33 Caderno Cultural Final

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 es ORDEM E PROGRESSO COARACI! E-mail Informativoc ultural162 @gmail.com/ Nosso Site informativo cultural.w ix.com/coaraci Celular C laro- 8121-8056 / 50 0 exemplares di stribuídos me nsalmente CADERNO CULTURAL Setembro de 2013, XXXIII Edição. 16.5 00 já distribuídos nº33

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 es

E PROGRESSO COARACI!

E-mail [email protected]/Nosso Site informativocultural.wix.com/coaraciCelular Claro- 8121-8056 / 500 exemplares distribuídos mensalmente

O CULTURAL

Setembro de 2013, XXXIII Edição. 16.500 já distribuídos

nº33

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Caderno Cultural de Coaraci

Data da Fundação: 07 de dezembro de 2010Publicações: Fatos Históricos, Geografia da Região,

Aspectos Sociais, Econômicos e Políticos, Artes,

Música, Poesias e Cultura da Terra do Sol. Dozepáginas de informações ilustradas, com mapas,fotografias e matérias pertinentes.Patrocínio: Comércio de Coaraci

Tiragem mensal: 500 exemplares por mês;Distribuição: Gratuita;

Colaboradores: Escritores, Poetas, Jornalistas;Matérias Publicadas: Teor crítico, educativo,

poético, artístico, cultural, social e politico;Tempo de circulação: Dois anos e oito meses.

Visite nosso site:  informativo cultural/coaraci.

CAPA, PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO,EDITORAÇÃO E ARTERIALIZAÇÃO:

Paulo S.N.Santana

IMPRESSÃO GRÁFICAGRÁFICA MAIS

TRABALHE CONOSCOCaderno Cultural de Coaraci

(73)8121-8056/9118-5080/3241-1183

CARTAS À REDAÇÃ[email protected]

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PARA ANUNCIAR

C A D E R N O C U L T U R A L D E C O A R A C ID O I S A N O S E O I T O M E S E S D E I N F O R M A Ç Ã O C U L T U R A L

TER E SER

''Está escrito: Não só de pão vive ohomem.''Lc 4.4

Texto adaptado por PauloSNSanatana

Fonte:ste é um tema bastante discutido nos dias de hoje. Muitos estãontando ''ser'', cansados do materialismo, e, nesta busca,equentam seminários, fazem retiros espirituais, leem coleções devros, praticam meditação, etc.utros, as grandes maiorias, com os corações ainda imbuídos dambição insaciável, voltam-se, unicamente, para o ''ter''. Colocamda sua energia em conseguirem postos e haveres que os realizem. Earo que, se vivemos num mundo material, precisamos de coisasateriais. O alimento, a saúde, o transporte, o lazer, a arte, deveriam

er um direito de todo e qualquer ser humano.ver tranquilo e com conforto é uma meta sadia de vida.ntretanto, temos dois lados de uma moeda triste: aqueles que sãoivados de tudo ou quase tudo, pela má distribuição das riquezas,uto de sistemas sociais injustos, e aqueles que desejam ter além do

ecessário. Que querem mais, sempre mais.ofrem provavelmente, de uma neurose compulsiva.ão é preciso que se sinta culpa pelo desejo de ter. Como jáirmamos, esta é uma aspiração natural e saudável no ser humanoara que tenha uma vida agradável e feliz.necessidade de ''ter'' passa a ser uma doença, em nível pessoal,

xatamente, quando se torna um objetivo em si. Temos, neste caso,ma neurose compulsiva ou obsessiva. E ela torna-se uma doençacial, que, hoje, tomou conta do organismo coletivo, como umncer, quando as pessoas passam a ser valorizadas unicamente pelo

ue tem e toda a sociedade compele o indivíduo a lutar, arduamente,elo sucesso, como se a vida fosse uma maratona, em que todosmejam o primeiro lugar.

ste tipo de atitude gera os mais graves desequilíbrios, violência,iséria, mendicância, etc., são frutos desta crise filosófica.preciso que façamos uma reflexão séria: O que procuramos nestada? Pelo que lutamos? A que aspira o nosso coração? E como nosmportamos nesta luta terrena? Acreditamos que os fins justificam meios? Mesmo que estes meios signifiquem mentir, fingir, magoar,

ajular, desrespeitar as necessidades, os sentimentos e a privacidadeo nosso próximo? Mesmo que estes meios criem a injustiça, aesigualdade, a miséria e a violência?claro que, se estamos aqui, temos de nos preocupar com as

uestões terrenas e cotidianas! Temos de lutar com dignidade pelabrevivência nossa e pela da humanidade. É natural que queiramosmida sobre a mesa, um teto decente sobre as nossas cabeças eesmo conforto e beleza. Como ''nem só de pão vive o homem'' éatural que queiramos tempo livre para criar, pensar e gozar de toda aeleza da vida! Entretanto, o luxo, o acúmulo, o que nos sobra é o quelta a tantos... E, se a vida continua após a morte, o que levaremosnosco? O que acumulamos em bens materiais, ou aquilo queomos''?...vimos que o homem é um projeto inacabado. Até pelo lado físico.

e é animal que nasce mais incapaz e que tem de conquistar suadependência, dia a dia. O bebê humano, se deixado a mingua,mplesmente morre. Isto significa que ele tem que se fazer: aí está a

mportância do ''ser''.ão importa acreditar ou não em Deus, ter ou não religião. Uma coisa,orém, é certa: o homem só é feliz quando se realiza, isto é, quandoesenvolve tudo aquilo que nele existe em potencialidade: a

pacidade ilimitada de amar, compreender, perdoar, acolher; apacidade intelectual, que abrange, hoje sabemos, também, o

esenvolvimento de ''poderes'', antes tidos como extra-sensoriais; apacidade de criar, de renovar, de conviver, etc. Enfim quando ele

esenvolve todas aquelas características que são nitidamenteumanas.uais as consequências para o indivíduo e a sociedade de umambição desenfreada?

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UMA CASA MAL 

 ASSOMBRADA!De:PauloSNSantana

Essa história absolutamente verdadeiraaconteceu em uma das fazendas deparentes ha muito, muito tempo atrás.

