2ª ed.ARTIGOS NO ¦MBITO DO PO AGRO Nº 347

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INSTITUTO POLITCNICO DE BEJA

ESCOLA SUPERIOR AGRRIA DE BEJA

Projecto n 347 Medida 8 Aco 8.1 do POAGRO BEJA 2004

NDICEINTRODUO-------------------------------------------------------------------------------------3

HORTICULTURA------------------------------------------------------------------------------ESTUDO DE CULTIVARES X DATAS DE SEMENTEIRA DE FEIJO

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VERDE (Phaseolus vulgaris L.) EM ESTUFA (2001/2002)----------------------------------- 5 ESTUDO DA INFLUNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA EM COUVE FLOR (2002/2003)--------------------------------------------------------------------------ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES COMPASSOS EM COUVE LOMBARDA (2002/2003)---------------------------------------------------------------------------CARACTERSTICAS DE TOMATE DE INDSTRIACULTIVADO SEGUNDO OS MODOS DE PRODUO BIOLGICO E CONVENCIONAL-------- 23 ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) AO AR LIVRE-------- 28 ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA----------- 32 ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES DATAS DE PLANTAO EM COUVE BRCULO PARA INDSTRIA (2203/2004)---------------------------------------37 18 11

FRUTICULTURA--------------------------------------------------------------------------------COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2002)---------------------------------------------------------------------COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)---------------------------------------------------------------------

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ESTUDO DA FLORAO DA NOGUEIRA NA REGIO DE BEJA-------------------- 59 A FLORAO DA NOGUEIRA NA REGIO DE BEJA----------------------------------INFLUNCIA DA APLICAO DE TRS DOSES DE AZOTO NA PRODUTIVIDADE DO PESSEGUEIRO-------------------------------------------------------DATAS DE OCORRNCIA DOS ESTADOS FENOLGICOS DE MACIEIRAS E PEREIRAS NA REGIO DE BEJA------------------------------------------ 84 FERTILIZAO DE MACIEIRAS E DE PEREIRAS---------------------------------------90 80 72

OLIVICULTURA---------------------------------------------------------------------- 95MULTIPLICAO DE ESTACAS DE OLIVEIRA SOB NEBULIZAO------------96

FLORICULTURA--------------------------------------------------------------------------------INFLUNCIA DA APLICAO DE HORMONAS NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE ORNAMENTAIS--------------------------------------------------------------

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INTRODUOO Centro Hortofrutcola da E scola Superior Agrria de Beja situa-se a, aproximadamente, 1,5 km de Beja, na estrada que liga Beja a vora. Ocupa uma rea de aproximadamente 11 hectares, com o seguinte ordenamento cultural: 22 ha de pomar, 1,5 ha de vinha de uva de mesa, 2 ha de olival, 500 m de horticultura

protegida, 500 m2 de floricultura e aproximadamente 2 ha de horticultura ao ar livre. A restante rea ocupada com caminhos e construes. O Centro foi criado em 1995 com o principal objectivo de fomentar as aces de investigao e experimentao e de incrementar o ensino prtico das disciplinas de Horticultura, Fruticultura e Viticultura e, actualmente, tambm da Floricultura e da Olivicultura. Hoje em dia, em virtude do crescente interesse neste tipo de culturas por parte dos agricultores da regio, devido possibilidade de regadio permitida pela barragem do Alqueva, este Centro pretende tornar-se um plo de demonstrao, experimentao e investigao, permitindo deste modo demonstrar aos agricultores a viabilidade de algumas culturas em regadio, e fornecer-lhes dados de utilidade para a sua tomada de deciso. Desde 1 de Dezembro de 2001, faz parte do Projecto n 347 do PO AGRO, que termina em 30 de Novembro de 2004. Este Projecto tem como objectivos dinamizar o Centro Hortofrutcola, o que tem sido conseguido atravs do empenho e interesse dos alunos desta Escola que tm efectuado os seu trabalhos de fim de Curso nestas reas, assim como de outros trabalhos desenvolvidos no Centro, alguns dos quais em colaborao com Associaes de Agricultores, situao que pretendemos que se repita, porque s desta forma se conseguir um maior incremento e desenvolvimento destas culturas na regio.

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ESTUDO DE CULTIVARES X DATAS DE SEMENTEIRA DE FEIJO VERDE (Phaseolus vulgaris L.) EM ESTUFA (2001/2002)REGATO, Mariana Augusta Duarte*; GUERREIRO, Idlia Manuela; SILVA, Osvaldo Pantaleo; DRES, Jos Manuel Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 * e-mail: [email protected]

Projecto n 347 Aco 8.1 do PO AGRO.

Resumo Este ensaio teve como objectivo estudar o comportamento de trs cultivares (Linka, Algarve e Hunter 2000) de feijo verde, efectuando duas pocas de sementeira em estufa, na zona de Beja. Os parmetros observados foram: a data de emergncia, a produo total (kg m-2 ), o comprimento e o dimetro mdio da vagem. Os resultados obtidos permitem-nos concluir que na primeira data de sementeira as produes obtidas foram mais altas do que na segunda, e que as cultivares Linka e Algarve foram as mais produtivas. A cultura mostrou-se susceptvel Botrytis cinerea, afdeos e principalmente aos caros.

Palavras chave: feijo verde, cultivares, pocas de sementeira.

1 Introduo A forte tendncia para a mudana da tradicional agricultura de sequeiro praticada no Alentejo para a agricultura de regadio, aliada falta de informao relativa ao comportamento das culturas hortcolas protegidas na regio de Beja, levou o Centro Hortofrutcola da Escola Superior Agrria de Beja a realizar alguma experimentao neste tipo de culturas. certo que existem dados referentes a culturas hortcolas praticadas noutras zonas do pas, principalmente no Ribatejo-Oeste e no Algarve, no entanto, nesta regio pouco virada, at

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ESTUDO DE CULTIVARES X DATAS DE SEMENTEIRA DE FEIJO VERDE (Phaseolus vulgaris L.) EM ESTUFA (2001/2002)

ento, para a horticultura, necessrio fornecer aos interessados toda a informao de base como a adaptao de cultivares, pocas de sementeira/plantao, compassos, etc. Neste caso, so apresentados os resultados obtidos num ensaio de cultivares x datas de sementeira de feijo verde em estufa.

2 Material e mtodos 2.1-Caracterizao da estufa O ensaio realizou-se numa estufa de tecto semicilndrico e paredes rectas, de estrutura metlica e cobertura de polietileno tratado com uma espessura de 0,45 mm, ocupando uma rea de 240 m2 . O arejamento esttico e manual, efectuado atravs de janelas laterais colocadas a todo o comprimento da estufa.

2.2-Preparao do solo Foram efectuadas duas escarificaes, incorporao de matria orgnica (estrume), desinfeco com o insecticida Furadan 5G (carbofuro) e uma fresagem.

2.3-Instalao do ensaio Depois do solo preparado procedeu-se instalao do sistema de rega (gota-a-gota) - fita de rega com orifcios separados de 0,30 m e cujo dbito unitrio de 0,98 L h-1 . A seguir efectuou-se a colocao da paillage e posteriormente marcaram-se e abriram-se os covachos.

2.4-Datas de sementeira A 1 data de sementeira foi realizada a 21 de Dezembro de 2001 e a 2 a 21 de Janeiro de 2002. Em ambas foi praticada a sementeira directa (trs sementes por covacho). Foram tambm semeadas 3 placas em cada data (uma por cada cultivar) para o caso de ser necessrio substituir algumas plantas.

2.5-Delineamento experimental O delineamento experimental adoptado foi o de blocos completamente casualizados, com 42 repeties, onde cada talho ocupou uma rea de 6,5 m (6,5 m de comprimento por 1,0 m

de largura). O compasso de sementeira foi de 0,5 m x 1,0 m sendo 13 o nmero de plantas por talho. O ensaio ocupou uma rea total, incluindo as bordaduras, de 232 m2 .

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ESTUDO DE CULTIVARES X DATAS DE SEMENTEIRA DE FEIJO VERDE (Phaseolus vulgaris L.) EM ESTUFA (2001/2002)

2.6-Operaes culturais Durante o ciclo vegetativo da cultura realizaram-se vrias operaes culturais, tais como, o desbaste, a colocao de tutores verticais, fertilizaes e tratamentos fitossanitrios. A aplicao de adubo foi efectuada atravs de fetirrega (quadro 1).

Quadro 1-Adubao efectuada cultura. Data 15 de Fevereiro a 07 de Maro de 2002 (semanalmente) A partir de 15 de Maro (durante 3 semanas) A partir de 05 de Abril (oito aplicaes) Adubo Nutriquisa 12-4-6 (300 mL hl-1 ). Combinao de Nutriquisa 12-4-6 (300 mL hl-1 ) com Nutriquisa 5-8-10 (100 mL hl-1 ). Nutriquisa 12-4-6 (300 mL hl-1 ) e Nutriquisa 5-8-10 (500 mL hl-1 )

Ao longo do seu ciclo vegetativo, a cultura foi atacada por caracis, afdeos, podrido cinzenta (Botrytis cinerea) e principalmente por caros. No combate a estas pragas e doena foram realizados tratamentos de acordo com o quadro 2.

Quadro 2 Tratamentos efectuados ao longo do ciclo da cultura. Data 4 Jan. 2002 25 Fev. e 08 de Mar. 2002 18 de Mar. de 2002 13 de Mar. de 2002 03 de Abr. de 2002 26 de Abr., 07 de Mai., 14 de Mai., 21 de Mai. e 31 de Mai. de 2002 Doena ou praga Caracis caros e afdeos caros Botrytis cinerea Afdeos caros Tratamento Mesurol (mercaptodimetur) Acartot (dicofol+tetradifo) e Bitam (deltametrina) Danitol (fenepropatrina) Rovral (iprodiona) Aphox GD (pirimicarbe) Rufast (acrinatrina)

A primeira data de sementeira deu origem a um total de 24 colheitas realizadas de 22/03 a 17/06/02 e a segunda a um total de 20 colheitas efectuadas de 08/04 a 17/06/02.

3 - Apresentao e discusso dos resultados No quadro 3 esto registadas as datas de emergncia das plantas para cada uma das pocas de sementeira.

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ESTUDO DE CULTIVARES X DATAS DE SEMENTEIRA DE FEIJO VERDE (Phaseolus vulgaris L.) EM ESTUFA (2001/2002)

Quadro 3 Datas de emergncia das plantas. Cultivares Algarve Linka Hunter 2000 Primeira data de sementeira 31 de Dezembro de 2001 03 de Janeiro de 2002 03 de Janeiro de 2002 Segunda data de sementeira 29 de Janeiro de 2002 30 de Janeiro de 2002 30 de Janeiro de 2002

A cultivar Algarve foi a primeira a emergir, em ambas as datas de sementeira. No quadro 4 apresenta-se a anlise de varincia para cada um dos parmetros observados. Quadro 4 Anlise de varincia da produo total, do comprimento e dimetro mdios da vagem. Origem de variao Repetio Data de sementeira Cultivar Cultivar x data de sementeira Produo total 0,0001 *** 0,0003 *** 0,0015 ** 0,3231 n.s Comprimento mdio da vagem 0,0515 n.s 0,000 *** 0,000 *** 0,3416 Dimetro mdio da vagem 0,2274 n.s 0,2387 n.s 0,0041 **

Nota: n.s - p>0,05;* - p0,05; **- p0,01; *** - p0,001. De acordo com o quadro 4, verifica-se que a data de sementeira teve um efeito altamente significativo (p0,001) sobre a produo total e o comprimento mdio da vagem e no significativo (p>0,05) sobre o dimetro da vagem. A cultivar, apresentou um efeito altamente significativo (p0,001) sobre o comprimento mdio da vagem e um efeito muito significativo (p0,01) sobre a produo total e o dimetro mdio da vagem. Nas figuras seguintes apresentam-se os resultados das comparaes das mdias atravs do teste de Duncan.a6 Produes (kg/m2) 5 4 3 2 1 0 Linka Algarve Cultivares Hunter 2000

a bcm

25 20 15 10 5 0

b

a

a

bLinka Algarve

a

bHunter 2000

Cultivares Comp. mdio da vagem (cm) Dimetro mdio da vagem (cm)

Figura 1 Efeito da cultivar sobre a produo mdia (teste de Duncan).

