3T2015_L11_caramuru
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PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2015
TEMA –A IGREJA E O SEU TESTEMUNHO – as ordenanças de Cristo nas cartas
pastorais
COMENTARISTA : ELINALDO RENOVATO DE LIMA
COMENTÁRIOS – EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
ASSEMBLEIA DE DEUS – MINISTÉRIO DO BELÉM – SEDE – SÃO PAULO/SP
ESBOÇO Nº 11
LIÇÃO Nº 11 – A ORGANIZAÇÃO DE UMA IGREJA LOCAL
A igreja local tem de se organizar segundo o padrão bíblico.
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do trimestre, ingressamos no quarto e último bloco, quando
estudaremos a Epístola de Paulo a Tito, iniciando pelo seu primeiro capítulo.
- A igreja local tem de se organizar segundo o padrão bíblico.
I – SAUDAÇÕES INICIAIS DE PAULO A TITO
- Na sequência do estudo do trimestre, iniciaremos o quarto e último bloco, em que
estudaremos a Epístola de Paulo a Tito. Nesta lição, estudaremos o primeiro capítulo desta
carta.
- Paulo escreveu sua carta a Tito na mesma época em que escreveu sua primeira carta
a Timóteo, ou seja, depois da sua soltura de sua primeira prisão em Roma. Segundo se
deduz do teor desta epístola, Paulo, após ter ido a Filipos, foi com Tito para a ilha de Creta,
onde havia uma grande necessidade de organizar as igrejas locais ali existentes, pois, pelo
que parece, os cristãos viviam um estado de completa anarquia, com as igrejas sem
qualquer organização.
- Depois de ter deixado Tito em Creta, Paulo, sentindo a responsabilidade que tinha em
função de seu ministério apostólico, assim como escreveu uma carta a Timóteo para o
orientar a respeito de como deveria se conduzir em Éfeso, onde fora dirigir a igreja por
ordem do próprio apóstolo, também escreve uma carta a Tito, a quem havia incumbido de
organizar as igrejas locais de Creta, a fim de que lhe fossem dadas orientações de como
deveria proceder na sua missão.
- Tito era um dos principais cooperadores de Paulo (II Co.8:23), um gentio que havia se
convertido a Cristo e passado a auxiliar o apóstolo (Gl.2:3). Era um auxiliar tão importante,
que foi levado por Paulo e Barnabé para participar do concílio de Jerusalém (Gl.2:1), tendo
sido mesmo um exemplo, uma referência de que os gentios não deviam se circuncidar e que
não estavam obrigados a seguir a lei de Moisés (Gl.2:1).
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- Pelo que se verifica das Escrituras, Tito era um cooperador a quem o apóstolo Paulo
sempre incumbia de missões especiais nas igrejas que haviam sido fundadas por
Paulo, como, por exemplo, em Corinto, para onde Tito foi enviado muito provavelmente
assim que Paulo teve notícia de irregularidades naquela igreja (II Co.2:13/ 7:6,13,14) e
também para realizar a coleta em favor dos pobres de Jerusalém (II Co.8:6; 12:18). Foi,
também, mandado para pôr em ordem as igrejas de Creta (Tt.1:5) e, por fim, foi mandado
para a Dalmácia, quando Paulo estava preso pela segunda vez (II Tm.4:10).
OBS: “…Tito subiu com os apóstolos à igreja de Jerusalém (G12.1), foi muito diligente em Corinto, por cuja igreja
tinha a mesma solicitude ou cuidado (2 Co 8.16) que Paulo. A segunda epístola de Paulo aos Coríntios, e provavelmente a
primeira também, foi enviada por meio dele (II Co.8:16-18,23; 9.2-4; 12.18). Ele esteve com o apóstolo em Roma e de lá
foi para a Dalmácia (II Tm.4:10)…” (HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento Atos a Apocalipse. Trad. de
Degmar Ribas Júnior, p.722).
- “…Tito goza de alta consideração por parte de Paulo (II Co.8:16-23). Ele já era
colaborador do apóstolo antes de Timóteo, acompanhando-o com Barnabé ao concílio dos
apóstolos (Gl.2:1). Se por um lado Paulo realiza a circuncisão de Timóteo para evitar
escândalo desnecessário (At.16:3), por outro lado o apóstolo se nega terminantemente a
permitir a circuncisão de Tito (Gl.2:3). Isso pode ser devido a diversas circunstâncias: no
caso de Timóteo era uma questão da prática missionária (ICo 9:20), no caso de Tito estava
em jogo uma controvérsia doutrinária fundamental sobre aquilo que é necessário à salvação
e o que não é. Tito era um homem de grande autonomia. Paulo posicionava-se diante dele
mais como alguém que pede e menos como alguém que emite orientações e ordens: ‘Mas
graças a Deus, que pôs no coração de Tito a mesma solicitude por amor de vós, porque
atendeu ao nosso pedido (!)… partiu voluntariamente até vós…’ (II Co.8:16s).…” (BÜRKI,
Hans. Carta a Tito Comentário Esperança. Trad. de Werner Fuchs, p.7).
- As saudações iniciais desta carta são as mais longas de todas as cartas de Paulo, com
exceção da carta aos Romanos. Tem-se aqui uma verdadeira “confissão apostólica”, onde
Paulo, em termos concisos, como que explica a natureza e a própria razão de ser não só de
seu ministério mas de toda a vida cristã.
- No introito desta carta, Paulo inova pois, pela única vez em todas as suas epístolas,
apresenta-se como “servo de Deus”. “…O título ‘servo de Deus’ é antigo, sendo usado
somente para os profetas, para Abraão, Moisés, Davi: II Sm. 7:5; Sl.105:42; Dn.9:11. Por
meio desse título (incomum para o NT) Paulo se posiciona ao lado dos patriarcas e profetas.
Provavelmente ele o faz em vista dos cristãos judeus hereges (v.10).…” (BÜRKI, Hans.
op.cit., p.8).
- Para mostrar a sua autoridade, o apóstolo Paulo apresenta-se como “servo de Deus”, pois,
sem dúvida alguma, este é o maior título que um homem pode ter na face da Terra. Nos
dias hodiernos, os homens estão a buscar títulos e qualificações que mostrem sua
“grandeza”, sua “superioridade”, esquecidos, porém, que não há maior qualificação do que
ser “servo de Deus”, de ser “propriedade de Deus”, de ser “doulos”, ou seja, escravo do
Senhor. Somente aqueles que são servos e assim se reconhecem têm a Deus como seu
verdadeiro Senhor e só quem tem a Deus como Senhor desfrutará a vida eterna.
- Mas, além de “servo de Deus”, Paulo apresenta-se como apóstolo de Jesus Cristo,
mesma denominação com que se apresenta nas outras duas cartas pastorais (I Tm.1:1; II
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Tm.1:1), a demonstrar que as orientações que estava a dar a seus cooperadores decorria de
exigências e da responsabilidade de seu ministério apostólico.
- Este ministério apostólico era exercido segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento
da verdade, que é segundo a piedade (Tt.1:1). “…A fé que é dos eleitos de Deus é o corpo
da verdade revelada e a promessa que o povo de Deus tem acalentado através dos séculos.
