365 - Laicado Dominicano Novembro Dezembro 2013

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  Novembro/Dezembro 2013  Ano XLIII - nº 365  Directora: ISSN: 1645-443X - Depósito Leg al: 86929/95 Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL Fax: 226165769 - E-mail: [email protected]    L    A    I    C    A    D    O    D    O    M    I    N    I    C    A    N    O Directora: ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95 Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL O ALBERGUE D A PROSPERIDADE - O PRESÉPI O DA HUMILDADE Pensei que uma reflexão sobre o Natal, a ale- gria da boa nova, do nascimento do nosso sal-  vador, inspirada pelas últimas palavras do Pa- pa Francisco dirigidas aos cristãos e a todos os seres humanos, não nos devia afastar da refle-  xão das circunstâncias sociais que Deus esco- lheu para a sua vinda a este mundo. Hoje como outrora, o problema do con- traste entre as condições de vida de pobreza e riqueza, afrontam-nos e agridem-nos. Através da leitura de um quadro de Bruegel, incompa- rável na sua beleza, simples e quase ingénua, podemos talvez lá chegar com maior facilidade (não nos esqueçamos que quando foi pintado, no século XVI, muito poucos sabiam ler, com a excepção dos padres e frades, e o ensino do Evangelho se fazia sobretudo através das pintu- ras das igrejas) . O Albergue da Prosperidade  Pieter Bruegel, pintor flamengo (´O re- censeamento em Belém`-1566), escolheu re- presentar no mesmo espaço o local do nasci- mento de Jesus e do recenseamento: um alber- gue cuja função é assinalada pela coroa que lhe serve de sinal de identificação. Os colecto- res de impostos estão confortavelmente insta- lados por detrás duma mesa… tudo aqui repre- senta a riqueza. A multidão que se apressa está bem vestida e entrega grossas somas de dinhei- ro que se encontram sobre a mesa. Do outro lado as pessoas apertam-se ao redor de uma fogueira e uma sorridente hospedeira parece convidar um homem e a sua mulher a entrar: estão confortavelmente vestidas incluindo um rapazinho a que dão a mão. No primeiro pla- no, uma representação do luxo: madeira, ban- cos de sentar, palha para acolchoar, galinhas para tornar mais rica as refeições comuns, e o abate de um porco, prato de festa… Um presépio de humildade Neste plano do quadro, um pequeno casebre atrai o olhar: está situado à direita do centro do quadro, e é o único edifício que tem uma pequena cruz que se destaca muito nitida- mente sobre o plano de fundo de neve. Sepa- rada da multidão do recenseamento, simboliza a pobreza e o despojamento: uma mulher es- força-se em cuidar de algumas pobres plantas que crescem no Inverno. Qual é o sentido des- te pardieiro? Formará um contraponto à rique- za que rodeia o albergue do primeiro plano com o calor, as galinhas, o porco que se mata, as multidões entregando os impostos? A cruz indicará que este casebre irá em breve servir de presépio a Jesus? Lembremo-nos do Evangelho segundo São Lucas 2, 17:´ … ora enquanto permaneci- am lá, o dia em que ela deveria dar à luz che- gou: deu à luz o seu primeiro filho, enfaixou-o e depositou-o numa manjedoura porque não havia lugar para eles no albergue. ` Coligido por Maria do Carmo Ramos, com excertos da revista ´ Le monde de la Bible `nº 191, Dezembro de 2009

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Novembro/Dezembro 2013 Ano XLIII - nº 365

Directora:ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

Fax: 226165769 - E-mail:[email protected]

L A I C A D O D O M I N I C A N O

Directora:ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

O ALBERGUE DA PROSPERIDADE - O PRESÉPIO DA HUMILDADPensei que uma reflexão sobre o Natal, a ale-

gria da boa nova, do nascimento do nosso sal- vador, inspirada pelas últimas palavras do Pa-pa Francisco dirigidas aos cristãos e a todos osseres humanos, não nos devia afastar da refle- xão das circunstâncias sociais que Deus esco-lheu para a sua vinda a este mundo.

