3 semanas de greve na UNESP-Marilia

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ESTUDANTES DA UNESP- MARÍLIA: TRÊS SEMANAS EM GREVE COM OCUPAÇÃO!!!!  No dia 26 de maio de 2009, os estudante s da UNESP-Marília entraram em greve e decidiram ocupar o prédio de atividades didáticas, até que suas reivindic ações fossem cumpridas em sua totalidade. Quais as reivindicações? A universidade pública está em frangalhos . Sobram aos estudantes, funcionári os e professores motivos para que façam uma greve para cada ponto em que o Estado e a reitoria falham (deliberadame nte) em relação às estruturas universitárias e à relação que a universidade mantêm com a sociedade. Além das melhorias na estrutura física da universidade (que por si só já reclama dezenas de mob ilizações radic al izadas), a gre ve que os estudantes de São Paulo desenvolvem este ano é eminentemente política. Bem entendido: estamos a lutar contra um projeto de universidade que, ainda que não claro em suas minúcias, está bastante explícito em seus contornos. Três coisas inquietam o sono dos estudantes da UNESP-Marília: PDI, UNIVESP e Repressão. O PDI, Plano de Desenvolvimento Institucional, é como que a oficialização de um movimento que já estava a se dar há muitos anos na UNESP, bem como em  pr at ica me nte tod as as uni ver sidades púb licas. Tra ta -se de sua pri vat iza ção. Não qualquer privatização; são poucos os governantes que pagariam o custo político de colocar uma universidade à venda. Mas o capitalismo tem muitos meios, além do que, a  burguesia, seus políticos-servos e os professores capachos são bastante ardis, sabendo  bem se movimentar com a devida astúcia. As coisas, de uma forma geral, têm início, meio e fim. Ocorre o mesmo em relação à universidade. Isto dito, compreendamos: não se trata de privatizar “os inícios” da universidade (vestibular, concursos, ) mas os meios (financiamento, gestão, grade curricular) e fins (ao que se destina o que a universidade  produz, isto é, conhecimento). O PDI propõe e implementa que as ações da UNESP – uma escola, antes de tudo – sejam pensadas e geridas tais quais ações de empresas; doutro lado, atrela fundament almente a UNESP a grandes empresas, descaracteriza ndo- a enquanto universidade pública, se levarmos a fundo o que isto significa. Há outros pontos críticos no PDI, que se ligam diretamente à política privatista, neoliberal e contrária aos pobres de SERRA. Universidade Virtual do Estado de São Paulo, UNIVESP; eis o nome do demônio que nos cumpre exorcizar. Estamos a dizer daquele programa da Secretária do Ensino Superior que oferece vagas de Educação à

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ESTUDANTES DA UNESP-MARÍLIA:

TRÊS SEMANAS EM GREVE COMOCUPAÇÃO!!!!

 No dia 26 de maio de 2009, os estudantes da UNESP-Marília entraram em grevee decidiram ocupar o prédio de atividades didáticas, até que suas reivindicações fossemcumpridas em sua totalidade. Quais as reivindicações?

A universidade pública está em frangalhos. Sobram aos estudantes, funcionáriose professores motivos para que façam uma greve para cada ponto em que o Estado e areitoria falham (deliberadamente) em relação às estruturas universitárias e à relação quea universidade mantêm com a sociedade.

Além das melhorias na estrutura física da universidade (que por si só já reclamadezenas de mobilizações radicalizadas), a greve que os estudantes de São Paulodesenvolvem este ano é eminentemente política. Bem entendido: estamos a lutar contraum projeto de universidade que, ainda que não claro em suas minúcias, está bastanteexplícito em seus contornos.

Três coisas inquietam o sono dos estudantes da UNESP-Marília: PDI, UNIVESPe Repressão.

O PDI, Plano de Desenvolvimento Institucional, é como que a oficialização deum movimento que já estava a se dar há muitos anos na UNESP, bem como em

  praticamente todas as universidades públicas. Trata-se de sua privatização. Nãoqualquer privatização; são poucos os governantes que pagariam o custo político decolocar uma universidade à venda. Mas o capitalismo tem muitos meios, além do que, a

 burguesia, seus políticos-servos e os professores capachos são bastante ardis, sabendo

 bem se movimentar com a devida astúcia. As coisas, de uma forma geral, têm início,meio e fim. Ocorre o mesmo em relação à universidade. Isto dito, compreendamos: nãose trata de privatizar “os inícios” da universidade (vestibular, concursos, ) mas os meios(financiamento, gestão, grade curricular) e fins (ao que se destina o que a universidade

 produz, isto é, conhecimento). O PDI propõe e implementa que as ações da UNESP – uma escola, antes de tudo – sejam pensadas e geridas tais quais ações de empresas;doutro lado, atrela fundamentalmente a UNESP a grandes empresas, descaracterizando-a enquanto universidade pública, se levarmos a fundo o que isto significa.

Há outros pontos críticos no PDI, que se ligam diretamente à política privatista,neoliberal e contrária aos pobres de SERRA. Universidade Virtual do Estado de São

Paulo, UNIVESP; eis o nome do demônio que nos cumpre exorcizar. Estamos a dizer daquele programa da Secretária do Ensino Superior que oferece vagas de Educação à

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Temos ainda mais claro que, dada a gravidade da situação, somente a greveestadual, unificada pode nos salvar.

Unespianos: respondam a nosso chamado.

É o que dizemos. É o que requisitamos.

É o que defendemos.

Exposto está tudo o que tínhamos a dizer.

Que nossas bandeiras triunfem, pois elas são as bandeiras da maior parte da população e dos estudantes.

São as bandeiras do futuro que buscamos construir 

Marília, 17 de junho de 2007, QG (sala 48 ocupada)

Comando de Greve dos Estudantes da FFC-UNESP/Marília