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Distribuição Gratuita Distribuição Gratuita Distribuição Gratuita Especial celebra aniversário do Jornal Agora, que está em circulação desde 2012 págs. 14 a 17 300 Série de reportagens aborda fatos e personagens do "Tarifa Zero", que uniu milhares de mandaguarienses sob uma mesma bandeira - págs. 20 e 21 Personalidades escrevem sobre os 82 anos de Mandaguari Município abre concurso para mais de 80 cargos – pág. 6 ARD discute criação de autar- quia municipal – pág. 8 Convidados Há vagas Água 4 a 10 de maio de 2019 | Ano VIII | N° 300 www.portalagora.com Mandaguari O movimento que fez história

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Distribuição Gratuita Distribuição Gratuita Distribuição Gratuita

Especial celebra aniversário do Jornal Agora, que está em circulação desde 2012

págs. 14 a 17300

Série de reportagens aborda fatos e personagens do "Tarifa Zero", que uniu milhares de mandaguarienses sob uma mesma bandeira - págs. 20 e 21

Personalidades escrevem sobre os 82 anos de Mandaguari

Município abre concurso para mais de 80 cargos – pág. 6

ARD discute criação de autar-quia municipal – pág. 8

Convidados Há vagas Água

4 a 10 de maio de 2019 | Ano VIII | N°300 www.portalagora.comMandaguari

O movimento que fez história

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Rogério CurielDiagramação e Arte

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4 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300editorial

Espaço

Aberto

Memória

em Imagem

A equipe:Júlio César RaspinhaDiretor e Jornalista ResponsávelRosana OliveiraDepto. FinanceiroAmanda BebianoRedaçãoRoberto JuniorRedaçãoLeandro Soares Fotografia

Sede:Avenida Amazonas, 1472 - Centro CEP: 86975-000 Mandaguari/PRAtendimento geral:(44) 3133-4000E-MAIL: [email protected]ão:Grafinorte - ApucaranaTiragem:2.000 exemplares

Este jornal é um produto

Farmácias de

plantãoMandaguari - (4/5 a 10/5)

OpInIãOJúlio César Raspinha

Os artigos publicados com assinatura não expressam necessariamente a opinião do jornal. O intuito, com as

publicações, é estimular o debate e a reflexão sobre temas diversos, históricos e da contemporaneidade.

Para colaborar, basta enviar e-mail para: [email protected].

MANDAGUARI

- Farmácia Leve Barato – Líder, na Avenida Amazonas, próximo à São Bento. Fone: (44) 3233-0090

- Drogaria Bom Preço, na Avenida Amazonas, em frente à praça Independência. Fone: (44) 3233-0259

Qual o preço de um sonho? Muito possivelmente a maioria não se pode mensurar, e como o de muitos, o meu também não. Posso dizer apenas que a maioria dos sonhos custa mui-to caro, e com o meu, não foi diferente.

Através do exemplo do-méstico, de meus pais, sempre sonhei constituir meu próprio negócio, e assim embarquei nessa aventura. À época tinha um bom emprego, e a oportu-nidade de, nessa empresa, rea-

O sonholizar serviços extras, que me proporcionavam uma renda ainda melhor.

Mas o sonho sempre é cres-cer mais. Criar a Agora Comu-nicação foi um enorme desafio, principalmente porque havia um mercado estabelecido, e a mídia vivia seus primeiros anos de transformação, com a explosão da internet e redes sociais.

Foram duas “frentes de ba-talha” simultâneas, com a con-corrência e seu mercado delimi-

tado, e com o próprio mercado e sua constante e irreversível transformação. Não foi fácil. A propósito, não está fácil.

Felizmente, conseguimos nos estabelecer e liderar o mer-cado local em nossa área de atuação. Mas isso apenas não basta. O perfil do consumidor, no caso ouvinte, leitor ou inter-nauta, se transforma em uma velocidade absurda, e acom-panhar isso tudo é um desafio hercúleo.

Com o anunciante não é

diferente. Atento aos gostos do público, não é mais fiel a um veículo ou plataforma como antes. Em meio a todo esse tur-bilhão, uma crise econômica sem precedentes, dizimando muitos concorrentes pelo ca-minho.

Se sobreviver aos sete anos iniciais foi um enorme desafio, continuar vivos não será me-nos difícil. É bem provável que em 2026 estejamos aqui tratan-do de uma nova revolução, se estivermos aqui.

Gilclér Reginaescritor e palestrante

profissional

Você pode estar lendo este jornal e neste momento pas-sando por grandes desafios, atravessando grandes desertos e buscando lutar contra grandes tempestades. Talvez esteja pró-ximo de desistir. Então vou te dizer: Até DEUS recomeçou.

Ao consultar a Escritura Sa-grada, você verá inúmeras his-tórias de vida onde no lugar do verbo desistir apareceu o verbo recomeçar.

O filho mais novo de Jacó que foi quase morto pelos ir-mãos e vendido como escravo para mercadores que o levaram para o Egito e por ter sonhado o que sonhou com DEUS, viu-se convicto que a força divina tinha um destino desenhado para ele. Foi aí que mudou o verbo.

Veja o caso da história de Noé, que aconteceu mais de dois mil anos antes de Cristo. O mun-do estava em profunda decadên-

Até Deus recomeçoucia por causa das más atitudes dos seres humanos.

A violência e o desamor transbordavam naquela civiliza-ção e tudo desagradava o cora-ção do Senhor.

Foi quando o Todo-Pode-roso estava decidido em acabar com a própria criação. Mas, num determinado momento, colocou os olhos sobre Noé, um homem bom, justo, casado e pai de três filhos e como diz a passagem de Gênesis 6:8: “Noé achou graça aos olhos do Senhor”.

Foi isto o suficiente para Deus se alegrar e por causa deste homem, ao invés de DESTRUIR, decidiu RECOMEÇAR.

Fora daquela arca restou água e morte. Quando as águas baixaram, Noé, sua família e os animais estavam diante de um novo mundo que estava apenas começando.

O que quero dizer aqui é que

recomeçar pode parecer triste, até mesmo trágico, mas pode ser o início de seus melhores dias, talvez a melhor fase de sua vida.

Não vivemos em um mundo onde a tônica maior chama-se mudança? Ás vezes perdemos pessoas e ficamos desampara-dos. Perdemos coisas que tiram o nosso chão.

Entendo que recomeçar não é fácil, mas é a melhor opção para quem tombou por terra.

Diante do que vivemos hoje onde tudo muda, empresas mu-dam, negócios mudam, rela-cionamentos que não deveriam mudar, mas mudam, eu te per-gunto: Qual foi a situação que te levou a um recomeço? Você já quebrou financeiramente? Foi destruído emocionalmente? Er-rou em sua vida, seja material ou espiritual? Sofreu humilhação pública por causa de erros e pla-nejamento ou mesmo por seus

próprios erros?Nesta vida há desencontros

e perdas inevitáveis. O impor-tante não é saber chorar e se conformar. O importante e mais que isso, necessário, é estar sem-pre disposto a recomeçar. Até DEUS recomeçou.

Observe os resultados do seu caminho. Se eles não são bons, é preciso repensar a ca-minhada. Se suas estratégias até hoje não deram certo, talvez seja o momento de repensá-las, mu-dar o trilho.

Viajo o mundo realizando palestras chamadas de motiva-cionais e emocionais. Mas não pense que sempre foi assim. Pas-sei por desertos para estar aqui falando com você. Decidi tam-bém RECOMEÇAR. Mas lem-bre-se, a atividade é nossa, con-tudo, a direção será sempre Dele.

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!

A imagem histórica da edição 300 do Jornal Agora traz uma vista aérea de Mandaguari da década de 1960. Crédito da imagem: Portal Me-mória Brasileira

Tem alguma foto do passadointeressante que quer compartilharEnvie para [email protected]

?

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54 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 curtas

Júlio César RaspinhaEmail: [email protected] agora?

EmoçãoA juíza Isa Bertola Mazzo se emocionou durante o sorteio da campanha Cocari Solidária, na terça-feira (30/4). Homenageada pelos resultados obtidos e nú-meros vendidos, foi às lágrimas ao receber uma placa da cooperativa.

ViaturaO objetivo da juíza é comprar uma viatura, equipá-la, e entregar ao pelotão local da Polícia Militar. Ainda não há uma data definida, mas a entrega deve ocorrer nos próximos meses.

Tragédia A morte da modelo Caroline Bittencourt surpreendeu a todos pela maneira trágica que ocorreu. Mas uma mandaguariense, em especial, sentiu mais a perda: trata-se da estilista Camila Siqueira.

EnsaioBittencourt esteve, semanas atrás, com Siqueira no Peru, em sessão de fotos para a sua grife. Foram in-clusive a Machu Pichu fotografar a nova coleção da estilista. “Estou arrasada”, contou a estilista à coluna.

Conversa Antes de deixar oficialmente o cargo de secretária de saúde em Mandaguari, Vanessa Castanheira Bueno conversou com o promotor de justiça local, Erick Leo-nel Barbosa. O objetivo dele era demovê-la da ideia de deixar o órgão.

PressãoA agora ex-secretária alegou muita pressão e muitos in-teresses dentro da Saúde. Contou também que não dava mais conta, e que iria se dedicar aos estudos e à família

PartidoO vereador Jocelino Tavares (PT) foi sondado por alguns partidos nas últimas semanas e convidado a trocar de sigla. Eleito e reeleito pelo Partido dos Tra-balhadores, Tavares ficou de pensar.

ColisãoAzedou a relação entre Prefeitura de Mandaguari e Bradesco, que venceu licitação para assumir a folha de pagamento do município. A instituição financeira se negou a pagar a confraternização do dia do trabalha-dor para o funcionalismo, o que gerou mal-estar entre as partes

SaídaO presidente da Associação de Moradores dos Jar-dins Cristina e do Sol, Marcos Rodrigues, deixou a empresa Transresíduos, onde atuava, na última sema-na. Pré-candidato a vereador, por ora Rodrigues deve acompanhar de perto as obras de asfaltamento e in-fraestrutura no seu bairro, em andamento.

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6 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300cotidiano

A nutricionista Vanessa Bueno Mo-reira Javera Castanheira Néia, 35, deixou o comando da Secretaria de Saúde de Mandaguari na última quinta-feira (2). No cargo desde dezembro do ano pas-sado, ela pediu exoneração para se de-dicar ao doutorado que faz em Ciência de Alimentos da Universidade Estadual

Vanessa Bueno deixa a SaúdeNutricionista pediu exoneração para se dedicar a doutorado. Profissional foi a quinta pessoa a

chefiar secretaria durante o segundo mandato de Batistão

A Prefeitura de Mandaguari publicou hoje dois editais para oportunidade de emprego em diversas vagas na administração municipal através de Teste Seletivo e Concurso Público, totalizando mais de 80 cargos para o preenchi-mento de 117 vagas para contratação imediata mais cadastro de reserva. Todos os setores da administração municipal serão beneficiados com o concurso que visa fortalecer o quadro de funcionários públicos municipais e substi-tuir os cargos ocupados por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS).

As inscrições poderão ser feitas entre os dias 16 de maio a 5 de junho, com os editais completos divulgados no endereços eletrôni-cos www.fauel.org.br, Diário Oficial dos Mu-

Município divulga edital de concurso para mais de 80 cargos

Editais dos dois concursos estão no site da Prefeitura que vagas para todos os setores desde gari, professor

e médico; inscrições começam dia 16 de maio

de Maringá (UEM). “Meu foco sempre foi minha carreira acadêmica e preciso dedicação integral para concretizar esse sonho que é o doutorado”, afirma.