Hoje como outrora, o problema do con-traste entre as condições de vida de pobreza eriqueza, afrontam-nos e agridem-nos. Atravésda leitura de um quadro de Bruegel, incompa-rável na sua beleza, simples e quase ingénua,podemos talvez lá chegar com maior facilidade(não nos esqueçamos que quando foi pintado,

no século XVI, muito poucos sabiam ler, coma excepção dos padres e frades, e o ensino doEvangelho se fazia sobretudo através das pintu-ras das igrejas) .

O Albergue da Prosperidade

Pieter Bruegel, pintor flamengo (´O re-censeamento em Belém`-1566), escolheu re-presentar no mesmo espaço o local do nasci-mento de Jesus e do recenseamento: um alber-gue cuja função é assinalada pela coroa quelhe serve de sinal de identificação. Os colecto-res de impostos estão confortavelmente insta-lados por detrás duma mesa… tudo aqui repre-senta a riqueza. A multidão que se apressa estábem vestida e entrega grossas somas de dinhei-ro que se encontram sobre a mesa. Do outrolado as pessoas apertam-se ao redor de umafogueira e uma sorridente hospedeira parececonvidar um homem e a sua mulher a entrar:estão confortavelmente vestidas incluindo um

rapazinho a que dão a mão. No primeiro pla-no, uma representação do luxo: madeira, ban-cos de sentar, palha para acolchoar, galinhaspara tornar mais rica as refeições comuns, e oabate de um porco, prato de festa…

Um presépio de humildade

Neste plano do quadro, um pequenocasebre atrai o olhar: está situado à direita docentro do quadro, e é o único edifício que temuma pequena cruz que se destaca muito nitida-mente sobre o plano de fundo de neve. Sepa-rada da multidão do recenseamento, simbolizaa pobreza e o despojamento: uma mulher es-

força-se em cuidar de algumas pobres plantasque crescem no Inverno. Qual é o sentido des-te pardieiro? Formará um contraponto à rique-za que rodeia o albergue do primeiro planocom o calor, as galinhas, o porco que se mata,as multidões entregando os impostos? A cruzindicará que este casebre irá em breve servir depresépio a Jesus?

Lembremo-nos do Evangelho segundoSão Lucas 2, 17:´ … ora enquanto permaneci-am lá, o dia em que ela deveria dar à luz che-gou: deu à luz o seu primeiro filho, enfaixou-oe depositou-o numa manjedoura porque nãohavia lugar para eles no albergue. `

Coligido por Maria do CarmoRamos, com excertos da revista ´ Le monde de la

Bible `nº 191, Dezembro de 2009

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EXCERTOS DE UMA ENTREVISTA DO PAPA FRANCISCOCONTINUAÇÃO DO NÚMERO ANTERIOR

Igreja e homossexualidade

Devemos anunciar o Evangelho em todos os ca-minhos, pregando a boa nova do Reino e curando,também com a nossa pregação, todo o tipo de doençae de ferida. Em Buenos Aires recebia cartas de pessoashomossexuais, que são “feridos sociais”, porque medizem que sentem como a Igreja sempre os condenou.Mas a Igreja não quer fazer isto. Durante o voo de re-gresso do Rio de Janeiro disse que se uma pessoa ho-mossexual é de boa vontade e está à procura de Deus,eu não sou ninguém para julgá-la. Dizendo isso, eudisse aquilo que diz o Catecismo. A religião tem o di-reito de exprimir a própria opinião para serviço daspessoas, mas Deus, na criação, tornou-nos livres: a in-gerência espiritual na vida pessoal não é possível. Uma vez uma pessoa, de modo provocatório, perguntou-mese aprovava a homossexualidade. Eu, então, respondi-lhe com uma outra pergunta: “Diz-me: Deus, quandoolha para uma pessoa homossexual, aprova a sua exis-tência com afeto ou rejeita-a, condenando-a?” É neces-sário sempre considerar a pessoa. Aqui entramos nomistério do homem. Na vida, Deus acompanha as pes-soas e nós devemos acompanhá-las a partir da sua con-dição. É preciso acompanhar com misericórdia. Quan-do isto acontece, o Espírito Santo inspira o sacerdotea dizer a coisa mais apropriada.

