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Data 30/06 a 02/07/2012 Ano I Número 38

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Clipping Tráfico e Abusos de Drogas Eletrônico

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Renata MarizJosé: não bebe ou usa cocaína desde

março. Há 23 anos na corporação, seu so-nho é chegar a major

Brasília – Com fardas imponentes e armas na cintura, eles são treinados para combater o crime, lutar na guerra, salvar pessoas em perigo. A missão nobre, o re-gime rigoroso de disciplina e uma legis-lação penal própria extremamente dura, porém, não têm livrado os militares do flagelo das drogas. É crescente o uso de bebida, maconha, pó e pedra nos quartéis. No ano passado, 161 denúncias contra integrantes das Forças Armadas chega-ram à Justiça Militar — uma média de 14 por mês. De janeiro à primeira quinzena de junho, foram 56 (veja quadro).

O serviço de saúde do Exército en-caminhou, de 2010 para cá, 42 usuários graves de crack para internação pro-longada. Na Marinha, seis receberam tratamento. A Aeronáutica se recusou a passar informações sobre o assunto. Na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o tema também é tra-tado com sigilo. Mas Paulo*, que é PM, e José*, bombeiro, aceitaram conversar com o Estado de Minas. Eles relataram o drama das drogas no mundo militar, as dificuldades e facilidades que a carteira diferenciada traz para um usuário e como estão tentando abandonar o vício.

Prestes a completar 20 anos de Justi-ça Militar, o ministro Olympio Pereira da Silva Junior, vice-presidente do Superior Tribunal Militar, é taxativo: “Os casos estão aumentando, principalmente com o crack. O que aparece no meio civil, apa-rece aqui dentro também, não tem jeito”. Ele lembra que, embora praticamente to-dos os processos sejam de militares com pequenas quantidades de drogas, no Có-digo Penal Militar não existe a figura do usuário. “0,01 grama ou 30 quilos é tudo crime, com reclusão de até cinco anos, podendo haver desligamento da institui-ção”, explica.

A rigidez da legislação é criticada por Caroline Piloni, defensora pública da União, que advoga em favor dos réus nos processos. “Enquanto o civil pego pela primeira vez com pequena quantidade de drogas recebe uma advertência, em vir-

tude da nossa lei, que traz uma dimensão de saúde pública, a legislação penal mi-litar, de 1969, portanto da época da dita-dura, não entende isso”, lamenta. “Esses meninos, que estão cumprindo o serviço militar, carentes, com famílias desestru-turadas, são tratados como criminosos, punidos e ainda expulsos em muitas si-tuações.”

Segundo a defensora, os casos de crack ganham contornos ainda mais gra-ves. “Muitas vezes o militar simplesmen-te não tem condição física de trabalhar ou leva a droga para o quartel porque não dá conta de ficar sem ela”, diz. Caroli-ne não discorda, entretanto, de expulsão quando o usuário desempenha atividades que envolvam manuseio de armas ou se-gurança coletiva. “Mas sou contra a pu-nição criminal. Até porque esses jovens processados, em geral, são os que lavam banheiro, cuidam de cavalos, fazem co-mida. A punição administrativa já seria suficiente.”

*Nomes fictícios a pedido dos en-trevistados

“Já deixei minha arma por droga na boca”

Da cerveja socialmente aos porres com bebida destilada, ainda nos primei-ros tempos de bombeiro, passaram-se não mais que cinco anos. “Quando vi tinha me tornado um alcoólatra. Levava vodca para o quartel. Faltava ao serviço, os colegas iam me buscar em casa bêbado porque senão era deserção”, conta José. A vontade de parar levou o brasiliense, hoje com 40 anos, a procurar ajuda. Mas, entre uma e outra recaída, ele conheceu a cocaína. Com ela, vieram as piores sen-sações. “Mania de perseguição, ciúme em excesso, alucinação, paranoia mes-mo”, conta.

O medo que ainda havia de perder o emprego foi se dissipando. “Usava cocaína dentro do quartel. Chegou uma hora em que pensei: ‘Se quiserem me reformar, dane-se. Vou usar droga até morrer’.” Enquanto as perdas de José aumentavam — sem mulher, longe do filho, sem dinheiro —, sua noção de li-mite diminuía. “Já deixei minha arma por droga na boca. Vendi uma TV também. Guardava cocaína no carro, fui parado

em blitz bêbado. Era só mostrar minha identificação militar que estava libera-do”, lembra. “As pessoas veem a gente como um herói. Então, para os vizinhos e conhecidos, nunca fui o José. Sempre era o bombeiro. Passei a ser o bombeiro que chegava doidão, drogado, bêbado. É difícil pedir ajuda”, diz. Desde março sóbrio, o militar de músculos bem torne-ados e rosto bonito se mantém firme no tratamento. “Sou um bom profissional, sei que posso chegar a major”, aposta José, com 23 anos na corporação.

