4. Mapeamento das Necessidades de Mão-de-Obra Identificadas na ...

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61 3.5 – Artesãos Regionais. A cestaria constitui o artesanato com identidade regional, feito pelos artesãos que vivem na roça, e se revela o produto que o turista busca na região. No entanto, atualmente o artesanato disponível na região caracterizase mais por trabalhos manuais. 3.6 – Profissionais da Gastronomia. Falta identidade da culinária no Vale do Café pelos responsáveis pela gastronomia nos hotéis, pousadas e fazendas históricas. 3.7 – Profissionais para Agenciamento e Operação Turística. A inexistência de agências e operadoras de receptivo para o turismo no Vale do Café acarreta uma grande perda de oportunidades para a região. Os turistas que vêm por conta própria independentemente de grupos organizados em excursão – encontram dificuldades para visitarem os atrativos, pela falta de Postos de Informação Turística nos municípios, falta de indicações de profissionais qualificados para o guiamento e, por conseguinte, perda de oportunidade para os municípios, bem como para os proprietários e gestores de atrativos turísticos para a exploração sustentável dos seus potenciais culturais e educacionais. Para adicionar o referente diagnóstico, é fundamental salientar a pesquisa realizada e divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA sobre o “Emprego e oferta qualificada de mão de obra no Brasil: impactos econômicos póscrise”, onde os setores da economia como construção civil, comércio e hotelaria enfrentarão dificuldades para encontrar mão de obra qualificada com a retomada do crescimento econômico este ano. No Rio de Janeiro, o IPEA projeta déficit entre a oferta e a demanda de mão de obra qualificada de 29,9 mil trabalhadores no comércio e serviços, de 14,3 mil na construção, de 4,4 mil em hotelaria e restaurantes e de 1,8 mil em educação e saúde. 4. Mapeamento das Necessidades de MãodeObra Identificadas na Pesquisa 4.1 Perfil dos Proprietários e Gestores das Fazendas Históricas. A pesquisa revelou que 80% dos Gestores e Proprietários das Fazendas Históricas possuem Ensino Superior, sendo que 47% residem na Fazenda por mais de dez anos. O uso das fazendas, de acordo com as respostas dos proprietários das fazendas históricas consideradas na pesquisa, é bastante diversificado. Dentre as respostas obtidas, destacamse os seguintes usos: desenvolvimento de atividade de Turismo Cultural (quatorze dentre as quinze Fazendas Históricas pesquisadas); uso residencial (dez ocorrências); pecuária de corte (cinco ocorrências), pecuária leiteira (seis ocorrências) e produção agrícola (cinco ocorrências). Um dado importante revela que as atividades de Turismo Cultural, com ou sem hotelaria associada ao uso da propriedade, são o principal negócio destes empreendedores, juntamente com a exploração agropecuária das propriedades rurais. Ou seja, tratase de uma atividade na qual existe um investimento financeiro e pessoal bastante grande, cuja expectativa por resultados é igualmente grande.

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3.5 – Artesãos Regionais. 

A  cestaria  constitui o  artesanato  com  identidade  regional,  feito pelos  artesãos que  vivem na  roça,  e  se revela o produto que o turista busca na região. No entanto, atualmente o artesanato disponível na região caracteriza‐se mais por trabalhos manuais. 

3.6 – Profissionais da Gastronomia. 

Falta  identidade da culinária no Vale do Café pelos responsáveis pela gastronomia nos hotéis, pousadas e fazendas históricas.   

3.7 – Profissionais para Agenciamento e Operação Turística. 

A  inexistência de  agências  e operadoras de  receptivo para o  turismo no Vale do Café  acarreta uma grande  perda  de  oportunidades  para  a  região.  Os  turistas  que  vêm  por  conta  própria  – independentemente de grupos organizados em excursão – encontram dificuldades para visitarem os atrativos,  pela  falta  de  Postos  de  Informação  Turística  nos  municípios,  falta  de  indicações  de profissionais  qualificados  para  o  guiamento  e,  por  conseguinte,  perda  de  oportunidade  para  os municípios,  bem  como  para  os  proprietários  e  gestores  de  atrativos  turísticos  para  a  exploração sustentável dos seus potenciais culturais e educacionais.  

Para adicionar o referente diagnóstico, é  fundamental salientar a pesquisa realizada e divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA sobre o “Emprego e oferta qualificada de mão de obra no  Brasil:  impactos  econômicos  pós‐crise”,  onde  os  setores  da  economia  como  construção  civil, comércio e hotelaria enfrentarão dificuldades para encontrar mão de obra qualificada com a retomada do  crescimento  econômico  este  ano.  No  Rio  de  Janeiro,  o  IPEA  projeta  déficit  entre  a  oferta  e  a demanda de mão de obra qualificada de 29,9 mil trabalhadores no comércio e serviços, de 14,3 mil na construção, de 4,4 mil em hotelaria e restaurantes e de 1,8 mil em educação e saúde.  

4. Mapeamento das Necessidades de Mão‐de‐Obra Identificadas na Pesquisa 

4.1 ‐ Perfil dos Proprietários e Gestores das Fazendas Históricas. 

A pesquisa  revelou que 80% dos Gestores e Proprietários das  Fazendas Históricas possuem Ensino Superior, sendo que 47% residem na Fazenda por mais de dez anos. O uso das  fazendas, de acordo com  as  respostas  dos  proprietários  das  fazendas  históricas  consideradas  na  pesquisa,  é  bastante diversificado.  Dentre  as  respostas  obtidas,  destacam‐se  os  seguintes  usos:  desenvolvimento  de atividade  de  Turismo  Cultural  (quatorze  dentre  as  quinze  Fazendas  Históricas  pesquisadas);  uso residencial  (dez  ocorrências);  pecuária  de  corte  (cinco  ocorrências),  pecuária  leiteira  (seis ocorrências) e produção agrícola  (cinco ocorrências). Um dado  importante  revela que as atividades de Turismo Cultural, com ou sem hotelaria associada ao uso da propriedade, são o principal negócio destes  empreendedores,  juntamente  com  a  exploração  agropecuária  das  propriedades  rurais.  Ou seja, trata‐se de uma atividade na qual existe um investimento financeiro e pessoal bastante grande, cuja expectativa por resultados é igualmente grande. 

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4.2 – Principais atividades de Turismo Cultural desenvolvidas nas Fazendas. 

Visitação  orientada  e  eventos  culturais  (nove  fazendas);  Fazenda  Histórica  com  eventos  culturais  (sete fazendas); visitação orientada e refeições (sete fazendas); hospedagem e eventos culturais (três fazendas) e somente visitação orientada (quatro fazendas). 

Dentre  as  fazendas que  responderam  ao questionário da pesquisa, observa‐se que  93,3% das  Fazendas Históricas pesquisadas abrigam e expõem mobiliário de época e 20% abrigam e expõem decoração mural, enquanto 46,7% delas abrigam e expõem algum acervo documental. 

Por outro  lado, apenas 26,7% das Fazendas Históricas pesquisadas dispõem de  serviços ou mão‐de‐obra qualificada  para  conservar  os  seus  acervos,  mas  a  maioria  dos  proprietários  das  Fazendas  Históricas pesquisadas, 53,3%, declarou interesse em contratar serviços ou mão‐de‐obra qualificada para inventariar ou estudar ou restaurar ou conservar os seus bens móveis e imóveis. 

Dentre as fazendas que já oferecem eventos culturais e/ou serviços, oito delas oferecem concertos e shows musicais;  cinco  oferecem  brunch  ou  chá  imperial;  duas  oferecem  hospedagem  e  atividade  culturais  a estudantes  (turismo  pedagógico)  e  três  oferecem  shows  folclóricos  regionais;  enquanto  duas  Fazendas Históricas oferecem Sarau Histórico.  

A  ampliação de  atividades de entretenimento  cultural  através de eventos  interpretativos do patrimônio (saraus históricos, espetáculos de son et lumière, shows musicais e teatrais contando a história do atrativo) é uma demanda dos proprietários e gestores, visando à diversificação da oferta para atender um público maior.  No  entanto,  a  falta  de  profissionais  qualificados  (atores,  roteiristas,  figurinistas  etc.)  para  a montagem destes eventos na região encarece e dificulta a sua programação regular. 

4.3 – Principais Necessidades de Formação e Qualificação Profissional. 

Os proprietários e gestores das Fazendas Históricas destacaram as seguintes necessidades no que tange a formação e qualificação profissional: 

O desenvolvimento de  trabalho de  conscientização nas escolas da  região através de planos e projetos educacionais específicos; 

Inexistência  de  cursos  e/ou  escolas de  capacitação profissional próximo  à  sua propriedade  e 73,3% afirmaram que gostariam que houvesse. 

Principais cursos selecionados pelos Proprietários das Fazendas Históricas, em ordem decrescente:  

1. Cursos de Introdução à História Regional e Introdução ao Turismo Cultural; 

2. Cursos de Interpretação do Patrimônio; 

3. Cursos de Culinária Regional;  

4. Cursos sobre Técnicas de Preservação do Patrimônio; 

5. Cursos para Recepcionistas;  

6. Cursos sobre Restauração de Obras de Arte; 

7. Cursos de Jardineiro e Paisagista;  

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8. Cursos de Atores para Espetáculos Teatrais; 

9. Preparação de Garçons, Barman e Arrumadeira;  

10. Cursos de Informática e de Idiomas; 

11. Cursos de Horticultura, Agricultura Orgânica e Fruticultura; 

12. Cursos de Gerente. 

Frente às necessidades detectadas na pesquisa, é imprescindível salientar a receptividade e o interesse dos Proprietários e Gestores para a formação e qualificação de sua mão‐de‐ obra.  

Sete  dentre  treze  proprietários  das  fazendas  consideradas  na  pesquisa  estariam  interessados  na capacitação e aperfeiçoamento do seu quadro de mão‐de‐obra e declararam que arcariam com as despesas para capacitação e disponibilizariam horas de trabalho remunerado para a capacitação do funcionário (oito dentre quatorze fazendas).  

Metade dos proprietários das  fazendas históricas pesquisadas declarou que disponibilizariam  transporte para  o  funcionário  participar  de  programas  para  a  sua  capacitação,  o  que  indica  a  intenção  dos proprietários  em  continuar  investindo  na  capacitação  de  sua mão‐de‐obra  visando  à manutenção  e/ou ampliação do negócio voltado para o Turismo Cultural. 

5. Linhas de Ação para a Qualificação Profissional no Vale do Café 

Para atender ao mapeamento de necessidades de  formação e qualificação da mão‐de‐obra no Vale do Café, diagnosticado na pesquisa, recomenda‐se a adoção de três linhas de ação, em curto, médio e longo prazo: 

1. Curto Prazo: Projeto de Capacitação‐Módulos 

Tendo em vista o cenário favorável em que o Estado do Rio de Janeiro se encontra diante das perspectivas de grandes eventos  internacionais  (Olimpíadas Militares em 2011, Conferência Geral do  ICOM no Rio de Janeiro, em 2013, a Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016),  julga‐se oportuno apresentar um projeto  no  âmbito  da  qualificação  dos  quadros  profissionais  e  dos  produtos  culturais  que  tenha  por objetivo  permitir  o  seu  pleno  desempenho  nos  anos  vindouros,  e  a  inserção  da mão‐de‐obra  local  e regional na indústria criativa que se desenvolve atualmente no Vale. 

Deve  ser  ressaltado  que  as  atividades  propostas  se  destinam  a  melhorar  a  qualificação  de  produtos culturais que  já desempenham  forte presença na oferta dos atrativos  turísticos  regionais, com demanda crescente  no  mercado  nacional  e  internacional.  O  “Programa  de  Qualificação”  virá  aperfeiçoar  e profissionalizar  tais  produtos  culturais  com  vistas  à  sua  adequação,  proporcionalmente  ao  crescimento quantitativo e qualitativo desta demanda, proporcionando condições  técnicas de maior sustentabilidade, criatividade, autenticidade e qualidade.  

O objetivo principal desse Programa é contribuir para o aumento da oferta, melhoria e qualificação dos atrativos culturais da região, estimulando a sua diversificação, ampliação e capacidade de atendimento ao público local e aos visitantes turísticos. A sua operacionalização ocorrerá através de dez oficinas, com uma gama de profissionais de diversos segmentos, um  leque amplo de municípios e atrativos culturais, assim como  promoverá  a  integração  destes  profissionais/atrativos/municípios  da  região,  proporcionando  aos produtos e produtores culturais mais ferramentas para a competitividade e a diversidade. 

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A realização de Dez Oficinas de Qualificação abrangerá os segmentos de:  

1.  Desenvolvimento e Enquadramento de Projetos Culturais. 

Os Municípios do Interior do Estado, embora possuam diversos potenciais que poderiam ser objeto de  Projetos  Incentivados,  não  dispõem  de  ferramental  técnico  e  institucional  para  o  adequado enquadramento e captação de patrocínios para sua efetiva realização. Nossa proposta é qualificar os quadros municipais e os principais produtores culturais da região, dotando‐os de conhecimentos e técnicas de elaboração e enquadramento de projetos, bem como instrumentos de avaliação para a  identificação dos melhores temas a serem desenvolvidos. Essa Oficina prática de elaboração de Projetos Culturais para as Leis de  Incentivo à Cultura do Estado do Rio  (ICMS) e do Ministério da Cultura (Lei Rouanet) a ser realizada,  inicialmente, em forma de Piloto nas Fazendas da Taquara  ‐ Barra do Piraí e Vista Alegre ‐ Valença. 

2.  Adequação Museológica de Acervos Artísticos e Documentais. 

Consultoria a 07 propriedades históricas cujos espaços, ambientes e acervos  sejam considerados merecedores  de  uma  qualificação  especial,  visando  dotá‐los  de  condições  e  características diferenciadas para o uso cultural e turístico. A sugestão abrange as seguintes Fazendas: Flores do Paraíso  –  Rio  das  Flores/Boa  Esperança  ‐  Paty  do  Alferes/  Santo.  Antônio  do  Paiol  – Valença/Fazenda  Ponte Alta  ‐  Fazenda  da  Taquara  ‐ Barra  do  Piraí/Cachoeira  do Mato Dentro  ‐ Vassouras/Casa Léa Pentagna ‐ Valença. 

3.  Culinária Histórica Regional. 

Oficina  no Hotel  Fazenda  Florença  em  Conservatória  e  no  Laboratório  de  Culinária  Regional  da Universidade Geraldo de Biase,  localizado em Barra do Piraí, para a elaboração de sete Cardápios Históricos e Regionais, a serem servidos em eventos/ roteiros em sete propriedades da região. 

4.  “Bolsa de Memórias”: Adaptação de Temas Históricos para Interpretação do Patrimônio. 

Preparação  de  Roteiros  e  Atores  para  Interpretação  do  Patrimônio  –  Pesquisa,  levantamento  e Adaptação de Temas/Personagens Históricos  locais e regionais para  Interpretação do Patrimônio. Serão  selecionadas  oito  histórias  para  serem  roteirizadas  como  eventos  interpretativos  dos atrativos culturais da  região: Vassouras: Manoel Congo/Eufrásia e  Joaquim Nabuco; Valença: Léa Pentagna/Visconde de Pimentel; Rio das Flores: Visconde do Rio Preto – O Rei do Café; Barra do Piraí ‐ Barão do Rio Bonito ou Família Faro; Conservatória: Barão de Guaraciaba – O Barão Negro; Rio Claro/São João Marcos: A saga dos Breves. 

5.   Figurinos e Cenários de Época. 

Ateliê de Pesquisa e Confecção de figurinos de época para a produção de eventos  interpretativos, com  base  em  modelos,  como  por  exemplo:  Eufrásia  (Vassouras,  Século  XIX)  e  Léa  Pentagna (Valença, Século XX).   

 6.  Restauração de Documentos. 

Serão  selecionados  documentos  de  relevância  histórica  e  artística  dentre  os  acervos  pesquisados durante o Projeto “Ações Estratégicas”, que serão restaurados e restituídos aos seus locais de origem.  

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7.   Móveis e Imaginária. 

Serão  selecionados  objetos  de  relevância  histórica  e  artística  dentre  os  acervos  pesquisados durante  o  Projeto  “Ações  Estratégicas”,  que  serão  restaurados  e  restituídos  aos  seus  locais  de origem.   

8.  Especialização de Guias de Turismo em História Regional e Turismo Cultural.  

Curso para Guias de Turismo, Agentes Municipais e quadros técnicos que atuam na região sobre os principais aspectos da História Regional, tendo por foco a história e os personagens dos Municípios e de seus atrativos. Arquitetura, História, Herança Étnica, Paisagem, Meio Ambiente, Vidas Ilustres e suas Contribuições, Principais Atrativos Culturais/Naturais do Vale do Café. 

9.  Agência Escola para operação de roteiros turístico‐culturais. 

A  elaboração  e  divulgação  de  roteiros  temáticos  produzidos  pelo  Projeto  “Ações  Estratégicas” ensejará a implantação de operadoras de Turismo Cultural na região, viabilizando o escoamento da demanda por pacotes e opções de roteiros junto ao público. Em conjunto com a especialização de guias  em História Regional,  esta  atividade  proporcionará  a  qualificação  de  operadores  regionais para atuarem no mercado. 

10.  Plano de Negócios. 

Serão  identificados  sete  negócios  em  desenvolvimento  na  região  que  receberão  consultoria  de Plano  de  Negócios,  visando  estimular  o  empreendedorismo  e  a  profissionalização  de  novas iniciativas  ligadas  ao  segmento de  Turismo Cultural.  Poderão  ser novas  empresas,  fazendas que buscam  a  formalidade  ou  mesmo  negócios  que  já  existem  e  demandam  ferramentas  de sustentabilidade. 

Além  das Dez Oficinas  propostas,  considera‐se  fundamental  estabelecer  uma  parceria  entre  o  Instituto PRESERVALE e os Cursos de Idiomas existentes na Região, para o aprendizado do inglês, do espanhol e do francês, com foco no vocabulário específico para hotelaria, visando atender a população alvo de gerentes de hotéis, pousadas, proprietários e monitores de Fazendas Históricas.  

Outra  parceria  necessária  será  entre  o  Instituto  PRESERVALE  e  as  Secretarias Municipais  e  Estadual  de Educação,  visando  à  capacitação  de  professores  da  rede  pública  e  privada  para  o  uso  das  coleções  e espaços  ditos  “museus”  no  processo  de  aprendizagem.  Espera‐se  como  resultado  criar  um  novo comportamento  e  interesse  pelos  espaços  de memórias,  para  professores  e  alunos,  contextualizando  e buscando a compreensão das raízes da história local. 

Estas  ações  de  qualificação multiplicarão  significativamente  o  número,  a  diversidade,  a  qualidade  e  a capacidade de atendimento da oferta dos atrativos  culturais da  região. Ao qualificar profissionais  locais, elas  permitirão  uma  maior  e  melhor  conservação,  exposição,  interpretação  e  usufruto  de  acervos mobiliários, artísticos e documentais, pela mão‐de‐obra local, gerando também o aumento do número e a diversidade de eventos interpretativos em fazendas, centros culturais, praças e igrejas da região. O projeto em  tela  atenderá  às  necessidades  indicadas  no  Projeto  “Ações  Estratégicas”,  promovendo  a  criação  de novos produtos e abrindo novas faixas de mercado.  

