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Vol.3, n.1,Out-Dez 2014, pp. 05-30 2

Título / Title: Journal of Exact SciencesTítulo abreviado/ Short title: J. Ex. Sci.Sigla/ Acronym: JESEditora / Publisher: Master EditoraPeriodicidade / Periodicity: Trimestral / QuarterlyIndexação / Indexed: Latindex, Google AcadêmicoInício / Start: Abril, 2014/ April, 2014

Editor-Chefe / Editor-in-Chief:

Prof. Dr. Mário dos Anjos Neto Filho [MS; Dr; PhD]

Conselho Editorial:

Profa. Dra. Andréia Fátima Zanette- FEITEP – Maringá – PR – BrasilProf. Dr. Vinícius Vaulei Gonçalves Mariucci- FEITEP – Maringá – PR – BrasilProf. Dr. João Ricardo Nickenig Vissoci- Duke Global Health Inst - NY - EUA; UNINGÁ – Maringá – PR – BrasilProf. MS. Lupércio Cascone- FEITEP – Maringá – PR – BrasilProf. MS. Odete Bulla Cascone- FEITEP – Maringá – PR – BrasilProf. Dr. Julio Cesar Tocacelli Colella– Uningá – Maringá – PR- Brasil

O periódico Journal of Exact Sciences –JES é uma publicação da Master Editorapara divulgação de artigos científicosapenas em mídia eletrônica, indexada àbase de dados Latindex e Google Escolar.Todos os artigos publicados foramformalmente autorizados por seus autores esão de sua exclusiva responsabilidade. Asopiniões emitidas pelos autores dos artigospublicados não correspondem neces-sariamente, às opiniões da Master Editora,do periódico JES e /ou de seu conselhoeditorial.

The Journal of Exact Sciences - JES is aneditorial product of Master Publisheraimed at disseminating scientific articlesonly in electronic media, indexed inLatindex and Google Scholar databases.All articles published were formallyauthorized by the authors and are your soleresponsibility.The opinions expressed by the authors ofthe published articles do not necessarilycorrespond to the opinions of MasterPublisher, the JES and/or its editorialboard.

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Prezado leitor,

Temos a imensa satisfação de lançar a terceira edição do Journal of Exact Sciences - JES

A Master Editora e o periódico JES agradecem publicamente aos Autores dos artigos queabrilhantarão esta terceira edição pela colaboração e pela confiança depositada neste projeto.O periódico JES é um dos primeiros “open access journal” do Brasil, representando amaterialização dos elevados ideais da Master Editora acerca da divulgação ampla e irrestritado conhecimento científico produzido pelas diversas áreas das Ciências Exatas.

Aos autores de artigos científicos que se enquadram em nosso escopo, envie seus manuscritospara análise de nosso conselho editorial!

Nossa quarta edição estará disponível a partir do mês de Janeiro de 2015!

Boa leitura!Mário dos Anjos Neto Filho

Editor-Chefe JES

Dear reader,

We have the great pleasure to launch the third edition of the Journal of Exact Sciences - JES.

The Master Publisher and the JES are very grateful to the authors of the articles that brighten this third edition bythe trust placed in this project. The JES is one of the early open access journal in Brazil, representing thematerialization of the lofty ideals of Master Publisher about the broad and unrestricted dissemination of scientificknowledge produced by the Exact Sciences.

Authors of scientific articles that are interested in the scope of JES, send their manuscripts for consideration of oureditorial board!

Our fourth edition will be available in January, 2015!

Happy reading!Mário dos Anjos Neto Filho

Editor-in-Chief JES

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Vol.3, n.1,Out-Dez 2014, pp. 05-30 4

Química

IMOBILIZAÇÃO DE LIPASES REGIOSSELETIVAS EM MATRIZES SOL-GELE REAÇÃO PARCIAL DEHIDRÓLISE

ANDRÉIA FÁTIMA ZANETTE, JAMAL AWADALLAK, LÚCIO CARDOZO FILHO................. 05

Informática

REDES NEURAIS E SUA CONFIABILIDADE E DESEMPENHO EMPERÍODOS INSTÁVEIS – APLICAÇÃO A AÇÕES ORDINÁRIAS PETR3

AFONSO GENTA PALANDRI, FILIPE ROSEIRO COGO ........................................................ 09

O IMPACTO DO TAMANHO DO BUFFER DE BUSCA DE INSTRUÇÕES EMRELAÇÃO À LARGURA DO ESTÁGIO DE BUSCA EM UMA GPU

JOSÉ CARLOS SANCHES AMENDOA TISSEI, JEFERSON APARECIDO SILVABELGAMAZZI, LUCAS DE OLIVEIRA TEIXEIRA, CLAUDIA HEIDEMANN DE SANTANA.... 17

A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO EMPÍRICA NA PESQUISA EMCIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

ANDERSON DA SILVA MARCOLINO, HELIO HENRIQUE LOPES COSTA MONTE-ALTO,LUCAS DE OLIVEIRA TEIXEIRA, JEFERSON APARECIDO SILVA BELGAMAZZI, JOSÉCARLOS SANCHES AMENDOA TISSEI, CLAUDIA HEIDEMANN DE SANTANA................ 21

Normas para publicação

Tutorial para publicação de artigos no Journal of Exact Sciences................................. 28

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Vol.3,n.1,pp.05-08 (Out - Dez 2014) Journal of Exact Sciences - JES

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IMOBILIZAÇÃO DE LIPASES REGIOSSELETIVAS EMMATRIZES SOL-GEL E REAÇÃO PARCIAL DE

HIDRÓLISEIMMOBILIZATION OF LIPASES REGIOSSELETIVAS DIES IN SOL-GEL AND PARTIAL

HYDROLYSIS REACTION

ANDRÉIA FÁTIMA ZANETTE1*, JAMAL AWADALLAK2, LÚCIO CARDOZO FILHO3

1. Doutora em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, docente da Faculdade de Engenharia e Inovação Técnico Profis-sional – FEITEP; 2. Doutorando em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá; 3. Doutor em Engenharia de Alimentos pela Uni-versidade Estadual de Campinas – UNICAMP, docente titular do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá – UEM.

* Rua Iguaçu, 726, Maringá, Paraná, Brasil. CEP 87020-330. [email protected]

Recebido em 03/11/2014. Aceito para publicação em 06/11/2014

RESUMOÓleos vegetais enriquecidos com diacilglicerol possuemcaracterísticas organolépticas semelhantes às dos óleoscomestíveis convencionais, com a vantagem de possuírem atendência de não se acumular no organismo, reduzir osníveis de triacilgliceróis e, como consequência, diminuem amassa corporal e gordura visceral nos humanos, contribu-indo para a diminuição da obesidade. Visto que os proces-sos enzimáticos são, em geral, preferidos aos métodos quí-micos, este trabalho visa imobilizar e encapsular enzimaslivres comerciais em matrizes hidrofóbicas sol-gel prepa-radas a partir de dois precursores, o tetraetilortossilicato(TEOS) e o tetrametoxissilano (TMOS) visando sua utili-zação na produção de diacilgliceróis a partir do óleo depalma e outros óleos vegetais. Os biocatalisadores foramcaracterizados morfologicamente por meio da microscopiaeletrônica de varredura (MEV), da qual se verificou que oTMOS é o melhor precursor para obtenção de biocatalisa-dores imobilizados. A eficiência na imobilização das enzi-mas foi avaliada por meio de uma reação de hidrólise doóleo de palma.

PALAVRAS-CHAVE: Imobilização, lipases, sol-gel.

ABSTRACT

Diacylglycerol enriched with vegetable oils have organolepticcharacteristics similar to those of conventional edible oils, withthe advantage of not having the tendency to accumulate in thebody, reduce triglyceride levels and as a consequence, decreasebody weight and visceral fat in humans, helping to reduce obe-sity. Whereas the enzymatic processes are generally preferredto chemical methods, this work aims to immobilize and en-capsulate commercial free enzymes in hydrophobic sol-gelmatrices prepared from two precursors, tetraethylorthosilicate(TEOS) and tetramethoxysilane (TMOS) seeking its use in theproduction of diglycerides from palm oil and other vegetable

oils. The biocatalysts were morphologically characterized byscanning electron microscopy, from which it is found that thebest TMOS precursor for obtaining immobilized biocatalystselectron microscopy. The efficiency of the immobilization ofthe enzymes was evaluated by a hydrolysis reaction of oilpalm.

KEYWORDS: Immobilization, lipases, sol-gel.

1. INTRODUÇÃOOs óleos comestíveis são formados basicamente por

triacilgliceróis (TAG), sendo composto também por umapequena quantidade de monoacilgliceróis (MAG) e dia-cilgliceróis (DAG)1.

Estudos recentes sobre as propriedades nutricionaise efeitos dietéticos dos óleos comestíveis sugerem que apresença de DAGs desempenha um importante papel naredução dos níveis de TAG e, em consequência, dimi-nuem a massa corporal e gordura visceral nos humanos,prevenindo a obesidade e outras doenças relacionadascom o estilo de vida2. Os óleos enriquecidos com DAGsnão apresentam nenhum efeito genotóxico no organismohumano3.

Eom et al. (2010)4 investigaram o efeito de DAGsintetizado do óleo de atum no peso corporal e marca-dores bioquímicos de plasma na obesidade de camun-dongos C57BL/6J. O consumo da dieta com DAG emcamundongos ocasionou um menor ganho de peso cor-poral e colesterol plasmático total final, triglicerídeos eanemia quando comparado com um grupo de camun-dongos ingeriu um alto conteúdo de TAG.

Nos processos químicos para a produção de DAGsão utilizadas altas temperaturas (200-250 °C) e pressão,juntamente com catalisadores inorgânicos tais como hi-dróxido de sódio, hidróxido de potássio ou cálcio. Esses

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processos, além de exigirem uma alta demanda de ener-gia, geram mudança de coloração e gosto desagradáveisao produto final5.

Devido a essas limitações, os DAGs são preferenci-almente obtidos por processos enzimáticos, pois as rea-ções são realizadas em condições brandas, com baixaformação de subprodutos e alta velocidade. Tambémoferecem vantagens ambientais e redução no consumode energia, além disso, as lípases apresentam alta seleti-vidade, incluindo seletividade estereoquímica e resultamem produtos de alta pureza e melhor qualidade4.

As lipases são enzimas que catalisam reações de es-terificação, interesterificação, hidrólise, entre outras. Sãoenzimas altamente seletivas, sendo biocatalisadoresaplicáveis à produção de diversos produtos.

Eom et al. (2010)4 também produziram DAG pelaglicerólise com glicerol e óleo de atum utilizando lipasesRhizomucor miehei (Lipozyme RM IM) e Candida An-tarctica (Novozyme 435), sendo que a Lipozyme RMIM foi escolhida para a produção de DAG devido a suaalta especificidade verificada através de análise porHPLC.

Watanabe et al. (2005)6 estudaram a produção de1,3-diacilglicerol (1,3-DAG) através da esterificação dosácidos graxos (FA) e glicerol a partir do óleo de soja embiorreator de leito empacotado usando uma lípase Li-pozyme RM IM (Rhizomucor miehei) 1,3-regiosseletiva(5% em relação à massa de óleo) imobilizada em resinade troca aniônica microporosa. A esterificação foi reali-zada através da circulação da mistura reacional entreuma coluna de leito empacotado e uma bomba para re-moção da água. Obteve-se um rendimento em diacilgli-cerol em torno de 70% em 3 horas de reação.

As enzimas podem ser adquiridas comercialmenteimobilizadas ou pode-se aplicar técnicas de imobilização,tal como citado por Zarcula et al. (2010)7 que imobiliza-ram a lípase de Pseudomonas fluorescens (Amano AK)pelo método sol-gel utilizando tetrametoxosilano e tri-metoxisilano com grupos alquila ou arila como precur-sores e líquidos iônicos como aditivos para a imobiliza-ção, resultando em biocatalisadores com alta eficiênciacatalítica. A atividade do biocatalisador foi totalmenterecuperada depois da imobilização.

Uma das principais propriedades do método sol-gel éreduzir a velocidade de desnaturação das biomoléculasencapsuladas, provavelmente devido à alta reatividadedos precursores capazes de alterar a superfície da prote-ína, protegendo-as de efeitos desnaturantes, orientando aacessibilidade do substrato ao sítio ativo da enzima imo-bilizada no reticulado sol-gel8.