Não é preciso estar sempre a falar de aborto,casamento homossexual e métodos contracetivos

Não podemos insistir somente sobre questõesligadas ao aborto, ao casamento homossexual e usodos métodos contracetivos. Isto não é possível. Eu nãofalei muito destas coisas e censuraram-me por isso.Mas quando se fala disto, é necessário falar num con-texto. De resto, o parecer da Igreja é conhecido e eusou filho da Igreja, mas não é necessário falar dissocontinuamente.

Primeiro, anunciar o essencial; só depois as con-sequências morais

Os ensinamentos, tanto dogmáticos como mo-rais, não são todos equivalentes. Uma pastoral missio-nária não está obcecada pela transmissão desarticuladade uma multiplicidade de doutrinas a impor insisten-

temente. O anúncio de caráter missionário concentra-se no essencial, no necessário, que é também aquiloque mais apaixona e atrai, aquilo que faz arder o cora-

ção, como aos discípulos de Emaús. Devemos, pois,encontrar um novo equilíbrio; de outro modo, mesmoo edifício moral da Igreja corre o risco de cair comoum castelo de cartas, de perder a frescura e o perfumedo Evangelho. A proposta evangélica deve ser maissimples, profunda, irradiante. É desta proposta que vêm depois as consequências morais.

Mulher na Igreja

É necessário (...) aprofundar melhor a figura damulher na Igreja. É preciso trabalhar mais para fazeruma teologia profunda da mulher. Só realizando estaetapa se poderá refletir melhor sobre a função da mu-lher no interior da Igreja. O génio feminino é necessá-rio nos lugares em que se tomam as decisões impor-tantes. O desafio hoje é exatamente esse: refletir sobreo lugar específico da mulher, precisamente tambémonde se exerce a autoridade nos vários âmbitos daIgreja.

Encontrar Deus no dia a dia

Deus está, certamente, no passado porque estánas pegadas que deixou. E está também no futuro co-mo promessa. Mas o Deus “concreto”, digamos assim,é hoje. Por isso, os queixumes nunca, nunca, nos aju-dam a encontrar Deus. As queixas de hoje de como omundo anda “bárbaro” acabam por fazer nascer den-tro da Igreja desejos de ordem entendidos como puraconservação, defesa. Não. Deus deve ser encontradono hoje.

Desconfiar de quem diz saber tudo de Deus

Neste procurar e encontrar Deus em todas as coi-sas fica sempre uma zona de incertezas. Tem de serassim. Se uma pessoa diz que encontrou Deus comcerteza total e não aflora uma margem de incerteza,então não está bem. Para mim, esta é uma chave im-portante. Se alguém tem a resposta a todas as pergun-tas, esta é a prova de que Deus não está com ela. Querdizer que é um falso profeta, que usa a religião para sipróprio. Os grandes guias do povo de Deus, comoMoisés, sempre deixaram espaço para a dúvida. Deve-mos deixar espaço ao Senhor, não às nossas certezas. Énecessário ser humilde. A incerteza existe em cada dis-

cernimento verdadeiro que se abre à confirmação daconsolação espiritual.(Continua na página seguinte)

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PALAVRA DO PROMOTOR

(Continuação da página anterior)

A surpresa de Deus

Encontra-se Deus caminhando, no caminho. Eneste ponto alguém poderia dizer que isto é relativis-mo. É relativismo? Sim, se é mal interpretado, comoespécie de panteísmo indistinto. Não, se é interpreta-do em sentido bíblico, onde Deus é sempre uma sur-presa e, portanto, não sabes nunca onde e como Oencontras, não és tu a fixar os tempos e os lugares doencontro com Ele. É necessário, portanto, discernir o

encontro. Por isso, o discernimento é fundamental».Quem procura soluções disciplinares ou tende

exageradamente à segurança doutrinal, não vai lon-ge…

Se o cristão é restauracionista, legalista, se quertudo claro e seguro, então não encontra nada. A tradi-ção e a memória do passado devem ajudar-nos a ter acoragem de abrir novos espaços para Deus. Quemhoje procura sempre soluções disciplinares, quem ten-de de modo exagerado à “segurança” doutrinal, quem

procura obstinadamente recuperar o passado perdido,tem uma visão estática e involutiva. E deste modo a fétorna-se uma ideologia entre tantas.