Era uma bela fazenda, que abrigavacentenas de famílias de trabalhadores,agricultores e vaqueiros. Na casaGrande habitava uma família numerosa,com muitas crianças, adolescentes,adultos e idosos, além de serviçais. Erauma casa grande na acepção da palavra:Três pavimentos, muito bem divididos,planta elaborada por EngenheirosPortugueses, em estilo Europeu.Construída no alto da colina, de ondevia-se toda pradaria, e podia-se ver aentrada principal cercada por árvores,que formavam um corredor verde,

cercas pintadas de branco ladeando aestrada de pedras polidas pelo tempo.Havia muito trabalho naquelapropriedade, centenária. Mil cabeças degado nelore, cafezal, e centenas dehectares de cacau. Cercando a imensamansão, um pomar e uma bela horta emuitos pássaros e cães.Mas nem tudo por ali eram flores. Haviamuito trabalho, exigido o cumprimentode horários, a fazenda era uma grandeempresa, dirigida com mãos de ferro.

Haviam muitos escravos. As mulherescuidavam da limpeza da casa, lavagemde roupas e alimentação. Mulheresnegras lindas. As filhas do fazendeiroeram brancas com traços europeus,esbeltas, curvas perfeitas, perfumadas,especialmente educadas. Passavam osdias estudando, lendo e andando acavalo.

Havia rixas entre os trabalhadores,fofocas entre as mulheres, disse medisse inimizades e ódios reprimidos. Foinesse cenário, que aconteceu oimpensável. Um assassinato! Em umanoite calma, quando todos já sepreparavam para dormir. Alguém gritaaterrorizado! Mataram a filha do patrão!Mataram a filha do patrão! Os gritosecoaram na fazenda e logo foramchegando os curiosos. A vitima era a filhamais velha do Patrão. Estava despida.Foi estrangulada. Mas não havia

nenhuma indicação de arrombamento ouroubo. Alguém daquela fazenda haviacometido aquele assassinado. Tudoindicava uma agressão sexual. Quemseria o assassino? Não havia provascontra ninguém. Começaram então ainvestigar e especular, até que surgiu umsuspeito.

Um rapaz que era visto constantementeao lado da bela moça. O suspeito foicaçado, preso, julgado e condenado àmorte por enforcamento em 24 horas.Foi julgamento rápido, impreciso einjusto. O suspeito fora enforcado eseus membros foram decapitados eexpostos no terreiro da propriedade.

O as sas s i no as s i s t i u a t udosilenciosamente, postado ao lado docorpo da vitima, demonstrando tristezae revolta.Nada seria como antes naquelapropriedade. A casa ficou triste, vazia emisteriosa. As noites passaram a seraterrorizantes: cachorros latiam, gatosmiavam, panelas caiam, chumaços decabelos caíam do telhado na mesa do jantar, ouvia-se gritos terríveis quevinham do sótão, risadas cínicas eassustadoras ouvidas no quarto dafalecida, gritos desesperados que

invadiam o silencio da noite.Como passar a noite naquela mansão?Convidaram então um médium vidente,para investigar os acontecimentos,procurar uma explicação para aquelesterríveis acontecimentos. Um vidente,irmão Souza, que andou solitariamentepela enorme mansão, por duas noitesaté que entrar no quarto da falecida.Sentiu algo incomum, frio e tenebroso.ficou assustado, mas continuou atento aalgum sinal, esperava um contato com aentidade que estava provocando aqueleterror. Viu então em um canto do quarto,na penumbra, um vulto negro de umhomem, aproximou-se e identificou ovulto como Arnoldo, tio da moçaassassinada. Ele contou então que haviafalecido em uma troca de tiros. Estavaaterrorizado e arrependido. Confessouo assassinato da sobrinha e seusentimento de culpa pela condenação deum inocente. Suplicava perdão. Ondeestava só havia, gritos e desespero, nãohavia a paz, estava sendo açoitado porentidades agressivas. O vidente ouvia atudo atenciosamente. O espirito estava

acompanhado por uma dezena deentidades agressivas, zombadores,cruéis que protagonizavam o terrordaquela família. O espirita entãoperguntou: O que queriam?O Espirito de Arnoldo respondeu que sóabandonaria aquela casa quando osfamiliares da vitima, encomendassemuma missa. Que só assim eles poderiamseguir seus terríveis destinos. Disse emtom de ameaça e desespero quee n q u a n t o h o u v e s s e ó d i o , eressentimento, eles não deixariamninguém em paz. O Irmão Souza,

ordenou então que se retirassem dacasa e que ali não voltassem antes do diada missa, que foi realizada oito diasdepois na sede da fazenda. Daquele diaem diante as noites voltaram a sersilenciosas, e misteriosamente calmas.

Acredite se quiser!

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RENATO LEALRENATÃO

Um amigo que deixou saudades. Umi rmão das boas ho ras . Umcompanheiro de equipe. Apoiavamovimentos, tinha opinião, criticava

violentamente assim como era gentil ecavalheiro. Era temperamental esolidário. Muitas tabelinhas fizemosnos bares de Coaraci. Sempre bemhumorado, mesmo nas horas maisdifíceis, jamais jogou a toalha.Pai de família dedicado e bom amigo,seus filhos e esposa eram seu portoseguro.Meu amigo Renatão. Se no Céu tiverfutebol com certeza será um zagueirotitular absoluto.

COSME SOUZA DE JESUSCOSME ROBERTO

CARLOSMora no bairro Bela Vista é católicopraticante. Parou de estudar ésolteiro, mora sozinho. É conhecido

em Coaraci como Cosme, RobertoCarlos. Os coaracienses o conhecembem, pela voz e pelo repertóriomusical religioso que gosta de cantar.Cosme Roberto Carlos tem o costumede cantar quando está andando pelasruas da cidade. Possui uma vozcomum, no entanto não há quem nãoidentifique imediatamente seutimbre.É uma figura que simboliza a culturada Terra do Sol.

Após o gol, no intervalo de jogo o radialistaperguntou a ele, como tinha acontecidoaquele gol, tão importante para o Bahia, quesaiu de seus pés? Ele saiu com a seguintepérola: - Disse: ''eu fiz que ia, não fui eterminei fondo e marquei o gol''.Ninguém intendeu nada e ficou por issomesmo.

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RATO

Vê se pode!!