O encapsulamento através de sol-gel provou ser umatécnica versátil para a imobilização de uma grande vari-edade de biomoléculas9. Além disso, estudos demons-traram que a atividade da enzima apresenta melhoresresultados quando a secagem é realizada em meio super-

crítico, também chamada de secagem por aerogel10. Omaterial sol-gel oferece baixa resistência difusional,conduzindo a bons resultados em reações de esterifica-ção. A preparação, separação do produto e conservaçãodas propriedades enzimáticas são algumas das vantagensapresentadas por esses sistemas 11.

Diante deste contexto, o objetivo deste trabalho foiimobilizar e encapsular enzimas livres comerciais emmatrizes hidrofóbicas sol-gel preparadas a partir de doisprecursores, o tetraetilortossilicato (TEOS) e o tetrame-toxissilano (TMOS) visando sua utilização na produçãode diacilgliceróis a partir do óleo de palma.

2. MATERIAL E MÉTODOSNeste trabalho foram utilizadas as lipases Rhizopus

oryzae e Amano M adquiridas comercialmente da Sig-ma-Aldrich). Os suportes foram preparados pela técnicasol-gel, empregando os seguintes precursores: tetraeti-lortossilicato-TEOS (C8H20O4Si), metiltrimetoxissila-no-MTOS (C7H18O3Si) adquiridos da Sigma-Aldrich. Osdemais reagentes utilizados foram: heptano PA (Vetec,Brasil), pentano PA (Vetec, Brasil); acetona PA (Merck,Alemanha); etanol comercial; goma arábica em pó, pura(Synth, Brasil). Os reagentes foram utilizados como re-cebido, sem nenhum tratamento prévio.

O preparo dos biocatalisadores baseou-se nas meto-dologias descritas por Macario (2009)12 e Soares(2006)8.

Os biocatalisadores imobilizados foram secados uti-lizando a tecnologia supercrítica (CO2) a uma tempera-tura de 40°C para evitar a desnaturação da enzima e auma pressão de 100 bar por 2 horas.

A caracterização microestrutural dos biocatalisadoresimobilizados foi realizada através da microscopia eletrô-nica de varredura (MEV) em um microscópio ShimadzuSuperScan SS-550. Todas as micrografias foram obtidasdas superfícies de fratura recobertas com ouro.

As enzimas livres e imobilizadas foram avaliadas pormeio da reação de hidrólise parcial dos triglicerídeos. Ahidrólise do óleo de palma tem como produtos finais oglicerol e ácidos graxos livres, e como intermediáriosDAG e MAG, que consistem em TAG sem um ou doisácidos graxos, respectivamente13. As reações foramconduzidas em meio livre de solvente, a 55ºC14, pormeio de titulação com solução de hidróxido de sódio. Aavaliação das reações nesta etapa foram baseadas naquantificação dos ácidos graxos livres gerados pelo mé-todo de titulação, uma vez que a técnica de detecçãodesse produto é muito mais simples. Os tempos reacion-ais avaliados foram de 5, 10, 15 e 20 minutos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃOA Figura 1 mostra as micrografias dos biocatalisado-

res livres (letras A e D) e imobilizados (letras B, C, E, F).

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Pode-se observar que a enzima lípase Rhizopus oryzaelivre (A) possui uma forma geométrica definida, clara-mente visível. Ao se imobilizar esta enzima com TMOS(B) verificou-se uma estrutura porosa, com uma áreasuperficial muito menor, diferente do ocorrido ao utilizaro precursor TEOS (C), em que a estrutura pareceu rígida,levando a conclusão que apenas o suporte está presente.Analisando estas microscopias verifica-se uma mudançamuito grande na estrutura da enzima antes e depois deimobilizada, e não observando a presença da enzima aoutilizar o TEOS como precursor de sílica.

Ao analisar a lipase Amano M livre (D) verifica-seque ela apresenta uma estrutura esponjosa, bastante po-rosa, que manteve suas características após a imobiliza-ção por TMOS (E). Ao utilizar o TEOS (F), novamenteverifica-se apenas a presença de uma estrutura rígida,que aparenta ser apenas do suporte.

A análise da atividade hidrolítica das enzimas con-firma o que foi observado nas microscopias: as enzimasacabaram perdendo sua conformação inicial, ocasionan-do na perda da atividade.

Figura 1. Micrografias eletrônicas dos biocatalisadores: (A) Rhizopusoryzae livre (500 X), (B) Rhizopus oryzae imobilizada com TMOS(500 X), (C) Rhizopus oryzae imobilizada com TEOS (500 X), (D)Amano M livre (1000 X), (E) Amano M imobilizada com TMOS(1000 X), (F) Amano M imobilizada com TEOS (1000 X).

A acidez inicial do óleo de palma foi em torno de 4%e por meio da diminuição da acidez do óleo é possívelcalcular a atividade das enzimas utilizadas nas reações.

Em geral, as enzimas imobilizadas praticamente nãoreagiram com 20 minutos de reação, pois a atividadeobtida foi próxima a zero, verificado pela não alteraçãoda acidez inicial do óleo de palma.

As enzimas não imobilizadas apresentaram boa ati-vidade catalítica, reduzindo em 15% a acidez inicial doóleo em 5 min de reação.

4. CONCLUSÃOAs técnicas de imobilização de lípases aplicadas

neste trabalho apresentaram características distintas.Visivelmente, a técnica que empregou o TEOS não ob-teve resultados satisfatórios. Já a técnica utilizando oTMOS apresentou uma característica esponjosa, quepossivelmente tenha imobilizado parte da enzima. Aaplicação da reação de hidrólise parcial do óleo de palmaconstatou a baixa atividade das enzimas, com o empregodas técnicas utilizadas. Apesar do baixo desempenho nasreações, as técnicas de imobilização de enzimas são im-portantes aliados na aplicação de enzimas em processosindustriais. As vantagens no uso de enzimas imobiliza-das incentivam e justificam pesquisas mais detalhadas.

5. FINANCIAMENTO

Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento dePessoal de Nível Superior (CAPES) pelo auxíliofinanceiro concedido.

REFERÊNCIAS

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[4] Eom TK, Kong CS, Byun HG, Jung WK, Kim SK. Lipasecatalytic synthesis of diacylglycerol from tuna oil and itsanti-obesity effect in C57BL/6J mice. Process Biochemis-try. 2010; 45:738–43.

[5] Vu PL, Park RK, Lee YJ, Kim YM, Nam HY, Lee JH, AkohCC, Lee KT. Two-step production of oil enriched in con-jugated linoleic acids and diacylglycerol. Journal AmericamOil Chemistry Society. 2007; 84:123-8.

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[7] Zarcula C, Corîci L, Croitoru R, Ursoiu A, Peter F. Prepa-ration and properties of xerogels obtained by ionic liquidincorporation during the immobilization of lipase by the

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sol–gel method. Journal of Molecular Catalysis B: Enzy-matic. 2010; 65:79–86.

[8] Soares CMF, Santos OA, Castro HF, Moraes FF, ZaninGM. Characterization of sol–gel encapsulated lipase usingtetraethoxysilane as precursor. Journal of Molecular Catal-ysis B: Enzymatic. 2006; 39:69–76.

[9] V.B. Kandimalla, V.S. Tripathi, And H.X. Ju, Immobiliza-tion of biomolecules in sol-gels: biological and analyticalapplications. Crit. Rev. Anal. Chem. v. 36, p. 73–106, 2006.

[10]Pierre A, Buisson P. Influence of the porous texture of silicagels on the enzymatic activity of lipases in esterificationreactions, Journal of Molecular Catalysis B Enzymatic.2001; 11:639-47.

[11]Soares CMF, Castro HF, Moraes FF, Zanin GM. “Charac-terization and utilization of Candida rugosa lipase immobi-lized on controlled pore silica”, Applied Biochemistry andBiotechnology. 1999; 77-79:745-58.

[12]Macario A, Moliner M, Corma A, Giordano G. Increasingstability and productivity of lipase enzyme by encapsulationin a porous organic-inorganic system. Microporous Meso-porous Mater. 2009; 118:334-40.

[13]Rooney D, Weatherley LR. The effect of reactions condi-tions upon lipase catalysed hydrolysis of high olate sunflower oil in a stirred liquid-liquid reactor. Process Bio-chem. 2001; 36:947-53.

[14]Voll FAP. Produção e Separação de Diacilglicerol a partirdo Triacilglicerol do Óleo de Palma. Tese de doutorado emEngenharia Química da Universidade Estadual de Maringá– UEM, Maringá. 2011.

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Vol.3,n.1,pp.09-16 (Out - Dez 2014) Journal of Exact Sciences - JES

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REDES NEURAIS E SUA CONFIABILIDADE EDESEMPENHO EM PERÍODOS INSTÁVEIS –APLICAÇÃO A AÇÕES ORDINÁRIAS PETR3

NEURAL NETWORKS AND ITS RELIABILITY AND PERFORMANCE IN UNSTABLEPERIODS – UPPLICATION IN ORDINARY SHARES PETR3

AFONSO GENTA PALANDRI1*, FILIPE ROSEIRO COGO2

1. Mestrando em Tecnologia pelo Instituto LACTEC, docente do curso de Engenharia Elétrica da Faculdade de Engenharia e Inovação TécnicoProfissional – FEITEP; 2. Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, docente do curso de Engenharia de

Controle e Automação do Centro Universitário de Maringá – CESUMAR.

* Praça Manoel Ribas, 36, Apto 181, Maringá, Paraná, Brasil. CEP 87014-120. [email protected]

Recebido em 04/11/2013. Aceito para publicação em 05/11/2013

RESUMOEste trabalho compara e quantifica o desempenho e aconfiança de previsões utilizando Redes Neurais duranteperíodos instáveis. Como ferramenta de trabalho foiescolhida a linguagem Python por ser de simplesprogramação e possuir abundante material de referência.Foi escolhido como série para previsão os preços das açõesPETR3, da Petrobrás, com início em 2006 e térmico em2011. Esse período é particularmente interessante porenglobar a crise de 2008, onde o mercado apresentougrande instabilidade e insegurança. Comparamos assim odesempenho das Redes Neurais durante períodos pré e póscrise, e verificamos se as previsões correspondem com osvalores observados. No ano de 2008, os dados apresentamuma instabilidade muito grande, e a previsão teve umadiferença de R$3,00 em comparação com o valor obtido.Vale dizer que, neste período, a dispersão dos dados émuito grande também, contribuindo ainda mais nainstabilidade da previsão. Durante os outros anos, porém,as previsões se aproximaram bastante dos resultadosesperados. Em 2011, por exemplo, a diferença foi deR$0,16, o que mostra que esta técnica produz resultadossignificantes e relativamente confiáveis. Mas, comoqualquer forma de previsão, esta técnica produz umaestimativa de aonde a série vai estar no futuro próximo.Comparando o erro e o tempo computacional necessáriodesta técnica, observamos erros significativamentemelhores, porém uma redução drástica no tempo detreinamento devido ao algoritmo utilizado.

PALAVRAS-CHAVE: Redes neurais artificiais, bolsa de va-lores, séries temporais.

ABSTRACTThis paper compares and quantifies the performance and relia-bility of Artificial Neural Networks (ANN’s) during unstableperiods in the prediction of time series. The chosen time seriesis the price of the stock PETR3, belonging to Petrobrás, a Bra-zilian oil company. The difference between the predicted valueand the expected value in 2008 is R$3.00, when the market isquite unpredictable due the 2008 global crash, and the ANNprediction may be unreliable. During the other years, the dif-ference is smaller, and in 2011 the difference is only R$0.16,showing that this approach produces significant results withrelative reliability. However, as any form of prediction, thistechnique only produces a rough estimate of where the series isheading in the near future. Comparing the training error of thisapproach with other techniques (for example, using Backpropagation as learning algorithm), shows that the error issensible smaller using RPROP, but the computational time isreduced dramatically.

KEYWORDS: Artificial neural network, stock market, timeseries.

1. INTRODUÇÃOPrever uma série temporal é um problema comum

em vários domínios da ciência, como por exemplo,demografia, meteorologia, energia. No entanto, preveruma série temporal financeira de forma acurada é aindauma tarefa trabalhosa1.

Uma série temporal consiste de observações em umaou várias variáveis em função do tempo. Neste tipo desistema, eventos passados influenciam eventos futuros eatrasos no comportamento são prevalentes (por exemplo,uma ação que ocorre agora só exercerá influência nosistema depois de algum tempo), portanto o tempo é uma

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dimensão importante numa série temporal2.Um tipo de série temporal é o mercado de ações.