Figura 2 Efeito da cultivar sobre o comprimento e o dimetro mdios da vagem.8

ESTUDO DE CULTIVARES X DATAS DE SEMENTEIRA DE FEIJO VERDE (Phaseolus vulgaris L.) EM ESTUFA (2001/2002)

2 2 De acordo com a figura 1, as cultivares Linka (5,8 kg m ) e Algarve (5,6 kg m ) foram as

mais produtivas, diferindo estatisticamente da cultivar Hunter 2000 (4,6 kg m2 ). Estes valores so superiores aos encontrados na bibliografia para variedades de trepar em estufa (Cermeo, 1988). A cultivar Linka apresentou o menor comprimento da vagem (21,7 cm) e as cultivares Algarve (23,4 cm) e Hunter 2000 (23,2 cm) no diferiram entre si relativamente a este parmetro. A cv. Algarve apresentou o maior dimetro da vagem (1,9 cm) (fig. 2).

a6 5 4 3 2 1 0 1 Data 2 Data Datas de sementeira Produes (kg/m2)

b bcm 25 20 15 10 5 0 1 Data 2 Data Datas de sementeira

a

Figura 3 Efeito das datas de sementeira sobre a produo mdia (teste de Duncan).

Figura 4 Efeito das datas de sementeira sobre o comprimento mdio da vagem (teste de Duncan).

Verificou-se que a data de sementeira teve influncia na produo. A primeira data de sementeira permitiu a obteno de uma produo mais elevada do que a segunda (fig. 3). As vagens obtidas na segunda data de sementeira apresentaram um maior comprimento mdio (fig.4).

4 - Concluses

Os resultados obtidos nas condies referidas permitem concluir o seguinte: a produo mdia foi mais elevada na primeira data de sementeira (5,8 kg m2 ), e na segunda obtiveram-se vagens de maior comprimento (23,2 cm). as cultivares Linka e Algarve foram as mais produtivas, sendo esta ltima a mais precoce no que respeita germinao, apresentando tambm o maior dimetro da vagem. Pode-se concluir ainda que a cultura, devido ao facto de ter sido cultivada em estufa, mostrou-se susceptvel Botrytis cinerea, o que est de acordo com Biggs (1989), afdeos e principalmente aos caros.

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ESTUDO DE CULTIVARES X DATAS DE SEMENTEIRA DE FEIJO VERDE (Phaseolus vulgaris L.) EM ESTUFA (2001/2002)

5 Bibliografia

Cermeo, Z. S. (1988). Pronturio do horticultor. Litexa Editora. Lisboa Biggs, T. (1989). Culturas hortcolas. Coleco EUROAGRO. Publicaes Europa Amrica. Lisboa.

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ESTUDO DA INFLUNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA EM COUVE FLOR (2002/2003)REGATO*, Mariana Augusta Duarte*; GUERREIRO, Idlia Manuela; SILVA, Osvaldo Pantaleo; DRES, Jos Manuel Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 *e-mail: [email protected]

Projecto n 347 Centro Hortofrutcola - Aco 8.1 do PO AGRO.

Resumo Efectuou-se um ensaio de cultivar x tipo de raiz de couve flor, em blocos completamente casualizados com 4 repeties. Neste ensaio pretendeu-se comparar a produtividade, o peso e o dimetro da inflorescncia de trs cultivares de couve flor (Bola de Neve, tila e Tofar F ), quando transplantadas de 1 raiz nua e raiz protegida e produzidas na poca de Outono-Inverno na regio de Beja. Os resultados obtidos permitem concluir que: As plantas de raiz protegida apresentaram maior produtividade e peso e dimetro da inflorescncia mais elevados relativamente s de raiz nua. A cultivar tila de raiz protegida foi a que apresentou os melhores resultados no que diz respeito aos parmetros estudados.

Palavras chave: couve flor, raiz nua, raiz protegida

1 Introduo A couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis L.) uma planta bienal, embora seja cultivada como anual (Cermeo, 1988). uma espcie que apresenta um bom desenvolvimento vegetativo com temperaturas entre os 15,5 C e os 18 C, embora as cultivares de Inverno sejam resistentes ao frio (Maroto, 1986). Os ventos muito secos so prejudiciais para esta cultura. Adapta-se bem em solos de textura ligeira, com boa capacidade de reteno de gua.11

ESTUDO DA INFLUNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA EM COUVE FLOR (2002/2003)

Trata-se de uma espcie medianamente resistente salinidade do solo. bastante exigente em matria orgnica e o pH do solo deve compreender-se entre 6,5 e 7,5 (Biggs, 1980). No que se refere transplantao, uma planta muito exigente, que requer muitos cuidados no seu manuseamento (Biggs, 1980).

2 Material e mtodos 2.1- Preparao dos viveiros Os viveiros para obteno das plantas de raiz nua foram realizados ao ar livre no solo. Na sua preparao efectuou-se uma escarificao cruzada e duas passagens de fresa. No caso das plantas de raiz protegida, os viveiros foram efectuados em placas de alvolos, que forma previamente desinfectadas e, posteriormente, cheias com um substrato apropriado. A sementeira foi efectuada no dia 21 de Agosto de 2002 em ambas as situaes. 2.2- Preparao do solo do local definitivo Preparou-se o solo destinado a receber as plantas, realizando uma escarificao cruzada, seguida de uma adubao de fundo (7-21-21), de uma frezagem cruzada e da aplicao de um herbicida (oxifluorfena). 2.3- Sistema de rega Foram colocadas fitas de rega com gotejadores a 30 cm de distncia e com um caudal de 0,98 L h-1 cada, ao longo das linhas de transplantao. 2.4- Transplantao As plantas foram transplantadas manualmente no dia 4 de Outubro de 2002. 2.5- Delineamento experimental O delineamento experimental foi efectuado em blocos completamente casualizados, com 4 repeties com 30 plantas por repetio. O compasso utilizado foi de 0,5 x 0,5 m, ocupando cada talho 7,5 m2 . A rea do ensaio, incluindo as bordaduras, totalizou os 324 m2 .

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ESTUDO DA INFLUNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA EM COUVE FLOR (2002/2003)

2.6- Prticas culturais 2.6.1- Viveiros Efectuaram-se duas regas por dia. Nos viveiros de raiz nua procedeu-se a uma monda manual. Foram realizados dois tratamentos com insecticida (lambda-cialotrina) para o combate lagarta da couve e uma adubao foliar (12-4-6).

2.6.2- Local definitivo No local definitivo realizaram-se dois tratamentos com um moluscicida (metiocarbe) para eliminar as lesmas e os caracis e um tratamento com um insecticida (lambda-cialotrina) para combater a lagarta da couve e a mosca branca. Efectuaram-se duas fertirregas com um adubo ternrio solvel (12-36-12), contendo microelementos e uma adubao de cobertura com sulfato de amnio.

3- Apresentao e discusso dos resultados Nas figuras seguintes apresentam-se os resultados obtidos.16 14 12 10 8 6 4 2 0 Dimetro

cm

Bola de Neve 8,670

Tofar F1 13,045 a Cultivares

tila 13,595 a

b

Fig. 1 - Efeito da cultivar sobre o dimetro da inflorescncia.1,000 0,800 0,600 0,400 0,200 0,000 Peso unitrio

kg

Bola de 0,402 b

Tofar F1 0,750 a Cultivares

tila 0,875 a

Fig. 2 - Efeito da cultivar sobre o peso unitrio da inflorescncia.

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ESTUDO DA INFLUNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA EM COUVE FLOR (2002/2003)

40000 35000 30000 25000 kg 20000 15000 10000 5000 0 P./ha

Bola de Neve 16100 b

Tofar F1 30000 a Cultivares

tila 35000 a

Fig. 3 - Efeito da cultivar sobre a produtividade.

Da observao das figuras 1, 2 e 3 pode-se concluir que a cultivar Bola de Neve apresentou o menor dimetro e peso da inflorescncia, assim como uma produtividade mais baixa relativamente s cultivares Tofar F1 e tila, que no apresentaram diferenas

estatisticamente significativas entre si.

No que se refere ao efeito do tipo de raiz sobre os parmetros observados, verifica-se atravs das figuras 4, 5 e 6 que o dimetro e o peso unitrio foram mais elevados no caso em que se utilizaram plantas de raiz protegida, obtendo-se tambm uma produtividade mais alta nesta situao.

cm

14 12 10 8 6 4 2 0 Dimetro

Raiz Protegida 12,417 a Tipo de raiz

Raiz Nua 11,122 b

Fig. 4 - Efeito do tipo de raiz (nua ou protegida) sobre o dimetro da inflorescncia.

kg

1,000 0,800 0,600 0,400 0,200 0,000 Peso unitrio

Raiz Protegida 0,777

Raiz Nua 0,575

aTipo de raiz

b

Fig. 5 - Efeito do tipo de raiz (nua ou protegida) sobre o peso unitrio da inflorescncia.

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ESTUDO DA INFLUNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA EM COUVE FLOR (2002/2003)

35000 30000 25000 20000 kg 15000 10000 5000 0 P./ha

Raiz Protegida 31066 a Tipo de raiz

Raiz Nua 23000 b

Fig. 6 - Efeito do tipo de raiz (nua ou protegida) sobre a produtividade.

As figuras 7 e 8 permitem-nos concluir que a cultivar tila de r protegida obteve o maior aiz peso unitrio da inflorescncia e a produtividade mais alta, diferindo estatisticamente de todas as outras cultivares.

1,200 1,000 0,800

kg

0,600 0,400 0,200 0,000Bola de Neve Raiz Protegida 0,422 d Bola de Neve Raiz Nua 0,382 d Tofar F1 Raiz Protegida 0,873 b Tofar F1 Raiz Nua 0,627 c tila Raiz Protegida 1,035 a tila Raiz Nua 0,715 c

Peso unitrio

Cultivares x Tipo de raiz

Fig. 7 - Efeito da interaco cultivar x tipo de raiz sobre o peso unitrio da inflorescncia.

45000 40000 35000 30000 kg 25000 20000 15000 10000 5000 0

Bola de Neve Raiz Protegida 16900 d

Bola de Neve Raiz Nua 15300 d

Tofar F1 Raiz Protegida 34900 b

Tofar F1 Raiz Nua 25100 c

tila Raiz Protegida 41400 a

tila Raiz Nua 28600 c

P./ha

Cultivares x Tipo de raiz

Fig. 8 - Efeito da interaco cultivar x tipo de raiz sobre a produtividade.

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ESTUDO DA INFLUNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA EM COUVE FLOR (2002/2003)

4 Concluses Os resultados obtidos permitem-nos concluir que: As plantas de raiz protegida apresentaram maior produtividade e peso e dimetro da inflorescncia mais elevados relativamente s de raiz nua. A cultivar tila de raiz protegida foi a que apresentou os melhores resultados no que diz respeito aos parmetros estudados.

5 Bibliografia

Biggs, T. 1980. Culturas Hortcolas. 2 edio. Coleco EUROAGRO. Publicaes Europa Amrica. Lisboa. Cermeo, Z. S. 1988. Pronturio do Horticultor. Litexa Editora. Lisboa. Maroto, J. V. 1986. Horticultura Herbacea Especial. 2 Edio. Ediciones Mundi-Prensa. Madrid.

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ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES COMPASSOS EM COUVE LOMBARDA (2002/2003)REGATO*, Mariana Augusta Duarte*; GUERREIRO, Idlia Manuela; SILVA, Osvaldo Pantaleo; DRES, Jos Manuel Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 *e-mail: [email protected]

Projecto n 347 Centro Hortofrutcola - Aco 8.1 do PO AGRO.

Resumo Efectuou-se um ensaio em blocos casualizados com 4 repeties de cultivares x compassos de couve lombarda. Pretendeu-se comparar a produtividade, o peso e o dimetro do repolho de trs cultivares de couve lombarda (Aubervillers p, Savoy King e Savonarch), transplantadas de raiz protegida com trs compassos diferentes (30 X 50 cm, 60 X 50 cm e 90 X 50 cm) e produzidas na estao Vero-Inverno na regio de Beja. Aps o estudo efectuado concluiu-se que as cultivares que apresentaram os melhores resultados relativamente aos parmetros em estudo foram a Savoy King e a Savonarch. O compasso de 30 x 50 cm permitiu a obteno da produtividade mais alta, embora o peso unitrio dos repolhos tenha sido menor em relao aos outros compassos ensaiados.