Coaraci tem cada personagemcurioso! Tem gente que canta, genteque dança, outros são engraçados

outros sem graça, outros normais emuitos anormais. José Edmilson,conhecido o Rato, por ser muito rápido jogando bola, diz que já jogou emvários times e seleções em Coaraci.Mas o robe de Rato é contar ashistórias, sobre quando jogavafutebol. Até na seleção diz ter jogado.Diz que jogou ao lado de Toinho,Hamilton Quebra Banco, Massa Bruta,Boginho, Beto Astronauta e muitosoutros. Rato Branco é um cara boapraça, alegre, desinibido, e que alegra

as pessoas com suas históriasmirabolantes da época que jogoufutebol.Rato gosta de falar de umbaba que jogou no meu time, lá noCSU, lembra do meu futebol, diz quefoi fã dos lançamentos e passesinteligentes que saíam dos meus pés.

Em outra oportunidade ganhou umapartamento como pagamento dasluvas, pelo Bahia. Foi então visitar oimóvel, chegando no edifício, que tinha

dois imóveis por andar, entrou em umque estava com a porta aberta. Ládentro, desconfiado, com aquilo tudo, láno alto, pequeno, sem quintal, para criarseus passarinhos, olhou para baixo,ficou tonto e assustado.Quando entra o verdadeiro proprietário,deparando-se com ele. Perguntou o quefazia ali? Baiaco muito natural, achandotudo muito normal, então sugeriu que afamília fosse para o outro apartamento,que para ele era igual mesmo. Ai foiaquele espanto. Até ele convencer-se

de que deveria ir para o seu imóvel.Despediu-se com um largo sorriso,admirado por todos, por ser tão simplese craque ao mesmo tempo.

HISTÓRIAS DE BAIACOTexto de PauloSNSantana

Baiaco foi um jogador de futebol dosanos 80 que jogou no Esporte ClubeBahia. Natural de São Francisco doConde. Não frequentou os bancos daescola. Por isso tinha dificuldades deexpressão, tornando-se tímido eengraçado quando tentava explicaralgumas situações vividas no futebol.Em uma delas o jogador fez um gol,muito importante para equipe doBahia, que precisava do resultado paraclassificar-se em um CampeonatoNacional.

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  ACREDITE MINHA GENTEDe Nilo Bonina

 Acredite minha gente,No que eu vou relatar,Eu sei que é muito triste,Mas vou tentar explicar.Antigamente as mulheresEram empregadas do lar.

Na sociedade,As tarefas das mulheresResumiam-se emLavar, cozinhar e passar.Uma triste realidade.O preconceito era grandeNo interior e na cidade.As mulheres aguentarammuitas humilhações,Não podiam nem votarNa época das eleiçõesO marido tinha nome,Mas era chamado de Senhor,Só se falava em Doutor,Já vem o Vereador,O Prefeito, o Governador,O Deputado, Senador,Presidente, DesembargadorNo passado, era uma covardia.Cozinha, cama e mesa,Tinha isso, todo dia.O homem sempre mandava,E a mulher obedecia.Hoje é bem diferente,Tudo tem que ser igual,A mulher assimComo o homem,Tem o mesmo respeitoA mesma moral.Hoje em dia,A mulher é bem diferente,Já passou aquela agonia.A mulher hoje é destaque,Da nossa democracia.Agora que tudo mudou,A diferença é esmagadora,Já temos Vereadora,

Deputada, Governadora,Prefeita, Senadora,Presidenta e Desembargadora.Vamos comemorar.A mulher mudou a história,Não vai mais apanhar.Com a lei Maria da Penha,Muito marmanjo vai penar.Quebramos um grande tabu,Mudança de verdade,Elegemos uma mulher,Para Prefeita da cidade.

Agora Prefeita,As mulheres te pedem,E vou lhe transmitir,Promova o desenvolvimentoDa nossa Cidade,Com transparência e Competênciae HonestidadePois amamos Coaraci.

NOSSO

PATROCINADOR

GILBERTO

LYRIO NETO

WALDECK BARRETONOGUEIRADe Enock Dias

Comerciante bem sucedido, duranteseis ou sete anos substituiu asatrações do Parque Estrela do Sul,responsabilizando-se pela alegria dacidade, contratando parques de

diversões para animar os festejosnatalinos em Coaraci. Esses parqueseram instalados ao longo da Av.Almerinda de Carvalho Santos àmargem esquerda do rio Almada,sempre nas proximidades do seucomércio. Nogueira, porém, nãodemoraria a deixar Coaraci, indofixar residência em Itabuna. Parquesoutros continuaram a se instalar, orana praça Jário Góes, ora nasimediações da rodoviária, até aolado de uma pequena Igreja, na

r e g i ã o d a F e i r i nha , m as ,inte i ramente ignorado pe lapopulação.

APELIDOS ANTIGOSTexto de PauloSNSantana

A sociedade é determinante nod e s e n v o l v i m e n t o d e u m acomunidade. Pessoas relacionam-se, heterogeneamente, discutemideias, divergem de opiniões,amam-se e odeiam-se, pedem paz,vivem na busca desenfreada pelaindependência que nunca vem. Masvivem, respiram, passam o tempo.Os dias passam as pessoasenvelhecem e ficam apenas aslembranças, boas ou ruins. Tudod e v i d a m e n t e h i s t o r i a d o ,documentado e registrado nasmentes mais vazias. Os homens emulheres têm suas característicaspróprias, e são conhecidos por elas,através de nomes ou apelidos. EmCoaraci como em toda região éassim.

Estava lendo o livro de meu amigoEnock Dias, quando na página 139me deparei com uma dezena dessesapelidos afetivos sarcásticos ecomuns, mas que determinaram ahistoria de personagens que viveramaqui muito tempo atrás. Resolvientão relacionar para vocês leitoresdo Caderno Cultural: Cipoada,Pomada, Arrependido, Farinha-Boa,Mendegue, Curinga, Júlia Doida,Gogó-de-sola, Calça-Frouxa, Calça-Pura, Cabeça-de-Pule, Pé-de-banda,

Pão, Pão quente, Maria-Sapeco,Quebra-Banco, Periquito, Massa-Bruta, Frasco, Rolete, Ioiô, Bago,Bago-mole, Legume, Tureba,Cabeção, Jegue-Manso, Deca, Piau,Pombinho, Maninho, Zé Cima...Nomes que jamais serão esquecidose muito interessantes de seremlembrados.