Ações são títulos representativos da menor fração docapital de uma empresa. O acionista, portador do título,passa a ser coproprietário com direito a participação noslucros3. A previsão desses preços é possível devido aofato dos valores futuros carregarem todas as informaçõesnecessárias para efetuar a previsão, sendo necessáriodesenvolver métodos analíticos e computacionais paraefetuar as previsões dessas séries temporais com omáximo de precisão o possível4.

Existem várias ferramentas para previsão de sériestemporais como, por exemplo, modelos estatísticos(suavização exponencial ou modelos auto regressivos)ou modelos computacionais (redes neurais, lógicanebulosa ou algoritmos genéticos)5. O mercado de açõespossui um comportamento não linear e sensibilidadeelevada. Portanto, a previsão desse tipo de sistema semostra um desafio constante, tanto na área de estatística(para desenvolver modelos e métodos mais precisos)quanto na área computacional (para processar aquantidade cada vez maior de dados disponíveis).

Com características como a capacidade de aprenderpor meio de exemplos, generalizar a informaçãoaprendida, auto-organização e processamento temporal,uma Rede Neural pode ser utilizada para prever osresultados de forma satisfatória6.

É possível abordar como uma RNA (Rede NeuralArtificial) se comporta na previsão de dados turbulentosno mercado de ações. Para tal análise, foi selecionadocomo intervalo para testes o histórico das ações PETR3,desde o ano de 2007 ao ano de 2011. Este intervalo éparticularmente interessante, pois abrange períodos degrande instabilidade, como por exemplo, a crise mundialde 2008, chamada de Grande Recessão de 2008-2012, eperíodos que antecedem e sucede a crise7.

Mercado de açõesO mercado financeiro, ou mercado de ações, é um

sistema complexo, evolucionário, não linear e dinâmico.O campo da previsão financeira é caracterizado pelaintensidade, ruído, natureza desestruturada, alto grau deincerteza e relações ocultas entre os dados8.

O mercado de ações brasileiro, comumente chamadode BOVESPA, reúne as ações das principais empresasbrasileiras de capital aberto. Uma ação é definida como amenor parcela em que se divide uma empresa, sendo quetodos os dias são movimentados milhões entreinvestidores, seguindo a lei básica da oferta e daprocura9.

Muitos fatores interferem nas finanças, incluindoeventos políticos, condições econômicas gerais eexpectativa dos acionistas. Desta forma, prever o preçode um mercado financeiro é bem difícil. Variações,porém, nos preços não são aleatórias. Estas variações se

comportar de uma forma dinâmica e altamente nãolinear. A pressuposição de que os preços futuros sãoaleatórios vem meramente da aleatoriedade que envolveum processo não linear e ruidoso8.

Com a tecnologia atual, podemos acompanhar essasmovimentações em tempo real, utilizando da Internet.Entre as mais diversas empresas com o capital aberto nomercado de ações, podemos citar algumas significativas,como Vale, Petrobras, Gerdau.

Na Figura 1 se observa, no intervalo de 16/11/2006 a16/11/2011, os valores diários da ação PETR3. Setratando de um sistema não linear e bastante sujeito aruídos externos, podemos utilizar técnicas derepresentação de sistemas não lineares, como porexemplo, as redes neurais artificiais, para tentar prever ofuturo deste sistema.

Figura 1. Cotações da ação PETR3 no período de 11/2006 a 05/2012Redes Neurais Artificiais (Rna).

Redes Neurais Artificiais (RNA) representam umatecnologia que nasceu de diferentes áreas de pesquisa:neurociência, matemática, estatística, física, ciências dacomputação e engenharia. As RNAs são empregadashoje em dia nos mais diversos campos, comomodelagem, análise de séries temporais, reconhecimentode padrões, processamento de sinal e controle, etc. Avasta aplicabilidade das RNAs deve-se a uma importantecaracterística: a habilidade de aprender a partir dosdados da entrada, com ou sem um supervisor10.

Uma RNA é constituída de neurônios. Um neurônio éuma unidade de processamento de informação,fundamental para o correto funcionamento de uma redeneural. Como visto na Figura 2, um neurônio consiste decinco elementos básicos:

Um conjunto de sinapses ou entradas,representadas em (2) por , caracterizadas pelo peso

ou importância do mesmo. Um conjunto de pesos, representados por .

Estes pesos são multiplicados pela sua respectivaentrada.

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Um bloco somador, representado pelo símbolo ∑.Responsável por somar o produto de cada um dos nósligados a ele.

Uma função de ativação, ou função deesmagamento, representado pelo símbolo . Este se

encarrega por limitar a amplitude do resultado. A saída, , resultante de todas as operações

anteriores.

Figura 2. Estrutura Interna de um Neurônio. Adaptado de:http://www.gsigma.ufsc.br/~popov/aulas/rna/neuronio_artificial/neuronio_artificial.jpg

Um neurônio também pode ser descritomatematicamente, conforme as Equações 1 e 2:

Onde: é a entrada do nó m.

, o peso da ligação entre o nó m com o nó k.

representa a soma do produto de todos os nós

ligados ao nó k. E , a saída do nó k, dada pela multiplicação de

pela função de esmagamento.

A maneira em que os neurônios de uma rede neuralsão estruturados está intimamente ligada ao algoritmo deaprendizagem utilizado para treinar a rede10. Mas antesde falar sobre algoritmos de aprendizagem, falamossobre o processo de aprendizagem como um todo. Nocontexto, aprendizagem é definida por:

“Aprendizagem é um processo em que parâmetroslivres de uma rede neural se modificam através de umprocesso de estimulação do ambiente em que a rede estácontida. O tipo de aprendizagem é determinado pelamaneira em que os parâmetros da rede se modificam10 ”.

O processo de aprendizagem se dá em três etapasdistintas:

1. A rede é estimulada pelo ambiente.2. A rede modifica os pesos das conexões entre

os nós ( , os ditos “parâmetros livres”), como

resultado de um estimulo.3. A rede responde de uma nova forma ao

estimulo do ambiente, devido às mudanças queocorreram em sua estrutura interna.

Um conjunto de regras bem definidas para a soluçãodo problema de aprendizagem é chamado de algoritmode aprendizagem. Existem dois tipos de aprendizagem:supervisionada e não supervisionada.

A aprendizagem supervisionada é caracterizada pelapresença de um agente supervisor. Este agente éresponsável por comparar o resultado da rede com oresultado esperado. Tanto a rede quanto o agente estãosujeitos ao mesmo ambiente (por exemplo, o ambientedas ações PETR3), porém o ambiente é conhecido para osupervisor. Desta forma, o mundo deve ser totalmenteobservável. O supervisor sabe que, dado o conjunto deentrada (1,1,1), a resposta a este estímulo deve ser 111. Ea partir da comparação entre o resultado esperado e oresultado obtido pela rede, ocorrerá o ajuste dos pesosdas conexões, até que a rede seja capaz de responder aosestímulos como esperado, sem o auxílio do agentesupervisor.

Já a aprendizagem não supervisionada não possui umagente supervisor. A rede é incapaz de saber se oresultado gerado está correto, ou ainda se está nocaminho certo. Desta forma, aprendizagem nãosupervisionada é utilizada em problemas declassificação, onde a rede tem como objetivo agrupartipos de dados similares e identificar exceções nosdados. A aprendizagem não supervisionada é utilizadaem ambientes parcialmente observáveis, e nas maisdiversas tarefas que envolvam classificar dados. Porexemplo, na detecção de dados incorretos oufraudulentos.

Para o problema da previsão das ações PETR3, porse tratar de um ambiente totalmente observável, foiutilizado aprendizagem supervisionada. Dentre osalgoritmos de aprendizagem supervisionada, citamosdois tipos, o algoritmo Backpropagation e o algoritmoResilient Propagation.

O algoritmo Backpropagation (BPROP) é oalgoritmo mais comumente utilizado para aprendizagemsupervisionada com redes MLP. A ideia básica deste

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algoritmo é aplicar repetidamente a Equação 3 paracalcular a influência de cada peso na rede a respeito deuma função erro arbitrária 11.

Onde é o peso da conexões entre o nó k e o nó

m; é o resultado e é a soma das entradas

multiplicadas pelos respectivos pesos do nó k. Uma vezque a derivada parcial para cada peso é conhecida, oobjetivo de minimizar a função erro é alcançado aoexecutar uma gradiente descendente, demonstrado naEquação 4 11.

Onde é a taxa de aprendizagem. A escolha da taxa

de aprendizagem tem um efeito importante no temponecessário para alcançar a convergência. Se for muitopequeno, muitas épocas serão necessárias para alcançaruma solução aceitável. Ao contrário, uma taxa deaprendizagem grande vai possivelmente levar aoscilação do processo de treinamento, impedindo que oerro diminua depois de certo valor11.

O algoritmo Resilient Propagation (RPROP) executauma adaptação direta na etapa de mudança dos pesosbaseado em informações de um gradiente local. Paraalcançar isso, foi introduzido para cada peso um valor deatualização individual, , que determina o tamanho

da mudança do peso. Esta mudança de valoresadaptativa evolui durante o processo de treinamentobaseado em uma visão local da função erro , de acordo

com a seguinte regra de aprendizagem:

(5)

(6)

Verbalizando, esta regra funciona da seguinte forma:toda vez que a derivada parcial do peso correspondente

muda de sinal indica que a última mudança foimuito grande e que o algoritmo pulou sobre um mínimolocal, e seu valor de atualização diminui por um fator

. Se a derivada mantém seu sinal, o valor de atualiza-ção é aumentado levemente de forma a acelerar a con-vergência em regiões rasas 11.

Uma vez que o valor de atualização foi adaptado paracada peso, o tamanho da mudança de peso executa umaregra simples: se a derivada é positiva (isto é, o erro estáaumentando), subtrai-se do peso seu valor de atualização(como visto em 5). Se a derivada é negativa, adiciona-seao peso seu valor de atualização (regra 6) 11.

(7)

(8)

Porém há uma exceção: se a derivada parcial mudarde sinal (por exemplo, o passo anterior foi muito grandee o mínimo foi perdido), inverte-se o , como

mostrado na Equação 9.

(9)

O algoritmo RPROP, em comparação ao BPROP, nãosomente é mais rápido, mas também é mais simples paraser implementado. Em alguns casos, o RPROP chega aser quatro vezes mais rápido que o BPROP. Suasimplicidade é sua característica mais marcante, poispara um treinamento baseado no algoritmo BPROP serconsiderado aceitável, são necessários exaustivos testescom sua taxa de aprendizagem, pois não há forma dedeterminar analiticamente um valor de ótimo11.

Existem três tipos principais de topologias de redes,as quais se referem às ligações que são realizadas entreos neurônios:

1. Feedforward com uma única camada, ouSingle-Layer Feedforward, ou ainda conhecida comoPerceptrons. Embora seja chamada de camada única,possui duas camadas (camada de entrada e camada de

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saída), porém como não há processamento na camada deentrada, somente contabiliza a camada de saída10.

2. Feedforward com múltiplas camadas, ouMultilayer Feedforward, ou ainda MultilayerPerceptron, representada abaixo na figura (3). Sãoconhecidas por conter camadas internas, representadasna figura pela camada Hidden, que por sua vez possuemneurônios ocultos. A função desses neurônios ocultos éintervir entre a entrada e a saída de alguma maneira útil.Ao adicionar camadas ocultas, a rede é capaz de extrairestatísticas de maior ordem, e capaz de representarsistemas não lineares. Essa característica éparticularmente valiosa quando o tamanho da camada deentrada é grande10.

Figura 3. Exemplo de uma rede MLP (3,4,2). Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e4/Artificial_neural_network.svg

3. Redes recorrentes, ou Recurrent networks.São redes que possuem pelo menos um loop derealimentação. Por exemplo, uma rede recorrente podeconsistir de uma única camada de neurônios onde cadaneurônio de entrada é alimentado pelo sinal de saída daprópria rede.

O objetivo deste trabalho foi observar e comparar aconfiabilidade e o desempenho, por meio de métricascomo: o tempo de treinamento no caso do desempenho,o erro de treinamento e a diferença entre a previsão e ovalor observado de uma RNA na previsão dos valoresdas ações PETR3, durante o período entre 2007 e 2011.

Foi necessário efetuar um estudo piloto, paradelimitar o espectro de testes. No estudo piloto, foitestado mais de 200 redes diferentes, modificandotopologia, função de esmagamento e algoritmo deaprendizagem, em busca de uma configuração aceitável.

