3518 Cuidados Humanos Basicos-Alimentaçao e Mobilidade

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    INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAO PROFISSIONAL, IP

    DELEGAO REGIONAL DO NORTE

    CENTRO DE FORMAO PROFISSIONAL DE VIANA DO CASTELO

    CUIDADOS HUMANOS

    BSICOS ALIMENTAO E

    MOBILIDADE

    Unidade de Formao de Curta Durao:3518

    Carga horria:25 horas

    Formadora: Enf. Brbara Vilela

    Aver-O-Mar, setembro de 2013

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    rea de Educao e Formao: 762 - Trabalho Social e Orientao

    Formao:762190Assistente Familiar de Apoio ComunidadeNvel de Qualificao do QNQ: 2

    Modalidade: Educao e Formao de Adultos

    CUIDADOS HUMANOSBSICOS ALIMENTAO E

    MOBILIDADE

    Unidade de Formao de Curta Durao:3518

    Carga horria:25 horas

    Formadora: Enf. Brbara Vilela

    Aver-O-Mar, setembro de 2013

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    Titulo:Cuidados Humanos BsicosAlimentao e Mobilidade

    Editor: Instituto do Emprego e Formao Profissional, IPDelegao Regional do Norte

    Centro de Formao Profissional de Viana Do Castelo

    Ano:2013

    rea de Educao e Formao: 762 - Trabalho Social e Orientao

    Formao:762190Assistente Familiar de Apoio Comunidade

    Nvel de Qualificao do QNQ: 2

    Modalidade: Educao e Formao de Adultos

    Unidade de Formao de Curta Durao: Cuidados Humanos BsicosAlimentao e

    Mobilidade

    Objetivos Gerais:

    Aplicar tcnicas de alimentao e eliminao a clientes/utilizadores dependentes

    e semi-dependentes.

    Aplicar tcnicas de mobilidade e posicionamento a clientes/utilizadores

    dependentes e semi-dependentes.

    Aplicar tcnicas de atendimento e acolhimento a diversos tipos de

    clientes/utilizadores.

    Contedos Temticos:

    Alimentao e Eliminao

    Alimentao dos clientes/utilizadores dependentes e semi-dependentes;

    Preparao dos tabuleiros de refeio;

    Manipulao de urinis e arrastadeiras.

    Mobilidade e Posicionamento

    Transferncias entre:

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    A cama e a cadeira;

    A cama e a zona de banho.

    Transporte em andarilho, canadianas e cadeira de rodas; Tcnicas de posicionamento e mobilidade.

    Atendimento e acolhimento

    Noes de atendimento personalizado;

    Problemas previsveis segundo o grupo etrio e as circunstncias do

    cliente/utilizador.

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    INTRODUO

    O ser humano tem necessidades humanas bsicas que devem ser satisfeitas paraque o indivduo tenha motivao para procurar responder a outras necessidades. Assim,

    a alimentao e a mobilidade so duas necessidades humanas bsicas que se encontram

    na base de todas as necessidades. Cada uma destas necessidades deve ser

    minimamente satisfeita para que o indivduo tenha disposio para procurar satisfao

    numa outra necessidade. A alimentao permite a nutrio do corpo humano para

    sobrevivncia e a mobilidade permite o bom funcionamento do corpo quer

    movimentao quer pela promoo da circulao sangunea.

    Sendo a alimentao e mobilidade um item a abordar neste mdulo, torna-se

    evidente explorar a sua importncia na vida do indivduo.

    Muitas pessoas, em situaes do doena ou de forma prolongada podem ter

    dificuldade no processo de alimentao, por isso torna-se importante conhecer as

    normas bsicas de alimentao a utentes semi-dependente e dependentes.

    Na vida, uma das atividades mais importantes est relacionada com a funo

    motora. Quando alguma doena ou leso interferem nesta funo surgem problemas

    que dificultam esta necessidade bsica causando alteraes fsicas, psicolgicas e sociais

    que vo alterar de uma forma mais ou menos profunda o desempenho de outras

    atividades.

    Conscientemente, ou no, todos os profissionais de sade desempenham um

    papel importante no que diz respeito ajuda ao utente. Para alm disso, ao cuidar de

    pessoas essencial ter noes de atendimento e acolhimento como um servio de

    excelncia personalizado a cada um.

    Com este manual pretende-se clarificar as tcnicas de alimentao, eliminao,

    posicionamento, mobilidade, transferncia e transporte de utentes, com os diferentes

    equipamentos auxiliares. Pretende-se tambm dar noes de atendimento e

    acolhimento a diversos tipos de utentes.

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    1. ALIMENTAO E ELIMINAO

    A alimentao o processo pela qual o organismo obtm e assimila os alimentose nutrientes para as funes vitais. A alimentao um ato voluntrio e consciente, e

    atravs dela que o ser humano obtm produtos para o seu consumo. totalmente

    dependente da vontade do indivduo.

    A eliminao o processo corporal com movimento e evacuao de resduos,

    sob a forma de excreo.

    1.1.

    Alimentao dos Utentes Dependentes e Semi-Dependentes

    Ao contrrio das outras pessoas, possvel que o utente dependente ou semi-

    dependente tenha alguma dificuldade com os movimentos, levando mais tempo a

    comer, sendo, por isso, necessrio auxili-lo. Este auxlio deve ser controlado, uma vez

    que se deve incentivar a pessoa a alimentar-se, evitando substitu-la.

    Para manuteno da sade e para seu restabelecimento essencial que se

    consuma diariamente os nutrientes necessrios s necessidades biolgicas. Assim,

    importante programar uma dieta adequada a cada utente. A escolha deve atender ao

    apetite, ingesto, digesto e absoro de cada utente.

    1.1.1. Tipos de dietas teraputicas

    As dietas devem ir ao encontro das necessidades de cada utente, atendendo s

    diferenas culturais e sociais de cada um; o que nem sempre possvel.

    Nalguns casos, as necessidades nutricionais do utente hospitalizado no diferem

    do indivduo saudvel. No entanto, outras vezes necessrio alguns ajustes, por isso,

    existem vrios tipos de dietas, para os diversos casos.

    Dieta geral: Dieta com quantidade e contedos adequados satisfao da

    maioria das pessoas. Normalmente, associada a uma dieta teraputica livre,

    indicada para utentes sem indicaes diattico-teraputicas especficas.

    Dieta ligeira: uma variedade da dieta geral, adaptada a utentes pr-operados

    ou outros. Normalmente composta por cozidos e grelhados, sem gorduras.

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    Dieta mole ou pastosa: Os alimentos so triturados, macios e bem cozidos, em

    forma de pur ou papa. Normalmente so pobres em fibras. indicada em

    utentes com dificuldade em deglutir (disfagia) e mastigar bem como pessoas semdentes e a recuperar de cirurgias.

    Dieta lquida: composta por lquidos ou alimentos tornados lquidos (chs,

    sumos de frutas, gelados, gelatinas, ). prescrita a pessoas que no toleram

    slidos ou semisslidos, antes ou depois de uma cirurgia, casos de leses orais

    ou esofgicas que dificultam a mastigao e a

    deglutio de alimentos slidos. Normalmente

    pobre em protenas e com densidade calrica baixa.

    No recomendada em perodos prolongados e, por

    vezes, so complementadas com suplementos

    nutricionais.

    Dieta hipossdica: Dieta pobre em cloreto de sdio (tradicional sal de cozinha).

    indicada para utentes hipertensos, com reteno de lquidos.

    Dieta hipercalrica: altamente rica em energia com o objetivo de prevenir e

    tratar a desnutrio.

    Dieta hiperproteica: Dieta rica em protenas, usada tambm nos casos de

    desnutrio, oferecendo principalmente protenas de alto valor biolgico como a

    albumina, tambm administrada em utentes traumatizados como os

    queimados, para o desenvolvimento da hiperplasia de novas clulas,

    principalmente para reconstituio do tecido lesionado.

    Dieta hipoproteica: Dieta pobre em protenas, indicada para utentes que com

    ingesto controlada de protenas, como os portadores de insuficincia renal,

    cirrose heptica.

    Dieta hipoglicdica: Dieta pobre em glcidos (hidratos de carbono ou aucares),

    que tem como principal objetivo diminuir a quantidade destes, sem contudo

    diminuir necessariamente as calorias, um exemplo a dieta para o diabtico,

    que pobre em glcidos simples, em destaque a sacarose, o tradicional acar de

    mesa.

