácias pri-vadas, que disponibilizam remé-dios gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, e oferecem redu-ção de 90% do preço para medi-camentos para Parkinson, glauco-ma e outras enfermidades

Outra medida importante é a incorporação de medicamentos para garantir assistência e acesso para os pacientes que dependem do SUS. Desde 2012, o Ministério da Saúde incluiu 114 novos me-dicamentos e procedimentos no SUS, o que equivale a quase três vezes a média anual de incorpora-ções feitas nos últimos anos.

Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se do maior sistema públi-co de transplantes do mundo. Em 2013, foram realizados 23.457 transplantes pelo SUS, sendo 2.113 de medula óssea, dos quais 1.059 foram autólogos e 672 alo-gênicos, sendo que 270 foram não aparentados. As leucemias agudas são as principais causas de trans-plantes no Brasil e no mundo.

De acordo com o ministro Arthur Chioro, o Brasil ampliou o número de potenciais doadores de medula óssea nos últimos anos. Em 2003, eram 300 mil. Hoje, são mais de 3,5 milhões de pessoas inscritas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Re-dome).

No Brasil, 78 hospitais ofe-recem transplante de medula do tipo autólogo (quando o paciente é seu próprio doador), e 27 unida-des são credenciadas para trans-plantes alogênicos, entre pessoas

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Reconduzida ao cargo de ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres,

Eleonora Menicucci já elegeu os principais desafios de sua área no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff: a consolidação da política de gestão transversal, a ampliação do espaço de parti-cipação democrática e o fim da violência gerada pela intolerância e pelo preconceito.

“Fizemos muito, mas é por isso que temos mais desafios. Porque só tem desafio quem faz”, disse. A ministra também pro-meteu entregar este ano casas da Mulher Brasileira em 12 ca-pitais. Cada unidade contará com instru-mentos como dele-gacias especializadas de atendimento à mu-lher, juizados e varas, defensorias e promo-torias, além de brin-quedoteca e espaço de convivência.

Entre as priorida-des, a ministra elencou a incorporação cres-cente da dimensão de

gênero e raça nos processos de pla-nejamento e alocação de recursos nos programas governamentais.

Ela ressaltou a importân-cia da igualdade de gênero e de melhorias nas condições de vida da mulher brasileira, enfatizando que o tema faz parte da nova mar-ca do Governo Federal.

“‘A Pátria Educadora' não pode e nem deve ser pensada apenas no âmbito da educação

Os desafios da Secretaria de Políticas para as Mulheres

formal. É aquela que abre opor-tunidades para a construção da cidadania sem discriminação. É aquela que não convive com a violência contra nenhuma pes-soa, e mais que isto, que dialoga e promove as mulheres ao pata-mar de igualdade de gênero com os mesmos direitos. É esta Pátria que estamos construindo coleti-vamente.”

Coragem

A gestão de Eleonora Meni-cucci durante o primeiro man-dato da presidenta Dilma foi marcada pelo fortalecimento institucional e pela participação social, que resultaram em pro-gramas e políticas que garanti-ram uma mudança social positiva para as mulheres brasileiras.

Ela afirmou que a produção de dados desagregados por sexo e raça, bem como de indicadores sensíveis ao gênero e à questão ra-cial são essenciais para subsidiar a elaboração de políticas públicas.

“Na minha pasta é preciso ter coragem para atuar e criar estruturas para romper precon-ceitos, combater a intolerância que gera tanta violência”, des-tacou a ministra.

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A Justiça Eleitoral está de olho nas doações recebidas por parti-dos políticos. Depois de fechar brechas que permitiam a ocorrên-cia de doações ocultas de recur-sos de campanha, sem identifica-ção dos financiadores, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu acabar com o sigilo bancário das movimentações dos partidos, a fim de ampliar a fiscalização so-bre os recursos recebidos também em períodos não eleitorais.

A mudança consta de resolu-ção publicada pelo TSE no dia 30 de dezembro passado. De acor-do com o texto, os partidos serão obrigados a ter três contas bancá-rias distintas: uma para movimen-tações do Fundo Partidário, uma para doações de campanha e uma para outros recursos.

A conta para doações de campanha concentrará todos os recursos usados em eleições, mesmo os recebidos em anos não eleitorais. Os bancos serão obri-gados a enviar extratos dessas contas à Justiça Eleitoral a cada 30 dias, com a identificação de todos os autores de depósitos.

Outra novidade importante é a implantação da contabilidade digital para os partidos. As pres-tações de contas que as legendas apresentarão até 30 de abril deste ano, ainda referentes a 2014, se-rão as últimas em papel.

Fiscalização

A partir de 2016, todas as prestações de contas dos diretó-rios nacionais deverão ser feitas em formato eletrônico. A regra valerá para os diretórios estaduais e municipais a partir de 2017 e 2018, respectivamente.

A resolução também regula-menta as doações a partidos rea-

De olho nas doações a partidos políticos

lizadas pela internet por pessoas físicas e jurídicas. As transações poderão ser feitas com cartão de crédito ou débito, com a identifica-ção dos doadores por nome, além de número de CPF ou de CNPJ.

Pelas normas vigentes até o fim de 2014, os partidos somente apresentavam à Justiça Eleitoral um demonstrativo contábil em suas prestações anuais de con-tas. Não havia como saber se os dados de fato correspondiam à movimentação das contas, a não ser com a abertura de auditorias especiais, motivadas por indícios de irregularidades ou denúncias.

Segundo o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, as medidas permitirão o acompanhamento online, pelos eleitores, de todas as movimentações dos partidos.

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Uma das principais de-mandas nas manifesta-ções sociais de 2013, a

reforma política também é pro-messa da presidente Dilma Rous-seff para o novo mandato, além de ser considerada prioridade pelos líderes partidários.

“A reforma política terá de ser apreciada de qualquer forma em 2015, não há como evitarmos o debate desse tema”, destaca o líder do PMDB, deputado Eduar-do Cunha (RJ). Entre outros pon-tos, ele considera essencial definir temas como financiamento de campanha e modelo de eleição.

A reforma política vem sen-do discutida pela Casa há cerca de 20 anos em várias instâncias.

A expectativa é que agora se che-gue a um consenso que permita sua votação. Uma proposta é de iniciativa popular e tem sido cha-mada de Eleições Limpas. Ela já foi assinada por mais de 100 de-putados.

Financiamento

Elaborada por diversas enti-dades da sociedade civil, como a Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o texto impede empresas de finan-ciarem campanhas eleitorais, au-torizando apenas pessoas físicas a fazerem doações de até R$ 700 aos candidatos. Além disso, o tex-

Reforma política volta à pauta em 2015

to criminaliza a prática de caixa dois eleitoral, com punição de até oito anos de detenção.

Para o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), acabar com o financiamento privado de cam-panha é essencial. Porém, ele acredita que uma proposta nesse sentido só será aprovada com a pressão da sociedade civil.

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Fim da reeleição para presidente, governador e prefeito

Voto distrital

O líder do PSDB, deputado Antonio Imbassay (BA), também defende a redução da influên-cia do poder econômico no voto. “Que a campanha seja mais bara-ta, baseada em projetos, e não em marketing”, disse.

Outro ponto defendido pelo PSDB é o voto distrital, em que estados e municípios são divididos em regiões, chamadas distritos. Cada distrito escolhe seu candida-to a deputado pelo sistema majo-ritário – vence quem ganhar mais votos. “Com esse voto, o eleitor se aproxima mais do representante e pode acompanhar o seu desempe-nho”, observa.

O voto distrital misto consta em outra proposta de reforma po-lítica (PEC 10/95) em tramitação na Casa, formulada pela Comissão Especial da Reforma Política, cujo relator foi o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

No voto distrital misto, uma parte dos candidatos é escolhida de acordo com o voto distrital puro, e outra parte dos deputados é eleita de acordo com o sistema proporcional, que é o utilizado hoje. A proposta chegou a entrar na pauta do Plenário algumas ve-zes, mas não foi votada por falta de acordo.

Em seu parecer, Fontana também propõe, entre outros pontos, o financiamento público exclusivo de campanhas, o fim das coligações para eleições pro-porcionais – ou seja, “casamentos temporários” feitos entre os par-tidos às vésperas da eleição –; e

a simplificação do processo de apresentação dos projetos de ini-ciativa popular.

Reeleição

Outra proposta ampla de reforma política é a PEC 352/13. Com 16 pontos, ela foi elabora-da pelo Grupo de Trabalho (GT) de Reforma Política, coordenado pelo deputado Cândido Vacca-rezza (PT-SP).

Em análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cida-dania, a proposta prevê o voto facultativo, o fim da reeleição para presidente, governador e prefeitos e a coincidência das datas das eleições a cada quatro anos. A proposta estabelece um sistema misto - público e privado - para o financiamento das cam-panhas.

Este assunto também está pendente de decisão do Supre-mo Tribunal Federal, que analisa uma ação de inconstitucionali-dade contra o atual sistema pri-vado de financiamento

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Com 257 votos (78% dos votos válidos), a prefeita de Cardeal da Silva, Ma-

ria Quitéria (PSB), foi reeleita para mais um mandato na presi-dência da União dos Municípios da Bahia (UPB). Aclamada pelos gestores públicos, Quitéria falou da trajetória que a levou ao posto e ressaltou que a chapa “Unidos pelo Municipalismo” reflete a mo-bilização dos associados em torno de uma ideia e não de uma pessoa.

“A reeleição partiu de um pedido dos próprios colegas, que entenderam que nosso trabalho representa bem cada prefeito e prefeita da Bahia. E, graças a esse trabalho, saímos vitoriosos”, afir-mou, reiterando que sem partici-

pação popular a democracia não se completa;

Em seu primeiro mandato, Maria Quitéria inaugurou as no-vas instalações da instituição, que agora ocupa uma área construída de quase 2 mil metros quadrados e consolida um novo modelo de atendimento aos municipalistas.

A arrojada estrutura da nova UPB está preparada para cobrir as demandas dos gestores públicos nas áreas administrativa, social e política, além de ofertar novos serviços aos prefeitos.

Avanço “Avançamos com os servi-

ços de atendimentos ao longo

Maria Quitéria é reeleita para a presidência da UPB

desses dois últimos anos, mas não resta dúvida de que a nova UPB representa um grande salto da qualidade dos atendimentos aos gestores, com amplas salas, equipamentos informatizados e funcionários mais preparados”, avalia a presidente reeleita.

Além dos serviços jurídicos, engenharia e arquitetura, desen-volvimento social, comunicação, captação de recursos, capaci-tação e eventos, entre outros, a UPB tem ainda novas salas de vi-tal importância para o bom fun-cionamento dos atendimentos a todos os municipalistas.

“Cumprimos o compromisso de construir e colocar essa UPB em funcionamento, ampliamos

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“O projeto de mudança e renovação continua”

os investimentos com mais ser-viços e obras”, afirmou Quitéria.

Continuidade

Fortalecida pela reeleição, Maria Quitéria pretende intensificar a luta para ampliar os repasses do FPM às prefeituras, além de buscar recursos para implantar política de saneamento básico nos municípios. “O projeto de mudança e renova-ção continua”, garantiu.

A nova diretoria também defende a criação de um Con-selho Consultivo formado por presidentes de consórcios e as-sociações regionais, como forma de ampliar a representatividade na entidade.

Além da presidente elei-ta, a chapa vitoriosa é composta pelos prefeitos de Ruy Barbosa, José Bonifácio Dourado (vice pre-sidente institucional), de Barra do Choça, Oberdan Rocha Dias (vice presidente administrativo); de Mutuipe, Luis Carlos Cardoso (1º secretário); de Coribe, Mano-el Azevedo Rocha (2º secretário); de Teixeira de Freitas, João Bosco Bittencourt (1º tesoureiro), e de Juazeiro, Isaac Cavalcante de Car-valho (2º tesoureiro).

Força A força política da UPB tam-

bém pôde ser constatada ao longo de todo o processo eleitoral, pela movimentação de prefeitos, parla-mentares e lideranças políticas nas proximidades da sede da entidade.

“Aqui não existe perdedor, pois todos nós defendemos um municipalismo forte. Queremos a defesa constante em prol dos nossos municípios, sobretudo dos

menores e mais carentes”, ressal-tou o vice presidente institucional.

Derrotado na disputa com Maria Quitéria, o prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado, desejou sucesso à nova diretoria e afirmou que continuará contribuindo para o fortalecimento da UPB como en-tidade representativa do municipa-lismo baiano.

Maria Quitéria afirmou que não medirá esforços para superar os obstáculos e a resistência à luta mu-nicipalista. Ela garantiu que sempre lutará pela defesa dos municípios sem arrogância, porém, sem subme-ter-se a qualquer interesse que não favoreça os municípios.

