3a. Conferência de Energia e Recursos Naturais da América ... · Há três anos, a KPMG no Brasil...

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Óleo, Gás, Energia Elétrica, Mineração, Infraestrutura e Logística Novembro - Rio de Janeiro - KPMG kpmg.com/energylatam 3ª Conferência de Energia e Recursos Naturais da América Latina ENR 2014

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Óleo, Gás, Energia Elétrica, Mineração, Infraestrutura e Logística

Novembro - Rio de Janeiro - KPMG

kpmg.com/energylatam

3ª Conferência de Energia e Recursos Naturais da América Latina

ENR 2014

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Há três anos, a KPMG no Brasil tem provido o Mercado de energia e recursos naturais brasileiro e latino-americano de uma rica fonte de conteúdo, que pretende preparar tomadores de decisão para os desafios do próximo período e aproveitar as oportunidades de um ambiente altamente globalizado e integrado.

A troca de experiências, tendências, perspectivas e pontos de vista é o foco do nosso encontro, sempre tendo como objetivo instrumentalizar os líderes em todas as regiões com as ferramentas necessárias ao crescimento de suas organizações, tornando-as mais aptas e ágeis para lidar com as complexidades de um mundo em constante transformação.

Na conferência de 2014, ano de Copa, de eleições, os temas que afligiam o setor eram os mesmos que os de anos anteriores, mas com um diferencial: essa conferência foi o primeiro grande evento do setor após a decisão eleitoral para a presidência do Brasil e para os Governos dos Estados.

Por esse motivo, creio que a presente publicação tem a função bastante importante de marcar e influenciar os caminhos do setor para este e os próximos anos.

Aproveite a leitura!

Pedro Melo Presidente da KPMG no Brasil

Desafios e oportunidades

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É com grande prazer que apresento o resumo da nossa 3ª Conferência de Energia e Recursos Naturais da KPMG no Brasil, realizada no Rio de Janeiro, no dia 7 de novembro de 2014.

A exemplo dos anos anteriores, o objetivo do nosso encontro foi o de promover um ambiente de troca de experiências e conhecimento entre os líderes do setor no Brasil e na América Latina.

No ano de 2013, na segunda conferência, pouco mais da metade dos participantes eram C-Level, representando 116 empresas.

Foi naquele ano também que inauguramos o Centro de Excelência Latino-Americano de Energia, o KPMG Latam Energy Institute, atualmente situado no Rio de Janeiro. Somam-se a ele outros três centros que compõem a maior rede de relacionamento do setor no mundo.

No ano de 2013, a pauta da conferência abordou os diversos temas relacionados ao nosso setor e contou com duas palestras muito importantes: uma com Magda Chambriard, diretora-geral da ANP, que deu o tom do discurso do órgão regulador sobre os temas de nossas palestras, apresentando aos participantes um cenário completo do setor de óleo e gás no Brasil e outra com Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, apresentando um panorama da economia para o próximo ano.

Nesse terceiro evento, o tema da nossa palestra principal foi Perspectivas e Tendências do Setor de Energia e Recursos Naturais, que organizamos através de dois painéis centrais envolvendo lideranças dos segmentos de Óleo e Gás, Energia Elétrica e Mineração. No fi nal do nosso evento, contamos com a palestra Tendências e Cenários da Economia, que foi ministrada pelo ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Pedro Malan, que explorou os potenciais cenários para a economia global, latino-americana e brasileira, em face aos resultados das eleições recentes no Brasil, Colômbia, México, Peru e Chile, e a perspectiva de reversão do quadro de crise econômica e fi nanceira global.

Troca de experiênciasOutro destaque do nosso evento foi a apresentação de um importante levantamento realizado pela KPMG no Brasil e pela revista Exame que apontou os mais importantes projetos de infraestrutura do Brasil atualmente em andamento, dentre eles relevantes projetos no setor de energia e outros tão aguardados por representarem relevantes saltos de qualidade na infraestrutura nacional.

Nessa terceira edição, contamos com 427 participantes. Dos participantes do setor, 51% eram C-Level, representando 194 empresas. Veja abaixo:

Martiniano Lopes, líder deEnergia e Recursos Naturaisda KPMG na América Latina

Espero que você possa aproveitar esta publicação como um importante material de apoio às decisões de negócio de sua organização. Contamos com a sua presença no próximo evento e sua participação nos diversos fóruns de debates que estão à disposição nas redes sociais, internet, entre outros meios.

Boa leitura!

51%

26%

1%

22% C-Level (CEO, CFO, VP)

Manager

Outros Cargos

Cargo Não Informado

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Índice

18 Tendências e cenários da economia

2 Desafi os e oportunidades

3 Troca de experiências

5 KPMG Latam Energy Institute

6 Perspectivas e tendências do setor de energia e recursos naturais

10 Novo marco regulatório do México

12 Conteúdo Local e parcerias

14 O papel das energias renováveis na matriz energética regional e brasileira

16 Como os principais projetos de infraestrutura de energia e recursos naturais estão contribuindo para o futuro do Brasil?

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O setor de energia e recursos naturais é considerado prioritário para a KPMG mundialmente, tanto que recebe investimentos diferenciados para o desenvolvimento de soluções e a capacitação de seus profissionais continuamente. O KMPG Latam Energy Institute – formado por quatro centros de excelência globais, sendo um deles localizado no Rio de Janeiro – conta hoje com mais de 35 mil participantes, sendo não apenas a maior network específica de debates sobre o setor no mundo, mas também o exemplo mais significativo da importância dessa área para a empresa.

Como patrocinador das Conferências de Energia e Recursos Naturais da KPMG no Brasil, o KPMG Latam Energy Institute, em seu segundo ano de existência, se consolidou como grande provedor de conteúdo altamente especializado e qualificado.

KPMG Latam Energy Institute

Nesses dois anos, o instituto foi responsável pela realização de diversos webcasts, publicações e debates com os executivos da KPMG e do setor, e proporcionou, de fato, um ambiente virtual dedicado a ajudar as organizações e suas comunidades de interesse a compreender os desafios, as novas tendências e os riscos e oportunidades do setor, auxiliando nas tomadas de decisão.