Conhecimento. A ideia é paralela à fé que acabou de ser mencionada; ambas as ideias são
governadas pelo segundo. Ambas, a fé e o conhecimento, tem a sua base em uma
mensagem real que pode ser conhecida e crida. Verdade traz a implicação de "fiel
revelação de Deus", pois Jesus disse, "Eu sou . . . a verdade". …” (HARRISON, Everett F.
Tito Comentário Moody, p.2) (destaques originais). “…O serviço e o apostolado são
exercidos 'no interesse de’ (…) a fé dos eleitos de Deus e [seu] reconhecimento da verdade
que é segundo a piedade, ou seja, se concretiza com o fim de fomentar ou promover a
confiança dos escolhidos de Deus n’Ele, bem como seu alegre reconhecimento ou confissão
da verdade redentora que se centra n’Ele; verdade essa que, em agudo contraste com as
extravagâncias dos falsos mestres, concordam com (ou aqui também é ‘no interesse de’,
promovem) a piedade, a vida de virtude cristã, o espírito da verdadeira consagração…”
(HENDRIKSEN, William. Comentários I Timóteo, II Timóteo e Tito. Trad. de Válter
Graciano Martins, p.416).
- Paulo mostra a razão de ser do ministério, qual seja, promover a fé dos salvos em
Cristo Jesus, fazer-lhes conhecer a verdade, que são as Escrituras Sagradas (Jo.17:17)
e transformar a vida de cada um dos membros da igreja local numa vida de virtude
cristã, numa real vida de dedicação e comunhão com Deus. O ministério é um serviço
que Jesus põe nas igrejas locais para que os salvos possam crescer espiritualmente e atingir
a estatura completa de Cristo, de varão perfeito (Ef.4:12,13). É um serviço, não uma fonte
de poder (Lc.22:24-27).
- Paulo, embora relembre a sua condição espiritual, equiparando-se a profetas e patriarcas e
mostrando a sua qualidade de apóstolo de Jesus Cristo, observa que tudo isto só tem sentido
se ele estivesse servindo à Igreja, levando-a para um crescimento espiritual, para um
aperfeiçoamento. Como seria importante que todos os ministros de Cristo Jesus, que têm
um “status” notadamente inferior ao de Paulo, tivessem esta compreensão…
- Este ministério somente é exercido, continua o apóstolo Paulo, se houver a esperança
da vida eterna e a manifestação da pregação da Palavra (Tt.1:2). Não há como se
exercer o ministério, se o ministro não tiver a esperança da vida eterna, se não crer nas
promessas divinas contidas nas Escrituras Sagradas.
- Por primeiro, o próprio ministro precisa alguém que creia na Bíblia como regra de fé
e prática, seja alguém que esteja convicto das promessas de Deus e tenha a firme
consciência de que o Senhor é fiel e não pode mentir e, portanto, tudo quanto está escrito na
Sua Palavra irá se cumprir.
- Como pode um ministro promover a fé dos salvos se ele próprio não crê na Palavra e, por
não crer nela, não a pratica? Como pode um ministro promover a o conhecimento da
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verdade se não tem a convicção de que as Escrituras são a verdade? Como pode um
ministro promover a vida piedosa, se ele próprio não pratica a piedade?
- O ministro de Cristo Jesus deve, ainda, ser alguém que pregue a Palavra. O
ministério da Palavra é a tarefa precípua e essencial de alguém que recebe de Cristo um
dom ministerial (Ef.4:11). Todos os dons ministeriais estão vinculados com a Palavra: o de
apóstolo, como mostra a própria afirmação de Paulo aqui em Tito como também se verifica
em I Co.9:16; o de profeta, pois o profeta nada mais é quem aplica a Palavra de Deus a
alguém por orientação do Espírito Santo; o de evangelista, pois é evidente que o evangelista
deve pregar o Evangelho; o de pastor, pois deve ele pregar a Palavra a tempo e fora de
tempo (II Tm.4:1,2) e o de mestre, pois ele se determina o ensino da Palavra (I
Tm.1:3;4:13).
- Paulo vai além ao mostrar que a pregação é um mandamento de Deus, nosso Salvador
a todos os chamados ao santo ministério (Tt.1:3), lembrando, ainda, que a Palavra é
eterna, é o próprio Verbo de Deus (Jo.1:1), pois existente desde antes dos tempos dos
séculos e que a Seu tempo se manifestou, fazendo-Se carne na pessoa de Cristo Jesus
(Jo.1:14).
- “…De acordo com o Filósofo [Aristóteles – observação nossa], o século é a medida da
duração de cada um. Assim, os tempos seculares são os tempos distintos segundo as
diversas sucessões de coisas, como se dissesse: antes desse começo ao tempo sucessivo; e
esse tempo começou com o mundo, por isso foi antes que o mundo começou. Outro texto
diz: eternos, isto é, antigos, que é o sentido que, às vezes, tem a palavra “eterno”. Ou diga-
se eterno, não segundo a verdade, mas segundo a imaginação; e esta Sua promessa Deus a
fez antes destes tempos que são medidos pela sucessão. Mas prometer é anunciar por
palavra a Sua vontade de dar; e Deus, desde toda a eternidade, pronunciou a Sua palavra de
que daria aos santos a vida eterna. "Nós fomos escolhidos antes da criação do mundo"
(Ef.1:4). E essa esperança é confirmada pela demonstração da promessa; Por isso, diz:
"tendo feito ver em Seu tempo o cumprimento da Palavra" .Descreve-se este evento de 3
formas: 1ª. em razão do tempo, que se deu a conhecer quando o Verbo determinou
encarnar-Se; Por isso, diz ele, "a Seu tempo", isto é, a propósito, quando o homem convicto
da soberba, pela qual havia pecado; da mesma forma que convence o médico o doente
primeiro para só depois aplicar a solução mais adequada para a sua saúde; porque ao
homem de ciência subia o orgulho para a cabeça, mas ficou convencido de ignorância antes
do tempo da lei, em que ele pecou com a idolatria e vícios contra a natureza. O mesmo em
relação às virtudes (não praticadas) de que estava convencido no tempo da lei (Gl.4)
.Descreve-se a segunda maneira, ou seja, pela pregação pública (Mc.16), por isso, diz ele,
"na pregação do Evangelho." 3a. pelo autor; onde se diz, "que me foi confiada a mim pelo
comando de Deus" (Mt.1; At.9).…” (AQUINO, Tomás de. A Epístola de Paulo a Tito.
Trad. castelhana de J.I.M. Editorial Tradicción. Cit. Tt.1:1-4. n.2. Disponível em:
http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/ Acesso em 22 jun. 2015) (tradução nossa de
texto em espanhol).
- Paulo identifica Tito como seu verdadeiro filho, a mostrar, pois, que Paulo tinha uma
relação de pai e filho para com seus cooperadores, pois é assim que se dirige também a
Timóteo. Embora Tito e Timóteo fossem bem diferentes, como se viu supra, é certo que
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Paulo a ambos tratava como filhos, sem qualquer predileção ou parcialidade, mesmo
comportamento que devem ter os ministros nas igrejas locais.
- A Tito, também, como em todas as suas cartas pastorais, o apóstolo usa na saudação as
expressões “graça, misericórdia e paz”, como a lembrar aos ministros que, além da graça e
da paz que advêm tanto do Pai como do Filho, é preciso lembrar, também, da misericórdia,
pois, no exercício do ministério, é fundamental que se ponha a bondade de Deus em ação,
que é o significa a misericórdia. Os ministros devem sempre lembrar que são miseráveis
pecadores que, pelo favor imerecido de Deus e pela comunhão que passaram a manter com
o Senhor pelo perdão de seus pecados, devem ter um coração bondoso para com toda a
membresia da igreja local.
