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arcelo Maia, secretário de Comércio e Serviços do Ministério da In- dústria e Comércio, é uma das vozes do franchising brasileiro junto aos poderes federais recebeu das mãos de Cristina Franco, Fernando Tar- dioli e Artur Grynbaum um docu- mento batizado de Carta de Una. Nele estão listados os principais pleitos do franchising brasileiro: TRABALHISTAS Modernização da legislação – já que ela foi criada em uma época na qual o desenvolvimento brasileiro estava apoiado no crescimento da indústria e não dos serviço e comér- cio. Chegou a hora da legislação trabalhista atender aos maiores em- pregadores da economia nacional. Legislado X Negociado – que se criem mecanismos para diminuir as discussões sobre se o que vale é a lei ou os acordos coletivos. Regulamentação da terceirização preservando os direitos trabalhistas. BUROCRACIA E TRIBUTOS Desburocratização – diminuir todas as atividades que tomam o tempo dos empreendedores e tiram o foco do próprio negócio. 27 DE OUTUBRO DE 2016 M REALIZAÇÃO FLEXIBILIDADE • SUPERAÇÃO • CONFIANÇA Ampliação do teto do simples mesmo com as recentes conquistas do sistema de rampa (onde só cai em alíquota maior o que exceder os limites) e do aumento do teto de R$3,6 milhões para R$ 4,8 milhões, ainda há espaço para que o teto chegue a R$ 7,2 milhões. ISS sobre royalties – O Brasil é o único país do mundo no qual roy- alties são tributados como se fos- sem serviços. SHOPPING CENTERS Relação de unidades franqueadasfim da taxa de renovação quando o mix do shopping for preservado, ocorrendo apenas a troca do fran- queado. Mais de doze alugueis – Fim da cobrança de 13º, 14º e as vezes até 15º alugueis. Variável – Fim da cobrança de alu- guel variável de acordo com o fatu- ramento da loja. FINANCIAMENTO Melhoria das condições – A situ- ação melhorou o Fampe Franquias, mas financiamento nunca é demais. DE UNA PARA BRASÍLIA

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arcelo Maia, secretário de Comércio e Serviços do Ministério da In-

dústria e Comércio, é uma das vozes do franchising brasileiro junto aos poderes federais recebeu das mãos de Cristina Franco, Fernando Tar-dioli e Artur Grynbaum um docu-mento batizado de Carta de Una. Nele estão listados os principais pleitos do franchising brasileiro:

TRABALHISTASModernização da legislação – já que ela foi criada em uma época na qual o desenvolvimento brasileiro estava apoiado no crescimento da indústria e não dos serviço e comér-cio. Chegou a hora da legislação trabalhista atender aos maiores em-pregadores da economia nacional.

Legislado X Negociado – que se criem mecanismos para diminuir as discussões sobre se o que vale é a lei ou os acordos coletivos.

Regulamentação da terceirização – preservando os direitos trabalhistas.

BUROCRACIA E TRIBUTOSDesburocratização – diminuir todas as atividades que tomam o tempo dos empreendedores e tiram o foco do próprio negócio.

27 DE OUTUBRO DE 2016

M

REALIZAÇÃO

FLEXIBILIDADE • SUPERAÇÃO • CONFIANÇA

Ampliação do teto do simples – mesmo com as recentes conquistas do sistema de rampa (onde só cai em alíquota maior o que exceder os limites) e do aumento do teto de R$3,6 milhões para R$ 4,8 milhões, ainda há espaço para que o teto chegue a R$ 7,2 milhões.

ISS sobre royalties – O Brasil é o único país do mundo no qual roy-alties são tributados como se fos-sem serviços.

SHOPPING CENTERSRelação de unidades franqueadas–

� m da taxa de renovação quando o mix do shopping for preservado, ocorrendo apenas a troca do fran-queado.

Mais de doze alugueis – Fim da cobrança de 13º, 14º e as vezes até 15º alugueis.

Variável – Fim da cobrança de alu-guel variável de acordo com o fatu-ramento da loja.

FINANCIAMENTOMelhoria das condições – A situ-ação melhorou o Fampe Franquias, mas � nanciamento nunca é demais.