Oração

Rezo o Ofício [Liturgia das Horas] todas as ma-nhãs. Gosto de rezar com os Salmos. Depois, a seguir,celebro a Missa. Rezo o Rosário. O que verdadeira-mente prefiro é a Adoração vespertina, mesmo quan-do me distraio e penso noutra coisa ou mesmo quan-do adormeço rezando. Assim, à tarde, entre as sete e

as oito, estou diante do Santíssimo durante uma hora,em adoração. Mas também rezo mentalmente quandoespero no dentista ou noutros momentos do dia.

E a oração é para mim uma oração “memoriosa”,cheia de memória, de recordações, também memóriada minha história ou daquilo que o Senhor fez na suaIgreja ou numa paróquia particular. (...)Mas, sobretu-do, eu sei também que o Senhor tem memória demim. Eu posso esquecer-me d’Ele, mas sei que Elenunca, nunca, se esquece de mim.

(Retirado da Revista Brotéria)

A nossa Presidente, a Cristina, lembrou ser desne-cessário qualquer apresentação do novo Promotor!De facto não é “novo” e quase todos me conhecem,tanto quanto alguém pode ser conhecido.

Cada pessoa por graça de Deus é uma tal riquezaque nunca somos “conhecidos” nem “conhecemos”os outros… Os dons de Deus não são estáticos masmovimento; vão-se dando a conhecer porque manifes-tam a vida de Deus! Deus é Alguém que vamos conhe-cendo “até o ver face a face”! Sim, Deus é essa graçaem movimento presente em cada uma das suas obras!Nós somos a sua imagem, a obra mais valiosa, sempre

animada pela sua graça. Ora, S. Domingos é o“Pregador da Graça”. Contemplar essa “Graça” e dá-laa conhecer é a nossa vocação na fidelidade aquele cujapaixão maior era anunciá-la por toda a parte.

A ser assim cada um se vai apresentando ao deixar

espelhar e brilhar na sua vida a graciosidade de Deus.Depois, como S. Domingos, admirar a beleza da cria-ção e dá-la a conhecer como obra de Deus. Esta obra ébonita mas se tem a infelicidade de se degradar, ei-Loque vem com a força da sua misericórdia, como umfogo, purifica-la e de novo a pôr a brilhar!

Neste tempo de Advento, deixemos que o Senhornos toque e nos purifique. A Sua alegria é estar con-nosco “hoje tenho de ficar em tua casa”! É de ler estecapítulo dezanove de S. Lucas… resta-nos descer“cheios de alegria”! Vamos preparar Natal! O Senhor vem hospedar-se e habitar na casa dos pecadores. É

isto Natal!Fr. Marcos Vilar, O.P.

Promotor Provincial das Fraternidades Leigas

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NOTÍCIAS DAS FRATERNIDADESFRATERNIDADE DE NOSSA SENHORA DO

ALMORTÃO— IDANHA-A-NOVA

No passado dia 20 de Outubro reuniu a fraternida-de de Nossa Senhora do Almortão, de Idanha-a-Nova,na presença de Filomena e Francisco Piçarra, para pro-ceder à eleição do seu Conselho.

Ficou assim constituído:PRESIDENTE e FORMADORA: Manuela Do-

mingos Catana VICE-PRESIDENTE: Maria Bárbara Antunes Cha-

musca PoçasSECRETÁRIA: Belarmina Ramos Chamusca Beri-

lhino

TESOUREIRA: Maria de Lurdes Duarte GasparGouveia.

NOVO CONSELHO DA FRATERNIDADE DES. DOMINGOS NO PORTO

No passado sábado, dia 19 de Outubro, realizaram-se eleições na Fraternidade de São Domingos no Porto(Nª Srª do Rosário e Cristo-Rei) resultando no seguin-

te elenco.