Palavras chave: couve lombarda, compassos, cultivares

1 Introduo Todos os tipos de Brassica oleracea cultivados tiveram origem num nico progenitor semelhante forma silvestre. Este foi levado desde a Costa Atlntica at ao Mediterrneo. A couve lombarda ( Brassica oleracea var. capitata L. F. rubra D. C.) (Cermeo, 1988) uma espcie bienal de grande adaptabilidade climtica (Maroto, 1986). Apresenta um bom desenvolvimento vegetativo quando sujeita a temperaturas diurnas de 13-18 C e nocturnas

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ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES COMPASSOS EM COUVE LOMBARDA (2002/2003)

de 10-12 C, podendo as cultivares de Outono-Inverno resistir at 10 C e as de PrimaveraVero vegetar bem em condies de temperaturas elevadas (Maroto, 1986). Adapta-se a solos de textura mdia ou argilosa. com boa reteno para a gua, mas sem problemas de encharcamento. Apresenta sensibilidade aos solos cidos e resistncia mdia salinidade (Maroto, 1986). O pH ideal para esta cultura deve situar-se entre 6,5 e 7,5 (Biggs, 1980).

2 Material e mtodos

2.1- Preparao dos viveiros O viveiro foi efectuado em placas de alvolos com um substrato apropriado. A sementeira foi realizada no dia 21 de Agosto de 2002.

2.2- Preparao do solo do local definitivo A preparao do solo consistiu numa escarificao cruzada, seguida de uma adubao de fundo (7-21-21), de uma frezagem cruzada e de uma aplicao de um herbicida (oxifluorfena).

2.3- Sistema de rega Foram colocadas fitas de rega com gotejadores a 30 cm de distncia e com um caudal de 0,98 L h-1 cada, ao longo das linhas de plantao.

2.4- Transplantao As couves foram transplantadas manualmente no dia 9 de Outubro de 2002.

2.5- Delineamento experimental O delineamento experimental foi efectuado em blocos completamente casualizados, com 42 repeties, ocupando cada talho 12 m . A rea total do ensaio, incluindo as bordaduras, foi

de 605 m2 .

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ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES COMPASSOS EM COUVE LOMBARDA (2002/2003)

2.6- Prticas culturais 2.6.1- Viveiros Procedeu-se rega duas vezes por dia. Foram efectuados dois tratamentos com insecticida (lambda-cialotrina) para o combate lagarta da couve e uma adubao foliar (12-4-6).

2.6.2- Local definitivo No local definitivo realizaram-se dois tratamentos com um moluscicida (metiocarbe) para o combate das lesmas e caracis e um tratamento com um insecticida (lambda-cialotrina) para combater a lagarta da couve e a mosca branca. Efectuaram-se duas fertirregas com um adubo ternrio solvel (12-36-12), contendo microelementos e uma adubao de cobertura com sulfato de amnio.

3- Apresentao e discusso dos resultados Os resultados obtidos no ensaio apresentam-se nas figuras seguintes: A cultivar que apresentou os valores mais baixos relativamente aos parmetros estudados (peso e dimetro do repolho e produtividade) foi a Aubervillers, diferindo estatisticamente das outras cultivares, que no apresentaram diferenas estaststicas entre si (figs 1, 2 e 3).

kg

1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 Peso unitrio

Savoy King 1,32 a

Savonarch 1,25 a Cultivares

Aubervillers 0,91 b

Fig. 1 - Efeito da cultivar sobre o peso unitrio do repolho.

19

ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES COMPASSOS EM COUVE LOMBARDA (2002/2003)

cm

24 21 18 15 12 9 6 3 0 Dimetro

Savoy King 20,48 a

Savonarch 19,69 ab Cultivares

Aubervillers 18,61 b

Fig. 2 - Efeito da cultivar sobre o dimetro do repolho.

55000 50000 45000 40000 35000 kg 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 P./ha

Savoy King 50987 a

Savonarch 48030 a Cultivares

Aubervillers 35752 b

Fig. 3 - Efeito da cultivar sobre a produtividade. Com o compasso de 30 x 50 cm, embora se tenham produzido repolhos mais pequenos, a produtividade foi mais alta (figs. 4 e 5).

1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 Peso unitrio

30 x 50 0,99 b

60 x 50 1,20 aCompassos

90 x 50 1,30 a

Fig. 4 - Efeito do compasso sobre o peso unitrio do repolho.

20

ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES COMPASSOS EM COUVE LOMBARDA (2002/2003)

70000 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 P./ha

30 x 50 65966 a

60 x 50 39894 b

90 x 50 28909 c

Fig. 5 - Efeito do compasso sobre a produtividade.

A figura 6 indica-nos que a cultivar Savoy King com o compasso de 30 x 50 cm foi a que apresentou a maior produtividade.

80000 70000 60000 50000 kg 40000 30000 20000 10000 0P./ha

Savoy King 30 x 50 73983

Savoy King 60 x 50 45950

Savoy King 90 x 50 33028

Savonarch 30 x50 69516

Savonarch 60 x 50 43541

Savonarch 90 x 50 31033

Aubervillers Aubervillers Aubervillers 30 x 50 60 x 50 90 x 50 54399

a

d

e

b

d

e

c

30191

e

22666

f

Cultivares x compassosFig. 6- Efeito da interaco cultivar x compasso sobre a produtividade.

4 Concluses

Aps o estudo efectuado pode-se concluir que as cultivares que apresentaram os melhores resultados relativamente aos parmetros em estudo foram a Savoy King e a Savonarch. O compasso de 30 x 50 cm permitiu a obteno da produtividade mais alta, embora o peso unitrio dos repolhos tenha sido menor em relao aos outros compassos ensaiados.

21

ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES COMPASSOS EM COUVE LOMBARDA (2002/2003)

6 Bibliografia

Biggs, T. (1980. Culturas Hortcolas. 2 edio. Coleco EUROAGRO. Publicaes Europa Amrica. Lisboa. Cermeo, Z. S. 1988. Pronturio do Horticultor. Litexa Editora. Lisboa. Maroto, J. V. 1986. Horticultura Herbacea Especial. 2 Edio. Ediciones Mundi-Prensa. Madrid.

22

CARACTERSTICAS DE TOMATE DE INDSTRIA CULTIVADO SEGUNDO OS MODOS DE PRODUO BIOLGICO E CONVENCIONALCanada, Joo Boavida1 ; Regato, Mariana Augusta Duarte1 ; Alvarenga1 , Bartolomeu Alves 1 , Maria Joo; Figueiredo1 , Hugo Joo. 1 Escola Superior Agrria de Beja, Rua Pedro Soares Apartado 158, 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 e-mail: *[email protected]

Projecto n 347 Centro Hortofrutcola - Aco 8.1 do PO AGRO. Resumo: Pretendeu-se com este trabalho verificar as diferenas em termos de produtividade e qualidade de trs cultivares (cvs.) de tomate para indstria (Rio Grande, CXD 187 e CXD 204), aplicando o mtodo de produo biolgico (normas estabelecidas no Regulamento (CEE) n 2092/91) e o de produo convencional. Os frutos produzidos pelo mtodo de produo biolgico apresentaram maior resistncia ao transporte e manipulao, embora a produtividade tenha sido mais baixa. Palavras chave: cultivares de tomate, produo biolgica e convencional, qualidade do fruto. 1-Introduo O tomate de ar livre uma cultura regada com interesse no Alentejo, particularmente nos permetros regados das barragens do Caia, do Divor, do Mira, de Odivelas , do Roxo e das regies limtrofes do rio Sado (Alvalade do Sado e Alccer do Sal) e poder vir a ter g rande importncia na zona de influncia da barragem do Alqueva. Nesta regio so escassos os estudos ou ensaios realizados com esta cultura, pelo que so utilizadas as tcnicas culturais e as variedades estudadas no Ribatejo. A problemtica do ambiente e da sade relacionada com a alimentao tem levantado algumas questes de natureza tcnica e social relativamente agricultura convencional, havendo actualmente um espao cada vez maior para a agricultura biolgica, que permite produzir sem a utilizao de produtos qumicos de sntese e consequentemente sem poluio. A agricultura biolgica visa utilizar todas as potencialidades da natureza, procurando conciliar as respectivas leis e tornando-as aliadas de uma produo duradoura (Ferreira, 2002).23

CARACTERSTICAS DE TOMATE DE INDSTRIA CULTIVADO SEGUNDO OS MODOS DE PRODUO BIOLGICO E CONVENCIONAL

2-Material e Mtodos

Realizou-se um ensaio de campo com um delineamento experimental em blocos2 completamente casualizados, com quatro repeties, ocupando cada talho 7.5 m , sendo a

rea total de cada tratamento de 216 m2 , perfazendo um total de 432 m2 . Utilizaram-se plantas de raiz protegida de trs cultivares de tomate para indstria (Rio Grande, CXD 187 e CXD 204), cujas sementes foram fornecidas pela Italagro, S.A. Efectuou-se a cultura segundo o mtodo de produo biolgico e segundo o convencional. No mtodo de produo biolgico foi executado um destrooamento das infestantes e uma passagem com o escarificador. A fertilizao foi efectuada com composto, adubo orgnico e fosfato natural. No controlo fitossanitrio apenas se utilizou o Bacillus thuringiensis e instalaram-se armadilhas (cromotrpica e tipo funil). No terreno da agricultura convencional realizou-se uma gradagem seguida de uma fresagem. Efectuou-se a fertirrega com vrias aplicaes de adubos ao longo do ciclo vegetativo. Para controlo de doenas e pragas utilizaram-se os seguintes produtos: endossulfo, lambdacialotrina, enxofre e 4,8% de cimoxanil com 58% de propinebe. O controle de infestantes foi feito com mondas manuais e o sistema de rega utilizado foi o de gota-a-gota (4500 m3 ha-1 ) em ambas as situaes. O ensaio decorreu de Maio a Setembro de 2002. Aps a colheita analisaram-se os seguintes parmetros: produtividade, slidos solveis, pH, Cor (Colormetro Gardner) e resistncia penetrao e ao esmagamento com texturmetro TAHDi da Stable Micro Systems. Na resistncia penetrao usou-se uma sonda cilndrica com 2 mm de dimetro. As amostras foram penetradas no plano equatorial em 5 pontos diferentes. A velocidade de teste foi 1 mms -1 e determinou-se a fora exercida no primeiro pico do texturograma que corresponde ao rompimento da epiderme. Na resistncia ao esmagamento usou-se um prato de 75 mm de dimetro. As amostras foram esmagadas segundo um plano normal ao plano equatorial a uma velocidade de 1 mms-1 . Determinou-se a resistncia ao esmagamento que corresponde fora exercida sobre o fruto que vem representada no texturograma no primeiro pico bem como o trabalho de esmagamento que vem definida pela rea abaixo da curva e acima do eixo das abcissas do texturograma.

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CARACTERSTICAS DE TOMATE DE INDSTRIA CULTIVADO SEGUNDO OS MODOS DE PRODUO BIOLGICO E CONVENCIONAL

3-Apresentao e Discusso dos Resultados Quadro 1 Efeito do tipo de produo sobre a produtividade, as caractersticas fsicas e as caractersticas qumicas do fruto. Produo Biolgica Produo Convencional Produo total (t/ha) Produo das classes A, B e C (t/ha) Produo no comercializvel (t/ha) Nmero de unidades por kg. Resistncia ao esmagamento (kgf) Trabalho de esmagamento (kgf.mm) Resistncia penetrao (g) Cor L Cor - a/b PH Slidos solveis (Brix) 53,63 b 39,71 b 13,92 a 17,8 a 5,91 a 87,33 a 559 a 27,7 a 2,63 a 4,00 b 4,82 a 70,53 a 61,49 a 9,04 b 14,6 b 5,54 a 76,04 a 482 b 27,5 a 2,62 a 4,21 a 5,10 a

Nota: Valores mdios seguidos da mesma letra no diferem entre si de forma significativa

Verifica-se atravs do quadro 1 que no existem diferenas estatisticamente significativas entre os modo de produo biolgico e o convencional nos seguintes parmetros: resistncia ao esmagamento, trabalho de esmagamento, cor e slidos solveis. Segundo Leoni (1999) a cor (a/b) apresenta valores considerados bons, mas os slidos solveis obtiveram um valor relativamente baixo no caso da produo biolgica. A produtividade foi superior no modo de produo convencional e a produo no comercializvel obteve um valor mais elevado, quando se utilizaram as tcnicas da agricultura biolgica. Este aspecto est de acordo com diversos autores que referem que em horticultura, os rendimentos so mais fracos em cultura biolgica do que em cultura convencional (INA, 1989). Observou-se, no entanto, que a resistncia penetrao, ou seja, a resistncia da epiderme foi mais elevada nos frutos produzidos atravs do modo de produo biolgica, o que permite uma maior resistncia ao transporte e manipulao para estes frutos, o que est de acordo com diversos autores que referem que a qualidade dos produtos biolgicos superior aos produtos da agricultura convencional (INA, 1989).