DE UNA PARA BRASÍLIA

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REALIZAÇÃO

UMA HISTÓRIA, UMA REALIDADE, UMA OPORTUNIDADE

Plenárias

O que são dias ruins se não o prenúncio de outros melhores? Se a vida é feita de ciclos, o que os franqueadores precisam ter é otimismo e confi ança: dois sentimentos que marcaram a abertura da 16a Convenção ABF do Franchising na quarta-feira, 26 de outubro.Na surpreendente cerimônia de abertura

FAMA NO FRANCHISING

do encontro foi lançado o Hall da Fama do Franchising, criado para perpetuar e homenagear franqueadores e personalidades que se destacaram nos últimos anos. O objetivo é que a cada ano novos integrantes façam parte desse grupo de empresas e pessoas para que se mantenha sempre viva a história do franchising.

quieta. Aos 17 anos, já era dona de uma confecção com 80 fun-cionários. Albanesi também contou sobre como depois migrara para o segmento de eletrônicos, até che-gar à fundação da FLC Lâmpadas, primeira fabricante de lâmpadas econômicas no Brasil. Uma bela história, marcada pela persistência que, segundo a própria Alcione, é uma característica obrigatória para

qualquer empresário. Para além de tocante, a fala de Alcione também ofereceu um pano de fundo para a compreensão do que poderia ser o grande diferencial da empreende-dora: o cuidado com as pessoas.

E foi com humanidade que ela mostrou a dura realidade do sertão nordestino, castigado por secas históricas e inundado pela “miséria abandonada” de séculos. Ao falar da

presença de Alcione Al-banesi, fundadora da FLC Lâmpadas e da Institu-

ição Amigos do Bem, na primeira plenária da 16a Convenção ABF do Franchising promoveu mais do que conteúdo: gerou re� exão.

Com o tema Empreendedorismo Que Ilumina e Transforma Vidas, ela contou, em um primeiro momento, a história de sua personalidade in-

A

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REALIZAÇÃO

QUEM DISSE E O QUE DISSE...

criação dos Amigos do Bem, expôs as necessidades de comunidades carentes e de como o trabalho de 6.700 voluntários impacta na transformação social da vida de mais de 60 mil pessoas, incluindo 10 mil crianças, que deixam a po-breza absoluta e passam a ter edu-cação, trabalho, recursos básicos e comida. A construção deste relato, visto apenas com admiração pela plateia, tomou outros rumos a partir de uma oferta realizada por Alcione: a oportunidade de fazer a diferença. Ela convidou todos os franquea-dores a pensarem em produtos que pudessem ser vendidos em suas franquias, e que fossem produzidos pelos assistidos da Instituição. “As pessoas precisam de alimentos, mas querem, antes de tudo, trabalho. Faço esse convite inspirada na ajuda

Ainda é tempo de participar do crowdfunding do bem. Colabore!

da marca Dudalina: que vende bol-sas em suas lojas feitas em peque-nas o� cinas no Nordeste”, disse.

Solidária, a ABF lançou o crowd-funding do bem com a meta de ar-recadar R$ 40 mil até o � m da Con-venção. Um desa� o logo apoiado por Artur Grynbaum, presidente do Conselho de Franqueadores da entidade: “Caso esse valor seja arre-cadado, o Conselho dobrará o valor”.

Mais um incentivo para que a crença de Alcione se mantenha viva, mesmo depois de um in-cêndio que destruiu o centro de distribuição que armazenava ali-mentos, materiais odontológicos, móveis, 180 toneladas de castanha, matéria-prima da fábrica de bene-� ciamento, e outros itens que se-riam distribuídos às comunidades assistidas: tudo vai dar certo.

O momento pode ser retratado da seguinte forma: parou de chover e a água não vai subir mais. Em 2017 vai dar para pegar piscina, mas não para � car bronzeado. Clodoaldo Nascimento – Presidente da Yes Idiomas

Quem sente mais a burocracia do que eu é o meu franqueado. Ele passa mais da metade do tempo dele pensando em como se desvencilhar da burocracia. Ele teria que estar focado em vendas. Caito Maia – Presidente da Chili Beans

Estamos levando trinta escolas de futebol para a China. Eles têm visão de longo prazo e estão investindo na formação de jogadores e trein-adores. Não têm o potencial humano e veem o Brasil como a ponte para levar uma copa para a China, nos próximos vinte anos.Carlos Martins – Presidente do Grupo Sforza