2. MATERIAL E MÉTODOSPara definir os parâmetros de configuração da Rede

Neural foi feito um estudo piloto cujo objetivo foicomparar diferentes configurações para o mesmoproblema. Neste estudo, foram comparados diversoscomponentes que compõem uma RNA, totalizando 256redes distintas. Os componentes testados foram:

A quantidade de camadas ocultas na RNA. O número de nós ocultos em cada camada oculta. A quantidade de nós de entrada. A função de ativação. O algoritmo de aprendizagem. A normalização ou não dos dados no intervalo

[0,1].A configuração apresentada abaixo foi a que

apresentou a melhor relação entre tempo de treinamentoe erro de previsão, no problema em questão:

[5] Nós de Entrada [5] Camadas Ocultas [10] Nós Ocultos em cada camada.Com relação à função de ativação e ao algoritmo de

aprendizagem, foram escolhidas as seguintes opções: Função de ativação Sigmóide. Algoritmo de aprendizagem Resilient Propagation.

A escolha do algoritmo de aprendizagem ResilientPropagation (RPROP) foi feita a partir dos resultadosobtidos na comparação entre o Backpropagation(BPROP) e o Resilient Propagation. O tempo detreinamento do RPROP foi aproximadamente 10 vezesmais rápido que o BPROP, obtendo ainda resultadosmelhores com relação à previsão dos valores estimados.

Durante o estudo piloto não foi possível determinarse é benéfico ou não normalizar os dados antes de treinara RNA. Por exemplo, ao utilizar um conjunto de dadospequeno (que no caso deste trabalho foi de um mês devalores da BOVESPA, 01/11/2011 a 30/11/2011) foramobtidos resultados melhores com a abordagem de nãonormalização. Dessa forma, a título de comparação, foitestada esta variável no problema apresentado.

Figura 4. Cotações no ano de 2008.

Uma observação importante é que, durante o estudo,algumas redes apresentaram um tempo de treinamento

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bastante curto (em torno de 10 segundos detreinamento), não condizente com o tamanho doconjunto de dados. Isso ocorre, pois durante otreinamento, caso o erro não melhore por um númeropré-determinado de épocas, o algoritmo de treinamentoentende que chegou ao melhor resultado e termina otreinamento. Depois de observado tal comportamento,foi escolhido arbitrariamente o valor de 1000 épocas, emque, se nessas 1000 épocas o algoritmo não observounenhuma melhora, ele finaliza o treinamento. Caso hajauma melhora, ele continua por mais 1000 épocas até queessa regra seja completada.

Para o conjunto de treinamento foram escolhidas asações PETR3 de 2007 a 2011. Foi escolhido umintervalo anual, pois assim podemos observar como aconfiguração de RNA escolhida se comporta emdiferentes períodos.

No conjunto de dados escolhido, temos algunsperíodos mais críticos e outros mais calmos, como porexemplo, o ano de 2008, mostrado na Figura 4, primeiroano da Grande Recessão de 2008-2012 7. Os valores dasações, que em Junho de 2008 estavam perto de R$60,00,caíram para menos de R$30,00 em menos de seis meses.O desvio padrão deste conjunto de dados é deaproximadamente R$10,51.

Figura 5. Cotações no ano de 2011.

Já no ano de 2011 (Figura 5) a variação no preço ébem menor, com o desvio padrão dos dados cotandoaproximadamente R$3,79. Sendo assim, pode-se esperaruma maior confiabilidade nas previsões geradas por umaRNA neste intervalo de testes.

Os resultados obtidos para os dados normalizadospodem ser verificados a partir da observação da Tabela1.Tabela 1. Resultado para os dados normalizados.

PeríodoTempo de

treinamento(s)

Erro deaprendizagem

ValorPrevisto

(R$)

ValorEsperado

(R$)2011 85,533 0,0196 23,16 23,002010 81,669 0,0379 29,03 30,452009 104,505 0,0401 41,01 41,562008 72,630 0,0315 26,24 29,42007 108,531 0,0125 47,95 48,01

Como citado anteriormente foram utilizados 5 nós de

entrada e o conjunto de treinamento total de um ano. Aprimeira coluna da Tabela 1 apresenta o período corres-pondente. A segunda coluna apresenta o tempo de trei-namento que a rede consumiu para alcançar a conver-gência. A terceira coluna diz respeito ao erro observadodurante a aprendizagem. A quarta coluna é o valor pre-visto pela rede. A quinta coluna é o valor esperado ouvalor que a rede deveria prever.

Os resultados para o conjunto de dados não normali-zados podem ser observados a partir da Tabela 2.

Tabela 2. Resultado para os dados não normalizados.

PeríodoTempo de

treinamento(s)

Erro deaprendizagem

ValorPrevisto

(R$)

ValorEsperado

(R$)

2011 298,730 1,3783 31,69 23,00

2010 196,692 2,4141 30,66 30,45

2009 281,475 3,5181 39,60 41,56

2008 293,263 9,015 41,70 29,4

2007 121,350 3,6119 39,13 48,01

Assim sendo, podemos observar que para aconfiguração escolhida foi obtido resultados melhoresquando se normaliza o conjunto de dados antes dotreinamento. Ao normalizar os dados, ajustamos a escalade cada valor para que os valores fiquem no intervalo[0,1]. Este ajuste é necessário pois caso o conjunto dedados possua valores discrepantes (normalmente possui),estes valores irão influenciar o treinamento da rede deforma errônea.

Outra diferença significativa entre a normalização ounão dos dados foi o tempo de treinamento. Seguindo asregras descritas anteriormente, as redes cujas entradasnão foram normalizadas demoraram pelo menos o dobropara terminarem o treino, com resultados longe desatisfatórios.

Se a sua função de ativação está no intervalo [0,1],(por exemplo, função sigmoide), então você deve ter acerteza que o seu conjunto de treino esteja nesteintervalo12.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃOSeguindo a metodologia descrita acima foi possível

observar que, para as ações PETR3, é possível utilizarRNA's com significativa confiança. Mas em umaaplicação real a utilização de RNAs serve somente parafornecer subsídios para o processo decisório, o qual deveser realizado pelo usuário da aplicação. A RNA deve servista como mais uma ferramenta e não como a verdadeabsoluta. O valor obtido pela previsão deve ser vistocomo uma indicação do comportamento da ação, muitasvezes não importando o valor em si.

Foi observado que, em todos os intervalos, a previsãofoi perto do esperado menos em 2008. Embora oresultado obtido pela rede em 2008 esteja relativamente

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longe do resultado esperado, a variação neste período émuito grande. No intervalo de uma semana até o dia07/01/2009 (dia em que a cotação foi de R$29,40), osvalores foram de R$25,89 a R$29,40, chegando até aR$31,02, como apresentado na Figura 6.

Figura 6. Cotações de 23/12/2008 a 07/01/2009.

Embora o resultado no período crítico (2008) não foitão perto quanto nos períodos mais amenos, o resultadoainda pode ser considerado satisfatório, porém nãoótimo. A previsão para este período (R$26,24) só vai serobservada no fim de 2011.

Porém em outros períodos, como por exemplo, em2007 (ano que precedeu a grande crise, caracterizada poruma valorização atípica) ou em 2011 (primeiro ano derelativa estabilidade no mercado de ações) a rede obteveresultados bastante satisfatórios. Em 2009 e 2010, omercado apresentou um erro similar à rede treinada como conjunto de 2008, porém devido ao desvio padrão dosdados nestes períodos ser menor, o resultado foi maisperto do esperado.

Utilizando de RNAs também, agora com o algoritmode aprendizagem Backpropagation9, conseguiu um errode 0,0164 e tempo de treinamento de 5000 a 10000épocas no melhor dos casos, enquanto neste trabalho,utilizando do algoritmo Resilient Propagation, foi obtidoum erro de 0,0125 e 3000 a 5000 épocas. O trabalho dede Faria foi baseado nas ações PETR4, porém como asações PETR3 e PETR4 seguem os mesmos índices, foifeita esta comparação.

No trabalho de Koskela et al. (1996)13 foi comparadocomo as redes neurais Multilayer Perceptron, FIR eElman se comportam em diferentes cenários. Em umdestes cenários foi efetuada a previsão baseada em sériesgeradas numericamente, cenário que se assemelha aoapresentado durante este trabalho. O erro obtido nestecenário, utilizando as abordagens MLP, Elman e FIRforam 0,0152, 0,0261 e 0,0305, respectivamente.Novamente, o erro obtido, no melhor dos casos, pelaabordagem utilizando do algoritmo ResilientPropagation foi de 0,0125.

Outro ponto interessante é que as RNA's não sãocapazes de prever mudanças decorrentes de fatoresexteriores (por exemplo, a crise imobiliária de 2008).

Mas com dados suficientes, ela é capaz de prever se asações continuarão caindo ou subindo.

No problema descrito (e genericamente falando,qualquer problema em que o conjunto de dados sejasuficientemente grande), deve-se normalizar antes dealimentar a rede, de acordo com o intervalo de suafunção de ativação.

4. CONCLUSÃO.Tendo em vista estas informações podemos concluir

que uma RNA é capaz de gerar dados confiáveis, desdeque o conjunto de treinamento seja suficientementegrande e que seja feito um pré-processamento corretoantes de treiná-la.

No entanto, como em qualquer técnica preditiva emque valores são o produto desejado, e no caso demercado de ações, valores de tamanha magnitude, asRNA's devem ser encaradas como uma ferramenta, umauxiliador, e não uma entidade capaz de tomar decisõespor conta própria.

REFERÊNCIAS

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[5] Ribeiro CV, Goldschmidt RR, Choren R. Métodos paraPrevisão de Séries Temporais e suas Tendências deDesenvolvimento. 2009.

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[10]Haykin S. Neural Networks - A ComprehensiveFoundation. Pearson Education. 1999.

[11]Riedmiller M, Braun H. A Direct Adaptive Method forFaster Backpropagation Learning: The RPROP Algorithm.University of Karlsruhe. 1993.

[12]Sarle WS. (11 de 10 de 2002). comp.ai.neural-nets FAQ,Part 2 of 7: Learning. Acesso em 01 de 10 de 2012,disponível em:

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http://www.faqs.org/faqs/ai-faq/neural-nets/part2/.[13]Koskela T, Lehtokangas M, Saarinen J, Kaski K. Time

Series Prediction with Multilayer Perceptron, FIR andElman Neural Networks. Tampere University ofTechnology, Tampere, Finland. 1996.

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O IMPACTO DO TAMANHO DO BUFFER DE BUSCA DEINSTRUÇÕES EM RELAÇÃO À LARGURA DO ESTÁGIO

DE BUSCA EM UMA GPUTHE IMPACT OF THE INSTRUCTION SEARCH BUFFER SIZE REGARDING THE

SEARCH STAGE WIDTH OF A GPU

JOSÉ CARLOS SANCHES AMENDOA TISSEI1, JEFERSON APARECIDO SILVA BELGAMAZZI2,LUCAS DE OLIVEIRA TEIXEIRA3, CLAUDIA HEIDEMANN DE SANTANA4

1. Aluno do curso de graduação em Ciências da Computação da Faculdade Ingá; 2. Aluno do curso de graduação em Ciências daComputação da Faculdade Ingá; 3. Mestre pela Universidade Estadual de Maringá, docente no curso de Ciências da Computação naFaculdade Ingá; 4. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina, docente no curso de Ciências daComputação na Faculdade Ingá.

Rua Lápis Lazuli, 211, Jardim Santa Helena, Maringá, Paraná, Brasil. CEP: 87083-310 [email protected]

Recebido em 04/10/2013. Aceito para publicação em 07/11/2013

RESUMOUnidades de processamento gráfico (GPUs) possuem umagrande capacidade de processamento multithread e por essemotivo se tornaram uma plataforma muito popular para aexecução de aplicações paralelas. O modelo de programa-ção utilizado permite a criação de centenas de threads exe-cutando o mesmo kernel, isso e possível graças à quantida-de de unidades de processamento existentes em uma GPU.Um dos estágios mais importantes para o aumento do de-sempenho das aplicações é a busca de instruções. Nesseartigo, investigamos o efeito do tamanho do buffer do está-gio de busca de instruções em relação à largura dessemesmo estágio. Os dados utilizados na análise foram obti-dos por meio de simulações heterogêneas CPU-GPU. Atra-vés da análise dos resultados é possível notar que esse buf-fer exerce um papel fundamental no desempenho de apli-cações em geral, mas quando este é maior ou igual a largu-ra desse estágio não ocorrem grandes variações.

