3-O Senhorio de Jesus

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INTRODUÇÃO: O ESPÍRITO DO MINISTÉRIO DE SEMINÁRIO DE VIDA NO ESPÍRITO SANTO O Senhor Deus, na sua infinita misericórdia, quis realizar uma obra nova no meio do seu povo, renovando a face da terra através de uma nova efusão do Seu Espírito. Ele derramou sobre Sua Igreja uma graça especial, que nós chamamos de Renovação Carismática Católica, como cumprimento de uma promessa, como resposta da súplica da própria Igreja. O Espírito Santo é a alma da Igreja. É o motor da Igreja para que ela corresponda aos desafios próprios deste tempo. Deus vai utilizando formas para que a Sua graça penetre dentro da Igreja e atinja toda humanidade. Assim como Stª Teresa, São Francisco, os monges, os eremitas e todos os santos e ordens fundadas são meios que o Senhor se utiliza para penetrar a Sua graça na Igreja e em cada homem, a RCC também é uma graça com características e meios próprios que Deus utiliza para penetrá-la na Igreja e no mundo. Todos nós que tivemos essa nova experiência do batismo no Espírito Santo somos portadores desta graça para comunicá-la a Igreja e ao mundo. E o Seminário de Vida no Espírito Santo é um dos canais para que possamos comunicar esta graça . Tudo devemos fazer para preservá-la. Devemos ter um zelo especial por ela, procurar vivê-la da melhor forma para poder comunicá-la de forma fiel, sem deformá-la, sem abafá-la, sem minimizá-la. “Nós existimos como Shalom para levar esta graça para a Igreja e toda humanidade. Precisamos conhecê-la mais. Ser fiel a ela é ser fiel a nossa vocação. Deformá-la é deformar também a nossa vocação. A dimensão carismática é parte essencial da nossa vocação e faz parte da nossa missão. Se colocarmos isto de lado, nós estaremos sendo inúteis para a Igreja...Na hora que isto não for importante para nós estamos preparados para morrer porque seremos inúteis para a Igreja. Somos zeladores e comunicadores desta graça... Acolher, animar e comunicar esta graça deve ser a nossa atitude. É nossa responsabilidade acolher e viver bem esta graça. Deus nos está dando e precisamos acolhê-la e vivê-la com qualidade, com profundidade. Viver isto no meio da Igreja é a nossa missão e a Igreja reconhece esta graça em nós, por isto ela precisa ser bem acolhida, bem trabalhada e bem comunicada. Ela é muito especial, ela é uma graça com “G” maiúsculo. Todos nós somos responsáveis de vivê-la com qualidade e fazê-la multiplicar. Devemos ter um zelo especial para vivermos esta graça, o batismo no Espírito Santo, o exercício dos carismas do Espírito Santo.” ( Parte da palestra do Moysés no retiro comunitário da Comunidade de Aliança em maio/96). Todas as nossas ações devem estar impregnadas desta graça, porque todas as ações acontecem em vista deste desígnio de Deus, de cumprir este desígnio de Deus. Reter esta graça é como reter uma grande fonte num dique. O desígnio de Deus pode ser frustado. Todos nós precisamos estar atentos para não frustarmos o desígnio de Deus. Deus nos constituiu para esta missão. Comunicar esta graça deve ser a nossa prioridade, tudo o mais passa para segundo plano. Devemos estar mobilizados para isto. O mundo está passando por transformações violentas a nível social, econômico, cultural e Deus nos convocou para comunicarmos esta graça. Precisamos tudo fazer em vista do cumprimento deste desígnio de Deus. A Graça do Espírito Santo é para toda a Igreja e toda a humanidade, não é apenas para um grupo de privilegiados, os místicos, mas de todos os batizados.

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INTRODUÇÃO: O ESPÍRITO DO MINISTÉRIO DE SEMINÁRIO DE VIDA NO ESPÍRITO SANTO

O Senhor Deus, na sua infinita misericórdia, quis realizar uma obra nova no meio do seu povo, renovando a face da terra através de uma nova efusão do Seu Espírito. Ele derramou sobre Sua Igreja uma graça especial, que nós chamamos de Renovação Carismática Católica, como cumprimento de uma promessa, como resposta da súplica da própria Igreja. O Espírito Santo é a alma da Igreja. É o motor da Igreja para que ela corresponda aos desafios próprios deste tempo.