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2. Médio Prazo: Centro Regional de Qualificação Profissional 

O objetivo principal do Centro Regional de Qualificação Profissional é a promoção de cursos regulares, com uma logística própria para atender à demanda de formação de mão de obra no Vale do Café.  

Recomenda‐se a implantação desse Centro na Fazenda Santa Mônica, propriedade da Embrapa, localizada em Juparanã, distrito de Valença, no  coração do Vale Histórico do Café. A  justificativa  se  respalda por  ser uma empresa pública com foco na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias rurais, agregando ainda condições favoráveis como localização central, espaço físico privilegiado e estrutura logística, além de ser uma propriedade de estilo neoclássico do século XIX, tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ‐ IPHAN. 

A proposta desse Centro é realizar cursos de capacitação e aperfeiçoamento, seminários e oficinas sobre os seguintes temas: 

TURISMO (TIPOLOGIA):    HOTELARIA: 

Turismo Rural;  

Agroturismo; 

Ecoturismo; 

Turismo de Aventura; 

Turismo Cultural; 

Turismo de Habitação. 

  Visitação/Hospedagem/Alimentação; 

Produtos Caseiros: Preparo e Conservação; 

Arrumação/Higiene/Limpeza; 

Gerente/Recepcionista  

Culinária Histórica e Regional; 

Boas Práticas na Manipulação de Alimentos;

Resíduos Sólidos/Reciclagem e Aproveitamento/Lixo Orgânico; 

Ambientação/Decoração/Design; 

Operação e Agenciamento de Roteiros. 

     

PATRIMÔNIO:     ESPAÇO RURAL: 

Recuperação, Conservação e Manutenção do Patrimônio Imobiliário, Mobiliário e Artístico;   

Restauro, Reforma, Reabilitação e Revitalização;

Pesquisa e Qualificação Documental e Bibliográfica; 

Interpretação Para o Turismo;  

Acessibilidade; 

Segurança e Seguridade; 

Infraestrutura/Capacidade de Carga; 

Animação/Entretenimento/Equipamentos. 

  Atividades Produtivas; 

Beneficiamento de Produtos Agro‐Pastoris  

Certificação de Qualidade/Orgânicos; 

Equilíbrio Ambiental; 

Controle de Parasitas; 

Visitação e  Interpretação das Atividades Produtivas; 

Produção de Alimentos e Bebidas; 

Noções de Veterinária/Zootecnia/ Florestais; 

Agrosilvicultura ‐ Quintal Florestal; 

Reflorestamento; 

Paisagismo; 

Ervas Medicinais e Aromáticas; 

Planejamento Sustentável do Espaço Rural; 

Consórcios Municipais. 

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CULTURA:    PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA: 

História,  Patrimônio, Arquitetura  da  Produção no meio Rural; 

Ciclos Econômicos e o Legado Cultural; 

Tradições Populares; 

Tradições Étnicas; 

Identidade do Espaço Rural: Gente, Paisagem, Memória,  Folclore,  Festas  e  Tradições Populares da Roça. 

  Agricultura Orgânica/Biodinâmica/Fruticultura; 

Leite/Pecuária Orgânica; 

Culturas Especiais;  

Processamento/Boas Práticas na Manipulação de Alimentos 

Pequena Agroindústria (alimentos/bebidas) 

     

TURISMO:    ARTESANATO: 

Informações e Reservas; 

Operação e Agenciamento/Receptivo Regional; 

Serviços/Transportes/Roteiros e Circuitos Turísticos; 

Organização de Trilhas/Caminhadas/Cavalgadas;  

Planejamento Sustentável do Negócio; 

Eventos/Animação/Interpretação; 

Qualificação/Certificação/Classificação dos Produtos e Atrativos Turísticos; 

Divulgação e Marketing; 

Público‐Alvo: Mercados Locais/Regionais/ Nacionais/Internacionais/ Educativos; 

Parcerias Estratégicas; 

Calendário de Eventos (Locais/Regionais/Nacionais e Internacionais); 

Planejamento do Empreendimento de Turismo Rural. 

  Cestaria, Bordados, Cerâmica, Marcenaria, Tecelagem; 

Design, Materiais Nativos; 

Identidade Cultural; 

Técnicas Tradicionais; 

Arte Popular; 

Souvenir e produtos típicos. 

 

     

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FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL:     

Recepcionista/Garçom/Cozinheiro/Arrumadeira/Jardineiro/Cavalariço 

Gerente/Retireiro/Animador/Recreador;  

Administração Rural; 

Administração de Hotéis; 

Técnico Agrícola/Veterinário; 

Contabilidade Rural/Hotelaria; 

Inglês / Espanhol/Francês; 

Hipismo Rural/Manejo Eqüestre; 

Operação de Roteiros; 

Guia de Turismo Rural; 

Guia de Ecoturismo; 

Guia de Turismo Cultural; 

Administração de Agências e Operadoras de Turismo. 

   

O público‐alvo desse Centro Regional será constituído por: 

Produtores e Proprietários Rurais; 

Estudantes de Ensino Médio;  

Empreendedores; 

Pequena e Média Empresa; 

Empresas Familiares; 

Empresa Rural; 

Estudantes  de  Nível  Médio  e  Superior:  Turismo,  Arquitetura,  Veterinária,  Agronomia, Arquitetura, História, Ciências Sociais, Turismo, Administração, Zootecnia, Engenharia Florestal, Engenharia Ambiental; 

Técnicos Agrícolas; 

Quadros Municipais e Institucionais; 

Operadores e Agentes de Viagem; 

Guias de Turismo; 

Profissionais Liberais; 

Professores; 

Artesãos; 

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Hoteleiros; 

Profissionais do Setor Hoteleiro, de Alimentação e de Serviços ao Turismo. 

É necessário considerar os estabelecimentos de ensino próximos ao Centro Regional, que se constituirão em emissores de alunos: 

Universidade Federal Rural; 

Centro Universitário Fundação Dom André Arcoverde (Veterinária / Ciências Sociais / História); 

UGB (Barra do Piraí e Volta Redonda) – Faculdades de Turismo, Arquitetura e História; 

Universidade Severino Sombra (Vassouras) – História e Ciências Sociais; 

Cursos de Turismo (Ensino Médio) – Valença, Volta Redonda e Barra Mansa; 

Escola Cândido Tostes (Juiz de Fora) – Laticínios. 

Outra condição favorável a ser considerada é a existência de estabelecimentos com atividades de turismo no espaço rural próximos ao Centro, que se constituirão em emissores de alunos e empregadores: 

Hotel Fazenda do Arvoredo ‐ Barra do Piraí;  Pousada Fazenda Ponte Alta ‐ Barra do Piraí;  Hotel Fazenda Ribeirão ‐ Barra do Piraí;  Hotel Fazendão Hotel ;   Florença ‐ Conservatória;  Fazenda Santo Antônio – Rio das Flores;  Hotel Fazenda Galo Vermelho – Vassouras; 

Hotel Palmeira Imperial – Valença; 

Parador Maritacas ‐ Mendes; 

Vivenda Les 4 Saisons – Paulo de Frontin ;  Hotel Fazenda Vilarejo – Conservatória;  Hotel Fazenda Acalanto – Conservatória;  Hotel Fazenda Rochedo – Conservatória;  Hotel Santa Amália – Vassouras; 

Pousada Arara – Valença;  Fazenda Campos Elíseos – Rio das Flores; 

Fazenda União – Rio das Flores;  Hotel Mara Palace – Vassouras; 

Hotel Fazenda Santa Fé – Piraí;  Hotel Fazenda San Robert – Barra do Piraí;  Hotel Colonial – Barra do Piraí; 

Hotel Palmeira Imperial – Valença; 

Fazenda da Taquara – Barra do Piraí;  Fazenda São João da Prosperidade – Barra do Piraí;  Fazenda Cachoeira Grande – Vassouras;  Fazenda Cachoeira do Mato Dentro – Vassouras; 

Fazenda Mulungú Vermelho – Vassouras; 

Fazenda do Secretário – Vassouras;  Fazenda Flores do Paraíso – Rio das Flores;  Fazenda Santa Justa – Rio das Flores;  Fazenda Santo Antônio do Paiol – Valença;  Fazenda Vista Alegre – Valença;  Fazenda do Pau D’Alho – Valença;  Fazenda São Paulo – Valença;  Fazenda Santa Cecília – Miguel Pereira; 

Fazenda Chacrinha – Valença;  Fazenda São Fernando – Vassouras;  Fazenda da Bocaina – Valença;  Fazenda Santa Luzia – Rio das Flores;  Fazenda São Luiz da Boa Sorte – Vassouras;  Fazenda Aliança – Barra do Piraí. 

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Para consolidar a execução desse Centro, será necessária a busca de parcerias institucionais no âmbito do Governo  Federal  (EMBRAPA,  Ministério  do  Turismo,  Ministério  da  Ciência  e  Tecnologia  (Centros Vocacionais Regionais), Ministério  da Agricultura, Ministério  do Desenvolvimento Agrário, Ministério  do Meio  Ambiente,  Ministério  da  Cultura/IPHAN,  Ministério  de  Educação  e  Ministério  de  Ciência  e Tecnologia);  Governo  do  Estado  do  Rio  de  Janeiro  (Secretarias  Estaduais  de  Agricultura,  Ciência  e Tecnologia,  Meio  Ambiente,  Turismo,  Cultura/INEPAC,  Educação,  IEF,  FEEMA,  TURISRIO);  Prefeituras Municipais de Valença, Barra do Piraí, Vassouras e Rio das Flores  (Secretarias de Turismo, Cultura, Meio Ambiente, Educação). 

Para  a  execução  e  funcionamento  do  Centro,  a  parceria  deverá  abranger  o  Sistema  S  (SENAC,  SENAR, SEBRAE, SESC, SENAI); EMATER/RJ e CONCICLO, bem como, as Universidades (Federal do RJ, Estadual do RJ, Federal Fluminense, Severino Sombra, Dom André Arcoverde, Geraldo Di Biase, Barra Mansa). 

3. Longo Prazo: Parque Cultural e Fluvial do Vale do Paraíba

As propostas de criação dos Parques Cultural e Fluvial do Vale do Paraíba contidas neste relatório deverão ser  consideradas  em  suas  estratégias  políticas,  institucionais,  técnicas  e  logísticas,  necessitando, oportunamente, de projetos cuja elaboração necessariamente demandará um fôlego técnico e financeiro compatível com sua abrangência e impactos. 

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VIII. UM CHOQUE DE INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO NOS NEGÓCIOS TURÍSTICOS DO VALE DO CAFÉ: AÇÕES ESTRATÉGICAS  

Embora  o  título  deste  capítulo  final  contenha  o  termo  “Inovação”,  todo  um  arsenal  de  promoção  da economia do  turismo  foi montado,  à  exaustão,  em  vários países  e  já  é  amplamente utilizado no Brasil. Portanto  há  pouca  inovação,  talvez  nenhuma:  as  cartilhas,  os  marcos  teóricos  e  as  ações  públicas  e regulatórias seguem todos na mesma direção. Mas, no caso do Vale do Café haveria uma inovação sim, que seria gestada entre atores diversos:  conceber uma ação adaptada às  condições  locais de uma  região de grande potencial turístico e inquestionável valor histórico, que inacreditavelmente abriga uma organização incipiente de sua malha social voltada para a economia do turismo. 

Outro termo usado no título é o “Empreendedorismo” que supôs, nas suas formulações originais, o espírito criador individual, observador praticamente isolado embora atuante em meio à sociedade em que vivia, e empreendeu  assim  seus  projetos  inovadores.  O  criativo  destruidor  (à  la  Schumpeter)  dos  padrões econômicos  vigentes  há muito  não  está mais  isolado  e  pouco  pode  fazer  sem  a  concertação  entre  os poderes públicos, os apoios institucionais e as agências de fomento e crédito. 

Existe uma enormidade de vantagens competitivas no Vale do Café como destino turístico que precisam ser aproveitadas. Assim como muitas dificuldades a enfrentar. Assim veremos. 

E  apresentamos,  a  seguir,  uma  análise  conclusiva  que  busca  incorporar  o  máximo  de  observações encontradas nos trabalhos realizados pelos demais segmentos que compuseram este Projeto. A orientação é  delinear  Ações  Estratégicas  ‐  possíveis,  necessárias  e  condicionantes  –  para mobilizar  o  conjunto  de atores econômicos e institucionais atuantes na região do Vale do Café. 

Utilizamos  a metodologia  adotada  em  estudo  feito  pela  Fundação  Getúlio  Vargas  (2009)13  contratado  pelo Ministério do Turismo e elaborado com apoio do SEBRAE (o Vale do Café não fez parte do Estudo). Nosso objetivo é descortinar, em blocos de ações, as vantagens competitivas do Vale confrontadas com os diversos obstáculos estruturais existentes, que fazem essa região de tamanho potencial turístico ser um destino ainda pouco visitado e – também e por isso – pouco lembrado nas principais iniciativas de fomento ao turismo no Brasil.  

As ações estratégicas vislumbradas podem ser agrupadas em três blocos: 

I. Infraestutura Geral 

Infraestrutura Básica 

Acesso 

Serviços e Equipamentos Turísticos 

  II. Turismo e Negócios 

Atrativos Turísticos e Culturais 

Capacidade Empresarial 

Marketing e Promoção do Destino      

III. Concertação Institucional 

Políticas Públicas 

Cooperação Regional 

13 Barbosa, L. G. M. (org.). 2009. “Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional” – Relatório Brasil 2009, Brasília Ministério do Turismo.  

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As Ações Estratégicas: 

I. Infraestrutura Geral 

Infraestrutura Básica 

Acesso 

Serviços e Equipamentos Turísticos 

Infraestrutura Básica: 

1. Capacidade de atendimento médico do turista no destino 

2. Fornecimento de energia 

3. Serviço de proteção ao turista 

4. Estrutura urbana nas áreas turísticas 

Em  primeiro  lugar,  para  crescer  de modo  sustentável,  uma  região  turística  precisa  –  porque  precisa  atrair permanentemente  pessoas  e  novos  investidores  –  de  uma  infraestrutura  local  adequada.  Os  critérios  de adequação são diversos e devem ser planejados de forma a se alcançar uma sinergia entre a oferta das condições estruturais necessárias para que as pessoas possam usufruir de um  conforto mínimo e o estabelecimento das condições prévias para que os negócios prosperem com a demanda por seus produtos e serviços. Quanto maior e mais  diversificada  a  infraestrutura  local, maior  será  a  capacidade  de  atração  de  pessoas  que  se  dirigem  à localidade,  com propósitos diferenciados. Tal atração acaba por gerar  condições necessárias para a  criação de negócios  que  servirão  de  âncora  para  a  expansão  da  economia  local.  A  provisão  de  infraestrutura  pode  ser entendida como uma responsabilidade que envolve três níveis de governo: nacional, regional e local. Entende‐se como provisão a oferta direta de serviços, bem como a concessão e a regulação dos mesmos. 

Em segundo  lugar, o desenvolvimento de um destino  turístico  requer a existência de uma  infraestrutura capaz  de  atender,  ao  mesmo  tempo,  a  população  residente  e  a  população  flutuante  que  chega  por intermédio  da  atividade  turística  ou  de  negócios.  A  infraestrutura  construída  apenas  para  atender  as necessidades  dos  turistas  só  se  justifica  se  os  resultados  fiscal,  econômico  e  social  favorecerem  a comunidade local ou forem capazes de gerar externalidades positivas para a região. 

Se considerarmos os requisitos de uma infraestrutura adequada, em poucos deles a região do Vale do Café apresenta um quadro satisfatório, como veremos mais à frente. O primeiro deles é o transporte ou acesso (estradas,  ferrovias,  transporte  fluvial,  aeroportos  e  estacionamentos),  seguindo‐se  dos  serviços  de utilidade pública (saneamento básico, eletricidade e comunicações) e outros serviços (saúde e segurança), toda a infraestrutura que deve ser compartilhada entre residentes e visitantes. 

A infraestrutura básica serve como um limitador do número de visitantes que um município pode receber, uma  vez  que  ela  poderá  estar  sendo  comprometida  com  um  aumento  desordenado  do  fluxo  turístico quando o limite de absorção da infraestrutura é ultrapassado. O aprimoramento da infraestrutura do Vale do Café ainda está sendo feito, diante de um fluxo turístico relativamente pequeno na região (comparado com os pólos turísticos consolidados), mas que terá de ser alavancado, a começar partindo das demandas indicadas  na  pesquisa  de  campo  efetuada  neste  Projeto. Muitos  dos  componentes  estruturais  de  um destino  turístico  atrativo  estão  por  ser  montados  na  região,  mas  isso  está  sendo  feito  aos  poucos, considerando todas as  iniciativas  lideradas pelo terceiro setor – PRESERVALE E CONCICLO – para as quais convergem as relações institucionais e políticas necessárias. 

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São  várias  ações  estratégicas  possíveis  definidas  como  medidas  preparatórias  para  os  investimentos necessários e a mobilização nesse bloco “Infraestrutura Geral”. 

1. Capacidade de atendimento médico do turista no destino 

Nesse bloco, uma “ação estratégica” seria um pequeno estudo dimensionando variáveis como a expectativa  de  vida  da  população,  números  de  unidades  de  saúde  com  atendimento  de urgência,  profissionais  de  saúde  e  número  de  leitos  de  cada  município,  ponderados  pela população local. 

Uma  forte  hipótese  é  de  que  o  sistema  de  saúde  da  região  é  insuficiente  para  atender satisfatoriamente a população residente, quanto menos o turista. Um dado impressionante que podemos retirar do Diagnóstico “Dimensão Socioeconômica dos Municípios Formadores do Vale do Café” é sobre o tipo predominante de ocupação de  leitos nas unidades de saúde da região: 40% do  total de 3.365  leitos de  todo o  sistema de  saúde do Vale  são  reservados a pacientes psiquiátricos. Nesse  caso, não há a distorção  resultante das grandes  cidades que  compõem a região, pois do total de leitos psiquiátricos de todo o Vale, 80% estão em unidades de saúde de Paracambi e Paulo de Frontin. Sabemos que  isso se deve ao  funcionamento da Casa de Saúde Dr. Eiras em Paracambi na época, mas a baixa capacidade de internação é evidente. Sabe‐se que isso não é uma característica única dessa região. 

Uma coleta de dados primários avaliaria também aspectos como as distâncias necessárias para chegar a atendimentos de emergência, bem como o nível de complexidade que esses serviços dispõem, além da existência de equipamentos de  resgate e níveis de capacidade de operação durante os períodos de baixa e alta temporada. 

2. Fornecimento de energia 

Embora se observe na região uma estrutura crescentemente satisfatória de fornecimento de energia elétrica, com visível expansão da rede e notada diminuição, ao longo dos últimos anos, dos eventos de queda temporária de luz, mesmo durante fortes intempéries, a competitividade do Vale do Café como  destino  turístico  poderá  ser  reforçada  com  a  seguinte  verificação:  regularidade  do fornecimento  sazonal e diário de energia elétrica, o percentual de domicílios atendidos em  cada município pelos  sistemas e  redes, e – muito  importante – a necessidade ou não de utilização de geradores de energia pelos meios de hospedagem, em locais de atrativos turísticos como museus14 e nos principais espaços para eventos. Sem falar do crescimento natural da demanda de energia que acompanhará a dinamização da região como destino turístico. 