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    Dieta hipolipdica:Dieta pobre em gorduras, principalmente saturadas, indicada

    para utentes com hipercolesterolemia e obesos.

    Dieta hiperlipdica: Dieta com uma boa quantidade de gorduras, indicada para

    tratamento de desnutrio grave.

    Dieta zero: utente que no se alimenta.

    1.1.2. Alimentao dos utentes semi-dependentes

    Para se alimentar, o utente semi-dependente deve permanecer sentado ou

    recostado, bem como aps a alimentao. A posio para uma alimentao segura, na

    cama e em cadeira de rodas deve ser com o tronco elevado e a cabea direita. Caso o

    utente tenha algum brao afetado, este deve estar em cima da mesa. O prato deve ser

    colocado sobre uma superfcie antiderrapante para evitar o seu deslize.

    Em utentes com dificuldades na deglutio e que se engasguem facilmente, a

    flexo da cabea (queixo junto ao peito) aumenta o espao vascular e, desta forma,

    protege as vias respiratrias, evitando que a comida passe para as mesmas.

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    Em utentes que sofreram acidentes vasculares

    cerebrais a rotao da cabea para o lado lesado elimina apossibilidade de a comida seguir pelo lado lesado e faz com

    que a comida se desloque preferencialmente pelo lado

    melhor.

    Apetite

    O profissional de sade pode aumentar ou estimular o apetite do utente

    atendendo ao ambiente que o rodeia. Se este se apresentar limpo e sem odores ser

    mais agradvel. Se lhe for proporcionada a higiene pessoal (incluindo a oral) antes da

    refeio assim como a mudana da roupa da cama permite uma maior satisfao.

    Tambm importante ter ateno s necessidades de urinar ou evacuar que o utente

    possa apresentar. O posicionamento confortvel e a escolha do melhor horrio

    permitem tambm uma melhor alimentao.

    Existem alguns fatores que diminuem o apetite como so exemplo as nuseas e

    os vmitos. Nestes casos, devem-se evitar movimentos bruscos desnecessrios que

    podem aumentar as nuseas e deve-se aconselhar uma inspirao profunda.

    aconselhvel a reduo da ingesto de alimentos e lquidos quando o desconforto for

    grande. Deve-se apenas oferecer lquidos (ou alimentos leves) em pequenas

    quantidades, conforme tolerado.

    As refeies, sendo consideradas um ato social, devem, se possvel, ser assistidas

    por familiares ou por um profissional de sade. Este momento til para realizar

    educao para a sade.

    Os utentes que apresentam casos mais graves, normalmente devem ser os

    ltimos a ser servidos, para que haja uma assistncia contnua.

    Apenas se deve alimentar um utente quando ele incapaz de o fazer por si

    autonomamente, ou para prevenir que um utente debilitado se esforce excessivamente.

    O auxlio na alimentao deve assegurar uma alimentao adequada a utentes

    totalmente dependentes.

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    Antes de alimentar um utente essencial confirmar as necessidades nutricionais,

    dieta prescrita e indicaes para comer. Deve-se assim verificar o tabuleiro da refeio

    se o nome corresponde identificao do utente e se contm a dieta prescrita. Deve-setambm verificar o registo da presena de alergias alimentares. tambm necessrio

    certificar-se se o utente tem a dentadura, os culos e os aparelhos auditivos colocados,

    se for o caso.

    importante avaliar o nvel de conscincia, a capacidade de mastigar e de

    engolir pois s tendo a segurana suficiente se deve alimentar o utente.

    Antes de iniciar a refeio importante ajudar o utente a lavar as mos, colocar-

    lhe o tabuleiro na mesa de alimentao e verificar se se encontra ao alcance do mesmo.

    Para alm disso, deve-se proteger a roupa e/ou os lenis da cama, colocando um

    guardanapo ou uma toalha onde seja possvel entornar comida.

    Durante a alimentao importante encorajar o utente a preparar e distribuir os

    alimentos (colocar manteiga, cortar a carne, ) e s se este no for capaz de o fazer

    que devemos ajudar. Para alm disso, deve-se dar tempo suficiente para que o utente

    possa comer e mastigar calmamente. Deve-se tambm oferecer os lquidos (gua)

    sempre que necessite e consoante as preferncias.

    No final da refeio deve-se avaliar o nvel de satisfao do utente, retirar o

    tabuleiro o mais rpido possvel e limpar a sujidade. tambm importante proporcionar

    higiene oral e das mos oferecendo ajuda, se necessrio.

    Finalmente, essencial avaliar e registar a ingesto de alimentos e de lquidos, o

    que inclui o tempo da refeio, o tipo e a quantidade de nutrientes consumidos.

    1.1.3. Problemas comuns em utentes semi-dependentes

    Dificuldades Causas Ateno Como resolver

    Mastigar

    Fraqueza dosmsculos da cara e

    lngua do ladoafetado

    EngasgamentoDar pequenas pores dealimento ou alimentostriturados

    Mastigao lenta esempre para o mesmolado

    Estimular para o uso dolado afetado ao mastigar

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    Queda dos alimentos porno ser capaz de fechar aboca

    Apoiar o queixo paramanter a boca fechada eajudar os movimentos da

    mastigao

    Diminuio dasalivao

    Dificuldade em formar umbolo alimentarhomogneo. Podeestimular-se a salivaoatravs de vriasestratgias.

    Prato agradvel vista.

    Iniciar a refeio com umalimento cido (sopa comumas gotas de vinagre,um pouco de anansou um morango).

    Massajar debaixo doqueixo com as pontas dosdedos.

    Oferecer lquidos aolongo do dia e durante arefeio.

    Engoliralimentos

    slidos

    A cabea para trsaumenta o risco de

    engasgamento

    Nunca beber ou comerdeitado ou inclinado paratrs.

    A posio de sentadocom o tronco direitoajuda a mastigar e aengolir.

    Diminuio ouatraso do reflexo de

    deglutio

    Fica com a comida na bocasem engolir

    Fazer presso com acolher na lngua

    Pedir para engolir

    Fraqueza dosmsculos do

    pescoo (faringe) dolado afetado

    Tosse enquanto engole

    Engolir rodando(movimento do pescoode dizer no) a cabeapara o lado afetado(elimina o trajeto do ladolesado)

    Restos de comidaficam na garganta

    Tosse depois de engolir,por queda de comida paraas vias areas

    Intercalar os slidos comlquidos para limparquaisquer restos de

    comida.

    Engolirlquidos

    M proteo dasvias respiratrias

    Beber muito rpido podefavorecer o engasgamento

    Dar pequenos goles decada vez.

    Tosse enquanto engole

    Engolir com o queixopara baixo. Usar um coporecortado. Se continuar aengasgar-se espessar umpouco o lquido.

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    A disfagia desconforto ou dificuldade em deglutir constitui um problema

    manuteno estado nutricional, sendo, por vezes, necessrio recorrer a outras formas

    de alimentao.

    1.1.4. Alimentao dos utentes dependentes

    Nalguns casos, h pessoas que no podem ingerir, digerir ou absorver os

    nutrientes suficientes, sendo necessrio encontrar temporria ou permanentemente

    uma maneira de o fazer atravs de mtodos especializados. Assim, um utente

    dependente na alimentao pode ser alimentado por nutrio entrica ou parentrica.

    Nutrio entrica

    Para uma pessoa que no consegue engolir slidos,

    mas absorve os nutrientes atravs do intestino delgado,

    adequada a alimentao entrica. Este tipo de alimentao

    consiste na ingesto de uma forma lquida especial, por via

    oral, ou atravs de entubao pelo nariz ou pela boca at ao

    estmago.

    A nutrio entrica a designao genrica dada a todo o tipo de nutrio por

    sonda, ou alimentao por gavagem sendo uma nutrio artificial. A nutrio entrica

    exige absoro, mas ultrapassa a ingesto, a mastigao e a fase ceflica de estmulo de

    secrees digestivas. Neste tipo de alimentao inserida uma sonda no tubo

    gastrointestinal.

    As dietas entricas so prescritas de acordo com a

    situao do utente: funo gastrointestinal normal ou

    quase normal, transtornos gastrointestinais graves,

    alimento pr-ingerido quimicamente, encefalopatias,

    insuficincia respiratria e cardaca ou estados

    hipermetablicos.

