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1 XXXII SEMANA MÉDICA MEDICINA ESPORTIVA: ORIENTANDO E EXERCITANDO A SAÚDE QUINTA-FEIRA (08/05/2014) MANHÃ MODULO- LESÕES NO ESPORTE CIÊNCIA BÁSICA DA CARTILAGEM ARTICULAR E O ESPORTE Palestrante: Dr. Mário Ferretti , Professor Adjunto da Escola Paulista de Medicina e Gerente Médico da Ortopedia do Hospital Israelita Albert Einstein Moderador: Dr. Frank Beretta Marcondes HUSF Bragança Paulista As palestras do último dia da XXXII semana médica foram iniciadas pelo palestrante Dr. Mário Ferretti que nos trouxe um pouco sobre suas experiências na ciência básica da cartilagem no esporte, explicando que muitos jogadores abdicam os jogos, especialmente no futebol por lesões de desgaste na cartilagem, como exemplo, os jogadores Reinaldo e Zico, que tiveram lesões de meniscos e, conseqüentemente, não participaram de jogos mundiais. A cartilagem, um tecido conjuntivo, nutrido pelo líquido sinovial, é apenas um dos tecidos que compõem a articulação e a sincronia perfeita entre os tecidos permite a homeostasia articular. É responsável por permitir a movimentação das articulações sem atrito, absorver choque com resistência a compressão, além de dissipar a carga aplicada à articulação. Os fatores predisponentes para o desgaste da cartilagem envolvem: fatores mecânicos de sobrecarga, como no caso dos obesos, atletas de exporte com alto impacto articular e carga torsional crônica; Trauma, que na maioria das vezes ocasiona em osteoartrose e lesões de meniscos. Os meniscos são responsáveis para amortecer impactos, então uma lesão nesta cartilagem, rapidamente evolui

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XXXII SEMANA MÉDICA –

MEDICINA ESPORTIVA:

ORIENTANDO E

EXERCITANDO A SAÚDE

QUINTA-FEIRA (08/05/2014) –

MANHÃ

MODULO- LESÕES NO

ESPORTE

CIÊNCIA BÁSICA DA

CARTILAGEM ARTICULAR E O

ESPORTE

Palestrante: Dr. Mário Ferretti , Professor Adjunto da Escola Paulista de Medicina e Gerente Médico da Ortopedia do Hospital Israelita Albert Einstein Moderador: Dr. Frank Beretta Marcondes HUSF Bragança Paulista

As palestras do último dia

da XXXII semana médica foram

iniciadas pelo palestrante Dr.

Mário Ferretti que nos trouxe um

pouco sobre suas experiências

na ciência básica da cartilagem

no esporte, explicando que

muitos jogadores abdicam os

jogos, especialmente no futebol

por lesões de desgaste na

cartilagem, como exemplo, os

jogadores Reinaldo e Zico, que

tiveram lesões de meniscos e,

conseqüentemente, não

participaram de jogos mundiais.

A cartilagem, um tecido

conjuntivo, nutrido pelo líquido

sinovial, é apenas um dos

tecidos que compõem a

articulação e a sincronia perfeita

entre os tecidos permite a

homeostasia articular. É

responsável por permitir a

movimentação das articulações

sem atrito, absorver choque com

resistência a compressão, além

de dissipar a carga aplicada à

articulação.

Os fatores predisponentes

para o desgaste da cartilagem

envolvem: fatores mecânicos de

sobrecarga, como no caso dos

obesos, atletas de exporte com

alto impacto articular e carga

torsional crônica; Trauma, que na

maioria das vezes ocasiona em

osteoartrose e lesões de

meniscos. Os meniscos são

responsáveis para amortecer

impactos, então uma lesão nesta

cartilagem, rapidamente evolui

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para osteoartrose.

Outro ponto importante da

palestra foi em relação às

alterações da idade senil, que

consistem na diminuição das

moléculas de agrecan e da

resistência da matriz extracelular.

Assim, no jovem o que é apenas

um defeito osteocondral, no

idoso, pode evoluir com uma

osteoartrose que é uma doença

crônica progressiva e limitante.

Então a atividade física é

benéfica por um lado, mas que

em longo prazo pode ser

prejudicial à cartilagem.

Mostrou alguns trabalhos

em que um estímulo mecânico

em cartilagens com magnitude e

freqüência fisiológica diminui a

inflamação e apresentam um

efeito prolongado no tecido

cartilaginoso, demonstrando,

portanto que existe um nível

adequado de atividade física

para não haver lesão. Por outro

lado, em atletas que já

apresentam lesão, a atividade

física parece melhorar o efeito

inflamatório. Outros trabalhos

recentes mostram que células

troncos produzem bastante ácido

hialurônico e reduzem a

inflamação, mostrando que pode

ser um bom arsenal terapêutico

para lesões deste tipo.

Algumas técnicas

cirúrgicas citadas foram à técnica

de mosaicoplastia, haloenxerto e

microfratura que mostram bons

resultados. Como conclusão, o

palestrante ressaltou que a

atividade física é essencial para

a saúde da cartilagem e o

tratamento cirúrgico, apesar de

recomendado, não garante a

recuperação completa das

atividades.