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CARACTERSTICAS DE TOMATE DE INDSTRIA CULTIVADO SEGUNDO OS MODOS DE PRODUO BIOLGICO E CONVENCIONAL

Quadro 2 Efeito da cultivar sobre a produtividade, as caractersticas fsicas e as caractersticas qumicas do fruto. Rio Grande Produo total (t/ha) Produo das classes A, B e C (t/ha) Produo no comercializvel (t/h) Nmero de unidades por kg. Resistncia fractura por esmagamento(kgf) Trabalho de esmagamento (kgf.mm) Resistncia penetrao (g) Cor L Cor - a/b PH Slidos solveis (Brix) 56,56 a 43,72 a 12,85 a 16,23 a 5,17 a 72,23 a 439 b 28,0 a 2,61 ab 4,09 a 4,85 a CXD 204 63,77 a 53,26 a 10,51 a 16,10 a 6,00 a 86,56 a 531 a 27,1 b 2,68 a 4,15 a 4,94 a CXD 187 65,90 a 54,82 a 11,08 a 16,14 a 6,00 a 86,26 a 591 a 27,7 ab 2,58 b 4,07 a 5,08 a

Nota: Valores mdios seguidos da mesma letra no diferem entre si de forma significativa

O quadro 2 indica-nos que apenas se verificaram diferenas estatisticamente significativas entre as trs cvs. nos parmetros, resistncia penetrao e cor. A cultivar Rio Grande apresentou a menor resistncia penetrao, diferindo

estatisticamente das outras cvs. A cor mostrou um valor mais elevado para a cv. Rio Grande, no diferindo da cv. CXD 187.

4-Concluses

A anlise dos resultados permite-nos concluir que se obtiveram valores considerados bons, no que respeita cor do fruto nos dois mtodos de produo estudados, embora os slidos solveis tenham apresentado valores relativamente baixos em ambos os casos. A produtividade foi mais baixa no mtodo de produo biolgico, mas os frutos produzidos apresentaram maior resistncia ao transporte e manipulao do que os da agricultura convencional.

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CARACTERSTICAS DE TOMATE DE INDSTRIA CULTIVADO SEGUNDO OS MODOS DE PRODUO BIOLGICO E CONVENCIONAL

Bibliografia Ferreira, J.C. (2002). Vantagens da Agricultura Biolgica, Ambiente 21, n3, pag.25 Instituto Nacional do Ambiente (INA) (1989). A Agricultura Biolgica. Sua Caracterizao. Lisboa. Leoni, C., Sandei, L., Rigattieri, E., Tamburini, R., Bonetti, G., Dadoma, M., Industria Conserve, 74, 99 (1999), Parma.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) AO AR LIVREREGATO, Mariana Augusta Duarte*; GUERREIRO, Idlia Manuela; SILVA, Osvaldo Pantaleo; DRES, Jos Manuel Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 * e-mail: [email protected]

Projecto n 347 Aco 8.1 do PO AGRO. Resumo Este ensaio teve como objectivo estudar o comportamento de seis cultivares (Caterina, Leny, NUN 5304, Teide (NUN 5308), Ducey (NUN 5309) e Joanna (NUN 0008 LT) de alface ao ar livre, na regio de Beja. A semente foi fornecida pela NUNHEMS SEMILHAS, atravs da ST Comercial. Os resultados obtidos demonstraram que as cultivares Joanna (NUN 0008 LT), Ducey (NUN 5309), NUN 5304 e Caterina foram as mais produtivas e as que apresentaram as alfaces de maio peso mdio. Palavras chave: alface, cultivares, ar livre.

1 Introduo A alface pertence famlia das Compostas, gnero Lactuca e espcie Lactuca sativa L. (Gard e Gard, 1998). Hoje em dia existe um grande nmero de cultivares, permitindo a sua produo tanto em estufa, como ao ar livre. A alface uma cultura que se adapta a diversos tipos de clima, existindo cultivares para todas as pocas do ano (Costa, 1989). As temperaturas muito altas podem ser prejudiciais, por provocarem o seu endurecimento e espigamento (Gard e Gard, 1998). Relativamente aos solos adaptam-se com maior facilidade aos ligeiros e areno-limosos, neutros (pH 6,7 a 7,4) com boa drenagem. Trata-se de uma espcie que apresenta sensibilidade ao excesso de sais (Cermeo, 1977). Neste caso, so apresentados os resultados obtidos num ensaio de cultivares ao ar livre.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) AO AR LIVRE

2 Material e Mtodos O ensaio foi realizado no Centro hortofrutcola da Escola Superior Agrria de Beja. Na preparao do solo foram efectuadas duas passagens de escarificador, uma desinfeco de solo com o insecticida Furadan 5G (carbofuro), uma aplicao de herbicida (Kerb 50 W propizamida) e uma fresagem para incorporao do herbicida e regularizao do terreno. Aps a preparao do terreno, procedeu-se instalao do sistema de rega gota-a-gota, utilizando-se fita de rega com gotejadores separados de 0,30 m, com o dbito unitrio de 0,98 L h-1 . O ensaio foi instalado em blocos completamente casualizados, com quatro repeties. O compasso de plantao utilizado foi o de 50 cm x 30 cm, em linhas pareadas.2 A rea de cada talho era de 4,5 m no com 60 plantas, conduzindo a uma densidade de

plantao de 133 300 plantas ha -1 . A transplantao da alface foi efectuada manualmente no dia 29 de Abril de 2003. Na figura 1 apresentam-se as temperaturas mximas e mnimas ocorridas ao longo do ensaio.

45 40 Temperaturas (C) 35 30 25 20 15 10 5 0 29-Abr 2-Mai 5-Mai 8-Mai 11-Mai 14-Mai 17-Mai 20-Mai 23-Mai 26-Mai 29-Mai 1-Jun 4-Jun 7-Jun 10-Jun 13-Jun 16-Jun

Temp. Maxima

Temp. Minima

Fig. 1 Temperaturas do ar (Mximas e Mnimas).

As temperaturas mximas atingiram valores muito elevados, acima dos 35 C, o que prejudicou a produo devido ao espigamento de algumas alfaces.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) AO AR LIVRE

Durante o perodo em que a cultura esteve instalada foram realizadas algumas operaes culturais, como vrias regas, fertilizaes e tratamentos fitossanitrios. A aplicao de adubo foi efectuada atravs de adubao foliar (quadro 1).

Quadro 1-Adubaes realizadasData 02 e 19 de Maio de 2003 12 de Maio de 2003 Adubo Fos-Pot (LLT) (3L ha-1 ) Nutriquisa 12-4-6 (250 mL hl-1 )

As pragas e doenas detectadas durante o desenvolvimento da cultura foram as roscas (Agrotis segetum Den &Scgiff.), a podrido cinzenta (Botrytis cinerea Pers) e as lagartas (Autographa gamma L.) (Carvalho et al., 2001). No combate a estas pragas e doena foram realizados os tratamentos descritos no quadro 2. Quadro 2 Tratamentos efectuados ao longo do ciclo da culturaData 08 de Maio de 2003 02 e 19 de Maio de 2003 23 e 27de Maio de 2003 Doena ou praga Rosca Podrido cinzenta Lagartas Tratamento Karate (lambda-cialotrina) (40 ml hl-1 ) Rovral (iprodiona) (150 g hl-1 ) Turex (Bacillus thuringiensis) (100g hl-1 )

A colheita iniciou-se no dia 04 de Junho e terminou a 17 de Junho de 2003.

3 - Apresentao e discusso dos resultados Nas figuras seguintes apresentam-se os resultados obtidos no ensaio.0.6

a0.5 0.4 Peso (kg) 0.3 0.2 0.1 0 JoannaNUN 0008 LT Teide NUN 5308 Leny

a ab abc c ab

DuceyNUN 5309

NUN 5304

Caterina

Fig. 2 Efeito da cultivar sobre o peso mdio da alface.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) AO AR LIVRE

80 70 Produo (ton/ha) 60 50 40 30 20 10 0 Joanna- Teide - NUN NUN 0008 5308 LT Leny Ducey- NUN NUN 5304 5309 Caterina

a a b b b b

a a ab ab a a

Produo Total

Produo Comercializvel

Fig. 3 Efeito mdio da cultivar sobre a produtividade da alface.

De acordo com as figuras 2 e 3 as cultivares Joanna (NUN 0008 LT), Ducey (NUN 5309), NUN 5304 e Caterina foram as mais produtivas e as que apresentaram o maior peso mdio da alface. A produo comercializvel das referidas cultivares situou-se entre 54,42 t ha -1 e 67,22 t ha -1 e o peso mdio de cada alface entre 451 g e 532 g.

4 - Concluses A cultivar que obteve a menor produo foi a Teide-NUN 5308, que no apresentou diferenas significativas relativamente s cvs. Leny e Nun 5304. Na cv. NUN 5304 surgiram algumas plantas que apresentaram um fraco desenvolvimento vegetativo, no atingindo o calibre mnimo para a comercializao.

5 Bibliografia Carvalho, A.; Rodrigues, A. S.; Miranda. C. S.; Miranda. C. S.; Gonalves. L. (2001). Manual de proteco integrada de culturas hortcolas. Edio Associao Interprofissional de Horticultura do Oeste. Cermeo, Z. S. (1998). Pronturio do Horticultor. Biblioteca Agrcola Litexa. Lisboa. Costa, J. M. G. (1989). A Cultura da Alface. Direco Regional de Agricultura do Algarve. Centro de Experimentao Horto-Frutcola do Pataco. Gard, A.; Gard, N. (1988). Culturas Hortcolas. Nova Coleco Tcnica Agrria. Clssica Editora. Lisboa.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFAREGATO, Mariana Augusta Duarte*; GUERREIRO, Idlia Manuela; SILVA, Osvaldo Pantaleo; DRES, Jos Manuel Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 * e-mail: [email protected]

Projecto n 347 Aco 8.1 do PO AGRO. Resumo Este ensaio teve como objectivo estudar o comportamento de quatro cultivares (cvs.) (Triathlon, Taverna, Vanity e Floreal) de alface em estufa, na regio de Beja. Concluiu-se que as cvs. apresentaram uma boa produo comercializvel: Triathlon 73,47 t ha-1 , Vanity 65,47 t ha -1 , Floreal 68,3 t ha -1 e Taverna 48,37 t ha -1 . A cultivar Taverna foi a que, nas condies em que decorreu o ensaio, demonstrou maior sensibilidade ao espigamento levando a que o seu perodo de colheita tenha sido mais reduzido, sendo as mais resistentes a Triathlon, a Vanity e a Floreal. Esta ltima foi a nica cultivar atacada por tripes, aps o incio da colheita. As cultivares Vanity e Taverna foram as mais sensveis podrido cinzenta na fase final da cultura.

Palavras chave: alface, cultivares, estufa.

1 Introduo A escassa informao relativa ao comportamento de culturas hortcolas na regio de Beja, tem feito com que o Centro Hortofrutcola da Escola Superior Agrria de Beja realize alguma experimentao neste tipo de culturas. O interesse pela horticultura nesta regio, ainda pouco direccionada para esta vertente agrcola, tem vindo a crescer nos ltimos anos tornando-se assim, necessrio fornecer aos interessados toda a informao base, como a adaptao de cultivares, pocas de plantao, datas de sementeira, compassos, etc.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

A alface pode ser produzida em estufa ou ao ar livre e sem grandes exigncias culturais. Cultiva-se em quase todos os tipos de solo e ao longo de todo o ano. Neste caso, so apresentados os resultados obtidos num ensaio de cultivares de alface em estufa.