A profissional foi a quinta pessoa a ocupar a cadeira máxima da Saúde municipal no segundo mandato de Ro-mualdo Batista. Além de Vanessa, Sérgio

Sezane, Dulcinéia Pierini e Josias Gon-çalves também comandaram a pasta e, em 2017, o próprio prefeito acumulou cargos e chefiou a secretaria de forma provisória.

O prefeito já está estudando um substituto para o cargo, que será anun-ciado na próxima semana.

nicípios do Paraná, veículo oficial de comu-nicação do Município de Mandaguari (www.diariomunicipal.com.br/amp/) e site da Pre-feitura (www.mandaguari.pr.gov.br/).

No edital para CLT serão contratados Agente Comunitário de Saúde, Agente de Endemias, Médico Clínico Geral e Médico Psiquiatra, com salários entre R$ 1.302,13 a R$ 9.977,48. A prova para esse concurso está prevista para o dia 7 de julho.

No edital para o concurso público para servidores estatutários estão disponíveis as seguintes vagas: Advogado, Agente Fiscal, Agente Municipal de Trânsito, Arquiteto, As-sistente Social, Auditor Tributário, Auxiliar Administrativo, Auxiliar de conservação e

limpeza, Auxiliar de farmácia, Auxiliar saú-de bucal, Auxiliar Serviços Gerais, Borra-cheiro, Comunicador Social, Contador, Co-veiro, Economista, Eletricista, Eletricista de veículos, Encanador, Enfermeiro em turno de revezamento , Enfermeiro, Engenheiro Agrônomo, Engenheiro civil, Engenheiro de Trânsito, Farmacêutico/bioquímico, Fisio-terapeuta, Fonoaudiólogo, Funileiro, Gari, Geógrafo, Gestor em Meio Ambiente, Jar-dineiro, Lavador de veículos, Mecânico de motor diesel, Médico Cardiologista, Médico Clínico Geral - 20h, Médico Clínico Geral - 40h, Médico Clínico Geral –Plantonista, Médico Dermatologista, Médico Ginecolo-gista/obstetra, Médico Neurologista, Médico Oftalmologista, Médico Ortopedista, Médico Otorrinolaringologista, Médico Pediatra, Mé-dico Psiquiatra, Médico Radiologista, Médico

Urologista, Médico Veterinário, Motorista AB, Motorista D, Motorista E, Nutricionista, Odontólogo – 20h, Odontólogo – 40h, Odon-topediatra, Operador de máquina pesada, Orientador social, Padeiro, Pedreiro, Pintor de obras, Psicólogo, Recepcionista, Recep-cionista revezamento, Resgatista/Socorrista – revezamento, Soldador, Técnico de enfer-magem, Técnico de enfermagem em turno de revezamento, Técnico de Meio Ambiente, Técnico de Raio-X, Técnico Desportivo , Tec-nólogo em Desenho da Construção Civil, Te-soureiro , Topógrafo, Tratorista e Vigia. Para o magistério também foram abertas vagas para: Auxiliar Educacional, Educador infantil, Pro-fessor e Professor Educação Física. Os salários variam entre R$ 1.217,87 a R$ 12.477,89. A prova para esse concurso está prevista para o dia 7 de julho.

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74 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 cotidiano

Neste sábado (4), a partir das 22h, terá show da dupla Carreiro e Capataz na Praça Independência. O evento faz parte da festa em comemoração aos 82 anos de Mandaguari.

No domingo (5), no mesmo horário, atração será a Banda Oasis Show. Nos dois dias, sempre a partir das 19 horas, a atração à parte será o “Festival de Música”, com can-tores solo, duplas e trios, que será realizado no palco 2 da festa.

A Secretaria de Educação, depois de ouvir as diretoras de escolas, decidiu pela não realização do desfile, optando por uma exposição dos projetos dos estabelecimen-tos de ensino, denominada “Escola Pública vai à Praça”.

No dia 6, data do aniversário, a partir das 17 horas, será realizado o tradicional cor-te do bolo, com 82 metros de comprimento.

Confira a seguir a programação para os três dias de festa:

Dia 4/5/19 (sábado)19h - Praça de Alimentação com barra-

cas das entidades19h - Barracas com a exposição: “Escola

Pública vai à Praça”19h - Festival de Música no palco 2

Carreiro e Capataz se apresentam em Mandaguari neste sábado (4)

23h - Show da dupla Carreiro e Capataz

Dia 5/5/19 (domingo)11h - Almoço das entidadesBarracas com a exposição: “Escola Pú-

blica vai à Praça”19h – Festival de Música no palco 219h - Jantar das entidades22h – Show com Banda Oasis Show

Dia 6/5/19 (segunda)11h - Almoço das entidadesBarracas com a exposição: “Escola Pú-

blica vai à Praça”16 h - Show Musical17h – Corte do bolo de 82 anos de Man-

daguari

Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Mandaguari estarão abertas neste sábado (4), das 8h às 16h, para va-cinação contra a gripe e atualização da caderneta de vacinas. A ação é nacional e faz parte do Dia D da Campanha Na-cional contra a Influenza, que se estende até o dia 31 de maio.

Profissionais da Secretaria de Saúde estarão atendendo nas UBS do Centro, Boa Vista, Progresso, Morumbi, Espla-nada, 5 Conjuntos e Vila Vitória. No posto da Vila Vitória será realizada ape-nas a vacina contra a gripe.

O grupo prioritário da campanha é crianças de seis meses até cinco anos, 11 meses e 29 dias, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, professores das escolas públicas e pri-vadas, indígenas, população privada de liberdade, funcionários do sistema pri-

Maio é mês da Campanha Nacional contra a Influenza

sional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeduca-tivas, policiais civis, militares, forças ar-madas e bombeiros, portadores de doen-ças crônicas e outras condições clínicas especiais.

O prefeito Romualdo Batista assinou na terça-feira (30) o decreto nº 168/2019 que proíbe a Sanepar de aplicar o reajuste de ta-rifa dos serviços prestados em Mandaguari. O ato foi acompanhado pelos vereadores, que estiveram discutindo o assunto na Pre-feitura e foram unânimes em não conceder os 12,13% solicitados pela empresa.

Batistão afirmou que a união dos po-deres Legislativo e Executivo é importante para defender os interesses dos mandagua-rienses. Participaram da reunião o presi-dente da Câmara, Hudson Guimarães e os

Prefeitura e Câmara se unem contra reajuste de tarifa da Sanepar

vereadores João Jorge Marques, Eron Ro-drigues Barbiero, Márcia Serafini Cassiano da Silva, Clarice Ignácio Pessoa Pereira, Jo-celino Tavares, Luiz Carlos Garcia e Sebas-tião Alexandre da Silva.

A assessoria de comunicação da Viapar - empresa que administra a praça de pedá-gio local – seguiu a determinação do Tribu-nal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), e reduziu em 19,02% as tarifas de pedágio. O novo valor entrou em vigor a partir de 0h de terça-feira (30).

Com a mudança, em Mandaguari a tarifa para automóveis e ônibus (por eixo)

Viapar anuncia redução nas tarifas de pedágio

vai para R$ 8,50. Caminhões passam a pa-gar R$ 7,30 por eixo, enquanto o novo valor para motos na praça local vai para R$ 4,30.

Seguindo o acordo celebrado entre a concessionária e o movimento Tarifa Zero, o desconto de 20% sobre o valor total da ta-rifa faz com que motoristas de Mandaguari e Marialva paguem R$ 2,10 na tarifa para automóveis.

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Roberto JuniorJornal Agora

Reprodução

8 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300pedágio

A Agência Regional de Desenvolvimento (ARD) abriu, no dia 2 de maio, o processo de recadastramento de veículos para desconto de 80% na tarifa de pedágio. Quem não efe-tuar o procedimento corre risco de ficar sem o benefício a partir do começo de junho, alerta a agência.

Para atualizarem os dados, motoristas devem procurar a ARD portando documentos pessoais como habilitação, RG e CPF, comprovante de endereço e documento do veículo.

CartõesDesde o ano passado, a agência extinguiu o uso de

cupons. Cada motorista recebe um cartão, que pode ser apresentado diretamente nas cabines da praça de pedágio para a obtenção da tarifa reduzida.

Apesar da mudança de formato, algumas limitações ainda persistem. Quem optava pela utilização do cupom tinha direito a apenas dez passagens com desconto pela praça de pedágio em cada mês. O número foi estabelecido no acordo firmado entre Viapar, município e movimento Tarifa Zero, e portanto não foi alterado.

TaxaA exemplo de 2018, moradores precisam pagar uma

taxa para fazer a atualização. O valor do serviço é de R$ 23.

Terra RoxaAlém do desconto na tarifa do pedágio, moradores de

Mandaguari contam com a opção de usar a estrada Terra Roxa, para não pagarem taxas. Não é necessário recadas-

ARD abre recadastramento para veículos de Mandaguari

Moradores devem atualizar dados até o final de maio

tramento para uso da via municipal, pois a Viapar realiza checagem de placas locais para liberar a passagem.

No entanto, com a implantação de placas do modelo Mercosul, os veículos não carregam mais a tarjeta de iden-tificação de suas cidades de origem. Isso tem gerado algu-mas dúvidas.

Ao Jornal Agora, a ARD explicou que não há motivo para preocupação. Se você trocou para a placa de novo padrão, antes de passar pela Terra Roxa pela primeira vez pode ir à praça de pedágio para cadastrar seu veículo sem custo.

ServiçoA ARD atende na Rua Manoel Antunes Pereira, 831,

Centro, esquina com a Vital Brasil. A agência atende de se-gunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h. Mais informações sobre o processo de recadastramento podem ser obtidas pelo telefone (44) 3233-3990.

Ainda durante a semana, a ARD realizou reunião para discutir a implantação de uma au-tarquia municipal de águas em Mandaguari. A agência e o movimento Tarifa Zero tem estuda-do desde 2017 a questão, levando em conta o fim do contrato entre município e Sanepar. O encon-tro que discutiu a possibilidade contou com a presença de prefeito, vice e vereadores, além de membros da sociedade civil organizada.

Agência prestou contas na última semana

Além de abrir o processo de recadastramen-to, a ARD prestou contas sobre as atividades que tem desempenhado. O presidente da agência, Orivaldo Siquinelli, explicou que, desde o ano passado, a entidade não tem mais convênio com a Prefeitura de Mandaguari e, portanto, anda com as próprias pernas.

Além de atuar como elo entre Tarifa Zero e Viapar, a agência promoveu cursos profissionali-zantes e pretende desenvolver outros projetos em breve. Durante coletiva de imprensa, a entidade também informou que agora divide espaço físico com o Conseg Pioneiros, que passa a atender com sede no mesmo endereço da ARD.

ARD discute implantação de autarquia municipal

de águas

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10 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300sorteio

Entidades arrecadam mais de R$ 600 mil na campanha Cocari Solidária

Resultado foi divulgado durante sorteio de prêmios da campanha

Redação do Jornal Agoracom C7 Comunicação

C7 Comunicação

Na manhã do dia 30 de abril, na Asso-ciação Atlética da Cocari, em Mandaguari, foi realizado o sorteio da XIV Campanha Cocari Solidária.

