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Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosThaís Façanha [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Grupo [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expediente editORiALProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Ano marcado pela crise chega ao fimMais uma vez a edição de final de ano

da Revista do AviSite oferece uma análise do relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (página 26) com as expectativas para o próximo ano no que se refere à produção das três principais car-nes. Entre outras projeções, o texto sugere que a recuperação econômica registrada no planeta se reflete diretamente no de-sempenho das carnes que, ao contrário do esperado, terminam o ano com produção ligeiramente maior que a de 2008.

Para complementar este material, a equipe da publicação escutou também os Presidentes da UBA e da ABEF e o Diretor Executivo do Sindirações (página 32), além das lideranças estaduais da avicultura (pá-gina 37). Desta forma, acreditamos traçar um panorama importante do setor, com informações para o enfrentamento dos desafios do próximo ano.

É sempre bom reconhecer que, tam-bém graças à disponibilidade de informa-ções contínuas sobre a evolução da produ-ção, os prejuízos enfrentados pela indústria do frango foram menores que o das outras carnes – por exemplo, a suína, cujo setor produtivo não dispõe de dados consisten-tes relativos ao evoluir da produção.

Nesta edição o leitor ainda pode con-ferir a terceira e última parte da seqüência de matérias que abordaram a automação na avicultura brasileira. Desta vez, o tema desenvolvido girou em torno do processa-mento de frangos, que está em evolução no país. No texto, o consultor Fábio Nunes conclama o setor de industrializados de frango a inovar e lançar novos produtos para os consumidores.

Aproveitamos também para desejar a todos os leitores um feliz Natal e um ótimo 2010!

Automação Tecnologia no abate de frangos

O USDA e as perspectivas para a avicultura mundial

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ................................................................ 04Notícias Curtas .................................................... 06AviGuia ............................................................... 23Classificados ....................................................... 56Portfólio Aviguia ............................................... 57 ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 44Alojamento de matrizes de corte ......................................... 45Produção de pintos de corte ................................................ 46Produção de carne de frango ................................................47Exportação de carne de frango............................................ 48Disponibilidade interna de carne de frango ....................... 49Alojamento de matrizes de postura .................................... 50Alojamento de pintainhas comerciais de postura ...............51Desempenho do frango vivo no mês de novembro ........... 52Desempenho do ovo no mês de novembro ........................ 53Matérias-primas ..................................................................... 54

Sumário

16

Ponto FinalRoberto Kaefer faz

uma análise da avicultura brasileira

Especial Projeções

37Estimativas para a postura comercial

Especial AssociaçõesEntidades comentam dificuldades e conquistas de 2009 4032

O que esperar da avicultura brasileira

em 2010

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Eventos

4 Produção Animal | Avicultura4 Produção Animal | Avicultura

2010Janeiro

27 a 29 de janeiro 62ª International Poultry Feed ExpoLocal: Georgia World Congress Center - Atlanta, Geórgia – EUARealização: US Poultry & Egg AssociationContato: (770) 493-9401Informações: www.internationalpoultryexposition.com

Fevereiro

1 a 3 de fevereiro VIV Índia 2010Local: Bangalore International Exhibition Centre, Bangalore, ÍndiaInformações: www.viv.netE-mail: [email protected]

Abril

6 a 8 de abrilXI Simpósio Brasil Sul de AviculturaLocal: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SCRealização: Núcleo Oeste de Médicos VeterináriosE-mail: [email protected]

20 a 22 de abril VIV EuropeLocal: Utrecht, HolandaInformações: www.viv.net

20 a 23 de abrilGlobal Feed & Food III Congress MexicoLocal: Cancún, MéxicoRealização: IFIF, FAO e CONAFABInformações: www.globalfeed-food.com

Maio

11 a 13 de maioFeira da Indústria Latino-Americana de Aves e Suínos (AveSui)Local: Centro de Convenções Centro Sul, Florianópolis, SCRealização: Gessulli AgribusinessInformações: www.avesui.comE-mail: [email protected]

25 a 28 de maioFeira Nacional do Frango (FENAFRANGO)Local: Passo Fundo, RSRealização: Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária e Sindicato Rural Informações: www.fenafrango.com.br

26 a 29 de maioII Conferência Nacional sobre Defesa AgropecuáriaLocal: Belo Horizonte (MG)Realização: Universidade Federal de Viçosa, IMA e Secretaria de Defesa AgropecuáriaE-mail: [email protected]

Agosto

23 a 27 de agosto XIII European Poultry Conference Local: Tours, FrançaInformações: www.epc2010.orgE-mail: [email protected]

Setembro

14 a 17 de setembro8ª Feira Internacional de Processamento e Industrialização da Carne (MercoAgro)Local: Parque de Exposições Tancredo Neves, Chapecó, SCInformações: www.btsmedia.biz

Outubro

21 a 23 de outubroFIGAP/VIV América Latina 2010Local: Expo Guadalajara, Guadalajara, MéxicoRealização: www.viv.netInformações: www.viv.netE-mail: [email protected]

Novembro

16 a 19 de novembroEuroTier 2010Local: Hanover, AlemanhaInformações: www.eurotier.de

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6 Produção Animal | Avicultura

As mais lidas no AviSite em novembro

1

Pairava, no mercado de aves vivas, grande expectativa em relação ao comportamento do frango vivo na

segunda quinzena de novembro, antevéspera do período de maior consumo do ano, o Natal: a cotação ainda ex-perimentaria nova alta, se manteria ou correria o risco de retroceder nos 10 dias de negócios faltantes para o en-cerramento do mês? Leia mais na página 52.

Comportamento do frango em novembro gera expectativa no setor

2

Embora os números consolidados ainda não hou-vessem sido divulgados, a notícia fez uma previsão

do volume de carne de frango produzido em outubro, concluindo que a oferta interna do produto apresen-tou recuo. Isso, segundo a matéria, gerou maior equilí-brio entre oferta e procura e justificou a retomada do mercado. Leia mais sobre o mercado de frango em outubro a partir da página 44.

Com aumento da exportação, cai oferta interna de frango

3

Dados da SECEX/MDIC, divulgados antes da ABEF apresentar os números consolidados do mês,

apontaram que em outubro as exportações brasileiras de carne de frango chegaram às 335.445 toneladas, superando em mais de 6% o volume registrado no mesmo mês de 2008. Confira mais informações sobre exportação na página 48.

Embarques de frango têm o maior volume em 15 meses

5

A notícia comenta os resultados divulgados pelo Procon-SP da cesta básica dos paulistanos em

outubro e revela quedas de 0,12% no mês, de 1,68% no ano e 4,79% nos últimos 12 meses. Naturalmente, essas quedas vêm tendo decisiva participação de frangos e ovos.

Procon-SP fala dos porquês da queda de preço de frango e ovo

4

Analisando-se a relação entre oferta interna apa-rente de carne de frango e preço pago pelo con-

sumidor (base: PROCON-SP para a cidade de São Paulo) nos últimos 12 meses, constata-se que a redu-ção de oferta desencadeada pelo setor produtivo a partir da crise econômica não conseguiu neutralizar a queda dos preços do frango nos primeiros quatro meses deste ano.

Números mostram que excesso de oferta atropelou valorização do frango

Leia as últimas noticias do setor em www.avisite.com.br

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Produção Animal | Avicultura 7

Segundo o Valor Online, estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Se-

cex) mostram que, em outubro, os preços médios em dólar das carnes in natura bovina, suína e de frango exportadas pelo Brasil ficaram novamente abaixo do mes-mo mês de 2008. Em relação a setembro deste ano, os preços em dólar da carne suína apresentaram reação, mas as carnes bovina e de frango voltaram a retroceder.

O volume exportado de carne de frango cresceu 15,5% em outubro em relação a setembro e garantiu receita mais elevada (13,5%), mas o preço médio caiu 1,9%. Na comparação com outubro de 2008, o preço médio da venda diminuiu 18,7%, o que derrubou as respectivas receitas apesar do salto de 11,2% do volume de carne de frango in natura exportado.

Preço do frango exportado continua deprimidoValores ficaram novamente abaixo do mesmo mês de 2008

Embarques

Notícias | Brasil

O volume das exportações brasilei-ras de milho cresceu 27% de

janeiro a outubro deste ano em rela-ção ao mesmo período de 2008 e alcançou 5,44 milhões de toneladas. A informação foi divulgada pelo Valor Online, que cita como fonte dos dados a Secretaria de Comércio Exterior (Se-cex). Esse incremento se deve princi-palmente a um programa governamen-

tal que subvenciona o transporte do produto, conhecido como Prêmio para Escoamento de Produtos (PEP). Com o

auxílio da ferramenta, a expectativa é que os embarques, que atingiram 817 mil toneladas em outubro, mantenham esse nível mensal até o fim de 2009.

O Ministério da Agricultura, que garante que o PEP não é um subsídio considerado ilegal, estima que as ex-portações de milho do Brasil chegarão a quase 7 milhões de toneladas em todo o ano de 2009, ante 6,4 milhões em 2008.

Embarques de milho ganham força com PEPExportação alcança 5,44 milhões de toneladas entre janeiro e outubro

Matéria-prima

Ministério da Agricultura estima que exportações de milho chegarão a

quase 7 milhões de toneladas em 2009

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Cerca de 1.400 profissionais da exten-são rural serão capacitados até o fim

de 2009 para atuar e levar informação aos agricultores familiares

sobre as influenzas aviária, suína e equina. O primei-ro curso teve início no dia

03 de novembro e seguiu até o dia 07 do mesmo mês,

em Brasília (DF).

Nos cinco dias de curso foram trata-dos temas como características dos vírus de influenza H5N1 e H1N1, diagnóstico oficial de influenza em aves e suínos e Plano de Enfrentamento da Pandemia de Influenza, entre outros. Além disso, os participantes tiveram aulas práticas de necropsia e coleta de material.

No total, serão realizados 54 cursos pelo país. Esta ação é promovida pela Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário SAF/MDA, por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e conta com a parceria da Em-presa Brasileira e Pesquisa Agropecuária e do Laboratório Cedisa na definição da programação, do material didático e na apresentação de palestras. As informa-ções foram divulgadas pela assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura.

Curso capacita profissionais em Brasília, DFCerca de 1.400 técnicos da extensão rural serão capacitados até o fim de 2009

Influenzas

8 Produção Animal | Avicultura

Notícias | Brasil

A edição de setembro de 2009 da revista “Terra Brasil”, publicação

do Ministério da Agricultura, traz repor-tagem em que enfoca “o mito da carne de frango com hormônios”.

Base de um artigo que trata do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), a matéria ouviu o chefe de Pesquisa e Desenvolvi-mento da Embrapa Suínos e Aves, Ger-son Scheuermann, que afirma: “Desde o início da avicultura de corte, a eficiên-cia na produção de frango é questiona-da, inclusive, por médicos e nutricionis-tas, mas o rápido crescimento de frangos não é milagre”.

A matéria também traz o depoi-mento do coordenador do PNCRC, médico veterinário Leandro Feijó. Ele

ressalta que o curto período de vida do frango até o abate inviabiliza qualquer tentativa de utilização de hormônios na espécie: “não há tempo suficiente para atuação [do hormônio] no organismo”. O coordenador do PNCRC também revela que nos últimos quatro anos foram realizadas mais de 2.800 análises em frangos, “não havendo indícios da utilização dessas substâncias nas carnes de aves consumidas pela população brasileira e exportadas para mais de cem países”.

A publicação “Terra Brasil” pode ser solicitada ao MAPA através da Assesso-ria de Comunicação Social ([email protected]) ou diretamente à Central de Relacionamentos pelo telefo-ne 0800 704 1995.

Revista do MAPA aborda o mito dos hormôniosRápido crescimento de frangos não é milagre, afirma pesquisador

Publicação

O setor de avicultura de Londrina ganhou no dia 17 de novembro o

Comitê Regional de Sanidade Avícola, uma câmara para debater, monitorar e orientar a atividade avícola no Paraná.

Apenas em Londrina, mil produtores de aves são responsáveis por um plantel de quase 3 milhões de animais forneci-dos para a Big Frango – 15% da produ-ção total da empresa, maior do Paraná em empregos gerados.

Entre diversas funções de controle, o Comitê deve monitorar os problemas causados por pombos em Londrina e região. As informações foram divulgadas pelo Jornal de Londrina.

Comitê de sanidade é criado em Londrina, PRObjetivo é debater, monitorar e orientar o setor

Associação

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Produção Animal | Avicultura 9

Recuando pelo sexto mês consecutivo, em setembro passado as exportações norte-

americanas de carne de frango totalizaram 263.148 toneladas e ficaram 7,55% abaixo do exportado no mesmo mês de 2008.

Agora, em nove meses, o volume em-barcado pelos EUA anda próximo dos 2,326 milhões de toneladas e, portanto, se encon-tra abaixo (-1,50%) dos 2,361 milhões de toneladas exportadas entre janeiro e setem-bro de 2008.

De toda forma, o total acumulado nos 12 meses completados em setembro de 2009 continua positivo, pois ultrapassa em 0,71% os 3,1 milhões de toneladas embarca-das entre outubro de 2007 e setembro de 2008.

Exportação de frango dos EUA segue positiva nos últimos 12 mesesTotal acumulado ultrapassa os 3,1 milhões de toneladas embarcadas

Mercado externo

Notícias | Panorama Internacional Leia as últimas noticias do setor em www.avisite.com.br

EUA - Exportação de carne de frango (Mil toneladas)

MÊS 2007/2008 2008/2009 VARIAÇÃO %

outubro 270,911 303,349 11,97

novembro 278,905 258,851 -7,19

dezembro 189,216 234,239 23,79

janeiro 206,637 275,695 33,42

fevereiro 230,030 254,392 10,59

março 246,810 265,148 7,43

abril 268,280 247,185 -7,86

maio 288,472 262,255 -9,09

junho 253,692 241,275 -4,89

julho 293,138 254,987 -13,01

agosto 289,671 261,769 -9,63

setembro 284,649 263,148 -7,55

em 9 meses 2.361,379 2.325,854 -1,50

em 12 meses 3.100,411 3.122,293 0,71

Fonte: USDA | Elaboração e análises: AviSite

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10 Produção Animal | Avicultura

Exportadores esperam alcançar embarques de 500 mil toneladas

Notícias | Panorama Internacional

Embora as últimas previsões do Departamento de Agricultura dos

EUA (USDA) projetem que eles ficarão nas 385 mil toneladas, os exportadores tailandeses, otimistas, afirmam que os embarques de carne de frango do país para o exterior podem, neste ano, che-gar às 500 mil toneladas. Se isso se confirmar, as exportações da Tailândia voltarão a se aproximar dos números alcançados em 2003, época em que o país foi afetado pela Influenza Aviária e perdeu a maior parte de seu mercado externo. Porém, no próprio setor, há quem tema que esse volume não seja atingido em função da concorrência chinesa, especialmente nos mercados da União Européia e do Japão.

Mas quem aposta que as 500 mil toneladas serão alcançadas é a Presidente da Associação Tailandesa de Promoção da Avicultura, Chaweewan Kampa, para quem as exportações deste ano devem crescer cerca de 13% em relação a 2007. Um resultado excepcio-nal se considerada a crise mundial, mas favorecido pela reabertura do mercado da União Européia – acontecimento que possibilitou neutralizar a queda de com-pras da parte do Japão.

Contudo, se os resultados de 2009 vêm sendo ótimos, repeti-los em 2010 será desafiante. Pois a líder da avicultura tailandesa entende que a concorrência

estará mais ativa, especialmente da parte da China. O país vem atuando intensivamente na melhoria e no au-mento de granjas e de plantas de pro-cessamento, com resultados excepcio-nais: “o produto chinês vem sendo bem aceito nos mercados europeus e japone-ses”. Ela teme também a concorrência brasileira, cujos volumes adicionais “es-tão invadindo o mercado”.

Chaweewan Kampa sugere que o caminho para os exportadores tailande-ses é melhorar o sabor de seus produtos para diferenciá-lo do ofertado por ou-tros países: “a exclusividade no sabor vai manter a fidelidade do cliente”. Acrescenta, porém, que o setor precisa buscar outros mercados. E indica o Oriente Médio, “onde a demanda é firme e os preços são mais favoráveis para o produtor de frango tailandês”.

País afirma estar livre da Influenza Aviária

Na terceira semana de novembro, autoridades sanitárias da Tailândia res-saltaram que o país permanece livre da Influenza Aviária, status adquirido no final de fevereiro de 2009, quando – após três meses consecutivos sem de-tectar nenhum novo foco da doença no país – o governo tailandês declarou o país livre da Influenza Aviária de alta patogenicidade.

Preocupada com China, Tailândia busca novos mercados

Recuperação

Casos envolvem vírus dos tipos H5N3 e H5N1

Na primeira semana de novembro, a Rússia e a República Checa

enviaram comunicado à Organização Mundial de Saúde (OIE) notificando a detecção de vírus da Influenza Aviária em seus territórios.

