3.+Perspectiva+existencial+fenomenológica+da+ACP
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UNAMA
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
PerspectivaExistencial fenomenológicada ACP
Márcia E. Soares Bezerra
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3ª força em psicologia;
Característica : busca de valores constituintes dapessoa;
Enfoque : relações e a perspectiva de mudançaspessoais através destas;
Proposta : interrogar o propósito de viver. “Para oexistencialismo a natureza do homem se constituiria emcriar sua própria natureza” (STOCKINGER, 2007, p. 32);
Existência precede a essência (estar-lançado, sujeitofrente ao mundo, significados emergem # “homem define omundo, o real”;
O QUE É PSICOLOGIA HUMANISTA EXISTENCIAL?
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“O que importa é a pessoa como um todo, sua experiência
subjetiva própria e singular em contraponto aos modelosapriorísticos de visão universal do Homem”(STOCKINGER, 2007, p. 32).
O QUE É PSICOLOGIA HUMANISTA EXISTENCIAL?
Psicologia adotou o modelo das ciências exatas :- Separação entre observador e objeto;- Formular leis gerais a respeito do psiquismo;- Modelo de causalidade linear;
Questionamentos a este modelo:- Interesse pelas ciências humanas (da vida),subjetividades, respostas a significados e nãosomente às relações de causa-efeito.
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Pensamento pós-moderno :- conhecimento: descontinuidade, complexidade ediversidade de interesses.- não como algo linear e fragmentado, mas comorede de conhecimentos (produzidoininterruptamente; processo histórico;reelaborações);
- PSICOLOGIA: intersubjetividade, afastando-se deuma perspectiva universal e essencialista /interlocução com outros saberes.
CENÁRIO CONTEMPORÂNEO
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Princípios metodológicos positivistas,presentes na ciência clássica, mostram-seinsuficientes para abarcar a totalidade da
existência humana; Existencialismo – reação da filosofia do
homem contra o excesso da filosofia das
idéias e das coisas.
FILOSOFIA EXISTENCIALISTA
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EXISTENCIALISMO – É o nome dado àampla corrente filosófica contemporânea,
nascida na Europa pós-primeira guerramundial, designando o movimento de algunspensadores e de alguns literatos sobre ainvestigação de quem é o homem.
Centra sua reflexão sobre a existênciahumana considera em seu aspecto particular,individual e concreto.
EXISTENCIALISMO
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Estruturação do movimento: no entreguerras (1918 e 1945) – Alemanha (anos
20).
Maior divulgação: Década de 1950.
Raízes históricas: pensamento do filósofodinamarquês Sören Kierkegaard (1813-1855).
EXISTENCIALISMO
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O homem é um ser, cuja relação com o mundo, oamarra e o compromete (é um ser comprometido);
A existência é instável, incerta, contraditória;
O homem não é algo pronto e sim um conjunto depossibilidades que vai se atualizando no decorrer de suaexistência;
É livre para escolher (com inquietação);
Conceito de liberdade – ser passível de criarpossibilidade para adquirir sua liberdade (não lheoutorga tranqüilidade, sossego, bem estar).
PRINCIPAIS CONCEPÇÕES
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Martin Buber; Sartre, Marcel, Jaspers,Dostoevsky, dentre outros;
Cada um, a seu modo utilizou o métodofenomenológico para elaborar a sua filosofia daexistência, unindo assim os dois conceitos – fenomenologia e existencialismo.
ESCRITORES E FILÓSOFOS EXISTENCIALISTAS
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MARTIN BUBER, O FILÓSOFO DO DIÁLOGO
Martin Buber construiu todasua obra em torno do diálogo .O momento mais essencial edecisivo da existênciahumana.
Para Buber o ser humano éum ser de relações,originalmente inter-ligado,existencialmente conectado
ao outro, a natureza e aosdemais seres.
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MARTIN BUBER, O FILÓSOFO DO DIÁLOGO
- É através dessas relações que o ser humanotorna-se pessoa e aprende a ser social.
- Afirma que é através de duas palavras-princípioque homens e mulheres, enquanto seres-em-relação , constroem seus modos de existir: arelação EU-TU e a relação EU-ISSO.
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A RELAÇÃO EU-TU
- fundamenta o mundo da relaçãopessoal, do encontro de mulheres ehomens que se dirigem entre si enquantorealidades pessoais, dimensõesexistenciais. Dá-se em um movimentorecíproco de aceitação e confirmação,sendo através dessa que ambosacolhem o mundo como celeiro daalteridade.
EU é uma pessoa que se encontra como TU – o/a outro/a, os objetos, anatureza ou mesmo Deus, o TU Eterno – de maneira sempre pessoal.