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O PAPA É POPTexto adaptado por PauloSNSantana

O papa Francisco, recebeu o Repórter Gerson Camarote doGlobo News e falou ao fantástico sem reservas sobre temasmuito delicados, como o caso dos escândalos no Vaticano.Muito simpático ele falou também sobre a perda de fieis nagreja Católica e disse o que espera dos Padres e Bispos a

partir do seu próprio exemplo de simplicidade e comentou acalorosa acolhida que recebeu do Rio de Janeiro. Falouambém sobre as manifestações que tomaram as ruas do

Brasil, e deixou pros brasileiros de todos os credos umamensagem especial na tarde de quinta feira na residênciaAssunção Morro do Sumaré. O Papa Francisco que ficouhospedado aqui durante a jornada mundial da juventudeabriu mão do descanso depois do almoço para receber aequipe brasileira. Como de hábito estava bem humorado.Ao final da entrevista ganhou uma camisa do Flamengo, dasmãos do Padre Alexandre, escolhido pelo próprio Papa paraer seu secretário particular no Brasil. E um pouco antes

brincou com a chuva e frio que acompanharam a jornada

mundial da juventude.

Disse que esperava um pouco mais quente, mas que elenão sentia frio. Principalmente por vir de um País maisfrio ainda. Disse que sabe o que é o frio e considerou ofrio do Brasil normal. Disse que foi recebido com umcalor humano que não conhecia, e que o povo brasileirotem um grande coração. Quanto à rivalidade entre osdois países já esta superada totalmente, mesmo porque a rivalidade fora negociada de uma forma positiva,o Papa é Argentino e Deus é Brasileiro.Quanto à simplicidade, disse que o carro que usou aquié parecido com o que usa em Roma. E que qualquerpessoa pode ter um. Ele acha que os sacerdotes devemdar testemunho de simplicidade, até mesmo depobreza. Afirmou que o nosso povo exige pobreza dossacerdotes. O povo sente seu coração magoado quandoos sacerdotes consagrados exibem riqueza e apego aodinheiro. Acha que isso é ruim. Que não é um bomexemplo um sacerdote ter um carro luxuoso, últimomodelo, que é necessário que a paróquia

tenha um carro comum, devido as imensas obrigações diárias,mil coisa a fazer. Quando a viver em Santa Marta, não foi tantopor razoes de simplicidade, disse que o apartamento papal égrande, mas não é luxuoso. Mas a sua decisão de viver emSanta Marta é por seu modo de ser, pois não pode viver só. Nãopode viver fechado que necessita contato com as pessoas,brincando disse que ficou em Santa Marta por razõespsiquiátricas, para não sofrer com a solidão que não lhe fazbem algum e também por razoes econômicas, sorrindo disseainda que caso contrario teria que gastar muito dinheiro compsiquiatra, e isso não seria bom. Mas disse seriamente que ficaem Santa Marta para estar com as pessoas, disse que lá é umacasa de hospedes onde moram 40 bispos, e sacerdotes quetrabalham na Santa Sé e que há uns 130 cômodos, mais ou

menos, e muitos leigos de Roma se hospedam lá. Ele toma caféda manhã, almoça e janta no refeitório comum a todos. E quesempre encontra gente diferente, e que isso faz bem a ele. Parafinalizar acredita que Deus está nos pedindo neste momentomais simplicidade. Perguntado sobre o incidente, na chegadaao Rio de Janeiro, quando ficou preso em um engarrafamentodisse:- Eu não sinto medo. Sou um inconsciente.

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Disse que o jovem na sua ótica éessencialmente inconformado eisso é muito lindo. De forma geralacha que é preciso escutar os

 jovens. É preciso ficar atentoscontra as explorações. Porque osexploradores se aproveitam da juventude e depois arruínamsuas vidas. Disse que este mundoatual que estamos vivendo, caiuem uma feroz idolatria dodinheiro, e a politica mundial éimpregnada do protagonismo dodinheiro. Quem manda hoje é odinheiro.

Disse que ninguém morre na véspera que quando chegar a sua vez, eque Deus permitir assim será. Disse que antes de viajar foi ver o PapaMóvel, que era cercado de vidros, e que se você vai visitar alguém queama, e quer comunicar-se, como pode estar em uma caixa de vidro. Queele não poderia vir ver este povo que tem um grande coração, detrás deuma caixa de vidro. Que quando esta dentro do carro baixa os vidrospara poder estender as mãos às pessoas. Ou tudo ou nada. Ou agentefaz a viagem como tem que ser, com comunicação humana, ou não sefaz. Comunicação pela metade não faz bem. Disse que agradece a

segurança do Vaticano e do Brasil, que cuida dele, mas que éindisciplinado. Que não se comporta como um garoto indisciplinado,mas se vai visitar gente, tem que comportar-se como gente. Tocá-los.Perguntado sobre a evasão de católicos para outras religiões, disse queembora não saiba das causa no Brasil, acredita que a Igreja deveaproximar-se do seu povo. Porque a Igreja é mãe. Que nem o repórternem ele nem ninguem conhece uma mãe por correspondência. Que amamãe acaricia dar carinho, toca, abraça.

O Papa mandou uma mensagem de humanização, de encontro efraternidade entre as pessoas, que é preciso se cultivar os valores éticose morais, que as pessoas trabalhem com menos egoísmo. Trabalharpelos demais segundo os valores da própria fé. Para o Papa essas açõespodem vir de qualquer religião, não interessa a crença, e sim osobjetivos de ajudar a humanidade. Hoje são tão urgentes as açõesneste sentido que as religiões não podem brigar entre si. Primeiro deve-se trabalhar pelo próximo e depois falar sobre os interesses dasreligiões. Nenhuma religião pode dormir tranquila enquanto umacriança morrer de fome e não tiver acesso à educação no mundo

finaliza.Curiosamente, porque os jovens são a promessa para o futuro e osdosos são fontes de sabedoria e conhecimento. Nesse mundo ondecrianças morrem de fome, onde o acesso a saúde e a educação aindasão precários, nada disso é noticia, enquanto a bolsa de valores norteiatodas as boas e más noticias mundiais. Esse é o drama do humanismodesumano que estamos vivendo. Por isso é preciso recuperar osextremos, e não cair em uma globalização de indiferença. É uma politicaeconomicista sem ética, que esta arruinando os grupos sociais, deacordo com essa conveniência. O resultado é uma concentração deriquezas nas mãos de poucos, enquanto os extremos da sociedade, osovens, os idosos, os pobres são mal atendidos, são descuidados e sãodescartados. Que existe toda uma politica para se descartar os idosos,que não servem, não produzem. Os jovens também não produzem, éuma carga, e estão em vias de serem descartados também. O altondice de desemprego de jovens na Europa é alarmante. Então parasustentar esse modelo politico mundial, é preciso descartar osextremos.

