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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL Ivana Licia de Campos Gavioli Nova Odessa - SP Fevereiro - 2011 SILAGENS DE SOJA E DE PONTA DE CANA-DE-AÇÚCAR NO DESEMPENHO DE CORDEIROS

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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

Ivana Licia de Campos Gavioli

Nova Odessa - SP

Fevereiro - 2011

SILAGENS DE SOJA E DE PONTA DE CANA-DE-AÇÚCAR NO

DESEMPENHO DE CORDEIROS

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

SILAGENS DE SOJA E DE PONTA DE CANA-DE-AÇÚCAR NO

DESEMPENHO DE CORDEIROS

Ivana Licia de Campos Gavioli

Orientadora: Dra. Josiane Aparecida de Lima

Nova Odessa - SP Fevereiro - 2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Zootecnia, APTA/SAA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Produção Animal Sustentável.

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Ficha elaborada pelo Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia

Bibliotecária responsável – Ana Paula dos Santos Galletta - CRB8/7166

G243s Gavioli, Ivana Licia de Campos

Silagens de soja e de ponta de cana-de-açúcar no desempenho de cordeiros. / Ivana Licia de Campos Gavioli. Nova Odessa - SP2010.

63p. : il.

Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA.Orientador: Drª. Josiane Aparecida de Lima

1. Silagem. 2. Nutrição animal. I. Lima, Josiane Aparecida de. II. Título.

CDD 636.08552

G243s Gavioli, Ivana Licia de Campos

Silagens de soja e de ponta de cana-de-açúcar no desempenho de cordeiros. / Ivana Licia de Campos Gavioli. Nova Odessa - SP2010.

63p. : il.

Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA.Orientador: Drª. Josiane Aparecida de Lima

1. Silagem. 2. Nutrição animal. I. Lima, Josiane Aparecida de. II. Título.

CDD 636.08552

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

SILAGENS DE SOJA E DE PONTA DE CANA-DE-AÇÚCAR NO

DESEMPENHO DE CORDEIROS

IVANA LICIA DE CAMPOS GAVIOLI

Orientador: Dra. Josiane Aparecida de Lima

Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção Animal

Sustentável, pela Comissão Examinadora:

Dra. Josiane Aparecida de Lima (Orientadora)

Dra. Cristina Maria Pacheco Barbosa

Dra. Solidete de Fátima Paziani

Data da realização: 11 de fevereiro de 2011

Presidente da Comissão Examinadora Prof. Dr. (orientador) Dra. Josiane Aparecida de Lima

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i

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Benedicto e Catarina, por

essa generosa educação e confiança que

guardo humildemente em meu coração.

As minhas irmãs Lilian, Ana Paula e

Claudia pelo imenso incentivo nesta

nova etapa e pela respeitada

responsabilidade que me transmitem

dia a dia.

Ao meu marido Jorge, pelo forte auxílio e

ao meu filho Luís Eduardo que aprenderá

com os erros e acertos das gerações

passadas e buscará traçar caminhos

sustentáveis para um futuro melhor.

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ii

AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar sempre comigo, iluminando o meu caminho e reforçando a minha fé e

perseverança.

A Dra. Josiane Aparecida de Lima pela orientação e convivência.

A Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola - FundAg pela bolsa concedida.

Aos membros do Programa de Pós-graduação em Produção Animal Sustentável.

A Dra. Cristina Maria Pacheco Barbosa, UPD de Itapetininga-SP, pelo cultivo da soja.

A Dra Flávia Maria de Andrade Gimenes e ao Dr. Alexandre Berndt pela pronta

disponibilidade em auxiliar na ensilagem da ponta de cana-de-açúcar e em outros momentos

relativos à implantação do projeto.

Ao Pesquisador Benedicto do Espírito Santo de Campos pelo incentivo durante esses anos.

A todos os colegas do curso de pós-graduação.

Aos meus amigos Ana Cláudia, Juliano e Milena, pela valiosa disponibilidade, colaborando

muito nesses anos em que estudamos juntos.

Aos amigos Ana Cecília, Daniela, Eliara, Érika Maria, Érika, Heverton, Joel, Luciano,

Natalino e Patrícia pela amizade, ensinamentos e troca de informações.

A equipe da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Itapetininga.

Aos pesquisadores dos Centros de Pesquisa em Zootecnia Diversificada e de Pesquisa em

Nutrição Animal e Pastagem.

Aos funcionários da Unidade de Ovinos.

Aos funcionários da Biblioteca do Instituto de Zootecnia.

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iii

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iv

SUMÁRIO

Página

ÌNDICE DE TABELAS................................................................................................ vi

ÍNDICE DE FIGURAS................................................................................................ vii

RESUMO....................................................................................................................... viii

ABSTRACT.................................................................................................................. x

1.INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1

2.REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 3

2.1 .Produtividade da Ponta de Cana-de-açúcar........................................................... 3

2.2 Características Bromatológicas da Ponta de Cana-de-açúcar................................. 5

2.3. Utilização da Ponta de Cana-de-açúcar no Desempenho de Ruminantes............. 6

2.4.Silagem de Soja..................................................................................................... 7

2.5.Associação Silagens de Soja com Gramíneas....................................................... 8

2.6.Ponto de Colheita da Soja para Ensilagem............................................................ 10

2.7. Utilização da Silagem de Soja no Desempenho de Ruminantes........................... 12

3.MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................ 15

3.1. Localização e período experimental...................................................................... 15

3.2. Animais e instalações experimentais..................................................................... 15

3.3. Tratamentos e delineamento experimental............................................................ 16

3.4. Cultivo e ensilagem............................................................................................... 18

3.4.1. Colheita e ensilagem da ponta de cana-de-açúcar............................................. 18

3.4.2. Cultivo da soja................................................................................................... 18

3.4.3. Colheita e ensilagem da soja.............................................................................. 19

3.5. Pesagem dos animais............................................................................................. 19

3.6. Análises laboratoriais............................................................................................. 19

3.7. Variáveis analisadas............................................................................................... 20

3.7.1. Consumo........................................................................................................ 20

3.7.2. Conversão alimentar...................................................................................... 21

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v

Página

3.7.3. Eficiência alimentar...................................................................................... 21

3.7.4. Ganho de peso.............................................................................................. 21

3.8. Análise estatística................................................................................................... 22

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 23

4.1. Consumos de nutrientes ........................................................................................ 23

4.1.1. Consumo de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), nitrogênio contido na FDN (nFDN) e na FDA (nFDA), extrato etéreo (EE) e minerais (MM).....................................................................................

23

4.2. Consumos de constituintes fibrosos....................................................................... 29

4.3. Consumos de constituintes energéticos................................................................. 33

4.4. Ganho de peso total (GT), ganho médio diário (GMD), conversão alimentar

(CA) e eficiência alimentar (EA).......................................................................... 36

5.CONCLUSÕES ......................................................................................................... 39

6.REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 41

7.APÊNDICE................................................................................................................. 51

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vi

ÍNDICE DE TABELAS

Página

Tabela 1 - Composição bromatológica, digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) e ingredientes do concentrado utilizado nas dietas experimentais (% MS).............................................................................. 17

Tabela 2 - Médias dos consumos de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), nitrogênio contido na FDN (nFDN) e na FDA (nFDA), extrato etéreo (EE), minerais (MM) e respectivos erros padrão da média (EP).............................................................................

24

Tabela 3 - Médias dos consumos de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp), hemicelulose (HEM), celulose (CEL) e lignina (LIG) e respectivos erros padrão da média (EP)........................

30

Tabela 4 - Médias estimadas dos consumos de carboidratos totais (CHOT), carboidratos não fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT) e respectivos erros padrão da média (EP) ..................................................

34

Tabela 5 - Valores médios do ganho de peso total (GT), ganho médio diário (GMD), conversão (CA) e eficiência alimentar (EA) relativos às dietas experimentais e respectivos erros padrão da média (EP) ........................

37

Tabela 6 - Composição bromatológica, digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) e pH das silagens de soja e de ponta de cana-de-açúcar utilizadas nas dietas experimentais.......................................................... 53

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vii

ÍNDICE DE FIGURAS

Página

Figura 1. Baias individuais....................................................................................... 55

Figura 2. Ponta de cana-de-açúcar............................................................................ 55

Figura 3. Ponta de cana-de-açúcar fragmentada....................................................... 57

Figura 4. Compactação da ponta de cana-de-açúcar nos silos experimentais.......... 57

Figura 5. Cultivo de soja........................................................................................... 59

Figura 6. Colheita da soja para ensilagem................................................................ 59

Figura 7. Silos experimentais................................................................................... 61

Figura 8. Cordeiros Morada Nova em tronco para pesagem.................................... 61

Figura 9. Pesagem dos cordeiros.............................................................................. 63

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viii

RESUMO

Silagens de soja e ponta de cana-de-açúcar no desempenho de cordeiros

Considerando a problemática ambiental do resíduo da colheita mecanizada da cana-de-

açúcar e a necessidade de alternativas para a alimentação animal com baixo custo, realizou-se o

estudo com o objetivo de avaliar o desempenho de ovinos alimentados com dietas compostas por

silagem da ponta de cana-de-açúcar enriquecida com silagem de soja. O experimento foi

conduzido na Unidade de Ovinos do Instituto de Zootecnia, Nova Odessa-SP. Foram utilizados

24 cordeiros da raça Morada Nova com idade média de 75 dias e peso vivo médio inicial (PVi)

de 16,98 kg ± 2,62 kg. Foram avaliadas as seguintes dietas: T1= 20% de silagem da ponta de cana

+ 80% de concentrado; T2= 20% de silagem da ponta de cana + 30% de silagem de soja + 50% de

concentrado; T3= 20% de silagem da ponta de cana + 60% de silagem de soja + 20% de

concentrado. O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados, com oito

repetições, sendo os blocos determinados conforme o peso inicial dos animais. Foram avaliados

os consumos de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO); matéria mineral (MM); proteína

bruta (PB); extrato etéreo (EE); fibra em detergente neutro (FDN); fibra em detergente ácido

(FDA); celulose (CEL); hemicelulose (HEM); lignina (LIG); carboidratos totais (CHOT);

carboidratos não fibrosos (CNF); nutrientes digestíveis totais (NDT), ganho de peso, conversão e

eficiência alimentar. Os ganhos de peso total e médio diário e a conversão e eficiência alimentar

foram estatisticamente semelhantes, cujos valores médios foram 7,9 kg.animal-1, 133,3

g.animal.dia-1, 6,2 e 0,17, respectivamente. Dietas compostas por silagem de ponta de cana-de-

açúcar enriquecida com silagem de soja + concentrado proporcionam maior consumo de

nutrientes. Silagem de ponta de cana-de-açúcar suplementada com concentrado protéico ou

enriquecida com silagem de soja com menor participação de concentrado resulta em ganhos de

peso e conversão e eficiência alimentar semelhantes para cordeiros pertencentes à raça Morada

Nova. A utilização de silagem de soja para enriquecer o teor protéico de dietas compostas por

silagem de ponta de cana-de-açúcar fica na dependência do custo para aquisição de concentrado

protéico ou produção de proteína na propriedade por meio da ensilagem da planta de soja.

Palavras chave: consumo, conversão e eficiência alimentar, ganho de peso, sustentabilidade

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x

ABSTRACT

Soybean and sugar cane tops silages on lamb performance

Considering the environmental problem of the residue of mechanized harvesting of sugar

cane and the need for alternatives to animal feeding with low cost, it was carried out the study

with the aim of evaluating the performance of sheeps fed with diets consisting of silage from

sugar cane tops enriched with soybean silage. The experiment was conducted at the Sheep Unit

of the Instituto de Zootecnia, Nova Odessa-SP. It was used 24 lambs Morada Nova with a mean

age of 75 days and average weight (PVi) of 16.98 kg ± 2.62 kg. It was evaluated the following

diets: T1 = 20% of sugar cane tops silage + 80% concentrate, T2 = 20% of sugar cane tops silage

+ 30% of soybean silage + 50% concentrate, T3 = 20% of sugar cane tops silage + 60% of

soybean silage + 20% concentrate. The experimental design was a randomized complete block

with eight replications and the blocks were determined according to the initial weight of animals.