“Passava cinco, oito dias usando crack direto”

Aos 18 anos, quando vestiu a farda da Polícia Militar do DF pela primeira vez, Paulo combatia a droga por convic-ção. Somente aos 30, para acompanhar a então mulher, passou para o outro lado. “Foram 10 anos usando cocaína, sem grandes prejuízos. Quando experimentei o crack, vi o fundo do poço. Em cinco meses, estava acabado”, conta Paulo. Com faltas excessivas e sem condições de trabalhar, ele pediu ajuda ao coman-dante do quartel, que o encaminhou para o Centro de Assistência Social da PM do DF, chamado pela sigla Caso.

Hoje existem cerca de 70 policiais militares sendo tratados no Caso. A PM afirmou que 12% da corporação são de-pendentes de álcool, segundo estudo de 2008. “Novos levantamentos apontam para um percentual maior”, diz a nota. Paulo não arrisca levantamentos, mas a experiência o leva a uma conclusão gra-ve: “A PM e os bombeiros estão doen-tes”.

Pai de cinco filhos, o maranhense de 45 anos se lembra com tristeza da época em que fumava a pedra. “Passava cinco, oito dias usando crack direto, sem querer saber de nada. É uma droga miserável. Foi preciso um baque grande, uma trai-ção conjugal, para eu acordar”, afirma. Mais de cinco meses sem consumir, par-ticipando de terapia individual e em gru-po, além de sessões de musculação para combater a ansiedade, Paulo não se im-porta com os cochichos e olhares atraves-sados dos colegas. “Comentam: ‘Esse aí foi internado por causa de crack’. Eu não ligo, o que importa é que estou limpo.”

EstADO DE MInAs – On lInE – 01.06.2012

FORÇAS ARMADAS As drogas e os homens de farda Os entorpecentes, principalmente

o crack, invadem a realidade de militares brasileiros

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Guilherme ParanaibaUm mistério para a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Fe-

deral (PF) solucionarem: um avião monomotor que caiu anteontem à noite na zona rural de Prata, no Triângulo Mineiro, e matou duas pessoas transportava 200 kg de pasta de cocaína. Enquanto a FAB vai cuidar das investigações sobre as causas do acidente, caberá à PF descobrir de onde vinha a droga e para onde seria levada, além da identidade do piloto e do passageiro mortos no acidente. Segundo po-liciais militares que localizaram o aparelho, a aeronave, prefixo PTR-SMH, desapareceu dos radares por volta das 21h de sábado, quando a corporação foi avisada do acidente. “O comunicado veio de Brasília e dava conta de que o avião tinha perdido o contato nas proximidades da Fazenda Relíquia, na zona rural do município”, informou o soldado Sérgio Reis Martins de Souza. A PM partiu para a região, que fica a cerca de 30 quilômetros da cidade, e por volta das 8h de ontem encon-trou os destroços do monomotor.

Quando a droga foi encontrada no interior do aparelho, a Polícia Federal foi informada. Uma equipe da Superintendência de Uberlân-dia se deslocou até a área do acidente para recolher a pasta de cocaí-

na e iniciar as investigações. Ainda foram localizados no interior da aeronave um fuzil 556, de origem norte-americana, um carregador de pistola e munição.

O choque contra o solo não danificou muito o avião. Também não foram encontrados vestígios de explosão ou incêndio. Pela posi-ção dos corpos, tudo indica que morreram o piloto e um passageiro que viajava a seu lado. O monomotor tinha capacidade para trans-portar quatro pessoas, mas não foram encontrados sinais de outros ocupantes.DO pArAguAI

A suspeita é que a aeronave trazia a pasta de cocaína do Paraguai e seu destino poderia ser o interior de São Paulo ou o Sul do país. Um lavrador que estava a cerca de 4 km do local onde o avião caiu disse que na noite de sábado ouviu o barulho da aeronave e sinais de falha no equipamento, até o barulho sumir de vez. Militares do 3º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Se-ripa), que já estão em Prata, vão fazer a perícia e tentar descobrir as causas do acidente.