Quando a Igreja se ocupa de miloisas e descuida da proximidadeom os fieis, e se comunica somenteom documentos, descuida doarinho e do afeto, isso podecontecer. Disse que em algunsugares da Argentina aconteceusso. A distancia, a falta deacerdotes, alguns lugares ficaramor longos tempos desassistidos, es pessoas tem necessidade dovangelho como não o encontram nagreja vão à busca em outraseligiões.

O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, massim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer. Albert Einstein

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AS PÉROLAS E OS PERIGOS

O inesquecível Professor Carburão estava em meio a um dos seusdiscursos naquela língua que ele só falava quando estava embriagado eque afirmava ser inglês misturado com sei lá o que, e no meio da suafalação, sobre a carroceria de uma camionete, ouviu-se um estouro defogos de artifícios. Imaginando ser um tiro de arma de fogo, ele pausouo discurso e gritou: - Que Deus vos dê um bom lugar! E continuou o seudiscurso que sempre terminava em um ótimo português.Alguns dias após, ocorreu a maior explosão já registrada no centro dacidade. Quase todo mundo ouviu e temeu o acontecido que, após algunsminutos foi checado pela multidão que saiu de encontro ao “epicentro” da detonação para ver o que restara do centro da nossa cidade.Ambrósio jardineiro olhou para Você, seu famoso cachorro com quemsempre conversava, e argumentou: - Eita zorra! ...Com o som de um traque o Professor Carburão pediu um bom lugar paraum possível defunto, com esse estouro ele deve tá por aí gritando paraDeus construir uma grande vala comum. Chegando ao local daexplosão, a multidão viu uma flor, sim, uma grande flor com pétalasmuito bem feitas do aço contorcido pela explosão. Foi exatamente noque se transformou o bujão de gás do carrinho de pipocas de Gonzaga.Bem ali, no lugar de sempre: em frente ao Cine Teatro Ana.Nem mortos nem feridos por que Deus também é coaraciense. Quemnão se lembra desses acontecimentos e das pérolas que eram ospersonagens citados? Pois bem, eles eram folclóricos e me aperta o

peito de saudades deles, mas também, outra coisa aperta o meu peitoe, estou certo de que outras pessoas sofrem de igual sentimentoquando avistamos o incômodo visual que, acredito já não incomodar apopulação local que o incorporou ao seu cotidiano e acaba nãopercebendo o possível potencial de risco, e desta feita um risco real.Falo da, entre outras, a outrora belíssima Serra de Palha. Em ato falho jáme peguei denominando-a de Serra Pelada. Não pela riqueza da outra,mas pelo desmatamento desenfreado da nossa bela serra que hoje évista “seminua”. Além-divulgada realidade de se buscar riqueza com avenda do Crédito de Carbono para os municípios que preservam as suasreservas florestais e, certo também de que as nossas autoridadesmunicipais, lógico, conhecem as histórias e as fotografias do Sr. Aguiar,sobre a enchente da década de sessenta, na qual as águas atingiram e

adentraram a sua e as demais casas ao redor da antiga praça da feira,pergunto: já que naturalmente, a qualquer período estamos à mercê deeventos semelhantes e, se naquela época, com toda mata das serrasque margeiam o Almada a montante e a jusante da cidade, quase quetotalmente virgens atuando como colossal esponja retentora e fortalezapara quebrar a velocidade das águas torrenciais, e que mantinham oleito do rio sempre volumoso e belo, ainda assim naquele eventoregistrou-se tamanha enchente no centro da cidade, e agora com as“serras peladas”, com o mínimo das suas capacidades de retenção,propiciando velocidade das águas e arraste restos de matérias oriundosdos desmatamentos que provocam bloqueio das artérias do rio comrápida elevação do seu volume. Como é provado que para toda açãoexiste uma reação, pergunto: qual seria o plano de ação emergencialprevista pelas nossas autoridades municipais para eventual

necessidade de proteção da comunidade e da estrutura da cidade?As empresas que conquistam o certificado ambiental costumamconstruir um plano de ação denominado HAZOP, no qual envolve todosos lideres por área de atuação e identificam todos eventuais pontos deriscos com as suas respectivas formas de prevenção. Construído oHAZOP, nada melhor do que envolver a comunidade que civicamente seorganizará e fará questão de ajudar. Pensemos nisso.Um forte abraço aos meus conterrâneos, Ulisses Filho..

O futebol e a política- DeBem amigos dessa emissora, estamos falando aovivo de Brasília, direto do estádio do Robalhão.Hoje, um grande jogo entre Políticos da Direita ePolíticos da Esquerda. Temos um público pagantede quatro pessoas e setenta mil oitocentos e duas

que entraram por baixo dos panos eapadrinharem. Uma equipe de policiais bemestruturadas ao longo de todo estádio, munidasde baralho e churrasquinho.- Você pode ver nas imagens, as arquibancadastotalmente tomadas, de um lado pelos eleitorescorruptíveis, que não importando o vencedorsairão no lucro, e do outro lado os políticosacompanhados de seus familiares, seguranças,amantes e advogados.- E como vão as coisas ai embaixo da Antena, écom você:- Bem, me parece que os homens da “mala” não

chegaram a um acordo, e a partida sedesenvolverá no futebol mesmo. O trio dearbitragem já está em campo checando ascondições do gramado, das redes e da caixinhadeixada em cada canto da trave. É com você ZéVeneno.- Lembrando que o vencedor desta partidaenfrentará os Políticos de centro, já que o time dosPolíticos honestos não compareceu por falta de jogadores.- Uma partida prevista para quinze minutos, deum tempo só, já que foi discutido em assembleia,e todos votaram contra os noventa minutosnormais.- E vai começar a partida. O juiz caminha para ocírculo central. Alguma coisa está acontecendo,entra em campo a comissão de investigaçãocontra políticos corruptos e... alguns estão sendosuspensos ou melhor caçados. Um certo tumulto eos próprios jogadores estão distribuindo cartãopara o juiz e comissão. Mas são os cartões decrédito (patrocinados por certos lobistas), ésuborno, que confusão. Está encerrada a partida.Sem condições de jogo. Ela vai terminar nacadeia, em uma cela de 300 metros quadradoscom televisão de 54 polegadas de plasma em umPlaystation Três. E que vença o menos ladrão.