There were evaluated the intake of dry matter (DM), organic matter (OM), mineral matter (MM),

crude protein (CP), ether extract (EE), neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF),

cellulose (CEL), hemicellulose (HEM), lignin (LIG), total carbohydrates (TCH), carbohydrates

(NFC), total digestible nutrients (TDN), weight gain, feed conversion and efficiency. The total

weight and average daily gains and feed conversion and efficiency were statistically similars,

with mean values of 7.9 kg.animal-1, 133.3 g.animal.dia-1, 6.2 and 0.17, respectively. Diets based

on silage from sugar cane tops enriched with soybean silage + concentrate provide greater

nutrient intake. Silage from sugar cane tops supplemented with protein concentrate enriched with

soybean silage with a smaller share of concentrate results in weight gains and feed conversion

ratio similar for lambs belonging to the Morada Nova. The use of soybean silage to enrich the

protein content of diets consisting of silage from sugar cane tops is dependent on the cost for the

acquisition of protein concentrate or protein production in the property through the silage plant

soybeans.

Key words: feed conversion and efficiency, intake, sustainability, weight gain

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1

1 – INTRODUÇÃO

A produção sustentável tem levado todas as nações a buscar um equilíbrio entre o

crescimento e a proteção dos recursos naturais. Apesar dos benefícios sociais (geração de

emprego) e econômicos, deve-se considerar que as atividades produtivas são impactantes ao meio

ambiente e a partir dessa realidade é necessário fazer um planejamento do uso dos recursos

naturais e das estratégias que assegurem o desenvolvimento pretendido, pois sustentabilidade

significa preservação do capital ambiental oferecido pela natureza.

É justamente da interação do meio ambiente com a atividade econômica, basicamente

dependente da natureza, que emerge a necessidade de buscar tentativas de minimizar os impactos

ambientais do sistema agrícola. Desta forma, para superar essas adversidades a utilização de

resíduos agroindustriais como ingredientes da alimentação animal, em substituição total ou

parcial a alimentos convencionais, é uma estratégia para reduzir o custo de produção animal e

reduzir o acúmulo de materiais descartados na natureza. Além disso, tem se mostrado uma

alternativa interessante e viável, principalmente por atender às necessidades de pequenos e

médios produtores, para os quais muitas vezes o custo de alimentação dos animais é um

impedimento para a criação.

Neste contexto, a cana-de-açúcar apresenta-se como matéria-prima de grande flexibilidade,

sendo utilizada para produzir açúcar, álcool, aguardente e forragem, além dos coprodutos como a

ponta de cana-de-açúcar, bagaço, melaço, torta de filtro, vinhaça e leveduras, os quais têm grande

importância econômica (ANDRADE, 2001). A ponta de cana-de-açúcar merece atenção especial

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2

pela sua grande produtividade e por se apresentar como um possível alimento alternativo, cuja

utilização na alimentação animal poderá contribuir para baixar os custos e, simultaneamente,

reduzir o impacto ambiental oriundo do descarte desse material no meio ambiente.

Por outro lado, a alimentação do rebanho é motivo de preocupação, principalmente durante

a época seca e este fato ocorre porque nesta época as forrageiras diminuem ou cessam o

crescimento vegetativo e iniciam a fase reprodutiva tornando-se pouco nutritivas. Assim, a

estacionalidade da produção de forragem é uma realidade e a cada ano que passa, observam-se as

consequências drásticas deste período sobre a produção animal. Rebanhos debilitados,

produtividade animal muito baixa ou nula, morte de animais e, como resultado final, produtores

rurais acumulando prejuízos (TORRES e COSTA, 2001).

A safra da cana-de-açúcar coincide com o período de escassez de forragem e o

aproveitamento da ponta de cana é uma alternativa de alimento volumoso de baixo custo que

pode contribuir para o aumento da renda de pecuaristas e, assim, proporcionar um destino

racional para este material, visando também contribuir com a ‘saúde’ ambiental por meio da

retirada deste material do ambiente e utilização na alimentação animal.

Como a produção da ponta é restrita ao período da ‘safra’ da cana-de-açúcar, é fundamental

que sejam tomadas medidas a fim de conservar este material para garantir a oferta de um produto

com características semelhantes por períodos prolongados. Dessa forma, a ensilagem é uma

estratégia eficaz de armazenamento e possibilitará a utilização nos períodos de escassez de

forragem ou na criação de ruminantes em confinamento.

Considerando os pontos abordados: problemática ambiental do resíduo da colheita da cana-

de-açúcar e alternativas para a alimentação animal com baixo custo, este trabalho foi realizado

com o objetivo de avaliar o desempenho de ovinos alimentados com dietas compostas por

silagem da ponta de cana-de-açúcar enriquecida com silagem de soja.

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3

2 – REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Produtividade da Ponta de Cana-de-açúcar

Conforme Barcelos e Rezende (2002), a quantidade da ponta de cana pode representar até

18% da produção total de cana-de-açúcar, constituindo-se, aproximadamente, 19 toneladas de

massa verde por hectare (com 26% de matéria seca), suficiente para alimentar 15 bovinos, com

peso médio de 300 kg, por um período de 120 dias. Apesar deste imenso potencial como

volumoso para ruminantes, até o momento, a ponta de cana-de-açúcar tem sido pouco estudada.

Os valores relatados na literatura sugerem que as perdas durante a colheita realizada com

máquinas, tradicionalmente utilizadas para fins industriais, podem ser consideradas elevadas.

Segundo Hassuani (2006) em cada tonelada de cana-de-açúcar há 14% de palha, correspondendo

à produção de 140 kg de resíduos, o que perfaz uma produção anual de 40 milhões de toneladas

de palha.

A palha de cana-de-açúcar, resíduo agrícola, é tudo o que é retirado antes da cana-de-açúcar

ser esmagada incluindo não somente as folhas secas, mas também as verdes e o “ponteiro”

(ponta) da planta. Vitti et al. (2007) comentaram que, após a colheita mecanizada de canaviais

sem queima prévia (cana-crua), pode permanecer sobre o solo a massa de resíduos culturais ou

palhada de 10 a 25 t.ha-1 de material seco da cultura, pois os valores encontrados na literatura

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variaram de 6,5 a 9,4 t.MS.ha-1 de palhada residual. Resultados que corroboram com os obtidos

por Franco et al. (2007) que também observaram valor de 9,4 t.MS.ha-1 de palhada residual em

um canavial submetido à colheita por meio de automotriz operando sem queima prévia.

Na pesquisa realizada por Schogor et al. (2009), foi avaliado o efeito dos métodos de

colheita sobre as perdas e os danos de colheita da cana-de-açúcar, sendo que o material colhido

foi pesado e separado nas frações colmo, ponta e palha e concluíram que as perdas quantitativas e

relativas das frações palha e ponta foram semelhantes entre os métodos de colheita: corte manual

basal, corte mecanizado por meio de colhedora de forragem e corte mecanizado seguido de

rebaixamento manual basal.

Segundo Nussio et al. (2009) o segmento de pesquisa já começa a imprimir esforços no

sentido de avaliar o valor nutritivo da ponta em cultivares de cana-de-açúcar, que pode ocasionar

dificuldades no manejo dos talhões e oferecer estratégias de colheita e conservação dessa fonte de

forragem. Esse subproduto, que já foi estudado intensamente nas décadas de 60 e 70, pode gerar

receitas interessantes ao sistema de produção animal e, simultaneamente, promover efeitos

positivos no meio ambiente decorrente da retirada deste material do solo para subsídio alimentar

do rebanho. Como consequência de atributos agronômicos e,ou econômicos a exploração isolada

da lavoura ou da pecuária tende a apresentar sinais de insustentabilidade, evidenciando que a

integração da pecuária com a cana-de-açúcar pode contribuir para reduzir os aspectos negativos

do ponto de vista ambiental.

Os animais ruminantes apresentam grande capacidade de aproveitamento de fibras vegetais

em sua alimentação, sendo, portanto, bastante vantajoso aproveitar essa característica fisiológica

nos sistemas de produção de carne e leite, a fim de reduzir os custos e incrementar a

produtividade da atividade pecuária.

Os alimentos fibrosos são de fundamental importância na alimentação de ruminantes não só

do ponto de vista fisiológico, mas também econômico, uma vez que a alimentação representa a

maior parte do custo de produção em uma exploração pecuária. O uso da ponta de cana-de-açúcar

como alimento para ruminantes, quer seja in natura ou ensilada, pode minimizar o problema de

excesso desse resíduo no meio ambiente e da baixa disponibilidade de forragem nas épocas

críticas do ano, quando há escassez de forragem.

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2.2. Características Bromatológicas da Ponta de Cana-de-açúcar

A ponta de cana-de-açúcar consiste de três partes distintas: lâminas, bainha e uma

quantidade variável de cana-de-açúcar imatura. Segundo Barcelos e Rezende (2002), a ponta é

um coproduto da cana-de-açúcar que apresenta variações importantes na sua composição,

especialmente no teor de fibra. Peixoto (1986) cita teores de matéria seca na ponta de cana-de-

açúcar fresca variando de 18,46 a 35,2%, de proteína bruta, de 3,91 a 5,94%; e de fibra bruta, de

27,97 a 47,75%. Gesualdi et al. (2001) registraram, para a ponta de cana-de-açúcar, teores de

8,35% de PB, 77,20% de FDN e 44,75% de FDA.

Esses mesmos autores estudaram a composição bromatológica e a conservação de

coprodutos da cana-de-açúcar, bagaço e ponta, tratados com 0, 1, 2 e 4% (N-amônia na matéria

seca) nas formas de amônia anidra, uréia e sulfato de amônio. Esses autores observaram que com

o sulfato de amônio a ponta apresentou decréscimo no teor de fibra em detergente neutro; houve

redução no teor de hemicelulose dos coprodutos tratados com uréia, em função dos níveis de

amônia; a amonização com sulfato de amônio reduziu o teor de fibra em detergente ácido,

principalmente, da ponta e sulfato de amônio promoveu redução no teor de nitrogênio insolúvel

em detergente ácido e maior retenção de nitrogênio nos dois coprodutos. Concluíram ainda que

os tratamentos resultaram em aumento no teor de proteína bruta de ambos coprodutos, em função

dos níveis de amônia e na maioria dos tratamentos, os períodos após abertura dos silos não

alteraram o teor de nitrogênio total dos coprodutos.

No estudo realizado por Pereira et al. (2009), a ponta utilizada apresentou teor de 31,5% de

matéria seca e com base nesse teor obtiveram-se 5,2% de proteína bruta, 64,94% de FDN,

36,34% de FDA, 7,89% de lignina, 30,28% de celulose, 28,6% de hemicelulose e 3,84% de

cinzas. Esse mesmo autor enfatiza que a ponta de cana-de-açúcar descartada nos alambiques pode

ser utilizada para ensilagem, junto com o bagaço de cana-de-açúcar e conclui que a silagem

produzida com a inclusão da ponta de cana-de-açúcar apresenta teor mais baixo de MS, com

média de 39,69%, revelando também as maiores perdas de MS, com decréscimos de 8,85

unidades porcentuais e redução no teor de PB em relação ao material original. Portanto, a

ensilagem do bagaço com ponta de cana-de-açúcar resultou nas maiores perdas de MS, mas

promoveu redução nos teores de FDN, FDA, celulose, hemicelulose e lignina, o que deve ser

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considerado de alta relevância, pois a ponta é um resíduo que se encontra no mesmo local que o

bagaço e, na maioria das vezes, é descartado.

2.3. Utilização da Ponta de Cana-de-açúcar no Desempenho de Ruminantes

A ponta de cana-de-açúcar é capaz de manter ganhos de peso em bovinos acima de 600

g.animal.dia-1, desde que haja uma suplementação protéica. Fato este foi evidenciado no trabalho

de Estima et al. (1967), quando os autores observaram que houve efeito significativo no ganho de

peso pela suplementação protéica (farelo de algodão) em novilhos Zebu e Holandês alimentados

com ponta de cana-de-açúcar, porém não houve efeito da suplementação energética (raízes de

mandioca e melaço). Resultados encontrados por Tundisi et al. (1968), indicaram ganhos de peso

na ordem de 846 g.animal.dia-1 quando a suplementação protéica foi substituída parcialmente

pela uréia.

Rodrigues et al. (1976) citado por Thiago et al. (1982), trabalhando com novilhos

confinados observaram que a variação na composição bromatológica da cana-de-açúcar foi

similar ao da ponta de cana-de-açúcar, quando ambos participaram em 68% da ração e os ganhos

de peso foram 740 e 790 g.cab.dia-1, respectivamente.

Trabalhos realizados por Aroeira e Santana (1979) mostraram que os ganhos de peso de

novilhos mestiços alimentados com ponta de cana-de-açúcar fresca e queimada (suplementadas

com 10% de uréia-melaço e fubá de milho) foram estatisticamente semelhantes, sendo de 687 e

777 g.animal.dia-1, respectivamente.