Vejam vocês que prejuízo traz ao país o combate às drogas, ação que exige milhões de reais aos cofres públicos e, o que é pior, sem alcançar resultados totalmente positivos. Na sexta-feira, por exemplo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, veio a BH para assinar com o governador Antonio Anastasia um acordo para implantação no estado do plano mi-neiro de enfrentamento ao uso indevido de álcool, crack e outras drogas.

Parceria entre os governos federal e estadual. Pois bem. O que é preciso salientar é que o governo federal irá contribuir com R$ 476 milhões até 2014. Isso sem falar dos milhões do governo de Minas. Evidentemente esse dinheiro poderia ser aplicado na construção de rodovias, hospitais, escolas, mas não é. Fazer o quê?

E AInDA...gErAIs

Avião com cocaína cai no Triângulo TRÁFICO - Monomotor que carregava 200 kg da droga se

acidentou na zona rural de Prata e causou a morte de seus dois ocupantes

Drogas

Combate custa caro

Tráfico ainda age na região; complexo para tratar viciados está subu-tilizado, dizem Promotoria e Comissão da Câmara

Para especialistas, PM quebrou vínculo entre dependentes e agentes de saúde; prefeitura diz que atuação melhorou

Eduardo Anizelli/FolhapressUsuários de crack consomem a droga na rua dos Gusmões, centro

de São Paulo, na quintaAFONSO BENITES - TALITA BEDINELLI - DE SÃO PAULOUm vendedor ambulante passa por uma rua do centro de São Paulo

com seu carrinho e oferece espetinhos de carne e bebidas, às 23h da última terça. Seus clientes são parte de um grupo de cerca de 400 viciados em crack que perambulam pela cracolândia.

A chegada do comércio informal à região, que também tem uma espécie de “mercado de pulgas” onde as pessoas permutam desde tênis até peças de rádio, comprova que, ao contrário do que previam as autori-dades, a cracolândia não morreu.

Ela diminuiu, com a migração de dependentes para outras regiões da cidade, e se espalhou pelo próprio centro.

Na próxima terça-feira, fará seis meses que a PM intensificou sua presença na área, com a promessa de acabar com o tráfico e abrir espaço para que agentes de saúde pudessem levar mais dependentes para o tra-tamento.No entanto, o tráfico de drogas ainda persiste, conforme a Folha constatou na semana passada em sete visitas às ruas da região.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o número de atendimen-tos aos dependentes continuou o mesmo de antes da operação, mesmo após a inauguração do Complexo Prates, principal serviço público voltado para os dependentes de crack.

AÇÃO JUDICIAL

Levantamento do Ministério Público mostra que só um terço das pessoas encaminhadas para internação nas clínicas da prefeitura em ja-neiro, mês da entrada da PM na cracolândia, continuava o tratamento três meses depois.O tratamento deveria durar seis meses, segundo o promotor Arthur Pinto Filho, que vai entrar com uma ação contra prefeitura e gover-no do Estado exigindo um sistema eficaz de tratamento.

O promotor diz que o Complexo Prates, inaugurado três meses após o início da operação policial, está “subutilizado” -mesma opinião da Co-missão de Saúde da Câmara Municipal, que esteve no local no fim de abril. A reportagem esteve duas vezes no complexo na semana passada e constatou sua ociosidade.

PREJUÍZOA avaliação do Ministério Público, da ONG “É de Lei”, que atua

na região, e de especialistas ouvidos pela Folha é que a ação da polícia prejudicou o trabalho desenvolvido pela prefeitura na área desde 2009, com agentes de saúde.

Esses agentes atuavam sempre na mesma região, com o objetivo de estabelecer vínculo com os usuários de crack e, aos poucos, convencê-los a buscar tratamento.

Eles dizem que, ao espalhar os dependentes, a PM quebrou o vínculo e os agentes passaram a ser vistos como a força policial pelos usuários, que se afastaram. A prefeitura discorda e diz que o trabalho foi facilitado.

“Tratar a questão social da exclusão, do uso do crack e sua depen-dência por abordagem policial é um equívoco”, diz o diretor do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Cristiano Maronna.

Colaboraram FELIX LIMA e GIULIANA VALLONE, de São Pau-lo

fOlHA DE s. pAulO - sp - cOnAMp - 02.07.2012

6 meses após início de ação da polícia, cracolândia persiste

EstADO DE MInAs – On lInE - 02.07.2012

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