A plataforma latina do instituto está em franca expansão e congrega mais e mais conteúdo a cada dia, além de ter se tornado referência no setor. Junte-se a nós!

O site do KPMG Latam Energy Institute pode ser acessado no endereço kpmg.com/energylatam, e as inscrições para a participação nas conferências são gratuitas.

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Perspectivas e tendências do setor de energia e recursos naturaisAs expectativas relacionadas aos principais desafios do setor por meio de uma abordagem ampla e técnica

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Foi de forma elucidativa que Ricardo Anhesini, COO e sócio-líder de Markets da KPMG, deu início ao ENR 2014, oferecendo uma prévia das informações relevantes discutidas a partir desse ponto. Informações, aliás, que tiveram como base além do tema inicial – Perspectivas e tendências do setor de energia e recursos naturais –, o parecer dos participantes sobre as perspectivas para 2015, detalhadas nos gráficos a seguir.

Coordenada por Manuel Fernandes, sócio da KPMG responsável pelo setor de Óleo e Gás no Brasil, e moderada por George Vidor, economista, apresentador do Globo News e jornalista econômico do jornal O Globo, a primeira parte do painel contou com a presença de Jerson Kelman, presidente da SABESP e professor da UFRJ; Nelson Silva, presidente da BG Brasil; Pablo Wagner, presidente da Genesis Capital e ex-vice-secretário de Mineração do Chile; Renato Bertani, diretor-executivo da Barra Energia; e Wilson Ferreira Jr., presidente da CPFL, que compartilharam suas opiniões e pontos de vistas apoiados em suas experiências de mercado.

Iniciando sua abordagem a partir da questão da seca que hoje assola o Sudeste, especialmente São Paulo, Kelman afirmou que, mesmo diante dos fatos noticiados na TV e nos jornais, o Brasil, como um todo, não enfrenta a pior seca de sua história. “Não estamos no pior momento da energia fluente

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naturais”, destaca, ao listar os problemas ocasionados pelo tsunami no Japão, a substituição do carvão pelo gás na China e as questões geopolíticas nos Estados Unidos. “No Brasil, certamente, teremos uma participação maior do gás na matriz energética”. Segundo ele, um dos fatos que merece uma discussão específica é a geração nuclear. “O país hoje registra entre 2% e 3% de geração na matriz elétrica, mas o ideal seria de 10% a 15% para fazer frente às reais necessidades territoriais”, avalia. Para o executivo, a tendência, por sua vez, refere-se a uma participação maior do gás na matriz brasileira, assim como em outros países.

Questionado sobre as expectativas do desempenho da mineração mundial, com atenção especial ao Chile, Wagner explicou que o país, juntamente com Peru e Colômbia, passa por um momento cambial muito importante. “Temos um problema cambial, social e de acordos com comunidades que precisam ser resolvidos, já que o Chile conta com uma regulamentação ambiental extremante exigente. O desafio está em construir melhores estratégias de produtividade, ampliar a capacidade de extração e fazer com que a indústria tenha condições de equilibrar os baixos preços do cobre”, relaciona, ao informar que o Brasil tem uma capacidade de produção e de mão de obra capazes de contribuir para o desenvolvimento do setor no Chile.

Quando o desafio se refere à produção de petróleo, Bertani o descreve com projeções – o mundo hoje consome cerca de 90 milhões de barris de óleo. A previsão para 2035 é de aproximadamente 110 milhões de barris consumidos/ dia. “Para atender a essa demanda não basta a acrescentar mais barris, mas sim cuidar dos campos, que declinarão com o aumento da produção. Com isso o desafio é maior e as oportunidades também. Isso poderá ser feito por meio de tecnologia e capital”, considera. O executivo informa que atualmente o Brasil investe cerca de US$ 35 bilhões/ ano em produção e desenvolvimento e tem condições de elevar o capital para algo em torno

de US$ 60 a 70 bilhões/ ano, devido a sua geologia. “Porém, é preciso remover os obstáculos, como a falta de leilões, principalmente no pré-sal, para registrar um melhor desempenho da indústria de óleo e gás. Potencial para isso existe”, adianta. A falta de previsibilidade se tornou o principal fator de comum acordo entre os investidores no setor.

Desafios e oportunidades também entraram em pauta específica de energia elétrica, analisados sob a perspectiva de Wilson Ferreira Jr. Ele se declarou otimista em relação ao setor, afirmando que, desde o evento de racionamento de energia, o Brasil evoluiu muito na questão das regulações. “O setor elétrico conta com investimentos privados, financiamentos estatais, um conjunto de governanças, planejamento e reserva, entre outros fatores. Com isso, a capacidade de geração foi ampliada em 23%”, enumera. No entanto, o executivo não deixa de mencionar a contenção de tarifas como um dos principais desafios. “A busca a qualquer custo pelas tarifas próximas ao custo reduz a remuneração dos empreendimentos, gerando uma qualidade inferior. Se a energia é tão importante, é preciso ter um equilíbrio entre remuneração dos agentes e modicidade tarifária. Não podemos ter a todo tempo um choque de demanda, mas sim de oferta para ter o custo correto”, justificou.

Uma abordagem mais técnica sobre as perspectivas do setor deu início à segunda parte do painel, sob moderação de Virginia Parente, especialista em estratégia aplicada à energia e meio ambiente do Programa de Pós-Graduação em Energia da USP; com participação de Gustavo Duarte Pimenta, diretor financeiro da AES Brasil; Helder Queiroz, diretor-executivo da ANP; João Carlos de Luca, presidente do IBP; Luiz Carlos Martins, diretor comercial de Energia da Camargo Corrêa; Oswaldo Pedrosa, presidente da Pré-Sal Petróleo; e Luiz Fernando Rolla, diretor de finanças e relações com investidores da CEMIG.

Participantes do evento

compartilharam informações do

setor apoiados em suas experiências

de mercado

ao sistema que já se viu. O sistema interligado nacional tem uma garantia física, mas a real capacidade do setor hidroelétrico brasileiro precisa ser repensada. É um problema complexo e não vou sugerir outra mudança. Afinal, o setor elétrico já passou por inúmeras reformas, mas é essencial sair dessa situação. Há um excesso de regulação que precisa ser controlado”, considera.