O comunicado da República Checa deu conta do isolamento, em aves

comerciais (espécie não informada), de vírus do tipo H5N3 da Influenza Aviária, considerado de baixa patoge-nicidade. Embora o plantel envolvido não apresentasse sinais clínicos da doença, todas as aves foram submeti-das a sacrifício sanitário.

O caso russo envolve a detecção

do H5N1, de altíssima patogenicidade, em um pombo comum (Columba lí-via), presente em praticamente todas as áreas urbanas do mundo e, em alguns casos, verdadeira praga para a saúde pública. Como se vê, transfor-mou-se em risco também para a saú-de animal.

República Checa e Rússia detectam IAAves comerciais e pombo

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Produção Animal | Avicultura 11

Datada de segunda-feira, 16 de no-vembro, “notificação imediata”

expedida pelos serviços veterinários franceses à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) dá conta da ocorrên-cia de novo surto de Influenza Aviária no país, desta vez de baixa patogenicidade (LPAI, na sigla em inglês).

A notificação descreve um caso de LPAI detectado em 13 de novembro em um plantel de nove mil patos de uma granja localizada em Saint Aubin Du Plain, departamento de Deux-Sèvres, região oeste da França. A identificação do caso se deu através de serviço de vigilância ativa sobre a Influenza Aviária, mantido permanentemente pelos servi-ços veterinários franceses em granjas de reprodução avícola. Não fosse isso, o surto não teria sido detectado em sua fase mais precoce, já que as aves não apresentavam qualquer sinal clínico da doença.

O vírus circulante na granja – cujo plantel foi submetido a sacrifício sanitá-rio imediato – pertence ao tipo H5, mas não apresenta o grau de patogenicidade típico do H5N1.

França tem IA de baixa patogenicidadeCaso foi detectado em plantel de nove mil patos

Novo surto

Leia as últimas noticias do setor em www.avisite.com.br

A Suécia notificou em novembro, em comunicado à Organização

Mundial de Saúde Animal, a detec-ção do vírus da doença de Newcastle em uma granja de reprodutores com plantel de 20 mil aves.

O que levou os serviços veteriná-rios locais a essa detecção foi o re-gistro de uma sensível queda na pro-dução de ovos do plantel.

Nenhuma ave morreu ou apresen-tou sintomas da doença, mas, em cumprimento a recomendação da OIE, todas as aves da granja afetada foram submetidas a imediato sacrifí-

cio sanitário.Do lado de cá do Atlântico, no

Peru, também foi detectada a pre-sença do vírus da Doença de Newcastle.

Embora o problema tenha envol-vido 50 aves – o que faz supor que não seja uma simples criação domés-tica ou de subsistência – o Ministério da Agricultura do Peru informou que o plantel afetado é composto por galos de briga criados em uma casa familiar de San Miguel, capital da província de La Mar, na região cen-tral do país.

Suécia e Peru registram focos da Doença de NewcastleDetecção aconteceu em granja de reprodutores e galos de briga

Vírus

Detecção ocorreu em nove granjas

De acordo com informações do Último Segundo, o Vietnã anun-

ciou um novo foco de Influenza Aviária após seis meses sem o registro de novos casos do vírus H5N1, que provo-ca a doença.

“O foco foi detectado em nove granjas da província montanhosa de Dien Bien, norte do país, entre 21 e 23 de outubro. A descoberta obrigou as autoridades a sacrificar mais de 2.200 aves”, afirma a fonte.

Novo foco no norte do paísVietnã

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Idéia do governo era vender em bolsa 30% das quotas hoje existentes

Notícias / Panorama Internacional - Empresas

Segundo a agência noticiosa russa Itar-Tass, o governo russo irá prorro-

gar para 2010 o atual sistema de impor-tação por alocação de quotas. Em vigor desde os primeiros anos da década, o atual sistema vence em 31 de dezembro de 2009.

Conforme a Itar-Tass, o anúncio de prorrogação foi feito por Victor Zubkov, Primeiro Vice-Primeiro Ministro: “Em 2010, a alocação de quotas para impor-tação de carnes será realizada de acordo com o chamado ‘princípio histórico’. Portanto, o mecanismo hoje existente será mantido”.

Conforme nota expedida pelo próprio governo russo, ficou estabelecido que as quotas serão distribuídas entre as empre-sas que tiveram participação ativa na importação de carnes no decorrer de

2009. Como já havia sido adiantado, a distribuição das quotas terá como base as importações realizadas no triênio 2007-2009.

Na definição das quotas não serão levadas em conta as importações prove-nientes de países integrantes da Comunidade de Estados Independentes (CEI, composta por países da extinta URSS), bem como as de carne bovina extra-quota efetivadas com uma tarifa alfandegária de três mil euros por tonelada.

A idéia original do governo era ven-der em bolsa, através de leilões em bolsa de mercadorias e já em 2010 nada menos que 30% das quotas hoje existentes. Mas essa proposta pedia longa e profunda avaliação, vem daí a proposta de prorro-gar a vigência do atual sistema.

Rússia mantém inalterado sistema de quotas Exportação

Na Coasul, galeria de águas pluviais captará água da chuva Preservação da água faz parte do projeto da agroindústria

Sustentabilidade

Objetivo é expandir atuação em bovinos

Baseado em dados do site IFR, da agência de notícias Thomson

Reuters, o Portal Exame divulgou que a Brasil Foods (BRF) tem interesse em com-prar o frigorífico Independência depois que este reestruturar sua dívida.

O site diz que a BRF visa expandir a sua atuação na comercialização de carne bovina, já que em relação ao comércio de frango a empresa detém uma posição dominante. Tendo em vista essa estraté-gia, o Independência seria um alvo fun-damental, já que é um dos maiores ex-portadores de carne bovina do Brasil, com atuação em sete Estados brasileiros e no Paraguai.

Brasil Foods pode comprar Independência, diz site

Agroindústria

MARFRIGEvolução da capacidade de abate após novas aquisições

(Variação em relação ao 1º trimestre 2009)

Cabeças/Dia Crescimento

BOVINOS 30.150 +4,1%

FRANGOS 3.069.000 +78%

SUÍNOS 10.400 +148%

PERUS 30.000 -

OVINOS 9.400 -

Fonte: Balanço da empresa | Elaboração e análise: AviSite

12 Produção Animal | Avicultura

A captação de água da chuva tem sido apontada por diversos estudio-

sos e instituições de preservação am-biental como uma das tendências mais fortes de aproveitamento sustentável do líquido mais precioso na terra. Tendo isso em vista, a Coasul, de São João, PR, implantará no abatedouro de aves uma galeria de águas pluviais que captará água da chuva dos telhados, calçadas e asfalto.

Segundo Emerson Prestes, membro da empresa responsável pela obra, a água recolhida irá para uma lagoa e depois será bombeada para uma célula exclusiva no reservatório elevado de 100 mil litros. “Esta água vai ser utili-zada em descargas de vasos sanitários, lavagem de calçadas e em jardinagem. Isso gerará uma economia flutuante de 25% a 35% no consumo geral de água”.

Construção da cisterna para água do poço

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Produção Animal | Avicultura 13

Conforme o balanço (3º trimestre de 2009) da Marfrig, com a aquisição da Seara Alimentos a capacidade de abate diário de frangos da empre-

sa será superior a três milhões de cabeças, o que representa aumento de 78% sobre a capacidade anterior.

No relatório apresentado, a Marfrig destaca a importância da aquisição da Seara e inclui, entre outros, oito unidades industriais representando, aproximadamente, um adicional de mais 17 mil toneladas de produtos processados e industrializados de aves e suínos, um terminal portuário privativo em Itajaí (SC), subsidiárias na Europa e na Ásia e uma força de trabalho com cerca de 20 mil colaboradores.

Daí a conclusão de que “com esta adição, que deverá ser concluída neste ano de 2009, a Marfrig estará consolidada como um dos maiores players globais no setor de alimentos”.

Capacidade de abate de frangos da Marfrig cresce 78%Crescimento é consequência da aquisição da Seara

Expansão

Empresas Leia as últimas noticias do setor em www.avisite.com.br

Idéia é manter os valores até 10% inferiores aos da Perdigão

A IstoÉ Dinheiro divulgou que a marca Vigor, com 90 anos de história, começou a estender sua

marca para outros produtos. Há um mês, ela iniciou a venda de massas frescas para pizza, ravióli e cape-letes. Na seqüência, os supermercados receberam os primeiros lotes de hambúrgueres, almôndegas e quibes de carne. Ainda devem vir por aí produtos como pão de queijo e a linha de congelados de frango. Serão 50 lançamentos até o final de 2010.

“Avaliamos todas as marcas que o grupo possui e a Vigor foi, disparada, a melhor opção para a entrada nessas áreas”, diz Marcos Scadelari, diretor de marketing da Bertin, dona da marca. Ele comple-ta afirmando que a idéia é manter os valores até 10% inferiores aos da Perdigão.

A produção acontecerá na unidade da Bertin localizada na cidade de Lins, no interior de São Paulo.

Vigor, do Bertin, vai vender congelados de frango

Novidade

MARFRIGEvolução da capacidade de abate após novas aquisições

(Variação em relação ao 1º trimestre 2009)

Cabeças/Dia Crescimento

BOVINOS 30.150 +4,1%

FRANGOS 3.069.000 +78%

SUÍNOS 10.400 +148%

PERUS 30.000 -

OVINOS 9.400 -

Fonte: Balanço da empresa | Elaboração e análise: AviSite

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14 Produção Animal | Avicultura

No mercado interno, volume disponibilizado foi 1,1% maior

O primeiro balanço da Brasil Foods englobando a produção conjunta de

Perdigão e Sadia mostra que a empresa colocou no mercado interno, nos primei-ros nove meses de 2009, 180 mil tonela-das de carne de aves in natura, volume 1,1% maior que o registrado no mesmo período de 2008.

Nas vendas destinadas ao mercado externo ocorreu o inverso – uma queda de 8,4% - com o volume embarcado caindo de 1,325 milhão de toneladas para 1,214 milhão de toneladas neste ano.

Em função desse desempenho, o volume total acumulado no período so-mou 1,394 milhão de toneladas, recuan-do 7,3% em relação ao milhão e meio de toneladas comercializadas entre janeiro e setembro de 2008.

A despeito dos resultados negativos, o mix da empresa praticamente não se alterou: 12%-13% no mercado interno e 87%-88% no mercado externo.

Notar que os dados referem-se ape-nas a produto in natura, não abrangendo os processados.

Venda externa de aves in natura da BRF recuou 8% até setembro

Levantamento

Empresas

Participantes discutiram alimentação animal

Mais uma vez o Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) reuniu

profissionais da área em um evento. Em novembro, os interessados tiveram a oportunidade de participar do Congresso Sobre Manejo e Nutrição de Aves e

Suínos. Entre os destaques, dois painéis sobre soja e milho abordaram a qualidade das principais matérias-primas da avicultu-ra. Sobre a soja, Eduardo Butolo, da Bunge e também membro do CBNA, sugeriu que a qualidade do grão produzi-do no Brasil não é tão boa quanto gostaria o setor de produção animal. Para ele, os envolvidos na alimentação poderiam exigir mais.

Já Gustavo de Lima, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves afirmou que se o produtor pretende avaliar a qualidade nutricional do milho, o mais correto seria analisar o teor de óleo, a densidade e parâmetros de classificação, mas sem

perder tempo e dinheiro com proteína bruta. Falando sobre as formas para me-lhorar o padrão de qualidade para o milho destinado à alimentação animal, o pesqui-sador sugere que a melhor alternativa é aumentar o número de classificações do grão, o que permite discriminar melhor a qualidade. “Dessa forma, é possível desti-nar a classe de milho de melhor qualidade para animais jovens e para as categorias de maior necessidade, como aves de postura. Outro parâmetro importantíssimo é a densidade da amostra do milho. Quanto maior a densidade, maior é o valor energético do grão e menor o custo de produção”.

CBNA reúne profissionais em mais um eventoMatérias-primas

Palestrantes no painel sobre milho

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Produção Animal | Avicultura 15

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Automação / Processamento de frangos

16 Produção Animal | Avicultura

A indústria brasileira de proces-samento de frangos não fica

para trás no quesito qualidade. O que já era de se esperar para o país que ocupa, desde 2004, a posição número um entre os maiores ex-portadores do produto. Mas, apesar disso, em termos de tecnologia e automação, o setor tem muito a progredir. A opinião é dividida por técnicos, empresários e consultores da área de abate de frangos. “Nosso nível de operação é elevadíssimo em termos de qualidade, higiene e eficiência. Mas, se compararmos o Brasil com os Estados Unidos e com a União Européia, estamos abaixo em nível de automação,” observa Fábio Nunes, consultor nas áreas de tecnologia e engenharia de pro-cessamento de aves.

Ele explica que isso acontece por que a realidade brasileira é exa-tamente oposta àquela que deu ori-gem ao desenvolvimento de tecno-logias mais avançadas no processamento de frangos. A auto-mação do processamento avícola nasceu em países onde a mão de obra tornou-se cara, rara e desinte-ressada por atividades como esta,

levando as empresas a buscar meios de substituí-la com vantagens.

No Brasil, a realidade é distante desta e por isto há muitas etapas ainda realizadas manualmente no processamento avícola, mesmo nos mais modernos abatedouros. Há duas razões para isto. A primeira é a disponibilidade local de recursos humanos de boa qualidade, disci-plinado e possível de ser contrata-

Processamento de frango está em evolução no BrasilProfissionais do setor adiantam que robótica estará à frente das novidades em equipamentos

Empresas de médio porte juntam-se às grandes no esforço pela busca de maior produtividade nos

abatedouros

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Produção Animal | Avicultura 17

do a um custo competitivo. A segunda, é o alto custo da automação tecnológica dos pro-cessos que, por ser maiormente importada inibe os investimentos nesta área.

Fabiano Benvenutti, Responsável pela Área de Pós Vendas da América do Sul da Meyn, afirma que é possível reduzir a neces-sidade de mão de obra com a utilização de sistemas com alimentadores automáticos e outros. “Porém, alguns pontos devem perma-necer manuais por muito tempo, como, por exemplo, os pontos de controle de PCC, SIF e também o processo de acabamento do produ-to, como o toalete e repasses finais. Por outro lado, é importante ressaltar que a redução de manuseio do produto reduz o risco de conta-minação elevando a qualidade final do pro-duto”.

Benvenutti e Nunes concordam que, de toda forma, há ainda um bom espaço para melhorias e ganhos na automação do sistema de abate de frangos no Brasil.

Processo de automação da desossa em evolução no Brasil

Fábio Nunes conta que a tecnologia no processamento começou a evoluir quando o Brasil começou a exportar. Até então, os fran-gos destinados ao mercado interno não eram classificados por peso.

Quando começou a vender seus frangos ao Oriente Médio, em 1975, o Brasil teve de in-corporar balanças dinâmicas para classificar por faixa de peso os frangos destinados àque-

le mercado. Dez anos se passaram até que as primeiras linhas de evisceração automática chegassem ao país para apoiar as cres-centes velocidades de abate ditadas pelo aumento de demanda pelos mercados doméstico e de exportação. O final dos anos 90 e inicio dos anos 2000 deu a largada para a temporada de auto-

mação dos processos de cortes com a incorporação de linhas automáticas, desossadoras, porcionadoras e classificadoras. Este movimento em direção à maior automação segue constante atu-almente, ainda que não velozmente, com empresas de médio porte juntando-se às grandes neste esforço pela busca de maior produtividade nos abatedouros. O processo de automação da desossa, por exemplo, vem evoluindo no Brasil, apesar das li-nhas manuais ainda predominarem.

Realidade brasileira é oposta à de países onde a automação no abate teve início. Por aqui, mão-de-obra pode ser

contratada a custo competitivoExemplo deevisceradora

Desossador de peito

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18 Produção Animal | Avicultura

Automação / Processamento de frangos

Fábio Nunes explica: “A automa-ção no processo de cortes cobre desde a classificação das carcaças por qualidade e peso antes da ali-mentação das linhas automáticas, passando pelo corte das carcaças nas mais diferentes combinações, a desossa das partes, o porcionamen-to dos cortes desossados e chegan-do à classificação dos cortes ou sub-porções destes por peso indivi-dual das peças, por peso das emba-lagens e, finalmente, o escanea-mento destas por raio X para detecção de ossos, cartilagens ou materiais estranhos. Os fornecedo-res de tecnologia de processamento e cortes não são muitos e as solu-ções oferecidas por eles são varia-das e algo semelhantes. Porém, o nível tecnológico destas empresas varia, com algumas sempre na dianteira tecnológica e, assim, di-tando as tendências no segmento, e com outras alguns passos mais atrás”.

Qualidade do produto fi-nal não depende apenas do processamento

Processo compreendido entre a chegada das aves vivas ao abatedou-ro e a estocagem e despacho, o pro-cessamento de frangos não engloba apenas isso. A opinião é dividida por Fábio Nunes e Fabiano Benvenutti.