 Fabiano Freitas

PRIMEIRO DESFILE CÍVICO EM COARACI: DIA 7 DESETEMBRO DE 1954. ALUNOS DO GINÁSIO DE

COARACI.Texto de PauloSNSantana

Em 1954, a primeira manifestação públicarealizada pelo Ginásio de Coaraci foi o desfile deSete de Setembro, até então realizado por alunosdo curso primário. A partir de então começou afazer parte do contexto cívico da cidade. Apopulação eufórica, não continha a emoção eorgulho com os desfiles, e as evoluções da banda

marcial, sob a batuta do maestro Airton Adami. Noinicio da tarde os alunos se preparavam para odesfile em Itajuípe. Este intercâmbio serviu paraaproximar os dois municípios, e diminuir a tensãocausada pela rivalidade no futebol e a relaçãonatural entre os dois. Mais tarde Coaraci amplioueste intercâmbio com outros municípios da região.  Fonte Coaraci Último Sopro de Enock Dias.

7/30/2019 33 Caderno Cultural Final

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Cinismo, Deboche e Enrolação.De Solon Planeta

Texto adaptado por PauloSNSantana

Quando da implantação do código civil brasileiro, estiverampresentes e contribuíram o escritor Capéstronio de Abreu, eoutros escritores, jornalistas e demais categorias. O EscritorCapéstronio, queria que o Código Civil fosse composto apenase dois artigos: Artigo 1º todo homem tem que ter vergonha naara. Artigo 2º: revogando a disposições contrarias. Isso a maise cem anos atrás quando os homens tinham tanta vergonhaue davam como documento um fio do próprio bigode.Nos dias atuais as autoridades não gostam nem de ouvir falar

em moral e caráter, porque a cara-pulsa lhes cabe comexatidão.

Com as manifestações de rua, alguns políticos ficarampreocupados e reuniram-se para arquitetar uma defesa quepudesse ludibriar o povo. Surge a ideia de reforma politica:voto distrital; voto distrital-misto os fins da reeleição,andidura avulsa, lista fechada ou aberta, plebiscito, referendo

e outras enrolações, 80% do povo não sabe o que é isso. O queo povo quer é o mesmo que queria Capéstronio de Abreu a maise 100 anos atrás. A moralização e o respeito à coisa publica.

Dilma Rousseff está sempre presente em reuniõesnternacionais, apresentando soluções para os problemas domundo. Esquecendo-se dos problemas aqui do Brasil.

Eu acho que os manifestantes deveriam reivindicar as ForçasArmadas, para tomarem o Poder das mãos dos governantesorruptos. Pois não existe solução palpável atualmente.

Os conservadores defendem a democracia e repudiam aitadura militar. Mas convivem atualmente com uma ditadura

Petista recheada de comunistas. Se a reforma politicacontecer como quer o PT, vai haver choro e ranger de dentes.

O Brasil é um país de grande potencialidade, mas assemelha-seem muito aos povos da África e do leste da Ásia. Grupos debandidos da pior espécie se intitulam sem tetos, sem terra eescendentes de índios, e são acobertados por leis absurdas,nvadem propriedades publica e particulares confiantes nampunidade. Eles deveriam invadir propriedades de políticos,uízes, desembargadoras compradas com dinheiro surrupiadoo povo.

O Brasil é um pais problemático. Livrou-se dos portuguesespassou a Republica Presidencialista, conviveu com a ditadura,passou pelo parlamentarismo, voltou ao Presidencialismo pororça de um plebiscito. Apesar da luta e do esforço para evoluire aprimorar a democracia e seu sistema ao ponto de nove vezeseformar a constituição federal, cresceu e evoluiu o banditismo, corrupção e a impunidade. A prova desta vergonha se vê na

manifestação realizada por centenas de Delegados em defesae doze colegas que foram detidos para averiguação, suspeitose fazerem parte do crime organizado do Estado de São Paulo.sso vem confirmar e garantir que a sátira e o deboche virouealidade. O Brasil em crise, sem Justiça, e sem comando. O

bandido não tem repressão nem punição, depredar, saquear eestruir vai custar muito tempo e muito dinheiro paraecuperar.

Na tentativa de estimular o povo a não solicitar as forçasArmadas, para impor ordem e respeito, o governo editaeportagens antigas repressivas a badernas e anarquias dosovernos militares, usando uma essa estratégia na tentativa deormar opinião das massas.

UM MANIFESTO PRA LÁ DEPACIFISTA

Desde quando me foi apresentado, pela competente ededicada professora Cristine Silva, alguns escritos da jovem epromissora literata Fernanda Sales, fiquei com vontade degaratujar algumas considerações sobre uma das suas obras

que achei maravilhosa e a considero um primor - Eu nãopreciso de sua guerra mundial.

Já no início do texto a autora se supera, num estilo firme eimperativo nos convoca a todos a pensarmos nas guerras,muitas delas fratricidas, espalhadas pelo mundo.

- Basta!

Chega! Não precisamos de nenhuma guerra estúpida. Esse éo grito gritado e ecoado saído do coração humano de Fê etraduzido pela sua pena sobre um papel em branco.

Em momento algum a jovem escritora tenta ser panfletária, esim nos brinda com um grande manifesto pacifista.

Como em parte da obra de Dalton Trumbo, o seu escrito é um

libelo contra o absurdo de qualquer guerra, de qualquersituação que permita existir homens feridos e mutilados, osofrimento de mães que choram pela perda dos seus filhos, demulheres e filhos que têm seus maridos e pais mortos numpalco de horrores, onde homens são transformados emmonstros.

No seu belo texto, a menina Fernanda toma as dores das avóse das mães, ela se impõe pela força da vontade e pela firmezadas suas palavras qual fez Chaplin no seu ultimo discurso.Toma o EU como forma COLETIVA para dizer que ahumanidade não quer a guerra dos tiranos e desalmados.

Combate peremptoriamente os poderosos que ao brincar dedeuses levam a dor, a fome e a miséria a homens, mulheres e

crianças inocentes, transformando assim o mundo numverdadeiro inferno de Dante.

