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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARCOS VINÍCIUS LOPES PAIXÃO SISTEMA SEM FIO AUTOMATIZADO DE SOLICITAÇÃO DE BEBIDA CURITIBA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

MARCOS VINÍCIUS LOPES PAIXÃO

SISTEMA SEM FIO AUTOMATIZADO DE SOLICITAÇÃO DE BEBIDA

CURITIBA 2013

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MARCOS VINICIUS LOPES PAIXÃO

SISTEMA SEM FIO AUTOMATIZADO DE SOLICITAÇÃO DE BEBIDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina Projeto de Graduação como requisito à conclusão do Curso de Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná Orientador: Prof. Msc. Ademar Luiz Pastro

CURITIBA 2013

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente aos meus pais e minha irmã que

sempre me deram suporte para que eu pudesse chegar à conclusão deste

curso em uma faculdade conceituada.

A todos os professores que se dedicaram a ensinar uma educação além

do conhecimento técnico da profissão, mostrando valores de responsabilidade

profissional e social.

Em especial aos professores Ewaldo Mehl, Waldemiro Pedroso

Sobrinho, Eduardo Parente, Gisele Ferrari, Márlio Bonfim e Ademar Luiz

Pastro, cada um de vocês tem uma parte no exemplo de profissional de

qualidade que formei em minha mente e que tentarei alcançar na minha vida.

"Professores tendem a eternidade; nunca poderão saber onde termina

sua influencia", ADAMS, Henry.

A minha namorada Karla Cristina Kisner Balan pelo apoio, dicas ao

decorrer deste projeto e pelas vezes que melhorou meu animo durante muitos

momentos de nervosismo.

Aos meus amigos do PET, Rodolfo Pfeffer, Mariely Lopes, Guilherme

Sionek, André Luiz Langner, Rafael Kaminagakura e muitos outros que

passaram por este ótimo período de novas experiências na faculdade.

Aos meus amigos de estudos e festas, André Luiz Pereira França,

Camilo Coelho, Ricardo Zanin, José Roberto Salazar, Fernando Corsico,

Guilherme Shuneman, Bruno Pierin e Thiago Cesar.

Aos meus amigos que dividiram moradia comigo, Felipe Costa, Felipe

Bavaresco, Cláudia Juliane, Thiago Cesar, Felipe Succi, Anderson Godinho e

Pedro Spinelli.

Aos meus amigos de outros cursos, do C7, da ASA e da AS em especial

a Nádia Mayer, Jéssica Baroni, Jéssica Moraes e Bruna Mendes Machado.

“Dos amores humanos, o menos egoísta, o mais puro e desinteressado

é o amor da amizade” CÍCERO, M Tulios.

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RESUMO

Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um protótipo que consiste em um sistema autônomo, portanto, independente de um computador, para automatizar a solicitação de bebidas em bares, lanchonetes e casas noturnas. O sistema, formado por um circuito de suporte e um circuito da base, deverá medir a quantidade de líquido de uma garrafa através do circuito de suporte e informar o circuito base através de RF. Os circuitos são controlados por PIC da família 18F e se comunicam através do módulo nRF24L01. Para mensurar a quantidade de bebida foi utilizado um sensor de múltiplas camadas de filme, modelo FRS-402. Dentre os resultados obtidos pode-se destacar a criação de uma biblioteca para nRF24L01 escrita com comando do software PICC da CSS, a criação de um protótipo funcional com três botões e um LCD e o uso do sensor FRS-402 com êxito. Além do desenvolvimento do protótipo este trabalho apresenta ao final alguns métodos de manufatura de placas de circuitos impressos.

Palavras-chave: Sensor de força. Comunicação sem fio. nRF24L01P.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Um exemplo típico de pacote serial ................................................. 15

Figura 2 - Acoplamento indutivo da bobina L1 (ativa) com a bobina L2 (passiva) [18] ................................................................................................................... 17

Figura 3 - Diagrama macro do sistema ............................................................ 18

Figura 4 - Exemplo de codificação Manchester ................................................ 24

Figura 5 - Pacote de dados .............................................................................. 25

Figura 6 - Em rosa o enviado e azul o recebido, neste caso a sincronia ocorreu no 6º bit do 1º byte ........................................................................................... 25

Figura 7 - Módulo nRF24L01P da Nordic ......................................................... 26

Figura 8 - Operação do SPI [6] ......................................................................... 26

Figura 9 - Fluxograma de envio de dados por SPI através de software [6] ...... 27

Figura 10 - Pacote padrão nRF 24L01P [6] ...................................................... 28

Figura 11 - Fluxo temporal de confirmação de recebimento (ACK) com dados (PAY) do receptor para o transmissor, exemplo para dois pacotes [6] ............ 28

Figura 12 - Fluxograma de inicialização do módulo ......................................... 29

Figura 13 - Fluxograma para colocar módulo em modo receptor ..................... 30

Figura 14 - Ler dado recebido .......................................................................... 31

Figura 15 - Display LCD 4 linhas e 20 colunas................................................. 32

Figura 16 - Telas desenvolvidas ....................................................................... 33

Figura 17 - Telas de erro .................................................................................. 33

Figura 18 – Pinos do PIC 18F4550 [9] ............................................................. 35

Figura 19 - Circuito base completo ................................................................... 36

Figura 20 - Detalhe da conexão entre antena e chip do smartcard .................. 37

Figura 21 - Equipamento de carregamento indutivo para Nintendo Wii ........... 38

Figura 22 - Bobina ativa 2.05 V (amarelo) e Bobina passiva 3.14 V (verde) a 120 kHz ............................................................................................................ 39

Figura 23 - Bobina ativa 1.69 V (amarelo) e Bobina passiva 3.70 V (verde) a 130 kHz ............................................................................................................ 39

Figura 24 - Bobina ativa 0.72 V (amarelo) e Bobina passiva 2.53 V (verde) a 140 kHz ............................................................................................................ 40

Figura 25 - Entradas e saídas do circuito da base ........................................... 41

Figura 26 - Fluxograma simplificado do funcionamento do circuito da base .... 42

Figura 27 - Sensor piezelétrico ......................................................................... 43

Figura 28 - Sensor de pressão estática FRS-402 [13] ..................................... 44

Figura 29 - Curva de resistência versus pressão para o sensor FRS-402 [13] 44

Figura 30 – Pinos do PIC 18F2550 [9] ............................................................. 45

Figura 31 - Circuito do suporte completo ........................................................ 46

Figura 32 - Fluxograma para configurar o módulo como TX ............................ 47

Figura 33 - Envio de dado ................................................................................ 47

Figura 34 - Entradas e saídas do circuito do suporte ....................................... 48

Figura 35 - Fluxograma simplificado do funcionamento do circuito do suporte 49

Figura 36 – Proposta de gabinete desmontado................................................ 50

Figura 37 - Proposta de gabinete montado ...................................................... 51

Figura 38 - Aplicando emulsão na placa [1] ..................................................... 53

Figura 39 - Transferência do layout [1] ............................................................. 54

Figura 40 - Revelação [1] ................................................................................. 54

Figura 41 - Layout impresso em folha revista................................................... 57

Figura 42 - Resultado após retirar as partes não aderidas, a parte inferior esquerda apresenta uma falha de transferência no plano terra. ...................... 57

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Figura 43 - Resultado após retoque com caneta para retroprojetor ................. 58

Figura 44 - Resultado após corrosão ............................................................... 58

Figura 45 - Imagem do protótipo do circuito base montado ............................. 59

Figura 46 - Imagem do protótipo do circuito do suporte montado .................... 60

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LISTA DE SIGLAS

ACK Acknolegment, pacote de confirmação

ASK Amplitude Shift Key, tipo de modulação digital por

amplitude

BIT Binary digit, menor unidade de informação

BYTE Binary Term, conjunto de 8 bits.

CRC Cyclic redundancy check, campo para verificação de

pacote recebido

EEPROM Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory,

tipo de memória não volatil.

FSK Frequency Shit Key, tipo de modulação digital por

frequencia

ICSP In Circuit Serial Program, interface de programação para o

microcontrolador PIC

LCD Liquid Crystal Display, display de cristal líquido

LED Light Emiter Diode, Diodo emissor de luz

MISO Master Input Slave Output, terminal da interface SPI

MOSI Master Output Slave Input, terminal da interface SPI

PCB Printed Circuit Board, placa de circuito impresso.