LESÕES POR SOBRECARGA

NO ESPORTE

Palestrante: Dr. Moisés Cohen, Professor Titular e chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo;

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Presidente da Sociedade Mundial de Cirurgia Artroscópica, Joelho e Trauma do Esporte 2011-2013; Coordenador do Centro de Excelência da FIFA na UNIFESP Moderador: Dr. Frank Beretta Marcondes HUSF Bragança Paulista A segunda palestra, com o

tema “Lesões por sobrecarga”,

foi ministrada pelo Dr. Moisés,

que focou no tema sobre lesões

do joelho, também denominada

lesões “overuse”. Na realidade,

trata-se de uma falha de

adaptação celular e da matriz

aos movimentos repetitivos que

devido à microtraumas, geram-se

desequilíbrios e esgota a

capacidade de adaptação do

organismo, fadiga do tecido

muscular, inflamação e por fim, a

lesão.

Atualmente,

particularmente no futebol, o

esporte arte tem sido trocado

pelo esporte força, ou seja,

mesmo atletas com um pequeno

porte físico podem se

desenvolver fisicamente para

estar realizando o mesmo

trabalho que um indivíduo de

grande porte. O uso de

anabolizantes está diretamente

ligado a lesões, a médio e a

longo prazo.

A seguir, o palestrante

comentou dois casos clínicos que

envolviam os principais tipos de

lesão, que foram: O tendão de

quadríceps e a tendinite patelar.

O tendão de quadríceps é

um tipo de lesão traumática por

sobrecarga, que ocorre

geralmente a partir da quinta

década de vida. O tendão é

pobre em vascularização, logo

sua capacidade de regeneração

é deficitária quando ocorre o

trauma. Um dos fatores

predisponentes é o diabetes

mellitus e o quadro clínico

envolve edema de patela,

equimose, defeitos palpáveis e

dificuldade na extensão. A

radiografia é pedida de rotina,

pois muitas vezes têm-se

alterações de artrose ou fraturas,

mas o diagnóstico é estritamente

clínico. A ressonância magnética

(RM) é o exame de excelência.

Para o tratamento, é feito uma

cirurgia de reparo com reforço do

tendão e colhido uma biopsia

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para estudo. O prognóstico é

normalmente muito promissor, se

o paciente mudar seu estilo de

vida, sem uso de anabolizantes.

A tendinite patelar,

conhecida como “Jumper’s

Knee”, ocorre pelo mecanismo

de aceleração e desaceleração,

produzindo repetitiva tração no

ligamento da patela e gerando o

processo inflamatório que

culmina na lesão. É classificada

em quatro graus, que vai desde

dor após atividade até ruptura de

tendão. Os exames

complementares ajudam como a

RM, radiografia e ultrassom, mas

a clínica ainda é soberana. Para

tratamento, é importante evitar a

infiltração intratendínea, e tentar

inicialmente a fisioterapia, se não

houver melhora, tenta-se a

artroscopia e incisão para retirar

a parte inflamada.

As lesões por sobrecarga

no geral são de difícil tratamento,

e por isso o grande segredo é

trabalhar na prevenção das

lesões, conhecendo bem o

esporte e a movimentação

envolvida.

LESÕES DO OMBRO NOS

ESPORTES DE ARREMESSO

Palestrante: Dr. Benno Ejnisman, Chefe da disciplina de medicina esportiva da UNIFESP Moderador: Dr. Frank Beretta Marcondes HUSF Bragança Paulista

A terceira palestra do dia

iniciou-se com o Dr. Benno que

relatou a história do trauma do

esporte, iniciado em 1997, e

sobre sua trajetória profissional.

Em seguida comentou

rapidamente sobre a importância

de se conhecer a anatomia do

ombro, sendo importante sempre

correlacionar os achados de

exame físico, pois este é

essencial para o diagnóstico. O

ombro é uma articulação que

realiza muitos movimentos, mas

é pouca estável,assim, os

movimentos podem levar a

luxação e a frouxidão ligamentar.

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O palestrante trouxe

alguns casos clínicos, para

ressaltar o perfil de atletas em

que o profissional médico estará

tratando. Quando mais complexo

o esporte, maior a chance de

lesão, pois a carga é muito

grande, como a natação,

arremessador e baseball.

O nadador, ao fazer a

braçada, fará lesões diferentes

de um jogador de baseball. O

arremessador projeta o corpo

para transmitir toda força para o

objeto que será lançado. É

necessário ter o envolvimento de

todo do corpo para realizar tal

feito, e com intensidades

diferentes. Por isso, qualquer

movimentação incorreta, levará a

alterações.

O Dr. Benno realizou

alguns trabalhos para análise de

movimento como a avaliação

isocinética e eletromiografia;

através destas análises é

possível registrar as amplitudes

de movimento, e melhorar o

rendimento do atleta. Também

ressaltou sobre os perigos do

uso de anabolizantes, que se

forem inadequadamente

administrados, podem levar a

infecções graves e sepse.

Por fim, o Dr. Benno,

finalizou relatando seu caso com

Arthur Zanetti, que iniciou

tratamento aos 12 anos, pois

participava de treinos com

argolas e que evoluiu com uma

fratura do úmero por

sobrecargas. Foi campeão

mundial de argolas após o

primeiro tratamento, porém com

o tempo, evoluiu com dor sem

melhora a fisioterapia e uma

lesão nos tendões do ombro. Foi

feito tratamento cirúrgico com

artroscopia, e Arthur ganhou sua

primeira medalha de ouro nas

olimpíadas.