Silva deu continuidade ao assunto, destacando o aumento da termogeração nas discussões sobre a capacidade da matriz energética brasileira. “Existe um grande debate sobre as termoelétricas, enquanto muito se fala sobre o gás, que provavelmente ocupará um lugar mais importante na geração mundial, devido à ocorrência de vários fenômenos

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Com o objetivo de trazer um pouco mais de otimismo aos empresários e investidores, Virginia reforçou que o PIB é a variável mais citada como referência, mas que, no entanto, não refl ete a variável do setor de energia. Após mencionar dados de uma pesquisa que comprovam esse fato, o debate foi iniciado por Pimenta, que fez uma refl exão sobre o mercado, especialmente no Brasil. “É uma área de necessidade intensiva de capital e, talvez, um dos fatores mais críticos seja o acesso a esse capital. Quando falamos em fi nanciamento, temos de pensar na previsibilidade desses investimentos. Hoje existe uma série de dúvidas em relação às perspectivas de médio e longo prazo e à clareza das regras. Quando analisamos outros mercados, é possível perceber que eles têm feito a lição de casa de forma mais estável do que o Brasil”, disse ao mencionar como exemplo o México, que hoje conta com um novo marco regulatório.

Rolla preferiu abordar o tema a partir da aquisição de ativos da italiana Therma (hoje Taesa) pela CEMIG, por meio de uma parceria societária com um fundo

Expectativas reais

Quatro perguntas sobre o desempenho econômico e setorial no Brasil e no mundo deram início aos painéis sobre Perspectivas e tendências do setor de energia e recursos naturais, servindo como apoio aos depoimentos dos palestrantes:

Qual é sua expectativa para a economia mundial em 2015, comparado a 2014?

Qual é sua expectativa para o setor de óleo e gás no Brasil para 2015 em relação ao ano anterior?

Qual é sua expectativa para o setor de energia elétrica no Brasil para 2015, em comparação a 2014?

Crescimento de 3 a 5% (cenário otimista)

Permanece a instabilidade (crescimento de 1% a 2%)

Pessimista (não cresce)

15,15%16,67%

68,18%

Melhorar (regras e contratos claros e tarifas ajustadas)

Manter (tarifas represadas por conta de efeitos na infl ação)

Piorar (contínuo uso de fontes mais caras para minimizar efeito das secas) 

12,65%

66,4%

21,74%

Melhorar (plano de negócios das operadoras são executados e produção de óleo e gás aumenta)

Manter (inércia dos investimentos das operadoras e atraso na entrega dos ativos com manutenção dos níveis de produção atuais)

Piorar (preços dos combustíveis represados por conta de efeitos na infl ação e produção de óleo e gás decresce. Aumenta oferta de óleo e gás no mundo e preços caem)

16,79%

29,39%

53,82%

Qual é sua expectativa para o setor de mineração no Brasil para 2015, em comparação a 2014?

Melhorar (marco regulatório é defi nido e empresas iniciam exploração e produção de novas minas)

Manter (regulação não muda e setor continua com níveis de produção atual)

Piorar (preços do minério cai e exportações para China caem, exigindo das empresas maior alavancagem)

7,65%

46,74%

49,41%

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Para Renato Bertani, da Barra Energia, o Brasil investe hoje cerca

de 35 bilhões/ano em produção de petróleo e tem condições de

elevar para 60/70 bilhões

de investidores. “Essa estratégia nos deu uma garantia de retorno muito acima do que nos foi assegurado. Atualmente, contamos com o apoio de investidores que auxiliam a CEMIG a crescer em outros mercados”, justificou. Se por um lado existem oportunidades, o setor também revela obstáculos que precisam de uma análise que beneficie o desenvolvimento de infraestrutura e comunidades. Martins ilustra esse fato com a realidade de algumas obras na região Norte do país, que contam com a participação da Camargo Côrrea, sendo a Usina de Belo Monte um dos casos mais emblemáticos. “Os impasses gerados pela questão da demarcação de terras indígenas tem causado enormes atrasos e custos altíssimos, sem sequer atingir qualquer aldeia. Esse é um dos casos do custo Brasil que impacta diretamente no investimento. Você estima, por exemplo, um valor de R$ 500 milhões para a parte ambiental e ao final tem um custo de R$ 3,5 bilhões”, explica.

A partir da realidade descrita por Rolla, é possível concluir que os investimentos de médio e longo

prazo exigem muito mais do que planejamento orçamentário e estratégico. Quando essa questão refere-se ao pré-sal, Pedrosa comenta que os projetos são intensivos em capital, a produção é de longo prazo e ocorre gradativamente. “Para se ter ideia, o desenvolvimento pleno do Campo de Libra só vai acontecer entre 2027 e 2028, quando cerca de 10 a 12 sistemas de produção com plataformas flutuantes serão definitivamente insta lados”. Mas, segundo ele, alavancar recursos financeiros para investir em projetos dessa dimensão não é algo impossível de ser realizado. “O pré-sal tem desafios. Estamos lidando com projetos de alta complexidade tecnológica e operacional, mas ele é hoje uma realidade. O Brasil já produz mais de 550 mil barris de petróleo, sendo mais de ¼ de sua produção total de reservatórios do pré-sal”, revela.

Os recursos destinados ao setor de petróleo também são questionáveis quando se trata de shale gas, resultado de um programa exploratório que permitiu um aperfeiçoamento

tecnológico e de incremento das bacias sedimentares dos Estados Unidos. Queiroz destacou esse tema dizendo que “para um país que sempre tratou a dependência energética como uma questão de Estado, essa é uma mudança substancial, com impactos na geopolítica do petróleo e gás”. Segundo ele, a retirada dessa demanda do mercado tem gerado uma queda de preço. “Em 2013, tivemos a menor volatilidade do preço de petróleo, e agora o preço despencou”, ressaltou.