Deus vai utilizando formas para que a Sua graça penetre dentro da Igreja e atinja toda humanidade. Assim como Stª Teresa, São Francisco, os monges, os eremitas e todos os santos e ordens fundadas são meios que o Senhor se utiliza para penetrar a Sua graça na Igreja e em cada homem, a RCC também é uma graça com características e meios próprios que Deus utiliza para penetrá-la na Igreja e no mundo.

Todos nós que tivemos essa nova experiência do batismo no Espírito Santo somos portadores desta graça para comunicá-la a Igreja e ao mundo. E o Seminário de Vida no Espírito Santo é um dos canais para que possamos comunicar esta graça. Tudo devemos fazer para preservá-la. Devemos ter um zelo especial por ela, procurar vivê-la da melhor forma para poder comunicá-la de forma fiel, sem deformá-la, sem abafá-la, sem minimizá-la. “Nós existimos como Shalom para levar esta graça para a Igreja e toda humanidade. Precisamos conhecê-la mais. Ser fiel a ela é ser fiel a nossa vocação. Deformá-la é deformar também a nossa vocação. A dimensão carismática é parte essencial da nossa vocação e faz parte da nossa missão. Se colocarmos isto de lado, nós estaremos sendo inúteis para a Igreja...Na hora que isto não for importante para nós estamos preparados para morrer porque seremos inúteis para a Igreja. Somos zeladores e comunicadores desta graça... Acolher, animar e comunicar esta graça deve ser a nossa atitude. É nossa responsabilidade acolher e viver bem esta graça. Deus nos está dando e precisamos acolhê-la e vivê-la com qualidade, com profundidade. Viver isto no meio da Igreja é a nossa missão e a Igreja reconhece esta graça em nós, por isto ela precisa ser bem acolhida, bem trabalhada e bem comunicada. Ela é muito especial, ela é uma graça com “G” maiúsculo. Todos nós somos responsáveis de vivê-la com qualidade e fazê-la multiplicar. Devemos ter um zelo especial para vivermos esta graça, o batismo no Espírito Santo, o exercício dos carismas do Espírito Santo.” ( Parte da palestra do Moysés no retiro comunitário da Comunidade de Aliança em maio/96).

Todas as nossas ações devem estar impregnadas desta graça, porque todas as ações acontecem em vista deste desígnio de Deus, de cumprir este desígnio de Deus. Reter esta graça é como reter uma grande fonte num dique. O desígnio de Deus pode ser frustado. Todos nós precisamos estar atentos para não frustarmos o desígnio de Deus. Deus nos constituiu para esta missão. Comunicar esta graça deve ser a nossa prioridade, tudo o mais passa para segundo plano. Devemos estar mobilizados para isto. O mundo está passando por transformações violentas a nível social, econômico, cultural e Deus nos convocou para comunicarmos esta graça. Precisamos tudo fazer em vista do cumprimento deste desígnio de Deus. A Graça do Espírito Santo é para toda a Igreja e toda a humanidade, não é apenas para um grupo de privilegiados, os místicos, mas de todos os batizados.

Nós recebemos uma graça específica: a partir de uma experiência do batismo no Espírito Santo. “O Santo Papa Paulo VI dirigiu aos dez mil participantes reunidos na Basílica de São Pedro ( no dia imediato de Pentecostes de 1975, por ocasião do encerramento do Congresso Mundial da Renovação Carismática na Igreja Católica) um discurso que continua sendo até agora, para a Renovação, o documento mais importante para conhecer o que a hierarquia da Igreja pensa e espera da Renovação. Tendo acabado de ler o discurso oficial, o Papa acrescentou, de improviso, estas palavras: Bebamos com alegria a sóbria embriaguez do Espírito” ( A Poderosa Unção do Espírito Santo, pág. 09, Raniero Cantalamessa, Editora Raboni, Campinas/SP).

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Esta experiência da sóbria embriaguez do Espírito realiza no homem uma purificação dos pecados, um novo fervor para o coração, um entusiasmo espiritual, como que um vulcão aceso e uma elevação da sua mente a um conhecimento especial de Deus, uma certa experiência direta de Deus, que “o leva a um estado no qual o homem se sente possuído e conduzido por Deus; porém um estado que, em vez de nos alienar, dissuadindo-nos do envolvimento com os irmãos, conduz-nos a esse dever, exigindo-o e freqüentemente tornando-o mais fácil e glorioso... um entusiasmo, mas um entusiasmo baseado na cruz e que se alimenta da cruz” ( A Poderosa Unção do Espírito Santo, págs. 15 e 16).