    Na alimentao entrica h maior incidncia de

    diarreias e infees, principalmente das dietas preparadas no hospital. A via

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    nasoduodenal ou nasojejunal anula o piloro, o que aumenta a incidncia de dores do

    abdmen, diarreias e clicas. A via nasogstrica vai diminuir estes sintomas e a mais

    utilizada.

    Indicaes gerais:

    Neste tipo de alimentao deve-se controlar o contedo gstrico antes de cada

    refeio e de 4 em 4 horas para alimentao contnua. Deve-se ento, vigiar se o utente

    tolera o que foi administrado, sendo que, caso no tolere, deve-se aspirar o contedo

    gstrico. Se a quantidade for superior ou igual a 100 cc deve-se adiar a refeio e vigiar.

    Procedimento:

    Identificar o utente, conferir tipo de alimentao e forma de administrao (Para

    evitar erros);

    Efetuar lavagem higinica das mos (Prevenir infees);

    Preparar o material e transport-lo para junto do utente (Economizar tempo);

    Explicar ao utente todos os procedimentos (Diminuir ansiedade/ Obter

    colaborao);

    Proporcionar um ambiente calmo e sem cheiros. Apresentar os alimentos em

    recipientes adequados (Facilitar ingesto);

    Aspirar o contedo gstrico e reintroduzi-lo (Verificar a posio e permeabilidade

    da sonda /Avaliar quantidade do contedo gstrico);

    Introduzir ar, auscultando a regio. Aspirar de seguida (Verificar permeabilidade

    da sonda e localizao);

    Posicionar o utente 30 a 45 (Evitar

    desconforto abdominal / Facilitar

    progresso do alimento / Prevenir

    regurgitao e aspirao);

    Verificar temperatura dos alimentos (Prevenir complicaes);

    Conectar o sistema de alimentao sonda (Iniciar alimentao);

    Regular ritmo de administrao (Prevenir complicaes);

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    Lavar a sonda com gua (Despistar sinais de intolerncia gstrica);

    Lavar o sistema com gua (Reutilizar apenas durante 24h/ Prevenir obstruo da

    sonda e do sistema /Prevenir complicaes); Proporcionar higiene oral (Proporcionar conforto/ Prevenir secura e fissuras na

    boca);

    Manter o utente elevado, no mnimo 30 minutos (Favorece esvaziamento

    gstrico / Prevenir regurgitao e aspirao dos alimentos);

    Recolher e dar destino a todo o material (Prevenir contaminao do ambiente);

    Efetuar lavagem higinica das mos (Prevenir infees).

    Nutrio parentrica

    Para pessoas que no possam comer ou absorver o

    suficiente pela via gastrointestinal normal quando

    alimentadas por via entrica, deve-se utilizar a alimentao

    parentrica. A nutrio parentrica constitui uma forma de

    administrao de nutrientes por via endovenosa, destinada a

    situaes nas quais o tubo gastrointestinal est impedido de

    digerir ou absorver, de forma permanente ou temporria, a

    quantidade de nutrientes necessria a prevenir ou corrigir a malnutrio. uma

    alternativa para administrar nutrientes a utentes incapazes de realizar a digesto

    gstrica e/ou a sua absoro intestinal.

    Os lquidos parentricos utilizados para aumentar a nutrio so introduzidos

    diretamente no sistema venoso e normalmente contm glicose, aminocidos,

    eletrlitos, minerais e vitaminas.

    1.2.Preparao dos Tabuleiros de Refeio

    As refeies devem ser variadas, em pequenas dimenses e frequentes.

    essencial fornecer todos os nutrientes por isso a refeio deve seguir a roda dos

    alimentos. Assim, o tabuleiro de refeio deve conter quer protenas, como hidratos de

    carbono, lpidos ou vitaminas.

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    A refeio deve, sempre que possvel, ser do

    agrado do utente. Desta forma, mais facilmente se

    obter a vontade do utente para se alimentar.No caso de utentes que sejam independentes e

    consigam mastigar e engolir, o tabuleiro deve conter:

    um copo com gua, talheres, guardanapo ou babete,

    um po (se indicado), um prato de sopa, um prato de comida, uma pea de fruta ou

    fruta cozida.

    Se existe alguma dificuldade no movimento das mos, utilizam-se alimentos mais

    macios, fceis de cortar. Ou ento, tal como a todas as refeies essencial o trabalho

    do profissional, este pode auxiliar o utente. O profissional tem tambm como funo

    incentivar o utente a alimentar-se devidamente.

    Existem ainda alguns utenslios que ajudam na alimentao de pessoas com

    dificuldades, como o caso:

    Caneca com asas dos dois lados para serem agarradas com ambas as mos;

    Caneca com abertura em V no aro que permite inclinar a mesma at ao final;

    Caneca com abertura na tampa que pode ser utilizada para evitar que o lquido

    caia;

    Prato de plstico ou antiderrapantes para no quebrarem;

    Prato dividido em seces para os diferentes alimentos;

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    Talheres articulados com punhos acolchoados para ajudar a colocar na posio

    correta.

    1.3.Eliminao

    As necessidades de eliminao so universais a todos os seres humanos. A

    eliminao pode ser urinria ou intestinal. A eliminao urinria depende do

    funcionamento dos rins, ureteres, bexiga e uretra. A quantidade normal de urina

    produzida de 1 a 2 litros por dia. A eliminao intestinal o movimento e evacuao

    de resduos, sob a forma de excreo. A evacuao de resduos uma das necessidades

    bsicas do organismo sendo o tubo digestivo a principal via para a remoo dos resduos

    slidos.

    Para a eliminao essencial seguir as necessidades de cada pessoa, isto deve

    respeitar o horrio e as preferncias de cada um. No entanto, necessrio confirmar

    que elementos de urina e fezes no so necessrios para anlise, para quantificao ou

    observao das suas caractersticas.

    1.3.1. Manipulao de urinis e arrastadeiras

    Urinis, arrastadeiras e bacios podem ser usados quando o utente consegue

    controlar a sada de fezes e urina.

    Antes de utilizar qualquer um destes utenslios deve-se colocar pori perto: papel

    higinico, bacia com gua, panos absorventes, luvas descartveis e toalhetes.

    Estes utenslios devem ser preferencialmente em inox por permitir uma melhor

    desinfeo e esterilizao do material. O tratamento dos materiais feito em mquinas

    prprias para o efeito de forma a controlar a infeo. A manipulao destes utenslios

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    deve ser o mais cuidadosa possvel no sentido de evitar focos de infeo, quer para

    quem a utiliza (utente) quer para quem os manipula (prestador de cuidados).

    O prestador de cuidados deve utilizar

    equipamento de proteo individual, nomeadamente,

    luvas aquando da sua manipulao deste material. Deve

    tambm lavar frequentemente as mos, quer antes e

    aps, da sua manipulao, uma vez que as luvas no

    substituem a lavagem das mos.

    Tipos de urinis e arrastadeiras

    Arrastadeira em cunha: Pode ser em plstico ou em inox. Este utenslio permite

    que a pessoa acamada possa defecar (tanto homem como mulher) e urinar

    (apenas mulher).

    Arrastadeira bid: Normalmente em inox. Este

    utenslio permite que a pessoa acamada possa defecar

    (tanto homem como mulher) e urinar (apenas

    mulher).

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    Urinol: Este utenslio serve para urina, sendo utilizada por homens. Este pode ser

    em plstico, em plstico com pega ou em inox com pega.

    Bacio alto: quando o utente ainda tem alguma mobilidade,

    pode ser usado na posio sentada pela pessoa acamada,

    para urinar e defecar (tanto homem como mulher). Este

    utenslio facilita expulso de fezes.

    Procedimento de colocao de arrastadeira

    Identificar a arrastadeira mais adequada situao da pessoa acamada;

    Colocar o utente em decbito lateral (de lado)

    para aplicao da arrastadeira, caso este no

    consiga efetuar movimentos de elevao da anca;

    Colocar o utente em decbito dorsal (de costas).

    A arrastadeira dever ficar corretamente colocada de modo a que o contedo

    excretado fique no interior da arrastadeira.