PSK Phase Shit Key, tipo de modulação digital por fase de onda

PVC Polyvinyl chloride , tipo de plástico

RF Rádio frequencia

SCK Source Clock, terminal da interface SPI

SPI Serial Peripheral Interface, interface de comunicação

SS Slave Select, terminal da interface SPI

UART Universal Asynchronous Receiver/Transmitter, periférico de

microcontrolador para comunicação serial

Vpp Tensão de pico á pico

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9 1.1 OBJETIVO ............................................................................................................................... 9 1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 10 1.3 ESTRUTURA DO RELATÓRIO ............................................................................................ 10

2 CONCEITOS .......................................................................................................... 11 2.1 LCD ....................................................................................................................................... 11 2.2 COMUNICAÇÃO RF ............................................................................................................. 11 2.2 SPI ......................................................................................................................................... 13 2.3 SENSOR DE PESO .............................................................................................................. 14 2.4 MICROCONTROLADOR ...................................................................................................... 14 2.5 INTERFACE SERIAL RS-232 ............................................................................................... 15 2.6 CARREGAMENTO INDUTIVO ............................................................................................. 16

3 CONCEPÇÃO ........................................................................................................ 18

4 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 20 4.1 CIRCUITO BASE .................................................................................................................. 20

4.1.1 Interface para desenvolvimento ...................................................................... 21 4.1.2 Memória não volátil ......................................................................................... 21 4.1.3 Receptor de RF ............................................................................................... 22 4.1.4 Interface Homem � Máquina ......................................................................... 32 4.1.5 Microcontrolador ............................................................................................. 35 4.1.6 Carregamento sem fio .................................................................................... 37 4.1.7 Resumo do Circuito Base ............................................................................... 40

4.2 CIRCUITO DO SUPORTE .................................................................................................... 42 4.2.1 Sensor de Peso .............................................................................................. 43 4.2.2 Microcontrolador ............................................................................................. 45 4.2.3 Transmissor RF .............................................................................................. 46 4.2.4 Carregamento sem fio .................................................................................... 48 4.2.5 Resumo do circuito do suporte ....................................................................... 48

4.3 PROPOSTA DE GABINETE ................................................................................................. 50

5 PROTOTIPAGEM ................................................................................................ 52 5.1 SIMULAÇÕES, ESQUEMÁTICOS E LAYOUT ..................................................................... 52 5.2 TRANSFERÊNCIA DE LAYOUT – PROCESSO SERIGRÁFICO ........................................ 52 5.3 CORROSÃO – PROCESSO SERIGRÁFICO ....................................................................... 55 5.4 transferência de layout – processo térmico com folha de adesivo ....................................... 55 5.5 transferência de layout – processo térmico com folha de revista ......................................... 56 5.6 CORROSÃO – PROCESSO TÉRMICO COM FOLHA DE REVISTA .................................. 57

6 RESULTADOS ...................................................................................................... 59 6.1 CIRCUITO DA BASE ............................................................................................................ 59 6.2 CIRCUITO DO SUPORTE .................................................................................................... 59 6.3 COMUNICAÇÃO SEM FIO ................................................................................................... 60 6.4 SENSOR DE PESO .............................................................................................................. 60 6.5 CARREGAMENTO INDUTIVO ............................................................................................. 61 6.6 ANÁLISE DE CUSTOS ......................................................................................................... 61 6.8 CÓDIGO E PLACAS FINALIZADAS ..................................................................................... 62

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 63

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 64

APÊNDICES ............................................................................................................. 66

APENDICE I – CÓDIGO DO TRANSMISSOR RF ...................................................................... 67 APENDICE II – CÓDIGO DO RECEPTOR RF ........................................................................... 68

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1 INTRODUÇÃO

O presente relatório irá apresentar a concepção, desenvolvimento e

resultados do projeto de graduação para o curso de Engenharia Elétrica da

Universidade Federal do Paraná elaborado pelo aluno Marcos Vinicius Lopes

Paixão o qual se trata de um sistema automatizado de requisição de bebida.

A automatização consiste na aplicação da eletrônica de modo a

executar tarefas sem a interferência do homem1. A aplicação escolhida elimina

a necessidade de interação entre consumidor e atendente para solicitação da

substituição de uma garrafa de bebida vazia. Os benefícios diretos são melhor

atendimento aos clientes e os indiretos são maior lucratividade e uma melhor

imagem do estabelecimento.

Este sistema será aplicado no nicho de bares e casas noturnas que é

um nicho especial, pois os sistemas de automatização podem ser usados para

formar uma imagem diferenciada do local, caracterizando como moderno. Além

de despertar o interesse das pessoas que visitam o local e a curiosidade das

pessoas que ouvem os comentários de quem esteve presente.

1.1 OBJETIVO

O objetivo deste projeto é construir um sistema que informe aos

atendentes que uma determinada mesa, que está consumindo alguma bebida

em garrafa, precisa da troca da garrafa vazia por uma cheia.

Este sistema será formado por dois circuitos: o primeiro solicitará a

reposição de uma garrafa de bebida, quando detectado que a garrafa está

vazia para o segundo circuito, através de transmissão de dados sem fio e o

segundo circuito irá exibir as informações da mesa e da bebida que está sendo

consumida em tal mesa.

1 Definição de automação do dicionário Michaelis, 2003

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1.2 JUSTIFICATIVA

Existem várias motivações para este trabalho de conclusão de curso,

dentre elas podem ser citadas:

• A aplicação do conhecimento adquirido ao decorrer dos cinco

anos de curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal

do Paraná.

• Para a construção do protótipo é necessário reunir conhecimentos

das três ênfases existentes na Engenharia Elétrica da

Universidade Federal do Paraná; Eletrônica, Telecomunicações

e Eletrotécnica.

• A possibilidade de uma futura comercialização do projeto.

1.3 ESTRUTURA DO RELATÓRIO

Este relatório inicia apresentando alguns conceitos introdutórios

envolvidos no projeto visando uma base prévia para completo entendimento

das partes subsequentes.

A segunda parte apresenta a concepção do projeto, em alto nível,

mostrando as interações de cada um dos principais componentes e sua

localização no sistema.

A terceira parte é referente ao desenvolvimento do sistema, abordando a

justificativa das escolhas iniciais para cada componente do circuito e as

alterações até o resultado final.

A quarta parte apresenta os métodos testados para prototipagem das

placas e seus resultados.

Por fim serão feitos alguns comentários gerais sobre os resultados

alcançados e sugestões de melhorias para uma eventual continuação do

projeto.

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2 CONCEITOS

Os principais conceitos ligados a este projeto serão abordados a seguir

para facilitar o entendimento do restante do trabalho.

2.1 LCD

A sigla LCD vem do inglês Liquid-Crystal Display, ou seja, Display de

Cristal Líquido. Sua tecnologia consiste em usar um líquido polarizador de luz

controlado eletricamente entre duas placas de vidros com película polarizada.

A aplicação de tensão em um eletrodo acarretará uma alteração no

alinhamento das moléculas do cristal líquido, proporcionando uma cor mais

escura neste ponto. O formato dos eletrodos determina o pixel para um display

gráfico ou um segmento para um display de segmentos.

Os displays mais utilizados são os que possuem o processador Hitachi

HD44780 [2], estes modelos podem exibir muitas informações usando poucas

vias de comunicação, possuem caracteres com desenho pré-configurados e

comandos padronizados.

2.2 COMUNICAÇÃO RF

A comunicação por rádio freqüência (RF) é a exploração da

propriedade física de irradiação de ondas eletromagnéticas para correntes

elétricas de alta frequencia. Para isto os circuitos precisam de

dimensionamentos especiais, de acordo com a frequencia escolhida, para a

transmissão de modo a maximizar a irradiação e recepção.

O circuito de RF possui uma ou mais ondas portadoras que terão

algumas de suas características variando conforme os dados a serem

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transmitidos, este processo é conhecido como modulação. Os principais tipos

de modulação digital são:

• ASK – Amplitude Shift Keying, para este caso a característica

variável da onda é a Amplitude. [3]

• FSK – Frequency Shift Keying, para este caso a característica

variável da onda é a frequência. [3]

• PSK – Phase Shift Keying, para este caso a característica variável

da onda é a fase. [3]

Um enlace de comunicação é formado por dois elementos,

denominados transmissor e receptor ou apenas transceptores, se ambos

puderem transmitir e receber dados. Abaixo os três tipos de transmissão

disponíveis:

• Simplex, canal de comunicação em apenas um sentido, indo do

transmissor para receptor sem a possibilidade de confirmação de

recebimento.

• Half-duplex, canal de comunicação bidirecional, sendo que a

comunicação só pode fluir em um sentido de cada vez, ou seja, hora

o transceptor um é transmissor e o transceptor dois é receptor, hora

o inverso acontece.

• Full-duplex, canal de comunicação bidirecional, sendo que o

transceptor um é transmissor e receptor simultaneamente, então

pode enviar dados ao transceptor dois ao mesmo tempo em que

recebe. [4]

Há outros dois conceitos que devem ser explorados ainda sobre

comunicação RF:

• O Pacote ACK do inglês Acknowledgement que significa

reconhecimento. Este pacote vai do transceptor que recebeu o

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pacote para o transceptor que enviou e tem como objetivo sinalizar

que o envio foi recebido corretamente2.

• Campo CRC do inglês Cyclic Redundant Check, que consiste em um

campo da mensagem gerado a partir de operações matemáticas

com os dados, sendo usado para detectar erros de transmissão de

dados3.

2.2 SPI

A sigla SPI vem do inglês Serial Peripheral Interface é uma

comunicação feita a três ou quatro fios, sendo um ou dois deles para controle e

dois para dados. Esta comunicação sempre precisa de um mestre e um

escravo, o mestre coordena a transmissão dos dados e apenas ele pode iniciar

a troca de informações, já o escravo recebe os comandos do mestre

respondendo caso exista sinal de clock no terminal de clock conectado ao

mestre. A cada ciclo de clock um bit é transferido do mestre para o escravo e

do escravo para o mestre.

Os quatros terminais desta comunicação são:

• MISO do inglês Master Input Slave Output, neste terminal a cada

ciclo de clock será disponibilizado um bit do escravo para o mestre.

• MOSI do inglês Master Output Slave Input, neste terminal a cada

ciclo de clock será disponibilizado um bit do mestre para o escravo.

• SCK do inglês Serial Clock, este terminal é controlado pelo mestre e

fornece o clock para o dispositivo escravo ler o bit e escrever um bit

nos terminais de dado.