Todos estes fatos nos levam a afirmar que estamos diante de uma vontade e de um pedido exato de Deus, por isto os Seminários de Vida no Espírito Santo devem ser momentos cheios desta experiência concreta de Deus, deste encontro pessoal com Jesus Cristo que transforma, muda, como que divide a nossa vida no meio, que derrama sobre nós o Seu poder, o Seu amor. É um encontro com Jesus Cristo Ressuscitado que traz as marcas da paixão como nos descreve o evangelho de São João no capítulo 20,19-29. É o encontro também com a cruz de Cristo na perspectiva da ressurreição que interpela aquele que encontra. Esta experiência com Jesus é ver Jesus. Não se pode mais negar a Sua ação em nossas vidas. Iniciou-se todo um relacionamento com este Ressuscitado, com Jesus vivo, real. Não é uma idéia, um pensamento, uma doutrina, um relacionamento impessoal, mas sim pessoal, é conhecer Jesus em pessoa. Somos apresentados pessoalmente a Jesus. Ele toca a nossa alma, o nosso coração, o nosso corpo, todo o nosso ser.

Desta experiência brota a intimidade com Jesus. O “eu” e o “Tu”, que nós falamos e somos ouvidos, que nós olhamos e somos olhados , que nós amamos e somos amados. É uma experiência com alguém que nos dá a paz, que nos dá o Seu Espírito e assim a intimidade com Ele começa a se desenvolver. Este encontro íntimo tem o poder de gerar muitos outros encontros, será preciso apenas que nós favoreçamos estes encontros novos. É preciso que esta intimidade seja reavivada contínuamente em nossas vidas. Precisamos alimentar contínuamente a intimidade com Deus, o amor esponsal, a comunhão que nos foi dada neste primeiro encontro.

A partir desta experiência passamos para a segunda etapa desta graça que é testemunhar, anunciar Jesus Cristo para todos aqueles que ainda não tiveram esta experiência com Ele: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio. Tendo assim falado, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo” ( Jo 20, 21-22). A partir da graça recebida, do contato íntimo com Jesus que produz muitas outras graças, nós somos impulsionados a sermos suas autênticas testemunhas, a anunciá-lo para todos os outros que ainda não O conhecem. Somos chamados a ser testemunhas concretas que Deus cura, liberta, transforma a vida dos homens, porque aconteceu em nossas vidas : “Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” ( At 4,20)... “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com nossos próprios olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida - porque a vida se manifestou, e nós a temos visto: damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” ( I Jo 1,1-3).

O Seminário de Vida no Espírito Santo é um dos meios eficazes para que possamos comunicar esta graça da experiência pessoal com Jesus Cristo, por isso mesmo deve ser ministrado com todo o fervor, com todo o poder do Espírito, com a manifestação dos seus carismas. Devemos anunciar Jesus Cristo com todo entusiasmo capaz de fazer com que as pessoas que nos escutam sintam-se atraídas por Ele, tenham uma experiência com a Sua salvação, a salvação cristã, que antes de tudo “não é apenas algo de negativo, um “tirar”, ainda que seja o pecado. É sobretudo algo de positivo: é um “dar”, um infundir vida nova, vida do Espírito : “Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” ( Mt 3,11). É um renascimento. A destruição do pecado surge como o caminho e a condição para a doação do Espírito, que é o objetivo último, a doação suprema” (Preparai os Caminhos do Senhor, pág.91, Raniero Cantalamessa, Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1997).

Por esta razão, no Seminário de Vida no Espírito Santo, devemos conscientizar a respeito do pecado, mas nesta perspectiva de condição para a doação do Espírito e não de aprofundar a teologia sobre o pecado. Neste primeiro momento, neste primeiro