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    Procedimento de colocao de urinol

    Deve-se ter em ateno que o pnis fique colocado dentro da boca do urinol de

    forma a no escorrer urina por fora. Normalmente o utente realiza esta atividade

    sozinho, mas outras vezes necessrio auxiliar. Por norma deve-se colocar o utente em

    decbito dorsal ou em decbito lateral. Deve-se deixar o urinol prximo do utente de

    forma que este consiga utiliz-lo, se necessitar.

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    2. MOBILIDADE E POSICIONAMENTO

    A mobilidade a capacidade de movimento livre, sem dificuldade, de formartmica e voluntria. um aspeto fundamental da vida. A mobilidade vital para a

    autonomia e independncia da pessoa. No entanto, muitas vezes, em casos de doena,

    as pessoas necessitam de ajuda para se movimentarem. O profissional de sade deve,

    ento saber como efetuar esses mesmos movimentos.

    Os posicionamentos so posturas em que se coloca o utente, quando este no

    tem capacidade para mudar de decbito sozinho e/ou quando a situao clnica no

    permite.

    2.1.Transferncias

    Define-se como transferncia a ao de mover algum ou alguma coisa de um

    local para outro.

    Os objetivos das transferncias so a promoo do conforto e do alinhamento

    corporal, a distribuio equitativa do peso do corpo, a estimulao motora e sensorial, a

    preveno de contracturas e a promoo da drenagem de fludos. Para alm disso,

    facilita a respirao e impede o desenvolvimento de leses na pele.

    Tcnica de Levante

    A tcnica de levante o mtodo pelo qual se transfere, pela primeira vez, o

    utente da posio horizontal para a posio vertical. Tem como principal objetivo

    prevenir complicaes da imobilidade, no entanto permite treinar o equilbrio, preparar

    o treino de marcha e incentivar o auto-cuidado.

    O primeiro levante do utente considerado o levante que se faz aps uma

    cirurgia ou aps um perodo alargado de tempo em que o utente se encontre acamado.

    Ao efetuar esta tcnica essencial explicar ao utente todo o procedimento. Inicialmente

    avalia-se a tenso arterial e a frequncia cardaca com o utente deitado. De seguida

    coloca-se o utente em posio de Fowler (sentado) durante 30 a 60 minutos.

    Posteriormente, volta-se a avaliar a tenso arterial e a frequncia cardaca, bem como

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    no final do levante. Se os valores vitais se encontrarem dentro do normal efetua-se o

    levante para o local desejado.

    2.1.1. A cama e a cadeira

    Transferir o utente da cama para a cadeira/sof/cadeira de rodas sem equipamentos

    de proteo coletiva

    Colocar a cadeira de rodas, de forma, a que este movimento seja para o lado em

    que o utente tem fora. A cadeira deve estar a uma distncia adequada para

    permitir a participao e segurana do utente. Quanto mais forte o utente formaior deve ser a distncia;

    Remover o brao da cadeira de rodas do lado da cama;

    Remover ou afastar os pedais da cadeira de rodas;

    Baixar o mais possvel a cama, ao nvel da cadeira. Baixar as grades laterais da

    cama e voltar o utente lateralmente com os joelhos fletidos;

    Travar a cadeira e a cama;

    Elevar a cabeceira da cama at posio mais alta;

    Posicionar-se frente da cadeira, voltado para o utente, rodando ou ajustando-o

    a rodar os membros inferiores para fora da cama.

    Virar ou assistir o utente a virar-se para o lado do profissional, de modo a que

    possa elevar o tronco, apoiando-se no cotovelo, se possvel, para assumir a

    posio de sentado na cama com os ps pendentes.

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    Assistir o utente a deslizar no bordo da cama, segurando-o pela cintura, at

    apoiar os ps no cho.

    Estabilizar os joelhos do utente, com os joelhos do profissional, se necessrio. Virar ou assistir o utente a virar-se segurando-o pela cintura, at ficar

    enquadrado com a cadeira de rodas e com a regio popltea encostada ao

    assento.

    Assistir o utente a fletir o tronco e joelhos, suave e progressivamente,

    acompanhando-o, at ficar sentado.

    Instalar os pedais na cadeira de rodas em posio de apoio, ajustando-o ao

    utente (flexo 90 coxofemural e do joelho).

    Verificar o alinhamento corporal, segundo o eixo sagital, observando de frente.

    Transferir o utente da cama para a cadeira/sof/cadeira de rodas com recursos

    humanos

    Um profissional de cada lado do utente segura o utente nos membros superiores

    e inferiores e deslocam-no at onde for necessrio.

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    Transferir o utente da cama para a cadeira/sof/cadeira de rodas com equipamentos

    de proteo coletiva (tbuas)

    Instalar a cadeira de rodas de costas voltadas para a cabeceira.

    Travar a cadeira de rodas.

    Remover os pedais da cadeira de rodas ou abrir, se necessrio.

    Remover o brao da cadeira, mais prximo da cama;

    Posicionar o utente em decbito dorsal no meio da cama, fletindo-lhe ou

    assistindo-o a fletir o tronco ajudando a rodar os membros inferiores para forada cama.

    Fletir lateralmente o tronco do utente para o lado oposto ao da transferncia,

    elevando simultaneamente o membro inferior, de modo a introduzir a

    extremidade da tbua de transferncia sob a regio nadegueira. Apoiar a outra

    extremidade da tbua no assento da cadeira.

    Deslizar ou assistir o utente a deslizar sobre a tbua at ficar sentado na cadeira

    de rodas.

    Remover a tbua.

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    Instalar o brao e os pedais da cadeira de rodas em posio de apoio e, se

    necessrio, ajust-los ao utente (flexo coxofemural e do joelho a90).

    Verificar o alinhamento corporal, segundo o eixo sagital, observando-o de frente.

    Assegurar que o utente sinta conforto e segurana.

    Transferir o utente da cadeira /cadeira de rodas/sof para a cama

    Posicionar a cadeira perto da cama e travar a mesma.

    Remover o brao da cadeira de rodas do lado da cama.

    Remover ou afastar os pedais da cadeira de rodas.

    Posicionar-se frente ao utente colocando as mos sob as axilas e os joelhosjustapostos.

    Assistir ao utente a fletir o tronco, seguido da sua extenso a fazer carga nos ps

    com extenso suave e progressiva dos joelhos, acompanhando com os joelhos,

    at ficar de p.

    Virar ou assistir o utente a virar-se segurando-o pela cintura, at ficar

    enquadrado com a cama e com a regio poplitea encostada mesma.

    Estabilizar os joelhos do utente com os do profissional, se necessrio.

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    Assistir o utente a elevar-se e sentar-se no bordo da cama, segurando-o pela

    cintura com ajuda do cinto, se necessrio.

    Assistir o utente a deitar-se apoiando-se no cotovelo do lado da cabeceira da

    cama.

    Posicionar ou assistir o utente a posicionar-se.

    Verificar o alinhamento corporal, segundo o eixo sagital, observando-o dos ps

    da cama.

    2.1.2. A cama e a maca/cama

    Transferir o utente da cama para a maca

    Ajustar a altura da cama e da maca;

    Posicionar o utente decbito dorsal;

    Instalar a maca com a cabeceira junto aos ps da cama fazendo um ngulo de

    90 travando as rodas da cama e da maca.

    Posicionar todos os profissionais do mesmo lado da cama para executar a

    transferncia.

    Incline os quadris e os joelhos;

    Posicionar: 1 enfermeiro/ou profissional de sade na cabeceira da maca, com

    um brao estabiliza a regio cervical e apoia os ombros e com o outro apoia a

    regio dorso-lombar cruzando os braos; o 2 enfermeiro/ou profissional de

    sade no tero mdio da maca, com um brao apoia a regio dorsal e com o

    outro apoia as coxas; 3 enfermeiro/ou profissional de sade no tero inferior da

    maca, com um brao apoia a regio

    nadegueira e com o outro as pernas;

    Transferir o utente para a cama aps a

    indicao do elemento coordenador

    (colocado na cabeceira da maca);

    Role o utente imvel na direo do

    trax dos enfermeiros;

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    Coloque-se de p, diante de um sinal combinado, erguendo o utente da maca de

    uma vez s;

    Gire sobre si mesmo e movimente-se na direco da cama; baixe o utente at a

    cama de uma vez s, ao mesmo tempo que inclina os quadris e os joelhos;

    Posicionar ou assistir o utente a posicionar-se na cama.