2 Material e Mtodos O ensaio realizou-se numa estufa de tecto semicilndrico e paredes rectas, de estrutura metlica e cobertura de polietileno tratado com uma espessura de 0,45 mm, ocupando uma rea de 240 m2 . O arejamento esttico e manual, efectuado atravs de janelas laterais colocadas a todo o comprimento da estufa. Utilizaram-se quatro cultivares de alface (Triathlon, Taverna, Vanity e Floreal), cujas caractersticas se passam a descrever. Relativamente Floreal no se encontraram dados disponveis na bibliografia consultada.

Triathlon Batvia de cor clara e muito brilhante. Desenvolve um sistema radicular muito forte e atinge peso e volume elevados. uma cultivar de ciclo curto com facilidade de adaptao a condies muito diversas. Apresenta forte resistncia ao espigamento, pouco sensvel ao Tip Burn, tolerante ao vrus do mosaico da alface e resistente ao mldio.

Taverna Cultivar do tipo Batvia de colorao mdia brilhante. volumosa, pesada e resistente ao transporte. Apresenta um rpido crescimento e porte semi erecto. resistente Brmia NL 1-16, 19, 21 e LMV.

Vanity Batvia de cor clara. uma cultivar volumosa, resistente ao LMV e tolerante no s ao espigamento e como tambm ao Tip burn.

Na figura 1 apresenta-se as temperaturas mximas e mnimas registadas no interior da estufa durante o decorrer do ensaio.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

Como se pode verificar a temperatura mxima variou entre os 27 e os 44 C. A temperatura mnima variou entre os 8 e os 18 C.50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 02-Abr 04-Abr 08-Abr 10-Abr 14-Abr 16-Abr 21-Abr 23-Abr 28-Abr 30-Abr 05-Mai 07-Mai 09-Mai 12-Mai 14-Mai 16-Mai 20-Mai 22-Mai

Temperatura (C)

Temp. Maxima

Temp. Minima

Fig. 1 Temperaturas Mximas e Mnimas da estufa.

As temperaturas altas que ocorreram foram as responsveis pelo espigamento de algumas alfaces, principalmente da cv. Taverna. O ensaio foi instalado em blocos completamente casualizados, com quatro repeties. Realizou-se uma escarificao, uma desinfeco do solo com o insecticida Furadan 5G (carbofuro) e por fim uma fresagem. Aps a preparao do terreno procedeu-se instalao do sistema de rega gota-a-gota. Utilizou-se fita de rega com gotejadores distanciados de 0,30 m, com o dbito unitrio de 0,98 L h-1 . A transplantao da alface foi efectuada, manualmente, no dia 27 de Maro de 2003. O compasso de plantao utilizado foi o de 50 cm x 30 cm em linhas pareadas. A rea de cada talho era de 6,6 m2 com 88 plantas, conduzindo a uma densidade de plantao de 133 300 plantas ha -1 . As operaes culturais realizadas ao longo do ensaio foram uma sacha a 14 de Abril de 2003, vrias regas, fertilizaes e tratamentos fitossanitrios. A aplicao de adubo foi efectuada atravs de fetirrega e adubao foliar (quadro 1). Quadro 1-Adubaes realizadasData 28 de Maro, 08, 15 e 24 de Abril de 2003 (fertirrega) 11 de Abril de 2003 (adubao foliar) Adubo Fos-Pot (LLT) (3 L ha-1 ) Nutriquisa 12-4-6 (250 mL hL-1 )

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

No decorrer do ensaio a cultura foi atacada por roscas ( grotis segetum Den &Scgiff.), A podrido cinzenta ( Botrytis cinerea Pers), lagartas (Autographa gamma L.), mldio (Bremia lactucae Regel) e trips da Califrnia ( Frankliniella occidentalis Pergante) (Carvalho et al., 2001). Os ataques mais importantes foram a rosca logo a seguir transplantao e as lagartas que comearam a surgir prximo da poca de colheita. No combate a estas pragas e doenas foram realizados os tratamentos descritos no quadro 2. O ataque de trips apenas se verificou na cultivar Floreal, aps o incio da colheita. No foram realizados quaisquer tratamentos no combate a esta praga devido ao intervalo de segurana dos produtos.

Quadro 2 Tratamentos efectuados ao longo do ciclo da culturaData 2 e 11 de Abril de 2003 16 de Abril de 2003 21 de Abril de 2003 2 e 7 de Maio de 2003 Doena ou praga Rosca Podrido cinzenta Mldio Lagartas Tratamento Karate (lambda-cialotrina) (40 mL hL-1 ) Rovral (iprodiona) (150 g hL-1 ) Mancozan (mancozebe) (200 g hL-1 ) Turex (Bacillus thuringiensis) ( ml hL-1 )

A colheita iniciou-se no dia 08 de Maio e terminou a 22 de Maio de 2003.

3 - Apresentao e discusso dos resultados Atravs do quadro 3 pode-se verificar que no houve diferenas significativas em qualquer dos parmetros analisados.

Quadro 3 Anlise de varincia da produo total e do peso mdio da alfaceOrigem de variao Repetio Cultivar Nota: n.s - p>0,05 Produo total 0.12 n.s. Produo comercializvel 0.31 n. s. Peso mdio da alface 0.12 n.s.

O peso mdio das alfaces variou entre os 0,538 kg da cultivar Vanity e os 0,6 kg da cultivar Triathlon (figura 2).

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

Atravs da figura 3 pode-se verificar que todas as cultivares apresentaram uma boa produo comercializvel (Triathlon - 73,47 t ha -1 , Vanity - 65,47 t ha -1 , Floreal - 68,3 t ha -1 e Taverna - 48,37 t ha -1 ).

0,61 0,6 0,59 0,58 0,57 0,56 0,55 0,54 0,53 0,52 0,51 0,5 Triathlon Vanity Floreal Taverna Cultivares

80 70 60 50 40 30 20 10 0 Triathlon Vanity Floreal Taverna CultivaresProduo Total Produo Comercializvel

Fig. 2 Peso Mdio da Alface.

4 Concluses Todas as cvs. apresentaram uma boa produtividade, sem diferenas significativas entre elas. A cultivar Taverna foi a que, nas condies em que decorreu o ensaio, demonstrou maior sensibilidade ao espigamento, levando a que o seu perodo de colheita tenha sido mais reduzido. A Floreal foi a nica cultivar atacada por trips, mas j depois de ser ter iniciado a colheita. As cultivares Vanity e Taverna foram as mais sensveis podrido cinzenta na fase final da cultura. As cultivares Triathlon, Vanity e Floreal mostraram-se resistentes ao espigamento.

5 Bibliografia Carvalho, A.; Rodrigues, A. S.; Miranda. C. S.; Miranda. C. S.; Gonalves. L. (2001). Manual de proteco integrada de culturas hortcolas. Edio Associao Interprofissional de Horticultura do Oeste.

Produo (ton/ha)

Peso (kg)

Fig. 3 Produo Total e Produo Comercializvel.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

ESTUDO DA INFLUNCIA DE DIFERENTES DATAS DE PLANTAO EM COUVE BRCULO PARA INDSTRIA (2003/2004)REGATO*, Mariana Augusta Duarte; GUERREIRO, Idlia Manuela; SILVA, Osvaldo Pantaleo; DRES, Jos Manuel Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 *e-mail: [email protected]

Projecto n 347 Centro Hortofrutcola - Aco 8.1 do PO AGRO. RESUMO Foi realizado um ensaio em couve brcolo instalado em blocos completamente casualizados, com quatro repeties. Pretendeu-se estudar o efeito de duas datas de plantao, em trs cultivares de couve brcolo (Lord, Marathon e Pentathlon) no peso e dimetro mdios da inflorescncia e na produo final. Concluiu-se que a plantao efectuada na 1 data (9 de Outubro de 2003) apresentou vantagens em relao 2 data (23 de Outubro de 2003), relativamente ao peso e dimetro da inflorescncia e em relao produtividade. As inflorescncias da 2 data apresentaram um espigamento precoce, devido s altas temperaturas, que ocorreram na altura da maturao. Palavras chave: couve brcolo, datas de plantao, cultivares para indstria. 1 - INTRODUO As couves so das espcies hortcolas mais importantes na nossa dieta alimentar. Existe uma grande diversidade de tipos, tais como: couve Portuguesa, Penca, Lombarda, Brcolo, Flor, Tronchuda, Chinesa, Bruxelas e Spitzkkool (Carvalho et al., 2001). A sua procura tem tido um grande aumento junto dos consumidores portugueses nos ltimos anos.37

ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

A couve brcolo (Brassica oleracea L. var. italica Plenck) pertence famlia das crucferas e ao gnero brassica. Esta couve desenvolve inflorescncias verdes, centrais e compactas rodeadas por outras mais pequenas, que surgem aps o corte da principal (Biggs, 1980). Cultiva-se em todo o pas, mas na regio do Ribatejo-Oeste que encontra as melhores condies edafo-climticas para o a sua expanso (Carvalho et al., 2001). uma cultura, cuja explorao intensiva no Ribatejo se realiza h mais de duas dcadas, ultrapassando actualmente os 1000 hectares. A importncia da cultura do brcolo tem aumentado devido ao interesse das indstrias de congelados, do mercado em fresco, da necessidade de rotao cultural, surgindo tambm como complemento econmico das exploraes (Frutas, Legumes e Flores, 1999). Este ensaio foi realizado no s devido importncia que a cultura apresenta para consumo interno e externo (principalmente Europa), mas principalmente devido aos poucos dados existentes sobre a cultura no Baixo Alentejo. 2 - MATERIAL E MTODOS 2.1 - Local do ensaio O ensaio foi realizado ao ar livre no Centro Hortofrutcola da Escola Superior Agrria de Beja. 2.2 Condies climticas140 120 100 80 20 60 15 40 20 0 01-15 Fev. 01-15 Nov. 16-30 Nov. 01-15 Out. 16-31 Out. 01-15 Dez. 16-31 Dez. 16-29 Fev. 01-15 Jan. 16-31 Jan. 10 5 0 40 35 30 25 Prec. T mx T md T min

Fig. 1- Temperaturas e precipitao registadas durante o ensaio (COTR). Apresenta-se na figura 1, a precipitao acumulada por 15 dias, assim como as temperaturas mnimas, mdias e mximas, ocorridas por quinzena, durante os meses em que decorreu o ensaio.38

ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

2.3 - Preparao do solo Na preparao do solo foi realizada uma escarificao cruzada (03/10/03), s eguida de uma adubao de fundo (600 kg ha -1 de 8-8-8 + 25 % de matria orgnica). Armou-se o terreno em camalhes.

2.4 - Controlo de infestantes Para o controlo de infestantes, em pr-emergncia, foi aplicado o herbicida (oxifluorfene 24 %) na concentrao de 1,5 L por hectare (07/10/03). O herbicida foi aplicado logo aps a passagem da fresa, para aproveitar o teor de humidade do solo, o que melhora a sua eficcia.

2.5 - Rega No ensaio foi utilizada a rega por asperso. Aps a preparao do terreno, procedeu-se colocao de aspersores-360 (08/10/03), mveis e distanciados de 8 m. Procedeu-se rega, tendo em conta as condies climticas e o desenvolvimento da cultura.

2.6 - Delineamento experimental O ensaio foi instalado em blocos completamente casualizados, com 4 repeties, ocupando2 cada talho uma rea de 8,4 m . A rea total do ensaio, incluindo as bordaduras, foi de 434

m2 .

2.7 - Plantao A plantao foi realizada manualmente devido s caractersticas do ensaio. O compasso de plantao foi de 50 cm x 50 cm no mesmo camalho formando uma linha pareada. A distncia entre camalhes foi de 140 cm atingindo-se, assim, uma densidade de plantao por hectare de 28 500 plantas. Foram realizadas duas datas de plantao: 1 Data de plantao: 09 de Outubro de 2003 2 Data de plantao: 23 de Outubro de 2003

Nota: as plantas de ambas as datas de plantao foram provenientes dos viveiros VIDAVERDE.