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encontro devemos falar mais do amor de Deus, da Sua salvação, do Seu perdão, da Sua ação concreta no mundo, na vida dos homens, devemos proclamar a Boa Nova de Deus que nos salva gratuitamente, pela graça, mediante a fé no Evangelho, para que eles se sintam atraídos a Deus por amor e não por temor. “Inverter essa ordem e pôr as doutrinas e as obrigações do Evangelho na frente da descoberta de Jesus seria como pôr os vagões de um trem adiante da locomotiva que deve puxá-los. A pessoa de Jesus é aquilo que abre caminho no coração à aceitação de tudo o mais. Quem conheceu uma vez Jesus vivo não precisa de outro impulso; é ele mesmo quem arde de desejo de conhecer seu pensamento, sua vontade, sua palavra” (Ungidos pelo Espírito, pág. 80, Raniero Cantalamessa, Edições Loyola). Além de tudo isto, esse primeiro anúncio deve ser também recheado dos dons carismáticos. Não podemos ter medo de exercitá-los, pelo contrário, esses dons devem fluir livre e eficazmente para que este anúncio seja cheio da ação e do poder do Espírito Santo.

O Espírito Santo é a alma de todo anúncio e de toda evangelização. Omitir, deixar de ensinar, não incentivar a ação carismática do Espírito é deixar o anúncio incompleto, é ferir a vontade de Deus, é diminuir os canais da ação de Deus no meio do seu povo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem...” ( Mc 16,15-18). Os homens não querem apenas ouvir vozes que falem de Deus, mas ouvir a voz de Deus através de nossas palavras. O Espírito Santo deve passar sem obstáculo por meio de nossas palavras.

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TERCEIRA PALESTRA: O SENHORIO DE JESUS

OBJETIVO: Levar os fiéis a terem uma resposta de gratidão e coerência ao compreender a enorme graça do amor de Deus e da Salvação.

1. A RESPOSTA DE GRATIDÃO:

O pregador deve fazer com que todos se recordem de alguma experiência de terem sido salvos ou muito ajudados por alguém com seu apoio, conselho, ajuda de qualquer tipo, em uma situação difícil ou de tomada de decisão de suas vidas, ou até mesmo uma experiência de terem sido literalmente salvos suas vidas, em um acidente, um afogamento, uma cirurgia muito delicada, talvez até em uma transfusão de sangue ou no transplante de algum órgão, quando alguém arriscou ou deu a sua vida para salvá-los.

A resposta deles a estas pessoas que lhes orientaram, ajudaram, soergueram e salvaram é, normalmente, uma resposta de gratidão.

Em seguida deve fazer uma ligação destas experiências com o estado de pecado do homem e a iniciativa que Deus tomou de, impulsionado pelo grande amor que tem a cada um de nós, nos salvou gratuitamente.

Este fato é essencial. Da mesma forma que nunca o homem fez nada para merecer o amor de Deus, e nunca poderia fazer nada, pois o valor deste ultrapassa a própria vida humana, também o homem não fez nada, nem teria como fazer, para “merecer” ou “pagar” a sua salvação. Deus salvou cada um de nós porque Ele nos ama.

Tome Fil 2,5-11. Deus, Pai e Criador de todas as coisas, arquitetou todo o plano da salvação e pediu para que Jesus o realizasse. Num ato de despojamento de si mesmo, pois Jesus era de condição divina, isto é, ele era Deus, mas não se aproveita disso para frustar o plano de salvação para o homem que o Pai havia feito e, se assemelha aos homens assumindo a condição de escravo, mostrando com isso que o homem é escravo do pecado até que O conheça.

Jesus aceita o “louco” plano do Pai e vem ao mundo para nos salvar, que é unir-nos novamente com Deus, na sua luz e no seu amor, utilizando o método da humilhação e obediência, por ser este o antídoto capaz de eliminar o orgulho e a desobediência que Satanás injetou em nossos primeiros pais, lá no Paraíso.

Jesus é o pagamento por nosso pecado. Deus, com Jesus, como que “pagou o que cada um de nós devíamos” pelo preço que “valemos” para Ele: o preço altíssimo de Seu próprio Filho. A Salvação nos é dada, isto é, nos pertence, de graça, sem que tenhamos de “pagar” por ela, pela morte e ressurreição de Cristo ( Ef 2, 1-9; Gal 2,20). Portanto, nós não temos nenhum mérito na nossa salvação.

Em atenção a esta entrega de Jesus, o Pai reata a amizade com os homens e entrega tudo o que tem e é para seu Bem Amado Filho. Jesus pela sua perfeita obediência ao Pai é constituído Senhor pelo mesmo Pai: “Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes”. Ao exaltar o nome de Jesus, o Pai faz com que todos os joelhos no céu e na terra e nos infernos se dobrem diante Dele. Deus Pai torna tão grande o nome de Jesus, que toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor. “A obediência de Jesus ao plano de salvação do Pai, tornou-o Senhor do céu, da terra e dos infernos. Jesus é o Senhor do universo e Senhor da nossa vida!”