3. Serviço de proteção ao turista 

Excetuando‐se os movimentados centros urbanos das capitais de Volta Redonda, Barra Mansa e Barra do Piraí, que em suas cidades ainda dispõem de poucos atrativos para receber turistas que buscam  o  Turismo  Cultural  em  espaço  rural,  as  demais  pacatas  cidades  do  Vale  mostram baixíssimos  índices de violência urbana e mendicância,  fator  importante para a divulgação da vantagem comparativa da região em atrair turistas desinteressados da turbulência cultural das grandes cidades. 

14  Ver  a  situação  da  infraestrutura  do  “parque  museológico”  da  região  no  diagnóstico  do  segmento  “MUSEUS  E  PARQUES NATURAIS NO VALE DO CAFÉ”. 

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No  entanto,  um  levantamento  regional  sobre  segurança  focado  nas  cidades  e  localidades sustentáculos do Turismo Cultural poderia se prover de dados primários e secundários sobre o efetivo policial ostensivo  (Municipal e Estadual), a existência de programas e de grupamentos especiais  de  atendimento  aos  visitantes  e  também  as  evidências  relativas  ao  grau  de estruturação  (equipamentos disponíveis) dos órgãos de proteção  aos  cidadãos,  como:  Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Guarda Municipal. 

4. Estrutura urbana nas áreas turísticas 

Uma  ação  de  ordem  executiva  seria  a  ampliação  da  quantidade  de  itens  do mobiliário  urbano  e periurbano, como  lixeiras, abrigos de ônibus, telefones públicos e banheiros públicos, assim como a melhoria de seu estado de conservação. Em outro segmento, a verificação da organização do trânsito de veículos e de pessoas nas áreas turísticas urbanas e do estacionamento de veículos (particulares e ônibus  turísticos) nestas áreas. Sabe‐se que o  IPHAN e o  INEPAC demonstram preocupação  com a circulação e estacionamento de grandes ônibus nas principais vias históricas das cidades do Vale. 

No exame da atratividade de um destino turístico, é fundamental avaliar a disponibilidade e o estado da  sinalização  viária  e da  identificação das  ruas  (placas  com nome  e numeração) nas áreas  turísticas  de maneira  adequada  e  a  existência  em  número  suficiente  de  elementos  de drenagem que permitam o escoamento de águas pluviais em virtude de chuvas, como bueiros e meio‐fios.  Compondo  também  um  levantamento  desse  tipo,  seria  necessário  verificar  a existência de programas para a conservação do mobiliário urbano e das áreas verdes nos locais turísticos  e  a  atuação  de  órgãos  responsáveis  pela  conservação  urbana.  Completando  a avaliação,  a  existência  de  elementos  de  embelezamento  nas  áreas  turísticas,  como  praças, jardins  e  iluminação  cenográfica.  E  ainda,  a  preocupação  das  autoridades municipais  com  a limpeza pública e o ordenamento do espaço nas áreas turísticas urbanas e no seu entorno. 

Acesso 

1. Acesso: aéreo, rodoviário, aquaviário, ferroviário 

2. Sistema de transporte no destino 

3. Proximidade de grandes centros emissivos de turistas 

O  acesso  é  uma  das  dimensões mais  importantes  para  o  turismo. No  caso  da  região  do  Vale  do  Café deverão  ser  considerados  pelo menos  dois  segmentos  de  acesso:  o  trecho  entre  a  saída  da  região  de origem até o primeiro destino e o deslocamento interno no destino turístico, a fim de que o visitante possa ir para os diversos  lugares e pontos turísticos de seu  interesse,  incluindo meios de acomodação, atrações turísticas, terminais de transportes, entre outros. 

Um panorama sobre essa dimensão foi apresentado no Diagnóstico “ROTEIRIZAÇÃO E SELO DAS FAZENDAS HISTÓRICAS”, com indicações sobre a infraestrutura de transportes existente nos dois segmentos de acesso identificando  rodovias  e  o  serviço  de  transporte  oferecido  (linhas  de  ônibus  interurbano,  meios  de transporte  locais,  terminais  rodoviários  e  pontos  de  táxi).  Um  levantamento  aprofundado,  tanto  da infraestrutura quanto do serviço, pode ser previsto para avaliar a qualidade e o nível de atendimento, tais como: número de ligações oferecidas, diversidade de modos de transporte que servem ou poderiam servir ao  destino  (aéreo,  rodoviário,  aquaviário  e  ferroviário),  confiabilidade  dos  serviços  de  transporte (regularidade e pontualidade), integração entre os diversos modos de transporte, preço e segurança. 

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1. Acesso: aéreo, rodoviário, aquaviário e ferroviário.  

Um  levantamento  detalhado  sobre  a malha  existente  de meios  de  acesso  interurbanos  e  locais  é  uma necessidade  urgente  a  fim  de  nortear  e,  sobretudo,  sensibilizar  as  instâncias  públicas  quanto  à implementação de um “Programa Executivo de Revitalização do Vale do Café” que poderia agregar as ações estratégicas cabíveis. 

Duas primeiras e importantes constatações foram apreendidas neste estudo. 

Se os principais meios de transporte utilizados pelo visitante do Vale do Café são o automóvel e o ônibus de turismo  em  grupo,  os  terminais  rodoviários  são  utilizados  quase  que  exclusivamente  pela  população residente e visitantes sem o objetivo de turismo. Nota‐se também que os ônibus  intermunicipais cobram tarifas relativamente muito altas e o quadro é de poucas companhias atuantes, assunto que mereceria a instalação de uma comissão intermunicipal de transportes com foco exclusivo no turismo, o que resultaria também em importantes benefícios para a população residente. 

As principais estradas de acesso são as mesmas para diversos municípios usuários e apresentam problemas estruturais  crônicos,  com exceção da Via Dutra e da BR‐040. O Diagnóstico  “ROTEIRIZAÇÃO E  SELO DAS FAZENDAS  HISTÓRICAS”  aponta:  “Constatamos  que  poucas  cidades  da  região  estão  devidamente aparelhadas nos seus terminais rodoviários, salvo raras exceções, como as rodoviárias de Volta Redonda, Barra  Mansa  e  Valença,  para  o  atendimento  adequado  aos  viajantes.  Banheiros  imundos,  guichês desorganizados, bancos e cadeiras quebrados ou  inexistentes,  falta de  informação,  lanchonetes que não passariam pelo crivo de  inspeção sanitária são alguns dos problemas encontrados. Verificamos ainda que não há informações relativas a conexões dos municípios da região entre si.” 

A outra  constatação parte do Diagnóstico  “MUSEUS E PARQUES NATURAIS”:  resgatar  a  importância e  a força da rede fluvial que compõe a bacia do Rio Paraíba é uma ação estratégica a ser empreendida, a partir de  estudos  e  iniciativas  que  possam  levar  à  criação  do  “PARQUE  FLUVIAL  DO  PARAÍBA”.  Além  de proporcionar um novo atrativo  turístico de  importância  inquestionável,  seria um  forte gerador de  renda para a população e foco de atração de negócios, além de seu objetivos de proteção e conservação da bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, despoluição das águas, proteção das nascentes, restauração da mata ciliar, elaboração de normas de tratamento que venham reforçar as normas de proteção legal já existentes. 

É possível e desejável prever uma sinergia entre os demais atores envolvidos com a questão das águas no Estado do Rio e no Vale do Paraíba, como o INEA e o CEIVAP, na direção de se criar o “PARQUE FLUVIAL DO PARAÍBA”. 

2. Sistema de transporte no destino 

As condições de transportes existentes no  interior do Vale do Café deverão ser examinadas, em primeira abordagem, em duas dimensões: os serviços de ônibus que atendam aos deslocamentos intrarregionais e a própria existência de transporte turístico para os principais atrativos da região. 

Constata‐se que, se a segunda dimensão é inexistente, a primeira apresenta hoje um quadro de transporte público precário (embora esteja havendo progressiva renovação de frotas) e mal atende aos deslocamentos intermunicipais de mão de obra. Um exemplo é um  trabalhador que precisa  se deslocar diariamente de Valença a Vassouras (municípios distantes apenas 30 km um do outro), terá que gastar cerca de R$10,00 ida e volta, enfrentando uma viagem de uma hora e meia, tendo que utilizar dois ônibus. 

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Com o  crescer do  turismo no Vale, uma  tendência natural  será  a  entrada de  investidores  em  linhas de microônibus em operação  turística  local e  regional, absorvendo  inclusive o  turista que  chega de  carro à região, o que inclusive poderá beneficiar a população residente. 

3. Proximidade de grandes centros emissivos de turistas 

A proximidade com a Região Metropolitana Rio de Janeiro favorece a predominância do turista fluminense no Vale do Café. Esta vantagem competitiva não está sendo aproveitada em um planejamento operacional visando à comercialização da região. A esperada dinamização do turismo na região supõe uma análise das condições de captação de visitantes de outros estados e mesmo do  turista estrangeiro. Com exceção de São Paulo,  todos os  turistas não  fluminenses  tenderiam  a usar o Rio de  Janeiro  como primeiro destino (aeroporto)  para  um  deslocamento  planejado  ao  Vale  do  Café.  Uma  avaliação  desse  tipo  estará referenciada à dimensão “marketing e promoção de destino” que veremos mais a frente.  

Outra  prospecção  deverá  ser  feita  com  relação  ao  Trem‐Bala,  que  deverá  parar  em  Barra  Mansa  e proporcionará  um  acesso  facilitado  para  turistas  paulistas,  desde  que  seja  feito  um  planejamento adequado para o aproveitamento deste potencial. 

Serviços e Equipamentos Turísticos 

1. Sinalização viária turística, centro de atendimento ao turista e espaços para eventos 

2. Capacidade dos meios de hospedagem e do turismo receptivo 

3. Estrutura de qualificação para o turismo 

4. Capacidade dos restaurantes 

Os  itens  listados  acima  resumem  os  critérios  de  avaliação  da  competitividade  de  um  destino  turístico quanto à sua capacidade receptiva. As dificuldades aqui no Vale também são significativas. 

Grande parcela das dificuldades constatadas no Vale é, em última instância, decorrente do ainda pequeno fluxo turístico existente. À medida que uma dinâmica se  instaure, haverá  investimentos. Não há  investimento sem mercado, que é o que ocorre em termos do aprimoramento dos equipamentos turísticos da região.  

Mas,  a  sustentação  de  uma  dinâmica  de  investimentos  só  ocorrerá  com  o  apoio  efetivo  (também investimentos)  do  setor  público.  Na  história  não  existe  exemplo  de  uma  dinâmica  regional  de desenvolvimento que tenha sido implantada a partir de esforços isolados. 

Nos  últimos  anos,  a  ênfase  na  importância  de  serviços  e  equipamentos  turísticos  adequados  para determinado mercado,  ou  segmento  turístico,  tem  conquistado maior  relevância  no  planejamento  da atividade,  pois  a  satisfação  do  turista  é  influenciada,  entre  outras  variáveis,  pela  disponibilidade  e qualidade dos  referidos serviços e equipamentos  turísticos. Enquanto a  infraestrutura é  fornecida, quase totalmente, pelo setor público, os serviços turísticos normalmente são atividades do setor privado, uma vez que é o elemento gerador do lucro. 

Nessa dimensão, destaca‐se a necessidade do planejamento da formação de mão‐de‐obra. A provisão de trabalho capacitado para atender às demandas dos turistas tem sido uma tarefa árdua para governos e a iniciativa privada. O desafio envolve todos os serviços e equipamentos turísticos, em especial os meios de hospedagem,  restaurantes,  guias  turísticos,  agências  de  viagens,  promoção  de  atrativos  e  empresas transportadoras. A  implantação de um  “Centro de Qualificação de Mão de Obra Regional”,  ao  invés da pulverização de cursos, será fundamental para suprir tal necessidade. 

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1. Sinalização viária turística, centro de atendimento ao turista, espaços para eventos 

A  sinalização  recomendada  é  aquela  adequada  aos  padrões  estabelecidos  pelo  Ministério  do Turismo, prevendo‐se a conservação permanente do estado das placas e a existência de informações em língua estrangeira. A implantação do projeto prevê também a sinalização descritiva nos atrativos turísticos,  o  planejamento  de  sua  distribuição  e  a  disponibilidade  das  informações  em  língua estrangeira  e  até  em braile.  Sobre o Vale, o Diagnóstico  “ROTEIRIZAÇÃO  E  SELO DAS  FAZENDAS HISTÓRICAS”  comenta:  “verificamos  que  a  sinalização  do  Vale  do  Café  se  encontra  aquém  do desejado  em  uma  região  que  busca  o  desenvolvimento  proporcionado  por  empreendimentos turísticos  (...). Encontramos as  fazendas, alguns atrativos e as entradas dos municípios sinalizadas, porém não há sistematização no modelo adotado, tampouco padronização das placas existentes, o que pode provocar confusão e ruído na comunicação pretendida”. 

Avaliação  propositiva  também  se  faz  necessária  quanto  à  existência,  quantidade  e  localização estratégica de  centros de  atendimento  (como  rodoviárias, principais  atrativos e  sede dos órgãos municipais de turismo ou outros pontos mais adequados), além da capacidade de atendimento dos funcionários em  línguas estrangeiras. Quando existirem, tais centros ainda poderiam ser avaliados, em períodos determinados, quanto aos serviços e às facilidades oferecidos, como a disponibilização de folders e propagandas de serviços oferecidos nos fazendas, por exemplo, e nas áreas adjacentes, a disponibilidade de mapas  turísticos  (gratuitos ou não), e de um  sistema de  reservas de hotéis, restaurantes,  entre  outros.  De  novo,  o  Diagnóstico  “ROTEIRIZAÇÃO  E  SELO  DAS  FAZENDAS HISTÓRICAS” revela: “a maioria das cidades da região possui  instalações de Posto de  Informações Turísticas,  porém  90%  deles  encontram‐se  desativados.  Alguns  até  mesmo  em  localização estratégica como no caso da cidade de Piraí, uma das principais entradas do Vale. Apenas na cidade de Rio das Flores o Posto tem funcionado com regularidade”. 

Por último,  integrando esse bloco de ações possíveis, podemos prever um  inventário  sobre a disponibilidade  de  estruturas  para  a  realização  de  eventos,  como  centros  de  conferências, espaços multifuncionais, pavilhões para  feiras, parques de exposições e  salas em hotéis para eventos de pequeno, médio e grande porte, além da identificação de espaços para a realização de eventos culturais, esportivos e artísticos. 

2. Capacidade dos meios de hospedagem e do turismo receptivo 

Aqui,  uma  extensão  substancial  da  pesquisa  indicativa  realizada  neste  estudo  formaria  uma importante  ação  estratégica,  não  só  de  inventário,  mas  também  de  mobilização  de empreendedores potenciais para o turismo cultural no Vale do Café.  

Uma  pesquisa  de  porte  identificaria  o  estado  de  conservação  e  potencial  de  adaptação  das fazendas com interesse em investir em turismo de habitação (sobretudo, com financiamento) e a existência de  interesses de  investimento em meios de hospedagem alternativos (como sítios, albergues  e  hospedagens  domiciliares). Uma  base  importante  para  essa  ação  seria  o  Estudo “INVENTÁRIO DAS FAZENDAS DO VALE DO PARAÍBA FLUMINENSE” (2008/2010). 

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Uma  iniciativa  de  suporte  ao  quadro  atual  dos  meios  de  hospedagem  do  Vale  poderia  ser  o levantamento  da  oferta  de  categorias  hoteleiras  segundo  os  padrões  estabelecidos  (econômica, superior, luxo), e da disponibilidade de alguns serviços importantes, como sistemas de reservas on‐line, aceitação de cartões de crédito, acesso à internet para hóspedes e cumprimento das exigências da  lei de acessibilidade, além da existência de incentivos locais para que os meios de hospedagem adotem  procedimentos  de  proteção  ao meio  ambiente.  Também  terão  que  ser  consideradas  as características  próprias  que  diferenciam  a  hotelaria  rural  da  hotelaria  convencional  e  as correspondentes necessidades de formar mão de obra para este tipo de turismo. 

Um primeiro  levantamento das  empresas de  turismo  receptivo no Vale  e  de  sua  capacidade operacional  (e de atendimento em  idioma estrangeiro)  terá que  ser  feito, a  fim de  se avaliar quais tipos de serviços são prestados, suas insuficiências e necessidades. E também a existência de guias de  turismo cadastrados pelo Ministério do Turismo e de condutores de  turismo,  sua capacidade  de  atendimento  em  idioma  estrangeiro  e  seu  grau  de  conhecimento  da  história regional e dos atrativos. Na região, o quadro descrito sobre essa dimensão do turismo no Vale do Café é preocupante (ver o Diagnóstico “ROTEIRIZAÇÃO E SELO DAS FAZENDAS HISTÓRICAS”). 

3. Estrutura de qualificação para o turismo 

Não  seria preciso  ressaltar que o nível de qualificação profissional de um destino  turístico e, aliás, de qualquer outro setor de atividades, é um ponto nevrálgico de toda análise econômica. Muito há que se propor para a região que precisa de bons projetos nessa área. De uma vez por todas, uma  focalização nesse  item  tem que  ser  feita. Assim, o conjunto de ações estratégicas que aqui se propõe terá sentido e utilidade. Uma ação concreta que é a criação de um “Centro de Qualificação Regional de Mão de Obra”  será proposta no bloco Capacidade Empresarial e Mão‐de‐Obra, abaixo. 

4. Capacidade dos restaurantes 

Um  portal  do  Vale  do  Café  com  recursos  para  sua  criação  com  qualidade  e,  sobretudo,  sua manutenção com estabilidade e perspectiva de continuidade permanente é  fundamental.  Isso tem  que  ser  feito  com  a  alavancagem  das  instâncias  públicas,  para  a  adesão  necessária  dos empresários. Não seria meramente um portal a mais, pois aqueles existentes são nitidamente insatisfatórios e nunca atualizados.  

Um portal que no segmento “restaurantes”, e isso vale também para restaurantes dos meios de hospedagem  que  abrem  para  o  público  em  geral,  agregasse  todos  os  municípios  e  suas associações  comerciais,  identificando  e  estimulando  os  estabelecimentos  que  priorizam    a questão ambiental, a utilização de boas práticas na manipulação de alimentos, além de prover adequadas instruções às empresas quanto a estes aspectos, na pretensão de credenciá‐los com selos de qualidade. Mas  isso  tem que  ser  incentivado, do  contrário nada  acontecerá. Outros aspectos podem ser estimulados como o cumprimento da lei de acessibilidade, o fortalecimento da gastronomia local e a adaptação dos estabelecimentos aos padrões turísticos estabelecidos. 

Nesse  portal,  é  fundamental  o  destaque  à  gastronomia  regional  e  à  pequena  produção agroindustrial com métodos orgânicos, como doces, conservas, queijos, embutidos e bebidas. 