O MÉDICO, A IMPRENSA E

CURIOSIDADES DO FUTEBOL

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Palestrante: Dr. Osmar Prado de Oliveira, médico formado pela Faculdade de Medicina da P.U.C. Sorocaba – SP, especialista em Medicina Esportiva, Jornalista e comentarista esportivo da Rede Bandeirantes. Moderador: Dr. Frank Beretta Marcondes HUSF Bragança Paulista

A quarta palestra foi ministrada

pelo Dr. Osmar Prado, que

iniciou comentando sobre a

história da medicina do esporte,

falou sobre o teste de Cooper –

correr por 12 minutos e analisar o

quanto correu- que foi originado

nos Estados Unidos e foi trazido

ao Brasil por Carlos Alberto

Parreira. Também contou várias

histórias de jogos memoráveis

como a final entre Brasil e Itália.

Ele reconhece o talento

dos profissionais de medicina

esportiva no Brasil, dando

destaque aos educadores físicos.

Quando a medicina esportiva

começou a chegar no futebol,

todos clubes tinham

pouquíssimos recursos, o

Dr.Osmar começou seu trabalho

profissional no Corinthians, e no

local havia apenas um

profissional e apenas um

aparelho de fisioterapia bastante

rústico. Naquela época a

crioterapia era abominada, e a

mentalidade dos jogadores era

muito vazia, por isso demorou-se

muito no país para trazer os

primeiros conceitos de medicina

esportiva no país. Nos jogos

olímpicos de Moscou, na véspera

da prova de saltos, seu paciente

João, apresentou tibialgia, e

naquela época, não havia

ressonância magnética, para

tratar, o Dr. Osmar tinham

recursos mínimos e mesmo

assim, João competiu e fez uma

boa colocação.

Atualmente a medicina

esportiva evoluiu, e apesar de

pobre em cultura, os brasileiros

são muito inventivos, o que

contribuiu em muito para a

melhora no setor. Os treinadores

começaram a dar maior

credibilidade aos ortopedistas, o

que não ocorria no passado.

Finalizou deixando a platéia

analisar a seguinte situação: um

jogador durante a copa tem uma

convulsão, ele já é levado

rapidamente ao hospital, é feito

todos exames complementares,

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os resultados são negativos, e o

jogador quer jogar. Neste caso,

cabe ao médico decidir se jogará

ou não, na opinião do Dr. Osmar,

ele aprovaria o jogo, pois o

médico é tudo, desde médico à

psicólogo, mas deve ter coragem

para tomar decisões deste tipo.

A palestra foi finalizada

com um vídeo em homenagem

ao Dr. Osmar.

PRINCIPAIS LESÕES NO

BASQUETE

Palestrante: Dr. Carlos Vicente Andreoli, Médico ortopedista e coordenador da residência médica esportiva da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP Moderador: Dr. Frank Beretta Marcondes HUSF Bragança Paulista Para finalizar as palestras

do módulo Lesões no Esporte, o

Dr. Carlos Vicente explicou sobre

as lesões no Basquete. Para

tanto, comentou inicialmente as

regras do jogo, que interferem

diretamente nas possíveis lesões

que podem acometer o jogador.

A medicina esportiva entra

no Basquete ao conhecer a

biomecânica do jogo. A precisão

e a técnica são essenciais para o

conhecimento das lesões no

basquete, que ocorre em

especial no ombro. Um estudo

dos Estados Unidos ressaltou-se

lesões que ocorrem

principalmente no tornozelo e

pés. Outros mostram incidência

maior no sexo feminino, também

nos membros inferiores. Entorse

de tornozelo articulação são as

lesões agudas mais comuns e as

crônicas incluem lesões da

patela femoral, e lombalgia.

Os fatores predisponentes

são sexo masculino (lesão em

cruzado anterior), e as principais

categorias - armador, seguido

pelos alas e pivôs - não havendo

diferença entre categorias

menores. A chance de se

lesionar é maior no jogo, mas a

maioria das lesões ocorre

durante o treinamento da

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temporada. A utilização de tênis

de cano alto parece exercer um

efeito protetor nas lesões de

tornozelo, mas ressaltou que a

influência política pode impedir

este uso.

Trouxe para a platéia

alguma de suas experiências

com a seleção brasileira de

basquete. As queixas de dor em

luxações e lesões musculares

são pouco freqüentes no

basquete e as mudanças de

treinamento podem melhorar o

quadro. A conduta durante jogos

é complexa, podem ser feitas

radioscopias, e a decisão de

jogar ou não após algumas

lesões é ainda mais complicado.

Em relação a fraturas de

mão, que são comuns, o

diagnóstico preciso é importante,

assim sempre realizar uma

radiografia, lembrando que no

basquete não é permitido jogar

com proteção alguma na mão. O

joelho é a região com lesões

mais freqüente, em especial nas

lesões crônicas; As fraturas por

stress, assim como no futebol

também ocorrem no basquete. O

tornozelo é a principal lesão

ligamentar e o tratamento

envolve a infiltração de xilocaína,

cetoprofeno e colocação de

órtese para manter as

competições. É necessário estar

sempre preparado com um

atendimento multidisciplinar.

MÓDULO – FISIOTERAPIA

ESPORTIVA

REABILITAÇÃO DO LCA. O

QUE FAZER E NÃO FAZER E

CRITÉRIOS DE RETORNO AO

ESPORTE

Moderador: Maurício Garcia - UNIFESP / Instituto Cohen Maurício Garcia: Mestre Profissional em Ciências Aplicadas ao Aparelho Locomotor pelo Departamento de Ortopedia da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo– EPM; Especialista no “Aparelho Locomotor do Esporte” pela UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo – EPM;

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Fisioterapeuta Coordenador e Gestor do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte. Fisioterapeuta Membro do C.E.T.E. – Centro de Traumatologia do Esporte –EPM – UNIFESP; Sócio Fundador da SONAFE – Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva.