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

2.8 - Adubao de cobertura (segundo a ficha tcnica da Bonduelle) O calendrio de adubaes foi seguido sempre que as condies climticas o permitiram (quadro 1). Quadro 1 Adubaes de cobertura efectuadas cultura para cada data de plantao Primeira data de plantao 20 de Outubro de 2003 240 kg ha-1 de 7-21-21 29 de Outubro de 2003 210 kg ha-1 de Nitrolusal 27% 18 de Novembro de 2003 195 kg ha-1 de Nitrolusal 27% Segunda data de plantao 03 de Novembro de 2003 250 kg ha-1 de 7-21-21 12 de Novembro de 2003 210 kg ha-1 de Nitrolusal 27% 05 de Dezembro de 2003 195 kg ha-1 de Nitrolusal 27%

Nota: O adubo 7-21-21 foi incorporado atravs de uma sacha.

2.9 - Tratamentos fitossanitrios As pragas mais significativas durante o decorrer do ensaio foram as lesmas e os caracis (tratamento com 50 % mercaptodimetur), seguindo-se a lagarta da couve e a mosca branca (tratamento com lambda-cialotrina). No foram detectadas quaisquer doenas, tendo o xido de cobre sido utilizado apenas para prevenir o aparecimento de fungos (quadro 2). Quadro 2 Tratamentos fitossanitrios efectuadas cultura para cada data de plantao Primeira data de plantao 10 de Outubro de 2003 50 % Mercaptodimetur misturado em farelos 17 e 24 de Outubro de 2003 Lambda-cialotrina (40 mL hL-1 ) 24 de Outubro de 2003 50 % Mercaptodimetur misturado em farelos 07 de Novembro de 2003 40 % de Oxicloreto de cobre (300 g hL-1 ) 18 de Novembro de 2003 Deltametrina (30 mL hL-1 ) Segunda data de plantao 24 de Outubro de 2003 Lambda-cialotrina (40 mL hL-1 ) 24 de Outubro de 2003 50 % Mercaptodimetur misturado em farelos 07 de Novembro de 2003 40 % de Oxicloreto de cobre (300 g hL-1 ) 18 de Novembro de 2003 Deltametrina (30 mL hL-1 )

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

2.10 - Colheita As colheitas foram efectuadas quando as inflorescncias atingiram o seu mximo desenvolvimento e apenas se contabilizaram as inflorescncias principais, devido a exigncias da fbrica (quadro 3). Quadro 3 Datas de colheita efectuadas para cada data de plantao Primeira data de plantao 13, 16, 19, 23, 28 de Janeiro e 03 de Fevereiro de 2004 Segunda data de plantao 03, 06 e 13 de Fevereiro de 2004

3- APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS

Os parmetros observados foram: - peso e dimetro da inflorescncia - produtividade ha-1

O tratamento estatstico consistiu na ANOVA e comparao de mdias pelo teste de Duncan. Apresentam-se os resultados, apenas relativamente aos parmetros que apresentaram na diferenas estatisticamente significativas na ANOVA.

Peso inflorescnciaa 700 600 500 400 300 200 100 0 1 data 2 data Data de plantao Fig. 2 Efeito da data de plantao no peso da inflorescncia. b

(g)

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

De acordo com a figura 2, na 1 data de plantao em 9 de Outubro o peso mdio da inflorescncia foi superior ao da 2 data em 23 de Outubro, apresentando um valor de 603 g na 1 e de 358 g na 2.

Peso inflorescnciaa a

490 475 460 (g) 445 430 415 400

a

Penthlon

Marathon Cultivar

Lord

Fig. 3 Efeito da cultivar no peso da inflorescncia.

Observando a fig. 3, verifica-se que no houve diferenas estatisticamente significativas entre as trs cultivares, relativamente ao peso da inflorescncia.

Dimetroa

25 20 15 10 5 0 1 data Data de plantao

b

(cm)

2 data

Fig.4 Efeito da data de plantao no dimetro da inflorescncia.

No que diz respeito ao dimetro da inflorescncia, o valor mdio mais elevado (22,5 cm) foi registado na 1 data de plantao, sendo o da 2 data apenas de 19,4 cm (fig. 4).

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

Dimetro25 20 (cm) 15 10 5 0 Penthlon Marathon CultivarFig.5 Efeito da cultivar no dimetro da inflorescncia. a a a

Lord

No se verificaram diferenas estatisticamente significativas no dimetro da inflorescncia entre as trs cultivares em estudo (fig. 5).

Produoa

(t ha )

20 15 10 5 0 1 data

b

-1

2 data

Data de plantaoFig. 6 Efeito da data de plantao na produtividade. Na primeira data de plantao, obteve-se a maior produtividade mdia (17,2 t ha -1 ), comparativamente com a da 2 data que foi apenas de 10,2 t ha -1 (fig. 6).

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ESTUDO DE CULTIVARES DE ALFACE (Lactuca sativa L.) EM ESTUFA

Produo14 13,8 13,6 13,4 13,2 13a a a

(t ha )

-1

Penthlon

Marathon Cultivar

Lord

Fig. 7 Efeito da cultivar na produtividade.

No se verificaram diferenas estatisticamente significativas entre as trs cultivares, no que respeita produtividade (fig.7).

4- CONCLUSES - A data de plantao influenciou o peso, o dimetro da inflorescncia e a produtividade - A plantao efectuada em na 1 data a 09 de Outubro de 2003 apresentou vantagens relativamente 2 data em 23 de Outubro de 2003. - As inflorescncias da 2 data apresentaram um espigamento precoce devida s temperaturas altas, que se fizeram sentir na altura da maturao (fig 1).

5- BIBLIOGRAFIA Biggs, T. (1980). Culturas Hortcolas. 2 edio. Coleco EUROAGRO. Publicaes Europa Amrica. Lisboa. Carvalho, A.; Rodrigues, A. S.; Miranda. C. S.; Miranda. C. S.; Gonalves. L. (2001). Manual de Proteco Integrada de Culturas Hortcolas. Edio Associao

Interprofissional de Horticultura do Oeste. Frutas Legumes e Flores. A Revista para Profissionais. (1999). TB CONSEIL. Lisboa.

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2002)REGATO, Mariana Augusta Duarte*; SILVA, Osvaldo Pantaleo; SOUSA, Rui Maia; GUERREIRO, Idlia Manuela; DRES, Jos Manuel Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 *e-mail: [email protected]

Projecto n 347 Centro Hortofrutcola - Aco 8.1 do PO AGRO. Resumo Efectuou-se o acompanhamento do ciclo vegetativo de algumas cultivares (cvs.) de figueira (Ficus carica) produtoras de figos lampos e vindimos, instaladas num pomar da Escola Superior Agrria de Beja, de modo a estudar-se o seu comportamento nesta regio. Observaram-se os estados fenolgicos e fez-se uma anlise da produtividade e qualidade dos frutos. Os resultados obtidos permitiram concluir que nas condies em que decorreu o ensaio, a cv. Lampa Preta foi a nica que produziu figos lampos de boa qualidade. Relativamente aos figos vindimos a cv. Pingo de Mel apresentou a produo mais elevada, mas os frutos de melhor qualidade (peso, calibre e caractersticas organolpticas) foram produzidos pela cv. Bbera Branca.

Palavras chave: figos lampos e vindimos, estados fenolgicos, produtividade, qualidade. 1 Introduo O ensaio realizou-se num pomar de regadio da Escola Superior Agrria de Beja (ESAB), onde se encontram implantadas algumas cultivares de figueira num compasso de 8 x 6 m, ocupando uma rea de 0,25 ha (Regato, 1996). No que respeita ao Alentejo, na regio de Moura que predominam os pomares desta espcie, destinados principalmente produo de figo para secar (Saraiva, 1992). Dado tratar-se de uma cultura com aptido nesta regio e no existirem muitos dados acerca do seu comportamento, pretendeu-se com este trabalho recolher alguma informao relativamente s cultivares existentes no pomar da ESAB.

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2002)

Os dados apresentados referem-se apenas ao perodo de Janeiro a Setembro de 2002.

2 Material e mtodos Relativamente aos figos lampos, observaram-se as cvs. Lampa Preta e Pingo de Mel, enquanto que no caso dos vindimos, as cvs. em estudo foram a Smirna, Pingo de Mel, Olho de Perdiz, Bbera Branca e Lampa Preta. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com trs repeties no caso das cultivares de figos vindimos. Relativamente s cvs. produtoras de figos lampos no foi possvel fazer o tratamento estatstico dos dados, uma vez que o nmero de rvores no o permitiu. Durante o decorrer do ensaio realizou-se a poda de produo e os trabalhos de manuteno do pomar. Durante o ciclo vegetativo fizeram-se observaes dos estados fenolgicos e aps a colheita dos frutos procedeu-se s seguintes determinaes: peso do fruto (g); dimetro longitudinal e transversal (mm); nmero de frutos kg-1; produo mdia rvore-1 (kg); produo total por cultivar (kg); produo ha -1 (kg) e grau Brix.

3- Apresentao e discusso dos resultados A figura 1 representa os estados fenolgicos observados de Janeiro a Setembro de 2002 relativamente s cvs. em estudo.

Fig. 1 Estados fenolgicos

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2002)

De acordo com a fig. 1, a actividade vegetativa das cvs. iniciou-se na primeira quinzena de Maro. Apenas as cvs. Lampa Preta, Olho de Perdiz e Pingo de Mel apresentaram figos lampos. Verificou-se uma queda total dos figos na cv. Olho de Perdiz, uma queda parcial na cv. Pingo de Mel, no ocorrendo na cv. Lampa Preta. A maturao dos figos lampos iniciou-se em meados de Junho em ambas as cvs., embora a colheita da cv. Lampa Preta se tenha verificado mais cedo. O aparecimento dos figos vindimos surgiu no princpio de Maio na cv. Pingo de Mel e em meados de Maio nas outras cvs. Ocorreram quedas de frutos nas cvs. Lampa Preta e Olho de Perdiz, com mais intensidade nesta ltima. A colheita dos figos vindimos teve incio em meados de Agosto e prolongou-se at meados de Setembro, no caso das cvs. Bbera Branca, Pingo de Mel e Smirna, tendo sido interrompida devido a precipitaes abundantes que danificaram os figos. Apresentam-se no quadro 1, os resultados referentes aos figos vindimos. Quadro 1 Efeito da cultivar sobre o peso, dimetro transversal e longitudinal do fruto, nmero de frutos/kg e slidos solveis.Cultivar Peso do fruto (g) 67,68 A Dimetro transversal (mm) 51,93 A Dimetro longitudinal (mm) 67,14 A Slidos solveis (Brix) (%) 20,89 B Nmero de frutos kg-1 14,67 D

Bbera Branca

Smirna 46,94 B 48,34 B 41,38 B 20,09 B 21,33 C Pingo de Mel 46,14 B 47,00 BC 49,08 B 21,22 AB 21,67 BC Lampa Preta 40,34 BC 46,69 BC 44,95 B 24,00 A 24,89 AB Olho de Perdiz 35,91 C 44,07 C 42,64 B 22,50 AB 27,89 A Nota: Valores mdios seguidos da mesma letra no diferem entre si de forma significativa (Teste de Duncan).

Da anlise do quadro 1, destaca-se que a cv. Bbera Branca apresentou frutos com maior peso e calibre, diferindo estatisticamente das outras cvs. O peso mdio do fruto da cv. Bbera Branca (67,68 g) foi superior ao verificado num ensaio realizado no Algarve, onde se obteve o valor de 47 g para o fruto da referida cv. (Leal, 1999). Relativamente ao grau Brix, enquanto que no Algarve a cv. Bbera Branca apresentou um valor de 29 % (Leal, 1999), neste ensaio obteve apenas 20,89 %. A cultivar que obteve o grau Brix mais elevado foi a Lampa Preta (24 %), no diferindo estatisticamente das cvs. Pingo de Mel e Olho de Perdiz. A cultivar Olho de Perdiz apresentou o menor peso do fruto, no diferindo da cv. Lampa Preta. de referir que a cv. Pingo de Mel (46,14 g) obteve um peso mdio do fruto mais elevado neste ensaio do que no Algarve (30 g) (Leal, 1999).