2. O QUE SIGNIFICA SER SENHOR DE TUDO?

Senhor é aquele que manda em TUDO. Dizer que Jesus é o Senhor do mundo é afirmar que Jesus governa toda a terra e tudo o que nele existe, mas Jesus não governa igual aos senhores do mundo abusando do seu poder e autoridade, as características do senhorio de Jesus são JUSTIÇA, VERDADE E AMOR e, jamais seu senhorio em nossas vidas será usado para nos oprimir e deixar fardos pesados sobre nós.

Devemos então tomar uma decisão: escolher Jesus como único senhor de nossa vida e a maneira mais simples de manifestarmos esta decisão é confessarmos para a glória de Deus Pai, “no Espírito” que Jesus Cristo é o Senhor e ao confessarmos isto

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estamos banindo tudo aquilo que antes era senhor de nossas vidas. Nós não podemos Ter vários senhores, Jesus deve ser o único Senhor de nossas vidas (Ef 4,5). Também não basta confessarmos só com a nossa língua que Jesus é o nosso único Senhor é preciso confessar isto com atitudes concretas. “Dizer: ‘Jesus é o Senhor!’, significa entrar misteriosamente em comunhão com sua morte e ressurreição. Dizer: ‘Jesus é o Senhor!’ não é só fazer uma afirmação, mas tomar uma decisão: é entrar livremente na esfera do seu domínio; e reconhecê-lo como próprio Senhor; é como dizer: ‘Jesus é o meu Senhor; ele é a razão de ser da minha vida; eu quero viver para ele, não mais para mim!’ Quanta força encerram essas simples palavras! Nelas age o Evangelho que é ‘poder de Deus para qualquer um que crê’. Elas são um poderoso baluarte contra as potências do mal, dentro de nós e fora de nós. Nos evangelhos, notamos que os demônios se atrevem a dizer a Jesus: ‘Tu és o Filho de Deus!’, ‘Tu és o Santo de Deus!’, mas nunca lhe dizer: ‘Tu és o Senhor!’ De fato, dizer ‘Tu és o Filho de Deus’ é reconhecer um dado de fato, que não depende deles, e que eles não podem modificar. Mas dizer: ‘Tu és o Senhor’ é bem diferente; significa reconhecê-lo como tal, submeter-se ao seu senhorio. Caso o fizessem, no mesmo instante deixariam de ser o que são e voltariam a ser anjos de luz. Esta palavra divide nitidamente dois mundos um do outro” ( A Vida sob o Senhorio de Cristo, págs. 250 e 251, Raniero Cantalamessa, 3ª edição, Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1993). Então a única resposta do homem a este Dom gratuito de Deus é a gratidão, e a única forma do homem demonstrar concretamente a sua gratidão a Deus é cumprindo em tudo a Sua vontade, através do seu amor a Jesus, o seu salvador. Este amor deve ser provado, como já foi dito acima, pela sua vida vivida inteiramente para Ele e não mais para si e, viver inteiramente para Jesus é cumprir em tudo a vontade do Pai.

Isto quer dizer que a melhor forma do homem expressar sua gratidão a Deus por Sua Salvação é obedecendo-o em amor, fazendo, por amor, a Sua vontade. E obedecer a Jesus, por amor, leva-nos a um redirecionamento de vida, leva-nos a deixar de sermos o centro para que Jesus se torne o centro da nossa vida. Entrar em relação pessoal de forma “verdadeira” é reconhecer e aceitar Jesus pelo que é: Senhor de nossas vidas. Enquanto as nossas vidas continuarem inertes diante da vontade de Jesus, ele não é Senhor de nossas vidas. Portanto, o conhecimento “pessoal” com Jesus consiste em que o reconheçamos como Senhor de nossas vidas. O que equivale a dizer, ensina o Cantalamessa que Jesus é o meu centro, meu sentido, minha razão de ser, meu supremo bem, o amor de minha vida, minha alegria, minha glória, minha lei, meu chefe, meu salvador, aquele a quem pertenço.