A palestra desta manhã

começou com a ressalva sobre a

importância de conhecer as

estruturas biomecânicas do

joelho e seus papéis para o

funcionamento desta articulação,

para assim poder avaliar e atuar

na melhor evolução possível para

o atleta que sofreu uma lesão

neste local. Em especial, o

palestrante tratou do ligamento

cruzado anterior (LCA).

Ressaltou ainda a necessidade

de atualização constante do

profissional que lida com este

tipo de lesão, conhecendo

fatores extrínsecos, intrínsecos,

diagnóstico e tratamento.

Quando existe uma lesão

de LCA, o tratamento pode ser

tanto conservador como

cirúrgico, dependendo da

situação, e é necessária uma

avaliação criteriosa para decidir

que caminho seguir. Quando a

cirurgia for a conduta mais

indicada, a técnica a ser usada

deve ser sempre aquela na qual

o cirurgião tem maior domínio,

favorecendo o sucesso do

procedimento.

A seguir, citou que, para

avaliar a função do ligamento

anterior, existe o Functional

Ability Test (FAT), que inclui

quatro testes, e pretende avaliar

se o paciente conseguirá realizar

suas funções sem o LCA ou se

este deve ser reconstruído.

Os objetivos de uma

avaliação minuciosa são

possibilitar uma reabilitação

precoce, evitar complicações,

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retornar a função o mais rápido

possível e prevenir seqüelas.

A lesão de LCA não é uma

urgência, e o tratamento

consiste, em uma primeira fase,

diminuir o processo inflamatório.

Esta espera para agir

cirurgicamente demonstra

eficiência do tratamento, a

crioterapia compressiva auxilia

na diminuição do processo

inflamatório citado. A conduta

continua em uma segunda fase

com o início da estimulação pós-

cirúrgica, com movimentação

passiva, hidroterapia, bicicleta,

esteira e outras técnicas. Na

seqüência, segue a fase de

fortalecimento e avaliação da

evolução do paciente, que

representam a terceira e quarta

fases. A última fase é

caracterizada pela atividade livre,

que só é liberada após

confirmação dos critérios de alta

específicos e uma avaliação

isocinética, e se dá, em linha

temporal, em cerca de seis

meses após a lesão.

Como conclusão, para o

futuro os fisioterapeutas esperam

identificar os pacientes com

instabilidade anterior antes que

as lesões ocorram.

TRATAMENTO

FISIOTERÁPICO E

PREVENÇÃO DAS LESÕES

NOS ESPORTES DE

ARREMESSO

Moderador: Maurício Garcia - UNIFESP / Instituto Cohen Palestrante: Freddy Beretta Marcondes: Fisioterapeuta especialista em traumato-ortopedia pela santa casa de São Paulo, Mestre e doutorando em ciências da cirurgia pela Unicamp

O palestrante, no início,

esclareceu que quando falamos

do movimento de arremesso no

esporte, temos que pensar que

um simples movimento exige a

força para agüentar toda a

sobrecarga excessiva colocada

sobre a articulação, portanto, não

devemos subestimá-lo.

Exemplificou e demonstrou

estudos de diversas lesões que

envolvem a articulação do

ombro, como ruptura do

manguito rotador, tendinites e

bursites.

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Acredita-se que os atletas

de alto rendimento, e

principalmente estimulados

desde criança, sofrem

adaptações, não somente de

músculo esquelético, mas

também de tecido ósseo e

articulações, mantendo seus

movimentos amplos por mais

tempo e evitando lesões.

O diagnóstico de lesões

por arremesso é feito a partir do

exame físico, principalmente mio-

óstio-articular, avaliando os mais

diversos movimentos da

articulação do ombro; análise da

discinesia escapular,

mensuração da força muscular, e

em especial o movimento das

estruturas passivas que

envolvem a articulação

glenohumeral.

No tratamento é possível

escolher entre conservador e

cirúrgico, dependendo da

condição do atleta e das

particularidades do caso. No

conservador, são realizados, na

fase inicial, crioterapia,

eletroanalgesia, alongamentos e

mobilizações passivas. Na fase

inicial-intermediária, são

mantidos os alongamentos e são

acrescidos exercícios de

fortalecimento. Na fase

intermediária-avançada, é

utilizada a estimulação elétrica

neuromuscular, com um trabalho

mais intenso, englobando

grandes grupos musculares. Já o

tratamento cirúrgico é reservado

para casos de lesões grandes do

manguito, SLAP e em atletas de

alto rendimento.

Por fim, concluiu que o

critério de alta é baseado no

diagnóstico funcional, e que é de

suma importância realizar a

prevenção de lesões,

identificando os atletas em risco,

em destaque aqueles com

aumento visível de rotação

externa do ombro.

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TREINAMENTO SENSÓRIO

MOTOR NO ESPORTE

Moderador: Maurício Garcia -

UNIFESP / Instituto Cohen

Palestrante: Paulo Cintra- Mestre em

fisioterapia pela UFSCar; Mestre em

fisiologia do exercício pela Unifesp.

A palestra iniciou com as

definições de “sistema sensorial

motor”, “propriocepção” e

“controle neuromuscular”,

destacando as principais

diferenças e atuações para o

rendimento de um esportista, e

principalmente de um atleta. O

palestrante ressaltou, também,

que os mecanismos de controle

tem evolução com a repetição,

ou seja, quanto mais um

movimento é executado mais

perfeito ele fica, e tudo depende

de uma resposta corretiva que

vai sendo aperfeiçoada.

