3 - AIDS Em Crianças

75
Abordagem clínica sobre AIDS em Gestantes, Crianças e Adolescentes Profa. Maíra Gomes Monteiro

description

Bom

Transcript of 3 - AIDS Em Crianças

Page 1: 3 - AIDS Em Crianças

Abordagem clínica sobre AIDS em Gestantes, Crianças e Adolescentes

Profa. Maíra Gomes Monteiro

Page 2: 3 - AIDS Em Crianças

EPIDEMIOLOGIA

• BR 2003 a 2012:– aumento de 26,3% na taxa de detecção de HIV em

gestantes.

– redução no Sudeste de 4,3%

– aumento nas demais regiões:• 380,0% para o Norte, • 66,7% para o Nordeste, • 26,7% para o Centro-Oeste,• 23,4% para o Sul.

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes. Ministério da Saúde, 2014.

Page 3: 3 - AIDS Em Crianças

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes. Ministério da Saúde, 2014.

Page 4: 3 - AIDS Em Crianças

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes. Ministério da Saúde, 2014.

Page 5: 3 - AIDS Em Crianças

Abordagem de Gestantes

• Direitos sexuais e reprodutivos

• Planejamento familiar

• Aconselhamento pré-concepcional

Page 6: 3 - AIDS Em Crianças

Princípios gerais da TV

• Fatores virais– Carga viral– Subtipos virais• Subtipo C

• Fatores clínicos– Manifestações clínicas– Doenças oportunistas e co-infecções– DSTs

Page 7: 3 - AIDS Em Crianças

Princípios gerais da TV

• Fatores imunológicos– Contagem de CD4– Uso de TARV– Profilaxias

• Fatores comportamentais– Drogas ilícitas (danos vasculares placentários)– Reinfecção, aumento de CV, DSTs

Page 8: 3 - AIDS Em Crianças

Princípios gerais da TV

• Fatores obstétricos• Maior transmissão no 3º trimestre• Uso de TARV• Procedimentos invasivos• Tempo de ruptura das membranas• Manobras invasivas no parto• Via de parto: CESÁREA ELETIVA

• Fatores relacionados ao RN– Prematuridade– Baixo peso

• Fatores relacionados ao aleitamento materno

Page 9: 3 - AIDS Em Crianças

TARV

• Profilaxia– Independe de CD4

– Início precoce: entre 14ª e 28ª semana

– Suspensão após o parto a ser avaliada

Page 10: 3 - AIDS Em Crianças

Definição da via de parto

Indicação Obstétrica

Cesárea eletiva • QUEM?

– Sem profilaxia– Só AZT intraparto ou– CV>=1000 ou desconhecida– >34 semanas

• QUANDO? – Agendada para a 38ª sem de gestação

Page 11: 3 - AIDS Em Crianças

No parto...

Vaginal• AZT endovenoso:– Início do trabalho de parto até clampeamento do

cordão– Occitocina evitar trabalho de parto prolongado– Não realizar ordenha de cordão– Evitar fórceps ou vácuo– Evitar episiotomia

Page 12: 3 - AIDS Em Crianças

No parto...

Cesárea• AZT endovenoso– 3horas antes da cirurgia– Até a hora do nascimento

– Dose: • 1ª hora 2mg/kg• Depois: infusão contínua de 1mg/kg/hora

Page 13: 3 - AIDS Em Crianças

Após o parto...

• Manejo da TARV

• Suspensão da amamentação

• Inibição da lactação– Cabergolina 1mg VO em DU– Não usar estrogênio! TVP/TEP

Page 14: 3 - AIDS Em Crianças

CRIANÇAS E

ADOLESCENTES

Page 15: 3 - AIDS Em Crianças

EPIDEMIOLOGIA

• Desde 2002– Decréscimo dos casos de aids por TV, – Estabilização em patamares insatisfatórios, em

torno de 500 casos/ano em < 5 anos de idade.

• Atualmente– 3,5 por 100.000 habitantes.