PALAVRAS-CHAVE: Simulação CPU-GPU, DesempenhoCPU-GPU, Busca de instruções GPU, Consumo de energia,Processamento paralelo.

ABSTRACTGraphical processing units (GPUs) have a great capacity formultithread processing and therefore have become a very pop-ular platform for running parallel applications. The program-ming model used allows the creation of hundreds of threadsrunning the same kernel, this is made possible thanks to theamount of existing GPU processing units. One of the mostimportant stages in increasing application performance is theinstruction fetch. In this paper, we investigate the effect of the

instruction search buffer size of the instruction fetch stage re-garding the width of such stage. The data used in the analysiswere obtained by heterogeneous CPU-GPU simulations. Ana-lyzing the results it is possible to realize that this buffer plays akey role in the performance of applications in general, butwhen it is greater than or equal than the width of the instruc-tion fetch stage there is no big variations.

KEYWORDS: CPU-GPU simulation, CPU-GPU perfor-mance, GPU instruction fetch, power consumption, parallelprocessing.

1. INTRODUÇÃOPrever Usualmente GPUs (GraphicsProcessing Unit)

são projetadas para um processamento gráfico de altodesempenho. Devido ao alto investimento no mercadode jogos, as GPUs se tornaram um hardware poderosoem relação ao custo monetário. Nas arquiteturas moder-nas, onde temos GPUs sofisticadas de alto desempenho,a CPU pode preocupar-se mais com os outros tipos deprocessamento, visto que o processamento gráfico con-some muitos recursos de um processador. Além de ren-derização de imagens, as GPUs vêm sendo usadas tam-bém em programas mais genéricos. Para programadores,a GPU tem sido uma boa alternativa em varias aplica-ções, principalmente as que fazem um grande uso deparalelismo.

Estes tipos de componentes aproveitam o despren-dimento dos dados disponível em aplicações gráficas,executando as instruções em vários fluxos paralelos.Devido ao seu grande poder de processamento paralelo,

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GPUs também são comumente usadas no processamentode outros tipos de aplicações, e nestes casos são chama-das de GPGPUs (General-purpose graphics processingunit).

As GPUs possuem processadores multithreadedchamados de Streaming Multiprocessors (SMs). Os SMsexecutam as threads de maneira SIMT (Single Instruc-tion Multiple Thread). SIMT e uma forma de execuçãoSIMD (Single Instruction Multiple Data) onde a mesmainstrução é buscada e executada por um grupo de threadsao mesmo tempo, onde cada thread possui seus própriosconjuntos de dados. Em um SM, threads são agrupadasem unidades chamadas Warps e são executadas simulta-neamente. Devido ao fato das threads serem executadasem conjunto, a alocação de recursos, principalmente oestágio de busca de instruções, em uma GPU é uma im-portante questão a ser tratada.

O estágio de busca é responsável por trazerinstruções da memória para a sua execução.Inicialmente, as instruções buscadas são mantidas nobuffer de instruções de busca e, em seguida, enviadaspara o estágio de decodificação. Assim, esse estágio agecomo uma porta de entrada para a execução e possui umgrande papel no desempenho do pipeline, principalmenteem arquiteturas paralelas que necessitam de umconstante fluxo de instruções, como as GPUs. Com isso,esse trabalho visa analisar o impacto da variação dotamanho do buffer de busca de instruções em relação àlargura do estágio de busca em uma GPU através daanálise de simulações em um sistema heterogêneoCPU-GPU. Assim, o principal objetivo é tentar realizar acorrelação entre o tamanho do buffer e a largura doestágio de busca.

2. MATERIAL E MÉTODOSO presente estudo foi realizado com base na consulta

de bibliografia específica da área e da temática em ques-tão. Foram consultados periódicos nacionais e interna-cionais disponíveis no portal EBSCO host da FaculdadeIngá. Foram selecionados 13 artigos entre os anos de1996 e 2014, pela relevância de informações em face doobjetivo do presente levantamento.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃOA análise dos resultados foi dividida em três pontos:

desempenho geral, no qual é discutida a implicação daalteração proposta na variação do número de instruçõesexecutadas por ciclo de clock (IPC) na GPU e CPU; de-sempenho das caches, no qual é analisada a implicaçãoda alteração proposta na taxa de acerto das caches L1,L2 e L3; e desempenho de energia, em que se analisa avariação no consumo de energia da CPU e GPU impli-cada pela alteração proposta.

Na maioria das simulações, as alterações no tamanhodo buffer de busca de instruções da GPU não tiveramgrande influência no desempenho da CPU. Esse era umresultado esperado, uma vez que, foram alterados so-mente configurações da GPU. O único caso especial foio programa GESUMMV (multiplicação escalar, vetoriale de matrizes) que as alterações do Baseline-2 e Baseli-ne-3 proporcionaram um leve speedup no IPC da CPU.No geral, as alterações negativas no Baseline causaramum leve slowdown no IPC da CPU. Com isso, existemindícios de que o tamanho do buffer de instruções daGPU impacta o desempenho da CPU.

Figura 1. GPU IPC

Analisando o impacto do tamanho do buffer de ins-truções da GPU na quantidade de instruções por ciclo daGPU, apresentada na Figura 1, é possível perceber que aredução do tamanho do buffer impacta negativamente nodesempenho da GPU. As alterações do Baseline-3 e Ba-seline-2 causaram um grande slowdown para grandeparte dos programas do Polybench/GPU. No caso dosprogramas 2MM, 3MM e GEMM, os quais implemen-tam variações de multiplicação de matrizes, o slowdowndo Baseline-3 chega a ser de quase metade se compa-rarmos ao Baseline. Isto pode indicar que diminuindo otamanho do buffer de busca de instruções da GPU o de-sempenho é fortemente afetado.

O desempenho das memórias cache L1, L2 e L3 daCPU não foram afetados positivamente ou negativa-mente pelas alterações no tamanho do buffer de busca deinstruções da GPU. Novamente, esse era um resultadoesperado, uma vez que, as GPU atuais possuem memóriaprópria integrada à placa. Isso significa que os dadosutilizados pela GPU ficam na própria memória da GPU.Assim, não existe necessidade de utilizar memórias ca-che ou RAM para armazenar tais dados.

Finalmente, a última característica analisa é o con-

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sumo de energia da CPU e da GPU. Em relação ao con-sumo de energia da CPU, novamente a alteração do ta-manho do buffer de busca de instruções da GPU nãoinfluenciou bastante o consumo de energia. Da mesmaforma, que alguns programas obtiveram speedupeslowdown, o consumo de energia se manteve proporcio-nal a essa variação. Isso significa que quanto maior odesempenho da CPU mais energia ela gasta. Em relaçãoao consumo de energia da GPU, apresentado na Figura 2,é possível observar que o aumento e a diminuição doconsumo de energia é proporcional ao aumento e a di-minuição do desempenho. Novamente, quanto maior odesempenho da GPU, mais energia ela gasta.

Figura 2. Consumo de energia da GPU.

4. CONCLUSÃO.De acordo com os resultados apresentados e analisa-

dos neste trabalho, é possível concluir que o tamanho dobuffer de instruções exerce um papel fundamental nodesempenho de algumas aplicações executadas na GPU.Por meio de uma análise superficial, é possível notar queexistem indícios de que as aplicações com o maior nú-mero de instruções vetoriais da ULA são as mais afeta-das pela mudança no tamanho do buffer, no entanto énecessária uma análise maior e mais aprofundada para seobter tal conclusão. Além disso, o consumo de energiaaumenta proporcionalmente com o aumento do desem-penho, isso ocorreu em todos os aplicativos analisados.

Em seguida, é possível verificar que não houvegrandes variações no desempenho nem no consumoenergético da CPU, e isso era um resultado esperado,pois não houve nenhuma alteração em sua arquiteturanessa simulação.

Finalmente, esse trabalho realizou a análise dedesempenho e energia através da alteração de apenasuma característica. Nesse caso, apenas o tamanho do

buffer de instruções de busca. No entanto, a alteração deuma característica pode impactar em diversas outras,com isso a análise deve ser feita variando diversasconfigurações relacionadas que podem alterar odesempenho do sistema como um todo. Assim, umtrabalho futuro é realizar à variação da largura do estágiode busca juntamente com o tamanho do buffer deinstruções de busca na tentativa de encontrar umconjunto de valores ótimo que aumente o desempenhogeral do sistema.

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Vol.3,n.1,pp.21-27 (Out - Dez 2014) Journal of Exact Sciences - JES

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A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO EMPÍRICA NAPESQUISA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

THE IMPORTANCE OF EMPIRICAL EXPERIMENTATION IN RESEARCH ONCOMPUTER SCIENCE

ANDERSON DA SILVA MARCOLINO1, HELIO HENRIQUE LOPES COSTA MONTE-ALTO2, LUCAS DEOLIVEIRA TEIXEIRA3, JEFERSON APARECIDO SILVA BELGAMAZZI4, JOSÉ CARLOS SANCHESAMENDOA TISSEI5, CLAUDIA HEIDEMANN DE SANTANA6

1. Doutorando em Ciências da Computação e Matemática Computacional do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação naUniversidade Estadual de São Paulo; 2. Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Maringá, docente no cursode Ciência da Computação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná; 3. Mestre em Ciência da Computação pela UniversidadeEstadual de Maringá, docente no curso de Ciências da Computação da Faculdade Ingá; 4. Aluno do curso de graduação em Ciências daComputação da Faculdade Ingá; 5. Aluno do curso de graduação em Ciências da Computação da Faculdade Ingá; 6. Mestre em En-genharia de Produção pela Universidade Estadual de Santa Catarina, docente no curso de Ciências da Computação da Faculdade Ingá.

Rua Lápis Lazuli, 211, Jardim Santa Helena, Maringá, Paraná, Brasil. CEP: 87083-310. [email protected]

Recebido em 05/10/2013. Aceito para publicação em 08/11/2013

RESUMOA experimentação é um processo de validação de técnicas,abordagens, ferramentas e teses. Com isso, é importante emtodas as áreas de conhecimento. Especificamente, na ciênciada computação e na engenharia de software em que os es-tudos atuais quase sempre propõem abordagens, processos eprodutos novos, o processo de experimentação deve serparte fundamental do processo de criação de modelos. Noentanto, nem sempre isso acontece na prática. Existem di-versos motivos para isso, como: a intangibilidade do pro-duto, muitas variáveis a ser controladas, custo elevado daexperimentação, entre outros. Diante disso, o objetivo destetrabalho é apresentar os princípios benefícios provenientesda experimentação da ciência da computação. Além disso,mostrar quais as principais dificuldades e motivos da nãorealização de experimentos, bem como um conjunto deferramentas especializadas de suporte ao processo de expe-rimentação.

PALAVRAS-CHAVE: Engenharia de software, Engenhariade software experimental, Pesquisa em ciência da computação,Experimentação.

ABSTRACTExperimentation is a process of validation of techniques, ap-proaches, tools and theses. Thus, it is important in all areas ofknowledge. Specifically in computer science and softwareengineering which the current studies almost always proposenew approaches, processes and products, the process of ex-perimentation must be a fundamental part of the model creation

process. However, this does not always happen in practice.There are many reasons for that, such as: the intangibility of theproduct, many variables to be controlled, high cost of experi-mentation, among others. Therefore, the aim of this paper is topresent the main benefits from experimentation in computerscience. Also, show the main difficulties and reasons for notcarrying out experiments, as well as a set specialized tools forsupporting the process of experimentation.

KEYWORDS: Software engineering, Experimental softwareengineering, Research on computer science, Experimentation.

1. INTRODUÇÃOA ciência da computação, muitas vezes considerada

uma ciência ainda imatura perante as mais tradicionais1,possui fundamental importância tanto na vida acadêmica,quanto corporativa, incluindo também as demais áreas detecnologia e afins. Os resultados obtidos na área trazemfacilidades que vão de encontro com as tarefas dodia-a-dia e ainda, trazem lucros e aumento de produtivi-dade.

Quando traçamos um paralelo desta ciência com asdemais, em termos acadêmicos, nos deparamos comproblemas, principalmente relacionados aos estudospromovidos pelos cientistas e pesquisadores desta área:faltam resultados comprovadamente testados e experi-mentados. E assim, acumulasse estudos incompletos emuitas vezes duvidosos, devido aos critérios de avaliaçãoutilizados.