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A residência oficial da Gran-ja do Torto foi palco da primeira reunião ministerial do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. Ela pediu austeridade nos gastos e ações para combater a corrupção no governo. “Todos vocês devem atuar sempre orien-tados pelo compromisso com a correção e a lisura. Espero que enfrentem com firmeza todo e qualquer indício de mau uso do dinheiro público nas áreas sob seu comando.”

Com o corte de orçamento dos ministérios, a recomenda-ção da presidenta é que, mesmo com menos recursos, os ministros

Dilma pede austeridade e combate à corrupção

deem andamento aos projetos de suas pastas. “As restrições exigirão mais eficiência nos gastos, tarefa que – estou certa – todos executa-rão com excelência. Vamos fazer mais gastando menos”, disse.

A presidenta informou que enviará ao Congresso Nacional no próximo mês propostas para aper-feiçoar o processo de combate à corrupção, conforme promessa de campanha, “Defendemos um pacto nacional contra a corrupção que envolve todas as esferas de governo, de poder, tanto no am-biente público como no privado. Seremos implacáveis no combate aos corruptores e aos corruptos.”

Dilma Rousseff acrescentou que o governo estimulará o deba-te sobre a reforma política ainda no primeiro semestre deste ano. Ela recomendou que os ministros reajam a boatos e levem a posi-ção do governo à opinião públi-ca. “Sejam claros e precisos e se façam entender. Não podemos deixar dúvidas”, ressaltou.

“Vamos fazer mais gastando menos”

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Continuidade

Dilma pediu aos ministros que trabalhem para dar sequên-cia ao projeto político implantado desde seu primeiro mandato. Para ela, o governo deverá ser, ao mes-mo tempo, de continuidade e mu-danças.

“Nossa tarefa será manter o projeto de desenvolvimento inicia-do em 2003, mas dar continuida-de com avanços, com mudanças que darão mais consistência e ve-locidade a esse projeto”. Ela tam-bém recomendou que os ministros aperfeiçoem o diálogo com Con-gresso, prefeitos e governadores e com movimentos sociais

A presidenta revelou que a falta de chuvas no país reflete-se

nos preços da energia em todo o Brasil e na oferta de água, es-pecialmente na Região Sudeste. Segundo ela, o governo federal apoiou e continuará apoiando de todas as formas, inclusive com “vultosos investimentos”, as deman-das dos governos estaduais, que são responsáveis diretamente pelo siste-ma de abastecimento de água.

Portas fechadas

A reunião foi fechada à im-prensa. Nenhum ministro ou porta-voz do governo falou com a imprensa sobre os assuntos trata-dos no encontro. Todos os 39 mi-nistros participaram da reunião.

O discurso inicial da presi-denta foi transmitido pela NBR,

canal de TV institucional. Em sua fala, Dilma pediu aos ministros austeridade nos gastos e ações para combater a corrupção no governo. Ela disse que o governo está prepa-rando uma reformapara unificar a cobrança do Programa de Integra-ção Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Segurida-de Social (Cofins).

Também foram anunciados a ampliação do programa de con-cessões de rodovias, portos e ae-roportos e o lançamento de um programa de desburocratização das ações do governo. Além dos ministros, estiveram presentes no encontro o assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Gar-cia, e o chefe de gabinete de Dil-ma, Beto Vasconcelos.

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Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo, vive um novo momento de transformação, com os investimentos em infraestrutu-ra realizados no município e na Região Metropolitana. Caraguá, como é carinhosamente chamada por moradores e visitantes, reú-ne, além das belas praias e Mata Atlântica preservada, infraestru-tura preparada para o turismo de eventos, um dos segmentos que mais crescem no Brasil.

Sua localização é privilegia-da. Porta de entrada para o Litoral Norte, Caraguá fica a 186 km da

capital paulista, a 397 km do Rio de Janeiro e a 70 km de São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

A cidade pode ser acessada pelas principais rodovias do país, como a Via Dutra, Ayrton Senna, Dom Pedro, Tamoios e Rio San-tos. E também pelos aeroportos de Guarulhos, São Paulo, Cam-pinas e de São José dos Campos, com ligação direta com a Rodovia dos Tamoios, que foi duplicada. E em breve, também pelo moderno aeroporto privado do Brasil, em Caçapava, o CEA - Centro Empre-sarial Aero Espacial.

Caraguatatuba, o novo destino para investimentos em turismo de eventos

Caraguatatuba vive um novo momento de transformação

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Maior estrutura fi xa da América do Sul para eventos a beira-mar

Com as facilidades de acesso à Caraguatatuba, os empresários e investidores têm mais um motivo para promover feiras, exposições, shows e convenções na cidade. Desde dezembro de 2014, está em operação o novo e moderno Cen-tro de Eventos do Litoral Norte, na praia do Porto Novo, região sul do município.

Estrutura

O local possui a maior estru-tura fixa do litoral da América do Sul, disponível para eventos à bei-ra-mar, tendo em vista que muitos municípios do Brasil e do exterior apostam nas grandes festas com equipamentos desmontáveis.

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Com aproximadamente 40 mil m² entre o empreendimento e seu entorno, o Centro de Even-tos tem 10 mil m² de área de pista para a plateia, com capaci-dade para 18 mil espectadores, e 18 mil m² de área, que reúne palco, backstage e depósito. O restante foi contemplado com calçadão, canteiro central e es-tacionamento.

As obras começaram em se-tembro de 2013 e o caminho para chegar até o Centro de Eventos é privilegiado. Os motoristas per-correm a orla pela Avenida das Praias do Sul, que passou por duplicação, urbanização e conta com iluminação especial, rotató-rias e ciclovia.

No verão, os shows com ar-tistas de renome nacional, que alegram moradores e turistas, já foram realizados no novo espaço. Na estrutura, há palco concha, com 25 metros de boca de cena, 20 metros de profundidade, 12,5 metros de altura e transformador fixo de 300 kWh. O que signifi-ca muito mais espaço e segurança para apresentações artísticas.

Já passaram pelo local, Zezé Di Camargo e Luciano, Luan Santana, Michel Teló, Péri-cles, Arlindo Cruz, Anitta, entre outros. Os três grandes camarins receberam mobiliário de alto pa-drão e instalações completas. As apresentações tiveram entrada gratuita para pista.

Toda infraestrutura foi soma-da à já existente no local. Além de ruas e avenidas pavimentadas e iluminadas pelo governo muni-cipal, existem mais de 5 mil leitos disponíveis nas Colônias de Fé-rias, que podem atender a deman-da de eventos, feiras de negócios e outras atividades, principalmente na baixa temporada.

Espaço, segurança e qualidade para eventos e apresentações artísticas

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Teatro Mario Covas

O Espaço Educacional e Cultural “Governador Mario Co-vas”, localizado no bairro Indaiá, é também ponto de encontro para grandes eventos e atrações. Já foram realizados seminários, workshops, audiências públicas, reuniões abertas, feiras, exposi-ções, entre outros.

Em dezembro de 2014, o Te-atro Mario Covas completou 10 anos. Nesse período, mais de 400 mil pessoas prestigiaram 1.131 espetáculos, entre peças teatrais, dança, música, shows e exposi-ções. Além de receber artistas re-nomados do Brasil e do exterior, o TMC contemplou produções locais para valorizar os artistas de Caraguá.

A página do Teatro Mario Covas no Facebook é: www.face-book.com/teatromariocovas.

O que vem por aí

As áreas destinadas a even-tos no eixo Rio–São Paulo são ainda as mais procuradas pe-los empresários e promotores. As estruturas modernas, tanto do Centro de Eventos do Lito-ral Norte quanto do Teatro Ma-rio Covas, proporcionam novas perspectivas para os investido-res, que podem vir ao municí-pio de várias maneiras.

A modernização dos acessos viários ao Litoral Norte e também entre as cidades dessa região be-neficia cada vez mais turistas, veranistas e também os morado-

res. Prova disso foi a duplicação da Rodovia dos Tamoios, que au-mentou a capacidade de tráfego diário de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, até Caragua-tatuba.

Em breve estarão finalizadas as obras dos Contornos Viários, integrantes da Nova Tamoios. O Contorno Norte compreende 6,2 km de extensão até o bairro Martim de Sá, onde os motoris-tas poderão trafegar pela Rodovia Rio-Santos sentido Ubatuba. Já o Contorno Sul cria uma alternati-va à Rio-Santos, de Caraguá até o Porto de São Sebastião.

Na Rio-Santos, entre Paraty (RJ) e São Sebastião, o Governo do

Estado fará a duplicação em toda a extensão. A previsão é de que os trabalhos se iniciem em 2016, para que, em 2017, o trecho que liga Caraguá a Ubatuba esteja pronto, inclusive com a implantação de ro-tatórias e melhorias na sinalização.

Agende uma visita

Empresários e investidores po-dem participar da inauguração do Centro de Eventos do Litoral Norte, que será em abril, durante as co-memorações do aniversário da ci-dade. Ou se preferirem, entrem em contato com a secretaria de Turis-mo e agendem uma visita. Telefo-ne: (12) 3897-7910.

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A desaceleração de negócios da Petrobrás e a queda acentuada da cotação internacional do barril de petróleo podem gerar perdas de arrecadação entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões para o País em 2015.

O volume se refere às recei-tas decorrentes de royalties e par-ticipações especiais pagas pelas petroleiras, de acordo com o vo-lume de produção e as cotações do mercado internacional. Nos municípios cariocas, a estimativa é de perda de até 65%.

O Rio, que concentra a maior parte da indústria, estima perdas de R$ 2,2 bilhões. Já para os municípios, a situação é mais grave: a queda das receitas, entre 30% e 65%, segundo cálculos do governo do Rio.

Para piorar ainda mais a situ-ação, os municípios não aprovei-taram o período de bonança para poupar e fazer caixa. “Em tese, o

certo era os royalties serem uma poupança para os municípios sacarem em momentos difíceis, como agora, quando já sentem graves complicações”, analisa o professor e pesquisador do Insti-tuto Brasileiro de Economia (Ibre), José Roberto Afonso.

Revisão

Prefeitos das cidades da re-gião Norte do Rio, que concen-tram as empresas fornecedoras e de serviços vinculadas ao setor de óleo e gás, já refazem as contas, contratos e projetos para 2015. Movimento fraco no comércio, rescisão de contratos de fornece-dores das prefeituras, aumento de impostos, empréstimos e a volta do temor do desemprego são os primeiros sinais da desaceleração econômica da região.

Receita com royalties despenca no Rio

Em Macaé, base de apoio lo-gístico da Petrobrás que sofre com a retração e atrasos de pagamen-tos de fornecedoras de serviços, o prefeito dr. Aluízio (PV) decretou redução de 10% dos salários co-missionados - incluindo o próprio pagamento e do secretariado. Em Campos, outro pólo de empresas associadas à economia do setor, o corte nos contratos da prefeitura atinge 25% em todas as áreas.

Além do corte, está prevista uma reforma administrativa. Co-merciantes e empresários também foram surpreendidos com reajuste de mais de 30% na taxa de ilumi-nação pública e a do valor venal dos imóveis que incide sobre o IPTU. Segundo o secretário de pe-tróleo da cidade, Marcelo Neves, as medidas são “um esforço de ar-recadação e uma pequena atuali-zação do valor dos imóveis”

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O governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), anun-ciou que uma das prioridades do seu segundo mandato será a im-plantação da reforma de moder-nização do estado, formulada por sua equipe de governo e aprovada pelos deputados estaduais no final do ano passado.

Para ele, a concretização deste projeto é importante para viabilizar recursos para investimentos em áre-as primordiais, como saúde, segu-rança pública e educação.

O carro chefe da reforma é o combate ao déficit previdenci-ário, que tem aumentado gradati-vamente nos últimos anos. Segun-do o governador, os gastos com a Previdência saltaram de R$ 514 milhões em 2008 para mais de R$ 1,45 bilhão em 2014.

“Todos os meses, o estado tem que colocar cerca de R$ 62 milhões, o que significa que anu-almente são retirados quase R$ 750 milhões do Tesouro do estado para cobrir o déficit da Previdên-cia. Um dinheiro que poderíamos estar investindo em saúde, seguran-ça, em educação e, inclusive, para melhorar os salários dos próprios servidores do estado”, ressaltou.

Alerta

O sinal de alerta foi dado pela equipe que analisou as con-

tas do governo e concluiu que sem as mudanças aprovadas, o es-tado não teria recursos suficientes para pagar a folha dos servidores a partir do mês de abril. “Este fato já está acontecendo em outros es-tados, e não poderíamos permitir que acontecesse em Sergipe”, ex-plicou o governador.