Para Nunes, a qualidade da ma-téria-prima ou do produto final dentro do abatedouro deve começar a ser construída 45 dias antes da en-trega das aves para o abate, ainda no momento de alojamento dos pintinhos. “Se não forem observa-dos cuidados como a uniformidade dos pintinhos e dos alojamentos, a idade das matrizes de onde provie-ram os pintinhos, a sexagem dos lotes, o manejo inicial do lote e ou-tros, fica mais difícil obter um bom grau de homogeneidade das aves no abatedouro. Em tempos de crescen-te automação de processos em dife-

rentes frentes, a uniformidade das aves vivas joga um papel cada vez mais determinante na qualidade e rendimento do abate”, afirma o consultor Fábio Nunes.

Benvenutti ressalta alguns pon-tos importantes na linha de abate: “Um frango que teve um processo de insensibilização ineficiente vai apresentar uma qualidade de peito e/ou ponta de asas inferior ao in-sensibilizado de forma correta. Os frangos escaldados com temperatu-ras muito elevadas e/ou por muito tempo podem apresentar uma colo-

ração branca no peito e este produ-to será classificado de forma dife-rente. Estas perdas podem ser controladas quando utilizados equi-pamentos de boa qualidade em todo o processo. Também é importante que a linha de produção esteja cor-retamente configurada. Desta for-ma, os tempos de cada processo são predeterminados e sempre respeita-dos”.

Nunes lembra também que a ga-rantia da qualidade e do rendimen-to, ou a redução de perdas, passa pela necessidade da existência de um modelo de gerenciamento inte-grado das empresas avícolas. “Neste modelo, o negócio tem de ser visto e administrado como um todo e não por partes. Ao mesmo tempo, as empresas devem eleger o abate-douro como o centro estratégico do seu negócio e orientar todas as de-mais áreas para que dediquem o melhor de seu conhecimento e ha-bilidades profissionais para atender as necessidades diárias do abate-douro através do fornecimento de

Exemplos de cortes de frango

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Uniformidade das aves vivas tem um

papel determinante na qualidade e

rendimento do abate

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Produção Animal | Avicultura 19

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Automação / Processamento de frangos

uma matéria-prima sempre dentro das especificações. O abatedouro, por sua vez, deve ter do gerente aos encarregados, uma equipe bem trei-nada, adequadamente capacitada tecnicamente e que deve trabalhar orientada por metas e indicadores”.

Novas tecnologias passam pela robótica

Os profissionais ouvidos pela re-portagem apostam na robótica no desenvolvimento futuro de novas tecnologias. Ivonei Durigon, Gerente Industrial da Avícola Felipe afirma que já chegaram ao Brasil máquinas que fazem desossa de pei-to e coxa automaticamente. “Além disso, equipamentos de desossa au-tomática de peito e coxa e porcio-nadora de coxa para a produção de cortes especiais para o mercado ja-ponês são as últimas novidades”, completa.

Fábio Nunes conta que, assim como os carros a hidrogênio são um conceito para a indústria automobi-lística hoje, o mesmo é a robótica em abatedouros avícolas. “Uma rea-lidade para médio ou longo prazo lá fora e restrita a poucas aplicações, mas de futuro imprevisível por aqui. Atualmente há apenas experi-mentos em institutos de pesquisa e universidades dos Estados Unidos e União Européia que avaliam os po-tenciais de aplicações futuras nesta área.”, afirma.

A robótica é um ramo da tecno-logia que engloba mecânica, eletrô-nica e computação, e atualmente trata de sistemas compostos por máquinas e partes mecânicas auto-máticas e controladas por circuitos integrados, tornando sistemas me-cânicos motorizados, controlados manualmente ou automaticamente por circuitos elétricos.

Fabiano Benvenutti, da Meyn, ressalta que a empresa prevê o lan-çamento de um sistema de desossa de pernas de frango de alta capaci-dade. Segundo ele, o sistema pode

processar anatomicamente pernas esquerdas e direitas, com ou sem pele, com capacidade de 3.000 pe-ças por hora.

Outra novidade citada por Benvenutti é uma central de fileta-gem de peito, com capacidade para 6.000 peitos por hora, que permite a produção de filé de peito com ou sem sassami (com ou sem a ponta do tendão) e peito do tipo borbole-ta, entre outros. Benvenutti explica que, atualmente, a alimentação e retirada de produtos deste sistema é manual, (utilizando seis pessoas no total) mas a empresa trabalha no desenvolvimento da automação também para estas funções, utili-zando a robótica na sua concepção.

Mercado nacional precisa inovar no desenvolvimento de produtos

Falando sobre os hábitos de con-sumo, Fábio Nunes afirma que a in-dústria avícola tem a característica de sempre levar ao consumidor “respostas aonde não havia pergun-tas”. “Não são os consumidores que vêm batendo à porta da indústria avícola ao longo dos anos pedindo-lhe este ou aquele produto. É a in-dústria avícola quem vem oferecen-do uma enorme gama de produtos diferentes todos os dias. A indústria sabe tirar proveito da enorme plas-ticidade e flexibilidade que tem a carne de frango para criar os mais diferentes produtos.” Mesmo assim, ele concorda que a mudança de há-bito dos consumidores ajuda a dar certa orientação aos desenvolvi-mentos e criações, ainda que isto não se traduza, exatamente, no de-sejo expresso por eles de comprar este ou aquele produto.

No entanto, Fábio Nunes acredi-ta que a indústria avícola nacional é muito conservadora e não inova na criação e desenvolvimento de produtos. “Se vamos ao supermer-cado, percebemos pela oferta de distintas empresas que temos muito

Exemplos de cortes de peito de frango

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+

+

+

+

+

=O MELHOR

RETORNO

Resistência

de Pernas

Atuação

Global

Rendimento

de Peito

Serviços ao

Cliente

Número de

Pintos

Pesquisa &

Desenvolvimento

+

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22 Produção Animal | Avicultura

a escolher... mas muito do mesmo”. Para ele, um bom exemplo são os famosos nuggets. “Sua fórmula bá-sica é oferecida de distintas formas e nomes como se fossem produtos diferentes: nuggets, filé de frango isto, empanado de frango aquilo, cordon bleu prá lá, milaneza de frango prá cá e outros. Mas, na ver-dade, são apenas maquiagens do mesmo produto-base. As empresas novatas que entram no segmento de produtos de valor agregado, o que fazem para inovar? Exatamente mais do mesmo que já existe, numa saturação de oferta e clara demons-tração de falta de inovação e criati-vidade. Para piorar, todos os produ-tos são para fritar”, critica ele, sugerindo que as indústrias pode-riam inspirar-se na diversidade culinária presente no Brasil, um país com raízes multiétnicas. “Porque não inspirar-se nas culiná-rias destas etnias, uma onda há muito rolando solta mundo afora para inovar a oferta seja com pro-dutos à base de músculo inteiro, re-constituído, com osso, sem osso, de carne branca ou escura, para fritar, assar, grelhar ou aquecer? Para ser comido no almoço, no jantar ou no lanche? Abaixo a ditadura do nug-gets e seus travestis!”

O consultor lembra que, ainda que primária, a venda de cortes re-presenta um degrau na escala de agregação de valor no processamen-to avícola pela comodidade ofereci-da aos consumidores de poder esco-lher apenas a parte que lhe convém consumir sem ter que, em contra-partida, levar para casa partes que não são de seu agrado ou preferên-cia, como no caso da compra do frango inteiro. Esta agregação de valor se traduz em maior preço de venda no varejo. Logo, o aumento do consumo de cortes está vincula-do não apenas a hábitos alimenta-res e padrões culturais, mas tam-bém ao poder aquisitivo dos consumidores. Assim, quanto maior

o poder aquisitivo e a percepção sócio-cultural das vantagens das partes sobre o frango inteiro, maior seu consumo. “O mercado consu-midor de carne de frango do Brasil está, certamente, neste caminho, ainda que a velocidade de mudança varie, proporcionalmente, à nossa dimensão geográfica e às grandes diferenças sócio-econômico-cultu-rais da população”, afirma Fábio Nunes.

Estima-se que a venda de produ-tos avícolas no mercado nacional esteja distribuída da seguinte ma-neira: entre 45% e 55% de frangos inteiros, entre 30% e 40% de cortes e entre 10% e 20% de produtos in-dustrializados, de valor agregado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a proporção era de 8% de frango in-teiro, 42% de cortes e 50% de pro-duto de valor agregado, segundo dados de mercado de 2005 apresen-tados pelo consultor Fábio Nunes, que devem ter sofrido pequenas al-terações.

No que se refere ao volume de cortes exportado pelo Brasil, as es-tatísticas são mais precisas. Em 1990, do volume exportado pelo

Brasil, cerca de 70% foi de frango inteiro e 30% de cortes. De acordo com Nunes, no ano passado, esta proporção era, justamente, inversa. Ele lembra que esta inversão não deriva apenas de certo padrão mun-dial de consumo, mas também da estratégia nacional de migrar em direção aos cortes, que têm maior preço médio que o frango inteiro.

Fábio Nunes finaliza afirmando que o processamento de frangos no Brasil, é, por vezes, relegado a se-gundo plano, no que se refere a in-formações técnicas e eventos e faz uma crítica: “Os eventos e a produ-ção de trabalhos científicos avícolas nacionais têm uma visão segmenta-da da atividade, pois são todos vol-tados maciçamente aos temas rela-cionados à produção das aves, como se elas e não os produtos avícolas fossem o produto final desta pujan-te indústria. Não há nenhuma dúvi-da que a produção viva tem um peso econômico imenso dentro da atividade e, por isto, tem de estar em permanente atualização a fim de poder se manter eficaz técnica e economicamente. Todavia, o traba-lho da avicultura não termina aí.

Automação/ Processamento de frangos

Nuggets são ofertados com nomes diferentes, mas são apenas maquiagens da mesma base

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Produção Animal | Avicultura 23

No Brasil, ainda são escassas as informações sobre a presença das

espiroquetas patogênicas na produção avícola comercial. A Espiroquetose Intestinal Aviária (EIA) é uma doença entérica causada por algumas formas patogênicas da Brachyspira sp. Neste sentido, a Novartis Saúde Animal em cooperação com o laboratório Simbios Biotecnologia iniciou a pesquisa de Brachyspira patogênicas em lotes de postura comercial e matrizes de corte. O objetivo deste trabalho é pesquisar a presença no Brasil das formas patogê-

nicas da Brachyspira em lotes de pos-tura comercial e matrizes de corte.

Até o momento, foram analisadas 37 amostras oriundas de 5 granjas de postura comercial localizadas no Sul do Brasil. Foram identificadas Brachyspiras patogênicas em 56,7% das amostras, o que sugere a presença do agente da EIA em níveis relativamente altos em nossos criatórios.

Apesar da pequena amostragem, estes resultados são semelhantes aos encontrados na Holanda, Austrália e Inglaterra e sugerem que a Brachyspira possa estar amplamente difundida nas criações brasileiras.

A Novartis continua a pesquisa da Brachyspira em outras regiões do Brasil e busca parceiros em Universidades, Centros de Pesquisas e laboratórios de diagnóstico para ampliar os estudos dos impactos deste agente nas nossas condições.

Outras informações sobre a em-presa em www.novartis.com.br.

Novartis pesquisa Espiroquetose Intestinal Aviária

Ciência

Resultados sugerem que EIA está difundida nas criações brasileiras

AviGuia: produtos, serviços e empresas

A Biorigin aumenta a equipe de vendas com a contratação de um

novo executivo para a área de Nutrição Animal.

Ernani Iablonovski, médico veteri-nário formado pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) possui 21 anos de experiência profissional em indústrias multinacio-nais e nacionais, nas áreas comercial, marketing e técnica. Atuou também no gerenciamento de equipe de ven-das, distribuidores e clientes finais.

O novo executivo vai atuar com foco na região sul do país, fortalecen-do a atuação da Biorigin nessa área através do fornecimento de soluções naturais inovadoras ao mercado de aves e suínos.

Outras informações sobre a em-presa em www.biorigin.com.br.

Executivo de vendas para a Biorigin

Novo profissional

Médico veterinário vai atuar com foco na região Sul

Aparência típica das fezes em aves com EIA

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24 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Em conjunto com o Centro de Assistência Social Nossa Senhora

Piedade (Caspiedade), a Uniquímica promoveu na quarta semana de outubro uma ação social com obra de arte em casca de ovo.

A Uniquímica participou do encontro com a presença da Gerente de Produtos PUFA, Sonia Bazan, que aproveitou a oportunidade para falar da importância de uma alimentação saudável, levando informação sobre os ovos enriquecidos com Ômega 3. O Diretor Executivo da Ovos Brasil, entidade que promove o consumo do produto no Brasil, José Roberto Bottura, também esteve presente.

Outras informações sobre a empresa em www.uniquimica.com.

Uniquímica em ação social Inclusão social

Projeto prevê geração de renda com arte em casca de ovo

Profissionais da Alltech assumem novos cargos

Desafio

Nomes são para gerência das linhas Allzyme Series e Bioplex

A Alltech indicou Bianca Martins e Christian Simões, para assumi-

rem os cargos de gerência das linhas Allzyme Series e Bioplex, respectivamente.

Formada em Zootecnia pela UNESP de Botucatu e Mestre em Nutrição Animal pela USP, Bianca Martins está na Alltech desde Junho de 2007 e conta com a experiência de nove anos em vendas técnicas e pesquisa em nutrição animal.

Já Christian Simões, também formado em Zootecnia pela UNESP de Botucatu, tem experiência de 10 anos em vendas técnicas na região nordeste e entrou na Alltech como gerente técnico e comercial no ano de 2006.

Outras informações sobre a empresa em www.alltech.com/brasil.

Christian Simões

Bianca Martins

Um Encontro de Atualização em Sanidade Avícola foi promovi-

do pela Fort Dodge em de novem-bro, na Faculdade de Pato Branco, no PR. O evento reuniu profissio-nais das principais empresas de reprodutoras da região, além da equipe de especialistas da Fort Dodge.

Voltado para profissionais de formação média ou superior, que buscam informações ou reciclagem em sanidade avícola para melhor desempenho de suas atividades, o curso abordou temas como a doen-ça de Marek, Gumboro e Pneumovirose.

Informações sobre a empresa em www.fortdodge.com.br.

Fort Dodge realiza encontro de sanidade

Paraná

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Produção Animal | Avicultura 25

Leia as últimas noticias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

A CASP fechou acordo para distribuição dos exaustores

Munters para o mercado de avi-cultura (matrizes e frangos de corte).

O acordo atende as necessi-dades da CASP em expandir sua linha de exaustores, com equipa-mentos que mantenham o eleva-do nível de tecnologia e perfor-mance dos aviários de pressão negativa (tipo túnel), além do interesse da Munters em ampliar sua participação no mercado nacional com mais força através de uma qualificada rede de

agentes para distribuir, montar e dar assistên-cia técnica permanen-te aos seus clientes.

A parceria entrou em vigor em 1º de novembro e a CASP já está comercializando através de sua rede de agentes os exaustores CASP by Munters WF50, QD 50, WF54 e QD 54.

Outras informações sobre a empresa em www.casp.com.br.

CASP distribui exaustores Munters no BrasilEquipamentos

Acordo entrou em vigor em 1º de novembro

A Merial Saúde Animal, em parce-ria com a Alivet, promoveu nos

dias 29 e 30 de outubro, em Recife, um palestra sobre doenças respirató-rias em aves e aula prática sobre ne-cropsia para 25 técnicos de granjas de corte e postura comercial. Com o objetivo de capacitar os profissionais para otimizar o atendimento aos avicultores, Nair Katayama Ito, do Laboratório Spave de SP, foi a respon-sável pela palestra.

A profissional apresentou os mais recentes estudos realizados sobre a incidência de doenças respiratórias em aves no Brasil e as alternativas para manter a produtividade das granjas.

Informações sobre a empresa em www.merial.com.br.

Merial e Alivet promovem capacitação

Pernambuco

A equipe da Planalto esteve presen-te na terceira edição do Fórum

Nacional de Avicultura de Maputo, em Moçambique. Realizado nos dias 3 e 4 de novembro, o Fórum é um impor-tante acontecimento que faz parte do calendário de eventos do país africano.

Entre outros, o evento abordou os assuntos “Desenvolvimento do

mercado avícola nacional” e “Segurança e qualidade para produ-ções rentáveis”, o evento contou com a presença do Ministro da Indústria e Comércio de Moçambique, Sr. Antônio Fernando e representantes de associações e organizações privadas ligados ao setor.

Outras informações sobre a em-presa em www.granjaplanalto.com.br.

Planalto marca presença Moçambique

No dia 12 de novembro a Poli-Nutri promoveu o II Encontro

Empresarial Poli-Nutri de Avicultura do Nordeste, em Fortaleza (CE).

O Encontro abordou assuntos de interesse do setor, como o cres-cimento do segmento avícola, cená-rio atual e perspectivas futuras para

os produtores. Os participantes do evento ainda debateram questões ligadas aos níveis de exigência do mercado consumidor moderno, além dos sistemas de criação sustentáveis.