    2.2.Transporte em Cama, Maca, Cadeira de Rodas

    O transporte de um utente numa instituio de sade pode ser realizado na

    cama, maca ou cadeira de rodas. Para se fazer o transporte ou remoo do utente de

    um determinado lugar para outro, nas dependncias do hospital, exige-se que a pessoa

    que realiza o transporte tenha noes bsicas de como atuar de forma correta e

    adequada.

    Cuidados gerais com o transporte de utentes:

    1. O transporte do utente deve ser feito com muito cuidado. A movimentao mal

    executada pode provocar leses, por vezes irreversveis;

    2. Para que o transporte seja eficiente deve-se agir com rapidez e segurana, porm

    com cuidado;

    3. Observar constantemente o estado geral do utente durante o transporte;

    4. Movimentos suaves ao manipular o utente diminuem as vibraes, solavancos, dor e

    desconforto;

    5. No mover local fraturado ou suspeito de fratura, nestes casos, uma pessoa dever

    apoiar apenas este segmento (perna, brao, etc.);

    6. Ao se movimentar ou transportar utentes politraumatizados, os cuidados devem ser

    redobrados: utentes com traumatismo crnio-enceflico devem ser movimentados com

    mxima ateno, sem movimentos de flexo e rotao e com maior nmero de pessoas;

    7. Ao proceder ao transporte do utente com maca:

    Descer e subir rampas com a cabea do utente para cima, exceto quando o

    utente estiver em estado de choque;

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    Conduzir a maca pelo corredor com o utente sempre a olhar para frente. Se for

    preciso subir a rampa ou entrar em elevador, virar a maca aps, para conduzir o

    utente sempre na posio correta; Ao entrar no elevador, nivelar o mesmo e travar a porta. Entrar primeiro com a

    cabeceira da maca, desta maneira j sara na posio correcta;

    Transporte a maca com a grade, principalmente quando for transportar utentes

    anestesiados, inconscientes, agitados e crianas;

    Transportar o utente sempre coberto com um lenol, se necessrio.

    8. Ao proceder transporte com cadeiras de rodas:

    Descer a rampa, transportar sempre a cadeira de rodas de costas;

    Subir a rampa com o utente a olhar para a frente;

    Solicitar auxlio, sempre que necessrio, para subir e descer a rampa;

    Subir e descer degraus inclinando a cadeira para trs;

    Subir degraus

    Descer degraus

    Entrar no elevador puxando a cadeira, de trs; desta forma, ao sair do elevador

    estar na posio correta.

    9. Cuidados com as portas e paredes.

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    Cuidados especficos a utentes com soro:

    Cuidado para no obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre na

    altura adequada para que o dbito seja constante; No fazer trao no sistema de soros, para que a agulha ou cateter no se

    desloque, de forma a evitar a desconexo;

    Se houver infiltrao de soro no tecido subcutneo, interromper o dbito.

    Comunicar ao responsvel pela medicao assim que chegar unidade;

    Caso haja desconexo dos cateteres, procurar o posto de enfermagem mais

    prximo.

    2.3.Transporte em Andarilho, Canadianas e Cadeira de Rodas

    As ajudas tcnicas so equipamentos de reabilitao ou auxiliar que visam

    reduzir as consequncias do aparecimento de incapacidades motoras ou melhorar a

    qualidade do apoio prestado pessoa. So exemplos o andarilho, as canadianas e a

    cadeira de rodas. As ajudas tcnicas podem no compensar todas as incapacidades mas

    associadas ajuda humana, so um bom promotor da independncia fsica das pessoas.

    O tipo de equipamento de reabilitao ou auxiliar selecionado para cada utente

    depende muitas vezes das suas limitaes fsicas. As muletas e as canadianas so

    apropriadas para indivduos com uso total e fora suficiente nos membros superiores e

    que tenham funcionamento nos membros inferiores limitado. As bengalas, trips ou

    pirmides de base alargada so apropriadas para utentes com fraqueza ou paralisia de

    um dos lados do corpo, incluindo os que sofreram AVC. Os andarilhos so a opo para

    pessoas com fraqueza generalizada dos membros superiores e inferiores e so utilizados

    por pessoas de idade com artrite generalizada, fratura da anca ou doenas

    neuromusculares.

    Em regra geral, o fisioterapeuta que tira as medidas ao utente em relao a

    cada pea do equipamento de reabilitao ou auxiliar, selecionando-o de acordo com o

    peso, altura e necessidades especificas de cada indivduo.

    Existem alguns ensinos que importa fazer ao utente antes de utilizar os

    equipamentos:

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    Cuidados com o equipamento e dispositivos;

    Como chegar posio de p;

    Treino de marcha efetivo; Como enfrentar as escadas e curvas;

    Como regressar posio de sentado;

    O que fazer aps uma queda, como retomar a posio de sentado ou a p.

    Andarilho

    Os andarilhos so um bom sistema de apoio da marcha, para pessoas com

    fraqueza generalizada dos membros superiores e inferiores. Os andarilhos variam

    conforme a estrutura e o objetivo. O utente capaz de manter o equilbrio e levantar o

    andarilho pode usar um que seja leve, ajustvel e de levantar. Os andarilhos mais

    pesados e no ajustveis so recomendados para os utentes que se podem

    desequilibrar e cair para trs ao levantar um andarilho normal. Os andarilhos com rodas,

    com ou sem assento, so eficientes do ponto de vista da energia, no entanto, a

    instabilidade do andarilho com rodas impede a sua utilizao por alguns utentes.

    O comprimento do andarilho de uma pessoa igual distncia do seu grande

    trocanter ao cho. Um andarilho com a medida adequada possibilita ao utente ficar de

    p com os cotovelos ligeiramente fletidos quando o andarilho est apoiado no cho.

    O padro de marcha com o andarilho de levantar consiste em avanar o

    andarilho, dar um passo em frente com uma perna de cada vez, manter os passos iguais,

    recuperar o equilbrio e repetir, avanar o andarilho. Uma forma de andar alternativa

    consiste em avanar o andarilho, dar um passo com o p direito, avanar o andarilho,

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    dar um passo com p esquerdo e continuar, repetindo este padro. importante

    lembrar o utente para no andar quando o andarilho no est pousado no cho.

    Canadianas

    As canadianas so objetos utilizados como apoio para o corpo humano projetado

    com o propsito de auxiliar uma pessoa a caminhar quando uma das extremidades

    inferiores requer suporte adicional durante o deslocamento, geralmente quando o

    utente sofre algum tipo de incapacidade para deambular. Algumas canadianas podem

    ser ajustadas em tamanho e flexibilidade segundo as necessidades do utente. No caso

    de se utilizar apenas uma deve ser usada no lado contrrio do membro lesionado. H

    tambm aquelas projetadas especificamente para crianas.

    O comprimento das canadianas de uma pessoa deve estar de modo a que o

    apoio do antebrao fique logo abaixo do cotovelo e a pega deve encontrar-se ao nvel

    do grande trocnter. Canadianas com a medida adequada possibilitam ao utente ficar

    de p com os cotovelos ligeiramente fletidos quando as canadianas esto apoiadas no

    cho.

    Conforme as capacidades individuais do utente, os profissionais de sade

    prescrevem a marcha a quatro pontos alternados, dois pontos ou oscilao passo a

    passo. A marcha a quatro pontos alternados usa-se para pessoas com fora muscular

    limitada ou equilbrio questionvel. Sendo um padro de marcha muito seguro e

    estvel, a marcha a quatro pontos tambm um mtodo de deambulao muito lento.

    O padro de marcha a quatro pontos o seguinte:

    Canadiana direita;

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    Perna esquerda;

    Canadiana esquerda;

    Perna direita; Repetir at atingir o destino.

    A marcha a dois pontos assemelha-se mais a um padro de marcha normal.

    Embora mais rpida que a marcha a quatro pontos, exige um maior equilbrio, porque

    em cada momento so apenas dois pontos de contacto com o cho. O utente comea

    por ficar de p na posio inicial, depois desvia o peso de modo a avanar a perna

    direita e a canadiana esquerda simultaneamente, seguindo com a perna esquerda e a

    canadiana direita e repetindo o padro at atingir o destino.