O que faz um país � car rico é o aumento da produtividade. Nos últimos doze anos, o Salário Mínimo cresceu 68%, no Brasil e a produtividade apenas 18%. Isso signi� ca que a lucratividade dos negócios caiu. A saída é investir em tecnologia e educação. É isso que alavanca a produtividade.Richard Rytenband – Editor de Economia da Record

Na Ambev nós acreditamos naquilo que conseguimos medir e controlar. Por isso, acreditamos muito no modelo de franquias. Nesse segmento, há muito espaço para o controle de custos e para a inovação. E esses são dois dos pilares da atuação da empresa.Bernardo Santana, diretor de novos negócios da Ambev

Mediado pelo jornalista Heródoto Barbeiro, da Record News, a Plenária Análises econômicas, políticas e grande debate sobre o setor de fran-quias, trouxe grandes insights dos vários participantes.

Passamos um tempo acostumados a crescer agressivamente. Agora todos procuram e� ciência e vale lembrar que isso não signi� ca necessariamente corte de pessoal.Artur Grynbaum – Presidente do Grupo Boticário

Na idade média as mulheres não podiam ter negócios a não ser que fossem viúvas. Talvez a única coisa boa que veio desse fato é que hoje bebemos a maravilhosa “Veuve Gliqcuot” (viúva Gliqcuot, nome de uma das melhores champagnes do mundo), que surgiu do empreendedorismo de uma mulher que perdeu o marido.Sandra Boccia – diretora da Revista PEGN

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REALIZAÇÃO

TODO MUNDO GOSTA DE SER RECONHECIDO

Painéis

sentados tinham como ponto máximo viagens internacionais, precisam provocar uma experiência única e devem antes de tudo estar alinhados ao per� l dos premiados. “Para os donos de franquias uma viagem internacional tem de ser uma experiência única. Já para os gestores da operação, a periodi-cidade das campanhas deve ser tri-mestral, com prêmios em dinheiro e produtos de menor valor além de um fechamento anual com um prêmio superior. Já para a base da operação, prêmios em dinheiro e periodicidade mensal dão mais re-sultado”, explica Gustavo.

E Marcos faz um alerta: “As pre-miações são parte do resultado conquistado pelas campanhas. Por isso, é preciso ter muito bem ava-liado o retorno � nanceiro que irá gerar para que o investimento não � que maior do que o objetivo”.

Painel: Como incentivar os fran-queados e as equipes das unidades a superar metas e gerar resultados melhores?

Mediadora: Fabiana Estrela, diretora da Regional Sul da ABF.

Palestrantes: Gustavo Blattner, dire-tor de Novos Negócios da Cosan, Pi-ero Franceschi, head de Marketing & Corporate A� airs da Pearson Brasil.

Participação: Marcos Silveira, sócio-diretor da TGK MICE.

Entre os palestrantes: a certeza de que programas de Incentivo de colaboradores impulsionam mel-hores resultados. Mas do mesmo tamanho da certeza, uma ressalva: para que estes programas sejam e� -cientes, eles precisam ter dinâmicas simples, periodicidade de� nida e comunicação e� ciente.

Os prêmios, que nos cases apre-

JUNTOS NA ALEGRIA

E NO PROCESSO

Painel: A solidariedade entre fran-queado e franqueador à luz do Código de Defesa do Consumidor.

Mediadora: Fernando Tardioli, Di-retor Jurídico da ABF

Palestrantes: Marianna Fux, De-sembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

O painel trouxe um consenso entre palestrante, mediador e ad-vogados no auditório. As redes franqueadoras podem sim ser re-sponsabilizadas solidariamente em processos de consumidores contra unidades franqueadas. “Existe a ju-risprudência e, portanto, é alto o risco de existir a solidariedade da franqueadora”, a� mou Marianna.A partir disso � ca um con-selho: Já que o risco é iminente, previnam-se!

O “como” foi fruto do debate entre os participantes. Algumas sugestões dadas foram:- A colocação no contrato da rede com os seus franqueados. Cláusula essa de uma cláusula de indeni-zação que ressarça a marca dos custos do processo e de possíveis condenações originárias por falhas do fraqueado;- Ter políticas que previnam a operação de problemas com os consumidores;- Centralizar na franqueadora o serviço de atendimento ao con-sumidor para que seja possível tomar ciência do que acontece com a rede e, assim, administrar pos-síveis problemas que apareçam.