Neste ano, R$ 604.695,00 foram ar-recadados com a venda de vale-mudas, e esse valor foi totalmente revertido para as 113 entidades participantes.

A unidade de Mandaguari foi a que mais arrecadou, com R$ 118.465,00, segui-da por Cristalina (GO), com R$ 76.430,00 e Marialva, com 64.875,00.

Ao todo, desde o início da campanha, o total acumulado de arrecadação em va-lores originais totaliza R$ 5.250.795,00 re-vertidos para as entidades participantes e investidos por elas em projetos, manuten-ção e infraestrutura.

Cada um dos cupons sorteados foi avaliado, conforme determina o regula-mento, pela auditoria interna da Cocari para fins de validação.

União – O vice-presidente da Co-cari, Marcos Trintinalha, ressaltou a im-portância da participação de todos aque-les que colaboraram, adquirindo cupons. “Vocês, que compraram um vale-muda,

multiplicaram o valor revertido em prol das 113 entidades participantes. Além disso, essas mudas serão plantadas, bene-ficiando o meio ambiente. Agradecemos a todos os que contribuíram”, salientou.

Romualdo Batista, prefeito de Man-daguari, ressaltou a importância da rea-lização da Campanha. “Essa iniciativa da Cocari, por meio desses pequenos cupons, faz muita diferença para as nossas entida-des. Por isso, eu gostaria de reconhecer e parabenizar a cooperativa pela Campanha Cocari Solidária, que tem agregado muito à nossa cidade”, destacou.

Homenagem - A Excelentíssima Dra. Iza Maria Bertola Mazzo, juíza de di-reito do Foro Regional de Mandaguari, foi homenageada por sua iniciativa de unir a comunidade em benefício de todos, por meio do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), que arrecadou R$ 69.695,00 e possibilitou o plantio de 13.943 mudas de essências nativas.

Em suas palavras, a juíza ressaltou que iniciativas como essas são importan-tes para a comunidade. “Existem muitas entidades que atendem a diversas causas, eu agradeço a todos aqueles que ajudam e acreditam na união. Que nós possamos, juntos, seguir colaborando”.

1º Prêmio: 1 veículo Volkswagem, mo-delo GOL 1.0 Básico, quatro portas, ano /modelo 2018, zero quilômetro.

NOME: MARIA LUIZA TONUSSI DE OLIVEIRA

Cidade: Ivaiporã-PREntidade: IPTH – Instituto de Pesquisa

e Tratamentos Humanísticos – Apucarana-PR

2º Prêmio: Moto Honda modelo CG 125 FANKS Partida Pedal Carburada, ano/modelo 2018, zero quilômetro.

NOME: ANGELO APARECIDO DE ALMEIDA

Cidade: Rio Bom-PREntidade: APAE – Associação de Pais e

Amigos Excepcionais - Rio Bom-PR

3º Prêmio: Moto Honda modelo CG 125 FANKS Partida Pedal Carburada, ano/

Sorteio de prêmios da campanha foi realizado na Associação Atlética Cocari

Ganhadores do sorteio da XIV Campanha Cocari Solidáriamodelo 2018, zero quilômetro.

NOME: CLAUDEMIR JOSÉ TRIN-DADE

Cidade: Marumbi-PREntidade: APAE – Associação de Pais e

Amigos Excepcionais – Marumbi-PR

4º Prêmio: 1 TV LED SMART 49” PHILCO FULL HD.

NOME: BRUNO NARDI ZUCOLICidade: Itambé-PREntidade: APAE – Associação de Pais e

Amigos Excepcionais – Itambé-PR

5º Prêmio: 1 TV 40” SANSUNG FULL HD.

NOME: ARLINDO FERREIRA DA SILVA

Cidade: Jandaia do Sul-PREntidade: APAE – Associação de Pais e

Amigos Excepcionais – Jandaia do Sul-PR

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12 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300convidado

Bairrismo é um sentimento historicamente con-troverso. Enquanto alguns encaram essa caracte-rística como uma qualidade que valoriza e ajuda

melhorar o local onde se vive, outros a interpretam de forma oposta. Eu particularmente fico com a segunda opção. Para mim, acreditar que algo ou alguém é me-lhor que os demais pelo simples fato ter sua origem em uma determinada localidade soa um tanto incoerente.

Quando levado ao extremo, e extremismo é uma coisa cada vez mais presente na sociedade atual, o bair-rismo limita a visão de mundo, fazendo com que as pessoas se fechem para tudo o que vem de fora. Com isso, deixam de assimilar as boas influências externas e correm o sério risco de viver na mediocridade em nome do que chamam de amor por sua terra.

Entendo, porém, que gostar do lugar onde vive é o mínimo que se pode esperar de qualquer cidadão. Salvo raras exceções em que por motivos de trabalho, saúde ou questões familiares a pessoa é obrigada a residir em uma determinada cidade, todos podem escolher onde querem morar e não se justifica viver num local em que não se goste ou onde não se sinta devidamente acolhi-do.

Nos últimos tempos, no entanto, vem crescendo por aqui algo que se assemelha a um bairrismo às aves-sas. Seja por interesses políticos, por conveniência ou simplesmente para “surfar a onda do momento”, vejo cada vez mais pessoas se esforçando para desmerecer o que é daqui. Na visão – ou no discurso – desses “cida-

O bairrismo às avessas

André de Canini é jornalista há mais de 25 anos, tem especialização em Comunicação, Publicidade e Negó-

cios e é proprietário da Semiótika, empresa que atua na produção de conteúdo jornalístico e publicitário, asses-soria de imprensa e desenvolvimento de estratégias para

comunicação corporativa e institucional.

dãos”, tudo que é local acaba sendo nivelado por baixo. Comércio, indústria, agricultura, serviços, lazer, gover-nantes, imprensa, pessoas, nada presta...

Mesmo não sendo bairrista, gosto muito de morar em Mandaguari e acho essa cidade incrível apesar de todos os problemas que ela tem. Aliás, alguém é capaz de apontar uma cidade sequer do Brasil que não tenha problemas? Como disse anteriormente, não dá pra ser hipócrita ao ponto de dizer que Mandaguari é ou está um paraíso, mas daí a se tornar um crítico contumaz de tudo e de todos aqui radicados é um tanto exagerado, ainda mais quando esse bairrismo às avessas esconde outros interesses.

Antes de sair apontando nosso dedo e dizendo que isso ou aquilo não presta, que vendedor da outra cidade atende melhor que o daqui, que as empresas de lá ofe-recem mais oportunidades que as de cá, que o povo de não sei onde é mais acolhedor ou que o capim do outro lado da cerca está mais verde que o do lado de cá, é bom sair da zona de conforto e ir até lá se certificar se isso realmente procede. Se for mesmo verdade, há duas op-ções a fazer: dar sua contribuição para mudar este ce-nário ou fazer a sua trouxa e procurar um novo rumo.

Eu escolhi morar aqui e pelo menos a curto pra-zo não tenho planos de me mudar. Dentro das minhas possibilidades, sempre procurei dar minha contribui-ção para fazer desta uma cidade melhor. E você que é mestre em criticar, já fez alguma coisa além de reclamar nas redes sociais?

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14 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300especial

Arquivo / Agora Comunicação

Amanda BebianoJornal Agora

300... de Mandaguari, não de Esparta!

Em circulação desde 2012, Jornal Agora está em clima de festa

Em 480 antes de Cristo houve uma guerra entre a Pérsia, liderada pelo rei Xer-xes, e a Grécia. Na batalha, Leônidas, rei da cidade grega de Esparta, liderou seus 300 guerreiros em desvantagem contra o enor-me exército persa. Mesmo sabendo que a morte certa os esperava, seus sacrifícios inspiraram toda a Grécia a unir-se contra o seu inimigo comum.

A essa altura você deve estar se per-guntando o que isso tem a ver com o Jor-nal Agora, não é? Bom... você pode não ter se dado conta, caro leitor, mas isso que está em suas mãos é um jornal especial.

Essa é a nossa edição de número 300 e a analogia com a história, cuja produção cinematográfica teve até o ator brasileiro Rodrigo Santoro em seu elenco, não é por acaso. Assim como os espartanos, somos poucos. Atualmente contamos com uma equipe de sete pessoas e sabemos que a nossa luta é para continuar fazendo um

trabalho de qualidade, que é o que nossos leitores merecem. Mas também sabemos que não estamos sozinhos, pois temos vo-cês ao nosso lado, há sete anos depositan-do confiança no que fazemos.

Com o avanço da tecnologia e a rapi-dez do acesso a informação, todos os dias “travamos uma guerra” para que você re-ceba o melhor conteúdo em suas mãos, seja a todo instante, através do PortalA-gora.com e das nossas redes sociais, ou se-manalmente, com a distribuição do Jornal Agora.

Sei que estamos juntos todo final de semana, mas você se lembra como isso tudo começou? No dia 5 de maio de 2012 foi distribuída a primeira edição do Jor-nal Agora. Coincidentemente, também foi uma edição comemorativa ao aniversário de Mandaguari – 75 anos.

Criado com a intenção de ser um jornal com distribuição mensal, não de-morou para que houvesse a necessidade de expandir. Em 2012 foram duas edições só no mês de outubro - uma antes e ou-tra após a eleição. A vontade de manter os mandaguarienses bem informados sempre

foi o que nos moveu.No dia 25 de abril de 2012 circulou a

edição de número 11, que deu o pontapé para as veiculações semanais. E agora, de-pois de sete anos, aqui estamos. Desta vez, para comemorar.

Resolvemos dar um tempo nas notí-

cias para, junto de você, lembrar um pou-quinho da nossa trajetória. Mas dessa vez, nós não iremos falar. Hoje a palavra é da-queles que, assim como você, fazem parte dessa história e que, de alguma maneira, contribuíram para que chegássemos até esta edição.