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes. Ministério da Saúde, 2014.

Page 16: 3 - AIDS Em Crianças

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes. Ministério da Saúde, 2014.

Page 17: 3 - AIDS Em Crianças

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes. Ministério da Saúde, 2014.

Page 18: 3 - AIDS Em Crianças

EPIDEMIOLOGIA (BR)

Vertical: 78,3%

Transfusão de sangue: 14%

Drogas IV: 2,4%

Práticas sexuais: 0,7%

Page 19: 3 - AIDS Em Crianças

Ao nascimento

• Cuidados imediatos:

– Limpar imediatamente secreções

– Banho em água corrente

– Evitar traumatismos de mucosas em aspirações

Page 20: 3 - AIDS Em Crianças

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes. Ministério da Saúde, 2014.

Page 21: 3 - AIDS Em Crianças

Ao nascimento

• Alojamento

– Conjunto em tempo integral

Page 22: 3 - AIDS Em Crianças

Ao nascimento

• Não amamentação

– Fórmula infantil 6 ou 12m de vida

– PIG leite humano pasteurizado de banco de leite

– Contraindicados aleitamento cruzado ou pasteurização

domiciliar

Page 23: 3 - AIDS Em Crianças

Ao nascimento

• Alta da maternidade

– Consulta agendada em serviço especializado

– 1ª consulta nos primeiros 30d de vida

– Informações completas em cartão da criança e

resumo de alta da mãe

– Vacinação

– Notificação !!!

Page 24: 3 - AIDS Em Crianças
Page 25: 3 - AIDS Em Crianças
Page 26: 3 - AIDS Em Crianças

Após 4 semanas

• Profilaxia para P. jiroveci

– Oportunista mais frequente no 1º ano de vida

– Alta letalidade

Page 27: 3 - AIDS Em Crianças
Page 28: 3 - AIDS Em Crianças

Rotina de acompanhamento

• Consultas:– 1º semestre: mensal– 2º semestre: bimestral

• Análise biométrica

• Investigação de TORCHs, hepatites, sífilis, HTLV e Tuberculose

Page 29: 3 - AIDS Em Crianças

Rotina de acompanhamento

• Anamnese

• Exame físico detalhado

• Consultas com especialistas

• Acompanhamento laboratorial

Page 30: 3 - AIDS Em Crianças
Page 31: 3 - AIDS Em Crianças

Diagnóstico

Page 32: 3 - AIDS Em Crianças

Diagnóstico em crianças com menos de 18 meses

Page 33: 3 - AIDS Em Crianças
Page 34: 3 - AIDS Em Crianças
Page 35: 3 - AIDS Em Crianças

Diagnóstico em crianças com mais de 18 meses

Page 36: 3 - AIDS Em Crianças

Diagnóstico em > de 18 meses

Portaria nº 151, de 14 de outubro de 2009.

• Criança “não-infectada”– 1 amostra NR, ao se utilizar uma das metodologias da “Etapa I

– Triagem” (acs anti-HIV 1 e anti-HIV 2)

• Criança “infectada”– 1 amostra R na “Etapa I–Triagem” +

1 teste R da “Etapa II–complementar”– No caso de resultado reagente nas duas etapas, uma segunda

amostra devera ser submetida a Etapa I, para comprovação do diagnostico laboratorial.

Page 37: 3 - AIDS Em Crianças

Diagnóstico em > de 18 meses

• Teste Rápido– Situações especiais– Impossibilidade de realização de diagnóstico

laboratorial convencional

– 1 amostra NR = “não infectadas”– 2 amostras sequenciais R = “infectada”– 1 amostra R e 1 amostra NR = testar a 3º amostra

Page 38: 3 - AIDS Em Crianças
Page 39: 3 - AIDS Em Crianças

Questões éticas

Page 40: 3 - AIDS Em Crianças

• Quem autoriza o teste?

• Realizar o teste em adolescentes desacompanhados?

• Quando revelar o diagnóstico?