OBS: “…Escrevendo para Igrejas, sua[de Paulo, observação nossa] fórmula usual é: "Graça a vós, e paz", mas os servos
de Deus, chamados para a obra do ministério, precisam de "misericórdia" muito especial - como se maior o ofício, maior a
responsabilidade para o pecado e, portanto, em sua Epístolas Pastorais, se ele está se dirigindo Tito ou Timóteo, Paulo
deseja para a sua filhos na fé "graça, misericórdia e paz." Oh, que misericórdia será para qualquer um de nós ministros se,
finalmente, estivermos limpos do sangue de todos os homens! Se, depois de termos sido chamados para pregar o
Evangelho, fizemo-lo tão fielmente a ponto de sermos absolvidos e até mesmo recompensados por nosso Senhor e Mestre,
será misericórdia de misericórdia! [Esta "carga" do amado Pastor tem ainda mais força e pathos, agora do que quando Ele
“foi embora” para o céu.]…” (SPURGEON, Charles Haddon. Exposição de Tt. 1,2. Disponível em:
http://www.spurgeongems.org/vols40-42/chs2439.pdf , p.7) (tradução nossa de texto em inglês).
- “…Neste verso particular [Tt.1:4 – observação nossa], parece-me que Paulo trouxe
juntamente cinco pontos nos quais ele era um com Tito. É uma grande bênção quando
homens cristãos estão em união uns com os outros e quando desejam falar a respeito dos
laços que os unem. Quanto mais pudermos promover uma unidade verdadeira entre
cristãos, tanto melhor.(…) Há cinco coisas nas quais Paulo parece para mim apresentar
claramente a sua união com Tito. Podia chamá-las “as cinco argolas de uma cadeia
dourada” (…) havia um relacionamento próximo entre eles(…) eles eram irmãos por uma
fé comum (…); eles tinham uma bênção mútua(…); eles eram um na origem de toda
bênção(…); nosso relacionamento comum com o Senhor Jesus Cristo…” (SPURGEON,
Charles Haddon. As cinco argolas de uma cadeia dourada: sermão pregado no Tabernáculo
Metropolitano em Newington, na noite do dia do Senhor em 6 de novembro de 1887.
Disponível em: http://www.spurgeongems.org/vols40-42/chs2439.pdf Acesso em 22 jun.
2015) (tradução nossa de texto em inglês).
II – O ENCARGO DE ORGANIZAR A IGREJA DE CRETA E REPRIMIR FALSOS
DOUTORES
- Depois desta longa saudação, o apóstolo Paulo explica os motivos pelos quais estava a
escrever esta epístola, ou seja, dar orientações a Tito de como deveria proceder para
cumprir a missão que o apóstolo lhe dera assim que saíra da prisão em Roma e fora para
Filipos e, depois, para Creta, onde havia deixado seu cooperador para que ele pusesse em
boa ordem as coisas que ainda restavam e de, cidade em cidade, estabelecesse presbíteros
como já mandara (Tt.1:5).
- O que se percebe é que Paulo, tendo ido a Creta, juntamente com Tito, e não podendo ali
permanecer, provavelmente porque estava indo para a Espanha, percebeu que as igrejas
locais em Creta estavam passando por uma situação de anarquia, de falta de governo,
sendo, pois, indispensável que Tito ali ficasse para pôr ordem nas coisas.
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- Esta determinação de Paulo mostra-nos que a igreja local precisa ser devidamente
organizada, não pode ser um grupo social que se mantenha acéfalo, sem liderança, sem
governo. O governo na igreja é uma exigência do próprio Senhor Jesus, não havendo
qualquer cabimento para se defender que, como Cristo é a cabeça da Igreja (Ef.1:22; 5:23),
não haja qualquer necessidade de lideranças humanas.
- Vivemos dias em que, com o aumento da iniquidade, muitos que cristãos se dizem ser
estejam a defender uma “anarquia” cristã, ou seja, que não haja qualquer liderança ou
governo nas igrejas, porque, afinal de contas, a cabeça da Igreja é Jesus e não haveria, pois,
qualquer necessidade de líderes humanos na igreja do Senhor.
- Trata-se, evidentemente, de um ensino equivocado e que contraria frontalmente as
Escrituras. Desde o início da Igreja, vemos que o Senhor Jesus constituiu os apóstolos para
liderarem os salvos e estes, à medida que o Evangelho ia sendo pregado, não deixavam de
constituir, nas igrejas locais, presbíteros e diáconos para cuidar do governo de cada igreja,
seja no aspecto espiritual, seja no aspecto material (At.6:1-6; 14:23; 20:17; Fp.1:1). Deus
não é de Deus de confusão (I Co.14:33) e, desde os tempos de Israel, sempre zelou para que
Seu povo tivesse lideranças para poder bem administrar a sociedade formada pelos Seus
servos (Ex.18:19-24).
- Muitos, na atualidade, porque são rebeldes e insubmissos, soberbos e autossuficientes,
levantam-se contra a organização das igrejas locais, não aceitando que haja lideranças,
sendo “sucessores” dos que, na igreja de Corinto, diziam-se do “partido de Cristo” (I
Co.1:12), de longe o pior de todos os grupos existentes naquela igreja, já que formados por
aqueles que não pretendiam obedecer a pessoa alguma.
- Conquanto Cristo seja a cabeça da Igreja, é evidente que, estando no céu, à direita do Pai,
o Senhor quis constituir homens que fossem Seus ministros, responsáveis pela condução do
Seu rebanho para os céus. Pedro identifica-se como um destes presbíteros, que tem a
missão de apascentar o rebanho de Cristo, dele cuidando (I Pe.5:2), algo, aliás, que o
próprio Senhor o incumbiu de fazer (Jo.21:15-17).
OBS: “…Em todas as igrejas surgidas da atividade missionária de Paulo havia serviços eclesiais organizados desde o
princípio, tão logo um grupo sólido de discípulos estivesse de fato formado. O NT não dá notícia de nenhuma igreja sem
liderança. O estilo de liderança pode se configurar de formas muito distintas, porém nunca na forma de uma posição
especial excludente ou de uma reivindicação legal consolidada.…” (BÚRKI, Hans. op.cit., p.10).
- Tem-se, portanto, claro que o Senhor designou homens para apascentar o rebanho e,
portanto, é absolutamente necessário e indispensável que cada um dos Seus servos
pertença a uma igreja local e esteja ali sob alguma liderança, que tem a missão de
cuidar deste servo do Senhor, servindo, também, para contribuir para o seu
aperfeiçoamento e crescimento espiritual.
OBS: “…1. Uma igreja sem um ministério fixo e estável é imperfeita e deficiente. 2. Presbíteros ou anciãos precisam
ser constituídos onde houver um número adequado de crentes. Sua permanência nas igrejas é fundamental para ‘...o
aperfeiçoamento dos santos, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos a varão perfeito’, até que todos
os escolhidos de Deus sejam chamados e unidos a Cristo em um corpo e levados à sua estatura e força plena, e à medida
da graça que é devida e destinada a eles (Ef 4.12,13). Essa obra deve continuar sendo feita até o final dos tempos, e os
meios necessários e designados precisam durar.…” (HENRY, Matthew. op.cit., p.726).