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154 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 especial

“Há sete anos, recém-formado e com total liberdade criativa e editorial, fundei este Jornal Agora com o ami-go Raspinha e tantos outros valorosos companheiros. Numa madrugada fria de outono, no prédio da Rádio Guaira-cá, fechamos a primeira edição - espe-cial sobre o aniversário de Mandaguari. Impresso na gráfica do hoje falido O Diário do Norte do Paraná, abarrotei o carro do meu pai, num sábado, com os exemplares da primeira edição. A foto foi perdida, mas em quatro ou cinco, empilhamos os jornais em frente à rá-dio para registrar aquele momento que nunca sairá dos escaninhos da minha

“Em meio às novas mídias, eis que Júlio César Raspinha, em 2012, apostou no lançamento do Jornal Agora. Não fiz parte da equipe inicial, mas admiro o tra-balho que os profissionais realizaram, de dar nome ao novo produto, elaborar os projetos editorial e gráfico, sendo o mais árduo: estabelecer a nova marca no mer-cado, ganhar credibilidade e inserir nos mandaguarienses – e a partir de 2015, nos jandaienses – o hábito da leitura do impresso. Quando entrei para o “time”, em 2013, já havia a expectativa por parte dos moradores para a chegada do “Agora” nos pontos de distribuição; em saber qual seria a chamada de capa da semana! Em outras palavras, o sonho daquele jornalis-ta empreendedor rapidamente tornou-se num projeto promissor e, com o esforço de todos que passaram pela empresa, o sucesso foi construído edição por edição. Dos registros que fiz até 2017, ressalto a inauguração do Contorno de Mandagua-ri, o fechamento do Hospital Geral, a luta dos moradores pela redução/isenção da tarifa de pedágio, o primeiro casamen-to homoafetivo; entrevistas com os mé-dicos Osvaldo Alves e Alfredo Brianez – provavelmente a última que concede-ram em vida –, e com pré-candidatos às prefeituras de Mandaguari e Jandaia do Sul, que me permitiram contextualizar os cenários políticos locais, podendo os eleitores melhor avaliá-los. A ideia de um novo jornal na região deu certo e che-ga ao número 300, a meu ver, porque o “Agora” preza por essa pluralidade de te-mas abordados; não foge de polêmicas; possui espírito investigativo; endossa rei-vindicações da população; conscientiza;

memória. Dali a se tornar semanal, pas-saram-se dez das trinta edições que tive o prazer de pautar, fotografar, escrever, editar e errar também. Nesse período, muitas mudanças aconteceram. Troca-mos de sede, o comando das emissoras de rádio foi separado, e segui com Ras-pinha e nosso sonho. Certa vez, recor-do-me que fizemos a reunião de pauta em meio aos sacos de cimento da refor-ma do prédio na Rua Renê Táccola - e felizes. Fizemos barulho. Levei dura de dedo na cara dentro da redação de uma mulher revoltada com a reportagem acerca de um, no mínimo, desrespeito do marido prestador de serviço público. Incomodamos, mas fundamentalmente informamos. Colocamos dedos nas fe-ridas. Fomos honestos. Resistimos. Os anos foram passando e continuei colabo-rando, por vezes, semanalmente - com o jornal que eu tinha certeza que não mor-reria cedo. Porém, há tempos não escre-via para essas páginas que tanto me en-sinaram sobre tudo. Um veículo plural, que respeita o contraditório, que assume seus erros, que se preocupa primeiro em informar, aos poucos, torna-se pilar no funcionamento de uma sociedade. Mes-mo que alguns custem a aceitar, o Jornal Agora, para sua área de alcance, é o fun-damental registro daquilo que somos. Obrigado a todos que acreditam nesse sonho, em especial aos que tornam isso realidade semanalmente. ”

Ederson Hising – Editor do Jornal Agora de 2012 a 2013

respeita as diversidades; analisa questões de outras esferas no âmbito local; pelo resgaste histórico; pela proximidade, in-teração e transparência na relação com os leitores. Sobretudo, permanece por manter a essência do jornalismo, como o princípio básico da busca pela verdade, apresentando diferentes versões de uma ocorrência ou assunto para que opiniões sejam formadas. Proporciona o debate, o que o distingue de veículos de comuni-cação que surgem mais para disseminar ponto de vista único ou fake news – “in-teresses ocultos” – que para informar. Como jornalista, sinto orgulho de carre-gar no currículo a passagem pelo “Ago-ra”; e hoje, como leitora, feliz com a atual equipe, que além de seguir com a missão e os valores do jornal, agregou em quali-dade e modernidade, utilizando as novas mídias como aliadas.”

Lilian Nariai – Editora do Jornal Agora de 2013 a 2017

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16 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300especial“Minha relação com o Jornal Ago-

ra começou na sua segunda edição, quando o editor Ederson Hising en-trou em contato para que fizesse uma charge que entraria na página 2. Já co-nhecia Ederson, havíamos trabalhado anos antes em uma outra empresa de comunicação, e aceitei o convite que era mais um desafio, charge política nunca foi a minha área. Ficou bom? Na época achei que não e continuo pen-sando assim hoje, agora a edição está aí na história da Agora Comunicação, para meu assombro. Tempos mais tar-de, em 2013, foi o contrário, minha vez de fazer contato com Hising. O Jornal Agora estava se estabelecen-do e demonstrei meu interesse em ser colunista. Foram algumas trocas de mensagens e me lembro de ter enviado amostras de textos para que a ideia de ter uma coluna sobre cultura pop fos-se aprovada. Assim a coluna “Fanzine” (que na estreia não tinha nem nome) estreou no jornal, na edição 11, quan-do o Agora deixou de ser mensal para se tornar semanal. Outra lembrança marcante da estreia foi a de que eu es-tava casado há pouco tempo e na mi-nha casa não tinha acesso à internet. Precisei fazer toda a pesquisa à moda antiga, revirando recortes que mante-nho guardado em uma pasta e revistas antigas. Ainda em 2013, na edição 35,

“300 vezes! Aos sábados, a gente cumpria uma rotina gostosa depois do café-com-pão. Percorrer a Avenida. Ver as vitrinas das lojas. Cumprimentar os amigos do outro lado da rua. Aos pou-cos, este ritual dos sábados ganhou um novo item. A leitura do Jornal Agora. Foi aos poucos. Um falava para o outro. A procura, crescendo. Onde? Na Ade-ga, na Farmácia, na Padaria. Liam-se aos grupos, comentando cada página. Ou guardando, sob o braço, para ler em casa, sentado no sofá, antes dos jogos do Brasileirão. Trezentas vezes. Passou tão rapidamente que daqui a pouco quan-do a cidade estiver comemorando cem anos, um centenário, estaremos, todos, lendo a edição número 600. ”

Donizeti Donha – Colunista do Jornal Agora de 2013 até o momento

agora sob a liderança de Lilian Nariai, pude realizar o sonho de publicar se-manalmente “O Mundo da Lua”, uma tira de história em quadrinhos, que ficou no jornal por 25 edições, proje-to que infelizmente tive que abando-nar por problemas de saúde. Por um período deixei de ser colunista, voltei, fiz trabalhos freelancer para empresa e agora faço parte da equipe do jornal. ”

Rogério Curiel – Diagramador e colunista do Jornal Agora de 2013 até o momento

“É uma grande alegria fazer parte da história da Agora Comunicação e poder compartilhar conhecimento com os lei-tores. Eu enquanto profissional me sinto satisfeito por encontrar um espaço aberto e de qualidade para falar sobre Psicologia de forma acessível a todos e contribuir com a disseminação de informações e conteúdos importantes para o crescimen-to da nossa sociedade. Parabéns a toda equipe da Agora Comunicação pelo belo trabalho que realizam e pela marca ex-pressiva alcançada até aqui. Desejo ainda mais sucesso e muitas outras edições es-peciais para comemorarmos o resultado de um trabalho bem feito. ”

Flávio Cardoso – Colunista do Jor-nal Agora de 2018 até o momento

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174 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 especial“Quando uma japinha linda [Lilian

Nariai] me convidou para escrever men-salmente uma coluna para o Jornal me senti desafiada. Fiquei meio apreensiva, por que minha essência, minha marca, meu estilo, me fazem despojada, meio bocuda, meio irreverente, meio amalu-cada, meio sarcástica, meio simples, e completamente verdade. Penso que ser autêntica, muitas vezes me leva a cultivar alguns desafetos. E eu nem me importo. Confesso que é muito gostoso encontrar as pessoas no supermercado, no banco, na loja, na rua, comentando sobre o arti-go do mês. Tenho um sentimento de gra-tidão pelo Jornal, e uma relação cheia de altruísmo, reciprocidade, afeto e respeito que tenho com a Amanda e o Roberto. 300 edições do Jornal que todo manda-guariense curte, participa, e procura to-dos os finais de semana. Sucesso e saúde a toda equipe do Jornal. Que tenhamos três mil, 30 mil e muito mais edições, desse meio de comunicação dessa cidade que elegi para envelhecer. ”

Vera Prado – Colunista do Jornal Agora de 2015 até o momento

“Gosto da interatividade do Jornal Agora com o público. Um fato com o Jornal Agora que marcou minha vida foi meu ca-samento, que vocês colocaram fotos na Coluna Social antes e depois de acontecido. Tenho as edições guardadas até hoje! ”

Wellington Sales – Leitor do Jornal Agora

“Acompanho o Jornal Agora desde o seu início! É bom demais saber que temos pessoas de Mandaguari que leva o jornalismo e a sua di-versidade cultural a sério. Pa-rabéns a todos da equipe”

Antonia do Nascimento Rodrigues – Leitora do Jornal Agora

“Gosto muita da importância que o jornal oferece aos destaques da nossa comunidade. Sempre que precisamos di-vulgar algo das escolas, dos nossos alu-nos, somos atendidos e bem recebidos. É um veículo de comunicação que atende à comunidade. Todos os dias entro no PortalAgora.com para saber dos aconte-cimentos. Adorooooo! ”

Valéria C. Souza Pinheiro – Leitora do Jornal Agora

"Gosto muito de saber as notícias, ler os comentários e saber tudo o que acon-tece no dia a dia de Mandaguari e região" Cristina Camilo, leitora do Jornal Ago-ra

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20 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300especial

Dois anos de Tarifa ZeroJornal Agora inicia série de reportagens sobre movimento que entrou para a história de Mandaguari

Roberto JuniorJornal Agora

Reprodução

Em 2019, o movimento Tarifa Zero completa dois anos. A iniciativa, que sur-giu após anos de insatisfação da comuni-dade local com o pedágio, é, sem dúvida, marco histórico para Mandaguari. Tra-ta-se da prova de que, unida, deixando bandeiras e diferenças de lado, a popu-lação consegue alcançar feitos até então inacreditáveis.

A partir desta edição, o Jornal Agora inicia série de reportagens sobre o movi-mento, ouvindo moradores, integrantes

da iniciativa, personalidades, fazendo re-trospecto e mostrando que o Tarifa Zero repercutiu em diversas outras esferas.

Cada texto será acompanhado de um pequeno trecho da saga, além da opinião de um dos membros do movimento.

InícioO ano é 2017, e a tarifa na praça de

pedágio de Mandaguari, administrada pela concessionária Viapar, é de R$ 8,20. Com muito custo, moradores pagam dia-riamente o preço cheio para poderem ir a cidades como Marialva e Maringá.

Há duas alternativas para fugir do custo: fazer um cadastro na ARD e con-

seguir “meia tarifa” (ao comprovar a ne-cessidade de passar pelo pedágio todo dia para trabalhar ou estudar, por exem-plo) ou usar um trecho da estrada mu-nicipal Terra Roxa, há anos conhecido como desvio do pedágio e motivo de dis-puta entre concessionária e moradores.

Enquanto a Viapar insistia em di-ficultar o acesso ao desvio, criando bu-racos e bloqueios, alguns motoristas in-sistiam em transitar pela Terra Roxa. A situação beirou o insustentável quando um agricultor teve negado pela empre-sa o direito a um cartão de livre acesso, algo que muitos outros proprietários ru-rais da região possuíam. Indignado, ele

abriu um buraco entre a Terra Roxa e seu imóvel, permitindo que motoristas pas-sassem ao lado de um parreiral de uvas.

No começo de março, em resposta ao ato do agricultor, a Viapar colocou guard rails (muretas metálicas) em um dos acessos à Terra Roxa. O fato ocor-reu numa terça-feira, dia 7, e foi a gota d’água para os mandaguarienses que, re-voltados, derrubaram os obstáculos.

No dia seguinte, uma quarta-feira, ganhou força em redes sociais uma mo-bilização popular contra a concessio-nária. O objetivo era se reunir durante o início da noite na praça de pedágio e abrir as cancelas por uma hora, dando

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214 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 especialpassagem livre aos motoristas. Era Davi tentando ferir Golias. E deu certo. Nascia ali o movimento Tarifa Zero.