Esse cenário apresentado por Queiroz serviu de apoio para que Luca revelasse como o IBP avalia a atual situação. “Existem diversos desafios no segmento de petróleo e, por isso, estamos preparando uma agenda prioritária para direcionar a indústria. Em exploração e produção, priorizamos a regularidade de oferta e blocos de produção. As licitações precisam ser retomadas em calendário regular, para que conquistem o sucesso registrado em 1998. Não temos dúvida do potencial do setor, mas é preciso aprimorar”, sugere.

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Novo marco regulatório do MéxicoDe que forma as mudanças no setor de energia e recursos naturais impactam o Brasil e o mundo

Se existe uma iniciativa global no setor de energia e recursos naturais que tem conquistado atenção nos últimos tempos, certamente, é o novo marco regulatório do México. Gilberto Alfaro, ex-líder de Energia e Recursos Naturais da KPMG no México, disse que a partir dessa iniciativa o país se insere em um mundo globalizado, tornando-se competitivo na exportação de recursos naturais. “Por mais de 70 anos, o México se manteve por meio de monopólios, especialmente no setor de petróleo e, em 2014, se abriu à iniciativa privada nacional e estrangeira de óleo e gás”, declarou. Essa abertura também ocorre no setor de energia, fazendo com que a Comissão Federal de Eletricidade passe a competir no mercado.

Qual será o impacto provocado por essas mudanças? Segundo Alfaro, as 21 leis – que precisam ser aprovadas para a regulamentação de todo o marco regulatório – representam para os investidores estrangeiros uma oportunidade de se inserir nessa nova dinâmica. “O México ainda não havia se inserido no mercado mundial devido à propriedade dos recursos de hidrocarbono, que permanece como propriedade do Estado. Os recursos petroleiros também se mantêm como do Estado, sendo os investimentos privados obtidos por meio de um contrato de licitação”, explicou.

Sobre a política energética do Estado, o executivo contou que haverá

órgãos reguladores distintos, cujas responsabilidades serão projetadas pela Secretaria de Energia do governo, que deve estabelecer uma política energética de longo prazo. “Isso também envolve a Secretaria da Fazenda, que definirá a variável econômica desses contratos. O setor contará com órgãos reguladores técnicos, encarregados de regularizar a execução dessa reforma”, acrescentou.

Com a abertura de investimentos para o setor, companhias nacionais e estrangeiras poderão participar igualmente nos projetos de upstream, assinados durante processo de licitação. As áreas de downstream e midstream, por sua vez, não exigirão aprovação, mas sim uma permissão prévia do regulador correspondente, comprovando a capacidade técnica e operacional para exercer essas atividades. “Outro elemento importante é a renda petroleira, e, nesse sentido, os contratos de upstream ocorrerão por meio da oferta da variável econômica, decidida durante a licitação. Dessa forma, cada parte terá tempo suficiente para desenvolver projetos e viabilizar investimentos”, disse o executivo, ao mencionar que hoje a transparência é o fator mais relevante para a realização de negócios.

As oportunidades, de acordo com o novo marco regulatório, ainda consideram as atividades de upstream estratégicas, porém agora com a

participação da iniciativa privada. “Até então, o Pemex era responsável por essas alianças. Agora, o Estado, por meio da Secretaria de Energia, poderá contratar diretamente uma empresa da iniciativa privada para explorar um campo específico. Nos casos de midstream e downstream, todos que tenham capacidade tecnológica, operacional e financeira poderão competir”, informou Alfaro.

Especificamente sobre a atual

posição da Pemex, o executivo esclarece que a estatal mantém seu direito inicial – conhecido por Ronda Cero –, que permite selecionar projetos já iniciados. “Com isso, a Pemex poderá converter esses projetos em contratos e buscar sócios que complementem

As oportunidades, de acordo com o novo marco regulatório, ainda consideram as atividades de upstream estratégicas, porém agora com a participação da iniciativa privada

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suas capacidades estratégicas e competitivas para exploração de seus poços de forma rentável”. Em relação aos novos contratos, eles também poderão ser assumidos pela Pemex e outra entidade produtiva do Estado, mas sem receber qualquer tipo de apoio do governo. “Esses contratos são definidos basicamente em quatro modelos, que serão praticados um pouco mais adiante”, completou o executivo.

Além dos modelos de contrato (veja boxe), será introduzida uma série de regras que fortalecem o mercado com transparência e critérios de acesso aberto, evitando a concentração regional e a criação de novos monopólios. “Medidas para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas do setor lançadas pelo governo visam ao fortalecimento financeiro com créditos brandos. Projetos de certificação e treinamento farão com que essas companhias estejam capacitadas para competir no segmento”, finalizou Alfaro, destacando que renovação e transparência caracterizam a nova fase do setor energético mexicano.

Gilberto Alfaro afirma que o novo marco regulatório

torna o país competitivo na exportação de

recursos naturais

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Permite que a liquidação desse contrato se faça em barris de petróleo, atraindo empresas estrangeiras que pretendem dar continuidade a seu processo de integração no mercado mexicano.

Produção comPartilhada

Novos horizontes Quatro modelos de contrato organizam a exploração dos campos petroleiros do México. Confira a seguir quais são esses modelos e suas principais características:

ServiçoS

Já em operação, esse contrato é basicamente pago por um honorário de volume extraído. É utilizado, principalmente, na exploração de campos maduros.

utilidade comPartilhadaContará com uma porcentagem de participação do Estado e da iniciativa privada, além de uma série de elementos que visam aplicar as melhores práticas e os modelos de cobranças mais utilizados mundialmente.

licençaS

Tem o mesmo efeito do contrato de produção compartilhada e muita semelhança com o contrato de concessões que estão proibidas em embargo. Estruturalmente está projetado como um contrato de licença, atendendo à flexibilidade que buscam as companhias estrangeiras.