Jackson Barreto enfatizou ainda que a modernização ad-ministrativa é fundamental para a efetivação do PCCV (Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos). “Nossa visão é governar para os 2,2 milhões de sergi-panos que vivem aqui e que precisam de mais recursos em todas as áreas, mas princi-

Sergipe prioriza a modernização do estado

palmente em saúde, educação e segurança pública”

O governador ressaltou que sua nova equipe de governo tra-balhará duro na melhoria dos ser-viços prestados nas áreas de saú-de, segurança e educação, sem esquecer os demais setores da administração pública. “É uma equipe marcada pela qualificação, dedicação e competência, mas os novos secretários, principalmente destas três áreas prioritárias, terão que se dedicar mais ainda”.

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Depois de percorrer os 22 municípios do Acre e conhecer as necessidades de cada cidade, o governador Tião Viana (PT), lançou um novo plano de gover-no para seu segundo mandato (2015-2018). A base é a mesma - dar continuidade ao processo de desenvolvimento econômico, urbano e social do Acre -, mas agora com novos projetos estra-tégicos nas áreas de produção, saúde, educação, infraestrutura e sustentabilidade.

O novo plano de governo possui 276 páginas e foi produzi-do a partir da introdução de dire-trizes que consideram as análises geográficas do Acre (demografia, hidrografia, solos, vegetação e clima), e as visões estratégicas do ponto de vista político.

Os eixos estratégicos que propõem o desenvolvimento econômico e sustentável do Es-tado apresentam-se com inúme-

Tião Viana propõe projetos inovadores para o Acre

O fortalecimento da fruticultura está inclusa na nova proposta do plano de governo

ros projetos inovadores, a par-tir do incentivo à produção de grãos, hortaliças, fruticultura, e o fomento à agropecuária que garantem a solidez do desen-volvimento inclusivo na área da extensão rural.

Eixos

O plano também traz proje-tos nas áreas de proteção social voltados para os direitos huma-nos, políticas para as mulheres, para os povos indígenas e pro-gramas que geram resultados para a cultura. Estão inclusos ainda, projetos para o desenvol-vimento urbano do estado com foco em infraestrutura, habita-ção e transporte público.

Na área da saúde, será dada prioridade para a atenção, o aprimoramento e o uso de tec-nologias e inovações capazes de qualificar a saúde pública

do Acre. Na área de educação, o estado implantará novos proje-tos de assistência, valorização e inclusão estudantil para garantir uma educação básica de quali-dade para todos.

Já na área de segurança, os projetos visam promover, apri-morar, qualificar e estruturar as ações desta modalidade de ges-tão no estado, com atenção dis-pensada a todos os setores do sistema

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Roraima decreta contenção de gastos

Equilibrar os cofres públicos para garantir a qualidade dos serviços e investir em

saúde, educação e segurança. Essa é a tônica da gestão da go-vernadora de Roraima, Suely Campos (PP), que recebeu o Es-tado sucateado, com apenas R$ 91 mil em caixa e uma dívida de quase R$ 2 bilhões, além de atra-so no pagamento dos salários dos servidores.

Uma das primeiras medidas adotadas por ela, foi a suspensão do pagamento das dívidas con-traídas na gestão do ex-governa-dor Chico Rodrigues (PSB), pelo prazo de seis meses. Os contratos já estão sob auditoria da Contro-ladoria Geral do Estado, que tem 180 dias para concluir a análise.

Suely criou ainda o Comitê Estratégico de Gestão e Planeja-mento, para estabelecer a política orçamentária, compatibilizando-a com a capacidade financeira

do Estado, para evitar prejuízos aos serviços essenciais nas áreas de saúde, educação e segurança.

A ordem é economizar água, luz, telefone e combustível, pois haverá um corte de 20% nos re-cursos para as despesas de custeio em todas as secretarias.

As medidas de contenção atingem ainda a gestão do quadro de servidores. Foram suspensas as diárias e passagens para fora do Estado; a realização de concur-sos públicos e processos seletivos; criação, alteração ou reestrutura-ção de quadro de pessoal; criação de novas gratificações ou altera-ções das já existentes; nomeações para cargos efetivos, promoções e remoções com ajuda de custo.

Com essas medidas, Sue-ly Campos acredita que em seis meses conseguirá restabelecer o equilíbrio das contas públicas, mantendo os investimentos nas áreas essenciais.

Os empréstimos feitos pelas gestões passadas somam R$ 1,8 bilhão e comprometem os cofres públicos pelos próximos trinta anos. “Para pagar essa enorme dí-vida, o Estado tem descontados, em média, R$ 17 milhões, todos os me-ses, durante os próximos 30 anos”, informou o secretário de Adminis-tração, Frederico Linhares.

Com as medidas de conten-ção, a governadora pagou em janeiro o salário de dezembro dos servidores, no valor de R$ 43.596.856,63, que estava atra-sado, e determinou auditoria em todas as contas do governo.

Obras atrasadas

Situação encontrada na sede das secretarias estaduais foi des-crita como “precária” pela equipe do novo governo

As condições físicas dos pré-dios do Governo do Estado são o

Ao lado do ex-governador Neudo Campos, a governadora anuncia medidas para sanear o caixa do tesouro

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reflexo do abandono vivenciado na gestão anterior. Secretarias, hospitais, presídios, prédios cultu-rais e estruturas de lazer foram en-contrados fora de funcionamento, ou em atividade de forma precá-ria. Obras que estavam atrasadas foram retomadas, como o asfalta-mento da BR 210, na região Sul do Estado, e a ampliação do Hos-pital Geral de Roraima.

“Já começamos a mudar este cenário de abandono e logo nossos servidores terão um local decente para desempenhar suas funções para atender nossa popu-lação”, informou o secretário de Infraestrutura, Flamarion Portela.

Após o levantamento e a for-mulação dos projetos, Portela dis-se que o desafio será buscar recur-sos junto ao Governo Federal para começar as obras de reconstrução dos prédios públicos do Estado.

Para analisar não só a estrutu-ra física como outros aspectos so-bre o funcionamento de estabele-cimentos do governo, a equipe de Suely Campos tem realizado, des-de os primeiros dias de governo, vistorias técnicas para analisar as prioridades e definir o que pode ser feito de imediato.

Saúde e Sistema Prisional

A precariedade no sistema prisional e na saúde obrigou a go-vernadora Suely Campos decretar situação de emergência nestes dois setores, pelo prazo de 180 dias, para garantir o fornecimento de alimentação e kits de higiene aos detentos e a compra de me-

dicamentos e materiais médico-hospitalares para os hospitais.

“O novo governo encontrou as unidades prisionais em situação precária, sem atendimento de saúde, com comida de péssima qualidade e a cus-tos elevados. Já conseguimos melhorar a alimentação e esta-mos montando cozinhas indus-triais dentro dos presídios para que os próprios detentos prepa-rem as refeições, com a supervi-são de nutricionistas. Também estamos pro-videnciando a compra de itens de higiene, que eles não recebiam há mais de um ano”, disse o secretário de Justiça e Ci-dadania, Josué Filho.

A falta de medicamen-tos, insumos e condições precárias da estrutura física dos hospitais da rede pública estadual fundamentam o de-creto de estado de emergência no setor. Com a medida, foram abertos processos para a aquisi-ção de remédios e demais itens necessários para o bom funciona-mento das unidades de saúde de Boa Vista e do interior.

Segundo o secretário estadu-al de Saúde, Kalil Coelho, a popu-lação já percebe as melhorias no setor. O Hospital Regional Sul Ot-tomar de Sousa Pinto, no municí-pio de Rorainópolis, foi reativado e já está fazendo cirurgias. O pri-meiro parto cesáreo no município foi realizado no dia 15 de janeiro.

Suely Campos acredita que em seis meses é possível reequilibrar as contas públicas

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O ano de 2014 foi bastan-te positivo para o mu-nicípio de Crateús no

aspecto dos programas sociais. A avaliação é do coordenador lo-cal do Cadastro Único, setor que agrega o Programa Bolsa Família e demais programas sociais do Go-verno Federal, Antônio José.

Segundo o coordenador, mais de 8.800 famílias no mu-nicípio são beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, que é o principal Programa do Governo Federal. Quase 14 mil são bene-ficiadas pelos demais programas de baixa renda (para famílias que ganham até meio salário mí-nimo por pessoa).

Todos esses programas jun-tos injetam um grande volume de recursos na economia local men-

salmente. De acordo com o coor-denador, somente o Bolsa Família injeta mais de R$ 1 milhão e 400 mil reais todos os meses na eco-nomia de Crateús, valor conside-rado fundamental no desenvolvi-mento local.

“Em 2014 obtivemos vários méritos e premiações pelo bom desempenho. Foi um ano bastan-te positivo de reconhecimento do nosso trabalho e com muitos be-nefícios ampliados para a popula-ção”, destaca.

Revisão

O coordenador alerta que os beneficiários do Bolsa Família precisam atualizar seus dados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. A re-

Crateús é reconhecida por seus programas sociais

visão é necessária somente para os beneficiários que foram comunicados por meio do extrato do paga-mento.

A revisão é um pro-cedimento obrigatório e de rotina, realizado todos os anos e voltado para os beneficiários que não atu-alizam os dados no Cadas-tro Único há mais de dois anos. Também é preciso fa-zer a atualização cadastral quando houver nascimento de filho, mudança de esco-

la ou de endereço ou qualquer outra informação relevante

Selo Verde

Além das premiações pelo bom desempenho nas áreas so-ciais, a cidade foi certificada com o Selo Município Verde concedido pelo Conselho de Políticas e Gestão do Meio Am-biente (Conpam). De 110 mu-nicípios inscritos, apenas nove foram aprovados após os proce-dimentos de análise documen-tal, visitas técnicas e análise de recursos.

Os demais municípios agra-ciados foram Barreira, Brejo Santo, Caucaia, Crato, General Sampaio, Iguatu, Novo Oriente e Piquet Carneiro.

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O primeiro repasse do Fun-do de Participação dos Municípios (FPM) do

ano será de R$ 2.198.956.058,50. O montante, a ser partilhado en-tre as prefeituras, considera o porcentual destinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb), pois sem esse desconto o recurso chega a R$ 2.748.695.073,13.

De acordo com a Confede-ração Nacional de Municípios (CNM), o primeiro decêndio do Fundo, que já entrou nas contas dos municípios, é 28% menor que o primeiro repasse do Fundo feito em dezembro de 2014, em valo-res brutos e nominais.

Em relação ao primeiro FPM de janeiro do ano passado, o Fun-do apresenta redução de 31,5%, em termos reais. Enquanto o pri-meiro repasse do ano de 2014 foi de R$ 4,013 bilhões, em valores

brutos, o deste ano está em pouco mais de R$ 2,7 bilhões. Cenário causado pela baixa arrecadação registrada por conta das vendas fracas de fim de ano.

Diante da redução significa-tiva, a Confederação ressalta que os prefeitos devem controlar suas contas, para não terem mais pro-blemas financeiros.

Extras do FPM

Antes do repasse do primeiro decêndio deste mês, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) trans-fere aos municípios brasileiros re-curso extra do FPM – decorrente da classificação por estimativa das receitas de Imposto de Renda (IR) e do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

O montante, em valores bru-tos, considera a retenção constitu-cional do Fundeb. Sem a parcela

Primeiro FPM do ano é de R$ 2 bilhões

Valor é 31,5% inferior ao primeiro repasse de 2014

destinada à Educação, a verba re-ferente à classificação por estima-tiva das receitas de IR chega a R$ 1.116.721.943,35.

O repasse é feito separada-mente, porque a Receita Federal do Brasil (RFB) tem um programa que parcela as dívidas de vários impos-tos. Ao ser efetuado o pagamento de guia do Programa de Recupera-ção Fiscal (Refis) por Pessoa Física ou Jurídica, a Receita classifica por estimativa a quantia de cada im-posto que foi recolhida, separando o que é IR e IPI para efetuar os re-passes correspondentes ao FPM.

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Enquanto em Mato Grosso o preço médio pago pelo látex não chega a dois reais o quilo, os moradores da Reserva Extrativis-ta Guariba-Roosevelt receberam R$ 4,50 por quilo na última safra da borracha, graças à Política de Garantia de Preços Mínimos para produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio).

Executado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Co-nab) desde 2009, a política é, na prática, uma subvenção aos extrativistas, que comercializam produtos da sociobiodiversida-de, garantindo o pagamento do preço mínimo na venda desses produtos.

Além do preço pago a mais pela subvenção, a Associação dos Moradores Agroextrativistas da Resex Guariba Roosevelt Rio Gua-riba (Amorarr) inovou, ao fazer uma gestão e pagar a produção de forma antecipada às famílias. O que pelos trâmites normais da política, cada família demoraria até 30 dias para receber a diferença.

