3a Aula General Ida Des Parasitologia Veterinaria 2011 12

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ACES NOCIVAS DOS PARASITAS Efeitos directos A actividade, adaptao e patogenia do parasita depende de vrios factores: Localizao no hospedeiro (orgo(s), migrao,etc.) Dimenso Conformao da armadura bucal, presena de ganchos, espinhos, acleos ou outros caracteres morfolgicos Modo de alimentao Equipamento enzimtico e complexidade do seu metabolismo Antignios de Excreo/Secreo Mecanismos de sobrevivncia (hipobiose, enquistamento) Resistncia teraputica anti-parasitria

ACES NOCIVAS DOS PARASITAS1. Aco mecnica Perturbam as funes mecnicas dos orgos, por vezes sem lesarem directamente os tecidos dos hospedeiros. Obstruo / compresso / traumatismo. Ex: Ascaris suum, parasita do intestino delgado dos sunos e Echinococcus granulosus no fgado/pulmo de ovinos e humanos. 2. Aco espoliadora - Subtraem os nutrientes ao hospedeiro. Parasitas quimvoros (Ascaris suum), histfagos (Dicrocoelium dendriticum) e hematfagos (Fasciola hepatica). 3. Aco irritativa e inflamatria - Quase todos os parasitas. caros da sarna e Fasciola hepatica provocam irritao cutnea e dos canais biliares, respectivamente. Reaco inflamatria sua presena. Granuloma parasitrio, com clulas fagocitrias, posteriormente substitudas por tecido fibrtico. Eosinofilia geral e local nas infeces por helmintes. Capacidade metaplsica e neoplsica de alguns parasitas: Spirocerca lupi pode induzir osteosarcoma.

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ACES NOCIVAS DOS PARASITAS4. Aco txica - Produtos do catabolismo ou resultantes da sua morte. Substncias que induzem reaces alrgicas ou do tipo anafiltico. Sarcocystis spp. produz uma toxina mortal para o coelho. A destruio de adultos de Dirofilaria immitis durante a teraputica liberta Ag E/S responsveis por choques anafilcticos no co. 5. Aco infecciosa - Microrganismos veiculados directa ou indirectamente pelos parasitas. Aco directa Carraa que inocula riquetsias, vrus, etc. Aco indirecta Porta de entrada para infeces posteriores, no sendo causa directa da infeco. Fasciola hepatica transporta a bactria Clostridium perfringens do intestino para o fgado e circulao geral, sendo assim indutor de enterotoxmias.

Aces traumticas Fgado de bovino com fasciolose aguda.

Intestino delgado de equdeo com infeco macia por Parascaris equorum.

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Fgado e pulmo de ovino com quistos hidticos

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Aco irritativa dos caros da sarna do gnero Sarcoptes devido ovopostura das fmeas em tneis que escavam na pele - Sarna sarcptica no co.

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Aco alrgica da saliva das pulgas no co Dermatite Alrgica por Picada da Pulga (DAPP).

Efeitos indirectos dos parasitas:- Perdas econmicas: Atrasos no crescimento Diminuio do ganho de peso vivo Reduo das taxas de reproduo (fecundidade, prolificidade) Rejeies post-mortem Diminuio da produo de leite, ovos e couros - Aumento dos gastos com a teraputica/profilaxia - Diminuio do Bem Estar Animal com consequncias a nvel da famlia (Animais de Companhia) ou na explorao (Animais de produo)

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Ascaris suum

Ocluso intestinal

Suno emaciado com ascaridose

Tipos de Hospedeiros1. Hospedeiro Definitivo ( HD )alberga o parasita adulto(sexualmente maduro)

2. Hospedeiro Intermedirio ( HI )alberga as fases larvares ou intermedirias do parasita( serve como fonte de infeco para o HD)

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HOSPEDEIROS DEFINITIVOS1. HOSPEDEIRO DEFINITIVO (HD) Aquele em que o parasita atinge a sua maturidade sexual. 1.1. Hospedeiro normal Aquele com > prevalncia do parasita. Trichuris muris como parasita de vrios gneros de roedores: Apodemus 2%; Rattus 10%; Mus 52%. 1.2. Hospedeiro vicariante hospedeiro alternativo a que o parasita recorre na ausncia do hospedeiro normal. Trypanosoma brucei: HD normal Antlopes; HD vicariante gado domstico. 1.3. Hospedeiro reservatrio (HR) HD normal que serve de fonte de transmisso para a forma humana da parasitose, ou seja, alberga parasitas comuns ao Homem e aos animais domsticos. Ex: Co como HR de Leishmania infantum. (No confundir hosp. reservatrio (espcies) com hosp. portador (mesma espcie))!

HOSPEDEIROS INTERMEDIRIOS2. HOSPEDEIRO INTERMEDIRIO (HI) alberga as fases intermedirias ou larvares (pr-adultas), servindo como fonte de infeco para os hospedeiros definitivos. 2.1. Hospedeiro de Transporte (HT) Transporta as formas parasitrias. Animais coprfagos como os escaravelhos, minhocas, co (pelo) e aves (patas) transportam ovos de helmintes distncia . 2.2. Hospedeiro Paratnico (HP) Acumula as formas invasivas dos helmintes, transferindo-as para o HD. So considerados acumuladores, concentradores ou amplificadores. Os parasitas no sofrem qualquer evoluo morfolgica ou biolgica, no sendo necessrios para que o ciclo se complete. No entanto a sua existncia amplifica a transmisso do parasita e aumenta o sucesso da infeco nos HD. Ex: Rpteis, Peixes, Aves e Mamferos. Ex: Diphyllobothrium latum, HP peixes carnvoros.