Diante das características positivas do uso da ponta de cana-de-açúcar na alimentação

animal Thiago et al. (1982) utilizaram 40 novilhos Nelores recebendo ponta de cana-de-açúcar

suplementada com uréia e panícula de sorgo triturada e observaram ganhos de peso comparáveis

ao proporcionado por pastagem de boa qualidade. Neste estudo, a ponta de cana-de-açúcar

suplementada com 6 kg de panícula de sorgo triturada resultou em maior ganho de peso diário em

relação ao peso obtido com a utilização de 4 kg de panícula de sorgo triturada, sendo 712

g.animal.dia-1 e 596 g.animal.dia-1, respectivamente. O maior acréscimo energético permitiu o

melhor desempenho produtivo dos animais. Os autores observaram ainda que o teor da proteína

bruta encontrado na ponta de cana-de-açúcar (5,4%) é relativamente alto, quando comparado com

outros tipos de coprodutos da agricultura.

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Pacola et al. (1983) estudaram as possibilidades de utilização da ponta de cana-de-açúcar

queimada associada à palha de soja em dietas pra bovinos confinados e concluíram que uma dieta

contendo ponta de cana-de-açúcar queimada mais palha de soja, na proporção de 65:35, pode ser

utilizada para a mantença de novilhos e essa mesma dieta enriquecida com farelo de algodão, na

proporção de 74:18:8, permitiu ganho de cerca de 611 g.dia.animal-1.

Estudos com desempenho de ruminantes também foram realizados por Magalhães et al.

(1999), avaliando o efeito do bagaço de cana-de-açúcar hidrolisado e da ponta de cana-de-açúcar

no desempenho de bovinos. Os autores observaram que o consumo foi melhor quando a ponta de

cana-de-açúcar participou da dieta em maior proporção, em relação ao bagaço (20% de bagaço

hidrolisado + 40% da ponta de cana-de-açúcar), ou seja, 1,79% e 2,46% do peso vivo, quando as

dietas foram suplementadas com levedura ou farinha de carne, respectivamente. Com relação ao

ganho de peso, os autores observaram que nos tratamentos enriquecidos com levedura houve

melhor desempenho animal à medida que a proporção da ponta de cana-de-açúcar aumentou 262

g.animal.dia-1, 342 g.animal.dia-1 e 420 g.animal.dia-1, respectivamente para os níveis 20%, 30%

e 40% de participação da ponta de cana-de-açúcar na dieta.

Diante do exposto, conclui-se que a produção da indústria sucroalcooleira gera inúmeros

co-produtos de valor econômico, e, entre eles, a ponta de cana-de-açúcar, que pode ser de grande

interesse como fonte de alimento para os ruminantes; entretanto, esta apresenta limitações tais

como baixos valores de nitrogênio, minerais e energia disponível, portanto há necessidade de

suplementação destes componentes para suprir as exigências nutricionais das diferentes

categorias animais e uma alternativa é a silagem de soja.

2.4. Silagem de Soja

A planta da soja pode perfazer um alimento de boa qualidade, visto que sua utilização como

forragem torna-se importante quando o preço do farelo de soja estiver em patamares elevados. As

silagens de gramíneas (milho, sorgo, cana-de-açúcar e capins), em média, apresentam teor

protéico entre 4% e 8%, ressaltando-se que esse valor está muito aquém das necessidades dos

cordeiros confinados para abate superprecoce, que é cerca de 16%. Sendo assim, a utilização da

silagem de soja pode ser adotada com o objetivo de agregar fonte protéica à alimentação dos

animais.

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A introdução da cultura da soja no sistema de produção de ruminantes é altamente benéfica,

pois, além de fixar nitrogênio no solo e reduzir os custos com fertilização nitrogenada (KEPLIN,

2004), constitui-se, também, em alternativa para suplementação protéica dos animais na forma de

volumoso conservado. Apesar de ser uma tecnologia ainda pouco conhecida e utilizada, a silagem

de soja está se tornando uma opção interessante na alimentação animal por se tratar de volumoso

de excelente valor protéico, proporcionando redução no uso de concentrados, além de boa

aceitabilidade pelos animais. Conforme Mello Filho (2006), a silagem de soja é de particular

importância para o setor pecuário quando o preço dos concentrados protéicos está em alta.

Como planta forrageira para ensilagem a soja preenche vários requisitos, entre eles a boa

aceitabilidade pelos animais, teor de matéria seca entre 30% e 40% no momento adequado de

colheita e facilidade de compactação, em função do teor de óleo existente na forragem. Esta

característica impede o efeito ‘colchão’ e possibilita compactação adequada e mais rápida, em

relação às gramíneas.

2.5. Associação Silagens de Soja com Gramíneas

No Brasil, por décadas tem sido dada atenção ao uso da planta de soja na alimentação

animal. Um dos primeiros trabalhos realizados foi no final da década de 70, quando Carneiro e

Rodrigues (1978) realizaram três experimentos de campo com milho consorciado a cada uma das

leguminosas: lab-lab, mucuna preta e soja anual. Os autores observaram que não houve efeito das

leguminosas na qualidade do material a ser ensilado em nenhuma das consorciações. A

explicação para o fato foi atribuída à diminuição do ‘stand’ de leguminosas, que apesar de se

estabelecerem dentro das proporções programadas, quase desapareceram à época de corte para

ensilagem.

Diante destes fatos, Carneiro e Rodrigues (1980) prosseguiram com o estudo da utilização

de leguminosas como forragem com possibilidade de melhorar a qualidade da silagem de milho,

mas optaram por trabalhar com cultivos exclusivos, misturando as forragens durante a ensilagem,

sendo estas armazenadas em silos de laboratório. O estudo revelou que 40% de soja na mistura

resultou em silagem com maior teor de matéria seca, alcançando 30%, enquanto a silagem de

milho puro apenas 25,98%. As demais silagens mistas tiveram teores equivalentes entre si e ao da

silagem de milho. Com relação ao valor protéico, foi o nível mais elevado de soja na mistura

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(40%) que proporcionou o maior aumento de proteína bruta, alcançando 64% a mais em relação à

silagem testemunha. Os valores de pH situaram-se dentro dos limites favoráveis para uma boa

fermentação, variando de 3,63 a 3,90, embora as leguminosas em níveis mais altos contribuíssem

para elevar ligeiramente os valores. A digestibilidade in vitro da matéria seca não foi afetada

pelas leguminosas, situando-se ao redor de 56%, em média.

Na década de 80 e 90 o objetivo principal dos estudos foi o aumento do conteúdo de

proteína na silagem de milho por meio da associação desta gramínea com leguminosas de ciclo

anual, principalmente a soja (EVANGELISTA et al., 1983; OBEID et al. 1985, 1992a, b). A

associação dessas silagens resultou em maior consumo e ganho de peso dos animais em

comparação à silagem de milho exclusivo, devido ao alto teor de proteína bruta da silagem de

soja (ZAGO et al., 1985; OBEID et al., 1992b).

A qualidade da silagem de milho exclusiva e com 10, 20, 30, 40 e 50% de forragem de soja

e com dois níveis de inoculante foram estudadas por Eichelberger et al. (1997). Esses autores

concluíram que o aumento da proporção de soja resultou em efeito linear positivo sobre os teores

de PB, P e Ca e efeito linear negativo sobre os teores de MS, mas não influiu na DIVMS. O

inoculante apresentou efeito interativo com o material ensilado sobre o teor de MS e o valor de

pH.

Lima et al. (1992) estudaram a qualidade e o valor nutritivo da silagem mista de capim-

elefante cultivar Cameroon obtida por meio da associação com diferentes níveis de soja anual (0,

20, 40, 60, 80 e 100%) e concluíram que à medida que se elevou a proporção de silagem de soja

junto ao capim-elefante, observou-se aumento nos teores e nos consumos de matéria seca e de

proteína bruta, bem como na digestibilidade aparente da matéria seca e da proteína bruta, sendo

que, os melhores resultados foram observados para silagem de soja exclusiva.

Com intuito de disponibilizar mais informações sobre o uso da silagem de soja, Lima et al.

(2008c) avaliaram algumas características nutricionais de dietas compostas de forragem oriunda

de capineira de capim-elefante cv. Guaçu enriquecidas com diferentes proporções de silagem de

soja. Observaram que o teor protéico da dieta elevou-se de 9,8% para 18,2%, respectivamente

para os níveis de 20% e 80% de silagem de soja e os teores de fibra em detergente neutro e de

fibra em detergente ácido reduziram de 68,5% para 46,3% e de 43,2% para 32,4%,

respectivamente, para os níveis 20% e 80% de silagem de soja. Os autores concluíram que

associar a silagem de soja ao capim-elefante verde picado é uma alternativa para obter volumoso

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com excelente valor nutricional, pois quanto maior a participação da silagem de soja junto ao

capim-elefante maior o teor protéico e menor o teor de fibras na dieta. Lima et al. (2008a)

também observaram associação positiva de feno comercial de Cynodon sp (Jiggs) com diferentes

proporções de silagem de soja.

2.6. Ponto de Colheita da Soja para Ensilagem

De acordo com Undersander et al. (2007), a colheita de soja para ensilagem pode ser feita a

partir de estágio R3 (início de formação de vagens) até o R7 (início da maturação). Contudo,

Muñoz et al. (1983) recomendam o estádio R6 (semente cheia) como o mais adequado para a

colheita da soja, devido aos aspectos nutritivos (alto valor protéico e maior digestibilidade da

matéria seca) associados à produção de matéria seca. Além disso, resulta em silagem com maior

aceitabilidade pelos animais (COFFEY et al., 1995a). Porém, mesmo nesta fase de

desenvolvimento, o teor de carboidratos solúveis para uma fermentação adequada é baixo

(BLOUNT et al., 2003). Sendo assim, uma fonte de açúcares facilmente fermentáveis (por

exemplo, melaço) e,ou a utilização de aditivo microbiano, pode contribuir para uma fermentação

adequada, quando a soja é ensilada exclusiva (PEREIRA et al., 2007; PEREIRA et al., 2008).

Opondo-se às demais forrageiras, o teor de nutrientes e a qualidade da forragem da planta

de soja não muda de forma severa com o avanço da maturação e isto ocorre, conforme Willms

(2003), porque a semente é rica em proteína e energia. Coffey et al. (1995b) avaliaram a

composição nutricional de silagem de soja, obtida a partir da média de duas variedades por dois

anos no estádio R2, R4 e R6 e encontraram valores de proteína bruta, fibra em detergente neutro e

fibra em detergente ácido variando 16,0 a 20,6%; 38,3 a 48,3% e 27,3 a 37,3%, respectivamente.

O cultivo da braquiária e soja em consórcio ou exclusivo foi avaliado por Leonel et al.

(2008). Os autores observaram que o consórcio para produção de silagem é viável e recomendam

a colheita das culturas quando a soja atingir o estádio R7.

Para Soriani Filho et al. (2007) o estádio reprodutivo R5 foi o que apresentou melhores

condições para a ensilagem, nas condições do estudo em que a soja foi cultivada sob elevado

estresse hídrico, quando avaliaram a qualidade da forragem, o padrão de fermentação e a

estabilidade em aerobiose de silagens de soja em diferentes estádios de desenvolvimento: R5; R6;

R8.

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Com o intuito de difundir a conservação da planta de soja na forma de silagem como uma

boa alternativa para alimentação animal, Fontaneli et al. (2006) avaliaram a influência das

diferentes formas de obtenção de silagem de planta inteira de soja sobre o valor nutritivo, com

quatro tratamentos: testemunha, adição de sacarose, adição de farinha de milho e pré-secagem e

colhida no estádio R6. Observaram que os tratamentos com melhor conservação foram aqueles

com adições de sacarose e de farinha de milho, tendo como parâmetro os valores de pH de 3,95 e

4,05, respectivamente. A silagem oriunda da forragem emurchecida apresentou os maiores teores

de PB (14,19%), MS (36,97%), FDN (50,18%) e valores pH (4,90). Os autores constataram que a

adição de sacarose (3%) ou de fubá de milho (6%) melhoram a conservação da planta de soja

ensilada e seu valor nutritivo.

Soriani Filho et al. (2008) estimaram as perdas por gases, por efluentes e perdas totais e a

estabilidade em aerobiose de silagens da planta de soja, apresentando as seguintes conclusões: as

perdas totais foram, em média, de 23,65%, sendo consideradas elevadas para o período de

armazenamento das silagens; as maiores perdas por efluentes e gases, com médias de 13,63 e

10,04%, respectivamente, foram observadas nas variedades A.7001 e A.7005. Com relação aos

estádios reprodutivos, as maiores perdas por efluentes, gases e totais ocorreram nos estádios R5 e

R6, e as análises referentes às temperaturas para a avaliação da estabilidade aeróbia das silagens

evidenciaram boa estabilidade. Entre as variedades, a Arara Azul e A.7002, no estádio R7, foram

as mais indicadas para ensilagem, em razão de apresentarem menores perdas totais de matéria

seca e melhor estabilidade aeróbia.