Presidente: José António Caimoto Vice-Presidente e Tesoureira: Cristina BustoSecretário e Formador: Gabriel Silva

CONSELHO DA FRATERNIDADE DE MACEDODE CAVALEIROS– CORRECÇÃO

No nº de Julho/Agosto do “Laicado Dominicano”,a notícia do novo Conselho da Fraternidade de Mace-

do de Cavaleiros continha dois erros nos nomes dedois dos conselheiros.

Assim, a composição do Conselho é a seguinte:Presidente e formador: Armindo Geraldes

Vice-Presidente e Secretária: Mariana CardosoTesoureira: Deolinda Rodrigues À Fraternidade de Macedo e de um modo especial

aos seus conselheiros apresentamos as nossas descul-pas.

Cristina Busto, o.p.

NOVO CONSELHO DA FRATERNIDADE DE

S.DOMINGOS DE ELVAS As nossas saudações em Cristo Jesus.No passado sábado dia 23 de Novembro, na Euca-

ristia Vespertina da Solenidade de Cristo Rei, toma-ram posse dos seus cargos os 5 elementos eleitos pelaFraternidade Leiga de São Domingos de Elvas, na pre-sença do Vice-Presidente do Conselho Provincial dosLeigos Dominicanos Francisco José Paula dos SantosPiçarra e testemunhada pelo Pároco da Paróquia doSantíssimo Salvador, o Reverendo Padre JerónimoPereira Fernandes que ficou assim constituído:

Presidente: João Fernando Lopes Coelho Vice-Presidente: João António Dimas CardosoFormador: António José Brito CarlosSecretário: José António Mexia Crisóstomo

Tesoureiro: Vítor Manuel Dias Pires António Carlos o.p.

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NOTÍCIAS DAS FRATERNIDADESDIA DE FORMAÇÃO PARA AS

FRATERNIDADES LEIGAS

No passado dia 26 de Outubro realizou-se em Fáti-ma, no convento dos frades, um dia de formação su-bordinado ao tema” Retratos da vida laical dominica-na” e orientado pelo Gabriel Silva, formador provin-cial, tendo também tomado a palavra o frei Rui Ca-los Lopes.

Estiveram presentes as fraternidades de Pinheiroda Bemposta, Porto, Parede, Fátima, S. Domingos deBenfica e Idanha.

De manhã, e após o acolhimento, o frei Rui to-

mou a palavra para analisar as diferentes facetas da vida do Beato Per Giorgio Frassati. Seguidamente, oGabriel fez uma apresentação mais detalhada da vidadeste leigo dominicano, dando a conhecer os porme-nores mais importantes.

Antes do almoço, partilhado por todos os partici-

pantes, celebrou-se a Eucaristia na Igreja do Conven-to, presidida pelo frei Rui.

Após o almoço, retomaram-se os trabalhos, tendoo Gabriel dado a conhecer mais exemplos de leigosdominicanos, que ficaram conhecidos em diferentesépocas, nos mais variados contextos.

Terminou o dia com uma oração à volta de umícone de S. Domingos que está a fazer um percurso à volta da Europa, percorrendo vários países onde exis-tem FraternidadesLeigas; de Espanha viajou para Portu-gal, e daqui partiupara a Holanda,numa caminhadaque terminará emBolonha, em Maiodo próximo ano,onde se realizará apróxima Assem-bleia Europeia dasFraternidades Lei-gas.

Uma palavrafinal para a Frater-nidade de Idanha-a-Nova, que esteve presente emforça neste dia de formação, pois além de estar pre-sente a fraternidade em peso, ainda trouxe algumasconvidadas.

Cristina Busto, o.p.

PROMESSAS NA FRATERNIDADEDE FÁTIMA

No dia 26 de Outubro, dia de Formação para asFraternidades Leigas, e durante a Eucaristia celebra-da na igreja dos frades, fizeram promessa temporáriadiante da presidente Filomena Piçarra, Maria TeresaMorgado, Joaquim Cabanas e Mariana Conceição.

Foi mais um momento de grande alegria para aFraternidade de Fátima, que com pequenos passos,se vai fortalecendo num meio tão especial como é ode Fátima.

Cristina Busto, o.p.