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- Sem razão, portanto, os chamados “desigrejados”, que tanto têm aumentado na atualidade,
que são pessoas, acima de tudo, arrogantes e soberbas, que se acham superiores a todos os
demais e que não admitem pertencer a uma igreja local, achando que podem se apascentar a
si mesmas, o que, à evidência, contraria completamente o que se encontra nas Escrituras
Sagradas.
- Os cretenses pareciam ser pessoas desta índole, pois não havia qualquer governo nas
igrejas locais. Não haviam sido separados presbíteros e a obra de Deus em Creta estava
sobremodo prejudicada. Segundo o reverendo Hernandes Dias Lopes, em sermão
expositivo em áudio a respeito do trecho de Tt.1:5-16, Creta tinha uma situação espiritual
pior que a de Corinto, sendo um povo mentiroso, onde imperava a maldade e a carnalidade
(Tt.1:12), circunstâncias que ainda estavam presentes e orientando a conduta dos cristãos
daquela ilha.
OBS: “…Eles [os cretenses – observação nossa] eram um povo degradado e, portanto, aqueles que lhes ensinaria teriam
uma tarefa mais difícil e precisavam de grande graça. Paulo exorta Tito que só homens especialmente aptos — homens
cujo exemplo poderia ter influência e cujos personagens teriam peso devem ser autorizados a ser anciãos em tais
igrejas.…” (SPURGEON, Charles. op.cit., p.7. end.cit.) (tradução nossa de texto em inglês).
- Há um grande perigo quando os cristãos não conseguem se desvencilhar dos dados
culturais pecaminosos que os cercam. Quando recebemos a Cristo Jesus como Senhor e
Salvador, precisamos nos separar do pecado e de todo o embaraço (Hb.12:1) e um dos
embaraços de que temos de nos libertar são os costumes e outros traços culturais do povo
onde vivemos mas que têm origem pecaminosa e contribuem para a prática do pecado.
Imersos num ambiente de mentira, licenciosidade e maldade, os cristãos cretenses
mantinham uma atitude de insubmissão e de individualismo e, por isso, não organizaram as
suas igrejas locais, querendo cada um “cuidar do seu próprio nariz”, o que, entretanto,
contrariava toda a doutrina cristã, que quer que estejamos em comunidade servindo ao
Senhor, pois, embora a salvação seja individual, o progresso e desenvolvimento da vida
espiritual sobre a face da Terra não no é.
- Paulo, então, dá a Tito as qualificações que devem ter estes presbíteros a serem
postos em cada igreja local de cada cidade de Creta, qualificações que são bem
similares às que Paulo dá a Timóteo na primeira epístola dirigida àqueloutro filho na
fé. Como afirma o reverendo Hernandes Dias Lopes, isto mostra que as qualificações
exigidas para o exercício do ministério pastoral são as mesmas seja para cidades grandes,
como era Éfeso, seja para as pequeninas cidades de Creta. As igrejas locais devem ser
estruturadas conforme as Escrituras, independentemente do ambiente cultural e da forma
como se apresentem nas sociedades em que estão localizadas.
- Como as qualificações são muito similares às que Paulo deu a Timóteo e como as
analisamos exaustivamente na lição 4 deste trimestre, inclusive expondo este texto do
primeiro capítulo de Tito, não nos deteremos na sua explicitação.
- Basta-nos, apenas, observar que Paulo chama os presbíteros de “despenseiros da casa
de Deus”, mesma expressão que utilizara em I Co.4:1, lembrando, assim, que os
presbíteros são ministros de Cristo e que, como tal, devem ser fiéis, tendo na distribuição
do “alimento espiritual” a sua missão primordial.
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- O ministro não é um mediador entre Deus e a Igreja, como entendem equivocadamente os
romanistas e os ortodoxos, que reeditaram a figura do “sacerdote”, inadmissível na nova
aliança firmada sobre o sangue de Cristo, mas é inegável que é aos ministros que o Senhor
comete o dever de distribuir o alimento espiritual à membresia, ou seja, são os ministros
que devem servir o “pão espiritual”, a Palavra de Deus aos demais integrantes da igreja
local.
- Mais uma vez observamos como é nuclear da atividade de ministro de Cristo o ministério
da Palavra e como praticamente perde a sua razão de ser todo aquele obreiro que deixa de
lado esta tão importante tarefa para se dedicar a outros trabalhos que descaracterizam, por
completo, o significado da função pastoral. Não será talvez por isso que, atualmente,
pastores sejam confundidos com charlatães, com exploradores da fé, com mercenários e
tantos outros qualificativos depreciativos? Pensemos nisso, senhores ministros!
- Após apresentar as necessárias qualificações para a escolha ao exercício do ministério
pastoral, Paulo lembra que os ministros devem reter firmes a fiel palavra, que é
conforme a doutrina, para que possam ser poderosos (Tt.1:9).
- O que confere poder e autoridade a um ministro de Cristo Jesus é a retenção firme da fiel
palavra, que é conforme a doutrina. Um ministro somente terá autoridade se ele for alguém
que pratica e vive a Palavra de Deus, que não a distorce nem tampouco a ensine mas não
viva.
- O ministro é o primeiro a seguir a Palavra e a mostrar, com suas obras, a fé que tem
nas Escrituras Sagradas. Deve ser um homem piedoso, um homem sincero, reto, temente
a Deus e que se desvia do mal. Deve ter uma vida de meditação nas Escrituras, uma vida de
oração e jejum e, vivendo deste modo, receberá da parte de Deus autoridade e poder, que
será demonstrada por uma pregação em que se sentirá a unção do Espírito Santo, bem como
pela realização de sinais, prodígios e maravilhas. Os apóstolos vivenciavam esta realidade
(At.5:12), inclusive Paulo (I Co.2:4,5; I Ts.1:5).
- Um ministro de Cristo Jesus não pode ser apenas uma pessoa eloquente, que fale bem, ou,
o que é pior ainda, apenas um bom administrador, um bom gestor, um burocrata, mas,
muito mais do que isto, deve ser alguém que tenham intimidade com Deus e que mostre
esta intimidade na condução do rebanho do Senhor. Lamentavelmente, em nossos dias, há
muitos que estão no ministério por causa de sua capacidade administrativa, embora nada
apresentem em termos espirituais. Não era este tipo de gente que Tito deveria colocar à
frente de cada igreja local nas cidades de Creta.
- Somente quem tem autoridade e poder vindos do Espírito Santo, mediante a experiência
pessoal e concreta com o Senhor Jesus, pela Palavra e pela oração, pode admoestar com a
sã doutrina e convencer os contradizentes. Creta estava a viver a perturbação doutrinária
dos crentes judaizantes e não se poderia pôr à frente das igrejas locais pessoas que não
tivessem intimidade tal com o Senhor Jesus que pudessem não só ensinar a verdadeira
doutrina para os crentes fiéis, como também trazer de volta à fé aqueles que estavam a
contradizer a própria Palavra de Deus.
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- Para se exercer eficazmente o ministério pastoral, é indispensável que tenhamos o
poder e a autoridade advindos do Espírito Santo. Não se consegue obter o crescimento
da igreja local nem o afastamento das falsas doutrinas com estratégias de administração ou
com o mero conhecimento intelectual. É imprescindível que o ministro retenha firme a
Palavra de Deus, sem o que sua missão está fadada ao fracasso.