    A marcha de oscilao passo a passo o utente parte da posio inicial nas

    canadianas, sem carga no membro afetado. Ambas as canadianas so levantadas e

    movidas para a frente em bloco enquanto o utente sustenta o peso no membro no

    afetado, depois o peso transferido para as canadianas. O utente d ento um passo

    para as canadianas e repete o processo. No mtodo balano rpido o utente tambm

    parte da posio inicial, mais uma vez ambas as canadianas so colocadas 10 a 15 cm

    frente como um bloco nico enquanto o utente suporta o peso no membro no afetado.

    Mas agora, quando transfere o peso para as canadianas, a perna no afetada impelida

    at ficar numa posio avanada em relao outra, pousando frente das canadianas.

    O processo repete-se at cobrir a distncia desejada.

    Cadeira de rodas

    As cadeiras de rodas so uma ajuda tcnica importante para a mobilizao de

    utentes incapacitados ou aqueles que permanecem muito tempo sentados por outra

    qualquer incapacidade.

    Quando usadas 9 horas por dia, a durao mdia de uma cadeira de rodas de

    cerca de dois anos, a maioria utilizada muito para alm desse perodo de tempo. Em

    muitos pases as cadeiras de rodas so um bem escasso e pouca ateno dada s suas

    condies.

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    As barreiras arquitetnicas, o terreno citadino ou rural, a construo social para

    os incapacitados e o custo so alguns dos fatores que em muitos pases fazem restringir

    as pessoas se lecionadas para o uso de cadeiras de rodas.As cadeiras de rodas so to diversas como as pessoas que as utilizam. A

    prescrio da cadeira de rodas, muitas vezes, enumera recomendaes de modificaes

    de acordo com as necessidades do utente. A altura e a largura da cadeira de rodas

    baseiam-se nas dimenses fsicas do utente, sendo o objetivo conseguir uma boa

    postura quando o utente est sentado. As costas e o assento da cadeira de rodas podem

    ser modificados de modo a acomodar dispositivos anti-presso e acrescentar suportes

    de posicionamento. Existem cadeiras de rodas com costas altas, costas reclinveis entre

    outras, para pessoas que necessitam de um suporte de cabea e pescoo ou que

    toleram dificilmente a posio de sentado direito.

    2.4.Tcnicas de Posicionamento e Mobilidade

    O posicionamento a postura correta, inativa ou de repouso, que permite um

    correto alinhamento dos diferentes segmentos do corpo, de forma a garantir a

    integridade e o equilbrio do sistema msculo-esqueltico, com o mnimo de dispndio

    de energia.

    Os posicionamentos so efetuados pelo profissional de sade de acordo com a

    situao clnica da pessoa e o programa estabelecido. essencial explicar sempre o

    procedimento ao utente e incentiv-lo ao auto-cuidado.

    Dependendo do tipo de utente, recomendam-se posicionamentos de 2/2 horas

    num utente crtico e sempre que o utente necessitar e o seu estado clnico permita.

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    A pessoa deve ficar confortvel e deve-se

    respeitar o alinhamento corporal e as amplitudes

    articulares em todas as posies.Os posicionamentos tm como objetivo estimular a circulao, respirao,

    eliminao e exerccio, bem como, manter a integridade da pele, prevenir atrofias

    musculares e proporcionar conforto e bem-estar.

    Ao efetuar posicionamentos essencial observar, cuidadosamente, a pele em

    todos os pontos de apoio possveis de formar reas de presso em cada decbito. A

    alternncia de posicionamento o principal mecanismo de preveno de lceras de

    presso.

    Antes de efetuar os posicionamentos importante conhecer o estado de

    conscincia e o grau de mobilidade do utente. tambm essencial manter boas

    condies de higiene do utente e da cama: secar bem a pessoa, manter

    continuadamente a pele seca (trocar fralda, se necessrio) assim como a roupa da cama

    limpa e esticada. Deve-se colocar um resguardo, ao fazer a cama, de modo a facilitar as

    deslocaes do utente.

    A nutrio e a hidratao adequadas auxiliam tambm na preveno de feridas.

    Cuidados a zonas de presso

    Em zonas de presso importante massajar a pele com creme hidratante,

    principalmente nas proeminncias sseas aps os cuidados de higiene, aquando os

    posicionamento e em SOS.

    Em casos de zona de rubor (vermelha) deve-se massajar apenas a pele

    circundante sem pressionar, de forma a restabelecer a irrigao sangunea.

    importante utilizar materiais de preveno de lceras de presso, tais como

    colcho de presso alterna, proteo calcanhar ou cotovelo; tendo em conta que

    nenhum destes materiais eficaz se o utente no for mudado de posio regularmente.

    2.4.1. Tipos de posicionamentos e tcnicas associadas

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    As posies bsicas so a posio de sentado, o fowler, o decbito dorsal,

    decbito ventral e decbito lateral. As posies modificadas so decbito semi-dorsal e

    decbito semi-ventral.

    Posio sentado

    O doente deve ficar apoiado por almofadas de

    maneira a que a articulao coxo-femural, joelhos e

    ps fiquem em ngulo recto. Os braos devem ficar

    apoiados quer seja no corpo ou no cadeiro.

    Os pontos de presso so as omoplatas, as costas, a regio sagrada, a regio

    popltea e os calcanhares.

    Posio de Fowler

    Nesta posio o utente fica ligeiramente sentado. O tronco deve estar elevado

    entre os 45 e os 60. a posio mais aconselhada para pessoas com problemas

    respiratrios.

    aconselhavel colocar uma almofada sob a cabea bem como nos membros

    superiores se o utente no tiver controlo sobre os braos e as mos. Tambm pode ser

    colocada uma almofada na regio lombar, na regio popltea e sob os tornozelos para

    suportar estas zonas.

    As zonas de possveis alteraes no alinhamento corporal so:

    Hiperextenso do pescoo;

    Extenso da coluna lombar;

    Extenso dos joelhos;

    Rotao externa das pernas;

    Flexo plantar ou extenso do tornozelo.

    As zonas sujeitas a maior presso so a omoplata, as costas, os cotovelos, a

    regio sagrada e os calcanhares.

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    Decbito dorsal

    No decbito dorsal, tambm denominado de posio de supina, a relao entre

    as partes do corpo essencialmente a mesma numa correta posio de alinhamento em

    p, com a exceo do corpo estar no plano horizontal. Almofadas, rolos trocanterianos,

    rolos de mos e talas podem ser utilizados para aumentar o conforto do utente e reduzir

    leses na pele ou sistema msculo-esqueltico.

    O colcho deve ser firme o suficiente para o suporte da coluna cervical, torcica

    e lombar. Os ombros so apoiados e os cotovelos so flexionados ligeiramente para

    controlar a rotao do ombro. Um suporte para os ps usado para evitar o p equino,

    manter o alinhamento adequado e propiciar liberdade de movimentos para os ps.Existem algumas reas problemticas para a posio de decbito dorsal:

    O travesseiro muito alto sob a cabea aumenta a flexo cervical;

    Cabea na horizontal sob o colcho;

    Ombros sem suporte e em rotao interna ou externa;

    Cotovelos estendidos;

    O polegar no oposto aos demais dedos;

    Rotao externa das pernas e joelhos;

    Ps sem suporte.

    Os pontos de presso sem proteo so a cabea, as omoplatas, os cotovelos, a

    regio sagrada e os calcanhares.

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    Para deitar o utente em decbito dorsal o profissional de sade ajuda-o

    colocando uma pequena almofada achatada que apoie a cabea, o pescoo e os

    ombros. Os braos so posicionados ao longo do corpo em posio de repouso, com os

    cotovelos em extenso e as palmas das mos para baixo. A posio dos membros

    superiores pode variar por uma ligeira abduo dos ombros com uma pequena

    almofada ou rolo a elevar os antebraos e as mos.

    As ancas ficam estendidas e apoiadas na posio por um rolo trocanteriano.

    importante evitar fazer presso na face posterior da perna, porque poderia lesar os

    vasos sanguneos, levando a uma flebite. Os joelhos ficam estendidos ou ligeiramente

    fletidos, mas um grau elevado de flexo do joelho pode levar a contracturas com

    compromisso da postura e da marcha. Os ps posicionam-se em ngulo reto com a

    perna. Existem contradies para a forma de prevenir a formao de contraturas que

    resultam em p equino, mas, para manter o ngulo de flexo desejado, usa-se,

    habitualmente, um tipo de dispositivo, como quadros ajustveis, lenis dobrados com

    firmeza, almofadas, talas de repouso de pernas com placas de ps ou botas tnis.