• SS do inglês Slave Select, este terminal é usado caso se tenha mais

de um dispositivo escravo compartilhando os mesmos canais de

2 Definição obtida em http://oque.dictionarist.com/ACK, acesso em 25/04/13. 3 EWING, Gregory C, "Reverse-Engineering a CRC Algorithm", 2010, disponível em

http://www.cosc.canterbury.ac.nz/greg.ewing/essays/CRC-Reverse-Engineering.html.

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dados. Caso este terminal esteja em nível baixo, o dispositivo

escravo coloca o terminal MISO em modo de alta impedância, não

interferindo na comunicação do dispositivo escravo ativo. [5]

2.3 SENSOR DE PESO

Sensores são dispositivos que respondem a um estímulo físico com um

sinal elétrico entre seus terminais. O sensor de peso, ou de força, deverá

transformar a força em um sinal elétrico. Para se obter o valor correto da

grandeza física é necessário condicionar o valor lido, pois os sensores têm

natureza não linear.

2.4 MICROCONTROLADOR

O microcontrolador é um circuito integrado que possui diversos

periféricos complementares para realizar as funções de execução de um

programa sem a necessidade de componentes externos. Entre os periféricos

disponíveis nos microcontroladores em uso neste projeto podemos destacar:

• Conversor analógico digital, transforma um sinal analógico entre

dois limites em um sinal digital de valor linearmente

proporcional, sua principal característica é a resolução, dada em

bits.

• Oscilador interno que consiste em um cristal ou circuito RC que

fornece o clock para o funcionamento do microcontrolador.

• UART do inglês Universal Asynchronous Receiver Transmiter,

responsável pela comunicação serial assíncrona do

microcontrolador.

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• EEPROM, memória interna não volátil, seu acesso é lento, porém

por ser não volátil mantém os dados mesmo que o circuito não

esteja energizado.

• Pinos de interrupção externa, responsáveis por desviar a

execução do programa para um endereço específico tratando o

evento no momento que ele ocorre.

2.5 INTERFACE SERIAL RS-232

A comunicação serial ou RS-232 é um padrão de troca de informações

bit a bit. Apesar de ser antiga, a padronização que ocorreu em 1969, continua

sendo usado devido a sua simplicidade.

A mensagem é composta por um byte de dados e dois bits de controle,

caso a verificação por paridade esteja desativada, ou três bits, se estiver

ativada.

Figura 1 - Um exemplo típico de pacote serial4

A comunicação pode ser síncrona, se houver um sinal de clock, ou

assíncrona, caso não exista clock.

O sincronismo, no caso da comunicação assíncrona, é feito a partir do

start bit que inicia a mensagem. Após o sincronismo os bits serão amostrados

4 CANZIAN, Edmur, disponível em http://www.capriconsultorios.com/Aula4-

Comun_serial.pdf.

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em intervalo de tempo que varia de acordo com a taxa de transmissão

previamente configurada.

2.6 CARREGAMENTO INDUTIVO

A transmissão de energia sem contato elétrico não é um assunto novo,

em 1904 Nicolas Tesla publicou o artigo “The Transmission of Electric Energy

Without Wires”, o qual discorre a respeito da transmissão de energia sem fio,

além disso, Tesla fez uma demonstração acendendo uma lâmpada

remotamente. [17]

Nos dias atuais é possível ver exemplos práticos bem difundidos,

sendo que, um dos mais conhecidos é o caso da escova de dente elétrica que

são carregadas por acoplamento indutivo, porém há outro caso muito mais

comum, os cartões sem contato, possivelmente você já utilizou esta tecnologia

em algum lugar, neste caso há uma bobina na parte interna do cartão.

Os sistemas de transmissão de energia sem fio são formados por duas

partes, uma ativa, ligada à rede elétrica, e outra passiva, que recebe a energia.

No caso dos cartões sem contato não há baterias para armazenar a

energia, já para o caso da escova de dente elétrica, a energia transferida é

usada justamente para carregar a bateria interna, evitando a necessidade de

contato elétrico em um local onde a água é abundante e levaria a uma

degradação dos contatos com o tempo.

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Figura 2 - Acoplamento indutivo da bobina L1 (ativa) com a bobina L2 (passiva) [18]

A Figura 2 mostra como as linhas de campo para o acoplamento

indutivo entre duas bobinas, a eficiência é fortemente influenciada pela

construção das duas bobinas, pela distância e alinhamento entre elas.

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3 CONCEPÇÃO

O sistema será composto por dois circuitos conforme mostrado na

Figura 3. O circuito base, que ficará disponível em local de fácil acesso aos

atendentes, e o circuito do suporte, que será acoplado no suporte térmico da

bebida e ficará nas mesas junto com a garrafa.

Figura 3 - Diagrama macro do sistema

No circuito base será cadastrado o nome das bebidas disponíveis e

quais bebidas estão sendo consumidas em cada mesa. Este cadastramento

será feito através de três botões e um display de LCD.

Os dados configurados deverão ser mantidos em uma memória

EEPROM não volátil para que o circuito retorne ao estado anterior caso seja

reiniciado.

A comunicação sem fio se dará através de um receptor RF podendo ser

comunicação simplex, caso o fluxo de dados seja apenas do suporte para a

base ou half-duplex caso seja escolhido alguma solução com pacote ACK.

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O circuito base também será responsável por carregar os circuitos do

suporte, através de acoplamento indutivo, para isto possuirá bobinas ativas.

O segundo circuito, doravante denominado circuito do suporte, terá um

botão ligado a um pino de interrupção para alternar entre o estado ativado e

desativado. A sinalização que está ativado será feita através de um LED que

piscará.

Caso esteja ativado o circuito do suporte irá analisar a quantidade de

líquido na garrafa. Esta medida será feita através de um sensor de peso, ligado

a um conversor analógico digital. Caso o valor lido seja inferior a um nível

mínimo, determinado na etapa de projeto, o circuito enviará uma requisição

para o circuito base informando o número da mesa.

O circuito do suporte possuirá uma bateria interna que será carregada

por acoplamento indutivo, possuindo para isto uma bobina passiva.

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4 DESENVOLVIMENTO

Neste capítulo será apresentada a etapa de projeto dos dois circuitos,

seus componentes, à comunicação entre eles através de RF e a transmissão

de energia sem fio através de acoplamento indutivo.

4.1 CIRCUITO BASE

Para o projeto do circuito base foram listadas quais eram os

componentes e as funções necessárias. O desenvolvimento de cada uma delas

foi feito com uma primeira análise e uma proposta inicial que seria testada.

Tabela 1 - Lista de componentes e funções necessárias para o circuito base

Componentes necessários

Funções necessárias

Memória não volátil Interface para desenvolvimento

Receptor de RF Interface Homem ���� Máquina

Microcontrolador Carregamento sem fio

Algumas partes do circuito onde foram utilizadas soluções já

conhecidas pelo desenvolvedor deste projeto, não precisaram de alteração

como, por exemplo, o microcontrolador, a interface homem � máquina, a

memória não volátil, o programador do microcontrolador e interface para fins de

desenvolvimento. Outras soluções usadas pela primeira vez partiram de uma

solução inicial e foram alteradas para outras soluções até a obtenção de um

resultado que satisfizesse a necessidade do projeto.

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4.1.1 Interface para desenvolvimento

Durante o desenvolvimento do código para os microcontroladores é

importante possuir uma interface que forneça informações sobre as condições

de funcionamento durante a execução do código. A interface será ligada a um

computador, pois assim será possível receber uma grande quantidade de

dados e salvar-los para uma análise aprofundada.

A interface serial RS232 foi escolhida dentre as interfaces disponíveis

pois é de fácil implementação. Como para este projeto ela será usada para fins

de desenvolvimento é importante que ela seja confiável e simples.

As configurações escolhidas estão listadas na tabela a seguir e não há

nenhum motivo específico para a velocidade escolhida, pois a quantidade de

dados a ser trafegada é baixa.

Tabela 2 - Configuração da serial

Configuração Valor

Velocidade 9600 bps Paridade Par Bits por palavra 8 Stop bit 1 Controle de fluxo Não

4.1.2 Memória não volátil

De acordo com a concepção do circuito base, todos os dados de

configuração deverão ser gravados em uma memória não volátil a fim de evitar

a necessidade de configurar toda vez que o circuito seja ligado.

As configurações a serem gravadas são a código da bebida, que está

associada a uma mesa, e nome das bebidas. Para o protótipo foi definido que

seriam no máximo 99 mesas podendo variar de 1 a 99, e nove bebidas

cadastradas com nome determinado por nove caracteres. Abaixo o cálculo da

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quantidade de posições necessárias em uma memória não volátil para salvar

estes dados.

Tabela 3 - Cálculo de posições para memória não volátil

Dado Quantidade Bytes por unidade Total

Mesa ���� Bebida 99 1 byte 99 bytes

Nome de bebida 9 9 bytes 81 bytes

TOTAL 180 bytes

Conforme a tabela acima serão necessários 180 bytes para armazenar

os dados de configuração.

Para esta quantidade é possível usar apenas a memória EEPROM

interna do microcontrolador evitando a necessidade de uma memória externa.

Para satisfazer esta condição deverá ser usado um microcontrolador

com no mínimo 180 bytes de memória EEPROM interna.

4.1.3 Receptor de RF

Diferente dos dois itens anteriores a comunicação sem fio digital nunca

havia sido aplicada pelo desenvolvedor.

A primeira solução para a comunicação sem fio escolhida foi um

sistema de modulação, que possuísse uma saída digital no receptor, ou seja

apenas um canal, que não fosse microcontrolado a fim de evitar configurações

complexas. Seguindo esta linha de raciocínio foram encontrados os módulos5:

- KeyMark 433: Modulação ASK, frequencia de operação: 433,92 MHz.