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JORNADAS NACIONAIS DA FAMÍLIA DOMINICANA

As Jornadas Nacionais da Família Dominicanaque acabamos de celebrar em Fátima, de 8 a 10 deNovembro e que tiveram como tema “O LAICADO E

A PREGAÇÃO”, foram já, para mim, e penso quepara todos os que nelas participaram, uma verdadeirae feliz celebração dos 800 anos da Fundação da nossaOrdem.

Eu sei que não há coisas perfeitas, mas sincera-mente se houve falhas, penso que não foram facilmen-te verificáveis.

No meu entender tivemos a sorte de poder viver eexperimentar um momento alto da história da FamíliaDominicana de Portugal…

Afirmo que as Jornadas foram excelentes porque,entre muitos outros aspetos:

- O número de participantes foi muito bom e é dedestacar a presença do grande grupo de Jovens quetanto animaram e tanta riqueza partilharam.

- Foi admirável comprovar, mais uma vez, que aassembleia era composta, tanto por pessoas simples,com como por pessoas com graus académicos e profis-sionais bem elevados. Foi mais uma experiência palpá- vel de que a fraternidade é possível e acontece mesmo.

- Ao ouvir algumas partilhas, intervenções e teste-

munhos, senti, sinceramente, um enorme orgulho,

alegria e gratidão, por pertencer a esta Família.- Foi marcante a qualidade, oportunidade e inte-

resse de todas as conferências e painéis, assim como ascelebrações e momentos de oração.

- A parte logística estava bem preparada e algunspequeninos detalhes e surpresas que iam surgindo,contribuíram, também, para reforçar o carinho e oambiente “quente” e fraterno que se estava a viver.

- A exposição, venda de livros e de outros materi-ais, deram colorido e despertaram muito interesse,inclusive, noutros hóspedes da casa, que não faziamparte da Família Dominicana. Assim sendo, foi umaboa maneira de nos darmos a conhecer.

- O património da Família Dominicana tem sidomuito enriquecido, nos últimos anos, com várias pu-blicações cheias de interesse para nós e que durante as Jornadas estiveram à venda com custos muito baixos.Parabéns e Obrigado a quem tanto tem feito para queisto seja possível.

- As conclusões das Jornadas foram poucas, práti-cas e concisas.

Ao longo das Jornadas, mas sobretudo no fim, ia-se ouvindo, com muita frequência, que estas teriamsido das melhores que já se realizaram e eu concordo.

Ir. Deolinda

No passado dia 17 de Setembro faleceu a irmã dominicana Maria Alice Ferreira Andradepertencente à Fraternidade de S. João de Ovar.É com muita saudade que a Fraternidade se lembra dela pois enquanto teve saúde foi umpessoa sempre presente.

Maria José Dores Pinto Santos

FALECIMENTO

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Continuando o curso sobre Jerusalém, hoje falare-mos do Templo de Jerusalém, sem dúvida o local maisemblemático da cidade nos tempos antigos. Do Templo,que se situava onde hoje se encontram a mesquita de‘al -

Aqsa’ e a Cúpula da Rocha (no ‘Monte do Templo’), res-ta apenas o chamado ‘Muro das Lamentações’ e algunsarcos e túneis contíguos. É o local mais sagrado para osjudeus.

Os templos do Médio Oriente Antigo constituíam,além de centros religiosos propriamente ditos, tambémimportantes centros cívicos e sociais, culturais, políticos eeconómicos. Por analogia, e também a partir dos relatosdos textos bíblicos, a situação do Templo de Jerusalémseria mais ou menos aproximada. A diferença de conteú-do essencial é que em Israel se adorava um Deus único– ao contrário do que se passava com os seus vizinhos poli-teístas -, além de que era estritamente proibido represen-tar o Deus de Israel (‘Yahweh’) através de imagens.