Após a primeira mobilização, os ma-nifestantes foram buscar apoio do poder público. Na noite de segunda-feira, 13, 400 pessoas se aglomeraram no plenário da Câmara de Vereadores. O objetivo era pedir a adesão dos legisladores à causa, e deu certo. Todos os vereadores assina-ram um documento de apoio ao movi-mento.

No dia seguinte, o grupo pagou para uma máquina abrir a Terra Roxa, no lo-cal onde a Viapar havia cavado buracos, impedindo a passagem de veículos. Nos bastidores, a empresa tentava pressionar o poder público para “esvaziar” o movi-mento. A ameaça era de cortar a meia

Protesto realizado no dia 25 de março chamou atenção em nível estadual. Três mil pessoas participaram da mobilização

tarifa concedida a poucos veículos caso o Executivo não agisse de acordo com os interesses da empresa. O município não cedeu.

Em outra ponta, a empresa procu-rava possíveis líderes do movimento e abria processos contra eles, no intuito de “abafar” os protestos. As ações surtiam efeito contrário, e os mandaguarienses se mostravam cada vez mais inflamados.

No dia 25 de março, duas semanas após a primeira manifestação, ocorreu um protesto que mobilizou cerca de três mil pessoas na praça de pedágio da BR-376, no limite entre Mandaguari e Ma-rialva. Novamente pacífico, o protesto chamou atenção em nível estadual. Per-cebendo a derrota iminente, Golias acei-tou negociar com Davi...

Decisões que mudam destinosNa psicologia, temos um jargão que

diz “se você mudar um centímetro na rota de um navio, irá levá-lo a outro continente”.

Todos os dias somos confrontados com situações que exigem de nós uma po-sição, uma escolha. Após esta ocorrer, so-mos levados a lidar com as consequências.

Muitas das escolhas que fazemos mudam nossos destinos. Escolher fazer um curso ou não, se casar ou não, ter um filho ou abrir um negócio, são exemplos de situações que podem mudar a dire-ção de uma vida.

Há dois anos, um grupo de pessoas de uma pequena cidade do Paraná de-cidiu, em um momento de indignação,

ocupar a praça de pedágio. E assim nas-ceu o MTZ. Uma batalha começava, e o destino de uma cidade seria alterado.

Quando se pretende travar uma bata-lha, uma guerra, perguntas devem ser fei-tas. É uma luta justa? Contamos com apoio e bom soldados? Temos chances de vencer?

Quando começamos o movimento para obter uma tarifa justa contra o pe-dágio, poucos acreditavam que iríamos obter algum resultado. “É uma compa-nhia muito forte, com muitos recursos e influência”, diziam alguns. “Isso não vai dar em nada”, diziam outros.

No entanto, a fé de alguns foi se espa-lhando. E mais e mais pessoas começaram

a acreditar. A cada jogada da concessio-nária, uma reação imediata do movimen-to. E o apoio popular foi crescendo.

De repente, quase mais ninguém ti-nha dúvidas, e, com uma população intei-ra unida, o gigante caiu de joelhos. Mui-tas escolhas foram feitas naquela batalha. Algumas foram erradas, e outras, graças a Deus, nos levaram à vitória.

Naquele momento, a união e a deci-são de todos transformaram definitiva-mente a relação da cidade de Mandaguari e a concessionária de pedágio. Guarda-mos com carinho as lembranças deste momento de todos os heróis anônimos que, unidos, mudaram a história.

Alessandro Marcio Capoia é psicólogo e integrante do Tarifa Zero. Está entre os 11 considerados líderes do movimento

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22 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300convidado

De 1997 para cá a música brasileira não pode mais ser conside-rada a mesma. Naquele ano, o grupo de rap Racionais MCs lançou o revolucionário “Sobrevivendo no Inferno”. O álbum

vendeu um milhão e meio de cópias. Com 12 faixas, o icônico disco já era relevante para a cultura brasileira marginal, aquela que não tocava e ainda não toca nas FMs. Mas, agora, a situação mudou. Em 2020 a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) cobrará o conteúdo do álbum no vestibular.

O “Sobrevivendo...” foi catalogado como leitura obrigatória na categoria poesia. O álbum está ao lado dos “Sonetos”, de Luís de Ca-mões, e de “A teus pés”, de Ana Cristina César.

A editora Companhia das Letras, então, transformou o álbum em livro – para facilitar a leitura e, claro, vender! Neste ano, o “Sobre-vivendo no inferno” foi lançado em obra física. As 12 letras do disco estão lá, além de fotos e um artigo sobre a importância do álbum.

O que é possível destacar do livro?Os Racionais MC’s surgiram em 1988 em São Paulo. O grupo é

formado por Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e Kl Jay, e é considera-do uma das mais importantes vozes do rap no Brasil.

Pensemos nas letras de “Sobrevivendo no inferno” a partir de agora

O que a gente vê ali é a poesia do dia a dia da periferia de São Paulo: o contato com o crime, a necessidade de evitar fazer coisa er-rada para não ser preso, a realidade da cadeia, a relação com as di-versas religiões que chegam e chegavam à favela: católica, umbanda, protestante.

O fato de ser escolhido para um vestibular é um grande passo para a sociedade: é mostrar que a academia está se abrindo para a periferia, para grupos que sempre foram marginalizados. Por isso que escolher o “Sobrevivendo” foi um acerto.

O rap, diferentemente de outros gêneros, muitas vezes não tem refrão. É uma história contada – quase uma epopeia, no caso dos Racionais. O livro mostra isso. A primeira canção, terceira faixa do álbum, chama-se “Capítulo 4, Versículo 3”. Nela, o eu-lírico fala sobre a própria vida e de como é difícil ser negro na periferia:

“Para os mano da Baixada Fluminense à Ceilândia/ Eu sei, as ruas não como a Disneylândia/ De Guaianases ao extremo sul de Santo Amaro/Ser um preto A custa caro//”.

E depois:“Permaneço vivo, prossigo a mística/ Vinte e sete anos contra-

riando a estatística/ Seu comercial de TV não me engana/ Eu não preciso de status nem fama/ Seu carro e sua grana já não me seduz/E nem a sua puta de olhos azuis/Eu sou apenas um rapaz latino-ame-ricano/Apoiado por mais de 50 mil manos/Efeito colateral que seu sistema fez/ Racionais, capítulo 4, versículo 3//”.

A poesia dos Racionais vai à UniversidadeNo primeiro trecho, o que lemos é a necessidade do consumo

do negro para se sentir parte de uma sociedade. Depois, o eu-lírico mostra que, apesar o sistema marginalizar o negro – o que o levaria ao crime, por exemplo –, ele contraria o caminho natural. E sobrevive.

Ainda marginalizado, o rap, muitas vezes, é chamado de porta-voz do crime. Há casos e casos, claro. Mas o que lemos em “Sobrevi-vendo” é um recado claro: o crime não compensa. Exemplos são as músicas “Tô ouvindo alguém me chamar” e “Rapaz comum”. Essa úl-tima, aliás, tem um morto como narrador. O eu-lírico, um negro, foi assassinado nos conta isso. Ou seja: é defunto-autor, assim como fez Machado de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas em 1881.

“Diário de um detento” é o relato de um homem que está preso no Candiru. Ele conta como foi o dia em 02 de outubro de 1992, o dia do Massacre. É uma descrição fortíssima – que, segundo consta, foi escrita por Mano Brown e Jocenir, um então detento do Carandi-ru. A letra passou pelos detentos da cadeira, para ser aprovada. Essa canção, aliás, tem uma estrofe que deve ser uma das mais potentes da história da música brasileira:

“Ratatá, mais um metrô ai passar/Com gente de bem, apressa-da, católica/Lendo jornal, satisfeita, hipócrita/Com raiva por dentro, a caminhada do centro/Olhando para cá, curiosos, é lógico/Não, não é, não, não é zoológico/Minha vida não tem tanto valor/Quando seu celular, seu computador//”.

Como a sociedade não costuma pensar no detendo como uma pessoa, quem está lá vale menos do que bens de consumo. É ou não é a sociedade de consumo descrita a partir de um rap?

E o que isso tem a ver com o vestibular?O fato de uma universidade do porte da Unicamp adotar o

“Sobrevivendo” é um caminho sem volta. É mostrar que o que é periférico é importante nesse Brasil tão desigual. Desse livro/ál-bum, destacamos algumas características que podem ser cobradas na prova.

• Asgíriasutilizadas,mostrandovariaçõeslinguísticas,di-ferentes da chamada norma culta;

• Arepresentaçãodonegro:elecomooprotagonistadaprópria história;

• Apoesiacomopartedacançãopopular–eaívalelem-brar que temos o cordel, que é uma história contada, algo que veio de Portugal mas é tipicamente brasileiro.

Aos que torcem o nariz para o rap e para o fato de uma uni-versidade se abrir para o “Sobrevivendo no Inferno”, apenas uma constatação. Dois dos livros que fundaram a cultura ocidental são poemas longos, que nasceram de forma cantada e só anos depois foram escritos: Ilíada e Odisseia, de Homero.

Vida longa aos Racionais MC’s, ao rap, à cultura periférica.

Victor Simião é jornalista. Atua como repórter e colunista de literatura na rádio CBN Maringá.

Colaborador fixo do portal Homo Literatutas, já escreveu para diversos veículos como o jornal “Rascu-nho”, o mais importante periódico literário do Brasil.

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24 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300convidada

Mandaguari, terra produtiva e abençoada onde desbravadores, em 1937, colocaram as forças nos machados e sentimentos de amor nos corações.

Mandaguari, os seus desbravadores foram pessoas que ampliaram o tamanho do alcance de sonhos e parti-ram para a conquista de realidades exitosas.

Por largos anos os cafezais deram o tom da riqueza econômica, da harmonia entre os seus moradores, do crescimento social, intelectual, cultural.

Cafezais. Pés de bela visualização em todas as esta-ções de seu desenvolvimento. A alegria de moradores, cultivadores dessa delicioso bebida, colocava à janela a sua luz de confiança em dias melhores.

Florestas, onças, pássaros, flores... Não havia finitude de alcance pequeno. O olhar sobre o horizonte não alcan-çava a sua curvatura. Mandaguari, de área quilométrica extensa, crescia a “olhos vistos” e trazia a admiração e agradecimento ao núcleo de cada família aqui residente. Vieram buscar o “Eldorado”. Encontraram-no. Formado por área plana e de altos morros e grandes rochedos não apresentava receio às pessoas em aqui viver e deixar a His-tória registrar o conquistado. A zona rural logo povoou-se de forma intensa. Núcleos completos se formaram: inú-meras residências, igreja, escola, armazém de secos e mo-lhados, campo de futebol. Quanta alegria havia em dias faceiros quando o trabalho permitia partir para o usufru-to de outras áreas de onde a Fé cristã dava o seu tom e a diversão após acontecia...

Mandaguari, chão onde desbravadores pisaram hoje se somam aos passos dos que, tendo a tecnologia em mãos, avançam para futuro mais promissor.

Mandaguarichão de desbravadores

Terra que gera muitos frutos em todas as áreasAfinal, o município encontra-se em franca expansão.

Há muitos bairros sendo estabelecidos, há pessoas para aqui vindo, até de outros países. Há posicionamento de interatividade, total, a nível nacional e internacional, ofe-recendo o que o mundo consegue alcançar em sua rapi-dez de descobertas e ofertas aos homens que neste Planeta habitam.