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II. Turismo e Negócios 

Atrativos Turísticos e Culturais 

Capacidade Empresarial e Mão‐de‐Obra 

Marketing e Promoção do Destino 

Atrativos Turísticos e Culturais 

1. Produção cultural associada ao turismo 

2. Estrutura municipal de apoio à cultura e experiências de incentivo fiscal à cultura 

Segundo a Organização Mundial do Turismo (2002), entendem‐se como atrativos turísticos locais, os bens, as pessoas, os fenômenos, os eventos ou as manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê‐los e podem ser classificados em:

Atrativos naturais: elementos da natureza que, ao serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair  fluxos  de  visitantes  (montanhas,  rios,  ilhas,  praias,  dunas,  cavernas,  cachoeiras,  clima, flora e fauna). 

Atrativos culturais: elementos da cultura que, ao serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair  fluxos  de  visitantes.  São  os  bens  e  valores  culturais  de  natureza material  e  imaterial produzidos  pelo  homem  e  apropriados  pelo  turismo,  como  testemunhos  de  uma  cultura (arquitetura, artesanato, gastronomia etc.). 

Eventos  programados:  eventos  que  concentram  pessoas  para  tratar  ou  debater  assuntos  de interesse  comum,  negociar  ou  expor  produtos  e  serviços,  de  ordem  comercial,  profissional, técnica,  cultural,  científica,  política,  religiosa,  entre  outros,  com  datas  e  locais  previamente estabelecidos. Tais eventos acarretam a utilização de serviços e equipamentos turísticos (feiras, congressos, seminários etc.). 

Realizações  técnicas,  científicas e artísticas:  construções,  instalações, organizações, atividades de pesquisa que, por suas características, são capazes de motivar o  interesse do turista e, com isso, demandar a utilização de serviços e equipamentos turísticos. 

Todos  esses  componentes  estão  presentes  na  região  do  Vale  do  Café  e  aqui  radica  o  seu  potencial riquíssimo  e  pouquíssimo  explorado.  Estamos  diante  da  singularidade  ou  raridade  do  atrativo,  palavras tomadas de Barney (1986): o atrativo histórico patrimonial materializado nas antigas fazendas de café é a âncora  da  região,  e  é  único,  além  de  seu  ambiente  natural  (toda  uma Mata Atlântica  preservada),  seu patrimônio  imaterial  (tradições populares e história) e museográfico que,  juntos,  formariam o  “PARQUE CULTURAL  DO  VALE  DO  PARAÍBA  DO  SUL”,  proposta  de  ação  do  Diagnóstico  “MUSEUS  E  PARQUES NATURAIS”. O Vale do Café não se assemelha absolutamente a nenhum outro atrativo turístico brasileiro, o que o  torna, no mínimo, prioritário em ações de alavancagem do desenvolvimento e de preservação da identidade cultural brasileira. Uma forma de desviar a região de sua tendência à desagregação social diante da  falta  de  perspectiva  de  toda  uma  população,  situação  que  parece  inexorável  se  não  houver  um planejamento de reversão de tendências. 

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Os visitantes do Vale do Café têm a oportunidade de vivenciar situações que podem se tornar memoráveis e  fidelizadoras do  turismo. Será preciso  intensificar a dinâmica  regional, ampliando sua  repercussão e os benefícios para a preservação de seus ativos patrimoniais. Os Inventários já realizados (citar os Inventários: I e II da LIGHT/ICCV /INEPAC) fornecem elementos preciosos para o planejamento das ações. 

1. Produção cultural associada ao turismo  

De toda maneira, seria de grande utilidade enumerar as expressões culturais do Vale, com base em dados primários e secundários, levantando o rol de atividades artesanais e culinárias típicas, de sua produção e locais de comercialização (regional, nacional etc.) e inventariando os grupos artísticos  de manifestação  popular  e  suas  respectivas  esferas  de  reconhecimento  (regional, nacional e internacional). 

A  apreciação  dos  principais  eventos  locais  associados  ao  turismo  seria  útil  para  identificar eventual interação entre visitantes e população local e o foco de seu planejamento (se prevê a atração de turistas ou não). Também seria importante identificar a existência e a efetividade de três  tipos  de  manifestações:  tradições  culturais  evidentes  e  típicas,  ritos  religiosos preponderantes e evidentes, e as comunidades tradicionais – manifestações em que o Vale do Café apresenta uma riqueza inumerável. 

Fora disso, um breve levantamento de infraestrutura se interessaria em indicar a existência de: rádios  comunitárias  que  divulgam  os  eventos  culturais  da  região,  clubes  e  associações desportivas,  livrarias,  centros  culturais,  teatros  ou  casas  de  espetáculos,  bibliotecas  públicas, estádios ou ginásios esportivos, museus, cinemas, shoppings, centros de convenções, áreas para locação de gravações com fins turísticos e as formas de difusão de TV a cabo. 

2. Estrutura municipal de apoio à cultura e mecanismos de incentivo fiscal à cultura 

A  estrutura  municipal  para  administração  da  cultura  no  Vale  do  Café  é  um  componente importante  na  formatação  de  ações  estratégicas.  A  participação  efetiva  das  instâncias municipais  do  Vale  é,  porém,  pequena,  na  quase  maioria  dos  casos,  embora  manifestem reiteradamente o reconhecimento dessa necessidade. No entanto, algum incentivo poderia ser vislumbrado  para  mobilizar  e  capacitar  os  órgãos  responsáveis  por  essa  gestão  (Secretaria Municipal ou equivalente, exclusiva ou compartilhada com outras pastas, setor subordinado a alguma Secretaria ou ao Executivo, Fundação Pública etc.). Isso será mais bem equacionado no bloco “Concertação Institucional”, mais à frente. 

O levantamento de experiências relacionadas com a legislação de incentivo à cultura (de âmbito federal e estadual) também pode apurar quanto aconteceu de fomento às atividades culturais com  renúncia  fiscal  e  com  fundos  públicos,  incentivando  a  criação  de  pontos  de  cultura (destaque  deve  ser  dado  ao  PIM  –  Programa  de  Integração  pela Música,  de  Vassouras  e  ao Festival  do  Vale  do  Café)  e  a  elaboração  de  projetos  de  aprimoramento  e  sustentação  das principais tradições culturais da região.  

Capacidade Empresarial e Mão‐de‐Obra 

1. Capacidade de qualificação e aproveitamento do pessoal local 

2. Concorrência,  barreiras  de  entrada  e  a  captação  de  empresas  de  grande  porte,  filiais  ou subsidiárias 

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A  capacidade empresarial diferencia‐se da  infraestrutura  turística porque  considera as  condições para o desenvolvimento do turismo, e não o equipamento turístico já instalado. Em outras palavras, a capacidade empresarial  é  dimensionada  pelos  fatores  que  permitem  alavancar  a  oferta  de  mais  serviços  e equipamentos  turísticos  e  não  aqueles  que mensuram  sua  situação  atual.  Fatores  internos  e  externos, como o capital humano, as práticas gerenciais e as políticas públicas, influenciam diretamente a habilidade das  firmas para a concorrência e a própria capacidade do destino em gerar novos negócios  turísticos. A qualificação  profissional  para  o  trabalho,  a  presença  de  empresas  de  grande  porte  e  a  produção  e exportação (mercado interno e externo) de mercadorias locais são exemplos de indicadores não específicos do  setor  de  turismo  que  permitem  identificar  a  dinâmica  empresarial  de  um  destino  e  associá‐la  à competitividade na atração de negócios em turismo. 

Deve‐se  também  associar  indicadores  mais  específicos  da  dinâmica  do  setor  privado  relacionada diretamente  com  o  setor  turístico,  como  a  existência  de  associações  de  restaurantes  e  hotéis  e  de locadoras de automóveis. Dessa forma, a dimensão Capacidade Empresarial está orientada principalmente para  uma  competência,  ou  capacidade  Dinâmica,  presente  no  destino,  capaz  de  promover  as transformações necessárias,  tanto na  infraestrutura específica do  turismo, diretamente mensurada pelas variáveis que operacionalizam essa dimensão, quanto na sua capacidade de mobilizar as forças políticas e sociais locais no desenvolvimento do setor. 

Neste  segmento  “Capacidade  Empresarial  e  Mão‐de‐Obra”,  tentaremos  propor  ações  executivas,  em contraponto à maioria das ações estratégicas aqui antes propostas, que são de natureza inventarial. Vamos considerar  as  seguintes  dimensões:  capacidade  de  qualificação  e  aproveitamento  do  pessoal  local, concorrência, barreiras à entrada e a captação de empresas de grande porte, filiais ou subsidiárias. 

1. Capacidade de qualificação e aproveitamento do pessoal local 

É fundamental ‐ e urgente ‐ reunir condições para a implantação de um “Centro de Qualificação Regional de Mão‐de‐Obra”  voltado para o  turismo no Vale. O  amadorismo predominante na operacionalização de negócios turísticos já acarreta sérios impactos sobre a competitividade da região. Um  exemplo: nenhum município da  região do Vale do Café  foi  incluído  entre os 584 municípios  que  integram  65  destinos  indutores  do  desenvolvimento  turístico  regional15,  no estudo FGV (2009), que norteia este capítulo, estudo elaborado com recursos do Ministério do Turismo e do SEBRAE, no âmbito do Programa de Regionalização do Turismo. A falta de atenção das autoridades federais e estaduais, sem falar das municipais, como é comumente criticada a gestão  pública  para  a  região,  não  pode  ser  um  álibi  para  a  inércia.  A  conscientização  dessa situação e a convicção de que não existem  territórios condenados, mas apenas sem projetos, vêm  nos  últimos  anos mobilizando  setores  organizados  da  região,  apoiados,  sobretudo  por empresas  como  o  SEBRAE  e  a  Light,  no  sentido  de  alavancar  as  condições  para  o desenvolvimento local, numa dinâmica centrada no turismo.  

Existem vários tipos de  instituições de ensino nos municípios que compõem o Vale, tais como: escolas técnicas, universidades e unidades do Sistema S (SEBRAE, SESC, SENAC e SENAI). 

15 Foram incluídos 25 municípios do Estado do Rio e apenas Paraty, Angra, Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro são os do Sul fluminense, compondo o destino Costa Verde.    

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Existe também um amplo consenso de que são insuficientes tanto a oferta de cursos específicos sobre  turismo no Vale como o aproveitamento, pelo setor  turístico  local da  força de  trabalho qualificada nessas  instituições. Forma‐se um círculo vicioso quando se observa que  também a demanda  de  alunos  por  tais  cursos  é  insuficiente  para  manter  os  cursos  existentes  em funcionamento adequado, e muitos fecham. 

Por  outro  lado,  o  resultado  da  pesquisa  de  campo  do  segmento  “Fazendas  e  Meios  de Hospedagem”  revela  forte demanda pela qualificação da mão‐de‐obra. A  implantação de um “Centro  de  Qualificação  Regional  de  Mão‐de‐Obra”  virá  suprir  essa  carência,  evitando  a pulverização  de  cursos  que  pouco  espelham  as  reais  necessidades  de  mão‐de‐  obra especializada. Avalia‐se que a população  local não está sendo preparada adequadamente para absorver os empregos diretos e indiretos criados pelo turismo. Para a atividade ser exercida de forma  sustentável,  é  fundamental  avaliar  a  oferta  de  ensino  voltado  especificamente  para  o turismo  com  as  particularidades  da  região.  E  isso  já  foi  feito  e  reiteradamente  insiste‐se  na unificação dos esforços num “Centro de Qualificação Regional”, que se prevê seja na Fazenda Santa Mônica, localizada no centro geográfico da região do Vale do Café.  Dessa forma e a fim de se criar um cenário de atratividade para que empreendimentos turísticos venham a se instalar, se manter ou crescer nos diferentes   municípios, essa parece ser a única modalidade eficaz de oferta de  instrução, qualificação ou especialização para a população  local que será empregada em atividades  turísticas e dos setores adjacentes da cadeia de  turismo no Vale,  incluindo aí a produção agroindustrial de alimentos e bebidas, as agências de receptivo, as agências de viagem e a organização de eventos. 

O projeto de um “Centro de Qualificação Regional” está delineado no “Diagnóstico de Mão‐de‐Obra” e contempla não só os componentes básicos do setor  turístico  (hotelaria,  restaurantes, agências de viagem, operadores e guias de turismo), no que diz respeito à formação de quadros para  operações  básicas  e  técnicas,  quadros  de  supervisão,  gerência,  divulgação  e marketing, mas também cursos voltados para a valorização da gastronomia regional, o cultivo de produtos orgânicos  e  a  pequena  produção  agroindustrial  (doces,  conservas,  queijos,  embutidos  e aguardentes). 

2. Concorrência,  barreiras  de  entrada  e  a  captação  de  empresas  de  grande  porte,  filiais  ou subsidiárias    

Aqui,  considera‐se mais  uma  ação  estratégica  de  identificação  de  entraves  a  uma  dinâmica sustentada  de  atração  de  negócios,  focalizada  nas  condições  reais  de  entrada  de  novos investidores.  Seria  um  pequeno  estudo  tomando  como  modelo  uma  sub‐região  com  forte adensamento de empreendimentos  ligados ao turismo, como Conservatória. Esse estudo teria como resultado a proposição de medidas executivas  legais e normativas para o Vale como um todo, no sentido de  incrementar a concorrência entre os serviços turísticos  locais, aumentar a capacidade  de  a  região  atrair  novos  investidores  –  que  vão  produzir  o  efeito‐demonstração necessário ao aumento da concorrência interna –, além de aumentar a competitividade do Vale como destino turístico.  

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A  identificação de barreiras à entrada de empresas significativas para a criação de novos negócios turísticos na região consideraria as seguintes variáveis:  falta de  terrenos ou espaço  físico,  falta de regularização  fundiária,  infraestrutura de acesso e de edificações, barreiras  legais ou ausência de incentivos  fiscais,  escassez  de  pessoal  capacitado  e dificuldades  para  obtenção  de  licenciamento ambiental. No caso atual, em virtude das reduções tributárias que beneficiam diversas regiões do estado  (citar  a  Lei  Rosinha  ‐  2%  de  ICMS  e  FREMFE  –  Fundo  de  Recuperação  Econômica  dos Municípios Fluminenses), o Vale do Café deverá tirar partido destas vantagens fiscais para promover o  turismo,  indústria que movimenta uma  cadeia produtiva bastante ampla e diversificada,  sendo geradora intensiva de empregos fixos, como da circulação de mercadorias e serviços. 

Distinguimos concorrência e competitividade: aqui, a primeira se refere aos  impactos positivos que  os  novos  investimentos  terão  sobre  os  operadores  de  negócios  existentes  –  o  chamado efeito‐demonstração – e a segunda se  refere aos benefícios causados por uma nova dinâmica instaurada em termos de aumento da atratividade do destino, dos seus serviços e equipamentos turísticos. A atração de filiais e subsidiárias de empresas de grande porte é pensar grande para a região. Por que não? Nenhum planejamento para a dinamização de um pólo turístico pode ser feito em bases de curto prazo. As empresas  tomam a decisão de  instalar  subsidiárias quando determinadas  condições  econômicas,  sociais  e  logísticas  são  preenchidas,  refletindo indiretamente a capacidade da região em absorver novos negócios. E na região do Vale do Café, essas condições não serão preenchidas em curto espaço de tempo, sabe‐se. Mas a meta de ter investimentos  de  porte  pode  e  deve  existir  na  gestão  compartilhada  público‐privada  do desenvolvimento do turismo no Vale. Na ponta da cadeia turística está o turista e a existência de grandes grupos na região  irá,  inquestionavelmente, proporcionar um aumento não só fluxo de visitantes, mas também de novos empreendedores locais. 

Marketing e Promoção do Destino 

Em  2010,  foi  proposto  para  a  região  do  Vale  do  Café  um  plano  de marketing  voltado  para  o  turismo, elaborado pelo Instituto Idéias, com o apoio do SEBRAE. 

Sem a pretensão de ser inovador, mas apenas de seguir o que deu certo em outros países e no Brasil, o plano parte  da  premissa  de  o  que  processo  de marketing  e  seu  gerenciamento  oferecem  às  organizações  e  aos destinos as ferramentas para a comunicação com seus mercados‐alvo, a fim de possibilitar um controle sobre a qualidade  do  produto  que  está  sendo promovido,  o  que  demanda  a  integração  entre  os  setores  público  e privado.  Foram  delineadas  ações,  tais  como:  participação  em  feiras  e  eventos,  confecção  de  material promocional, divulgação, negócios pela internet, manutenção de escritórios locais de informações turísticas, e o incentivo à participação das comunidades locais nas decisões sobre a atividade turística na região. 

III. Concertação Institucional 

Políticas Públicas 

Cooperação Regional 

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Políticas Públicas 

1. Estrutura municipal para apoio ao turismo 

2. Cooperação  com  as  instâncias  públicas  estaduais  e  federais  e  grau  de  cooperação  público‐privada 

A competitividade de uma região turística é o resultado de ações integradas do governo, do setor privado e da comunidade. As políticas públicas para o desenvolvimento do setor de turismo são elaboradas em diferentes esferas de governo: municipal,  regional, estadual, nacional e, não se pode esquecer, da esfera  internacional. Nesse sentido, planejamento e  intervenções são feitos por diferentes órgãos e agentes possibilitando, muitas vezes, um conjunto diferente de objetivos e resultados. O desenvolvimento do turismo não atingirá seu nível de excelência  caso  seja  deixado  inteiramente  nas  mãos  do  setor  público  ou  do  privado,  já  que  o  primeiro teoricamente voltará seus objetivos para maximizar os benefícios sociais e o segundo, para os lucros. 

A  essência  dos  casos  de  sucesso  no  desenvolvimento  do  turismo  é  uma  parceria  entre  os  diversos interessados  nesse  setor,  como  governos,  órgãos  estatais  ou  paraestatais,  agentes  de  fomento  e financiamento, organizações  voluntárias e  sem  fins  lucrativos, o empresariado, a  comunidade anfitriã e, bem  entendido,  os  visitantes.  De  uma  perspectiva  ampla,  o  que  se  requer  é  um  desenvolvimento equilibrado  das  muitas  facilidades  necessárias  para  satisfazer  as  exigências  dos  turistas  e  atender  às necessidades da população local. 

Não propomos ações estratégicas neste bloco de Políticas Públicas, pois propor  isso, sem fundamentação de  viabilidade,  dos  interesses  favoráveis  e  contrários  em  jogo,  das  reais  vontades  políticas,  e  sem considerar  a  diversidade  do  “público‐alvo”  (os  possíveis  leitores  deste  grande  Diagnóstico)  que  seria envolvido em propostas possivelmente  inexeqüíveis para alguns deles, no mínimo não  seria uma “ação” adequada.  A  razão  principal  é  que,  num  esforço  de  síntese,  teríamos  que  entrelaçar  as  seguintes  e complexas dimensões: a capacidade de cada município em atuar no fomento ao turismo, nos investimentos de  sua  esfera  de  competência,  e  do  real  interesse  em  intervir  para  o  crescimento  do  setor;  os  graus diversos de cooperação com o governo estadual e federal, e a viabilidade de sua dinamização; as diversas formas  de  cooperação  com  o  governo  federal  e  seus  estágios  atuais;  a  capacidade  de  planejamento estratégico das entidades empresariais e representativas da comunidade local em seus vários segmentos; e os variados formatos dessa malha de interesses que poderão resultar em cooperações público‐privadas. 