Outras informações sobre a empresa em www.polinutri.com.br.

Poli-Nutri reúne empresários Ceará

Representantes da Casp

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26 Produção Animal | Avicultura

Projeção

Surpreendente para muitos, a re-cuperação econômica registrada

no planeta se reflete diretamente no desempenho das carnes que, ao con-trário do esperado, terminam o ano com produção ligeiramente maior que a de 2008, mas, ainda assim, com uma expansão inferior à do crescimento vegetativo da popula-ção mundial.

Porém, o vaticinado no primeiro momento da crise econômica (“vai perder menos a carne mais acessí-vel”) não se cumpriu, já que o carro-chefe da recuperação não foram as carnes avícolas (93,4% de frango;

6,6% de peru), mas a suína. Que, pe-las projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), deve fechar 2009 com expansão de 1,73%, contra apenas 0,05% das aves. Já a carne bovina prossegue em sua traje-tória (praticamente inexorável) de baixa e tende a fechar 2009 com que-da superior a 2%.

Em suas primeiras previsões para 2010, o USDA entende que a recupe-ração deve se intensificar. Mas, em alguns casos, o desempenho das car-nes pode apresentar resultados ainda inferiores aos de 2008. Por exemplo, nas exportações, que tendem a ficar

quase 5% menores que as do “ano da crise” (2008).

De toda forma – e como consolo e estímulo – no decorrer do tempo a carne avícola continua demonstran-do que tem grande potencial. De 2005 para 2010 deve registrar incre-mento de 16% na produção e no con-sumo e de 20% nas exportações. Pa-ra a carne suína são apontados aumentos de 8% na produção e con-sumo e de 12% nas exportações. Por fim, a carne bovina tende a registrar evolução real negativa, com estagna-ção na produção e consumo e queda nas exportações.

Como sempre, maiores chances de recuperação são do frango. Mas somente na produção e no consumo, pois comércio internacional ainda pode continuar aquém dos recordes de 2008

Primeiras previsões do USDA para 2010 contam com recuperação parcial das carnes

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Produção Animal | Avicultura 27

Produção mundial de carne de frango cresce 3% em 2010. A brasileira, 4%

Consideradas todas as indicações de que, graças à sua maior acessibilidade, seria a

carne de escolha mundial do consumidor e, portanto, a menos afetada pela crise econô-mica internacional, a carne de frango so-freu retrocesso em 2009: em relação ao ano passado, seu volume deve aumentar menos de meio por cento, enquanto na crise da In-fluenza Aviária, de 2006, a despeito do rit-mo significativamente mais lento, apresen-tou variação positiva próxima de 2%.

Mas no ano que vem deve retomar par-te de seu dinamismo e se expandir pelo me-nos 3%, aproximando-se dos 74 milhões de toneladas. O crescimento é impulsionado, em grande parte, pelo novo histórico dos níveis de produção no Brasil e na China (4% e 3% mais elevados, respectivamente). O avanço do Brasil é estimulado pelas ex-portações fortes e pela demanda interna. Já o aumento da China é uma resposta à maior demanda interna decorrente da forte ex-pansão econômica verificada naquele país.

Contribuindo para a expansão da pro-dução global, os Estados Unidos seguem como os maiores produtores do mundo, com crescimento de 2% em 2010, alcan-çando 16,2 milhões de toneladas. Pratica-mente todos os outros produtores, particu-larmente Argentina, Índia e Rússia também devem expandir a produção de carne de frango.

Na União Européia, a produção de car-ne de frango deve registrar crescimento mí-nimo em 2009 e em 2010 – não só em de-corrência da crise financeira mundial, mas sobretudo porque naquele bloco econômi-co produção e consumo tendem à estabili-zação.

Mas no cenário exposto pelo USDA o que mais chama a atenção é o desempenho dos BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. Pois enquanto a produção mundial, em 2010, deve apresentar expansão próxima de 17% em relação a 2005, a produção dos BRIC deve crescer quase 28%. Ou, indivi-dualmente, +22% no Brasil e na China, +39% na Índia, +199% (!) na Rússia. Nesse meio tempo, a produção dos EUA não che-ga a crescer 1%.

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28 Produção Animal | Avicultura

Projeção

Importações crescem em mercados não tradicionais e em desenvolvimento

A recuperação econômica global deve estimular o consumo e determinar o aumento das importa-

ções de carne de frango. Rússia, União Européia, Ja-pão, Arábia Saudita e México, pela ordem, seguem co-mo os maiores compradores no mercado internacional (o México, comprando do vizinho, os EUA).

De toda forma, a participação desses países no co-mércio mundial tende, conforme o caso, a estagnar ou mesmo diminuir e assim, em 2010 se contará com uma menor concentração dos mercados importado-res. Desta forma, os cinco maiores do setor, responsá-veis, em 2005, por 55% das importações mundiais, no ano que vem deverão responder por não mais que 44% de todas as importações.

Na ausência de um acordo multilateral para 2010, as previsões do USDA para as compras russas continu-am baseadas no regime de cotas que, teoricamente, devem desaparecer ou tomar novo formato no ano que vem. Independente disso, porém, espera-se uma redução nas compras externas, especialmente porque a indústria avícola russa vem recebendo forte apoio governamental, inclusive financeiro, e registra índices de evolução superiores à evolução da demanda. Com isso, a autossuficiência deve ser alcançada com brevi-dade.

Enquanto as maiores reduções vêm ocorrendo na Rússia, as importações do Oriente Médio permane-cem em contínua ascensão, fazendo com que a parti-cipação da região nas importações globais se aproxime dos 24%, contra apenas 19,3% em 2008.

Juntos, Oriente Médio e África Subsaariana pas-sam, lentamente, a responder por uma parcela maior do comércio mundial de carne de frango. A demanda nestes mercados é estimulada pelo crescimento da po-pulação, pelo aumento da renda e, consequentemente, pelo incremento do consumo de proteínas de origem animal. A performance da carne de frango é particu-larmente boa nestes mercados em decorrência de seu preço mais acessível na comparação com as carnes de cordeiro e de boi. Além disso, é uma carne versátil e que não enfrenta tabus religiosos relativos ao consu-mo.

A participação das três principais regiões importa-doras, Oriente Médio, Leste Asiático e antiga União So-viética, da ordem de 60,5% do total em 2008, em 2009 deve recuar para 59,2% e cair em 2010 para 58,5%.

Segundo o USDA, as importações da União Euro-péia não devem aumentar em 2010, mantendo a mes-ma estabilidade observada em 2008 e 2009 (em torno de 710 mil toneladas anuais).

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Produção Animal | Avicultura 29

Exportações mundiais voltam a crescer em 2010, mas níveis de 2008 permanecem como recorde histórico

As projeções sobre as exportações mundiais de car-ne de frango em 2010 sugerem recuperação em

relação a 2009, mas sem ainda atingir os níveis regis-trados em 2008, os mais elevados de todos os tem-pos.

Assim, após um recuo de 4% em 2006 (crise da In-fluenza Aviária), o volume vendido internacionalmen-te pelos países produtores teve dois anos excepcionais, com um aumento acumulado de quase 30% (+12,61% em 2007; +13,99% em 2008). Em 2009, com a crise econômica mundial, o total exportado deve apresen-tar um recuo da ordem de 2,79%, voltando a crescer 1,91% em 2010.

E qual é o comportamento previsto pelo USDA pa-ra Brasil e EUA, os dois principais “players” do merca-do mundial? Os dois permanecem como líderes isola-dos e responsáveis (2009) por 75% das exportações mundiais – o Brasil com 38,5% e os EUA com 36,6%. Mas diferentemente do que ocorreu na crise da In-fluenza Aviária (em 2006, só o Brasil perdeu mercado), desta vez os dois países terão exportações menores – as norte-americanas tendem a uma queda de mais de 5%; as brasileiras, de quase 3% (notar, aqui, que o US-DA não considera as patas como carne de frango; daí seus números para o Brasil serem visivelmente meno-res que os apontados pela SECEX/MDIC e pela ABEF).

Quanto a 2010, pode-se dizer que o USDA é otimis-ta em relação ao Brasil e pessimista em relação ao pró-prio país, pois prevê aumento (de mais de 6%) nas ex-portações brasileiras e queda (de quase 5%) nas vendas externas norte-americanas.

No caso do Brasil, o USDA se justifica dizendo que devem aumentar as exportações para diversos merca-dos do Oriente Médio e da Ásia e, ainda, para novos mercados. Já os EUA podem enfrentar queda nas ex-portações devido a compras menores por parte de Rús-sia e China e por conta de barreiras não-tarifárias.

O USDA não diz, mas o fortalecimento interno do mercado norte-americano também pode conduzir a uma redução das exportações – porque o setor se pre-ocupa em atender, primeiro, o mercado interno. Tan-to, que exporta pouco mais de 15% do que produz, en-quanto no Brasil esse índice chega ao dobro.

Embora esteja claro, é sempre bom ressaltar que as perspectivas em relação ao avanço das vendas exter-nas brasileiras são do USDA. Porque, por aqui, reina a sensação de que nosso País está em vias de perder a posição de líder nas exportações mundiais de carne de frango. Mas isso é assunto da reportagem que vem a seguir.

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30 Produção Animal | Avicultura

Projeção

Mesmo ampliando sua participação no consumo global de carnes, em 2009 frango registra evolução aquém da prevista

Com certeza os resultados pre-vistos para 2009 vão deixar

frustrados aqueles que previam que, com a crise econômica mun-dial, haveria verdadeira corrida ao frango, devido à sua maior acessi-bilidade. Pois, o consumo mundial deve crescer, sim, mas em índice inferior à variação no consumo de carne suína. Que, mais exatamen-te, deve sofrer incremento de 1,7%, contra um aumento de ape-nas 0,6% da carne de frango.

Mas é bom ressaltar que, mes-mo assim, o frango aumenta sua participação no consumo global das quatro principais carnes – bo-vina, suína, de frango e de peru – sua parcela subindo de 30,54% no ano passado para 30,64% em 2009 e com perspectiva de chegar aos 31% em 2010. Tudo em decorrên-cia, principalmente, de uma que-da relativa constante no consumo de carne bovina, que em um qüin-qüênio perdeu 7,74% de participa-ção no consumo de carnes – perda que a carne de frango captou in-teiramente.

Nas projeções do USDA, em 2010 a carne de frango recupera parte do terreno perdido (ou não conquistado) neste ano e registra o maior aumento entre as quatro carnes – +2,8%, para uma expan-

são de 2,2% no consumo da carne de peru, de 1,8% no consumo da carne suína e uma redução de 0,3% no consumo de carne bovi-na.

Porém, mesmo a expansão do consumo da carne de frango sen-do maior que a das demais carnes, ainda não reflete todo o potencial latente no setor, aberto a uma sig-nificativa expansão. E isso fica mais claro quando se contrapõe a distribuição do consumo previsto para 2010 pelo USDA com a popu-lação dos países listados pelo ór-

gão norte-americano.Assim, por exemplo, se EUA e

China detêm praticamente a mes-ma participação no consumo mun-dial, absorvendo, cada um, cerca de 17% -18% do total previsto, a população chinesa é quase quatro vezes e meia maior que a dos EUA. Portanto, tem muito a crescer, si-tuação que se repete na Índia, bem como entre os demais países não listados pelo USDA, detentores de 40% da população mundial, mas com um consumo equivalente a 20% do total.

Em resumo, o consumo médio (entre os países selecionados)

aumentou 5,7% em 2008 e não deve retroceder nem

aumentar em 2009

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Produção Animal | Avicultura 31

Em 2009, per capita brasileiro sofre ligeiro retrocesso. Mas País se mantém entre os maiores consumidores de carne de frango do mundo

A previsão de que, com a crise econômica mundial, o consu-

mo mundial de carnes se voltaria para o produto mais acessível – a carne de frango – parece não ter se confirmado integralmente. Pois considerada a previsão de consumo per capita para 2009 em 21 países selecionados (quadro ao lado), constata-se que dois deles mantive-ram o mesmo consumo de 2008, nove o elevaram e dez (quase a me-tade) devem apresentar redução. Entre eles o Brasil.

Menos mal para a carne de fran-go, porém. Porque contrapondo-se o consumo médio previsto para es-ses 21 países com a média registra-da no ano passado chega-se ao mes-mo volume: 31,2 kg per capita. Menos mal, ainda, porque a média registrada em 2007 era inferior – de 29,5 kg. Assim, em resumo, o consumo médio (entre os países se-lecionados) aumentou 5,7% em 2008 e se não deve aumentar em 2009 pelo menos será maior que o de dois anos atrás.

Analisadas mais cuidadosamen-te, essas projeções mostram que no topo da lista dos países com maior consumo per capita estão três nações árabes – Kuwait, Emira-dos Árabes Unidos e Arábia Saudi-ta. Mas o próprio USDA, que faz as projeções, ressalva: aparentemen-te, o consumo [nos países] do Oriente Médio está superestimado, devido à intensiva renegociação do produto na região e à existência de trabalhadores temporários não in-cluídos nas estatísticas populacio-nais.

Portanto, o certo, mesmo, é que o país com maior consumo são os próprios EUA, com 42,6 kg per ca-pita em 2009. E, mantida a mesma linha de raciocínio, o Brasil é quem vem na seqüência, com 39,4 kg per capita.

Na outra ponta da tabela, por sua vez, estão os dois países com a maior população do mundo, China e Índia, ambos com um nível de consumo per capita que sugere altíssimo po-tencial de expansão para o frango.

Próximos aos dois e com um con-sumo maior – mas ainda bem abaixo da média geral – se encontram Rús-sia, os 27 países da União Européia e o Japão, três grandes importadores de carne de frango e, à primeira vis-ta, também com grande potencial de expansão. O único senão nesses três casos é que o consumo na UE e no Ja-pão tende à estabilização - em fun-ção, principalmente, de uma estag-nação no crescimento vegetativo da população – enquanto um eventual aumento de consumo na Rússia po-de ter como base o incremento da

produção interna, não a importa-ção.

A destacar, entre os países que em 2009 podem apresentar queda no consumo per capita, os 13% de redução da Venezuela e os 4% de queda nos EUA (no Brasil a queda pode ficar próxima, mas abaixo, de 1%). Destaque também para o fato de que EUA, Malásia, Venezuela, Ca-nadá, Chile e Taiwan devem regis-trar o menor consumo per capita dos últimos três anos.

Mas tudo o que foi dito até aqui refere-se a 2009. E 2010, como fica? A perspectiva, considerando-se ape-nas esses 21 países, é que a média de 31,2 kg per capita prevista para 2009 chegue aos 31,6 kg no ano que vem. Ou seja: o incremento médio não vai muito além de 1% no ano.

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Projeção Nacional

Ao longo de 2009, assistimos a breves retomadas nas exporta-

ções seguidas de quedas, uma sazo-nalidade nos números que variaram acima e abaixo das 300 mil tonela-das. Essa sazonalidade aliada a um câmbio pouco confiável tem refleti-

do diretamente nos ganhos da agroindústria. Há certo clima de

ansiedade, já que um novo mercado se configura: gran-

des empresas anunciaram fusões ao mesmo tempo em que a estabilidade da moeda internacional frustra em parte a lu-cratividade com as vendas internacio-nais. Internamente, o padrão de consumo brasileiro segue fir-me e é possível que esteja ainda mais for-te nos próximos me-ses, já que o frango nas gôndolas dos su-permercados está mais competitivo, com

preços mais baixos. Apesar disso, a crise per-siste e segue afetando os ganhos da avicultura. É desta forma que Ariel Mendes, Presidente da entidade máxima da avicultura brasileira, define o atual momen-to vivido pelo setor aví-cola nacional.

Ele afirma que, co-mo todos os segmentos produtivos brasileiros, o setor avícola sofreu fortemente com a crise

internacional desde o final de 2008. Para Ariel, as dificuldades só não fo-ram piores porque as medidas toma-das pela agroindústria nacional para enfrentar a crise foram bem sucedi-das. Isso a despeito da pouca sensibi-lidade governamental em relação à produção de alimentos do país. “A grande preocupação com itens de produção que geram números positi-

vos nos cálculos de crescimento de Produto Interno Bruto, como carros e eletrodomésticos, abonados com a redução do IPI (Imposto sobre Produ-tos Industrializados), não foi propor-cional aos cuidados com o bem mais importante da população brasileira: a segurança alimentar. Em meio à crise, obtivemos expansão de limite de crédito, mas não tínhamos a libe-ração dos financiamentos. Ou seja: fomos nutridos com medidas que, na

UBA e ABEF: Cenário para exportações de frango demora a melhorar

Em 2010, avicultura ainda enfrenta rescaldos da crise internacional

Ariel Mendes: Crise econômica

deixou claro o nível de organização e planejamento da

cadeia, que mesmo diante de problemas graves como queda

nas exportações, nos preços e a falta de

apoio governamental, conseguiu seguir

firme com patamares de produção sólidos

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Câmbio espremeu receita das exportações em reais

prática, não geraram resultado al-gum” reclama Ariel.