Mandaguari, o seu chão é privilegiado. Há empresas de grande porte que colocam o seu nome a nível mundial. Há também empresas de mediano e pequeno porte que também contribuem com o suporte econômico e exigem mão de obra qualificada. Os seus estabelecimentos de en-sino, de todos os níveis, trazem características de acom-panhar a evolução dos fatos, dos feitos e colocar os seus estudantes em alcance privilegiado. A difusão de notícias e a produção de bens culturais alcançam lançamento de livros, academias de música, de dança, peças teatrais, rá-dios, TVweb, revista, jornais, sites, blogs, e outras ferra-mentas que a comunicação permite alcançar.

Crescendo, desenvolvendo-se, posicionando-se po-sitivamente frente à Região Metropolina à qual pertence, muitos residentes, que não desbravaram pois aqui chega-ram após a abertura de matas e a construção do povoado, buscam fazer com que o município traduza, no cotidiano, o símbolo que a abelha representa: trabalho constante e o colher o néctar das flores e transformá-lo em alimento saudável, produtivo e rentável.

Que possamos reconhecer que você, Mandaguari, é a nossa casa maior onde todos se encontram e, abençoados, continuam a construir, do raiar ao pôr do Sol, a pujança que não deve acabar.

Maria Inês Botelho é ex-vereadora e ex-prefeita de Mandaguari.

Atuante em clubes como Rotary e Elos, entre outras entidades.

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254 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 convidado

A história bíblica conta que o povo saiu do Egito em direção ao deserto. A terra de Canaã ficava bem perto e poderia ser alcançada em poucos

dias, mas o povo precisava antes receber a lei do Se-nhor. Ficaram junto ao monte Sinai durante dois anos, ao fim dos quais partiram para a Terra Santa.

Canaã, embora tenha sido prometida, precisava ser con-quistada. Assim acontece com muitas promessas de Deus, que envolvem o esforço humano em sua concretização.

Chegando nas proximidades de Canaã, Moisés es-colheu doze homens, um de cada tribo, para entrarem na terra numa missão de reconhecimento (Nm. 13).

Aqueles homens eram a elite de Israel, doze prín-cipes, líderes das tribos. Moisés colocou diante deles um desafio: entrar na terra, observá-la e sair, trazendo algumas amostras do seu fruto. Aqueles doze homens estavam diante de uma grande chance, pois dentre eles sairia o seu sucessor.

Depois de 40 dias, os doze voltaram com um rela-tório que pode ser assim resumido: “Em Canaã tudo é muito grande, mas nós somos muito pequenos”. Desco-briram que a terra era habitada por gigantes. Os frutos também eram gigantescos.

Todos viram o mesmo cenário, mas os observa-dores dividiram-se em dois grupos: dez pessimistas e dois otimistas. Os dez pessimistas disseram que não poderiam conquistar a terra, porque seus moradores tinham grande estatura. Os dois otimistas, Josué e Ca-lebe, declararam que poderiam conquistar com a ajuda de Deus.

Os dez pessimistas estavam firmados na razão e na lógica humana. Os outros dois estavam firmados na fé em Deus e na sua promessa.

Aqueles homens eram príncipes, mas viam-se

Mandaguari, nossa Canaãcomo gafanhotos (Nm. 13.33). Seria humildade? Não. Era um caso de autodepreciação em virtude da incre-dulidade. Aí está o problema da autoimagem negativa, que pode anular o potencial do indivíduo e do povo. Entretanto, a fé e a sabedoria podem superar a incapa-cidade humana.

Mandaguari é hoje a nossa Canaã, a terra de opor-tunidades. Por isso, não podemos passar a vida espian-do. Precisamos tomar posse de tudo o que Deus tem para nós.

Quanto aos gigantes que por vez encontramos, nada mais são que oportunidades que Deus nos dá de obtermos grandes vitórias.

Os dez espias da história do êxodo não foram der-rotados pelos gigantes, mas por sua própria increduli-dade, medo e covardia. Foram vencidos antes do com-bate. Assim são os pessimistas. Precisamos aprender a olhar com os olhos da fé. Deus é maior que qualquer problema deste mundo.

Creio que Deus quer fazer muito mais em nossa cidade, mas é necessário que nos voltemos ao Senhor, pois está escrito: “Se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar e se con-verter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (II Cr. 7:14). O segredo de uma terra prospera, é o seu povo viver aos pés de Deus.

Neste momento em que você está lendo essa refle-xão, quero desafiá-lo a ter um tempo de oração pela nossa cidade. Sugiro que você ore nesse momento pelos lares; pelo hospital; pela delegacia; pelos empresários; pelos agricultores; pelas escolas; pelas nossas autorida-des; enfim, por toda nossa cidade.

Deus abençoe nossa cidade. Parabéns Mandaguari!

Edmilson Pereira Marques é pastor da Igreja Metodista de Mandaguari

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26 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300convidado

A altivez na formação daquele povo era algo in-quebrantável. O orgulho e a propaganda daquela experiência colonizadora repercutia à toda na-

ção. Os tempos eram de tentar superar crises e, por isso, gente de todos os pontos do país buscava realizar um pe-daço de sonho no “Eldorado” que reluzia.

O que quase ninguém sabia, no entanto, era que aquele dominante sentimento coletivo havia brotado de um incidente ocorrido na origem do atual lugar. Mais do que isso, provinha de um conflito por terras e por outros recursos naturais. Quando brotou a primeira vila naquele lugar, os primeiros habitantes que se aglomera-ram em casebres se depararam com outros sujeitos pre-sentes e que já viviam ali sabe-se lá desde quando. Pos-seiros daquele lugar, extrativistas. Uns tantos caboclos que exerciam outras formas de viver e de se relacionar com aquele ambiente. Fato é que, "na tarde que se deu esse Encontro”, o choque foi inevitável. Houve ali, na-quele momento histórico, o entrelaçar destoante de duas formas de conceber o mundo. Duas interpretações reais e concretas da realidade. Duas visões de Direito sobre tudo aquilo.

Disputas intensas. Período largo. Nada foi fácil para nenhum dos lados naquela época da origem da vila. Tudo incidiu profundamente sobre os que já habitavam ali antes dela. Um dos lados ganhou aquela momentânea disputa. Mas não sem antes ter tido como lição a convi-vência com o conflito inesperado, prolongado e de con-fronto direto. Foi o principal evento que moldou aquele prefácio da localidade.

Nada de romântico esteve na gênese de tudo aquilo. A altivez, o orgulho e a superação que povoava o sen-timento coletivo daquele povo herdeiro do “lado ga-nhador” estava diretamente associada com a imposição

Sobre paraísos perdidos e com a intolerância para com o diferente deparado na origem. Algo que tornou-se recorrente. Era, contudo, como um espectro que, de forma consciente ou não, ron-dava a todos, assombrando e preocupando.

Tempos depois, o Eldorado se expandiu. Outras for-mas de riquezas estavam em disputa ou sob outros in-teresses. Aquela vila transformou-se numa cidade. Mas outras tantas brotaram, cresceram e se emanciparam. Aquele local, outrora experiência vitoriosa e de orgulho sólido de seus habitantes, se distanciou dos círculos cen-trais de importância e decisão. Todos os sentimentos que moldavam o caráter daquele povo local foram perdendo referência. Aquilo feria a todos dali, pois uma marca ou característica não se desfazia de qualquer forma. Mas era assim mesmo, pois agora, as forças econômicas e os entes políticos que ditavam o que seriam os destinos de todo aquele território já não cultivavam mais interesses sobre o Eldorado original. Tudo aquilo comporia apenas um passado enaltecido. Aos herdeiros deste orgulho origi-nário, lhes rondava um segundo espectro: o de sentir-se impotentes frente à realidade declinante. Era como um “Maracanazo de 1950” muito presente na memória. Mas nada, aparentemente nada, era possível de se fazer, pois o sentimento de não ter acolhido o diferente na origem daquele lugar, agora exercia o efeito que os combatia. In-tuitivamente. Não havia cultura criada nessa sociedade para defrontar-se a isso. Aliás, a cultura existente refor-çou a que oportunamente, sob outros fatores, os comba-tia agora.

Aquele ganhar no passado não foi necessariamente vencer, pois não fora uma vitória de todos. Não se con-siderava que esse todo era composto de diferenças e que, justamente nisto, residem as mais importantes formas de riqueza.

João Flávio Borba é graduado em agronomia e pós-graduado em agroecologia. Natural de Mandaguari,

residiu também em Maringá, Paiçandu, Paranacity e Marialva

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28 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300convidado

Quando assumimos a Prefeitura de Manda-guari, tínhamos a plena consciência de que estávamos assumindo também um grande

desafio pela frente, responsabilidade que aumentou ainda mais com a renovação do nosso mandato nas eleições de 2016. Desde o início ainda do primeiro mandato, buscamos trabalhar pelo bem comum, ou seja, administrar pensando nas pessoas, buscando não somente a realização de obras, mas buscando melhorar cada vez mais a qualidade de vida dos ci-dadãos mandaguarienses.

Ao longo desse caminho enfrentamos obstácu-los, ora administrativos, ora políticos, mas sempre buscamos enfrenta-los com serenidade, com o cora-ção desarmado e procurando sempre o bem comum. Hoje nosso município está entre os poucos que apre-sentam suas conta equilibradas, pagando os salários e décimo terceiro em dia, sem problemas com preca-tórios, com a certidões em dia. Trabalhamos fazendo economia e buscando sempre a transparência que, mais que uma determinação legal, é uma obrigação do gestor público.

Temos origem no setor empresarial, o que nos

Os avanços de Mandaguari nos últimos sete anos

deu, ao longo dos últimos anos, condições de agir com austeridade para colocar o município no rumo certo e manter as contas equilibradas. Em alguns mo-mentos nossas atitudes poderiam até serem chama-das de “Politicamente incorretas”, mas foram neces-sárias para que chegássemos em dezembro de 2018 com o município sem problemas financeiros e em condições de programar investimentos para 2019.

E falando em futuro, estamos discutindo à exaustão com a comunidade os Planos Integrados, que englobam a revisão do Plano Diretor e a elabo-ração do Plano de Mobilidade do nosso município. É um trabalho para projetar os próximos 10 anos do nosso município e que precisa ser bem elabo-rado, mantendo um crescimento sustentável, sem afetar o meio ambiente e determinando regras para serem respeitadas por todos nós. Hoje estamos pre-feito e temos que respeitar as leis como qualquer cidadão. E depois que deixarmos a administração pública voltarmos para o nosso dia a dia e teremos que continuar respeitando as novas determinações dos Planos Integrados.

Durante os últimos sete anos trabalhamos com

nossa equipe para melhorar as unidades de saúde, construindo novas e reformando e ampliando as já existentes, além de aumentar a frotas de veícu-los, que se encontrava sucateada. Foram muitas as conquistas em todos os setores, como o retorno ao município dos terrenos da antiga Tika por parte do Governo do Estado e a cessão das áreas da antiga Estação Ferroviária, onde um grande complexo es-portivo começa a surgir com a construção da uma quadra de areia a e já implantada Arena Multiuso.

Na educação continuamos sendo premiados pelo com desempenho no IDEB (Índice de Desen-volvimento da Educação Básica), além de reconhe-cimento de projeto como o “De Volta Pra Escola”, o melhor do Estado em 2017 no Prêmio Gestor Públi-co organizado pelo Sindicato dos Auditores Fiscais do Estado. Nos últimos anos estamos entregando o uniforme escolar para todos os alunos da Rede Mu-nicipal de Ensino, proporcionando mais economia para os pais e segurança para os alunos.