Uma liderança nesses equacionamentos poderá, no entanto, ser exercida por duas das principais entidades do Terceiro Setor atuantes no Vale – PRESERVALE e CONCICLO – que vêm nos últimos anos alavancando a formação de parcerias para a implementação de projetos consistentes para a região.  

1. Estrutura municipal para apoio ao turismo 

As diferentes estruturas municipais disponíveis para o  fomento do  turismo podem  ser avaliadas, primeiro,  em  termos  de  sua  exclusividade  para  o  setor,  sob  a  forma  de  secretaria  ou  empresa pública. No caso da região, não há empresa pública de esfera municipal exclusiva para o setor de turismo. A maioria das Secretarias Municipais, se não sua  totalidade, agregam Turismo e Cultura, sendo que no  segundo  segmento  (cultura)  as  ações  são  voltadas essencialmente para o  apoio a shows e outros eventos populares e  tradicionais do Vale. Outros elementos podem ser avaliados, como a existência de recursos orçamentários e projetos previstos e/ou aprovados para a cultura e a preservação de patrimônio arquitetônico (além de emendas parlamentares), o percentual executado sobre o orçamento total do órgão gestor do turismo, a presença de servidores concursados ativos dedicados às atividades do setor, sua interação com outras pastas da gestão municipal. 

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Embora  as  intenções  dos  dirigentes municipais  sejam manifestamente  de  acordo  quanto  à necessidade de promoção do  turismo cultural no Vale do Café, e de mobilização dos agentes públicos e privados interessados, a dificuldade de elaboração autônoma e condução de projetos repercute  negativamente,  por  exemplo,  no  segmento  de  preservação  arquitetônica.  É  de  se notar  que  muitos  prédios  históricos  que  desabaram  ou  que  estão  em  estado  de  quase destruição pertencem a prefeituras  locais,  incapacitadas de captar e/ou destinar recursos para sua  recuperação, atualmente dependendo quase  sempre dos parcos  recursos oferecidos pelo IPHAN.  Nota‐se  também  a  necessidade  de  haver  mediadores  técnicos  para  a  elaboração, avaliação ou mesmo o aval de qualidade de projetos envolvendo restauro ou requalificação de prédios históricos. 

1. Cooperação  com  as  instâncias  públicas  estaduais  e  federais  e  grau  de  cooperação  público‐privada 

Seria  muito  útil  mensurar  os  eventuais  investimentos  recebidos  pela  região  por  parte  dos governos  estadual  e  federal  na  esfera  do  turismo  nos  seguintes  segmentos:  sistema  de informações do turismo; planejamento e gestão da regionalização; estruturação dos segmentos turísticos; estruturação da produção associada ao turismo; apoio ao desenvolvimento regional do turismo (PRODETUR); apoio à  infraestrutura turística; normatização do turismo; certificação do  turismo; qualificação profissional; promoção nacional do  turismo no Vale do Café; apoio à comercialização  nacional;  promoção  internacional  do  turismo  no  Vale  do  Café;  apoio  à comercialização  internacional; atração de  investimentos  recentes para a  cadeia  turística; e as diferentes modalidades de financiamento utilizadas pelo empreendedor do turismo na região.

Por último, o  grau de  cooperação público‐privada deverá  levar  em  consideração  a  existência recente e o potencial de  formatação de parcerias nas seguintes áreas:  incremento da  imagem do destino Vale do Café; a preservação de seus recursos históricos e culturais; as atividades de treinamento e educação para o turismo; as melhorias na segurança do destino; a proteção ao meio  ambiente;  a  padronização  de  qualidade;  o  marketing  eletrônico  e  de  distribuição;  a proteção  ao  consumidor;  as melhorias  na  infraestrutura  de  transporte  e  serviços  básicos;  a participação em feiras de turismo no âmbito nacional e no exterior; a participação conjunta da região em campanhas de marketing; o recurso ao financiamento de novos negócios turísticos; a redução  de  impostos  para  preservação  ambiental,  social  e  cultural;  a  provisão  de  suporte técnico  para  produtos  inovadores;  e  os  diferentes  projetos  sociais  de  mobilização  para atividades turísticas. 

Cooperação Regional 

1. Governança 

2. Planejamento e projetos de cooperação regional 

3. Roteirização 

4. Promoção e apoio à comercialização de forma integrada 

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A  designação  de  regiões  turísticas  proporciona  a  base  para  o  planejamento  regional.  São  as  seguintes características‐chave que autorizam nos chamarmos de região do Vale do Café: unidade geográfica lógica, existência de atrativos  turísticos  significativos, acesso ou possibilidade de provisão de acesso adequado, rede  de  transporte  interno,  existência  de  infraestrutura,  serviços  e  equipamentos  turísticos  ou possibilidade de seu aprimoramento, e administração passível de ser planejada e gerida. 

Nesse bloco, podemos propor uma ação concreta que seria a construção de quatro centros turísticos que funcionarão  como eixos e portões de entrada para as várias áreas da  região. No mínimo, permitirão ao setor público e ao empresariado concentrarem  facilidades e obterem economias de escala na orientação do visitante que já optou por conhecer o Vale. Os centros turísticos poderiam estar localizados: junto à Via Dutra  nas  três  principais  entradas  da  região,  que  são  o  acesso  aos  Municípios  de  Miguel  Pereira  e Vassouras, o acesso ao Vale pelo Município de Piraí e a entrada de Volta Redonda; e o quarto na estrada por Levy Gasparian/Paraibuna, junto à Rodovia BR‐040, que dá acesso ao Vale pela região de Rio das Flores e teria o Museu Rodoviário como principal parada. 

A  criação  desses  centros  turísticos  será  fundamental  para  o  planejamento  de  atrações  sob  os  aspectos “Conjunto  de  Atrativos”  ou  “Concentração  de  Atrativos”.  Os  benefícios  daí  advindos  são:  atrair  mais turistas para a área,  induzir permanência mais  longa do turista, agir em apoio de atrações principais, tais como as zonas rurais e seu patrimônio histórico, desviar turistas de áreas ambientalmente sensíveis e que só  podem  suportar  uso  de  baixa  densidade,  promover  economias  de  escala  em  termos  de  provisão de infraestrutura, e conter os impactos negativos e proporcionar maior facilidade de controle. 

No Brasil, a adoção do modelo de regionalização do turismo, sobretudo pelas  instâncias federais, exige novas posturas e novas estratégias na gestão das políticas públicas.  Isso gera mudanças de relacionamento entre as esferas  do  poder  público  e  a  sociedade  civil,  no  que  diz  respeito  à  negociação,  acordo,  planejamento  e organização social, além do entendimento da região, diferentemente da macrodivisão administrativa adotada no país  (norte, nordeste,  sudeste,  sul  e  centro‐oeste). Para o  sucesso desse modelo,  é necessário que haja cooperação e parceria dos diversos segmentos envolvidos, por exemplo: organizações da sociedade, instâncias de  governos,  empresários  e  trabalhadores,  instituições  de  ensino,  turistas  e  comunidade.  Esse  processo  de cooperação  entre  os  atores  permite  a  produção  de  alguns  resultados,  como  explicitado  no  Programa  de Regionalização do Turismo, sob a égide do Ministério do Turismo: dar qualidade ao produto turístico, diversificar a  oferta  turística,  estruturar  os  destinos  turísticos,  ampliar  e  qualificar  o mercado  de  trabalho,  aumentar  a inserção competitiva do produto turístico no mercado internacional, ampliar o consumo do produto turístico no mercado nacional, e aumentar a taxa de permanência e o gasto médio do turista. 

A  regionalização  como  conceito  orientador  de  ações  públicas  e  privadas,  deve  ser  entendida  como  a distribuição  de  um  espaço  geográfico  em  regiões  com  objetivos  diversos,  como  planejamento,  gestão, promoção e comercialização integrada e compartilhada da atividade turística. 

1.  Governança 

A definição da espécie de organização  responsável pela  coordenação das ações estratégicas para o turismo no Vale terá que ser  feita. Ou seja, os agentes sociais  interessados e aqueles que serão mobilizados deverão definir a forma de instância de governança regional, órgão ou fórum  estadual  de  turismo,  câmara  de  regionalização  ou  outras  formas  de  arranjos organizacionais.  É  desejável  a  participação  de  parceiros  e  atores  sociais  na  composição  da governança,  como  entidades  de  classe  (ABAV,  ABIH  etc.),  instituições  de  Ensino  Superior, representantes do Sistema S e gestores públicos de turismo. 

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Mas não basta criar uma nova instância, para, na seqüência, tornar‐se inoperante. A criação desse órgão  está  condicionada  à  existência  de  condições  adequadas  para  o  seu  funcionamento:  a contratação de um gestor executivo, a existência e manutenção de uma um estrutura física, e a disponibilidade de  recursos próprios, em plena garantia de continuidade para  todos os  tipos de suporte, como: passagens, despesas fixas, compras de equipamentos, materiais e financiamentos. 

2. Planejamento e projetos de cooperação regional 

A busca de  integração e  interação de diversos agentes  ligados  à  cadeia de  turismo no Vale implica  na  implantação  de  projetos  previamente  elaborados  em  torno  de  seus  interesses comuns. Para isso, é necessário o recurso financeiro para a própria elaboração de projetos de qualidade, de forma a não descaracterizar o patrimônio  incomensurável que pertence a essa região. A  identificação das  fontes existentes desses recursos seria tarefa de uma governança regional  do  planejamento  da  região  como  destino  turístico.  As  ações  que  ocorreram  no passado recente da região, tendo como objetivo mobilizar atores diversos para a importância da cooperação regional podem também subsidiar a definição desses novos projetos. 

3. Roteirização 

No Diagnóstico  “ROTEIRIZAÇÃO E  SELO DAS  FAZENDAS HISTÓRICAS”, os  roteiros  turísticos do Vale  foram  elaborados  de maneira  a  fornecer  aos  visitantes  uma  visão  ampla  e,  ao mesmo tempo, clara, do destino, segundo os padrões aceitos.  E a iniciativa poderia ser aprofundada por ações imediatas como, por exemplo: obter a credencial do Vale como destino turístico regional reconhecido e prioritário para o Ministério do Turismo e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, e reunir os possíveis  interessados numa ação cooperativa para oferecer os roteiros elaborados para a comercialização por agências e operadoras nacionais e internacionais. 

Em 2010, a região está recebendo a visita de técnicos da Fundação Getúlio Vargas, contratada pelo Ministério do Turismo para atualizar o Estudo de Competitividade (que norteou este trabalho). 

As  visitas  avaliam  as  possibilidades  de  o  Vale  do  Café  ser  classificado  como  indutor  do desenvolvimento  turístico  regional,  podendo  assim  passar  a  integrar  o  grupo  de municípios indutores, atualmente composto de 584 municípios de 65 regiões de destino de todo o país. 

4. Promoção e apoio à comercialização de forma integrada 

Quando em cooperação a nível regional, a promoção e a comercialização de produtos turísticos são realizadas de forma integrada, o resultado é, pelo menos, um aumento do fluxo de turistas. Nessa  dimensão,  uma  iniciativa  deverá  envolver  a  participação  conjunta  dos municípios  em eventos para comercialização e promoção em três níveis de abrangência: internacional, nacional e  regional.  Uma  maneira  de  equacionar  uma  ação  estratégica  nesse  nível  dependerá  da capacidade  e  dos  recursos  humanos  e  financeiros  disponíveis  para  o  gestor  executivo  da governança regional. 

Nessa dimensão as ações devem privilegiar as  relações alavancadas pela governança  regional com os operadores e agentes de turismo, sobretudo para a divulgação de roteiros utilizando os seguintes instrumentos: propaganda, publicidade, “merchandising” em folhetaria, realização de eventos,  ações  promocionais  para  públicos  específicos,  “famtours”  e  “press  trips”  para  os veículos de comunicação. Isso tudo exige recursos de toda ordem. 

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Vários  são  os  problemas,  mas  que  podem  ser  resumidos  principalmente  na  deficiência  de conhecimento  gerencial  dos  negócios  dessa  indústria  que  requer  integração,  coordenação  e cooperação.  Portanto,  justifica‐se  que,  além  de  ações  imediatamente  viáveis,  estudos  e levantamentos sejam feitos para detalhar e realçar as necessidades identificadas. 

O  turismo  no  espaço  rural  é  uma  modalidade  alternativa  que  surgiu  em  contraposição  ao turismo em massa. Ele  tem  sido visto  como a  solução para  regiões menos  favorecidas e, por isso, está sendo foco de muitos estudos e investidores. 

Em função dos variados problemas  levantados nesse amplo Projeto, acredita‐se que a questão essencial do turismo no espaço rural não só no Vale do Café, mas no mundo inteiro, é a falta de conhecimento,  tanto  por  parte  dos  agentes  públicos  e  segmentos  empresariais  da  cadeia turística  em  lidar  com  as  características  do  meio  rural,  quanto  dos  produtores  e empreendedores atuantes em  lidar com as características da  indústria de turismo. São  formas gerenciais diferentes e o momento atual talvez seja de ajuste e, por isso, existe uma deficiência de conceituações, delimitação do espaço entre turismo urbano e rural, administração e, por fim, a  frequente  desconfiança  de  que  o  turismo  possa  ser mesmo  uma  alternativa  viável  para  a região do Vale do Café.  

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IX ‐ INDICAÇÃO DE PROJETOS  

Aqui  tem  início  a  terceira  função  deste  relatório,  que  é  a  PROPOSIÇÃO  DE  PROJETOS  E  AÇÕES ESTRATÉGICAS  que  venham  a  qualificar  o  Destino  de  Turismo  Cultural  do  Vale  do  Café  de  modo consistente,  permitindo  a  consolidação  de  uma  alternativa  de  desenvolvimento  econômico  sustentável para a região. 

Inicialmente, vamos  indicar os  sítios históricos  relevantes que, de acordo com a Pesquisa de Campo das equipes  de  Arquitetura,  Museologia  e  Negócios,  receberam  sugestões  de  intervenção  visando  à  sua otimização e/ou recuperação para uso turístico e cultural.  

Destacamos o  fato de que a maioria destas propriedades é de natureza privada, cujos proprietários vêm investindo  recursos  próprios  em  sua  recuperação,  manutenção  e  abertura  ao  público,  em empreendimentos  caracteristicamente  de  cunho  familiar  e  que,  desta  maneira,  tornaram  possível  a redescoberta deste patrimônio pela sociedade fluminense, brasileira e  internacional, projetando o Vale, o Rio de Janeiro e o Brasil no âmbito dos circuitos turísticos diferenciados pelo mundo afora.   

Acreditamos que este esforço, que levou anos e consumiu volumes altos de capital privado, sem qualquer apoio significativo por parte de governos, seja em redução de impostos, assistência técnica, divulgação ou provisão de infra‐estrutura, mereça agora o reconhecimento e investimentos que venham a viabilizar a sua efetiva implantação como Destino Turístico e Cultural de qualidade internacional. O mais caro já foi feito – a  recuperação  física e a  interpretação deste patrimônio histórico de enorme  relevância e absolutamente único para o país. De fato, não há dinheiro no mundo que possa reconstruir essa história ou fabricar um legado  como  esse.  O  nosso maior  ativo  é  a  integridade  histórica  deste  patrimônio  vivo,  além  da  sua utilização pelas gerações presentes e futuras.  

Indicações de Projetos em Fazendas Históricas Privadas 

FAZENDA PONTE ALTA ‐ BARRA DO PIRAÍ 

 

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Diagnóstico da Equipe de Arquitetura: 

A  fazenda  foi parcialmente restaurada pelo arquiteto  Jorge Hue na década de 70. Sua atividade principal está direcionada para o Turismo Pedagógico com visitação escolar conduzida pelo gerente Roberto. É um belo conjunto, com roda d’água e terreiro de secagem de café com aproximadamente 5.000 m²  

Também são realizados eventos como sarau (musical e histórico) com caracterização da época, combinados com almoço ou  lanche,  festa  junina e baile  imperial. Recebe escolas do Rio e São Paulo,  tem projeto de visitação escolar combinada com outras fazendas representativas da região (Ponte Alta, Paiol, Vista Alegre, Flores do Paraíso e Taquara) e o centro histórico de Vassouras (10% dormem, 90% vêm e voltam no mesmo dia e a maioria é de São Paulo). 

A Fazenda Ponte Alta  tem hoje 12  (doze) quartos e a meta é  ter 20  (vinte) quartos. Precisa de obras no corpo da senzala e setores contínuos a este; a intenção é fazer um projeto ambicioso com a instalação de um bom cinema. 

Perfil: Turismo Cultural com hospedagem e vocação específica para visitação pedagógica. Houve uma tentativa de atrair a Petrobras, que passará um oleoduto pela fazenda. Necessita de empresa para obras de telhado. 

Diagnóstico da Equipe Museológica 

A Fazenda Ponte Alta oferece como parte do programa pedagógico e cultural um “Museu do Escravo” que necessita  urgentemente  de  orientação museográfica  para  a  exposição,  interpretação  e  conservação  do acervo. Embora de apelo cultural inegável, a coleção exposta apresenta pouca integridade e um tratamento conceitual equivocado. 

A fazenda carece de orientação técnica para as pretendidas obras na edificação das antigas senzalas. Seria de todo conveniente um plano que aliasse uma orientação para o restauro arquitetônico com uma criativa concepção museológica.  

 

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Diagnóstico de Negócios: 

A  Fazenda Ponte Alta  vem  consolidando‐se  como  caso de  sucesso há  vários anos,  tendo  criado o  Sarau Histórico que reconta a história do café com personagens vestidos a caráter.  

 

 

 

 

O  evento  interpretativo  já  atraiu mais  de  7.000  pessoas,  entre  turistas  e  público  escolar,  contribuindo significativamente para a qualificação do Turismo Cultural na região. 

Investir na melhoria de sua infra‐estrutura não é apenas ampliar as possibilidades do receptivo, mas, sobretudo, recuperar um dos últimos “quadriláteros funcionais” (terreiro/tulha/senzala) existentes no Brasil. 

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FAZENDA SÃO JOÃO DA PROSPERIDADE ‐ BARRA DO PIRAÍ  

A Fazenda São João da Prosperidade conserva sua planta original, sendo aberta apenas à visitação pública com  interpretação do patrimônio. A  “sinhá” Magide Breves Muniz  (proprietária  vestida  a  caráter  e que interpreta a personagem fundadora da fazenda no século XIX) recebe os visitantes em costumes de época, contando a história do Ciclo do Café. Faz também Turismo Pedagógico para escolas. 

 

A  fazenda  possui  40  (quarenta)  alqueires  e  está  situada  ao  largo  da  estrada  entre  Barra  do  Piraí  e Conservatória, o que beneficia a sua visitação já que é um corredor de passagem. Atualmente recebe entre 5.000 a 6.000 visitantes por ano com a possibilidade de almoço. 