Fernanda diz NÂO! a toda à forma de estupidez humana queestá mais do que representada pela figura da guerra.Ganância, orgulho, ódio, violência contra outrem, fome,miséria, descaso, estupidez, mesquinharia. Ela glorifica a vidae nos conclama a uma consciência de ser humano pelo direitode viver e deixar viver. Carlos Bastos Junior (China)

C A D E R N O C U L T U R A L D E C O A R A C ID O I S A N O S E O I T O M E S E S D E I N F O R M A Ç Ã O C U L T U R A L

SANCIONADO ESTATUTO DAJUVENTUDE

A lei estabelece os direitos dos brasileiros entre 15 e 29 anos.A venda da meia entrada em espetáculos culturais eesportivos, vais ser limitada a 40 por cento dos ingressos,será preciso apresentar a carteira de estudante, e os órgãos

estudantis serão sujeitos a fiscalização. Na presença deJovens e artistas a Presidente Dilma, sancionou o estatuto, euma declaração dos direitos dos jovens, que levou quase dezanos para ser aprovada no Congresso.Concede também direito a meia entrada a jovens quetrabalham e ganham até dois salários mínimos. As regras nãovalem para Copa do Mundo e Olimpíadas. A Presidente vetoumeia passagem para estudantes nos ônibus interestaduais.Alegando que a redação do artigo interferia na legislação dosEstados, o que não é permitido pela constituição. Mas apresidente manteve no estatuto, 04 acentos preferenciaispara jovens de baixa renda, nos transportes interestaduais,dois acentos gratuitos e dois com no mínimo 50 por cento dedesconto. O Estatuto entra em vigor, seis meses após a

publicação oficial, que foi no dia 06 de agosto. A Presidentedisse que é preciso combater a violência contra jovens pobrese negros.

7/30/2019 33 Caderno Cultural Final

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Independência e luta: anotações sobrea questão no Brasil

Cezar MirandaProfessor do IFBA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da

Bahia e Mestre em Sociologia pela UFBA. E-mail:

s vésperas de se comemorar a data formal da independência do Brasil

ete de setembro) é sempre uma boa iniciativa a reflexão acerca dem evento histórico dessa natureza, sobretudo pela importânciaolítica e ideológica que carrega. Assim, a independência do Brasil,roclamada por um nobre português, feita “por cima”, nos remete ama discussão da representação política do evento, assim como asmplicações históricas.formação social do Brasil nos mostra que as elites – de forte influenciaas instituições portuguesas - sempre se agarram ao poder comorma de manter seus privilégios e exercer sua dominação sobre os

etores populares, além de não fazer distinção entre o público e orivado. Dessa forma, os interesses em jogo que culminou na famosaata de sete de setembro, evidenciam muito mais os interesses dessaite que os populares. Isso não quer dizer que os movimentosopulares no Brasil não tivessem importância, muito pelo contrário,as uma crítica feita à historiografia é que a versão “oficial” despreza

sses movimentos.história nos mostra – por outro lado – que os processos de

dependência dos povos (África, Índia, América latina) são marcadoselos levantes populares, que expressam de fato o ideal desses povos.aso emblemático é do Haiti, primeiro país da América Latina a sernar independente, em 1791, onde a população eminentemente

scrava tomou as rédeas do processo e fez sua história. Vários povosvelam que a relação entre colonizador e colonizado sempre foramnsas, marcadas por conflitos.

ais questões nos levam a refletir sobre o nosso processo dedependência enquanto nação, onde os interesses das elites seovem para que tudo permaneça como está, no que Gramsci

onceituou como revolução passiva. Assim, nosso primeiro regente foim lusitano de origem nobre, orientado por interesses de uma proto-urguesia brasileira. Porem, é bom lembrar dos levantes popularesela independência e outras liberdades que ocorreram por aqui, queuitas vezes são desmerecidas pela “historiografia oficial” mas queão deve ser esquecida pelos movimentos populares, mas evidenciar aadição de luta do nosso povo, a exemplo da Cabanagem, daabinada, da Balaiada, da revolta dos Malês, dentre outras. No exterior,ale lembrar o exemplo histórico da Comuna de Paris, em 1871.orém, no que diz respeito a independência, a expulsão dos últimosortugueses da Bahia a dois de julho de 1823 é um caso emblemático.so por que nos mostra, como pouco no Brasil, que um processo dedependência de um povo se faz pelas mãos do próprio povo. Adependência da Bahia deve ser um marco histórico para reflexão deue as transformações sociais são possíveis e necessárias.oje, na contemporaneidade, ainda temos muitas lutas peladependência a encampar, haja vista a fase imperialista que o

apitalismo vive e que coloniza povos e nações, sem fronteiras. Ooderio econômico e militar dos Estados Unidos, capitaneando a OTANportando-se como guardião da democracia liberal burguesa, apontaara os lutadores do povo novos desafios na luta por uma efetivadependência que garanta a autodeterminação dos povos.

[email protected] 

NELDES DE COARACINasceu em meio a dificuldades, estudou, suou acamisa e entre um drible e outro acabou fazendo ogol da vitória. Hoje proprietário de um bar erestaurante no Calçadão da Rua Rui Barbosa, leva

sua vida entre a família, o trabalho e nas horasvagas o futebol. Ele agradece tudo que tem a Deus,por nunca ser vencido pelas dificuldades. Neldespatrocinou este exemplar do Caderno Cultural.

Os jogos estudantis de Coaraci, serão realizados esteano na semana da pátria, nos dia 03, 04,05 e 06 desetembro, no Ginásio de Esportes e no EstádioBarbosão; Serão disputadas quatro modalidadesesportivas: Futebol de Salão, Handebol, Atletismo eVoleibol; Participarão dos jogos alunos das redesmunicipal e estadual, divididos por categorias e faixaetária.As escolas foram orientadas a inscrever alunos com umbom desempenho escolar, frequência e disciplina. Alémdos alunos participarão professores, coordenadorespedagógicos, diretores, e a equipe da Secretaria

Municipal de Educação. Os jogos atuais já estão na XIIedição. Tem o apoio do Governo e da SecretariaMunicipal de Educação.No dia 03 de setembro haverá um desfile pelas ruascentrais da cidade, em direção ao Ginásio de Esportes,onde haverá uma solenidade de abertura dos jogos,com hasteamento das bandeiras, hino nacional,pronunciamentos, desfiles e coreografias das escolas.