Neste rápido balanço dos últimos sete anos te-mos a certeza de que muita coisa pudemos fazer em prol da população de Mandaguari. Temos ainda pela

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294 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 convidadofrente dois anos de trabalho, com previsão de inves-timentos que melhorem cada vez mais a qualidade de vida da população. Nos sentimos bem quando admi-nistramos para as pessoas, especialmente para as que mais necessitam do da presença do poder público.

Mandaguari teve mudanças significativas nos últimos sete anos e devemos isso à compreensão da nossa população, ao trabalho de nossa equipe e as parcerias com os governos federal e estadual, sem nos esquecermos do apoio de integrantes da Assem-bleia Legislativa, da Câmara dos Deputados e do Senado, que também foram decisivos para nossas conquistas, tanto no setor de obras quando na reno-vação da nossa frota, além de melhorias na saúde, na educação e na assistência social.

Entre as mudanças que tivemos, citamos ago-ra as nossas praças públicas. Muitas delas estavam completamente abandonadas, como era o caso da Praça do Povo, no Conjunto Habitacional Max Kauffmann, que já tinha se transformando num de-pósito de sucata. Foi revitalizada e novamente fez jus ao nome, ou seja foi devolvida ao povo, às fa-mílias daquela região da cidade. Não podemos dei-xar de citar a mais recente revitalização da Praça Tiradentes, que todos nós conhecemos mais como Bom Pastor. E neste período de Natal ela está pela primeira vez toda iluminada, contando ainda com presépio e a casa do Papai Noel.

De agora em diante vamos trabalhar para me-lhorar ainda mais a infraestrutura da cidade e também na área rural onde, inclusive, iniciamos a implantação de pedras irregulares, além de termos feito mais de 600 quilômetros de recuperação. E es-trada rural é assim mesmo: primeiro é recuperada e

Romualdo Batista é prefeito de Mandaguari

depois é necessária a manutenção, para que dê con-dições para trafegabilidade, visando o transporte da produção agropecuária, o transporte escolar e para quem moradores da zona rural venham com tran-quilidade para fazer suas compras e seus negócios na cidade.

Construímos e reformas escolas e unidades de saúde, recuperamos terrenos junto ao Governo do Estado e recebemos grandes áreas do Governo Fe-deral. Renovamos a frota de veículos, asfaltamos e realizamos o recape de ruas em todas as regiões da cidade. Zeramos a fila de cirurgia de cataras e es-tamos informatizando e em processo de interliga-ção de todas as unidades de saúde. Estamos sancio-nando o Plano de Cargos e Salários e o Estatuto do Servidor. Implantamos o Programa de Revitalização da Cafeicultura, que já distribuiu mais de 750 mil mudas para os nosso produtores e vale lembrar que nossos cafés estão sempre entre os melhores nos concursos regionais, estaduais e nacionais. Enfim, isso é apenas parte do trabalho realizado até aqui, mas ainda temos pela frente dois anos.

Nos próximos dois anos vamos continuar rea-lizando e contando com as mesmas parcerias, mas sempre buscando administrar para pessoas da nossa cidade, que são o maior patrimônio de Mandaguari. Gente bem atendida e bem assistida pelo poder pú-blico é nosso objetivo e foi por isso que fomos lan-çados na vida pública. Vamos juntos Mandaguari, buscando uma cidade cada vez melhor para se viver e destacando o nome da nossa cidade na região, no estado e em todo país. Só depende de nós, da nossa união em torno de um só objetivo: o melhor para Mandaguari. Feliz aniversário, Mandaguari.

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30 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300convidado

Todo o objetivo tem início com um sonho. Sonho de ser médico, sonho de ser empresário, sonho de fazer aquela viagem, sonhos!

Eu e meu amigo Paulo Denobi, quando começamos a andar de bicicleta juntos, além de reduzir o estresse, também conversávamos sobre muitas coisas como so-nhos, objetivos para o futuro, família, entre outros as-suntos que vinham em nossa mente.

Um belo dia, Paulo me convidou para participar de uma formação de coaching que ia acontecer em Marin-gá e que ele estava, a tempos, querendo participar. Co-mentou que era uma nova área de estudos que poderia ajudar muito profissionalmente e seria uma profissão promissora.

Só para ser entendido o que é Coaching, é um mé-todo em que o profissional Coach auxilia e conduz pes-soas e organizações (Coachees) a identificarem a situa-ção atual em que a pessoa ou organização se encontra e, através de técnicas e ferramentas são desenvolvidas ou aprimoradas habilidades e competências para que, tanto a pessoa como a empresa, definam objetivos e alcancem resultados melhores e mais rápidos.

Eu havia planejado fazer minha segunda especiali-zação. Pesquisei o que era o “tal do coaching” e gostei das informações que busquei.

Enfim, estávamos Paulo e eu na formação do Institu-to Brasileiro de Coaching – IBC em abril e maio de 2017. Posso dizer para vocês, foi um divisor de águas.

Durante o curso ficamos muito empolgados, inclusi-ve dando asas ao sonho de um dia termos nossa empresa de coaching, pois essa metodologia estava nos transfor-mando em algo que ainda não sabíamos no que ia ser.

Após vários acontecimentos e conversas, tomamos a decisão de iniciarmos a empresa. Fui desligado do antigo trabalho e estava trabalhando com coaching e consul-toria de sistema de gestão ISO 9001. Meu sócio estava

A Saga INCACempregado e tomou a decisão de sair e empreender, e assim demos início ao nosso negócio.

E onde vamos abrir uma empresa que trabalha com desenvolvimento de pessoas e negócios (nossa missão)? Pensamos em Mandaguari, Maringá, Apucarana, entre outras cidades da região e definimos por Mandaguari. Nosso pensamento é que, se pudermos auxiliar e con-duzir pessoas e empresas a um nível melhor em nossa cidade, estaríamos contribuindo para o desenvolvimen-to do município.

Em 4/4/2018, oficialmente, a Denobi & Valério So-luções Empresariais estava em funcionamento e, como toda empresa, no início teve suas dificuldades. Primeiro de ser conhecida no mercado: empresa nova, empreen-dedores iniciando a vida de empresários, mesmo com mais de 20 anos de experiência em várias áreas, e bus-cando seu lugar ao sol.

Iniciamos com treinamentos e processos de coa-ching e evoluímos consideravelmente. A Denobi & Va-lério estava deixando sua marca nos clientes que partici-pavam de seus serviços.

Em agosto de 2018, a visita de um outro amigo, pro-fessor e doutor Constantino, para conversar sobre possí-vel parceria em trabalhos, visto que podíamos ampliar o portfólio de serviços e a conversa ampliou-se para vários outros profissionais, que, a partir de outubro, colocamos em prática a ideia de montar um instituto que oferece um portfólio tanto de treinamentos e processos de coa-ching como serviços de consultoria e assessoria empre-sarial. Assim a Denobi & Valério Soluções Empresariais foi transformada no Instituto Nacional de Consultoria e Assessoria Corporativa - INCAC, que continua com o foco de desenvolver pessoas e negócios em nossa região e pelo Brasil afora.

Agora, com pouco mais de um ano, nós, os sócios e parceiros, estamos cada vez mais próximos da nossa mis-

são com a sociedade. Toda organização visa resultados e a nossa é assim também, entretanto os resultados nossos são consequência dos resultados dos nossos clientes que fazem um treinamento e conseguem se organizar, desen-volvem novas habilidades, as empresas que fazem a es-truturação do seu negócio e ampliam a visão estratégica e sistêmica, visualizando horizontes que antes não per-cebiam e assim vamos deixando a nossa marca, o nosso legado por onde o INCAC passa.

O nosso amor por Mandaguari continua e, hoje, pre-tendemos fortalecer nossas raízes aqui.

José Luiz Valério é Administrador e Master Coach especializado em Gestão de Pessoas e Coaching

e Gestão da Qualidade e Logística Empresarial, é Auditor Lead da NBR ISO 9001:2015, Consultor e Só-cio do Instituto Nacional de Consultoria e Assessoria

Corporativa- INCAC

Paulo Denobi e José Luiz Valério, fundadores do INCAC

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32 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300colunista

Anderson Tudino e Naiara Queiroz no giro da semana Destaque para o casal Lidiane Salvador e Alexandre Salvador

As beldades Mariana Vitória, Caroline Barriquelo, Isabela Martins e Larissa Malavasi

Click da belíssima Rafaela Silva, que completou idade nova em 28 de abril

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334 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 colunista

Rislaine Rissi e Cleyton Vicentin marcando presença na coluna Tatiana Barbieri e Luciano Ribeiro também no giro

Thaina Boldrin e Guilherme Balbo em click para o colunista Destaque também para o casal Willian Cesar Sversuti e

Josiele Sversuti

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34 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300giro

Quer economia de verdade em medicamentos, cosméticos e muito mais? Então confira os preços sen-sacionais da Drogaria Bom Preço em Mandaguari. São duas unidades para melhor atender você, uma na es-quina com a Praça Independência e outra em frente à praça.

No Mercado Compre Bem você encontra um açou-gue com carnes fresquinhas, melhor preço e excelentes ofertas. O atendimento é familiar, e o mercado está re-pleto de novidades, como frango assado aos domingos e padaria com pães assados a toda hora. Mercado Compre Bem, o atendimento que a sua família merece. Na Rua Custódio da Rocha, 459, Cinco Conjuntos. O telefone é (44) 9 9772-6138.

Nada se compara a uma boa visão, e a Ótica e Relo-joaria Cyma protege sua maneira de ver o mundo, com preços especiais em lentes e armações. Na Cyma você também encontra linhas completas de relógios, joias e muito mais. Ótica e Relojoaria Cyma, protegendo sua maneira de ver o mundo. Na Avenida Amazonas, 839. Os telefones são (44) 3233-4284 e (44) 9 9802-4284.

Quem compra na Aquarela compra muito mais. A loja está com muitas novidades na coleção Inverno 2019 e, além de preço, oferece condições de pagamen-to sensacionais e atendimento de primeira. Vá conferir tudo de bom que a Aquarela tem pra você, na Avenida Amazonas. Fone: (44) 3233-1728.

Mês das Mães é nas Lojas MM de Mandaguari. Na MM você encontra tudo para arrasar no presente da sua mãe. São centenas de opções em eletrodomésticos, celulares, televisores e muito mais, com atendimento de qualidade. Em Mandaguari a MM MercadoMóveis fica na Avenida Amazonas. Telefone: (44) 3233-5306.

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36 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300crônica

As notícias do AltamiroO barulho foi grande. Alta-

miro, o culpado. Chegou espa-lhando a notícia. Com grandes gestos. Desenhando no ar. Falan-do alto e com pressa. Uma Roda Gigante chegou na praça. Está sendo montada.

Dito e feito. Lombriga. A molecada ficou com água na boca. Era época do aniversário da cidade. Os tios diziam fábu-las. Rememoravam. Barracas de guloseimas na praça. Pipoca-do-ce colorida. Cheiro de maçã do amor. No ar. Eu não te prometi um mar de rosas, no alto-falante.

Na esquina da Madri Lan-ches e Banca de Revistas, um caminhão Chevrolet 56, como palco. 5 luzinhas pintadas. Ama-rela, verde, azul vermelha e roxa. Criavam o cenário e o clima da festa.