É tombada pelo Município (já solicitaram o tombamento a nível estadual ao INEPAC por carta e não obtiveram sucesso). Recentemente  foi  reformada parte do  telhado  com  recursos próprios.  Foram  restauradas  as duas partes extremas a R$ 80 mil cada; o miolo está orçado em R$ 250 mil; usaram: bicas novas; capas antigas e madeira nova: maçaranduba. Não procurou informação técnica sobre como conduzir as obras e utilizou mão‐de‐obra local. O proprietário colocou a dificuldade de se obter recursos para a execução de obras e mencionou a possibilidade  de  propaganda  institucional  de  empresa  em  troca  de  apoio/patrocínio  de  empresa  que,  em contrapartida, teria direito a algum tipo de utilização do espaço. Ele possui outras fontes de renda, tais como: plantação de eucalipto e participação em uma empresa de mineração da região. 

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Diagnóstico de Negócios: 

Tem  idéia de  fazer  cinco a  seis casas no  terreno da  fazenda para  locação de  temporada ou de  finais de semana. A fazenda tem uma enorme área de terreiro com resto de construção em ruínas e muros de pedra, que poderia ser recuperada para hospitalidade.  

 

 

 

É um exemplo de empreendedorismo autodidata organizado, onde os proprietários foram criando fórmulas de vender atrativos ao público em geral.  

Ao final da visitação, no corredor de saída, há uma “loja” onde é possível a compra de produtos diversos, tais como: doces, cachaça etc. 

Perfil: Turismo Cultural com alimentação. 

Projeto: Recuperação do miolo do telhado e ampliação da capacidade do receptivo (recuperação da antiga Tulha). 

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FAZENDA DA TAQUARA ‐ BARRA DO PIRAÍ 

Única fazenda histórica que ainda produz café na região e pertence à mesma família há cinco gerações. 

Diagnóstico da Equipe de Arquitetura: 

Fazenda  localizada no  início da estrada que vai de Barra do Piraí para Valença (de fácil acesso, apesar de mal sinalizada). Abriga um acervo interessante e se mantém a partir da visitação de turistas (5.000 a 6.000 por ano). No momento, tem uma museóloga procedendo o inventário do mobiliário. O site está mal feito; o novo é melhor e entra em dezembro. Necessita de arrumação da área externa da entrada.  

Problema Emergencial: Telhado e forro.  

Perfil: Turismo Cultural com alimentação. 

Carece de apoio e orientação para melhorar o acesso, a sinalização, restauração e recuperação de diversas dependências do conjunto. 

Diagnóstico da Equipe Museológica: 

A Fazenda da Taquara tem a peculiaridade de um acervo mobiliário original e que se manteve íntegro por várias gerações. Os  filhos do proprietário dedicam‐se hoje à pesquisa e à  interpretação do patrimônio, o que se configura como uma grande conquista para a região, que viu seus jovens “fugirem” para os grandes centros por diversas décadas. 

Diagnóstico de Negócios: 

Tendo  em  vista  a  demanda  pelo  Turismo  Pedagógico,  seria  interessante  a  elaboração  de  um  Projeto Museográfico que  incorporasse a história do Ciclo do Café e dos personagens  fundadores num programa lúdico e educativo, chamado “Baús de Memória”. 

Projeto: Ampliação do atendimento ao Turismo Pedagógico e Projeto Museográfico “Baús de Memória”. 

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FAZENDA VISTA ALEGRE ‐ VALENÇA  

Possui a edificação que abrigou a primeira escola de alfabetização de crianças filhas de escravos no Brasil, prédio original tombado pelo INEPAC. 

Diagnóstico da Equipe de Arquitetura: 

A  casa  sede  encontra‐se  em  bom  estado  de  conservação,  bem  como  a  casa  conhecida  como  “Casa  da Música” (por ter funcionado como sede da banda de música da propriedade no século XIX), onde reside a filha dos proprietários. O prédio conhecido como “Tulha” é um exemplar quase original,  tendo  recebido apenas  intervenções  de  caráter  temporário  (alojamentos  para  funcionários)  e  recuperação  do engradamento  do  telhado.  Consta  em  documentação  primária  que  o  prédio  teria  sido  edificado  para abrigar a primeira “Escola de Ingênuos” da região, para alfabetização de filhos de escravos, em meados do século XIX. A intenção dos proprietários é a de restaurar o prédio para fazer um “Memorial da Educação de Ingênuos”, criando um Centro de Educação para o Patrimônio e adaptando a estrutura para seis suítes + auditório multiuso. No porão poderiam ser construídas oficinas. 

Problemas Emergenciais: Telhado sem forro e janelas pequenas descentradas. 

Empenho por encontrar projeto para obter recursos ou financiamentos. 

Diagnóstico da Equipe Museológica: 

Uma  fábrica de  laticínios de origem histórica do século XX está sendo reativada hoje pelos proprietários, em processo de fabricação de doces e geléias e outros produtos orgânicos. 

Um pavilhão anexo ‐ prédio original do século XIX, que foi especialmente construído, segundo documentos de época, para sediar a primeira “Escola de Ingênuos” do país, merece ser alvo de projeto específico para um “Memorial” à educação de escravos no Brasil. A Fazenda Vista Alegre tem uma excelente possibilidade de desenvolver,  como  sonham  seus proprietários, um  “Memorial da Educação dos  Ingênuos”  (filhos dos escravos nascidos  libertos) que pode  ser o núcleo de um Centro de  Educação  Patrimonial que  venha  a atender a professores, pesquisadores e pessoal envolvidos em museus e centros culturais da região. 

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Diagnóstico de Negócios: 

A recuperação do prédio da “Escola de Ingênuos” permitirá  que  a  região  ofereça  um  atrativo qualificado  ao  visitante,  além  de  abrir  a possibilidade  de  um  centro  de  formação  para profissionais  da  educação  no  âmbito  da preservação e do patrimônio. Estando associada a  uma  pequena  estrutura  de  produção  de alimentos  e  serviços  de  alimentação,  o  prédio recuperado  será  um  potencial  ponto  de realização de encontros, seminários e eventos. 

Projeto:  pesquisa  e  restauração  do  prédio  da escola  (tulha),  sala  de  exposição  permanente, adaptação  do  prédio  para  alojamento  (seis quartos  no  corpo  principal),  salão  multiuso (palestras e seminários) e biblioteca. 

FAZENDA FLORES DO PARAÍSO ‐ RIO DAS FLORES  

Fazenda‐monumento  do  Ciclo  do  Café  fluminense.  Prédio  riquíssimo  de  arquitetura  original,  engenho original,  tulhas e  terreiro de café. Fundada pelo Visconde do Rio Preto, grande benemérito de Valença e construtor do ramal rodoviário ligando Rio das Flores à estrada União‐Indústria para transporte do café. 

Diagnóstico da Equipe de Arquitetura: 

Fazenda  originalíssima  que  impressiona  pelo  bom  estado  de  conservação  e  integridade  dos materiais, apesar  da  idade.    Construção  de  1845/1853.  Interiores  bem  interessantes  com:  mobiliário,  quadros, gravuras,  pinturas  murais  e  lustres.  Conjunto  arquitetônico  interessante,  apesar  de  já  não  ter  as construções a esquerda da casa‐sede. 

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Possui “tulha” com um rico maquinário inglês de beneficiamento de café de porte, em excelente estado e com  um  trabalho  de marcenaria  bem  elaborado.  Necessita  de  obras  de  restauro,  tais  como:  telhado, beirais, drenagem etc. 

O proprietário executa obras de restauro dentro das possibilidades de recursos e pretende fazer melhorias, tais como: banheiros para visitantes do lado externo da casa‐sede. A fazenda recebe visitação previamente agendada. O proprietário tem receio do tombamento, pois acredita que este instrumento poderá lhe trazer impedimentos e restrições (desconhece os possíveis benefícios). Não obtivemos permissão para fotografar.  

Perfil:  Turismo  Cultural  de  alta  relevância.  Falta  estruturar melhor  as  atividades  executando melhorias, obras de restauro,  inclusive a retirada de construção na entrada da  fazenda  junto à estrada para Rio das Flores, que corta a perspectiva visual da fazenda. É sem dúvida um dos pontos altos do circuito de visitação. 

Destaque: A rodovia que dá acesso à Fazenda Flores do Paraíso é uma estrada que foi recentemente asfaltada (com destaque para o cenário natural formado pelo conjunto de vegetação, montanhas e o Rio Paraíba do Sul com suas corredeiras). Deve ser objeto de estudo para a preservação das qualidades naturais. 

Problemas  Emergenciais:  Tromp  l´oeil  descascando  (restauração  urgente),  Capela,  péssima  iluminação  e fenda na parte superior do cunhal. Ver possibilidade de apoio técnico. 

 

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Carece  de  apoio  e  orientação  na  definição  de  uso  para  um melhor  aproveitamento  econômico  futuro.  É necessária uma orientação técnica, especialmente quanto ao deslocamento de paredes no interior da capela. 

Diagnóstico da Equipe Museológica: 

A Fazenda Flores do Paraíso é o mais requintado palacete neoclássico rural do período cafeeiro, conservado em sua integridade física como um monumento histórico de grande relevância.  

A  preocupação  dos  proprietários  em  não  interferir  nos  prédios  resultou  em  um  estado  precário  de manutenção, deixando, por outro  lado,  toda a  sua beleza, originalidade e autenticidade à vista de olhos sempre maravilhados.  

Pela  raridade  do  patrimônio,  recomenda‐se  a  proteção  legal,  associada  a  projetos  de  restauro  e  de interpretação à altura de sua enorme importância. 

Diagnóstico de Negócios: 

Um projeto de Son et Lumière poderia atrair um número significativamente maior de visitantes sem expor a propriedade ao risco de um aumento de visitação interna, oferecendo, ao mesmo tempo, uma alternativa de entretenimento histórico altamente desejável para a região. 

Tendo em vista a importância do personagem fundador (Domingos Custódio Guimarães – Visconde do Rio Preto), o evento  interpretativo  (Son et Lumière)  teria grande apelo de público e  inestimável contribuição pedagógica. 

A confecção de uma maquete dinâmica exibindo o funcionamento do processo de  beneficiamento  do  café  será  um fator  de  atração  a  mais  e  será  bem acolhida pelo proprietário. 

Projeto:  Recuperação  da  capela, restauro  do  engenho  (maquete reproduzindo  o  seu  funcionamento), elaboração  de  projeto  para espetáculo  de  Son  et  Lumière, banheiros e ampliação do receptivo. 

 

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Indicação de Projetos em Propriedades Institucionais/ Públicas 

FAZENDA SANTO ANTÔNIO DO PAIOL ‐ VALENÇA  

Diagnóstico da Equipe de Arquitetura: 

Fazenda  administrada  pelos  monges.  Anexo  de  construção  recente  na  parte  de  trás  com  24  suítes destinadas a receber convidados da congregação. Em seu interior possui uma capela aberta à comunidade 

Na  parte  inferior,  está  exposto  um  acervo  interessante  de  peças  e  objetos  diversificados,  tais  como: charretes, mobiliário,  ferramentas,  objetos  de  farmácia  etc. No  térreo  da  casa,  estão  expostos:  louças, quadros,  mobiliário  etc.  Há  uma  biblioteca  que  merece  um  trabalho  aprofundado  de  higienização, catalogação etc. 

Casa de D Francisca doada para a Ordem (1969) 

Estado atual da construção ‐ o prédio encontra‐se em bom estado.  

Perfil: Turismo Cultural, exposição museológica e hospedagem (restrita). 

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Carece de um planejamento museográfico para estruturar o pequeno museu, os objetos dispersos e o acervo bibliográfico. Necessita  de  um  planejamento  econômico  para  estruturar  a  potencialidade  de  uma  pequena pousada, de uma orientação técnica para restauração e de uma reestruturação arquitetônica do conjunto. 

Diagnóstico da Equipe Museológica: 

Localizada a pouca distância de Valença, a Fazenda Santo Antônio do Paiol pertence a uma comunidade religiosa,  cujos membros  permanentes  participam  das  atividades  ligadas  ao  Turismo  Regional,  como  a Oficina promovida pelo PRESERVALE no âmbito deste projeto. 

Natureza do acervo: Mobiliário,  louça e fotografias,  livros e documentos raros. No porão há um chamado “Museu”,  coleção  de  frascos  de  farmácia,  de  objetos  de  uso  doméstico,  comuas,  charretes,  berços  e bicicletas. Entre os detalhes curiosos, está uma caixa contendo os ossos do antigo proprietário. 

Há  uma  biblioteca  com  livros  franceses,  UMA  RARA  COLEÇÃO  DE  PERIÓDICOS  DE  VALENÇA  e muitas revistas (mais recentes).  

Museografia:  

A Casa Grande da Fazenda do Paiol está em uso pelos padres, que  recebem para uma visita guiada. Há POUCA noção dos princípios de conservação e de museografia.  

O assunto  requer atenção e orientação  ‐ diversas peças do acervo documental precisam de  restauração urgente, bem como móveis e objetos do acervo original. A coleção de livros e documentos da biblioteca da fazenda já foram higienizados, catalogados e digitalizados num projeto anterior. Faltam livros, documentos, fotos, títulos e cartas de extrema relevância para a pesquisa e a divulgação da história do Ciclo do Café no Vale do Paraíba, no país e no mundo. 

Perfil: Turistas nacionais e escolares, com visitas agendadas.  

Gerência Institucional: Privada ‐ Religiosa 

Fortalezas e Oportunidades:  

O  grande  interesse dessa propriedade  é o  fato de que  sua história  secular  está  contada nas fotografias e nos quadros das paredes, representando os membros da família dos proprietários antigos.  O  acervo,  pertencente  à  família  Esteves  e  Pimentel,  permaneceu  na  propriedade através de todo o período, desde o início do século XIX, até sua doação, pela última herdeira, à Ordem Terceira da Divina Providência.  

Sendo uma propriedade que atravessou séculos nas mãos de uma mesma e importante família cafeeira,  a  singularidade  e  integridade  deste  acervo,  que  já  foi  objeto  da  ação  do  Instituto Preservale  ‐  catalogação,  classificação  e  digitalização  parcial  ‐  é  motivo  de  interesse  para pesquisadores  BRASILEIROS  E  ESTRANGEIROS,  fato  que  já  proporcionou  a  elaboração  de diversas  teses  acadêmicas  em  universidades  BRASILEIRAS  E  INTERNACIONAIS.  A melhoria  da infraestrutura  de  conservação  do  acervo  documental  e  mobiliário,  bem  como  de  acesso  à pesquisa, podem constituir‐se num projeto pioneiro de grande interesse cultural e turístico.  

Com um pouco de investimento na conservação e no arranjo dos ambientes é possível redobrar o atrativo deste lugar. 

O  subsolo ou porão alto,  com as peças  recolhidas, em mau estado, pode dar  suporte a uma instalação museográfica de bastante interesse. Todo o acervo pede cuidados e Intervenção. 

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Deficiências e Riscos: 

A  falta de  informação e  treinamento  sobre os cuidados básicos com uma coleção  faz com que o acervo encontre‐se em mau estado e sujeito a sérios fatores de risco, tais como: o sol sobre as fotos e pinturas e a poeira que se acumula sobre os objetos. O problema é o despreparo dos  religiosos para com o  fluxo de visitação e seu possível incremento, que causaria riscos ainda maiores ao acervo. 

A falta de recursos para a manutenção da propriedade faz com que a conservação e divulgação do acervo sejam prejudicadas, além de representar fator de risco real para a coleção.  

Sugestões e Comentários: 

O acervo da Fazenda Santo Antônio do Paiol, em Valença,  inclui não apenas mobiliário,  louças, pinturas e fotografias, como também uma biblioteca de livros raros do século XIX, em francês, e um  conjunto  de  documentos  arquivísticos,  que  se  encontra  sob  a  guarda  dos  religiosos (proprietários da casa). 

O acervo de objetos e de uma farmácia antiga necessita de identificação, catalogação, limpeza e restauração, podendo ser excelente fonte para as atividades educacionais.  

Diagnóstico de Negócios: 

A Fazenda Santo Antônio do Paiol dispõe de 24  suítes, utilizadas hoje como alojamento de  religiosos da Congregação.  Estas  instalações  já  foram  utilizadas  como  alojamento  de  estudantes,  em  condições precárias.  Se  reformadas, poderiam  funcionar  como pousada para o público de pesquisadores,  gerando recursos para a manutenção da propriedade e de seu acervo. 

FAZENDA SANTA MÔNICA – VALENÇA 

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Diagnóstico da Equipe de Arquitetura: 

A Fazenda Santa Mônica está situada na  rodovia estadual RJ 115, entre Vassouras e  Juparanã, com área total de 1.600 ha, sendo que destes, 800 ha correspondem a uma unidade de conservação (Parque Estadual da Serra da Concórdia) em convênio com o INEA. O terreno tem 6 km de margem no Rio Paraíba. 

Foi adquirida por D. João VI e os dois  imperadores  lá dormiram. Duque Caxias morreu em sua sede e era sogro do Barão de Santa Mônica. 

Pertence à EMBRAPA que ali desenvolve alguns projetos científicos, tais como: gado de leite experimental, para o qual mantém rebanho de gado com 1.000 cabeças para pesquisa científica, além de uma experiência com café sombreado, em baixo do bananal e convivência com seringueiras  ‐ patrocínio da Michelin (café sombreado=café gourmet). 

A EMBRAPA utiliza construções da década de 40 que estão à montante da casa‐sede (como escritórios). A casa‐sede da Fazenda Santa Mônica está desocupada e em processo de obras emergenciais aprovadas pelo IPHAN e  feitas com recursos da Lei Rouanet  (patrocinador – Petrobras e Banco Fator, que gere  fundo de pensão da  EMBRAPA),  faltando  a  captação de  recursos na ordem de R$ 500.000,00 para o  restante de obras desta etapa. A casa‐sede impressiona pelo porte (3.000 m² de construção em dois pavimentos). São aproximadamente  90  ambientes  de  tamanhos  diversos, mas  não  possui  nada  de  interessante  em  seu interior (é tombada pelo IPHAN). 

A  ideia da EMBRAPA é  implementar uma “POUSADA‐ESCOLA” objetivando a formação profissional e uma loja para venda de produtos da EMBRAPA, tais como: arroz negro, café orgânico etc. (com a divulgação dos trabalhos desenvolvidos pela instituição e a recepção de estudantes e cientistas). No Programa “POUSADA‐ESCOLA”, poderiam ser parceiros da EMBRAPA: o INEA, a EMATER e a Universidade Rural.

Criar um Centro de Treinamento voltado para a qualificação da mão de obra regional 

Já tem projeto arquitetônico e de captação pela CEP28. 

É  o  maior  desafio  encontrado.  Necessita  de  um  planejamento  completo  (arquitetônico,  urbanístico, museológico e econômico) conectado com as atividades fundamentais da EMBRAPA de pesquisa e ensino. 

Diagnóstico da Equipe Museológica: 

Sugestões e Comentários: 

A Fazenda Santa Mônica pertence à EMBRAPA e abriga hoje em suas matas o Parque Estadual Natural da Concórdia. É um centro de pesquisa agropecuária e dispõe de uma sede de enormes proporções. A  dificuldade  para  sua manutenção  e  uso  tem  protelado  a  implantação  de  uma atividade sistemática e sustentável.  