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2002)

O coeficiente de variao de 60,13 % que se obteve quando se fez a anlise de varincia das produes no permitiu detectar diferenas estatisticamente significativas entre as cultivares. Desta forma, apresentam-se no quadro 2 os resultados no tratados estatisticamente. Quadro 2 - Valores mdios das produes obtidas nas cultivares produtoras de figos vindimosCultivar Bbera Branca Smirna Pingo de Mel Lampa Preta Olho de Perdiz Produo mdia /rvore (kg) 8,2 13,6 25,6 2,7 9,5 Produo total (kg) 65,8 81,3 204,6 16,1 37,8 Produo ha-1 (kg) 1711,8 2818,4 5320,6 559,5 1967,7

Como se pode observar no quadro 2, a cv. Lampa Preta apresentou uma produo mdia/rvore muito baixa e com pouca qualidade, o que est de acordo com Leal (1999). A cv. Pingo de Mel apresentou uma produo mdia/rvore mais elevada do que no Algarve (20,1 kg), enquanto que a cv. Bbera Branca apresentou um valor ligeiramente mais baixo relativamente ao obtido naquele ensaio (10,9 kg) (Leal, 1999). Quadro 3 - Valores mdios referentes aos parmetros observados nas cultivares produtoras de figos lampos (no tratados estatisticamente).Cultivar Peso do fruto (g) 53,79 87,97 Dimetro Dimetro transvers longitudinal al (mm) (mm) 66,29 44,66 74,56 55,90 Slidos solveis (Brix) 22,38 20 Nmero de frutos kg-1 18 11 Produo Produo Produo rvore -1 total ha-1 (kg) (kg) (kg) 1,1 8,9 232,4 15,6 93,7 3246,9

Pingo de Mel Lampa Preta

Embora nalgumas regies, como por exemplo no Algarve, a cv. Pingo de Mel produza apenas figos vindimos, em Beja tambm produz figos lampos de qualidade, apresentando, no entanto, uma produo baixa (quadro 3). A cv. Lampa Preta apresentou uma produo mdia rvore-1 mais elevada e frutos de maior peso e calibre do que no ensaio realizado no Algarve, onde se obtiveram os valores de 1,1 kg para a produo mdia rvore-1 e de 28 g para o peso de fruto (Leal, 1999).

5 Bibliografia Leal, P. M. (1999). Estudo do Comportamento de Variedades de Figueira (Ficus carica L.) para a Produo de Figo Fresco. Relatrio de Estgio Curricular em Engenharia Tcnica de Produo Vegetal. Escola Superior Agrria de Beja. Beja. Regato, M. (1996). Caracterizao do Pomar. Centro Horto-Frutcola da ESAB. Escola Superior Agrria de Beja. Beja. Saraiva, I. (1992). Fruticultura. Tecnologias Competitivas. Alcobaa.

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)REGATO, Mariana Augusta Duarte; SILVA, Osvaldo Pantaleo; SOUSA, Rui Maia; GUERREIRO, Idlia Manuela Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 314300 e-mail: [email protected]

Projecto n 347 Centro Hortofrutcola - Aco 8.1 do PO AGRO. Resumo Realizou-se o estudo da adaptabilidade de algumas cultivares (cvs.) de figueira, produtoras de figos lampos e vindimos, instaladas num pomar da Escola Superior Agrria de Beja, assim como, uma anlise da sua produtividade e qualidade dos frutos. Os resultados obtidos demonstraram que a cv. Lampa Preta foi a que apresentou a maior produo de figos lampos e as cvs. Pingo de Mel e Bbera Branca a de figos vindimos. Palavras chave: figos lampos e vindimos, estados fenolgicos, produtividade, qualidade.

1 Introduo A cultura da figueira (Ficus carica L.) ainda tem alguma representatividade no Alentejo, embora surja como uma cultura marginal em consociao, principalmente, com a oliveira. na zona de Moura onde predominam os pomares de figueira, alguns e xtremes, destinados produo de figos para secagem (Saraiva, 1992). Actualmente j existem alguns fruticultores da regio interessados nesta cultura, o que conduziu realizao deste trabalho, que consistiu na caracterizao e acompanhamento de algumas cultivares existentes no pomar do Centro Hortofrutcola da Escola Superior Agrria de Beja, como a Pingo de Mel, a Lampa Preta, a Bbera Branca, a Olho de Perdiz e a Smirna, que foram plantadas em 1995 num compasso de 8 x 6 m e ocupam uma rea de 0,25 ha (Regato, 1996). Pretende-se com este estudo obter dados sobre a adaptabilidade das cultivares na regio, atravs da observao dos estados fenolgicos, e tambm sobre a produtividade e qualidade dos frutos.

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)

Os resultados apresentados referem-se apenas ao perodo de Janeiro a Setembro de 2003, sendo, no entanto, de todo o interesse para a regio prolongar este trabalho por mais alguns anos, de modo a que se possam recolher informaes mais precisas.

2 Material e mtodos Relativamente aos figos lampos, observaram-se as cultivares Lampa Preta, Pingo de Mel e Olho de Perdiz, enquanto que no caso dos vindimos, as cvs. em estudo foram a Smirna, Pingo de Mel, Olho de Perdiz e Bbera Branca. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com trs repeties. Durante o decorrer do ensaio realizou-se a poda de produo. O controlo de infestantes foi efectuado com um destroador na entrelinha e aplicao de herbicida na linha. Realizaram-se os tratamentos fitossanitrios referidos no quadro 1.

Quadro 1 Tratamentos fitossanitrios efectuados no ano de 2003Data Doenas ou pragas Substncia activa

17 de Jan. e 10 de Fev. de 2003 05 de Mar. de 2003 02 e 24 de Abr. de 2003 30 de Jun. de 2003 22 de Out. de 2003 2 e 26 de Dez. de 2003* aplicado ao solo juntamente com acar amarelo

Fungos Formas hibernantes de insectos Alternaria Mosca do Mediterrneo Cochonilha e Mosca do Mediterrneo Fungos

Oxicloreto de cobre leo de Vero Iprodiona Fentio * Malatio Oxicloreto de cobre

O sistema de rega utilizado foi o de gota-a-gota com 2 gotejadores tuftif (8 litros por hora) por rvore. A rega foi efectuada consoante as leituras efectuadas nos tensimetros instalados nesta rea. Procedeu-se fertilizao de acordo com as anlises de terra e as anlises foliares, efectuando-se uma aplicao fraccionada dos adubos atravs da gua da rega (quadro 2).

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)

Quadro 2 Fertilizao efectuada no ano de 2003Data Quantidade Adubo

13-03-2003 13-05-2003 23-05-2003 04-06-2003 03-07-2003 30-07-2003 21-08-2003 24-09-2003

2 kg 4 kg 4 kg 4 kg 10 litros 5 kg 5 kg 5 kg

12 36 12 + 3 Mg + Microelementos 13 5 30 + 2 Mg + Microelementos 12 5 36 + Microelementos 12 5 36 + Microelementos 32 N 12 5 36 + Microelementos 13 5 30 + 2 Mg + Microelementos 13 0 46

Durante o ciclo vegetativo fizeram-se observaes dos estados fenolgicos e, relativamente aos figos lampos, da percentagem de figos que caram. Aps a colheita dos frutos procedeuse s seguintes determinaes: peso do fruto (g); dimetro longitudinal e transversal (mm); nmero de frutos kg-1 ; produo por rvore; produo por hectare e grau Brix. Efectuou-se ainda a determinao da produo comercializvel e no comercializvel dos figos lampos. 3- Apresentao e discusso dos resultados 3.1- Estados fenolgicos A figura 1 representa os estados fenolgicos observados de Janeiro a Setembro de 2003 relativamente s cvs. em estudo.

Fig. 1 Estados fenolgicos.

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)

De acordo com a fig. 1, a actividade vegetativa das cultivares iniciou-se entre a segunda quinzena de Fevereiro e a primeira quinzena de Maro. Apenas as cvs. Lampa Preta, Olho de Perdiz e Pingo de Mel apresentaram figos lampos. Verificou-se uma queda total dos figos lampos na cv. Olho de Perdiz e uma queda parcial nas cvs. Pingo de Mel e Lampa Preta. A maturao e a colheita dos figos lampos iniciou-se em meados de Junho em ambas as cvs.. O aparecimento dos figos vindimos surgiu nos princpios de Maio na cv. Pingo de Mel e em meados de Maio nas outras cvs.. Ocorreram quedas em grandes quantidades nos frutos das cvs. Lampa Preta e Olho de Perdiz. A colheita dos figos vindimos teve incio nos princpios de Agosto, relativamente cv. Pingo de Mel e em meados de Agosto nas outras cvs., prolongando-se at meados de Setembro, no caso das cvs. Bbera Branca, Pingo de Mel e Smirna, tendo sido interrompida devido a precipitaes abundantes que danificaram os figos, especialmente na cv. Bbera Branca que ainda apresentava uma grande quantidade de frutos.

3.2- Figos Lampos No que respeita aos figos lampos, a percentagem mdia dos figos que caram foi de 45,6 % na c.v. Lampa Preta, 62,9 % na c.v. Pingo de Mel e 100 % na c.v. Olho de Perdiz. Nas figuras de 2 a 6 apresentam-se os resultados obtidos relativamente aos figos lampos.

(g)

80 70 60 50 40 30 20 10 0 Lampa Preta Peso Unitrio 75,03 Pingo de Mel 52,20

aCultivares

a

Fig. 2- Efeito da cultivar sobre o peso unitrio do fruto.

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)

(mm)

80 70 60 50 40 30 20 10 0 Lampa Preta Diametro Longitudinal Diametro Transversal 81,40 51,67 Pingo de Mel 59,60 48,00 Cultivares

a a

b a

Fig. 3- Efeito da cultivar sobre o dimetro longitudinal e transversal do fruto.

Verifica-se (figs. 2 e 3) que as cultivares no apresentaram diferenas estatisticamente significativas em relao peso unitrio e ao dimetro transversal do fruto.24 20 16 (%) 12 8 4 0 Lampa Preta Slidos Solveis 20,77 a Cultivares Pingo de Mel 18,63 a

Fig. 4- Efeito da cultivar sobre os slidos solveis do fruto.

(kg)

18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Lampa Preta Produo/rvore Produo comercializavl Produo no comercializavl Cultivares 17,33 14,65 Pingo de Mel 0,96 0,68

a a a

b b b

2,68

0,28

Fig. 5- Efeito da cultivar sobre a produtividade rvore -1 .

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)

Observa-se (figs. 3, 4, 5, e 6) que a cv. Lampa Preta foi a mais produtiva (3604 kg ha -1 ) e a que apresentou frutos com maior dimetro longitudinal (81,40 mm), assim como, maior percentagem de slidos solveis (20,77 %).

(kg)

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 Lampa Preta Produo/ha 3604 a Cultivares Pingo de Mel 200 b

Fig. 6- Efeito da cultivar sobre a produtividade ha-1 .

Como se pode verificar atravs da fig. 6, a produo da cv. Pingo de Mel foi muito baixa (200 kg ha -1 ), o que se pode considerar normal, uma vez que ela fundamentalmente produtora de figos vindimos.

(N)

21 18 15 12 9 6 3 0 N frutos/kg

Lampa Preta 13 a Cultivares

Pingo de Mel 19 a

Fig. 7- Efeito da cultivar sobre o nmero de frutos kg -1 .

De acordo com a fig. 7, o nmero de frutos necessrio para atingir um quilograma foi superior na cultivar Pingo de Mel (19) do que na Lampa Preta (13), o que significa que os frutos da cv. Pingo Mel so mais pequenos como se pode observar na fig. 3.

55

COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)

3.3- Figos Vindimos

Apresentam-se de seguida (figs. 6 a 11), os resultados referentes aos diversos parmetros estudados, para as cvs. produtoras de figos vindimos.

80 70 60 50 (g) 40 30 20 10 0 Smirna Peso Unitrio 38,47 Pingo de Mel Olho de Perdiz Bbera Branca

b

43,57 b Cultivares

31,17

b

66,63

a

Fig. 8- Efeito da cultivar sobre o peso unitrio do fruto.

(mm)

80 70 60 50 40 30 20 10 0 Smirna Diametro Longitudinal Diametro Transversal 39,10 c 45,40 a Pingo de Mel 50,53 b 42,73 a

Olho de Perdiz 42,20 bc 41,73 a

Bbera Branca 74,57 a 46,60 a

Cultivares

Fig. 9- Efeito da cultivar sobre o dimetro longitudinal e transversal do fruto.

Verifica-se (figs. 8 e 9) que a cv. Bbera Branca apresentou o peso mais elevado (66,63 g), assim como, o maior dimetro longitudinal (74,57 mm) do fruto.