- KeyMark 315: Modulação ASK, frequencia de operação: 315 MHz.

Como o funcionamento de ambos é muito similar, o fator de escolha

entre os dois foi o tamanho da antena. Para uma antena de um quarto de

5 Dados retirados do manual dos módulos. Disponível em: http://tato.ind.br/produtos.php?idcategoria=10 acesso em 25/04/13.

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comprimento de onda, teríamos 17.2 cm para o módulo 433 e 22,6 cm para o

módulo 315. Para minimizar o espaço necessário foi escolhido o módulo 433.

O receptor apenas demodula os dados, sendo assim será necessário

um protocolo para a comunicação. Como existe apenas um canal modulado é

necessário um que seja um protocolo sem pinos de controle ou clock. O

protocolo RS232 foi o escolhido.

O módulo receptor será ligado na entrada de dados serial (RX), porém

este terminal também está sendo usado para a interface de desenvolvimento,

portanto foi colocado um jumper6 seletor, funcionando um de cada vez.

Os testes foram realizados com o módulo receptor ligado a entrada de

dados da serial e um transmissor ligado a uma saída serial e mostraram que

nem sempre os dados eram recebidos corretamente, após várias tentativas e

pesquisas, foram encontradas algumas informações a respeito deste tipo de

trasmissão7:

- O sinal não deve ter nível médio, caso tenha tenderá a perder a

sincronia da portadora.

- O sincronismo entre transmissor e receptor não ocorre no primeiro

byte transmitido, para este sincronismo ser efetivo deve-se enviar bytes de

sincronismo formados pelos bits 01010101 ou 10101010, pois possuem o

maior número de transições possíveis para um byte.

A aplicação da primeira questão foi obtida usando a codificação

Manchester que, conforme mostrado Figura 4, codifica um bit em dois, sendo

que o par de bits 01 é considerado bit 0 e o par 10 é considerado bit 1.

6 Peça que conecta dois pinos consecutivos. 7 Informações retirada de um forum, disponível em (em inglês), http://www.picaxeforum.co.uk/archive/index.php/t-20331.html, acesso em 8/12/2012.

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Figura 4 - Exemplo de codificação Manchester8

Para atender a segunda questão, antes dos dados foram adicionados

dois bytes de sincronismo.

Como o módulo não possui nenhum controle de erros optou-se por

usar a codificação Manchester para detectar se houve ou não colisão durante a

transmissão, caso se detectasse uma sequencia de bits 00 ou 11 o dado seria

descartado, além disto, para determinar se o sincronismo estava correto foram

adicionados dois bits seqüenciais no início de cada um dos bytes que

continham dados.

Os dados a serem transmitidos são; um número seqüencial, que

variava a cada solicitação, e o número da mesa.

O número sequencial foi usado devido à comunicação ser simplex,

impossibilitando o uso de pacote ACK. O transmissor não podia determinar se

a transmissão foi bem sucedida e iria transmitir o pacote repetidamente até

receber uma nova garrafa de bebida, portanto ao receber um número

sequencial diferente o receptor entenderia que se tratava de uma nova

solicitação e não de uma repetida.

O segundo dado contido no pacote é o número da mesa dividido em

sete bits, indicados pelo prefixo M seguido do índice na Figura 5. Para alcançar

7 bits foi necessário enviar os dois últimos sem codificação Manchester, o que

não causará problema pois são os dois últimos e a sincronia não será mais

necessária após eles.

8 Imagem obtida em http://coelhorede.blogspot.com.br/2009/06/codificacao-

manchester-ethernet.html

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Figura 5 - Pacote de dados

Prosseguindo os testes com o pacote definido foi observado que, apesar

de existir certa melhora, a transmissão não era confiável, principalmente em

distância a partir de 5 metros.

Uma análise mais detalhada mostrou que, apesar do sincronismo

ocorrer, ele ocorre em momentos diferentes a cada transmissão. A interface

serial sempre irá considerar que se trata de um start bit quando detectar a

primeira borda de descida. Ao detectar o start bit erroneamente todos os

próximos dados recebido são interpretados de maneira incorreta.

Figura 6 - Em rosa o enviado e azul o recebido, neste caso a sincronia ocorreu no 6º bit do 1º byte

O problema acima levou ao abandono desta solução, pois toda a

correção dos dados precisaria ser feita por software. Este desenvolvimento

seria muito complexo e demorado, devido a isto o foco mudou de um módulo

de comunicação simples para um módulo mais robusto.

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A segunda solução encontrada foi o transceptor nRF24L01 da Nordic,

que trabalha na faixa de frequencia de 2,4 GHz e com uma banda de até 2

Mbps. A utilização deste módulo elimina a necessidade de controle de erro por

software do microcontrolador e múltiplas transmissões, pois o módulo

microcontrolado já garante a execução destas tarefas com CRC e pacote ACK

respectivamente.

Figura 7 - Módulo nRF24L01P da Nordic9

O módulo opera em 2,4 GHz com a possibilidade de escolher entre 128

canais diferentes, com até seis enlaces de comunicação isolados por

endereçamento, todos no mesmo canal. Para este caso não houve a

necessidade de mais de um enlace.

A comunicação entre o microcontrolador e o módulo nRF24L01 é feita

através de SPI e mais dois terminais de controle, um para interrupção e outro

para ativar o módulo ou deixá-lo em stand-by [6].

Figura 8 - Operação do SPI [6]

9 Imagem obtida em http://www.sainsmart.com/arduino-compatibles/module/wireless-

3g-module/nrf24l01-wireless-transceiver-module-2-4ghz-ism-band.html

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A Figura 8 retirada do datasheet [6] mostra como os bits devem ser

enviados, iniciando pelo bit mais significativo. Apesar de o microcontrolador

possuir SPI não seria possível usar o controlado por hardware, pois o terminal

MISO é o mesmo usado para a transmissão de dados serial.

A solução encontrada foi uma interface SPI por software, que tem seu

fluxograma mostrado na Figura 9.

Figura 9 - Fluxograma de envio de dados por SPI através de software [6]

No desenvolvimento deste projeto não foi encontrada nenhuma

biblioteca pronta para o microcontrolador PIC, sendo necessário desenvolver

com base nas informações do datasheet.

A Figura 10 mostra o padrão de pacote do módulo nRF24L01, conforme

a tentativa anterior com módulo 433 o pacote também possui um byte de

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sincronismo definido como preamble. Além disto, também há um campo para

CRC garantindo a validação dos dados recebidos. O tamanho máximo do

pacote que pode ser transmitido pelo módulo é de 32 bytes, porém esta

aplicação usará apenas 1 byte, mesmo assim a biblioteca desenvolvida está

habilitada para usar a capacidade total de 32 bytes.

Figura 10 - Pacote padrão nRF 24L01P [6]

Após a validação do CRC o receptor envia ao transmissor um pacote

ACK, que pode ou não conter até 5 bytes de dados do receptor para

transmissor, porém não houve necessidade deste fluxo inverso para este

projeto.

Figura 11 - Fluxo temporal de confirmação de recebimento (ACK) com dados (PAY) do receptor para o transmissor, exemplo para dois pacotes [6]

A Figura 11 mostra como é feita a comunicação com a possibilidade de

dados, identificado como PAY no pacote ACK.

A inicialização do módulo é apresentada através de um fluxograma a

seguir, comum ao transmissor e receptor. A operação foi escolhida de modo a

maximizar a potência transmissão (0 dBm), com comunicação a 1 Mbps com 2

bytes para CRC no canal 76 com dados fixos de 32 bytes [6].

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Figura 12 - Fluxograma de inicialização do módulo

Após a inicialização do módulo é necessário configurá-lo como

receptor. Esta configuração é mostrada na figura a seguir.

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Figura 13 - Fluxograma para colocar módulo em modo receptor

Além da inicialização e configuração para receptor, cada dado recebido

deve ser tratado este tratamento é mostrado na Figura 14.

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Figura 14 - Ler dado recebido

A leitura de um pacote recebido não precisa ser de todos os 32 bytes

mesmo que a inicialização tenha sido feita desta forma. A instrução de leitura

pode ser finalizada assim que tiver lido os bytes de interesse. O dado será

descartado após o comando de leitura e não poderá ser lido novamente. É

importante lembrar que a interrupção continuará ativa até que seja resetada,

mesmo que o pacote já tenha sido lido.

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4.1.4 Interface Homem � Máquina

Para exibir os dados para o usuário foi utilizado um LCD 4 linhas e 20

colunas com processador HD44780 da Hitachi. Ele será ligado a seis fios,

quatro para dados e dois para controle.

Figura 15 - Display LCD 4 linhas e 20 colunas

A biblioteca usada foi baseada na disponível no livro “Programação de

PIC em C” de Fábio Pereira [2] disponível no site da Editora Érica. Foram feitas

algumas alterações, a versão final atualizada está disponível no blog do PET

Elétrica no artigo “Eletrônica por Paixão – LCD” [3].

Foram desenvolvidos oito menus para o LCD, apresentados na Figura

16. Ao iniciar o protótipo será apresentada a tela (a) que tem como objetivo

identificar o projeto enquanto inicializa o módulo RF e lê os dados da memória

EEPROM.

Após a inicialização a tela inicial (b) é apresentada, onde as requisições

serão exibidas ordenadamente, da mais antiga para a mais nova. Para marcar

como atendida usa-se os botões “acima” e “abaixo” para selecionar a

requisição e aciona-se o botão central por mais de um segundo.