Em decorrência da grande depen-dência que a avicultura brasileira apresenta em relação ao mercado ex-terno, a queda das exportações que estava por vir foi um dos pontos mais discutidos no final de 2008, quando a crise ainda dava seus primeiros sinais. Foram a redução dos embarques e o crescimento exagerado do alojamen-to de pintos de corte os principais res-ponsável pela queda da lucratividade da cadeia produtiva. Mais um final de ano se aproxima e a expectativa se volta principalmente para as compras internacionais de carne de frango. Agora, as entidades temem que o Bra-sil possa perder o posto de maior ex-portador mundial de carne de fran-go.

Ariel Mendes aposta que 2010 será um ano de recuperação. Isso porque, segundo o Presidente, a ABEF tem fei-to um excelente trabalho em prol da manutenção de mercados e da aber-tura de outros. “Lideranças mundiais defendem ostensivamente a retoma-da da economia internacional no pró-ximo ano, e obviamente o setor aví-cola deve se beneficiar deste reaquecimento. No mercado interno, o consumo manteve o ritmo necessá-rio para evitar super-estoques com a queda nas exportações. De forma ge-

ral, exceto pelas perdas cambiais que provavelmente não conseguiremos recuperar no curto prazo, é provável que o consumo internacional se res-tabeleça nos padrões de 2008”, defen-de Ariel.

Ele acredita que este início de ano traz boas expectativas e menos incer-tezas na comparação com a entrada em 2009. Ariel completa: “O mundo vive outro cenário, bem diferente do que encontramos no início de 2009. Embora o protecionismo tenha se tor-nado mais forte, a retomada geral da produção e comercialização dos vá-rios nichos econômicos trará mais confiança para as economias interna-cionais. Logicamente seremos benefi-ciados. Além disso, no mercado inter-no, ainda seguimos como a carne favorita do brasileiro, e os preços mais baixos nas gôndolas deverão favore-cer este cenário”. Apesar do otimis-mo, o Presidente da UBA faz um aler-ta no que diz respeito ao abastecimento de milho para a avi-

cultura brasileira: “Segundo dados e informações

passadas por consultores especializa-dos em grãos, os estoques de passa-gem de milho deste ano deverão ser menores do que no ano passado, fi-

cando em torno de 7,6 milhões de to-neladas. A expectativa em relação à safra 2009/2010 de milho segue em padrão semelhante à das obtidas an-teriormente, de 52 milhões de tonela-das. No entanto, esta é uma aposta al-ta, considerando que vamos continuar a enfrentar adversidades climáticas por todo o país. Outro ponto: é pro-vável que haja um crescimento na de-manda por milho na produção ani-mal, chegando a um consumo de até 38,1 milhões de toneladas, frente 36,5 milhões na safra anterior. Deste total, mais de 21 milhões refere-se à produ-ção avícola. Por isso, temos recomen-dado aos produtores que se planejem para o próximo ano, para evitar pre-juízos com eventuais altas no preço do milho”.

UBA recomenda que produtores de frango se planejem para uma possível alta nos preços do milho em decorrência do crescimento da

demanda pelo grão na produção animal

Ao contrário das boas perspectivas para o consumo no mercado interno, as projeções para a exportação de car-ne de frango são sombrias. As dificul-dades enfrentadas ao longo de 2009 não foram poucas e a se confirmar as expectativas da UBA e também da en-tidade que reúne os exportadores de frango, a ABEF, o cenário demora a melhorar. Não apenas em decorrência da queda das compras internacionais devido à crise, mas também de outros fatores, como o câmbio desfavorável à agroindústria brasileira, crescimento do protecionismo europeu e política

de redução das exportações russas . De janeiro a outubro as quedas

mais expressivas nos volumes expor-tados foram Japão, 32%, Rússia, 57%, Venezuela, 45% e Alemanha, 14%.

Apesar da situação adversa, a ABEF e sua atuação na busca por novos mer-cados, conseguiu incorporar Índia, China e Argélia ao grupo de países importadores.

Sobre o câmbio, Francisco Turra, Presidente da ABEF, lembra que, entre janeiro e outubro de 2009 o real se va-lorizou 24% em relação à moeda ame-ricana e a recuperação dos preços das

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Projeção Nacional

exportações não apresentou o mesmo vigor, tardando a se recuperar e espre-mendo a receita em reais das empre-sas exportadoras. “A valorização do real não se restringe a sua relação com o dólar, estende-se também com rela-ção às divisas dos principais merca-dos importadores da carne de frango brasileira. O setor avícola exportador tem seus custos em reais e boa parte

de suas receitas em divisas, assim, o perigo da diminuição do volume ex-portado, somado à queda de preços e a um câmbio sobrevalorizado, consti-tuíram uma ameaça a toda estrutura produtiva do nosso produto”, explica ele.

Na tentativa de contornar a situa-ção, a ABEF esteve atenta à questão e, em novembro, entregou ao Presidente

da República, Luis Inácio Lula da Silva um documento onde expôs a questão e solicitou ao Governo que realize es-forços no sentido de encontrar solu-ções para o problema. Além disso, s pleiteou também que o Governo ava-lie a possibilidade de uma desonera-ção tributária, especialmente em rela-ção ao PIS/COFINS, o que daria mais competitividade às empresas.

Brasil pode perder posto de maior exportador de frangoA avaliação da ABEF é de que 2010

será um ano difícil e mais difícil ain-da no quesito projeções. Francisco Turra explica que a ABEF revisou suas estimativas para novembro e dezem-bro de 2009 e também refez os cálcu-los de crescimento para 2010. “O

conselho da entidade, formado pelas principais empresas do setor, prevê um cenário de pouca tranquilidade para o segmento exportador nos pró-ximos meses, com expectativa de queda de 10% nos embarques, conti-nuando o drama da supervalorização do real frente todas as moedas. A perspectiva é de que o espaço ocupa-do pelo Brasil seja preenchido pelos

Estados Unidos, que atualmente são o maior produtor e segundo maior exportador de carne de frango”.

Os dados do USDA apontam que enquanto em 2000 as exportações brasileiras de carne de frango se en-contravam 61% abaixo das norte-

americanas, quatro anos depois re-vertiam essa situação e se tornavam 11% maiores. O ano de 2004, pois, é a linha divisória que marca a chega-da do Brasil à liderança mundial nas exportações de carne de frango.

No ano seguinte, 2005, a diferen-ça a favor do Brasil subiu ainda mais, chegando aos 16%. Mas a partir daí começa a reduzir-se e, no ano passa-

do, ficou em apenas 3%. Nas proje-ções do USDA, pode subir para 5% neste ano, mas é pouco provável que isso ocorra, pois as vendas externas dos EUA seguem em crescimento, en-quanto as brasileiras trilham cami-nho inverso.

As primeiras previsões do USDA para 2010 propõem expansão de 6,2% nas exportações brasileiras e re-cuo de 4,6% nas norte-americanas, índices que elevariam a diferença a mais a favor do Brasil para 17% - um índice até hoje não registrado. Será? Fica a dúvida. Sobretudo se levados em conta, de um lado, os problemas relatados pela ABEF e, do outro lado, a disposição dos EUA em ampliar mercados e, por exemplo, retornar à União Européia.

Sob esse aspecto, um fato está bem claro: não é o Brasil que está perdendo mercados, são os EUA que voltaram a ampliar os seus. Assim, embora em ritmo mais lento e exceto pelas crises internacionais de 2006 (Influenza Aviária) e 2009, as vendas externas brasileiras continuam em expansão. Já as dos EUA, estáveis até três anos atrás (em 2005 e 2006 esta-vam aquém das registradas em 2001), voltaram a apresentar um crescimen-to mais forte (tanto que, de 2005 pa-ra 2008, aumentaram quase 34%, en-quanto o volume embarcado pelo Brasil apresentou incremento de 18% nesse período).

A crise econômica mundial inter-rompeu esse processo. Mas a situação atual pode ser momentânea.

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Produção Animal | Avicultura 35

Protecionismo europeu segue se intensificando

A ampliação do protecionismo eu-ropeu atingiu duramente o setor ex-portador e, em especial, os frigoríficos brasileiros da cadeia do frango. Para

tentar sensibilizar este mercado, a ABEF, durante a Fei-ra Anuga 2009, lan-çou a brochura “A presença européia na avicultura brasi-

leira”, onde é apre-sentada a impor-tância da presença de descendentes de europeus na produ-ção e exportação de frangos no Brasil

Independente até da crise econômica mundial, a Rússia já vinha sinalizando que redu-ziria suas compras externas de carne de frango pois pretende ser auto-sufi-

ciente e até exportadora do produto se for possível, para o que vem propi-ciando fortes estímulos à produção in-terna.

Turra lembra que o sistema de co-tas determinado pelo Governo russo até 2008 já era desfavorável, incluin-

do o Brasil em uma faixa de “outros países”, para os quais estavam dispo-níveis apenas 68 mil toneladas no to-tal. Ele completa: “A partir de 1º de ja-neiro de 2009, porém, esse volume foi reduzido para 12 mil toneladas anuais e a tarifa extra-cota chegou a 95%. Es-te ano, entre janeiro e outubro, as ex-portações brasileiras de carne de fran-go para o mercado russo caíram 57% em relação ao mesmo período de 2008, totalizando 64 mil toneladas”.

Segmento de alimentação animal pode voltar a crescer em 2010

Segundo Ariovaldo Zanni, Diretor Executivo do Sindicato Nacional da In-dústria de Alimentação Animal (Sindi-rações), o momento vivido pelo setor de alimentação “é uma mistura de cautela e expectativa, haja vista a experiência desafiadora a que o setor foi submetido, ou seja, a escassez e aumento explosivo dos preços de matérias-primas durante o primeiro semestre de 2008, seguida da falta de liquidez e demanda a partir de setembro de 2008, que tem ainda afetado o desempenho do setor, porém em escala menor nos últimos meses”.

Falando sobe o desempenho do se-tor em 2009, Zanni afirma que até o ter-ceiro trimestre de 2009, a indústria de alimentação animal no Brasil registrou queda de 1,6% em sua produção em re-

lação ao mesmo período do ano passa-do. “O ritmo de crescimento dos últi-mos anos foi negativamente influenciado pela crise financeira glo-bal no primeiro semestre, que fez com que a produção total recuasse para 43,3 milhões de toneladas nos pri-meiros nove meses de 2009. Houve queda no uso de pré-misturas em toda a indús-tria, o que significa me-nor utilização de tecnologia para a fabri-cação de ração animal. Apurou-se queda ainda mais acentuada na pro-dução de pré-misturas do que na produção de ração, o que comprova a

queda no uso de tecnologia, compensa-da pelo aumento no consumo de grãos. Os preços competitivos do milho fize-ram com que os produtores compras-sem mais grãos, compensando parte

Para tentar sensibilizar o mercado europeu, a ABEF, durante a Feira

Anuga 2009, lançou a brochura “A presença européia na avicultura

brasileira”

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36 Produção Animal | Avicultura

Projeção Nacional

dos nutrientes supridos pelos aditivos”. A avicultura de corte, que demanda

quase 50% da produção nacional de ra-ção, consumiu 20,4 milhões de tonela-das nos primeiros nove meses do ano, quantidade semelhante ao mesmo perí-odo de 2008. Já a avicultura de postura apresentou crescimento de 1,4% no consumo de ração em relação ao mes-mo período de 2008. Nos nove meses de 2009 foram consumidas 3,5 milhões

de toneladas de ração por este segmen-to.

Para 2010, Ariovaldo Zanni acredita que, “uma vez que a economia global siga a tendência de recuperação, é possí-vel que em 2010 voltemos a alcançar um crescimento da ordem de 10% na demanda total por alimentação animal, o que resultaria em uma produção em torno de 65 milhões de toneladas”.

Em um cenário otimista, Zanni pre-

vê que a demanda da avicultura em 2010 fique em torno de 33 milhões de toneladas. No entanto, considerando que a competitividade das carnes brasi-leiras no cenário internacional tem sido comprometida em razão do câmbio, da pesada carga tributária e da alta taxa de juros para financiamento da produção, a previsão mais realista gira em torno do consumo de 28,9 milhões de tonela-das de ração.

Potencial de produção de frangos recua paulatinamente Em janeiro próximo o setor avíco-

la nacional estará com um potencial de produção ligeiramente menor que o registrado em setembro de 2008. E isso – sobretudo se considerado que há apenas seis meses dispunha-se do maior potencial de todos os tempos, quase 9% maior que o de setembro de 2008 – já é uma grande vitória.

O potencial, neste caso, está sen-do estimado a partir do volume de matrizes de corte em produção (até 68 semanas de idade) em um deter-minado mês. Assim, enquanto em se-tembro de 2008 o plantel em produ-ção correspondia ao alojamento (total, sem levar em conta descartes ou mortalidade no decorrer da vida das aves) de 37,4 milhões de matrizes de corte, em maio de 2009 esse plan-tel havia subido para 40,6 milhões de cabeças, número que em janeiro pró-ximo recuará para 37,3 milhões de cabeças.

Por ora o plantel em produção ainda é maior e supera, em outubro corrente, a casa dos 39 milhões de matrizes de corte. Mas as perspecti-vas vindouras são auspiciosas. Espe-

cialmente se levado em conta que plantel idêntico ao de janeiro próxi-mo correspondeu, em setembro de 2008, a um potencial da ordem de 485,5 milhões de pintos de corte, na-quela ocasião quase totalmente utili-zado (então, produziram-se no mês 485,3 milhões de pintos de corte - um índice de utilização de 99,96%).

O único senão nessa história é que naquela época as exportações

brasileiras de carne de frango tam-bém atingiam o maior volume da his-tória do setor, registrando no trimes-tre julho-setembro embarques médios próximos das 330 mil toneladas men-sais. E como, no curto prazo, é quase impossível retornar a esses volumes, o setor terá que continuar operando com alguma ociosidade. Mas será, sem dúvida, bem menor que a pre-sentemente registrada.

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Produção Animal | Avicultura 37

Falando sobre o desempenho da avicultura de postura em 2009, o

consultor José Carlos Teixeira afir-ma que o setor não tem muito a co-memorar, no que se refere ao avan-ço da produção. Explica-se: A produção estimada de ovos para o ano em curso é de 61,622 milhões de caixas com 30 dúzias, 2,14% in-ferior a de 2008. O plantel médio es-timado de poedeiras, de 77,910 mi-lhões de cabeças é 0,44% menor do que o ano anterior. Teixeira comple-ta: “O desenvolvimento do setor, que pode ser medido pelo alojamen-to de comerciais de postura demons-tra que, após o pico de 2005 de 72,588 milhões de pintainhas aloja-das, os alojamentos se mantêm num patamar de pouco mais de 60 mi-lhões de cabeças nos anos de 2006, 2007, 2008 e o previsto para 2009, indicando ausência de crescimento há quatro anos”.

Quanto aos preços praticados no ano que termina, o consultor acres-centa que é importante notar a dife-rença nos decréscimos nos preços

de ovos pagos ao produtor (-11,33%) e do atacado (-10,72%) e aquele pa-go pelo consumidor (-0,65%), que reforçam a tese de uma comerciali-

zação ineficiente praticada pelo se-tor, que só não sofreu prejuízos maiores em razão dos baixos preços do milho.

Teixeira afirma que, a despeito da política de redução no alojamen-to de pintainhas de postura, os pre-ços no atacado apresentaram queda

Alojamento de pintainhas de postura não cresce há quatro anos

Em 2009, margens apertadas para produtores de ovos

Projeção / Postura Comercial

PREÇOS MÉDIOS (janeiro – outubro)

2008 2009 Diferença09/08

GRANJA* 41,25 36,58 -11,33%

ATACADO* 44,50 39,73 -10,72%

CUSTO* 38,50 39,35 + 2,21%

CONSUMIDOR (2) 92,10 91,50 -0,65%

MILHO (R$/sc.60kg) (3) 26,46 21,06 -20,41

FARELO DE SOJA R$/kg (3) 0,72 0,84 +16,76

*R$ por caixa de 30 dúzias tipo extra branco | (2) Fonte: FIPE - equivalente caixa de 30 dúzias | (3) Fonte: Jox

BRASIL - EXPORTAÇÃO DE OVOS2008 2009*

Produto Volume (ton) mil US$/FOB Volume (ton) mil US$/FOB

Ovo em casca 33.113 46.406 26.634 30.677

Ovo em pó 532 4.414 487 3.568

Ovo líquido 2.393 7.221 1.884 4.374

TOTAL: 36.038 58.041 29.005 38.619

*até outubro 2009 | Fonte: MDIC/Secex

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38 Produção Animal | Avicultura

Projeção / Postura comercial

Durante o ano de 2009, o Insti-tuto Ovos Brasil esteve comprome-tido com o setor avícola. Entre as ações realizadas destaca-se a parti-cipação da entidade em eventos

voltados para nutricionistas. O se-cretário executivo José Roberto Bottura conta que, para 2010, a Ovos Brasil pretende continuar in-vestindo na participação em even-tos, principalmente da área de saú-de humana. Ações nas próprias escolas de nutrição, medicina e en-fermagem, como a distribuição de folders com o endereço eletrônico da entidade (www.ovosbrasil.com.br) também estão entre os próxi-mos passos.