Por outro lado, a

propriocepção depende de três

estruturas que interferem na sua

efetividade, os receptores

somatossensoriais que estão

distribuídos pelo corpo, atuação

vestibular e os olhos, sendo que

os três trabalham em sinergismo.

Posteriormente, foi

explicada a atividade da cascata

sensorial, que resumidamente

inclui os mecanorreceptores, que

recebem estímulos de diversas

formas e em diversos locais,

encaminhando-os para sistema

nervoso central, onde, em

medula espinal, tronco encefálico

e córtex os movimentos vão ser

modulados de acordo com sua

complexidade e acontece a

ativação muscular. A lesão em

qualquer ponto desta via acarreta

déficits a atuação corporal e uma

instabilidade funcional.

Como forma de reverter as

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perdas funcionais, é executado

um trabalho de ponta, com o

treinamento sensorial motor, que

aspira melhorar os mecanismos

de controle muscular,

propriocepção, força muscular,

tempo de reação e controle

muscular, para um efeito

fidedigno é proposto o

treinamento de atletas com

alterações sensoriais em

plataformas semelhantes aquela

que ele esta habituado, visando

sempre a estabilização das

partes proximais do corpo para

desempenho máximo das partes

distais.

Por fim, foi concluído

que a prevenção é sempre

melhor que qualquer tratamento

e o preparo do atleta é a base

para sua melhor performance.

QUINTA-FEIRA (TARDE)

MÓDULO - ATIVIDADE FÍSICA

NA TERCEIRA IDADE

EPIDEMIOLOGIA E

PARTICIPAÇÃO ESPORTIVA

DA POPULAÇÃO ATLETA

IDOSA

Palestrante: Dr. Mauro Moreira,

médico ortopedista e secretário

municipal de esportes de Bragança

Paulista

Moderador: Dr. Mauro Moreira, médico

ortopedista e secretário municipal de

esportes de Bragança Paulista

A palestra desta tarde foi iniciada

pelo Dr. Mauro comentando a

oportunidade que ele está tendo

em conversar com os alunos de

Medicina sobre o perfil que vem

sendo desenhado em nosso

país, de uma população cada vez

mais senil. Disse que daqui 30

anos o Brasil vai ter uma

mudança no perfil de um país

adulto pra um de terceira idade.

De 1980-2005 a população idosa

cresceu 126% e em 2020 14%

de toda população será idosa,

além disso, tem demonstrado um

visível crescimento em relação

aos jovens (população que vem

diminuindo).

O Brasil conta com mais de

300000 médicos e 1/3 estão em

SP. A profissão vem sendo

menorizada com salários ruins,

pagos pelo governo/SUS. Hoje

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os médicos estão cada vez

menos atualizados, e a

residência médica cada vez mais

escassa. A profissão médica é

diferente de todas as outras, e a

população ainda acredita muito

no profissional médico – que vai

acolher retirar o medo de morrer

vai dar confiança ao paciente. O

médico representa a população,

e ele precisa participar da vida

política da sociedade. A

população entende que a relação

médico-paciente é de

compromisso e compaixão

(sentir/estar no local o outro), e

isso deve ser reforçado a cada

consulta, superando as

expectativas do paciente com

médico. Conclui-se que os

médicos devem participar das

decisões políticas do país, para

que se faça a justiça social.

No Brasil, as causas de morte

vêm sendo principalmente por

IAM e doenças

cerebrovasculares, além do

aumento da hipertensão arterial e

de diabetes – que são doenças

evitáveis e controláveis pelo

estilo de vida. Essas causas de

morte e doenças crônicas estão

intimamente ligadas ao estresse,

sedentarismo, alimentação

inadequada, tabagismo e álcool.

O envelhecimento começa aos

30 anos, com diminuição da

capacidade física, aparecimento

de doenças. Sendo que o

exercício físico benéfico por adiar

o envelhecimento celular. As

adaptações fisiológicas do

exercício físico, em repouso,

envolvem diminuição da

freqüência cardíaca e do debito,

além de diminuir capacidade do

coração e volume sistólico.

No estado de SP existem

os jogos municipais e regionais

para os idosos, considerando a

capacidade especificas para

cada idade. O benefício do

exercício para os idosos envolve:

convívio social, produção de

neurotransmissores, demanda de

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insulina diminuída para os

portadores de diabetes tipo 2,

diminuição dos graus de

osteoporose, desaparecimento

da sarcopenia, melhora da

pressão arterial/

força/propriocepção/flexibilidade.

O idoso deve fazer um

fortalecimento muscular, para

melhorar toda a fisiologia e

prevenção de lesões.

AVALIAÇÃO PRÉ

PARTICIPAÇÃO DE ATIVIDADE

FÍSICA NA POPULAÇÃO

IDOSA

Palestrante: Dr. Flávio Carvalho, professor da USF e especialista Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) Moderador: Dr. Mauro Moreira, médico ortopedista e secretário municipal de esportes de Bragança Paulista

O Dr. Flávio começou

colocando os riscos da atividade

física – devendo verificar

doenças cardiovasculares e

quedas dos idosos, reconhecer

outras doenças pré existentes.

Importante orientar na cessação

do tabagismo, dieta, manutenção

da pratica da atividade física

durante 30 min/5x por semana,

prevenção da recaída para o

sedentarismo. Avaliar os

malefícios do exercício como dor

na atividade física, lesões

osteomusculares – reavaliando

sempre para que este não deixe

de ser realizado.