Gordinho Torino estava preocupado com outro rolo. Ti-nham contratado um cantor de fora. Baratinho. Pra cantar em cima do caminhão. Mas o Natã, sanfoneiro dos bailes de terreiro de café, tinha ficado mordido. Ele achava que deveria ser ele a estrela da festa. Ia fazer um abai-xo-assinado.

Tio Zózimo: A roda gigante da vidaTudo isso não tirava o foco

da molecada. Tio Zózimo só ti-nha atenção para a tal de Roda Gigante. Nem fazia direito a ta-refa da escolinha, imaginando como seria a tal.

Jota Gê achava que ela devia ser maior que o abacateiro da ca-pela. Jeffs ouvira que ela rodava tão rápido que era perigoso ati-rar uma pessoa quase uma légua de distância. Pra lá da esquina. Yagus botava terror. Se a Roda Gigante emperrar, a pessoa pode ser obrigada até a passar 5 dias lá em cima, até chegar o competen-te eletricista.

Este converseiro só aumen-tava a vontade de Tio Zózimo e sua turma. Verem a admirável Roda Gigante ao lado da Fonte Luminosa. Passaporte para a feli-cidade. Iriam em grupo. Estavam animados. Decididos.

Foi aí. Receberam um reca-do da turma do Licurgo. Eles, os 7 queriam refazer a amizade per-dida e perguntavam se podiam ir juntos conhecerem a tal da Roda gigante, na praça. É que os 7 Licurgos tinham ficado de mal porque as meninas preferiam conversar com os meninos mais simples.

Corações simples, Tio Zózi-mo e os amigos, depois de deba-terem o assunto, aceitaram reatar a tal da amizade. Melhor ter ami-gos neste mundão velho de meu Deus.

O retorno do GrungeEle demorava para apare-

cer. Morava na mata do meio da Estrada. Não tinha medo dos ladrões, feras e visagens? Era o Grunge. Paletós de mangas mais longas que os braços. Chapéu fu-rado no coco da cabeça. Calças dobradas nas barras. Cheias de picão. Grudados.

Só assustava os tolos. A tur-ma de Tio Zózimo gostava dele. De ouvir a história que ele sem-pre contava, recontava e repetia a cada vez que ressurgia, na en-cruzilhada. Esquina da Capela e da Venda.

Quando ele cruzou este ca-minho entre a cruz e o copo, a turma abandonou o futebol de bola de meia no pátio da escoli-nha. Correndo, o cercaram.

Grunge, satisfeito, contou, pela milésima vez, a história. Sempre acrescentando um pon-to, uma novidade.

Quem me disse? Quem sabe

ouvir a Cachoeira do Arassu que ouça também. Ela diz. Parece um choro de menina, mas é moça cantando. Contando. Guarã, o filho mais novo do Xamã da tri-bo, alto e forte como o jaguar da noite, pilotava aéreos cipós por sobre as perobas rosas e figueiras brancas. Conhecedor de todas as ervas curandeiras, frutas nutriti-vas e raízes fortificantes, estava sendo preparado pela tribo para assumir a função do pai.

Com sua velocidade, percor-ria e fazia amizade em todas as tribos que habitavam das mar-gens do Pirapó às nascentes do Keller. Do Ribeirão Alegre ao Rio Caituzinho Sempre era uma festa quando ele chegava.

Principalmente as cunhãs, as lindas moças indígenas que cui-davam das roças, das festas e das ocas. Exímias nadadoras. Caça-doras de mão cheia.

Grunge ia deixando todos admirados com sua narrativa. Até hoje, ninguém conseguiu superá-lo. Os meninos, de olhos arregalados. Voavam junto com Guarã pelas florestas do Matão.

A cascata sempre repete, contava Grunge. A vida não é só flores. Em cada uma das 7 aldeias

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374 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300 crônicasurgia um rival de Guarã. Que iam ali-mentando raiva. Coceira do ódio na pele. Que foram armando planos. Que foram querendo o couro de Guarã.

Vinha chegando a festa da Sétima Lua Cheia. Era a arapuca. Pensavam. Des-ta vez ia ser na quinta cachoeira do Kel-ler. Domínio da tribo dos Carijós. Cada cacique já tinha enviado flores, frutos e pescados. Os 7 rivais mandaram recado a Guarã. Vamos buscar raízes perto da linda nascente do Ribeirão Vitória. Você, que conhece tudo, vem com a gente?

Guarã gostou do convite. Mandou recado, batendo martelo de madeira na casca da árvore tambor. Que aceitava. Os 7 rivais ouviram. Vibraram.

Na véspera da Sétima Lua Cheia, Guarã adormeceu em frente à cachoei-ra que canta, sonhando com as lindas cunhãs que habitavam todas as aldeias. Depois da meia-noite. Teve sonhos. Pe-sadelos. A cachoeira cantando. Tinha voz e contava histórias de traição. Alianças para vinganças. 7 contra 1.

Guarã, aturdido, acordou com o so-nho habitando sua cabeça. Repetia pra si toda hora. Era o dia do encontro com os 7. Ele não sabia dos planos deles. Foi. Eles já estavam na cabeceira do Cambota, conforme combinado através dos tambo-res das árvores.

Sabiam, Guarã era grande demais para um homem só enfrentar. Pediram pra ele guardar a flecha que trazia à cinta. O arco de Guará era famoso em todo o

Arassu. Rápido. Certeiro. Os 7, confome o plano, fizeram filas para marchar. 3 à direita. 4 do outro lado. Guarã no centro.

Subiram em direção à Caverna. Se-ria lá. O acerto. A vingança. Guarã não prestava atenção em nada, não conseguia esquecer do sonho em frente à cachoei-ra. Retinindo na cabeça. Quando a Lua Cheia, prateada, rasgando por sobre as copa da peroba mais alta, clareou o cami-nho, iluminou-se o sonho na cabeça de Guarã. Intérprete. Foi aí que ele percebeu a trama.

Seu pé voou na cara do primeiro traí-ra. Seus braços distribuíam murros um a um. Cada rival recebia o seu. Gritos fugidos na noite. 7 traíras perdidos nas trevas. Guarã retornou banhado pela luz das 7 estrelas, a tempo para a festa da Lua Cheia.

Tanta foi a emoção da história do Grunge que Sidney e Jeffs, na madeira do banco da venda, ensaiaram um batuque, baixinho, que foi crescendo, tomando a noite. E Jota Gê, inspirado, compôs na hora quatro versos que falavam do herói que pôs pra correr os 7 traíras. Foi a noite toda. O batuque. Na aldeia. E na Venda.

A festa na cidadeO dia seguinte era o dia. Ver a Roda

Gigante. A girar. Jota Gê passou batendo no portão das casas dos seis amigos. Va-mos, gente. Que a caminhada é longa. O pai do Yagus ia levá-los de Jipe. Mas de-cidiram. Leve as meninas que nós vamos

a pé, mesmo.Emyle, Rachel, Hadyja, Sara, Rute,

Iza, Laryssa. Na cidade. A festa ia ficar mais bonita. Tio Zózimo pedia. Pressa, moçada. É longe. Depois do Lombo da Égua encontrariam a turma do Licurgo, então, seguiriam juntos. Refariam as ami-zades. Ruim ficar de mal. Ódio sempre queima o coração, dizia, Marlene, cate-quista.

No caminho, em marcha, vez em quando, a lembrança da história do Grun-ge. Batuque na palma da mão e os quatro versos criados por Jota Gê. Espantando a canseira.

Lá na frente, encontraram a turma dos Licurgos. Se enturmando. Foram. Pedidos de desculpas. Perdões e não foi nada disso. Palmadinhas nas costas. Ora essa, a vida é assim. Amizade refeita é bom demais, comentou Yagus.

Altamiro não perguntou, mas achou estranho. A turma dos Licurgos, cada um levava um taco de aroeira, um estilingue e pedras nos bolsos. Mas, nem se ligou na questão. Avoado.

Estavam já chegando no Matão. Os Licurgos tomaram posição. 3 de um lado da estrada. 4 no oposto. Pra não dar tem-po de reação. Uma surra bem dada. Será que pensavam enquanto acariciavam os bastões? Madeira de dar em doido.

Parece que era na entrada do Matão o momento marcado. Jota Gê sem nada ver, nem perceber, lembrou de cantar os versos da canção dos 7 traíras. Bem alto.

Quase gritado. Um pássaro se assustou no alto da figueira. Anu voou. Uma cruz ala-da nos céus do Alegre. Só aí, Tio Zózimo ligou os pontos. A história do grunge, o plano dos Licurgos. Não ia dar tempo de fazer nada?

Seguiram caminhando em direção à mata, como a um matadouro. Os Li-curgos do lado dos barrancos, conforme premeditado plano. Os 7 amigos no meio, vítimas. Lobos e cordeiros.

Bem na entrada, no desespero, Tio Zózimo repetiu, bem alto, o verso de Jota Gê. As aves se calaram. Os cipós se enco-lheram. Grunge, parecendo um espanta-lho, acordado pelo grito, saltou no meio da estrada. Irado, nervoso, pronto pra castigar quem o tinha acordado.

Os Licurgos ao verem a estranha fi-gura dispararam estrada afora. Trope-çando nos calcanhares. Catando cavacos. Segurando as calças. Perdendo, no susto, tacos, pedras e estilingues.

Tio Zózimo e os amigos circularam o Grunge, batucando na palma da mão e cantando os versos do herói. Depois o er-gueram nos ombros e percorreram a mata gritando. Grunge é nosso rei. Hey. Numa algazarra-moleque de acordar bem-te-vis e sabiás-laranjeiras.

A Roda Gigante eles até viram. Mas o bom da festa foi saborear a pipoca-doce, vermelha de groselha, sentados na esca-daria da igreja. Os 7 tentando impres-sionar as 7 meninas com a história dos 7 Licurgos.

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38 4 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300social

O orgulho toma conta da família, principalmente dos pais Ângela Helena e

Agnaldo que viram seu filho João Henrique Trovão Melo, recém formado em direito,

pertencer ao quadro de advogados da OAB

O destaque da coluna dessa semana vai para o nosso locutor da Rádio Agora FM (91,3), Fernando Ribeiro e sua esposa, Karol

Parabéns para Michael que fez aniversário no último dia 29. Ele

recebe os parabéns da esposa, Aline, e do filho Luiz Felipe

Toda a beleza e simpatia de Viviane Pedroso

É um menino! Foi pura emoção no chá revelação de Danielly e Marco Antônio

Sitta. Eles estão a espera do príncipe Pedro

No último final de semana, o cirurgião-dentista Albert Asturiano esteve em Fortaleza (CE) para

repor as energias

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394 a 10 de maio de 2019 Ano | VIII | N°300

Parabéns para Franciane Souza, que no último dia 30 assoprou as velinhas.

Recebe todo carinho da filha Maria Cecília e do marido Cleyton

O Joka, Joaquim Formaggi, completou idade nova no último dia 3. A linda paisagem de fundo ficou

por conta da viagem recente ao Canadá

Linda foto do casamento de Naiara Carvalho e Rafael dos Santos.

O click ficou por conta de Luan CaetanoFelicidades para Maria José da Silva, vulgo Maria Sanfoneira, que no último dia 25 completou 80 anos bem vividos.

Amigos e familiares prestam a homenagem

TBT do pré-casamento de Emily e Marcelo

Romântico ensaio do casal Kimberly

e Raphael

CLICK DO JHONES

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