O corpo social directamente ligado ao Templo eraconstituído pelos sacerdotes, encarregados de oferecersacrifícios - animais e vegetais– em honra de ‘Yahweh’. Aligação dos sacerdotes ao Templo era de tal forma umbili-cal que, destruído definitivamente o Templo de Jerusa-lém, no ano 70 d.C., às mãos dos romanos, a classe dossacerdotes deixou pura e simplesmente de existir em Isra-el. Os sacerdotes existiam em função do Templo. Os sa-cerdotes, por sua vez, eram assistidos nas funções de cul-to pelos levitas, que constituíam uma espécie de‘clerusminor’.

O Templo de Jerusalém, na realidade, compreendeutrês construções ao longo da história de Israel: o Templode Salomão (s. X a.C.); o Templo de Zorobabel (s. VIa.C.); e o Templo de Herodes, o Grande (s. I a.C.).

David tivera a ideia de construção de um templo a‘Yahweh’, por forma a que Deus habitasse numa “casa depedra” e já não numa mera “tenda”. De todo o modo, epor meio da profecia de Natan, esse privilégio haveria depertencer ao filho de David: Salomão. De resto, Davidera um “homem de sangue” (1Cr 28, 3 )…

O Templo é descrito em1Re 6-7, ainda que de modoincompleto. Porém, podemos concluir que a arquitecturae estilo devem ter sido fenícias, uma vez que o Templofoi planeado e construído por arquitectos e operáriosespecializados enviados por Hiram, rei de Tiro (1Re 5 ).

Diante do Templo havia duas colunas isoladas, debronze, encimadas com capitéis decorados. Numa colunahavia a inscrição ‘Yakin’ (‘Ele estabelecerá’) e noutra‘Boaz’ (‘com força’). W.F. Albright sugeriu que fossempilares luminosos com significado cósmico, lembrando acoluna de nuvens e a coluna de fogo do Êxodo.

Do pórtico, portas duplas de madeira de oliveiraconduziam ao ‘Santo’ (hêkal). Todo o interior era revesti-do com cedro entalhado e com decorações florais, palmas

e querubins. Era no ‘Santo’ que se encontravam os uten-sílios cultuais: o altar de ouro para o incenso; a mesa dospães da oblação; 10 lâmpadas, entre outros utensílios.

Depois, duas portas duplas conduziam ao ‘Santo dos

Santos’, o local mais sagrado do recinto. Era aqui que seencontrava a Arca da Aliança e/mas, sobretudo, a presen-ça gloriosa, invisível e austera do Deus de Israel: a chama-da ‘Shekinah Yahweh’. Esta sala também estava revestidade cedro entalhado e ouro. Dois grandes querubins decedro estavam sobre a Arca. Não se menciona nenhumailuminação do ‘Santo dos Santos’, e seria provavelmenteum lugar totalmente escuro. Era absolutamente vedado oseu acesso aos fiéis.

No pátio, o ‘Mar de Bronze’ constituía um amploreservatório de água sustentado por 12 figuras de bois,orientados 3 a 3, para os 4 pontos cardeais. Pode simboli-

zar o mar primordial que Yahweh dominou (cfr. relatogenesíaco da Criação) e sobre o qual colocou o seu trono(Slm 29, 10 ). Aí também se encontravam 10 conchas debronze móveis para carregar água.

O Templo de Salomão foi destruído pelos babilónios(caldeus) em 587 a.C. Pouco mais tarde, ainda durante oséc. VI a.C., o Templo seria reconstruído por Zorobabel,governador de Judá, no período pós-exílico (período per-sa). Era, segundo se julga, das mesmas dimensões e estru-tura do Templo de Salomão, mas muito mais modesto aonível da ornamentação e do trabalho decorativo, confor-me se depreende deEsd 3,12 e Ag 2, 2-4 . Este Temploficou de pé até ao início da construção do novo Templode Herodes, o Grande (séc. I a.C.).

Herodes, o Grande, ficou para a história da Palestinacomo um grande construtor. Inúmeras fortalezas– comoas fortalezas de Maqueronte e de Masada -; a edificaçãode uma cidade inteira dedicada a César– Cesareia Marí-tima -; o mausoléu doHerodium; e, claro o Templo de Jerusalém, assim como a chamada ‘Torre Antónia’, contí-gua ao recinto do Templo, em homenagem a Marco An-tónio.