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Conteúdo Local e parceriasMesmo diante das oportunidades geradas no mercado, esses dois fatores ainda enfrentam obstáculos possíveis de serem superados

Casos de sucesso e insucesso permeiam as parcerias entre empresas no Brasil e no mundo. As oportunidades de mercado, no entanto, motivam grandes empresas a unir suas expertises. Para superar possíveis obstáculos, novos modelos de parceria têm se estabelecido, sendo esse o tema moderado por Ina Kjaer, sócia-líder de Integração e Separação da KPMG no Brasil, juntamente com Armando Guedes, vice-presidente de Oil & Gas da Firjan; Dennis Palluat, presidente da TOTAL Brasil; Eloi Fernández e Fernández, diretor-geral da ONIP, Maurício Figueiredo, vice-presidente da Baker Hughes do Brasil; e Antonio Guimarães, secretário-executivo de Exploração e Produção do IBP, durante uma das sessões paralelas do ENR 2104.

A participação da TOTAL no Consórcio de Libra deu início à discussão. Consideradas por Palluat, uma parte natural no universo do setor de óleo e gás, as parcerias são formadas com o objetivo de minimizar possíveis

Empresas do setor se motivam para unir suas

expertises na produção e exploração de óleo e gás

no Brasil e no mundo

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riscos de mercado. “Esses riscos passam a ser compartilhados com outras companhias do setor, permitindo que ao final todos tenham sucesso. No caso de Libra, contamos com um grupo forte, em que cada um contribui para o bom desenvolvimento do processo. Para a parceria funcionar, no entanto, as regras devem ser claras”, avaliou.

Compartilhando da opinião de Palluat, Figueiredo completou dizendo que um dos maiores problemas relacionado às parcerias é o ambiente setorial um pouco instável no que se refere às normas e regras definidas. “As mudanças constantes na legislação podem gerar muitos problemas para as parcerias, que normalmente já têm seus desafios”, justificou. Ao concordar que existem problemas a serem resolvidos nesse quesito, Guedes acredita que a tendência das parcerias é crescer, sendo praticamente impossível assumir um grande projeto isoladamente. “As empresas precisam complementar o seu campo de

atividade, ter um espaço maior no mercado e desenvolver um trabalho de alta qualidade. Para isso, é necessário contar com bons parceiros”, definiu.

O sucesso, nesse caso, tem como base o contrato de governança, que deve descrever detalhadamente as responsabilidades de cada parceiro e o desenvolvimento de todo o projeto, na opinião de Guimarães. “Nosso setor já tem uma base de contrato muito bem definida no Brasil. Tivemos 12 rodadas de concessão e grande parte já desenvolveu bem esse modelo. Acredito que a tendência é diminuírem os problemas”, adiantou.

Ao destacar que o formato de parceria mais discutido no setor de óleo e gás é o relacionado à exploração e produção, Fernández decidiu colocar um item a mais em discussão: a rede de fornecimento. “Essa parceria ocorre, especialmente, em função dos desafios tecnológicos e da capacidade de

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Conteúdo LocalVocê identifi ca o Conteúdo Local como uma barreira de entrada para novos operadores no mercado brasileiro?

71,15%

28,85% SimNão

Você acredita que as demandas por Conteúdo Local possam acarretar em estrangulamento/falta de fornecimento de bens e serviços nacionais a médio ou longo prazo?

78,64%

21,36% SimNão

Como você imagina o impacto do Conteúdo Local nos custos de produtos e serviços da indústria de óleo e gás?

Alto: elevação do CAPEX em 10 %Médio: incremento de 1 a 2% do CAPEXBaixo: Sem incremento do CAPEX

73,12%

22,58%

4,3%

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superá-los. Aparentemente isso pode não dar certo, mas eu acredito que elas possam ser bem-sucedidas sim”, afi rmou.

O debate teve continuidade com a abordagem do Conteúdo Local, que, de acordo com o moderador André Donha, diretor da KPMG no Brasil, é um tema bastante comentado, considerado o top 10 pelas indústrias do setor. “Ele foi criado com o objetivo de obter um compromisso por aquisição, compra de bens e serviços em base competitiva. Programas como capacitação, desenvolvimento tecnológico e geração de empregos foram desenvolvidos pelo setor com apoio do Governo com esse propósito”, ressaltou antes de passar a palavra para Fernández, que acredita que é preciso adotar novas premissas para Conteúdo Local para se obter competitividade e sustentabilidade. “Esse assunto vem sendo discutido de forma desorganizada nos últimos anos, sem apresentar uma política que seja sustentável no longo prazo. É preciso rever as premissas desse processo para que ele possa ser construído de forma mais coerente”, declarou.

Para Figueiredo, o Conteúdo Local é decorrente de uma política industrial consistente. “Primeiro é necessário identifi car qual é a nossa verdadeira vocação e as matérias-primas que temos disponíveis, para estabelecer estímulos, inclusive fi scais, para que o empresário invista naquele segmento”, esclareceu. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Guedes foi além, dizendo que a questão é de interesse do país. “Creio que Conteúdo Local seja um fato, um desejo, um bem para um país como o Brasil, que pretende ter uma posição importante no mundo. A questão que se coloca é a relação entre Conteúdo Local e custo. O Conteúdo Local não pode ser feito a qualquer custo”, defendeu, ao justifi car que à medida que se conquista conhecimento, por meio de parcerias e tecnologias, gera-se maior competitividade de mercado.

Guimarães abordou essa questão com estimativas de investimentos, depois de considerar que o Conteúdo

Percepção de mercado

A interatividade dos participantes nos painéis sobre Parcerias e Conteúdo Local direcionaram os painelistas nas discussões sobre os temas. Confi ra as opiniões compartilhadas a partir das perguntas a seguir:

ParceriasEm sua opinião, qual porcentagem das parcerias criam valor?

Menos de 20% Entre 20% e 50% Entre 50% e 80% Mais de 80%

61,11%

21,3%

2,78%

14,81%

Quais são os principais obstáculos para o bom funcionamento de uma parceria?

53,64%

11,82%

16,36% 18,18%Diferenças culturais Governança mal estabelecidaDivisão de custos e receitasDifi culdades operacionais

Qual é a sua expectativa com relação ao número de parcerias no setor, no Brasil, nos próximos 24 meses:

Aumente Continue o mesmoDiminua

33,66%

14,85%51,49%

Qual é a sua expectativa com relação aos tipos de parcerias que ser formarão no setor, no Brasil, nos próximos 24 meses?