Resumindo, a melhor forma de expressarmos nossa gratidão a Deus por sua salvação é obedecendo-o em amor, fazendo, por amor, a sua vontade. Amar a Deus e pertencer a Ele por amor, viver para Ele, deixar todos os nossos planos e fazer o que Ele quer de nós: esta é a melhor resposta de gratidão pela salvação e pelo amor que Deus tem a nós.

Nós podemos retribuir a salvação que Jesus nos trouxe, por meio da gratidão, e a melhor maneira de manifestarmos essa gratidão é cumprir em tudo a vontade de Deus.

Aceitar a salvação é deixar que Jesus seja o reparador dos nossos pecados. São Paulo dá um belíssimo testemunho desta manifestação de gratidão a Deus e entrega em Gal 2,20.

Nesse momento o pregador deve fazer uma oração conduzindo as pessoas a proclamarem que Jesus é o Senhor das suas vidas, das suas famílias, das suas amizades, dos seus estudos, da sua vida profissional, dos seus corpos, das suas almas, das suas relações pessoais, da sua sexualidade, da sua emotividade, dos seus bens materiais, das suas esperanças, dos seus temores, da sua imaginação e memória, dos seus olhos, ouvidos e pés, da sua maneira de comer, vestir, pensar e falar e, de tudo aquilo que o Espírito Santo lhe inspirar. Abra-se aos dons carismáticos, mas de maneira especial, aos dons de ciência e sabedoria. Esta oração deve ser cheia da unção do Espírito Santo para que por ela seja derramado o seu poder na vida de todos os que estão presentes.

3. A CONVERSÃO

A conversão é a forma mais concreta de mostrarmos nossa fé e nossa adesão ao senhorio de Jesus em nossa vida.

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Muitas pessoas são pegas de surpresa, quando lhes fazem a pergunta: “Qual é a sua religião?”. E muitas delas respondem que são católicas, que acreditam em Deus ou coisa assim, que na verdade são palavreados, mas sem nenhuma expressão mais profunda de vida. Talvez alguns de nós já tenhamos vivido uma situação destas, e isso acontece porque, na verdade, nós acreditamos em Deus, mas não aderimos ao Seu modo de pensar. Continuando a viver nossa vida da maneira como nós achamos melhor ou conforme as teorias “modernas” e não segundo os conceitos da Bíblia, que são as manifestações dos pensamentos de Deus.

Quando nós deixamos a nossa maneira de pensar para aderir à maneira de Deus pensar, nós estamos realizando uma CONVERSÃO. E a proposta do Senhor é esta: “CONVERTEI-VOS E CREDE NO EVANGELHO”!!! ( Mc 1,15); “Convertei-vos a mim... voltai para trás no vosso caminho perverso” ( Zc 1,3-4). Por isto se afirma que proclamar Jesus Senhor de nossas vidas é entrar misteriosamente na morte e ressurreição de Cristo, porque conversão é morrer com Cristo para o pecado e renascer com Ele para uma vida nova, a vida de filho de Deus, a vida divina.

A conversão significa mudança de pensamento, de mentalidade nossa para o pensamento e a mentalidade de Deus. Jesus veio mudar a História e, para fazer tão grande mudança, era preciso que Ele instalasse uma nova maneira de pensar. As Bem-Aventuranças são esta proposta nova que Jesus veio inaugurar. Para que façamos parte deste Reino que Jesus veio inaugurar, faz-se necessário Ter também este novo pensamento, esta mentalidade nova, pois não se pode jamais abraçar um novo “ideal” com a mentalidade de um “ideal” antigo.

“A conversão é uma mudança de vida” porque foi precedida de uma mudança de mentalidade, que resulta em atitudes e comportamentos novos.Várias são as pessoas do Evangelho que tiveram as suas vidas mudadas, convertidas:

ZAQUEU ( Lc 19, 1-11)Mentalidade antiga – Era uma pessoa que confiava inteiramente nos bens materiais, gostava de honras humanas, e por isto era inescrupuloso, capaz de roubar a todos, inclusive os mais pobresMentalidade nova – Quando experimentou a misericórdia e salvação gratuita de Deus devolveu em quádruplo a todos os que tinha roubado.

MARIA MADALENA ( Lc 7,36-48; Lc 8, 1-2)Mentalidade antiga – Vivia na prostituição.Mentalidade nova – Mas ao experimentar o amor de Deus entregou a sua vida inteiramente ao Senhor e foi a primeira mulher que Jesus se manifestou logo após sua ressurreição e antes de sua ascensão para o Pai.