Deve se avaliar o risco de cada

doença quando se faz a atividade

física, como para quedas,

diabetes, hipertensão, doenças

respiratórias e musculares. Não

há um consenso em como deve

ser feito a avaliação pré atividade

física, mas para os idosos

recomenda-se atividade física

aeróbica – bicicleta, natação,

caminhadas, resistida –

musculação e de força, de

flexibilidade – alongamento antes

e após toda a atividade física na

população geriátrica e de

equilíbrio – indicada para

pacientes com alto risco de

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queda. A orientação deve ser

individualizada quanto à

freqüência, intensidade, tipo,

tempo e progressão dos

exercícios.

O risco da algum acometimento

cardiovascular durante atividade

física se mostra alta no idoso, e

nos previamente hígidos pode

ocorrer a ruptura de placas e nos

com doença aterosclerótica

aparecimento de arritmias

durante a prática do exercício.

Nos idosos saudáveis o risco de

doença cardiovascular é baixo se

mantido a regularidade das

atividades físicas.

Apenas aqueles pacientes de

alto risco de doença coronariana

e que são submetidos a

exercícios físicos rigorosos

deverão fazer o teste

ergométrico, pois em jovens e

atletas os riscos de falso

negativo no teste ergométrico

são altos. Em idosos o teste

pode dar alterado por já terem

anormalidades no ECG, além de

não possuírem uma carga

adequada de adaptação da FC.

Existem algumas contra

indicações para atividade física

como doenças cardíacas graves

e doenças infecciosas agudas

devendo ser sempre feito um

bom exame pré atividade física.

O médico deve ser um

mecanismo de estímulo para a

atividade física. A avaliação não

deve ser um fator de obstáculo e

impedimento para prática de

exercício físico pelo idoso, e sim

o melhor meio de orientar o idoso

para realizarem estes com

habilidade.

DIFERENÇAS ENTRE OS

IDOSOS QUE PRATICAM E OS

QUE NÃO PRATICAM

ATIVIDADES FÍSICAS E

CUIDADOS COM A

PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADE

FÍSICA AOS IDOSOS

Palestrante: Dr. Alexandre Busse, assistente Doutor do Serviço de Geriatria do HC - FMUSP Moderador: Dr. Mauro Moreira, médico ortopedista e secretário municipal de esportes de Bragança Paulista

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O Dr. Alexandre começa a

palestra desta tarde ressaltando

que nosso país está

envelhecendo rápido, em 2050

terão mais idosos no país do que

jovens até 20 anos de idade. E

isso vai gerar maior

aparecimento de doenças

crônicas que merecerão maior

cuidado. Nas primeiras fases da

vida a criança é incapaz e

precisa de alguém que cuide

dela, aos 20 anos o adulto atinge

seu potencial máximo de

capacidade funcional e após os

30 anos essa capacidade

funcional começa a reduzir. No

processo de perda funcional

existem adaptações em relação

ao envelhecimento, com

aparecimento de alterações

hormonais, nutricionais,

metabólicas e imunológicas.

Aparecimento também da

sarcopenia que diminui o

metabolismo basal, aumento do

risco de quedas e mortalidade,

aumento da resistência a

insulina.

Uma coorte americana mostrou a

correlação de velocidade de

marcha e sobrevida, quem tem

uma velocidade maior tem uma

sobrevida maior em relação aos

mais lentos. Os idosos ativos se

mostram melhores em testes de

sentar e levantar e de

resistência.

Os benefícios da atividade física

são: a diminuição da mortalidade

e da morbidade – doenças

cerebrovasculares, HAS, DM,

obesidade, dislipidemias,

osteoporese, câncer de cólon,

quedas, fraturas, demências,

depressão, ansiedade. Além

disso, ela também promove um

estilo de vida mais saudável –

com dieta mais adequada e

menos calórica, cessação de

tabagismo, entre outros. Um

estudo na Espanha mostrou

outro benefício: diminuição no

uso de medicamentos. As

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quedas e fraturas geram uma

grande dependência para o

idoso, que levam a custos sociais

e financeiros pra família, e uma

das formas de prevenir é através

do exercício físico. Em relação a

cognição o exercício também

oferece benefícios, os idosos

diminuem o declínio cognitivo

relacionado com a idade, a

depressão e demências, existe

melhora da performance

cognitiva nos com e sem pré

demência. Um estudo mostrou

um aumento de certas aeras

cerebrais do córtex naqueles

idosos que fazem exercício.

Algumas hipóteses explicam a

melhora cognitiva: aumento da

ativação neuronal,

neuroplasticidade, aumento do

fluxo sanguíneo, aumento de

reserva cognitiva e de

neurotrofinas.

É importante deixar claro que

nunca é tarde para começa a

atividade física, a partir do início

delas, os benefícios vão se tornar

evidentes. Incentivar ainda mais

aquele idoso que sempre foi

sedentário.

Grande parte da população é

sedentária e quando envelhecem

isso é ainda pior. O Dr. ressalta

que deve existir um momento na

consulta pra dar importância pra

atividade física como é dada para

prescrição de medicamentos.

Vale a pena perguntar para o

paciente o que pode predispor o

seu paciente a mudar de estilo

de vida. Existem aqueles pre

contemplativos – não pensam em

mudar e fazer exercícios,

contemplativos – pensam em

mudar e realizar atividades

físicas, preparação – já fez

matricula a academia, ação – já

estar realizando a atividade

física, e manutenção - estar

realizando atividade física por

mais de 6 meses.