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A RELAÇÃO EU-TU
-No encontro entre EU e o TU há o olhar face a face,momento único que não retorna, mas que pode serrestabelecido (ansiando por isso)
- Para Buber (2001) o eu se torna EU na relação como TU ou seja, a totalidade da existência se constróina relação EU-TU. Entretanto, não se pode viverunicamente em presença, pois, homem e mulhernenhum suportaria manter um envolvimento tãointenso constantemente.
- Daí a NOSTALGIA pelo encontro... pois a sementedo TU habita o ISSO ansiando apenas à renovaçãodo encontro.
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A RELAÇÃO EU-ISSO
- Fundamenta o mundo da relaçãoobjetal, da atitude cognoscitiva, darequisição utilitária, não obstante,ela não deve ser entendida demodo valorativo, pois originalmente
não é nem boa nem má. Somentequando homens ou mulheresprocuram controlar suas realidadesexistenciais unicamente a partirdesse modo de relação que ela setorna nociva.
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A RELAÇÃO EU-ISSO
-Na relação EU-ISSO, o EU é um egótico e oISSO seu objeto.
Segundo Buber (2001) o mundo do Isso é o dacoordenação, da ordem e utilização. Esse inspiraconfiança entre homens e mulheres, pois,representa a densidade e a duração, a coerênciano espaço e no tempo. Também diz respeito àesfera do conhecimento que assegurou acontinuidade da vida humana por meio de toda
construção e desenvolvimento das atividadestécnico-instrumentais.
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Deve-se evitar o equívoco de associar taispalavras a partir de um dicotômico entreaquela que é boa e aquela que é má. Emverdade, ambas estão intimamente ligadasentre si e qualquer tipo de juízo valorativocomo esse destruiria o dinamismo existenteentre elas.
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- • PRESENÇA (estar-com numa relação sem meios ouinterposições);
• IMEDIATEZ (relação é direta, imediata; mutualidade);
• TOTALIDADE (envolve o ser na sua globalidade);
• RECIPROCIDADE (abertura à realidade do outro;
afetação de um sujeito sobre o outro, a partir da suaalteridade. Relação é reciprocidade);
• RESPONSABILIDADE (habilidade, disponibilidade,prontidão a dar respostas; ação de um Eu para com umTu; encontro inter-humano).
PARA QUE O DIÁLOGO AUTÊNTICO OCORRA:
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UM EPISÓDIO
• “Recebi a visita de um jovem desconhecido, sem que eutivesse aí presente em espírito. Alias, eu não deixei de acolhê-lo amavelmente, não o tratei com descaso maior do que todosos seus contemporâneos que costumavam procurar-me a estahora do dia, como a um oráculo acessível a uma discussão;conversei com ele de uma forma atenciosa e franca – e deixeiapenas de adivinhar as perguntas que ele não colocou [... ]”.
• “Fiquei conhecendo o conteúdo essencial dessas perguntasmais tarde, não muito tempo depois, de um amigo do jovem – ele próprio já não vivia mais; soube que tinha vindo a mim,levado não pelo acaso, mas pelo destino, não em busca deuma conversa informal, mas de uma decisão; ele tinha vindoprecisamente a mim, precisamente àquela hora. O queesperamos nós quando desesperados e, mesmo assim,procuramos alguém? Esperamos certamente uma presença,por meio da qual nos é dito que ele, o sentido, ainda existe” (BUBER, 1982, p. 47).
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Significado etimológico:
Phainomenon (fenômeno) - o que se mostra
por si mesmo; aquilo que aparece.L o g o s – discurso esclarecedor.
FENOMENOLOGIA: discurso esclarecedordaquilo que se mostra por si mesmo.Estudo ou ciência do fenômeno.
FENOMENOLOGIA
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Fenomenologia surge enquanto filosofia aofinal do séc. XIX, com Edmund Husserl (1859-1938)
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Derrocada dos grandes sistemas filosóficos eascensão dominante da Ciência.
As matemáticas e a psicologia: chave dasexplicações da teoria do conhecimento e dalógica;
Busca encontrar um Método e um ponto de partidapara a Filosofia enquanto “ciência do rigor”.
Não privilegia nem o pólo do sujeito nem o doobjeto.Preconiza a relação sujeito-objeto / homem-mundo
Fenomenologia em EDMUND HUSSERL(1859-1938)
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SUJEITO 1º PERCEBE BUSCASENTIDO
COISAS(r es : coisa física ou
não física)
FENÔMENO (se mostra)
MÉTODOFENOMENOLÓGICO
- deve excluir tudo que nãoseja o sentido da coisa
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• INTUIÇÃO DAS ESSÊNCIAS:Quando um fato se nos apresenta à consciência,
juntamente com ele captamos uma essência,entendida como o sentido do ser do fenômeno;estrutura invariante.