Com o objetivo de caracterizar a composição química e a estabilidade em aerobiose da

silagem de soja em condições de estresse hídrico, colhida em diferentes estádios reprodutivos

(R3, R4, R5 e R6), Dias et al. (2006) constataram que houve diferença entre os quatro estádios R

para os teores de matéria seca, matéria orgânica, lignina, extrato etéreo e cinzas. Os autores não

observaram diferença para os valores de proteína, fibra em detergente neutro, fibra em detergente

ácido, nitrogênio insolúvel em detergente neutro e nitrogênio insolúvel em detergente ácido.

Concluíram que o estresse hídrico interferiu na composição química e, por sua vez, a estabilidade

aeróbia avaliada durante uma semana por meio de medições das temperaturas, evidenciou uma

silagem de soja estável.

Dias et al. (2010) avaliando a composição química e as perdas totais de MS na silagem,

com a soja colhida em diferentes estádios reprodutivos, observaram que o avanço nos estádios

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altera o valor nutricional da silagem e que o déficit hídrico influencia negativamente o

desenvolvimento adequado dos grãos de soja, ocasionando prejuízo especialmente em relação ao

valor protéico da silagem.

2.7. Utilização da Silagem de Soja no Desempenho de Ruminantes

O ganho de peso de bovinos alimentados com dietas contendo silagem de soja foi estudado

por Evangelista et al. (1991). Este autor observou que silagens provenientes de consórcio milho-

soja (435 g.animal.dia-1) aumentaram o ganho de peso de novilhos em 239 g.animal.dia-1, em

relação à silagem de milho exclusivo (196 g.animal.dia-1).

Rigueira (2007) avaliou o desempenho produtivo de 32 bovinos Holandês x Zebu, com 355

kg de peso inicial alimentados com dietas contendo silagem de soja, silagem de soja com

inoculante microbiano, silagem de soja com inoculante e melaço e silagem de soja com melaço

de cana-de-açúcar. A relação volumoso:concentrado foi de 70:30 (base da MS), sendo 40% de

silagem de soja e 30% de silagem de milho. Quatro animais de referência foram abatidos após o

período de adaptação para estimativa do ganho de carcaça. A ingestão de todos os nutrientes foi

menor na dieta contendo silagem de soja sem aditivos em comparação a silagem de soja com

inoculante e melaço, provavelmente devido a melhor fermentação e aceitabilidade da silagem. O

autor enfatiza que o ganho de peso diário variou de 1,32 silagem de soja exclusiva a 1,68 kg.dia-1

(silagem de soja com inoculante e melaço), que pode ser considerado elevado para essa categoria

animal.

Utilizando os mesmos ingredientes das dietas na pesquisa supra citada e com inclusão da

silagem de milho, Rigueira et al. (2007) avaliaram o consumo de nutrientes, o ganho em peso

diário (GMD) e de carcaça (GC), o rendimento de carcaça (RC) e a conversão alimentar (CA) de

bovinos de corte e, para essas variáveis, observaram maiores consumos de matéria seca, matéria

orgânica, proteína bruta e extrato etéreo, em kg.dia-1, nas dietas contendo silagem de soja com

melaço e inoculante, em relação à de silagem de soja exclusiva. O GMD, a CA, a GC e o RC não

foram influenciados pelas dietas, registrando-se valores médios de 1,48 kg.dia-1, 7,33; 0,91

kg.dia-1 e 54,07 %, respectivamente. Apesar da dieta contendo silagem de soja com inoculante e

melaço ter resultado em maior consumo de nutrientes, este fato não refletiu em maior

desempenho produtivo dos animais.

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Souza et al. (2008) avaliaram a consumo de matéria seca e o desempenho de 30 novilhos,

com peso em torno de 372,3 kg, durante 84 dias, recebendo cinco dietas com diferentes níveis de

substituição da silagem de milho pela silagem de soja (0, 25, 50, 75 e 100%, com base na MS),

ambos com 40% de concentrado, com base na MS. O consumo de MS, ganho de peso, ganho de

carcaça, rendimento de carcaça e a conversão alimentar não foram influenciados pelos

tratamentos. Os autores observaram que o custo da ração pelo ganho de carcaça (R$ por cada 15

kg) reduziu quando a silagem de milho foi substituída pela silagem de soja, atingindo o menor

valor em 75% do nível de substituição. A substituição total não foi benéfica, devido ao excesso

de proteína bruta na dieta quando se utiliza silagem de soja como fonte exclusiva de volumoso.

Assim, devido ao custo de produção competitivo deve-se buscar o potencial de uso em

substituição parcial (entre 50-75%) para silagem de milho.

Lima et al. (2008b) obtiveram ganhos diários de 202, 210 e 214 g.cordeiro.dia-1 quando

estudaram o desempenho de cordeiros da raça Santa Inês alimentados com dieta contendo 60%

de silagem de soja + 40% de silagem de milho, 100% de silagem de soja e 100% de silagem de

milho suplementada com concentrado protéico (16% de PB), respectivamente. Salienta-se que

não houve diferença entre os tratamentos e, conforme os autores, a silagem de soja é uma opção

de volumoso para terminação de ovinos, pois proporciona ganho médio diário de peso

semelhante à silagem de milho suplementada com concentrado protéico. Enfatizam, também, que

a utilização da silagem de soja na alimentação de ovinos, pura ou associada à silagem de milho,

constitui-se em estratégia para reduzir os gastos com aquisição de concentrados protéicos.

Avaliando o consumo e a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo,

fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido, Lima et al. (2009) concluíram que os

maiores valores para consumo de proteína bruta (Silagem de soja = 194 g.animal.dia-1 x Silagem

de milho = 66,9 g.animal.dia-1) e digestibilidade dos nutrientes foram obtidos com dietas

compostas por silagem de soja. Salientam, também, que a silagem de soja pode ser considerada

como uma fonte protéico-forrageira por reduzir a utilização de concentrados, sendo uma

alternativa para a suplementação do rebanho.

Trabalhando com cordeiros da raça Texel, Lima et al. (2010) concluíram que dietas

compostas por silagem de soja, pura ou em associação com silagem de milho proporcionaram

ganhos de peso estatisticamente iguais entre si (199 e 244 g.animal.dia-1, respectivamente),

porém superiores à silagem de milho (136,6 g.animal.dia-1). Resultados semelhantes foram

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observados para os consumos de matéria seca, matéria orgânica e proteína bruta, bem como para

os coeficientes de digestibilidade da matéria seca e da proteína bruta; portanto a silagem de soja

exclusiva ou associada à silagem de milho é uma estratégia alimentar vantajosa, pois o ganho de

peso dos animais é superior aos dos animais alimentados com silagem de milho.

Com intuito de reduzir gastos com alimentos concentrados na pecuária de corte, Santos et

al. (2010) avaliaram o custo de produção de silagem de soja e concluíram que o custo total de

produção é superior em relação aos encontrados na literatura para silagens de outras forrageiras,

mas o que deve ser destacado é o elevado teor protéico e sua caracterização como volumoso de

alta qualidade.

Considerando promissores os resultados observados na literatura relativos a utilização de

silagem de soja para enriquecimento protéico de silagens de milho, sorgo ou capins, salienta-se

que a silagem de soja pode ter um efeito semelhante em dietas de ovinos compostas por silagem

da ponta de cana-de-açúcar. E, ainda, espera-se que a utilização de silagem da ponta de cana-de-

açúcar enriquecida com silagem de soja possa reduzir o efeito de dois grandes entraves

concernentes à agropecuária brasileira: impacto ambiental causado pela deposição de grande

quantidade da ponta de cana-de-açúcar sobre o solo no momento da colheita da cana-de-açúcar e

os elevados custos com a alimentação de ruminantes, que pode ser reduzido por meio da

utilização da silagem de soja, visando a redução no uso de concentrados protéicos. As duas

estratégias podem contribuir para a sustentabilidade econômica, social e ambiental do setor

agropecuário brasileiro.

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3 – MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Localização e período experimental

O experimento foi conduzido na Unidade de Ovinos do Instituto de Zootecnia, Nova

Odessa-SP, nos meses de junho a agosto de 2010 totalizando 74 dias, sendo os 15 primeiros para

adaptação dos animais às dietas, instalações e às condições de manejo e os demais para coleta de

dados. Segundo a classificação de Köppen, na região de Nova Odessa o clima é do tipo CWa,

tropical, com inverno relativamente seco e verão quente e chuvoso. A precipitação pluviométrica

é de 1.317 mm por ano e a temperatura oscila entre 10°C e 35°C, com média de 26°C. A média

anual da umidade relativa do ar é de aproximadamente 75% (LOMBARDI NETO E

DRUGOWICH, 1994).

3.2. Animais e instalações experimentais

Foram utilizados 24 cordeiros da raça Morada Nova com idade média de 75 dias, peso vivo

médio inicial de 16,98 kg ± 2,62 kg.

Os animais foram alojados em baias individuais suspensas com piso ripado de madeira,

medindo 1,0 m x 1,20 m, localizadas em galpão coberto e providas de comedouro, bebedouro e

cocho para mistura mineral.

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3.3. Tratamentos e delineamento experimental

Foram avaliadas as seguintes dietas:

T1= 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 80% de concentrado;

T2= 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 30% de silagem de soja + 50% de

concentrado;

T3= 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 60% de silagem de soja + 20% de

concentrado.

As dietas experimentais foram balanceadas conforme o nível protéico das silagens de soja e

da ponta de cana-de-açúcar com o objetivo de atender a demanda protéica dos cordeiros (18% de

PB); entretanto, pós a análise bromatológica, constatou-se que tal objetivo não foi atingido,

ficando os níveis protéicos conforme Tabela 1. Salienta-se que, dieta com 16% de proteína bruta

atende a demanda de cordeiros da raça Morada Nova, por esta não ser especializada em ganho de

peso. As dietas diferiram quanto às proporções de silagem de soja e de concentrado, constituindo

os tratamentos designados deste ponto do texto em diante da seguinte forma: T1= SP20C80 (20%

de Silagem da ponta de cana-de-açúcar + 80% de concentrado), T2= SP20SS30C50 (20% de

silagem da ponta de cana-de-açúcar + 30% de silagem de soja + 50% de concentrado), T3=

SP20SS60C20 (20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 60% de silagem de soja + 20% de

concentrado).

Os ingredientes da ração concentrada (milho, farelo de soja, mistura mineral para ovinos e

sal) foram misturados em equipamento com capacidade para 500 kg. Na Tabela 1 é apresentada a

composição bromatológica das dietas e, na Tabela 6 (APÊNDICE) é apresentada a composição

bromatológica das silagens de soja e de ponta de cana-de-açúcar utilizadas nas dietas

experimentais.

As silagens e o concentrado foram pesados em balança eletrônica e misturados

manualmente no cocho nas devidas proporções (base na matéria seca) no momento do

fornecimento. As dietas foram fornecidas em duas refeições diárias, uma pela manhã (8h) e outra

à tarde (16h), sendo fornecidas em quantidade suficiente para permitir sobras entre 10 e 15% do

oferecido. A sobra do fornecido, de cada animal, foi recolhida e pesada diariamente no dia

seguinte ao fornecimento, possibilitando o cálculo posterior do consumo e ajuste da quantidade

da dieta a ser fornecida.

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Tabela 1 - Composição bromatológica, digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) e ingredientes do concentrado utilizado nas dietas experimentais (% MS)

Dietas

T1 T2 T3

Nutrientes SP20C801 SP20SS30C50

2 SP20SS60C203

Matéria seca (MS) 55,11 49,60 39,45

Matéria orgânica (MO) 96,13 96,13 93,54

Proteína Bruta (PB) 16,93 20 19,17

Extrato etéreo (EE) 2,15 3,87 5,27

Matéria mineral (MM) 3,87 5,23 6,46

Fibra em detergente neutro (FDN) 35,25 33,65 37,36

Fibra em detergente ácido (FDA) 18,01 23,6 24,86

Celulose (CEL) 17,48 19,09 21,82

Hemicelulose (HEM) 17,24 10,05 12,5

Lignina (LIG) 2,16 2,4 6,15

Carboidratos totais (CHOT) 77,05 70,9 69,1

Carboidratos não fibrosos (CNF) 41,8 37,25 31,74

Nutrientes digestíveis totais (NDT) 75,43 77,84 75,00

Energia bruta (EB) 208,21 290,74 302,57

Energia líquida (EL) 1,73 1,79 1,71

Digestibilidade in vitro da MS (DIVMS) (%) 78,50 76,30 66,00

Concentrado (kg)

Fubá de Milho 63 58 75

Farelo de soja 35 40 23

Mistura mineral 1 1 1

Sal 1 1 1 1 SP20C80 = 20% de Silagem da ponta de cana-de-açúcar + 80% de concentrado. 2 SP20SS30C50 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 30% de silagem de soja + 50% de concentrado. 3 SP20SS60C20 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 60% de silagem de soja + 20% de concentrado.