• Como revelar o diagnóstico?

• Como se relacionar na escola?

Page 41: 3 - AIDS Em Crianças
Page 42: 3 - AIDS Em Crianças

Quadro Clínico

Page 43: 3 - AIDS Em Crianças

Quadro Clínico

• Sinais precoces– Alterações no DNPM– Padrões distintos:• Assintomáticas até 12m• Doença súbita e grave entre 3-6m• Doença insidiosa entre 8-24m com progressão lenta• Doença apenas após 12a???

Progressor rápido 20%

Progressor lento 80%

Page 44: 3 - AIDS Em Crianças

Quando suspeitar?APRESENTAÇÕES

Infecções recorrentes de VAS (sinusite, otite)Pneumonias de repetiçãoMonilíase oral persistente

Diarréia recorrente ou crônicaDéficit ponderal e de estatura

Atraso no DNPMAdenomegalia generalizada

FOIHepatoesplenomegalia

Page 45: 3 - AIDS Em Crianças

IVAS 80%

Perda de peso ou desnu-trição 40%

Hepatomegalia 39%

PNM de repetição 33%

Monilíase oral recorrente 26%

Esplenomegalia 25%

Febre intermitente 23%

Parotidite crônica 8% Púrpura 5%

Page 46: 3 - AIDS Em Crianças

Classificação da Infecção pelo HIV em crianças

Page 47: 3 - AIDS Em Crianças

Categorias Imunológicas

Page 48: 3 - AIDS Em Crianças
Page 49: 3 - AIDS Em Crianças
Page 50: 3 - AIDS Em Crianças
Page 51: 3 - AIDS Em Crianças
Page 52: 3 - AIDS Em Crianças

Principais Apresentações Clínicas

Page 53: 3 - AIDS Em Crianças

PNM Intersticial Linfóide (PIL)

• Rara em adultos• Etiologia duvidosa e patogenia não esclarecida– EBV? – HIV?

• Sintomas: – Oligo ou assintomáticos– Tosse persistente, febre, hipersecreção pulmonar, alterações

do ritmo respiratório, hipóxia, cianose progressivas– Baqueteamento digital

Page 54: 3 - AIDS Em Crianças

PNM Intersticial Linfóide (PIL)

• CD4 médio = 200

• Rx– Infiltrado reticulo-nodular difuso

• Diagnóstico – Histológico – Broncoscopia ou biópsia a céu aberto

Page 55: 3 - AIDS Em Crianças

PNM Intersticial Linfóide (PIL)

• Tratamento

– Indicado se PO2< 65mmHg

– ARV

– Ataque: Prednisona 1-2mg/kg/dia por 3-4sem

– Manutenção: Cloroquina 1-5mg/kg 1x/dia

Page 56: 3 - AIDS Em Crianças

Encefalopatia pelo HIV• Doença progressiva

• Um ou mais dos seguintes achados:– ↓DNPM ou habilidade intelectual;– ↓ crescimento cerebral (microcefalia e/ou atrofia cerebral);– ↓ déficits motores simétricos progressivos manifestos por dois ou mais dos

seguintes achados: paresia, tônus anormal, reflexos patológicos, ataxia ou distúrbio de marcha.

• Apresentação não progressiva

• TC de crânio: atrofia cortical com calcificações de gânglios da base e substância branca.

• LCR e EEG: sem alterações significativas.

Page 57: 3 - AIDS Em Crianças

Toxoplasma gondii • Doença rara em crianças (mais frequente em adolescentes)

• Quadro clínico:– Sinais neurológicos focais, convulsões e cefaléia.

• TC de crânio:– Lesões inflamatórias isoladas ou múltiplas, com aspecto em anel

após injeção de contraste.

• Sorologia:– Em sangue e líquor pode auxiliar o diagnóstico.

• Diagnóstico de certeza: anatomopatológico

Page 58: 3 - AIDS Em Crianças

Meningite por Cryptococcus neoformans

• Raro em pré-escolares

• Causa cefaléia de intensidade variável e mais raramente febre e sinais de localização.