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REALIZAÇÃO

ENTRE O MULTI E O MONO

PARCERIA BOA NÃO DÁ

DESCONTO

siderando a concentração de ope- rações nas mãos de poucos.- Uma vantagem que o multi-fran-queado geralmente traz para a rede é o conhecimento da região em que atua e a força de negociação com os centros comerciais locais. -Por ter mais musculatura � nanceira, o multi-franqueado tem acesso fa-cilitado a crédito. Pode expandir de forma mais rápida e volumosa.- Quando ingressa em uma rede, o já multi-franqueado não pensa em abrir apenas uma loja. Ele tem planejamento estratégico.-Tratar com multi-franqueados traz grande agilidade na execução das ações – é mais fácil mudar rumos e corrigir rotas tratando com cinco operadores de vinte lojas cada, do que com cem operadores com uma loja cada.- Custo operacional reduzido para a franqueadora, especialmente na venda. Para vender produtos, o fran-queador falará com muito menos compradores.

Painel: Dividindo investimentos e multiplicando resultados através de parcerias estratégicasMediadora: Décio Pecin, CEO do CNA Inglês De� nitivoPalestrantes: Lucy Ondera, só-cia-diretora da Onodera, e Ta-tianna Oliva, fundadora da Cross Networking

Parcerias sempre � zeram parte das estratégias de crescimento das empresas. Com o mundo di-gital, as empresas buscam novas oportunidade de concretizar par-cerias que podem participar sig-ni� cativamente do faturamento. Na Onodera, por exemplo, elas são responsáveis por 22% dos no-vos clientes e 9% do faturamento do grupo.

Para que esse sucesso seja al-cançado é preciso tomar alguns cuidados:- Mais do que descontos, as parce-rias devem proporcionar experiên-cias aos clientes;- É preciso dedicar tempo e energia para conhecer bem os parceiros;- A relação sempre tem que ser de ganha ganha;- A sinergia entre as marcas é fun-damental;- A comunicação até a ponta deve ser clara. Todos devem saber o que a marca está oferecendo;- É preciso planejar a execução da parceria e mensurar os seus resultados.

Painel: Como a sua rede pode desenvolver e crescer com mul-tifranqueados – desa� os e opor-tunidadesMediadora: Cristy Martins, fran-queada The Body ShopPalestrantes: Mauro Nomura, mul-tifranqueado com 19 unidades

É um verdadeiro desa� o ten-tar responder como uma rede de franquias pode se desenvolver e crescer com multi-franqueados. nesse sentido, Mauro Nomura, franqueado das marcas Adidas, Saltô, L’Occitane, L’Occitane au Brésil, Arezzo e Schultz, tem muito para ensinar. Ele trouxe várias di-cas práticas para os franqueadores que pretendem aumentar a parti-cipação de franqueados com várias unidades em suas redes.Algumas delas:- Entenda que ter multi-franquea-dos reduz os riscos pelo grau de pro� ssionalização e capacidade de investimento ; além disso, é um risco que não aumenta, con-

Painel: Alavancas para desenvolvimento para os negócios brasileirosMediadora: Leonardo Lamartine, diretor regional Norte Nordeste ABFPalestrantes: Gabriel Mariotto, gerente de inteligência da Cielo

Se existem dados que re� etem com exatidão o que acontece dentro das lojas, em termos de vendas, são os capturados pelas em-presas de meios de pagamentos, como a Cielo. A� nal, é por meio das “maquininhas” que grande parte das operações de crédito e débito são feitas no Brasil.

Na análise sobre o varejo que gerente de inteligência da Cielo, Ga-briel Mariotto, trouxe para a 16ª Convenção da ABF foi possível enxer-gar não uma recuperação, mas uma estabilização do nível de vendas.

Se essa tendência se con� rmar, antes de voltar a crescer a dois dígi-tos, como aconteceu até 2013, o comércio brasileiro ainda se estabi-lizará a um ritmo de cerca de 4%.

No universo do varejo, as franquias tiveram uma performance melhor do que a média e, provavelmente, retomarão o crescimento com mais velocidade do que as lojas que não trabalham em rede.

NA BOCA DO CAIXA