PAULO ( At 9,1-9. 19-22)Mentalidade antiga – Achava que a salvação era conseguida pelo cumprimento da lei, isto é, pelos próprios esforços. Não havia ainda experimentado a misericórdia de DeusMentalidade nova – Experimentou que a salvação é conquistada pela graça de Deus, fruto de sua misericórdia, e não pelo cumprimento da lei. Se cumpre a lei como consequência da salvação conquistada por Cristo.

4. A CONVERSÃO DEVE SER HOJE:

O processo de conversão da nossa vida não pode ser deixado para amanhã, é preciso tomarmos a resolução de converter-nos agora, já. Esta resolução não pode ficar para depois, não pode ser adiada. É bom lembrarmos que cada vez está mais perto a volta do Senhor e para ela precisamos está bem preparados para sermos achados prontos para participarmos das núpcias do Senhor.

Não nos iludamos achando que temos muito tempo ainda na vida, que somos muito jovens, que temos muitos afazeres, que existem coisas mais importantes do que a dedicação da nossa vida ao Reino de Deus, que quando estivermos velhos e aproveitado bem a vida então nos converteremos. Isso é um grande engano! Uma grande ilusão! Precisamos aproveitar o tempo da salvação de Deus, o tempo da graça de Deus, não podemos deixar passar o momento da salvação de Deus para a nossa vida, para que não seja tarde demais: “Mas há uma coisa, caríssimos, de que não vos

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deveis esquecer: um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda o cumprimento de sua promessa, como alguns pensam, mas usa da paciência para convosco. Não quer que alguém pereça; ao contrário, quer que todos se arrependam. Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém... esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz... advertidos de antemão, tomai cuidado para que não caiais da vossa firmeza, levados pelo erro destes homens ímpios. Mas crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” ( I Pd 3,8-10. 14. 17-18).

O Senhor nos diz que se colocarmos em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça tudo o mais nos será acrescentado. Devemos colocar os nossos olhos nas coisas que não passam e esquecer as que passam. Devemos investir tudo o que temos e tudo o que somos no Reino de Deus e na conversão de nossas vidas. A conversão é fruto da graça de Deus, mas depende também de nosso empenho. Se trabalharmos nela com amor, dedicação e afinco com certeza colheremos frutos de salvação: “Assim meus caríssimos... trabalhai na vossa salvação com temor e tremor...” ( Fil 2,12).

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1. PRIMEIRA PALESTRA: O AMOR DE DEUS

OBJETIVO: Apresentar Deus como Pai amoroso e Levar as pessoas a uma experiência pessoal do amor de Deus.

2. SEGUNDA PALESTRA: PECADO E SALVAÇÃO

OBJETIVO: Levar as pessoas a serem convencidas ( não acusadas) sobre o pecado e que por isto mesmo necessitam de salvação, porque nenhum homem pode, sem a salvação de Jesus, vencer o pecado, que é a causa de todos os males.

3. TERCEIRA PALESTRA: O SENHORIO DE JESUS

OBJETIVO: Levar os fiéis a terem uma resposta de gratidão e coerência ao compreender a enorme graça do amor de Deus e da Salvação.

4. QUARTA PALESTRA: SERÁS INTEIRAMENTE DO SENHOR TEU DEUS

OBJETIVO: Levar as pessoas a darem uma resposta de fidelidade a Jesus e a sua Igreja, rechaçando toda falsa doutrina, superstição ou idolatria. Ministrar a oração de Renúncia.

5. QUINTA PALESTRA: A PROMESSA DO PAI

OBJETIVO: Apresentar a Pessoa do Espírito Santo como Dom do Pai e do Filho para cada um de nós, Levar cada um a reconhecer que a sede que tem é uma sede de Amor que só o Espírito Santo pode saciar.

6. SEXTA PALESTRA: BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

OBJETIVO: Explicar o que é a experiência do Batismo no Espírito Santo, preparar e ministrar a oração clamando a Efusão do Espírito Santo.

7. SÉTIMA PALESTRA: PARA CRESCER NA GRAÇA

OBJETIVO: Levar os fiéis a deixar crescer a intimidade com Deus e a vida divina em suas vidas. Mostrar a importância de perseverar na vida comunitária em um grupo de oração.