Brasil/ Internacional Brasil/ Brasil Brasil/ Brasil e Brasil/ Internacional

18,45%54,37%

27,18%

Local nada mais é do que um elemento de uma política industrial. “Atualmente no Brasil, isso corresponde a um investimento de 36 a 40 bilhões de dólares/ ano, e se queremos fazer 50% de Conteúdo Local, os segmentos interessados devem ter uma visibilidade futura, além de acreditar que é possível transformar esses cenários e produtos em algo competitivo”, explicou.

Sob a visão de empresa estrangeira, Palluat encerrou a discussão informando que as empresas petroleiras gostam de encontrar nos países em que atuam bens e serviços com preços competitivos e de qualidade. “Mas esse é um problema presente no Brasil. É preciso investir em capacidade e oferecer alternativas de preço, serviços e prazo de entrega”, concluiu.

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14 - 3a Conferência de Energia e Recursos Naturais da América Latina

O papel das energias renováveis na matriz energética regional e brasileiraAs tendências de um segmento que a cada dia ganha mais evidência no país, detentor de várias fontes naturais energéticas

Ao comparar o crescimento demográfico e econômico mundial ao das energias renováveis, é perceptível a discrepância. O consumo do carvão, mesmo diante de algumas políticas de redução, continua a todo vapor, e, com ele, ocorrem as já conhecidas emissões derivadas de combustíveis fósseis e os problemas ambientais. Mas no que se refere a esse tema, é possível perceber o quanto o Brasil desponta. Considerado uma das matrizes mais limpas do mundo, o país conta com um enorme potencial e o interesse de investidores para conquistar ainda mais notoriedade nesse cenário.

Foi a partir desse ponto de vista que Franceli Jodas, diretora da KPMG no Brasil, deu início ao painel sobre o assunto, que contou com a participação de Armando Casado, CFO da Eletrobras; Elbia Melo, presidente-executiva da Abeólica; Elizabeth Farina, diretora-executiva da Unica; Marcelo Llévenes, presidente da Endesa Brasil; Olga Simbalista, diretora de Gestão de Novos Negócios e de Participações de

Furnas; e Rodrigo Lopes Sauaia, diretor-executivo da Absolar.

Responsável pelo discurso de abertura do painel, Casado destacou as diretrizes do Plano Decenal de Energia de 2014 a 2023, que prevê um crescimento na capacidade de geração de fontes renováveis de 103.399 MW para 164.135 MW, incluindo a geração hidráulica. “Em relação às energias não renováveis, o destaque é o gás natural, que passará da casa de 10 mil MW para 20 mil MW. Isso depende, basicamente, do suprimento de gás oriundo do pré-sal”, destacou, ao mencionar que, atualmente, a Eletrobras atua nessa área com cinco fontes eólicas no Nordeste e quatro no Sul. “Atuamos em parceria com o Proinfa, sendo responsáveis pela comercialização de 144 projetos existentes em renováveis”, acrescentou.

A importância do Proinfa não deixou de ser citada por Elbia, que o considera uma política muito importante para o setor de renováveis e para a energia

eólica com a regulamentação da lei de 2002. “Para a fonte eólica, o Proinfa foi fundamental, pois aprendemos a criar um parque eólico, tivemos um aparato ambiental e, sobretudo, um conhecimento sobre a natureza do vento brasileiro, que hoje justifica a competitividade da fonte eólica”, listou, ao dizer, que atualmente esse segmento cresce em uma velocidade exponencial. “Quando nos perguntam qual é a mudança do cenário político, qual é a perspectiva do setor, olhando especificamente para a fonte eólica, posso afirmar que estamos em uma situação muito confortável”, apontou.

Mesmo sem ter participação no Proinfa, o segmento solar vem conquistando seu espaço no mercado de forma significativa. Sauaia disse que, a partir de 2012, a realidade mudou de forma positiva, registrada no primeiro leilão em 2014. “O fato marcou a participação efetiva da fonte solar, que conseguiu se consolidar e obter sucesso com sua entrada na matriz energética

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brasileira, contratando 1048 MG em termos de capacidade instalada total”, revelou. Segundo ele, a competitividade também ficou clara nesse momento. “A fonte tem espaço no mercado, tem como dar resultado, sendo um primeiro sinal da política de desenvolvimento da cadeia no Brasil, que, diferentemente da eólica, está no seu início. Não existe uma cadeia produtiva altamente desenvolvida no país, mas esse é um setor avançado em termos globais”, afirmou o executivo, reforçando o potencial do segmento.

Muito antes do surgimento das fontes eólicas e solar, o Brasil já contava com usinas de açúcar e álcool autossuficientes em energia. “Desde 1987 exportamos energia para a rede. São 31 mil MG entre autoconsumo e exportação para a rede. É uma contribuição bastante relevante, que no ano passado foi capaz de abastecer o equivalente a oito milhões de residências”, destacou Elizabeth. Assim como os demais painelistas, a executiva disse

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que, caso o Plano Decenal de Energia seja de elemento de planejamento, as expectativas para a biomassa são as melhores. “São esperados 22 GW médios, enquanto hoje registramos 17. Pensar na biomassa crescendo dentro do previsto significa quase cinco vezes a garantia de Belo Monte e duas Itaipus. Isso sem dúvida é um crescimento muito relevante”, avaliou.

O potencial das energias renováveis não passou despercebido por Furnas, que hoje mantém 51 sociedades em energia eólica no país. Olga contou que atualmente a empresa pretende formar um holding eólico para auxiliar a gerenciar o conteúdo dessa sociedade. “São 51 empresas, pois contamos com um fator de subsídio na legislação para que as sociedades de geração eólica e solar sejam constituídas de unidades muito pequenas, da ordem de 30 MGW. Furnas participa hoje de nove complexos eólicos, em que cada uma dessas sociedades tem essa capacidade de geração”, revelou.

Durante o evento, os palestrantes destacaram o potencial do Brasil na geração de energias limpas e o interesse dos investidores nesse mercado

Antecipando o futuro, a executiva disse que a meta é continuar investindo nas novas fontes renováveis, com destaque para a eólica e a solar. “Acreditamos que a energia solar será a solução para muitos problemas de energia elétrica, principalmente pela simplicidade da tecnologia e seu uso potencial na geração distribuída, que é o grande marco da indústria de produção de energia elétrica no século 21”, justificou.