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TIPOS DE HELMINTES DE ACORDO COM OS HOSPEDEIROS PARATNICOS BIOHELMINTES Ex: Spirocerca lupi HI HP HD Larvas L3 nos Colepteros coprfagos Aves Co HP GEOHELMINTES Ex: Toxocara canis Ambiente HP HD Ovos com E2 no solo Roedores Co HP

HOSPEDEIROS INTERMEDIRIOS2.3. HI vicariante Actua como HI na ausncia do HI normal. Ex: Limnaea natalensis p/ F. hepatica. 2.4. HI infectante passivo transporta a forma infectante do parasita, mas no infecta o HD de forma activa. A infeco do HD casual. Ex: Porco como HI infectante passivo de Taenia solium para o Homem. 2.5. HI infectante activo transporta a forma infectante e transmite-a de forma activa. Os Vectores so um tipo especial de HI infectantes. Ex: Artrpodes hematfagos como os Ixoddeos que transmitem Babesia spp. ou as Pulgas como transmissoras de Dipetalonema reconditum.

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Formas larvares no HI vertebrado: mamferos

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Formas larvares em

H.Intermedirios (invert.)

Metastrongylus spp.

Adultos nos brnquios

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Vectores So animais invertebrados (artrpodes, moluscos,...) ou veculos inanimados que actuam como HI e/ou como transportadores, capazes de transmitirem o parasita entre 2 hospedeiros.

Tipos de Vectores1. Vector biolgico Quando o parasita se multiplica - vector multiplicativo (Pulga na transmisso da peste bubnica, Mosquitos no Plasmodium) Quando sofre evoluo no vector - vector evolutivo (mosquitos na transmisso de Dirofilaria immitis, onde evolui de L1 a L3). Podem acontecer as duas situaes em simultneo: Ixoddeos na transmisso de hemoprotozorios. 2. Vector mecnico Artrpode (parasita ou no) que actua como transporte de um parasita sem que este sofra modificao alguma. Mosca domstica, moscas dos estbulos, tabandeos. 3. Fmite Veculos inanimados (objectos) que transportam parasitas entre 2 hospedeiros. Tesouras de tosquia, pentes e escovas na transmisso de caros da sarna.

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Ixoddeos como vectores multiplicativos evolutivos

No caso dos Protozorios, utilizam-se os termos:Hospedeiro Vertebrado para o Hosp. Definitivo Hospedeiro Invertebrado para o Hosp. Intermedirio

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Ciclos Biolgicos Ciclos Vitais Ciclos Evolutivos

Ciclo-Biolgico o conjunto de transformaes sofridas pelo parasita ( com ou sem passagem pelo meio exterior) que conduzem a um novo estdio adulto na gerao seguinte.

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O conhecimento de cada uma das fases evolutivas e dos mecanismos de transmisso de um hospedeiro a outro essencial para a compreenso da parasitose e das medidas profilticas a adoptar.

1. Ciclos-biolgicos monoxenos O parasita desenvolve-se completamente num hospedeiro. No necessitam de HI p/ passarem de um HD para outro. Transmisso por contacto ou por formas de disseminao no exterior. Transmisso por contacto - Parasitas com transmisso venrea (Tritrichomonas foetus) ou contacto cutneo ou com fomites (caros da sarna). Transmisso por formas de resistncia (quistos) Ex: Giardia lamblia. Eliminao de formas de disseminao p/ o exterior, como os ovos, que sofrem posterior evoluo no ambiente. Ex: Ascaris suum, Ovo E2; Haemonchus contortus, Ovo L1 L2 L3.

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CICLO - BIOLGICO DE A. suum

HT Ovo com E2

Ovo tpico de ascardeo

CICLOS-BIOLGICOS MONOXENOS

A - Strongylinae - Strongylus vulgaris B -Cyathostominae - Cylicocyclus nassatus.(Segundo OGBOURNE & DUNCAN, 1985)

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2. Ciclos biolgicos heteroxenos o parasita necessita de 1 ou mais HI para que se complete o seu ciclo e haja transmisso p/ o HD. 2.1. Ciclos diheteroxenos apenas com 1 HI. Ex: Fasciola hepatica. HD HI HD

2.2. Ciclos triheteroxenos ou poliheteroxenos exigem pelo menos dois HI. Ex: Dicrocoelium dendriticum. HD HI1 HI2 HD

2.3. Ciclos Auto-heteroxenos parasitas cujo HD tambm HI, isto , alberga simultaneamente formas adultas e larvares. Ex: Trichinella spiralis. Caracterstico dos CB em que h predao. HD/HI HD/HI

CB di-heteroxeno: Fasciola hepatica

HI

HD

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CB di-heteroxeno: Anoplocephala perfoliata

HD

HI

CB di-heteroxeno: Dirofilaria immitis

HD

HI

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CB tri-heteroxeno: Dicrocoelium dendriticum HD

2HI

1HI

CB tri-heteroxeno: Diphylobothrium latum

1HI

2HI

HD 3HI ou HP

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Trichinella spiralis - CICLO BIOLGICO

AUTOHETEROXENOO mesmo hospedeiro definitivo e intermedirio

Escassa especificidade de hospedeiro

EURIXENO

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