2a-VisAo Dos ClAssicos

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- O SÉCULO XVII NA FRANÇA - QUAL A VISÃO DOS CLÁSSICOS? -Aparentemente a palavra classicus está ligada etimologicamente a uma idéia marítima – classis: frota, ou classicis: patrícios (casta romana elevada que detinha e criava as leis!) e no século XVII classicus: clássico ou class; escolar/acadêmico. -A base deste classicismo sem dúvida é a retomada feita pelos humanistas do renascimento dos ideais greco-latinos, e se calca naquilo que os classicistas denominam cânones, isto é, regras. Boileau, na Arte Poética (1674) define as bases ideológicas da arte clássica - ordem, razão, equilíbrio, harmonia, objetividade, proporção, serenidade, disciplina – e fixa sete pontos desta “arte clássica” (a partir de Aristóteles e Horácio): 1- Verossimilhança: o crível ao invés do fabuloso; 2- Mimesis – imitação da natureza: o típico e universal; 3- Razão: bom senso; 4- Regras ou Cânones: as regras das três unidades (ação/espaço/tempo) – separação dos gêneros; 5- Modelos ideais: imitação dos gregos e latinos; 6- Conveniências: o agradar (uma das “leis clássicas” principais); 7- Função ou “Regras Morais”: não mais terror e piedade, mas uma “terna admiração”. E também a idéia do artista como artesão, que desaparece por detrás das regras e da obra. -A partir daí as bases materiais da cena francesa do século XVII se articulam em torno destes ideais monárquicos e aristocráticos, criando o teatro clássico com sua harmonia e beleza serena -O primeiro teatro – o “Hotel de Bourgogne” – já existente desde a idade média com a confraria da paixão. Em 1548 o rei proíbe as sacras representações e somente um repertório “profano” passa a ser encenado na sala. 1

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Texto de história do teatro

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- O SÉCULO XVII NA FRANÇA -

QUAL A VISÃO DOS CLÁSSICOS?

-Aparentemente a palavra classicus está ligada etimologicamente a uma idéia marítima – classis:

frota, ou classicis: patrícios (casta romana elevada que detinha e criava as leis!) e no século XVII

classicus: clássico ou class; escolar/acadêmico.

-A base deste classicismo sem dúvida é a retomada feita pelos humanistas do renascimento dos

ideais greco-latinos, e se calca naquilo que os classicistas denominam cânones, isto é, regras.

Boileau, na Arte Poética (1674) define as bases ideológicas da arte clássica - ordem, razão,

equilíbrio, harmonia, objetividade, proporção, serenidade, disciplina – e fixa sete pontos desta

“arte clássica” (a partir de Aristóteles e Horácio):

1- Verossimilhança: o crível ao invés do fabuloso;

2- Mimesis – imitação da natureza: o típico e universal;

3- Razão: bom senso;

4- Regras ou Cânones: as regras das três unidades (ação/espaço/tempo) – separação dos gêneros;

5- Modelos ideais: imitação dos gregos e latinos;

6- Conveniências: o agradar (uma das “leis clássicas” principais);

7- Função ou “Regras Morais”: não mais terror e piedade, mas uma “terna admiração”.

E também a idéia do artista como artesão, que desaparece por detrás das regras e da obra.

-A partir daí as bases materiais da cena francesa do século XVII se articulam em torno destes ideais monárquicos e

aristocráticos, criando o teatro clássico com sua harmonia e beleza serena

-O primeiro teatro – o “Hotel de Bourgogne” – já existente desde a idade média com a confraria

da paixão. Em 1548 o rei proíbe as sacras representações e somente um repertório “profano”

passa a ser encenado na sala.

-Primeira companhia do “Hotel” – 1610, Cia. Hardy – Valleran Lecomte e os três comediantes (Gros-Guillaume,

Gualtier-Garguile e Turlupin – “Os homens do Rei” – Mondory representa os papeis de Corneille, principalmente o

Cid. Em 1636 Mondory tem uma apoplexia.

-A 2ª troupe (1625 - os atores do Príncipe de Oranges sob o comando de Mondory e do

comediante Jodelet que se estabelecem no teatro do Marais).

-3ª Companhia – no Bourgogne - a companhia de Monfleury que, segundo os testemunhos da

época, “era um ator afetado, que olhava para onde pousava o chapéu, com medo de estragar as

plumas”.

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-As salas adaptadas – sala de tênis utilizada como teatro – Abraham Bosse (1630).

-3º teatro, o Petit-Bourbon – utilizado pelas companhias italianas e por Moliére (a companhia de

Scaramouche e o ilustre teatro a partir de 1658).

-4º teatro – o Petit-Cardinal ou Palais-Royal (1641). Reabre em 1660-61 – por Moliére.

-5ª A sala das máquinas – nas Tulherias – usada para óperas e comédias – ballets.

-6ª (1680) Teatro Real, ou a Comedie Française. União dos atores do Hotel de Bourgogne e da

companhia de Moliére.

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