O instituto pretende desenvol-ver ainda novos filmes, dessa vez voltados para as crianças. Também com foco nos pequenos, existe um projeto para a criação de gibis com histórias focadas no ovo. A distri-buição deste material aconteceria nas escolas de diversas capitais.

Uma das questões que contribu-

íram com os baixos preços alcança-dos pelo ovo neste ano foi a dificul-dade que o setor produtivo tem de comercializar o ovo com a sua devi-da valorização. O Instituto Ovos

Brasil trabalha para valorizar o ovo”, afirma Bottura, conclamando a classe produtora a contribuir com as doações voluntárias para que a entidade possa continuar com seu projeto de valorização deste ali-mento.Entidade conquistou prê-mio El Huevo de Oro

O Instituto Latinoamericano del Huevo (ILH) premiou a Ovos Brasil com o “El Huevo de Oro” (O ovo de ouro), durante o XXI Congresso La-tinoamericano de Avicultura, em Cuba, no início de outubro.

Trata-se do III Concurso El Hue-vo de Oro, promovido pelo ILH, com o intuito de reconhecer e di-fundir as campanhas promocionais realizadas pelas instituições filia-das à Associação Latinoamericana de Avicultura (ALA).

Para concorrer na categoria pre-miada (Gestão em Relações Públi-cas), o Instituto Ovos Brasil apre-sentou os resultados do desenvolvimento de um relaciona-mento conciso e persistente com a imprensa, de setembro de 2008 a julho de 2009 com mais de 500 in-serções gratuitas na mídia sobre o ovo, entre entrevistas em progra-mas de TV, rádio, matérias em jor-nais, revistas e sites.

As informações foram divulga-das pela União Brasileira de Avicul-tura. Leia mais sobre o concurso em www.ilhala.org.

Ovos Brasil tem mais projetos para 2010

Distribuição de folders com o endereço eletrônico da entidade para a classe médica,

novos filmes voltados para crianças e o desenvolvimento de gibis estão entre os

próximos passos

constante, o que poderia evidenciar também a ausência de iniciativas pa-ra aumentar a demanda. No entan-to, os avicultores atribuem a redução dos preços ao excesso de ovos férteis oferecidos ao mercado de consumo, resultando em uma oferta adicional a preços reduzidos e concorrendo para nivelar o mercado para baixo.

Assim como na exportação de frango, os embarques de ovos dificil-mente alcançarão os mesmos volu-

mes e faturamento de 2008. Entre os motivos estão a crise internacional, a valorização do real, a falta de cré-dito e a demora em conseguir condi-ções para exportar os produtos de ovos para o Mercado Comum Euro-peu.

Outros dados não animadores dão conta de que o consumo de ovos neste ano deve ser de 118 unidades por habitante, considerando-se a po-pulação brasileira estimada pelo IB-

GE para 2009 em 192,026 milhões de habitantes.

Segundo Teixeira, o cenário para 2010 é de manutenção dos atuais ní-veis de produção, preços não condi-zentes com a necessidade de recupe-ração da atividade, comércio exterior dependendo da adequação às exi-gências dos países exportadores e o consumo per capita de ovos não al-cançando o aumento vegetativo da população.

Entrega do Ovo de Ouro em Cuba

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Produção Animal | Avicultura 39

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40 Produção Animal | Avicultura

Associações

A Revista do AviSite preparou mais uma edição especial de

fim de ano. Pela terceira vez conse-cutiva, representantes das principais associações do Brasil foram entrevis-tados para discutir as dificuldades, iniciativas, reivindicações e conquis-tas que marcaram 2009.

De acordo com as associações, a crise financeira iniciada em setembro de 2008, que resultou em algumas perdas, na instabilidade dos preços e nas restrições da produção, foi a principal responsável pelas dificulda-des enfrentadas pelo setor.

Mas não foram apenas os pontos

negativos que marcaram a avicultura brasileira neste ano. Iniciativas, pro-gramas, eventos e algumas novida-des também estiveram presentes. Confira abaixo o que os representan-tes de sete associações pensam e quais as expectativas para o próximo ano.

Representações estaduais destacam efeitos da criseEntidades comentam o que marcou a atividade em 2009 e o que se espera para 2010

O mercado do frango e do ovo apresentou neste ano uma

instabilidade gerada pela oscilação nas cotações. Segundo Marília Martha Ferreira, Superintendente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), esse fator resultou em perdas acumuladas de até 13,50% do frango vivo posto granja e quase 30% na cotação do ovo posto atacado.

As perdas dos avicultores de Minas Gerais não se restringiram apenas aos prejuízos financeiros. Segundo Marília Martha, os produ-tores enfrentaram “muitos proble-mas nas áreas de licenciamento ambiental, registro de granjas,

problemas tributários e excesso de oferta dos produtos”. A Superintendente lembra que o setor sofreu quedas nos preços internacionais, tanto no frango quanto nos ovos e que a crise fi-nanceira e o episódio do H1N1 da Influenza A colaboraram para a insegurança no setor agropecuário.

Quando questionada em rela-ção às expectativas da avicultura para 2010, Marília diz apostar no aumento das exportações de

frango e ovos e conseguir uma melhor colocação na grade do Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle. Além disso, a Superintendente espera adquirir um registro de pelo menos 70% das granjas do estado, aumentar o consumo per capta de frangos e ovos e conseguir uma melhor e maior valorização dos avicultores mineiros em relação à Avimig.

AVIMIG – Perdas não se restringiram apenas aos prejuízos financeiros

Minas Gerais

Marília Martha Ferreira, Superintendente da Avimig

AlGuMAs conquIstAs do sEtoR AVícolA dE MG EM 2009

sAnIdAdE

– CRIAção Do GRuPo De AteNção VeteRINáRIA eSPeCIAl eM AVICultuRA (GAVeA) Pelo INStItuto MINeIRo De AGRoPeCuáRIA (IMA). – NoVA CoMPoSIção Do CoMItê eStADuAl De SANIDADe AVíColA De MINAS GeRAIS (CoeSA – MG), CoM Sete RePReSeNtANteS DA AVIMIG.

lEGIslAção-tRIButáRIAS: ReGIMe eSPeCIAl PARA CRéDIto PReSuMIDo NAS VeNDAS INteReStADuAIS De FRANGoS.

PolítIcA

- CRIAção DA ASSoCIAção DoS ColABoRADoReS Do FuNDo De eMeRGêNCIA SANItáRIA DA AVICultuRA De MINAS GeRAIS – FuNAMIG.- PARCeRIA CoM o SeNAR NoS CuRSoS De Mão-De-oBRA SoBRe APANHA De FRANGoS. - FoRMAção Do CoNSelHo JuRíDICo CoNtáBIl PARA eStuDo e DISCuSSão De ASSuNtoS leGISlAtIVoS e tRIButáRIoS Do SetoR AVíColA.

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Produção Animal | Avicultura 41

Luiz Ari Bernartt, Presidente da associação que representa o setor

avícola do oeste do Paraná (Aaviopar), comenta que a crise econômica foi a principal responsável pelo agravamento dos problemas da avicultura. Foi este o fator que forçou as autoridades a

recomendarem uma redução na pro-dução de até 20%, o que dificultou os avicultores a alcançar renda suficiente para saldar as dívidas de investimentos.

Para sanar este problema, a Aavio-par reivindicou que o BNDeS autorizas-se as instituições financeiras a prorro-gar as dívidas de 2009 para o fim do contrato, mas ainda não obteve êxito.

o Presidente da associação critica a chegada de uma multinacional, com três unidades frigoríficas nos estados do sul, com financiamento do BNDeS. Para ele, a nova empresa pode atrapa-lhar os planos de redução na produ-ção. “ora minha gente, se estamos com super produção, a instalação de mais plantas só virá para agravar a

situação. onde está a nossa política agropecuária brasileira que deixa criar uma situação dessas?”, questiona.

Segundo ele, a garantia de recebi-mento de um preço médio da produ-ção também foi conquistada. em outras palavras, o produtor que atingir a conversão prevista em um galpão de 1200m2 tem que receber um paga-mento médio entre R$ 5.900,00 e R$ 6.100,00 por lote.

A AAVIoPAR conseguiu para o início de 2010, um grande passo com a principal integradora da região, onde a mesma passará a pagar o custo do carregamento do lote, que hoje fica em torno de 7 a 10% do valor bruto recebido.

Domingos Martins, Presidente do Sindicato das Indústrias de

Produtos Avícolas do estado do Paraná (Sindiavipar) comenta que uma das grandes conquistas em 2009 foi o credenciamento do labo-ratório Marcos enrietti pelo Ministé-rio da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA) para a realização de testes e emissão de laudos em

casos de suspeitas de enfermidades avícolas.

outra conquista foi a elevação, pelo MAPA, do conceito de sanidade avícola do Paraná. o estado conquis-tou o conceito B no Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle, tendo a maior nota entre todos os estados brasileiros. o plano tem como objetivo fortalecer a estrutura de defesa sanitária e dar garantias aos consumidores sobre a qualidade dos produtos avícolas brasileiros. Além disso, o estado manteve a liderança nacional de produção de frango de corte, conti-nuando como um dos maiores ex-portadores brasileiros do produto.

Para Domingos Martins, a crise econômica já foi superada e, apesar das dificuldades externas, a estabili-

dade do volume de exportação de frangos de corte foi mantida. Já para 2010, o Presidente da entidade pre-vê um crescimento na exportação de até 10%. “é preciso destacar tam-

bém a qualidade do frango de corte produzido no Paraná, fruto de inves-timentos em genética, manejo, am-biência e sanidade. Nosso desafio é manter essa posição de destaque nacional tanto na produção quanto nas vendas de aves”, finaliza.

AAVIoPAR – Expectativa é de afastamento da crise e retomada das exportações

Paraná

Otimista, Domingos Martins prevê aumento de 10% nas exportações

de frangos. Para ele, crise econômica já foi

superada

Luiz Ari Bernartt, Presidente da Aaviopar

sIndIAVIPAR – credenciamento de laboratório foi uma das conquistas

Domingos Martins, Presidente do Sindiavipar

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42 Produção Animal | Avicultura

Associações

Neste ano, os programas governa-mentais de oferta de milho para

o nordeste se apresentaram instáveis prejudicando o abastecimento da região. A opinião é do Presidente da Associação Cearense de Avicultura (ACeAV), João Jorge Reis. De toda forma, ele acredita que para 2010 estes programas alcancem uma me-lhor regularidade.

o setor de postura do nordeste também sofreu com as levas constan-tes de ovos que são enviados para a região a preço baixo. Segundo João Jorge Reis, isso serve “como válvula de escape para manter os preços melho-res no sudeste”. Isso, de acordo com o presidente, prejudica o mercado nor-destino, pois a referência de preços

cai. entrave parecido aconteceu com o setor de frango nordestino e a concor-rência dos produtos industrializados do sudeste. “Além do custo de produ-ção nessas outras regiões ser mais baixo, ainda tem o agravante de envia-rem frango para o nordeste com maior teor de água do que é permiti-do pela legislação”, critica.

Ao longo de 2009, a entidade atuou para a regularidade do fluxo do trânsito animal, com o objetivo de coibir a entrada de aves de descartes de outros estados destinadas a abate-douros inexistentes no estado, com a emissão de documentos “frios”.

João Jorge faz uma análise sobre a atuação da avicultura do nordeste em 2009 e afirma que o desempenho não

foi dos melhores. “o balanço não será positivo, infelizmente, mas posso afirmar que vamos empatar. Diante de um quadro de crise e dificuldades de comercialização, posso afirmar que escapamos com muito sacrifício”, afirma o Presidente.

AcEAV – Expectativa é regularização dos programas de abastecimento de milho

ceará

Para Argêo João uliana, Presidente da Associação dos

Avicultores do espírito Santo (AVeS), o obstáculo de maior significância para o estado continua sendo o abastecimento de milho.

o custo da matéria-prima na região é cerca de 20% mais alto que os de outros centros de produção

avícola. “Considerando que o país terá um estoque de passagem de cerca de 10 milhões de toneladas, é um absurdo que estejamos ao mes-mo tempo pagando tão caro pelo milho posto em nossas granjas”, afirma. o setor trabalhou no espírito Santo para garantir preços competi-tivos no abastecimento e garantia de produtos avícolas.

outra preocupação durante o ano foram as ações relacionadas ao registro de granjas (IN nº56/07), que prevê procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabeleci-mentos avícolas de reprodução e comerciais. Segundo o Presidente, várias granjas do estado estão pro-curando viabilizar os processos de registro, mesmo encontrando dificul-dades como a burocracia.

Quando questionado sobre o

desempenho da avicultura capixaba, o Presidente da associação afirma que o estado passou por momentos no “vermelho” e alerta que por este motivo, o setor pode perder muitos produtores, especialmente os de pequeno porte.

Argêo acredita que a principal expectativa do setor nacional é uma mudança em relação ao mau mo-mento vivido de uma maneira geral no segundo semestre de 2009. ele garante que a atividade capixaba irá continuar trabalhando e melhorando suas particularidades para estar cada vez mais competitiva.

Para finalizar, o Presidente da entidade afirma que todos os pro-blemas poderiam ser trabalhados de forma mais acelerada se houvesse maior empenho, principalmente, do setor público.

AVEs – obstáculo maior continua sendo abastecimento de milho

Espírito santo

Argêo João Uliana, Presidente da AVES

Presidente da ACEAV, João Jorge Reis

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Produção Animal | Avicultura 43

Não diferente das declarações das outras associações, érico Pozzer,

Presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), afirmou que a principal dificuldade encontrada pelo setor em 2009 foram os preços de-primidos e as margens apertadas, resultados da exportação problemá-tica agravada pela crise mundial.

A conquista mais recente da associação é a adequação do teto do financiamento para investimento em granjas de frangos de corte feito principalmente pela Nossa Caixa e Banco do Brasil, através do Financia-mento de Máquinas e equipamentos (Finame). esta novidade foi conquis-tada juntamente com a Câmara Setorial de Aves e ovos, da Secreta-ria de Agricultura. Segundo o Presi-dente da APA, em outubro, o teto de financiamento passou de R$ 30.000

para R$ 100.000 para produtores com renda bruta de R$ 400.000 por ano, com prazo de pagamento de cinco anos com juros anual de 3,5%.

Segundo o Presidente da associa-ção, as maiores reivindicações do setor são em relação a impostos e tributos, como o PIS/CoFINS. essas iniciativas serviram de base para um projeto maior que a associação está desenvolvendo em conjunto com algumas entidades. o objetivo é mostrar para o governo que o impos-to tem que ser reduzido a exemplo do que foi feito com a cadeia de carne bovina.

Apesar do saldo negativo verifi-cado em 2009, a expectativa para 2010 é de tempos melhores. o espe-rado é que a exportação reaja, os preços internacionais se recuperem e que a própria economia brasileira

continue em recuperação, levando a um pequeno aumento de consumo de carne de frango e ovos. outra expectativa é que a produção de grãos seja suficiente para manter os custos sob controle. “esses fatores indicariam um ano de bastante equi-líbrio e recuperação de margens”, conclui.

APA – teto de financiamento para granjas sobe para R$ 100 mil

são Paulo

Érico Pozzer, Presidente da APA

AGA – Reivindicações visaram setor do milho, meio ambiente e sanidade

Goiás

Diante dos prejuízos causados pela crise mundial, a Associa-

ção Goiana de Avicultura (AGA) manteve seus associados informa-dos sobre as ações que poderiam ser realizadas junto ao governo estadual e federal. As principais reivindicações foram relacionadas ao setor de milho, meio ambiente e sanidade avícola.

Com relação ao milho, os dire-tores Altino loyola e uacir Bernar-des afirmam ter feito uma solicita-ção ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a não retirada de um volume maior que um milhão de toneladas de Goiás, principalmente com des-

tino ao nordeste, através dos meca-nismos utilizados pelo governo.

Além disso, a associação con-quistou juntamente com a Secreta-ria estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos a licença ambien-tal para 100% da atividade no estado, tornando a avicultura goia-na sustentável.

A AGA ainda iniciou um curso de capacitação de mão-de-obra para todos os setores da atividade avícola, intitulado GRIttA (Grupo de Inovação tecnológica e treina-mento da AGA) e um trabalho de regularização junto aos pequenos produtores de ovos de postura, possibilitando o credenciamento

junto ao SIF (Serviço de Inspeção Federal).

Apesar das dificuldades provo-cadas pela crise internacional, a direção da AGA afirma que o setor de frango de corte manteve as atividades, fazendo a adequação necessária no volume produzido e mantendo os projetos de cresci-mento para 2010.

o estado de Goiás continuará investindo no setor avícola, tanto no frango quanto no ovo. “Acredi-tamos ser a avicultura uma ativida-de com grande potencial de cresci-mento em Goiás, devido à suas potencialidades de produção de grãos”, finaliza.