Os seringueiros dos rios Gua-riba e Roosevelt, reconhecidos como os povos da floresta, são re-manescentes do ciclo da borracha iniciado em 1879. A comunidade é composta aproximadamente

Preço justo para a produção extrativista

por 60 famílias, distribuídas em 40 colocações (moradias) e co-munidades às margens dos Rios Guariba, Roosevelt e Rio Branco, com uma área de aproximada-mente 137.600 hectares.

Preço justo

Garantir que os moradores da Resex recebam um valor justo pela sua produção extrativista é um dos objetivos desenvolvidos pelo projeto Pacto das Águas, criado para incentivar a produ-ção tradicional, valorizar sua cul-tura e estimular a permanência dos extrativistas nas terras.

Além dos seringuei-ros, vários povos indígenas são beneficiados pelo PGPMBio, como os Cinta Larga, das Ter-ras Indígenas Serra Morena e Parque Indígena do Aripuanã; Rikbaktsa, da Terra Indígena Ja-puíra; Gavião e Arara, da Terra Indígena Igarapé Lourdes; Tupa-ri, Aruá, Makurap e outros, da Terra Indígena Rio Branco.

A economia dos seringuei-ros é baseada no manejo inten-sivo da biodiversidade, como a extração do látex da seringueira do óleo de copaíba e da castanha do Brasil.

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A Controladoria Geral do Município de Pinhais, na Região Metropolitana de

Curitiba, publicou Instrução Nor-mativa que institui o “workflow de liquidação da despesa” na prefei-tura da cidade, mediante a utili-zação de software específico de automação de processos e gover-nança corporativa.

A Instrução Normativa de-talha os procedimentos relacio-nados ao uso do SE Workflow e apresenta os fluxogramas dos processos, estabelecendo ainda a ordem de apresentação dos docu-mentos na composição do arquivo

digitalizado, que passa a tramitar eletronicamente.

O público-alvo da norma são os servidores públicos que trabalham com os processos de pagamento aos fornecedores, fis-cais de contratos, diretores e se-cretários municipais responsáveis pelas informações submetidas à análise eletrônica para liquidação e pagamento da despesa.

Economia

Segundo o subcontrolador de Normas e Informações Gerenciais da Prefeitura de Pinhais, Lincoln

Pinhais institucionaliza liquidação de despesa automatizada

Américo, a normatização possibili-tará uma significativa redução dos custos (papel, impressão e estrutura de arquivamento) relacionados à manutenção em arquivo dos mais de 10 mil protocolos abertos anual-mente para esta finalidade.

“Um dos benefícios imedia-tos do workflow é a substituição de toda a documentação impres-sa, que atualmente compõe o pro-tocolo físico de pagamento pelos arquivos digitalizados dos docu-mentos e pelo preenchimento do formulário eletrônico associado ao processo (BPM), de forma in-tegrada à Base de Dados da Con-tabilidade no ERP da Prefeitura”, complementa Lincoln.

De uso obrigatório a partir deste mês, a iniciativa levou em conta o esforço despendido na revisão da Instrução Normativa 021/2009 e, principalmente, o Projeto Piloto executado ao lon-go de 2014 pelas Secretarias de Educação, Finanças, Administra-ção e pela Comissão Técnica de Recebimentos de Bens da Prefei-tura, que já resultou na abertura de mais de 2.500 instâncias do processo eletrônico.

A Prefeitura de Pinhais já utiliza os produtos da SoftExpert desde 2006, mediante Processo Licitatório.

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RENATO RIELLA [email protected]

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BRASÍLIA ESTÁ UM CAOS, SOB

EMERGÊNCIAA crise sem precedentes na saúde pública levou

o Governo do Distrito Federal a decretar situação de emergência em Brasília por 180 dias. O novo gover-nador, Rodrigo Rollemberg, assumiu a Capital Federal em condições dramáticas.

A medida permite aos gestores da pasta comprar medicamentos e insumos com dispensa de licitação. Eles também poderão convocar médicos e enfermei-ros lotados em qualquer órgão do governo para au-xiliarem no atendimento de pacientes em hospitais e outras unidades da rede.

FEVEREIRO ARREPIA A PRESIDENTE DILMAA presidente Dilma Rousseff fecha o mês de janeiro sem sobressaltos, mas feve-

reiro vem aí. Ela terá problemas. Com o retorno do Congresso Nacional, depois do recesso, haverá a difícil eleição dos presidentes da Câmara Federal e do Senado.

Há também o risco de uma nova CPI da Petrobras e desfechos relativos às investi-gações dos desmandos praticados nessa empresa, inclusive com o comprometimento de políticos do primeiro escalão. É mesmo assim. O ano político começa em fevereiro.

MÍNIMO SOBE MUITO MAIS QUE INFLAÇÃO

O valor do salário mínimo, a partir de 1º de janeiro, é R$ 788. O reajuste é de 8,84%, muito acima da inflação do ano anterior, que ficou perto dos 6,5%;

O aumento beneficia 48 milhões de pessoas que têm renda vinculada ao piso nacional, segundo o Dieese.

O salário mínimo é calculado a partir de uma fórmula que leva em conta a inflação do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

BRASIL COMPRA MAISDO QUE VENDE LÁ FORA

Em 2015, o Brasil continua adotando a péssima prática de comprar mais no exterior do que vende. Pare-ce que andamos nadando em dólares!

A balança comercial – diferença entre exportações e importações – registrou déficit de US$ 479 milhões na terceira semana de janeiro, segun-do divulgou o Ministério do Desenvolvimento. O re-sultado elevou para US$ 1,462 bilhão o déficit acumulado nas três pri-meiras semanas do ano.

FALTA DE ÁGUA EMSÃO PAULO É GRAVE

São Paulo registra recordes de alta temperatura e a questão do forneci-mento de água vai se agravando dia a dia.

A região do Sistema Cantareira tem recebido chuvas de fraca in-tensidade. Com isso, o nível dos reservatórios permanece em queda, mantendo cotas abai-xo dos 6%. No Siste-ma Alto Tietê também há carência de chuvas, assim como na Represa Guarapiranga.

A situação é dra-mática. Aos poucos, o governo de São Paulo incrementa medidas de racionamento de água.

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É PRECISO COBRARDOS TIMES DE FUTEBOL

Dizem que os times de futebol devem mais de R$ 5 bilhões ao go-verno. As coisas são tão confusas, que essa dívida pode ser muito maior.

A presidente Dilma Rousseff começa a dar demonstração de que vai endurecer na cobrança. A socie-dade exige esse tipo de postura.

Se os times podem gastar mi-lhões com técnicos e jogadores (algumas vezes fracos), porque não pagam os impostos?

PREVISTA INFLAÇÃODE 6,67% ESTE ANO

Pelo menos em relação à inflação, a nova equipe econô-mica da presidente Dilma Rous-seff não consegue despertar con-fiança ainda.

Os investidores e analistas do mercado financeiro eleva-ram a projeção de inflação para 2015, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Am-plo (IPCA). A estimativa passou para 6,67%. A previsão continua acima do teto da meta, que é 6,5%.

Para 2016, o mercado aposta em fechamento do IPCA em 5,7%.

PREFEITO AGE NAORLA DE SALVADOR

ACM Neto, o prefeito neto do legendário Antônio Carlos Magalhães, vai crescendo junto à população soteropolitana. Dizem que ele tem um slogan: “Sou pequeno, mas não sou metade”. Impressiona ver o que Netinho tem feito na orla de Salvador. Por exemplo, desapropriou a antiga sede do Bahia e fez um parque. Onde havia o shopping Aeroclube, que virou ruína, a Prefeitura está implantando o Parque dos Ventos.

Na Boca do Rio, em Piatã e em outras praias, a Prefeitura tem autorizado a construção de pré-dios de 20 andares, impactantes, quebrando a feiúra da orla de Salvador.

LIBERDADE DE EXPRESSÃODISCUTIDA AMPLAMENTE

Depois de tantas mortes na Fran-ça, devemos perguntar ao mundo até onde deve ir a liberdade de expres-são. Fico feliz de ver que hoje não devemos (não podemos) ridicularizar negros, gays, judeus, velhos e outras representações da humanidade.

As mortes ocorridas agora na França (12 cartunistas, três jovens terroristas de nacionalidade france-sa e quatro judeus) devem nos fazer meditar sobre o limite necessário da liberdade de expressão. Não deve-mos incendiar o mundo.

DESTAQUE NA ECONOMIAEM 2015 É AGRICULTURA

A agricultura continua sur-preendendo de forma positiva. O Brasil poderá atingir novo recorde na safra de grãos 2014/2015, supe-rando 200 milhões de toneladas, mesmo com as incertezas climá-ticas e as tendências de queda na liquidez, e elevação dos juros no mercado internacional (com im-pacto sobre os preços das commo-dities).

A expectativa é da Socieda-de Nacional da Agricultura (SNA). O recorde histórico é decorrente de um “pequeno crescimento” na área plantada e “melhoria da pro-dutividade”.

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34 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

C i d a d a n i a

Cerca de 20 mil agentes públicos que atuam no Sistema Nacional de Aten-

dimento Socioeducativo (Sinase) trabalham, diariamente, com jo-vens em conflito com a lei. Os adolescentes cumprem medidas socioeducativas de meio aberto, restritivas ou privativas de liberda-de. Uma convivência que, muitas vezes, é difícil e enfrenta resistên-cias de ambos os lados.

Os desafios para a efetivação da socioeducação são diversos, incluindo aos adolescentes a ga-rantia de acesso a políticas como educação, fim das violações e construção de uma cultura de di-reitos. Em 2014, apenas em For-taleza ocorreram 15 rebeliões nas unidades do sistema, de acordo com o Centro de Defesa da Crian-ça e do Adolescente (Cedeca-CE).

Diante desse cenário e com o objetivo de melhorar o serviço

Mais atenção aos Jovens em conflito com a lei

nos estados, foi criada a Escola Nacional do Socioeducativo. Ela terá como papel oferecer forma-ção continuada a trabalhadores do Sinase em todo o país, com conteúdos teóricos e práticos pa-dronizados e pautados pela pers-pectiva dos direitos humanos.

Os primeiros cursos serão ofertados em abril, em parceria da Secretaria Nacional de Direi-tos Humanos da Presidência da República com a Universidade de Brasília (UnB). Os sete módulos do Núcleo Básico serão ofereci-dos a distância e gratuitamente para funcionários do Sistema So-cioeducativo.

Núcleos

Até a criação da escola, ca-bia aos estados a tarefa de formar trabalhadores. Cada unidade da Federação organizava e ofertava

cursos próprios, muitas vezes, sem aliar teoria e prática ou estabele-cer leituras mais aprofundadas sobre a situação dos adolescentes que cumprem as medidas,

A partir de agora, a escola or-ganizará cursos com base em três núcleos de conteúdos. O Núcleo Básico compreende discussões sobre adolescência e juventude, políticas públicas, atendimento socioeducativo e parâmetros de segurança no atendimento, en-quanto o Núcleo Específico será focado em discussões teóricas vol-tadas a demandas de cada locali-dade. Já o Núcleo de Especializa-ção promoverá o aprofundamento de conhecimentos sobre prática socioeducativa.

A expectativa é que, em maio, seja aberta a primeira turma de especialização em socioeduca-ção, também voltada aos trabalha-dores do Sinase.

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 35E s t a d o s & M u n i c í p i o s 35

A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, investirá R$ 350 milhões na área socioambiental no entorno das usinas nucleares Angra 1, 2 e 3 como contrapartida contratual até a entrada em opera-ção da terceira unidade, prevista para 2018.

Entre 2009 e 2014, a estatal investiu em ações do setor socio-ambiental R$ 270 milhões. Nos últimos seis anos, foram firmados pela estatal 36 convênios com as prefeituras de Angra dos Reis, Pa-raty e Rio Claro e entidades para o desenvolvimento, criação e exe-cução de projetos.

Um dos projetos de des-taque em 2015, em Paraty, é a construção de uma grande esco-la municipal, baseada em proje-tos socioambientais, que incluem

Investimento socioambiental na região de Angra 3

I n v e s t i m e n t o

aproveitamento de água de chu-va, telhado verde e ventilação es-pecial. Os investimentos somam cerca de R$ 10 milhões.

A cidade será beneficiada também com a reforma do hospi-tal local, que terá uma ala espe-cífica para atendimento de emer-gência, com investimentos da Eletronuclear de R$ 12 milhões.. Na área de saneamento, já em an-damento, a Eletronuclear investirá este ano R$ 20 milhões de um to-tal estimado de R$ 100 milhões.