O menu de opções é formado pela tela (c) e (d). A primeira opção ,

configuração de porta bebida, é feita na tela (e). A segunda opção, adicionar ou

verificar as bebidas cadastradas, é feita na tela (f). A terceira opção, Apagar

bebida, é feita na tela (g). A quarta e última opção, apagar mesa, é feita na tela

(h).

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Algumas telas precisam de algum cadastro anterior para funcionar como

é o caso da tela (e) e (g) que precisam de uma bebida cadastrada e da tela (h)

que precisa de ao menos uma mesa e bebida configurada.

O campo bebida da tela (e) só exibe os códigos que possuem bebidas

cadastradas e sua descrição na terceira linha. As telas (g) e (h) só exibem

respectivamente as bebidas e as mesas cadastradas, não necessitando que o

usuário digite o valor.

Figura 16 - Telas desenvolvidas

Caso as condições de cadastro prévio não estejam satisfeitas o usuário

receberá uma das seguintes mensagens conforme o abaixo.

Figura 17 - Telas de erro

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Para facilitar a digitação do usuário, a tela (f) que necessita que seja

digitado o nome da bebida, foi desenvolvida para buscar caracteres de modo

crescente e decrescente, ou seja, pode-se ir de A até Z e de Z até A.

A qualquer momento o botão central pode ser acionado por mais de 1

segundo para voltar para a tela (b) descartando as configurações feitas no

menu corrente.

Abaixo um exemplo com uma parte do código para a seleção de menus

do LCD, a função switch foi usada para facilitar a escrita e o entendimento do

código.

Para o caso da função acima, que imprime o menu do LCD, há apenas

um nível de switch, para receber os dados do usuário, cada menu possui uma

instância de função switch e a posição do dado a ser digitado é um segundo

nível de função switch.

Para receber comandos do usuário foram usados três botões, todos

ligados em pinos de interrupção externa. As funções executadas são

MAIS/ACIMA (botão um), OK ou CANCELAR (botão dois) e MENOS/ABAIXO

(botão três).

void lcd_menu(int c)

{

int i;

menu_ativo = c;

switch (c)

{

case 1: lcd_pos_xy(1,1);

lcd_escreve(" PROJETO TOME MAIS ");

lcd_pos_xy(1,2);

lcd_escreve(" ");

lcd_pos_xy(1,3);

lcd_escreve(" Inicializando... ");

lcd_pos_xy(1,4);

lcd_escreve(" Versao 0.1 ");

lcd_cursor_off();

break;

}

}

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A diferenciação entre OK e CANCELAR no botão dois é feita através do

tempo em que o botão fica pressionado, se o tempo for menor que 1 segundo

será entendido como OK, caso contrário como CANCELAR.

Ao pressionar algum dos botões o nível alto é enviado para o

microcontrolador acionando a interrupção. Caso o botão esteja aberto, um

resistor de pull-down garantirá o nível lógico baixo no pino.

4.1.5 Microcontrolador

Para o circuito da base foi escolhido o microcontrolador PIC 18F4550,

devido à experiência prévia e por ter disponível todos os equipamentos

necessários para programação e debug.

Este microcontrolador possui 40 pinos sendo 35 deles entrada ou saída

digitais, oscilador interno de 8 MHz, módulo UART interno, 256 bytes de

EEPROM e 32 Kbytes de memória de programa.

Figura 18 – Pinos do PIC 18F4550 [9]

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Para a programação e debug foram disponibilizados cinco pinos para

ICSP10 usado nos programadores PICKIT®11.

Figura 19 - Circuito base completo

10 ICSP, In Circuito Serial Program, tipo de programador usado. 11 PICKIT é uma criação da empresa Microchip Technology Inc.

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4.1.6 Carregamento sem fio

O carregamento indutivo irá facilitar o uso diário do sistema, eliminando

a necessidade de troca de baterias ou conexões mecânica entre o circuito da

base e o circuito do suporte. Além de eliminar os problemas por oxidação visto

que o suporte é lavado frequentemente.

Dentre as poucas informações encontradas durante a etapa de

pesquisa, não foi encontrado nenhuma referência sobre bobinas comerciais.

Decidiu-se então utilizar smartcard de duas interfaces que possuem bobinas no

seu interior, este caso apresentava maior facilidade em obter as bobinas, pois o

desenvolvedor deste projeto trabalhava em uma fábrica de smartcard na

ocasião.

Figura 20 - Detalhe da conexão entre antena e chip do smartcard

A proposta inicial era utilizar duas bobinas de smartcard, uma para

gerar o campo variável (componente ativo) e outro para receber o campo

(componente passivo).

As bobinas seriam obtidas de smartcards de duas interfaces, também

conhecido por COMBI (contato e sem fio). Este cartão tem apenas um chip que

controla tanto a interface de contato quanto a sem contato. Para conectar a

parte sem contato com o chip é usinada uma cavidade no cartão expondo cada

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um dos terminais da antena, os quais são ligados ao chip através de uma cola

condutiva conhecido como Silver Glue.

Durante os testes verificou-se que a cola condutiva polimerizada não

tinha boa adesão mecânica ao cartão, sendo removida com facilidade com o

movimento leve no fio. Esta fragilidade impossibilitava o trabalho.

Ainda com a bobina de smartcard também foi testada a utilização de

estanho, porém como o corpo do cartão é de PVC o condutor era empurrado

para o interior do plástico quando aquecido.

A solução posterior foi a compra de um equipamento de carregador

indutivo para controle do video-game Wii fabricado pela empresa Energizer.

O equipamento possuía tanto a parte ativa quanto a parte passiva,

porém este equipamento foi comprado em um site de produtos usados e estava

danificado.

Figura 21 - Equipamento de carregamento indutivo para Nintendo Wii12

O circuito eletrônico comprado não respondia quando era alimentado,

não sendo possível determinar qual a frequencia de trabalho das bobinas. Este

problema foi solucionado injetando um sinal senoidal na bobina com um

gerador de função na parte ativa e verificando o que era induzido na a parte

passiva através de um osciloscópio.

12 Imagem obtida em http://techcrunch.com/2009/12/01/review-energizer-flatpanel-2x-

charging-system-for-wii/

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O melhor resultado ocorreu em 130 kHz, as figuras abaixo mostram o

sinal em 120 kHz, 130 kHz e 140 kHz. Percebe-se que as duas bobinas são

influenciadas pela variação de frequência e que a tensão induzida na bobina

passiva pode ser maior que da ativa, devido existir diferenças construtivas.

Figura 22 - Bobina ativa 2.05 V (amarelo) e Bobina passiva 3.14 V (verde) a 120 kHz

Figura 23 - Bobina ativa 1.69 V (amarelo) e Bobina passiva 3.70 V (verde) a 130 kHz

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Figura 24 - Bobina ativa 0.72 V (amarelo) e Bobina passiva 2.53 V (verde) a 140 kHz

Todos os testes foram feitos utilizando gerador de função com onda

senoidal e osciloscópio. Para simplificar o circuito foi usada uma ponte H,

chaveando uma tensão induzida de 9 Volts a 130 kHz. Nos testes a tensão

induzida na bobina passiva era 21 Vpp, tensão maior que a senoidal, pois a

onda quadrada tem uma taxa variação maior que a senoidal.

Quando testado o circuito para a carga da bateria, verificou-se que,

apesar de existir uma indução de tensão, a corrente que poderia ser obtida era

mínima, insuficiente para carregar a bateria. Os testes foram realizados com

um potenciômetro e um osciloscópio. Os dados obtidos estão na tabela abaixo.

Tabela 4 - Resultados para o carregamento indutivo

Característica Onda Quadrada

Circuito aberto Corrente = 0 A Tensão = 21,2 Vpp

Carga para 4,313 Vpp Carga = 4,8 K Ohms Corrente = 448 µAmax

4.1.7 Resumo do Circuito Base

13 Tensão da bateria 3,6 Volts + 0,7 Volts de queda no diodo.

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Conforme mostrado na Figura 25 o circuito da base tem quatro entradas,

os três botões que estão ligados em pinos de interrupção externa e o módulo

RF e duas saídas, o LCD e uma saída serial para fins de testes durante o

desenvolvimento. Como o módulo RF é microcontrolado não há a necessidade

de solicitar o envio do pacote ACK, isto é feito automaticamente quando o

pacote recebido tem o CRC validado.

Figura 25 - Entradas e saídas do circuito da base

A Figura 26 mostra o funcionamento simplificado do circuito da base. O

laço principal é apenas para inicializar o LCD e o microcontrolador, todos os

outros laços são iniciados por interrupções externas, no caso dos três botões e

interrupção de recebimento de dado serial, no caso de entrada de dados.

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Figura 26 - Fluxograma simplificado do funcionamento do circuito da base

4.2 CIRCUITO DO SUPORTE

Para o projeto do circuito do suporte foram listados quais eram as

funções necessárias. O desenvolvimento de cada uma delas foi feito com uma

primeira análise e uma proposta inicial que seria testada.

Tabela 5 - Lista de componentes e funções necessárias para o circuito do suporte

Lista de componentes/funções necessárias Sensor de peso

Microcontrolador Transmissor RF

Carregamento sem fio

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4.2.1 Sensor de Peso

Um sensor de força/peso será necessário para quantificar a quantidade

de bebida da garrafa, não há necessidade de uma grande resolução, pois o

circuito usará um valor de referência para definir a garrafa deve se trocada.

Devido à falta de experiência com sensores deste tipo foi feito uma

pesquisa com pessoas que conheciam mais a respeito, como professores,

outros alunos e fóruns da internet, a opção mais mencionada foi o sensor

piezelétrico. Nenhum teste prévio foi feito para esta escolha.