O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados, com oito repetições,

sendo os blocos determinados conforme o peso inicial dos animais.

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3.4. Cultivo e ensilagem

3.4.1. Colheita e ensilagem da ponta de cana-de-açúcar

A ponta de cana-de-açúcar foi oriunda de canavial já estabelecido no Instituto de Zootecnia,

cultivar RB 855536, com um ano de crescimento, sendo recolhidas manualmente do solo após a

colheita mecânica da cana-de-açúcar. A forragem foi fragmentada em máquina forrageira

estacionária em partículas médias de 1,0 cm.

A colheita e a ensilagem foram realizadas em junho/2009 e os silos experimentais

consistiram de tambores plásticos com capacidade para 100 litros, providos de tampas

apropriadas para garantir a vedação. A forragem foi compactada por pessoas com peso médio de

70 kg, tomando-se como critério camadas de, aproximadamente, 15 cm, visando obter a maior

quantidade possível da ponta de cana-de-açúcar em cada tambor. Após o enchimento e a

compactação final da forragem, o tambor foi devidamente lacrado para evitar a entrada de ar,

sendo, então, armazenados em local coberto, livre de umidade e de radiação solar e mantidos sob

temperatura ambiente.

3.4.2. Cultivo da soja

O cultivo da soja foi realizado na UPD de Itapetininga-SP (APTA) e a cultivar utilizada foi

a M - 7908 RR, que apresenta as seguintes características: hábito de crescimento determinado,

porte médio, ciclo de 120 dias, resistente ao acamamento, resistente a nematóide de galha

(Meloidogyne javanica), boa sanidade foliar, alta produtividade e precocidade.

O plantio da soja foi efetuado em 06 de dezembro de 2009, sendo efetuada mecanicamente

por meio de semeadora adubadora, utilizando-se 80kg de sementes.ha-1, em espaçamento de

0,45m entre linhas. As sementes foram tratadas com fungicida, inseticida (Cruiser 350 FS)

micronutrientes cobalto e molibdênio, além de inoculadas com inoculante turfoso da bactéria

Bradyhrhizobium japonicum, seguindo-se as recomendações e dosagens especificadas pelos

respectivos fabricantes.

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A correção e a fertilização foram realizadas conforme análise de solo, sendo utilizado no

plantio 230 kg.ha-1 do fertilizante 8-28-16. A cobertura com cloreto de potássio foi realizada aos

35 dias após a semeadura, sendo o cobalto e o molibdênio aplicados por meio de adubação foliar.

Para controle de plantas daninhas foi efetuada dessecação prévia com glyphosate, sendo

utilizados quatro litros do produto comercial por hectare. Durante o desenvolvimento da cultura

foram realizados os tratos culturais necessários bem como aplicações de herbicidas e fungicidas.

3.4.3. Colheita e ensilagem da soja

A colheita da soja foi realizada por meio de ensiladora acoplada ao trator, sendo a forragem

fragmentada em partículas com tamanho médio de 1 cm. Esta prática foi realizada em

março/2010 quando a cultura atingiu o estádio R6 da escala de Fehr e Caviness (1977).

A forragem foi enriquecida com 5% de farelo de trigo (base no peso verde) para que a

matéria seca fosse condizente com o teor recomendável para fermentação adequada e, a exemplo

da ponta de cana-de-açúcar, ensilada em tambores plásticos com capacidade média para 100 kg

de matéria verde.

Os silos experimentais foram mantidos em local coberto, sob temperatura ambiente.

3.5. Pesagem dos animais

Os animais foram pesados individualmente no início do experimento e, posteriormente, a

cada 14 dias até o final do período de coleta de dados. As mesmas foram realizadas sempre no

mesmo horário, antes do fornecimento da dieta das oito horas da manhã, com a finalidade de

acompanhamento do crescimento para o ajuste das dietas e obtenção do ganho de peso médio

diário no final do experimento.

3.6. Análises laboratoriais

Amostras diárias das silagens, das dietas oferecidas e das sobras foram coletadas,

acondicionadas em sacos plásticos, identificadas e armazenadas em freezer para futuras

determinações bromatológicas. Ao final do experimento foram homogeneizadas conforme o tipo

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de amostra, secas em estufa de ventilação forçada a 55ºC até peso constante, sendo moídas em

moinho tipo Wiley provido de peneira com malha de 1 mm e analisadas quanto aos teores de

matéria seca (MS), matéria orgânica (%MO = 100 - MM), matéria mineral (MM), proteína bruta

(PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA),

celulose (CEL), lignina (LIG), digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS), digestibilidade

in vitro da matéria orgânica (DIVMO) (exceto nas sobras) conforme descrição de Silva e Queiroz

(2002). A hemicelulose (HEM) foi calculada pela diferença entre os teores de FDN e FDA.

Os carboidratos totais (CHOT) foram estimados segundo metodologia da Universidade de

Cornell, descrita por Sniffen et al. (1992): %CHOT = 100 – (%PB + %EE + % cinzas).

Os teores de carboidratos não-fibrosos (CNF) foram estimados pela diferença entre CHOT

e FDN: (CNF = %CHOT - %FDN), conforme NRC (2001).

O teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) foi estimado segundo a metodologia proposta

por Cappelle et al. (2001): NDT = 91,6086 – 0,669233 x FDN + 0,437932 x PB.

A energia bruta (EB) na unidade Mcal.kg-1 de MS foi estimada conforme equação descrita

por Ewan (1989): EB = 4,143 + (56 x %EE) + (15 x %PB) – ( 44 x %Cinzas).

A energia líquida (EL) foi estimada conforme Moe e Tyrrel (1976): EL = (0,0245 ×

%NDT) – 0,12.

3.7. Variáveis analisadas

3.7.1. Consumo

Foram avaliados os consumos (g.animal.dia-1) de matéria seca (MS), matéria orgânica

(MO), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro

(FDN), fibra em detergente ácido (FDA), nitrogênio contido na FDN (nFDN) e na FDA (nFDA),

fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp), celulose (CEL),

hemicelulose (HEM), lignina (LIG), carboidratos totais (CHOT), carboidratos não fibrosos

(CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT).

O consumo dos nutrientes, para cada animal, foi obtido pela diferença entre a quantidade de

nutriente na dieta oferecida e a quantidade do mesmo nas sobras. Esta variável foi expressa em

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g.animal.dia-1, em porcentagem do peso vivo (%PV) e com base no peso metabólico

(g.kgPV0,75.dia-1).

3.7.2. Conversão alimentar

O cálculo para determinar a conversão alimentar (CA) foi realizado pela relação entre a média de consumo diário de matéria seca (g.animal.dia-1) e o ganho médio de peso diário (g.animal.dia-1):

)dia(g.animal. peso de diário Ganho)dia(g.animal. seca matéria de diário Consumo

CA1-

-1

=

3.7.3. Eficiência alimentar

O cálculo para determinar a eficiência alimentar (EA) foi realizado pela relação entre ganho

médio de peso diário (g.animal.dia-1) e a média de consumo diário de matéria seca

(g.animal.dia-1):

)dia(g.animal. seca matéria de diário Consumo)dia(g.animal. diário médio Ganho

EA1-

-1

=

3.7.4. Ganho de peso

O ganho médio diário de peso (g.animal.dia-1) (GMD) foi obtido por meio da relação entre

ganho de peso total (GPT) e o total de dias experimentais, sendo o ganho de peso total (kg)

obtido pela diferença entre o peso inicial e final dos animais.

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3.8. Análise estatística

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), utilizando-se o

programa SAS (2001) e as diferenças entre médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

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4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Consumo de nutrientes

4.1.1. Consumo de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), nitrogênio contido na FDN (nFDN) e na FDA (nFDA), extrato etéreo (EE) e minerais (MM)

As médias dos consumos de matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, nitrogênio

contido na FDN e na FDA, extrato etéreo e matéria mineral são apresentadas na Tabela 2.

Houve diferença significativa (P<0,05) para os consumos de MS e de MO, sendo os

maiores valores observados para as dietas que continham silagem de soja. Esta ocorrência pode

ser explicada pela maior aceitabilidade de dietas compostas pela silagem de soja. Salienta-se que

o consumo pode ser afetado pelo teor protéico da dieta e este fato foi confirmado, pois a dieta

composta unicamente pela silagem de ponta de cana-de-açúcar + concentrado apresentou o

menor teor protéico (16,93%) (Tabela 1), bem como o menor consumo (Tabela 2), em relação às

demais dietas. Por outro lado, as dietas compostas pela silagem de soja tiveram teor protéico

semelhante (Tabela 1) e consumos de MS e de MO estatisticamente iguais. Sendo assim,

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Tabela 2 - Médias dos consumos de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), nitrogênio contido na FDN (nFDN) e na FDA (nFDA), extrato etéreo (EE), minerais (MM) e respectivos erros padrão da média (EP)

SP20C801 EP SP20SS30C50

2 EP SP20SS60C203 EP

Variáveis Consumo de MS

(g.animal.dia-1) 647,6

b 38,45 854,6 a 34,89 871,7 a 34,89

(g/kgPV0,75) 66,1 b 2,60 89,0 a 2,13 93,0 a 2,13

(%PV) 3,1 b 0,09 4,2 a 0,08 4,4 a 0,08

Consumo de MO

(g.animal.dia-1) 621,8 b 36,23 810,0 a 32,88 815,4 a 32,87

(g/kgPV0,75) 63,3 b 2,46 84,4 a 2,01 87,0 a 2,01

(%PV) 3,0 b 0,18 4,0 a 0,08 4,10 a 0,08

Consumo de PB

(g.animal.dia-1) 110,33 b 7,49 170,93 a 6,79 167,10 a 6,79

(g/kgPV0,75) 11,20 b 0,49 17,80 a 0,40 17,82 a 0,40

(%PV) 0,52 b 0,02 0,84 a 0,01 0,85 a 0,01

Consumo NFDN

(g.animal.dia-1) 8,9 a 0,31 5,3 b 0,25 4,4 b 0,25

(%PV) 0,04 a 0,0009 0,03 b 0,0008 0,02 c 0,0008

Consumo NFDA

(g.animal.dia-1) 2,2 c 0,24 3,4 b 0,19 5,4 a 0,19

(%PV) 0,01 c 0,0005 0,02 b 0,0004 0,03 a 0,0004

Consumo de EE e MM

(g.animal.dia1) - EE 14,65c 1,82 33,08b 1,65 45,93a 1,65

(g.animal.dia1) - MM 25,66c 2,27 44,70b 2,06 56,31a 2,06

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na linha, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P≤0,05). 1 SP20C80 = 20% de Silagem da ponta de cana-de-açúcar + 80% de concentrado. 2 SP20SS30C50 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 30% de silagem de soja + 50% de concentrado. 3 SP20SS60C20 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 60% de silagem de soja + 20% de concentrado.

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possivelmente houve influência do teor protéico das dietas nos consumos de MS e de MO. Zundt

et al. (2002) revisando sobre a influência do nível de proteína bruta sobre o consumo de matéria

seca, mencionam que à medida que o nível de proteína foi elevado de 8% a 9% para 13% a 14%,

ocorreram aumentos no consumo de alimentos. E, ainda, o efeito da adição de proteína sobre o

consumo é mais sensível quando a proteína se encontra em níveis baixos, limitando a atividade

microbiana do rúmen, o que não ocorreu neste estudo, uma vez que as dietas continham teores

bem superiores a 7% que, conforme Van Soest (1994), é considerado valor mínimo para o bom

desempenho ruminal.

Os valores médios para consumo de matéria seca observados no presente estudo para as

dietas compostas pela silagem de soja estão próximos aos mencionados por Lima et al. (2010),

896,0 g.animal.dia-1 e 800 g.animal.dia-1, para ovinos da raça Texel, cujas dietas eram,

respectivamente silagem de soja exclusiva e 50% de silagem de soja + 50% de silagem de milho.