• LCR é não-inflamatório, e a Tinta da China mostra o fungo em 80% dos casos.

Page 59: 3 - AIDS Em Crianças

Meningoencefalite tuberculosa

• Início insidioso e curso progressivo

• Caracteriza-se por:– irritabilidade, convulsões, sintomas de HIC.

• LCR:– ↓Glic, ↑Prot e ↑linfócitos– Pesquisa direta e cultura de BAAR pode ou não ser positiva.

• A incidência nos pacientes HIV não tem se mostrado diferente da população em geral da mesma faixa etária.

Page 60: 3 - AIDS Em Crianças

Meningites Bacterianas

• Quadro clínico:– febre, queda do estado geral, vômitos, convulsões,

irritabilidade e abaulamento da fontanela.

• LCR:– Neutrofilia, Glic, Prot↑. – Bacterioscopia associada a cultura e prova do látex

para meningococo, Haemophillus e pneumococo é bastante sensível.

Page 61: 3 - AIDS Em Crianças

Tumores

• Mesma incidência que em crianças soronegativas para HIV da mesma faixa etária.

• Tumor mais encontrado, definidor de AIDS:– Linfoma primário de SNC– QC: convulsões, hemiparesia e perda de memória. – TC de crânio mostra lesão geralmente solitária de

+- 3cm, com captação de contraste variável.

Page 62: 3 - AIDS Em Crianças

TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

Page 63: 3 - AIDS Em Crianças

Objetivos da terapia

Reduzir a morbimortalidade e

melhorar a qualidade devida de crianças infectadas

Assegurar crescimento e desenvolvimento

adequados

Preservar, melhorar ou reconstituir o

funcionamento do sistema imunológico, reduzindo a ocorrência de infecções

oportunistas

Proporcionar supressão máxima e prolongada da

replicação do HIV, reduzindo o risco de

resistência aos ARVs, aliada a menor toxicidade

Page 64: 3 - AIDS Em Crianças

Considerações

Promover adesão satisfatória em longo prazo e monitorá-la sistematicamente

Assegurar o menor impacto possível sobre

o bem-estar e a qualidade de vida do

paciente

Escolher esquemas potentes, com atividade

farmacológica conhecida em crianças

e adolescentes

Boa palatabilidade, boa tolerância e menor

toxicidade possível

Promover a integração dos pais e irmãos

infectados ao tratamento.

A boa saúde dos cuidadores é ponto

crítico para a saúde da criança infectada.

?

Page 65: 3 - AIDS Em Crianças

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Crianças e Adolescentes. Ministério da Saúde, 2014.

QUEM INICIAR TARV?

Page 66: 3 - AIDS Em Crianças

Qual esquema inicial?

Page 67: 3 - AIDS Em Crianças

2009

Page 68: 3 - AIDS Em Crianças

2014

Page 69: 3 - AIDS Em Crianças

Avaliação da Terapia• Adesão • Eventos Adversos– Anemia– Alteração de função hepática– Acidose lactica– Lipodistrofia– Dislipidemias– Alterações do metabolismo da glicose– Alterações ósseas

Page 70: 3 - AIDS Em Crianças

Avaliação da Terapia

Sucesso terapêutico

•CV indetectável após 6 meses de tratamento.

Lactentes podem demorar 12 meses para conseguir a indetecção.

Falha terapêutica

Rebote na replicação viral Associada ou não a falha imunológica e/ou falha clínica.

Page 71: 3 - AIDS Em Crianças

Falha Terapêutica

Page 72: 3 - AIDS Em Crianças
Page 73: 3 - AIDS Em Crianças
Page 74: 3 - AIDS Em Crianças
Page 75: 3 - AIDS Em Crianças

OBRIGADA!

Cada doença pertence a um doente. Cada doente tem uma mente. Cada mente é um universo infinito.

Augusto Cury em O vendedor de Sonhos