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)

24 20 16 (%) 12 8 4 0 Smirna Slidos Solveis 20,43 Pingo de Mel Olho de Perdiz 20,57 Bbera Branca 21,23

a

23,13

a

a

a

Cultivares

Fig. 10- Efeito da cultivar sobre os slidos solveis do fruto.

No se observaram diferenas estatisticamente significativas relativamente ao dimetro transversal e aos slidos solveis dos frutos (figs. 9 e 10). A cultivar mais produtiva foi a Pingo de Mel (7496 kg ha -1 ), que no deferiu estatisticamente da cv. Bbera Branca (4956 kg ha -1 ) (fig. 12). No caso da cv. Olho de Perdiz necessrio um maior nmero de frutos (32) para perfazer um quilograma, no diferindo das cvs. Smirna e Pingo de Mel onde se necessita de 26 e 23 frutos respectivamente (fig. 13). Esta situao est de acordo com a fig. 8, onde se observa que foram as referidas cvs. as que apresentam o menor peso unitrio do fruto.

40 35 30 25 (kg) 20 15 10 5 0 Smirna Produo/rvore 15,74 Pingo de Mel Olho de Perdiz 3,33 Bbera Branca

bc

36,04

a

c

23,83

ab

Cultivares

Fig. 11- Efeito da cultivar sobre a produtividade rvore -1 .

De acordo com a fig. 12, as cvs. menos produtivas foram a Olho de Perdiz (692,6 kg ha -1 ) e a Smirna (3274 kg ha -1 ).

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COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIO DE BEJA (2003)

8000 7000 6000 5000 (kg) 4000 3000 2000 1000 0 Smirna Produo/ha 3274 Pingo de Mel Olho de Perdiz Bbera Branca 7496

bc

a

692,6

c

4956 ab

Cultivares

Fig. 12- Efeito da cultivar sobre a produtividade ha-1 .

35 30 25 (N) 20 15 10 5 0 Smirna N frutos/kg 26 Pingo de Mel 23 Olho de Perdiz Bbera Branca 32

a

abCultivares

a

15

b

Fig. 13- Efeito da cultivar sobre o nmero de frutos kg -1 .

4 Concluses

Relativamente aos figos lampos, observou-se que a cv. Lampa Preta foi mais produtiva e a que apresentou os frutos de melhor qualidade. As cvs. Pingo de Mel e Bbera Branca obtiveram as produes mais altas de figos vindimos, sendo os frutos desta ltima os maiores e mais pesados.

5 Bibliografia Regato, M. (1996). Caracterizao do Pomar. Centro Horto-Frutcola da ESAB. Escola Superior Agrria de Beja. Beja. Saraiva, I. (1992). Fruticultura. Tecnologias Competitivas. Alcobaa.

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ESTUDO DA FLORAO DA NOGUEIRA NA REGIO DE BEJAHelena I. Manuel1 , Rui M. Sousa2 & Mariana D. Regato1 1 Escola Superior Agrria de Beja Rua Pedro Soares Apartado 158 7801-902-Beja Telefone: 284 3143002

Estao Nacional de Fruticultura Vieira Natividade Rua de Leiria 2460 059 Alcobaa Telefone: 262590680

Projecto n 347 Centro Hortofrutcola - Aco 8.1 do PO AGRO. Resumo O estudo da florao da nogueira, remete-nos a um problema que se tem vindo a verificar ultimamente: desfasamentos da florao masculina e feminina, impedido as rvores de produzirem em quantidade e qualidade. Este projecto tem como principais objectivos obter dados relativos florao masculina e feminina da nogueira, de modo a verificar-se a sua coincidncia e precocidade. Este projecto visa ainda obter dados acerca da polinizao cruzada. Neste trabalho sero apresentados e discutidos os resultados dos dados relativos florao masculina e feminina de cultivares instaladas na regio de Beja, mais precisamente no Monte da Raposinha e no Centro Horto frutcola da ESAB, e ainda a comparao da florao da nogueira na regio de Beja com a regio de Mrcia em Espanha e com cultivares instaladas em Frana.

Palavras Chave: Nogueira, estados fenolgicos, florao masculina, florao feminina, polinizao.

Abstract The study of the walnut tree flowering refers to a problem that has been noticed lately: a phase displacement between male and female flowering, which prevents the trees from producing quality products in large quantities. This project aims essentially at gathering data related to the male and female flowering of the walnut tree, so as to notice their coincidence and precocity. This project also intends to collect data concerning cross polinization.

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ESTUDO DA FLORAO DA NOGUEIRA NA REGIO DE BEJA

In this work, one will present and discuss the results of data related to the male and female flowering of some varieties settled in the region of Beja, namely in the Monte da Raposinha and in the Centro Horto - frutcola of the ESAB, as well as a comparison of the walnut tree flowering in the region of Beja and in the region of Mrcia, in Spain and with some varieties settled in France.

Key Words: Walnut tree, phenologic states, male flowering, female flowering, polinization

1-Introduo A nogueira uma rvore de grande importncia econmica, porque se cultiva principalmente para obteno de frutos (principalmente a espcie Juglans regia) fazendo dela uma das espcies de fruteiras mais rentveis actualmente

(www.ambient.ecologico.com). Actualmente Portugal atravessa uma fase crucial na procura de novas alternativas agricultura convencional, que possam permitir aos agricultores gerar fundos, que lhes garantam a subsistncia e a recuperao dos capitais que investiram (Regato et al., 1993), no entanto notvel a falta de experimentao e investigao neste campo. neste mbito que consiste este estudo: determinar o comportamento de vrias cultivares de nogueira face ao clima desta regio prevenindo que futuramente no se instalem cultivares desadequadas, salvaguardando assim o investimento de muitos nucicultores.

2-Material e Mtodos Este estudo baseia-se na observao dos estados fenolgicos da nogueira. Para tal, ao longo dos meses de Maro, Abril e Maio, foi efectuada a recolha de informao acerca da evoluo dos estados fenolgicos das diferentes cultivares do Monte da Raposinha e do centro Horto frutcola. As rvores foram marcadas aleatoriamente (3 rvores das cultivares Amigo, Chandler, Hartley, Howard, Lara, Pedro, Serr e Tulare, excepto a cultivar Cisco do centro Horto - frutcola e as cultivares Fernette e Trompito do Monte da Raposinha, que se marcou apenas duas e da cultivar Fernette apenas uma, devido a no existirem mais exemplares), as observaes foram realizadas duas vezes por semana.

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ESTUDO DA FLORAO DA NOGUEIRA NA REGIO DE BEJA

3 -Resultados e discusso

Seguidamente sero apresentadas tabelas com os dados relativos aos estados fenolgicos, desde a rebentao (estado Cf ) at ao incio da formao do fruto (estado Gf), a plena florao masculina corresponde aos estados Fm e Fm2 (figura 1), e a plena florao feminina aos estados Ff1 e Ff2 (figura 2). Os dados relativos florao masculina e feminina sero comparados por cultivar e entre as vrias cultivares para se verificar se existiu coincidncia de florao, estes dados sero ainda comparados com dados existentes na bibliografia, para se verificar se existem diferenas entre as cultivares em Portugal, Frana e Espanha. H ainda que salientar que as cultivares do centro Horto frutcola so relativamente novas, instaladas em 1996 (Amigo, Hartley, Pedro e Serr) e em 1998 (Cisco).

Fig. 1 Amentilho no estado Fm2.

Fig. 2 Flores femininas no estado Ff2.

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ESTUDO DA FLORAO DA NOGUEIRA NA REGIO DE BEJA

Quadro 1 Quadro de comparao da florao das diferentes cultivares no Monte da Raposinha, no Centro Horto - frutcola, em Frana (Germain et al., 1999) e em Mrcia Espanha (Lorente, 1990).

17/03

24/03

07/04

10/04

14/04

17/04

21/04

24/04

28/04

30/04

05/05

07/05

12/05

14/05

19/05

21/05

26/05

28/05

1? 1? 2? 2? 3? 3? 4? 4? 5? 5? 6? 6? 7? 7? 8? 8? 9? 9?1 0? 1 0? 1 1? 1 1? 1 2? 1 2? 1 3? 1 3? 1 4? 1 4? 1 5? 1 5? 1 6? 1 6? 1 7? 1 7?

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02/06

ESTUDO DA FLORAO DA NOGUEIRA NA REGIO DE BEJA

17/03

24/03

07/04

10/04

14/04

17/04

21/04

24/04

28/04

30/04

05/05

07/05

12/05

14/05

19/05

21/05

26/05

28/05

1 8? 1 8? 1 9? 1 9? 2 0? 2 0? 2 1? 2 1? 2 2? 2 2? 2 3? 2 3? 2 4? 2 4? 2 5? 2 5? 2 6? 2 6? 2 7?

Legenda: Rebentao Florao feminina Plena florao feminina Florao masculina Plena florao masculina Flores femininas de 2 gerao (Ff1, Ff2, Ff3 e Gf) ? ? Florao feminina Florao masculina

1 - Cultivar Amigo instalada no Centro Horto frutcola, com 7 anos. 2 - Cultivar Amigo instalada no Centro Horto frutcola, com 7 anos. 3 - Cultivar Amigo instalada em Mrcia Espanha, com 11 anos (Lorente, 1990). 4 - Cultivar Chandler instalada no Monte da Raposinha, com 4 anos, p-e J. nigra, reenxertada em Franquette. 5 - Cultivar Cisco instalada no Monte da Raposinha, com 3 anos, p-e J. nigra, reenxertada em Serr. 6 - Cultivar Cisco instalada no centro Horto frutcola, com 5 anos. 7 - Cultivar Cisco instalada no centro Horto frutcola, com 5 anos. 8- Cultivar Fernette in stalada no Monte da Raposinha, com 2 anos, p-e J. regia, reenxertada em Serr. 9 - Cultivar Fernette instalada em Frana (Germain et al., 1999). 10 - Cultivar Franquette instalada no Monte da Raposinha, com 11 anos, p-e J. regia. 11 - Cultivar Franquette in stalada em Frana (Germain et al., 1999). 12 - Cultivar Franquette instalada em Mrcia Espanha, com 11 anos (Lorente, 1990). 13 - Cultivar Hartley instalada no Monte da Raposinha, com 11 anos, p-e J. regia. 14 - Cultivar Hartley instalada no Centro Horto frutcola, com 7 anos. 15 - Cultivar Hartley instalada em Mrcia Espanha, com 11 anos (Lorente, 1990).

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ESTUDO DA FLORAO DA NOGUEIRA NA REGIO DE BEJA

16 - Cultivar Howard instalada no Monte da Raposinha, com 2 anos, p-e J. regia, reenxertada em Serr. 17 - Cultivar Lara instalada no Monte da Raposinha, com 7 anos, p-e J. regia. 18 - Cultivar Lara instalada no Monte da Raposinha, com 2 anos, p-e J. regia, reenxertada em Serr. 19 - Cultivar Lara instalada em Frana (Germain et al., 1999). 20 - Cultivar Pedro instalada no centro Horto frutcola, com 7 anos. 21 - Cultivar Pedro instalada no centro Horto frutcola, com 7 anos. 22 - Cultivar Pedro instalada em Mrcia Espanha, com 11 anos (Lorente, 1990). 23 - Cultivar Serr instalada no Monte da Raposinha, com 11 anos, p-e J. regia. 24 - Cultivar Serr instalada no centro Horto frutcola, com 7 anos. 25 - Cultivar Serr instalada em Mrcia Espanha, com 11 anos (Lorente, 1990). 26 - Cultivar Tulare instalada no Monte da Raposinha, com 2 anos, p-e J. regia, reenxertada em Serr. 27 - Cultivar Trompito instalada no Monte da Raposinha, com 1 ano, p-e J. regia, reenxertada em Serr. Nota 1: As clulas de fundo amarelo representam observaes retiradas da bibliografia. Nota 2: Existe desfasamento da florao das cultivares reenxertadas, principalmente devido idade destas.

Analisando o quadro 1 conclui-se que: Comparando as observaes efectuadas cultivar Amigo com as observaes de referncia, pode-se concluir que em Espanha esta cultivar foi mais precoce no que diz respeito florao feminina, registando-se ainda um curto perodo da florao masculina, o que no sucedeu no Centro Horto - frutcola, onde a florao feminina foi mais tardia e a florao masculina embora sendo mais precoce, registou-se durante um longo perodo de tempo (de 7 de Abril a 21 d