Para o consumo de matéria orgânica, observa-se a mesma similaridade com os valores

observados por Lima et al. (2010) para silagem de soja exclusiva e 50% de silagem de soja +

50% de silagem de milho, ou seja, 860,0 g.animal.dia-1 e 759,3 g.animal.dia-1, respectivamente.

Para ovinos da raça Morada Nova alimentados com dietas compostas por feno de Tifton

suplementado com 20, 40, 60 ou 80% de concentrado, Medeiros et al. (2007) observaram

consumos de matéria seca de 925, 964, 1.003 e 1.124 g.animal dia-1. Gurgel et al. (1992), também

trabalhando com ovinos Morada Nova alimentados com feno de leucena e capim-elefante,

observaram consumo de MS de 755 g.animal.dia-1, sendo superior em 107,4g ao consumo da

dieta SP20C80 (647,6 g.animal.dia-1). Por sua vez, as demais dietas, SP20SS30C50 e SP20SS60C20,

tiveram consumo superior ao observado pelos referidos autores. Sendo assim, o consumo de

matéria seca relativo à dieta composta somente pela silagem de ponta de cana-de-açúcar-de-

açúcar + concentrado está aquém dos consumos observados por Medeiros et al. (2007) e Gurgel

et al. (1992), e, possivelmente, pode ter ocorrido controle quimiostático da ingestão, pois esta

dieta era composta por 80% de concentrado. O controle físico, neste caso, não é considerado, pois

além do volumoso (silagem de ponta de cana-de-açúcar-de-açúcar) compor apenas 20% da dieta,

o teor de fibra entre as dietas (Tabela 1) foi próximo.

Para o consumo de MS por unidade de peso metabólico (g.Kg.PV0,75.dia-1), foi observada a

mesma significância obtida para o consumo de matéria seca em g.animal.dia-1 e em % de peso

vivo (Tabela 2), ou seja, as dietas com participação da silagem de soja apresentaram os maiores

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consumos. Os valores observados para estas dietas são semelhantes aos obtidos por Medeiros et

al. (2007), que trabalharam com ovinos Morada Nova alimentados com dietas compostas por

feno de Tifton suplementadas com 20, 40, 60 e 80% de concentrado, respectivamente 81,55;

85,84; 89,69 e 99,88 g dia-1. Lima et al. (1992) trabalhando com ovinos alimentados com silagens

mistas de capim-elefante e soja nas proporções de 0, 20, 40, 60, 80 e 100%, misturadas ao capim-

elefante no momento de ensilar, observaram que o consumo de MS elevou-se de 34,2 para 72,5

g.Kg.PV0,75.dia-1, respectivamente para os níveis 0 e 100% de silagem de soja. Já Neiva et al.

(1998) encontrou CMS variando de 64,3 a 71,8 g.Kg.PV0,75.dia-1 para ovinos sem raça definida,

alimentados com silagem de milho e concentrado.

O NRC (1985) sugere que o consumo de MS por unidade de peso metabólico

(g.Kg.PV0,75.dia-1) em animais com 20 kg de peso vivo alimentados com dietas de 2,9 Mcal de

EM/kg MS seja de 105,7 g.dia-1. Pelo AFRC (1993), esse consumo deve ser de 95,0 g.dia-1 para a

mesma faixa de peso vivo. Neste contexto, o valor médio observado no presente estudo para a

dieta composta pela silagem de ponta de cana-de-açúcar-de-açúcar + concentrado (SP20C80) está

bem abaixo dos valores sugeridos pelo NRC (1985) e pelo AFRC (1993). Somente as dietas que

continham silagem de soja apresentaram valores próximos aos indicados pelo AFRC (1993), ou

seja, 89,0 e 93,0 g.Kg.PV0,75.dia-1, respectivamente para as dietas SP20SS30C50 e SP20SS60C20.

Da mesma forma, para o consumo expresso em porcentagem do peso vivo, observaram-se

os maiores consumos para as dietas que continham silagem de soja, cujos valores foram de 4,2%

e 4,4% do peso vivo, respectivamente, para as dietas SP20SS30C50 e SP20SS60C20 e 3,1% para a

dieta SP20C80. Conforme Lizieire et al. (1990), dependendo do estado fisiológico do animal, nos

trópicos pode-se considerar o consumo de MS pelos ruminantes em torno de 3% a 5% do peso

vivo. Neste contexto, todas as dietas estão dentro da faixa de consumo citada. O mesmo

comportamento foi observado para o consumo de matéria orgânica.

Foram observadas diferenças (P<0,05) no consumo de proteína bruta expresso em

g.animal.dia-1, g.Kg.PV0,75.dia-1 e % PV. As dietas influenciaram o consumo deste nutriente, pois

além do maior consumo de matéria seca, as que continham silagem de soja proporcionaram maior

consumo de PB, que, certamente, é devido ao maior teor protéico deste volumoso (22% de PB),

em relação à silagem da ponta de cana-de-açúcar (6,3% de PB). A dieta composta unicamente

pela silagem da ponta de cana-de-açúcar-de-açúcar proporcionou consumo de PB menor em 60,6

g.animal.dia-1 e em 56,8 g.animal.dia-1, em relação às dietas que continham silagem de soja,

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respectivamente SP20SS30C50 e SP20SS60C20 (Tabela 2). Conforme NRC (1985) é necessário um

consumo de PB de 167 g.animal.dia-1 para cordeiros com 20 kg de peso vivo com ganho diário de

250 g.animal.dia-1. As dietas compostas pela silagem de soja atenderam a esta exigência

(respectivamente, 170,9 e 167,1 g.animal.dia-1 para SP20SS30C50 e SP20SS60C20). No entanto, a

dieta composta somente pela silagem da ponta de cana-de-açúcar + concentrado apresentou

consumo de PB bastante inferior ao citado, ou seja, somente de 110,3 g.animal.dia-1, perfazendo

um déficit de 57 g.animal.dia-1, em relação ao sugerido pelo NRC (1985). Por sua vez, Andrews e

Orskov (1970), comentam que a quantidade ideal de proteína dietética para cordeiros em

crescimento é de 160 a 170 g.kg-1 de MS. Ainda assim, somente as dietas compostas pela silagem

de soja atendem à sugestão dos autores supracitados.

Considerando que a exigência de proteína bruta sugerida pelo AFRC (1993) para ganhos de

peso da ordem de 150 g.animal.dia-1 é de 119 g.animal.dia-1, somente a dieta formulada com a

silagem de ponta de cana-de-açúcar-de-açúcar + concentrado (SP20C80) não atende ao consumo

preconizado e perfaz um déficit de cerca de 9 g.dia-1. Por outro lado, as demais dietas satisfazem

a exigência sugerida pelo AFRC (1993), sendo os consumos superiores ao preconizado pelo NRC

(1985) para ovinos de baixo potencial genético, de 112 g.animal.dia-1, para animais com 20 kg de

peso vivo. Neste contexto, a dieta SP20C80 perfaz déficit de apenas 2 g.dia-1 e, as demais,

suplantam.

Lima et al. (2010) trabalhando com ovinos da raça Texel alimentados com silagem de soja

exclusiva ou 50% de silagem de soja + 50% de silagem de milho, observaram que o consumo de

proteína bruta foi de 132,5 e 131,5 g.animal.dia-1; porém, as dietas apresentaram teor protéico

mais baixo, em relação à presente pesquisa, ou seja, 17% e 15%, respectivamente. A dieta

SP20C80 apresentou teor protéico de 16,9% (Tabela 1), semelhante ao observado por Lima et al.

(2010) para silagem exclusiva de soja (17%), porém, o consumo de PB para esta dieta (110,3

g.animal.dia-1 – Tabela 2) foi bem inferior ao observado pelos referidos autores, mesmo

considerando a dieta composta pela mistura de 50% silagem de soja + 50% de silagem de milho,

cujo consumo foi de 131,5 g.animal.dia-1, perfazendo cerca de 21,2 g.dia a mais, em relação à

dieta SP20C80. No entanto, ressalta-se que, no trabalho de Lima et al. (2010), o consumo de

matéria seca foi superior ao observado nesta pesquisa para a dieta em questão. Trabalhando com

cordeiros pertencentes à raça Santa Inês, Lima et al. (2009) observaram consumos de proteína

bruta de 85,8, 119,9 e 194,0 g.animal.dia-1, respectivamente para as dietas 40% de silagem de

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soja + 60% de silagem de milho, 60% de silagem de soja + 40% de silagem de milho e silagem

de soja exclusiva. Somente a silagem de soja exclusiva proporcionou consumo de PB (194,0

g.animal.dia-1) superior aos observados neste estudo.

As dietas que continham silagem de soja proporcionaram, em média, consumo de PB 17,8

g.Kg.PV0,75.dia-1, sendo superior em 6,6 g.Kg.PV0,75.dia-1 à dieta composta pela silagem de ponta

de cana-de-açúcar-de-açúcar (11,2 g.kgPV0,75.dia-1), sendo que estes valores são bastante

superiores aos relatados por Geraseev et al. (2006), que obteve consumo de PB de 8,62

g.kgPV0,75.dia-1, quando trabalhou com cordeiros Santa Inês alimentados ad libitum e abatidos

com 35 kg.

Neste ponto, torna-se necessário remeter o leitor à Tabela 5, referente ao ganho de peso dos

animais. Observa-se que os ganhos foram estatisticamente iguais (P>0,05) e, sendo assim,

ressalta-se que os maiores consumos de matéria seca e de proteína bruta observados nas dietas

que continham silagem de soja não refletiram de forma significativa em maiores ganhos de peso.

Conforme Owens e Zinn (1988) a retenção de nitrogênio serve como uma estimativa da

deposição de proteína para fatores produtivos (leite, tecido, lã) mais os não produtivos (pele,

cabelo).

O consumo de nitrogênio ligado à FDN (nFDN) diminuiu com a participação da silagem de

soja, sendo 8,1%, 3,10% e 2,60% em relação ao consumo, em g.animal.dia-1, da proteína bruta,

respectivamente para as dietas SP20C80, SP20SS30C50 e SP20SS60C20. Para o consumo de nFDA, os

porcentuais foram 2,0% para as dietas SP20C80 e SP20SS30C50 e 3,2% para a dieta SP20SS60C20, em

relação aos respectivos consumos de proteína bruta.

A participação da silagem de soja nas dietas afetou (P<0,05) o consumo de extrato etéreo

que passou de 14,6 g.animal.dia-1 (SP20C80) para 45,9 g.animal.dia-1 (SP20SS60C20), sendo o valor

intermediário 33,1 g.animal.dia-1 observado para a dieta com menor participação da silagem de

soja, 30%, (SP20SS30C50). Este fato era esperado em razão do elevado teor de extrato etéreo das

dietas que continham silagem de soja, 3,9% e 5,3%, respectivamente, para as dietas que

continham 30% e 60% de silagem de soja, em relação à dieta composta somente pela silagem de

ponta de cana-de-açúcar + concentrado, 2,1% de EE. Lima et al. (2009) observaram consumo de

EE de 32,3 g.animal.d-1, quando trabalharam com cordeiros Santa Inês alimentados com dietas

compostas por 60% de silagem de soja + 40% de silagem de milho.

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Conforme Palmquist (1989) a quantidade suplementar de ácidos graxos deve ser de 2% a

3% numa ração convencional (3% de EE), pois o seu excesso pode ocasionar redução na

digestibilidade da fibra e no consumo de matéria seca, podendo desencadear também problemas

digestivos (diarréia). Apesar do maior teor de EE das dietas compostas pela silagem de soja, em

relação à dieta composta pela silagem da ponta de cana-de-açúcar, não foram observados efeitos

adversos nos animais. Logicamente, o maior teor de EE das dietas compostas por silagem de soja

é devido ao elevado teor desta variável na silagem de soja (7,2%) em relação à silagem da ponta

de cana-de-açúcar (1,9%). Outro fator que pode ser associado ao menor consumo de EE na dieta

SP20C80 é o menor consumo de matéria seca, em relação às demais dietas (Tabela 2). No entanto,

o principal fator que explica maiores consumos de EE nas dietas compostas por silagem de soja é

o elevado teor de extrato etéreo da planta de soja.

Houve diferença significativa (P<0,05) entre as dietas no tocante ao consumo de matéria

mineral, sendo os maiores consumos observados para dietas contendo silagem de soja. Este fato

já era esperado em razão do elevado teor de cinzas da silagem de soja em relação à silagem da

ponta de cana-de-açúcar, 9,2% e 5,1%, respectivamente.

4.2. Consumo de constituintes fibrosos

As médias para o consumo dos constituintes fibrosos são apresentadas na Tabela 3.