Após testes com o sensor piezelétrico foi constatado que o sensor tem

mais sensibilidade na variação da força, ou seja, para obter a força em um

determinado instante, seria necessário integrar este sinal desde um instante

passado onde estivesse sem nenhuma força atuando nele até o instante

escolhido.

Figura 27 - Sensor piezelétrico14

Como a taxa de amostragem do circuito não garante que o valor da

integral seja exato, em longo prazo o sistema iria perder sua referência e

apresentar comportamento imprevisível.

Devido a esta dificuldade foi decidido pela troca do sensor de força, de

piezelétrico para um resistor de filme multicamadas que varia a resistência de

acordo com a força aplicada.

14 Imagem editada, original disponível em

http://img.photobucket.com/albums/v385/Fergo/PiezoElements.jpg.

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Figura 28 - Sensor de pressão estática FRS-402 [13]

Figura 29 - Curva de resistência versus pressão para o sensor FRS-402 [13]

O sensor FRS-402 trabalha na faixa de interesse e fornece a força

estática em um instante qualquer. Sua resposta é logarítmica, porém o uso de

um valor de referência, entre a garrafa vazia e com líquido, simplifica o

processamento desta informação.

Durante o uso do suporte a garrafa poderá estar em movimento, quando

estiver servindo, por exemplo, para eliminar este problema foi desenvolvido

uma rotina que precisa de 30 leituras, isto só pode acontecer se o suporte

estiver parado durante 3 segundos.

A medição do peso da garrafa é feita a cada 100 ms, caso as últimas 30

leituras tenham valores aproximados o sistema considerará que este valor

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aproximado é o peso da garrafa, caso uma das leituras seja diferente o

processo começa do zero. Ou seja, caso não tenha variação de força em 3

segundos o sistema assume que este é o valor que deve ser considerado.

Se a medida obtida for menor que um limiar pré-determinado o sistema

irá iniciar do dado que informa uma nova solicitação.

4.2.2 Microcontrolador

Para o circuito do suporte foi escolhido o microcontrolador PIC 18F2550,

devido à experiência prévia e por ter disponível todos os equipamentos

necessários para programação e debug.

Este microcontrolador tem 28 pinos sendo 24 deles entrada ou saída

digitais, oscilador interno de 8 MHz, módulo UART interno, 256 bytes de

EEPROM, 32 Kbytes de memória de programa e conversor analógico digital de

10 bits integrado.

Figura 30 – Pinos do PIC 18F2550 [9]

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Figura 31 - Circuito do suporte completo

4.2.3 Transmissor RF

A transmissão por RF será feita com o módulo nRF24L01, já citado

anteriormente. A rotina de inicialização do módulo é a mesma usada para o

receptor, mostrada na Figura 12. A diferenciação é feita ao configurar o módulo

como transmissor mostrado na Figura 32 e a maneira de enviar dados.

Para o correto funcionamento da função de retransmissão e validação

de recepção via ACK, o módulo exige que o transmissor tenha endereço de

recepção e transmissão idênticos, caso contrário o pacote ACK não será

identificado.

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Figura 32 - Fluxograma para configurar o módulo como TX

Como o envio de dados com tamanho variável foi desativado, o dado a

ser enviado deve ter exatamente 32 bytes, caso seja menor, o código do

usuário deve adequar para que tenha o tamanho definido no fluxograma da

Figura 33Erro! Fonte de referência não encontrada., mesmo que os outros

bytes sejam descartados posteriormente.

Figura 33 - Envio de dado

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4.2.4 Carregamento sem fio

Conforme informado no item 4.1.6, o carregamento indutivo foi excluído

do projeto.

4.2.5 Resumo do circuito do suporte

O circuito do suporte base tem apenas duas entradas, um botão para

ligar ou desliga e o sensor de pressão, as saídas são o LED indicativo para o

usuário saber se esta ligado ou desligado e o módulo RF.

Figura 34 - Entradas e saídas do circuito do suporte

Na Figura 35 é mostrado o fluxograma simplificado do circuito do

suporte, este tem dois estados, ligado ou desligado, se estiver desligado o

microcontrolador vai para um modo de baixo consumo de 2 µA (modo sleep),

caso esteja ligado o circuito fica verificando constantemente o peso da garrafa

conforme mostrado.

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O módulo RF fica em modo standby até que seja acionado para enviar

um dado, caso não tenha nenhum envio pendente ele irá consumir apenas 26

µA conforme informado no datasheet.

Para retornar do modo sleep é necessário uma interrupção, para isto o

botão foi ligado a uma porta de interrupção externa.

Figura 35 - Fluxograma simplificado do funcionamento do circuito do suporte

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4.3 PROPOSTA DE GABINETE

O sistema precisará de dois circuitos diferentes, um deles deverá ser

adaptado ao padrão de suportes térmicos para garrafas e o outro tem formato

indefinido, abaixo uma proposta desenvolvida no software SolidWork.

A proposta contempla duas posições para encaixar o suporte para o

carregamento indutivo local para o LCD e três botões.

O gabinete proposto não foi usado no protótipo devido, ao alto custo

para produção de apenas uma peça, ao invés disto foram usadas duas placas

de vidro e uma caixa plástica.

Figura 36 – Proposta de gabinete desmontado

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Figura 37 - Proposta de gabinete montado

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5 PROTOTIPAGEM

5.1 SIMULAÇÕES, ESQUEMÁTICOS E LAYOUT

A etapa de simulação precedeu a confecção dos protótipos, para o caso

dos circuitos de interface e de obtenção do peso da garrafa, pois todos os

componentes estavam disponíveis no simulador. A simulação ajudou a reduzir

as interações no circuito garantindo que a placa seja confeccionada na forma

mais próxima da placa final.

Para a simulação e confecção das placas foi usado o conjunto de

aplicativos Proteus, que possui o programa ISIS, usado nas simulações e na

criação de diagramas esquemáticos, e o programa ARES para a confecção do

layout da placa de circuito impresso.

O software ISIS tem a capacidade de simular microcontroladores

Microchip da família PIC e display de LCD, facilitando o desenvolvimento do

software para o circuito da base e seus menus.

Após a conclusão dos testes no programa ISIS os componentes e as

conexões foram exportados do esquemático para o software de PCB

denominado ARES.

O ARES possui as funções autoplace e auto-route, a primeira posiciona

os componentes da melhor de maneira e a segunda desenha as rotas de

acordo com as regras definidas pelo usuário. Além destas duas ferramentas há

a possibilidade de qualquer alteração no ISIS e ter atualização no ARES, sem

perder o trabalho despendido na criação da parte do layout que não teve

alterações.

5.2 TRANSFERÊNCIA DE LAYOUT – PROCESSO SERIGRÁFICO

Munido do layout desenvolvido no ARES, o próximos passo era

encontrar uma solução para a transferência do desenho para a placa. O

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método a ser aplicado deveria ser bom suficiente para garantir trilhas finas e

que algumas pudessem passar entre os terminais do microcontrolador com o

devido isolamento.

Em uma rápida pesquisa a respeito encontrou-se a solução de serigrafia,

no artigo CIRCUITO IMPRESSO DE QUALIDADE COM BAIXO CUSTO [1] do

INAPE (Instituto de Astronomia e Pesquisas Espaciais) escrito por Leocádio

Benez Neto, este artigo explica como fazer circuitos usando serigrafia.

Diferente do processo serigráfico convencional, que se usa telas com

fios entrelaçados e tinta, este processo a emulsão serigráfica é aplicada

diretamente na placa de circuito impresso, ao invés da criação de uma matriz

prévia. O benefício é que não há necessidade de comprar tela de serigrafia e

tinta para o processo.

O processo de revelação serigráfica se inicia emulsionando uma placa

cobreada que foi previamente limpa. A emulsão preparada é resultado da

mistura de 3 ml de emulsão fotográfica e 4 gotas de bromato (sensibilizante),

este processo deve ser feito em local com baixa luminosidade. Após a

aplicação na placa é necessário de 4 a 6 horas para a secagem.

Figura 38 - Aplicando emulsão na placa [1]

Após a secagem usa-se uma imagem negativa do circuito, impressa em

transparência, fixada sob a placa. Com a emulsão já seca, coloca-se o

desenho e a placa entre dois pedaços de vidro, pressionando o desenho contra

a placa. Com um refletor de 500 Watts a 30 cm ilumina-se a placa por 180

segundos, após isto a placa é mergulhada em água e percebe-se que a parte

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exposta a luz não absorve água ficando fixa enquanto a parte que não recebeu

luz sai com facilidade devido ao enrugamento causado pela absorção da água.

Figura 39 - Transferência do layout [1]

Ao final do processo acima se percebe que a imagem transferida do

circuito está conforme o esperado, sem necessidade de retoque.

Figura 40 - Revelação [1]

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5.3 CORROSÃO – PROCESSO SERIGRÁFICO

A corrosão deve durar entre 5 e 7 minutos em uma solução com pouco

uso e temperatura ambiente. Em todas as tentativas percebeu-se que havia

uma parte de cobre que deveria, mas não havia sido removida, sendo este

efeito conhecido como véu nas indústrias gráficas. Consiste em uma parte

transparente da emulsão que também fora polimerizada.

Para contornar este problema foi feita uma tentativa de estender o tempo

recomendado de corrosão, porém surgiu um segundo problema as trilhas

começam a enrugar, se desprender e deslizar pela placa, possibilitando a

corrosão do circuito.