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    Decbito ventral

    O utente na posio de decbito ventral ou posio de pronao que a outra

    designao para esta posio, est de bruos. Nesta posio o utente fica deitado sobre

    a sua parte ventral com a cabea virada para um dos lados.

    A almofada sob a cabea do utente deve ter uma altura que evite a flexo ou

    extenso cervical e mantenha o alinhamento da coluna lombar. Colocar uma almofada

    sob a parte inferior das pernas permite a dorsiflexo dos tornozelos e a flexo dos

    joelhos, o que auxilia no relaxamento. Caso no haja almofada disponvel, os tornozelos

    do utente devem estar em dorsiflexo sobre a extremidade do colcho. O alinhamento

    corporal insuficiente quando os tornozelos esto continuamente em flexo plantar e a

    coluna lombar permanece em hiperextenso.

    Os profissionais de sade devem avaliar e corrigir os pontos potenciais de

    problemas que podem ser:

    Hiperextenso do pescoo;

    Hiperextenso da coluna lombar;

    Flexo plantar.Os pontos de presso sem proteo so a orelha, o queixo, os cotovelos, na

    mulher a regio mamria e nos homens os genitais, os joelhos e os dedos dos ps.

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    Antes de colocar o utente em decbito ventral, os profissionais de sade devem

    avaliar qualquer contraindicao possvel, como um aumento progressivo da presso

    intra-craniana ou esforo cardio-pulmonar.O profissional de sade ajuda o utente a deitar-se sobre o abdmen. A cabea

    fica virada de lado, o que facilita a respirao e a drenagem das secrees orais. Pode

    colocar-se uma almofada debaixo da cabea, para maior conforto, e outra entre o trax

    e o umbigo para aliviar a presso no trax ou nas mamas. As ancas e os joelhos ficam

    estendidos e apoiados nas almofadas. Os ps e os dedos dos ps ficam apoiados noutra

    almofada, ou posicionados entre a beira do colcho e a armao da cama, para evitar

    zonas de presso. Na posio de decbito ventral o utente pode sentir-se mais

    confortvel com os braos fletidos acima da cabea ou estendidos ao longo do corpo em

    posio neutral.

    Decbito lateral

    Na posio de decbito lateral o utente est deitado sobre o lado, com a maior

    parte do peso do corpo apoiada na anca e no ombro. Quando o utente est nesta

    posio, o alinhamento do tronco deve ser o mesmo como se estivesse em posio

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    ereta. Por exemplo, as curvaturas estruturais da coluna devem ser mantidas, a cabea

    deve ser apoiada numa linha mediana do tronco e a rotao da coluna deve ser evitada,

    especialmente nos utentes mais fracos.Os seguintes pontos problemticos so comummente observados nos utentes

    nestas posies:

    Flexo lateral do pescoo;

    Curvaturas da coluna fora do alinhamento normal;

    Rotao interna, aduo ou ausncia de apoio das articulaes dos ombros e dos

    quadris;

    Ausncia de suporte para os ps.

    Ausncia de proteo nos pontos de presso na zona parietal (cabea), orelha,

    osso ilaco, joelhos e tornozelos.

    Para colocar o utente em decbito lateral, o profissional de sade ajuda-o a

    deitar-se de lado e arranja uma almofada firme para apoiar a cabea e pescoo. O brao

    do nvel mais baixo posiciona-se ao lado do corpo, apoiando o do nvel superior numa

    almofada, para evitar a presso sobre o trax. A perna de nvel superior fica fletida na

    anca e joelho e posicionada sobre uma almofada em frente da perna do nvel mais

    baixo, para minimizar a presso nesta ltima. Pode usar-se outra almofada nas costas,

    para manter a posio de decbito lateral.

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    Decbito semi-dorsal

    Pode-se definir o decbito semi-dorsal como uma variante de decbito dorsal.

    Para colocar o utente nesta posio o profissional de sade pode partir do decbito

    dorsal para obter o semi-dorsal. Coloca almofadas sob a regio dorso-lombar. Volta a

    cabea para o lado do decbito e coloca uma almofada. A posio dos braos idntica

    ao decbito dorsal. Ligeira flexo das pernas. Coloca a perna superior sobre uma

    almofada. ideal para preveno de lceras de presso, por manter livres de apoio, as

    principais reas de proeminncia ssea.

    Vigiar as zonas de maior risco que so o lbulo da orelha, a omoplata inferior, a

    regio sagrada e os malolos.

    Decbito semi-ventral

    O decbito semi-ventral difere do decbito lateral em relao distribuio do

    peso do utente. O utente fica deitado de lado com o brao e a perna de cima puxados

    para a frente. Nesta posio o peso do utente colocado no lio anterior, mero e

    clavcula. Partindo do decbito lateral podemos obter o semi-ventral, para isso o

    profissional de sade coloca almofadas sob o trax e abdmen. A cabea fica voltada

    para o lado do decbito e coloca uma pequena almofada, tal como no decbito ventral.

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    O brao superior fica em abduo e flexo do antebrao sobre as almofadas, enquanto

    que o brao inferior fica em aduo e extenso por detrs do corpo. Uma perna est em

    extenso enquanto a outra est com o joelho ligeiramente fletido sobre almofadas;Os pontos problemticos que so geralmente observados nos utentes em

    posio de semi-ventral so:

    Rotao do pescoo;

    Rotao interna do ombro e perna superiores;

    Rotao interna do ombro inferior;

    As zonas sujeitas a maior presso so a cabea, a orelha, o ombro inferior, a

    crista ilaca, o joelho inferior e os malolos.

    2.4.2. Auxiliares de posicionamento

    Para manter o alinhamento corporal correto , por vezes, necessria a ajuda de

    vrios dispositivos auxiliares de posicionamento, como por exemplo: almofadas, rolos

    trocanterianos, suportes dos ps, rolos de mo, talas, cunha ou almofada de abduo.

    De uma maneira geral estes dispositivos podem ser criados a partir de materiais

    disponveis nas unidades hospitalares ou em casa dos utentes. Outros como as talas

    podem ser prescritos pelos fisiatras e concebidos ou adaptados pelos ortoprotsicos ou

    pelos terapeutas ocupacionais. Mesmo a mais vulgar pea de equipamento pode causar

    zonas de presso ou comprometer a circulao, se no for corretamente aplicada. Para

    prevenir a presso e o desenvolvimento de zonas isqumicas, os profissionais de sade

    verificam e removem o equipamento cada 2 a 4 horas, a menos que haja indicao

    mdica em contrrio.

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    Almofadas. As almofadas podem ser usadas para

    posicionar, estabilizar e apoiar ou assegurar uma ponte

    numa zona de presso. As alternativas s almofadasso toalhas enroladas ou dobradas, lenis de banho e

    blocos de espuma com material lavvel. importante verificar o contedo, pois algumas

    pessoas so alrgicas s substncias utilizadas no enchimento de almofadas e

    dispositivos semelhantes.

    Rolos trocanterianos. Pode usar-se uma toalha de

    banho ou lenol de flanela para fazer um rolo

    trocanteriano quando no existir um industrial ou

    quando a aquisio implicar mais uma despesa. Este

    rolo utiliza-se para evitar a rotao externa da anca na

    posio de decbito dorsal. O lenol dobrado em trs enrolado largura e colocado

    sob a anca desde o topo da crista ilaca at aproximadamente 15 cm acima do joelho.

    Deve ser enrolado contra e para baixo da pessoa, de modo a formar um rolo que

    acompanhe a face externa da coxa.

    Suportes de ps.As alternativas aos quadros de ps so caixas cobertas com lenis,

    talas de apoio de pernas ou tnis bota. Em qualquer destes

    casos, necessrio pesquisar as zonas de presso ou

    isqumia e exercitar os ps do utente,

    de acordo com as suas capacidades, com

    a finalidade de manter o tnus e a fora

    muscular e a amplitude articular.

    Rolos de mo.Um dos tratamentos consagrados pelo tempo

    para posicionar uma mo numa posio de ligeira flexo era

    um esfrego enrolado ou uma bola de borracha macia. O uso

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    de um cone firme, mantido em posio por uma tira elstica na face dorsal da mo

    assegura uma presso constante em toda a superfcie flexora dos

    dedos que por sua vez exerce presso nas inseres dos flexoresespsticos do punho e dedos.