Por suas características únicas  ‐ sede monumental com mais de 3.000 m² de área construída, cercada por abundantes áreas verdes e em meio à um parque natural, no centro geográfico do Vale do Café, bem servida por estradas pavimentadas e transporte público, às margens do Rio Paraíba do  Sul,  além de  ser prédio  tombado pelo  IPHAN  e de  propriedade  de uma  empresa pública a fazenda poderá contemplar a possibilidade de abrigar um projeto de uso múltiplo de gestão compartilhada, voltado para a região. 

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Em virtude da expansão da atividade do Turismo Cultural como vocação regional, seria desejável e necessário um Centro de Qualificação Profissional para a região com o compartilhamento do espaço entre várias entidades: o Ministério do Exército (por ser o local de falecimento do Duque de Caxias), a Embrapa (com auditório e  instalações para cursos e treinamento), uma Escola de Turismo Rural (nos moldes de um Centro Vocacional) e um Memorial/Museu/Parque do Café. 

A  Fazenda  Santa Mônica  sedia,  em  suas matas,  o  Parque  Natural  da  Serra  da  Concórdia  e poderia ser a sede administrativa do “PARQUE CULTURAL E FLUVIAL DO VALE DO PARAÍBA”. 

Diagnóstico de Negócios: 

Existe uma forte demanda por ações de capacitação técnica e profissional para atender às necessidades de crescimento  do  Turismo  Rural  e  Cultural  da  região,  conforme  identificado  na  Pesquisa  Especial  deste Projeto. Os cursos eventualmente promovidos por entidades como SEBRAE, SENAC, SENAI, SESI e SENAR padecem  de  falta  de  continuidade.  A  sua  divulgação  tem  pequeno  alcance  e,  muitas  vezes,  numa determinada comunidade, não se consegue  formar  turmas ou o curso tem pouca resposta por parte dos alunos. A  ideia de um “Centro Regional de Qualificação” poderia suprir estas deficiências com uma oferta regular de cursos em um local de fácil acesso para todos os municípios e com uma divulgação beneficiada pela concentração dos interesses e parceiros. 

Há  também um projeto de criação de um “PARQUE NACIONAL DO CAFÉ NA FAZENDA SANTA MÔNICA”, que vem sendo formulado por consultores do SEBRAE‐RJ. A ideia é atraente, embora de execução custosa, complexa  e  de  manutenção  caríssima.  Um  parque  nestes  moldes,  criado  na  Colômbia,  conta  lá  com vantagens  com  as  quais  não  contamos  no  Brasil:  uma  indústria  do  café  altamente  motivada  e comprometida com a divulgação do produto e do país.  

 

Consideramos  que  um  “Centro  Regional  de  Qualificação”,  que  teria  sua  implantação  rateada  entre  os diversos patrocinadores, além de viabilizar‐se através de cursos e eventos para um público pagante (alunos, hoteleiros e empreendedores que  já demonstraram na Pesquisa Especial  integrante deste Relatório estar dispostos  a  custear despesas de  treinamento de mão‐de‐obra),  teria  também os  custos de manutenção distribuídos em um condomínio de usuários, facilitando o rateio de despesas.  

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Dentre as atividades propostas para a Fazenda Santa Mônica, encontra‐se também a visitação guiada, a realização de eventos interpretativos (saraus, bailes e eventos de cultura regional), palestras, seminários e a hotelaria. 

Este projeto não se incompatibiliza, contudo, com o “PROJETO DO PARQUE DO CAFÉ”, que poderia ter sua elaboração  e  estudo  de  viabilidade  desenvolvido  até  sua  completa  formulação,  enquanto  a  sede  da Fazenda Santa Mônica viria sendo recuperada e utilizada pelo “Centro de Qualificação”. 

Projeto:  Instalação do “Centro Regional de Qualificação Profissional do Vale do Café”  (escola de  turismo rural e cultural) e do “Parque do Café”. 

Indicação de Projetos Urbanísticos 

1.  Distrito de Barão de Juparanã ‐ Valença 

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE JUPARANà

Diagnóstico da Equipe Museológica: 

Sugestões e Comentários: 

O mau  estado  de  conservação  do  belo  edifício  da  Estação  de  Juparanã  requer  intervenção urgente por parte das autoridades  responsáveis. A manifestação pública  registrada na  faixa é um saudável indício de que a população valoriza o edifício e sabe fazer valer suas reivindicações. O prédio  foi  registrado neste diagnóstico como possibilidade de espaço a  ser musealizado ou como espaço de convivência para a comunidade de Juparanã.  

O  fato de a  linha  férrea ainda estar em uso pela concessionária MRS ensejaria um projeto de reativação de um circuito turístico entre as estações de Barão de Juparanã, Barão de Vassouras e Sebastião de Lacerda, ao longo das margens do Rio Paraíba, dinamizando a integração turística entre os Municípios de Rio das Flores, Valença e Vassouras. 

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O Distrito de Barão de  Juparanã, em Valença, caracteriza‐se por uma expressiva presença do patrimônio histórico  construído  no  século  XIX  pela  família  do  Visconde  de  Baependí  e  de  seus  filhos,  o  Barão  de Juparanã  e  o  Barão  de  Santa Mônica.  A  Fazenda  Santa Mônica,  situada  em  Juparanã,  tema  da  nossa INDICAÇÃO DE PROJETO, poderá ser o primeiro e maior projeto de revitalização de Barão de Juparanã, pois se encontra na vizinhança de três outros importantes prédios do período:  

1. A Igreja de N. S. do Patrocínio, fundada em 1860, que necessita de reformas urgentes; 

2. O Palacete Monte Cylene, originalmente de propriedade do Duque de Caxias, é um belíssimo exemplar  de  neoclássico  rural  onde  hoje  funciona  uma  Clínica  de Dependentes Químicos  do Estado do Rio de Janeiro. Infelizmente, está fechada à visitação pública, deixando de cumprir um papel essencial na revitalização cultural e econômica da região. Uma vez que a propriedade foi construída para hospedar a Princesa Isabel e depois doada pela Baronesa de Santa Mônica para a criação de uma escola agrícola para meninos órfãos em 1886, possa ter um destino cultural e turístico  que  socialize  a  importância  de  sua  significação  patrimonial,  sendo  utilizada  para finalidades de uso social da comunidade do Vale e de seus visitantes. Sugerimos às autoridades de  saúde  do  Estado  uma  reflexão  sobre  a  possibilidade  de  transferência  da  unidade  de reabilitação para um local mais adequado, sem prejuízo do atendimento às pessoas portadoras de  dependência  química,  que  devolva  à  região  uma  estrutura  que  pode  representar  um elemento fundamental na requalificação urbana de Juparanã; 

3. A  Estação  de  Juparanã  é  uma  verdadeira  jóia  do  patrimônio  ferroviário  brasileiro.  Já  foi autorizada  a  verba  do  PRODETUR  para  sua  renovação. Não  foi,  contudo,  iniciada  a  obra  em virtude de ajustes exigidos pelo  IPHAN, proprietário  legal do  imóvel, no projeto arquitetônico inicialmente apresentado. A existência de tráfego ferroviário intenso junto à estação faz crer na possibilidade  de  a  concessionária  (MRS),  eventualmente,  interessar‐se  pela  reativação  dos vagões de passageiros com finalidade turística e cultural, que fariam um circuito intermunicipal: Barão de Vassouras (Vassouras) / Santa Mônica – Parque da Concórdia (Valença)/ Sebastião de Lacerda (Rio das Flores). 

Este conjunto patrimonial tem grande relevância histórica e arquitetônica, revelando em seu arranjo e suas facetas  a  pujança  e  a  grandiosidade  do  período  cafeeiro.  Este  conjunto  urbanístico  e  social  deverá  ser objeto de um conjunto de projetos e ações de recuperação, revitalização e, sobretudo, de requalificação de seus usos sociais. O atrativo turístico, educativo e cultural que estes quatro prédios renovados e postos a desfrute social poderão representar é enorme e a sinergia entre os projetos possíveis é igualmente grande.  

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2.  Distrito de Conservatória ‐ Valença 

 

  

Diagnóstico da Equipe de Arquitetura: 

Sugestões para um possível projeto: 

Em 21 de outubro do ano passado, o Governo Estadual sancionou a Lei 5.564 que cria o Pólo Cultural, Histórico e Turístico de Conservatória, no Município de Valença ‐ RJ. 

O artigo 2º desta lei estabelece que o Poder Executivo Estadual, com ações independentes e/ou através de convênio com o Poder Executivo Municipal, incentivará a promoção do local, visando: 

I ‐  A catalogação e a recuperação do patrimônio cultural existente, no que se refere aos bens materiais; Esse item caberia ao INEPAC, que poderia receber o apoio de um patrocinador, como a Light fez para   o levantamento das fazendas. 

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II ‐ A recuperação e a conservação do patrimônio material existente; 

III  ‐  O  ordenamento  público,  a melhoria  dos  serviços  de  saneamento  básico,  sinalização  viária,  da iluminação pública da região e do pólo; 

 

Esses dois itens devem estar obrigatoriamente articulados.  

Deveríamos propor um projeto consistente incluindo: 

A)  Levantamento do acervo construído; 

B)  Elaboração de critérios para recuperação e conservação do patrimônio; 

C)  Implantação  do  Projeto  “Cores  Conservatória”  articulando  os  poderes  públicos  (estadual  e municipal), os proprietários, fontes de recursos públicos e de patrocinadores, (como empresas de tintas e materiais), é a conclusão de nossa Coordenação da Equipe de Arquitetura do projeto e proposta técnica‐arquitetônica‐urbanística; 

D) Projeto urbanístico  incluindo ordenação  viária, pavimentação de  vias e  calçadas,  saneamento básico, iluminação pública, paisagismo e sinalização viária. 

IV ‐ Formação e capacitação de mão‐de‐obra local visando uma constante melhoria dos serviços locais; 

V ‐ Melhoria dos serviços de telefonia móvel e fixa; 

VI ‐ A defesa do meio ambiente, considerando como tal: o reflorestamento, a proteção das margens dos mananciais, o controle de qualidade do ar e da água; 

VII  ‐  Elaboração,  em  conjunto  com  a  comunidade  local,  de  um  calendário  de  eventos  que  tenha incentivo do poder público; 

VIII ‐ Divulgação dos eventos locais. 

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Parques Naturais 

PARQUE ARQUEOLÓGICO E AMBIENTAL DE SÃO JOÃO MARCOS – RIO CLARO  

 

Localização: às margens da Estrada Rio Claro – Mangaratiba; 

Natureza do acervo: ruínas arqueológicas da cidade antiga de São João Marcos; 

Conservação: em fase de implantação para abertura à visitação; 

Gestão: Instituto Cultural Light; 

Público: ainda não definido (preferencialmente Escolares e Pesquisadores); 

Fortalezas e Oportunidades/Sugestões e Comentários: 

A  partir  de  Junho  de  2010,  estará  em  funcionamento  o  Parque Arqueológico  e Ambiental  de  São  João Marcos, situado na altura do km 20 da rodovia estadual RJ ‐149, entre Rio Claro e Mangaratiba. O Parque, com área total de 930 mil km², situa‐se às margens da Represa de Ribeirão das Lajes e da antiga Estrada Imperial, que  ligava Mangaratiba a Minas Gerais. Numa histórica decisão, a LIGHT reverteu o processo de esquecimento  e,  através  de  um  projeto,  integrado  envolvendo  arqueologia,  pesquisa  histórica, museografia,  arquitetura  e paisagismo, entre outras  atividades,  recuperou  a memória da  cidade de  São João Marcos. A  infraestrutura  implantada  permitirá  a  visitação  das  estruturas  remanescentes  da  antiga cidade.  Fará  parte  do  “Centro  de Memória”  uma  exposição  sobre  sua  história  com  a  apresentação  de maquete reproduzindo integralmente seu núcleo urbano.  

São João Marcos foi tombada pelo INEPAC em 1990 e os trabalhos executados receberam a chancela deste órgão e do IPHAN.   

Além da área de apoio com banheiros, cafeteria e o “Centro de Memória” com a exposição, também está sendo  construída  a  “Reserva  Técnica”,  que  abrigará  todos  os  achados  arqueológicos  e  será  dotada  de recursos materiais e  tecnológicos para a higienização,  catalogação e pesquisa, bem  como um anfiteatro com capacidade para 150 pessoas. 

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Um Parque natural e cultural único no país, revelando uma cidade ícone da pujança dos Ciclos do Ouro e do Café, que desapareceu do mapa; possibilidade de explorar o tema do conflito preservação x progresso, com a  construção  de  usinas  hidroelétricas;  um  Centro  de  Interpretação,Reserva  Técnica  do  Material Arqueológico e  infraestrutura de apoio ao visitante. As possibilidades de  interpretação do patrimônio são riquíssimas e um projeto específico para atender o público‐alvo deverá ser elaborado, proporcionando uma experiência  única  e  constituindo‐se  num  pólo  atrativo  e  de  forte  apelo  para  visitantes  nacionais  e internacionais. 

Pela sua localização e importância histórica como ponto estratégico para a passagem da produção de café de todo o Vale do Paraiba para o porto de Mangaratiba, o PARQUE ARQUEOLÓGICO E AMBIENTAL DE SÃO JOÃO MARCOS contribuirá para as atividades turísticas, culturais e educacionais da região, servindo como um ponto de interesse que contará um pouco da história e da riqueza da região. 

Dificuldades e Riscos: 

A distância até às ruínas de São João Marcos é uma dificuldade do sítio que deve ser resolvida com o uso de “vans” para  levar os visitantes até o  início do roteiro a ser percorrido. O Parque  já consta da Roteirização produzida pelo Instituto PRESERVALE (Piraí/Barra Mansa/Volta Redonda). A necessidade de abrigo contra o sol e a chuva se impõe. 

 

 

A programação do Parque deverá tirar partido da história e dos personagens da cidade, usando para  isso métodos de interpretação viva, som e luz e recursos teatrais com monitores treinados. 

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SANTUÁRIO DA VIDA SILVESTRE DA SERRA DA CONCÓRDIA – RESERVA PARTICULAR LEGAL   

Fortalezas e Oportunidades: 

O  Santuário  da  Vida  Silvestre  da  Serra  da  Concórdia  é  um  projeto  experimental  desenvolvido  pelo proprietário da  área, no qual  se pode observar o plantio de mudas de  espécimes  florestais  em  vias de desaparecimento,  como  o  palmito  Pupunha,  e  percorrer  trilhas  de  turismo  ecológico.  A  educação ambiental é o foco Principal do Santuário. 

O  local  recebe  um  fluxo  grande  de  visitantes  da  comunidade  regional,  bem  como  de  turistas  e pesquisadores internacionais, motivados pela diversidade da flora e fauna presentes em abundância. 

As ruínas de uma antiga Fazenda de Café, abraçadas pela Mata Atlântica,  fazem do  local um  testamento vivo da história do Ciclo do Café. As trilhas do Santuário se comunicam com as do Parque Estadual da Serra da Concórdia. 

 

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Dificuldades e Riscos:  

O Santuário está aberto a investimentos em sua manutenção e renovação das instalações e abrigos para os visitantes e pesquisadores. A dificuldade com os custos de manutenção é a maior preocupação. 

PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA CONCÓRDIA ‐ VALENÇA  

O Parque Estadual da Serra da Concórdia, criado em 2002 pelo Decreto Estadual nº 32.577, está inserido no Bioma  da Mata Atlântica  e  pertence  à Reserva  da Biosfera. O  Parque  possui  804,41  hectares,  está  sob gestão do INEA e possui Conselho Gestor. 

Atualmente  é muito  difícil  encontrar  informações  sobre  as  atividades  do  Parque,  bem  como  não  está aberto à visitação pública. Não há estradas de acesso, não foi divulgada folhetaria institucional a respeito e não existe canal de contato ao público para agendamento de visitas. 

Uma pena, pois sendo o maciço  florestal de maior biodiversidade da região e  fazendo divisa de sua área com outras  duas  áreas de preservação  ambiental  (o  Parque Municipal do Açude  e o  Santuário de Vida Silvestre), este poderia ser o grande Pólo de Pesquisa, Educação Ambiental e de Ecoturismo da Região do Vale do Café. 

‐ Projeto: Divulgação do Plano de Manejo; Abertura e Sinalização de Trilhas Ecológicas; Treinamento de Monitores Ambientais. 

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PARQUE MUNICIPAL NATUR AL DO AÇUDE DA CONCÓRDIA 

Área próxima e interligada por trilhas silvestres ao Parque Estadual da Serra da Concórdia e ao Santuário de Vida  Silvestre,  o  Parque  Municipal  é  gerido  pela  entidade  ambientalista  AMA  Valença  e  possui equipamento  de  uso  em  boas  condições  (banheiros,  chuveiros,  churrasqueira,  bar,  área de  piquenique, trilhas sinalizadas, área para camping).  

O problema do Parque Municipal é a estrada de acesso, muito  íngreme e com calçamento precário. Local ideal para cavalgadas, caminhadas, camping e observação da vida silvestre. 

‐ Projeto: Melhoria do Acesso, sinalização, divulgação. 

Propostas Inovadoras  

FESTIVAL VALE DO CAFÉ  

O  Festival  Vale  do  Café  teve  sua  primeira edição em  Julho de 2002, quando a primeira harpista da Orquestra Sinfônica Brasileira e o violonista  Turíbio  Santos,  inspirados  pela natureza e pela história do Vale,  resolveram promover  concertos  de  música  nas  antigas Fazendas de Café de Vassouras. A  ideia deu muito certo e o evento cresceu, derramando‐se  pelos  outros  municípios,  pelas  praças  e igrejas,  ganhando  um  lugar  no  coração  da região.  Em  2006,  a  empresa  Backstage assumiu  a  produção  executiva  do  evento, dando  contornos  mais  profissionais  e ampliando o seu alcance regional. 

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O  Festival  Vale  do  Café  representa  atualmente  o ponto  alto  da  programação  cultural  do  calendário anual da região, atraindo um público qualificado e de alto nível, além de permitir a formação de platéias na população  local. O Festival oferece também cerca de 400 bolsas para músicos jovens e adultos de todas as partes do país, que têm a oportunidade de estudar e também de interagir com grandes instrumentistas da atualidade.  

 

FESTIVAL CINEMÚSICA 

O Festival CineMúsica, já em sua quarta edição, consolida a vocação turística, artística e musical da região, com destaque para Conservatória. Pautado nos  temas Cinema e Música, elege um estilo de áudio‐visual que se caracteriza pela ênfase em filmes que versam sobre música, músicos, personagens ligados à história musical brasileira e homenageia, com  isso, a tradição artística típica de Conservatória, atraindo, contudo, um público diferenciado, contemporâneo, jovem e proveniente de diversas regiões brasileiras.  

Como  iniciativa  que  impacta  toda  a  região,  por  gerar  negócios,  hospedagem,  alimentação,  shopping  e entretenimento para os municípios do entorno, o Festival CineMúsica escapa à influência meramente local (Valença/Conservatória), impactando positivamente toda a região.  