Antes da corrosão não é possível determinar que área possui o

chamado véu e que área está sem ele, desta forma não há como prevenir

deste problema. O efeito véu pode surgir devido a varias causas, emulsão de

baixa qualidade, excesso de sensibilizante ou aquecimento da placa durante o

processo.

Foram feitas várias tentativas variando a quantidade de sensibilizante, o

tempo de exposição versus distância do refletor, porém não foi possível

eliminar o efeito véu, após estas tentativas este método foi abandonado.

5.4 TRANSFERÊNCIA DE LAYOUT – PROCESSO TÉRMICO COM FOLHA

DE ADESIVO

O segundo método testado para transferência de layout foi a

transferência térmica, usando uma folha lisa onde os adesivos vem colados

antes do uso. A adesão do tonner da impressora laser neste tipo de folha é

muito baixa, facilitando a transferência para o cobre.

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Depois de testes foi constatado que este processo funciona bem para

circuitos pequenos e com trilhas largas, mas não para circuitos maiores que 10

cm.

Há problemas na impressão, pois os rolos de transporte da impressora

acabam retirando a camada de tonner por onde passam. Esta dificuldade levou

ao abandono deste processo, pois ao final da transferência era necessário

corrigir manualmente muitas partes do circuito.

Lembrando que cada impressora tem um sistema de transporte de folha

diferente, o que poderá levar a resultados diferentes. Como só havia uma

impressora laser para estes testes não foi possível dar continuidade. Outras

empresas de fotocópia se negaram a tentar imprimir alegando que a folha

poderia danificar a máquina.

5.5 TRANSFERÊNCIA DE LAYOUT – PROCESSO TÉRMICO COM FOLHA

DE REVISTA

A terceira tentativa foi o uso de folha de revista ao invés de folha de

adesivo, esta foi uma recomendação de outros alunos que confeccionavam

protótipos. Este método consiste em recortar uma folha de revista em tamanho

similar ao A4, imprimir o layout a ser usado e com um ferro de passar, fundir o

tonner à placa.

Após várias tentativas foi descoberto que o uso do plano terra facilitava a

adesão do tonner, pois a tendência é falhar nas bordas, como o plano terra não

possui detalhes mesmo se falhar a correção é mais fácil do que em trilhas.

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Figura 41 - Layout impresso em folha revista

Munido do layout impressos em folha de revista, fixa-se o desenho na

placa através de fita adesiva e com um ferro de passar esquenta-se a placa

com o desenho por cerca de um minuto e meio. Após isto se mergulha a placa

em água e retirando as partes sem tonner que não foram aderidas.

Figura 42 - Resultado após retirar as partes não aderidas, a parte inferior esquerda apresenta uma falha de transferência no plano terra.

5.6 CORROSÃO – PROCESSO TÉRMICO COM FOLHA DE REVISTA

Após pequenos reparos no layout usando caneta de retroprojetor, a

corrosão é feita mergulhando a placa em percloreto de ferro por 5 a 7 minutos

em solução com pouco uso na temperatura ambiente.

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Figura 43 - Resultado após retoque com caneta para retroprojetor

Após a corrosão usa-se lã de aço para remover o tonner que continua

fortemente aderido a placa. No plano terra é possível perceber alguns pontos

que foram levemente corroídos resultando em uma textura fosca.

Figura 44 - Resultado após corrosão

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6 RESULTADOS

6.1 CIRCUITO DA BASE

O circuito da base foi finalizado e está funcional, porém sem o gabinete

sugerido sendo para o protótipo foi usado placas de vidro e caixa plástica,

abaixo a imagem. Durante o desenvolvimento o LCD apresentou um defeito

nas duas primeiras linhas onde a sexta coluna apresenta os caracteres sem a

primeira coluna de pixels, por não afetar a apresentação do protótipo não foi

substituído por um novo.

Figura 45 - Imagem do protótipo do circuito base montado

6.2 CIRCUITO DO SUPORTE

O circuito do suporte foi montado em um suporte térmico para bebida de

um litro de capacidade que fora modificado, a imagem a seguir mostra o

detalhe do LED indicativo e do botão.

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Figura 46 - Imagem do protótipo do circuito do suporte montado

6.3 COMUNICAÇÃO SEM FIO

A comunicação sem fio apresentou bom desempenho para a distância

de 30 metros em linha reta sem obstáculo, com uma parede a distância caiu

para 15 metros aproximadamente, por tal motivo é recomendado que o circuito

base esteja preferencialmente no centro do estabelecimento, havendo a

possibilidade de adaptar para o receptor ficar fora da caixa melhorando a

comunicação.

6.4 SENSOR DE PESO

O sensor de força se mostrou adequado para a aplicação em questão,

não houve necessidade de linearizar a resposta, pois foi usado um valor de

threshold.

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6.5 CARREGAMENTO INDUTIVO

A função de carregamento indutivo infelizmente teve que ser

abandonada, pois seu funcionamento possui muitas variáveis tais como função

usada para geração, posicionamento da bobina, circuito retificador entre outros.

Devido a isto não houve tempo hábil para o desenvolvimento.

6.6 ANÁLISE DE CUSTOS

Durante o desenvolvimento muitas vezes o custo foi uma das

preocupações além dos custos do protótipo também há outros custos a serem

levados em consideração no projeto global, abaixo uma relação dos custos

primeiramente do protótipo e em seguida do projeto.

Tabela 6- Custos do protótipo para o circuito da base

Quantidade Componente Custo Total 1 LCD 20x4 R$ 52,32 1 PIC 18F4550 R$ 24,98 3 BOTÃO R$ 3,96 1 CAIXA PLÁSTICA R$ 12,50 2 VIDRO R$ 10,00 3 RESISTOR R$ 0,90 1 DIODO R$ 1,35 2 PLACA DE FENOLITE COBREADA R$ 5,00 1 LED R$ 0,10 1 BARRA DE PINOS MACHO R$ 1,20 1 BARRA DE PINOS FÊMEA R$ 1,20 2 MODULO nRF24L01P R$ 19,89 1 CABO FLAT R$ 2,00 2 PAR DE CONECTOR PARA CABO FLAT 14 VIAS R$ 6,48

TOTAL GERAL R$ 141,88

Tabela 7 - Custos do protótipo para o circuito do suporte

Quantidade Componente Custo Total 1 PIC 18F2550 R$ 22,55 1 BOTÃO R$ 1,32 1 BATERIA R$ 27,72 3 RESISTOR R$ 0,90

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1 PLACA DE FENOLITE COBREADA R$ 2,00 1 LED R$ 0,10 1 BARRA DE PINOS MACHO R$ 1,20 1 BARRA DE PINOS FÊMEA R$ 1,20 2 MODULO nRF24L01P R$ 19,89 1 SENSOR FRS-402 R$ 5,85

TOTAL GERAL R$ 82,73

Tabela 8 - Custos de projeto

Quantidade Componente Custo Total 1 PROGRAMADOR PICKIT 3 R$ 129,90 2 ARDUINO NANO R$ 79,80

250 HORAS TÉCNICAS R$ 6.250,00 1 DIVERSOS (estanho, ferro de solda, etc) R$ 50,00 1 CARREGADOR COM DEFEITO PARA WII R$ 40,00 1 TOTAL DO PROTÓTIPO R$ 224,61

TOTAL GERAL R$ 6.774,31

O custo do protótipo em 224,61 reais é um custo elevado que inviabiliza

o uso em pequena escala, para reduzir os custos deve-se produzir em grande

quantidade baixando o custo individual. Vale ressaltar que para cada

estabelecimento será necessário apenas um circuito base e múltiplos circuitos

para suporte.

6.8 CÓDIGO E PLACAS FINALIZADAS

Devido ao código completo do circuito base e do circuito do suporte ser

muito grande não será disponibilizado neste trabalho. Esta documentação

estará disponível no endereço goo.gl/16ZQ4. As rotinas de inicialização dos

módulos nRF24L01 estão disponíveis tanto no endereço eletrônico citado

quando nos apêndices I e II.

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7 CONCLUSÃO

O projeto criou um sistema de comunicação sem fio com funções de

alcançando a maior parte dos objetivos traçados. Apenas o carregamento sem

fio foi eliminado do protótipo por se mostrar mais complexo que o inicialmente

previsto.

O protótipo concluído se mostrou funcional, porém comercialmente

inviável na sua primeira versão devido ao seu alto custo. O custo foi agravado

pelo super dimensionamento dos microcontroladores e pela troca da solução

de comunicação sem fio para um módulo mais robusto. Para uma possível

comercialização também se faz necessário uma análise dos tributos. Tal

análise poderia refletir em alterações no circuito devido ao incentivo para uso

de componentes nacionais.

Por fim algumas sugestões de funções que podem ser adicionadas

explorando a base criada, como por exemplo:

- Requisições diferentes, não se limitando a bebidas.

- Conclusão do sistema de carregamento sem fio analisando o

acoplamento entre circuito e bobina.

- Expansão para todos os tipos de bebidas, não limitando a bebida ao

formato do recipiente.

- Programação do código de identificação do circuito suporte por RF.

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REFERÊNCIAS

[1] NETO, B LEOCÁDIO. Circuito Impresso de qualidade com baixo

custo. 2010. Disponível em: http://www.inape.org.br/eletronica/circuito-

impresso-de-qualidade-com-baixo-custo.

[2] DOS SANTOS, B Reinaldo, “Funcionamento das TV´s” disponível

em http://www.ava7.com.br/tv/lcd.jsp acesso em 25/04/13.