Essências (Eidos): significações produzidas;poderá haver tantas essências quantas
significações nosso espírito é capaz de produzir.
ASPECTOS PRINCIPAIS
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• CARÁTER INTENCIONAL DA CONSCIÊNCIA:
Não existe consciência pura ou separada domundo, nem objeto em si;
O objeto é sempre para um sujeito que lhe dá
significado;Só tem sentido para uma consciência que o visa(correlação consciência-mundo, sujeito-objeto).
A intencionalidade fenomenológica é “visadade consciência e produção de um sentido quepermite perceber os fenômenos em seu teorvivido”.
ASPECTOS PRINCIPAIS
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• REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA:
Colocação “entre parênteses” a existência fatualdas coisas para se evidenciar a “essência”
ASPECTOS PRINCIPAIS
Suspensão de juízos ( Epoché).
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• INTERSUBJETIVIDADE:
Não se pode ter um conhecimento exato a respeitodo outro, mas sim descrever o tipo de presença queele revela em nossa própria experiência.
Utiliza-se o termo alemãoEinfühlung [1] (sentir,capacidade de captar, de perceber) para melhorcompreender essa vivência. É esse sentir dentro quenos permite captar o que os outros estão vivendo(ALES BELLO, 2004, p.53).
[1] Este termo pode ser traduzido por entropatia ouempatia (entro/em significa conseguir entrar, pordentro e patia, da raiz páthos, significa sentir ousofrer).
ASPECTOS PRINCIPAIS
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Fenomenologia como ontologia hermenêutica;Analítica da existência (Das ein : Ser -aí) ;trabalho de caráter interpretativo segundo aperspectiva da experiência humana.
Fenomenologia em MARTIN HEIDEGGER (1889-1976
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Hermenêutica: verbo grego hermeneuein(interpretar) e do subst. hermeneia (interpretação);
Filosofia hermenêutica : existência de uma ligaçãoentre o objeto a ser interpretado e o intérprete;compreensão e interpretação da existência
humana; explicitar o sentido (contextualizado);interrogar o dado que aparece.
Fenomenologia em MARTIN HEIDEGGER (1889-1976
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• EXISTÊNCIA E SER-NO-MUNDO:
ASPECTOS PRINCIPAIS
Somos entes diferenciados dos outros entes.
DASEI N = Ser - Aí
Característica do ente que pode secomportar de várias formas diante dassituações. Possibilidade. Atribuir sentido.
EXISTÊNCIA -
Existente só pode se compreender em suarelação com o mundo, relação na qual cria omundo e ao mesmo tempo é criado por ele.
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• MUNDANIDADE:
Ser-no-mundo-com-os-outros; submetido àscontingências sócio-político-histórico-culturais.
Analítica da existência: estrutura de um momentoconstitutivo do ser no mundo (afetividade,
compreensão e linguagem);• PROJETO:
„lançado no modo de ser do projeto‟ – possibilidades que o fazem ultrapassarincessantemente seus limites;
• INAUTENTICIDADE E AUTENTICIDADE
• ANGÚSTIA
ASPECTOS PRINCIPAIS
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• Nova postura de inquirir os fenômenospsicológicos;• Não se ater somente ao estudo doscomportamentos observáveis e controláveis;
• Procurar interrogar as experiências vividas e ossignificados que o sujeito lhe atribui;
• Não priorizar o objeto e/ou o sujeito, mascentrar-se na relação sujeito-objeto-mundo;
• Compreender a vivência da pessoa que sepretende conhecer, procurando captar o seumodo de existir, o seu “ser -no-mundo” .
FENOMENOLOGIA E PSICOLOGIA
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A psicologia fenomenológica “não busca aessência, como pretendia a filosofiahusserliana, mas procura apreender o
significado da vivência para o sujeito em suaimediaticidade, a partir da relação dealteridade, compartilhada entre ele e o
psicólogo”(CHAVES, MACEDO E MENDONÇA , 1996, p. 15)
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- O acesso ao vivido se dá através de versões desentido ; pode sofrer interferências e distorções pelapressão de padrões sociais ou mesmo doautoconceito.
- Polissêmico : contém um significado potencialimediato, relacionado ao contexto da ação ou situaçãodo sujeito, e também outros significados menosimediatos, relacionados com outros contextos(AMATUZZI, 1996);
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- Sujeito como um ser-no-mundo e um ser-com , derelação, cuja subjetividade não se encontra separadado mundo;
- Não é possível determinar um dado modo-de-ser nomundo;
- A compreensão do ser humano passa pelainterpretação das suas possibilidades de ser-no-mundo, indo além das palavras e do texto, masincluindo todo o seu universo psicológico, social ehistórico.