As técnicas propostas pela ciência na área de expe-

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rimentação não são práticas comuns, para a grande mai-oria dos estudiosos na área tecnológica1, porém estas sãofundamentais para comprovar as pesquisas realizadas,mesmo se tratando de uma área em que os experimentos evariáveis, em sua grande maioria, são intangíveis2.

Existem ainda ferramentas de software que permitemreproduzir simulações com uma grande carga de iterações,com as propostas de pesquisa, gerando resultados confi-áveis e que muitas vezes demandaria uma vasta equipe edemasiado tempo. Tais ferramentas, como os benchmarks,propiciam a comprovação de hipóteses e assim, permitemrefutar ou aceitar estudos. No entanto, ao focarmos a áreade engenharia de software, temos um fator que, muitasvezes não pode ser medido por benchmarks, o fator hu-mano.

O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão deliteratura sobre a importância da experimentação empí-rica na ciência da computação. Além disso, discutir ospossíveis motivos para a não realização de experimentosformais em computação, os principais benefícios e fer-ramentas de suporte ao processo de experimentação.

2. MATERIAL E MÉTODOSO presente estudo foi realizado com base na consulta

de bibliografia específica da área e da temática em ques-tão. Foram consultados periódicos nacionais e interna-cionais disponíveis no portal EBSCO host da FaculdadeIngá. Foram selecionados 22 artigos entre os anos de1964 e 2012, pela relevância de informações em face doobjetivo do presente levantamento.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃOA experimentação é o centro de todo processo cientí-

fico, ou seja, novos métodos, técnicas, linguagens e fer-ramentas não deveriam ser apenas sugeridos, publicadosou apresentados sem uma experimentação e validaçãominuciosa3. Porém, especificamente, no caso de enge-nharia de software, em que geralmente os pesquisadoresbuscam o desenvolvimento de novas técnicas, métodosou ferramentas, a experimentação é pouco utilizada.

O experimento é uma etapa de pesquisa científica noqual o pesquisador manipula e controla uma ou maisvariáveis independentes e observa a variação nas variá-veis dependentes concomitantemente à manipulação dasvariáveis independentes4.

O objetivo de controlar e manipular as variáveis écapturar a relação entre as causas e seus respectivosefeitos, assim um experimento é um método que investigarelações causais entre as variáveis para comprovar ourefutar pressupostos teóricos (Figura 1).

Um pretexto bastante utilizado pelos pesquisadorespara evitar a experimentação é também uma das princi-pais diferenças entre a ciência da computação e as ciên-

cias tradicionais: o fato de que informação não é nemenergia nem matéria. No entanto, isso não faz diferençana aplicabilidade do método científico tradicional. Paraentender a natureza da informação, deve-se observarfenômenos, formular explicações e teorias, e testá-las.

Figura 1. Conceitos de um Experimento5

Além disso, experimentação ajuda a observar novosfenômenos que podem ser usados para induzir novasteorias. Sintetizando os principais benefícios da experi-mentação, podemos citar6:

●A experimentação pode ajudar a construir uma basede conhecimento confiável e assim reduzir a incertezasobre quais teorias, métodos e ferramentas são adequa-dos;

●A observação e a experimentação pode conduzir anovos conhecimentos úteis e não esperados e, dessaforma, abrir novas áreas de investigação;

●A experimentação pode acelerar o processo de eli-minação de abordagens infrutíferas, orientando a enge-nharia e a teoria às direções certas.

Quando focamos o processo de experimentação emengenharia de software, nos deparamos com diversasbarreiras e algumas incógnitas geradas pela forma comoesta é muitas vezes tratada, seja como engenharia oucomo ciência. Desta forma, a experimentação para taisestudos requerem formalismos e técnicas das ciênciashumanas, quando nos referenciamos ao fator humano,diretamente presente e ativo em tais estudos.

Experimentação em engenharia de software

A engenharia de software, devido o caráter duplo dosoftware, é muitas vezes considerada ciência e/ou enge-nharia. Este caráter duplo é identificado quando se con-sidera, a princípio, o processo de criação do produto desoftware - sendo assim, apresenta características explici-tas de produção ou engenharia. Quando são apresentadosaspectos relacionados a time-to-market e competição, háa necessidade de melhoria contínua e sequencial da qua-lidade do processo e do produto - neste contexto, apre-sentasse características científicas7.

Deste modo, metodologias específicas são necessárias

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para ajudar a estabelecer uma base de engenharia e deciência para a engenharia de software. Existem quatrométodos relevantes para a condução de experimentosnesta área: científico, de engenharia, experimental e ana-lítico8.

O método científico é um paradigma indutivo, queconsiste na observação do mundo, sugestão de modelosou teorias de comportamento, medições, análises e veri-ficação de hipóteses do modelo ou da teoria. Este métodopode ser utilizado quando é necessário entender o produtode software, o processo ou o ambiente. Assim, o objetivoé extrair do mundo algum modelo que possa explicar umfenômeno, e avaliar se o modelo é realmente representa-tivo para tal fenômeno, que é foco da observação. Assim,se trata de uma abordagem para construção de modelos.

O método da engenharia mantém as observações nassoluções existentes, sugerindo as soluções mais adequa-das, mede e analisa, e repete até que nenhuma melhoriaadicional seja possível. Desta forma é uma abordagemorientada à melhoria evolutiva, assumindo sempre aexistência de algum modelo do processo ou produto desoftware, modificando este com o propósito de melhoraros objetos de estudo.

O método analítico, ou também denominado mate-mático, sugere uma teoria formal, desenvolve a teoria,deriva os resultados e comparados tais resultados com asobservações empíricas. Assim, é um método dedutivoque não necessita de um projeto experimental no sentidoestatístico, entretanto, fornece uma base analítica para odesenvolvimento de modelos.

E por ultimo, o método experimental desenvolve ométodo qualitativo e/ou quantitativo, aplica um experi-mento, mede e analisa, avalia o modelo e repete o pro-cesso. Com isso, pode ser caracterizado como umaabordagem orientada à melhoria evolucionária. O pro-cesso tem inicio com o levantamento de um modelo novo,sendo este não obrigatoriamente baseado no já existente,e tenta estudar o efeito do processo ou produto sugeridopelo novo modelo.

Estudos experimentais, atualmente, são consideradosa melhor abordagem para o melhor entendimento e ava-liação das tecnologias que estão sendo desenvolvidas9.

Mesmo tendenciados ao uso do método experimental,os demais podem ser necessários, como por exemplo: ométodo científico pode ser utilizado para compreender amaneira como o software está sendo construído por umaorganização para a verificação de tal ferramenta, vali-dando se esta pode ser utilizada para automatizar o pro-cesso; o método de engenharia ajuda a demonstrar queuma ferramenta possui um desempenho melhor que outra;e por último, o método analítico pode provar modelosmatemáticos para conceitos, como o crescimento daconfiabilidade, a complexidade do software, o projeto oucódigo propenso a erros, etc9.

Ainda em relação à pesquisa experimental, existem

vários métodos, podendo ser classificados em10:●Pré-experimentais: São estudos exploratórios e não

se tem quase nenhum controle sobre as variáveis, a sele-ção das unidades não é aleatória, portanto são experi-mentos simples e pouco confiáveis;

●Experimentais verdadeiros: Possuem grupos decontrole além dos grupos experimentais e a seleção deunidades é totalmente aleatória;

●Quase experimentais: Estudos que realizam a me-dição ao longo de um determinado período de tempo,porém a seleção de unidades não é aleatória;

●Estatísticos: Utilizam controles estatísticos e análisede variáveis externas, são mais complexos, porém apre-sentam mais informações e permitem a avaliação de maisde uma variável ao mesmo tempo.

A escolha de qual método de pesquisa utilizar de-pende de vários fatores, como: os requisitos da investi-gação, disponibilidade das unidades e recursos, propósitoda pesquisa e da análise dos dados obtidos8.

Entretanto, mesmo tendo conhecimento do processode experimentação em si e até mesmo nos demais méto-dos, ainda há uma grande lacuna a ser preenchida quandoobservamos os trabalhos na área de ciência da computa-ção11. Existem evidências de que mais de 30% de artigospublicados em diversos periódicos relacionados à sof-tware não possuem qualquer validação experimental eapenas 10% dos artigos demonstram algum tipo deabordagem formal de experimentação11.

Quando focamos em engenharia de software, umapesquisa comandada por Tichy et al. (1995)12 apresentou400 artigos desta área, dos quais 40% não apresentaramnenhum tipo de experimentação, sendo um número alto,visto que em outras disciplinas o percentual é mantido em15%.

Tais estudos nos levam à conclusão de que a comu-nidade de engenharia de software deve melhorar seustrabalhos, reportando resultados avaliados corretamente.Com isso, facilitando a adoção de tais resultados na in-dústria e em outros ramos2. Deste modo, passamos aanalisar as várias desculpas dos cientistas da computaçãoe pesquisadores da área para a não realização de experi-mentos.

No estudo desenvolvido por Juristo & Moreno(2010)2 são apresentados algumas dificuldades para o usoda experimentação na engenharia de software:

●Desenvolvedores de software não estão a par daimportância e do significado do método científico, queatuam validando teorias e convertendo-as em fatos;

●Desenvolvedores de software não são capazes deentender facilmente como analisar os dados de um expe-rimento ou como eles serão analisados por outros, devidoà falta de treinamento;

●A ausência de livros sobre projeto e análise expe-rimental na área de engenharia de software dificulta oprocesso de aprendizagem e utilização desta em estudos;

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●Estudos empíricos, conduzidos para verificar pro-postas já existentes, apresentadas por outros pesquisa-dores, não são muito publicados;

●A grande quantidade de variáveis que influenciamno desenvolvimento de software;

●Dificuldades em obter resultados globais, pois é di-fícil determinar sobre quais circunstâncias uma técnicadeve ser selecionada. Em outras palavras, é difícil provarque uma determinada alternativa é sempre a melhor al-ternativa;

●Outra restrição importante sobre a execução de ex-perimentos em engenharia de software é o efeito do fatorhumano, pois esta é uma disciplina cujo resultado é de-pendente dos praticantes;

●Por último, um fator já apresentado anteriormente: ofato da grande quantidade de dinheiro circulando nomercado de software hoje, o que implica em uma gama denovas abordagens sendo injetadas no mercado sem umareal análise dos benefícios de seu uso.

Estas e outras dificuldades poderiam ser combatidas,se os clientes - usuários finais de tais objetos de estudo -solicitassem resultados que fossem validados experi-mentalmente.

No estudo apresentado por Feitelson (2006)13, esteconclui, após apresentar diversos fatores, que as falhas noprocesso de realização de experimentação em ciência dacomputação é na verdade um problema cultural e nãotécnico. Ainda há muitas barreiras a serem derrubadas,para isso, basta analisarmos as muitas argumentaçõesinfundadas e utilizadas como desculpas para não avaliaras pesquisas.

Deste modo, é necessário explicitar o quão funda-mental são os resultados validados com o método cientí-fico e quais os reais benefícios para a comunidade daciência da computação, e principalmente, para a enge-nharia de software, objetivando assim atingir adeptos àprática da experimentação.

Argumentos utilizados para não realizar expe-rimentação

É uma tendência na área de ciência da computação,principalmente por pesquisadores de engenharia de sof-tware, ignorar ou dar pouca importância à validação dasideias por meio de experimentação. Apesar de ser umatendência geral, questiona-se o fato dos pesquisadoresbrasileiros não realizarem experimentos de software pelaforma como o assunto foi abordado em sala de aula du-rante sua vida escolar. É também famosa a cultura do“jeitinho brasileiro”, em que geralmente prefere-se exe-cutar ao planejar, optando pelo caminho mais fácil.

É notável que em outros países exista mais foco naexperimentação como parte fundamental do ensino. Écomum em filmes estrangeiros, que apresentam o con-texto colegial, professores e alunos realizarem experi-

mentos. Essa cultura está presente desde os níveis maisbásicos da educação, tornando a experimentação presentena maioria dos trabalhos científicos.

Tichy (1998) [6] defende que o principal assunto depesquisa em ciência da computação não é meramente ocomputador, mas sim estruturas e processos de informa-ção. Desta forma, deve-se pensar sobre computadores eprogramas como modelos. De fato, modelagem é uma dasprincipais tradições utilizadas na ciência, uma vez queajuda a estudar fenômenos mais detalhadamente.

Muitos pesquisadores alegam que o nível de experi-mentação nos trabalhos em geral é bom o suficiente. Talargumento mostra-se falho quando se observa a quanti-dade de trabalhos que requerem suporte empírico, masnão o fazem. Cerca de 40 a 50% dos artigos publicados naárea de computação carecem desse tipo de validação [6].