- Em contrapartida às qualificações referentes aos que deveriam ser escolhidos para o
presbitério de cada igreja local em Creta, o apóstolo Paulo passa, então, a descrever como
eram os “falsos mestres” que estavam a perturbar os cristãos cretenses.
- “…Esses homens estão presentes aqui em Creta em número alarmante (‘muitos
insubordinados’; contraste com ‘certos indivíduos’ em I Tm.1:3). Isso poderia dever-se ao
fato de que seus erros peculiares estivessem em linha com o caráter nacional cretense e que
estivessem sob a forte influência de rabinos judaicos (intrusos, vv.14b-16).…”
(HENDRIKSEN. William. op.cit., p.429) (destaques originais).
- A ausência de uma igreja local organizada tinha permitido a proliferação destes
falsos mestres e é o que se verifica até os dias de hoje quando não temos igrejas
devidamente organizadas. A falta de um ministério pastoral faz com que se proliferem os
falsos ensinos e as heresias e não é por outro motivo que se o inimigo de nossas almas tem
disseminado a proliferação de movimentos avessos ao legítimo exercício do ministério
entre os que cristãos se dizem ser. O resultado disto é a disseminação de falsos ensinos que
tem causado enormes prejuízos espirituais a muitos, tais como, o “movimento dos
desigrejados”, o movimento celular, a criação de “comunidades” e “igrejolas” sob a
liderança de pessoas que se autointitulam pastores (ou qualquer outro título tais como
apóstolos, bispos, patriarcas etc.) mas não o são e que, no desenrolar de seus grupos sociais,
não apascentam pessoa alguma, procurando apenas ter neste grupo um meio de sustento
material.
- A primeira característica destes perturbadores é que são “desordenados”, isto é,
“…insubordinados, ou seja, desobedientes à Palavra de Deus.…” (HENDRIKSEN,
William.op.cit., p.429). “…A ideia é de incredulidade deliberada e rejeição da verdade…”
(HARRISON, Everett F. op.cit., p.4). “…Eles são desordenados, obstinados e ambiciosos,
teimosos e intratáveis (como alguns traduzem), que não se submetem à disciplina e à ordem
necessária da igreja, impacientes com o bom governo e a sã doutrina.…” (HENRY,
Matthew. op.cit., p.728).
- Quantos que, na atualidade, amoldam-se à descrição feita pelo apóstolo! Muitos não se
importam em observar e obedecer à Palavra de Deus, buscando sempre satisfazer os seus
próprios interesses através de “inovações” através das quais conseguem ter pessoas que lhes
seguem, obtendo, com isso, posição social, fama, popularidade e até influência política,
mas que não são senão falsos mestres, que somente perturbam a fé daqueles que estão a
servir Cristo Jesus. Tomemos cuidado com este tipo de gente!
- A segunda característica destes perturbadores é que são “faladores”, ou seja, eram
hábeis na arte da eloquência, preocupavam-se com a oratória, com o uso de palavras
persuasivas para convencer os seus ouvintes, exatamente como fazem os falsos
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pregadores de nossos dias, que se utilizam de técnicas de teatro e de neurolinguística para
conseguirem emocionar e inflamar o auditório, tirando disto proveito. São verdadeiros
atores que, entretanto, não saem destas técnicas puramente terrenas, nada trazendo de
efetivamente proveitoso do ponto-de-vista espiritual aos seus ouvintes. Ao contrário, por
vezes até, fazem uso de expedientes demoníacos, tendentes a levar o auditório a um
domínio de forças espirituais da maldade.
- A terceira característica destes perturbadores é que são “vãos”, ou seja, vazios
espiritualmente. São vasos de barros que não têm o tesouro da verdade, do conhecimento
da glória de Deus na face de Jesus Cristo (II Co.4:2.6) e que, portanto, não apresentam a
excelência do poder de Deus nem em suas vidas nem tampouco em suas prédicas. São
verdadeiras “latas vazias”, que fazem muito barulho mas não têm qualquer conteúdo, seja
porque nunca o receberam, seja porque o perderam em virtude de falhas adquiridas ao
longo de sua trajetória de vida cristã.
- É muito triste vermos, com certa frequência até, nas igrejas locais ministros que são
espiritualmente vazios, que nada podem distribuir à membresia precisamente porque não
têm sequer acesso à dispensa de Deus. Eram estes que agiam livremente em Creta, até
porque não havia ali um presbitério que combatesse as heresias e os falsos ensinos, que
distribuísse o alimento espiritual sadio para o povo. Em Creta, não havia organização e, em
nossos dias, organização até há, o que não há são pessoas qualificadas para o ministério
pastoral…
- A quarta característica destes perturbadores é que eram “enganadores”, pois,
“…achando -se sábios, mas que são, na verdade, insensatos, e por isso, falastrões,
caindo em erros e enganos, e zelosos e laboriosos em atrair outras pessoas para o seu
barco…” (HENRY. Matthew. op.cit., p.728). Tais pessoas eram os “os homens maus e
enganadores, [que] irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (II Tm.3:13). Por
serem mentirosos, já que ensinam a mentira e não a verdade, eles “…enganam a mente (…)
dos fracos…” (HENDRIKSEN, William. op.cit., p.429), mas eles mesmos vivem um
estado de autoengano, crendo estarem no caminho certo, embora não o estejam, sendo, por
isso mesmo, iludidos pelo próprio Satanás, que, ademais, usa outros homens para fazê-los
acreditar que eles realmente são homens de Deus.
- Entre os falsos mestres, os que tinham maior notoriedade em Creta, eram os judaizantes,
aqueles que defendiam o “partido da circuncisão” (Tt.1:10), e que, por estarem ainda a
defender esta posição, mesmo diante das deliberações do concílio de Jerusalém, que
ocorrera quase que quinze anos antes destes fatos (e no qual Tito tomara parte), revelava
quão desobedientes eram eles, que simplesmente se recusavam a acatar as deliberações
tomadas pela liderança da Igreja, deliberações que não eram fruto da vontade dos apóstolos
e anciãos, mas, sim, do Espírito Santo (At.15:28).
- Os judaizantes, por incrível que possa parecer, estão em alta em nossos dias. Não estamos
a falar apenas dos sabatistas, mas de tudo um grupo de falsos ensinadores que estão levando
muitos que cristãos se dizem ser a adotar festividades judaicas, a implantar, em seus locais
de culto, símbolos e artefatos da antiga aliança, desviando completamente a fé dos que
cristãos se dizem ser. Chegaram mesmo a reeditar o templo de Salomão! Tomemos cuidado
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com este tipo de gente, pois Paulo manda que Tito os combata e coloque nas cidades
cretenses obreiros que os contradigam.
- A atitude que se deveria ter com estes falsos mestres era uma só: tapar-lhes a boca,
ou seja, impedirem que tivessem espaço nas igrejas locais para ensinarem ou
pregarem as suas falsas doutrinas. Um ministro de Jesus Cristo não pode contemporizar
com heresias nem com distorções da Palavra de Deus. Os falsificadores do Evangelho
devem ser calados, não só no púlpito das igrejas locais, mas também em todos os lugares
em que estejam os membros das igrejas locais, até porque, por serem sorrateiros e
ardilosos, tais falsos mestres não costumavam aparecer diante de toda a igreja local reunida,
mas gostavam de ir aos lares, transtornando casas inteiras com seus inconvenientes ensinos,
movidos quase sempre por ganância (Tt.1:11).