Adquirida há pouco tempo pela italiana Enel, a Endesa, segundo Llévenes, reconhece o potencial de crescimento do setor de renováveis do Brasil, especialmente por sua variável de fontes. “O país é muito atrativo para investimentos. Tivemos sucesso na energia eólica e estamos muito satisfeitos com as ofertas existentes para esse tipo de investimento. Porém, achamos que a maior revolução virá pelo mercado e, em nossos cenários de longo prazo, vemos uma crescente importância da geração distribuída para resolver o problema de energia de baixa e média tensão”, avaliou.

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16 - 3a Conferência de Energia e Recursos Naturais da América Latina

Como os principais projetos de infraestrutura de energia e recursos naturais estão contribuindo para o futuro do Brasil?Os principais projetos em energia e recurso naturais e suas contribuições para o desenvolvimento do país

Foi com base na pergunta-título da sessão paralela que Fernando Faria, sócio da KPMG no Brasil, deu início ao debate. Com o objetivo de trazer um conjunto de ideias sobre como melhorar o planejamento, a entrega, o financiamento de projetos de infraestrutura e promover uma discussão sobre o contexto atual, o painel reuniu Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil; Rodolpho Tourinho, presidente da ABDIB; David Zylbersztajn, sócio-diretor da DZ Negócios com Energia; Virginia Parente, especialista em estratégia aplicada à energia e meio ambiente do Programa de Pós-Graduação em Energia da USP; e Mauricio Endo, líder de Governo e Infraestrutura da KPMG no Brasil.

Endo começou a abordagem retratando o estudo feito pela KPMG, em parceria com a revista Exame, sobre os 15 projetos prioritários de infraestrutura no Brasil. “Propusemos

fazer esse estudo com base na metodologia Future State 2030, feito pela KPMG juntamente com a Universidade de Toronto, que identificou as megatendências globais que influenciarão as decisões dos governos nos próximos 15 anos”, explicou, identificando as megatendências, como perfil demográfico, ascensão do indivíduo, inclusão tecnológica, interligação econômica, dívida pública, mudança do poder econômico, mudanças climáticas, pressão sobre recursos e urbanização.

“Outro estudo utilizado para entender melhor a infraestrutura no Brasil foi o Índice de Competitividade Global, do Economic Forum. São estatísticas de 2014, que analisam 148 países. Se observarmos o primeiro número, que tem a ver com a qualidade geral da infraestrutura, o Brasil está 114º. Uma situação bastante crítica para um país que representa a sétima economia do

mundo”, considerou o executivo, mencionando que, a partir dos dois estudos, foi avaliada a lista com mais de 1.500 projetos do Anuário Exame de Infraestrutura nos setores de energia, saneamento, telecomunicações, transportes, saúde, educação.

“Após várias análises, cada setor ficou com cerca de 10 a 15 projetos, nas categorias energia, petróleo e gás, saneamento, telecom, infraestrutura social e mobilidade urbana, e pedimos que especialistas identificassem quais seriam os quatro projetos prioritários de seu setor. Obtivemos um conjunto de projetos, com três no setor de energia, sendo concessão da usina hidrelétrica de Belo Monte, o programa de Smart Grid da Light, e a usina hidrelétrica de São Luis dos Tapajós; e dois de petróleo, que são Campo de Libra e as 29 sondas de perfuração de águas profundas do parque”, revelou Endo, ao explicar que esses são alguns dos

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projetos que a KPMG acredita que poderão contribuir para que o Brasil, futuramente, seja um país melhor em todos os aspectos.

Essa descrição auxiliou Tourinho a afirmar que ao longo do tempo o Brasil aprendeu muito. “Desenvolvemos um documento com a intenção de listar as prioridades do governo para alargar as opções de financiamento: redução da participação do BNDES, melhoria de estruturação de projetos, melhoria de alocação de riscos, redução de custos de financiamento do BNDES, e mais financiamentos de incentivo para capitais privados”, contou, ao afirmar que na prática nos defrontamos com quase todos esses problemas e que, então, o nosso maior desafio no país será como financiar tudo o que é necessário para resgatar o passado, melhorar o presente e pensar no futuro.

Sobre o setor de energia, Sales registrou a evolução ocorrida desde a instituição da lei Eliseu

Resende, com a introdução dos leilões de energia. “Foi um caminho difícil, que não deixou de ter desafios importantes, como a crise de 2001. Mas foi uma evolução, fortemente interrompida com a medida 579, cujos resultados são percebidos hoje”, considerou, ao divulgar os resultados de um estudo realizado pela Acende Brasil, em fevereiro de 2014, que divide o setor elétrico em três partes: adequação da oferta, modicidade tarifária, credibilidade e confiança. “A questão dos atrasos é assustadora. Existe um número enorme de usinas que não podem operar por falta de transmissão, linhas de transmissão ociosas por atrasos nas subestações. Os leilões exigem aprimoramento e é necessária uma redução tarifária”, resumiu.

Ao destacar que o setor de petróleo deve inserir as melhores práticas internacionais, exigindo que o Brasil se adapte a uma realidade

mundial, Zylbersztajn mencionou que o país precisa, por meio de inúmeras medidas, recuperar seu nível de atratividade do mercado, perdido com a introdução de várias medidas internas. “Em relação à atração de investimentos, enfrentamos hoje um problema bem sério de credibilidade, confiança e de mudança de regras. Dados de mercado mostram que o país já teve cerca de 100 empresas do setor atuando em território brasileiro, mas boa parte delas já foi embora. Atualmente, o ambiente de atração são os leilões, inclusive do pré-sal, que só vão ocorrer a partir da capacidade financeira da Petrobras”, disse.

Para Virginia, a atração de investimentos internacionais deve considerar as mudanças climáticas. “Temos de pensar que a nossa matriz é diversificada e competitiva para avançar no mercado mundial”, encerrou.