Outro argumento usado pelos pesquisadores da áreapara eliminar a necessidade de experimentação é o custoadicional acarretado pela realização dos experimentos,uma vez que requerem muitos recursos. No entanto, aocompara com outras áreas, é possível perceber que talcusto é aceitável, pelo fato de que muitas vezes, os bene-fícios compensam o custo.

Alguns pesquisadores também alegam que demons-trações são suficientes, de modo que substituem a neces-sidade de experimentos. De fato, demonstrações podemprover provas de conceito ou incentivos para estudosmais aprofundados, de modo que apenas ilustram o po-tencial da abordagem proposta. Assim, demonstraçõesnão produzem evidências sólidas, uma vez que dependemda capacidade do observador de vislumbrar potenciais. Énecessário que haja uma análise cuidadosa envolvendoexperimentos para se obter evidências sólidas.

Outra linha de defesa contra a experimentação é aalegação de que há muito ruído na coleta dos dados.Muitas vezes, por haver muitas variáveis para controlar,os pesquisadores imaginam que resultados não terãosignificância por causa do ruído. No entanto, tal problemapode ser minimizado pelo uso de benchmarks. Um ben-chmark é uma amostra de um conjunto de trabalho quedeve ser executado pelo computador, com ou semacompanhamento humano. Tais programas devem serprojetados de forma que se possa coletar os dados dese-jados com o mínimo de ruído e ainda facilitar a repetiçãode experimentos.

A construção de benchmarks costuma ser custosa etrabalhosa. No entanto, é possível que vários laboratórioscooperem entre si para sua elaboração, uma vez que de-terminados tipos de experimento podem ser de interessede vários grupos de pesquisa. Além disso, uma vez defi-nido, um benchmark pode ser executado repetidamente aum custo moderado. Benchmarks vêm sendo utilizadoscom sucesso em diversas áreas, incluindo recuperação deinformações, reconhecimento de padrões, reuso de sof-tware, arquitetura de computadores, avaliação de de-

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sempenho, etc.De fato, em algumas subáreas da ciência da compu-

tação muitas vezes não é possível utilizar benchmarks,uma vez que envolvem a interação humana. No entanto,isto não é desculpa para não realizar experimentos. Áreascomo medicina e psicologia, que lidam com o fator hu-mano, encontraram várias técnicas para lidar com a va-riabilidade humana - como: grupos de controle, distri-buição aleatória, placebos, pré e pós-teste, balanceamento,baterias de testes estatísticos, etc.

É comum também, por parte dos pesquisadores,pensar que experimentações irão retardar o progresso dapesquisa. No entanto, o aumento da proporção de artigoscom boa validação pode acabar acelerando o progresso,uma vez que ideias questionáveis seriam descartadasmais rapidamente, fazendo com que haja mais concen-tração nas ideias mais promissoras.

Segundo Mudge (1996)14, o desenvolvimento de no-vas tecnologias ocorre tão rapidamente que quando osresultados são confirmados por meio de experimentoseles podem não ser mais relevantes. No entanto, se umaquestão se torna irrelevante tão rapidamente, talvez sejapelo fato da tal ser efêmera e não valer a pena utilizar. Ospesquisadores deveriam focar nas abordagens funda-mentais e promissoras. Além disso, deve-se antecipar taismudanças e, proativamente, realizar experimentos quepermitem explorar as consequências de tais mudanças6.

Outro problema que surge ao realizar experimentaçãona área de computação é que muitos editores e revisoresde publicações têm dificuldade em avaliar trabalhos em-píricos. No entanto, há muitos periódicos e conferênciasque os valorizam. É interessante também dividir o tra-balho em pequenos passos que possam ser publicados aospoucos, pois melhoram nosso entendimento e levantamnovas questões.

Desta forma, podemos sumarizar os principais argu-mentos utilizados pelos cientistas da computação e pro-fissionais da área para a não realização de experimentos6:

●O método científico tradicional não é aplicável;●O nível atual de experimentação é suficiente;●Experimentos são caros;●Demonstrações são suficientes;●Experimentos são trabalhosos;●Experimentação atrasa o progresso;●Tecnologias mudam muito rápido;●Dificuldade de publicação.

Benefícios da experimentação em engenhariade software

O processo de desenvolvimento de software atual sebaseia em boas práticas, experiências pessoais e obser-vações gerais, porém apenas esses fatores não podemassegurar a qualidade e conformidade do artefato resul-tante. Assim, o processo de desenvolvimento deve ser

seguido imediatamente de uma avaliação para verificar aconformidade com os requisitos iniciais com o objetivode identificar pontos falhos15.

Com isso, estudos experimentais possuem como ob-jetivo identificar se o artefato resultante do processo dedesenvolvimento obtém os resultados esperados, além deidentificar os problemas e dificuldades que as pessoastiveram ao utilizá-lo na prática16.

Além de satisfazer seu objetivo principal, a experi-mentação possui os seguintes benefícios6, 17:

●Construção de uma base confiável de conhecimentoreduzindo a incerteza sobre quais teorias, métodos e fer-ramentas são adequados;

●Propicia novas compreensões sobre áreas que estãosendo pesquisadas;

●Exploração de áreas desconhecidas, estendendo afronteira do conhecimento, possibilitando o descobri-mento de novas áreas de pesquisa;

●Eliminação de abordagens mal fundamentadas, er-rôneas e modismos, orientando a teoria em direções maispromissoras;

●Demonstração da real utilidade e benefícios de no-vas técnicas, métodos e tecnologias;

●Finalmente, no processo de formação da engenhariade software como ciência, por meio do aumento de tra-balhos científicos com experimentos significativos.

Atualmente, os argumentos para não realizar experi-mentação não são válidos, uma vez que existem muitosbenefícios em sua realização. Notada a importância daavaliação de pesquisa, observa-se também a adesão deferramentas de software e técnicas para a realização dasmesmas, visando à minimização das não ocorrênciasdestas ou a redução do número de falhas, bem comoauxiliar e acelerar tal processo.

Ferramentas de software e técnicas para a ava-liação de pesquisa

Dentre as ferramentas existentes para auxiliar etapasno processo de experimentação, com foco em diversasáreas, não somente na área da Engenharia de Software,temos:

●GQM (Goal Question Metric): Ferramenta que visafacilitar a adoção de princípios sistemáticos e possuiimportância na obtenção de métricas para o experimento[19]. Baseia-se nos princípios da avaliação orientada aobjetivos que, segundo Gladcheff, Sanches e Da Silva(2012)18, visa servir como uma metodologia genéricapara orientar a elaboração e execução de programas deavaliação da qualidade de processos na área de engenha-ria de software.

●SGWfC (Sistemas de Gerência de Workflows Cien-tíficos): Ferramenta que apóia a execução de workflowsde modo controlado e documentado. Entretanto, tal sis-tema não oferece recurso para acompanhar as três etapas

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do experimento científico como um todo (composição,execução e análise). Esta ferramenta não tem o foco naengenharia de software, visando dar suporte ao processode experimentação científico em laboratórios, entretanto,pode ser usada na área tecnológica. Como exemplos detais sistemas temos Taverna, Kepler e VisTrails19.

É possível citar ainda outras ferramentas de softwareque auxiliam no processo de tratamento dos resultadosobtidos com a experimentação e na aplicação de avalia-ções estatísticas, tais como:

●Microsoft Excel e o Calc (BrOffice): Ambos pro-gramas para a geração de planilhas eletrônicas;

●Statistica, Minitab, MathLab: Programas que lidamcom informações estatísticas, permitindo trabalhar comuma grande quantidade de dados e tratá-los com as maisdiversas fórmulas de análise e comparação de dadosnuméricos;

●AVAs (Ambientes Virtuais de Aprendizagem): Fer-ramentas disponíveis na Internet, objetivando comparti-lhamento de conhecimento, podendo servir como modode compartilhamento de resultados e explanação sobre osmais diversos assuntos. Servindo assim, para que equipespossam desenvolver seus trabalhos, mesmo estando ge-ograficamente distribuídas. Como exemplos temos oMoodle, Trello, edX, etc.

Estas ferramentas auxiliam o processo, mas aindanecessitam de certo formalismo, para serem utilizadas, ouseja, a aplicação de técnicas que permitam um controlesistematizado do experimento, desde seu projeto até aapresentação concisa dos resultados obtidos. Assim, po-demos mencionar algumas das técnicas existentes hoje,para a realização deste processo:

●Estudo de Caso: É uma técnica poderosa e flexível.Usada principalmente para investigações exploratórias,tanto prospectiva e retrospectiva, que tentam compreen-der e explicar fenômenos ou construir teorias. Caracteri-za-se por ser, geralmente, observacional ou de naturezadescritiva, embora possa ser relacional. É aplicada tam-bém na avaliação de resultados de investigação20.

●Experimento formal: É mais rigoroso que estudos decaso, por considerar um estado variável - um fator quepode caracterizar a influência do projeto e da avaliação deresultados. Experimentos formais podem ser usados paraprover o contexto no qual certos padrões, métodos e fer-ramentas são recomendadas para uso21.

●Surveys: Experimentos executados em retrospecto,quando uma técnica ou método já está em uso por algumaempresa e deseja avaliá-la em algum aspecto formal3. Asmaneiras mais conhecidas e bastante utilizadas são ques-tionários e entrevistas.

●Quasi-experiments: Experiências em que as unida-des de estudo são aplicadas a grupos experimentais nãorandomizados. Eles permitem que as investigações derelações causa-efeito em ambientes em que a randomi-zação é inadequada, impraticável, ou muito cara22.

Finalmente, temos que estudos empíricos são com-postos por experimentos formais, estudos de caso e sur-veys21. Experimentos empíricos são aqueles comprovadospela prática, ou seja, é o estudo de um objeto através detentativa ou erro, sem nenhum parâmetro estabelecido,apenas utilizando a observação.

4. CONCLUSÃO.Enfim, é possível perceber que a experimentação é

central no processo científico, pois apenas experimentostestam teorias, permitem explorar fatores críticos e tra-zem à tona novas questões, de modo que teorias possamser formuladas e corrigidas. De acordo com Tichy (1998)6,a ciência da computação está em perigo se os pesquisa-dores não usarem experimentação para validar suas teo-rias.

Algumas teorias da ciência da computação, comoprogramação funcional, orientada a objetos e métodosformais, nunca foram avaliadas para se verificar sua realveracidade. Muitos destas acabam sendo, de certa forma,experimentadas diretamente pelo usuário final, como emempresas e também no meio acadêmico. Isto pode agre-gar muitas vezes gastos e riscos desnecessários, pois ouso de técnicas e métodos não comprovados podem maisprejudicar do que colaborar com o desenvolvimento deum projeto.

Ainda falta visão quanto ao impacto de um estudocarente de avaliação, principalmente quando falamos detecnologia. Com o advento da Internet, em poucos mi-nutos, novos conhecimentos são difundidos de um ladodo globo a outro, e muitas empresas se baseiam no co-nhecimento divulgados sem se preocupar em identificar averacidade dos resultados e estudos disponibilizados.Assim, acabam muitas vezes investindo em algo que,muitas vezes, não gerará o retorno esperado.

REFERÊNCIAS

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Springer. 2012.[9] Travassos GM, Shull F, Fredericks M, Basili VR. Detecting

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Vol.3,n.1,pp.28-30 (Out - Dez 2014) Journal of Exact Sciences

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NORMAS PARA PUBLICAÇÃOJOURNAL OF EXACT SCIENCES

ESCOPO EDITORIALJournal of Exact Sciences - JES é um periódico

voltado a publicações da área das Ciências Exatas, comperiodicidade trimestral, exclusivamente online, no for-mato Open Access Journal*, publicado em Língua Por-tuguesa pela Master Editora.

Journal of Exact Sciences - JES destina-se à publi-cação de artigos originais, revisões/ atualizações literáriase relatos de casos/ técnicas profissionais, os quais umavez encaminhados, serão submetidos à análise ad hoc.

Journal of Exact Sciences - JES tem como públi-co-alvo: estudantes de graduação e pós-graduação (Latosensu e Stricto sensu), além de docentes e pesquisadoresem áreas das Ciências Exatas e afins, estando aberta àcomunidade científica nacional e internacional.

Os manuscritos submetidos para publicação no pe-riódico JES devem ser originais e não divulgados pre-viamente. Serão aceitos para submissão: manuscritosoriginais, de revisão/ atualização e relatos de casos outécnicas profissionais.