- O ministério da igreja local precisa ter amplo conhecimento de todas as atividades
que são efetuadas pela membresia, para evitar que falsos mestres e falsas doutrinas de
introduzam sorrateiramente no seio do grupo social. Vemos estarrecidos obreiros, em
nossos dias, totalmente negligentes com reuniões promovidas pelos membros em suas casas
ou em locais outros que não o templo e, mesmo, no templo, em dias em que não cultos com
todo o grupo, permitindo que se entregue a oportunidade de ensino a pessoas desconhecidas
e que não pertencem à igreja local. Trata-se de uma atitude de negligência e de
imprudência, que dá lugar para que falsos mestres cheguem e causem enormes transtornos e
prejuízos para toda a membresia.
- Paulo aqui, aliás, apresenta uma outra característica dos falsos mestres, que é a
motivação econômico-financeira. Eles fazem o que fazem “por torpe ganância”, visando o
lucro financeiro, visando ganhar dinheiro. São mercenários e não, pastores (Jo.10:12,13).
- Na atualidade, tais “mercenários” têm conseguido grande prestígio em muitas igrejas
locais que, inadvertidamente, mesmo sabendo que se trata de pessoas que só pensam em
ganhar dinheiro (tanto que “cobram” para participar de algo na igreja local), com prazer
entregam o púlpito para tais pessoas, que não deveriam ter qualquer oportunidade, como
está a ensinar o apóstolo Paulo a Tito. O resultado é que, depois que transtornaram o grupo
social, com os bolsos cheios de dinheiro, vão embora deixando um rastro de destruição e de
prejuízo espirituais. Saibamos, porém, que se tais pessoas deverão ser devidamente tratados
por Deus (II Pe.2:3), também os que permitem que tais pessoas se introduzam na igreja
local terão o mesmo juízo, pois consentem e até promovem que tais pessoas tenham voz e
vez na igreja local (Rm.1:31).
- “…Ao dizer a Tito o que deveria ser feito com tais pessoas, Paulo usa um verbo raro (…)
o qual tem como seu significado primário, ‘interromper aboca pelo uso de um freio, uma
focinheira ou mordaça’. Os enganadores, pois, não devem ser tolerados, mas devem ser
silenciados; e isso deveria ser feito por Tito e pelos presbíteros, como o contexto parece
indicar.…” (HENDRIKSEN, William. op.cit., p.429).
- Assim, ao descrever a ação dos falsos mestres, Paulo, resumindo, diz que “…De quatro
maneiras nos dá a conhecer a sua condição: 1o. pelos números: ‘muitos’ (…); 2o. pelo vicio
da desobediência, dizendo que eles são desobedientes a Deus e aos seus superiores (Rm.1);
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3o. por seu charlatanismo. "O Senhor conhece os pensamentos dos homens, que são vãos"
(…) e, especialmente, os hereges; portanto, acrescenta emganadores( IITm.3); 4o. o lugar ",
especialmente os da circuncisão" que obrigavam os homens a se judaizar.…” (AQUINO,
Tomás de. op.cit. Cit Tt.1:1-4. n.4. Disponível em:
http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/ Acesso em 22 jun. 2015) (tradução nossa de
texto em espanhol).
- Paulo mostra como aquele comportamento dos falsos mestres estava totalmente
inserido na cultura cretense. O apóstolo chega, mesmo, a mencionar um profeta cretense
que, séculos antes, havia descrito os habitantes de Creta como mentirosos, bestas ruins e
ventres perigosos. “…Clemente de Alexandria (Stromata I xiv. 59) e Jerônimo atribuem a
devastadora caracterização a um poeta e reformador cuja data fornecida varia entre 630 e
500 a.C. Seu nome era Epimênedes, natural de Cnossos, nas proximidades de Iráklion
(Candia) na costa norte de Creta, onde ainda hoje se pode visitar o museu que contém os
tesouros extraordinários da era minoica. Em um hino ‘A Zeus’, Calímaco (cerca de 300-
240 a.C.) havia citado as primeiras palavras: ‘Os cretenses são sempre enganadores’…”
(HENDRIKSEN, William. op. cit., p.430).
- “…As jovens igrejas dos discípulos de Jesus não podem viver fora das circunstâncias da
sociedade, pelo contrário, devem brilhar como uma luz nas trevas em meio à população da
ilha de Creta, da qual, afinal, eles mesmos são oriundos, e atuar como sal contra a
deterioração da realidade social.(…). O que esse homem dissera muitos séculos antes
continua válido na época em que surgem as igrejas de Jesus.…” (BÜRKI, Hans. op.cit.,
pp.12-3).
- A igreja de Creta tinha de se diferenciar dos costumes e das tradições cretenses, mas
estavam a copiar a mentalidade daqueles que deveriam evangelizar, o que não poderia ser
tolerado, motivo por que Tito tinha de organizar as igrejas, de cidade em cidade, para que
se cumprisse o papel determinado pelo Senhor Jesus ao Seu povo. É realmente lamentável
quando as igrejas locais passam a ser meros grupos sociais, sem qualquer distinção dos
incrédulos, pois perdem a sua própria essência, a sua própria razão de ser.
- Nossas igrejas locais têm se distinguido da sociedade onde se encontram? São relevantes?
Constituem-se em sal da terra e luz do mundo? Ou não são mais do que mais um
agrupamento dentre tantos que existem na sociedade. Se forem, como estavam sendo os
cristãos cretenses, por causa da falta de organização, serão totalmente irrelevantes e, como
sal insípido, não tardarão a ser lançados fora e pisados pelos homens, já que serão
imprestáveis (Mt.5:13). Tomemos cuidado, amados irmãos!
- Os cretenses eram considerados como mentirosos, maus e glutões e a proliferação de
falsos mestres estava inserida neste contexto social que o apóstolo Paulo, que estivera em
Creta, descreve como sendo um “testemunho verdadeiro”. Por isso, nas igrejas locais
cretenses, estavam aparecendo pessoas mentirosas, que falsificavam a Palavra de Deus,
pessoas maldosas, que não tinham quaisquer escrúpulos para fazerem maldades, desde que
tirassem vantagem com isso e, por fim, pessoas que queriam comer sem ter de trabalhar,
“glutões ociosos”, para isso se introduzindo nas casas dos crentes para terem como ter esta
vida de nada fazer.
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OBS: “…Logo, ao falar dos cretenses, oferece seu testemunho e os acusa de três falhas graves, a saber: terem
corrompido a parte racional, uma vez que os rotula como "sempre mentirosos" (…); de também terem corrompido a
mente irascível , chamando-os de "feras", isto é cruéis; (.) e se diz malignas, porque, para no sentir do Filósofo
[Aristóteles – observação nossa], quando o homem age como um ser racional é o melhor dos animais, mas, quando ele
desliza para o mal é o pior, porque se se inclina para a crueldade, não há besta mais sanguinária, donde se diz que um
homem mau é dez mil vezes pior do que um animal. Tacha-os também de terem corrompido a mente concupiscível,
acusando-os de "glutões preguiçosos", isto é, dados à glutonaria e à vadiagem, pois eles eram gananciosos e gostavam da
vida sedentária…” (AQUINO, Tomás de. op.cit. Cit. Tt.1:10-16. N.4. Disponível em:
http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/ Acesso em 22 jun. 2015) (tradução nossa de texto em espanhol).