É necessário planejar a atividade

física devendo o seu início ser

gradual para evitar lesões, e

diminuir desconfortos e aumentar

a aderências, observar o risco de

quedas – fortalecer e equilibrar

primeiro antes de indicar

caminhadas; introduzir atividade

física em hábitos diários tem

impacto na melhoria da saúde,

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como subir escadas, caminhar

até o serviço; vestuário

adequado para melhor

dissipação do calor e absorção

do suor, e dar opção dos tipos de

exercícios que podem ser feitos.

Os exercícios devem ser

aeróbicos e de força atuando em

vários grupos musculares,

também fazer os exercícios

resistidos – sendo eles muito

adequados para os idosos, pois

melhoram a força muscular e a

dor (sempre controlar velocidade

do movimento, evitar a apnéia,

pois aumenta a freqüência

cardíaca, alternar segmento

inferior e superior, descanso

entre as series de exercícios,

duas vezes por semana já é o

ideal). A caminhada é a mais

segura e de maior aderência,

feita de forma individual ou

coletiva, num local adequado

para evitar as quedas.

MÓDULO – MISCELÂNIA

ESTRUTURA MÉDICA DO

BRASIL NA COPA DO MUNDO

DE FUTEBOL

Palestrante: Dr. André Pedrinelli - Graduação: FMUSP; Residência: FMUSP; Mestrado e doutorado: FMUSP; Gerente médico de São Paulo para a Copa 2014 Dr. Frank Beretta Marcondes – Médico formado pela USF; Especialista em Cirurgia do Joelho e Artroscopia e Traumatologia do Esporte no Instituto Cohen-SP; Medicina Esportiva pela UNIFESP.

Dr. André continua o

módulo de encerramento deste

evento com a palestra a respeito

da estrutura médica do Brasil na

Copa do Mundo de Futebol. O

palestrante comenta que o

padrão de exigência médica da

FIFA é baixo, portanto o Brasil

está desenvolvendo toda

estrutura médica, inclusive para

grandes catástrofes.

O médico transmitiu um

vídeo de como a Copa esta

sendo vista pelos estrangeiros e

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afirma que essa visão não esta

de acordo com a realidade.

A missão dos serviços

médicos durante o evento é

prover assistência médica nos

mais altos padrões internacionais

para os participantes da Copa do

Mundo FIFA Brasil 2014 durante

a competição e seus eventos

relacionados. Estende-se ao

público e aos trabalhadores do

evento.

É comentado que os

serviços médicos próximos aos

estádios reduzem a quantidade

de pessoas que iriam ao hospital

para atendimento, assim como

reduz confusões e acidentes que

eventualmente embriagados

causariam.

A Copa vai contar com 12

cidades, 64 jogos, 32 equipes,

736 jogadores.

Em um jogo normal não há

impacto na saúde publica da

cidade sendo que um jogo com

muitas ocorrências tem

aproximadamente três casos de

remoções.

O posto médico principal

funcionará 24 horas por dia

porque existirão trabalhadores

nos estádios em todos os

horários. O palestrante ressalta

que é muito mais fácil e barato

tratar as pessoas dentro do

estádio do que transferi-la para

os hospitais.

Em relação às queixas da

Copa das confederações, houve

apenas três em relação a

operação medica. A maior parte

das queixas não médicas está

relacionada à infraestrutura e

planejamento.

O médico cita que haverá

um trânsito muito grande de

pessoa, portanto a questão

epidemiológica é fundamental.

Todos os trabalhadores da saúde

serão vacinados contra tétano,

gripe e tríplice viral.

Por fim, Dr. André explica

que a operação nos estádios

terá: 4 ambulâncias para os

grupos 1 e 2 e 8 ambulâncias

para o grupo 3, 13 médicos, 28

enfermeiros, helicóptero de

resgate e equipe de apoio. A

equipe medica trabalhará 12

horas em dia de jogo, pois os

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portões abrem 3 horas antes

depois jogo.

Dr. André afirma que um

dos problemas da esfera médica

brasileira é não ter fluência em

outra língua.

Para finalizar a palestra

dessa tarde, foi aberta discussão

com os dois palestrantes do

módulo e a platéia.

CONCUSSÃO NO ESPORTE

Dr. Ricardo Eid - Médico especialista em medicina esportiva; Especialista em concussão cerebral; Médico do esporte da Universidade federal de São Paulo – UNIFESP. Dr. Frank Beretta Marcondes – Médico formado pela USF; Especialista em Cirurgia do Joelho e Artroscopia e Traumatologia do Esporte no Instituto Cohen-SP; Medicina Esportiva pela UNIFESP.

O tema Concussão no

esporte é abordado pelo Dr.

Ricardo, que comenta que

jogadores que sofrem concussão

demoram mais tempo para

retornar a jogar. Além disso,

explicita que a concussão é uma

das poucas lesões que é

discutida primeiramente na

medicina do esporte e depois nas

demais áreas.

Tal a importância das

concussões que, no futebol, a

partir de 2006 algumas manobras

foram proibidas por cartão para

diminuir essas lesões.

A concussão é uma lesão

cerebral de fisiopatologia

complexa induzida por uma força

mecânica. Pode ser um trauma

na cabeça direto ou indireto,

podendo provocar uma alteração

transitória da função, apresentar

sintomas como resultado de

alterações funcionais e, ainda,

perda de consciência, mas esta

não é presente em todos os

casos. O tratamento consiste no

repouso e 80-90% dos pacientes

apresentam melhora em 3

semanas. È importante dizer que

as escalas são ineficazes na

avaliação da concussão.