O manuscrito será submetido inicialmente ao Edi-tor-Chefe do periódico JES para uma análise preliminarde mérito, relevância e contribuição para expansão dafronteira do conhecimento científico. Eventualmente,os artigos poderão ser publicados a convite do Edi-tor-Chefe do periódico JES.

Uma vez que o manuscrito submetido seja aceito pa-ra publicação, a Master Editora e o periódico JES pas-sam deter os direitos autorais exclusivos sobre o seuconteúdo, podendo autorizar ou desautorizar a sua vei-culação, total ou parcial, em qualquer outro meio decomunicação, resguardando-se a divulgação de sua auto-ria original. Para tanto, deverá ser encaminhado juntocom o manuscrito uma “Carta de Transferência deDireitos Autorais” (disponível na página de JES), con-tendo a assinatura de cada um dos autores.

Com o parecer preliminar favorável do Editor-Chefe,o manuscrito seguirá para dois pareceristas ad hoc. Cadaum deles receberá os textos sem a identificação do(s)autor(es). Após o recebimento do parecer das duas aná-lises ad hoc, o Editor-Chefe encaminhará o parecer finalao(s) autor(es).

Dois pareceres ad hoc desfavoráveis à publicação domanuscrito implica na recusa automática do periódicoJES em publicar o manuscrito sob a forma de artigocientífico, sendo as considerações motivadoras da deci-

são editorial devolvidas ao(s) autor(es).O parecer favorável para publicação de apenas um

dos pareceristas ad hoc, leva o manuscrito novamentepara análise do Editor-Chefe, que poderá decidir pelapublicação (como um terceiro parecerista), ou efetiva-mente encaminhá-lo para uma terceira análise ad hoc,após o que, havendo dois pareceres favoráveis o manus-crito poderá ser publicado.

Quando e se necessário, serão solicitadas alterações erevisões aos autores. Ao Conselho Editorial reserva-se odireito de aceitar, sugerir alterações ou recusar os traba-lhos encaminhados para publicação. Ao periódico JESse reserva ainda o direito de realizar alterações textuaisde caráter formal, ortográfico ou gramatical antes deencaminhá-lo para publicação.

Frisa-se que os conceitos emitidos nos textos são deresponsabilidade exclusiva dos autores, não refletindoobrigatoriamente a opinião do Corpo Editorial do perió-dico JES. Finalmente, a Editora Master e o periódicoJES, ao receber os manuscritos, não assume tacitamenteo compromisso de publicá-los.

* O formato Open Access Journal (Revista Científica deAcesso Aberto) garante que o acesso aos artigos publi-cados seja irrestrito e gratuito. Os autores não terão ne-nhum custo financeiro para submissão e a subsequenteanálise do manuscrito pelo corpo editorial de JES. En-tretanto, caso um manuscrito seja aceito para publica-ção, o autor responsável (autor de correspondência) po-derá confirmar o interesse pela publicação realizando opagamento da taxa de publicação, no valor deR$ 150,00 (cento e cinquenta reais), em função doscustos relativos aos procedimentos editoriais.

Em caso de dúvidas, críticas ou sugestões, entre emcontato com a Editor-Chefe do periódico Journal ofExact Sciences - JES pelo e-mail:

[email protected]

1. SUBMISSÃO do MANUSCRITOOs manuscritos redigidos conforme as normas edito-

riais de Journal of Exact Sciences - JES deverão sersubmetidos online para análise editorial. No menu dowebsite de Journal of Exact Sciences - JES, será pos-sível escolher a opção “Submissão de Artigos”. Se estefor seu primeiro acesso escolha a seguir a opção

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“Cadastre-se”. Complete os campos solicitados comseus dados, e escolha uma senha, para ao final de seucadastro acionar o botão “Confirmar”.

Novamente na página “Submissão de Artigos”, en-tre com seu e-mail e senha cadastrada.

Será solicitado que você complete os campos “Títulodo artigo”, “Subtítulo do artigo” (se houver), “Auto-res”, na mesma ordem do manuscrito e seleção do pe-riódico de seu interesse; no caso, Journal of Exact Sci-ences - JES.

Finalmente, faça o upload de seu arquivo (word.doc)e acione o botão “Enviar” e encerre seu ambiente onlineacionando o botão “Sair”.

2. NORMAS PARA PUBLICAÇÃOEstrutura do manuscrito

Original (experimental clássico): identificação do(s)autor(es), resumo, palavras-chave, abstract, keywords,introdução, material e métodos, resultados, discussão,conclusões, agradecimentos (se houver), financiamento(se houver) e referências.

Revisão ou Atualização: identificação do(s) au-tor(es), resumo, palavras-chave, abstract, keywords, in-trodução, material e métodos (descrevendo os parâme-tros utilizados para a seleção das referências bem comode outros parâmetros que o(s) autor(es) julgar(em) ne-cessários), discussão -exclusivamente textual ou ilustra-da com elementos gráficos como figuras e tabelas, paramelhor visualização dos dados sob análise do(s) au-tor(es), conclusões, agradecimentos (se houver), finan-ciamento (se houver) e referências.

Relato de Caso Profissional: identificação do(s)autor(es), resumo, palavras-chave, abstract, keywords,introdução (breve), descrição do caso, discussão (con-temporizando o caso apresentado com a literatura cientí-fica especializada), conclusões, agradecimentos (sehouver), financiamento (se houver) e referências.

Relato de Técnica: identificação do(s) autor(es), re-sumo, palavras-chave, abstract, keywords, introdução(breve), descrição da técnica relatada, discussão (con-temporizando a técnica em questão e suas inovações,potencialidades e/ou limitações com aquelas comumentedescritas na literatura científica especializada), conclu-sões, agradecimentos (se houver), financiamento (sehouver) e referências.

Preparação do manuscrito, segundo as normaseditoriais do periódico

1- TEXTO: deve ser redigido em no máximo 12 pági-nas, em formato eletrônico utilizando como editor detexto o Microsoft Word, com espaçamento simples,sem espaços ociosos entre os parágrafos, fonte TimesNew Roman e fonte de tamanho 11. As margens devem

ter 3 cm à esquerda e à direita e 2 cm acima e abaixo.O texto deverá estar justificado à página. Para a reda-ção, utilize-se da terceira pessoa do singular e do ver-bo na voz ativa.2- TÍTULO: em português, deverá estar em negrito ecentralizado no topo da primeira página, utilizando-sefonte de tamanho 12, em caixa alta. O título em inglês,logo abaixo, deverá ser redigido em fonte de tamanho11.3- IDENTIFICAÇÃO DO(S) AUTOR(ES): o(s) au-tor(es) deverá(ão) se identificar logo abaixo dos títulosem português e inglês, com o nome digitado em CAIXAALTA e justificado à página. Depois do nome do(s)autor(es), deve constar respectivamente a titulação einstituição a que pertence/representa. Exemplos:JOÃO DA SILVA. Aluno do curso de graduação em En-genharia Civil da Faculdade Nonono.JOSIANE MEDEIROS DE MELLO. Doutora pela Fa-culdade de Agronomia da Universidade Nonono, docen-te do curso de Agronomia da Universidade Momomo.4- ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:abaixo da identificação do(s) autor(es), deve conter osdados do autor responsável pela correspondência: rua,bairro, cidade, estado, país, CEP e e-mail. Preferenci-almente, o orientador do estudo deverá ser o contato como Corpo Editorial do periódico JES, fornecendo prefe-rencialmente seus contatos profissionais.5- RESUMO/ ABSTRACT: logo abaixo do endereçopara correspondência, deverá ser digitada a palavraRESUMO, alinhado à esquerda, em negrito e em caixaalta. Na linha seguinte, deverá ser apresentado um breveresumo do manuscrito, com no máximo 200 palavras,seguido de 3 a 5 PALAVRAS-CHAVE*. O resumo deveressaltar o fator motivador para a redação do trabalho,sendo composto por frases simplificadas (concisas),afirmativas, sem apresentação de itens enumerados comtópicos. Deverá ser redigido em parágrafo único. Sím-bolos que não sejam comumente utilizados, fórmulas,equações, diagramas, entre outros, devem ser evitados.O ABSTRACT, de mesmo teor do resumo deverá serapresentado abaixo do resumo e seguido pelasKEYWORDS*, com significado equivalente às pala-vras-chave.6- INTRODUÇÃO: abaixo do Abstract, escreva a pala-vra INTRODUÇÃO, centralizada e em negrito. Nesteitem, deve ser abordado o referencial teórico pesqui-sado para a elaboração do artigo. Se necessário, o textopoderá ser subdividido por subtítulo(s) sugestivo(s),grafados com alinhamento à esquerda e em negrito. Aintrodução deverá ser finalizada com a hipótese e o(s)objetivo(s) do estudo realizado, sem a necessidade deevidenciá-los em subtítulos.7- MATERIAL E MÉTODOS: depois da introdução,deverá constar o item MATERIAL E MÉTODOS, cen-tralizado e em negrito. Neste item, os autores devem

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detalhar os recursos materiais e metodológicos utili-zados para realização do trabalho. Abreviaturas: para unidades de medida, utilize

somente as unidades do Sistema Internacional deUnidades (SI). Utilize apenas abreviaturas e sím-bolos já padronizados, evitando incluí-las no títulodo manuscrito e no resumo. O termo completodeve preceder a abreviatura quando ela for em-pregada pela primeira vez, salvo no caso de uni-dades comuns de medida.

8 – RESULTADOS: a seguir, constar o item RESUL-TADOS, centralizado e em negrito nos manuscritoschamados de originais (experimentação clássica), comresultados inéditos. Revisões/ Atualizações da Litera-tura ficam dispensadas deste item de formatação.Figuras e Tabelas (se houver) deverão ser inseridas pelosautores no corpo do texto em local onde sua visualizaçãofacilite a compreensão dos resultados apresentados. NoRelato de Caso Profissional e no Relato de Técnica osresultados fazem parte da discussão, não sendo especifi-cados separadamente. Se houver Figuras, recomenda-se que sejam colo-

ridas, com numeração arábica progressiva. O títu-lo da figura deverá aparecer abaixo desta, seguidopela sua respectiva legendas (se houver), em fontede tamanho 10. As figuras devem possuir pelomenos 300 dpi, no formato .JPG. Não serão acei-tas imagens fora de foco;

Se apresentar Tabelas, o título desta deverá serinserido sobre (acima) da tabela, com numeraçãoarábica progressiva, indicando, logo abaixo, a fonteda pesquisa (se houver), ou algum item de obser-vação relevante para interpretação de seu conteúdo.Os resultados apresentados em tabelas não devemser repetidos em gráficos, e vice-versa;

Note que não deverá ser feita inserção os elementosdenominando-os como: esquema, diagrama, gráficoetc. Os elementos gráficos do artigo necessaria-mente deverão ser chamados de Figura ou deTabela.

Recomenda-se que o total de Figuras e Tabelas nãoseja superior a oito.

No texto, a referência às Tabelas ou Figuras deveráser feita por algarismos arábicos.

9- DISCUSSÃO: após a apresentação dos resultados,deve constar o item DISCUSSÃO, centralizado e emnegrito. Os autores deverão comentar sobre seus achadosexperimentais, contextualizando-os com os registrosprévios na literatura científica especializada.10- CONCLUSÕES: Após a discussão, deve constar oitem CONCLUSÕES, centralizado e em negrito. O(s)autor(es) deverá(ão) responder de modo afirmativo ounegativo sobre a hipótese que motivou a realização doestudo, por meio do alcance dos objetivos propostos. Noúltimo parágrafo, o(s) autor(es) poderá(ão) expressar sua

contribuição reflexiva (de cunho pessoal), e/ou versarsobre as perspectivas acerca do estudo realizado.11- FINACIAMENTO: o(s) autor(es) deve(m) indicarainda a(s) fonte(s) de financiamento da pesquisa (agên-cias de fomento, empresas, etc.).12- REFERÊNCIAS: É o último item de formatação domanuscrito, sendo identificada pela palavra REFERÊN-CIAS, centralizada e em negrito. As referências devemser numeradas de forma consecutiva de acordo com aordem em que forem mencionadas pela primeira vez notexto e normalizadas no estilo Vancouver. Utilize fonteTimes New Roman de tamanho 9. Listar todos os au-tores quando até seis; quando forem sete ou mais, listaros seis primeiros, seguidos de et al. As referências são deresponsabilidade dos autores e devem estar de acordocom os originais.

Exemplos de referências:

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