[3] LEGG, P Andrei, “Comunicação de dados: Modulações digitais”,

2012. Disponível em

http://coral.ufsm.br/gpscom/professores/andrei/Comunicacao/aula_08.pdf

acesso em 25/04/13.

[4] ANDRE, Fábio, “Transmissões Simplex, Half-Duplex e Full-

Duplex”, 2007. Disponível em http://fabio-

andre.blogspot.com.br/2007/10/transmisses-simplex-half-duplex-e-full.html,

acesso em 25/04/13.

[5] Autor desconhecido, “Comunicação SPI”, 2013. Disponível em

http://microcontrolandos.blogspot.com.br/2013/03/comunicacao-spi.html,

acesso em 25/04/13.

[6] NORDIC SEMICONDUCTOR. nRF24L01P Datasheet. [20__].

Disponível em: http://www.nordicsemi.com/kor/Products/2.4GHz-

RF/nRF24L01P

[7] PRADO, C GABRIEL. nRF24L01 – Teste Iniciais. Disponível em:

http://futebol-uff.blogspot.com.br/2012/12/nrf24l01-testes-iniciais.html

[8] SYSTRONIX. Systronic 20x4 LCD Brief Technical Data. 2000.

Disponível em:

http://www.systronix.com/access/Systronix_20x4_lcd_brief_data.pdf

[9] MICROCHIP. PIC18F2455/2550/4455/4550 Data Sheet. Disponível

em: http://ww1.microchip.com/downloads/en/devicedoc/39632c.pdf

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65

[10] TATO EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS. MANUAL

TRANSMISSOR E RECEPTOR RF 433. Disponível em:

http://www.tato.ind.br/detalhe_produto.php?codigo_chave=31

[11] PAIXÃO, MARCOS V L. Eletrônica – LCD. Disponível em:

http://peteletrica.blogspot.com.br/2009/10/eletronica-lcd.html.

[12] EDIRIWEERA, K, ATHURALIYA J P D S. Design of Data Display

Boards With Wireless Control. Disponível em:

http://www.accimt.ac.lk/wddb_tech_paper.pdf.

[13] INTERLINK ELETRONICS. FSR 402 Data Sheet. Disponível em:

http://www.interlinkelectronics.com/FSR402.php.

[14] DYTRAN INSTRUMENTS. Introduction to Piezoelectric Force

Sensor. Disponível em: http://www.dytran.com/img/tech/a4.pdf.

[15] MICROCHIP. PICKIT 3 Programmer/Debugger User´s Guide.

Disponível em:

http://ww1.microchip.com/downloads/en/DeviceDoc/PICkit_3_User_Guide_517

95A.pdf.

[16] CCS INC. PIC C COMPILER V4 HELP. Sem data.

[17] WILSON, V TRACY. “Como funciona a energia elétrica sem fio”.

Disponível em http://ciencia.hsw.uol.com.br/eletricidade-sem-fio.htm, Acessado

em 07/11/12.

[18] SABER ELETRÔNICA, “Wireless Power Transmission:

Transmissão de energia sem fio”. Disponível em:

http://www.sabereletronica.com.br/secoes/leitura/1580, Acessado em 07/11/12.

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APÊNDICES

APENDICE I – CÓDIGO DO TRANSMISSOR RF

APENDICE IV – CÓDIGO DO RECEPTOR RF

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APENDICE I – CÓDIGO DO TRANSMISSOR RF

int8 vspi_writebyte(int8 dataout) {

int8 i,datain=0;

for(i=8;i>=1;i--) {

if(bit_test(dataout,i-1)) output_high(MOSI);

else output_low(MOSI);

output_high(SCK);

delay_us(2);

if(input(MISO)) bit_set(datain,i-1); else

bit_clear(datain,i-1);

output_low(SCK); }

output_low(MOSI);

return(datain); }

int8 vspi_sendpacket(int8 command, char

*data) {

int8 a,b,i=0;

output_low(CSN);

b=vspi_writebyte(command);

//printf("\n\r C:%X Data:",command);

for(i=0;data[i]!='\0';i++) {

a=vspi_writebyte(data[i]);

// printf("%X@%X ",data[i],a); }

//printf("Status:%X",b);

output_high(CSN);

return(b); }

int8 vspi_sendpacket(int8 command, int data) {

int8 a,b,i=0;

output_low(CSN);

b=vspi_writebyte(command);

//printf("\n\r C:%X Data:",command);

a=vspi_writebyte(data);

//printf("%X@%X",data,a);

//printf("Status:%X",b);

output_high(CSN);

return(b); }

int8 vspi_status() {

int b;

output_low(CSN);

b=vspi_writebyte(0xFF);

output_high(CSN);

return(b); }

int8 vspi_read(int a) {

int b;

output_low(CSN);

vspi_writebyte(a);

b=vspi_writebyte(0xFF);

output_high(CSN);

return(b); }

void flush_rx() {

output_low(CSN);

STS = vspi_read(0x06);

STS = (STS | 0b00000110)&0b11010111;

vspi_sendpacket(0x26,STS);

STS = vspi_read(0x00) & 0b11110011;

STS = STS | 0b00001100;

vspi_sendpacket(0x20,STS);

vspi_sendpacket(0x3C,0);

vspi_sendpacket(0x27,0b01110000);

vspi_sendpacket(0x25,76);

flush_rx();

flush_tx(); }

void vspi_openpipe() {

int STS;

output_low(CSN);

vspi_writebyte(0x2A);

vspi_writebyte(0xE1);

vspi_writebyte(0xF0);

vspi_writebyte(0xF0);

vspi_writebyte(0xE8);

vspi_writebyte(0xE8);

output_high(CSN);

output_low(CSN);

vspi_sendpacket(0x31,32);

output_high(CSN);

STS = vspi_read(0x02);

STS = STS | 0b00000001;

output_low(CSN);

vspi_sendpacket(0x22,STS);

output_high(CSN); }

void vspi_listening() {

int STS;

STS = vspi_read(0x00)| 0b00000011;

output_low(CSN);

vspi_sendpacket(0x20,STS);

output_high(CSN);

output_low(CSN);

vspi_sendpacket(0x27,0b011110000);

output_high(CSN);

flush_rx();

flush_tx();

output_high(CE);

delay_us(130); }

int vspi_available() {

int STS;

STS = vspi_status() & 0b01000000;

// vspi_sendpacket(0x27,0b01000000);

return(STS); }

void vspi_getdata(int *buf) {

int status;

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APENDICE II – CÓDIGO DO RECEPTOR RF

int8 vspi_writebyte(int8 dataout) {

int8 i,datain=0;

for(i=8;i>=1;i--) {

if(bit_test(dataout,i-1)) output_high(MOSI);

else output_low(MOSI);

output_high(SCK);

delay_us(2);

if(input(MISO)) bit_set(datain,i-1); else

bit_clear(datain,i-1);

output_low(SCK); }

output_low(MOSI);

return(datain); }

int8 vspi_sendpacket(int8 command, char

*data) {

int8 a,b,i=0;

output_low(CSN);

b=vspi_writebyte(command);

for(i=0;data[i]!='\0';i++) {

a=vspi_writebyte(data[i]); }

output_high(CSN);

return(b); }

int8 vspi_sendpacket(int8 command, int data) {

int8 a,b,i=0;

output_low(CSN);

b=vspi_writebyte(command);

//printf("\n\r C:%X Data:",command);

a=vspi_writebyte(data);

//printf("%X@%X",data,a);

//printf("Status:%X",b);

output_high(CSN);

return(b); }

int8 vspi_status() {

int b;

output_low(CSN);

b=vspi_writebyte(0xFF);

output_high(CSN);

return(b); }

int8 vspi_read(int a) {

int b;

output_low(CSN);

vspi_writebyte(a);

b=vspi_writebyte(0xFF);

output_high(CSN);

return(b); }

void flush_rx() {

output_low(CSN);

vspi_writebyte(0xE2);

output_high(CSN); }

void flush_tx() {

STS = vspi_read(0x00) & 0b11110011;

STS = STS | 0b00001100;

vspi_sendpacket(0x20,STS);

vspi_sendpacket(0x3C,0);

vspi_sendpacket(0x27,0b01110000);

vspi_sendpacket(0x25,76);

flush_rx();

flush_tx(); }

void vspi_openpipe() {

int STS;

output_low(CSN);

vspi_writebyte(0x2A);

vspi_writebyte(0xE1);

vspi_writebyte(0xF0);

vspi_writebyte(0xF0);

vspi_writebyte(0xE8);

vspi_writebyte(0xE8);

output_high(CSN);

output_low(CSN);

vspi_writebyte(0x30);

vspi_writebyte(0xE1);

vspi_writebyte(0xF0);

vspi_writebyte(0xF0);

vspi_writebyte(0xE8);

vspi_writebyte(0xE8);

output_high(CSN);

vspi_sendpacket(0x31,32); }

int vspi_senddata(int *buf) {

int STS,status;

int i = 0;

STS = vspi_read(0x00);

STS = (STS | 0b00000010)&0b11111110;

vspi_sendpacket(0x20,STS);

delay_us(150);

output_low(CSN);

vspi_writebyte(0xA0);

for(i=0;buf[i]!='\0'&&i<32;i++) {

vspi_writebyte(buf[i]);

printf("%u:%u\n\r",i,buf[i]); }

while(i<32) {

vspi_writebyte(0x00);

i++; }

output_high(CSN);

output_high(CE);

delay_us(15);

output_low(CE);

for(i=0;i<251&(vspi_read(0x07&

0b00110000));i++) {

delay_ms(2); }