- Por acaso, não é o que temos visto em nosso país nestes últimos tempos, onde os valores
da malandragem, da esperteza e do ócio têm dominado muitas mentes de quem cristãos se
dizem ser e que têm se tornado, assim, “parasitas” e “exploradores” das igrejas locais,
querendo “viver da obra”? Os genuínos servos do Senhor não podem ter a mesma
mentalidade do mundo nem permitir que quem a tenha possa executá-la nos grupos sociais
formados pelos salvos.
- Além de não deixar que tais falsos mestres tivessem qualquer oportunidade de proferirem
suas heresias nas igrejas locais, Paulo diz a Tito que os crentes de Creta fossem
severamente repreendidos, para que fossem sãos na fé, não dando ouvidos às fábulas
judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade (Tt.1:13,14).
- A saúde espiritual exige que não se dê ouvidos a falsificações da Palavra de Deus. O
ministro não pode permitir que os crentes fiquem a ouvir falsos mestres, participem do
auditório dos falsos pregadores. Em tempos de larga disseminação dos meios de
comunicação, devem os ministros alertar a membresia das suas igrejas locais a serem
seletivos e a não perderem o seu tempo frequentando reuniões ou assistindo a pregações
que não têm compromisso com a sã doutrina, pois isto acarretará graves prejuízos na vida
espiritual.
- Paulo ainda mostra a Tito que todas as criaturas de Deus são puras para os puros, mas
nada é puro para os contaminados e infiéis, entendidos estes como aqueles que confessam
que conhecem a Deus, mas negam-nos com as obras, sendo abomináveis e desobedientes e
reprovados para toda a boa obra (Tt.3:15,16). “…Homens puros são aqueles que foram
purificados da sua culpa pelo sangue de Cristo e, tendo sido regenerados pelo Espírito
Santo, estão sendo constantemente purificados pelo mesmo Espírito da contaminação de
seus pecados (…). Estes são os que não rejeitam o que Deus criou como alimentos bons,
mas ‘participam deles com ações de graças’. (…). Em contrapartida, os que são
contaminados, sujos ou poluídos, isto é, os judeus e, havendo rejeitado a Cristo são ao
mesmo tempo incrédulos, tendo com isso maculado todos os dons puros de Deus. Mesmo a
mente deles, aquele órgão que reflete sobre as coisas espirituais e guia a vontade, e a
consciência, ou seja, seu ser moral no ato de julgar seus atos, são — e a não ser que Deus
intervenha, permanecem — notem o indicativo passivo imperfeito — contaminadas. (…).
Isto é evidenciado pelo fato de que seus juízos morais são pervertidos e que não chegam a
um arrependimento que os leve à impiedade.…” (HENDRIKSEN, William. op.cit., pp.436-
7).
- A pureza depende de sermos limpos pela Palavra de Deus (Jo.15:3), de estarmos em
comunhão com o Senhor. Quem se diz cristão mas não obedece à Palavra, prende-se a
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mandamentos de homens e a ensinos distorcidos, jamais terá pureza e, por isso, são
espiritualmente contaminados, somente trazendo morte e doença espirituais aos que os
ouvem e seguem. Tomemos, pois, cuidado para que não sejamos afetados por este tipo de
gente que, como explica o apóstolo, são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda
boa obra.
OBS: “…Por 3 coisas um homem se volta para Deus: por Sua graça (Rm.5), por meio da fé (At.15), através do exercício
de boas obras (Rm.3); e estas três excluem os contaminados e infiéis: a graça, sendo como são abomináveis, que não
aceitos para receber a graça; Fé, pois são incrédulos, impróprios para acreditar (Ez.2); boas obras, porque negam todas
elas; réprobos, ou seja, serão reprovados (Jr.6).…” (AQUINO, Tomás de.ibid.).
- Tal circunstância não deveria intimidar Tito, entretanto, pois, “…Não precisamos ter
medo da adaptação do Evangelho para o mais baixo dos baixos. Se não houver qualquer
parte da cidade onde as pessoas estão mais afundadas no vício do que em qualquer outro
lugar, há o Evangelho para ser levado com mais oração e mais fé do que em qualquer outro
lugar! Depende dele, Deus pode abençoar Sua Palavra em qualquer lugar — entre cretenses
ou entre qualquer outro tipo de pessoas degradadas.…” (SPURGEON, Charles H.
Exposição Tito 1,2. Disponível em: http://www.spurgeongems.org/vols40-42/chs2439.pdf ,
p.7 Acesso em 22 jun. 2015) (tradução nossa de texto em inglês).
- De igual modo, nós, nestes dias finais da dispensação da graça, não devemos temer o
alto grau de degradação por que passa a humanidade, mas levarmos o Evangelho, a sã
doutrina, a genuína e autêntica Palavra de Deus, pondo em ordem as igrejas locais
para que possam cumprir o seu papel de salgar e iluminar a sociedade (Mt.5:13-16),
de serem astros em meio a uma geração perversa (Fp.2:15).
Caramuru Afonso Francisco PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2015
TEMA –A IGREJA E O SEU TESTEMUNHO – as ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
COMENTARISTA : ELINALDO RENOVATO DE LIMA
PLANO DE AULA Nº 11
LIÇÃO Nº 11 – A ORGANIZAÇÃO DE UMA IGREJA LOCAL
1º SLIDE INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do trimestre, ingressamos no quarto e último bloco, quando estudaremos a Epístola de Paulo a
Tito, iniciando pelo seu primeiro capítulo.
- A igreja local tem de se organizar segundo o padrão bíblico.
2º SLIDE I – SAUDAÇÕES INICIAIS DE PAULO A TITO
- Paulo escreveu sua carta a Tito na mesma época em que escreveu sua primeira carta a Timóteo, ou seja, depois da sua
soltura de sua primeira prisão em Roma.
- Paulo, após ter ido a Filipos, foi com Tito para a ilha de Creta, onde havia uma grande necessidade de organizar as
igrejas locais ali existentes, pois, pelo que parece, os cristãos viviam um estado de completa anarquia, com as igrejas sem
qualquer organização.
3º SLIDE
- Tito era um dos principais cooperadores de Paulo (II Co.8:23), um gentio que havia se convertido a Cristo e passado a
auxiliar o apóstolo (Gl.2:3).
- Era um auxiliar tão importante, que foi levado por Paulo e Barnabé para participar do concílio de Jerusalém (Gl.2:1),
tendo sido mesmo um exemplo, uma referência de que os gentios não deviam se circuncidar e que não estavam obrigados
a seguir a lei de Moisés (Gl.2:1).
4ºSLIDE
- Missões especiais desempenhadas por Tito em Corinto:
a) ter notícia de irregularidades naquela igreja (II Co.2:13/ 7:6,13,14);
b) realizar a coleta em favor dos pobres de Jerusalém (II Co.8:6; 12:18).
5º SLIDE
- Nas saudações iniciais, Paulo apresenta-se como “servo de Deus” e, com isso:
a) equipara-se aos profetas e patriarcas;
b) revela que a submissão total a Deus é indispensável para que se exerça o ministério.