Caminho do ouro

Na pavimentação da Estrada Paraty-Cunha, a estatal está inves-tindo R$ 42 milhões de um total de R$ 92 milhões previsto. O res-tante reúne recursos próprios da

prefeitura de Paraty e financiamen-tos dos governos federal e estadual.

A revitalização da estrada deve-se também à sua importância histórica e cultural, porque foi a primeira estrada construída no país para o escoamento do ouro e pe-dras preciosas de Minas Gerais até o Rio de Janeiro, além de circula-ção de tropeiros, outras mercado-rias e escravos.

A Eletronuclear está avalian-do no momento o projeto de sa-neamento de Angra dos Reis, no qual vai investir R$ 46 milhões. As obras começarão ainda este ano e se estenderão até o final de 2016.

A estatal também investirá R$ 11 milhões no projeto Cinturão Verde para a contenção do solo e reflorestamento de encostas.

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36 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

D i r e i t o s H u m a n o s

Os ministros do Trabalho, Manoel Dias, e de Direitos Hu-manos, Ideli Salvatti, tentam liberar, no Supremo Tribunal Fe-deral (STF), a lista com nomes de empresas e pessoas físicas envol-vidas na promoção de trabalho análogo ao de escravo. Ideli e Dias estão mobilizados para per-mitir a divulgação dos nomes.

No final do ano passado, o presidente do STF, ministro Ri-cardo Levandowski, concedeu liminar à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). A entidade alegou não ter tido oportunidade de defesa. Manoel Dias e Ideli Salvatti, no entanto, rebatem a alegação.

“O Ministério do Trabalho notifica e dá direito de defesa às empresas. Se, passado o período de defesa, a notificação for man-

Governo quer liberar lista de trabalho escravo

tida, só aí que o nome vai para a lista. Então, os argumentos não correspondem ao que fizemos”, disse Dias.

Ideli explicou que já con-versou sobre o tema com o advo-gado-geral da União, Luis Inácio Adams, e com a ministra do STF Carmem Lúcia. O Ministério Pú-blico Federal (MPF) pediu revisão da decisão de Levandowski. É a primeira vez que a lista, divulgada semestralmente, não é liberada.

Sucesso

Embora não possa divulgar nomes, o secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho, Paulo Sérgio Almeida, adiantou que a quantidade de nomes aumentou. Se, na lista an-terior, divulgada em junho, eram

574 empresas ou empregadores, a relação mais atual “passa dos 600”. Para o ministro do Trabalho, este é um sinal positivo.

“Há um tempo, não havia fiscalização, e os números não eram divulgados. Na medida em que se aumenta a fiscalização, aumenta-se o número de traba-lhadores resgatados. Esse é um ato positivo, que representa o sucesso dos nossos auditores. A tendência é aumentar esse nú-mero”, afirmou.

De acordo com o MTE, 1.590 trabalhadores foram resgatados da condição de escravos em todo o país ao longo de todo o ano pas-sado. Minas Gerais foi o estado com mais trabalhadores resgata-dos, 354. A Região Sudeste, como um todo, destaca-se em número de resgatados. São Paulo e Rio de Janeiro tiveram 159 e 123, respec-tivamente. No Espírito Santo, 86 trabalhadores foram resgatados.

Ranking

Apesar de uma mudança da incidência de trabalho escravo nos últimos anos, das atividades consideradas rurais para as urba-nas, a agropecuária, a lavoura e o carvão ainda lideram o ranking da CPT como “campeões” no re-crutamento de pessoas para tra-balho escravo

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As atividades da construção civil, em 2014, foram as que tive-ram o maior número de trabalha-dores resgatados: 437. “Em 1995, quando começamos esse enfren-tamento, não havia ocorrências de trabalho escravo nesse nível na construção civil porque o boom [expansão rápida] do setor vem dos últimos anos. Então, temos resultados expressivos, principal-mente em Minas Gerais, fruto de alojamentos sem condição digna de ser habitada na construção ci-vil”, ressaltou o chefe da Detra, Alexandre Lyra.

Agricultura e pecuária tam-bém aparecem significativamente na lista. Enquanto a primeira surge com 344 pessoas resgatadas, a se-gunda teve 228 resgates. “Esse tipo de trabalho ocorre muito em regi-ões de fronteira, afastadas, quando

o trabalhador fica isolado, o que dificulta a volta dele para casa”, disse Paulo Sérgio Almeida.

A Abrainc, que entrou com ação contra a divulgação da lis-ta suja, declarou que é contra o trabalho escravo e reconhece a importância de “ferramentas de controle ao trabalho nestas con-dições”, entre as quais, o cadas-tro de empregadores. “Entretan-to, o procedimento de inclusão dos empregadores no cadas-tro tem se mostrado arbitrário, afrontando os princípios cons-titucionais do devido processo legal e ampla defesa”, disse a assessoriada Abrainc

1.590 trabalhadores foram resgatados da condição de escravos em 2014

D i r e i t o s H u m a n o s

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E c o n o m i a

Entre janeiro e dezembro de 2014, as exportações dos produ-tos do agronegócio brasileiro al-cançaram US$ 96,75 bilhões e as importações somaram US$ 16,61 bilhões. Dessa forma, o saldo da balança comercial do agronegó-cio brasileiro foi superavitário em US$ 80,13 bilhões.

No período, o setor que mais exportou foi o complexo soja, com US$ 31,40 bilhões, in-cremento de 1,4%. Em segundo, está o setor de carnes, com US$ 17,43 bilhões em vendas externas, aumento de 3,7%. Já o complexo sucroalcooleiro ficou em terceiro, com US$ 10,37 bilhões; os produ-tos florestais em quarto, com US$ 9,95 bilhões, e em seguida o setor cafeeiro, com US$ 6,66 bilhões

As exportações do agronegó-cio brasileiro alcançaram a cifra de US$ 6,77 bilhões em dezem-bro de 2014, o que representou

um aumento de 5,9%, em relação ao mesmo mês de 2013, quando foram registradas exportações de US$ 6,39 bilhões.

De acordo com nota da Se-cretaria de Relações Internacio-nais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa), os produtos de origem vegetal foram os que mais con-tribuíram para o crescimento do resultado do mês, além de terem representado 71,2% da pauta ex-portadora.

Dezembro

Em dezembro do ano pas-sado, as vendas externas foram li-deradas pelo setor de carnes, que atingiram o montante de US$ 1,46 bilhão, aumento de 3,8% no valor exportado. A carne de frango foi o item mais exportado, com US$ 653 milhões, crescimento de 5,9%.

Agronegócio fecha 2014 com superávit de U$ 80 bilhões

O complexo sucroalcoolei-ro ficou em segundo no ranking das exportações do agronegócio de dezembro, sendo que o açú-car fechou o mês com US$ 821 milhões.

Em terceiro lugar no ranking estão os produtos florestais. O aumento de 12,3% na quantida-de exportada pelo setor impediu a queda da receita, que foi de US$ 873 milhões, aumento de 0,3% em comparação ao mesmo período de 2013.

Cereais, farinhas e prepa-rações ficaram na quarta posi-ção do ranking de exportações de dezembro, somando US$ 768 milhões. O café comple-mentou o rol dos cinco seto-res mais relevantes para as ex-portações de dezembro. Com crescimento de 67,9%, as ex-portações do setor somaram US$ 681 milhões

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E c o n o m i a

Ajustes para retomar o crescimento

O governo anunciou aumen-to de tributos sobre combustíveis, sobre produtos importados e, tam-bém, sobre operações de crédito. A expectativa da equipe econô-mica é arrecadar R$ 20,6 bilhões neste ano com as alterações.

Segundo o ministro da Fazen-da, Joaquim Levy, as medidas fazem parte do esforço do gover-no para ajustar as contas públicas com o menor sacrifício possível. “As medidas têm por objetivo au-mentar a confiança da economia, a disposição das pessoas e dos investidores em tomarem risco, e dos empresários em começarem a tentar novas coisas”, explicou o ministro, acrescentando que elas tendem a baixar a curva de juros de longo prazo.

Desde que foi anunciada a nova equipe econômica, no fim

de novembro, o governo vem anunciando medidas para ajustar as contas públicas, que tiveram forte deterioração em 2014 – ano em que a arrecadação registrou comportamento fraco, devido às desonerações e ao baixo ritmo de crescimento da economia, e no qual os gastos públicos continua-ram a avançar.

Meta para 2015

Para este ano, o governo estabeleceu uma meta de supe-rávit primário (economia feita para pagar juros da dívida públi-ca) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 66,3 bilhões para todo o setor público – que inclui também os estados, municípios e empresas estatais.

Desse montante, R$ 55,3 bilhões correspondem à meta para o governo e R$ 11 bilhões são uma estimativa para estados e municípios.

De janeiro a novembro do ano passado (último dado dispo-nível), as contas do setor público registraram um déficit primário – receitas ficaram abaixo das des-pesas, mesmo sem contar juros da dívida – de R$ 19,64 bilhões, segundo números divulgados pelo BC.

Foi a primeira vez, desde o início da série histórica do BC (em 2002 para anos fechados), que as contas do setor público registraram um déficit nos 11 pri-meiros meses de um ano. É o pri-meiro déficit e o pior resultado para este período. Até o momen-to, o pior resultado havia sido registrado em 2002 (superávit de R$ 53,73 bilhões).

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C â m a r a s e A s s e m b l é i a s

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou o projeto de lei 46/14, que dispõe sobre novas diretrizes para avaliação de projetos físicos para construção, reforma e ampliação de estabe-lecimentos de Saúde no estado A proposta é de autoria do deputado Guilherme Maluf (PSDB) e está embasada em resolução da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitá-ria, de fevereiro de 2002.

Agora, o projeto segue para o crivo da Comissão de Consti-tuição, Justiça e Redação – CCJR, antes da segunda votação. Se san-cionado pelo Poder Executivo, de acordo com o PL, o órgão sanitá-rio competente terá 60 dias para entregar o parecer técnico ao es-tabelecimento interessado, a con-tar da data do protocolo.

A avaliação deverá ser con-clusiva, contendo o Projeto Bási-co de Arquitetura - PBA, com as recomendações necessárias sobre possíveis adequações.

Agilidade

A partir daí serão mais 60 dias para reapresentação PBA, processo que poderá ser repetido por, no má-ximo, quatro vezes sob o mesmo número de protocolo. Maluf garan-te que essa adequação vai acelerar o andamento dos processos e evi-tar que ocorram inúmeros retornos pela falta de instrução.

“Vai conferir celeridade aos referidos procedimentos, alivian-do os inúmeros retornos ao Poder Público para adequação das irregu-laridades ocasionadas pela falta de observação dos padrões estabeleci-dos, além da morosidade quanto à reapresentação de nova documen-

Novas regras para a saúde pública em Mato Grosso

tação para análise por parte dos in-teressados”, justifica o parlamentar.

A avaliação do Projeto Bá-sico de Arquitetura compreende a análise do projeto e a elabora-ção do parecer técnico conclusi-vo, o qual descreva o objeto de análise e avaliação, solicitando eventuais alterações ou comple-mentos necessários que atendam aos padrões estabelecidos pela Anvisa - RDC 50/02, que apro-va o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de pro-jetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

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C â m a r a s e A s s e m b l é i a s

O vereador Ailton Araújo (PSC) assumiu a presidência da Câmara Municipal de Curitiba com o compromisso de manter a austeridade na administração e ampliar as ações de transparência no legislativo municipal. “A popu-lação tem que saber tudo o que está acontecendo. Temos consci-ência que a cidade depende da Câmara Municipal e vamos atuar com austeridade e transparência”, ressaltou em sua posse.

Sua estratégia de trabalho já está definida: trabalhar as sessões plenárias de maneira mais obje-tiva e levar o entendimento aos vereadores de que nós temos res-ponsabilidades com a administra-ção da cidade.

Segundo Ailton Araújo, caso o prefeito seja mal avaliado pela população, significa que o Legisla-

tivo não está trabalhando direito, já que é obrigação dos vereadores fiscalizar, cobrar e colaborar com a administração pública, sobre-tudo em áreas prioritárias, como saúde, educação, segurança e mobilidade.

“Podemos provocar o Poder Executivo ao fazer projetos de lei. Com isso, mesmo os consi-derados inconstitucionais, le-vantam uma bandeira e alertam para determinado tema que está com problemas ou que pode ser resolvido. Isso faz com que o gestor pense no assunto e, se não fizer algo, ele será cobra-do”, afirma o presidente.

Cidadania

Ailton Araújo criticou o re-sultado da pesquisa que mostrou

Austeridade e transparência na Câmara de Curitiba

que a maior parte dos eleitores sequer recorda em qual vereador votou. Para ele, esse descaso é uma questão cultural que precisa ser modificada através do pleno exercício da cidadania e do voto consciente.