PÓLO AUDIOVISUAL DO VALE DO CAFÉ 

 

A  ideia de criar um Pólo Audiovisual na  região do Vale do Café surgiu a partir da constatação de que a região, que já vem  sendo  utilizada  para  locações  desde  os  anos  70,  em novelas,  filmes,  minisséries  e  curtas‐metragens,  possa beneficiar‐se  desta  vocação  natural  de  modo empreendedor,  sustentável  e  com  benefícios  residuais para  a  região  e  a  população  local.  Não  apenas  como cenário para produções diversas, mas também levando em conta  a possibilidade de  enredos que possam  trabalhar  a temática  histórica  da  região,  tão  rica  e  pouco  explorada, trazendo,  além  dos  resultados  de  desenvolvimento econômico  esperados  –  geração  de  postos  de  trabalho, incremento  do  comércio  e  dos  serviços,  qualificação  de mão‐de‐obra  etc.  –  mas  também  um  aumento  da  auto‐estima  e  do  conhecimento da memória das  comunidades deste Vale, que foi um dos marcos da história brasileira.  

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A cidade de Barra do Piraí saiu na frente, lançando as bases para a criação de uma Film Commission, bem como deu início a um processo de apoio a produções no município, como o filme “Contos do Machado” de Jom Tob Azulay, além de criar, com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, um programa de formação de jovens cineastas.  

Pela  sinergia  que  a  produção  audiovisual  tem  com  o  Turismo  e  a  Cultura,  sugerimos  a  ampliação  da iniciativa para que assuma um caráter regional,  incorporando vocações dos municípios vizinhos, desde as locações até as tradições técnicas, artesanais e artísticas que,  integrando um Pólo Audiovisual do Vale do Café, trará, seguramente, maior dinamismo e visibilidade à região. 

O momento é oportuno para que os municípios se beneficiem do Programa de Acordo de Cooperação com os Municípios do Interior, bem como do acordo de cooperação técnica entre a Rio Film Commission, a Rio Convention & Visitors Bureau e a Federação dos Convention & Visitors Bureau.  

A  Secretaria  de  Estado  de  Cultura,  através  da  Filme Rio  ‐ Rio  Film  Commission,  apoiará municípios  que atuem no  fomento e suporte de atividades audiovisuais. A SEC oferecerá cursos gratuitos para capacitar mão‐de‐obra para exercer o papel de facilitador dos processos de filmagem e atuará como incentivadora e promotora  dos municípios  do  interior  que  assinarem  o  acordo  de  cooperação.  E mais:  promoverá  os municípios conveniados em feiras e festivais de cinema do mundo inteiro.  

O  acordo  de  cooperação  técnica  entre  a  RFC,  a  Rio  Convention  &  Visitors  Bureau  e  a  Federação  dos Convention  &  Visitors  Bureau  tem  como  objetivo  o  desenvolvimento  de  iniciativas  conjuntas  para  o fortalecimento  da  imagem  do  Estado  do  Rio  de  Janeiro  como  cenário  para  produções  audiovisuais;  a formação  de  parcerias  em  eventos  e  festivais  internacionais;  a  troca  de  informações  entre  o  setor audiovisual,  o  turismo  e  outros  setores  de  infra‐estrutura;  e  a  criação  de  programas  de  incentivo  ao desenvolvimento do Audiovisual e do turismo no interior do Estado. 

CAFÉ, CACHAÇA E CHORINHO 

Evento  que  já  se  encontra  em  sua  sexta  edição,  o  “Café, Cachaça e Chorinho” tem a característica de ser um evento de cunho  popular,  artístico  e  social,  que  engloba  programação diversificada,  elaborada  e  realizada  pelos  municípios,  e  que reúne a “prata da casa” de modo festivo, dinâmico e de forte apelo  turístico.  O  Café,  Cachaça  e  Chorinho,  concebido  e realizado pelo CONCICLO – Conselho de Turismo da Região do Vale do Ciclo do Café – vem conquistando público e imprensa a cada  ano,  consagrando‐se  como  evento  de  destaque  do calendário dos 13 municípios da região. 

O “Parque Cultural do Vale do Paraíba do Sul” 

O Conceito  

Um Parque Cultural é constituído por um território que contêm elementos relevantes do patrimônio cultural, integrados  em  um marco  físico  de  valor  paisagístico  e/ou  ecológico  singular,  que  gozará  de  promoção  e proteção global em seu conjunto, com especiais medidas de proteção para estes elementos relevantes. 

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O conceito de “Parque Cultural” é definido pela Lei 12/1997, de 3 de dezembro daquele ano, elaborada e decretada pelas autoridades da Comunidade Autônoma de Aragón, na Espanha. 

Sua  aplicação  tem  sido  a  diretriz  de  inúmeros  Parques  Culturais  implantados  desde  então naquele país, com o aplauso da Comunidade Européia e o apoio de seus inúmeros programas de fomento ao desenvolvimento. 

Os “Patrimônios” 

Um parque cultural é um espaço singular de integração dos diversos tipos de patrimônio, tanto material, móvel e imóvel, como imaterial, 

Como patrimônios materiais se incluem: o histórico, o artístico, o arquitetônico, o arqueológico, o antropológico, o paleontológico,  

o etnológico, o museológico, o paisagístico, o geológico, 

o industrial, o agrícola e  

o artesanal. 

Como Patrimônio imaterial se considera o linguístico, o gastronômico, as tradições, as festas e vestimentas, e a ação cultural autóctone ou externa. Todas estas categorias se enquadram nas definições da UNESCO. 

Políticas e Ações 

No espaço de um Parque Cultural, as  atuações das diferentes administrações e entidades  se orientarão para a proteção e a  restauração do patrimônio, a ação cultural, o desenvolvimento  rural sustentável e o equilíbrio territorial. 

Em um Parque Cultural, as políticas territoriais deverão coordenar‐se com as setoriais, especialmente as de patrimônio  cultural  e  natural,  o  fomento  da  atividade  econômica,  o  Turismo Rural,  as  infraestruturas  e equipamentos. 

O Objetivo dos Parques Culturais  

Os Parques Culturais tem como objetivos:  

a)  Proteger,  conservar  e  difundir  o  patrimônio  cultural  e  natural,  sem  prejuízo  das  normativas  e sistemas de gestão relativos à proteção dos espaços naturais protegidos; 

b)  Estimular o conhecimento do público, promovendo a  informação e a difusão cultural e  turística dos valores patrimoniais e o máximo desenvolvimento das atividades culturais, tanto autóctones como de iniciativa externa. 

c)  Desenvolver  atividades  pedagógicas  sobre  o  patrimônio  cultural  com  escolares,  associações  e  o público em geral, promovendo também a investigação científica e a divulgação de seus resultados; 

d)  Contribuir  com  o  ordenamento  do  território,  corrigindo  desequilíbrios  socioeconômicos  e promovendo uma adequada distribuição dos usos do solo compatível com o conceito diretor do Parque; 

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e)  Fomentar  o  desenvolvimento  rural  sustentável, melhorando  o  nível  e  a  qualidade  de  vida  das áreas afetadas, com especial atenção aos usos e aproveitamentos tradicionais. 

 

 

Um “Parque Fluvial” 

O  lastimável estado em que  se encontra o Museu Rodoviário de Paraibuna chama a atenção para outro personagem: o RIO PARAÍBA DO SUL, cujas águas foram um dia vasculhadas pelo personagem acima, um velho escafandro abandonado. 

Este  fato  nos  leva  à  constatação  da  necessidade  de  se  lançar  a  proposta  de  um  “PARQUE  FLUVIAL DO PARAÍBA DO SUL”, que enfoque, promova e empreenda ações de proteção e preservação do Rio Paraíba, como eixo estrutural e estruturante de toda a região objeto deste DIAGNÓSTICO. 

Para além do Paraíba 

O chamado “Vale do Café” é hoje uma miragem de um passado glorioso, e a ausência do café, “in natura”, é  motivo  de  surpresa  e  desagrado  para  os  turistas  desavisados.  Propaganda  enganosa?  Poucas propriedades possuem uma pequena produção do grão, para venda e  serviço aos clientes. Não  se pode fazer voltar a máquina do  tempo. Mas, é possível dar mais voltas na manivela que aciona a energia do tempo  presente  e  buscar  outros  “grãos  de  felicidade”,  mesmo  que  menos  “líquidos  e  certeiros”.  Os projetos de revitalização da região do Vale do Paraíba passam pelo filtro de novas idéias, novas iniciativas, novos modos de fazer e novas atrações. 

 

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O Fator Estruturante 

O velho Rio Paraíba do Sul e seus afluentes, o Rio Preto, o Rio das Flores e o  Paraibuna,  e toda uma bacia hidrográfica que determina a região enfocada neste projeto é sem dúvida o FATOR ESTRUTURANTE desse território, desde muitos séculos. Se hoje o percurso  fluvial está desativado,  foi no passado uma via mais importante do que os caminhos e trilhas, ao longo de suas margens. Resgatar a importância e a força desta rede  fluvial é uma primeira AÇÃO ESTRATÉGICA a ser empreendida, a partir de estudos e  iniciativas que possam levar à criação do “PARQUE FLUVIAL DO PARAIBA”. 

O “Parque Fluvial do Paraíba” 

A  criação  do  “PARQUE  FLUVIAL  DO  PARAÍBA”  pode  ser  um  projeto  vital  para  todo  o  “Projeto  de Revitalização do Vale do Café”. 

O  projeto  do  “PARQUE  FLUVIAL”  teria  como  objetivos  a  proteção  e  conservação  da  bacia  hidrográfica  do PARAÍBA DO SUL, a despoluição das águas, a proteção das nascentes, a restauração da mata ciliar, a elaboração de normas de tratamento e proteção que venham reforçar as normas de proteção legal já existentes. 

Um ecossistema integrado 

O  “PARQUE  FLUVIAL DO  PARAÍBA”  viria  a  complementar  e  reforçar  o manejo  dos  outros  dois  Parques Naturais identificados no estudo realizado, contribuindo para a conscientização dos cidadãos sobre o valor e importância desta rede de recursos naturais que servem de fundo à PAISAGEM CULTURAL do VALE. 

A criação do “PARQUE FLUVIAL DO PARAÍBA” deverá se dar por meio de um PROJETO a ser apresentado às autoridades estaduais e municipais envolvidas, visando a decretação de sua instituição legal. 

A Estratégia do “Parque Cultural” 

Os  elementos  culturais,  naturais,  históricos,  urbanos  e  rurais,  industriais  e  artesanais,  tradicionais  e inovadores,  apontados  pelo  DIAGNÓSTICO  sugerem  a  possibilidade  estratégica  de  criação  do  “PARQUE CULTURAL DO VALE DO PARAÍBA”, dentro de  cujos  limites  se encontrariam a diversidade, a  riqueza e o potencial de desenvolvimento observado em nossas  análises. Roteiros  turísticos e  culturais poderão  ser traçados de modo a levar este conjunto integrado de patrimônio cultural, natural e social ao conhecimento e usufruto de cada vez mais  interessados,  induzindo o  investimento e as ações de proteção e valorização necessárias à sua preservação para as futuras gerações. 

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X ‐ CONCLUSÃO 

Para a viabilização dos projetos acima mencionados, impõe‐se a facilitação dos mecanismos de captação de recursos  oriundos  das  leis  de  incentivo  fiscal  e  o  investimento  público  para:  reforma,  restauração  e ampliação das construções históricas de natureza pública ou de entidades sem fins lucrativos; implantação e melhoria de museus, espaços culturais e ações de  recuperação de acervos;  investimentos públicos em infraestrutura,  com  ênfase  na malha  viária,  sinalização  e  comunicação;  investimentos  das  agências  de fomento em capacitação,  roteirização, divulgação, comercialização e marketing  (nacional e  internacional, sobretudo  tendo  em  vista  a  iminência  dos  eventos  internacionais  de  grande  porte  que  ocorrerão  nos próximos 6 anos). 

Neste projeto,  foram  estudados  13 municípios, dentre os quais oito  são  envolvidos diretamente  com o Turismo Cultural nas Fazendas Históricas do Café. Os dados produziram  informações que apontam  forte tendência  de  demanda  por  capacitação  da  população  local,  em  diversas  áreas  técnicas,  como  guias especializados, idiomas, atendimento ao cliente e gestão de negócios, mas também e, sobretudo, nas áreas de  restauração  arquitetônica, museografia,  conservação  de  documentos,  interpretação  do  patrimônio, pesquisa histórica, gastronomia, produção de eventos culturais e artísticos.  

A grande  lacuna é a  falta de projetos detalhados, com equipe  técnica definida, planejamento e provisão orçamentária adequada, que permitam uma  implementação eficaz e duradoura das atividades propostas. Sem projetos de qualidade não é possível executar projetos de qualidade. Em geral, as fontes de apoio e fomento não custeiam a elaboração de projetos, o que coloca uma grande questão quanto à capacidade de execução  de  propostas  mais  complexas  e  que  exigem  detalhamento  elaborado.  Os  profissionais  de competência reconhecida não querem trabalhar sem contratos, e, mesmo quando o fazem, evitam finalizar os projetos por não terem como garantir que a execução dos mesmos será feita por seus escritórios – o que é natural. Com isso, a exatidão dos projetos fica comprometida e a qualidade de execução ameaçada. 

Todos os projetos  listados acima comportariam parcela de recursos oriunda de dotações de patrocínio, a partir do Programa Nacional de Cultura do MinC (PRONAC, popularizado como Lei Rouanet) e do Programa Estadual de  Incentivo à Cultura  (popularizado  como  Lei do  ICMS). Há  instituições patrocinadoras que  só apóiam organizações sem fins lucrativos, que é o caso do BNDES, o maior patrocinador da restauração do patrimônio histórico arquitetônico brasileiro. Um esforço  seria então  fundamental para que as  fazendas interessadas em conservar, modernizar e restaurar parte de seu patrimônio material se resguardasse em projetos propostos, conduzidos e administrados por  instituições sem  fins  lucrativos, com o delineamento preciso e qualificado do uso sustentável que será feito das intervenções em suas propriedades. 

De  toda maneira,  pelo menos  duas  Fazendas  Históricas  estão  perfeitamente  qualificadas  a  apresentar projetos aos programas de  renúncia  fiscal, que  fossem apoiados na  sequência pelo BNDES, embora não disponham de recursos para a elaboração dos próprios projetos. Nesse ponto, o quadro geral, não só do Vale,  convive  com um problema  sério:  além da  falta de  recursos para  a elaboração,  a  falta de  controle técnico e normativo  sobre a  feitura do projeto em  si e muito mais de  sua execução deixa o patrimônio histórico vulnerável à ação desqualificada. 

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A  falta  de  infraestrutura  no  interior  do  Estado  do  Rio,  que  vai  desde  os  acessos  rodoviários  federais, estaduais e, principalmente, os municipais, que não permitem o deslocamento seguro de carros de passeio, ônibus de turismo e nem mesmo os ônibus de circulação local e intermunicipal, os terminais rodoviários em condições extremamente deficitárias, a falta crônica de informação e sinalização turística, o problema das telecomunicações  –  telefonia  absolutamente  deficitária,  acesso  à  internet  inexistente  ou  em  péssimas condições ‐ falta de hospitais e de atendimento adequado, até a carência de qualificação da mão‐de‐obra regional – ponto crítico que impacta negativamente as perspectivas de absorção da força de trabalho local, há que se tomar o Vale do Paraíba novamente em sua função estratégica.  

Principal eixo industrial e corredor de circulação das grandes massas de riquezas e de populações de nosso país, o Vale do Café exige hoje o que  já teve um dia: a força política e os  investimentos estratégicos para que retome seu lugar no desenvolvimento econômico brasileiro.  

Desta  vez,  não mais  baseado  na  destruição  do  seu  patrimônio  natural  ou  na  exploração  desumana  do trabalho escravo, mas sim na redescoberta e valorização de sua imensa riqueza cultural, na restauração de seu magnífico legado ambiental e, sobretudo, na preparação de sua sociedade para um futuro sustentável.  

O mundo terá os seus olhos, suas expectativas, seus dólares e euros postos em nós. 

O Brasil e o Rio só têm a ganhar. O Vale não pode esperar. 

 

Sonia Maria de Mattos MAIO DE 2010 

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   PATROCINÍO  GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO GOVERNADOR: Sérgio Cabral VICE‐GOVERNADOR: Luiz Fernando de Souza Pezão  SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA SECRETÁRIA DE ESTADO: Adriana  Scorzelli Rattes SUBSECRETÁRIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Olga Maria  Esteves Campista SUBSECRETÁRIO EXECUTIVO: Luiz Fernando Zugliani SUBSECRETÁRIA DE AÇÃO CULTURAL: Beatriz Caiado de MagalhãesSUPERINTENDENTE DA LEI DE INCENTIVO: Mariana Várzea  COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO: Tathiana Richard COORDENAÇÃO DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE: Conceição Diniz  LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A DIRETOR‐PRESIDENTE:  Jerson Kelman  INSTITUTO LIGHT PARA O DESENVOLVIMENTO URBANO E SOCIAL DIRETOR EXECUTIVO: Oscar Guerra GERENTE: Paulo Bicalho COORDENADORA DE PATROCÍNIO: Lívia M. Corrêa 

  REALIZAÇÃO INSTITUTO PRESERVALE PRESIDENTE: Delio A. de Mattos Santos DIRETORA GERAL: Sonia Mattos  APOIO CONCICLO ‐ Conselho de Turismo da Região do Vale do Ciclo do Café PRESIDENTE: Paulo Roberto dos Santos VICE‐PRESIDENTE: Ana Lúcia Furtado  INEPAC ‐ Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural do Rio de Janeiro  DIRETORA GERAL: Maria Regina Pontin de Mattos  

 EQUIPE TÉCNICA 

CONSULTORIA DE ESTATÍSTICA, ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS, TABULAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO          DE DADOS  José Matias de Lima Marilurdes Lopes Ferreira Pedro Quintslr  

CONSULTORIA PARA DIAGNÓSTICOS ARQUITETÔNICOS    Alfredo Britto Maurício Prochnik  

CONSULTORIA PARA DIAGNÓSTICOS DE MUSEUS E PARQUES NATURAIS Maria de Lourdes Parreira Horta  

CONSULTORIA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Marcia La Rocque Almeida  

CONSULTORIA PARA ELABORAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS Adriano Novaes Ana Seraphim  

CONSULTORIA PARA LEVANTAMENTO HISTÓRICO /        ASPECTOS ECONÔMICOS  André Sant’Ana  

COORDENAÇÃO GERAL Sonia Mattos  

PRODUÇÃO EXECUTIVA Lúcia Romano 

  ASSESSORIA DE PRODUÇÃO Regina Domingues  

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO Imagemaker Interactive Andrea Phebo Claudio de Assis Martha Simone  

REVISÃO DE TEXTO Ricardo Ribeiro de Souza   OFICINA “CUIDANDO DE CASAS HISTÓRICAS” Patrimônio Criativo – Creative Heritage  Maria de Lourdes Parreiras Horta Jurema Sekler Ana Roldão   

AGRADECIMENTOS ACRJ – Associação Comercial do Rio de Janeiro Colaboradores Miguel Gomes e Sérgio Carvalho Diretoria e Conselheiros do Instituto Preservale Equipe da Secretaria de Cultura do RJ Equipe do Instituto LIGHT Fazendeiros e Empresários do Vale do Café Instituto Cultural Cidade Viva José Inácio Parente Órgãos Municipais do Vale do Café Patrimônio Criativo – Creative Heritage Cultural Biz