15
6º SLIDE
- O legítimo ministério é exercido para:
a) promover a fé dos salvos em Cristo Jesus;
b) fazer-lhes conhecer a verdade, que são as Escrituras Sagradas;
c) transformar a vida de cada um dos membros da igreja local numa vida de virtude cristã, numa real vida de dedicação e
comunhão com Deus.
7º SLIDE
- O ministério somente é exercido, se houver a esperança da vida eterna e a manifestação da pregação da Palavra (Tt.1:2).
- Não há como se exercer o ministério, se o ministro não tiver a esperança da vida eterna, se não crer nas promessas
divinas contidas nas Escrituras Sagradas.
8º SLIDE
- O ministro de Cristo Jesus deve, ainda, ser alguém que pregue a Palavra. O ministério da Palavra é a tarefa precípua e
essencial de alguém que recebe de Cristo um dom ministerial (Ef.4:11).
- A pregação é um mandamento de Deus, nosso Salvador a todos os chamados ao santo ministério (Tt.1:3).
9º SLIDE
- Paulo identifica Tito como seu verdadeiro filho, a mostrar, pois, que Paulo tinha uma relação de pai e filho para com
seus cooperadores.
- A Tito, também, como em todas as suas cartas pastorais, o apóstolo usa na saudação as expressões “graça, misericórdia e
paz”. Os ministros devem sempre lembrar que são miseráveis pecadores que, pelo favor imerecido de Deus e pela
comunhão que passaram a manter com o Senhor pelo perdão de seus pecados, devem ter um coração bondoso para com
toda a membresia da igreja local.
10º SLIDE II – O ENCARGO DE ORGANIZAR A IGREJA DE CRETA E REPRIMIR FALSOS DOUTORES
- Depois desta longa saudação, o apóstolo Paulo explica os motivos pelos quais estava a escrever esta epístola, ou seja, dar
orientações a Tito de como deveria proceder para cumprir a missão de pôr em ordem as igrejas de Creta.
- A igreja local precisa ser devidamente organizada, não pode ser um grupo social que se mantenha acéfalo, sem liderança,
sem governo.
11º SLIDE
- O Senhor designou homens para apascentar o rebanho e, portanto, é absolutamente necessário e indispensável que cada
um dos Seus servos pertença a uma igreja local e esteja ali sob alguma liderança, que tem a missão de cuidar deste servo
do Senhor, servindo, também, para contribuir para o seu aperfeiçoamento e crescimento espiritual.
- Sem razão, portanto, os chamados “desigrejados”.
12º SLIDE
- Pela falta de organização, as igrejas de Creta estavam sobremodo prejudicadas e sofriam com os falsos ensinos, além do
que não conseguiam se desvencilhar de traços culturais extremamente pecaminosos existentes entre os cretenses.
- Há um grande perigo quando os cristãos não conseguem se desvencilhar dos dados culturais pecaminosos que os cercam.
Imersos num ambiente de mentira, licenciosidade e maldade, os cristãos cretenses mantinham uma atitude de insubmissão
e de individualismo e, por isso, não organizaram as suas igrejas locais, querendo cada um “cuidar do seu próprio nariz”, o
que, entretanto, contrariava toda a doutrina cristã.
13º SLIDE
- Paulo dá a Tito as qualificações que devem ter os presbíteros a serem postos em cada igreja local de cada cidade de
Creta, qualificações que são bem similares às que Paulo dá a Timóteo na primeira epístola dirigida àqueloutro filho na fé.
- Paulo chama os presbíteros de “despenseiros da casa de Deus”, lembrando, assim, que os presbíteros são ministros de
Cristo e que, como tal, devem ser fiéis, tendo na distribuição do “alimento espiritual” a sua missão primordial.
14º SLIDE
- Paulo lembra que os ministros devem reter firmes a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que possam ser
poderosos (Tt.1:9).
- Um ministro somente terá autoridade se ele for alguém que pratica e vive a Palavra de Deus, que não a distorce nem
tampouco a ensine mas não a viva.
15º SLIDE
- O apóstolo Paulo passa, então, a descrever como eram os “falsos mestres” que estavam a perturbar os cristãos cretenses.
Eles eram (Tt.1:10) (I):
a) numerosos;
b) desobedientes à Palavra de Deus;
c) faladores;
16º SLIDE
- O apóstolo Paulo passa, então, a descrever como eram os “falsos mestres” que estavam a perturbar os cristãos cretenses.
Eles eram (Tt.1:10,11) (I):
d) vãos;
e) enganadores;
f) gananciosos
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17º SLIDE
- A atitude que se deveria ter com estes falsos mestres era uma só: tapar-lhes a boca, ou seja, impedirem que tivessem
espaço nas igrejas locais para ensinarem ou pregarem as suas falsas doutrinas.
- Os falsos mestres introduzem-se nas casas da membresia, por isso o ministério da igreja local precisa ter amplo
conhecimento de todas as atividades que são efetuadas pela membresia, para evitar que falsos mestres e falsas doutrinas
de introduzam sorrateiramente no seio do grupo social.
18º SLIDE
- Aquele comportamento dos falsos mestres estava totalmente inserido na cultura cretense. O apóstolo chega, mesmo, a
mencionar um profeta cretense que, séculos antes, havia descrito os habitantes de Creta como mentirosos, bestas ruins e
ventres perigosos.
- A igreja de Creta tinha de se diferenciar dos costumes e das tradições cretenses, mas estavam a copiar a mentalidade
daqueles que deveriam evangelizar, o que não poderia ser tolerado, motivo por que Tito tinha de organizar as igrejas, de
cidade em cidade, para que se cumprisse o papel determinado pelo Senhor Jesus ao Seu povo.
19º SLIDE
- Além de não deixar que tais falsos mestres tivessem qualquer oportunidade de proferirem suas heresias nas igrejas
locais, Paulo diz a Tito que os crentes de Creta fossem severamente repreendidos, para que fossem sãos na fé, não dando
ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade (Tt.1:13,14).
- A saúde espiritual exige que não se dê ouvidos a falsificações da Palavra de Deus. O ministro não pode permitir que os
crentes fiquem a ouvir falsos mestres, participem do auditório dos falsos pregadores.
20º SLIDE
- Paulo ainda mostra a Tito que todas as criaturas de Deus são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados
e infiéis, entendidos estes como aqueles que confessam que conhecem a Deus, mas negam-nos com as obras, sendo
abomináveis e desobedientes e reprovados para toda a boa obra (Tt.3:15,16).
- A pureza depende de sermos limpos pela Palavra de Deus (Jo.15:3), de estarmos em comunhão com o Senhor.
21º SLIDE
- Quem se diz cristão mas não obedece à Palavra, prende-se a mandamentos de homens e a ensinos distorcidos, jamais
terá pureza e, por isso, são espiritualmente contaminados, somente trazendo morte e doença espirituais aos que os ouvem
e seguem.
- Não devemos temer o alto grau de degradação por que passa a humanidade, mas levarmos o Evangelho, a sã doutrina, a
genuína e autêntica Palavra de Deus, pondo em ordem as igrejas locais para que possam cumprir o seu papel de salgar e
iluminar a sociedade (Mt.5:13-16), de serem astros em meio a uma geração perversa (Fp.2:15).