“Com todo respeito a esse cidadão, mas se ele não sabe em quem votou, que competência tem para julgar o trabalho dos ve-readores? Ele deveria saber esco-lher o seu candidato para depois cobrar algo dele.

Segundo o presidente, a melhor forma de aproximar o cidadão dos temas legislativos é por meio da informação. “Pre-cisamos dispor de meios para esta aproximação, para que to-dos saibam efetivamente o que nós estamos fazendo, ou dei-xando de fazer”.

Novo presidente quer aproximar cidadão da Casa Legislativa

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PEDRO ABELHA [email protected]

42 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

VÍDEOS NO FACEBOOK

O volume de postagens de ví-deos no Facebook cresceu 75% em todo o mundo durante o ano passa-do, segundo levantamento interno. Segundo a pesquisa, a quantidade de vídeos nativos, publicados no feed de notícias por pessoas ou marcas,

cresceu 3,6 vezes em 2014 na comparação com o ano anterior. “Expressar-se por meio de vídeos é um aspecto de como as pessoas criativas estão fazendo para que ideias se tornem realidade.

Com o grande crescimento de posts de vídeos no Facebook, é relevante vermos como o News Feed se transforma no centro da descoberta desse tipo de trabalho. Estamos somente começando a ver o potencial desse mundo movido por sons e imagens”, disse Mark DArcy, diretor criativo do Creative Shop do Facebook. Outros dados que mostram a força dos vídeos são: entre maio e julho de 2014, a visualização de vídeos no Facebook cresceu 50% e chega hoje a 1 bilhão de visualizações de vídeos todos os dias no mundo.

Em média, cerca de 50% das pessoas que visitam o Facebook todos os dias no Brasil assistem, pelo menos, um vídeo diariamente, ou seja, aproximadamente 31 milhões de brasileiros. Uma proporção significativa das visualizações dos vídeos acontece em dispositivos móveis: 65% em todo o mundo. Em sua mais nova análise, o Facebook observou ainda que a força da linguagem visual está se tornando realidade em todo o mundo: em apenas dois anos, o consumo de vídeo em dispositivos móveis cresceu mais de 5,3 vezes (532%) nas plataformas, de acordo com a eMarketer. E o vídeo nestes dispositivos tem um crescimento de 14 vezes entre 2013 e 2018, de acordo com levantamento da Cisco Systems.

O NOVO WALKMANQuem disse que o famoso Walkman, sinônimo de

tocadores de música e grande febre entre os anos 80 e 90, está morto? A Sony, dona da marca, revelou na feira CES 2015, em Las Vegas (EUA), o ZX2, próximo herdei-ro da lendária linha de aparelhos de som. Entretanto, a julgar pelo tamanho, a tecnologia e o preço, o produto passa bem longe de seus antecessores.

Com o objetivo de entregar um áudio de altíssima qualidade, o ZX2 vai custar US$ 1,2 mil (cerca de R$ 3,2 mil). A previsão é que o aparelho chega às lojas dos Es-tados Unidos no segundo trimestre deste ano. Segundo informações da fabricante, o produto é capaz de “reproduzir gravações com qualidade de estúdio”, já que oferece compatibilidade com formatos “lossless”, que não tem perda de dados na codificação para o digital. Já para os tradi-cionais formatos MP3, WMA e AAC, o ZX2 utiliza um tipo de amplificador digital e um processador próprio.

Além disso, o novo Walkman opera uma versão adaptada do sistema operacional Android 4.2, o Jelly Bean, lançado pelo Google em 2012. A novidade ainda conta com 128 GB de memória interna, um slot microSD e tecnologias de bluetooth e NFC. A bateria tem autonomia para 60 horas de uso.

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O CRESCIMENTO DO E-COMMERCE

De acordo com a E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico, o setor movimen-tou R$ 35,8 bilhões em 2014, crescendo, nominalmente, 24%, em relação a 2013, quando o faturamento chegou a R$ 28,8 bilhões. Ao todo, foram mais de 51,5 milhões de consumidores únicos, sendo 10,2 milhões de novos entrantes ao longo do ano e mais de 103,4 milhões de pedidos realizados, a um tíquete médio de R$ 347. Para Pedro Guasti, diretor executivo da E-bit, o ano atípico do mercado influenciou nos números positivos. “Foi um ano em que tivemos Copa do Mundo, que ajudou a im-pulsionar a venda de televisores e artigos esportivos no primeiro semestre, além de diversas liquidações, o que trouxe ainda mais atrativos ao e-commerce.

Além disso, o mercado vem evoluindo, ano após ano, para dar mais ferramentas e opções aos consumi-dores”, explica. A Black Friday também contribuiu para o sucesso do setor em 2014. “O resultado da ação, ape-sar de esperado, rendeu ao e-commerce R$ 1,16 bilhão, o que comprova que o modelo vem fazendo sucesso com os consumidores e lojistas, quebrando todos os re-cordes de faturamento em um único dia”, afirma Guasti.

Para 2015, apesar da retração esperada na econo-mia do país, a E-bit prevê um crescimento nominal de 20%, atingindo faturamento estimado de R$ 43 bilhões. “Será um ano bastante desafiador para o varejo em si, entretanto, nada que afete muito o comércio eletrônico, onde se concentram os melhores preços e condições. Acreditamos que o e-commerce continuará com cresci-mento bom, sobretudo nas vendas via mobile”, aposta Guasti. Em fevereiro, a E-bit divulga a 31ª edição do re-latório WebShoppers, com o estudo completo sobre o e-commerce brasileiro em 2014.

DISPOSITIVOS MÓVEIS NA ALO ano de 2014 parece ter marcado a consolida-

ção do setor de telefonia móvel na América Latina. Além da proliferação de dispositivos móveis em qual-quer lugar público, o aumento do uso de smartphones e o avanço da Internet móvel, estudos também relatam o crescimento da penetração da telefonia móvel em diferentes países da região.

De acordo com o estudo “Smartphones Users and Penetration Worldwide, 2013-2018”, realizado pelo eMarketer, um quarto da população mundial terá um smartphone em 2015, e 51,7% dos usuários de celular em todo o mundo usarão smartphones em 2018, o que representa um total de 2,56 bilhões de pessoas.

No que diz respeito à América Latina, o relatório mostra o Brasil em sexto lugar entre os 25 países com maior número de usuários de smartphones em 2014, com 38,8 milhões; com o México na 11ª posição, com 28,7 milhões de usuários; Colômbia em 22ª no ranking, com 14,4 milhões; e Argentina na 25ª colocação, com 10,8 milhões de usuários. “A alta penetração de celu-lares na América Latina, a modernização dos dispositi-vos com a adoção média de 30% dos smartphones na região em 2014, e um maior acesso à Internet móvel, contribuíram para o rápido crescimento da publicida-de em dispositivos móveis em nossa região, onde mais e mais marcas querem impactar o público por meio de dispositivos móveis”, afirma Alberto Pardo, CEO da Adsmovil, especializada em publicidade móvel na Amé-rica Latina e no mercado hispânico dos EUA.

Em termos de publicidade móvel, Pardo afirma que, em 2015, o Brasil vai se tornar o maior mercado da Amé-rica Latina, ao ultrapassar o México. “Já os Estados Unidos continuarão a ser o mercado global mais importante e os hispânicos que moram nesse país seguirão definindo ten-dências no domínio digital, sendo hoje um dos grupos multiculturais com maior penetração e utilização de dis-positivos móveis”, conclui o executivo.

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M e i o A m b i e n t e

A proximidade das estradas é o principal fator que estimula o desmatamento em Rondônia. A conclusão faz parte da tese de doutorado do ecólogo Rodrigo Anzolin Begotti, que por mais de quatro anos estudou a evolução do desmatamento na região.

O estudo também analisou como a fragmentação da floresta influenciou a extinção local de es-pécies de mamíferos de médio e grande porte, e alterações na qua-lidade da água dos riachos locais.

“Ao todo foram cerca de qua-tro anos e meio de estudos e análises de uma área de apro-ximadamente 55 mil quilôme-tros quadrados, por meio de imagens de satélite da família Landsat referentes ao período de 1975 a 2011”, explica o pesquisador.

A área estudada representa cerca de 23% de todo o estado de Rondônia. Ali existem mais de 12 mil quilômetros de estradas de terra e pavimentadas. “Vale lembrar que o desmatamento de florestas tropicais é uma das principais fontes de emissão de gases do efeito estufa”, ressalta.

Begotti também avaliou como o que restou da floresta in-fluenciou na qualidade da água dos riachos. “Neste caso, anali-samos 21 parâmetros físico-quí-micos da água, relacionando-os com a dinâmica do desmatamen-to, o arranjo espacial e a quanti-dade de floresta remanescente, além de características físicas das áreas drenadas por esses corpos d'água”, descreve.

Com esses dados, o pesqui-sador conseguiu constatar, por exemplo, que a proporção de flo-

Estradas aumentaram desmatamento em Rondônia

resta até a distância de 100 me-tros dos riachos contribuiu para reduzir as concentrações de alu-mínio, fosfato, nitrogênio e sedi-mentos em suspensão, principal-mente na estação chuvosa.

Esse resultado tem implica-ções importantes com relação às

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M e i o A m b i e n t e

modificações realizadas recen-temente no Código Florestal, no que diz respeito à manutenção de vegetação na beira de rios, lagos e nascentes.

Desmatamento histórico

A colonização do estado de Rondônia, como explica o pesqui-sador, foi marcada pelos incenti-vos do Governo Federal, sobretu-do nas década de 1970 e 1980, por meio da concessão de lotes

para pequenos agricultores. “Isso levou ao desmatamento de gran-des áreas, por parte de milhares de assentados, a maioria vindos das regiões Sul e Sudeste”, conta.

Além disso, ele lembra que, àquela época, a derrubada da floresta era condição para que os assentados garantissem a posse de seus lotes, sendo que a caça era a única fonte de alimentação.

Anos mais tarde, já nas déca-das de 1990 e 2000, os agentes do desmatamento mudaram, com a abertura de estradas e de grandes áreas para criação de gado. “Os lucros da produção da carne mo-tivam a abertura de novas áreas e novos desmatamentos”, enfatiza o pesquisador.

Ele descreve que, ao longo de 36 anos de monitoramento, houve uma perda de floresta da ordem de 24.826 quilômetros quadrados (km²), relacionada, dentre outros fatores, à expan-são da malha viária de 3.158 km para 12.863 km de extensão. “Embora a extensão da malha vi-

ária não tenha variado de modo significativo quando compara-mos as áreas desmatadas recen-temente com aquelas do início da colonização de Rondônia, o processo de fragmentação da floresta desmatada nos últimos anos tem sido mais intenso”, lembra o ecólogo.

Extinção

De acordo com o levanta-mento, várias espécies da fauna nativa já correm risco de extinção nos fragmentos de florestas, sen-do que ao mais ameaçados são o tatu-canastra, a onça-pintada, a anta e o tamanduá-bandeira.

“Mas há as espécies de hábitos generalistas que persistem e resis-tem mesmo em áreas cujo habitat florestal foi extremamente reduzi-do, como o macaco prego, a paca, a irara e o tatu-galinha”, lembra o pesquisador, ressaltando que “algu-mas dessas espécies, como a paca e o tatu-galinha, ainda são caçadas, mesmo nos fragmentos”.

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E d u c a ç ã o

O ex-governador do Cea-rá, Cid Gomes, (PROS)assumiu o cargo de mi-

nistro da Educação, determinado a cumprir os compromissos estabele-cidos pela presidenta Dilma Rous-seff, que elegeu a educação como carro chefe de seu segundo man-dato, ao anunciar o novo slogan de governo: Brasil, Pátria Educadora.

Entre as prioridades estabele-cidas por Dilma, estão a valoriza-ção dos professores, a ampliação da oferta de vagas em creches, ensino integral, reforma do ensino médio e fortalecimento do Progra-ma Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

De acordo com Cid, o Gover-no Federal teve grande êxito, nos últimos 12 anos, ao tirar o Brasil do mapa da fome, ao promover a melhoria de vida de milhões de brasileiros. “Agora, o novo desa-

fio é o da inclusão pelo saber. O conhecimento, a educação, é o caminho certeiro para o desenvol-vimento humano”, disse.

O ministro afirmou que essa missão deve ser compreendida por toda a sociedade brasileira, para que a superação das desi-gualdades pela educação seja possível. “Todo esforço do Estado brasileiro será insuficiente se não contar com o compartilhamento da sociedade na construção da pátria educadora.”