    Talas. Existe desacordo quanto ao facto da colocao de talas nos

    membros espsticos facilitar ou inibir a espasticidade. Muitos

    terapeutas ocupacionais s colocam talas nos utentes com

    espasticidade moderada a grave. Assim, a

    sua utilizao depende da resposta individual do utente ao

    dispositivo bem como uma investigao mais aprofundada de

    forma a ter informao necessria para determinar a melhor

    interveno possvel.

    Cunha ou almofada de abduo. A almofada abdutora um

    dispositivo de posicionamento triangular em forma de cunha

    feito em espuma dura. Esta cunha utiliza-se, especificamente,

    para utentes com prtese total da anca, com o objetivo de

    manter os membros inferiores na posio de abduo que

    necessria para manter a prtese posicionada na articulao at que os msculos,

    tecidos moles e inciso em torno da prtese cicatrizem.

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    3. ATENDIMENTO E ACOLHIMENTO

    O profissional o rosto da empresa ou instituio em que trabalha. O

    profissional que contacta com o pblico deve ser notado pela competncia, gentileza eprofissionalismo. Neste contexto, o corpo fala muito. Manter as costas direitas, utilizar

    gestos suaves e manter uma fisionomia alegre ir transmitir disponibilidade e interesse.

    Uma imagem corporativa forte d confiana e contribui para desempenhos mais

    positivos.

    O vesturio faz tambm, parte integrante do processo de comunicao

    interpessoal. essencial que cada profissional se vista de acordo com o seu

    posicionamento na instituio que representa.

    3.1.Noes de Atendimento Personalizado

    Quando um utente chega a um servio essencial que o profissional se dirija ao

    mesmo sem precipitaes. Se possvel, importante colocar-se do seu lado direito

    evitando estar de frente pois cria um efeito de barreira. Desta forma criar um clima de

    partilha em vez de oposio. Coloque-se sempre respeitando a zona de intimidade, ou

    seja, mais ou menos com a distncia de um brao estendido, evitando assim, a

    aproximao excessiva pessoa.

    Se estiver ocupado a atender outra pessoa ou com algum servio, deve-se dar de

    imediato sinal ao recm-chegado de que reparou nele, sorrindo ou acenando a cabea.

    Olhar a pessoa nos olhos e manter o contacto visual permanente com ele sempre

    que fala de forma a demonstrar segurana, disponibilidade e escuta ativa. Sorrir

    tambm essencial. Demonstra tranquilidade e simpatia.

    Para alm disso, recebe-se o utente com uma saudao: Bom dia!, Boa

    tarde!, Como est? de acordo com a situao em causa. essencial evitar frases

    feitas que transmitam uma ideia de atendimento mecnico e no personalizado. A frase

    inicial deve ser de escuta ativa, procurando compreender as reais necessidades e

    expectativas da pessoa.

    Deve-se ter em ateno o tom de voz e a forma como se pronunciam as palavras

    e se constroem as frases.

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    relevante tentar identificar o estilo da pessoa que se vai atender: o seu nvel

    social e a sua forma de comunicar, para se adaptar e sincronizar com ela sem sair de um

    registo profissional. fundamental no utilizar palavras excessivamente tcnicas, siglas ou cdigos

    que uma pessoa comum no entenda: o que para o profissional bvio para um utente

    pode no o ser.

    Manter a pacincia e disponibilidade para dar todas as explicaes at conseguir

    que a pessoa esteja esclarecida essencial para um com atendimento. Algumas pessoas

    tm vergonha de colocar questes e de mostrar que no sabem, por isso, antecipe as

    necessidades da pessoa esclarecendo-a de tudo o que ela deve saber.

    3.1.1. Entrevista

    Aps a receo inicial, em servios de sade importante recolher uma srie de

    dados com a finalidade de identificar os problemas e necessidades do utente. Esta parte

    desempenhada pelo enfermeiro que faz uma avaliao inicial completa, criando

    condies para um ambiente teraputico. Estas informaes permitem tambm dar

    inicio ao plano de tratamento e de alta.

    Normalmente a ficha de avaliao inicial inclui: a identificao do utente,

    antecedentes pessoais e familiares, resumo da situao atual, descrio geral dos

    aspetos sociolgicos, psicolgicos e econmicos, observaes importantes e fontes de

    dados e/ou contacto como exemplo um familiar, amigo ou vizinho.

    A entrevista realizada num local calmo e isolado para dar oportunidade ao

    utente de se expressar livremente. Depois de cumprimentar e de se apresentar, o

    profissional deve explicar o objetivo da entrevista. Durante a mesma deve-se avaliar a

    situao emocional do utente e observar a comunicao no-verbal.

    Informar/esclarecer/ensinar sempre que necessrio. Completar a informao com

    dados obtidos na observao fsica. Registar dados obtidos num impresso apropriado a

    que a equipa de sade tem acesso.

    A admisso do utente um processo importante pois facilita a integrao do

    mesmo no meio hospitalar assim como os seus familiares. Este momento tem tambm

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    como objetivo integrar o utente no espao fsico que o rodeia, reunir condies para

    que o internamento seja o mais curto possvel e oferecer um atendimento

    personalizado.So funes do profissional, ajudar a pessoa a instalar-se na unidade, apresentar

    a restante equipa e as suas funes, ensinar a usar os equipamentos: cama, mesa de

    refeies, , explicar ao utente as rotinas do servio incluindo horrios de visita.

    3.2.Problemas Previsveis Segundo o Grupo Etrio e as Circunstncias do

    Cliente/Utilizador

    Dependendo da faixa etria dos utentes, verificam-se diferentes preocupaes e

    necessidades a que o profissional deve estar atento.

    No caso das crianas, normalmente, necessitam de estar sempre acompanhadas

    de uma figura de proteo, normalmente os pais. Estas podem ter consigo tambm

    amuletos aos quais mantm um vnculo importante.

    Os adolescentes, por sua vez, podem necessitar do seu espao e da sua

    privacidade, dispensando a presena de adultos. Estes preocupam-se bastante com a

    intimidade e necessitam, muitas vezes, de espao para falar e desabafar sem que se

    intrometam nos seus assuntos pessoais.

    Os adultos tm uma variedade imensa de problemas previsveis. Desde

    preocupaes com as doenas, a situao econmica e familiar, a vida profissional e at

    ao nvel do bem-estar pessoal. Ao nvel que se envelhece surgem as preocupaes com

    o medo da morte.

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    CONCLUSO

    Algumas pessoas, em situaes de doena tm dificuldades na satisfao dassuas necessidades bsicas como a alimentao e a eliminao. Nestes casos essencial

    o trabalho de um profissional que auxilie nestas tarefas. importante conhecer as

    tcnicas de alimentao nos diversos tipos de dificuldades apresentadas pelos utentes.

    Os utentes semi-dependentes necessitam de auxlio na preparao dos alimentos para

    comer ou at mesmo na introduo deles na boca. Os utentes dependentes

    normalmente tm formas de alimentao que so monitorizados pelo profissional.

    A preparao dos tabuleiros de refeio deve conter todos os elementos que a

    pessoa necessita para se alimentar, sem que necessite de pedir elementos em falta.

    Quanto manipulao de urinis e arrastadeiras os profissionais devem ter

    cuidados para evitar focos de infeco.

    A mobilidade vital para a autonomia e independncia da pessoa. No entanto,

    em casos de doena, as pessoas necessitam de ajuda para se movimentarem. Desta

    forma o profissional deve conhecer as tcnicas de posicionamento, mobilidade e

    transferncia das pessoas quer seja na cama ou na cadeira. Deve tambm conhecer os

    utenslios auxiliares de posicionamento para proporcionar maior conforto ao utente e

    prevenir complicaes. Para alm disso, deve conhecer as tcnicas de transporte em

    andarilho, canadianas e cadeira de rodas de forma a evitar acidentes.

    Como o profissional o rosto da empresa ou instituio em que trabalha, aquele

    que contacta com o pblico deve ser notado pela competncia, gentileza e

    profissionalismo. Desta forma, o utente deve sentir um atendimento personalizado por

    parte de cada profissional.

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