Em relação ao mecanismo

de lesão, este é baseado numa

alteração de permeabilidade

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neuronal: tem-se um

alongamento do neurônio com

extravasamento de potássio e

entrada de cálcio, exigindo alto

gasto de energia no cérebro.

Além disso, o cálcio faz

vasoconstrição e impede a

entrada de sangue para gerar

energia.

O palestrante cita que os

sintomas podem ser divididos em

somáticos, cognitivos,

psicológicos e do sono. Eles

podem ter ou não inicio no

momento no trauma e muitas

vezes o paciente não o percebe

ate ser questionado. Já os

fatores modificadores incluem

idade, antecedentes de

enxaqueca, distúrbio de

aprendizado, perda de

consciência prolongada,

atividade esportiva, estilo de jogo

perigoso e número e freqüência

de concussões.

Foi reforçado que,

qualquer atleta que tenha

suspeita de ter sofrido uma

concussão, deve ser retirado das

atividades imediatamente.

Dr. Ricardo cita que alguns

métodos diagnosticam

concussões em pessoas

assintomáticas e que os testes

neurocognitivos

computadorizados são

indispensáveis e o método mais

moderno para o diagnostico

dessa patologia e,

conseqüentemente, para o

tratamento de concussão.

Para finalizar, em relação

ao tratamento, foi explicado que

este é constituído, basicamente,

pelo repouso físico e cognitivo,

além do controle medicamentoso

dos sintomas, fisioterapia e

protocolo de retorno a práticas

esportivas.

CERIMÔNIA DE

ENCERRAMENTO

O encerramento da XXXII

Semana Médica iniciou-se com

uma homenagem ao Dr. Adib

Buainain, seguido pelo discurso

de sua filha Dr. Renata Buainain

e também do próprio

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homenageado do evento.

Houve também outro

discurso da presidente discente

do evento, Camila Murbach e do

Dr. Luis Fernando, que

agradeceram a presença e

colaboração de todos. Também

no encerramento o cargo de

presidente discente da XXXIII

Semana Médica foi passado para

a aluna Elisa Basso Donatti.

Segue abaixo as

premiações de encerramento:

PRÊMIO CARLOS AUGUSTO

REAL MARTINEZ (TRABALHO

CIENTÍFICO)

1º lugar: Influência do Sulfeto de

Hidrogênio (H2S) nos Níveis de

Citocinas Envolvidas na

Inflamação Alérgica Pulmonar.

Autores: Mateus dos Santos

Silva; Bruna Tiago Albaladejo;

Gislaine Cristina de Paula

Moreira; Matheus Casagrande

Ribeiro; Jackeline Amaral

Mendes; Prof Dra Heloísa Araújo

Ferreira

2º lugar: Verificação de Células

Apoptóticas no Infiltrado

Inflamatório Pulmonar e no

Epitélio Bronquiolar de

Camundongos Alérgicos:

Influência do Sulfeto de

Hidrogênio (H2S).

Autores: Gislaine Cristina de

Paula Moreira; Natalia Helena

Dias; Jackeline Amaral Mendes;

Mateus dos Santos Silva. Profa

Dra Thalita Rocha; Profa Dra

Heloísa Helena de Araújo

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Ferreira.

PRÊMIO JOSÉ EDUARDO

CHRISTOFOLETTI FREITAS

(RELATO DE CASO)

1º lugar: Combinação e

Adaptação de Técnicas para

Artrodese Posterior da Coluna

Cervical Alta em Politrauma:

Relato de Caso.

Autores: Patrick Moro Mariano;

Maria Thereza Barsotti Badari;

Tatiana Giannini; Jéssica Coan

Ramos de Oliveira; Eduardo José

Cury Filho; Paulo Queiroz

Luciano.

2º lugar: Diagnóstico Pré-

Operatório e Tratamento

Cirúrgico do Íleo Biliar:Relato de

Caso

Autores: Fernando Baratella de

Assis; Alexandre Angione; Dra.

Paula Daphne Brisigheli Borges

de Almeida; Roberta Chizzotti

Bonanomi.

PRÊMIO LENI DE FÁTIMA

ZECCHINI LOPES (REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA)

1º lugar: Cardiomiopatias e

Desmiopatia: Uma Correlação

Pertinente.

Autores: Victor Senise

Nascimento; Beatriz Helena de

Mattos Araujo Verri.

2º lugar: Uso de Anabolizantes

na Prática Esportiva e seus

Efeitos no Organismo.

Autores: Bruno Gallo de Oliveira;

Fabiana Bardella Marano; Nilson

Nonose.

PRÊMIO WALDEMAR MUNIZ

(MELHOR LIGA ACADÊMICA)

Liga de Neurocirurgia (LINCI)

PRÊMIO GILBERTO ROMANI

(TRABALHO ORAL)

1º lugar: Relação da Expressão

de Marcadores de Hipóxia e

Apelia em Animais com Colite

Aguda.

Autores: Camila Henrique

Moscato; Renata Bortolin Guerra

Tomé; Cintia Rabelo e Paixa

Caria José Pedrazzoli Junior;

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Marcelo Lima Ribeiro. Sob

orientação de: Profa Dra

Alessandra Gambero.

2º lugar: Uso Prático dos

Flavonóides Rutina e

Isoquercitina no Adenocarcinoma

Colorretal.

Autores: Julio Cesar Martins

Valdivia; Davi Fioravanti

Gimenes; Veronica Tricolli de

Souza; Filipe de Oliveira

Carvalho; Daniel Castilho da

Silva. Sob orientação de: Profa

Dra Denise Priolli.