A construção teve início no ano 19 a.C. e terminou

10 anos mais tarde. Porém, o serviço de decoração pros-seguiu por muitos anos ainda. A este propósito, em Jo 2,20 , os fariseus observam que “46 anos foram precisospara construir este Templo”. Ao fim e ao cabo, sabe-seque o Templo ficou totalmente finalizado em 64 d.C.,apenas 6 anos antes de ser incendiado e arrasado pelosromanos no ano 70 d.C. (!) As descrições do Templo são-nos transmitidas por Flávio Josefo e pelas tradiçõestalmúdicas.

No próximo artigo falaremos, muito sucintamente,como não poderia deixar de ser, das sucessivas invasões aque a cidade de Jerusalém foi sujeita desde os tempos doimpério bizantino até à chegada dos britânicos no primei-ro terço do século XX.

fr. Gonçalo P. Diniz, op

‘JERUSALÉM AO LONGO DOS SÉCULOS’- Capítulo 3

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F i c h a T é c n i c a Jornal bimensal Publicação Periódica nº 119112ISSN: 1645-443XPropriedade: Fraternidade Leigas de São DomingosContribuinte: 502 294 833Depósito legal: 86929/95Direcção e RedacçãoCristina Busto (933286355)Maria do Carmo Silva Ramos (966403075)

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O s a r t i g o s p u b l i c a d o s e x p r e s s a m a p e n a sa o p i n i ã o d o s s e u s a u t o r e s .

Laicado Dominicano Novembro/Dezembro 2013

Estamos no Adven-to, tempo de prepa-ração da vinda doSenhor e do seu

nascimento em Be-lém da Judeia– oNatal. A Igreja pro-põe-nos, durante osquatro Domingosque integram estetempo forte do Ad- vento, a reflexãosobre textos do An-

tigo Testamento que anunciam e preparam a vinda doSenhor; sobre a figura de João Baptista, o percursor,aquele que anuncia a chegada iminente do Cordeirode Deus; e sobre o papel ímpar de Maria, Mãe de Je-sus, aquela que acolhe em si mesma, no seu corpo ena sua vida, a promessa do Deus connosco– Jesus deNazaré. Encontramo-nos, assim, num tempo favorávelà catequese familiar. O Natal é considerado a festa daFamília– da família nuclear, que geralmente partilhao dia-a-dia, pais e filhos no ritmo de casa, escola, tra-

balho; da família alargada, quando se juntam ao nú-cleo mais restrito da família os avós, tios, primos eparentes afastados, numa alegre convivência que faz afesta; da grande família humana, afinal. Cumprem-se

velhos e importantes rituais: armar e enfeitar a árvoredo Natal, símbolo da vida que sobrevive ao solstíciode Inverno e da luz dos dias que começam a crescer;trocar presentes e cartões de boas-festas, como sinal deafeto, ligação e reconhecimento; construir o Presépio.E é sobre o Presépio que importa falar, sobretudo aosmais novos, crianças e jovens, para que percebam queé dali que vem a verdadeira Luz e é ali que está Aque-le que se faz presente para nós e é a razão da nossafesta e da nossa alegria. Os relatos que encontramosnos evangelhos, sobretudo em S. Lucas (Lc.1:26-56;Lc.2:1-40), com tantos pormenores e com tanto en-canto, dão-nos uma preciosa ajuda. Quem eram ospais de Jesus, qual a razão de ter nascido em Belém enum estábulo, quem eram os pastores e os magos?Oportunidades ímpares para uma boa catequese quenão deixe morrer o Natal.

José Carlos Gomes da Costa, O.P

PEDAGOGIA DO ADVENTO

Senhor,Que esta vela que acendo seja a luzcom que tu me iluminasnas minhas dificuldades e decisões.Que ela seja o fogo com que tu queimas em mimtodo o egoísmo, orgulho e impureza.Que ela seja a chamacom que tu aqueces o meu coração.Não posso ficar muito tempo na tua igreja:

Deixando esta vela a arderé um pouco de mim que quero dar-te. Ajuda-me a prolongar a minha oraçãonas actividades do dia.

DEIXANDO ARDER ESTA VELA…