Legado

Ao transmitir o cargo para Cid Gomes, o ex-ministro da Educação, Henrique Paim, destacou as con-quistas obtidas nos últimos anos e o sucesso do novo modelo de finan-ciamento da educação no país. Para ele, a democratização, a inclusão e

BRASIL Pátria Educadora

a redução das desigualdades edu-cacionais são importantes legados para a educação no Brasil.

Paim destacou o novo mo-delo de financiamento, que trans-formou a relação da União com estados e municípios a partir da criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Pro-fissionais da Educação (Fundeb). “O Fundeb é a maior expressão dessa nova relação e ajudou a reduzir as desigualdades entre os estados brasileiros”, disse.

Segundo o ex-ministro, o país entra agora em um novo ci-clo, que se reflete diretamente na aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE). “O PNE conso-lida nossos avanços dos últimos anos, e vai fazer com que o Bra-sil possa de fato se transformar numa pátria educadora.”

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I n f r a e s t r u t u r a

O Rio Grande do Norte co-meçou o novo ano com estradas mais seguras e confortáveis. Os trechos entre Mossoró-Campo Grande (BR-110) e Patu-Pau dos Ferros (BR-226) foram as-faltados para dar segurança aos usuários e facilitar o escoa-mento da produção de grãos. A próxima obra será a construção de viadutos no trecho Natal-Parnamirim, na BR-101.

Na BR-110, foram reali-zadas adequação e pavimenta-ção do trecho Mossoró – Campo Grande, em um trecho de 74,2 km, que vai possibilitar melhoria nas condições de escoamento da produção da região. Essa rodovia, conhecida como Estrada do Sal, tem um importante papel no es-coamento da produção do pólo salineiro. Também é representati-va a produção de frutas na região, principalmente melão e caju, cujo escoamento será beneficiado pela pavimentação.

Já a construção e pavi-mentação da BR-226, no trecho entre Patú e a Divisa RN/CE, com 69 km de extensão, contribuirá para a integração da região do Alto Oeste Potiguar, que abrange microrregiões de Serra de São Mi-guel, Pau dos Ferros e Umarizal, totalizando 37 municípios e 250

mil habitantes, com as demais re-giões, ampliando a conexão com a região do Seridó e Natal, e tam-bém com o estado do Ceará.

Serão implantados seis viadutos e uma passagem inferior, eliminando as interseções em ní-vel. Ao longo de todo o segmento, serão implantadas vias marginais que facilitarão o acesso aos bair-ros, assegurando maior conforto e segurança para a população. A duplicação e adequação do seg-mento urbano da rodovia bene-ficiarão mais de 1,5 milhão de habitantes que residem na Região Metropolitana de Natal.

Integração nacional

A BR-101 é uma das mais importantes do país e atravessa o território nacional de Norte a Sul, passando por 12 estados. Ela in-terliga o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e possibilita a integração entre as regiões Nor-deste, Sudeste e Sul do Brasil.

No Nordeste brasileiro, a rodovia permite a interligação entre seis capitais – Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju e Salvador –, com grande impor-tância para o turismo, já que seu traçado está localizado na faixa litorânea.

Mais segurança nas rodovias do Rio Grande do Norte

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N e g ó c i o s

Agricultores familiares de dife-rentes regiões do país estão se trans-formando em empresários do ramo do turismo e encontram na ativida-de uma alternativa para aumentar o resultado dos seus negócios.

Uma pesquisa inédita, reali-zada pelo Sebrae, traçou o perfil das propriedades que desenvol-vem ações de turismo rural no Brasil e identificou que os donos de pequenos sítios e fazendas es-tão aproveitando as atividades co-tidianas da agricultura para atrair visitantes e incluir uma nova fonte de renda no negócio.

O Sebrae mapeou 122 pro-priedades em todas as regiões bra-sileiras, que oferecem aos visitan-tes do meio urbano uma vivência no mundo rural, que vai desde an-dar de trator até degustar produtos feitos na fazenda.

O estudo Retrato do Turis-mo Rural no Brasil com foco nos

Pequenos Negócios mostrou que 61% dos empreendimentos de turismo rural oferecem visitas às áreas das propriedades e aos es-paços de produção, com a inte-gração do visitante às atividades cotidianas: 39% deles possibili-tam que o visitante participe da colheita de produtos, 38% in-cluem a degustação da produção no pacote turístico e 32% fazem passeios em trilhas.

Radiografia

A realização do estudo per-mitiu ao Sebrae conhecer melhor o perfil do empresário do turismo rural brasileiro para auxiliar no pla-nejamento das ações que apoiem a gestão desses pequenos negócios.

Desde 2012 o turismo rural é prioridade entre os segmentos da carteira de turismo do Sebrae Na-cional e a instituição tem traba-

Agricultores investem no turismo rural

lhado para auxiliar os pequenos empresários, para aproveitarem o grande potencial desse modelo de empreendimento.

“Estamos investindo R$ 6 milhões em projetos voltados para o segmento. Cerca de mil empreendimentos em todo o Bra-sil estão participando de cursos, palestras, oficinas, consultorias e ações de promoção comercial, que vão ajudar a melhoria da gestão dos empreendimentos, o aumen-to do faturamento dos negócios e o fortalecimento das lideranças do segmento”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

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50 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S a ú d e

O Amapá registrou 1.251 ca-sos de pessoas infectadas pela fe-bre chikungunya em pouco mais de seis meses, em 2014. O primei-ro diagnóstico da doença ocorreu em julho do mesmo ano. O nú-mero deixou o estado no topo do ranking no país.

Os registros estão concentra-dos em apenas três municípios, sendo que a maior incidência foi Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, onde foram registrados 1.231 casos. O município faz di-visa com a Guiana Francesa, país que enfrenta epidemia da doença.

O segundo município com mais registros é Macapá, com 18 casos. Santana teve apenas dois. Em ambas as cidades, os casos da doença são “importados”, ou seja, foram diagnosticados em pacien-tes que contraíram o vírus em ou-tras regiões, como República Do-minicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.

A gravidade no índice da do-ença no Amapá levou a prefeitura

de Oiapoque a decretar situação de emergência em setembro, por causa das ocorrências de chikun-gunya na cidade de 20,5 mil habi-tantes (Censo 2010). O município foi o primeiro a registrar casos de infectação interna no país.

Combate

O primeiro caso da doença no Amapá foi diagnosticado em 31 de julho, em um menino fran-cês de 13 anos. O adolescente apresentava sintomas da doença desde o início do referido mês, quando chegou ao Amapá para passar férias.

Desde que foram confirma-dos os casos da febre Chikungunya no Caribe, no final de 2013, o Ministério da Saúde elaborou um plano nacional de contingência da doença, que tem como metas a intensificação das atividades de vi-gilância; a preparação de resposta da rede de saúde; o treinamento de profissionais; a divulgação de me-

Amapá lidera ranking de chikungunya no Brasil

didas às secretarias e a preparação de laboratórios de referência para diagnósticos da doença.

Também foram intensifica-das as medidas de prevenção e identificação de casos. Nas regi-ões com registro da febre, foram constituídas equipes, composta por técnicos das secretarias locais, para orientar a busca ativa de ca-sos suspeitos e emitir alerta às uni-dades de saúde e às comunidades.

O Amapá registrou 1.251 casos de pessoas infectadas pela febre chikungunya em 2014

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I n o v a ç ã o

A tecnologia robótica está ga-nhando espaço nas lavouras brasi-leiras. Os tradicionais tratores estão sendo substituídos por robôs agrí-colas, que se deslocam sozinhos por plantações inteiras, portando equipamentos sofisticados de diag-nóstico de plantas e solos

Genuinamente nacional, o agribot, - robô agrícola desen-volvido pela Embrapa – é equi-pado com instrumentos de de-tecção de doenças nas plantas, como sensores hiperexpectrais capazes de apontar anomalias nas plantas pela leitura de uma ampla faixa de luz.

“Na agricultura, tarefas re-petitivas executadas em grandes extensões podem ser muito one-rosas,” diz o pesquisador da Em-brapa Ricardo Inamasu, respon-sável pelo desenvolvimento do Agribot. “Por isso, a utilização de robôs agrícolas será cada vez mais vantajosa economicamen-te”, acredita.

Ricardo Inamasu explica que a coloração das plantas é um in-dicador de sanidade e o hiperex-pectrômetro consegue perceber faixas de luz invisíveis ao olho humano e detectar diferenças su-tis de luz indicadoras de doenças.

Além de patologias, o robô pode apontar o estágio de de-senvolvimento das plantas, de-tectar estresse hídrico, encontrar pragas e fazer um mapa da situa-ção de toda a lavoura, planta por planta. Um braço mecânico ain-da pode ser acoplado ao robô para a retirada de amostras para análise, como uma laranja, por exemplo, além de poder cole-tar amostras de solo para serem analisadas em tempo real.

Robôs automatizam a lavoura Inspiração do espaço Bem menor que seu irmão

Agribot, o Mirã (futuro na língua tupi) é um rover agrícola de pe-queno porte inspirado no jipe explorador de marte, Curiosity, da agência espacial norte-ame-ricana, Nasa. A função do robô brasileiro é navegar pelas entreli-nhas de uma plantação levantan-do dados sobre solos e plantas.

As aplicações vão desde um mapeamento detalhado sobre a composição do solo em diferentes áreas de uma plantação até a de-tecção de contaminantes no solo.

“Plantações não são unifor-mes. Dentro de uma única lavou-ra pode haver áreas com exces-so de um nutriente e outras com carência do mesmo elemento, por isso, ferramentas de agricul-tura de precisão, como o Mirã, ajudarão a economizar na apli-cação de químicos, promovendo economia e sustentabilidade am-biental”, acredita a pesquisadora da Embrapa Débora Milori, que coordena o trabalho.

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52 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

No Planalto da Borbore-ma, a 842 metros acima do nível do mar, Gara-

nhuns se destaca como o princi-pal município do Agreste Meridio-nal de Pernambuco. No mês de julho, todas as atenções se voltam para a cidade e seus 130 mil habi-tantes, segundo dados do IBGE. É que a temperatura, normalmente amena, cai ainda mais, atraindo quem foge do calor da capital. Na madrugada, só um casaco de frio atenua os dez graus que o termô-metro marca.

Sua localização estratégi-ca é a responsável pela tem-peratura anual média de 21 graus. E não é à toa, pois Ga-ranhuns está cercada por sete colinas: Monte Sinai, Triunfo, Columinho, Ipiranga, Antas, Magano e Quilombo.

Julho também é o mês do tradicional Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). Seus sho-ws e atrações atraem milhares de pessoas e abrem caminho para o visitante conhecer outras facetas da cidade.

Friozinho no agreste pernambucano

Tu r i s m o

Localização estratégica, colinas, parques e termômetro em baixa

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Parques

Dois parques são como pulmões verdes em Garanhuns. O maior deles é o Euclides Dourado, com cerca de oito hectares. Ali, pista de cooper, rampa de skate e parque infantil atraem adultos e crianças. A plantação de pés de eucalipto garante um visual único ao parque, que abriga ainda a Biblioteca Municipal Luiz Jardim.

Não muito distante, o Parque Ruber Van der Linder, conhecido popularmente como Pau Pombo, é outra opção para caminhadas. Re-formado em 1994, flores, fontes e grutas se espalham pela área.

No alto da cidade, o Cristo do Magano pro-porciona uma vista panorâmica ao visitante. Vá agasalhado, porque a temperatura promete ser ainda mais baixa no local.

Descendo de volta ao centro da cidade, não deixe de dar uma olhada na fachada do Mosteiro de São Bento, todo construído em tijolo aparente, bem ao estilo dos antigos mosteiros beneditinos.

A cultura popular está permanentemente pre-sente no Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti. O espaço funciona na antiga Estação Ferroviária desde 1979, quando o prédio foi também tom-bado. Hoje em dia, a edificação de arquitetura inglesa é a responsável por difundir a arte gara-nhuense à população e aos turistas.

Tu r i s m o

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54 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M o t o r e s

Nova família A6

A Audi atualizou o visual das versões sedã e perua do A6. As maiores alterações estão no conjunto ótico. Tanto faróis como lanternas estão mais afilados. Na dianteira, a linha com nove lâmpadas de leds deu lugar a um único conjunto com luzes do mesmo gênero. Também são novos os para-choques, entradas e ar, grade e saídas do escapamento.

Entre os equipamentos, o novo A6 conta com centrais multimídia com o MMI e tela de oito polegadas retrátil, controle de cruzeiro adaptativo, assistência de mudança de faixa e head-up display, que projeta in-formações do veículo no para-brisa.

A família A6 renovada chega ao Brasil no segundo semestre de 2015.