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Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo

Pela primeira vez após 32 edições consecutivas (foi lançada em maio de

2007), Produção Animal - Avi-cultura não apresenta parte dos dados oficiais sobre a pro-dução do setor, restritos nesta edição apenas às exportações de carne de frango e às matri-zes e pintainhas de postura. Os demais dados se resumem a projeções.

A ausência não é exclusivi-dade da revista. O Portal AviSi-te (com um tempo bem maior de “estrada” e lançado com o objetivo principal de manter o setor informado sobre a evolu-ção da produção das avicultu-ras de corte e de postura) tam-bém fechou o mês de novembro com a mesma lacuna.

A culpa, porém, não é dos dois veículos: no final de no-vembro, as entidades respon-sáveis pelos levantamentos do setor anunciaram a necessida-de de aperfeiçoar os levanta-mentos até então realizados, daí a postergação da divulga-ção dos resultados mais recen-tes. Dessa forma, a divulgação da produção de pintos de cor-te (levantada pela APINCO), passa a ser feita noventa dias após a efetiva produção. Já os números referentes ao aloja-mento de matrizes de corte (responsabilidade da UBA) te-rão, doravante, divulgação anual, após o encerramento de cada exercício.

Essa é a informação oficial. Pois as informações oficiosas acerca dessa “nova ordem” sugerem que ela extrapola a vontade das entidades de clas-se. Sabe-se apenas que uma “mente iluminada” – após ser

pressionada por um importador e constatar que esse importador dis-punha de informações sobre a avi-cultura brasileira a que ele próprio jamais teve acesso – concluiu ser possível acabar com pressões do gê-nero simplesmente ocultando os nú-meros habitualmente divulgados pelo setor. Para dar o exemplo, es-condeu os próprios números, o que significa que, no momento, nem mesmo as entidades avícolas têm in-formações consistentes em que se basear.

Apesar do imbróglio, Produção Animal - Avicultura e o AviSite tor-cem para que uma solução seja en-contrada rapidamente. Porque en-tendem que a disponibilidade de informação é essencial para o equilí-brio à atividade. Pois se com todos os dados existentes muitas decisões são tomadas atabalhoadamente, não é difícil imaginar o que irá ocor-rer sem elas.

Produção Animal – Avicultura e o AviSite também esperam que o responsável (responsáveis?) por essa decisão se conscientize(m) de que ela é totalmente equivocada. Pois não é jogando o termômetro fora ou escondendo a balança que se vai eliminar a febre ou acabar com o so-brepeso do paciente.

O Brasil – já foi dito, mas não custa repetir aos mais reticentes – é o único País do mundo com poten-cial suficiente para atender a de-manda mundial de produtos agro-pecuários, inclusive de carne de frango. Mas se as possibilidades de mercado continuarem a ser ignora-das (ou seja, se a oferta permanecer acima da necessidade dos deman-dantes) não há como valorizar a pro-dução interna. E, neste caso, os nú-meros não passam de meros hidrômetros - não podem ser res-ponsabilizados pelo transbordamen-to da caixa d’água.

Esconder o termômetro é o caminho correto para baixar a febre?

44 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 45

EVOLUÇÃO MENSALMILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Novembro 3,858 3,965 2,76%

Dezembro 3,766 3,999 6,18%

Janeiro 4,265 3,560 -16,53%

Fevereiro 3,852 3,496 -9,23%

Março 3,944 3,482 -11,71%

Abril 3,953 3,488 -11,77%

Maio 4,012 3,679 -8,30%

Junho 4,037 3,858 -4,45%

Julho 4,409 4,081 -7,46%

Agosto 4,348 3,977 -8,53%

Setembro 3,866 3,648 -5,64%

Outubro 3,915 3,696* -5,58%*

EM 10 MESES 40,601 36,965* -8,96%*

EM 12 MESES 48,225 44,928* -6,84%*

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE - * Projeção ou resultado preliminar

Na ausência de dados oficiais sobre o alojamento de matrizes de corte regis-

trado em outubro só resta especular em torno dos possíveis números alcançados no mês. Dentro desse objetivo, uma das possi-bilidades estaria na repetição da média al-cançada no terceiro trimestre do ano, perí-odo em que foi registrado o maior alojamento dos últimos três trimestres. Isto daria volume da ordem de 3,9 milhões de cabeças.

Torce-se, porém, para que esse núme-ro não tenha sido atingido. E tudo indica que não foi. Primeiro, porque o setor “as-sustou-se” com o desempenho do frango nos dois meses anteriores e desacelerou o ritmo produtivo, fato que, provavelmente, deve ter alcançado o alojamento de novas reprodutoras. Segundo, porque em decor-rência dos preços onerosos do frango (vivo e abatido) no bimestre agosto-setembro, muitas empresas voltaram a enfrentar difi-culdades para novos investimentos, mesmo para o alojamento de matrizes.

Por tudo, isso, as projeções presentes levam em conta um alojamento, em outu-bro, correspondente à média dos nove pri-meiros meses do ano – quase 3,7 milhões de matrizes de corte. Se os números reais ficaram abaixo disso, ótimo – a atividade continua no bom caminho. Se ultrapassa-ram, pena – vai demorar mais para retornar aos trilhos.

Independente, porém, de qual tenham sido os números de outubro, o alojamento de 2009 tende a ser entre 6% e 9% menor que o do ano passado. Cumpre-se, assim, a sina da atividade: a de se ver forçada a alo-jar menos reprodutoras de corte sempre que, no exercício anterior, os números fo-rem exacerbados e não consideram um crescimento, senão lógico, pelo menos mais racional da demanda interna e externa.

No ano passado foi assim, o volume alojado aumentou mais de 14%. E se vem sendo compulsório reduzi-lo em 2009, a crise econômica mundial ainda não supera-da pode fazer com que também em 2010 haja uma redução obrigatória.

Alojamento de matrizes de corteRetrocesso de 2009 pode se tornar compulsório também em 2010

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46 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteVolume dos últimos 12 meses pode ter se igualado ao do mesmo período anterior

EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Novembro 431,508 431,662 0,04%

Dezembro 451,775 443,854 -1,75%

Janeiro 460,687 417,755 -9,32%

Fevereiro 427,892 406,918 -4,90%

Março 441,119 425,628 -3,51%

Abril 429,048 455,711 6,21%

Maio 455,492 461,811 1,39%

Junho 437,041 482,089 10,31%

Julho 476,081 500,270 5,08%

Agosto 484,328 482,678 -0,34%

Setembro 485,261 467,938 -3,57%

Outubro 496,165 500,300* 0,83%*

EM 10 MESES 4.593,115 4.601,097* 0,17%*

EM 12 MESES 5.476,398 5.476,614* 0,00%*

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE - * Projeção ou resultado preliminar

Estatísticas e Preços

Como se fez com as matrizes de corte, também com os pintos de corte pode-

ria ser adotada como referência para a pro-dução de outubro passado a média do ter-ceiro trimestre (483,6 milhões de cabeças), a média dos nove primeiros meses do ano (455,6 milhões de cabeças) ou, ainda, a mé-dia diária do trimestre julho-setembro (488,9 milhões de cabeças).

Não nos enganemos, porém. Porque “nunca na história deste País” se deixou de produzir, em outubro, o maior volume de pintos de corte do ano, pois essa é a produ-ção que vai ser consumida no Natal.

Independente do equívoco existente nessa interpretação, o fato é que muito di-ficilmente o volume produzido no décimo mês de 2009 terá sido inferior ao alcançado em agosto deste ano, quando foi registra-do o recorde histórico de 500,3 milhões de cabeças.

É muito? Nem tanto, se considerado que há um ano - em pleno clímax da crise econômica de 2008 – a produção de outu-bro chegou aos 496,2 milhões de pintos de corte. O adicional, neste caso, seria inferior a 1%. De toda forma, tudo indica que até mesmo essa produção pode estar sendo excessiva para o momento econômico vivi-do pela avicultura, visto que o frango dela proveniente (segundo quinzena de novem-bro) continuou sendo remunerado a valo-res inferiores aos do final de 2008.

Voltando à produção de pintos de cor-te, tudo indica que a reversão de comporta-mento observada a partir de julho – quan-do o volume produzido no ano tornou-se novamente superior ao do mesmo período do ano passado – tenha tido continuidade em outubro.

O mais curioso, no entanto, é constatar que – aceito para outubro o mesmo volu-me registrado em julho – o total acumulado nos últimos 12 meses (novembro de 2008 a outubro de 2009) se iguala ao produzido em idêntico período anterior. Algo que, em última instância, significa crescimento “zero”. Esse comportamento se mantém até o final do ano? Esse é assunto para a próxima edição.

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Produção Animal | Avicultura 47

Produção de carne de frangoVolume acumulado em 12 meses registra expansão ao redor de 1%

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Novembro 887,928 998,586 12,46%

Dezembro 945,515 975,672 3,19%

Janeiro 914,036 889,681 -2,66%

Fevereiro 866,302 780,499 -9,90%

Março 926,478 862,047 -6,95%

Abril 879,984 830,420 -5,63%

Maio 872,144 901,884 3,41%

Junho 861,759 892,223 3,54%

Julho 897,014 956,585 6,64%

Agosto 923,774 1.004,081 8,69%

Setembro 926,548 956,166 3,20%

Outubro 990,463 950,000* -4,09%*

EM 10 MESES 9.058,502 9.023,586* -0,39%*

EM 12 MESES 10.891,945 10.997,844* 0,97%*

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE - *Projeção ou resultado preliminar

Estimar a produção de carne de frango de um determinado mês é

menos desafiante que as estimativas, por exemplo, do alojamento de matri-zes de corte ou da produção de pintos de corte. Porque, em essência, a pro-dução de carne de frango é determi-nada pela produção de pintos de corte dos dois meses anteriores. Assim, pelo menos neste instante é possível proje-tar, ainda que aproximadamente, a produção total alcançada em outubro – perspectiva mais complexa nos me-ses vindouros, já que a APINCO só deve divulgar os dados relativos a pin-tos de corte a cada noventa dias.

Mas, considerados os pintos aloja-dos entre a segunda quinzena de agosto e a primeira quinzena de se-tembro (volume abatido no decorrer de outubro), a produção de carne de frango do décimo mês do ano deve ter ficado em torno das 950 mil tonela-das. Isso significa que ficou cerca de 4% abaixo da produção registrada em outubro de 2008 – fato devido não tanto a uma redução neste ano, mas à exacerbação da produção no ano passado.

Em decorrência, a produção de 2009 – faltando apenas dois meses para o encerramento do exercício – ul-trapassa ligeiramente a marca dos 9 milhões de toneladas, o que significa que não está distante de repetir a mar-ca recorde observada no ano passado, quando superou pela primeira vez os 11 milhões de toneladas.

Aparentemente, porém, o setor deve apenas aproximar-se, sem conse-guir chegar a essa marca. A menos que a produção de dezembro – nor-malmente a mais elevada do ano, devi-do, inclusive, aos frangos especiais de Natal – tenha, em decorrência de um alto volume de pintos de corte, ido além do milhão de toneladas. O mais provável, neste ano, é chegar-se a um volume entre 10,950 e 11,000 milhões de toneladas.

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48 Produção Animal | Avicultura

Exportação de carne de frangoEm outubro, os maiores embarques dos últimos 15 meses

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Novembro 298,903 235,061 -21,36%

Dezembro 299,929 266,598 -11,11%

Janeiro 274,897 274,781 -0,04%

Fevereiro 292,538 263,222 -10,02%

Março 313,233 306,539 -2,14%

Abril 270,022 329,922 22,18%

Maio 361,415 303,767 -15,95%

Junho 330,125 329,014 -0,34%

Julho 339,360 317,207 -6,53%

Agosto 322,698 301,257 -6,64%

Setembro 323,949 289,951 -10,49%

Outubro 315,632 335,445 6,28%

EM 10 MESES 3.143,870 3.051,104 -2,95%

EM 12 MESES 3.742,702 3.552,763 -5,07%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Dados da SECEX/MDIC apontam que em outubro passado as ex-

portações brasileiras de carne de fran-go chegaram às 335.445 toneladas, superando em mais de 6% o volume registrado em outubro.

O resultado positivo deve esten-der-se a novembro e dezembro, já que – devido à crise econômica mundial – os volumes embarcados nos dois me-ses finais de 2008 (235.061 e 265.598 toneladas) foram os menores do ano que passou. Aliás, comparativamente a novembro do ano passado, em outu-bro último exportaram-se 100 mil to-neladas ou 42% a mais.

Os resultados de outubro surpre-enderam o setor, pois era generalizada a expectativa de que, repetindo o de-sempenho observado no mês anterior, setembro de 2009, os embarques do período voltassem a ficar aquém das 300 mil toneladas.

O incremento, entretanto, não foi suficiente para reverter o processo de redução, já que o volume exportado nos 10 primeiros meses, totalizando 3,051 milhões de toneladas, permane-ce 2,95% aquém do alcançado no mesmo período de 2008.

Porém, nada impede que o desem-penho negativo seja neutralizado no bimestre final de 2009. Basta que os volumes embarcados em novembro e dezembro alcancem as 300 mil tonela-das mensais. E se ficarem, exatamen-te, dentro dessa média, as exportações do ano somarão 3,651 milhões de to-neladas, ultrapassando em 0,15% o que foi exportado em 2008.

Os dados relativos aos 12 meses encerrados em outubro de 2009 per-manecem aquém desse número, já que apenas ultrapassam ligeiramente os 3,552 milhões de toneladas, sendo 5% inferiores aos dos 12 meses ime-diatamente anteriores. Mas esses nú-meros estão fortemente influenciados pelo fraco desempenho de novembro e dezembro de 2008.

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Produção Animal | Avicultura 49

Disponibilidade interna de carne de frangoVolume ofertado em outubro pode ter sido o menor em quatro meses

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Novembro 589,025 763,525 29,63%

Dezembro 645,586 709,074 9,83%

Janeiro 639,139 614,900 -3,79%

Fevereiro 573,764 517,277 -9,84%

Março 613,245 555,508 -9,41%

Abril 609,962 500,498 -17,95%

Maio 510,729 598,117 17,11%

Junho 531,634 563,210 5,94%

Julho 557,654 639,378 14,65%

Agosto 601,076 702,824 16,93%

Setembro 602,599 666,215 10,56%

Outubro 674,830 614,555* -8,93%*

EM 10 MESES 5.914,632 5.972,482* 0,98%*

EM 12 MESES 7.149,243 7.445,081* 4,14%*

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE - *Projeção ou resultado preliminar

Como a produção do mês foi esti-mada, a disponibilidade interna

do produto está apenas projetada. É mais do que provável, no entanto, que em outubro se tenha registrado a menor oferta interna de carne de frango do segundo semestre. E a menos que os resultados efetivos te-nham sido muito superiores àqueles apontados, é até possível que a ofer-ta de outubro tenha sido, em termos reais (isto é, considerada a disponibi-lidade diária do produto), a menor registrada desde junho de 2009.

O que se tem de mais palpável, por ora, é que o volume ofertado in-ternamente em outubro de 2009 gi-rou em torno das 615 mil toneladas, recuando mais de 8% em relação a outubro de 2008 – desempenho que rompe um ciclo de resultados positi-vos mantidos desde maio deste ano. Além disso, esse foi o segundo mais sensível recuo do ano, para o que contribuiu não apenas o retrocesso de produção (estimado, por ora, em cerca de 4%), mas também a signifi-cativa retomada dos embarques des-tinados ao mercado externo, que cresceram 15% no mês e 6% no ano.

Em consequência do último re-sultado, a velocidade de recuperação da oferta interna sofreu ligeira desa-celeração em outubro. No acumula-do janeiro-setembro vinha apresen-tando expansão de 2,25%, apresentando, portanto, uma evolu-ção real positiva (superior à do cres-cimento vegetativo da população). Agora, em 10 meses, esse índice, embora ainda positivo, recuou para cerca de 1%.

Mesmo assim, o acumulado nos 12 meses encerrados em outubro de 2009 continua a apresentar significa-tivo crescimento real, já que se en-contra cerca de 4% acima do volume disponibilizado nos 12 meses imedia-tamente anteriores.