Houve diferença significativa (P<0,05) entre as dietas para os consumos dos constituintes

fibrosos. Para os consumos de FDN e de FDA, a dieta composta unicamente pela silagem da

ponta de cana-de-açúcar + concentrado apresentou o menor valor, em relação às dietas compostas

pela silagem de soja; logicamente, este fato ocorreu em razão da elevada participação do

concentrado (80%) naquela dieta. Considerando que nas demais dietas a participação do

volumoso foi crescente, em função do aumento da participação da silagem de soja e redução do

nível de concentrado, é natural que o consumo de FDN e de FDA seja maior em tais dietas. Esta

condição também foi observada por Medeiros et al. (2007) quando trabalharam com ovinos

pertencentes à raça Morada Nova alimentados com feno de Tifton suplementado com níveis

crescentes de concentrado, 20; 40; 60 e 80%, cujo consumo de fibra reduziu em função do

aumento de concentrado, sendo os consumos de FDN 584; 478; 397 e 353 g.animal.dia-1 e de

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FDA 305; 235; 183 e 148 g.animal.dia-1, respectivamente para os níveis 20, 40, 60 e 80% de

concentrado.

Tabela 3 - Médias dos consumos de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp), hemicelulose (HEM), celulose (CEL) e lignina (LIG) e respectivos erros padrão da média (EP)

SP20C801 EP SP20SS30C50

2 EP SP20SS60C203 EP

Variáveis Consumo de FDN

(g.animal.dia-1) 228,5 b 13,74 287,6 a 12,47 325,7 a 12,47

(g/kgPV0,75) 23,3 c 0,92 30,0 b 0,75 34,7 a 0,75

(%PV) 1,1 c 0,04 1,4 b 0,03 1,6 a 0,03

Consumo de FDA

(g.animal.dia-1) 118,4 b 9,28 201,7 a 8,42 216,7 a 8,42

(g/kgPV0,75) 12,0 b 0,60 21,0 a 0,49 23,1 a 0,49

(%PV) 0,55 c 0,02 1,0 b 0,01 1,1 a 0,01

Consumo de FDNcp

(g.animal.dia-1) 359,4 a 16,00 289,1 b 13,01 288,0 b 13,01

(%PV) 1,8 a 0,04 1,4 b 0,04 1,5 b 0,04

Consumo de HEM

(g.animal.dia-1) 110,1 a 4,65 85,9 b 4,22 109,0 a 4,22

(%PV) 0,61 a 0,04 0,42 b 0,04 0,55 ab 0,04

Consumo de CEL

(g.animal.dia-1) 114,13 c 7,90 163,15 b 7,17 190,19 a 7,17

Consumo de LIG

(g.animal.dia-1) 14,73 b 1,97 20,51 b 1,79 53,61 a 1,79

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na linha, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P≤0,05). 1 SP20C80 = 20% de Silagem da ponta de cana-de-açúcar + 80% de concentrado. 2 SP20SS30C50 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 30% de silagem de soja + 50% de concentrado. 3 SP20SS60C20 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 60% de silagem de soja + 20% de concentrado.

O menor consumo de FDN e de FDA nas dietas compostas somente pela silagem de ponta

de cana-de-açúcar, além do menor consumo de matéria seca (Tabela 2) também pode ser

explicado pela possível seletividade que os animais exercem durante a ingestão, pois a dieta

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composta pela silagem de ponta de cana-de-açúcar apresentou teor de FDN superior (35,25%) a

uma das dietas compostas pela silagem de soja (33,65%) (Tabela 1). Por sua vez, o menor

consumo de FDA foi condizente com o menor teor desta variável na silagem da ponta de cana-

de-açúcar (18,01%), em relação às demais dietas (23,6% e 24,8%, respectivamente, para as dietas

SP20SS30C50 e SP20SS60C20). Cardoso et al. (2006) observaram que o consumo de MS, por

cordeiros alimentados com dietas que continham diferentes teores de FDN (25, 31, 37 e 43% na

MS), diminuiu linearmente com o aumento do teor de FDN na dieta.

Vale salientar que, embora o teor de FDN e de FDA das dietas tenha influenciado seus

consumos, os mesmos não exerceram influência sobre o consumo de matéria seca (Tabela 2),

uma vez que este foi maior nas dietas com maiores teores e consumos de FDN e de FDA

(SP20SS30C50 e SP20SS60C20). Possivelmente, a fibra da silagem de soja seja de melhor qualidade

que a fibra da silagem de ponta de cana-de-açúcar, possibilitando, assim, maior digestibilidade do

volumoso e, consequentemente, maior consumo de matéria seca. Além disso, o efeito do

enchimento no rúmen de animais alimentados com leguminosas é menor em virtude da grande

fragilidade da partícula (VAGHORN et al., 1989) e do curto tempo de retenção (ALLEN, 1996;

HOFFMAN et al., 1998) comparado com as gramíneas.

Os consumos de FDN em % PV foram superiores aos citados por Van Soest (1994), de 0,8

a 1,2%PV (exceção para SP20C80). Entretanto, este autor sugere que animais tendem a ultrapassar

este limite, quando a dieta apresenta baixos níveis de energia, buscando, assim, compensar a

deficiência dietética. Na presente pesquisa, o baixo nível de concentrado utilizado na dieta

SP20SS60C20 manteve o teor de FDN superior às demais dietas (Tabela 1), o que, certamente,

influenciou o CFDN, quando expresso em %PV, 1,1%, 1,4% e 1,6%, respectivamente para as

dietas SP20C80, SP20SS30C50 e SP20SS60C20. É importante salientar que teores elevados de FDN

podem elevar o consumo de FDN quando este é expresso em %PV.

O menor consumo de FDN expresso em g.Kg.PV0,75.dia-1, foi observado para a dieta

SP20C80 e, o maior, para a dieta SP20SS60C20. Os consumos observados para as dietas que

continham silagem de soja são semelhantes aos obtidos por Veloso Jr. et al. (1999), cujos valores

variaram entre 31,31 e 36,37 g.Kg.PV0,75.dia-1 para ovinos alimentados com cana-de-açúcar-de-

açúcar desidratada e feno de leucena. Por outro lado, com exceção para a dieta SP20C80, são

superiores ao observado por Garcia et al. (2000), trabalhando com ovinos Santa Inês (27

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g.Kg.PV0,75.dia-1), e inferiores ao citado por Pereira (1995), que, trabalhando com ovinos SRD,

obteve consumo de FDN de 40,50 g.Kg.PV0,75.dia-1.

Os consumos de FDA (g.Kg.PV0,75.dia-1) das dietas compostas pela silagem de soja foram

semelhantes entre si e superiores à dieta composta apenas pela silagem de ponta de cana-de-

açúcar-de-açúcar + concentrado. Esse resultado é condizente com o teor de FDA das dietas

(Tabela 1), portanto, o maior consumo foi devido ao fato de as dietas SP20SS30C50 e SP20SS60C20

apresentarem maior teor de FDA. Sendo assim, pode-se supor que os animais alimentados com as

dietas compostas pela silagem de soja podem ter apresentado limitação física do consumo, pois,

embora estas dietas tenham proporcionado maior consumo de matéria seca (Tabela 2), os valores

não atingiram os 1.000 g diários sugeridos para ovinos com 20 kg e ganhos de 250 g/dia (NRC,

1985). Conforme NRC (1985), dietas com mais de 30% de volumoso podem causar regulação de

ingestão pelo mecanismo físico. Resende et al. (2001) trabalhando com diferentes relações

concentrado:volumoso encontrou decréscimo no consumo de FDA quando aumentou o nível de

concentrado. O mesmo foi verificado por Carvalho et al. (1997), Ribeiro et al. (2001), Burger et

al. (2000) e Araújo et al. (1998). O conteúdo de fibra em um alimento, conforme Rodrigues e

Vieira (2006) é indicativo de como esse alimento se comporta no fornecimento de nutrientes para

o animal e, a razão desse fato, se deve à indigestibilidade e ao consumo do alimento. No entanto,

para Van Soest (1994), essa associação também deve ser considerada com outras variáveis tais

como a ligação a outros compostos como a lignina e o arranjo estrutural na parede celular.

O consumo de FDNcp foi o inverso do consumo de FDN, ou seja, o menor consumo

(P<0,05) foi observado para a dieta SP20C80 e todas as dietas apresentaram consumo superior a

1,2% do peso vivo conforme sugerido por Mertens (1994) como o consumo a partir do qual a

ingestão de alimento é controlada pelo efeito físico. Sendo assim, pode-se considerar que este

fato pode ter ocorrido, pois a referida dieta apresentou o maior consumo de FDNcp em % do peso

vivo (1,8%) e também o menor consumo de nutrientes (Tabela 2).

A hemicelulose teve menor participação no consumo da dieta SP20SS30C50, ou seja, dieta

composta por 30% de silagem de soja e esta dieta foi a que apresentou menor teor de

hemicelulose (Tabela 1). A dieta composta pela silagem da ponta de cana-de-açúcar apresentou

menor consumo de celulose e de lignina (P<0,05), ressaltando que, para lignina, o consumo das

dietas SP20C80 e SP20SS30C50 foram estatisticamente iguais. O maior consumo destes

constituintes, em g.animal.dia-1, foi observado para a dieta com nível mais alto de participação da

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silagem de soja (SP20SS60C20), excetuando-se a hemicelulose, cujo consumo foi igual para as

dietas SP20C80 e SP20SS60C20.

No tocante a lignina, o maior consumo observado para a dieta SP20SS60C20 é condizente

com o maior teor desta variável na dieta (Tabela 1), resultado que pode ser atribuído à

característica inerente às leguminosas. Leonel et al. (2008) detectaram teores de lignina de 5,0,

8,5 e 6,7% na MS na Brachiaria brizantha, soja e no consórcio, respectivamente; enquanto

Mustafa et al. (2009) trabalhando com variedades de soja para forragem obtiveram valores de 6,4

a 8,1% de lignina na MS. A lignina está associada com a digestibilidade dos alimentos,

entretanto, conforme (JUNG e DEETZ, 1993) mais importante que o teor desta variável no

alimento é o arranjo estrutural na parede celular. Por outro lado, vale ressaltar que a dieta

SP20SS60C20, que apresentou o maior teor de lignina (6,15%), também apresentou a menor

digestibilidade in vitro da matéria seca (Tabela 1).

A celulose é o composto químico orgânico que existe em abundância nas plantas e é

aproveitada pelos ruminantes em diferentes graus, com valores que oscilam desde 20% a 90% e

pode servir para suprir as deficiências energéticas dos ruminantes. A hemicelulose é passível de

ser hidrolisada a pentoses, também servindo de energia para os animais. Entretanto, a digestão de

polissacarídeos da parede celular é limitada pela presença de compostos fenólicos na matriz da

parede celular (MOORE e HATFIELD, 1994). Dependendo do grau de lignificação das paredes,

o aproveitamento da celulose e da hemicelulose é limitado. Muitos compostos fenólicos em

plantas forrageiras afetam a qualidade e a aceitabilidade da forragem e têm uma variedade de

atividades antimetabólicas em animais (NELSON e MOSER, 1994). O maior consumo desses

componentes sugere que houve uma exposição da hemicelulose e celulose aos microrganismos

ruminais, o que, possivelmente, contribui para o aumento na digestibilidade.

4.3. Consumo de constituintes energéticos

Na Tabela 4 podem ser observadas as médias estimadas para os consumos dos constituintes

energéticos.

As dietas influenciaram (P<0,05) os consumos dos componentes energéticos, sendo os

menores valores observados para a dieta composta unicamente pela silagem da ponta de cana-de-

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açúcar + concentrado, com exceção do consumo de carboidratos não fibrosos, em que o consumo

na dieta composta pelo maior nível de participação da silagem de soja (SP20SS60C20) foi igual às

demais. Para o consumo de carboidratos totais, os valores foram cerca de 22% maiores para as

dietas contendo silagem de soja, e, para o consumo de carboidratos não fibrosos, constatou-se

semelhança entre as dietas compostas por silagem de soja e entre a dieta SP20SS60C20 com a dieta

composta unicamente pela silagem da ponta de cana-de-açúcar + concentrado, porém a dieta

composta pela silagem de soja com participação de 30% (SP20SS30C50) destacou-se da dieta

composta pela silagem da ponta de cana-de-açúcar em 50 g.animal.dia-1.