7/30/2019 33 Caderno Cultural Final

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C A D E R N O C U L T U R A L D E C O A R A C ID O I S A N O S E O I T O M E S E S D E I N F O R M A Ç Ã O C U L T U R A L

VIDA DE ROÇA DEENOCK DIAS CERQUEIRA

Coaraci havia completado 85% de sua plantação de cacau por volta de 1930/31,quando muitos moradores insistiam em chamar o povoado de Macacos em vezdo nome Beira do Rio como era conhecida desde 1919/20.Barcaças, cochos, armazéns, secadores, pastos, casas-sede e todas as demaisbenfeitorias já estavam em plena atividade, dando sustentação a uma produção

anual muito próxima, ou talvez, superior a 800 mil sacas no final da safra de1952. A todo este poderio econômico-social, somavam-se 40 mil reses, apenas,nos currais de Antônio Barbosa Teixeira, Odilon Pompílio, Clarindo Teixeira, JoséOlegário, Chafic Luedy e João Vital Mendes, sediados na região do Rio do Ouro eRibeirão do Terto, que exigiam algo em torno de 28 mil burros, mulas e cavalospara auxiliar nos trabalhos de campo, de roça e no transporte de pessoasatravés de suas estradas, onde eram utilizadas 16 mil cangalhas, três mil selas,além de uma infinita quantidade de cabrestos, caçuás, laços, tacas, cruvelanas,estribos, loros, rabichos, já produzidos na vila a partir de 1940. Oito mil esporas,sete mil chapéus das marcas Cury especial, Prada e Ramezzoni protegiam ascabeças de seus proprietários, além de 13 mil facões, boa parte deles, da marcacorneta três-bandas de vinte e duas polegadas, fabricados pela Solingen alemã.Duzentos e vinte e tantos mil galos, galinhas, pintos, gansos, patos e perus

saíam de seus poleiros às primeiras horas do dia para ciscar cada decímetroquadrado de chão orvalhado à procura de qualquer tipo de inseto pra variar seucardápio, tendo a proteção de trinta e dois mil cachorros vira-lata, mas, comespecialidade em perseguir implacavelmente raposas, lontras ou saruês quetentassem se aproximar da criação.O século XX ainda não havia alcançado a sua gloriosa metade, mas estava noapogeu de seus anos. A mata atlântica, com toda a sua imponência, davasustentação a toda aquela gente que viveu em meio aos mais belos exemplaresde jacarandás, paus d'arco, cedros, sucupiras que, como as demais, tinhamsuas raízes fincadas no solo negro que ajudava a formar a mais rica e belabiodiversidade do planeta.O Rio Almada, em suas primeiras caminhadas, abandonava as profundasentranhas milenares e saía em direção das terras mais baixas para poderdistribuir suas águas escuras até alcançar os limites do distante Atlântico. Erauma época em que o prazer do desbravador coaraciense não dependia daquantidade de arrobas produzidas em suas terras ou do número de resesexistentes em seus currais. Independentemente do tamanho ou da localização,o grau de alegria estava presente em cada rosto, onde o cheiro do cacau emfermentação ou do mugido do bezerro à procura da mãe tinha o mesmosignificado. A movimentação tinha início em plena escuridão da madrugada,quando o galo, ainda no alto do seu poleiro, espalhava seu canto forte eprolongado por toda a criação menor, indicando que a ordem no terreiro seriamantida para o dia que se iniciava. Um vulto de mulher surgia na escuridão damadrugada, saindo ou chegando em alguma casa, abrindo ou fechando umacancela, lavando ou batendo roupas à beira de um riacho de água fria, eançando às suas costas a sombra de seu próprio corpo formada pelo astro-reiem suas primeiras horas do dia. Havia sempre alguém puxando, tangendo ou

ajustando um caçuás ou cabresto em algum animal já domesticado. Haviasempre um trabalhador, abrindo ou revirando as amêndoas do ouro negro emalguma barcaça, ao lado de outro que melhorava pacientemente o corte de seufacão, de sua foice ou escovando a cangalha, a sela ou as arreatas utilizadas naonga jornada do dia já adormecido. Havia sempre um homem consertando oarame de alguma cerca ou realizando qualquer tipo de trabalho antes dosprimeiros vestígios da noite que já se aproximava, onde a determinação parecianunca ter fim.

 

ZACARIAS BONINAFonte Livro Coaraci Ultimo Sopro

De Enock DiasZacarias Bonina chegou à região da região doRio do Braço, mais precisamente nosBarbosa vindo dos lados do estado deAlagoas. De início, mesmo adolescente, fezde tudo nas casas onde morou, até que,

como diversas outras pessoas, tentouafastar-se das conturbadas terras de Ilhéus,subindo o rio Almada, e atingindo asnascentes do ribeirão Duas Barras, ondeadquiriu uma pequena reserva de matanativa, onde deu inicio à sua pequena roça.Os pés de cacau iam surgindo à medida que amata ia sendo derrubada, através de umgrande e penoso sacrifício da força de seusbraços. Por pouco não teve seu trabalhointerrompido pelo chefe de jagunço ManuelMoreno que planejou tirar-lhe a vida eapossar-se de sua terra, já produzindoalgumas arrobas de cacau. Era seu costume

aproximar-se das pessoas, pedir-lhes água,e alvejá-las pelas costas. Dessa vez, Manoelsentiu-se sem força e coragem, balbuciandopara seu companheiro de crime: - vamosdeixar esse infeliz viver!Zacarias fora então aconselhado porconhecidos e vizinhos a retornar nos Babosae pedir proteção ao coronel Basílio deOliveira, para quem já havia realizado algunstrabalhos de carpintaria e marcenaria. Deposse dessa carta, pode Zacarias garantirsua integridade física e desenvolver comsegurança sua roça de cacau. Teve os filhos:Julieta, Lourdes, Alice, Arlindo, o Nozinho;Astor e Zacarias Filho, o Nono, de seucasamento com Dona Lúcia Bonina. Símbolomaior de dignidade e honradez. Foi um dosmais profundos conhecedores de todos ossegredos e mistérios de uma fazenda.

LUCIA ZACARIAS E A NETA LUCY

FAMILIARES DE ENOCK DIAS

7/30/2019 33 Caderno Cultural Final

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