VW aposta no Brasil A Volkswagen vai produzir o Jetta no Brasil a

partir do primeiro semestre de 2015. A fábrica res-ponsável por montar o modelo, que atualmente vem do México, será a de São Bernardo do Campo (SP), que irá ganhar uma nova linha de montagem, com capacidade para até 18 mil carros por ano.

O Jetta será o segundo modelo global com produção no Brasil. O primeiro foi o Up, montado desde janeiro em Taubaté (SP). Ainda irá se somar à família de “globais” brasileiros o Golf, que será montado em São José dos Pinhais (PR), em 2016.

Chery QQ brasileiro A Chery Brasil confirmou a produção nacional

do novo QQ a partir da segunda metade de 2015. A versão anterior é atualmente o carro mais bara-to do mercado, nacional. Será o segundo modelo a sair da nova fábrica em Jacareí (SP). O primeiro é o Celer, que começou a ser produzido em dezembro.

O novo QQ ganha atualizações no visual e vem com motor 1.0 de 3 cilindros, que desenvolve até 69 cavalos de potência. A expectativa da Chery

é de produzir 50 mil unidades dos 2 modelos no pri-meiro ano de ope-ração da planta. Em 2018, espera-se que a capacidade máxima de 150 mil seja atingida.

montado em São José dos Pinhais (PR), em 2016.

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M o t o r e s

NC 750 XA nova Honda NC 750X já está chegando às

concessionárias brasileiras. Como na Europa, o novo modelo é uma versão melhorada da NC 700X, que recebeu mais potência, torque e 75 cc a mais. No total, são 745 cilindradas no motor bicilíndrico e um novo sistema de escape capaz de estimular ainda mais o piloto.

A nova NC 750X 2015 entrega até 54,8 cava-los de potência e 6,8 kgfm de torque, ou seja, 7 cv a mais que a versão 700X. Há ainda um câmbio de seis velocidades redimensionado, deixando apenas a sexta marcha mais longa em 3%.

Outlander híbridoA onda de carros híbridos

ou elétricos nunca esteve tão em pauta no Brasil como agora. Depois de Ford Fusion Hybrid, Toyota Prius e Lexus CT200h e do elétrico BMW i3, o clube dos “carros ver-des” ganha um novo re-presentante, o Mitsubishi Outlander PHEV, que che-ga com uma série de novida-des para o segmento.

O Outlander PHEV traz pequenas diferenças estéticas em relação às demais versões. Além dos badges com o nome da versão nas laterais e no porta-malas, a grade tem acabamento cromado e desenho levemente alterado. Já as lanternas são transparentes, em vez de coloridas.

Atego

A Mercedes-Benz traz importantes inovações e novidades para sua linha de caminhões. O semipe-sado Atego e os extrapesados Axor e Actros atingem um padrão ainda mais elevado no transporte rodo-viário de cargas, tendo por base o conceito ECON-FORT (Economia+Conforto+Força/Desempenho), filosofia de desenvolvimento que resulta num maior valor agregado ao produto

O modelo Atego 2430 traz nova curva de tor-que; câmbio automatizado Mercedes PowerShift; EcoRoll, Power e Manobra; novo eixo traseiro HL-4; nova suspensão da cabina; novo interior da cabina; novo banco pneumático, kit de componentes para 8x2 e tanques de 600 litros.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s

a sexta marcha mais longa em 3%.

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RANGEL CAVALCANTE [email protected]

56 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

Alma Suada

No inicio dos anos 60 do século passado, o hoje internacionalmente consagrado poeta Soares Feitosa era foca na “Gazeta de Notícias”, em Fortaleza. Começava a botar no papel os seus primeiros versos, na sua maioria sonetos inundados de amor e paixão que bem demonstravam a intimidade do jovem vate com as musas. Aconselhado pelo Dorian Sampaio, diretor do jornal, decidiu reunir seus versos num livro, o primeiro de sua longa carreira literária, que seria impresso na gráfica do jornal “A Fortaleza”, dirigido pelo padre Arimatéia Diniz. Numa tarde, o Feitosa chega exultante à redação

exibindo o “boneco” do que seria o seu primeiro livro. Tudo nos trinques, mas havia um problema: faltava o titulo da obra e ele queria sugestões dos colegas da redação para encontrá-lo. Toda a turma tentava ajudar, lendo em voz alta cada página dos originais, mas ninguém tinha uma idéia aceitável. Foi aí que o Tarcísio Holanda, lendo as poucas linhas da apresentação escrita pelo autor, gritou:

- Eureka, encontrei! E citou uma frase do próprio Soares Feitosa, que dizia: “O poeta ganha o pão de cada dia com o suor

de sua alma”.- O título do livro deve ser “Alma Suada”. Todo mundo aplaudiu. Mas o Feitosa escapou de ter a sua obra inicial espalhando suor pelas estantes

e livrarias do país, graças às ponderações do Cesar Coelho, poeta e gozador, que passou um lenço na idéia.

Jornalista fantasma No governo do marechal Castello Branco, primeiro presidente da

ditadura instaurada em 1964, comandava a 10a. Região Militar, sediada em Fortaleza, um general linha dura que, dentre outros atributos, tinha o de detestar jornalistas.

O gabinete do governador Plácido Castelo e o do presidente da As-sembléia eram destinatários constantes de ofícios secretos da chamada 2a. Seção, quase sempre cobrando informações sobre profissionais da imprensa. Queriam saber quem era funcionário, quanto ganhava, quem recebia dinheiro, quem dava expediente, quem viajara acompanhando autoridades e quem pagava a conta. Um dos alvos prediletos era o jorna-lista Dário Macedo, que, muito jovem e competente, tinha dois defeitos: era genro do governador e ocupava um dos mais importantes postos da administração: a chefia da Casa Civil do Governo. Um dia chega ao gabinete do governador um oficio secreto com uma grave denúncia: a Casa Civil estava pagando salários a um jornalista fantasma. Uma pessoa que nem existia constava da folha de pagamento da Assessoria de Imprensa. Como prova, vinha uma cópia do ato de contratação do profissional inexistente. Imediatamente o governador mandou abrir uma investigação.

O resultado foi de uma gaiatice sem par. Logo foi localizado e devidamente identificado o pseudo jornalista fantasma. Era o experiente Newton Pedrosa, notável colunista político, que prestava seus valio-sos serviços à equipe da Assessoria de Imprensa, chefiada pelo mestre Geraldo Nobre. O detalhe é que o Newton constava da folha com o seu verdadeiro nome – Francisco Mozenito – coisa que os serviços secretos da ditadura ignoravam. Tudo esclarecido, mas a pressão contra o Dário continuou até que ele largou o cargo e foi fazer um curso de especialização em jornalismo da Universidade de Porto Rico.

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CASOS & CAUSOS

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 57

A pessoa certa

Honrando um compromisso assumido por Tancredo Neves, José Sarney, tão pronto assumiu a Presidência da República, no-meou o jornalista Mauro Santaya-na para o cargo de Adido Cultu-ral junto à mossa embaixada em Roma, um dos empregos mais cobiçados por uma boa parcela dos intelectuais brasileiros. Feliz da vida, Santayana estava ainda a comemorar a nomeação, quan-do encontra o seu colega Ricardo Noblat, à época diretor de Ma-rketing Político da PROPEG. No-blat aproveitou para cumprimen-tar o amigo pela nomeação:

- Mauro, meus parabéns. Você conseguiu o emprego que eu pedi a Deus.

E Santayana, rápido:- Esse é que foi o seu erro.

Pediu à pessoa errada. Eu pedi ao Tancredo e ao Sarney e ganhei.

O mais limpo

Quando ainda engati-nhava na política, o recém aposentado ministro do Tribu-nal de Contas da União Ubi-ratan Aguiar já freqüentava o serpentário da UDN cearen-se, o partido que se gabava de ser o mais preparado para governar, mas que não conse-guia ganhar eleições para pro-var isso. Num ano eleitoral, discutia-se a possibilidade de uma aliança do PSD, o partido da sabedoria, coligar-se com a UDN para disputar o go-verno do estado. O problema

era chegar a um acordo sobre quem indicaria o nome para encabeçar a chapa. Cada um queria impor o candidato a governador, deixando o lugar de vice para o outro. Numa dessas tumultuadas reuniões, na qual cada lado tentava impor suas con-dições ao aliado, o PSD já chegou com o nome do seu candidato a governador na possível coligação. Era o do senador Wilson Gonçalves, uma das eminências do partido, que começara a vida pública como prefeito do Crato. E começaram a desfilar pela tribuna oradores, todos exaltando as qualidades do senador, pintadas com as mais vivas cores. E foi aí que o nosso Ubiratan resolveu pedir a palavra, concedida pela mesa, dominada pelos pessedistas e por isso mesmo desconfiada da intervenção do jovem udenista. O Bira foi curto e grosso:

- Meus senhores, acabamos de ouvir a longa lista das qualidades do ilustre senador Wilson Gonçalves, que pre-tende encabeçar a chapa com a qual disputaremos o governo do estado. Mas esqueceram de uma.

Fez uma pausa e prosseguiu:- O doutor Wilson Gonçalves é o senador mais lim-

po da República!E concluiu o curto discurso:- É que todas as vezes que a gente telefona para a

casa dele, dizem que ele está tomando banho!O doutor Wilson não saiu candidato.

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58 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Art igoA r t i g o

a r t i g oReinaldo Domingos

Na faculdade é preciso reforçar a educação financeira

O sonho de fazer uma uni-versidade acompanha a maio-ria dos jovens brasileiros. Po-rém, com a concorrência cada vez maior por vagas em univer-sidades públicas e com o suca-teamento do ensino público no país, os estudantes de baixa ren-da ficam fadados a estudarem nas faculdades particulares.

Infelizmente, isso tem um custo alto: em média, uma men-salidade fica na faixa de R$ 670, o que faz com que o sonho de entrar na universidade tenha um preço elevado, fazendo com que, muitas vezes, esses estudantes se tornem inadimplentes.

Fora isso, os estudantes que entram nesse novo estágio têm diversas outras preocupa-ções financeiras. Diferente do que ocorria anteriormente no colégio, o número de livros e textos que o aluno tem que ler é muito maior; tem também o custo de transportes e aumen-tam as baladas e os eventos sociais. O caso se torna ainda mais grave quando o estudan-te muda de cidade; nesse caso, ainda existe o custo de mora-dia, alimentação e viagens.

Veja algumas dicas de economia para essas situações:

· Buscar economizar o má-ximo possível na utilização de papéis e cadernos. Busque utili-

zar cadernos de outros anos que tenham folhas em branco, bem como folhas de sulfite já utiliza-das de um lado como rascunho;

· Apesar dos problemas de direito autorais, que dificultam as cópias dos textos, é interessante formar um grupo de estudos com colegas, para que possam com-partilhar textos. Dessa forma, se possuem quatro textos para ler, uma cópia de cada será suficiente para os quatro, mas é importante que todos tenham o mesmo rit-mo, para que não haja confusões;

· Não deixe de aproveitar as baladas, mas selecione as que realmente valem a pena e as que são mais econômicas. Diversão não é sinônimo de gastos;

· Sobre transporte, sempre existem os passes para estudan-tes. Utilize os transportes pú-blicos. Se isso não for possível, busque revezar ou dividir o car-ro com o maior número de pes-soas possíveis;

· Se trabalhar, busque sem-pre ter uma reserva no fim do mês para imprevistos futuros que podem fazer com que tenha que parar o curso em caso de desemprego;

· Caso não trabalhe, é a hora de buscar um estágio remu-nerado; além de ser bom para o currículo, o dinheiro que recebe poderá ser utilizado para redu-zir os custos de sua família com a mensalidade e para que você

comece realmente a conquistar sua independência;

· Busque descontos nas mensalidades ou mesmo crédi-tos educacionais, mas, lembre-se, esses terão que ser pagos no futuro. Por isso, já deve come-çar a fazer uma reserva extra;

· Se for morar fora, bus-que morar em repúblicas com pessoas que tenham as mesmas condições financeiras que você e com o aluguel mais baixo possível. Faculdade não é fase de status, e sim de estudo;

· Evite comer fora com frequência; cozinhar é uma solução econômica. Também, existe a possibilidade de levar lanchinhos em vasilhas ou mes-mo os lanches naturais;

· Por mais que a saudade dos familiares seja grande, a universidade é um momento de conquistar seu espaço. Não é necessário viajar todo o fim de semana. Mas cuidado, ficar em outra cidade não é sinônimo de sair, bagunçar e gastar, e sim de se encontrar.

A faculdade é uma fase de crescimento e, nesse processo, está o da capacitação financei-ra. Todo cuidado é pouco para que você realmente cresça e te-nha um futuro adequado para o seu crescimento profissional.

Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP.

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