Tabela 4 - Médias estimadas dos consumos de carboidratos totais (CHOT), carboidratos não fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT) e respectivos erros padrão da média (EP)

Variáveis SP20C801 EP SP20SS30C50

2 EP SP20SS60C203 EP

Consumo de CHOT

(g.animal.dia-1) 496,8 b 27,06 606,0 a 24,55 602,3 a 24,55

(%PV) 2,4 b 0,07 3,0 a 0,06 3,1 a 0,06

Consumo de CNF

(g.animal.dia-1) 268,4 b 13,47 318,4 a 12,22 276,7 ab 12,22

(%PV) 1,3 b 0,04 1,6 a 0,03 1,4 b 0,03

Consumo de NDT

(g.animal.dia-1) 488,6 b 29,34 665,3 a 26,6 653,8 a 26,62

Médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na linha, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P≤0,05). 1 SP20C80 = 20% de Silagem da ponta de cana-de-açúcar + 80% de concentrado. 2 SP20SS30C50 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 30% de silagem de soja + 50% de concentrado. 3 SP20SS60C20 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 60% de silagem de soja + 20% de concentrado.

Como o consumo de proteína bruta, extrato etéreo e matéria mineral aumentou em função

da participação da silagem de soja nas dietas (Tabela 2) esperava-se redução no consumo de

carboidratos totais (pelo efeito de diluição), no entanto este fato não ocorreu. Como o

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concentrado e as silagens foram misturados no momento do fornecimento, não foi possível

quantificar o consumo de concentrado isoladamente mas, possivelmente, a seletividade exercida

pelos animais, preferindo ingerir mais concentrado em detrimento da silagem, tenha contribuído

para o maior consumo de carboidratos totais.

Os carboidratos representam a principal fonte de energia em dietas formuladas para

ruminantes, podendo representar, em alguns casos, mais de 80% da MS das rações.

Nutricionalmente, esta fração é constituída de carboidratos fibrosos (CF), de lenta e parcial

digestão, que exercem efeito de repleção no trato gastrintestinal, e de carboidratos solúveis em

detergente neutro (CSDN), também chamados de carboidratos não-fibrosos (CNF), que

representam a fração prontamente disponível à digestão. O aumento na concentração de

carboidratos não-fibrosos nas dietas, de maneira geral, resulta em maior consumo de energia

metabolizável, fluxo de proteína microbiana e, consequentemente, maior produção animal. Este

fato é respaldado ganho de peso (Tabela 5) que, embora não tenha sido constatado efeito

significativo, os maiores ganhos foram observados para os animais que receberam dietas

compostas pela silagem de soja, que apresentaram os maiores consumos de constituintes

energéticos (Tabela 4).

Quanto ao consumo de NDT, maior para as dietas compostas pela silagem de soja,

comprova-se a afirmativa de Keplin (2004), que a silagem de soja possui teor de NDT (74%)

superior à silagem de milho (70%) e, no presente estudo, esta diferença foi constatada também

em relação à silagem da ponta de cana-de-açúcar, 72,8% e 45,4%, respectivamente, para a

silagem de soja e de ponta de cana-de-açúcar, justificando, assim, o maior consumo deste

nutriente nas dietas com participação da silagem de soja. Logicamente, o maior consumo de

matéria seca e de matéria orgânica relativos às dietas compostas pela silagem de soja também

explica o fato. Salienta-se que o consumo de NDT não acompanhou o teor desta variável nas

dietas (Tabela 1), que foram próximos. O conteúdo de NDT é importante, uma vez que energia e

proteína são frequentemente os fatores mais limitantes para ruminantes e tem recebido maior

atenção em sistemas de avaliação de alimentos, sendo que a resposta animal depende da

complexa interação entre a composição da dieta, preparação e consequente valor nutritivo da

mesma (VAN SOEST, 1994).

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4.4. Ganho de peso total (GT), ganho médio diário (GMD), conversão alimentar (CA)

e eficiência alimentar (EA)

As médias para ganho de peso total, ganho médio diário, conversão e eficiência alimentar

são apresentadas na Tabela 5.

Não houve efeito significativo (P>0,05) das dietas sobre ganho de peso total e ganho médio

diário. Considerando os maiores consumos de matéria seca, de proteína bruta (Tabela 2) e de

constituintes energéticos (Tabela 4) para os animais que receberam as dietas compostas pela

silagem de soja, esperava-se maior ganho de peso para os animais que receberam estas dietas; no

entanto, este fato não ocorreu e isso evidencia que as dietas foram satisfatórias para animais

pertencentes à raça Morada Nova que não é melhorada para ganho de peso. Sendo assim,

pressupõe-se que as dietas possibilitaram aos animais expressarem toda a sua capacidade genética

para ganho de peso.

Os ganhos médios diários obtidos, de forma geral, são superiores aos observados por Zeola

et al. (2002) que também trabalhou com cordeiros pertencentes à raça Morada Nova. O referido

autor avaliou o desempenho de cordeiros alimentados com dietas compostas por diferentes níveis

de concentrado, 30%, 45% e 60%, e observou ganho médio diário de 38, 107 e 172 g.animal.dia-

1, respectivamente. Neste contexto, apenas a dieta que continha 60% de concentrado possibilitou

ganho de peso superior (172 g.animal.dia-1) ao ganho médio diário (133,3 g.animal.dia-1) obtido

no presente estudo (Tabela 5). Os ganhos observados na presente pesquisa também são superiores

aos relatados por Oliveira et al. (1986), que observaram valores entre 92,6 e 106,2 g.animal.dia-1,

trabalhando com ovinos Morada Nova alimentados com restolho de milho e feno de mata pasto

(Cassia sericea). Por outro lado, são bem superiores aos citados por Lira (1990), que, trabalhando

com ovinos e caprinos alimentados com capins-buffel e leucena, observou valores entre 50 e

69,45 g.animal.dia-1 e também superiores aos ganhos obtidos por Gurgel et al. (1992),

alimentando ovinos Morada Nova com feno de leucena e capim-elefante, cujos valores variaram

de 27,41 a 34,19 g.animal.dia-1.

Os ovinos deslanados, em geral, têm porte e peso corporal inferior aos das raças

especializadas para carne. De acordo com Zapata et al. (2001), o peso ótimo de abate desses

animais deve ser definido para cada raça, considerando as preferências do mercado consumidor.

Figueiredo et al. (1982) verificaram que ovinos Santa Inês em pastagem nativa atingiram peso ao

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abate de 25 kg, dos seis aos sete meses de idade e os pertencentes à raça Morada Nova e Somalis,

por sua vez, ao serem confinados, alcançaram essa faixa de peso aos nove meses. Diante desse

fato, ressalta-se a boa qualidade das dietas utilizadas na presente pesquisa, pois os animais no

final do experimento apresentaram peso de 22,7 kg, 25,0 kg e 24,3 kg, respectivamente para as

dietas SP20C80; SP20SS30C50 e SP20SS60C20, ressaltando-se que nesta fase os mesmos

encontravam-se com cerca de cinco meses de idade.

Tabela 5 - Valores médios do ganho de peso total (GT), ganho médio diário (GMD), conversão (CA) e eficiência alimentar (EA) relativos às dietas experimentais e respectivos erros padrão da média (EP)

Variáveis SP20C801 EP SP20SS30C50

2 EP SP20SS60C203 EP Média

GT (Kg) 7,28 0,88 8,45 0,80 7,86 0,80 7,9

GMD (g.animal.dia-1)

123,47 14,98 143,22 13,59 133,26 13,59 133,3

PM (PV0,75) 9,7 0,29 9,5 0,24 9,3 0,24 9,5

CA 5,40 0,42 6,17 0,38 6,93 0,38 6,2

EA 0,19 0,01 0,17 0,01 0,15 0,01 0,17

1 SP20C80 = 20% de Silagem da ponta de cana-de-açúcar + 80% de concentrado. 2 SP20SS30C50 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 30% de silagem de soja + 50% de concentrado. 3 SP20SS60C20 = 20% de silagem da ponta de cana-de-açúcar + 60% de silagem de soja + 20% de concentrado.

Não houve efeito significativo (P>0,05) das dietas sobre a conversão e a eficiência

alimentar, o que demonstra a qualidade similar das dietas, cujo valor médio foi de 6,2 kg de

MS.kg-1 de peso e 0,2 kg de ganho.kg-1 de MS, respectivamente para conversão e eficiência

alimentar. Para cordeiros Santa Inês, alimentados com dietas contendo 17% de proteína bruta,

Monteiro et al. (1998) registraram conversão alimentar de 3,8 kg de MS.kg-1 de peso. Siqueira et

al. (2001) utilizando ração com 60% de concentrado e 0,9% de óleo de soja observaram

conversão alimentar de 4,9 kg de MS.kg-1 de peso e Furusho-Garcia et al. (2004) utilizando ração

com 80% de concentrado sem suplementação de gordura, obtiveram conversão alimentar de 4,2

kg de MS.kg-1 de peso. Salienta-se que as pesquisas foram realizadas com cordeiros pertencentes

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à raça Santa Inês. Neste contexto, vale ressaltar que na presente pesquisa era esperado maior

quantidade de matéria seca necessária para a raça Morada Nova, em relação à raça Santa Inês,

para cada kg de ganho de peso, pois aquela raça não é melhorada para esta finalidade e, portanto,

é natural que seja necessária maior ingestão de matéria seca para o desempenho dos animais.

Por outro lado, a conversão alimentar média obtida na presente pesquisa foi melhor que a

mencionada por Ciríaco (1983), cujo valor médio foi 13,6, ao trabalhar com ovinos machos e

fêmeas da raça Morada Nova, variedade branca, com idade entre cinco e seis meses, alimentados

com feno de cunhã e capim-elefante. Também foi melhor que a encontrada por Oliveira et al.

(1986), que observaram conversão alimentar de 16,1 para ovinos Santa Inês alimentados com

feno de cunhã e concentrado e a relatada por esses mesmos autores, 10,3, que trabalharam com

ovinos Morada Nova alimentados com feno de mata pasto e concentrado.

Considerando os ganhos de pesos obtidos e a igualdade estatística entre as dietas sobre esta

variável, é importante ressaltar que dietas compostas somente pela silagem da ponta de cana-de-

açúcar + concentrado proporcionam ganho de peso semelhante às dietas enriquecidas com

silagem de soja e menor participação de concentrado, bem como o aumento da participação da

silagem de soja nas dietas proporciona redução no uso do concentrado protéico. Diante deste fato,

a utilização de concentrado ou de silagem de soja + concentrado protéico no enriquecimento de

dietas compostas por silagem de ponta de cana-de-açúcar fica na dependência dos custos no

momento da aquisição de concentrados protéicos ou produção de silagem de soja na propriedade,

visando obter proteína oriunda da planta de soja.

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5 – CONCLUSÕES

Dietas compostas por silagem de ponta de cana-de-açúcar enriquecida com silagem de soja

+ concentrado proporcionam maior consumo de nutrientes.

Silagem de ponta de cana-de-açúcar suplementada com concentrado protéico ou

enriquecida com silagem de soja com menor participação de concentrado resulta em ganhos de

peso e conversão e eficiência alimentar semelhantes para cordeiros pertencentes à raça Morada

Nova.

A utilização de silagem de soja para enriquecer o teor protéico de dietas compostas por

silagem de ponta de cana-de-açúcar fica na dependência do custo para aquisição de concentrado

protéico ou produção de proteína na propriedade por meio da ensilagem da planta de soja.

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APÊNDICE

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Tabela 6 - Composição bromatológica, digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) e pH das silagens de soja e de ponta de cana-de-açúcar utilizadas nas dietas experimentais

Silagem de soja

Silagem de ponta de cana-de-açúcar

Matéria seca (MS) 29,00 31,00

Matéria orgânica (MO) 90,76 94,87

Proteína Bruta (PB) 21,98 6,25

Extrato etéreo (EE) 7,12 1,90

Matéria mineral (MM) 9,24 5,13

Fibra em detergente neutro (FDN) 42,44 73,08

Fibra em detergente ácido (FDA) 37,69 45,80

Celulose (CEL) 32,73 42,53

Hemicelulose (HEM) 4,75 27,28

Lignina (LIG) 3,82 5,86

Carboidratos totais (CHOT) 61,66 86,72

Carboidratos não fibrosos (CNF) 19,22 13,64

Nutrientes digestíveis totais (NDT) 72,83 45,44

Digestibilidade in vitro da MS (DIVMS) (%) 69,32 42,83

pH 5,33 3,65

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Figura 1. – Baias individuais.

Figura 2. Ponta de cana-de-açúcar.

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Figura 3. Ponta de cana-de-açúcar fragmentada.

Figura 4. Compactação da ponta de cana-de-açúcar nos silos experimentais.

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Figura 5. Cultivo de soja.

Figura 6. Colheita da soja para ensilagem.

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Figura 7. Silos experimentais.

Figura 8. Cordeiros Morada Nova em tronco para pesagem.

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Figura 9. Pesagem dos cordeiros.