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50 Produção Animal | Avicultura

Alojamento de matrizes de posturaEm 10 meses, recuo de 11,5% em relação ao mesmo período de 2008

EVOLUÇÃO MENSAL(ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2007/08 2008/09 VAR. % 2007/08 2008/09

Novembro 40,126 47,700 18,88% 91,92% 66,04%

Dezembro 50,503 44,380 -12,12% 80,03% 71,16%

Janeiro 92,858 16,736 -81,98% 56,45% 87,23%

Fevereiro 98,130 29,311 -70,13% 85,95% 81,24%

Março 47,021 17,549 -62,68% 62,69% 59,22%

Abril 42,813 83,830 95,81% 69,68% 67,14%

Maio 83,202 82,784 -0,50% 81,46% 75,57%

Junho 104,611 89,356 -14,58% 68,73% 67,60%

Julho 58,108 84,867 46,05% 69,68% 68,64%

Agosto 45,253 100,270 121,58% 31,33% 61,16%

Setembro 32,233 65,483 103,16% 61,20% 84,73%

Outubro 78,722 34,185 -56,58% 69,35% 49,42%

EM 10 MESES 682,951 604,371 -11,51% 68,05% 69,49%

EM 12 MESES 773,580 696,451 -9,97% 70,07% 69,36%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Após três meses consecutivos de altas significativas em relação

ao mesmo mês do ano passado, o alojamento de reprodutoras destina-das à produção de poedeiras voltou a declinar. Fechou o décimo mês do ano com um recuo de 56,58% em relação a outubro de 2008 já que, conforme a UBA, o volume alojado ficou em 34.185 cabeças, contra quase 79 mil cabeças um ano antes.

O último resultado faz com que o alojamento acumulado nos 10 pri-meiros meses de 2009 apresentem um recuo de 11,5% em relação ao mesmo período de 2008. Correspon-dendo a um alojamento médio men-sal de 60,4 mil matrizes de postura (69,5% delas de linhagens produto-ras de ovos brancos), o atual acumu-

lado projeta para a totalidade do ano volume da ordem de 725 mil repro-dutoras, volume cerca de 6% menor que o registrado em 2008.

No momento, porém, o índice de redução acumulado em um perío-do de 12 meses é bem mais significa-tivo. As matrizes de postura alojadas entre novembro de 2007 e outubro de 2008, 773.580 cabeças, recua-ram, nos 12 meses seguintes, para 696.451 cabeças. E isso representa redução, de praticamente, 10%.

Estatísticas e Preços

Volume alojado de reprodutoras

destinadas à produção de

poedeiras ficou em 34.185 cabeças, contra quase 79 mil cabeças um

ano antes

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Produção Animal | Avicultura 51

Alojamento de pintainhas de posturaNada de novo; não, pelo menos, nos números oficiais do setor

EVOLUÇÃO MENSAL(ovos brancos e vermelhos)

MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR.% 2007/08 2008/09

Novembro 5,105 4,811 -5,77% 73,80% 73,22%

Dezembro 5,017 5,083 1,31% 75,79% 74,79%

Janeiro 4,897 4,990 1,90% 75,11% 74,87%

Fevereiro 5,048 4,790 -5,11% 73,17% 75,92%

Março 5,122 5,161 0,76% 72,51% 75,27%

Abril 5,127 4,951 -3,43% 71,79% 75,30%

Maio 4,788 4,797 0,18% 74,17% 72,92%

Junho 4,955 5,209 5,12% 74,39% 74,77%

Julho 5,237 5,173 -1,22% 74,30% 72,84%

Agosto 4,895 5,046 3,09% 74,48% 71,86%

Setembro 5,135 5,145 0,19% 72,28% 73,80%

Outubro 5,015 5,025 0,20% 73,26% 72,91%

EM 10 MESES 50,218 50,286 0,13% 73,13% 74,04%

EM 12 MESES 60,341 60,179 -0,27% 73,44% 74,04%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Dados atribuídos à UBA apontam que em outubro passado o aloja-

mento brasileiro de pintainhas de pos-tura permaneceu dentro dos mesmos padrões que vêm sendo registrados há mais de dois anos, ou seja, ficou pouco acima dos 5 milhões de cabeças, apre-sentando redução de 2,33% sobre os 5,145 milhões de setembro e aumento de 0,20% sobre os 5,015 milhões do mesmo mês do ano passado.

Do total alojado no mês quase 73% estiveram representados por aves per-tencentes a linhagens produtoras de ovos brancos. Notar que o aumento em relação ao volume alojado um ano atrás foi de, exatamente, 10 mil cabeças.

Com o resultado mais recente, o to-tal acumulado em 10 meses soma 50,286 milhões de pintainhas de postu-ra, apresentando variação de 0,13% so-bre o mesmo período de 2008. Já o acumulado em 12 meses – 60,179 mi-lhões de cabeças – é menos de meio por cento menor que o acumulado no mesmo período anterior.

Aceitos esses números, cabe per-guntar: porquê razão o setor de postu-ra registrou, no últimos tempos, os pio-res resultados econômicos de muitos anos (eventualmente, de todos os tem-pos) se o plantel em produção perma-nece estável há mais de dois anos? As respostas incluem aumento de produti-vidade decorrente do melhoramento genético, do aperfeiçoamento da nutri-ção, do aumento dos cuidados sanitá-rios e de um significativo incremento nos padrões de manejo. Mas há, tam-bém, sugestões de que os números ofi-ciais estão sendo inflacionados pela muda forçada e por alojamentos não computados.

Alojamento ficou próximo dos 5,025 milhões de cabeças

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52 Produção Animal | Avicultura

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/Kg

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

NOV/2008 1,74 12,25% 6,75%

DEZ/2008 1,62 -1,82% -6,90%

JAN/2009 1,68 10,52% 3,70%

FEV/2009 1,80 30,43% 7,14%

MAR/2009 1,68 35,48% -6,66%

ABR/2009 1,60 20,30% -4,76%

MAI/2009 1,61 0,00% 0,63%

JUN/2009 1,88 5,62% 16,77%

JUL/2009 1,80 -4,56% -4,05%

AGO/2009 1,49 -23,07% -17,16%

SET/2009 1,37 -25,84% -8,18%

OUT/2009 1,50 -8,21% 9,05%

NOV/2009 1,54 -11,64% 2,76%

Médias Anuais entre 2000 e 2009

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2005 1,35 -8,72%

2001 0,97 6,47% 2006 1,16 -14,70%

2002 1,13 16,49% 2007 1,55 33,62%

2003 1,45 28,31% 2008 1,63 5,16%

2004 1,49 2,75% 2009* 1,63 0,10%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais* Até 30 de novembro de 2009

Em novembro, pelo segundo mês consecutivo, o frango vivo co-

mercializado no interior paulista apresentou breve recuperação de preços em relação ao mês anterior. Desta vez, porém, o nível de evolu-ção foi mais lento que o observado em outubro (+9,05% sobre setembro/09), ficando em apenas 2,76%. Assim, não alcançou valor suficiente para repor as perdas acu-muladas a partir de agosto, o que significa dizer que a média registra-da em novembro, de R$1,54/kg, se encontra 14% abaixo da média ob-servada em julho último, R$1,80/kg - até aqui a melhor do semestre e, sem dúvida, difícil de ser batida no decorrer de dezembro.

Modesto frente às perdas ante-riores, o ganho de novembro último foi também insuficiente para reverter as perdas em relação a novembro do ano passado. Assim, embora naque-la ocasião o setor já vivesse os duros efeitos da crise econômica mundial, o preço médio então registrado, de R$1,74/kg, acabou sendo cerca de 13% superior ao de novembro de 2009, momento em que, suposta-mente, a maior parte da crise já teria sido superada.

Com crise ou sem crise e a des-peito de todos os esforços desenvol-vidos para se chegar a um ponto de equilíbrio entre produção e deman-da, o fato é que o frango vivo com-pleta o décimo mês do ano regis-trando o mesmo valor nominal do ano passado, R$1,63/kg (a diferença, no momento, é de apenas 0,1%).

No primeiro semestre de 2009, o preço médio obtido pelo frango vivo foi 4,76% superior à média anual re-gistrada no ano anterior, alcançando R$1,71/kg. Ou seja: todo o ganho de seis meses foi por água abaixo nos últimos cinco meses e tende a se tor-nar negativo até o fechamento do ano.

Estatísticas e Preços

Desempenho do frango vivo em novembro de 2009Recuperação foi insuficiente para repor perdas dos últimos meses

FRANgO ViVO - PREÇOS hiStóRicOS E PREÇO EFEtiVO EM 2009

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2009: (R$/KG, granja, interior paulista)

Page 53: 26 · sobre as influenzas aviária, suína e equina. O primei - ro curso teve início no dia 03 de novembro e seguiu até o dia 07 do mesmo mês, em Brasília (DF). Nos cinco dias

Produção Animal | Avicultura 53

Estava enganado quem imaginava que a violenta queda de preços do

ovo registrada a partir de setembro es-tancasse em novembro, mês em que a indústria de alimentos acelera a prepa-ração dos pratos natalinos (panetones, por exemplo) e - pelo menos na teoria – começa a demandar volume bem maior do produto que em meses ante-riores.

Mas se isso efetivamente aconteceu, então a demanda crescente foi total-mente neutralizada por uma oferta pro-porcionalmente maior, já que em no-vembro o ovo atingiu seu menor preço – não apenas de 2009, mas dos últimos 34 meses ou, praticamente, três anos.

Em suma, o valor pago pela caixa de ovos em novembro de 2009 só não foi menor que o registrado em janeiro de 2007, mês em que a caixa do produto foi negociada por R$30,30. Ressalve-se, porém, que a pequena diferença ocorre apenas em valores nominais. Pois, se considerada a inflação acumulada des-de então, o preço real do ovo neste ins-tante é inferior ao registrado no decor-rer de 2006, um período marcado pelas piores cotações dos anos 2000.

Em relação ao mês anterior, a redu-ção de preços do ovo em novembro foi de apenas 1,10%, já que em outubro havia sido registrado o menor (até en-tão) preço do corrente exercício. Mas em comparação ao mesmo mês do ano passado a redução sobe para 21,24%, o que significa que o produto entrou no último mês do ano valendo menos de 80% do que valia um ano atrás.

E se, há um mês, o preço médio do ovo no ano ainda registrava pequeno ganho em relação ao ano retrasado, 2007, agora esse ganho se esvaiu, pois a média alcançada nos 11 primeiros me-ses de 2009, de R$39,12/caixa, se en-contra 1,3% abaixo dos R$38,89 caixa de 2007. Isso sem contar que ficou 10,84% aquém da média anual de R$43,62/caixa, registrada no decorrer de 2008.

OVO BRANcO EXtRA Evolução de preços no atacado paulista – R$/caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIA R$/CXA

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

NOV/2008 39,36 5,78% 3,80%

DEZ/2008 39,69 -12,38% 0,84%

JAN/2009 37,40 -3,33% -5,76%

FEV/2009 43,54 -14,14% 16,41%

MAR/2009 46,94 -6,68% 7,80%

ABR/2009 45,46 14,71% -3,15%

MAI/2009 41,84 -6,19% -7,96%

JUN/2009 43,12 -5,89% 3,06%

JUL/2009 36,92 -22,27% -14,37%

AGO/2009 37,40 -18,65% 1,30%

SET/2009 33,88 -21,66% -9,42%

OUT/2009 31,35 -17,34% -7,48%

NOV/2009 31,00 -21,24% -1,10%

Médias Anuais entre 2000 e 2009

ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2005 33,48 -2,87%

2001 24,07 4,11% 2006 27,48 -17,92%

2002 27,88 15,83% 2007 39,42 43,45%

2003 39,67 42,29% 2008 43,62 10,65%

2004 34,47 -13,11% 2009* 38,89 -10,84%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais* Até 30 de novembro de 2009

Desempenho do ovo em novembro de 2009Provavelmente, as piores cotações dos anos 2000

OVO EXtRA BRANcO - PREÇOS hiStóRicOS E PREÇO EFEtiVO EM 2009

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2009: (R$/caixa, no atacado paulista)

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Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasPreços do milho ficam estáveis em novembro

O preço médio do milho, saca de 60 kg, interior de SP, se man-teve estável, fechando novembro de 2009 com média de

R$20,18 - leve recuo de -1,85% sobre outubro deste ano, R$20,56/saca.

Em relação ao valor da saca um ano atrás, a redução é de 0,35%, pois o milho foi registrou média de R$20,25/saca em no-vembro de 2008.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) apresentou pequena variação

em novembro: a média mensal de R$1,54 foi 2,66% maior em relação aos R$1,50 obtidos em outubro.

Dessa forma, foram necessários 218,4 kg de frango vivo para comprar uma tonelada de milho, considerados os valores médios dos dois produtos. Este valor sofreu pequena variação na compa-ração mensal: queda de 4,40%, o que representa um leve au-mento no poder de compra do avicultor, que precisou de 228,4 kg de frango para comprar uma tonelada de milho em outubro de 2009.

Valores de troca – Milho/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, a relação de

troca entre o ovo (granja, interior paulista) e o milho em novembro de 2009 foi de 14,01 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em outubro foram necessárias 14,01 caixas/t, o que significa 0,42% menos ovos para obter a mesma quantidade de milho.

A relativa estabilidade nos preços do milho e do ovo foi deter-minante na pequena variação da capacidade de compra da pos-tura comercial: o preço médio da caixa de 30 dúzias caiu 1,43% em novembro, ficando em R$24,00 - no mês anterior a média havia sido de R$24,35.

Farelo de soja continua em queda

Fonte das informações: www.jox.com.br54 Produção Animal | Avicultura

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em novembro ao preço médio de R$742/tonelada, va-

lor 3,89% menor que o de outubro de 2009 – R$772/t. Na comparação com novembro de 2008 – R$739/t – a cotação média atual foi 0,41% maior.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoConsiderado o preço médio do farelo de soja em no-

vembro, foram necessários 481,8 kg de frango vivo (na granja, interior de SP) para adquirir uma tonelada do insu-mo, o que representa melhora no poder de compra da avi-cultura. Como em outubro passado essa relação foi de 514,6 kg para obtenção de 1 tonelada de farelo, o volume de frango para adquirir mesma quantidade do produto caiu 6,38%.

Em relação aos valores de um ano atrás, houve redução na capacidade de compra: -11,85%, posto que em novem-bro de 2008 eram necessários 424,7 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada de farelo de soja.

Valores de troca – Farelo/OvoEm novembro, considerados os preços médios de um e

outro produto, foram necessárias 30,91 caixas de ovos (va-lor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. Após dois meses de quedas, O poder de compra do avicultor de postura subiu 2,55%, já que em outubro passado 31,7 caixas de ovos adquiriram uma tone-lada de farelo. Em relação a novembro de 2008, a queda no poder de compra é bastante acentuada - 27,19% - já que naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 22,51 caixas de ovos.

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58 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

58 Produção Animal | Avicultura

O futuro ao setor pertence

Roberto Kaefer

é Diretor Presidente da Globoaves

A economia mundial deu de presen-

te para o setor avícola parte da

crise de rentabilidade, que se ini-

ciou no fim de 2008. A outra parte foi

constituída pelo próprio setor avícola e

pelo excesso de produção. O otimismo e o

dinamismo que o setor requer para sempre

estar buscando melho-

res resultados de pro-

dução, tanto no cam-

po como na indústria,

também contribuíram

para a crise.

Se estamos ainda

às voltas com a crise,

qual é a expectativa

para 2010? Existem

saídas? O que esperar?

De quem esperar? To-

das estas respostas es-

tão dentro do próprio

setor. Este é o momen-

to em que o setor deve

se organizar com nú-

meros confiáveis de

produção ou então terá ainda muitos me-

ses de resultados pífios.

A avicultura já sofre restrições de crédi-

to, tanto bancário como de fornecedores.

Situação que precisa ser revertida em con-

junto com a UBA e as associações estadu-

ais, assumindo um papel de coordenação e

planejamento orquestrado com o envolvi-

mento de todas as empresas da cadeia pro-

dutiva. É preciso o compromisso e o enga-

jamento de todos para valorizar o nosso

frango de cada dia. Essa organização passa

pela redução do volume ofertado interna e

externamente, ou seja, a palavra de ordem,

é reduzir a produção.

É preciso entender que a avicultura

gera um PIB importante no agronegócio,

oferecendo muitas oportunidades de em-

pregos e impulsionando altos investimen-

tos. O setor não pode continuar produzin-

do grandes excedentes fazendo com que os

supermercados e os intermediários ga-

nhem verdadeiras for-

tunas enquanto o se-

tor produtivo perde o

que o outro está ga-

nhando.

Quando fatores ex-

ternos não favorecem

o setor, como o dólar,

os custos tributários

ou as novas leis de tra-

balho, como a redução

de carga horária, e

tantos outros, obriga-

toriamente precisa-

mos valorizar o nosso

produto para custear e

poder rentabilizar

nossos ativos.

Neste ano, grandes empresas se incor-

poraram a outras e se transformaram em

mega companhias. Em outros casos, mui-

tas quebraram ou pediram recuperação ju-

dicial. Este é o espelho e o resultado do

descompasso da avicultura. Estas mega

companhias se tornam altamente compe-

titivas, forçando as médias e pequenas a

encontrarem formas para se manterem no

mercado, formando um outro desafio, que

só pode ser vencido com a valorização real

do setor.

O futuro a nós pertence, basta cada um

agir de maneira pró-ativa em ações de ade-

quação da produção. Feliz 2010 a todos!

Parte da crise de rentabilidade que afeta a avicultura foi constituída pelo próprio setor

Setor avícola não pode continuar produzindo grandes excedentes fazendo com que os supermercados e os

intermediários ganhem verdadeiras fortunas enquanto o produtor

perde

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60 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final