O desafio de melhorar a infraestrutura do Brasil foi tema

de destaque da ENR 2014

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Tendências e cenários da economiaO economista Pedro Malan oferece uma visão sobre a economia do Brasil e do mundo em 2015

Segundo Malan, a economia mundial ainda enfrentará alguns anos de obstáculos, com exceção dos Estados Unidos

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Responsável por concentrar todas as informações debatidas durante o ENR 2014, a partir de uma visão econômica global e regional, o economista Pedro Malan iniciou sua palestra dizendo que os resultados do painel interativo (veja boxe na pág. 19) ou de qualquer outra variante dependem unicamente da interação entre o que está acontecendo e vai acontecer no mundo, no que pode acontecer e está acontecendo na América Latina e o que acontece e pode acontecer no Brasil, especialmente com o novo mandato presidencial. “Há uma complexa interação entre esses fatores e isso envolve o setor de energia”, explicou.

A partir da realidade econômica dos Estados Unidos, Malan começou a traçar o tema de sua apresentação. “Em dezembro de 2007, foi anunciado que o país tinha entrado em recessão, algo que os especialistas já tinham notado desde o final de 2006, quando o preço de residências e prédios comerciais começou a desabar. Passados sete

anos, os Estados Unidos é o país que melhor está reagindo a essa situação, mas o nível de renda per capta americano registrado em 2007 só foi superado no início de 2012. A maioria dos países europeus ainda não atingiu o mesmo nível de renda per capta de 2007, sendo que alguns só o alcançarão no final desta década ou no início da próxima”.

Ao mencionar que essa crise – “na qual não emergimos totalmente” – é ainda pior do que a sofrida na década de 1930, Malan afirmou que a economia ainda passa por um processo de desalavancagem, com o nível de dívida – de famílias, empresas, instituições financeiras e governos – excessivamente elevado, em parte por uma herança do passado pré-2007 e parte por respostas à crise.

“O fato é que esse legado tem a ver com resposta à crise. Quando há um colapso no setor privado, governos – o que significa tesouros e bancos centrais – têm de entrar com os

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recursos disponíveis, que devem ser tomados como empréstimos e devem ser gastos em consumo ou investimento. Mas isso não constitui um substituto ao setor privado, assim como o privado não constitui o público”, justifi cou.

Fazendo uma análise das expectativas econômicas dos Estados Unidos, Europa e Ásia, o economista não poupa esforços para afi rmar que a nação norte-americana tem uma grande vantagem em relação ao continente europeu. “É uma união monetária madura, com autoridade fi scal centralizada, um Banco Central criado há 101 anos para ser um emprestador de última instância da grande crise de 1907. Hoje vemos uma recuperação da economia, que ainda é frágil. O mercado de trabalho americano está diminuindo o índice de desemprego, mas ainda há um índice grande de trabalhadores atuando de forma involuntária”, revelou.

Segundo Malan, a economia mundial ainda enfrentará alguns anos de obstáculos, com exceção dos Estados Unidos. “Nos próximos anos, teremos uma situação não tão extraordinária, comparável a períodos anteriores. Os preços de commodities que caíram nos últimos dois anos vão aumentar em 2015, mas não será sufi ciente para superar a queda dos últimos dois anos. Em resumo, o contexto internacional é mais desafi ador, mas não se justifi ca que os argumentos de problemas que sofrem regiões, como a América Latina, são derivados de uma crise internacional, porque o pior dessa crise já passou. É um período desafi ador, que eu não tenho

dúvidas de que será superado, mesmo a um custo elevado. E, portanto, nós devemos pensar no que nós deveríamos ter feito e poderemos fazer no futuro”, adiantou.

Em relação à América Latina, o economista disse que a região é vista particularmente pelos investidores como três grandes blocos de países: o bolivariano peronista, os países do Tratado do Atlântico – que buscam se integrar com a economia americana, europeia e asiática por meio da aliança com o Pacífi co (nesse caso, México, Colômbia, Peru e Chile) – e o Brasil, muito grande para se unir a outro bloco de países. “Especialmente sobre o Brasil, acho que essa conferência ocorreu em momento oportuno. Independentemente do resultado das eleições, eu procuro sempre olhar para frente, e vejo um nevoeiro”, considerou.

Malan explicou que esse “nevoeiro” é resultado de três

legados presentes no atual governo: primeiro – que o Brasil não foi construído a partir de janeiro de 2003; segundo – a partir de 2007, com a decisão de que o país deveria mudar, resultando em um superaquecimento da economia; e agora com um legado dos últimos quatro anos. “Eu espero agora o reconhecimento de questões que devem ser revistas. A ideia de que é possível dobrar a aposta “do mais do mesmo” me parece perigosa. É impossível imaginar uma situação em que os governos e suas empresas públicas sejam capazes de liderar um processo de investimento de mais de 20%, como era o objetivo desse governo cujo mandato termina em janeiro de 2015”, afi rmou.

Cenário fi nanceiro

Antes de a apresentação de Pedro Malan ter início, quatro perguntas sobre a economia local e global foram feitas aos participantes do ENR 2014, cujas respostas estão registradas a seguir:

Qual sua expectativa para a taxa dólar no Brasil em 2015? Qual sua expectativa da Taxa Selic para fi nal de 2015? 

Acima de R$2,80Entre R$2,60 e R$2,79Entre R$2,40 e R$2,59Entre R$2,20 e R$2,39Abaixo de R$2,19

37,7%

15,08%

39,29%

6,75% 1,19%

Deverá subir signifi cativamente (acima de 12%) Poderá subir moderadamente (entre 11,25% e 12%)Pode fi car no patamar atual (11,25%)Deverá cair moderadamente (entre 9,75% e 11,25%) Cairá acentuadamente (abaixo de 9,75%)

52,99%

27,09%11,25%

9,16% 0%

Qual sua expectativa de crescimento do PIB do Brasil em 2015?

Acima de 3%Entre 2% e 3%Entre 1% e 2%Entre 0% e 1%Abaixo de 0%

41,7%

11,97%35,91%

5,41% 5,02%

Qual sua expectativa para a infl ação no Brasil em 2015?

Acima de 6,5%Entre 5% e 6,5%Entre 4% e 5%Abaixo de 4%

54,66%

36,44%

7,63%

1,27%

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